zenkids#10

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zen kids

EDIÇÃO 10 | SETEMBRO 2016 | MENSAL

REGRESSO ÀS AULAS

OBESIDADE INFANTIL

REFEIÇÕES EM FAMÍLIA

UM ESPECIAL SOBRE O REGRESSO ÀS AULAS

O QUE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA NOS DIZ

COMO UM ACTO DE AMOR

FAMÍLIA| EDUCAÇÃO | BEM-ESTAR


Nr. 10 Setembro de 2016

DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org COLABORADORES Célia Negrão, Marisa Menezes, Lara Barbosa , Mónica Carvalho, Joana Freitas IMAGENS Pixabay, Photl, GettyImages PERIODICIDADE Mensal

SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com www.zen-kids.org Rua das Camélias nº2 2710-632 Sintra

ZEN KIDS


revista ZEN KIDS

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CONTEÚDO NÚMERO 10

NESTA EDIÇÃO Editorial

7

Agenda

9

Silêncio, Quietude e Solidão

10

Obesidade Infantil: o grande desafio do século XXI 12

Melhores alunos? Ou nem tanto assim?

Alimentos para o nosso cérebro

16

O primeiro dia de escola

20

24

Novo ano escolar. Novas intenções?

28

As crianças que habitam dentro de nós, adultos!

38

Refeições em família como um acto de amor 40



EDITORIAL

Sara Morgado

DIRETORA/EDITORA A vida precisa de pausas. Algumas procuramos intencionalmente. Outras vezes, a própria vida nos obriga a parar. Mas saímos sempre diferentes destes momentos de pausa. Talvez por serem momentos em que refletimos e integramos o vivido, o que nos deixa mais leves para vivermos novas experiências com um maior sentido de presença, e que por isso, cria novas realidades. Setembro é o mês de recomeçar. Para alguns mais até do que aquilo que acontece na passagem do ano. Para recomeçarmos bem, precisamos de conseguir chegar ao tal “desligar” durante as férias. O que nem sempre é fácil. Mas acontece quando deixamos que a nossa mente se esvazie um pouco de preocupações, de afazeres e de objetivos. E esteja presente. Permitindo­nos viver com atenção total a esse presente. Para as crianças este é também um grande recomeçar. Para alguns, a entrada para a escola pela primeira vez, a adaptação a um maior afastamento do contexto familiar, o rever dos amigos, ou o começar de novas amizades. Quem não sentiu o “frio na barriga” que a entrada para a escola trazia? Mas é também um momento em que tudo está em aberto! Quantas novas experiências, amizades e aprendizagens podem surgir? E para os pais, novas intenções, novos ideais, novas formas de viver o dia­a­dia, novas atividades ! O novo é sempre o novo e por isso pode causar­nos ansiedade. Mas é sempre o ponto de partida, para mais uma etapa da vida, que consecutivamente, vai construindo a nossa história! Desejo que Setembro nos traga a todos bons recomeços. Que seja olhado com motivação e com um delicioso sentido de curiosidade pelo que poderá surgir e acontecer. Um bom Setembro. Uma boa energia!

Sara



AGENDA

Setembro 16

A PARTIR DE 18 - A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES 8€ SÁBADOS ÀS 11H00; DOMINGOS ÀS 16H00 CENTRO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO DE LISBOA (SALA POLIVALENTE)

18- CONCERTOS PARA BEBÉS - CENTRO CULTURAL OLGA CADAVAL O Mário dos Bebés - 18 de Setembro com Mário Laginha (piano) Adulto e Bebé: 17,50€ ; Adulto 12,50€ CENTRO CULTURAL OLGA CADAVAL 25- OS TRÊS PORQUINHOS - PORTO 11H30 10€ TEATRO SÁ DA BANDEIRA - PORTO 29 A 9 DE OUTUBRO- A LUA DE JOANA Adaptação do livro “A Lua de Joana” de Maria Teresa Maia Gonzalez 7,5€ Teatro Turim - Estrada de Benfica (em frente à Igreja de Benfica)

ATÉ 9 OUTUBRO - O CORCUNDA DE NOTRE DAME Sextas e Sábados 16h00 | Domingos 11h00 e 16h00 7€ QUINTA DA REGALEIRA


Silêncio, Quietude e Solidão


Quantas vezes dentro de nós ouvimos um sussurro da Alma que nos pede silêncio, quietude e solidão... E quantas vezes, quando assim acontece, fingimos que não ouvimos e seguimos em frente, não damos tempo a que se faça silêncio, corremos para não permitir que o movimento cesse, fugimos para o meio da multidão com medo da solidão. Não sabemos estar em silêncio, não sabemos estar parados,

desafio à nossa Paz e ao nosso equilíbrio,

não sabemos estar sozinhos. Mas

porque imediatamente somos apontados,

porquê? Talvez porque temos medo... estar em

julgados e postos em causa. E sendo assim...

silêncio, quietos e sós leva­nos ao encontro da

há que escolher! E, parece­me, que a escolha

Alma, a esse lugar onde tudo está bem, onde

se faz com base naquilo que nos pede a nossa

tudo está em Paz, onde temos todas as

Alma, esse Eu superior que nos sabe guiar no

respostas às nossas perguntas, às nossas

melhor dos sentidos. Quando fazemos escolhas

inquietudes, aos nossos medos. A esse lugar

assim, com consciência, usufruindo desse

onde por vezes nos é pedido que sigamos em

direito e da liberdade que nos pertence,

sentido contrário, porque esse sentido que

saberemos sempre o que fazer a cada

parece estar bem, não nos leva a lugar nenhum,

momento, e se Alma nos pede silêncio, quietude

leva­nos apenas ao trilho já traçado por outros,

e solidão, há que aceitar esse pedido,

que nos parece seguro, confortável e sem

experienciá­lo e usufruir de tudo o que com isso

riscos, onde a vida é sem surpresas, onde não

virá. Porque com toda a certeza, virá uma

há experiência e por isso não se erra, onde não

grande aprendizagem que nos levará mais alto

se erra e por isso não se aprende, onde tudo

e mais longe no caminho certo. Assumir esta

permanece igual e inquestionável.E por outro

escolha é assumir que queremos viver em Paz,

lado, porque pertencemos a esta sociedade que

livres e felizes; capazes de saber para onde

nos pede que não estejamos parados, onde é

queremos ir e como queremos ir; conscientes

preciso fazer coisas, onde tempo é dinheiro,

que estamos certos das nossas escolhas;

onde o tempo urge, onde é preciso agarrar as

isentos de preconceitos e livres de culpas. E

oportunidades, porque se assim não se faz o

porque acredito que assim é, também fiz a

fracasso e o insucesso vão tomar conta das

minha escolha e neste momento usufruo do

nossas vidas e estaremos condenados

silêncio da quietude e da solidão que minha

à desgraça. E isto também mete medo... E

Alma me pede!

contrariar o que a sociedade nos pede é um

Célia Negrão Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria | celia.negrao@gmail.com


Obesidade Infantil o grande desafio do sĂŠculo XXI


De entre as doenças que mais afetam as crianças, a obesidade e o excesso de peso são os problemas mais comuns e que mais afetam a qualidade de vida não só atual,

1 em cada 3 crianças tem excesso de peso* *APCOI (Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil)

como também futura. Em Portugal, os mais recentes dados estatísticos indicam que uma em cada três crianças têm excesso de peso. A obesidade, associada a outros problemas de saúde como o colesterol elevado, a dislipidémia, os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, são, em conjunto a grande epidemia do século XXI.

A Medicina Chinesa e a Obesidade A Medicina Chinesa, além de ajudar a aliviar

Causas da Obesidade

doenças e sintomas, também atua na prevenção, através do aconselhamento de

A proliferação dos jogos de computador, a

alimentos e de modos de preparação de

presença quase assídua da televisão na vida

refeições mais saudáveis, introdução de

das famílias, acompanhada de uma explosão de

alimentos saudáveis e com menor aporte

dispositivos informáticos como os computadores

calórico e consequente alteração de hábitos que

portáteis e os tablets, habitua as crianças, desde

visam reduzir o sedentarismo. A escolha de

pequenas a permanecer mais tempo em casa e

pontos de acupuntura permite equilibrar o corpo,

sentadas. Além disso, o atual estilo de vida mais

o funcionamento dos órgãos e reduzir o apetite,

exigente em que há menos tempo para efetuar

controlando e promovendo um melhor

refeições, levou a um aumento quase

funcionamento dos órgãos afetados e ajudando

exponencial das refeições tomadas fora de casa

a reduzir o peso. No entanto, não são só os

e a um aumento do consumo de fast food.

adultos que podem recorrer à Medicina Chinesa,

Assiste­se nos dias de hoje a um modo de vida,

como também as crianças. Aliás, devido à idade

em que as crianças permanecem mais tempo

e as especificidades do organismo infantil, é

em casa e têm um estilo de vida mais sedentário

mais fácil reestabelecer o equilíbrio quando em

que há 20 anos atrás, o que são dados

situações de doença. Contudo, é importante que

preocupantes e que comprometem a saúde

situações como a obesidade sejam tratadas o

atual e futura destes potenciais adultos.

mais precocemente possível pelos danos que


causam ao organismo a médio e a longo prazo.

controlo, essencialmente, através de pontos de

Assim, desde tenra idade que as crianças

acupuntura localizados um pouco por todo o

podem recorrer à medicina chinesa no sentido

corpo, é indispensável para o controlo da fome e

de prevenir problemas e doenças futuras, como

da voracidade em relação aos doces.

também para controlar o peso, reduzir a fome e mesmo aconselhar os alimentos a evitar e a preferir ao longo das várias etapas da vida. O

A Dietética Chinesa e a Medicina Chinesa

recurso à Medicina Chinesa nestas situações trata o bem­estar físico da criança mas também

O primeiro passo para iniciar uma dieta é, tendo

o bem­estar psicológico indispensável para o

em consideração a idade da criança, adaptar a

tratamento da obesidade.

dieta alimentar à mesma idade e às

Como atua a Medicina Chinesa na Obesidade?

necessidades nutricionais específicas da idade pois, para cada idade, existem alimentos apropriados, sendo que, por exemplo, a introdução dos doces (guloseimas, gomas,

Existem também alguns pontos de acupuntura,

chocolate e afins) só deve ser feita entre os 6 e

não só na zona auricular (auriculopuntura),

os 7 anos de idade. Quanto mais cedo são

como através de meridianos que se encontram

introduzidos os doces na alimentação, maior o

espalhados pelo corpo e que têm uma

risco de obesidade e de viciar o paladar da

importante função na redução do apetite.

criança no sabor doce (que é, de entre todos os

De acordo com a Medicina Chinesa, todos os

sabores, o mais viciante). Também o leite

órgãos têm uma função específica no nosso

materno deve ser prolongado por um elevado

organismo, sendo que o órgão Fígado, é o responsável pelos ataques de fome, pela fome voraz e pela maior apetência para o consumo de alimentos mais condimentados. Assim, segundo a Medicina Chinesa, reveste­se de grande importância, controlar este órgão, sendo que, a partir do momento em que ele está mais controlado, o excesso de apetite também começa, progressivamente, a diminuir. Além do Fígado, também o órgão Baço, é um dos responsáveis pelo aumento de peso e pelo consumo excessivo e viciante de doces. O seu


Desde tenra idade que as crianças podem recorrer à medicina chinesa no sentido de prevenir problemas e doenças futuras, como também para controlar o peso, reduzir a fome e mesmo aconselhar os alimentos a evitar e a preferir ao longo das várias etapas da vida.

período de tempo, sendo que a introdução

organismo na digestão e na regularização do

desde cedo de papas e de alimentos pré feitos

trânsito intestinal. No caso da obesidade infantil

não trazem qualquer benefício a médio­longo

e, visto que tem inúmeras repercussões na vida

prazo.

futura das crianças, os tratamentos devem ser

Ao haver um diagnóstico de obesidade infantil, a

feitos 2 a 3 vezes por semana numa fase inicial,

Medicina Chinesa atua ao nível do fígado (que,

nunca esquecendo que o sucesso do tratamento

como visto anteriormente é responsável pelos

só é conseguido através de uma conjugação de

ataques de fome) e do baço especialmente. Os

vários fatores, como o cumprimento de uma

tratamentos podem ser feitos com agulhas

dieta, bons hábitos de sono, atividade física

pediátricas (com um tamanho mais pequeno e

semanal e a ida frequente aos tratamentos de

que causam menos dor na puntura) ou através

Medicina Chinesa (em que, neste caso, se deve

de um aparelho laser. A massagem Tuiná em

ter em atenção que a acupuntura juntamente

crianças de tenra idade (até aos 4 anos) é

com a dietética chinesa e massagem Tuina

extremamente útil e eficaz, uma vez que

contribuem em proporções iguais para a

normaliza todo o sistema digestivo, auxiliando o

obtenção de bons resultados).


Conselhos úteis para ajudar a reduzir o peso

Bebidas Beber entre 1 a 1,5L de água por dia; Evitar bebidas com gás; Evitar sumos pré feitos, preferindo os batidos ou os sumos efetuados em casa;

Alimentos Evitar estar mais de 2,5h sem comer, tentando efetuar pequenas refeições ao longo do dia; Fazer pequenas refeições ligeiras, de modo a acabar a refeição sem a sensação de estar "cheio"; Evitar o consumo de doces (gelados, chocolate, gomas), sendo que é de eliminar o seu consumo após as 17h; Limitar o consumo de água ou de sumo durante a refeição; Frutas e legumes devem ser o “bolo maior” presente no prato; A introdução de fast food na alimentação da criança deve ser feita o mais tardiamente possível (e nunca antes dos 7 anos de idade) assim como todo o tipo de guloseimas, doces e chocolates;

Estilo de Vida Procurar fazer exercício físico, pelo menos, 3 a 4 vezes por semana; Procurar estar com amigos, fazendo atividades como correr, andar de bicicleta, jogar futebol; Procurar estabelecer bons hábitos de sono (uma criança tem uma necessidade de descanso e de repouso superior à dos jovens adultos e adultos), pelo que é imprescindível que durmam num ambiente arejado, arrumado, sem ruído e devidamente limpo (que são fatores que contribuem para melhorar a qualidade do sono) pelo menos 7horas.

Lara Barbosa, Terapeuta de Medicina Chinesa, Health Club Infante de Sagres (Belém) e Ervanária de São Roberto (Almada) larabarbosamtc@gmail.com Marisa Menezes, Terapeuta de Medicina Chinesa, Consultórios Médicos da Casal Ribeiro (Saldanha) e Clínica das Pétalas (Forte da Casa) marisaflmenezes@gmail.com


Tempo para voltar. Aos objetivos, às intenções. Com mo t ivaç ã o! OUTONO


Alimentos para o cĂŠrebro ESTABLISHED 1856


A alimentação é um poderoso auxílio ao nosso bem-estar. Desta forma, na entrada do novo ano lectivo, é importante lembrar alguns dos poderosos contributos que eles trazem a esta nova fase. E especialmente aqueles que podem auxiliar a memória e o cérebro.

Brócolos Os brócolos possuem nutrientes que têm a capacidade de aumentar os níveis de memória e potenciar a saúde do cérebro.

Sementes de chia Favorecem o funcionamento dos neurónios e favorecem a atividade cerebral É também uma boa fonte de ómega 3.

Frutos Secos Boas fontes de fósforo, magnésio, potássio, vitaminas do complexo B e vitamina E. Todos eles de grande importância para o bom funcionamento do nosso cérebro.

CACAU Com moderação, é rico em antioxidantes e também em magnésio, útil ao nosso sistema nervoso.

Grande parte dos alimentos são úteis ao bem estar geral do nosso organismo. Por tal, é importante uma alimentação variada, que permita a integração no nosso corpo dos minerais e vitaminas necessários às várias funções que desempenha.


Especial Volta às Aulas

O primeiro dia DE ESCOLA


muitos pais, nesta altura, e como é normal, estão também ansiosos com este momento e com a

Para muitas crianças assinala-se a entrada para a escola. O que pensam eles? De que forma podem os pais ajudar a uma melhor adaptação neste processo? E quando eles não querem ir para a escola? A entrada para a escola é sempre um momento importante na vida das crianças, como foi nas nossas.

forma como os seus pequenotes se poderão sentir perante ele. Nas despedidas, importa encontrar um meio termo entre despedidas excessivamente prolongadas que dificultam o processo saudável de separação e despedidas demasiado rápidas, ansiosas ou inexistentes que levam a criança a sentir­se de certa forma “perdida”. Neste momento, uma atitude e frases de confiança, de elogio e de afecto podem ajudar a criança a sentir­se mais estruturada para enfrentar esse momento, auxiliando também à qualidade da relação entre pais e filhos.

Pendo sempre a acreditar que melhor entendemos como lidar com as situações da parentalidade quanto mais nos tentarmos recordar ou pelo menos compreender de que forma foi connosco. Tudo pode ser novo : os colegas, a própria escola e o tão importante professor, que acabará por marcar a vida destas crianças de uma forma única, e que se torna, ele próprio, um elemento central da vida das mesmas a partir daqui. Sendo assim, como todos nós perante as mudanças, é normal que surja alguma ansiedade, assim como expectativas, que poderão ou não corresponder à realidade. Para uma melhor capacidade de gestão da ansiedade a postura confiante e incentivadora dos pais pode ser fundamental. A questão é que

Muitas vezes as crianças têm dúvidas, perguntas e medos sobre a entrada na escola. No período de preparação para a entrada na escola, é importante que os pais conversem com os filhos sobre essa nova etapa das suas vidas, com vista a poder ajudá­los a desmistificar ideias que têm sobre a mesma e que de alguma forma lhes possam estar a causar algum sofrimento ou ansiedade. Muito importante é também ajudá­los a perceber que estarão a aprender e que a aprendizagem é feita ao longo do tempo, procurando assim diminuir o sentimento de perfeccionismo e exigência consigo mesmos que muitas crianças já têm incutida, dentro de uma sociedade, por si mesma, exigente.


A parte boa e positiva, assim como entusiasmante da ida para a escola deve ser a mais reforçada pelos pais. Tal atitude auxilia a que esse entusiasmo se sobreponha ao medo do desconhecido


experiências do dia­a­dia. E alterar ideias pré­ concebidas também começa em casa. O que pode correr menos bem? Neste processo é normal que certos sentimentos surjam como mais saudades dos pais, dificuldade em estar longe de casa em maiores períodos de tempo, aliado a um processo que ainda pode ter que ser desenvolvido de No que toca ao jardim de infância, o processo de adaptação pode dar­se de forma mais lenta e por isso, poderão ser utilizadas estratégias em que a criança vai ficando progressivamente mais tempo no local, fazendo assim uma entrada menos dolorosa. Poderá por hipótese ficar inicialmente apenas algumas horas ou apenas da parte da manhã e com o passar do tempo ficar todo o dia.

construção de relações com os pares ou até gosto/ distância da professora. Por tal, nesta fase é muito importante que passe mais tempo e de qualidade com o seu filho quando o final do dia surge. Esse tempo deve ser utilizado de forma a expressar afecto que seja para ele estruturante e também desenvolvendo a possibilidade de ele expressar sentimentos vários internos em relação a este mundo novo

O bom de ir para a escola! A parte boa e positiva, assim como entusiasmante de ida para a escola deve ser a mais reforçada pelos pais. Tal atitude auxilia a que esse entusiasmo se sobreponha ao medo do desconhecido. E a entrada para a escola é mesmo um momento entusiasmante. Já pensou juntamente com o seu filho na quantidade de novas atividades que vai descobrir? E aquilo que vai aprender? Escrever, Ler? E os amigos? Terá oportunidade de fazer novos e muitos amigos, sendo esta a primeira grande “escola das suas relações” fora do contexto familiar. Coloque o foco nestas ideias, assim como na ideia da diversão. Escola não é só testes, exigências e aprendizagem. É também um local para a diversão com os colegas e com as

que está a viver. Sentimentos internos mais perturbadores são normais e naturais na entrada para escola. No entanto, se passada a fase inicial os mesmos se mantiverem é importante aprofundar o que se poderá estar a passar. Em situações graves estes sentimentos podem manifestar­se com regressões da criança, isolamento, agressividade, alterações de padrões de sono e alimentação, entre outros. A entrada na escola é assim um momento único na vida de uma criança e muito importante para todo um percurso de vida seguinte. Viva­o com a importância que ele tem mas com a leveza com que a vida também deve ser vista. Especial Volta às Aulas por | Sara Morgado ZEN KIDS / projetozenkidsgmail.com


Especial Volta às Aulas

Melhores Alunos? OU NÃO TANTO ASSIM?


Estamos neste momento mais alerta para a

Voltando aos bons alunos, poderíamos dizer

necessidade de cuidar da educação, para além

que os bons alunos teriam dentro de si um certo

das disciplinas e resultados.

grau de equilíbrio entre essa vontade de saber

No entanto, tal continua a ser um ponto crucial

mais e a adaptação àquilo que a escola lhes

na escolaridade e talvez, assim permanecerá

pede, procurando também cumprir aquilo que

durante algum tempo.

lhe é “exigido”.

Contra este facto ou não, a realidade é que a

Sabemos hoje que ser bom aluno não é

sociedade de hoje e na qual as crianças irão

qualquer garantia para sucessos futuros,

viver em adultas (salvo grandes e enormíssimas

embora seja uma lição que talvez tenha sido

transformações) depende sim, de resultados, de

aprendida muito recentemente com uma

exigências e um certo grau de adaptação às

crescente geração de licenciados e com

mesmas.

dificuldade em encontrar emprego nas áreas de formação. Nesta geração de crianças estamos a

Desta forma, será importante ter bons

deparar­nos com um número exageradamente

resultados? Talvez seja importante ter bons

alto de maus resultados escolares, o que nos

resultados. A diferença estará entre ter bons

faz a todos, perante as nossas várias

resultados ou ter os melhores resultados. Esta

individualidades tecer um conjunto de ideias

“pequena” diferença cria uma grande distância

sobre o assunto. Independentemente de todas

entre o estímulo e motivação para o atingimento

elas, num ponto teremos que estar de acordo : é

de resultados por si ou por competitividade com

necessário também ajudar as crianças a

os outros. O mais importante na educação no

motivarem­se para o estudo, e a desempenhar

âmbito da escolaridade será manter uma

com um “equilibrado sucesso” esta fase da vida

curiosidade e interesse em saber mais, sendo

em que estão, e que os ocupa grande parte dos

que este ponto mantém­se intrinsecamente

seus dias.

ligado ao nosso percurso pela vida e as suas várias áreas.Esse interesse por saber mais, pela descoberta e curiosidade das coisas, pode ser criado bem antes da escolaridade dita curricular. Promove­se sim ao propiciar às crianças reforço e estímulo à descoberta e exploração do mundo que a rodeia. Talvez este ponto seja um dos que merece maior atenção hoje em dia visto que cada vez mais esta exploração e descoberta está limitada às crianças.


E o que fazer com os não tão bons assim alunos? Uma criança que perante o fracasso assumir uma noção de incapacidade, terá tendência para evitar o confronto com essa situação. Isto explica um processo que acontece E por tal, para além de perceber os porquês, temos também que agir, incentivando novas práticas. Grande parte do sucesso na aprendizagem não depende da inteligência mas sim do esforço, dedicação e também disciplina. Emocionalmente, depende também de uma boa capacidade de ir gerindo a frustração que a prática do estudo pode trazer. Talvez haja um exagerado número de horas dedicado ao estudo e à escola, o que dificulta a motivação para as crianças desenvolverem o seu estudo. No final de um dia de trabalho, ainda lhe apetece trabalhar? Provavelmente não. Apetece­lhe descansar. E a eles também. Há no entanto uma grande diferença entre verdadeiramente descansar ou trazer à nossa mente atividades que trazem pouco descanso ao nosso cérebro e que deveriam ser evitadas, como o crescente recorrer a meios virtuais e eletrónicos pelas crianças no final do dia ( e durante o dia). Para descansar, cada um vai percebendo quais as melhores estratégias, mas muitas vezes elas estão mais relacionadas com algo totalmente diferente de mantermos a mente focada e activa. Com as crianças funciona exatamente da mesma forma.

repetidamente na aprendizagem e que leva muitas crianças a perderem o interesse pela escola. Será importante nestes casos, os pais assumirem uma postura de validação e de crença nas suas capacidades. É também importante perceber que um mau resultado não acontece por incapacidade dela, mas por algo que a criança não fez, e que a ajudaria a atingir outro resultado. Por isso importa olhar para a situação, identificá­la, perceber a realidade e perceber como se chegou a esse mau resultado. Importa seguidamente definir objetivos, assim como ajudar a criança a identificar o que “ganha” com o atingimento desses objetivos. Posteriormente é preciso definir acções, diferentes, que poderão levar a resultados diferentes.Funcionam também as estratégias que poderão tornar o momento de aprendizagem um momento mais divertido, lúdico ou até em família. Por último, importa sublinhar que precisamos diminuir a exigência para que os nossos filhos sejam os melhores alunos, mas não devemos também cair no culto do mau aluno, por considerarmos que tudo está errado na escola e na educação atual. Estamos cá, adultos, para acompanhar, orientar, validar! Especial Volta às Aulas por | Sara Morgado ZEN KIDS/ projetozenkidsgmail.com


“Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser.” ― Jean Piaget


Especial Volta às Aulas

Novo ano escolar NOVAS INTENÇÕES?


A cada recomeço surgem novas intenções, novos desejos, novas ideias. Este é talvez um dos recomeços mais importantes das famílias. Depois da altura das férias começa a grande azáfama e correria do regresso às aulas. Aqui ficam algumas ideias para um novo ano escolar com saudáveis rotinas, afectivas e não só.

de afazeres ou exigências. É a brincar que as crianças descobrem e refletem sobre o seu próprio mundo interno e externo, dando­lhe processamento e significado. É também a brincar que as crianças experienciam a vida e as relações com os seus pares, desenvolvendo comportamentos úteis às mesmas. A infância é o tempo de brincar. É provavelmente aquilo que melhor a define e caracteriza. Por tal, não nos deixemos afastar dessa noção. Mãe e pai, posso passar menos tempo no

Mãe, o que fiz bem hoje? Uma ideia a integrar diariamente e que favorece os afectos e a auto­estima da criança é fazerem um pequeno exercício, em conversa ou como um pequeno jogo, em que expressamos à criança coisas que a mesma tenha realizado com sucesso nesse dia ou (e sobretudo) atitudes, comportamentos que valorizámos nela. É de grande importância validar a criança e este é um acto simples para um bom funcionamento familia. Manter rotinas saudáveis As rotinas que apreciamos têm algo de estruturante no nosso dia­a­dia. Permitem­nos perceber que no meio daquilo que poderá correr menos bem no nosso dia­a­dia, algo mantém­se e repete­se , o que nos traz segurança e Deixar tempo para brincar Será importante definir a “agenda” da criança, deixando tempo para ela brincar e sentir­se livre

computador e a jogar? Esta frase provavelmente nunca foi pronunciada por uma criança. Pelo menos que eu conheça. E porque raramente vai ser, pais, por favor, diminuam o tempo que as crianças têm em contacto com estes meios. Apesar de os jogos serem estimulantes, é por vezes um exercício demasiado solitário e carente de conteúdo de elaboração. Os estímulos recebidos são excessivos o que “cansa” a mente da criança e dificulta também o prestar atenção em atividades que seriam mais adequadas. Ter tempo de qualidade com os seus filhos Você, pai e mãe é e será a pessoa mais importante da vida dos seus filhos. Nada substitui esse momento, esse afecto e a qualidade do espaço que deixar a essa relação. Por isso, mesmo que dentro de todas as dificuldades de gestão de tempo atual, olhe para esse tempo como prioritário! Especial Volta às Aulas por | Sara Morgado ZEN KIDS/ projetozenkidsgmail.com


BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA

DOURO

NOMADIC

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Começamos num comboio, muito quente, com saída do Porto – Campanhã e com destino a Tua, em busca a descobrir novos lugares, novas partes do nosso país. Um parte da viagem vamos vendo lugares bonitos, mas terra, terra...Até que de repente o rio Douro surge e nos presenteia com a sua beleza. O verde e os montes constantes vão­nos dando a possibilidade de descobrir mais e mais lugares. Que vão aparecendo. Novos. Passo a passo com o seguir do comboio. Vamos também descobrindo pequenos lugarejos, com estações ferroviárias antigas e plenas de histórias. Vamos também descobrindo grandes quintas, casas senhoriais, com cheiro a história. Quanto mais nos aproximamos da Régua, mais perceptível se torna onde estamos, com a indicação das quintas onde é feito o Vinho do Porto e as suas várias marcas. E o rio continua. Com aproximadamente 2 horas de viagem e não nos cansa nem se repete. Parece sempre novo e diferente, embora sempre o mesmo. Vão passando barcos, que deslizam pelo rio, com mais pessoas em descoberta desta região linda do nosso país. Lugares a descobrir : Ermida, Mosteirô, Pinhão, Tua Linha do Douro – Comboios com partida de Porto­ Campanhã

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O Canto do

LEITOR

Porque ler é o melhor remédio!

MALALA ­ A MENINA QUE QUERIA IR PARA A ESCOLA

SOMOS AMIGOS? ANABEL FERNÁNDEZ REY

ADRIANA CARRANCA A história de Malala, Prémio Nobel da Paz, com ilustrações, para os mais pequenos.

UM MAPA PARA CHEGAR AO CORAÇÃO DA CRIANÇA MIGUEL MEALHA ESTRADA Um "mapa" que nos ajuda a perceber e compreender a forma como a criança sente, nas várias etapas do seu desenvolvimento, até à adolescência.

Um livro que explora a construção da amizade entre um menino e um urso, apesar das suas diferenças.

CRESCER JUNTOS CARLOS GONZÁLEZ

o novo livro de um dos pediatras mais lidos em Portugal e autor de "Bésame Mucho".


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hora de dormir Mimosa era uma vaca, que um belo dia começou a ficar muito triste e deprimida. As suas amigas galinhas começaram a notar que Mimosa andava tristonha, quietinha, diferente de todos os outros dias. – O que aconteceu, Mimi? – Cacarejaram suas amigas. – Aconteceu que eu não sei fazer nada de especial. – Disse a vaquinha. – Especial?! Como assim? – Perguntaram curiosas as galinhas. – Eu não sei andar de bicicleta como as outras vacas. As galinhas olharam curiosas e abriram um pouquinho o bico. Elas não sabiam que as vacas andavam de bicicleta. – Andam sim! – Respondeu Mimosa. – Só eu é que não sei andar. E Mimosa continuou: – Eu não sei plantar bananeiras como as outras vacas. As galinhas olharam assustadíssimas e abriram todos os seus biquinhos. Elas não sabiam que as vacas podiam plantar bananeiras. – Podem sim! – Respondeu Mimosa. E concluiu com um suspiro: – Eu não sei fazer nada de especial mesmo… Naquela noite, enquanto Mimosa dormia, as galinhas reuniram­se e cacarejaram baixinho. Elas tinham que encontrar uma solução para a amiga. Não queriam ver Mimosa tão triste pelos cantinhos da quinta. Cacareja que cacareja. Pensa que pensa. Até que uma delas teve uma ideia. Os rostos de todas as galinhas iluminaram­se, e foram dormir. Na manhã seguinte, bem cedinho, quando Mimosa acordou, apanhou um susto: – UM OVO! EU PUS UM OVO! A bicharada inteira acudiu, assustada que estava com aquela gritaria. Era verdade: no sítio onde Mimosa dormia estava em pé, direitinho, um lindo ovo malhado de branco com preto. Um ovo malhado igualzinho à Mimosa.

Contos

O dono da quinta ouviu a gritaria e saiu a correr. A mulher do dono da quinta chamou a rádio, a televisão, o jornal e anunciou a todos: uma vaca da sua quinta tinha posto um ovo!!! Mimosa toda contente olhava para o ovo com o maior orgulho. As vacas da fazenda, desconfiadas do que tinha acontecido, cercaram Mimosa e disseram em coro: – Mimi! Estamos muuuuuuuito desconfiaaaaaadas do que aconteceu! – Ui! Desconfiadas por quê? – Perguntou Mimosa. – Ora, Mimiiiii! As vacas não põem oooovos! Quem põe ovos são as galiiiiiiinhas! Mimi ficou triste de novo. Seria verdade? Seria verdade que seu ovo malhadinho tinha sido uma armação das amigas galinhas? – Não acredite, Mimi! Não fomos nós não! – Disseram as galinhas todas ofendidas com a acusação das outras vacas. Mimi começou a ficar triste de novo…mas pensou que as galinhas podiam estar a dizer a verdade e resolveu, resolveu que iria chocar o ovo como as galinhas fazem. Preparou um ninho fofinho e quentinho e sentou com todo o cuidado em cima do ovo malhado. Sentou e esperou. Todos na fazenda ficaram curiosos. E todos esperaram. Muito tempo se passou. Até que um dia, de repente, Mimosa ouviu um barulhinho estranho. CREC!!! CREC!!! E todos gritaram: Vai nascer !!!! Mimosa ficou olhando e viu que o ovinho estava rachando. Mais alguns crecs depois, o ovo abriu. E de dentro dele saiu … uma bolinha de … penas! – Viu só, Mimiiii! Foram as galiiiiinhas que o colocaram aí dentro! Mimosa já ia ficar triste de novo, quando o pintainho olhou para todos à volta, virou a cabecinha na direção de Mimi e gritou em alto e bom som: – MUUUUUUUUU!!! Fábula de Andy Cutbill | Adaptado por CPinto [psicopedagoga]


As crianรงas que habitam dentro de nรณs,adultos!


De alguma forma, quando crescemos, parece que a criança que fomos e o adulto que somos são pessoas diferentes. Mas não! Muito daquilo que somos está interligado com a criança que fomos. E mais : com aquilo que a criança viveu e sentiu. Assim sendo, ser pai e mãe deveria estar intrinsecamente ligado a deixar­nos reviver a nossa infância ou a resolver dentro de nós aquilo que pode não estar resolvido.

orgulhosamente mostrar a bandeira da vida adulta como uma competência adquirida. Os processos estão interligados e não distantes. Respeitar as crianças e os filhos implica respeitar as crianças que fomos. Implica olhar para elas, apreciá­las, elogiá­las.

É também quando nos conectamos com a criança que fomos que redescobrimos um sentido de leveza e alegria que a criança que está dentro de nós traz ao adulto que somos hoje.

Hoje já falamos todos um pouco de criança interior ou na psicologia debruçamo­nos muito frequentemente sobre a nossa infância. Mas será que realmente estamos interessados em perceber a criança que fomos com vista a perceber melhor quem somos ? A forma como sentimos ou reagimos perante certas situações? Sobretudo as mais difíceis de gerir emocionalmente? E as nossas atitudes?

Automaticamente, estar em contacto com crianças, nossos filhos ou não, traz­nos muitos sentimentos e recordações da nossa própria infância. Podemos estar mais ou menos conscientes desse facto, mais ou menos abertos a isso. Mas acontece. E o que fazemos com as recordações da infância? Boas ou más? Como grande parte das recordações temos tendência para arrumá­ las nas nossas várias gavetas. Com chave ou sem chave. Mas nas gavetas. Quando as abrimos por vezes não é bonito. Há muito pó! E temos que limpar, para ver melhor. E porque temos medo? Bem, talvez as gerações anteriores não respeitassem muito a infância. E talvez ainda estejamos hoje em busca de um equilíbrio saudável, ou seja, um meio termo. Entre não respeitar e divinizar. Sendo assim temos tendência a hoje

Dar lugar a sentimentos e situações menos positivas pelas quais passaram e redescobrir os seus comportamentos cunhados de beleza.

O processo não se fez ou ainda não se fez. O processo faz­se toda a vida. Porque haverá uma criança dentro de nós sempre que existirmos.

É importante olhar para ela. Dar-lhe um lugar. Entendêla e ouvi-la. Tomamos mais contacto com ela quando lemos pequenas mensagens escritas, quando éramos crianças, quando vemos fotos, quando em conversas de família, recordamos muito do vivido. E tal, pode abrir caminho para uma reflexão. Assim como um acarinhar dessa criança, dessa criança que em nós habita.


Refeições em família COMO UM ACTO DE AMOR


O momento da refeição poderia ser um dos mais importantes do nosso dia! Não apenas do nosso individualmente, mas também da nossa família. Mas nem sempre é assim. Grande parte das vezes o momento da refeição vem acompanhado com uma grande dose de stress. Pelo cansaço de pais e filhos no final do dia. Pelo facto de ele ser acompanhado por várias outras atividades e por vezes barulho a mais, da televisão e outros aparelhos eletrónicos que parecem não ter descanso no nosso dia­a­dia. No entanto, tudo é uma questão de intenção e de decisão. Até a forma como terminamos o nosso dia em casa e aproveitamos um momento que faz parte da nossa rotina diária para termos o nosso momento em família. Para isso acontecer, por vezes basta integrar outras práticas e intenções à volta deste momento. Seguem alguns exemplos.

Envolva as crianças na preparação das refeições Na verdade, a preparação das refeições pode ser um momento bastante stressante para pais e mães, mas sobretudo para mães. Tal deve­se sobretudo ao cansaço que o final do dia pode acusar. Muitas das vezes as mães, que por vezes mais parecem as super mulheres beneficiariam bastante da ajuda dos filhos. Para além disso este momento pode ser um momento também de conversa sobre o dia. Sobre aquilo que se passou, que sentem e que querem partilhar. Está assim a ser criado um espaço. Um espaço no dia, uma rotina, importante para a criança e para a sua relação com a família. Um outro aspecto a considerar é o facto de tal ajudar as crianças a desenvolver um sentido de ajuda e de participação nas tarefas, ponto importante no seu dia a dia como crianças e futuros adultos.

Conversem Muitas das vezes o horário das refeições deixa de ser um momento para a família e passa a ser o momento em que quase todos estão, ou a comer cada um no seu sitio da casa ou com os olhos postos na televisão. Mesmo que tal possa acontecer por vezes, é muito importante que o momento da refeição possibilite a partilha, a conversa e por isso os ruídos ou estímulos que podem vir da televisão não propiciam um momento destes. Sempre que possível, sentem­se à mesa e desliguem a televisão. Tenham um momento só vosso.


Expressem gratidão Os americanos têm uma importante celebração, de nome Thanksgiving, ou seja, o Dia de Ação de Graças. O seu intuito é precisamente dar graças, expressar gratidão. Este não seria um hábito muito interessante a integrar no nosso dia­a­dia e também nas nossas refeições? O momento da refeição pode ser um momento de dar graças. Não apenas pelos alimentos, mas também por hipótese, dando a possibilidade de fazer uma retrospetiva de bons momentos desse dia e de situações pelas quais agradecer que tenham acontecido no dia de cada um.

Explique o desenvolvimento dos alimentos A grande parte das crianças e até adultos, quando come uma refeição, não reflete na riqueza da sua refeição, assim como o tempo que cada um dos alimentos pode ter demorado a desenvolver­se para estar hoje, ali, disponível para nutrir o seu corpo. Comer uma refeição é também um bom momento para olhar mais atentamente para cada alimento e refletir sobre o seu percurso, enriquecendo assim a nossa noção da sua importância.

Coma com consciência Comer com consciência, comer de forma mindful, é estar totalmente atento a esse processo. Muitas vezes comemos porque temos que comer e não apreciamos verdadeiramente tudo o que acontece quando ingerimos um alimento. Por isso, desperte os seus cinco sentidos para comer. Repare no cheiro dos alimentos, na textura, nas cores, nos vários sabores que estão presentes e ouça o seu próprio mastigar. Comer com os cinco sentidos é comer com total consciência e garanto­lhe que a experiência será muito mais prazerosa. Para além disso o nosso apetite será muito mais preenchido

do que se comermos de forma automática. Ensinamos assim as crianças a comer de outra forma, com outra consciência.

Fale sobre a diversidade na alimentação Existe uma diversidade e riqueza na alimentação. Vamos adaptando os gostos segundo aquilo que consideramos que é saudável para as crianças. Mas a verdade é que em termos de refeições há para todos os gostos. Dentro daquilo que considera saudável, fale e mantenha presente diferentes sabores, diferentes tipos de comida e fale sobre essa riqueza e diversidade com as crianças para, mais uma vez os ajudar a valorizar e apreciar .

Por | Mónica Carvalho


“A felicidade não se resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles.”

ALBERT EINSTEIN


QUARTOS PARA CRIANÇAS


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relaxamento CRIANÇAS


Hoje vamos imaginar. Como quando adormecemos e sonhamos com lugares bonitos e coisas boas. Vamos colocar as mãos nas nossas barrigas e respirar fundo, muito devagar, três vezes. O ar entra e sai pelo nosso nariz, muito lentamente. Agora podemos deitar-nos e fecharmos os olhos, se quiserem. Vamos colocar as mãos no nosso coração e vamos sentir o bater dele um pouco. Só isso. Sentiram? Agora vamos dar cor ao nosso coração. Imaginá-lo como quisermos. Pintá-lo da forma como nos fizer sentir melhor. Vamos agora imaginar à nossa frente uma pessoa que gostamos muito. E vamos imaginar que do nosso coração saem coisas boas, para essa pessoa. Amor, amizade, alegria. O que quiserem dar. É bom este sentimento! No nosso dia-a-dia também podemos fazer isso. Enviar ou dar coisas boas às pessoas que fazem parte da nossa vida. Por : Sara Morgado


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