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ZEN KIDS

J A N E I R O

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E D I Ç Ã O

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FAMÍLIA| EDUCAÇÃO| BEM-ESTAR

Compaixão Um caminho para a felicidade

Ambiente e Terapia de Sono para bebés e crianças

W W W . Z E N - K I D S . O R G


Nr. 18 | Janeiro de 2018 DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org

COLABORADORES Thaís Guedes; Telma Anselmo; Cátia Lopes; Jessica Pinto; Ana Maria Pereira

IMAGENS Pixabay, Photl

PERIODICIDADE Bimensal

SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com

www.zen-kids.org 2710-632 Sintra

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revista ZEN KIDS

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CONTEÚDO NÚMERO 18

NESTA EDIÇÃO Editorial 6

Agenda 8 Ambiente e Terapia de Sono para Bebés e Crianças 10

Gratidão 25

Compaixão: um caminho para a felicidade 28

A Caminho da Escola 46

Relaxamento para Crianças 54

Atividades Hygge com os filhos 16



SARA MORGADO

EDITORIAL Depois de uma pausa de alguns meses, estamos de volta. E haverá melhor altura para recomeçar do que no início de um novo ano? E porque voltamos? Porque existe esta publicação? Para além de ser uma vontade antiga que me fez sorrir e me entusiasmou quando a comecei a materializar, esta revista é de todos. A contribuição que tantas pessoas tiveram e têm nela é essencial e responde à vontade de que possamos refletir mais e melhor sobre a educação, com abertura para todos e na tentativa de chegar a pais, profissionais e todas as pessoas que de alguma forma estão em contacto com crianças. Estamos no início de um novo ano. Nesta altura abrimo-nos a novas intenções e desejamos fazer do novo ano um bom ano. Importa pensarmos que um ano bom, faz-se todos os dias. E que isso não significa que momentos menos bons não estejam presentes.

Relembrando as palavras de Viktor Frankl (um daqueles seres que me inspira, Viktor Frankl foi um psiquiatra que viveu nos campos de concentração nazis), “Tudo pode ser tirado a uma pessoa, excepto uma coisa: a liberdade de escolher a sua atitude em qualquer circunstância da vida”, ou ainda “Quando a situação for boa, desfrute-a. Quando a situação for má, transforme-a. Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se”. Nesta última frase está a essência da beleza de todas as experiências vividas. Todas elas são boas, independentemente de as vermos inicialmente dessa forma, dada a aprendizagem que podemos retirar delas, e o processo de crescimento que as mesmas abrem em nós. O que não significa fechar os olhos para o sofrimento que nos pode causar, mas sim aprender a crescer COM ele. Na verdade, talvez esta seja uma forma de estar e viver a vida. Encontrando beleza em todas as experiências. Já experimentou realmente viver assim? Assim, neste novo ano, viva plenamente as alegrias, sucessos e bons momentos e nos aparentemente menos bons, que tal relembrar esta reflexão? Desejo-vos um ano de crescimento interior e de muitos sorrisos. De coração!

Sara



AGENDA

JANEIRO 4 15

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7

Larasati, ou canções de adormecer estrelas | 4 Janeiro a 2 de Fevereiro | Museu da Marioneta

L’enfant et les sortilèges| 16h| Teatro Nacional S. Carlos

Cidades Imaginárias| 6 aos 14 anos| 11h | Centro Cultural de Belém

7

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13

Vamos fazer Docinhos Reais| Especial Dia dos Reis| 10h30 | Espaço Saúde Med

"Baby Van Gogh’: dialogar a arte| 11h às 12h| Atmosfera m

Oficina MAAT Campos Magnéticos| MAAT

LISBOA UM BOM MÊS!



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Ambiente e Terapia de Sono para Bebés e Crianças Assim como uma mãe/pai procura a melhor escola, a melhor alimentação para o seu rebento, também deve procurar propiciar todas as condições para um sono em pleno.

Sou Psicóloga e ao começar a trabalhar com grávidas e recém pais, percebi que é frequente não pensarmos como vamos criar um ambiente de sono saudável, para os bebés e crianças. Assim como uma mãe/pai procura a melhor escola, a melhor alimentação para o seu rebento, também deve procurar propiciar todas as condições para um sono em pleno. E foi nesse momento que descobri a minha paixão profissional – especializei-me em Terapia de Sono Infantil (crianças até aos 5 anos), na International Maternity&Parenting Institute, no Canadá. O sono dos mais pequenos é em distinto do nosso e a

maioria dos bebés apresenta problemas de sono comuns: a. Na hora de ir para a cama, têm dificuldade em adormecer; b. Acordam inúmeras vezes durante a noite, e por longos períodos de tempo; c. Acordam cedo, dormem em média/por dia, 3 horas a menos do que seria o ideal para a idade, multiplicando por 1 mês são 93 horas de privação de sono!; d. Têm dificuldade para dormir as sestas, e dormem sestas curtas. A Terapia de Sono é uma área recente no mundo e consiste em:


Tendo sempre em mente que cada bebé é diferente e único, habitualmente os bebés aos 3 meses começam a desenvolver um padrão mais regular de sono


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1. Conhecer os horários, rotinas e hábitos de sono da família; 2. Identificar as dificuldades; 3. Elaborar um plano de acção, para os pais/cuidadores do bebé implementarem em casa; 4. Ter sempre em consideração as expectativas, a dinâmica familiar e o estilo de parentalidade – porque cada família é única! Se o plano for implementado pelos pais e cuidadores do bebé (normalmente por 10/15 dias), com dedicação, consistência e muito amor, será bem sucedido. Existem medidas que servem como código postal para um sono saudável, como priorizar-se o sono de toda a família, cuidar do ambiente de sono, cumprir horários consistentes, criar rotinas, ter em atenção a alimentação, implementar um ritual adequado antes de ir para a cama, fazer sestas regulares e adequadas à fase de desenvolvimento da criança.

Sono é importante dotar os pais de informação para poderem decidir o melhor! O pretendido no final do plano é que a criança se sinta segura e consiga dormir bem, que faça a sua própria aprendizagem, que alcance esta habilidade!

Certas opções que os pais fazem sobre o ambiente de sono vão influenciá-lo, aspectos a ter em consideração são o nível de silêncio/barulho, a temperatura, luz, conforto (colchão, medidas de segurança, etc.), evitar televisões, computadores e outros aparelhos electrónicos….

Em seguida partilho uma tabela com o número de horas de sono desejável para cada faixa etária, de forma a ser orientativa para que possam proporcionar um sono saudável ao vosso bebé, quer de dia, quer de noite!

Qualquer possibilidade de escolha para proporcionar um melhor ambiente de sono deve ser pensada e devem ser discutidas as vantagens e desvantagens. Em Consultoria de

Tendo sempre em mente que cada bebé é diferente e único, habitualmente os bebés aos 3 meses começam a desenvolver um padrão mais regular de sono. A diminuição do número de mamadas acompanha este processo de regularização e também o acelera. De acordo com especialistas por volta dos 4 a 6 meses a maioria dos bebés está pronto para dormir ente 9-12 horas à noite. Mas o sono deles tem muitas nuances… O sono dos bebés nos primeiros 5 anos é bastante mais dinâmico e variável do que o do adulto.

Ana Maria Pereira Consultora de Sono Materno Infantil https://www.facebook.com/AMP.Terape utaSonoBebes/


IDADE SONO DIA SONO NOTURNO 1 semana 8 horas 8h15 1 mĂŞs 7 horas (3 sestas) 8h30 3 meses 5 horas (3 sestas) 10h 6 meses 4h15 (2 sestas) 11h 9 meses 3h-4h (2 sestas) 11h 12 meses 3h-4h (2 sestas) 11h15 18 meses 2h15 (1 sesta) 11h15 2 anos 2h (1 sesta) 11h 3 anos 1h30 (1 sesta) 10h30 4 anos 1h (1 sesta) 11h

TOTAL HORAS 16h15 15h30 15h 15h15 15h 15h 13h30 13h 12h 12h

Fonte: Healthy Sleep Habits, Healthy Sleep Marc Weissbluth


Não devemos explicar nada a uma criança, é preciso maravilhá-la. Marina Tsvetana



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ATIVIDADES

HYGGE COM OS FILHOS O tempo não estica e como é evidente há sempre o período de adaptação a tudo o que é novo na nossa vida. Neste momento exigente tivemos que nos adaptar, não só ao bebé, às novas rotinas, como a toda uma nova dinâmica familiar o que implicou também a uma nova gestão de tempo. E eis que numa consulta à internet, naquela de averiguar como gerir o tempo com os filhos, surge um conceito ‘Hygge’. Embora estranho, apelou por mim e fui fazer pesquisas acerca deste conceito dinamarquês.

Quando vi este nome estranho pela primeira vez, tinha acabado de ser mãe pela segunda vez! No meio de fraldas, mamadas, choro e noites mal dormidas o tempo resumia-se pouco mais do que cuidar do bebé. Embora feliz surgiu uma preocupação: Como iria ter tempo para brincar com o filho mais velho? Até então isso nunca tinha sido um problema. As nossas brincadeiras, jogos, mimos faziam parte da nossa rotina. Havia sempre aquele tempo para nós, mas agora com a chegada do bebé como é que eu iria fazer?


Para aqueles que não conhecem Hygge, ele significa ‘aconchego’. Ou seja, tudo o que tem a ver com relaxar, ambiente acolhedor livre de stress.


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Não me surpreendeu o conceito vir da Dinamarca, já que o índice de felicidade é dos maiores do mundo, e consiste em levar-nos a olhar para as coisas simples da vida com outros olhos, encontrando a beleza nas mais pequenas coisas da vida, fazendo delas grandes pela energia que transmitem. Para aqueles que não conhecem Hygge, ele significa ‘aconchego’. Ou seja, tudo o que tem a ver com relaxar, ambiente acolhedor livre de stress. Pelo que decidimos criar no nosso lar, juntamente com as crianças, momentos simples e atividades bem ao estilo Hygge. Desde fazer um piquenique em plena sala, a jogos em família, a desfrutar de pequenos passeios ao ar livre e observar a paisagem, prestando atenção a cores, sons e cheiros, a fazer biscoitos ao som de boa música, a uma simples refeição à luz das velas. É na simplicidade que está a maior felicidade e é tão simples introduzir atividades ao estilo Hygge, no quotidiano. De manhã tome o pequeno-almoço em família e desfrute da presença de cada um. No caminho para a escola, com as crianças no carro, coloque a música e cantem ou simplesmente admirem o que os rodeia.

É na simplicidade que está a maior felicidade e é tão simples introduzir atividades ao estilo Hygge, no quotidiano.

À noite é o momento da história. Antes de irem para a cama ‘vista’ a personagem da história e conte-a. Verá como as crianças irão adorar! Os momentos de prazer que pode alcançar em família, ainda que simples, estimulam a sua criatividade e das

crianças. Então porque não disfrutar de um chocolate quente à lareira, ou fazer uma sessão de cinema em casa com pipocas. Com estas atividades, estamos a ensinar e a vivenciar com os nossos filhos, momentos de alegria, paz, prazer e diversão.


Hygge pode ser assumido como um estilo de vida.


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Ensinando-os que para a felicidade não precisamos ter mas sim Ser.E para Ser háque ter consciência do que somos e do que fazemos. Estar no Aqui e Agora está ao alcance de todos! Hygge pode ser assumido como um estilo de vida. Ainda que a nossa cultura seja distinta da dos dinamarqueses, não é impeditivo adotar este estilo de vida. No entanto, Hygge não é estar horas a jogar, ou a ver televisão, pois embora essas atividades sejam prazerosas, elas não contribuem de forma construtiva para a nossa saúde e auto-desenvolvimento. Pretende-se aqui criar atividades que para além de serem feitas em família, lembre-se que pretendemos aqui estabelecer uma relação com os nossos filhos, proporcionam bem-estar entre todos, disfrutar do conforto do lar passando tempo de qualidade com aqueles que mais ama através de actividades que trazem conforto. Helen Russel, autora do livro “o ano em que vivemos como dinamarqueses”, afirma que Hygge se trata de ser bons connosco mesmos, de não nos negarmos aos mimos, de não nos castigarmos e de procurar a felicidade nas coisas pequenas, como o calor de um abraço, ler um livro, beber um chocolate quente. Passei a aproveitar cada momento, estando mais presente. E quando digo presente, de forma consciente, prestando atenção ao que me rodeia e saboreando o momento presente, o que me permite disfrutar do tempo com os meus filhos de outra maneira.

Estar no Aqui e Agora está ao alcance de todos!

Dando o exemplo, quero que os meus filhos sigam este conceito ou pelo menos que vivam mais em pleno cada momento. Ficam aqui algumas sugestões de atividades bem ao estilo Hygge: 1. Passear em família à beira mar, apanhar conchas e fazer um trabalho manual; 2. Fazer jogos em família, tais como monopólio, quatro em linha; 3. Ligar a música e fazerem um concurso de dança; 4. Ir para a cozinha e fazerem uma refeição juntos;



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5. Fazerem um piquenique na sala da vossa casa; 6. Prepararem uma refeição especial e disfrutarem-na à luz das velas; 7. Fazerem trabalhos manuais, por exemplo com elementos da natureza recolhidos por vós; 8. Fazer com um lençol uma tenda e com uma lanterna lerem histórias, como se de acampamento se tratasse; 9. Fazer meditação, para quem tem dificuldade é muito útil seguir uma meditação guiada; 10. Construir o pote da gratidão. Pode ser um frasco de vidro, decorado por vós, no qual colocam todos os dias o que agradecem naquele dia. Podem usar papelinhos coloridos.

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Quando iniciamos este tipo de atividades a nossa imaginação dá asas e muitas outras surgem de forma natural. Penso que as tecnologias devem estar afastadas deste tipo de atividades, já que somos inundados o suficiente por elas. Existem livros disponíveis sobre o tema, para quem tem interesse em fazê-lo deve recorrer a eles no sentido de tirarem mais ideias para aplicarem e compreenderem os inúmeros benefícios deste estilo de vida.

Cátia Isabel Carvalho Lopes Terapeuta e Mestre de Reiki| Terapeuta de Bowen| Terapeuta dos Florais de Bach| Instrutora de Meditação e Relaxamento para Crianças


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GRATIDÃO UMA FORMA DE ESTAR NA VIDA Há uns anos nunca tinha pensado nesta palavra, até que na minha vida alguns acontecimentos deixaram-me a pensar porque partilho o meu caminho com certas pessoas e porque é que umas foram ficando e outras seguiram outros caminhos. A minha vida é repleta de chegadas e partidas e eu sou grata por tudo o que fica e por tudo o que vai.

exercitarmos a gratidão através da escrita, escrever a alguém para agradecer algo faz com que o nosso cérebro se adapte a este comportamento positivo e isso dá-nos uma sensação de bem estar e felicidade. Ao praticarmos a gratidão com regularidade sentimo-nos mais felizes por ajudar os outros e a nossa vida e o nosso coração mais repletos de bondade. Melhoramos a nossa saúde e qualidade de vida. A gratidão melhora as

Cada vez mais se fala de gratidão e dos seus

relações pessoais, quanto mais formos gratos

benefícios. Pesquisadores chegaram à

mais nos aproximamos dos outros, esta

conclusão de que ser grato pode causar

aproximação leva a que em alguns casos as

mudanças no nosso cérebro: por exemplo se

pessoas se tornem menos solitárias e


deprimidas. A prática da gratidão traz benefícios para todos e isso inclui crianças e adolescentes. Só temos de colocar em prática e sentirmos todos os benefícios de sermos gratos. Exercícios de gratidão: ● Diário de gratidão - No final de cada dia escrever algo pelo qual somos gratos. Podemos acrescentar pensamentos ou ideias que surjam. ● Fazer uma lista com 10, 20, 30 motivos que tenhamos para agradecer. ● Escrever uma carta a alguém que nos tenha ajudado. ● Quando meditamos podemos praticar a gratidão - colocando as mãos no nosso peito e dizer mentalmente palavras bondosas a nós mesmos ou pensar em alguém que sejamos gratos. ● Mensagens para quem partilha a nossa vida, os nossos filhos, amigos, companheiros, país, avós. Escrever num papelinho a mensagem e deixar num local que eles possam encontrar facilmente. ● Frasco da gratidão. Colocar num frasco frases positivas. O frasco pode ser para nós ou para oferecer. Aprendi a ser grata e agradeço todos os dias! Mesmo quando estou cansada, quando os dias são menos fáceis e desafiantes, nos dias em que choro, nos dias em que o sono teima em chegar, mesmo nestes dias sou grata. Porque tudo é uma aprendizagem e a vida é feita de todos os momentos.


REFLEXÕES Gratidão para mim é o sol que entra pela janela, é o sorriso dos meus filhos, é ficar em silêncio com o meu companheiro de vida.

SOB O OLHAR DAS CRIANÇAS “Gratidão é ser solidário com todos, para ter solidariedade também, eu

Gratidão é a amizade dos meus

agradeço com solidariedade” Miguel

amigos, é o ronronar dos meus gatos e

Viana da Silva, 12 anos

abraços apertados. “Gratidão é estar agradecido” Afonso Gratidão é estar viva, existir e sentir!

Sapage, 12 anos

Gratidão é ter a oportunidade de

“Se eu der de mim, também recebo.

ajudar quem precisa.

Isso é gratidão” Rafael Malheiro Lourenço, 12 anos

Gratidão é agradecer a todas as pessoas que partilharam comigo os

“Gratidão é Deus, é o som OMMM”

seus ensinamentos, é agradecer as

Davi, 5 anos

oportunidades que tenho. “Gratidão é agradecer a alguém o que Nos dias em que tiverem muita

ela fez por mim” Eduardo Anselmo, 12

vontade de reclamar de algo, parem e

anos

pensem que provavelmente têm mais para agradecer do que para reclamar.

“Gratidão é agradecer por ter saúde, ter pais, ter casa, comida, ter roupa, estar viva e poder dar cambalhotas”

“Terapia da gratidão: uma vez

Maria Cardador, 12 anos

entendido o sentimento da gratidão e permitindo que ela se aprofunde em si,

“Gratidão é comer o lanche com a

começará a sentir-se grato por tudo.

minha amiga” Joana Silva, 7 anos

E, quanto mais grato você ficar, haverá menos queixas e resmungos. Uma vez desaparecidas as queixas, a infelicidade desaparecerá. Esse é um dos segredos mais importantes a serem aprendidos” Osho

Telma Anselmo


COMPAIXÃO


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UM CAMINHO PARA

a felicidade “Visto que nossa vida começa e termina com a necessidade de afeto e cuidado, não seria sensato praticarmos a compaixão e o amor ao próximo enquanto podemos?” Dalai Lama Você já reparou que atualmente o mundo se tornou uma grande aldeia? Com a globalização, o acesso aos meios de comunicação, as mídias sociais e as passagens aéreas acessíveis, as distâncias se encurtaram, nos aproximamos de pessoas nas mais diversas partes do planeta, temos rapidamente notícias dos acontecimentos em remotas paragens através de um pequeno aparelho no conforto de nossa cadeira, sentimos o impacto económico de uma queda na bolsa do Japão, aqui, no nosso bolso. Tudo isso nos fez vizinhos, convivendo numa grande aldeia global! Através dessa relação estreita e seus impactos na vida diária, estamos ficando cada vez mais conscientes de que estamos todos interligados uns aos outros na grande trama da vida, assim como também estamos ficando mais conscientes da grande diversidade humana. Uma diversidade que muitas vezes assusta e faz o diferente ser visto como ameaça à própria integridade individual.Temos um modo de vida que coloca ênfase no

individualismo e na competitividade, fomos ensinados que precisamos ser o número 1 em tudo para sermos alguém, mas já paramos para nos perguntar: Quantos números 1 são possíveis numa família de mais de 7 biliões de indivíduos? E se todos buscamos ser o número 1 para ser feliz, será que essa visão está realmente nos levando à felicidade tão sonhada? Por que então estamos todos,


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E, assim, o medo nos afasta do nosso mais profundo, precioso e autêntico “Eu” fazendo-nos sentir que estamos sós (...) coletivamente, tão doentes? Talvez, ao questionar a nós mesmos, percebemos que essa visão de mundo não passa de uma mera ilusão e que, talvez, ela esteja distorcida pelo medo... o medo de e se “eu” for um perdedor, e se “eu” não for aceite, e se “eu” não for amado, e se a “minha” diferença for considerada esquisitice, e se “eu” não tiver amigos, e se “eu” não tiver um bom emprego... Medo... E essa esfera de medo cria um grande paradoxo: por medo, “eu” não sou “eu mesmo”, para me adequar ao que o “outros” querem que eu seja ou ao que a sociedade disse que é o correto. E, assim, o medo nos afasta do nosso mais profundo, precioso e autêntico “Eu, fazendonos sentir que estamos sós, fadados a buscar incessantemente uma felicidade inalcançável, uma miragem". Causando sofrimentos dos mais diversos tipos, como depressão e ansiedade. Como sair então dessa rota e caminharmos com passos seguros por um caminho de maior realização pessoal e coletiva?

“Embora algumas vezes possa ser difícil efetivamente mudar o mundo, é sempre possível mudar a forma de vê-lo.” Matthieu Ricard


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Baby Steps Toda grande jornada começa com um só passo, mas antes de começar a caminhar, é preciso primeiro, além de tomar uma bela dose de coragem, saber para onde se quer ir e depois estar com um mapa em mãos. Todos buscamos segurança, saúde e felicidade. Essa pode ser a direção. Já o mapa, precisamos buscar aqueles que percorreram o caminho e podem oferecer pistas de como chegar lá. E é aí que entra a compaixão. A compaixão faz parte da essência humana, e não é preciso ler o conceito para reconhecer um ato de compaixão. No entanto, é preciso exercitá-la para que ela floresça nas ações quotidianas da vida. A compaixão traz aquela sensação de liberdade de ser, nos coloca em contato com o outro e permite reconhecer o outro como eu mesmo, nos tirando do isolamento do individualismo e promovendo a felicidade da comunhão com algo maior. Não é de se estranhar que cientistas de grandes universidades tenham identificado efeitos positivos da ação da compaixão no cérebro.

A compaixão faz parte da essência humana, e não é preciso ler o conceito para reconhecer um ato de compaixão.

Eles puderam ver que, quando ajudamos alguém com uma preocupação verdadeira por sua felicidade, os níveis de endorfina – aquele hormônio associado à sensação de bemestar – aumentam, causando aquilo que é chamado “o prazer em ajudar”. Também puderam verificar

que pessoas mais compassivas, em geral, são mais otimistas e felizes; e que crianças relataram um aumento do nível de felicidade quando foram estimuladas a ações de bondade e atitudes de aceitação quando em grupo. Assim, esses cartógrafos-cientistas


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colocar a ênfase no “nós” – um nós que abrange eu mesmo, o outro, a natureza

criaram um mapa, um método para desenvolver e exercitar a compaixão. Um mapa que é uma possibilidade ou um passo para criarmos novas estruturas sociais, novos modos de vida, novos olhares e, talvez, um caminho contrário do

que é feito hoje: colocar a ênfase no “nós” – um nós que abrange eu mesmo, o outro, a natureza, e que pode permitir uma participação mais inteligente, saudável e feliz nessa grande aldeia povoada por uma só família: a humanidade.

VAMOS FAZER JUNTOS!

Colocar em acção com as crianças • Comece perguntando para os pequenos o que eles entendem por compaixão; • Reflita com as crianças sobre a importância da compaixão e o que eles acreditam que ela pode fazer por eles;

• Observe os efeitos do exercício e partilhe; • Faça exercícios para desenvolver essa qualidade.

“Que todos os seres alcancem a felicidade Que todos os seres sejam livres do sofrimento Que todos os seres permaneçam equânimes”


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Um exemplo de exercício Procurem um local tranquilo, sentem-se numa postura confortável. Faça com as crianças algumas respirações, procurando relaxar e gentilmente aceitando o momento presente; se houver alguma tensão, algum pensamento, simplesmente aceite sem se apegar a essas sensações. Pense em uma pessoa muito amada e querida por você, que encontre todos os dias. Imagine que esta pessoa está em sua frente. Coloque a mão no coração e procure perceber o que acontece quando pensa nessa pessoa. Então, imagine que tem uma luz quente e cheia de amor que sai do seu coração e vai até a pessoa. Envie amor, alegria e os melhores desejos que você possa ter. Deseje que ela seja feliz. Agora perceba como se sentiu fazendo isso.

Thaís Guedes Georgini


BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA

FAROL DE SANTA MARTA

NOMADIC

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Uma das imagens que assinalam a vila de Cascais, o Farol de Santa Marta localiza-se no Forte de Santa Marta, na chamada Ponta de Salmôdo. Com as suas riscas azuis e brancas permite-nos, ao visitá-lo, também apreciar a bela vista da Baía de Cascais, do Oceano Atlântico e desfrutar do contacto próximo com o mar. Abriu ao público em Julho de 2007 e possui dois núcleos expositivos, um auditório, centro de documentação e cafetaria. Ao visitá-lo podemos conhecer mais sobre o Faroleiro, a vida dos antigos faroleiros que por aqui passaram, assim como as suas artes e ofícios. Temáticas como os faróis em Portugal, a ajuda à navegação, os ofícios do faroleiro, entre outros, estão presentes. A maioria das peças foi restaurada pela Marinha Portuguesa/Direcção dos Faróis. Apesar de funcionar como espaço cultural, ele mantém ainda funções de sinalização costeira, sendo o único farol do país que combina estas duas valências.

Imagem :O-TUGA

Horário De 3ª a 6ª feira das 10h às 17h00 Sábado e domingo das 10h às 13h e das 14h às 17h00 Encerra à 2ª feira e feriados

ntos e m o m Vivam mília! a f m e

Imagem :www.cascais.pt

Imagem :www.cascais.pt

Imagem :www.cascais.pt


porque LER É O MELHOR REMÉDIO


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Uma filha nunca esquece uma mãe VÁRIOS AUTORES Um livro para mães e filhas

A Arte de Organizar a sua vida HIDEKO YAMASHITA

À descoberta do seu bebé MARGARIDA LOBO ANTUNES| ANDREIA VIDAL Felicidade e reforço positivo no 1º ano de vida

Há vários anos na lista de livros mais vendidos no Japão, com ideias para uma vida mais organizada

O Método FastReset® MARIA GRAZIA PARISI Para superar estados de ansiedade, dependências, fobias, insónia, perturbações psicossomáticas, entre outros.

A Dieta Purificadora FRANK LAPORTE ADAMSKI Como purificar o intestino?


SHOPPING IDEIASÂ

PLACE


MINI BY LUNA

LITTLE CLOUD

CHICAMELANCIA

LIFE IN A BAG

PIUPIUCHICK

PIUPIUCHICK


TARTELETES DE ROMÃ

PARA UM NOVO ANO!


Para comemorar a entrada do novo ano e o dia de reis, apresento-vos umas tarteles de romã. Manda a tradição que no dia de Reis se coma romã e se guarde algumas sementes na carteira para que o dinheiro não falte durante o ano inteiro. A romã foi sempre considerada um símbolo de fertilidade devido à grande quantidade de sementes que existem no seu interior e à forma harmoniosa como elas se dispõem na polpa. Com o passar do tempo também se começou a atribuir à romã o sentido de abundância, prosperidade e riqueza. Para além dos símbolos a que é associada tem outras características que só nos fazem é bem. Cá em casa somos fãs de romã, seja em sumos, em mousses, em bolinhos ou até em saladas. As sementes vermelhas têm imensas propriedades benéficas para o nosso organismo. Agora que estamos no inverno nada melhor do que um sumo ou batido de romã para nos prevenir das constipações. Os principais benefícios da romã são: • Não tem gordura nenhuma e um elevado teor de água; • É rica em potássio; • É rica em antioxidantes e possui ainda uma ação anti-inflamatória.


E AGORA... A RECEITA Mas vamos ao que interessa, vamos à receita das tarteletes de romã que fizeram sucesso cá em casa junto do miúdo e do graúdo ;) . São muito simples de fazer e sabem bem ao pequeno-almoço, ao lanche ou à sobremesa. Os ingredientes são: • 1 placa retangular de massa folhada • 1 romã • 4dl de bebida de arroz + 2 colheres de sopa (para a tapioca) • 1 colher de sopa de tapioca • 1 ovo • 1 colher de sopa de geleia de arroz • 1 colher de chá de canela Começamos por pré-aquecer a 180º. Em seguida, cortamos 9 discos de massa (eu usei um copo para que ficassem mesmo redondinhos) e forramos as forminhas dos muffins com os discos. Da placa retangular da massa folhada conseguir recortar 9 discos que é o número de forminhas que tenho para fazer muffins. Antes de colocarmos no forno, pica-se o fundo com um garfo e depois leva-se ao forno durante cerca de 10 minutos. Enquanto a massa folhada está no forno dá para irmos preparando o recheio. Levamos a bebida de arroz ao lume com

a geleia de arroz e a canela. Numa taça à parte, dissolvemos a tapioca com 2 colheres de bebida de arroz e misturamos o ovo. Quando a bebida de arroz estiver quente, misturamos um pouco na mistura com o ovo, para amornar e só depois é que misturamos tudo no tacho, mexendo sempre em lume médio-baixo, até engrossar. Após os 10 minutos retiramos as pré-tarteletes do forno e preenchemos com o recheio da tapioca e canela e voltamos a colocar novamente no forno por mais 15/20 minutos. Depois de retirarmos as tarteletes do forno deixamos arrefecer. Por último, quando as tarteletes já estiverem frias, desenformamos e colocamos as sementes de romã por cima e estão prontas a ser devoradas, mas com classe ;) . Desejo-vos um feliz ano novo, que vivam o momento presente com muita intensidade. Um beijinho, A mamã do Vi Jessica Pinto Facebook: https://www.facebook.com/Amorascolheres// Instagram: https://www.instagram.com/amorascolheres/ Wordpress: https://amorascolheresblog.wordpress.com/


“O grande homem é aquele que não perde o coração de criança.” Mêncio


Hora de Dormir NAPPING HOUSE, DE AUDREY WOOD

SPOONFUL | ISSUE 08


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em cima de uma avó roncando, numa cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo.

Contos

Era uma vez uma casa sonolenta onde todos viviam dormindo Nessa casa tinha uma cama uma cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo. Nessa cama tinha uma avó, uma avó roncando, numa cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo. Em cima dessa avó tinha um menino, um menino sonhando, em cima de uma avó roncando, numa cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo. Em cima desse menino tinha um cachorro, um cachorro dormitando, em cima de um menino sonhando,

Em cima desse cachorro tinha um gato um gato ressonando, em cima de um cachorro dormitando, em cima de um menino sonhando, em cima de uma avó roncando, numa cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo. Em cima desse gato tinha um rato, um rato descansando, em cima de um gato ressonando, em cima de um cachorro dormitando, em cima de um menino sonhando, em cima de uma avó roncando, numa cama aconchegante, numa casa sonolenta, onde todos viviam dormindo. E em cima desse rato tinha uma pulga… Será possível? Um pulga acordada, que picou o rato, que assustou o gato, que arranhou o cachorro, que caiu sobre o menino, que deu um susto na avó, que quebrou a cama, numa casa sonolenta, onde ninguém mais estava dormindo.


A CAMINHO DA ESCOLA


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Sou uma apaixonada por cinema, confesso. Mas há aqueles filmes que gostamos muito. E há aqueles filmes que entram na nossa vida e fazem-nos questionar tanta coisa que é difícil voltar a ser ou pensar da mesma forma, depois de os vermos. O filme “A Caminho da Escola” é um documentário de Pascal Plisson que nos conta a história real (e as crianças que entram no filme são as reais) sobre 4 crianças a caminho da escola. Parece algo comum, não fosse um deles viver no Quénia (Jackson, que percorre cerca de 15 km para chegar à escola, com a sua irmã), outro na Índia (Samuel, que com os seus 2 irmãos a empurrar a sua cadeira de rodas percorrem 4 km), um terceiro na Patagónia (Carlos, que faz cerca de 18km de cavalo com a sua irmã) e ainda em Marrocos (Zahira, cerca de 22 km uma vez por semana). E é realmente isto, eles percorrem todos estes km, por montanhas, savanas e demais ambientes isolados e pouco seguros, para poder aprender. Isso

O filme “A Caminho da Escola” é um documentário de Pascal Plisson que nos conta a história real sobre 4 crianças a caminho da escola. mesmo, aprender!Algo que para grande parte das crianças que têm totalmente assegurada e facilitada esta frequência da escola no mundo ocidental, é muitas vezes considerado “uma seca”. O mínimo que ter consciência de realidades tão distintas neste mundo nos pode fazer é questionarmo-nos. Lembro-me de começar a ver o documentário


Serรก realmente que nรณs, que tudo temos e que tudo temos facilitado, somos mais felizes?


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e durante algum tempo pensar “como é que é possível?!”. Mas o tempo vai passando, vamos entrando também naquele caminho e a uma determinada altura, tudo começa a mudar. E outras questões surgem. Será realmente que nós, que tudo temos e que tudo temos facilitado, somos mais felizes? Será realmente? Será que realmente temos a possibilidade de valorizar pequenas coisas no meio de tantas coisas disponíveis? Apesar dos perigos e de um longo caminho para a escola, há algumas coisas que estas crianças têm possibilidade: desfrutar do contacto com a Natureza e de uma profunda ligação com ela, tempo para desfrutar, conversar e relacionar-se com os irmãos e amigos nesse caminho, descobrindo e brincando também nele, sentir um profundo gosto e entusiasmo por aprender e desenvolver um grande sentido de responsabilidade. E sobretudo, estas crianças estão vivas! Seria possível no mundo ocidental, 2 crianças bem pequeninas empurrarem durante 4km a cadeira de rodas do irmão e ser esse um tempo de tantos sorrisos e brincadeira? No caso de Jackson, no dia em que o acompanhamos através do filme é ele que vai hastear a bandeira na escola. E vive essa responsabilidade com uma tamanha honra, que nos sensibiliza. Mas sem dúvida que uma das coisas que mais admirei é a valorização que é dada

Será que realmente temos a possibilidade de valorizar pequenas coisas no meio de tantas coisas disponíveis? à possibilidade de aprender. A escola tem realmente valor para estas crianças. E tantos km são percorridos como vista a que essa possa ser uma porta para a realização de sonhos para o futuro. E eles fazem-no. De forma tão resiliente. Hoje em dia debatemos muito sobre alterações que temos que fazer para que as crianças tenham interesse pela escola. Mas, na verdade, o que precisa de mudar na cabeça delas em relação à forma como vêm a escola, que lhes permita ter interesse por ela? Sara Morgado


QUARTOS DE CRIANÇA


O quarto de uma crianรงa pede-nos MAGIA


O quarto de uma crianรงa pede-nos CRIATIVIDADE

maijusaw.indiedays.com


O quarto de uma criança pedenos CONFORTO

Little Hands Wallpaper

atelierdupetitparc.fr


relaxamento CRIANÇAS


EXERCÍCIOS SIMPLES, MOMENTOS ESPECIAIS! POR ZEN KIDS Os pensamentos vêm e vão. Alguns

cada vez mais pequenino e nós

fazem-nos sentir bem. Outros nem

deixamos de o ver.

por isso.

Mas também há pensamentos que nos

Vamos brincar na nossa cabeça, com

deixam alegres e nos fazem sorrir.

os pensamentos que surgem.

Lembram-se de algum?

Lembram-se de algum pensamento

Esse pensamento vamos guardar com

que vos deixe triste só de pensarem

muito carinho, mantendo-o connosco,

nele?

sempre que precisarmos.

Sim? Então vamos pensar que esse

Vamos guardá-lo no nosso coração.

pensamento sobe, sobe cada vez mais

Aproximamos as mãos do nosso

alto em direcção ao céu, torna-se

coração e deixamos aí o pensamento.


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