ORDENAMENTO URBANO E TERRITORIAL
ANDRÉ SABINO gabriel melo ricardo brendel vinícius pádua yuri costa
CONTEÚDO
ENTRE CAVÔCOS: ESTRATÉGIA URBANA PARA O POÇO DA PANELA E ADJACÊNCIAS
ESCOLA UNICAP ICAM TECH ARQUITETURA E URBANISMO ORDENAMENTO URBANO E TERRITORIAL (2021.1) PROFESSORES: LÉA CAVALCANTI, RICARDO PESSOA DE MELO
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1. breve Introdução
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2. quadro de diretrizes
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3. estudos de caso
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4. PREMISSAS
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5. plano de remoções
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6. plano de abertura de vias
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7. Vazios urbanos
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8. proposta de redesenho urbano
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9. referências
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breve INTRODUÇÃO
DIRETRIZES TEMA
A segunda parte do trabalho da disciplina de Ordenamento Urbano e Territorial prevê o avanço dos estudos do território que compreende parte dos bairros do Poço da Panela, Santana e Monteiro. A intenção, a partir de agora, é que os alunos sejam capazes de refletir sobre os problemas, as potencialidades, o perfil morfológico e socioecônomico da região. Munidos desses dados e análises, propostas urbanísticas deverão ser efetuadas tomando por base o quadro de diretrizes, que deve nortear o desenvolvimento das propostas urbanísticas e possíveis ações estruturadoras. A equipe deverá trabalhar sobre a orla do Rio Capibaribe além de quatro (4) terrains vagues de livre escolha, considerando aqueles mais favoráveis ao desenvolvimento proposto, priorizando aquelas porções de terra com maior expressão urbanística.
Fazem parte da proposta urbanística aqui elencada um plano de remoções e de reassentamento/relocações da população afetada nas comunidades, plano para abertura de vias, redesenho de quadras e lotes, bem como proposta de novas edificações através de estudo de massa.
DESAFIOS
POTENCIALIDADES
segregação socioterritorial
vazios urbanos
lotes grandes, ruas estreitas
áreas urbanas de qualidade
Formação do Território
falta de preservação e conservação de
reconhecimento da importância histórica
edificações históricas
da área
descaracterização das morfologia
quadras grandes que permitem preservação da morfologia
original de imóveis e regiões
potencial cultural, artístico e turístico da área
manutenção do patrimônio Patrimônio e Legislação
potencial de uso misto na área baixa diversidade de usos na área legislação pouco clara e desconhecida pela população poluição e abandono do Rio Capibaribe pouca vegetação no passeio público
ZEIS não atendidas por todos modais ruas utilizadas como estacionamento Infraestrutura (Mobilidade)
baixa qualidade do passeio em alguns trechos
potencial cultural, artístico e turístico da
diretor e novos parâmetros urbanísticos
regulamentar incentivos a potenciais investidores com aumento de potencial construtivo visando à conservação e revitalização do patrimônio histórico, bem como punir ações irregulares. classificar alguns imóveis como Imóveis de Interesse Social para políticas de HIS, além de IPAVs e IEPs
associação de moradores atuante
promover oficinas para população
conexão das comunidades com o Rio Capibaribe grande presença de vegetação intralotes
quadras grandes e possibilidade de reordenamento urbano vias largas em alguns trechos possibilidade de alargar a calçadas
Implantar ações educativas, fiscalizar e punir o descarte irregular de lixo. Realizar limpeza periódica. incentivos e campanhas para que edificações preservem e/ou introduzam vegetação intralotes relocação de famílias respeitando a proximidade ao local anteriormente ocupado, e alargamento de vias alargar as calçadas, introduzir mobiliário e balizadores para restringir ocupação de carros requalificação do passeio e adaptação ao desenho universal para favorecer a acessibilidade criação de terminais fluviais e multimodais de passageiros
abandono do transporte fluvial
conexão com pontos importantes da
ciclofaixa inexistente
vias largas em alguns trechos
implantar ruas compartilhadas e ciclorrotas
mobiliário urbano insuficiente
áreas urbanas de qualidade
introduzir novos equipamentos urbanos e requalificar os já existentes com intuito de criar espaços urbanos convidativos e confortáveis
fiação exposta
possibilidade de embutir ou readequar a fiação no território
embutir e/ou readequar a fiação aérea
lotes grandes, ruas estreitas
áreas urbanas de qualidade
requalificação e alargamento de vias e calçadas
habitações em local inadequado, nas
quadras grandes e possibilidade de
reassentamento de famílias (na própria localidade) para
margens do Rio
re(arranjo) urbano
áreas mais adequadas e redesenho de vias
possibilidade de estender a rede de
ampliar rede de saneamento, alargar vias e reassentar famílias para áreas já dotadas de infraestrutura
saneamento precário nas ZEIS
poucos espaços de convivência urbana
baixa diversidade de usos na área
alta densidade construtiva nas ZEIS
população habitando área de fragibilidade ambiental
esgoto e ampliar vias
áreas com potencial de convergência e
revitalizar praças existentes e criar novos espaços
de geradoras de conexões entre os
urbanos com usos diferenciados nos vazios urbanos
usuários
encontrados
potencial cultural, artístico e turístico da
criação de novos equipamentos e edificações que
área
introduzam novos usos na área
vazios urbanos
poluição do Rio Capibaribe
desvalorização do Mangue
áreas adequadas e redesenho de vias e lotes
áreas adequadas e redesenho de vias com intuito de inibir a (re)ocupação do trecho
grande presença de vegetação intralotes que forneça sombra aos pedestres
reassentamento de famílias (na própria localidade) para
reassentamento de famílias (na própria localidade)para parte do manguezal preservado
pouca vegetação no passeio público Meio Ambiente Natural e Recursos Hídricos
preservar morfologia existente
incentivos para edificações que proponham uso misto e fruição do térreo com aumento de potencial
cidade
Uso e Ocupação
proteger as áreas e edificações históricas
área
trecho de rio navegável e de fácil
(Morfotipologia)
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da requalificação urbana
requalificação de vias e calçadas estreitas
Infraestrutura
A área de estudo abrange três bairros da zona norte da cidade do Recife
promover conexão de diferentes grupos sociais através implantar instrumentos urbanísticos previstos no plano
alto custo na revitalização e
Os alunos poderão propor novos equipamentos urbanos cujos usos estejam em consonância com as necessidades identificadas em cada localidade, sendo válido mencionar que os referidos bairros, em especial o Poço da Panela, têm tradição histórica como bairro residencial e, portanto, qualquer intervenção deve buscar equalizar o atendimento às demandas atuais, principalmente de melhoria da qualidade de vida da população mais vulnerável, com o perfil de ocupação que caracteriza a região e pelo qual os habitantes clamam por manter.
DIRETRIZES
vazios urbanos conexão das comunidades com o Rio Capibaribe conexão das comunidades com o Mangue
preservar vegetação intralote e garantir maior permeabilidade visual e física das edificações criação de novas praças e áreas verdes com espécies vegetais nativas para preservar o microclima e reduzir temperatura média realizar ações educativas, fiscalizar e punir agentes poluidores, limpar e revitalizar as margens do Rio criar espaços de contemplação, de encontros e passeio ao longo da margem que auxiliem no processo de revitalização e valorização do meio ambiente natural
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São premissas e eixos orientadores do desenvolvimento desta proposta:
ESTUDOS DE CASO
REASSENTAR E REVITALIZAR: reassentar famílias na mesma área ajuda a manter a identidade e o senso de comunidade, no entanto, propor um novo mix também pode ser desejado.
Parque Red Ribbon Localização: Qinhuangdao, China. Área: 200.000 m² Arquitetos: Turenscape Architects Breve descrição: O parque está localizado nas margens do Rio Tanghe, e propõe novas áreas de passeio e contemplação em um local que anteriormente servia como depósito de lixo. Foram reintroduzidas espécies vegetais nativas para recuperar o leito do rio. Para evitar invasão urbana na área, foram determinados locais para recreação comunitária, pesca e esportes. O mobiliário é um grande atrativo para a proposta, a “fita” serve de elemento de iluminação e ao mesmo tempo acompanha a topografia criando uma interessante volumetria, integrando os espaços.
RENOVAR E MISTURAR: Parque Urbano da Orla do Guaíba
estabelecer novos usos às vezes é preciso, principalmente para explorar o potencial de terrain vague na cidade, nesses casos, a mistura de usos e de públicos pode ser uma boa estratégia de projeto.
Localização: Porto Alegre, Brasil. Área: 567 000 m² Arquitetos: Jaime Lerner Arquitetos Associados Breve descrição: O parque do Guaíba se estende ao longo de 1,5 km do Lago Guaíba na cidade de Porto Alegre. O local antes possuía problemas com segurança, abandono e degradação e foi pensado para regenerar a orla, ao buscar reconectar a malha urbana do trecho. Trata-se de um projeto de integração que traz elementos dos ambientes naturais e construídos, permitindo que as pessoas se reúnam e aproveitem este novo espaço, equipado com bares, cafés e áreas esportivas.
REGULAR E ORIENTAR: se faz necessário, em alguns casos, reorganizar as quadras e os lotes, permitir que os serviços de infraestrutura cheguem efetivamente a todos os pontos do bairro.
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PLANO DE REMOÇÕES
PLANO DE ABERTURA DE VIAS
N
ESCALA: 1/6000 0 50
100
200m
N
EDIFICAÇÕES MANTIDAS REMOÇÕES por: FRAGILIDADE AMBIENTAL ÁREA VERDE ENTRE EDIFICAÇÕES ABERTURA DE VIAS
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QUANTITATIVO DAS REMOÇÕES
ESCALA: 1/6000
60 (240 hAB.) ZEIS POÇO DA PANELA: 100 (400 HAB.)
0 50
ZEIS VILA ESPERANÇA/CABOCÓ:
100
200m
EDIFICAÇÕES MANTIDAS ABERTURA DE VIAS: novo eixo (limitador)
novas vias coletoras
novo eixo de pedestres
ruas compartilhadas
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VAZIOS URBANOS
proposta de redesenho urbano
SETOR 1 - MONTEIRO SETOR 2 - poço da panela SETOR 3 - SANTANA
N
ESCALA: 1/6000 0 50
10
100
Espaços Urbanos desocupados
200m
Espaços Urbanos Subutilizados
Espaços Urbanos desafectados
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proposta urbanística
proposta urbanística
SETOR 1 - MONTEIRO Para esta parcela da área de estudo, pretendemos a inserção de novos edifícios habitacionais destinados à Habitação de Interesse Social para que possa servir de reassentamento de parte das famílias deslocadas das áreas definidas no Plano de Remoções, já apresentado. Os edifícios são pensados para ter até 04 pavimentos, assim se manterá a escala humana e o gabarito compatível com a ZEIS, além da redução do custo de manutenção das edificações. Também há um equipamento público que pode servir à comunidade como um todo, nesse sentido a proposta de uma creche e escola comunitária seria um item interessante, uma vez que uma boa parte da população da ZEIS é composta por mães solteiras, que muitas vezes não tem com quem deixar os seus filhos.
N
ZEIS VILA ESPERANÇA/CABOCÓ ESCALA: 1/1500
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CORTE ESQUEMÁTICO 01 - SITUAÇÃO ATUAL DA ZEIS VILA ESPERANÇA/CABOCÓ
Exemplo da tipologia sugerida Térreo + 1. Fonte: Concurso CODHAB DF, 2018.
CORTE ESQUEMÁTICO 02 - PROPOSTA DE REASSENTAMENTO DA ZEIS VILA ESPERANÇA/COBOCÓ
N
PROPOSTA DE REASSENTAMENTO ZEIS VILA ESPERANÇA/CABOCÓ ESCALA: 1/1500 13
proposta urbanística
proposta urbanística
SETOR 2 - poço da panela Para esta área do território, a intenção principal foi reorganizar o traçado urbano, ou seja, alargar vias, retificar o desenho irregular de algumas quadras e dar continuidade ao fluxo interno. As vias foram alargadas para 5,00 m, quando existia em alguns trechos 1,50 m de largura total da rua. Com o desenho das novas quadras foi possível também reorganizar alguns lotes e propor novas moradias do tipo térreo + 1 pavimento, com isso é possível adensar sem perder de vista a escala humana e a tipologia do entorno. Uma via marginal cumpre a função de regular o traçado e evitar que novas ocupações tenham lugar e acabe comprometendo e desordenando novamente o tecido urbano.
CORTE ESQUEMÁTICO 01 - SITUAÇÃO ATUAL DA ZEIS POÇO DA PANELA
Exemplo da tipologia sugerida Térreo + 1. Fonte: Concurso CODHAB DF, 2017.
CORTE ESQUEMÁTICO 02 - SITUAÇÃO proposta para a ZEIS POÇO DA PANELA
N
ZEIS POÇO DA PANELA - atual ESCALA: 1/1500 14
N
PROPOSTA DE REASSENTAMENTO ZEIS POÇO DA PANELA ESCALA: 1/1500 15
proposta urbanística SETOR 3 - SANTANA A presença de três lotes com generosas dimensões nos conduziu a propor conjuntos de edificaçõe de uso misto. Na primeira área (subsetor 3.1), mais a Leste, um bloco residencial de 04 pavimentos abre-se para o Rio Capibaribe acompanhado de um mercado público de forma curva. No lote seguinte (subsetor 3.2), habitacionais distribuidos de maneira a acompanhar a geometria irregular do terreno, porém com circulações que ocupam todo entorno dos blocos de modo a definir um espaço público integrado.
proposta de redesenho urbano
Na área maior (subsetor 3.3), em frente ao Parque Santana, equipamentos públicos como biblioteca, centro cultural e concha acústica visam oferecer à toda população equipamentos culturais capazes de movimentar a região e misturar os diferentes.
PERSPECTIVAS N
proposta para o setor 3 - santana ESCALA: 1/1500
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PROPOSTA DE REDESENHO URBANO
PROPOSTA DE REDESENHO URBANO
SETOR 1 - MONTEIRO - PERSPECTIVA
SETOR 2 - POÇO DA PANELA - PERSPECTIVA
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PROPOSTA DE REDESENHO URBANO SETOR 3 - SANTANA - PERSPECTIVAS
SUBSETOR 3.1 RESIDENCIAL E PEQUENO MERCADO PÚBLICO
SUBSETOR 3.2 RESIDENCIAL
SUBSETOR 3.3 BIBLIOTECA, CENTRO CULTURAL, CONCHA ACÚSTICA
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REFERÊNCIAS https://revistateoriadelarte.uchile.cl/index.php/RU/article/view/5085/15230 https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/simposio/BORBOREMA_ANA_CLAUDIA_B_ET_AL.pdf https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-12012012-155429/publico/tesesandraunico.pdf http://engenhosdepernambuco.blogspot.com/2014/11/engenhode-jeronimo-paes-de-gonsalves.html https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/simposio/VASCONCELOS_THATIANA_E_SA_LUCILENE_ANTUNES.pdf https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/simposio/TAVARES_JUNIOR_JOAO_R_E_CANDEIAS_ANA_LUCIA_B.pdf https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/simposio/VASCONCELOS_THATIANA_E_SA_LUCILENE_ANTUNES.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3204/1/arquivo2353_1.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6412/1/arquivo8166_1.pdf https://poraqui.com/casa-forte/comunidade-do-poco-conheca-um-pouco-da-vizinhanca-escondida-a-beira-do-capibaribe/ https://www.revistas.usp.br/paam/article/view/97124/96198 https://planodiretor.recife.pe.gov.br/plano-de-ordenamento-territorial
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ANDRÉ SABINO gabriel melo ricardo brendel vinícius pádua yuri costa maio, 2021