A B R I L
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E D I Ç Ã O
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ZEN KIDS FAMÍLIA| EDUCAÇÃO| BEM-ESTAR
Mesa da Paz Uma estratégia para a resolução
Livros!
de conflitos
Memórias da Infância e da Vida
W W W . Z E N - K I D S . O R G
Nr. 17 | Abril de 2017 DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org
COLABORADORES Rita Gonçalves, Helena Fernandes e crianças, Modesta Calheno, Catarina Jerónimo, Maria Sousa, Helena Maciel
IMAGENS Pixabay, Photl
PERIODICIDADE Mensal
SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com
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ZEN KIDS
revista ZEN KIDS
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CONTEÚDO NÚMERO 17
NESTA EDIÇÃO Editorial 6
Agenda 8 A alimentação consciente na Páscoa 10
E quando as crianças falam de "Jogos de Computador " 30 Quando os pais se separam...o que é essencial para as crianças? 34 Livros! - Memórias 50
Relaxamento para Crianças 60
Mesa da Paz : ensinar as crianças a gerir conflitos de forma pacífica 18
SARA MORGADO
EDITORIAL Queridos Pais! Nunca houve como hoje em dia tantas publicações (esta incluída), sites, livros, workshops e um sem número de fontes que vos dizem algo sobre a melhor forma de educarem os vossos filhos em todas as áreas da vida deles e das vossas, por consequência. São óptimas para nos ajudar a ter mais informação quando não sabemos o que fazer e assim fazermos escolhas mais conscientes, mas imagino que não deva ser fácil ler e ouvir tanta coisa, algumas coincidentes, outras contraditórias e ainda assim a vossa cabeça não dar um nó. Imagino mesmo! Entre tantas teorias, o que fazer afinal? O que escolher? Como agir perante esta ou aquela situação? Porque estamos todos tão perdidos, sem saber o que fazer perante tantos novos desafios que as crianças nos trazem? Esta ainda é uma pergunta para a qual procuro respostas, assim como muitos de vós. Procuramos todos. Acredito que é mais
benéfico ter dúvidas do que respostas absolutas. Apenas sei que vos quero hoje dizer uma coisa : descompliquem. Sim, descompliquem. Tornem as coisas simples, aproveitem os momentos com os vossos filhos, estejam presentes neles, reflitam sobre as vossas atitudes e as deles, procurem respirar antes de gritar e sejam felizes, com eles. Cuidem de vocês porque isso será essencial para a forma como lidam com os comportamentos deles. Permitam-se errar e aprender com esses erros. Tal como com as crianças. Eles vão crescendo como filhos e pessoas. E vocês vão crescendo como pais e pessoas. Passo a passo, cada um de vocês, fazendo o vosso caminho e percurso de vida. Valorizem-se, porque ser pai e mãe é uma missão e tanto! Procurem informação, diferente , diversificada, ouçam várias opiniões, e na conjugação da vossa individualidade e da individualidade dos vossos filhos, façam aquilo que vos fizer mais sentido. Mas sobretudo, de coração aberto sentem-se com eles e conversem. Transmitam as vossas ideias e sentimentos. Ouçam os deles. E procurem que a vida faça o resto.
Sara
AGENDA
ABRIL 10 15
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Workshop de Desenho Intensivo | 10 a 12 de Abril 14h30 às 17h00 | 12 a 15 anos| Arte Ilimitada
Fado Miudinho | Concerto para famílias| Oceanário de Lisboa
O Gato das Botas estreia | 15h00 | Teatro Armando Cortez
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O sol e a lua nunca se encontram? - Ateliês Tapete Encantado | até aos 12 meses |10h às 10h45 ou 11h30 às 12h15 | Museu do Oriente
Jardim Azul - Oficina de Cianotipia | 10h00 às 14h00 Museu Nacional de História Natural e da Ciência
Sensory Bay Play | Gymboree
LISBOA UM BOM MÊS!
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A ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE
na Páscoa
A Páscoa significa comemorar em família! Reunir com os familiares mais próximos, desfrutando da sua companhia e, claro, degustar algumas iguarias típicas desta festividade.
Como vegetariana, algumas pessoas mais próximas questionam o que irei comer nesta época. Como já havia referido em artigos anteriores, a minha forma de estar na vida, é com quem iremos confraternizar e, menos relevante, o que é que iremos comer. Será nesta linha de pensamento, que conseguiremos quebrar padrões instituídos, mudar atitudes e, mais importante, celebrar a Páscoa em família! Desejando romper com o tradicional, serão muitos os pratos deliciosos e coloridos que poderão servir na refeição, proporcionando um almoço
ou jantar apetecível, quer a adultos, quer a crianças. Um saboroso risoto, é fácil de confecionar e muito apreciável pela maioria das pessoas. Se o regime alimentar for vegan, poderá utilizar tofu, com natas de soja ou arroz, conferindo o verdadeiro aspecto ao risoto. Caso seja vegetariano, a utilização de queijos parmesão, mozarela, ricotta, entre outros, serão opções possíveis e igualmente saborosas. O risoto é extremamente fácil de cozinhar, com inúmeras sugestões possíveis, que mais à frente sugerirei.
A abstinência ao consumo de carne, é metaforicamente falando, uma abstinência de consumos exacerbados.
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Como anteriormente referi, a filosofia prática de vida que adoptei, é válida para qualquer época do ano, independentemente das festas católicas. A prática e vivencia do yoga, proporcionaram a adopção de conceitos mais naturais e consequente alimento consciente e em harmonia com a Natureza. Educada na religião católica, como a maior parte da população portuguesa, jamais poderei renegar esta realidade. No entanto, assumi uma visão muito particular sobre a religião. As aprendizagens, as vivencias, as descobertas, proporcionaram uma visão mais abrangente, ensinamentos que procurei transmitir na educação do meu filho, mas respeitando a sua opinião e vontade. O aprofundamento dos conhecimentos, nesta filosofia prática de vida que também assumi como profissão, corroboram e fortificam o regime alimentar escolhido. A Páscoa não é excepção! De acordo com a história conhecida, seria útil parar e reflectir sobre os comportamentos alimentares assumidos nesta festividade. A abstinência ao consumo de carne, é metaforicamente falando, uma abstinência de consumos exacerbados. Lembre-se, que na época dos evangelhos, a carne era um alimento pouco acessível à maior parte da população. Por conseguinte, qual a lógica de trocar o sofrimento de um ser, pelo sofrimento de outro?
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(...)educar as nossas crianças em verdade e respeito, por toda a biodiversidade da vida. Será que a vida de um cordeiro é mais valiosa que a vida de um peixe? Ambos são seres vivos, dotados de sistema nervoso, que transmitem a dor e consequente sofrimento, contrário ao que a religião apregoa, seja a católica ou outra! Quando aprofundado o estudo, rapidamente percebemos que nenhuma religião aceita o sofrimento animal como meio de subsistência do ser humano. Efectivamente, foram os humanos, que criaram novas regras, que muito se distanciam da verdadeira origem do Ser e da sua essência. Reveste-se de primordial importância rever os valores instituídos, para que seja possível educar as nossas crianças em verdade e respeito, por toda a biodiversidade da vida.
(...)podemos aferir o quanto estas crianças sentem e rejeitam o sofrimento dos animais destinados à alimentação humana (...)
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A alimentação consciente, é essencial neste trabalho evolutivo da raça humana. Vivemos a era das crianças índigo e, ainda mais actual, Cristal! A manutenção do seu estado de purificação e elevação, está directamente relacionada com a alimentação, assumindo um factor preponderante no seu desenvolvimento. Uma sociedade mais equilibrada e conciliadora, é fundamental para o bem estar das mesmas. Com recurso às mais recentes tecnologias, podemos aferir o quanto estas crianças sentem e rejeitam o sofrimento dos animais destinados à alimentação humana, quando confrontadas com o consumo deste alimento. As suas expressões, rejeições, repulsa são bem presentes quando obrigadas na sua ingestão. Haverá muito a ser feito, para operar a mudança de hábitos e regimes alimentares. Contudo, se a leitura do presente artigo convidar à reflexão sobre hábitos e costumes alimentares, não necessitará ser “Páscoa”, onde é comemorada a vida com a ressurreição de Jesus Cristo, para operar alterações na dieta alimentar. Uma outra prática comum neste período, é o jejum! Jesus Cristo jejuou diversas vezes e por longos períodos! O jejum, é importantíssimo na “rotina” normal do ser humano. O ideal é jejuar um dia por semana. Introduzir este hábito na criança, é prepará-la convenientemente para a fase adulta. Neste momento, questionar-se-á: jejuar
para quê? A prática do jejum, é fundamental para o equilíbrio do corpo humano. O jejum é uma prática muito antiga, que acompanha o homem há pelo menos oito mil anos, com finalidades terapêuticas e também espirituais. Proporciona a desintoxicação dos órgãos, possibilitando a oportunidade dos mesmos se “limparem”, eliminando as toxinas que são diariamente impostas. Um outro benefício, é a cura de doenças! Por analogia ao reino animal mais próximo, quando um gato ou cão está doente, este não tem apetite, bebendo água para manutenção da sua hidratação. O corpo necessita de liberdade para resolver a patologia e, estando alimentado, necessitará desviar
A prática do jejum, é fundamental para o equilíbrio do corpo humano.
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mais de 50% da sua energia para o processo digestivo, facto que potenciará o aumento da doença. Não havendo esta necessidade, o sistema imunitário do corpo, centrará toda a sua energia no combate à doença, com os resultados consequentes. Além destes benefícios, o jejum reequilibra os níveis de insulina, melhorando a sensibilidade das células à sua acção. São inúmeros os benefícios da prática de jejum. A sua descrição, seria matéria mais que suficiente, para ocupar o leitor durante umas longas horas. Se está convicto das suas opções alimentares, jamais servirá de desculpa a ingestão de alimentos que contrariem as mesmas, independentemente se está em casa dos pais, amigos ou familiares que não respeitem a sua decisão. Um outro alimento, com grande consumo nesta época, é o chocolate! Há alguns entendidos, que afirmam que o vegetariano ou vegano, não poderá saborear esta iguaria!!! Mas porque não?! Qual o fundamento desta afirmação? É evidente que pode comer. No entanto, há necessidade de comprar qualidade, significando a procura de chocolate produzido em agricultura bio e que não contenha muitos conservantes, vulgo, edulcorantes. A minha sugestão é fazer os seus chocolates em casa! É muito fácil e saudável! Escolha uma receita de bombons ou ovos de Páscoa. Depois, só terá de a transformar.
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"A minha sugestão é fazer os seus chocolates em casa!"
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Caminho para a sabedoria: Nada de poder, um pouquinho de saber E o máximo possível de sabor…!!! Autor desconhecido Por exemplo, utilize a geleia de Agave, Arroz, Milho ou Acer para adoçar; substitui o leite e manteiga de origem animal, por os de origem vegetal. Como verifica, é muito simples. Basta seguir a receita, efectuar estas modificações e obterá uns deliciosos e saudáveis bombons ou ovos de Páscoa. Poderá fazer as suas amêndoas caramelizadas com açúcar mascavado, em vez do refinado! Esta simples tarefa, poderá ser ainda mais divertida e proveitosa, se convidar os seus filhos a ajudarem. Passarão tempo em conjunto, divertindo e lambuzando-se com as sobras, ao mesmo tempo que fomenta a mudança de atitude e contribui para um mundo mais harmonioso. Para finalizar, como prometido, sugiro algumas receitas para o risoto: - Arroz arbóreo é a base de qualquer risoto. Deverá ser cozinhado de acordo com as suas especificações. Se optar por um risoto de beterraba (fica muito
colorido), necessita de cozinhar a beterraba, utilizar o liquidificador para a transformar num creme e, na hora de servir, misturar o arroz, previamente cozido, com o creme de beterraba. Se for vegetariano, poderá adicionar queijos, caso seja vegano, utilizará as natas vegetais. Tempere a gosto com especiarias e ervas aromáticas. Noz moscada e pimenta caiena combinam muito bem! Em vez da beterraba, poderá utilizar cogumelos, abóbora, espinafres, espargos…. Na verdade, poderá confecionar de acordo com a sua imaginação e assim, criar o seu próprio risoto. Em conclusão, deixo-lhe este pensamento: Caminho para a sabedoria: Nada de poder, um pouquinho de saber E o máximo possível de sabor…!!! Autor desconhecido
Rita Gonçalves -Professora de Yôga|Diretora Escola Yôga Braga| Vice-Presidente da Associação de Cultura Yôga Braga – Rita Gonçalves
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MESA DA PAZ
ensinar as Crianças a gerir conflitos de forma pacífica
Uma “Mesa da Paz” à qual as Crianças recorrem autonomamente sempre que precisam de resolver um conflito, seja interior ou com outra pessoa, pode parecer, à primeira vista, uma ideia utópica. De facto, nas mais diversas situações de conflito que vivem no dia-a-dia, seja com colegas, com familiares, amigos ou mesmo consigo próprias, pode ser difícil imaginar uma situação onde essas Crianças, de forma espontânea e independente, irão procurar resolvê-las de forma calma, pacífica e respeitosa.
No entanto, com alguma persistência e prática, tal é possível. Trata-se de fornecer às Crianças um espaço que as encoraja a falarem sobre o que sentem e o que pensam, dando-lhes um local específico e um método próprio para alcançarem um acordo em caso de conflito, ou para reencontrarem a calma numa situação de irritabilidade, ou, mais propriamente, nas tão famosas “birras”. Muitos de nós certamente já vivemos momentos de tensão ou de desacordo onde gostaríamos
(...) a capacidade de respirar fundo,  controlar os impulsos e falar de forma mais calma. É precisamente disto que se trata: de uma capacidade
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de ter tido a capacidade de respirar fundo, controlar os impulsos e falar de forma mais calma. É precisamente disto que se trata: de uma capacidade. A capacidade de resolver os conflitos de forma civilizada, que, por ser isso mesmo, pode ser praticada e adquirida, sobretudo pelas Crianças, com os seus espíritos absorventes da realidade que as rodeia. Pode tornar-se uma ferramenta que levarão para a vida, pelo simples facto de a isso terem sido ensinadas desde cedo, podendo encontrar assim a paz nas suas vidas e, em consequência, contribuir para a Paz na sociedade. É importante sublinhar que a utilização da “Mesa da Paz” nos termos que agora se ilustram não se consegue de um dia para o outro, e poderá depender de muitos factores, como sejam a idade das Crianças, as suas personalidades e os contextos em que se integram. Será de facto necessário persistência e paciência, sobretudo numa fase inicial onde a sua utilização terá sempre de ser promovida e suportada com a intervenção de um adulto. No entanto, chegará o dia onde bastará lembrar que têm ali aquele
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(...)poderá depender de muitos factores, como sejam a idade das Crianças, as suas personalidades e os contextos em que se integram. recurso à disposição para resolverem o desacordo (sem nunca serem obrigados), e, por fim, o dia em que verá a Criança a ir à “Mesa da Paz” de livre e espontânea vontade. Para que serve a “Mesa da Paz”?
A “Mesa da Paz” é uma ideia que vem já pensada e aplicada com bastante consistência, e que, embora tenha sido inicialmente pensada para aplicação em contexto escolar, é um conceito que ao longo do tempo tem vindo a ganhar um âmbito
A “Mesa da Paz” é, então, um espaço sempre à disposição da Criança, e dos próprios adultos, para ser utilizado unicamente para resolver conflitos.
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de aplicação muito superior. A “Mesa da Paz” ou o “Canto da Paz” podem contribuir para uma vivência mais pacífica e harmoniosa seja na escola, em casa, em casa dos avós, num centro de actividades, ou em qualquer outro espaço frequentado por Crianças. Mas sobretudo, irá dar-lhes ferramentas para que possam aprender pela vida fora a gerir e resolver as situações de conflitos pelas quais vão inevitavelmente passar. A “Mesa da Paz” é, então, um espaço sempre à disposição da Criança, e dos próprios adultos, para ser utilizado unicamente para resolver conflitos. Poderá chamar qualquer pessoa para lá ir consigo, e através de um diálogo com algumas regras, alcançar um acordo, e, além disso, lá permanecer sempre que sentir essa necessidade, de um tempo de silêncio, de um tempo consigo própria.
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O que preciso para criar uma “Mesa da Paz”?
(...) essa necessidade, de um tempo de silêncio, de um tempo consigo própria.
1. Canto Tranquilo Uma “Mesa da Paz” não tem necessariamente de ser uma mesa com duas cadeiras e alguns objectos simbólicos em cima. Por isso também muitas vezes é chamado de “Canto da Paz”. A criatividade, a cultura e as características de cada escola ou família são factores a ter em consideração na sua criação. Desde já, quanto à “Mesa” propriamente dita, podemos estar a falar de almofadas colocadas num canto da casa, um tapete que se desenrola quando é preciso, um cesto a que se
recorre, uma prateleira, enfim, uma infinidade de opções. Deve, contudo, ser criada num canto tranquilo, onde não decorra especial actividade, e, muito importante, ser um espaço que vá ser utilizado única e exclusivamente com esta finalidade. Sugere-se que se experimentem vários locais e formatos até que se encontre um que se sinta ser o ideal para o que se pretende. Caso vá ser utilizado por várias Crianças, este espaço deve ser pensado num local onde se possa ir dando uma vista de olhos ao tom que as conversações vão tomando, ao mesmo tempo que se respeite a privacidade.
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Acima de tudo, é um espaço que deve ser belo e criado com Amor, confortável e convidativo, identificado e visto como um espaço especial, ao qual qualquer um pode recorrer quando precisa. 2. Objectos Como já se referiu, apreendendo-se os conceitos que estão na base da “Mesa da Paz” e da sua utilização, a forma como a mesma é criada e os objectos que na mesma são utilizados, podem depender da criatividade de cada um. No entanto, existem alguns que são normalmente utilizados, pela utilidade que lhes é associada: Objecto Mediador: Trata-se de um objecto que serve para “mediar” a forma como o conflito vai decorrendo. Ajuda a
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desenvolver e assegurar o respeito pela palavra de cada um, pois deve estar na mão de quem tem a palavra em cada momento, e que, por isso, não poderá ser interrompido em momento algum. Em caso de conflitos internos, pode ser um objecto que a Criança ao tocar, manipular ou simplesmente observar, também se acalme. Alguns exemplos podem ser elementos da Natureza (plantas, areia, pinha, pedras, conchas), um Pote da Calma*, um objecto com significado, um boneco, entre tantas outras opções. Ampulheta: Poderá também ajudar a mediar a resolução do conflito, pois define o tempo que cada um tem para falar antes de passar a palavra à outra pessoa. A ampulheta também pode marcar um tempo de silêncio antes de começarem as “conversações”, quando os ânimos estão exaltados, ou ser utilizada pela Criança individualmente, quando precisa de se acalmar.
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Basta explicar que ver o tempo passar também promove a paz. Livro sobre emoções: Existem disponíveis livros que ensinam as Crianças sobre as emoções, o que é muito importante para que possam compreender melhor o que sentem em cada momento. Neste especial contexto, pode ajudar a Criança a exprimir melhor aquilo que sente, com recurso aos ensinamentos do livro. Recomenda-se, por exemplo, um livro intitulado “Sentimentos”, da Edicare. Sino ou guizo: Para anunciar que o conflito foi resolvido. As Crianças divertem-se muito com este tipo de abordagem.
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Além destes, outros objectos podem ser utilizados. Por exemplo, um papel e um lápis para ajudar na expressão dos sentimentos, fotografias da família, objectos simbólicos. Sugere-se apenas que não se coloquem demasiados objectos para não dispersar a atenção das Crianças. Como ensinar as Crianças a utilizar? É importante num primeiro momento, e sobretudo num momento onde reine a tranquilidade, explicar à Criança ou às Crianças que espaço é aquele, para que serve, como o devemos utilizar, bem como aos objectos que lá encontram. Como já tivemos oportunidade de referir, será muito importante o apoio do
adulto numa fase inicial, para que as Crianças absorvam a ideia da sua utilização, de tal forma que se vá tornando cada vez mais natural. Em caso de birra ou num momento em que a Criança não está a ser capaz de gerir as emoções, explicamos que é uma boa altura para ir até à “Mesa da Paz”. Lá deverá permanecer em silêncio e quietude, observar ou mexer nos objectos que lá encontra, olhar para a movimentação suave dentro do Pote da Calma, fazer desenhos na areia, colocar a ampulheta a funcionar. Irá rapidamente perceber que caso o faça irá acabar por encontrar tranquilidade, e poderá de lá sair quando se sentir mais calma, quando se sentir pronta. No caso de conflitos com outras pessoas, sejam adultos ou Crianças, a Criança deve convidar calmamente a outra pessoa a ir consigo à “Mesa da Paz”. Esta Criança que convidou deverá ser a primeira a falar, iniciando-se a contagem do tempo e com o objecto mediador na mão. Deverá explicar, de forma calma e tranquila, porque se sente chateada. Uma vez terminado o seu tempo, passa o objecto à outra pessoa, as vezes que
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forem necessárias até se chegar a uma solução pacífica, acordada entre ambas. Há certas regras de linguagem a promover, que numa fase inicial caberá aos adultos ajudar a respeitar, podendo ser relembradas às Crianças através de exemplos práticos ou da afixação de ilustrações, frases ou o que for que lhes relembre do seguinte: 1. As Crianças devem descrever a situação concreta ocorrida e como se sentem com a atitude do outro (“sentime triste porque partiste o meu brinquedo”), ao invés de julgarem a acção do outro (“tu partiste o meu brinquedo”, “és bruto a brincar”); 2. As Crianças devem aprender a expressar-se de forma positiva (“gostava muito que brincasses com mais cuidado”) e não de forma negativa (“não partas mais os meus brinquedos”); 3. Nunca se podem utilizar palavras ofensivas, e caso a Criança não se esteja a conseguir acalmar ou respeitar o outro, deverá retirar-se ou esperar um momento em silêncio.
Ensinar através do exemplo Depois desta explicação inicial, uma forma muito eficaz de ajuda-las é através do exemplo, que sabemos ser das formas mais eficazes de ensinar as Crianças. Os adultos do espaço podem utiliza-la uns com os outros nos momentos de tensão (o que irá certamente despertar a curiosidade das Crianças), lá permanecer quando estiverem um pouco irritados ou
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chateados, e convidar a Criança a ir consigo à “Mesa da Paz” quando alguma situação de conflito estiver a surgir. Quem sabe não ajudará os próprios adultos a treinar algumas ferramentas para resolver as situações de forma mais pacífica e menos impulsiva? Apenas algumas regras a não esquecer: é importante nunca forçar a sua utilização, mas ao mesmo tempo apenas permitir a sua utilização para resolver conflitos ou para um tempo de silêncio. Caso a “Mesa da Paz” esteja a ser utilizada por alguém ou a resolver um conflito, nunca deve ser interrompida. O mesmo se aplica quando um adulto esteja a mediar o conflito: intervenções de outras pessoas devem ser evitadas. Ao início poderá parecer longínqua a altura em que o farão espontaneamente e sem necessidade de intervenção de um adulto, mas tal irá acabar por acontecer. A “Mesa da Paz” ajudará a acalmar os ânimos e a fazer com que as Crianças sintam o controlo, pois têm um espaço e um tempo onde podem expressar o que sentem e sabem que vão ser ouvidas. O dia chegará em que irão ver os vossos pequenos a ir autonomamente e sem precisarem da vossa ajuda, acalmar-se ou resolver um conflito que tenha surgido. Esta é, sem dúvida, das melhores práticas que lhes poderemos ensinar para a vida.
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Pote da Calma - DIY O Pote da Calma é um objecto que ajuda as Crianças a tranquilizarem-se nos momentos de agitação, irritação ou desconcentração. Ao ser agitado desperta a sua atenção, e faz com que fixem a sua atenção, conseguindo, assim, organizar e centralizar o sistema nervoso, conforme vários estudos têm vindo a demonstrar. Tal ajuda a respiração e o ritmo cardíaco a desacelerarem, conduz à reflexão e à calma, ao mesmo tempo que estimula a criatividade. É um excelente objecto para ser usado na “Mesa da Paz”, e qualquer um pode fazê-lo: Materiais: 1 pote transparente de vidro com tampa (caso sejam Crianças mais pequenas, recomenda-se que seja de plástico); 1 a 2 colheres de sopa de cola glitter; 3 a 4 colheres de chá de purpurina azul e 1 gota de corante azul (a cor azul é recomendada pelo facto de estar associada à paz e à tranquilidade, mas pode-se usar qualquer cor); água quente. Como fazer: 1. Misture a cola glitter com a água quente (é importante não encher totalmente o pote, pois precisa de um espaço para agitar o líquido), e mexa durante algum tempo, para que a cola se desfaça; 2. Adicione a purpurina e mexa novamente, e, por fim o corante alimentar. Feche muito bem a tampa. Sempre que for preciso, é só agitar e observar.
Catarina Jerónimo & Maria Sousa Sales Jardim da Descoberta www.jardimdadescoberta.wordpress.com https://www.facebook.com/Jardimdadesc oberta/
" PROCURA A ESSÊNCIA DA INFÂNCIA NOS OLHOS DE UMA CRIANÇA!"
E QUANDO AS CRIANÇAS FALAM DE...
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JOGOS
de computador! Eu não jogo jogos de computador mas gostaria de jogar, especialmente um jogo que se chama red ball 4, porque tem muita ação e os vários níveis diferentes são divertidos e alguns um bocadinho difíceis . Um dia joguei em casa de um amigo e passei todos os níveis . O último é muito, muito difícil . Bruno, 10 anos Os jogos de computador são uma maneira de passar o tempo. Mas há pessoas que jogam por vício.. Eu acho que é bom jogar mas não em demasia. Eu não gosto muito de jogar computador , gosto mais de jogar no tablet ou no telemóvel . A única coisa que eu jogo no computador é o CSgo. Francisco, 10 anos Os jogos para mim são fantásticos. Adoro! Infelizmente é muito viciante e há muita gente que não convive para estar a jogar computador . Gosto de jogar, mas eu sei quando é para brincar e quando é para jogar. Há jogos que têm vírus e podem estragar o computador . Há jogos que se pagam, mas esses jogos são os mais importantes. A minha mãe diz que sou muito agarrado aos jogos e que devia parar. Concordo com ela, mas
não consigo . Pedro, 12 anos Não tenho o hábito de jogar nem o de ir ao computador . A única coisa que faço no computador são apenas trabalhos de grupo ou outro tipo de trabalhos. Também passo as fotografias do telemóvel . Não gosto muito de ir ao computador ou jogar algum jogo. Acho que é um mau hábito e que transforma as pessoas, pois quando estou ao lado de alguém que o está a fazer sinto-me aborrecida. Marta, 14 anos Eu adoro jogar jogos de computador pois isso alegra- me quando estou triste e os jogos, de vez em quando, também me "dão" emoção , tristeza e, de vez em quando, raiva. Mas, mesmo assim, eu gosto de jogos de computador. Por isso eu gostava de ser jogador profissional , mas isso deve ser quase impossível pois os meus pais não querem que eu jogue muito . Manuel, 11 anos Normalmente não jogo jogos de computador, não é uma coisa que me chame à atenção . Mas se não tiver
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mesmo nada para fazer, talvez até jogue. Uma coisa que eu odeio mesmo é estar ao lado de alguém que esteja a jogar. Sinto-me mesmo aborrecida! Matilde, 12 anos Para mim os jogos de computador são uma das melhores coisas do mundo . Existem muitos tipos de jogos . Uns mais fixes do que outros,mas dos que eu gosto mesmo são os de armas. Eu adoro jogar on-line, principalmente com os meus amigos, até os que já não vejo há muito tempo. É uma das coisas que acho mais divertido . E ainda melhor, jogo o tempo que me apetece e os meus pais não me dizem nada. Pedro, 11 anos Os jogos de computador são uma coisa que me apetece jogar mas que quando começo farto-me logo e paro logo. Os meus pais não têm nada contra desde que eu faça os tpc e as minhas tarefas, mas também não sou daquelas viciadas. Carmo, 11 anos Eu acho bem os jogos de computador pois às vezes chegamos a casa sem nada nem ninguém para nos divertir e podemos jogar , ou então quando estamos longe dos nossos amigos
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podemos jogar com eles . Às vezes torna-se viciante e nós chateamo-nos com os jogos e isso põenos com mau feitio com as pessoas à nossa volta, mas muitas vezes ajudamnos a descontrair. Muitas vezes a minha mãe diz que eu passo muito tempo ao computador e eu digo-lhe que gosto imenso disto, pois estou constantemente em convívio, tanto a falar como a divertir-me com os meus amigos. Rodrigo, 11 anos Eu sou uma criança muito viciada em jogos. Muitas vezes o meu pai gosta de jogar comigo. Mesmo que o meu pai não queira eu arranjo sempre uma solução para que ele jogue. O problema é que a minha irmã está sempre a chatear-nos. A minha mãe diz sempre: Rafael larga o telemóvel , larga o tablete! Claro que eu largo logo os jogos , senão a minha mãe tira-me logo o telemóvel . Eu adoro jogar jogos de ação , de carros , de motas, mas aqueles que mais gosto são de armas. Rafael , 10 anos
CuiDar a Criar
QUANDO OS PAIS SE SEPARAM...
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O QUE É ESSENCIAL
para as crianças? No momento atual, o número de casais que se separa é alto e por isso, cada vez mais este acontecimento é olhado como comum na nossa sociedade. Tal não origina forçosamente menos consequências nas crianças, dependendo da forma como essa separação é vivenciada pelos pais e sobretudo como é feito o processo de adaptação da criança a esta nova realidade. O facto de este ser um acontecimento social cada vez mais comum auxilia as crianças a perceberem a situação, na convivência com outros, como menos dramático e mais desmistificado. Ao abordar a situação é muito importante que ambos os pais possam conversar com a criança sobre a situação, com honestidade e sinceridade, ainda que a explicação da mesma deva acontecer num sentido entendível para a criança. Para além daquilo que os pais transmitem é importante ouvir a criança e fazer algumas perguntas sobre os seus sentimentos e pensamentos sobre a situação, com disponibilidade para ajudá-los a compreender melhor o que se passa, que a mesma não é culpada da situação e explicar como as coisas se vão processar no futuro, por forma a auxiliar
a sua adaptação às mudanças que vão ocorrer. É normal que a criança fique confusa perante a situação, não querendo isso significar que haja sofrimento por parte da mesma, visto que dependendo das situações, a criança pode considerar e perceber que essa é a melhor solução para todos, como em situações em que as discussões e conflitos são frequentes e violentos.
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é essencial que as crianças percebam que ambos os pais vão continuar a amá-las e que continuarão presentes nas suas vidas. Neste processo será essencial que os pais não utilizem os filhos como forma de deter controlo ou manipular o anterior companheiro, assim como qualquer outra forma de envolvimento das mesmas naquilo que pode ser o conflito que se instalou entre o casal. Este é um assunto que envolve a vida dos pais, ainda que tal tenha influência sobre toda a família.Importa sublinhar que o pai da criança será sempre o pai da criança , assim como a mãe da criança será sempre a mãe da criança e que a relação que ela vai estabelecer com ambos é de extrema importância para o seu saudável desenvolvimento. Em determinadas situações as crianças denotam que o processo adaptativo não está a decorrer da melhor forma como por exemplo situações de isolamento, tristeza frequente e intensa ou queda acentuada no desempenho escolar. Importa estas atento a estas situações e procurar acompanhar a criança na percepção do que ela está a sentir e na forma como está a processar a situação. Por último , é essencial que as crianças percebam que ambos os pais vão continuar a amá-las e que continuarão presentes nas suas vidas.
Sara Morgado www.zen-kids.org
BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA
TAPADA DE MAFRA
NOMADIC
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Foi criada em 1747 por D. João V com o objetivo de proporcionar uma área envolvente adequada ao Palácio Nacional de Mafra. Conta com uma vegetação luxuriante constituída por sobreiros, carvalhos, pinheiros e fetos e podem ser encontradas espécies várias como javalis, raposas e veados, entre outros. Desde 8 de Março conta com um programa especial para a Primavera, mas ao longo do ano estão presentes atividades várias para escolas, séniores e famílias e ainda programas em que se pode dormir na Tapada ou até atividades de caça. Estão presentes também vários pacotes de atividades por forma a que seja possível escolher o mais motivante para cada família. Num tempo que convida a maior contacto com a Natureza e tão perto de Lisboa, poderá aqui encontrar a possibilidade de passar um fim-de-semana diferente. No que toca a horários, a Tapada Nacional de Mafra, entre 11 de Março e 14 de Julho , está aberta todos os dias das 09h30 às 18h00. Saiba mais em http://tapadademafra.pt. Imagens: tapadademafra.pt
tempo! m o b o r ita Aprove Done!
porque LER É O MELHOR REMÉDIO
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A comida dos miúdos cá de casa ÁGATA ROQUETTE Partilhas e muitas ideias na visão da nutricionista para toda a família.
Mãe de Sete Mãe, conteme a sua história
MARIANA D'AVILLEZ A experiência de uma mãe de sete filhos, com muitas ideias, truques e sentido de humor!
E se existisse um livre para guardarmos a história de vida das mães?
VOA! XAVIER DENEUX
Um plano de 6 semanas que procura ajudar o seu filho a comer de forma saudável, variada e sobretudo sem conflitos e birras lá em casa.
SHOPPING IDEIAS E
PARTILHAS
PLACE
LITTLE CLOUD
LITTLE CLOUD
CHICAMELANCIA
VIOLETA COR DE ROSA
COTH
PIUPIUCHICK
HORA DE DORMIR CONTOS AUTORA | Â MODESTA CALHENO
SPOONFUL | ISSUE 08
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Angelina (baseado em fatos verídicos)
Passaram-se 4 anos, a pequena Maria e Angelina eram agora duas rapariguinhas de 13 e 14 anos respetivamente. Maria e Angelina andavam no liceu e eram duas garotas felizes. Maria tinha uma adoração especial por Angelina pois esta pequena menina era um anjo entre todos os que a rodeavam. Sempre que havia conflitos as palavras de Angelina acalmavam os ânimos, Angelina estava sempre disposta para ajudar quem precisasse sem nada pedir em troca, para além disso ainda organizava brincadeiras e jogos maravilhosos para a criançada vizinha. Tinha um dom especial de fazer com que tudo parecesse mais bonito. Um dia estava Maria a tentar costurar uma saia ao lado de Angelina e nervosa com o trabalho, pois não tinha jeito nenhum para a costura disse a Angelina: -Olha, sabes, não gosto nada de costura, isto é uma chatice. Angelina riu-se e respondeu: - A vida tem muitas coisas que não
gostamos de fazer mas se te esforçares um pouco e não reclamares tanto vais conseguir. Achas? perguntou Maria. Tenho a certeza, respondeu Angelina. Depois de alguns momentos de silêncio Angelina pegou nas mãos de Maria e fixando-a nos olhos disse: Maria ouve com atenção. Eu vou estar pouco tempo mais aqui com vocês e quero que me prometas apoiar a minha mãe nos momentos dífíceis que ela vai passar. Tu és uma grande amiga e eu sei que vais ser capaz de o fazer. -Que história é essa Angelina? O que estás para aí a dizer? -Escuta Maria que eu não vou repetir, o meu tempo aqui está a acabar, é um pressentimento que tenho, mas não estou com medo, pelo contrário sinto que vou voltar a casa. Maria estava meio tonta com aquelas palavras que ela achava serem sem nexo mas prometeu guardá-las dentro de si e não voltar a falar no assunto. O tempo foi passando e Angelina não voltou a tocar naquele
(...)Â Maria sabia que Angelina nĂŁo desaparecera mas sim sĂł tinha mudado de lugar (...)
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assunto da partida. Estava uma tarde solarenga de primavera, era o mês de Maio e sentia-se o cheiro das flores que pairava no ar, lufadas de vento agradável despenteavam os cabelos da criançada que brincava na rua. Nestes tempos as crianças brincavam na rua e juntavam-se em bandos alegres correndo e saltando felizes. Maria tinha acabado de pousar os livros quando ouviu um burburinho vindo da rua e perguntou à mãe : -Mãe o que se passa aí fora? A mãe muito agitada disse: Vou ver lá fora só ouço a Sãozinha a gritar... Quando ambas chegaram perto da Sãozinha ( mãe da Angelina ) a senhora chorava desesperadamente um choro aflitivo e no meio do choro balbuciava (...a minha menina!!!! a minha menina!!!) Quando por fim se aproximaram umas pessoas a tentarem acalmar a senhora foi que Maria e a mãe ficaram a saber o que se passava. Angelina vinha a pé da escola como já era habitual, vinha com mais algumas meninas e na brincadeira uma das meninas empurrou Angelina que tropeçando caiu para a estrada, vinha um autocarro e atropelou a menina. Só mais tarde depois de Angelina ter sido hospitalizada se veio a saber que o atropelamento tinha sido fatal e a menina não sobreviveu. Maria não queria acreditar no que
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estava a acontecer, não podia ser verdade...a sua amiga do coração tinha morrido estupidamente atropelada....o seu anjo...não podia ser verdade... A verdade é que foi assim que aconteceu e tal como Angelina tinha dito a Maria o seu tempo na terra estava a terminar e assim foi. Angelina partira deixando os corações de todos os que a conheciam despedaçados e o de sua mãe, completamente vazio....Maria depois das cerimónias fúnebres e de tudo estar mais calmo pensou nas palavras de Angelina e junto com a mãe começaram a apoiar e ajudar a Sãozinha a ultrapassar tão grande perda, dando-lhe força e conversando todos os dias com ela relembrando-lhe que ter tido a Angelina entre elas foi um privilégio pois aquela menina foi um anjo na terra e aonde ela estivesse agora iria ficar feliz de saber que sua mãe estava bem e continuaria a viver sabendo que sua filha estaria a velar por todos... Os meses foram passando tranquilos e a imagem de Angelina continuava viva no coração de Maria que todas as noites conversava com a sua amiga como se ela estivesse presente fisicamente, Maria sabia que Angelina não desaparecera mas sim só tinha mudado de lugar, sentia que no fundo a menina tinha regressado ao seu verdadeiro mundo. Contava-lhe os seus problemas e ansiedades e sentia muito viva a presença de Angelina no seu coração.
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Um dia a sua mãe contou-lhe que tinha estado a conversar com a Sãozinha e que ela estava muito agitada pois tinha sonhado com Angelina e que no sonho ela lhe tinha dito o seguinte: - Mãe tu vais ter outra menina. Estás grávida e a menina vai trazer nas costas um sinal igual ao que eu tinha...ela vai ser uma alegria para todos mas não será igual a mim...Gostava que lhe desses o meu nome e querida mãe amo-te muito.... Maria sorriu e disse: -Que bom parece que a Angelina quis dar á mãe uma grande alegriaPassados uns dias tiveram a confirmação que a Sãozinha estava grávida. E assim nasceu uma menina a que foi dado o nome de Angelina mas que em nada se parecia com a irmã..
Muitos anos passaram e Maria já mãe e avó sempre teve a seu lado Angelina, um anjo que esteve algum tempo entre os humanos e que Maria teve o privilégio de conhecer... Angelina ensinou a Maria e a todos os que a conheceram que só o Amor é verdadeiro e eterno e que a vida não acaba mas sim muda de sentido... Acredito que os anjos às vezes vivem entre nós.....
Fim!
" As crianças conhecemse a si próprias em interacção com as outras. "
OS LIVROS MEMÓRIAS
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Eu sei que não! Não são substitutos de pessoas, de família, da natureza, de vivências e de tantas outras coisas importantes que fazem parte das nossas vidas. Não é suposto tirarem-lhes o lugar mas fazerem parte deles. Na minha caminhada eles sempre estiveram lá, desde muito cedo, a marcar a sua presença quase ou sempre diária, trazendo com a sua magia a possibilidade de sonhar, de viver, de vibrar. Sim. Os livros. Primeiro houve aquele, o do João e da Maria e da bruxa má e da casinha de chocolate. Ao abri-lo as imagens levantavam-se e a maravilhosa e deliciosa casinha de chocolate tomava forma. E aos meus olhos de criança o deslumbramento era total. Ainda sem saber ler, foi, no entanto, durante muito tempo a minha companhia preferida e fazia parte de um ritual de todas as noites antes de dormir, em que me eram permitidos esses momentos de sonho e pura magia. Sentada na cama abria-o e
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(...) por tantas histórias que todas aquelas imagens me permitiam depois criar e viver (...)
até que fosse apagada a luz, bebia com os meus olhos todos os pormenores e ali ficava, parada no tempo, até que a luz fosse apagada e o meu sono era então povoado por tantas histórias que todas aquelas imagens me permitiam depois criar e viver. Houve também os tempos do colégio. E o sentido prazer e gozo quando, chegadas as férias, me estendia pela noite fora, mergulhada na leitura de um livro até que o meu Avô me viesse apagar a luz a dizer que já
"Os meus companheiros fiĂŠis. Que me divertiram umas vezes, me fizeram chorar outras, me permitiram viajar para tantas paragens (...)"
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chegava de leitura porque já era muito tarde. Tendo tido como Mãe alguém que tinha sido professora primária tive assim o privilégio de cedo ter aprendido a ler, muito antes de entrar para a escola, movida pelo empenho dela e pela imensa ânsia e curiosidade de poder ter acesso àquilo que os livros poderiam conter. E mais tarde sim foram vindo outros e assim eles foram crescendo comigo e eu com eles sem nunca mais nos separarmos. Houve tantos, os clássicos infantis, as aventuras dos cinco e dos sete, os livros da Condessa de Segur, mais tarde os romances da Jane Austen, alguns clássicos da literatura e … a lista que nunca mais teve fim e que continua até hoje. Os meus companheiros fiéis. Que me divertiram umas vezes, me fizeram chorar outras, me permitiram viajar para tantas paragens, me trouxeram conhecimento, que foram meus mestres, meus médicos, meus psicólogos, meu lenitivo em horas difíceis porque me permitiram evadir-me e esquecer dores, me permitiram viver tantas outras vidas, me ajudaram a nunca deixar de sonhar. Que seria de mim sem os meus livros? Ainda hoje de tempos a tempos releio com prazer livros da minha infância como “A Princesinha” ou o “Pequeno Lorde” a deixarem-me sentir esse gostinho de poder mergulhar na minha infância com todas as recordações belas
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"Ainda hoje de tempos a tempos releio com prazer livros da minha infância" e boas que elas me trazem. E ainda hoje também os livros continuam a ser presença constante na minha vida, estão lá também sempre ao lado da minha cama e não sei dormir sem ler primeiro umas páginas. Quando já Mãe, os mesmos rituais foram-se repetindo. Muito antes de a minha filha aprender a ler, cedo eles foram chegando a casa, como pretexto de qualquer celebração
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foram insinuantemente marcando presença na sua vida, a despertar-lhe a curiosidade pelo conhecimento e a trazerem com eles a sua magia. Deixando a sua indelével marca, impuseram-se a pouco e pouco fazendo parte de um património de que há muito não dispensa. Despertar e cultivar desde muito cedo nas nossas crianças o gosto pela leitura, oferecendo-lhes livros, levando-as a bibliotecas, arranjando tempo para lhes ler histórias é, entre muitas outras coisas, permitir-lhes ter acesso a um dos maiores privilégios que lhes podemos dar. Como poderemos deixar de o fazer?
(...) a despertar-lhe a curiosidade pelo conhecimento e a trazerem com eles a sua magia.
Helena Maciel
QUARTOS DE CRIANÇA
O quarto de uma crianรงa pede-nos MAGIA
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O quarto de uma crianรงa pede-nos CRIATIVIDADE
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O quarto de uma criança pedenos CONFORTO
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relaxamento CRIANÇAS
EXERCÍCIOS SIMPLES, MOMENTOS ESPECIAIS! POR ZEN KIDS Convidar as crianças a soprar num
o objectivo será fazer o moinho
apito, tentando que este não
dar voltas lentamente.
emita nenhum som, procurando
Este exercício tem assim o
assim que expirem lentamente. O
objetivo de numa ou noutra
tempo de expiração depende da
hipótese desacelerar o ritmo
capacidade pulmonar.
respiratório e procurar
Em vez de utilizar um apito,
proporcionar um estado de
podemos propor-lhes que soprem
relaxamento na criança.
sobre um moinho de vento, e repetir o exercício, mas desta vez
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