zen kids#05

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zen kids

EDIÇÃO 5 | FEVEREIRO 2016 | MENSAL

LITERACIA DIGITAL O USO SAUDÁVEL DA ERA VIRTUAL

EXERCÍCIO FÍSICO NA GRAVIDEZ E INFÂNCIA OS BENEFÍCIOS E QUE TIPO DE EXERCÍCIO FAZER

FAMÍLIA| EDUCAÇÃO | BEM-ESTAR

O QUE OS FILHOS ME ENSINAM REFLEXÕES DE UMA MÃE


Nr. 5 Fevereiro de 2016

DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org COLABORADORES Vânia Cardoso, Diana Banha, Célia Negrão, Inês Cabrita, Maria Pedro Baptista, Cláudia Madeira, Helena Maciel, Helena Fernandes e crianças IMAGENS Pixabay, Photl PERIODICIDADE Mensal

SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com www.zen-kids.org Rua das Camélias nº2 2710-632 Sintra

ZEN KIDS


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CONTEÚDO NÚMERO 5

NESTA EDIÇÃO Editorial

7

Agenda

9

A vida tem altos e baixos

10

Exercício Físico na gravidez e infância 14

Literacia Digital

18

O que os meus filhos me ensinam

24

E quando as crianças falam de autoestima

32

Chi Kung e as Crianças

34

Letras do Coração

40

Criar, Desenhar, Pintar

46

Quartos para crianças

50

Relaxamento para Crianças

54



EDITORIAL

Sara Morgado EDITORA

Um novo mês começa… O anterior primeiro mês do ano permitiu­nos recomeçar. Recomeçar os projetos, os afazeres, a vida. Voltar à realidade. Ou voltar aos sonhos. E perceber que continuamos a ser nós. Com as aprendizagens, vivências e dia­a­dia. Mas que a cada uma delas, vamos crescendo. Vamos sabendo mais ou achando que sim. Para depois de repente, percebermos que afinal, não sabíamos nada. Que a vida é mesmo assim. Que a impermanência faz parte dela. Que a construção não se faz por escadas a subir. Mas por subir e descer degraus. E que tudo isso, é VIDA! Com o passar do tempo, afinal sei mesmo que nada sei. Que a abertura a saber coisas novas me permite questionar o antigo ou presente e reconstruir as minhas ideias e o que sou. Mas sei que (isso sei!), a vida é uma constante aprendizagem. Que nos faz rir e chorar. E que tudo isso, faz parte. Que ganhamos e perdemos, que por vezes somos reconhecidos, outras perdemos o reconhecimento. Que a cada dia, conhecemos novas pessoas e que de repente cada uma segue os seus caminhos, inclusive nós. Que a abundância é isso mesmo. Que por vezes sentimos força e outras fragilidade. E que isso é bonito no ser humano! E que há para todos : ideias, lugar, verdades! Fevereiro é um mês para mais uma vez, estar aberto ao que a vida lhe traz. Sem medos e luta, para calmamente, observar e viver!

Sara


compre aqui esta agenda (rosa com canela)


AGENDA

FEVEREIRO

16

a partir de 4 - ALVIN E OS ESQUILOS

nos Cinemas de todo o País

6 a 9 - CARNAVAL NA KIDZANIA 6 a 9 de fevereiro: das 11h00 às 19h00; dia 10 de fevereiro: das 10h30 às 18h00 ;0 – 2 anos: Gratuito; 3 – 4 anos: 14€; 5 – 15 anos: 19,50€; Adultos: 10€; Sénior +65 anos: 8€ ||Contacto: 211 545 530 info@kidzania.pt 6 a 9- OEIRAS BRINCKA, LEGO FAN EVENT 6 - 10h às 22h ; 7 - 10h às 22h ; 8 - 12h às 22h ; 9 - 10h às 19h Valor: desde 3€ até SET 2016- ESPINAFRES E DESPORTO uma aventura pela vida saudável Pavilhão do Conhecimento 6 a 28 - HiSTÓRIAS DE PAPELÃO O espectáculo tem a duração de 45/50 minutos, ao longo dos quais será improvisada uma história do início ao fim e as crianças terão voz ativa no seu desenrolar e desfecho. M/6 anos |Sáb: 16h, Dom: 11h


A vida

ĂŠ feita de altos e baixos...


Existem momentos na nossa vida em que tudo parece triste, sombrio e sem sentido, momentos em que colocamos em causa a nossa existência e qual o papel a desempenhar nesta nossa passagem pela Terra. E quando assim é, deixa­ mo­nos “embrulhar” nessa espiral que nos empurra cada vez mais para o vazio e não nos

Esta responsabilização e esta necessidade de

deixa ver que o sol nasce todos os dias, mesmo

assumir o que realmente queremos e

que escondido por trás das nuvens. Quando nos

precisamos para nós, exige muita honestidade,

deparamos com estes períodos mais negros,

vontade, liberdade e amor por nós próprios.

acabamos por nos focar apenas nos aspetos

Por vezes esta responsabilização passa por pôr

mais negativos e por isso não conseguimos

fim a um ciclo, a um trabalho, a um percurso, a

mudar essa frequência que nos envolve. No

um compromisso.

entanto, se existe sombra, também existe luz! E

Estas decisões podem ser uma grande prova de

para sair da sombra, é necessário dar o passo

amor por nós e, de alguma forma, por todos os

no sentido da luz, é acreditar que depende de

que nos rodeiam, porque afinal, todos estamos

nós libertar­mo­nos dessas amarras que apenas

ligados nesta teia tão bem construída por algo

nos guiam no sentido contrário àquele que na

superior.

verdade desejamos para nós, é responsabilizar­

Acredito que a cada período mais obscuro da

mo­nos pela nossa vida e assumir que somos

nossa existência, está associada uma grande

detentores desse poder de mudar e de alguma

mudança. Penso que quando nos encontramos

forma “curar” o que de menos bom possa estar a

mais tristes, mais sós, mais perdidos, temos a

acontecer connosco.

oportunidade de nos voltarmos mais para

Fácil será procurar alguém que se ocupe da

dentro, de estarmos mais atentos ao nosso Eu

nossa cura, que nos “adormeça” com falsas

mais profundo, o que nos possibilitará perceber

soluções para o nosso bem­estar, que se

afinal o que queremos para nós ou, muitas

responsabilize pela nossa vida e pelo nosso

vezes, simplesmente, aquilo que já não

equilíbrio, que nos elibe de culpas e do medo de

queremos.

ser fiel a nós mesmos. É tão fácil deixar a nossa

Então, serão estes períodos negros e difíceis,

vida nas mãos de um outro alguém que se nutre

ou oportunidades de grande clareza acerca do

com este sentimento de que é detentor do poder

sentido que queremos dar à nossa vida? Cada

de solucionar a nossa vida e a nossa saúde!...

vez mais acredito que a segunda opção é a

Mas a nossa vida não é delegável, é nossa!

mais acertada.


Muitas vezes estas decisões em relação ao sentido a tomar, à mudança, exigem coragem. Coragem em assumir o nosso verdadeiro Eu, sem medo do julgamento dos outros ou de qualquer sentimento de culpa pelo que possa correr menos bem. Coragem que deve ser valorizada e não uma oportunidade de mais tarde poder dizer: “eu bem te disse que isso ia correr mal!” Porque afinal, o que é o bem ou o mal? É simplesmente aquilo que aos olhos dos outros se define dessa forma. O que está bem para nós é aquilo que nos possa fazer felizes, aquilo que nos preenche, que nos faz acreditar que vale a pena continuar a caminhar, continuar a contribuir para que o mundo seja um lugar cada vez melhor. Cada um de nós, à sua maneira, tem este papel e dá a sua parte, assumimos esse compromisso quando escolhemos viver. Saber fluir neste carrocel que é a vida é uma grande aprendizagem. Confiar que a vida nos traz sempre aquilo que precisamos no momento presente é saber viver. Ser fiel às nossas emoções e à nossa intuição é ser honesto connosco e com os outros. E entregar­ mo­nos desta forma à vida é aceitar que tudo está bem como está, é acreditar que os altos e baixos da vida são apenas ciclos que começam e terminam e nos levam no sentido do nosso equilíbrio e da nossa paz interior, é acreditar que cada recaída é uma nova oportunidade de fazer de uma outra forma, é perceber que a vida vale a pena e estar vivo é uma benção!

Célia Negrão Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria celia.negrao@gmail.com



GRAVIDEZ E INFÂNCIA

EXERCÍCIO FÍSICO


A responsabilidade pela saúde é uma atitude cada vez mais individual, onde a gravidez pode refletir o início da mudança de estilos de vida e promoção de qualidade de vida para o novo Ser. A prática de exercício físico e atividade física durante a gravidez e no pós­natal é importante na promoção da qualidade de vida, quer quando o exercício e/ou a atividade eram já um hábito, quer quando se inicia o processo, com exceção dos três primeiros meses. Existem treinos específicos e adequados à saúde de cada mãe, devendo existir sempre prescrição médica especialista e um plano adequado de treino, envolvendo o exercício fetal e materno seguro. Os benefícios da prática de exercício são a melhoria das limitações físicas, um menor aumento de peso, menor risco de parto prematuro, diminuição da probabilidade de incidência da diabetes gestacional, melhoria da auto estima, proporciona uma imagem corporal mais positiva, maior sensação de bem­estar e diminuição do desajustamento emocional (ansiedade, stress e depressão). O exercício melhora ainda a postura e a circulação sanguínea, reduz a retenção de líquidos, proporciona alívio intestinal e a diminuição de lombalgias, diminui as cãibras nas pernas, fortalece a musculatura abdominal e facilita a recuperação pós natal. Existem exercícios adequados para cada mãe, em função da sua actividade anterior. Quando não existe prática de exercício anterior à gravidez, devem ser aplicados exercícios com poucos níveis de exigência, tais como a hidroginástica, a caminhada, o yoga, entre outras. São desaconselhados os desportos de contacto físico e risco de queda, tais como o futebol, o mergulho, o basquetebol, entre outros. Deve evitar­se desta forma a fadiga, a temperatura corporal e promover uma ingestão calórica adequada e hidratação.

As atividades aeróbicas e de desenvolvimento de determinados músculos favorecem o processo de expulsão da criança e fortalecem os músculos dos membros superiores, necessários para carregar o bebé. Permite ainda uma maior tolerância ao mecanismo da dor, quando associado. O exercício adequado é benéfico para a mãe e para o feto e tem por objetivo combater a redução da atividade diária, característica da gravidez. No pós natal, o início/reinício do treino deve ser aplicado depois de duas semanas no mínimo por todas as alterações físicas e psicológicas decorrentes do nascimento, tendo sempre em atenção a individualidade e especificidade de cada mãe. Permite uma recuperação mais rápida do peso inicial, proporcionando uma boa condição física para cuidar do bebé. É assim fundamental a modificação de estilos de vida para um percurso saudável, quer para o casal, quer para o bebé que vai iniciar o seu ciclo de vida, necessariamente com qualidade de vida.


A promoção do exercício físico na infância deve proporcionar bem­estar físico, afectivo, social e intelectual, utilizando actividades lúdicas apelativas ao desenvolvimento, à curiosidade, à descoberta, à cooperação. Os benefícios mais evidentes, para além da prevenção da doença física, são a construção da auto imagem positiva, da auto estima adequada, do estabelecimento de vínculos afectivos, da construção da identidade, do desenvolvimento da comunicação e interação social.

Benefícios do exercício físico e da atividade física na gravidez e pós natal ­ Diminuição dos níveis de stress, ansiedade e depressão ­ Melhoria da auto estima, auto eficácia e imagem corporal ­ Diminuição das limitações físicas ­ Prevenção de lombalgias ­ Facilita a recuperação pós­natal ­ Fortalecimento dos músculos abdominais e dos membros superiores ­ Maior tolerância à dor ­ Recuperação do peso inicial mais rapidamente

Se por um lado a prática de exercício é benéfica para a criança, por outro deve evitar­se a sua elevada frequência e intensidade, o conhecido Overtraining infantil. Aquando o exercício excessivo, podem ocorrer infeções, perturbações do comportamento, dores na musculatura e articulações, retarda a puberdade, lesões e pode inclusivamente interferir no sistema imunológico. A promoção da prática de exercício no triângulo da criança, família, escola e comunidade mantém os estilos de vida adquiridos e contribui para a sua integração, favorecendo uma maior qualidade de vida e construindo a associação da prática do exercício ao bem­estar e ao brincar, com vista à sua continuidade. O exercício físico é efetivamente a chave da prevenção, mas sobretudo, da promoção da saúde e da qualidade de vida. É a vacina necessária à prevenção das doenças cardiovasculares, sendo sentido com prazer e sem obrigatoriedade.

Cláudia Madeira Psicóloga no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e Parentalidade – CADIP www.cadip.pt


IDEIA DO MÊS

Rir Mais

O

Riso pode ser um dos maiores aliados do nosso bem­estar. Já todos ouvimos que Rir é o Melhor Remédio! Por isso, nunca perca, juntamente com os seus filhos uma boa oportunidade para uma gargalhada.

O Riso surge mais facilmente quando estamos relaxados e quando conseguimos levar­nos a nós e à vida menos a sério! Mas nunca perdendo a profundidade da reflexão e da vida.


Literacia Digital


Hoje em dia, todas as gerações já se renderam às novas tecnologias de informação e comunicação, àqueles dispositivos intuitivos, portáteis, que do tamanho da palma da mão nos oferecem um mundo de oportunidades e desafios. As crianças não são exceção. As novas tecnologias têm revolucionado a forma como acedem à informação, aprendem, comunicam, relacionam-se, entretêm-se e divertem-se. Ao contrário dos seus pais, que tiveram de passar por um processo de adaptação e integração nas suas vidas destas ferramentas digitais, as novas gerações, convivem com as tecnologias como algo intrínseco à sua vida, como uma realidade que sempre conheceram e com a qual estão habituadas a conviver. Mas para que as crianças no futuro possam conseguir encontrar um certo equilíbrio saudável e tirar o melhor proveito destes ecossistemas mediáticos, nas suas vidas pessoais, académicas e profissionais, é necessário que desenvolvam um conjunto de novas competências, que vão muito para além do mero acesso ou uso de tecnologias e que incluem a capacidade de mobilizar a sua energia para

aprender, criar e partilhar conteúdos, saber pesquisar, saber avaliar fontes de informação e navegar em múltiplos ambientes. Devemos educar as crianças, não só para “saber mexer”, mas para saber lidar criticamente com os meios, as redes e as plataformas digitais, isto é, educar para a literacia digital. Literacia digital, define-se como a capacidade de acedermos aos media, de usarmos as novas tecnologias de informação e comunicação para desempenhar tarefas, adquirir conhecimentos, avaliar de forma critica os seus conteúdos, desenvolver potencialidades pessoais e participar ativamente na sociedade.


O objetivo de todos os pais é munir os filhos de competências fundamentais que lhes permitam crescer em conhecimento, autonomia e responsabilidade. Se por um lado compreendem a importância da convivência da criança com as novas tecnologias para que como os seus pares possa adaptar-se e vingar num futuro mais tecnológico, por outro vivem sentimentos contraditórios, de preocupação, de receio das consequências, dos riscos da mesma exposição. Os pais têm um papel fundamental na educação no âmbito das novas tecnologias e ambientes digitais. Devem envolver-se ativamente, mediar, supervisionar e acima de tudo promover competências para a criança saber lidar com os meios digitais de forma saudável e segura. A educação digital deve começar no exato dia em que a criança toma pela primeira vez o contacto com as novas tecnologias. Os pais devem dedicar algum tempo, atenção e energia, a incentivar a exploração conjunta dos dispositivos, a partilhar momentos de ecrã, mas também de aprendizagem e cumplicidade. Têm a obrigação de se envolver, como modelo, ser um exemplo! Se querem incentivar os filhos a desenvolver uma postura mais positiva, proactiva e critica face ao uso das novas tecnologias, devem ser os primeiros a refletir sobre os seus próprios comportamentos. Evitar cair na tentação de utilizar o tablet como babysitter em casa ou no restaurante, para a criança comer a sopa mais depressa, se entreter ou ficar mais tempo sentada no lugar. Nunca esquecer de regras básicas de convivência social, evitar comportamentos de multitasking, e por vezes, ser capaz de simplesmente desligar o ecrã e propor formas alternativas e saudáveis de passar os tempos livres.

Com as crianças mais novas devem apostar no uso de recursos tecnológicos, para realizar pesquisas orientadas para os seus interesses, descobrir sites pedagógicos, aplicações educativas e jogos de entretenimento divertidos. Com os adolescentes devem estar particularmente atentos à forma como os jovens gerem o seu tempo, estudam, e se movimentam nas diferentes redes sociais (o que comunicam, como comunicam, o que é público, o que deve ser preservado). Incentivar uma utilização mais construtiva e criativa. Para além do consumo de conteúdos, e naturalmente de acordo com o seu perfil individual, apostar em plataformas de programação, de criação e partilha de conteúdo.



Os pais, têm o dever de estar atentos, informados relativamente ao uso que os filhos dão às novas tecnologias, perceber quantas horas por dia passam à frente de um ecrã, que plataformas utilizam, quais os seus jogos favoritos, em que redes sociais estão registados, o que partilham, com quem comunicam…

Só num clima de confiança e reciprocidade será possível desenvolver estratégias para proteger as crianças e jovens de conteúdos inapropriados e fomentar a adoção de boas práticas.

Por muito que as crianças e adolescentes, se sintam informados e esclarecidos, nunca é demais recordar os princípios básicos a serem cumpridos! Para concluir, a tecnologia representa na vida das crianças um conjunto de riscos, mas também uma infinidade de oportunidades. Apesar dos receios, o papel da família não deverá ser limitar, policiar, privar, proibir, mas promover uma boa educação digital. Crescer juntos é crescer melhor!

Tal como em qualquer outra atividade, é importante estabelecer regras e definir limites, para no fundo, de acordo com a idade e perfil de utilização das tecnologias, conseguir chegar-se a um consenso e a bom equilíbrio entre permissões e proibições impostas. Sempre que possível, os pais devem evitar uma postura demasiado autoritária ou excessivamente tolerante e permissiva, apostar no diálogo e envolver toda a família na discussão. Em vez de proibir, ou dizer não porque não, experimentar explicar os motivos das suas opções. É fundamental criar espaço para que os mais novos possam também e de acordo com a sua própria experiência, expressar o seu ponto de vista. O importante é no final conseguir um bom compromisso entre todas as partes. Uma boa estratégia para assegurar que com o tempo, as regras não fiquem esquecidas, é celebrar um contrato, um documento onde deverão constar todas as regras escritas com clareza e personalizadas para cada elemento da família.

Inês Cabrita Terapeuta no Centro de Desenvolvimento Infantil do Porto Autora do Blog Aprender na Ponta dos Dedos http://aprendercomosdedos.com/t


Fevereiro

O QUE QUERO SER, POR UM DIA?


O QUE OS MEUS FILHOS

me ensinam

REFLEXÕES DE UMA MÃE


A maior aprendizagem que tive, e que tenho TODOS os dias é, … a lição do AMOR INCONDICIONAL. No verdadeiro sentido da palavra! O AMOR que sinto pelos meus filhos é tão grande, mas TÃÃÃÃÃÃÃO GRANDE que nem consigo explicar por palavras o tamanho dele… simplesmente porque é infinito. É uma coisa que é maior que tudo… que só de pensar, fico com os olhos a brilhar e com pele de galinha. Coitados… coitados daqueles que não têm filhos… coitados porque não sabem o que perdem, não sabem mesmo, mas, claro, não têm como saber, pois um amor por um filho é algo que se sente, que se experiencia e que não dá para explicar a dimensão do mesmo. Antes de ser mãe, algo que sempre desejei (mesmo antes da maternidade despertar), fazia­ me impressão, confusão e até medo, que se podia amar mais um filho do que outro. Mas não, não é assim que funciona, não no meu caso, pelo menos. É verdade que se tem uma relação especial, diferente com cada filho individualmente, mas isso não a qualifica, nem quantifica o Amor de uma mãe por um filho, não no meu caso, pelo menos. Neste aspecto, os meus filhos reforçaram­me o ensinamento de que cada um é um, não há uma pessoa igual, mesmo aqueles que são filhos de um mesmo pai e de uma mesma mãe. Ensinaram­me que, se ama infinitamente cada filho, cada um com as suas diferenças, com as suas características, com a sua sensibilidade…. Mas isso não diminui o AMOR de uma mãe para cada um dos seus filhos. Todos os dias me derreto com eles, com o meu menino de 9 anos e com a minha princesa de 6 anos. Eles ensinam­me TODOS os dias que é possível amar cada vez mais….porque sim, o meu amor por cada um deles, ontem, é inferior ao amor por cada um deles amanhã… e cresce mais e mais, TODOS OS DIAS.

Esta, é sem dúvida, a maior aprendizagem que tenho e que vivencio, graças aos meus filhos…. o AMOR INCONDICIONAL por eles. Mas eles ensinam­me também outras coisas… “pequenas” coisas do dia­a­dia. Por exemplo: quando a minha filha me diz: “mãe, sabes porque é que eu sei que gosto dele?? Porque eu penso nele a toda a hora…quer dizer, menos quando a professora está a ensinar­nos algo na sala de aula”. Neste caso, não é um ensinamento propriamente dito, mas sim um relembrar de algo que sabemos, mas que por vezes nos esquecemos. Se pensamos muito numa pessoa, é porque realmente essa pessoa é importante para nós, é sinal que nós gostamos dessa pessoa, mesmo que estejamos a pensar nela porque ela nos magoou ou desiludiu. Se calhar, é melhor irmos falar com ela. Outro “ensinamento” que eles me dão (relembram­me, na realidade), é o de ser criança. ADORO quando vamos ao shopping e fazemos uma corrida até lá ao fundo, mas cada um de nós só pode pisar nos mosaicos da mesma cor (preto, bege e cinzento)....é maravilhoso ver as pessoas a olhar para nós admiradas. Algumas sorriem e percebem o que estamos a fazer, outras resmungam… esses eu tenho a certeza que desejam na realidade estar no nosso lugar a divertir­se tanto quanto nós. Todos nós sabemos que os miúdos na escola entram em picardias, brincadeiras e até mesmo umas certas agressões. O tema das agressões é talvez das coisas mais difíceis de um progenitor “ensinar a lidar”. Acredito que a maioria de nós transmitimos os princípios de “o caminho é falar e resolver os atritos com os colegas com base no diálogo”, “resolver as coisas com empurrões e agressões, não te leva a nada de bom, pelo contrário”, “agressão, gera agressão”, “ouve o que tem a dizer o outro e explica o teu ponto de vista”, mas confesso… este argumento é sempre delicado e nem sempre fácil de digerir.



Quando um filho teu … o teu menino, o teu tesouro…. te diz que, um menino mais velho (maior e mais pesado) o encostou a uma parede, encurralando­o e começou a bater­ lhe…. ggggggrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, que vontade!!! Rebobinas a conversa, fazes com que te explique TODOS os detalhes e quando vês que efectivamente o outro menino abusou, perguntas­lhe: e porque é que tu não te defendeste, porque não reagiste?? E ouves a resposta de: porque tu dizes que não posso bater a outros meninos!! Ouch… esta doeu!!! E continuo eu a conversa: “é verdade, filho, não devemos bater nos outros, devemos respeitar sempre todos…mas também temos de nos respeitar a nós próprios. Podes reagir… DEVES defender­te…mas não te esqueças que, toda a nossa atitude tem um impacto no outro, seja ela boa ou menos boa, mas é sempre uma resposta ao nosso impulso, à nossa reacção, à nossa energia”. Neste caso, o meu filho ensinou­me que não posso somente focar o meu ensinamento no respeito pelos outros, mas também por nós próprios. É fundamental. Pode parecer egoísmo, egocentrismo, mas não é, acreditem. O respeito por nós próprios é tão ou mais importante que o respeito pelos outros. Eu sigo o meu caminho e tento ajudar (e não impor!!) os meus filhotes a seguir o deles. Eu ensino/TRANSMITO a minha verdade e justiça, mas por vezes apercebo­me que lhes estou a transmitir algum ensinamento, sendo que eu nem sempre o utilizo, com a regularidade devida. Quando a minha princesa me diz: ­ sabes mãe, hoje a minha amiga disse aos outros meninos para não brincarem comigo, porque eu não me tinha sentado ao lado dela. ­ E porque não te sentaste ao lado da tua amiga, filhota?…

Porque ela tira coisas aos outros meninos e depois diz que são dela e eu não gosto desse seu comportamento – responde ela de olhos cabisbaixos. ­ e já lhe disseste isso, filhota ? ­ não, mãe… não tive coragem Estive ali um pouco a debater esta questão com ela e a explicar­lhe que devemos dizer aos outros o que pensamos, de um modo delicado e claro, mas expondo o nosso parecer, a nossa opinião, mesmo que contrária à dos nossos amigos. “isso é mais fácil dizer do que fazer, mãe!!” Eu sei princesa, entendo­te perfeitamente… mas temos de nos esforçar. Vais ver que te vais sentir muito melhor em seres verdadeira com ela, do que ficares com essa sensação aí dentro do teu coraçãozinho. “tinhas razão mãe, afinal não foi assim tão difícil dizer­lhe o que pensava. A atitude dela não mudou, mas eu senti­me com o coração mais leve”. Uma das coisas que os meus filhos me ensinaram há pouco tempo foi a descoberta da meditação. O stress do dia­a­dia, a correria da vida, a falta de tempo para nós próprios….preciso relaxar… por mim…mas também por eles, pois eles são SEM DÚVIDA um reflexo da energia que emitimos. Está a ser um caminho tranquilo… um passo de cada vez, mas a pôr em prática um dos ensinamentos que lhes transmito…insiste, persiste e não desiste. Outra coisa que eles me ensinam, apesar de não o poder vivenciar na íntegra, é o Amor de irmãos. Nós os 3 vivemos com o meu pai e, tanto eu como o meu pai, somos filhos únicos. Ao meu pai ainda lhe faz um pouco de “espécie” aquela picardia entre irmão mais velho com irmã mais nova, aquela gritaria toda entre eles, aquele mix entre raiva e Amor.


Eu derreto­me sempre quando os vejo a abraçarem­se, quando vejo que se despedem de manhã, sorrio interiormente quando ralho com um deles e o outro vem em sua defesa. É verdade que não vivencio directamente o sentimento de amor entre irmãos, pois de sangue não tenho nenhum, mas testemunho todos os dias o que isso é e tento orientá­los nesse Amor de cumplicidade, respeito e de, também ele, Amor incondicional. Claro que também nos ensinam coisas da escola, matéria da qual já não nos lembramos e outras que não sabíamos mesmo (felizmente estão bem mais orientados do que estávamos nós na altura, para a sustentabilidade e reciclagem). Dei por mim este ano a estudar história de Portugal… coisa que na altura eu detestava (“eles já estão todos mortos, quero lá saber o que fizeram”. Como eu era tonta… mas também isso faz parte)!! Dou por mim a fazer fatos de Carnaval para o desfile da escola, a tentar inventar… telefonemas para a professora, para mães de outros colegas para tentar arranjar uma solução, no pouco tempo livre que tenho. Ufaaaaaa, uma correria, mas lá vou dando conta do recado. Infelizmente, por vezes, o resultado não é o mais esperado, principalmente pelo meu filhote, pois faz sempre comparações com os dos colegas.

Lá lhe explico que tenho algumas diferenças no tempo livre em comparação com outros pais, que talvez na semana passada não tive tempo de o fazer, que ontem estava com dores de costas, mas tive de fazer na mesma o jantar…enfim, exponho­lhes a realidade da nossa casa, da nossa família, sem que hajam coitadinhos ou vítimas. “É assim a nossa vida e, sinceramente… não acho que seja assim tão má” – remato eu por vezes as lamentações deles. Estas chamadas de atenção dos meus filhotes por estas “pequenas falhas” que vou tendo, ensinou­me que também eu posso errar… que faz parte… que é humano. Coisas tão óbvias, mas que por vezes nós mães nos esquecemos e teimamos em ver somente o que não conseguimos fazer, em vez de darmos valor aos milagres diários que fazemos. Eles ensinam­me a não me esquecer que eu sou apenas humana. Houve uma altura da minha vida em que tudo desabou….. puff, fiquei com a vida de pernas para o ar… a minha vida levou uma volta de 180º. Lembro­me que nessa altura, havia noites em que chorava sozinha e tinha as minhas discussões com Ele e a certa altura eu gritava: “nem sequer posso desaparecer, porque eles dependem de mim!!!” e isso deixava­me ainda mais danada com a vida.


Mas eu não parava… não podia… continuava sempre em frente, no meu caminho, nas minhas lutas. Quando hoje olho para trás, penso: “uauuuu”. Reconheço o meu mérito, mas sei que os meus filhotes me ajudaram, e continuam a ajudar­me todos os dias. O que eles me ensinam neste caso, é que nós somos mais fortes do que acreditamos, conseguimos ir mais além do que pensamos e que temos uma força inimaginável. Eu acredito que nós temos sempre algo a aprender uns com os outros, miúdos com graúdos, homens com mulheres, animais e humanos… acredito que há uma troca entre todos nós e que com essa troca podemos evoluir. A relação de filhos com pais é algo muito intenso, algo que dura uma vida, algo que está sempre em evolução. Não há manuais, não há regras fixas, não há certezas, não há um filho igual a outro, assim como não há mães iguais. Os meus filhos ensinam­me todos os dias…..a ser MÃE.

Assinado: Maria Pedro…. Uma mãe babadíssima com os seus filhotes

Por| Maria Pedro Baptistat


BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA

Piódão

NOMADIC

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Sim, temos lugares fantásticos em Portugal! Daqueles de tirar a respiração e perceber com espanto e felicidade : Este lugar existe mesmo! A Rota das Aldeias de Xisto permite­nos conhecer belos e variados lugares, mas vamos destacar aqui o Piódão. O Piódão situa­se na encosta de um dos muitos vales da Serra do Açor, no Concelho de Arganil, e é Património Mundial da Unesco, possuindo praticamente na sua totalidade, casas em xisto. O encanto descobre­se andando pelas ruelas que sobem e descem em acentuadas inclinações e que nos permitem apreciar a beleza da aldeia, mas também da serra circundante. De noite, a percepção é de estarmos perante um presépio iluminado, em ponto real, que fará certamente as delícias de crianças e adultos. Lugar para encontrar um outro ritmo, uma outra calma, com percursos pedestres que possibilitam um grande contacto com a Natureza, e consigo mesmo. Um dos percursos pedestres mais interessante é o que se faz entre o Piódão e Foz d’Égua.

A aldeia descobre­se, e surgem as portas e janelas azuis, os bons queijos, e a vista magnífica de duas esplanadas centrais. Um lugar a não perder!

Onde ficar: Casa da Padaria www.casadapadaria.com INATEL Piódão www.inatel.pt


E QUANDO AS CRIANÇAS FALAM DE

AUTO-ESTIMA?


Sou feliz porque me acho confiante e útil e isso faz­me ter uma boa auto estima e gostar de mim. Claro que às vezes sou teimoso e egoísta mas, lá no fundo, acho que sou boa pessoa. A amizade, o amor e a alegria são os meus sentimentos favoritos. Sinto­me muito mal quando me ofendem ou dizem algo de mal sobre o meu esforço e dedicação e por isso faço tudo para isso não acontecer e dou o litro. Adoro receber elogios sobre mim e sobre o meu trabalho . Sou uma pessoa com "imensa auto estima". Rafael, 12 anos

Eu gosto de ser uma pessoa simples. Não gosto que me gozem e gosto de receber elogios. Pedro, 10 anos

Eu acho que a minha auto estima é suficientemente boa. Sou confiante e, mesmo quando sei que vou perder, tento dar a volta. Gosto de ouvir comentários bons e agradeço a quem os diz. Quando recebo comentários menos bons tento perceber o que posso fazer para melhorar. Sou competitivo, detesto perder, mas quando perco não fico chateado. Consigo controlar­me bem, não é fácil porem­me irritado. Quando tenho um problema tento sempre dar a volta à coisa. Adoro sentir­me bem, interagir com as pessoas sem nenhuma coisa a atrapalhar e a deixar­me preocupado. Resumindo, sou um rapaz normal que gosta de aproveitar a vida bem! Martim, 14 anos

Gosto da pessoa que sou. Para mim sou fixe e acho que os outros também vêm isso em mim, não sei. Sou uma pessoa normal no mundo, significo o mesmo que muitas outras, mas acho que sou diferente dos outros. Quando alguém se sente mal comigo, sinto­me triste, mas quando me dão elogios fico muito feliz. Pedro, 10 anos

Gosto da pessoa que sou e sinto­me bem. Acho­ me simpático mas não sei se as pessoas me vêem assim. Acho que tenho potencial mas preciso de me portar melhor. Quando alguém se aborrece comigo eu sinto­me mal e tenho necessidade de pedir desculpa. Quando me elogiam fico muito feliz e dou um elogio de volta. Rodrigo, 10 anos

Gosto de mim e sinto me bem com as pessoas. Elas acham­me engraçado porque sou como sou. Quando dizem bem de mim fico muito feliz. Tiago, 10 anos

Gosto de mim. Acho que sou fixe e também acho que os meus amigos acham a mesma coisa. Quando alguém me elogia fico feliz e gosto de retribuir. Bernardo, 10 anos

Conclusão : sentimo­nos bem quando dizem bem!


Chi KUNG


...e as crianças Submeter­se à eterna harmonia do movimento e da quietude. Isto é Qi Gong (Chi Kung) Hoje de regresso ao tema, vamos lembrar um pouco algumas noções do que é o Chi Kung. De uma forma simplista qi­ significa energia e gong – prática. O Chi Kung é então uma ginástica terapêutica muita antiga, cuja prática remonta à China há mais de 2.000 anos. Foi uma disciplina originalmente desenvolvida por monges budistas e taoístas com o objectivo de estabelecer um sistema para melhorar a saúde do ser humano e aumentar a sua longevidade. É por isso um método preventivo e curativo que permite reforçar o sistema imunitário, porque aumenta a circulação energética e sanguínea do corpo dirigindo­a e canalizando­a através dos meridianos de acupunctura.

A Medicina Tradicional Chinesa de que o Chi Kung faz parte, tem como princípio básico que toda a enfermidade é consequência de um desequilíbrio de energias. Através de simples exercícios dinâmicos de Chi Kung, acompanhados de técnicas respiratórias e concentração mental específicas podemos reequilibrar o potencial energético do nosso organismo.

No mundo em que vivemos actualmente, para além da pressa e correria a que somos obrigados, e porque também fazemos parte de uma sociedade que valoriza a cultura teórica e a imagem exterior em detrimento de capacidades mais sensíveis e subtis, a prática do Chi Kung favorece o desenvolvimento das nossas capacidades intuitivas e criativas. A quietude alimenta a inteligência Tchouang Tsen As crianças são particularmente sensíveis a esta maneira de ser porque estão mais centradas no presente, o pensamento e o diálogo interior não perturbam a sua atenção, estão mais próximas da sua essência. No entanto elas também vão sendo cada vez mais vítimas desta aceleração e desta perda de sentido das nossas vidas e por vezes debaixo da sua aparente despreocupação escondem uma grande fragilidade emocional. As emoções nos seus excessos – a cólera, a excitação, a tristeza, a inquietação, o medo, todas elas, se persistentes, também nas crianças tendem a somatizar­se em doenças ou em transtornos de comportamento.


Descobrir o seu próprio corpo, adquirir noções de calma, de paz, aumentar a concentração, ter acesso ao bem­estar e à harmonia, eis o que o Chi Kung lhes pode trazer. E isso é trabalhado através de jogos de coordenação, concentração e improvisação, juntamente com formas de Chi kung mais clássicas para crianças como o “Chi kung dos animais”, “ dos olhos”, a emissão de sons terapêuticos.

No plano físico . tratar alguns transtornos patológicos: má digestão, acidez, diabetes, dores de cabeça, falta de apetite . tratar transtornos relacionados com a visão (miopia, estrabismo, estigmatismo). Para adultos, crianças e idosos, a prática regular do Chi Kung pode trazer enormes benefícios, reforçando o nosso sistema imunitário e regulando as nossas emoções, permitindo cuidar de nós com alegria, amor e carinho.

Em resumo, os benefícios do Chi Kung para as crianças, que pode ser iniciado a partir dos 5 anos, são de dois tipos: No plano mental . aprender a canalizar a energia . aprender a libertar­se das emoções negativas . desenvolver a concentração . desenvolver a auto­estima e a confiança . aprender a controlar o nervosismo, a agressividade, a angústia.

Helena Maciel Formação em Chi Kung



O Canto do

LEITOR

Porque ler é o melhor remédio!

ZÉLIA ÉVORA

CRISTINA VALENTE

Através das sugestões de Zélia Évora descubra os benefícios desta prática, com ideias criativas para realizar.

Por vezes não é fácil saber o que pensam os nossos filhos, mas aqui vai um guia para poder ajudá­lo.

FERNANDO ALBERCA

ANNA LLENAS

A adolescência por vezes assusta muitos pais. No entanto, é possível passar por esta fase com tranquilidade. Descubra como.

Com muitas ideias criativas e proporcionando uma experiência artística, descubra e trabalhe as suas emoções.



LETRAS

RUBRICA Mensal

DO CORAÇÃO

JÁ LHE ACONTECEU? Atualmente são­nos “exigidos” tantos papéis como o número de neurónios que possuímos. Mas, ao contrário destes, esses papéis não morrem. Persistem até à nossa singular finitude existencial. Um novo dia. Acordo com o som suave mas incómodo do despertador. Um novo dia, novas possibilidades, perspetivas e aprendizagens. Tudo ficou preparado no dia anterior para agilizar esta aurora que se pretende o mais tranquila possível. Eis que acordo dez vezes a filha de 7 anos, que teima em permanecer na cama... tic, tac, tic, tac e os minutos a passar. A bebé de 2 anos de sorriso aberto, teima em recusar a roupa que com tanto carinho escolhi no dia anterior. Mal tempo tenho para me olhar ao espelho, no entanto, vejo de soslaio as olheiras que pedem socorro e pelo menos mais umas 10h de sono! Engulo um copo de água em jejum, ponho o pequeno­almoço na lancheira e peço a maior colaboração possível ao Pai que, entretanto se perdeu na casa de banho. ­ Estou de saída. ­ Já?! Exclama ele com admiração. Mas ainda falta… diz com um ar desesperado. Dou beijinhos repenicados a cada um e, saio como se de foguete me tratasse, com aquela sensação que fica algo em falta. Acredito que este início de dia seja semelhante ao de tantas outras famílias. Há uma pressa que move o Ser Humano, procuro entender para onde!

No caminho rio com as piadas que oiço na rádio…a fila de carros interminável à minha frente. Respiro fundo e penso: ­ vou chegar novamente atrasada! Rendo­me às evidências e procuro relaxar. No trabalho, o frenesim continua. São tantas as solicitações, que decido fazer uma pausa de 15 minutos. Relativizo, respiro fundo, conto até 10 e reestruturo os pensamentos. Centro­me no essencial. Sou tocada por histórias de vida complexas e situações de doença graves. Desenrolam­se momentos de grande partilha e Humanidade. Trabalhar num hospital, permite um processo de grande valorização das relações humanas e da própria vida! Entendo como é ténue a linha entre a normalidade e o caos. Os papéis que adquirimos ao longo da vida funcionam como um acumular de funções. Chego a casa depois de ir ao supermercado, levar as crianças à atividade extracurricular, os duches, o jantar. A história antes de dormir. Os 5 minutos no sofá antes de adormecer. É preciso parar, haverá outro modo de vida? Acredito que sim. Há pouco tempo um Amigo enviou­me a seguinte mensagem: “a felicidade não é um destino. É um modo de vida. ” Encontrar novas formas de pensar sobre algo é fundamental para vivermos de uma forma mais feliz. A libertação está na reinvenção das nossas ideias, o que, consequentemente, se traduz em novas formas de vida que nos permite sermos mais inteiros. Ao questionar e nos colocarmos em causa, damos espaço para o novo. Este alberga tantas hipóteses quanto maior for o tamanho dos nossos sonhos. Hoje, vou ler a história para as minhas filhas na minha cama e adormecer com o quentinho dos seus corpos encostados ao meu. Por| Vânia Cardoso



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hora de dormir Contos ERA UMA VEZ um príncipe que viajou pelo mundo inteiro à procura da princesa ideal para se casar. Tinha de ser linda e de sangue azul, uma verdadeira princesa! Mas depois de muitos meses a viajar de país em país, o príncipe voltou para o seu reino, muito triste e abatido pois não tinha conseguido encontrar a princesa que se tornaria sua mulher. Numa noite fria e escura de inverno, quando o príncipe já pensava ser impossível casar com uma princesa, houve uma terrível tempestade. No meio da tempestade, alguém bateu à porta do castelo. O velho rei intrigado foi abrir a porta. Qual não foi a sua surpresa ao ver uma bela menina completamente molhada da cabeça aos pés. A menina disse: “poderei passar a noite aqui no seu castelo, senhor? Fui surpreendida pela tempestade enquanto viajava já de volta para o meu reino. Estou com fome e frio e não tenho onde ficar…”. O rei desconfiado perguntou: Sois uma princesa? A princesa respondeu timidamente: “Sim, senhor”. “Então entrai, pois seria imperdoável da minha parte deixar­vos lá fora numa noite como esta!” Respondeu o rei, não muito convencido de se tratar mesmo de uma princesa. Enquanto a princesa se secava e mudava de roupa, o rei informou a rainha daquela visita inesperada. A rainha pôs­se a pensar e, com um sorriso matreiro, disse “vamos já descobrir se se trata de uma verdadeira princesa ou não…”. A rainha subiu ao quarto de hóspedes onde ia ficar a princesa e, sem ninguém ver, tirou a roupa de cama e colocou por baixo do colchão uma ervilha. De seguida colocou por cima da cama mais vinte colchões e edredões e, finalmente, a roupa de cama.

Então, desceu a escadaria e dirigiu­se à princesa, apresentando­se, e dizendo amavelmente: "Já pode subir e descansar. Amanhã falaremos com mais calma sobre a menina e o seu reino"… A princesa subiu e deitou­se naquela cama estranha que mais parecia uma montanha! Na manhã seguinte, a princesa desceu para tomar o pequeno almoço. O rei e a rainha já estavam sentados à mesa. A princesa saudou os reis e sentou­se. Então a rainha perguntou: "Como passou a noite, princesa?" A princesa respondeu: “Oh, a verdade é que não consegui dormir nada naquela cama tão incómoda… senti qualquer coisa no colchão que me incomodou toda a noite e deixou o meu corpo todo dorido!" O rei levantou­se e, muito ofendido, exclamou: “Impossível! Nunca nenhum convidado se queixou dos nossos excelentes colchões de penas!" Mas a rainha interrompeu­o e disse com um sorriso: “Pode sim!” E explicou ao rei o que tinha feito para ver se realmente se tratava de uma princesa ou alguém a querer enganá­los. A rainha levantou­se e disse a todos:” Só uma verdadeira princesa com uma pele tão sensível e delicada é capaz de sentir o incómodo de uma ervilha através de vinte colchões e edredões!”. O rei e a rainha apresentaram a princesa ao seu filho o príncipe e ele, mal a viu, ficou logo perdido de amores. Ao fim de alguns dias, o príncipe casou com a princesa, com a certeza de ter encontrado finalmente uma princesa verdadeira que há tanto tempo procurava. A partir daquele dia, a ervilha passou a fazer parte das jóias da coroa, para que todos se lembrassem da história da princesa ervilha.


Criar desenhar pintar

Estamos no mês do Carnaval, mês para nos divertirmos e podermos ser o que quisermos. Trago­te algumas sugestões para animar a brincadeira: boneca, pirata, homem aranha e borboleta. Mas vais precisar da ajuda de um adulto. Vejamos o material necessário. A maquilhagem da tua mãe, da tua avó, da tua tia, etc… O mais importante é que te divirtas. Bom Carnaval! por | Diana Banha | DiStyle StyleDi

Boneca 1 – Começa por fazer os contornos. Faz 2 círculos dos olhos para baixo e desenha umas pestanas. Faz um contorno na boca tal como vês na foto.

2 – Depois dos contornos feitos faz o preenchimento. Nos olhos preenche com branco e a boca pinta de vermelho ou cor de rosa bem forte.

3 – Para terminar, faz umas rosetas e coloca umas pintinhas por cima.


Cão

1 – Começa por desenhar em branco 2 orelhas, que começam no topo das sobrancelhas e vão até aos maxilares. Depois desenha o focinho, mas no lábio de baixo deixa um espaço sem nada, para colocarmos a língua. 2 – Com um lápis castanho ou preto, desenha um contorno à volta das manchas brancas que acabaste de fazer. Faz um círculo num dos olhos e preenche­o com o lápis ou com sombra da mesma cor. Ao longo do rosto vai fazendo manchinhas. No focinho, faz umas pintas e uns bigodes. Num canto da boca e com o batom vermelho desenha uma língua.


1 – pinta a cara toda de vermelho, à excepção dos olhos.

2 – Pinta a zona dos olhos de branco. Faz um círculo que saia ligeiramente da zona do olho.

3 – À volta da mancha branca, faz um contorno largo com um lápis preto.

4 – Com o mesmo lápis, faz riscas na diagonal do centro dos olhos até à extremidade da cara, para compores a teia e depois faz pequenos traços na perpendicular.

Homem Aranha


Pirata

1 – Desenha uma tira vermelha na testa e faz uma ponta de lado, como se de um lenço se tratasse. E decora com umas bolinhas brancas. 2 – De seguida faz os contornos do lenço que acabaste de pintar e das bolinhas. Num dos olhos pinta com um lápis preto ou com sombra uma pala sobre o olho e não te esqueças da tira que segura a pala. Do outro lado do rosto desenha uma cicatriz. Borboleta

1 – Desenha os contornos da borboleta, utilizando o nariz como o corpo da borboleta. Fazendo as antenas no sentido da testa. Desenha 2 asas grandes na parte superior da testa e 2 mais pequenas por baixo.

2 – Utiliza as cores de sombras que tiveres, sendo que deves aplicá­las da mais escura para a mais clara e do centro para as extremidades. Diverte­te.


QUARTOS PARA CRIANÇAS


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E levo um pouco da crianรงa que fui, para cada lugar que vou...



relaxamento CRIANÇAS

Apenas pensa em descansar agora ... relaxar ... Sentes­te sonolento ... Imagina um lugar seguro e pacífico na tua imaginação ... imagina um local tranquilo, feliz, na terra dos sonhos ... Ele está à espera que tu adormeças ... Tantos sonhos felizes terás. Estás sonolento ... Muito relaxado ... É tão agradável relaxar ... e adormecer ... Tão seguro e agradável ... Tão confortável ... Vamos relaxar agora. Estica os braços até acima da tua cabeça ... estica o corpo muito alto. Agora deixa os teus braços descansar. Coloca­os ao teu lado, sem apertar. Volta a fazer a mesma coisa, mas desta vez, respira quando chegares lá ao alto. Esticar ... e agora respirar. E coloca os braços ao lado do corpo. Mais uma vez, braços para cima, respirar ... e relaxar, braços para baixo. Vê como a tua respiração te relaxa, fica mais lenta. Vamos fazer mais umas respirações profundas. Inspira ...Mantém ....e agora deita o ar fora. Continua a respirar profundamente e lentamente. Vamos continuar. Coloca uma mão sobre o peito e uma mão sobre o estômago. Sente as tuas mãos a moverem­se para cima e para baixo enquanto respiras ... Em cada respiração. (Pausa) Agora descansa as mãos ao lado do corpo.


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PRIMAVERA!


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