autores
Arival Dias Casimiro Roseli Gedanke Shavitt
editor responsável
Alberto José Bellan
revisão
Juana del Carmen C. Campos
capa, produção e diagramação
imagem da capa
iStockphoto
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Casimiro, Arival Dias Transtornos mentais e espiritualidade / Arival Dias Casimiro, Roseli Gedanke Shavitt – Santa Bárbara d’Oeste, SP : Z3 Editora e Livrarias, 2010. 1. Crenças 2. Doenças mentais 3. Doenças mentais - Tratamento 4. Espiritualidade 5. Fé e razão 6. Religião e ciência 7. Saúde mental 8 . Vida Cristã I. Shavitt, Roseli Gedanke. II. Título. 10-12113
CDD-248.86
Índices para catálogo sistemático: 1. Transtornos mentais e espiritualidade : Cristianismo 248.86
2ª Edição Julho de 2020 copyright © 2010
por Z3 Editora
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Todos os direitos reservados, na língua portuguesa, por Z3 Editora Ltda.
Rua Floriano Peixoto, 103 Centro - CEP 13450-022 Santa Bárbara d’Oeste - SP - Brasil Tel/Fax: 19 - 3454.4798 vendas@z3ideias.com.br www.z3ideias.com.br
Apresentação Índice Apresentação............................................................................. 7 Introdução.................................................................................. 9 Capítulo 1
Uma Cosmovisão Cristã da Ciência..................................15 Capítulo 2
O Que a Bíblia Ensina Acerca dos Transtornos Mentais?............................................................25 Capítulo 3
Ansiedade: Diagnóstico e Tratamento...........................37 Capítulo 4
Não Andeis Ansiosos.............................................................47 Capítulo 5
O Ataque de Pânico: Diagnóstico e Tratamento.........61 Capítulo 6
Conhecendo Deus no Sofrimento....................................71 Capítulo 7
Depressão: Causas, Sintomas e Tratamentos...............83 Capítulo 8
A Depressão de Elias.......................................................... 105 Capítulo 9
Possessão Demoníaca....................................................... 119 Capítulo 10
Aprendendo a Viver Contente........................................ 133 Referências Bibliográficas................................................. 143
5
Apresentação
F
ui distinguido com a subida honra de apresentar a você o livro TRANSTORNOS MENTAIS E ESPIRI-TUALIDADE. Esta é uma obra de grande valor, pois trata de um tema atual, solene e urgente. Quanto mais o homem avança no campo científico, mais ele se encolhe emocionalmente. Descobrimos os mundos estelares, mas perdemo-nos nos labirintos da nossa alma. Dominamos a tecnologia, mas não administramos nossos próprios sentimentos. Os transtornos mentais atingem grandes e pequenos, jovens e velhos, ricos e pobres, religiosos e céticos. Estamos todos nesse mesmo barco, navegando pelo mar encapelado da vida. O livro que você tem em mãos traz um saudável equilíbrio entre o conhecimento científico e o teológico, entre a ciência e a fé. Essas duas vertentes não se excluem, completam-se. Não podemos tratar de forma eficaz dos transtornos mentais numa perspectiva puramente humanista nem devemos desenvolver uma espiritualidade sem as sandálias da verdade. Toda verdade é verdade de Deus. A ciência corretamente entendida e a Bíblia corretamente interpretada não se colidem. Ambas têm sua fonte em Deus. Daí, o tratamento mais eficaz para os transtornos mentais está em compreendermos o homem, com todas as suas tensões, na perspectiva de Deus. 7
Apresentação
Recomendo esta obra, com senso de alegria, sabendo que seu conteúdo é sólido, sua abordagem é clara e sua proposta é prática. Estou convencido de que o conteúdo deste livro será uma ferramenta importante para ajudar muitas pessoas que vivem no fragor dessa crise medonha e também auxiliará aqueles que trabalham na terapia das pessoas que enfrentam essa crise. Minha ardente expectativa é que as mensagens contidas aqui, alarguem sua visão acerca desse momentoso tema e preparem você para ajudar os aflitos ou mesmo tonifique as musculaturas da sua alma para atravessar com esperança e ousadia esse vale escuro da dor. Hernandes Dias Lopes
8
Introdução
E
studos mostram que quatrocentos e cinquenta milhões de pessoas sofrem algum tipo de doença mental no mundo hoje, e que este número vem sofrendo um aumento significativo, em todas as classes e faixas etárias da população. Ansiedade, depressão, distimia (depressão branda crônica), síndrome de pânico são termos médicos cada vez mais populares. A razão dessa popularização é que os transtornos mentais afetam cada vez mais a saúde mental e o bem-estar das pessoas. Isso, sem levar em conta os custos sociais e econômicos que os transtornos mentais causam às pessoas, às empresas e ao Estado. No nosso caso, aqui no Brasil, o grande problema é a dificuldade de acesso ao tratamento, pois, infelizmente, a infraestrutura necessária para o bom cuidado da saúde mental não pode ser encontrada em todos os níveis de atenção à saúde (postos de saúde e ambulatórios de especialidades). Isso leva à crônica saturação dos serviços terciários (hospitais universitários ou não), deixando muitos pacientes excluídos do sistema. Portanto, além da discriminação e do preconceito, da falta de informação e educação sobre o assunto, o doente sofre porque não tem acesso ao tratamento médico e aos programas de reabilitação psicossocial. Idealmente, todo paciente deveria viver e participar ativamente da sociedade que faz parte.
9
Introdução
O fato de sofrer com o transtorno e não ter acesso ao tratamento, leva a pessoa a buscar tratamentos alternativos. Um destes tratamentos é o espiritual, procurado nos templos religiosos e nas diversas religiões existentes. O grande perigo é quando o tratamento médico necessário é substituído pelo religioso, em função da falta de diagnóstico ou de um diagnóstico equivocado. Por exemplo, entender que um quadro depressivo é possessão demoníaca e que a pessoa precisa de exorcismo. A atriz Leila Lopes, que sofria de depressão, antes de suicidar-se deixou a seguinte carta: “Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui iludibriada [sic] por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais 10
Transtornos Mentais e Espiritualidade
morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não aguento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem!!! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui.” (Leila Lopes). Observe que o texto revela que um transtorno mental não tratado pode motivar uma pessoa ao suicídio e que o argumento da fé pode ser usado pelo doente como lenitivo para atenuar a sua dor e justificar o seu ato. Este livro foi escrito com três objetivos. Primeiro, reduzir o preconceito, a discriminação e o estigma contra aquelas pessoas que sofrem com transtornos mentais. Qualquer pessoa, e até mesmo um cristão fiel e consagrado, pode sofrer de um transtorno mental. A fé não dá imunidade contra as doenças do corpo e da mente. Segundo, oferecer ao público em geral, informações médicas a respeito daqueles transtornos mais comuns em nossa sociedade, apresentando-lhe os critérios utilizados para o diagnóstico e as alternativas de tratamento. Terceiro, esclarecer como a fé cristã pode ser um aliado da medicina no tratamento dos transtornos mentais. O conteúdo deste livro apresenta, em alguns capítulos, a definição, o diagnóstico e os tratamentos disponíveis para a ansiedade, a depressão e a síndrome do pânico. Trata-se de uma visão científica ou médica, 11
Introdução
baseada em estudos recentes da psiquiatria. Também, alguns capítulos, apresentam uma visão bíblica dos transtornos mentais, apresentando soluções da fé, para se vencer a ansiedade e a depressão. Entendemos que os transtornos mentais devam ser tratados com profissionais de saúde mental, exigindo o diagnóstico e o tratamento por um médico especializado. A fé entra como parceira, um componente terapêutico simultâneo. Nós, autores deste trabalho, tentamos unir duas áreas de competências, sem que uma anule ou invada a outra, mas que ambas se complementem. Procuramos, como autores, não darmos passos maiores do que as pernas, preocupando-nos em não deixarmos passar a abordagem de um tema tão sério. Arival Dias Casimiro Roseli Gedanke Shavitt
12
Capítulo 1 UMA COSMOVISÃO CRISTÃ DA CIÊNCIA
MENTAIS & ESPIRITUALIDADE
Capítulo 01
Uma Cosmovisão Cristã da Ciência A ciência sem a religião é manca - a religião sem a ciência é cega. Albert Einstein. Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENHOR (Provérbios 21.30).
C
ada pessoa tem as suas crenças acerca do mundo ou uma “visão de mundo” e através delas toma as suas decisões diárias. O cristianismo é uma cosmovisão e o cristão é alguém que olha para o mundo a partir da sua fé. A base desta cosmovisão é a revelação de Deus nas Escrituras Sagradas, que traz respostas para todas as áreas da vida humana e não somente da religião. Os dois objetivos da cosmovisão cristã são: entender o mundo e toda a sua realidade da perspectiva de Deus e viver de acordo com a vontade de Deus. Infelizmente, fé e ciência mantêm um relacionamento tumultuado, alternando amor e ódio. Se a ciência descobre algo que ameaça o relato bíblico, ela se torna uma inimiga. Por outro lado, se a ciência descobre algo que confirma o relato bíblico, ela passa a ser amiga e um forte argumento de comprovação de que a Bíblia é a verdade. De ambos os lados, cientistas e apologistas da fé usam argumentos conforme os seus interesses, com o objetivo de enaltecer ou desprezar uns aos outros. Este conflito é alimentado hoje por duas visões de mundo: o teísmo e o naturalismo. O teísmo é a crença de que existe um Deus pessoal e transcendente que criou o universo e o sustenta de forma providencial. Deus é 15
Uma Cosmovisão Cristã da Ciência
a origem última de todas as coisas. Nesta perspectiva, a ciência não é prejudicada pela fé. O naturalismo é a crença de que a natureza é tudo que existe e que causas naturais sozinhas explicam tudo que existe. Logo, a fé se opõe à pesquisa e ao conhecimento científico. Esta dicotomia entre religião e ciência, entre conhecimento subjetivo e objetivo, estimula os cristãos a reduzir os seus valores apenas ao campo religioso e a demonizar todas as outras áreas do saber. Contudo, precisamos acabar com esta visão estreita e resgatar o princípio bíblico de que toda a verdade é verdade de Deus. O temor a Deus é o princípio do saber. No nosso contexto brasileiro há uma espécie de competitividade entre a religião e a medicina, entre o pastor e o médico. As prováveis curas realizadas por religiosos e transmitidas por programas de televisão, reforçam o conceito de competição e incentiva o desprezo pelo tratamento médico. Cria-se no inconsciente popular a ideia de que a população não precisa de médico ou remédio, porque Deus cura. Basta ir a uma determinada igreja. Tal discurso é amplamente sustentado pelo pouco acesso que a população tem à saúde pública. Do lado contrário, estão aqueles profissionais da saúde que desprezam o poder da fé. Ridicularizam aqueles que buscam em Deus a cura para as suas doenças ou o consolo para enfrentar as suas perdas. Baseado na Bíblia, sugiro dois princípios básicos para a formação de cosmovisão cristã da ciência.
O Princípio da Origem do Saber 16
A Bíblia ensina que o verdadeiro saber procede
Transtornos Mentais e Espiritualidade
de Deus. O Criador é a fonte de todo conhecimento. A verdadeira ciência ou o real conhecimento científico se origina em Deus. Este axioma independe se tenho fé ou se sou ateu. Salomão é apresentado na Bíblia como o homem mais sábio que já existiu. E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor. E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais e das aves, e dos répteis e dos peixes. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão, e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria (1Reis 4.29-34). Observe três verdades ensinadas nestes versos: (1) Salomão foi o maior sábio ou cientista da sua época. A sua sabedoria foi a maior do oriente, sobrepujando a sabedoria egípcia. (2) A sabedoria de Salomão não se limitava ao campo espiritual, mas se estendia à administração pública, letras, música, botânica e zoologia. (3) A sabedoria de Salomão foi uma dádiva de Deus, em resposta à sua oração. E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. Se alguém deseja sabedoria, deve pedir a Deus. O desdobramento lógico deste princípio é que não existe ciência ou conhecimento verdadeiro que 17
Uma Cosmovisão Cristã da Ciência
contradiz ou se opõe a Deus. Salomão declarou: Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o SENHOR (Provérbios 21.30). A verdadeira ciência não é inimiga de Deus. A fé e a ciência encontram na existência de Deus o seu ponto de referência e de unidade. O objetivo final de se adotar a cosmovisão cristã é a glória de Deus. É o reconhecimento de que toda verdade procede dEle. O profeta Jeremias resume: Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR (Jeremias 9.23,24).
O Princípio da Parceria Sob o princípio de que Deus é a fonte do saber, nenhuma área do conhecimento humano é independente ou autônoma. Não existe um saber profano ou sacro. A sabedoria divina abarca todos os campos do conhecimento humano. Por isso entendemos que a fé e a ciência devem caminhar juntas para entender os propósitos de Deus para esta vida, na busca de soluções para os problemas que afligem o homem como um todo. O conceito de interdisciplinaridade requer a integração ou a conciliação de duas ou mais áreas do conhecimento, a fim de promover novos conhecimentos. A produção científica é cumulativa e interdependente. Por exemplo: se tomarmos o homem como o objeto 18 de pesquisa, e o estudarmos sobre várias perspectivas
Transtornos Mentais e Espiritualidade
(físico, mental, emocional, comportamental e espiritual), teremos resultados diferentes para compreensão de um mesmo objeto. A área da medicina é uma das que mais precocemente tem buscado uma interface com as várias práticas religiosas. Há vários estudos sendo publicados sobre a importância da fé na prevenção e na recuperação de doentes. Por outro lado, nós pastores, que somos procurados por pessoas com diversos tipos de transtornos mentais, precisamos do auxílio dos médicos para o diagnóstico e o tratamento adequados dessas enfermidades. Não devemos assumir o papel do médico na elaboração do diagnóstico. Precisamos distinguir enfermidade física da espiritual. Não devemos ser irresponsáveis orientando as pessoas a deixarem de tomar a medicação prescrita pelos médicos especializados. A medicina é uma bênção de Deus a serviço do homem. Mas quando o homem chega ao seu limite, cria-se a possibilidade para a intervenção de Deus. Ele age em resposta às orações feitas com fé. O salmista declara: Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma. A ele clamei com a boca, com a língua o exaltei. Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido. Entretanto, Deus me tem ouvido e me tem atendido a voz da oração. Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça (Salmo 66.16-20). Destaco três fatos bíblicos acerca da importância de um relacionamento equilibrado entre a medicina e a fé. Primeiro, temos o exemplo de Asa: No trigésimo nono 19
Uma Cosmovisão Cristã da Ciência
ano do seu reinado, caiu Asa doente dos pés; a sua doença era em extremo grave; contudo, na sua enfermidade não recorreu ao SENHOR, mas confiou nos médicos (2 Crônicas 16.12). Asa desprezou a Deus e confiou só na medicina. Segundo, a mulher com o fluxo de sangue: Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia e muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. E logo se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo (Marcos 5.25-29). A mulher buscou a medicina e quando esta chegou ao seu limite, ela buscou a cura pela fé em Jesus. Terceiro, o rei Ezequias que foi acometido de uma doença fatal: Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR (Isaías 38.1,2). Ele orou e Deus lhe deu mais quinze anos de vida. Entretanto, houve um procedimento médico: Ora, Isaías dissera: Tome-se uma pasta de figos e ponha-se como emplasto sobre a úlcera; e ele recuperará a saúde (Isaías 38.21). Observe que Deus responde a oração de Ezequias, mas determina que o mesmo use um medicamento: pasta de figo. Eis um exemplo de tratamento que alia a fé com a medicina. 20
Transtornos Mentais e Espiritualidade
Concluímos que somente através de uma cosmovisão bíblica é que poderemos promover a reconciliação entre a fé e a ciência. Os conflitos cessarão e os desequilíbrios desaparecerão se aceitarmos que a origem de toda sabedoria e conhecimento vem de Deus.
Aplicações Práticas • Toda pessoa toma as suas decisões pessoais a partir de suas crenças ou da sua visão de mundo. • O teísmo e o naturalismo são duas visões de mundo que se opõem atualmente. • A cosmovisão cristã ou bíblica reconhece Deus como fonte de toda a verdade, a origem de toda a sabedoria. • Não existe conhecimento científico sacro ou profano. Todas as áreas do conhecimento estão sob a soberania de Deus. • No tratamento dos transtornos mentais a fé não substitui a orientação médica, e a medicina não anula a importância da fé.
21