zenkids#15

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F E V E R E I R O

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E D I Ç Ã O

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ZEN KIDS F A M Í L I A |

E D U C A Ç Ã O |

B E M - E S T A R

Alimentação Consciente nas Escolas

Metodologias Expressivas com Crianças

O que mudou e o que ainda precisa mudar

Técnicas essenciais para profissionais

W W W . Z E N - K I D S . O R G


Nr. 15 | Fevereiro de 2017 DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen‐kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen‐kids.org

COLABORADORES Rita Gonçalves, Helena Fernandes e crianças, Modesta Calheno, Patrícia Correia IMAGENS Pixabay, Photl, GettyImages

PERIODICIDADE Mensal

SUBSCRIÇÕES revista@zen‐kids.org projetozenkids@gmail.com

www.zen‐kids.org 2710‐632 Sintra

ZEN KIDS


revista ZEN KIDS

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CONTEÚDO NÚMERO 15

NESTA EDIÇÃO Editorial

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Agenda

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Alimentação Consciente e as Escolas

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Metodologias Expressivas com Crianças 18

O que é? O que fazer? Dislexia

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E quando as crianças falam de "Sinto-me Apaixonado quando..."

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Mandalas

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O que aconteceu ao amor?

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Relaxamento para Crianças

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SARA MORGADO

EDITORIAL Num mês em que simbolicamente se demarca o amor, o que poderá ser ele? Talvez as palavras não cheguem para esta reflexão. Ou o sentido do amor não caiba sequer na minha visão pessoal do mesmo. Mas nesta, a minha, tenho a dizer que o sentido do amor para mim hoje não é o sentido que lhe dava há uns anos atrás. Não sei sequer se o entendia realmente (e será que o conheço hoje?). Mas por isso, talvez, o amor esteja relacionado com o nosso próprio crescimento e amadurecimento, e ele nos permita encontrar um maior equilíbrio nessa vivência, quando a vida também nos ensina, com o passar dos anos a ser mais pacientes. Talvez o amor seja paciente. Paciente para aceitar as nossas várias emoções e as do outro. Talvez o amor seja diferente, de pessoa para pessoa e com as pessoas que amámos. Talvez amemos cada pessoa de forma diferente, por razões diferentes que nos permitem entender que cada ser é único e também ,

diferente. Perdoem-me a repetição. Talvez o amor implique essa abertura para apreciar o que cada pessoa tem de belo e menos belo aos nossos olhos, tornando-a nesse todo, um ser único.Talvez manifestemos o amor pelos outros de forma semelhante à que nos demonstraram a nós os nossos pais. Talvez o amor assente mesmo nessas primeiras relações da nossa vida que estabelecemos com eles. Talvez também o amor implique um libertar das nossas feridas, descobrindo em nós, sem o tentar, uma maior abertura a ele. Talvez o amor não seja mesmo possessivo, embora sim, porque não, querermos guardar para nós algo tão especial que possamos ter encontrado? Talvez o amor se torne, no entanto, uma mistura entre essa liberdade e respeito na relação com a outra pessoa e um apego saudável que nos permite ter vontade de demonstrar esse afecto e mantê-lo na nossa vida. Talvez exista amor também na amizade, na relação com os nossos animais de estimação ou na relação com aquilo que fazemos. E a natureza e o mundo que nos rodeia? Será que não há também amor quando o contemplamos? E talvez o amor se clarifique para nós quando deixamos de ver o que ele não é, mas sim quando procuramos aquilo que ele é. E talvez o amor, ainda precise de viver muito dentro de nós, para realmente o conhecermos.

Sara



AGENDA

Fevereiro 11 15

11

11

até 19 | Feira do Bebé no EL Corte Inglés em Lisboa, com workshops e atividades gratuitas

até 19| PLAY – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa

Concerto para Famílias: As Quatro Estações de Vivaldi | 10h30 e 12h| Teatro Nacional de São Carlos

19

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27

Masterkids: a melhor mousse de chocolate do mundo Mercado da Ribeira |16h

até 1 de Março| Férias de Carnaval Science 4 You

Carnaval no Oceanário de Lisboa, com desfile de fantasias

LISBOA UM BOM MÊS!



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ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE

nas escolas É imperativo a abertura das consciências, da aceitação das opções individuais. Estamos a atravessar uma era de grandes mudanças comportamentais e a alimentação surge como uma prioridade.

A alimentação consciente, nas escolas portuguesas, está longe de ser consensual e repleta de tabus. Acresce a dificuldade, quando se coloca como opção, o vegetarianismo, a macrobiótica ou o veganismo, que extrapolam os padrões instituídos pela sociedade e cultura, que marginalizam e estranham estas opções alimentares intuitivamente, as crianças nascem com o conhecimento, do que é benéfico para os seus corpos físico, emocional, mental e energético. São seres de luz, sensíveis e sensitivos, que apesar da sua aparente dificuldade em explicar os seus

sentimentos verbalmente, manifestam actos e atitudes que evidenciam os mesmos, de acordo com a sua faixa etária. Sendo bebés, ainda desprovidos das palavras, expressam-se pelo choro ou sorrisos. Um pouco mais velhos, já comunicam através das suas expressões, os desagrados relativamente à comida.Por sua vez, os pais sentem dificuldade no entendimento dos sinais manifestados, assumindo uma preocupação desnecessária, porque os filhos mostram relutância em ingerir determinados alimentos, que associado à falta de conhecimento e


É muito importante nutrir a criança devidamente, com o que necessita para o seu normal desenvolvimento físico, emocional, mental e energético


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aconselhamento médico inadequado, obrigam à introdução de alimentos não benéficos à saúde da criança. É muito importante nutrir a criança devidamente, com o que necessita para o seu normal desenvolvimento físico, emocional, mental e energético. É lógico, que com a insistência e persistência, inevitavelmente a criança acaba por aceitar a introdução de carnes, na sua alimentação e, assim continuamos a contribuir, para o sofrimento dos animais sacrificados, para a alimentação humana. Felizmente, há cada vez mais adultos interiorizando a necessidade de quebrar com os padrões instituídos, tomando consciência que o sofrimento animal é desnecessário para uma correcta alimentação e com mais benefícios para a saúde. O caminho a percorrer ainda é longo, mas os sinais de mudança surgem e em algumas escolas há uma inversão clara dos padrões instituídos, disponibilizando uma opção vegetariana/vegana, nos seus menus. No âmbito do “programa Nacional para a promoção da Alimentação Saudável”, nas anotações de 2015 da Direcção Geral de Saúde, um serviço central do Ministério da Saúde, reconhece e evidencia a necessidade da maior presença de produtos de origem vegetal, na alimentação. Estes são passos firmes, para que a humanidade possa sustentar uma alimentação desprovida de produtos de origem animal.

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Em algumas escolas há uma inversão clara dos padrões instituídos, disponibilizando uma opção vegetariana/ vegana, nos seus menus Embora ainda não seja totalmente assumido, e passo a transcrever: “A adopção de um regime alimentar vegetariano ou a decisão por uma opção vegetariana espelha a liberdade de escolha de cada individuo”. Dizem mais: “tal como é abertamente declarada e defendida na constituição portuguesa, por acordo com os princípios democráticos” aqui fica mais uma vez provado, o quanto as mentes se abriram para a mudança de comportamentos alimentares. Por tudo isto, um grupo de pais e cidadãos, lançaram em 2016, uma petição para a inclusão de opções vegetarianas nas escolas, universidades


A Direcção Geral de Saúde, disponibilizou um completo manual sobre alimentação em idade escolar,


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e hospitais portugueses. As mudanças de mentalidades e padrões são importantes, mas assume maior relevância, fazer compreender às diversas organizações, o quanto é fácil confecionar saborosos e apelativos pratos, habilitados com todos os nutrientes importantes para uma correcta alimentação. Tomando em consideração o crescimento e desenvolvimento das crianças, haverá necessidade de redobrar os cuidados? Em minha opinião, não será necessário, atendendo que os pais que optaram pela alimentação vegana/ vegetariana, fundamentaram a sua decisão, reunindo os conhecimentos necessários para proceder à substituição das carnes nos menus dos seus filhos, proporcionando-lhes todos nutrientes necessários para o seu desenvolvimento sadio e natural. No mercado, existem excelentes livros, que sustentam e apoiam quem deseje operar esta mudança alimentar. A própria Direcção Geral de Saúde, disponibilizou um completo manual sobre alimentação em idade escolar, que com certeza surpreenderá muito os estimados leitores. A época em que vivemos, está carente de princípios e valores humanos. Sinto que esta geração de pais, talvez pela escassez que vivenciaram na sua infância, ainda se encontram na fase do “ter” em vez do “ser”. Acredito genuinamente, que transformaremos este paradigma, permitindo crianças

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mais desenvolvidas, em termos de consciência ambiental e de saúde. O conhecimento actual, permite-nos realizar uma alimentação equilibrada sem a necessidade de causar sofrimento a outros seres. Respeitar a nossa natureza e elevarmos a consciência energética a níveis mais “limpos”. Que adianta praticarmos técnicas milenares de desenvolvimento pessoal, como são exemplo Yoga, Meditação, Tai Chi, entre outras, se continuarmos no mesmo registo alimentar? De que vale viver num mundo assoberbado de “ter”, se o que realmente é fundamental é “ser” .

O conhecimento actual, permite-nos realizar uma alimentação equilibrada sem a necessidade de causar sofrimento a outros seres.


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De que vale viver num mundo assoberbado de “ter”, se o que realmente é fundamental é “ser”? seu organismo assim o rejeita. Dediquem tempo aos seus filhos. Há espaço para as brincadeiras, para o carinho, para o amor, para a disciplina. É fundamental dedicar tempo aos seus filhos. Este é, sem dúvida, o melhor alimento que poderá dar ao seu filho. Deixo uma reflexão sobre as mudanças alimentares: Olhe bem para dentro de si. Sinta se é mesmo isso que pretende fazer, mudar a sua alimentação! Se deseja que a família o acompanhe na mudança; se considera que os seus filhos estão preparados para a mesma; não permita que o desviem do seu rumo, nem mesmo as resistências que ainda nos deparamos em vários lugares públicos. Rumi diz: “a sua tarefa não é ir buscar amor, mas meramente buscar e encontrar dentro de si mesmo todas as barreiras que você ergueu contra ele.” Por amor ao próximo, eduque os seus filhos a respeitar todos os seres vivos à face da terra! Rita Gonçalves -Professora de YôgaDiretora Escola Yôga Braga| Vice-Presidente da Associação de Cultura Yôga Braga – Rita Gonçalves |Braga




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METODOLOGIAS EXPRESSIVAS

com crianças

criação é dar à inteligência a satisfação de colocar o caos em ordem e deixar uma porta aberta à sensibilidade e fantasia de cada indivíduo.” O desenvolvimento da nossa criatividade está também relacionado com a capacidade de resolução de problemas e encontro de soluções, fazendo parte de um pensamento menos concreto e por isso também menos limitativo.

A arte (nas suas variadas formas) é um poderoso veículo na expressão da criança, dos seus comportamentos e sentimentos A arte (nas suas variadas formas) é um poderoso veículo na expressão da criança e também na capacidade de gerir os seus comportamentos e sentimentos, sendo por isso uma das técnicas privilegiadas na infância quando falamos numa perspectiva psicoterapêutica

visto que possibilita a expressão de sentimentos e emoções reprimidos. Há também uma função reparadora que imagens de transformação e superação podem trazer. A criatividade é uma característica pertencente a todos nós. Segundo Bertrand Dumond, “desenvolver o espírito de

A função do imaginário O imaginário é o meio privilegiado utilizado pelas crianças para expressarem a


Através do imaginário acedemos a pensamentos, sentimentos, memórias e aspectos da personalidade da criança.


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sua realidade interna ou externa, permitindo-lhe assim a elaboração mental da mesma. Através do imaginário acedemos a pensamentos, sentimentos, memórias e aspectos da personalidade da criança, alguns dos quais sem representação mental consciente por forma a permitir uma mais profunda compreensão do mesmo e a desenvolver seguidamente a capacidade de ver e agir através de opções criativas, evitando o recurso a uma cognição prematura. A expressão artística pode incluir as artes plásticas, expressão musical, expressão corporal e expressão dramática e técnicas como a pintura, desenho, modelagem, recorte e colagens, jogos dramáticos, expressão corporal e movimento, música, escrita criativa, entre outros. As atividades são adequadas conforme as necessidades e o nível de desenvolvimento da criança. O desenho objetiva a forma, a precisão, o desenvolvimento da atenção e concentração, da coordenação visualmotora e espacial e também a concretização de alguns pensamentos. Já na pintura a fluidez da tinta possui uma função libertadora. As cores

Na pintura a fluidez da tinta possui uma função libertadora

quentes como por exemplo o amarelo e o vermelho ativam-nos, enquanto que as cores frias como o verde e o azul acalmam e desaceleram. A música é também uma forma de exprimirmos os sentimentos.

No caso da musicoterapia, especificamente, esta consiste na aplicação científica do som, da música e do movimento para facilitar a comunicação,promover a expressão individual e favorecer a integração


Os programas existentes (musicoterapia) utilizam os sons para estimular zonas do corpo por forma a equilibrar funções físicas ou psicológicas.


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social. A ferramenta de trabalho é portanto a música e os seus componentes, utilizando -a como sons, estruturas rítmicas ou partes musicais. A sua utilização está a estender-se cada vez mais aos programas educativos por forma a facilitar a aprendizagem nas crianças. Os programas existentes, utilizam os sons para estimular zonas do corpo por forma a equilibrar funções físicas ou psicológicas. A expressão dramática é outro domínio privilegiado na infância. Na expressão dramática a criança tem a possibilidade de descobrir-se a si mesma e descobre também formas de se relacionar com os outros, tendo esta também um forte impacto nas competências sociais. O jogo simbólico é, assim, muito importante, visto que o “fazer de conta” permite vivenciar experiências. É igualmente importante que se disponibilizem nesta brincadeira objectos variados que podem ser explorados livremente pela criança. A dramatização permite ainda experimentar novos papéis, criando histórias e personagens. Por outro lado, a utilização de um boneco pode permitir

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O "fazer de conta" permite à criança vivenciar experiências à criança dizer algo que ela não diria por si mesma. No caso da dança, esta permite a expressão das emoções por meio do movimento e favorece a integração corpo e mente, porque aumenta a consciência e e expressão da linguagem corporal,

Sara Morgado ZEN KIDS

mais livre do que a verbal. Cada vez mais, as escolas precisam integrar estas metodologias com o objetivo de possibilitar às crianças uma outra experiência da aprendizagem e da vida.



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O QUE É? COMO AGIR?

Dislexia

A dislexia (do grego, dus = difícil, dificuldade; lexis = palavra) é uma perturbação ou de aprendizagem na área da leitura, escrita e capacidade de soletrar. A existência de dislexia implica uma avaliação específica e aprofundada realizada por profissionais e apresenta de forma mais intensa e frequente que o comum, dificuldades com a linguagem e escrita assim

como com a ortografia e lentidão na aprendizagem da leitura. Outras características que podemos encontrar são a disgrafia (letra feia), a discalculia que se apresenta como uma dificuldade específica com a matemática,

sobretudo na assimilação de símbolos e na tabuada, menores níveis de memória de curto prazo e capacidade de organização mental; dificuldade em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas; menor facilidade na compreensão de textos escritos; dificuldade em aprender uma segunda língua, visto que esta normalmente faz-se em associação com a língua



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materna; dificuldade com a linguagem falada; menor percepção espacial e confusão entre direita e esquerda. As causas não estão totalmente definidas, mas podem estar relacionadas com a hereditariedade ou alterações genéticas e neurológicas. A dislexia implica uma atitude construtiva por parte de pais e profissionais no sentido de integrar a criança e reforçar os seus pontos positivos, assim como a capacidade de aprendizagem. Algumas atitudes importantes por parte dos pais são, por exemplo, manter uma atitude optimista e persistente por forma a encontrar novas e diferentes estratégias para ajudar o filho a ultrapassar as dificuldades que sente e procurar manter uma atitude de confiança na criança.

A dislexia implica uma atitude construtiva por parte de pais e profissionais

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Será também importante não se auto-culpabilizar e manifestar apoio incondicional ao seu filho, evitando as críticas constantes de que tantas vezes estas crianças são alvo. Por parte dos professores é importante encorajar e elogiar frequentemente corrigindo os conteúdos gramaticais essencialmente pelos conhecimentos da matéria dada e não pela ortografia; destacar o que a criança fez bem e não realçar os erros; privilegiar uma avaliação oral possibilitando assim à criança sentir-se confortável na mesma; ajudar a criança a dividir as palavras longas em sílabas para lhe facilitar a leitura, assim como dividir a matéria em pequenas partes; repetir a informação as vezes que forem necessárias; auxiliar o aluno a relacionar as novas aprendizagens com as experiências já vividas e sobretudo respeitar e avaliar o aluno segundo o seu ritmo de trabalho, reforçando as iniciativas tomadas e os progressos registados.


E QUANDO AS CRIANÇAS FALAM DE...


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SINTO-ME

apaixonado quando... Na rua costumo ver miúdas giras e fico apaixonado . O ser apaixonado é uma coisa má porque às vezes dizem que estou corado e eu não gosto. Rafael, 10 anos Penso que gostam de mim. Fico nervoso, mas ultrapasso. Quando estou com ela é fixe e bonito. Pedro, 11 anos Quando vejo o Sporting jogar. Quando jogo rugby. Quando desenho . Xavier, 10 anos

conhecer melhor e ela tem alguma coisa especial. Rodrigo, 11 anos Quando desenho e jogo futebol. Quando estou com a família e amigos. Carmo, 11 anos Gosto de alguém Tiago, 13 anos Quando vejo um cãozinho a brincar e a dar voltinhas Catarina , 9 anos Fico estranha e tímida quando isso acontece Julia, 1O anos

Vejo uma pessoa bonita ou que eu já conheça e que goste dela. Manuel, 11 anos Estou apaixonado quando vejo uma rapariga que seja esperta, bonita mas, acima de tudo , que seja simpática . Pedro , 11 anos Quando vejo uma rapariga e a começo a

CuiDar a Criar



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Mandalas A palavra mandala significa círculo ou roda em sânscrito. Pode também ser traduzido e interpretado como um círculo de harmonia, integração ou totalidade. Do Budismo a Carl Jung, passando pela natureza, as mandalas estão presentes no nosso mundo, com diversos sentidos e representações. Procuram, de uma forma geral, equilibrar um mundo externo ou interno e ainda permitir à pessoa relaxar e entrar num estado meditativo. No Budismo, as mandalas são normalmente criadas em madeira ou até na areia, sendo que após a sua construção podem ser destruídas como símbolo de desapego ou até com o objetivo de que as bençãos se espalhem ao redor. Já para Carl Jung há representações da personalidade envolvidas que auxiliam a individualidade de cada um. Integrando uma variedade de cores e formas, as mandalas apresentam uma organização geométrica que, na sua construção ou pintura, permitem uma prática de introspecção e atenção.

Numa época em que cada vez mais sentimos necessidade de parar e desacelerar o ritmo, adultos e crianças podem utilizar esta ferramenta como um auxílio nesse processo. A construção de mandalas pode ser também uma forma de desenvolvermos a nossa criatividade, podendo para ela ser utilizados vários objetos e elementos da natureza iguais, dispostos em camadas organizadas a partir de um ponto central. A mandala finalizada pode ainda ter uma representação simbólica, segundo as cores e formas utilizadas, podendo ser atribuída à mesma uma intenção ou sentimento. Esta pode ser uma atividade importante para ser realizada em família ou até integrada em escolas e várias atividades , utilizando os seus benefícios para benefício das crianças, sendo que nestas idades elas são normalmente mais simples e fáceis de colorir ou criar.


BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA

GUIMARÃES

NOMADIC

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Com um centro histórico considerado Património Mundial da Humanidade, Guimarães é uma cidade com muito para descobrir. Considerado o berço da identidade e língua portuguesa, possui edifícios que nos permitem viajar da época medieval até ao presente, com incidência particular nos séculos XV e XIX. Pertencente ao distrito de Braga, tem como principais praças a visitar o Largo do Toural e a Praça de S. Tiago. Para além destas praças importa referenciar os peculiares monumentos que identificam a cidade: Paço dos Duques de Bragança, Castelo, Convento de Santo António dos Capuchos, Antigos Paços do Concelho, Convento de Santa Clara, entre outros. A cerca de 7 km de Guimarães encontramos também a vila de Caldas das Taipas, onde se destaca uma antiga estância termal e uma praia fluvial. Para quem gosta de passear na natureza, destaca-se ainda a Serra da Penha, conhecida como o "pulmão da cidade" e com forte impacto visual sobre a mesma.A cada mês, uma proposta diferente, para apreciar e conhecer sempre um pouco mais do nosso país.

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porque LER É O MELHOR REMÉDIO


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ZEN KIDS

Quero acreditar LAURINDA ALVES A partilha de Laurinda Alves sobre a sua crença nas pessoas e na sua capacidade de superação e transformação.

Eu vou sempre gostar de ti CHLOE INKPEN, MICK INKPEN Uma história sobre a relação especial entre um cão e o seu dono.

Dias de uma princesa Grávida CATARINA BEATO, SOFIA SERRANO

Guia de Intervenção em Neuroeducação ANA SALDANHA, TOMÁS ORTIZ Sendo uma fusão entre as neurociências e as ciências da educação, a neuroeducação permitenos assim compreender melhor vários factores cerebrais envolvidos na educação.

Este é um diário e um guia da gravidez. Surge de uma partilha e contacto entre duas amigas, Sofia e Catarina, aquando da gravidez da última e da ajuda que a primeira, especialista em ginecologia e obstetrícia lhe dá. Um diálogo entre amigas sobre a gravidez.


SHOPPING

IDEIAS E PARTILHAS

PLACE


LITTLE CLOUD

LITTLE CLOUD

CHICAMELANCIA

VIOLETA COR DE ROSA

COTH

PIUPIUCHICK


HORA DE DORMIR C O N T O S

A U T O R A

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M O D E S T A

C A L H E N O

S P O O N F U L

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I S S U E

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BALTAZAR

e o livro mágico (CONTINUAÇÃO)

A criança então apresentou-se: -Eu chamo-me Alice e venho cá muitas vezes. Este lugar ensinou-me muitas coisas, ensinou-me que todas as crianças são pequenos heróis e que no mundo mágico dos sonhos existe uma linda terra por explorar,aqui aprendi que no nosso mundo real também podemos ser diferentes e felizes basta levar connosco um pouco desta magia... Baltazar escutava atento a Alice e passados alguns instantes de silêncio perguntou: Alice diz-me como vieste aqui parar? E eu como é que aqui cheguei e porque sou assim mais magro e mais confiante? Afinal o que aconteceu? Alice com um largo sorriso respondeu: - Olha todas as crianças são capazes de vir à terra dos sonhos pois todos nós sonhamos, tu chegaste cá como todos nós através do LIVRO MÁGICO. Ele aparece-nos de vez em quando em alguns lugares. A mim chegou como presente da minha bisavó já muito

velhinha e a ti? Baltazar então contou o que lhe tinha acontecido lembrando-se que foi quando abriu o livro que se sentiu a adormecer e assim chegou até ali.... Baltazar e Alice juntaram-se a outras crianças que tal como eles estavam na terra dos sonhos e por ali se divertiam falando com os animais,brincando e desfrutando daquela beleza sem fim. Após um tempo, aproximou-se das crianças um homem de aparência idosa com um largo sorriso, umas fofas barbas brancas e uns lindos olhos azuis. Algumas crianças que já o conheciam foram de imediato sentar-se no chão de erva num círculo. As outras crianças novas no lugar perceberam que alguma coisa se ia passar e também se sentaram em círculo. O homem sentou-se no meio das crianças e apresentou-se a quem não o conhecia. - Olá meus amiguinhos, para quem não me conhece ainda eu sou Elias, e como já é habitual hoje estamos aqui para mais


(...) basta sentires que tudo aquilo que desejares de bom para ti acabarรก por acontecer e para isso tens de comeรงar a fazer coisas de forma diferente.


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um momento em que vamos partilhar as nossa experiências. Já vi que temos um amigo novo e gostava que ele se apresentasse. Baltazar que sempre que era exposto ficava vermelho, tímido e envergonhado, para seu espanto ali sentia-se confiante e seguro . Então como por magia, apresentou-se a todos e sem saber como contou todas as suas experiências, a tristeza de na terra normal aonde vivia não ser popular, sentir-se sozinho e sem vontade de fazer amigos pois nem sempre as coisas corriam bem, a vontade que tinha de devorar doces ficando assim cada vez mais gordo e sem energia, o tempo passado em frente à televisão e todas as dificuldades que tinha nas aulas de educação física etc.... Baltazar estava espantado e ao mesmo tempo orgulhoso de si mesmo por estar tão à vontade naquele lugar. Todos os escutavam com atenção e quando terminou de falar Elias aproximou-se e sacudiu-lhe a cabeça carinhosamente com um sorriso. Depois de terminar de falar, Baltazar olhou à volta e viu que todas as crianças sorriam felizes pela confiança de Baltazar e Elias então começou a dizer: -Baltazar muito bem vindo à terra dos sonhos, como vês aqui tudo é possível e se acreditares na tua terra também tudo é possível basta sentires que tudo aquilo

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que desejares de bom para ti acabará por acontecer e para isso tens de começar a fazer coisas de forma diferente. Lá tudo pode ser igual aqui, pois tudo começa por pensares como gostarias de ser e aí tudo vai mudar... Pensa que passar muito tempo em frente à televisão tira-te tempo para outras coisas mais divertidas, pensa que comer demasiado faz-te ficar gordinho e sem energia e pensa que se te afastares dos outros eles acabam por se afastar de ti também. Baltazar escutava atento o velho Elias e cada palavra sua ficava gravada no seu coração dando-lhe confiança e coragem. Acabada a partilha da criançada,Elias levantou-se e despedindo-se de todos, alegre seguiu o seu caminho. Baltazar agora acompanhado das outras crianças estava feliz e junto com Alice deitou-se na relva fresca cheirando o ar perfumado e a brisa tépida, os olhos estavam pesados...pesados até que acabaram por se fechar num sono tranquilo..Eram seis horas da tarde quando Baltazar de um salto acordou ...” Ai meu Deus pensou ele...”onde estou?!! ah!Adormeci.Baltazar olhou à sua volta e viu-se deitado em cima de uma cama velha com um livro enorme em cima de si e lembrou-se do que tinha acontecido. Levantando-se devagar olhou para si e viu o Baltazar do costume,gordinho e cansado, mas na sua


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memória permanecia o sonho? Aventura? Viagem? Baltazar não sabia bem o que tinha acontecido mas o certo é que agora estava mais feliz e com vontade de ser um Baltazar diferente igual ao menino do sonho...Baltazar desceu as velhas escadas de madeira a ranger e rapidamente correu para a porta. Quando chegou à rua viu que já estava escuro e aflito começou a correr para casa pois já devia ser muito tarde e seus pais deviam estar preocupados. Durante o trajeto Baltazar estava admirado consigo mesmo por ir a correr e não se sentir cansado. Chegado a casa Baltazar correu para a mãe que aflita com lágrimas nos olhos o abraçou lhe perguntou aonde tinha estado até tão tarde deixando-a preocupada. Baltazar disse que tinha estado na biblioteca e tinha adormecido. A mãe deu-lhe um ralhete por não a ter avisado mas ficou por ali tranquila com a sua chegada. Baltazar foi para casa e sentado na cama pensou no que tinha acontecido e sentia-se feliz e pensou que seria melhor não contar a ninguém a sua aventura pois o mais certo seria não acreditarem nele. Lembrou-se das palavras de Elias e tomou uma decisão, a partir daquele dia seria tudo diferente. Iria aprender a andar de patins, não passaria mais horas em frente da televisão, não iria comer tantos doces e já no dia seguinte iria juntar-se às outras crianças na escola.

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E assim aconteceu, Baltazar sempre que chegava da escola pedia à mãe um lanche com frutas, iogurtes e só umas bolachinhas. A mãe admirada fazia-lhe a vontade mas um dia perguntou-lhe: - Meu querido já não gostas dos meus bolinhos? -Gosto muito mãe e gosto tanto que os quero guardar para um dia especial, disse sorrindo. Os dias passavam e Baltazar agora mais magro e com mais energia já participava das brincadeiras e acabou por fazer alguns amigos. Um dia quando regressava a casa lembrou-se de procurar a loja aonde tinha estado naquele dia especial em que viajou à terra dos sonhos. Percorreu a rua dum lado para o outro mas não conseguiu ver a casa, tudo estava diferente, só via lojas normais e casas também normais, procurava por toda a rua e nada. Quando já estava a desistir da busca vira-se para trás e choca-se com uma menina, olha-a bem nos olhos e reconheceu-a mas decidiu perguntar: -Como te chamas? Sou Alice disse sorrindo e continuou o seu caminho deixando Baltazar de boca aberta seguindo-a com os olhos. Alice já bem afastada olhou para trás e levantou os braços mostrando-lhe um grande livro com o nome “ LIVRO MÁGICO” e gritou....até logo Baltazar vemo-nos na terra dos sonhos..... FIM


4 de Marรงo Lisboa


O QUE ACONTECEU AO AMOR?


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Esta é talvez uma das perguntas que mais fazemos e que mais profundidade adquire. Refletir sobre o que é o amor pode significar viajar ao nosso percurso pessoal de vida e à forma como o mundo atual o vive. Talvez seja das épocas em que mais utilizamos a palavra amor. Parece que está frequentemente na nossa boca. Que todos o sentimos. Ou que todos o queremos sentir. Falamos de amor com uma facilidade que não encontrávamos em épocas anteriores da nossa sociedade. Não se alterou apenas a utilização da palavra, mas também uma maior facilidade na expressão do amor, assim como do afecto. É comum dizermos a quem gostamos “amo-te”. É comum abraçarmos, acarinharmos e tocarmos como forma de manifestação desse mesmo sentimento. Mas será que o amor é realmente sentido? Será que o amor é visto de uma forma simplista? Na forma de sentir e de manifestar? Poderíamos neste enquadramento refletir sobre o que o amor implica.

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Será que o amor é visto de uma forma simplista? O amor implica um vínculo, saudável, que foi desenvolvido e maturado por forma a serem compreendidas e demonstradas atitudes de confiança, de partilha e de conhecimento de ambas as partes, que precisam de algum tempo para acontecerem naturalmente e se desenvolverem. Podemos ter uma postura de amor por quem nos rodeia, estando abertos a conhecer, compreender e acarinhar tudo o que essa pessoa é, assim como todas as pessoas com quem nos cruzamos. Querer-lhes bem.


O amor ĂŠ um estado de abertura ao outro, com respeito por ele e respeito por nĂłs mesmos.


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O melhor. Olhá-las com afecto e com carinho. Entre outras coisas. E ter essa postura perante todos os que nos rodeiam. Mas talvez o amor seja mais do que isso. Talvez seja importante notarmos que na verdade não sentimos o mesmo por todas as pessoas com quem nos cruzamos, ou inclusive, sequer, desenvolvemos algum tipo de relação. E por tal, a confiança, a partilha e todo o processo de desenvolvimento das mesmas, não será igual com todas as pessoas. O amor por alguém implica a relação entre 2 pessoas, ainda que essa relação possa ser fantasiada ou não recíproca, mas existindo ,ainda que, num plano mental. Por isso, o amor talvez não possa ser algo unilateral. Que apenas sai de nós, de igual forma, para todos os seres que nos rodeiam. Podemos ter, no entanto, sempre, um estado de abertura ao outro, que nos permite (quem sabe!) vir a amá-lo. Um outro ponto que pode ser importante também refletir é o facto de apenas conseguirmos dar aquilo que conhecemos. Desta forma, o amor e o afecto precisam de ter sido vividos na nossa vida anteriormente, seja na nossa infância por parte dos nossos pais, seja pelo contacto com outro modelo e referência de afecto e amor, ou até pelo desenvolvimento desse sentimento por nós mesmos. Precisamos, assim, também, curar as nossas feridas para que não continue dentro de nós a falar mais alto uma criança ferida e para que possamos aceder a essa parte de nós

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...Olhá-las com afecto e com carinho! (...) que está livre de controlo e poder afectivo. Isto envolve um processo de auto-conhecimento com nós mesmos. Vivemos numa geração em que tudo é rápido, como o acesso à informação, o falar com alguém, entre tantas outras coisas, e por isso importa dar tempo ao amor. O tempo que o amor merece.

Sara Morgado


QUARTOS DE CRIANÇA

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O quarto de uma crianรงa pede-nos MAGIA


O quarto de uma crianรงa pede-nos CRIATIVIDADE


O quarto de uma crianรงa pedenos CONFORTO


relaxamento CRIANÇAS


EXERCÍCIOS SIMPLES, MOMENTOS ESPECIAIS! POR ZEN KIDS Podemos prestar atenção aos

vamos pensar numa pessoa que

sons, à respiração ou a qualquer

gostamos muito e que vemos

coisa que esteja a acontecer

muitas vezes. Vamos imaginar que

agora. Incluindo aquilo que

ela está a sorrir, que está alegre,

sentimos e pensamos. Por nós e

com energia, saúde e

pelos outros. Podemos ainda

tranquilidade. Podemos assim,

desejar coisas boas àqueles que

pensando nessa pessoa, desejar-

gostamos! Vamos colocar a mão

lhe mais de tudo isso. Podemos

no nosso coração e vamos estar

repetir mentalmente, pensando

atentos à nossa respiração.

nessa pessoa : Que tu estejas

Sentimos assim o peito a subir e a

feliz. Que tu estejas tranquilo.

descer e as nossas mãos seguem

Que tu te sintas bem.

esse mesmo movimento. Agora


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