Zen kids#8

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zen kids

EDIÇÃO 8 | MAIO 2016 | MENSAL

MASSAGEM TERAPÊUTICA E O AUTISMO

O MINDFULNESS E A CIÊNCIA

ADOLESCÊNCIA

CONHEÇA MELHOR

O QUE NOS DIZ?

O MAIOR MEDO DOS PAIS?

FAMÍLIA| EDUCAÇÃO | BEM-ESTAR


Nr. 8 Maio de 2016

DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org COLABORADORES Diana Banha, Cláudia Madeira, Vânia Fernandes, Helena Fernandes e crianças, Mariana Silva IMAGENS Pixabay, Photl, GettyImages PERIODICIDADE Mensal

SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com www.zen-kids.org Rua das Camélias nº2 2710-632 Sintra

ZEN KIDS


revista ZEN KIDS

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CONTEÚDO NÚMERO 8

NESTA EDIÇÃO Editorial

7

Agenda

9

Simplesmente Agora

10

Massagem Terapêutica para Crianças com Necessidades Especiais: Autismo 12

Adolescência . O maior medo dos pais?

28

E quando as crianças falam de "Se eu fosse mãe!" 34

Reflexão para uma Parentalidade Humanista

Hábitos Saudáveis para Crianças

38

Letras do Coração

49

Criar, Desenhar, Pintar

51

16

Mindfulness para crianças. O que a ciência nos diz?

20

Dia da Mãe é todos os dias, em qualquer lugar 24



EDITORIAL

Sara Morgado EDITORA A nossa mente faz parte de nós. E sempre fará. De alguma forma, começámos a considerar, de algum tempo para cá, que a mente poderá ser mais nossa inimiga do que amiga. Mas como podemos ser inimigos de algo que faz parte de nós? Talvez a aceitação de tudo o que somos implique uma aceitação das várias partes de nós. Físicas. Mentais . Emocionais. E Espirituais. Na verdade, a mente pode também ser um grande aliado no nosso dia­a­dia. Pode ajudar­nos a encontrar um maior equilíbrio nas nossas emoções. Pode ajudar­nos a escolher, perante uma situação negativa, uma postura positiva e uma interpretação que nos auxilie. Interpretação essa que nos ajude a alterar comportamentos e padrões, que não nos são úteis. Outras vezes, podemos apenas observar, o que se passa em nós, e na nossa mente. E aceitar que é assim. Que tudo faz parte da vida e de nós e uma postura de observador ajuda­nos a manter a distância necessária para melhor nos compreendermos. Olhar o copo meio cheio não é alterar a situação. É alterar a sua interpretação. Não lute contra o que pensa ou sente. Procure sim olhar numa outra perspectiva, procurar uma outra solução. Aprofundar quem é e o que pode ser. Procure fazer­se feliz. E escolha o melhor ângulo. Para tirar a melhor fotografia da sua vida, das suas várias experiências. Partindo do principio que tudo, é uma possível, grande, aprendizagem de crescimento.

Sara



AGENDA

MAIO

16

15 - CORRIDA PELICAS

ESTÁDIO 1º DE MAIO - INATEL

15 - FADO MIUDINHO: CONCERTO DE FADO PARA CRIANÇAS

Oceanário 21- EXPLORADORES DA NATUREZA

Quinta Pedagógica Armando Villar até 29 - GALINHAS

Sala-Estúdio Os Papa-Léguas até JUNHO - FIADEIRAS DE HISTÓRIAS- Contos pelas BLX

Bibliotecas de Lisboa


Simplesmente AGORA


Cada ano mais que celebramos na nossa vida, é o resultado de uma soma de experiências, vivências, momentos, começos e recomeços, partilhas, pessoas, emoções, sentimentos... enfim, tudo o que vai acontecendo no nosso dia a dia; porque assim se faz a vida. Comemorar mais um aniversário é uma oportunidade para estarmos gratos a todos esses acontecimentos que vão desenhando os nossos dias. Olhar para trás e perceber o que construímos, olhar para a frente e traçar novos projetos, mas sempre com a certeza de que a vida na realidade se vive hoje, se sente agora, se partilha no momento presente, sem apego ao passado e sem expectativas no futuro. Porque afinal, foi a construção do passado que nos trouxe até aqui e será o que vivemos agora que nos conduzirá no futuro. Ao longo dos últimos anos aprendi esse valor de viver agora, de deixar para trás pesos e amarras, de viver na ilusão do que o futuro poderia me trazer, de criar expectativas em relação a algo cuja realização seria incerta. Viver desta forma permite­me viver mais “leve”, com as costas livres de cargas desnecessárias, de coração aberto para o que a vida me quiser oferecer. E por isso neste aniversário, pude perceber o quanto o caminho que percorri foi importante para estar onde estou e de como a forma como estou agora me permitirá conduzir esse futuro incerto que surge à minha frente. Na verdade, não faz sentido viver de outra forma, porque afinal, a vida é impermanente, a cada momento se nasce, se morre, tudo se transforma...

E viver desta forma é também viver a vida de forma simples, sem preconceitos, limites, medo do julgamento dos outros... enfim, sem complicações. Na verdade, se observarmos as crianças, percebemos como para elas tudo é tão simples, tão “agora”, tão intenso. Porque é assim que nascemos, com um coração aberto ao mundo, pronto para viver. Mas todo o processo de educação, formação, socialização, etc. com que nos deparamos, vai moldando a realidade e as nossas mentes, até que nos põem a viver numa “caixa”, dentro de determinados limites ditados por tudo o que nos envolve. Mas na verdade, a caixa tem uma tampa que pode ser aberta a qualquer momento, desde que não tenhamos medo de sair desse local onde, apesar de tudo, é confortável viver. E sair dessa zona de conforto é largar o que nos prende, é aceitar que tudo está bem como está, é confiar que teremos sempre o que necessitamos em cada momento, é decidir com o coração, é ter a coragem de saltar no vazio porque afinal, somos seres livres e merecemos viver assim... simplesmente Célia Negrão Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria | celia.negrao@gmail.com

agora!


MASSAGEM TERAPร UTICA para crianรงas com necessidades educativas especiais

AUTISMO


O ato de tocar reflete as necessidades básicas

e outros estímulos, nomeadamente mecânicos,

humanas, como a segurança e o conforto, sendo

dados a partir da superfície do corpo para os

o toque um dos fatores que promove o

músculos e outros tecidos moles.

desenvolvimento da criança. Este é essencial

Quando se foca na massagem terapêutica

para o crescimento e desenvolvimento saudável

infantil, esta é uma forma de estimulação tátil,

da criança, pois as que são privadas ao toque no

através das mãos, que deve ser desenvolvida

início do seu desenvolvimento apresentam um

pelos pais/terapeutas nas crianças. Consiste em

crescimento e bem­estar emocional

carícias suaves e movimentos lentos em cada

comprometido.

parte do corpo, iniciando­se sempre de cima para baixo e do distal para o proximal.

O toque é muito importante como forma de

É uma intervenção sensorial, que proporciona

comunicação e adaptação do bebé ao mundo

benefícios psicológicos e fisiológicos, quer para

exterior e com os outros, facilitando assim a

crianças com desenvolvimento típico, mas

estabilidade do sistema nervoso central e a

também para crianças com deficiência. Para

regulação da relação entre o cuidador/terapeuta

além disso pode ser um excelente complemento

e o bebé. Para além disso, o toque tem na

para terapias e programas de intervenção sendo

criança benefícios quer a nível físico e

que esta permite uma ligação mais próxima

emocional, quer a nível social e cognitivo.

entre a criança e os pais.

A massagem terapêutica, devido ao toque, promove a libertação de hormonas e neurotransmissores que acarretam melhorias ao nível da saúde positiva e mental. Estas substâncias neuro químicas são importantes ao nível cerebral, aumentando os sentimentos positivos e o humor, tal como a excitação e a atenção, que vai influenciar a própria avaliação dos estímulos externos que envolvem o toque.Desta forma, a massagem terapêutica pode ser definida como toque específico em tecidos moles ou zonas corporais específicas, com o objetivo terapêutico de minimizar as queixas específicas de dor. A massagem terapêutica utiliza sobretudo o toque, a pressão


Poderá a massagem terapêutica ter benefícios

psicológicos e fisiológicos, quer para crianças

concretos para crianças com necessidades

com desenvolvimento típico, mas também para

especiais (NEE)? Sim! A massagem terapêutica

crianças com deficiência, como crianças com

para estas crianças é desenhada para conseguir

PEA.

os melhores resultados e é totalmente individualizada tendo em conta a postura da

A massagem terapêutica pode ajudar a criança

criança, a sua atividade reflexa, o

com PEA a acalmar a ansiedade, a melhorar o

comportamento, a adaptação a estímulos

contato visual, as vocalizações e a atenção,

sensoriais, não descurando os objetivos da

resultados estes que podem ser observados

família.

durante e após a massagem, através de um

Entre vários benefícios para as crianças com

conjunto de técnicas, como é o caso de pressão

necessidades especiais, alguns merecem

profunda, utilização de objetos maleáveis, ou

especial destaque, tais como: Aumento do

através de movimentos ritmados e balançados

apego pais­criança e aumento da confiança dos

(e.g. numa rede ou plataforma). Mais

pais; Ajuda a melhorar os padrões de respiração

concretamente, alguns estudos vão revelando

ineficientes através do efeito do toque no

alguns tipos de massagem mais indicadas para

sistema nervoso autónomo, permitindo aumentar

as crianças com PEA, como a Qigong Massage

a expansão torácica e aprofundar a inalação e

ou Massagem Qigong, a Massagem

exalação; Melhora a circulação sanguínea e

tradicional tailandesa, e ainda o Shiatsu, que

linfática; Aumenta a consciência das partes do

apresentam resultados concretos sobre alguns

corpo; Reduz a hipersensibilidade ao tato;

comportamentos característicos do autismo.

Aumenta a qualidade/quantidade de

Interessante observar que a massagem

vocalizações; Proporciona uma relaxação geral

terapêutica apresenta melhorias ao nível dos

para o cuidador e para a criança.

comportamentos estereotipados, essencialmente na sala de aula e no recreio, o

E já parou para pensar que benefícios a

que leva por sua vez a um aumento da atenção

massagem terapêutica pode ter para as

e um menor nível de agitação motora.

crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA), que é vista como perturbação do neurodesenvolvimento que compreende alterações ao nível da comunicação, da interação social e do comportamento? A realidade é que a massagem é uma intervenção sensorial, que proporciona benefícios


Principalmente a massagem Qigong, traz nomeadamente o desenvolvimento do contacto ocular, aparecimento do sorriso e melhoria da interação social da criança. Verificam­se igualmente efeitos positivos nas interações sociais, com respostas mais adequadas a movimentos e maior disponibilidade para novas atividades. Já a massagem tradicional tailandesa e o Shiatsu permitem ajudar estas crianças, estimulando a comunicação verbal e não­ verbal, de modo a proporcionar uma maior interação com os outros. A massagem terapêutica melhora a ligação emocional e o apego pais e filho. Os pais sentem essencialmente um aumento de proximidade com os seus filhos, sendo que estes começam a ser mais recetivos ao toque. As mães também começam a demonstrar um contato mais apropriado, a nível físico e afetivo, existindo um

Outros dos benefícios que a massagem terapêutica parece ter para crianças com PEA, é ao nível de problemas no sono, começando a apresentar níveis mais baixos de agitação, de grito e levantam­se menos vezes da cama durante a noite.

maior envolvimento com a criança através de vocalizações direcionadas, para além de ficarem mais conscientes dos sinais vocais e comportamentais da criança, após a massagem terapêutica.

De forma geral, para serem verificados resultados é aconselhável que sejam realizadas sessões bissemanais. Assim, pais, terapeutas e a todos os interessados, explorem as técnicas de

Existem também alterações em termos sensoriais, onde as crianças apresentam alterações significativas, nomeadamente a

massagem terapêutica com as vossas crianças com ou sem NEE, e descubram os benefícios que esta pode trazer na vossa vida diária.

aversão ao toque e a resposta a estímulos sensoriais. Mariana Silva Psicomotricista na Horas de Sonho


Reflex達o para uma Parentalidade HUMANISTA


Tornar­se Pais é um desejo e uma conquista do Ser Humano na sociedade atual. A realidade constante com que nos deparamos, independentemente do género, da cultura, da religião, remete para uma exigênia cada vez maior quando refletimos em novos seres. As crianças de hoje tornam­se os adultos do amanhã, não esquecendo que os adultos de hoje foram outrora crianças educadas por adultos que moldaram atitudes e formas de estar. Pais de hoje procuram educar com as referências parentais que receberam quando foram interiorizadas como favoráveis, ou pelo contrário procuram adotar um modelo educativo diferente pela não aceitação do passsado. Mas afinal qual será a educação correta...Os modelos teóricos são vários, opostos, contraditórios até, quando na realidade o que se discute é apenas em relação a como tornar uma criança feliz.

Falamos em regras e mais regras, reforços, punições, os castigos mais ou menos adequados. Expomos e projetamos as nossas exigências nos propósitos das nossas crianças sem muitas vezes se pensar ou considerar que cada criança tem a sua individualidade. Traçam­ se os caminhos de pequenos seres sem consciência do mais favorável para eles, simplesmente porque são interiorizados conceitos, valores e princípios. Vivemos numa sociedade sem tempo, num caminho acelerado de stresse e ansiedade diários, de pressão externa diária e ao chegar a casa gere­se toda uma questão de parentalidade. A paciência tão necessária fica submersa, os impulsos surgem com naturalidade, a agressividade muitas vezes e a criança vive desde pequena moldada aos problemas dos pais e da sociedade. Injusto parece, consciência muitos têm mas como se revelam as atitudes...?


É essencial a reflexão acerca dos nossos princípios morais, dos valores sociais e humanos. Afinal tornarem­se pais é uma responsabilidade para além dos cuidados físicos e básicos de sobrevivência. Primeiro as fraldas, o leite, a papa, o calor e o frio mas depois, depois vem a necessidade de afeto, crucial para o desenvolvimento do ser humano. Receber amor para criar a capacidade de o retribuir mais tarde. Tão simples e tão complexo. Para educar basta então amar!? Sim, aparentemente educação sem amor torna­se um crescimento duro, superficial e rígido, ao invés do calor do afeto que liberta e torna as crianças saudáveis. Amar é criar a capacidade de dar, de instituir o amor incondicional, ultrapassando tempos de egoísmo, calculismo e desinvestimento. Amar as crianças é dar, lutar com responsabilização. Afinal, os seus filhos um dia também poderão cuidar de si e do universo.

Para permitir a discussão de questões de parentalidade entre diferentes profissionais de saúde, de forma a corresponder às necessidades dos pais, futuros pais e crianças, o CADIP ­ Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e Parentalidade lança o evento DIA DA PARENTALIDADE®. Terá lugar dia 29 de Maio, das 14:00 às 19:00, em Estrada do Paço do Lumiar, nº65 –A (Telheiras), com várias atividades para crianças e palestras para pais e futuros pais. O Evento é gratuito e as inscrições são limitadas.

Cláudia Madeira Psicóloga CADIP - Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e Parentalidade Direção CADIP www.cadip.pt | geral@cadip.pt | https://www.facebook.com/centroadip/ | 912 832 386



Minfulness e educação o que a ciência nos diz?


Mindfulness é uma palavra utilizada com frequência nos últimos anos, mas ainda com pouca aplicabilidade no nosso país em contextos institucionais e colectivos, como já desenvolvido noutros. Os estudos empíricos existentes sobre o tema suportam cada vez mais os benefícios que o Mindfulness fornece ao desenvolvimento de maiores níveis de bem­ estar e de desempenho em crianças, num contexto escolar. Segundo Kabat­Zinn (2005), o Mindfulness pode ser definido como “a capacidade psicológica de estar totalmente presente na experiência vivida de cada um, com uma atitude de aceitação e não julgamento, e entrando num estado de abertura e curiosidade”. Para ele será também importante alterar a noção de “fazer mindfulness” por “ser mindfulness”. Existem dois principais programas de intervenção de Mindfulness, designados MBSR (Mindfulness­Based Stress Reduction) e MBCT (Mindfulness Based Cognitive Therapy), sendo que este último apresenta já uma versão adaptada para crianças de nome MBCT – T , tendo sido testado para crianças entre os 8 e os 14 anos (Semple et al. 2006; Semple et al. 2010) e utilizado também para crianças com altos níveis de ansiedade (Semple e Lee, 2011). O MBSR apresenta várias adaptações para intervenção na infância e adolescência. Vamos ver alguns exemplos. Segundo o estudo “ Reducing Stress in School­ age Girls Through Mindful Yoga” , White (2012) aplicado a raparigas do quarto e quinto ano de duas escolas do ensino público, verificamos que os índices de auto­estima e auto­regulação aumentaram em ambos os grupos, assim como ambos apresentaram melhores níveis de avaliação do stress e maior frequência de utilização de estratégias de coping.

Refere­se ainda que o Mindful Yoga é um constituinte dos programas de MBSR (Mindfulness­ Based Stress Reduction). Apesar de este ser apenas um público­alvo feminino considera­se pertinente o seu desenvolvimento na sequência da necessidade de desenvolver programas de intervenção com o objetivo de promover o aumento da auto­estima e auto­ regulação no mesmo público. No estudo “Effectiveness of the Mindfulness in Schools Programme: non­randomised controlled feasibility study” Kuyken et al.(2013), onde foi aplicado o Programa Mindfulness in Schools num total de 552 adolescentes entre os 12 e os 16 anos em 12 escolas secundárias num programa de intervenção ou fazendo parte do programa curricular da escola, verificamos que os adolescentes que indicaram um uso mais frequente de práticas de Mindfulness tiveram melhores resultados no pós­intervenção e follow­ up , menores níveis de depressão na pós­ intervenção e menores níveis de stress no follow­up.Este estudo permite o acesso a um alargado número de participantes sublinhando a eficácia da aplicação do mesmo. Um outro factor a sublinhar é o facto de um dos grupos ter tido acesso ao programa através da integração do mesmo na estrutura curricular, sendo que este tipo de intervenção é encontrada em menor número nos estudos realizados.


O estudo “Effects of Mindful Awareness Practices on Executive Functions in Elementary School Children” (Flook et al. 2009) mostrou que um programa de práticas de Mindfulness aplicado a 64 crianças do segundo e terceiro ano com idades entre os 7 e os 9 anos, em cerca de 30 minutos, duas vezes por semana, num total de 8 semanas, apresenta benefícios na regulação de comportamento, meta­cognição, no desenvolvimento da capacidade de crianças com dificuldades de execução de tarefas, sendo estes benefícios generalizados a vários contextos dos participantes. Desta forma, sustenta­se que os benefícios de programas de intervenção de Mindfulness incluem dimensões emocionais e comportamentais mas também verificadas no âmbito de execução de tarefas. Um outro exemplo é o de Biegel, G., and Brown, K. W. (2010) no estudo “Assessing the efficacy of an adapted in­class mindfulness­based training program for school­age children: a pilot study” onde desenvolvem o programa da Mindful Schools em crianças do segundo e terceiro ano de escolaridade e verificaram que este aumentou o nível de atenção e as competências sociais das mesmas, segundo a avaliação dos professores. No entanto, segundo Weijer­Bergsma et al (2012) há limitações em alguns estudos visto que os participantes frequentaram o programa por convite, o que selecionou uma população de crianças cujos pais estavam interessados em que os filhos recebessem este tipo de intervenção, tornando difícil generalizar estes resultados a uma população geral, não estando integradas na sala de aula, mas funcionando como atividade externa, embora dentro da escola. Para além disso, não foram verificados os efeitos a longo prazo.


Apesar disto, os estudos apresentados mostram que os programas de intervenção de Mindfulness apresentam benefícios no nível comportamental, no nível emocional e psicológico, na diminuição de pensamentos ruminantes, na melhoria da resposta ao stress e também na capacidade de execução de tarefas, apresentando assim um conjunto de níveis diversos e abrangentes que estão também relacionados com níveis gerais de bem-estar e de desempenho escolar. Sendo que as escolas são atualmente um local de permanência das crianças em grande quantidade de horas, o nível de impacto na criança e no seu desenvolvimento é alto e considera-se que a inclusão de programas de Mindfulness é benéfico integrado na formação das mesmas e na estrutura curricular.

Os estudos realizados são inúmeros e apesar de algumas limitações existentes, como em todas as áreas, demonstram-nos factos incontornáveis para sustentar a aplicabilidade desta técnica na educação. Numa altura em que as escolas precisam de alterar a forma como desenvolvem o processo educativo para melhor se adequarem à realidade das crianças atuais, o Mindfulness pode ser uma ferramenta de grande importância.

Sara Morgado Terapeuta e Formadora ZEN KIDS


Peshawar, Pakistan, 2009 Photo by Adrees Latif / Reuters / Via Reuters

Dia da Mãe é todos os dias em qualquer lugar


PERU - Mariana Bazo / Reuters / Via Reuters

INDONÉSIA - Supri Supri / Reuters / Via Reuters

SENEGAL - Finbarr O'reilly / Reuters / Via Reuters

EUA - Lucy Nicholson / Reuters / Via Reuters

Mães que nos abraçam, que nos dão colo e segurança. Mães que nos dão vida e nos ensinam a saber viver. Mães que nos mostram o que é amor, o que é afecto, o que é confiança. Na vida, ficam as histórias contadas, os beijos quando nos magoamos, o aconchego quando sofremos, a conversa quando falar é o que tudo queremos fazer. E esse afecto, damos de volta, quando somos mães.


Brasil Lunae Parracho / Reuters / Via Reuters


CHINA - China Daily / Reuters / Via Reuters

GAZA - Yannis Behrakis / Reuters / Via Reuters

CONGO - Alissa Everett / Reuters / Via Reuters

MYANMAR - Damir Sagolj / Reuters / Via Reuters

Que queres que diga , além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? Fernando Pessoa


Adolescência O MAIOR MEDO DOS PAIS?


Altura de grandes transformações emocionais, de identidade e hormonais, a adolescência é o maior medo de grande parte dos pais. Como podemos lidar melhor com a adolescência? Talvez, em adultos, esquecemo­nos do que é ser adolescente, mas esta recordação e percepção ajuda­nos a gerir melhor o contacto com adolescentes. Altura de desafiar limites e autoridade, por forma a estruturar a sua individualidade, os adolescentes procuram neste processo também perceber a sua própria identidade e o que o mundo, identificado por eles como importante, espera delas. Esta tentativa de adaptação faz­se por vezes sobre alguma pressão emocional que os adolescentes colocam sobre si próprios, no intuito de alcançar sucesso nesta adaptação. A capacidade de cumprir ou não as expectativas ou o conflito existente nesta tentativa, pode levar os adolescentes a tomar atitudes opostas e contraditórias : de submissão, dependência do meio e de como ele se comporta, ou de desafio e oposição a ele, demonstrado até em questões como a sua imagem, forma de vestir, ou escolhas de comportamento. E a agressividade? Uma das maiores dificuldades dos pais é em lidar com a agressividade latente nos adolescentes. Todos nós sentimos dificuldade em lidar com a agressividade, em adultos, adolescentes ou crianças, visto que ela faz nascer em nós várias emoções também, por vezes, pouco positivas. No entanto, a melhor forma de lidar com a agressividade dos adolescentes poderá ser o entendimento da agressividade em si mesma e o que está latente nela. Normalmente utilizamos um comportamento agressivo com o outro quando nos sentimos ameaçados, e nessa linha de pensamento, percebemos que está presente um grau de insegurança interior que pode ser

ativado nesse momento. Desta forma, por detrás da agressividade, normalmente está presente um sentimento de insegurança, seja ele consciente ou não. Os adolescentes vivem um período das suas vidas que pode apresentar uma maior insegurança. Depois do período da infância terminado, estão a construir ou a preparar a sua identidade de adulto, o que implica um certo renascimento e o deparar­se com a percepção daquilo que é ser adulto, aquilo que está implicado nesta etapa, o cumprimento de exigências e a necessidade de encontrar um lugar dentro da sociedade. Neste momento é também feito um “luto” da infância. Uma despedida da criança que foram, do conforto que a infância pode representar pelo maior cuidado por parte dos adultos e também nessa despedida é ganha uma nova perspectiva sobre quem os pais são, afastando­se da idealização dos pais pela qual a infância normalmente é caracterizada. Na adolescência, passamos também de uma fase em que os pais têm uma importância central na vida, para a importância central dada aos pares e grupos. Pertencer ao grupo torna­se uma das maiores necessidades de um adolescente e este processo é um grande desafio à sua auto­estima e ao que foi construído nesta vertente desde o período da infância. De qualquer forma, com mais ou menos auto­ estima (se é que a podemos quantificar), as experiências da adolescência com o grupo são sempre um desafio a ele, e será importante ajudar os adolescentes a respeitar a sua individualidade e o seu valor, mesmo quando a aceitação por parte dos grupos não acontece. A forma como podemos ajudar um adolescente a viver a adolescência de uma forma saudável baseia­se também muito no grau de confiança que conseguimos manter com ele e também abertura, por forma a podermos auxiliá­lo quando há essa necessidade.



Apesar de os adolescentes apresentarem sempre algum grau de isolamento dos pais, e isso é normal, será importante transmitir que eles poderão contar com a ajuda destes sempre que necessário. Por isso procure manter várias e boas conversas, em que transmite também que já foi adolescente e percebe o que ele ou ela possa estar a sentir. E mais do que adoptar uma postura de oposição ao que é difícil para si gerir na adolescência, procure analisar o porquê de esses comportamentos serem difíceis para si e procure compreender­se mais. Limites? No entanto, por vezes os limites têm que existir, visto que pode haver riscos associados à sua transposição, que não são saudáveis ao adolescente. E para o descanso de todos os pais, tente recordar­se da sua adolescência e perceber que os limites impostos pelos seus pais que eram para si saudáveis, não são agora entendidos como algo “traumático”, mas necessários ao seu saudável desenvolvimento, e aqueles que foram efetivamente “errados”, são vistos ainda hoje como injustos. Essa percepção, pode ajudar­nos a distinguir hoje o que fazer e o que não fazer. Acima de tudo procure olhar os adolescentes com empatia e compreensão do que acontece em todos nós, nesta fase.

Sara Morgado Terapeuta e Formadora Projeto ZEN KIDS


BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA

SERRA DA LOUSÃ

NOMADIC

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Local de contacto com a Natureza. De um verde luxuriante. De uma beleza única. Perto de Coimbra, a serra da Lousã, permite­nos descansar e encontrar­nos connosco. Cada vez mais sabemos que o turismo pode ser feito cá dentro. E deve. Porque Portugal tem muito para descobrir. Na serra da Lousã podem ser encontradas as famosas Aldeias de Xisto, que apresentam uma paisagem plena de carácter e individualidade. “As aldeias de xisto, a serra, os caminhos íngremes e estreitos compunham a paisagem das gentes serranas. Por estes velhos caminhos se uniam as aldeias dispersas nas vertentes da serra, se chegava aos socalcos cultivados, aos soutos, ou aos moinhos escondidos nos meandros das ribeiras. Por eles se descia à vila para negociar o carvão produzido na serra.” in Quercus, 1996.

http://turismocadentro.com/serra­da­lousa/

Locais a visitar: Castelo da Lousã ermidas da Nª Senhora da Piedade Aldeias de Xisto Cerdeira Photo: Turismo de Portugal / Rui Rebelo

Onde Ficar: Casa da Eira www.casadaeira.pt

Saiba mais em: http://turismocadentro.com/serra­da­lousa/ www.cm­lousa.pt


E QUANDO AS CRIANÇAS FALAM DE

"Se eu fosse mãe..."


Se eu fosse mãe divertia­me todos os dias com os meus filhos, mas mandava fazer os trabalhos de casa. Cuidava muito bem deles quando estivessem doentes . Ia gostar de todos fossem como eles fossem, baixos, gigantes, gordinhos,magros, maus ou bons. Podem ser inteligentes ou totós porque eu ajudo a conseguirem . Os bebés são carinhosos, por isso eu também vou ser. Gostaria que me dissessem o que tinha acontecido na escola. Gostava que comessem bem, que fossem imaginativos , cantores , dançarinos ...etc. O que eu quero mais é que os meus filhos sejam engraçados, livres, inteligentes e coisas assim. Catarina , 8 anos Se eu fosse mãe , não seria um bom exemplo. Claro que ia gostar muito dos meus filhos e nunca os abandonaria , mas não seria a melhor mãe pois não gosto muito de gastar dinheiro e é raro eu partilhar ( sem contar com a comida) e também abdicar de coisas para os outros . Claro que também ia ser incrível ter um ser vivo a viver dentro de mim , depois criá­lo e educá­lo...Enfim, presumo que ser mãe deve ser como tudo na vida, pontos fracos, pontos fortes , sendo , claro , mais pontos fortes. Martim, 13 anos Se eu fosse mãe gostava de contar histórias aos meus filhos para eles adormecerem. Gostava de brincar com eles , que me contassem os seus problemas ou novidades . Gostava de lhes ensinar coisas novas , lições para poderem guardar para a vida e ensinar aos seus filhos . Quando tivessem boas notas podia festejar e levá­los a jantar ou almoçar fora. Gostava de fazer muitas coisas, não sei dizê­las porque não sou mãe , mas sei que ser mãe pode dar muito trabalho , mas é uma ótima coisa. Ser mãe é fantástico. Quero , um dia, poder ser mãe é aproveitar todos os melhores momentos enquanto puder. Matilde , 11 anos

Se eu fosse mãe seria a melhor mãe do mundo , pelo menos para o meu filho . Não o fazia chorar, não gritava, não lhe mentia . Seria uma boa mãe e fazia as coisas bem como uma boa mãe deve fazer e ser. João , 12 anos Se eu fosse mãe teria um filho. Às vezes fazia o jantar, às vezes comprava já feito. Não lhe compraria muita coisa. Só no aniversário e no Natal. Ia tentar ser o mais fixe para ele, Pedro, 10 anos Se eu fosse mãe a minha vida seria completamente diferente . Com filhos deve ser muito chato , sempre em piscinas de um lado para o outro . Mas ter a sensação de ter alguém na nossa barriga deve ser fantástico . Para mim há três fases em ser mãe : o parto , a educação e deixá­los ir. Mas o mais importante de ser mãe é o amor pelos filhos que eu acho que todas as mães têm. O pior de ser mãe é ter que aturar o pai , sempre a reclamar com tudo : as contas da casa, " o miúdo está há horas a tomar banho ".... Entre muitas outras coisas. É claro que não me posso esquecer das decisões que teria que tomar . Rafael , 11 anos Se eu fosse mãe iria ser uma experiência nova para mim. Ia ser diferente mas interessante . Poder ter um filho , cuidar dele , pelo que a minha mãe me diz , é bonito, importante e é um momento muito bom para nós . Eu cá não sei porque não sou mãe , mas acredito que isso tudo seja verdade . Mas também sei que há uma parte meio chata de se aguentar : o choro . E se fosse rapariga, depois de crescida, ia querer andar sempre na moda. Victória , 12 anos


Se eu fosse mãe eu gostava que o meu filho me desse abraços e prendas. Gostava que ele me adorasse para eu também o adorar, mas acima de tudo eu ia amar muito o meu filho. Manuel , 10 anos Se eu fosse mãe tinha de cuidar dos filhos e levá­los à escola. Se tirassem boas notas recebiam prendas, mas se tirassem más notas ficavam de castigo. E se gostassem de futebol punha­os a jogar no Belenenses. Se pudesse fazia tudo pelos meus filhos. Tiago, 10 anos Se eu fosse mãe levava os meus filhos a conhecer Portugal, dava­ lhes tudo o que conseguisse dar e tentava ser o mais presente na vida deles que conseguisse ser. Estudaria com eles, passearia com eles e brincaria com eles. Rodrigo, 10 anos

Se eu fosse mãe , tinha de dar de comer, adormecer, brincar, dar banho, mudar de roupa. Se eu fosse mãe tinha de fazer tudo isto. Agora dou valor ao que a minha mãe faz . Coitada ! Cuidar de quatro meninas , que trabalheira ! Se eu fosse mãe gostaria de ser brincalhona, responsável e quando fosse preciso zangava­ me, mas não muito. Gostava que dissessem que sou uma ótima mãe e que me adorassem. Quem me dera que fosse assim. Carmo, 10 anos Se eu fosse mãe trataria sempre bem dos meus filhos e ajudava­os sempre que precisassem. Se eu fosse mãe levaria a família sempre comigo para todo o lado para conhecer bem a história de Portugal e também a do mundo. Tiago , 15 anos Meninos do CuiDar a Criar


A vida ĂŠ de quem se atreve a viver


Hรกbitos saudรกveis


...para crianças! A saúde é hoje em dia um constructo abrangente, levando­nos a perceber que a saúde é mais do que a saúde física, mas incide também sobre todos os restantes níveis. Mais ainda, a evolução do conceito ajuda­nos a perceber que o que fazemos pela nossa saúde física reflete­se também na saúde emocional e vice­versa. Desta forma, ficam aqui algumas sugestões para um desenvolvimento saudável das crianças. Uma alimentação saudável A alimentação saudável é sobretudo uma alimentação variada, com o objetivo de fornecer à criança os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e aos gastos frequentes de energia que o seu dia­a­dia traz. Segundo Maureen M. Black e Kristen M. Hurley, da Universidade de Medicina de Maryland, EUA, Dados sobre bebés e crianças dos 6 aos 23 meses de idade, obtidos em 11 países, demonstraram uma associação positiva entre dieta variada e estado nutricional. Numa amostra de famílias de classe média com padrões dietéticos saudáveis, a variedade da dieta e a exposição a frutas, legumes e verduras nos primeiros anos de vida estavam associadas à aceitação posterior desses alimentos. Dormir cedo O sono é uma fase de grande utilidade para recuperar forças físicas e emocionais, mas não só.Segundo um estudo publicado na revista Frontiers in Neuroscience a falta de horas de sono adequadas conduz a deficits na cognição, atenção e emoções, incluindo maior irritabilidade, para além de afetar a memória, coordenação e concentração.

Ter tempo para brincar É através do ato de brincar que as crianças expressam as suas experiências e inclusive os pensamentos que têm sobre elas. É também através do ato de brincar que a criança se depara com a estimulação que promove o seu desenvolvimento físico, mental e relacional. O brincar saudável tem uma componente livre, em que a criança constrói as suas próprias brincadeiras, com os pares, ou sozinha, para poder promover o seu imaginário. Movimentar­se O período entre os 7 e os 9 anos é o de mais alto pico de energia na vida humana. Por tal, a necessidade de realizar atividades com movimento parece ser algo necessário a esta faixa etária. Desta forma, talvez seja importante substituir atividades estáticas por atividades que permitam à criança expressar e libertar essa energia presente.


Estabelecer relações com os pares É muito importante que as crianças sejam estimuladas a relacionar­se com os seus pares. Através do relacionamento interpessoal as crianças têm a possibilidade de experimentar diferentes estados emocionais, de geri­los internamente e desenvolver competências necessárias na etapa da vida onde se encontram ou mais tarde. É também com os pares que se estabelecem muitas atividades de grupo que possibilitam à criança experimentar situações diferenciadas e úteis às suas aprendizagens. Rir mais em família Um estudo realizado pela Proceedings of the National Academy of Sciences, fez o acompanhamento de 3.800 pessoas com idades entre os 52 e 79 anos durante cinco anos. Foi verificado que as pessoas com maiores níveis de felicidade apresentam uma redução do risco de morte de 35%. Expressar afecto As relações entre todos baseiam­se em afectos e na nossa capacidade de expressá­los. Desta forma, para uma saúde global, nunca é demais abraçar, beijar e sorrir. Alimenta­nos emocionalmente e aumenta os nossos níveis de felicidade. E o corpo também agradece!




O Canto do

LEITOR

Porque ler é o melhor remédio!

GABRIELA OLIVEIRA Numa altura em que a alimentação vegetariana ganha cada vez mais aceitação na sociedade, aqui temos um livro especialmente dedicado para os bebés e crianças.

PEDRO STRECHT

MIGUEL LUZ

NATASHA FENNEL, ROÍSÍN INGLE

Um guia completo para os adolescentes e todo o dia­a­dia dos estudos.

Com testemunhos reais e um texto cativante, Pedro Strecht propõe­ nos uma atitude e processo de educação mais optimista e positivo.

Para todas as mulheres, sobre a relação filha­ mãe, a mais importante e influente relação da nossa vida.


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hora de dormir Contos

O balão em forma de lua

Certa noite, o gato Alcides teve um sonho maravilhoso. Sonhou com um balão de ar quente que tinha uma forma muito invulgar e que planava sobre uma imensa planície. Durante semanas, não conseguiu esquecer aquele sonho. Por fim, resolveu construir o balão com que sonhara. Tinha a forma de uma meia­lua deitada. O gato Alcides construiu uma armação de madeira com a forma de meia­lua e revestiu­a de seda amarela. Entretanto, a mulher fizera o cesto do balão e a filha encheu quatro sacos com areia, de que iriam precisar como lastro. Ao fim de algumas semanas de trabalho, o balão em forma de lua estava pronto. A família Alcides carregou­o com provisões de comida e sacos de dormir. Encheram a meia­lua de ar quente e a viagem pôde finalmente começar. Os três gatos viajavam sem objectivo e só o vento sabia para onde os levava. No terceiro dia de viagem, chegaram a uma planície exactamente igual à do sonho do gato Alcides.

— Que maravilha! — disse o gato Alcides. — É como se estivesse a sonhar o meu sonho novamente! O que será que vai acontecer em seguida? Mal tinha dito isto, um grande pássaro azul com um enorme bico pontiagudo veio a voar em direcção ao balão. Aterrou com força no balão meia­lua e, para horror dos gatos, começou a picar um buraco no forro. Será que o pássaro azul tinha tomado a meia­lua por uma banana? Os gatos gritaram e bufaram, mas o pássaro não se deixou afugentar e aumentou ainda mais o buraco. O ar quente começou a sair lentamente e o balão ia perdendo cada vez mais altura. Em breve iriam pousar no chão. De súbito, apareceu na planície à frente deles um palácio curioso. Os habitantes de certeza que haviam de ajudá­los. Ou teria algum dos habitantes do palácio enviado o pássaro azul de propósito? Tudo muito misterioso! Sonha agora tu esta história daqui para a frente…

Erwin Moser Mario der Bär Weinheim Basel, Parabel, 2005 Texto adaptado


LETRAS DO CORAÇÃO Sete Verdes Anos Onde existe despertar te encontro, Nesse convergir de idades

O pensamento e o discurso.

Que procuras edificar.

Respostas concretas no horizonte.

Verdes salpicos no espaço de descoberta

Complexidade individual

Entre ti e o mundo.

Teve início na inspiração da vida.

Preguntas se desenlaçam,

A brincadeira se estende até ao fim do dia, O fôlego até ao adormecer. O desenho cria a forma, As cores a impressão digital, Meninos e meninas têm agora o seu papel. Procuras erguer autonomia no meio da gargalhada, Por vezes surge a culpa e a vergonha, Sempre muito disfarçadas. Num caminho mais autónomo e independente, Brincam lado a lado, como irás reagir? Estranheza e interrogação assalta

Vânia Cardoso Enfermeira na Unidade de Transplantes do Hospital Curry Cabral



Criar desenhar pintar por | Diana Banha | DiStyle StyleDi

Mandala Significa círculo em palavra sânscrito. Mandala também possui outros significados, como círculo mágico ou concentração de energia, e universalmente a mandala é o símbolo da integração e da harmonia. Durante muito tempo, a mandala foi usada como expressão artística e religiosa, através de pinturas rupestres, no símbolo chinês do Yin e Yang, nos yantras indianos, nas thangkas tibetanas, nos

rituais de cura e arte indígenas e na arte sacra de vários séculos. Muitas pessoas fazem tatuagens de mandalas, sendo que diferentes mandalas têm diferentes padrões visuais que despertam sensações diferentes.


Este mês, vamos aprender a pintar mandalas em pedras. Pedras que podes apanhar na praia ou num rio, e depois podes divertir­te e pintares como mais gostares.

Material Necessário: ­ Tintas ­ Pinceis ­ Pedras

Instruções: Deves escolher várias tintas acrílicas (de solução aquosa) escolhendo vários tons (do mais claro, para o mais escuro ou vice versa), uma tinta branca e uma escura de acordo com as cores que escolheres. Vai até à praia ou num rio e apanha algumas pedras à tua escolha. Porquê neste locais? Porque a água em contacto com as pedras torna­as lisas. Escolhe alguns pincéis, com cabos de várias larguras.


A ideia é fazeres uma base, definires um centro e de seguida vais pintando círculos aumentando o tamanho das pintas e fazendo do tom mais claro, para o mais escuro. No final para dar luz, vamos utilizar o branco e decorar ao nosso gosto. 1º passo: Escolhe a tua pedra, e pinta uma circunferência com a cor mais escura que tiveres. 2º passo: Define o centro e com o pincel mais grosso molha a ponta do cabo do pincel na tinta branca e faz um circulo no meio da pedra. 3º passo: Com um palito molha a cor mais clarinha que escolheste e faz pintas à volta do centro branco que acabaste de fazer. Deixando um intervalo de uma pinta do mesmo tamanho.


4º passo: Vai fazendo círculos com pintas maiores e do mais claro para o mais escuro.

5º passo: Depois de aplicarmos a cor, vamos agora dar luz e aplicar a tinta branca. Círculo a círculo vamos colocar pintas brancas nos intervalos das outras cores.


Decora como mais gostares, o importante é divertires­te.


A vida é mais doce para quem carrega amor no coração


QUARTOS PARA CRIANÇAS


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relaxamento CRIANÇAS

Por vezes estamos zangados ou tristes. E podemos sentir­nos mais calmos quando meditamos ou relaxamos, através da respiração. Vamos fechar os olhos e pensar num momento que nos deixou zangado ou triste. Como se estivesse a acontecer agora. Vamos colocar as mãos na nossa barriga e a barriga cresce quando o ar entra e diminui quando o ar sai. Vamos repetir este ciclo 5x. É bom respirar assim, porque acalma­nos. Agora vamos imaginar que quando expiramos a raiva ou a tristeza saem do nosso corpo, e ficam fora de nós. Vamos repetir isto 5x. Agora que nos sentimos mais calmos vamos pensar em conjunto em coisas que podemos fazer quando estamos tristes ou zangados, que nos façam sentir melhor.


PRÓXIMA EDIÇÃO

JUNHO Vem cheio de coisas boas!


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