Reparação Automotiva 119

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EDIÇÃO 119 Agosto de 2018

AFINAL, COMO GARANTIR O EQUILÍBRIO ENTRE ESSES FATORES NA SUA OFICINA?

Principalmente nos dias atuais, em que a competitividade no setor está cada vez maior, reduzir despesas sem impactar no serviço é uma equação que nem todos os empresários da reparação sabem mensurar para precificar seus trabalhos

QUANTIDADE DE MARCHAS MKT DE RELACIONAMENTO EXTENSO PORTFÓLIO Isso contribui para a economia de combustível e diminuição de emissões?

Trabalho que vem se consolidando nas empresas prestadoras de serviços do País

Nossa entrevista deste mês é com Daniel Borges, diretor de Marketing da Takao

SENSOR DE FASE

C4 Lounge na oficina com a luz da injeção acesa no painel e perda de potência

E MUITO MAIS: LANÇAMENTOS - GESTÃO - NEGÓCIOS - DICAS TÉCNICAS - HISTÓRIAS - TENDÊNCIAS


02 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA


SUMÁRIO

EDIÇÃO 119 AGOSTO 2018

38

04. ENTREVISTA

Bate-papo com Daniel Borges, diretor de marketing da Takao

10. EVENTO

Em 29 de setembro acontece, em Cascavel (PR), o 1º Encena

12. NOTAS

As principais novidades do mercado de reposição independente

14. GESTÃO

Gestão por competências para o desenvolvimento de talentos

18. NEGÓCIOS

Marketing de relacionamento se consolida nas empresas

24. CAPA

A difícil arte de reduzir despesas sem impactar no serviço

12

14

28. MOTOR

Relato de falha no sensor de fase do Citroën C4 Lounge

32. TRANSMISSÃO

A economia de combustível e diminuição de emissões

38. SUSPENSÃO

Barulho indesejado na suspensão do Honda Civic 2007

40. ELÉTRICA

O que é, como funciona e os tipos de relé eletromecânico DIRETORIA Diretor Comercial Edio Ferreira Nelson edio.nelson@ibreditora.com.br REDAÇÃO Editor-Chefe Silvio Rocha (MTB 30.375) redacao@ibreditora.com.br Redatora Karin Fuchs Letícia Rocha ARTE Designer Marcos Bravo criacao1@ibreditora.com.br COMERCIAL Consultores de Vendas Alessandra Costa comercial2@ibreditora.com.br Richard Faria comercial3@ibreditora.com.br Wanderley Klinger comercial1@ibreditora.com.br MARKETING E CIRCULAÇÃO Coordenadora Tatiane Sara Lopez marketing@ibreditora.com.br Atendimento ao Leitor Mônica Macedo marketing1@ibreditora.com.br DEPTO AUDIOVISUAL/ PRODUTORA Coordenador Wanderlei Castro produtora@ibreditora.com.br

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FALE COM A GENTE Nosso Endereço Rua Acarapé, 245 04139-090 - São Paulo - SP (11) 5677-7773 Receba a Reparação Automotiva, cadastre-se e mantenha-se atualizado sobre as últimas novidades e informações do setor automotivo. ADMINISTRATIVO Coordenadora Financeira Luciene Alves luciene@ibreditora.com.br Consultor de Negócios Jeison Lima consultor@ibreditora.com.br Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Envie releases com os lançamentos de sua empresa ou notícias que mereçam ser divulgadas: redacao@ibreditora.com.br

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A revista Reparação Automotiva é uma publicação da IBR Editora e Marketing Digital, de circulação dirigida aos profissionais do segmento automotivo para contribuir com o desenvolvimento do setor. IMPRESSÃO: GRÁFICA OCEANO

TIRAGEM: 30 MIL EXEMPLARES 72 MIL EXEMPLARES

ENVIADOS PARA E-MAIL’S CADASTRADOS

MÍDIA DADOS 2017

Acesse a Banca on-line Anatec e leia a revista Reparação Automotiva, única mídia do mercado de reparação filiada à Anatec e Mídia Dados. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 03


ENTREVISTA

TAKAO

PORTFÓLIO COMPLETO

A TAKAO TEM MAIS DE 17 MIL ITENS PARA AS LINHAS LEVE E PESADA por Silvio Rocha | fotos Divulgação

Daniel Borges, diretor de Marketing da TAKAO, respondeu às perguntas da Reparação Automotiva e discorreu com detalhes sobre o que a empresa tem a oferecer a seus clientes e parceiros. Reparação Automotiva - A TAKAO é uma empresa relativamente nova, apesar de ser uma das poucas fabricantes de autopeças totalmente brasileiras e focadas no mercado de reposição. Conte um pouco dessa história. Daniel Borges - A TAKAO é uma empresa fabricante de peças para motor, totalmente brasileira. A distribuição é feita através de diversos parceiros por todo o País. A TAKAO teve seu crescimento inicial baseado nas aplicações para motores importados. Ao longo dos anos, nosso portfólio cresceu vigorosamente e atualmente a empresa possui o maior portfólio do mercado, com mais de 17.000 itens para mais de 1.200 motores de linha leve, tanto para nacionais como para importados. Esse número é três vezes maior do que o concorrente com a segunda maior cobertura. RA - Qual a estrutura da TAKAO no Brasil em termos de regionais e Centros de Distribuição? DB - Temos mais de 20 centros de distribuição no Brasil, localizados em 17 estados da federação, e nosso plano de crescimento contempla 5 novas casas até o final de 04 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

2018, totalizando 22 armazéns. Nossa estrutura de vendas e distribuição é regionalizada, para que possamos entender melhor as características, costumes e anseios dos clientes de cada canto do País. Desta maneira, conseguimos propor soluções cada vez melhores e personalizadas. RA - Quais ações de marketing e vendas são planejadas pela TAKAO para crescer no mercado de reposição automotiva nacional? DB - Temos planos e tarefas audaciosas para o segundo semestre de 2018 e o ano de 2019 para o mercado de peças para motor. Nossa intenção é solidificar nossa posição como um dos principais fornecedores de peças para motor, e faremos isso intensificando ainda mais nossa presença de marca nos eventos do segmento, solidificando e ampliando nossa estratégia de comunicação online e offline. Estreitamos os fortes laços que temos com nossos clientes através de ações específicas direcionadas e personalizadas a cada um deles, totalmente voltadas para suas necessidades de vendas (sell-in e sell-out) e relacionamento. O cliente é quem paga nossa

conta e ocupa a posição de maior destaque dentro da organização. RA - Qual o papel da TAKAO na vida do reparador, existem ações para um bom relacionamento? DB - Não tenha dúvida! O amigo mecânico é um dos, se não o mais importante elo desta cadeia, ele é o principal influenciador no processo de compra de peças para motor. Temos ações de relacionamento específicas para nossos amigos mecânicos que envolvem desde parcerias com entidades de classe regionais e nacionais para treinamento e capacitação técnica, aplicação das peças à gestão da oficina. O amigo mecânico, além de um grande técnico, é um empresário, por isso oferecemos suporte e treinamento também na gestão do dia-a-dia da oficina. Além disso, temos nossa Oficina Móvel TAKAO, que roda os 4 cantos do País oferecendo gratuitamente palestras e treinamentos técnicos para motores. Fazemos igualmente, periodicamente, ações regionais de relacionamento com o reparador. Todo o mindset da empresa está voltado para


Líder na fabricação de produtos originais em todas as montadoras, a Freudenberg-Corteco oferece a maior variedade de retentores para o mercado de reposição - com qualidade original - desenvolvidos especialmente para o seu veículo. www.corteco.com.br

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ENTREVISTA

TAKAO

o processo de decisão de compra do mecânico e continuará sendo assim. Nesse processo de relacionamento e capacitação do reparador, a Academia do Motor é uma de nossas principais ações. RA - Conte um pouco sobre a Academia do Motor TAKAO. Como o mecânico pode participar desse importante programa? DB - A Academia do Motor TAKAO é uma plataforma de Ensino a Distância (EAD) voltada para capacitação e atualização do reparador, tanto na parte técnica quanto em métodos e processos de gestão da oficina. Além de se capacitar técnica e administrativamente, o amigo mecânico, dentro da plataforma, pode juntar pontos e trocar por vantagens e prêmios. Basta acessar www.academiadomotor.com.br e se inscrever, todo o conteúdo é gratuito e de altíssima qualidade. RA - Quais os produtos que compõem o portfólio da TAKAO no Brasil, e quais os principais destaques? DB - Nosso portfólio de itens é extremamente completo e contempla 20 linhas de produto: Anéis, Bronzinas, Correias, Pistões, Arruelas, Buchas, Guias de Válvula, Retentores, Bielas, Cabeçotes, Juntas de Cabeçotes, Tensores, Bombas D’Água, Camisas, Kits de Corrente, Tuchos de Válvula, Bombas de Óleo, Comandos de Válvula, Parafusos de Cabeçote e Válvulas. Nossas aplicações se estendem para todas as marcas, nacionais e importadas, e nosso portfólio é três vezes maior do que o segundo colocado no ranking de aplicações. Temos a maior e mais completa linha de produtos para motores do Brasil. 06 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Academia do Motor Takao na Autopar 2018

RA - A preocupação com a qualidade inclui certificações dos produtos? Como o cliente tem essa segurança com os itens da marca, e como são fabricadas as peças TAKAO? DB - As peças TAKAO são desenvolvidas por nosso time de Pesquisa e Desenvolvimento, de acordo com os mais rígidos padrões, especificações e legislações vigentes. Temos um laboratório técnico de ponta para testes e validações, o TAKAO TechLab, onde cada projeto é rigorosamente testado e aprovado antes da ida a campo. Nossos fornecedores Europeus e Asiáticos passam por um rigoroso processo de avaliação, validação e auditoria. Além disso, um outro dado interessante é que, em termos globais, temos índice de garantia inferior a 1%. RA - Essa gama atende que fatia da frota circulante por aqui, tem produtos para que tipos de veículos? DB - Trabalhamos hoje com o maior portfólio do mercado, com mais de 17 mil itens para as linhas leve e pesada, para ciclo OTTO e ciclo Diesel. Somos muito conhecidos no segmento por, além de termos a linha mais completa para aplicações nacionais, sermos imbatíveis nas aplicações

importadas. Temos a fama de ‘ter o que ninguém tem’, e isso é fantástico, é um reflexo direto do trabalho árduo de composição de portfólio dos últimos anos. Repito: somos imbatíveis em nossa gama de produtos. RA - Como uma empresa que se preocupa com responsabilidade social, quais projetos vocês destacam nesse segmento? DB - É importantíssimo entendermos nossa posição na sociedade, como nos inserimos e podemos contribuir com ela. A TAKAO está envolvida diretamente em uma série de projetos sociais, desde parcerias com ONGs e instituições de caridade, conduzindo desde reformas de quadras escolares da rede pública de ensino até campanhas de arrecadação e doações de agasalhos, cestas básicas e cestas de Natal para famílias carentes. Se há um projeto, há a vontade da TAKAO em ajudar. RA - Mais um ponto que agrega ao mecânico é um bom suporte técnico. Como funciona esse departamento na TAKAO? DB - Somos muito conhecidos por nosso SAC, pela qualidade e pela proximidade de nossos técnicos com os clientes. Nosso departamento de SAC é multicanal,



ENTREVISTA

TAKAO

o cliente pode entrar em contato através do Atendimento Gratuito (0800 777 1817), por e-mail, através do sac@takao.com.br, através do chat, e o formulário fale conosco através do site da TAKAO. O cliente poderá solicitar o suporte técnico para informações técnicas, aplicações e dúvidas gerais. RA - Como funciona a garantia da TAKAO e por que esse tema tem que ser tão bem trabalhado? DB - O mercado hoje precisa sentir a segurança de que, caso enfrente algum tipo de dificuldade, tenha o melhor atendimento, no menor tempo e custo possíveis. Para as solicitações de garantia, o cliente poderá fazer contato através de nossos distribuidores em todo o Brasil, ou através de nossa

central, portando a nota fiscal da peça e o relato do possível defeito. Nosso prazo de garantia é de 6 meses: 3 meses pelo código de defesa do consumidor e mais 3 meses de garantia complementar. Após o recebimento da peça, a análise é feita. Sendo constatado defeito, o cliente será ressarcido ou a peça substituída. Essa análise é feita por nossos técnicos através do TAKAO TechLab, e caso não seja constatado defeito na peça ou se a peça tiver sido danificada durante a aplicação, faremos contato com o cliente para orientá-lo quanto ao modo correto de aplicar.

ATENDIMENTO TAKAO

0800 777 1817

CÓDIGO

DESCRIÇÃO

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CABO DE ACELERADOR

153153

CABO DE CAPÔ

GM: SPIN- todas 14...06 sem alavanca

153154

CABO DE CAPÔ

GM: ONIX / PRISMA - todas 14...06 Sem alavanca

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CABO DE CAPÔ

175143

CABO DE EMBREAGEM

171628

CABO DE ACELERADOR

AS PEÇAS TAKAO SÃO DESENVOLVIDAS POR NOSSO TIME DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO, DE ACORDO COM OS MAIS RÍGIDOS PADRÕES, ESPECIFICAÇÕES E LEGISLAÇÕES VIGENTES. TEMOS UM LABORATÓRIO TÉCNICO DE PONTA PARA TESTES E VALIDAÇÕES, O TAKAO TECHLAB, ONDE CADA PROJETO É RIGOROSAMENTE TESTADO E APROVADO ANTES DA IDA A CAMPO. NOSSOS FORNECEDORES EUROPEUS E ASIÁTICOS PASSAM POR UM RIGOROSO PROCESSO DE AVALIAÇÃO, VALIDAÇÃO E AUDITORIA. www.takao.com.br TakaoBrasil

PRINCIPAIS APLICAÇÕES FORD: Focus TA GAS Duratec 05...

PEUGEOT: 207 08... Com alavanca

RENAULT: Clio II 1.6 16V - K4M RENAULT: Clio II - 1.6 8V Gas. 99... VW: Gol Geração V 08... / Gol VI 13...

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CABO DE COMANDO DE CAMBIO VW: AMAROK - 09... VW: Voyage - Seleção 08...

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VARETA MEDIDORA DE ÓLEO

FORD: Caminhão Cargo - 1722 4x2 / 1723 4x2 / 2423 6x2 / 2429 6x2 /2623 6x4 / 2629 6x4 / 01/12... FORD: Caminhão Cargo - 2422 6x2 / 2428 6x2 / 2622 6x4 / 2628 6x4 04/11...01/12" VW CAMINHÕES E ÔNIBUS: Caminhão Constellation 17 320 E / 24 320 E 09...

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VARETA MEDIDORA DE ÓLEO

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VARETA MEDIDORA DE ÓLEO

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CABO DE COMANDO DE CAMBIO

08 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

VW CAMINHÕES E ÔNIBUS: Caminhão Constellation - 19 320 E / 25 320 E /19 370 E / 25 370 E / 26 370 E / 26 260 E / 31 260 E / 31 320 E / 31 370 E 06..." VW CAMINHÕES E ÔNIBUS: Caminhão Delivery - 8 150 E Plus / 9 150 E Cummins 10... VW CAMINHÕES E ÔNIBUS: Caminhão Worker - 8 150 E / 9 150 E Cummins 04..." VW CAMINHÕES E ÔNIBUS: Caminhão Worker Euro V - 13 190 / 15 190 / 17 190 / 1723 - Engate e Seleção 13...



EVENTO

GESTÃO por Silvio Rocha | fotos Divulgação

CASCAVEL PROMOVE EVENTO EM 29/09 PARA 150 EMPRESÁRIOS DA REPARAÇÃO

N

o dia 29 de setembro, na cidade de Cascavel (PR), acontecerá o 1º ENCENA-PR, muito embora já tenha sido promovido este mesmo encontro em 2016, com a participação de 130 convidados. “Este evento tem o objetivo de falar a respeito dos desafios da gestão no mercado da reparação automotiva. Para tanto, prevemos 150 pessoas. O foco do encontro está voltado aos gestores e tomadores de decisões dentro das empresas”, diz Thiago Dotta, empresário da Medcar Cascavel e membro do Grupo CNA - Central de Negócios Automotivos, organizador do evento. Sobre como está sendo montada a grade de palestras, o que é levado em conta, “nossas escolhas de conteúdo e palestrantes foram baseadas na qualidade do conteúdo que pretendemos levar aos participantes, onde estes poderão enriquecer o dia a dia do gestor da oficina, nas tomadas de decisões, que impactam 10 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

muito os resultados do negócio”, conta o empresário. A respeito das características da região e a influência que isso tem na realização do evento, “nossa região tem um mercado muito rico de reparadores, porém com uma grande carência no quesito gestão. Com isso, enxergamos que a necessidade atual não seria apenas conteúdos técnicos e sim voltados para a gestão da empresa. Por isso, estamos promovendo este encontro, com o intuito de somar e aumentar o leque de oportunidades para as oficinas”, afirma ele. REGIÃO - Acerca de como está sendo o ano para a região e quais as expectativas para o fechamento de 2018, “estamos passando por um momento de crise no País, porém o mercado automotivo apresenta muitas oportunidades, por isso a importância de uma empresa bem administrada para superar os desafios e apresentar maior eficiência”, diz Dotta.

O empresário conta que “é notável o crescimento do número de oficinas mecânicas na região, isso mostra o investimento no setor. Devemos estar preparados para este mercado onde aumenta a concorrência. O crescimento do desemprego fez muitos tomarem a decisão de empreender, com isso o resultado deste aumento. Cresce a oferta, automaticamente cai a procura. O destaque na forma de conduzir o negócio, atender, ser eficiente e apresentar o resultado é que vai nos fazer diferentes”. Por fim, ele afirma que “nosso objetivo será o de levar conteúdo de qualidade para empresários, gestores e líderes das empresas, proporcionando crescimento com propriedade no conteúdo de gestão das oficinas. Acreditamos que podemos despertar em todos os participantes o start para a mudança que precisamos para crescer no mercado”. Thiago Dotta, empresário da Medcar Cascavel



ENTREVISTA NOVIDADES

MERCADO por Redação | fotos Divulgação

NGK CELEBRA 59 ANOS DE ATIVIDADES NO BRASIL A NGK, multinacional japonesa especialista em sistema de ignição, referência no setor de revestimentos de porcelana e um dos principais fornecedores dos componentes para as montadoras, está comemorando 59 anos de atuação no Brasil. Primeira fábrica da multinacional

japonesa fora do Japão, a unidade brasileira, localizada em Mogi das Cruzes (SP), anunciou neste ano um investimento de R$ 210 milhões para os próximos três anos, que irão fortalecer ainda mais a posição de referência da companhia nos mercados em que atua.

SCHAEFFLER AMPLIA PORTFÓLIO DE POLIAS OAP PARA O MERCADO A Schaeffler, detentora das marcas LuK, INA, FAG e Ruville, ampliou o portfólio de polias de alternador de roda livre OAP para o segmento de reposição independente brasileiro. Líder de mercado, a empresa disponibiliza no Brasil mais de 80 diferentes tipos de polias OAP, que atendem 80% da frota circulante no País equipada com essa solução inovadora. A tecnologia foi desenvolvida pela Schaeffler para amenizar as oscilações, vibrações e ruídos produzidos pelos motores a combustão interna.

FORD PROMOVE ENCONTRO COM REPARADORES INDEPENDENTES DE VEÍCULOS EM SÃO PAULO A Ford realizou o primeiro encontro do ano com reparadores independentes de veículos, que visa estreitar o relacionamento da marca com os profissionais do setor e gerar oportunidades de negócios para todos os elos da cadeia de reparação. O Encontro de

Capacitação e Tecnologia Ford & Sindirepa reuniu as principais lideranças do segmento, além de representantes do Sindirepa Nacional e Sindirepa São Paulo, SENAI, Distribuidores Ford de São Paulo e times de serviço ao cliente e vendas da marca.

BOSCH COMEMORA 30 ANOS DO SCANNER DE DIAGNÓSTICO KTS

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Em 1988, o KTS 300 da Bosch – primeiro scanner de diagnóstico da empresa – permitia que oficinas independentes pudessem verificar os sistemas eletrônicos do veículo. Naquela época, a Bosch nomeou a tecnologia como “Klein-Tester-Serie” (diagnóstico de série pequeno, em português), ou apenas KTS, nome que permanece até hoje. Diversos sistemas eletrônicos – utilizados como equipamento original por fabricantes de todo o mundo – foram desenvolvidos por engenheiros da Bosch. Há 30 anos, a Bosch está na liderança em termos de diagnósticos em unidades de comando eletrônico (ECU).


ENTREVISTA NOVIDADES

MERCADO

REPARASUL REÚNE PROFISSIONAIS DO SETOR AUTOMOTIVO EM NOVO HAMBURGO Novidade no calendário da Fenac deste ano, a Reparasul – Feira de Autopeças e Reparação Automotiva – é um dos eventos da empresa que atende a recente estratégia de regionalização das feiras, buscando fortalecer o segmento na região Sul do Brasil e nos países do Mer-

cosul. O evento acontecerá de 12 a 15 de setembro, possibilitando a geração de negócios entre fabricantes, distribuidores, varejistas de autopeças, fornecedores de equipamentos e serviços para oficinas mecânicas de veículos leves, pesados e comerciais.

AMORTECEDOR MONROE EQUIPA NOVO TOYOTA YARIS Principal lançamento da Toyota para 2018, o hatch Yaris será equipado com a tecnologia dos amortecedores Monroe, marca do Grupo Tenneco, líder mundial no desenvolvimento e fabricação do componente. O produto presente no novo modelo da montadora japonesa conta com a solução exclusiva

Multi-Tuned Valve (MTV), um sistema de válvulas projetado a fim de proporcionar uma ampla gama de ajustes e otimizar a performance de ruído. A tecnologia desenvolvida pela multinacional americana possibilita o equilíbrio ideal entre o controle do veículo e o conforto do condutor.


GESTÃO

RECURSOS HUMANOS

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS IDENTIFIQUE, INCENTIVE E DESENVOLVA TALENTOS por Karin Fuchs | fotos Divulgação

Através dela podemos orientar as ações das pessoas no intuito de se construir uma organização eficaz, ou seja, aquela que atinge metas e objetivos

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gestão por competências não é simplesmente uma forma de administrar, mas um meio muito eficaz de desenvolvimento de talentos nas empresas. Através dela podemos orientar as ações das pessoas no intuito de se construir uma organização eficaz, ou seja, aquela que atinge as suas metas e seus objetivos traçados. Nas palavras do consultor Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria, gestão por competências deve estar focada em três pontos fundamentais: promover o conhecimento específico sobre “o que fazer”, desenvolver as habilidades técnicas acerca do “como fazer” e estimular atitudes para que se “queira fazer”. “Só assim é possível desempenhar as atividades com maior eficiência e produtividade”, afirma. IDENTIFICAÇÃO - O primeiro passo é o empresário da reparação identificar as habilidades de cada um para as atividades exercidas. “O mais importante é elencar todas as atividades relacionadas a

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cada função. Esse documento, chamado de “atribuições por função”, identifica todas as responsabilidades que a função exige”. A partir disso, se define claramente as responsabilidades e deveres sobre cada atividade exercida dentro da empresa. “Uma vez feito isso, é possível cobrar pelos resultados visto que o profissional sabe exatamente quais são suas atribuições e agora pode focar em desempenhar melhor suas rotinas”. TALENTO - Aptidão que um profissional possui de realizar determinada tarefa e que, segundo Costa, pode e deve ser trabalhada a fim de desenvolver ainda mais a capacidade desse profissional. “Mas não há desenvolvimento apenas no formato convencional, com a participação em treinamentos, por exemplo”.

Ele explica que o desenvolvimento contínuo deve ser no dia a dia da empresa, de forma que o gestor não apenas cobre o resultado, mas acompanhe de perto as atividades de cada colaborador. “Orientando-lhe em suas dúvidas, valorizando seus acertos e contribuindo para o desenvolvimento profissional de cada um”. RECONHECIMENTO - O profissional pode ser excelente, mas se não for por reconhecimento... “só é possível desenvolver competências se houver reconhecimento por parte do gestor da empresa. Baseado nisso, optar por uma política de comissionamento que estimule o colaborador a melhorar no seu dia a dia torna-se a opção mais adequada”, sugere. Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria



GESTÃO

RECURSOS HUMANOS

IDENTIFICAÇÃO – A melhor maneira de avaliar os colaboradores é por meio de indicadores de desempenho que possam mensurar os ganhos obtidos pelo funcionário em diversas áreas de atuação. “Esses indicadores podem e devem ser compartilhados com os colaboradores da empresa, para que eles mesmos possam definir estratégias pessoais de crescimento. E, assim, se desenvolvam como profissionais”.

E ele exemplifica: “Em se tratando de um mecânico, quando eu defino como indicador o índice de retrabalho, estou contribuindo para ele entender o motivo pelo qual os veículos retornam com o mesmo problema. Isso é uma oportunidade de identificar quais fatores estão influenciando na qualidade dos serviços prestados e como é possível atuar para a melhoria. Dessa forma a empresa contribui para o desen-

NA PRÁTICA Identificar as competências de cada profissional começa antes mesmo do recrutamento, inicia no seu próprio currículo. “E é na hora da entrevista que se percebe se o que está no currículo dele corresponde aos seus conhecimentos técnicos e aos equipamentos que ele sabe utilizar”, diz César Garcia Samos, da Mecânica do Gato, localizada em São Paulo (SP). Contratado, ele passa por um período de experiência com acompanhamento. “Nós vamos passando serviços para ele, identificando em quais ele tem mais facilidades e em quais tem mais dificuldades. Assim, direcionamos esse colaborador para as tarefas que ele tem mais habilidades”. Também inicialmente na oficina de Samos, o colaborador não atende diretamente o cliente. “Mas isso não significa que desde o início ele não

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possa acompanhar esse atendimento. E observando o perfil dele, a postura e a educação, e se ele sabe explicar o serviço ao cliente, pois nossas vendas são sempre técnicas, aprovado nesses quesitos, ele pode atendê-lo”. Competências citadas acima por Samos que passam a ser desenvolvidas com treinamentos. “Nós passamos para os colaboradores o nosso conhecimento para eles se especializarem mais”. A oficina também conta com equipamentos de ponta. “A nossa estrutura tem todos os recursos para eles trabalharem”. E o ponto alto é que não há rotatividade na Mecânica do Gato. “Como disse anteriormente, a oficina é bem equipada e não falta serviço. Também mantemos um bom relacionamento internamente”. O que se traduz em qualidade no ambiente de trabalho.

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A REVISTA QUE SE ORGULHA DE PÔR A MÃO NA GRAXA

volvimento pessoal do profissional”. INOVAÇÃO – A empresa mais competitiva é aquela que inova. “A inovação é compartilhar com os colaboradores os indicadores de desempenho e premiar aqueles com desempenho acima da média. Assim o funcionário consegue se enxergar fazendo parte do negócio da empresa e passa a se dedicar a realizar um trabalho cada vez melhor”, conclui.



NEGÓCIOS

MARKETING

por Karin Fuchs | fotos Divulgação

MKT DE RELACIONAMENTO COMEÇA COM O PRIMEIRO CONTATO E SE ESTENDE... Esse trabalho vem se consolidando nas empresas prestadoras de serviços do País e os empresários da reparação têm que se atentar

Cada vez mais é necessário atender, reconhecer e cuidar do cliente, em tempo real, e conhecer os seus hábitos de consumo. Nesse processo a tecnologia ajuda, mas tudo começa na humanização das relações empresa-consumidor”, afirma a consultora, Dulce Regina Migliorini.

Por definição, ela explica que marketing de relacionamento é uma estratégia. “Onde estou e aonde eu quero chegar para construir a marca, fidelizar o cliente e a empresa se tornar uma referência de mercado. Muitas vezes as pessoas acham que fazer marketing de relacionamento significa ações mirabolantes, imediatistas. Ele começa simplesmente na interação com o cliente”. CARTÃO DE VISITA - A começar pela porta de entrada. “Qual é o cliente que quer chegar a uma oficina ba-

18 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

gunçada e desorganizada? Ou muito bem organizada, mas com pessoas mal humoradas e uma má recepção?”, questiona, informando que muitas vezes a falha está em não haver uma aproximação com o cliente. “E o marketing de relacionamento leva muito isso em consideração: o quanto eu consigo me relacionar, o quanto consigo naquele momento proporcionar uma experiência favorável para o cliente”. E oficina bagunçada e uniforme sujo de graxa não significam trabalho, mas desrespeito ao cliente, assim como a demora em atender ao telefone e/ou atender dois clientes ao mesmo tempo. CONTATO HUMANO – Por natureza, as oficinas são técnicas. Porém, a maioria dos clientes não tem esse conhecimento. É exatamente nesse momento que o lado técnico precisa

estar fortemente associado ao lado humano. “E isso vai desde o bom dia até a explicação com clareza do serviço a ser executado”. Atenção para as expressões corporais e a maneira de falar, pois elas são percebidas pelo cliente, causando-lhe um impacto positivo ou negativo. E pode acontecer de o cliente não estar em um bom dia e chegar na oficina irritado. “É nessa hora que o marketing de relacionamento precisa ser transformador, com um atendimento que surpreenda o cliente e lhe proporcione uma ótima experiência”. PÓS-VENDA - De fundamental importância, mas que poucas empresas praticam, segundo Dulce Regina Migliorini. “E ele é simples de ser feito. É no contato com o cliente, perguntando-lhe: Como foi o seu atendi-


mento? O carro está funcionando bem? Tem alguma dúvida? Isso é acolher o cliente. E se ele responder que não gostou do serviço, esse é o momento mais precioso para perguntar o que poderia ter sido feito para ele ter ficado mais satisfeito”. CADASTRO – No marketing de relacionamento é fundamental cadastrar o cliente e buscar informações, tais como: “o que ele valoriza, como serviço rápido, a entrega do carro lavado, se ele gosta de explicações técnicas, se tem mais pessoas da família que usam a oficina, quantos clientes ele já indicou, etc. Esse é o primeiro passo para ampliar o relacionamento e personalizar a interação (enriquecer os dados)”. IMAGEM - Quando o cliente fala sobre a oficina, ele comenta de tudo,

desde a organização até o valor pago. “E ele não vê somente preço, mas vê valor”. E a consultora coloca alguns questionamentos: “O que será que diz a respeito de você? O que ele conta para o mercado?”.

Dulce Regina Migliorini é sócia fundadora da Karyon Consultoria, autora de metodologia para as áreas de vendas e atendimento ao cliente, com mais de 80.000 profissionais capacitados em diferentes áreas

O marketing de relacionamento constrói, mas também destrói a relação. “Por isso, o primeiro cuidado é o humano”, reforça a consultora. Um marketing de relacionamento bem feito, do início ao fim, traz como resultado a sua empresa ser a primeira que vem na cabeça dele, quando ele precisar.

com isso, a experiência oferecida ao cliente também é cada vez melhor. As oficinas trabalhando colaborativamente é seriedade e solução para o segmento”.

RELACIONAMENTO COLABORATIVO - A troca de conhecimento entre os empresários da reparação fortalece o relacionamento das oficinas com o mercado. “Pois eles buscarão fazer melhor ainda o que já fazem e,

RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES - E também junto aos fornecedores. “São eles quem levam as novidades para o mercado. Os fornecedores precisam ser bem valorizados no marketing de relacionamento, até porque se eles pararem de entregar o produto a oficina não entrega o serviço ao cliente”.

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AGORA COM 1 ANO DE GARANTIA!

Informamos que a partir do mês de Julho de 2018 toda nossa linha de tensores, polias e Kits de distribuição passarão a ter 01 ano de garantia. Para validação da garantia será obrigatório o preenchimento do certificado enviado junto com os nossos produtos. Qualquer dúvida contatar nosso departamento técnico pelo telefone (011) 2020-4200. ®

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NEGÓCIOS

MARKETING

Na SR Motors Serviços Automotivos, em Jundiaí (SP), marketing de relacionamento faz parte do dia a dia e com diferenciais. O empresário Sérgio Ricardo Ferreira dos Santos, que também é líder do Grupo de Oficinas de Jundiaí (SP), cita algumas delas. A começar com o atendimento ao cliente. “Nós monitoramos diariamente como está o contato com o cliente. Mas, antes disso, todos os dias fazemos a reunião de agenda para que todos os colaboradores saibam o que irá acontecer, os veículos agendados e os serviços que sobraram de um dia para o outro. Todos sabem que é o cliente que chegará e o recepciona pelo nome”. LINGUAGEM - Cuidado também está na linguagem. “Nós temos a competência técnica e todo o cuidado com a linguagem, para que o cliente não escute termos que não entenda para simplesmente questionar qual é o valor do serviço. E isso envolve desde o nosso consultor técnico, a área de atendimento ao cliente e o comercial”.

INTERAÇÃO - Entre as ações para interagir com o cliente está a fanpage no Facebook. “Sempre colocamos informações e os nossos seguidores, a maioria cliente ou amigos deles, interagem conosco”. Outra iniciativa da empresa é não utilizar meios digitais para parabenizar os clientes na data do seu aniversário, o que, segundo Sergio, são poucos os que veem. O meio é o telefone. PÓS-VENDA - O atendimento ao cliente só finaliza após sete dias da entrega do carro. “No 7º dia nós ligamos para ele, perguntamos se o veículo ficou bom, se foi bem atendido, o que ele achou do serviço, se o consultor técnico o atendeu direito, se nossa equipe deu a atenção que ele precisava etc. E pedimos para o cliente nos avaliar, com uma nota de zero a dez”. CARTÃO FIDELIDADE – Entregue ao cliente que realizou a troca de óleo, no verso do cartão há os dados sobre a data de troca, quilometragem e o número da ordem de serviço.

A cada três troca, a quarta é gratuita. “Os clientes nos pedem esse cartão e o retorno é ótimo”. GRUPO – No relacionamento colaborativo, a prática é entre os membros do Grupo de Oficinas de Jundiaí. “Nós temos muitas trocas, a todo momento há interação para esclarecer dúvidas sobre reparos ou precificação por serviços, por exemplo. Nós em Jundiaí procuramos fazer muito essa interação”. FORNECEDORES - “A minha política é nunca entregar tudo o que conseguimos produzir para um único fornecedor, pois caso ele não tenha o produto, o veículo fica parado na oficina. Trabalhamos com alguns fornecedores e com dois deles nós temos muita interação, nos falamos sobre como está o mercado, eles sempre trazem palestras para nós, que não deixamos de participar”.

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Pela vida. Escolha o trânsito seguro.

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CAMINHO


Cada um de nós tem um caminho que é único, seja rodando o país por estradas e quebradas que parecem não ter fim ou fazendo o mercado de reposição girar, todo santo dia. Ou mesmo reparando os veículos dos clientes nas oficinas espalhadas por esse enorme Brasil. É recorrente, e é sempre diferente - um caminho cheio de desafios e tentações. Mas não importa, nada pode nos fazer parar. O melhor é encarar de frente, resistir, superar e avançar sempre. Ao longo dos anos, a gente aprende que essa caminhada nos tornou mais fortes e resistentes. E que essa força traz a energia indispensável para quem quer ir mais longe. Força que é determinação, que é atitude, que é confiança. Força que nos move em direção ao futuro, ao próximo desafio e às conquistas que essa trajetória reserva a todos nós, os fortes. Escolha seu caminho, vá em frente, e conte com a gente para o que der e vier. Spicer, você ainda mais forte.


CAPA

CUSTOS X QUALIDADE por Karin Fuchs | fotos Divulgação

REDUZA DESPESAS NA OFICINA SEM IMPACTAR NA QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO Uma difícil equação que nem todos os empresários da reparação automotiva conseguem mensurar para precificar seus trabalhos

O

primeiro passo para uma empresa ser lucrativa é ter uma planilha muito bem elaborada com os custos fixos e variáveis. Nessa conta deve ser considerada a qualidade dos serviços, o que é um diferencial para as oficinas mecânicas, um valor percebido pelos clientes, e o empresário da reparação pode e deve demonstrar isso para eles. “Existem oficinas que têm ótimos técnicos, mas não valorizam essa mão de obra, e que fazem altos investimentos em tecnologia (equipamentos), o que garante uma qualidade dos serviços para os clientes. Porém, elas oferecem 24 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

qualidade, mas não cobram por ela”, afirma Rodimar Marchiori, consultor do NEA/ARVESC. Nessa matemática, ele compara um vendedor que oferece um tênis Nike por R$ 35,00, quando no mercado ele custa, em média, R$ 500,00. “Você acreditaria que ele tem a mesma qualidade que o original?”, questiona, para exemplificar que o mesmo acontece nas oficinas que não sabem precificar a qualidade dos seus serviços. AVALIAR O MERCADO E Marchiori faz um alerta para que as que se comparam com empresas que não têm a mesma estru-

tura que a sua, achando que elas são fortes concorrentes. “Há empresários que estão há mais de 30 anos no segmento se preocupando com quem acabou de abrir uma oficina”, valida. Para ele, avaliar o mercado é um balizador importante, mas não é a única referência.

Rodimar Marchiori, consultor do NEA/ARVESC


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reparacaoautomotiva.com.br “Um erro que acontece bastante nas oficinas é elas cobrarem menos que as outras, esquecendo-se de evidenciar justamente o diferencial que elas têm. Elas baixam o preço se comparando com a oficina que não faz nem a metade em termos de qualidade e investimentos. A partir do momento que elas mostrarem seus diferenciais aos seus clientes, elas vão se surpreender”, ressalta o consultor. A palavra-chave é diferenciação. “Nos treinamentos de precificação, eu costumo fazer uma análise de marketing em relação ao posicionamento estratégico das empresas. Para as oficinas, o mais adequado é a diferenciação e evidenciá-la para os seus clientes”. Clientes não buscam apenas preço, mas valor. E valor nas oficinas está na entrega, na confiança. PLANEJAMENTO Na Colzani Elétrica e Mecânica, todo final de ano é feito um levantamento dos custos que tiveram ao longo dos 365 dias, projetando qual será esse valor no ano seguinte, incluindo um percentual a mais de 5%. “Ao longo do ano, se houver a necessidade de incluirmos algo no planejamento, nós o substituímos por outro, na medida do possível não gastando mais para a empresa gerar resultado”, diz Eduardo Col-

Eduardo Colzani, de Joinville (SC)

zani, que também é presidente do Sindirepa-SC e diretor Técnico de Treinamentos do NEA/ARVESC. Com cinco profissionais técnicos na oficina, o foco é qualificação. “Em parceria do Sindirepa com o NEA/ARVESC, nós temos um treinamento online para qualificar mecânicas em todas as áreas. Eles são divididos em 1, 2 e 3, e a precificação deles segue essa escala. A produtividade de cada um e o quanto consegue gerar de mão de obra vendida por mês também são consideradas”. Colzani conta que eles são reconhecidos por resolverem problemas que outras oficinas não conseguem. “E desde a forma como o cliente é recepcionado até a solução do problema, o mais rápido possível pelo nosso conhecimento técnico, tudo isso é percebido por ele. Para o checklist, utilizamos as normas da ABNT para fazermos o serviço que realmente é necessário no carro”. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO Na Tecnocar - Bosch Car Service, em Brusque (SC), o orçamento é baseado na capacidade de produção dos serviços, prevendo todos os gastos fixos, folha de pagamento, encargos sociais e investimentos. “Após o levantamento, a diretoria verifica a possibilidade de efetuar alguns ajustes nas planilhas. Este orçamento tem validade semestral com controle mensal, após o término desse período, nós efetuamos um novo orçamento com base zero”, diz Jaqueline Cadore. Com uma equipe técnica de seis colaboradores, sendo um gerente Técnico Automotivo especializado na Europa, que orienta e treina toda a equipe constantemente, e

um chefe de equipe que supervisiona os trabalhos dos demais colaboradores, todos os técnicos são avaliados mensalmente, com base nos cursos de capacitação, atualização e modernização que eles realizam dentro e fora da empresa. Jaqueline Cadore explica como essa qualidade é colocada na precificação dos serviços. “O custo é rateado a partir da performance de cada técnico, sendo que o que tem maior qualificação tem um custo/hora mais elevado que os demais. Também pesquisamos o preço praticado no mercado, porém, a determinação do valor hora/serviço nunca será inferior aos nossos custos”. SELEÇÃO Para Roberto Turatti (Billy), da Invest Auto, localizada em Balneário de Camboriú (SC), falta ao empresário da reparação automotiva a visão de administrador. “Há anos eu bato na tecla que todas as oficinas de reparação independente nasceram de um bom técnico e um péssimo administrador. Há muitas que deixam de ganhar dinheiro, quando pensam que estão ganhando”. E uma questão que ele alerta é sobre a não seleção de clientes.

Jaqueline Cadore, de Brusque (SC)

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 25


CAPA

CUSTOS X QUALIDADE

Roberto Turatti (Billy), de Balneário Camboriú (SC)

“Com medo de perder trabalho, as oficinas não o selecionam, também não fazem um cadastro de clientes. Falta muito às empresas um fluxograma de processos; um esqueleto dorsal dela, assim, é possível identificar seus erros e os acertos”. Na prática em sua empresa, Billy levanta todos os custos e o quanto espera ganhar. “O segundo momento do orçamento é quando o cliente o aprova e qual será a forma de pagamento. E é preciso estar claro qual é a margem de ganho de peças. Tem gente que repassa o desconto do fornecedor, isso não existe, assim não se consegue pagar os impostos”. Para ele, que tem uma equipe de seis técnicos, o planejamento tem que ser muito bem pensado. “Organização na parte de fluxograma e processo para ter lucro. Sem saber o seu custo, ao abrir a sua porta você estará perdendo. Outro erro é deixar um cliente antigo de lado na oficina para atender de prontidão um novo que entra. É preciso valorizar o seu cliente”. RETORNO Na Mecânica Chiquinho, Francisco Severiano Alves (Chi26 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Francisco Severiano Alves (Chiquinho), de Itaquaquecetuba (SP)

quinho), que também é do Grupo ROMAT, de Itaquaquecetuba (SP), a qualidade da equipe é mensurada pelo retorno que ela traz. “Eu busquei nos últimos anos trabalhar mais adequadamente na qualidade, em ter mais credibilidade e segurança nos serviços, e um bom atendimento ao cliente”. Em sua oficina, os serviços são feitos a partir de agendamento programado. “E como estamos há 34 anos no ramo, quase 25 no mesmo local, eu trabalho muito na questão de mostrar a nossa qualidade. Temos concorrentes que cobram mais barato, mas o que eu vendo são qualidade e segurança”. Com sete funcionários, todos os custos são considerados no planejamento. “Nós fazemos uma planilha semanalmente, também a fechamos mensalmente, observando a mão de obra que cada funcionário vendeu e o seu custo, verificando se o valor correspondeu ao trabalho que ele está fazendo para poder gerar lucro para a empresa”. ROTATIVIDADE Um movimento que tem sido observado por José Natal da Silva, da Megacar e líder do GOE, em

José Natal da Silva, de São Paulo (SP)

São Paulo (SP), é a alta rotatividade que impacta nos custos. “Nós temos cinco funcionários, eu já tive colaboradores que ficaram na minha empresa por 12 anos, o mais antigo hoje tem cinco”. Ele conta que na parte de custos (fixos e variáveis) é considerada a qualidade de manter a mão de obra qualificada, atualizada e incentivada. “Os que fazem mais cursos ganham bonificação e isso faz parte de uma estratégia de mantê-los atualizados. É um custo, mas também um investimento, pois o retorno será menor (garantia)”. E pesa mantê-los qualificados. “Pois quanto mais eles forem, mais retorno irão querer. E quando não correspondem nesse sentido, você começa a perder a sua mão de obra especializada. Ao admitir outro funcionário, ele levará de seis meses a um ano para corresponder à qualidade de mão de obra que você exige dele, porém, nem sempre isso acontece, alguns vêm com vícios”. TRANSPARÊNCIA Em Bauru (SP), Cláudio José de Alencar, da Oficina Mecânica Alencar e da ABRA, pontua que a melhor forma de fidelizar clientes e


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reparacaoautomotiva.com.br

Cláudio José de Alencar, de Bauru (SP)

captar novos é com transparência. “Essa é a palavra-chave na minha oficina, o nosso diferencial, para que o cliente se sinta seguro. E a maioria não está questionando tanto o preço, mas a idoneidade”. Há 13 anos no mercado, Alencar comenta que a primeira coisa para calcular os custos é levantar quais são os fixos e os variáveis, e o custo hora/homem. “E dependendo do serviço, há uma média de preço praticada na nossa região”. A oficina tem seis técnicos e o objetivo é trabalhar com o máximo de excelência possível e com peças de qualidade, além de investirem constantemente em tecnologia, em atualização. “De maneira geral, eu vejo que o mercado ainda tem muito para se profissionalizar quando o assunto é qualidade”. GESTÃO Para ampliar mercado, Silvana Figueiredo, da Suprema e do Grupo NAC, de Botucatu (SP), informa que recentemente o nome da empresa foi alterado. “Só Freios era um limitador”. E para oferecer mais opções aos clientes, ela está buscando alternativas para ampliar a forma de parcelamento dos serviços. Na sua oficina, o mote é cuidar

bem do cliente, tanto que somando a equipe do administrativo e mais uma pessoa que cuida especificamente do CRM (gestão de relacionamento com o cliente) são cinco profissionais, um a mais que na equipe técnica. “Para o nosso estilo, nós precisamos de pessoas para cuidarem dos clientes, caso contrário, não se agrega valor na mão de obra”. No cálculo dos custos, os fixos e variáveis são considerados, incluindo cursos, treinamentos e uniformes. “Nós elaboramos todo o custo de mão de obra, o quanto seria a mão de obra/hora, e aplicamos uma porcentagem que é a nossa margem de lucro”. Ela revela que pela estrutura que tem o preço praticado é um pouco acima do mercado. “Para isso o cliente tem que perceber a nossa qualidade nos serviços, que vai desde o cuidado com a parte interna do veículo (protegida com plástico) à entrega dele aspirado e, dependendo do valor do orçamento, nós fazemos a cristalização dos vidros”.

José Luiz Guimarães, do Rio de Janeiro (RJ)

precisa vender é segurança. “A minha carteira de clientes é de amigos. E tem até os que deixam a chave do carro e dizem para fazer o que tem que ser feito”. Confiança que se traduz em um orçamento mais assertivo. “Eu sempre preparo o cliente pautado no valor que ele gastará, para ele não ter surpresas. Prefiro informar que ele gastará mais e, no final, o serviço sai por menos. O nosso mercado peca muito, passando um orçamento inicial que posteriormente será mais alto”. Para a formação de preço de mão de obra, ele considera a qualificação dos profissionais e a estrutura da empresa. “Como os equipamentos, que precisam ser sofisticados para facilitar o diagnóstico do serviço, e fatores como o tempo que nós vendemos, mão de obra qualificada e confiança”.

Silvana Figueiredo, de Botucatu (SP)

CONFIANÇA Para José Luiz Guimarães, do Grupo ABC da Mecânica, do Rio de Janeiro (RJ), o que primeiramente o empresário da reparação

O que traz retorno para a empresa. “Com esse perfil de trabalho, eu diminuo a minha margem de erro. Dificilmente eu tenho retorno de serviço. E na minha oficina nós trabalhamos com agendamento, com uma margem de tempo para serviços adicionais”, conclui. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 27


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NA OFICINA MOTOR

youtube.com/reparacaoautomotiva

por Silvio Rocha e Wanderlei Castro | fotos Divulgação

FALHA NO SENSOR DE FASE

DO CITROËN C4 LOUNGE CAUSA PERDA DE POTÊNCIA

O

caso que contaremos a seguir, contado por Bruno Rodrigo Costa, proprietário da oficina Juca Bala Racing, da Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, é de um Citroën C4 Lounge com a luz da injeção acesa no painel e perda de potência. “Nosso cliente reclamou para nós que ele estava com perda de potência e ascendendo a luz de avaria no painel. Quando nós recebemos o veículo, no primeiro diagnóstico, entramos com o scanner e detectamos, de fato, a falha. Mesmo assim, fizemos o teste de rodagem e detectamos, também, a perda de potência. Por diante, iniciamos o diagnóstico nele aqui”.

Segundo ele, “recebemos o C4 aqui e a avaria principal, que indica a perda de potência, é o sinal do sensor de posição do eixo de comando de admissão, que é o sensor de fases dele. Ele não está sincronizado com o sensor de rotação”, completa. PROCEDIMENTO - Após o diagnóstico com scanner, a avaria que ele gerou foi: falha no sensor de fases. Ou seja, ele estava gerando uma falha do sincronismo do motor. Esse motor é um THP Prince, mesmo motor que equipa os Mini Coopers, também 1.6 e 16 válvulas da família BMW. Ele é bastante conhecido pelo defeito que deu e chegamos à conclusão aqui no diagnóstico – que é, ele desgasta os componentes de corrente e de distribuição. Como nós chegamos a esse diagnóstico sem desmontar? A Raven desenvolveu essa ferramenta.

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Você retira o esticador do cabeçote e aplica a ferramenta no cabeçote. Como vocês podem acompanhar aqui a ferramenta tem quase a mesma característica do esticador. Ou seja, ela simula o esticador para estar passando para nós a medida em que todos os componentes vão estar.

Observando aqui, a localização onde a ferramenta vai encaixada. Ela tem um orifício no bloco do cabeçote, no lugar em que o esticador faz o seu trabalho tensionando todo o sistema neste lugar na distribuição.



NA OFICINA MOTOR Coloca a ferramenta lá, rosqueia ela até o final, usa-se essa roela de trava rosqueando com a mão mesmo. Rosqueou, você já trava ela com a mão, aí se tem uma medida para fazer o aperto do torquímetro nela. Ele apertou, você aperta contra a porca, retira a ferramenta e afere a medição para saber se vai ter necessidade de trocar os componentes da corrente ou não. Vou demonstrar o procedimento que foi feito no veículo. Então, nós inserimos lá no orifício onde trabalha o esticador, removemos o esticador e você faz o trabalho do esticador, ele tem o torque correto que tem que se aplicar na ferramenta até ela dar o ponto ideal. Ela travou, deu o ponto ideal, você trava a porca cestavada, retira a ferramenta e parte para medição. Como vocês podem ver, a medida que ele apresentou do veículo é de quase 71 mm, onde o limite máximo é de 68 mm para esse sistema.

Instalou a ferramenta, torqueou, removeu, aferiu e está com 68 mm, todo o kit está ok. Se passou de 68 mm tem que ser trocado todo o sistema de corrente do motor.

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PARCEIRO Bruno Rodrigo Costa, proprietário da oficina Juca Bala Racing

Voltando aqui para o kit de corrente distribuidora do C4, pode analisar que um dos principais itens que desgasta e analisando dá para se ver que o desgaste é a corrente. Viu que ela está bem posicionada nas duas extremidades, os dentes batem corretamente, eles saem iguais e chegam num momento que começa, na corrente velha, espaçar e no final está quase um dente de diferença.

Fora esse desgaste na corrente, existem também os desgastes nas polias. Somando estes desgastes no total, acabam fazendo com que o sensor de rotação não bata junto com o sensor de fase do cabeçote e aí o sistema vai reclamar como se estivesse fora de sincronismo. Na verdade, é o desgaste nos componentes que faz essa falha ser gerada no Citroën C4 Lounge, motor THP.

Finalizamos todos os processos no C4 Lounge. Montamos todo o kit de distribuição, já montamos a tampa de válvula, montamos os tubos dele, bobinas. Todos os superficiais aqui em cima.

Luz do painel de avaria está 0, já zerou via scanner. Sensor de fase não está mais acusando lá, tiramos toda a folga da parte de distribuição e ficou tudo perfeito no carro.

DICA DO REPARADOR

Essa dica nós deixamos aqui para vocês em parceria com a Revista Reparação Automotiva e TV Reparação Automotiva. Quem quiser acompanhar o nosso serviço e nossa equipe, no Facebook e no Instagram somos Juca Bala Racing. Nosso canal do Youtube tem o mesmo nome também. Segue a gente lá! Valeu!



NA OFICINA

TRANSMISSÃO

ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL

E DIMINUIÇÃO DE EMISSÕES por Silvio Rocha | fotos Divulgação

N

o caso de não termos percebido ainda, muitos fabricantes de automóveis agora oferecem transmissões com oito, nove e até dez marchas à frente. Esta tem sido uma das maiores mudanças desde a década passada, onde transmissões de quatro, cinco e seis velocidades dominavam o mercado. A necessidade de mais marchas é, principalmente, devido à demanda aumentada de maior economia de combustível, onde os fabricantes de automóveis são desafiados a alcançar um consumo médio de combustível de até 23 quilômetros por litro em meados de 2025. Apenas como referência, a taxa média de consumo em 2011 era de 10,5 quilômetros por litro. Os requisitos para se atingir 23 quilômetros por litro parecem muito difíceis de ser alcançados, porém não é um número inatingível. Existe uma fórmula avançada para se calcular este objetivo de consumo, iniciando-se com os veículos ano modelo 2012 e finalizando com os carros ano modelo 2025, a qual envolve a economia de combustível dos veículos atuais e sua “pegada” ou tamanho. De qualquer maneira, estes requisitos para maior economia de combustível fazem com que os fabricantes de veículos quebrem a cabeça para produzir transmissões que podem posicionar o motor na faixa de

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rotação mais eficiente para máxima economia de combustível. Este esforço dos fabricantes se soma aos demais que vemos na indústria hoje, tais como veículos híbridos e elétricos, motores turbinados, injeção direta de combustível, compressão variável (NISSAN) e mesmo motores MAZDA de ignição e compressão diretas. Para melhorar a eficiência energética através das transmissões, os fabricantes automotivos estão utilizando transmissões continuamente variáveis (CVTs), transmissões de dupla embreagem (DSGs), e transmissões com muitas marchas disponíveis. Em algumas destas transmissões, a embreagem do conversor de torque pode acoplar mesmo em marchas muito baixas, de maneira que a energia do motor não é gasta através de geração de calor desnecessária no conversor de torque. Mas quanto a maior quantidade de marchas e estratégias de mudança tem afetado a economia de combustível dos veículos atuais? E quanto a maior quantidade de marchas tem afetado a confiabilidade e o estresse dos componentes internos da transmissão? Temos sido curiosos quanto a este assunto desde que a LEXUS (divisão TOYOTA) ofereceu a primeira transmissão de oito velocidades no ano de 2007 com o LS460. Uma coisa a ser considerada

é que a fonte de informação para este artigo não é muito científica. Utilizamos aqui os dados publicados de um site governamental para determinar as mudanças na economia de combustível quando comparamos modelos com diferentes opções de transmissão. Tentamos aqui escolher veículos que simplesmente tiveram alguma mudança na transmissão, embora muitos fabricantes tenham alterado totalmente o conjunto moto-propulsor em novos modelos lançados. Assim, mesmo que cada exemplo possua a mesma motorização, não há garantias que o resto do carro não tenha sido mudado, afetando desta maneira a economia de combustível de maneira significativa. Falando em confiabilidade, é difícil prever a taxa de falhas de uma transmissão baseada no número de marchas e quão frequentemente as embreagens, solenoides e válvulas ciclam entre ligado e desligado. Mas olhamos para a atividade entre as embreagens e os solenoides nas marchas mais baixas e altas nas transmissões multimarchas. Talvez esta informação forneça uma visão de quanto as mudanças adicionais de uma transmissão e atuação hidráulica influenciam no desgaste e quebra de seus componentes internos. Primeiro, vamos comparar a transmissão de seis velocidades


da Fiat/Chrysler RFE comparada com a transmissão ZF de oito velocidades: (Tabela 1) A Fiat/Chrysler começou a substituir gradualmente a transmissão 65RFE, aplicada na pick up RAM de ½ tonelada em 2014, em favor da transmissão ZF 8HP70. Incidentalmente, a ZF produz cerca de 50 por cento (50%) de toda a linha de montagem da Fiat/Chrysler para seus veículos ano/modelo 2017. Como resultado, introduziram mais de 3,5 milhões de transmissões ZF na estrada desde 2013! Quando se revê o aumento na economia de combustível na tabela 1, um modesto meio quilômetro por litro na cidade e um quilômetro por litro na estrada não parece ser muito, mas mesmo que a economia do veículo não apareça logo no início de seu movimento, as melhorias chegam a 7 e 9%, respectivamente. Quando se compara a transmissão 65RFE com a ZF 8HP, a frequência de utilização dos elementos de atrito (embreagens) aumenta 29%, o que é esperado, em virtude das marchas adicionais. A frequência de ciclos dos elementos das embreagens é simplesmente o número de vezes que as embreagens executam mudanças de liberadas a aplicadas ou de aplicadas a liberadas, na sequência de mudanças desde a 1ª marcha até a última. O número de ciclos das embreagens é dividido pelo número de embreagens na transmissão. Assim, no caso de uma transmissão de seis velocidades, existem cinco embreagens que ciclam um total de 10 vezes, numa taxa de ciclagem de 2,0. Já na transmissão ZF de oito velocidades suas cinco embreagens são cicladas 14 vezes numa taxa de ciclagem de 2,8 vezes. As tabelas 2 e 3 mostram os va-

Fabricante Dodge

TABELA 1: ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL DODGE RAM Consumo Modelo Transmissão cidade estrada 65RFE 6 km/litro 8,7 km/litro 1500 ZF 8HP 6,5 km/litro 9,56 km/litro

Percentual de mudança

Marcha P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

7%

9%

TABELA 2: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS 65RFE UD OD 4C 2C L/R A A A A A A A A A A A A A

RÉ A

TABELA 3: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS ZF 8HP Marcha

Freio A

Embr. D

P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

A A A A

A

A

A

A

A

A A A

lores de referência para estas duas transmissões. (Tabelas 2 e 3) Prestando-se atenção à atividade hidráulica e eletrônica, podemos ter a mesma abordagem pesquisando-se a atividade dos solenoides e quão frequentemente a eletrônica e as válvulas são cicladas de ON para OFF e vice-versa. Conforme vemos nas tabelas 4 e 5, desde que ambas as transmissões ZF e FIAT/CHRYSLER utilizam solenoides que controlam os elementos de fricção, a atividade dos solenoides é a mesma que a relação de ciclagem das embreagens. A única exceção a isto é o solenoide que controla a embreagem de L/R (Baixa e Ré) na transmissão 65RFE que também é utilizado para aplicar a embreagem do conver-

Freio B A A A A A A A

Embr. E

Embr.C

A A A A A

A A A A

A

sor de torque a partir da segunda até a sexta marchas. Esta atividade não é computada na relação de ciclagem do solenoide. (Tabelas 4 e 5) A TOYOTA Highlander viu um upgrade da transmissão U-660E de seis velocidades, tração dianteira, para a transmissão UA80E de oito velocidades, tração dianteira. Esta transmissão é chamada de transmissão de engates diretos: não confunda com a transmissão de dupla embreagem, tais como a encontrada nos veículos VW/AUDI, que também é chamada de DIRECT SHIFT GEARBOX ou DSG. Uma comparação de economia de combustível, mostrada na tabela 6, não bem justa. Mesmo que ambos os veículos possuam um motor V6 de

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

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NA OFICINA

TRANSMISSÃO TABELA 4: APLICAÇÃO DOS SOLENOIDES 65RFE

Marcha P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Hidr.do solenoide

UD

OD

4C

2C

L/R A A

A A A A NH

A A NL

NL

A NL

NL

Hidráulica do solenoide indica Normalmente alto ou NH, significando que quando o solenoide está desligado ou OFF ele deixa passar pressão. Normalmente baixo ou NL é o contrário.

TABELA 5: APLICAÇÃO DOS SOLENOIDES ZF 8HP Marcha P/N

Freio A EDS1 A

Embr. D EDS4 A

Freio B EDS2 A

Embr. E EDS5 A

Embr. C EDS3 A A

R

A

A

A

A

A

A

A

2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Hidr.do solenoide

A

A A

A A A A

A A

A A A A A

NL

NH

NL

NH

NH

Hidráulica do solenoide indica Normalmente alto ou NH, significado que quando o solenoide está desligado ou OFF ele deixa passar pressão. Normalmente baixo ou NL é o contrário.

3.5 litros, o motor ano 2017 equipado com a transmissão de oito velocidades possui um ligeiro aumento da taxa de compressão, injeção direta e sistema avançado de comando de válvulas variável (VVT-iW), permitindo até 75 graus de retardo da válvula de admissão, simulando o ciclo Atkinson’s e possibilitando que a válvula de admissão permaneça aberta por mais tempo para aumentar a efi-

ciência do motor. (Tabela 6) Conforme podemos notar na tabela 6, a economia de combustível aumentou ligeiramente. Uma verificação nas tabelas de referência 7 e 8 para estas duas transmissões mostra que a taxa de ciclagem das embreagens para a transmissão U660-E é de 2,25 ciclos por embreagem, levando-se em conta as cinco

TABELA 6: MUDANÇAS NA ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL TOYOTA Fabricante

Modelo

Toyota

Highlander

Mudança percentual

5%

SEMINÁRIO TÉCNICO APTTA BRASIL E SONNAX

transmissão U660-E UA80-E 8%

Consumo cidade 8,26 km/l 8,70 km/l

Consumo estrada 10,87 km/l 11,74 km/l

embreagens nas mudanças ascendentes da primeira até a sexta marchas. A transmissão UA80-E possui 2,6 ciclos através das seis embreagens nas mudanças ascendentes de primeira até oitava marchas, o que é cerca de 13% maior em termos de atividade que a transmissão de seis velocidades. Assim como o exemplo prévio da Pick Up Chrysler RAM 1500, os solenoides são responsáveis pela aplicação de pressão nas embreagens, assim a taxa de ciclagem dos solenoides também aumentou na mesma proporção. (Tabelas 7 e 8) A fabricante HONDA explorou diferentes opções de transmissões durante os anos passados. O HONDA Odyssey pode ser encontrado com transmissões de seis, nove e dez velocidades disponíveis para o ano modelo 2018. Todas opções são equipadas com motor 3.5 litros V6 e surpreendentemente existe pouca diferença em economia de combustível entre os diferentes modelos. (Tabela 9) Podemos notar na tabela 9, a economia de combustível na cidade não se alterou de maneira nenhuma entre as transmissões de 6, 9 e 10 velocidades, e houve somente uma melhoria de 4% no consumo em estrada. Estas três transmissões trabalham de maneira completamente diferente uma da outra. A transmissão HONDA de seis velocidades possui o projeto HONDA tradicional com engrenagens helicoidais de engrenamento constante e conjunto de embreagens que travam as engrenagens aos seus respectivos eixos. A transmissão ZF 9HP é uma transmissão de conjunto planetário de engrenagens, possuindo duas embreagens DOG que fazem com que a transmissão se mantenha num tamanho relativamente pequeno, ainda que

SOLUÇÕES PARA AS FALHAS MAIS COMUNS DAS TRANSMISSÕES ZF 6HP26/30, ZF 9HP48 e VW/AUDI 09G.


ofereça nove marchas. A nova transmissão HONDA de 10 marchas possui quatro conjuntos planetários. Sim, você leu corretamente. A HONDA construiu sua própria transmissão de conjuntos planetários que é um grande avanço, considerando que a única outra transmissão construída pela HONDA utilizando conjuntos planetários no passado foi sua transmissão CVT, e somente para operação em Ré. Em breve, estaremos estudando esta transmissão surpreendente. A transmissão HONDA de seis velocidades parece ser muito robusta quando comparada à transmissão HONDA de 10 velocidades (figura 1), falando-se apenas em termos de tamanho e peso. Alguém poderia esperar uma melhoria na economia de combustível. O sistema hidráulico da transmissão de 6 velocidades foi dramaticamente simplificado quando comparado com a transmissão HONDA de 5 velocidades, que é comum nas oficinas de reparação, tal como a transmissão BAYA. A transmissão de 6 velocidades utiliza três (3) solenoides de controle de pressão (CPC) para aplicar pressão hidráulica a cada embreagem das engrenagens. A única marcha que não muda ativamente é a 1ª marcha, desde que ela receba pressão de linha diretamente da válvula manual e pode ficar aplicada todo o tempo devido à ação da roda livre. Conforme podemos observar na tabela 10, os três solenoides operam as cinco embreagens remanescentes das engrenagens com os solenoides A e B, disparando as válvulas de mudança para permitir que o solenoide CPC A controle tanto a embreagem da 2ª ou 5ª marcha, e o CPC B controle as embreagens da 3ª e 6ª mar-

23 e 24 DE NOVEMBRO

TABELA 7: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS U660-E Marcha P/N

C1

C2

B1

R 1ª

A

A

A

A

B2

B3

A

A Travando

A A A

A

6ª Solenoide de controle

Roda livre

SL1

A

A

A

SL2

SL3

SL4

Os solenoides são proporcionais. Quando energizados eles aplicam as embreagens.

TABELA 8: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS UA80-E Marcha P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Solenoide de controle

C1

C2

C3

C4

B1

A A A A A A

B2

Roda livre

A

Travando

A A A A A A A

SL1

SL2

A A A SL3

TABELA 9: MUDANÇAS EM ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL HONDA Modelo

Transmissão

Odyssey

4 eixos

6 marchas

8,26 km/l

11,74 km/l

ZF 9HP HONDA 10 marchas

8,26 km/l

12,17 km/l

8,26 km/l

12,17 km/l

0%

4%

Percentual de mudança

FIGURA 1

Transmissão HONDA de 6 velocidades

WWW.APTTABRASIL.COM CONTATO@APTTABRASIL.COM

Consumo cidade

Consumo estrada

FIGURA 2

Conjunto eletrônico/hidráulico HONDA 6 velocidades


NA OFICINA

TRANSMISSÃO

chas. A taxa de ciclagem das embreagens é da ordem de 1,67 e a taxa de ciclagem dos solenoides CPC lineares fica em torno de 1,5. A transmissão ZF 9HP é basicamente a mesma unidade utilizada nos veículos das linhas JEEP, CHRYSLER e LAND ROVER. Seguindo as tendências das eletrônicas mais modernas, ela também utiliza solenoides que controlam a pressão de suas respectivas embreagens, conforme mostra a tabela 11. Os solenoides CPC são proporcionais e aplicam pressão às embreagens quando energizados. Os solenoides SS A e SS B movimentam as válvulas e assim os solenoides CPC A e B podem aplicar duas embreagens diferentes. A 1ª marcha está sempre aplicada através de um conjunto de roda livre. Os solenoides são proporcionais. Quando energizados aplicam as embreagens. A transmissão ZF 9HP cicla suas embreagens e solenoides 2,67 vezes quando faz as mudanças entre a primeira e a nona marchas. As embreagens são 37% mais ativas e os solenoides são 44% mais ativos do que na transmissão de seis velocidades. A transmissão HONDA de 10 velocidades possui 15 solenoides em sua estrutura (figura 2). Os solenoides de controle de pressão (CPC) B até G controlam a pressão das embreagens específicas, conforme podemos ver na tabela 12. Esta transmissão também possui uma embreagem de duas vias que é atuada pelos solenoides de mudança A e B. A embreagem de duas vias HONDA é uma embreagem mecânica tipo catraca que utiliza uma alavanca para travar a embreagem evitando que ela gire em ambas as direções ou apenas em uma direção.

36 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

SSA E SSB

Os solenoides são proporcionais. Quando energizados eles aplicam as embreagens. Assim como muitas das unidades previamente estudadas, os solenoides são designados para embreagens específicas, dessa forma sua taxa de ciclagem é a mesma das embreagens, que possuem média de 2,83 ciclos quando realizam as mudanças entre a primeira e a última marchas. Isto leva a um aumento de ciclagem da embreagem e do solenoide da ordem de 41% e 47%, respectivamente. Não é mau, considerando que a transmissão de 10 velocidades possui 67% mais marchas que a transmissão de seis velocidades. A FORD e a GM quebraram várias barreiras uma vez mais e se juntaram para projetar uma transmissão

CONSULTOR

Carlos Napoletano Neto Diretor Técnico Aptta Brasil www.apttabrasil.com

de 10 velocidades (figura 3). Para a pick up F150, a transmissão de 10 marchas substituiu a transmissão ZF 6HP e representa uma pequena economia de combustível, conforme indicado pela tabela 13. A aplicação FORD para as transmissões ZF utilizam cinco embreagens e quatro solenoides para fornecer seis marchas à frente. A taxa de ciclagem dos solenoides é mais alta que a taxa de ciclagem das embreagens, porque a ZF utiliza o solenoide VFS4 para operar ambas as embreagens E e D. Da 1ª à última marchas, a taxa

TABELA 10: ORDEM DE DISPARO DOS SOLENOIDES DA TRANSMISSÃO HONDA DE 6 VELOCIDADES Marcha

CPC A

P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

CPC B

CPC C

SS A

SS B

A A A

A

A A A

A A A A

Os solenoides CPC são proporcionais e aplicam pressão às embreagens quando energizados. Os solenoides SS A e SS B movimentam as válvulas e assim os solenoides CPC A e B podem aplicar duas embreagens diferentes. A 1ª marcha está sempre aplicada através de um conjunto de roda livre.

TABELA 11: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS DA TRANSMISSÃO ZF 9HP Marcha P/N R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª

Freio C

Freio D

A

A

SSC

A SSD

A A

Embr. B

Embr. E

A

A A A A A

9ª Solenoides

A A A A

DOG F A A A A A A

DOG A

SSF

SSA

A A A A A A A

A A SSB

A SSE

Os solenoides são proporcionais. Quando energizados aplicam as embreagens.


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youtube.com/reparacaoautomotiva de ciclagem da embreagem é de 2,0 e a dos solenoides é de 2,5. A tabela 14 mostra a aplicação da embreagem e dos solenoides. Os solenoides de força variável (VFS) podem ser normalmente baixos (NL) e não aplicam pressão quando desligados, ou normalmente altos (NH) e aplicam pressão total quando desligados eletricamente. A nova transmissão de 10 marchas utiliza seis embreagens hidráulicas e uma embreagem mecânica de uma via. Os solenoides e embreagens ciclam numa taxa média de 2,38 vezes quando realizam as mudanças da 1ª a 10ª marchas. Seguindo na consulta da tabela, os solenoides de mudança A até F são proporcionais e controlam suas respectivas embreagens. Mesmo que a transmissão de 10 marchas possua 40% mais relações de marchas disponíveis que a transmissão de seis marchas, a atividade das embreagens somente aumentou cerca de 29% e a atividade dos solenoides aumentou somente cerca de 12%. Sem dúvida, o desempenho e o marketing também exercem uma função importante no movimento para desenvolvimento de transmissões com muitas marchas, mas após rever estas melhorias modestas de economia de combustível, fica-se pensando quão difícil e caro se torna espremer um quilômetro ou dois a mais por litro adicional. Este artigo também mostra a enorme tarefa para atender os requisitos impostos pelo governo para o ano de 2025. Vai ser interessante observar o que sairá da cartola dos fabricantes nos próximos sete anos à medida que a procura de maior economia de combustível continua.

TABELA 12: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS NA TRANSMISSÃO HONDA DE 10 VELOCIDADES Marcha R 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª Solenoide de controle

C1

C2

C3

A A A A A A A A CPCD

A

B1 A A A A A

A A A A A A

B2

Embreagem de uma via A A

A A A

A A CPCC

B3

A A A A

A CPCB

CPCG

CPCF

CPCE

SSA e SSB

Os solenoides são proporcionais. Quando energizados eles aplicam as embreagens.

Modelo F150

Percentual de mudança

TABELA 13: MUDANÇAS NA ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL FORD Consumo Motor Transmissão cidade Consumo estrada 5,0 L 6R80 6,08 km/l 8,26 km/l 5,0 L 10R80 6,52 km/l 8,26 km/l 3,5 L 6R60 7,39 km/l 10,44 km/l 3,5 L 10R80 7,82 km/l 10,87 km/l 6-7 %

0-4 %

TABELA 14: APLICAÇÃO DAS EMBREAGENS E SOLENOIDES DA TRANSMISSÃO FORD ZF6R80 DE 6 VELOCIDADES DA F150 Marcha Embr.A Embr.B Embr.E Freio C Freio D P/N A R A A 1 A A<5 km/h 2 A A 3 A A 4 A A 5 A A 6 A A Solenoide VFS1-NL VFS2-NH VFS4-NH VFS3-NL VFS4-NH Os solenoides de força variável (VFS) podem ser normalmente baixos (NL) e não aplicam pressão quando desligados, ou normalmente altos (NH) e aplicam pressão total quando desligados eletricamente.

Matéria extraída da revista GEARS, de março de 2017. Tradução: Carlos Napoletano Neto Departamento Técnico APTTA Brasil – Associação de Profissionais Técnicos em Transmissão Automática. www.apttabrasil.com

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

37


NA OFICINA SUSPENSÃO

BARULHO NA SUSPENSÃO

DO CIVIC. SÓ QUE NÃO por Silvio Rocha e Wanderlei Castro | fotos Divulgação

M

arcelo Nunes, chefe de oficina da Roda Center, da região de Guarulhos, grande São Paulo, conta o caso de um diagnóstico de suspensão, em que foi preciso localizar um barulho na suspensão do Honda Civic 2007 para depois resolver o problema. “Esse carro aqui o cliente chegou reclamando sobre a suspensão. O primeiro passo é dar uma volta com o cliente, ouvir o que ele reclama e sentir o veículo. Isso já foi feito, realmente, tem um barulho na suspensão”. Segundo ele, “aqui na Roda Center a gente tem uma máquina de teste de amortecedor, nós vamos fazer o teste agora. Dependendo do que der no resultado, vamos fazer uma avaliação na suspensão dele. Isso é de praxe, temos que fazer isso para depois entrar num orçamento”, completa.

Então, esse é o momento que nós fazemos a simulação de como se o carro estivesse em uma pista ruim com dificuldade e buracos, e eu vou observando o que acontece. Então, neste instante estamos fazendo o teste nos amortecedores, numa máquina chamada choque-teste.

PROCEDIMENTO

Então, agora nós vamos colocar na máquina de teste para fazer a simulação dos amortecedores. Após isso, o mecânico seleciona na tela as informações referentes ao veículo: marca, modelo e a quilometragem adquirida do automóvel.

Já estamos fazendo a avaliação dos amortecedores traseiros, como vocês podem ver, ela trabalha com um lado por vez. Ela fez um lado, agora fez o outro. A gente sente o barulho aqui dentro, se tem algum ruído, alguma coisa irregular no movimento e depois analisamos o gráfico que a máquina imprime de como está o amortecedor. Como vocês podem ver, o teste aqui já foi finalizado, está pronto.

38 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

O teste dianteiro deu perfeito, como vocês podem ver, apenas 3% de desequilíbrio, isso está ótimo. Neste momento, o traseiro deu 32% de desequilíbrio, totalmente irregular, ficou vermelho, 27-40. O traseiro com 40 está muito fraco, a vida útil dele já foi. Nesse caso, o procedimento é fazer a troca do amortecedor, né? O traseiro aqui, com certeza, só substituição mesmo.


Neste instante vamos para o segundo passo, porque o cliente reclama de um barulho na suspensão dianteira, o qual eu diagnostiquei quando dei a volta. Já fizemos o teste de amortecedor, a dianteira estava perfeita, então faremos um check-up na suspensão dianteira. Então, aqui nós vamos avaliar se tem folga, se tem alguma bucha estourada, algum componente com problema. Como vocês podem ver, eu já encontrei uma folga, uma grande folga e um grande desgaste na barra axial da direção. Agora vou olhar o resto.

Vamos olhar se tem folga na barra estabilizadora, tudo em ordem. Neste instante, estamos olhando o terminal de direção e devemos olhar visualmente também se existe uma alguma coifa rasgada, se não tem outra folga, trincado ou algum desgaste excessivo.

PARCEIRO

Marcelo Nunes, chefe de oficina da Roda Center

Agora vamos olhar se tem uma bucha de bandejas, para verificar se existe alguma bucha estourada, ou alguma coisa assim. Pelo movimento, está normal, pois deve existir o movimento.

Só não pode ter o movimento excessivo. Não está rompida a borracha, está normal. Depois de todo diagnóstico feito do carro, nós fizemos a substituição dos amortecedores que estavam com problema e da barra do braço axial que apresentava muita folga.

Demos uma outra volta no carro e constatamos mais um barulho. Existe outro ruído no veículo e neste instante nós vamos fazer uma outra avaliação de algo que é bem possível que seja a causa: vamos avaliar o coxim do motor. A olho nu, nós não vimos nada. Vamos dar uma forçadinha nele para ver se realmente existe algum problema.

Como vocês podem ver, visualmente, não apresentava dificuldade alguma nos coxins. Então, a gente desmontou e constatou o miolo totalmente solto dentro da peça. Fizemos a substituição e eliminamos todo o barulho do carro. Isso engana muito!

DICA DO REPARADOR “Nós fizemos todos os diagnósticos e as substituições das peças com defeito (amortecedor, braço axial), como de praxe, no final, fomos fazer um teste no carro. É o teste final para podermos entregar para o cliente e eu ainda detectei um barulho. Fui mais a fundo. A olho nu, de testes, não dava nada. Desmontei o coxim do motor e detectei que o coxim estava com o miolo solto, fiz a substituição e o carro ficou perfeito. Fica a dica que é complicado encontrar a razão deste tipo de ruído. Passo a informação para vocês sobre os coxins do Civic: é complicado, mas a gente resolve!”, finaliza.

Equipe de profissionais Roda Center Centro Automotivo, de Guarulhos (SP)

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

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NA OFICINA

ELÉTRICA

RELÉ ELETROMECÂNICO

O QUE É, COMO FUNCIONA, TIPOS E CUIDADOS por Silvio Rocha | fotos Divulgação

Você sabia que vários comandos feitos em seu veículo são realizados por Relés Eletromecânicos? Pois bem, o eletro-ventilador do sistema de arrefecimento do motor, o compressor do ar-condicionado, os faróis, setas e outros inúmeros funcionamentos do carro são comandados por Relés Eletromecânicos.

2. RELÉ AUXILIAR INVERSOR Temos o Relé Auxiliar Inversor, um Relé que inverte os sinais de saída, este possui 5 terminais, onde temos duas saídas: 87a – Saída direta com +30 e 87- Saída com acionamento do Relé.

O QUE É UM RELÉ ELETROMECÂNICO?

É um componente que tem seu acionamento elétrico para atuar o contato mecânico. Podemos chamá-lo de interruptor de acionamento elétrico.

3. RELÉ DUPLO Temos Relé Duplo, que são dois relés em um só corpo, muito utilizado para Faróis em caminhões e muitas vezes adaptado em automóveis.

Relé Auxiliar, Catálogo Marília 2017

TIPOS E SUAS FUNÇÕES 1. RELÉ AUXILIAR COMUM Existem vários tipos de Relés, convencional, um Relé Auxiliar Comum, muito utilizado para buzina, faróis auxiliares, faróis alto e baixo, acionamento do eletro-ventilador do Sistema de Arrefecimento.

40 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Leandro Marco Instrutor Senai Uberaba / MG

TENSÃO

A tensão liberada da bateria do veículo é de 12,6 volts, a mesma percorre o circuito até a caixa de fusíveis e depois alimenta a chave de farol, que irá alimentar a chave comutadora de Luz Alta e Luz Baixa, então retorna a caixa de fusíveis, que irá alimentar o circuito até chegar às lâmpadas dos faróis. Todo este percurso em média chega a três metros de fios, e acontece uma queda de tensão, que saiu da bateria em 12,6 volts e chegou aos faróis com apenas 11,4 volts. Este fato faz com que a lâmpada não entregue a potência correta, onde podemos ver no cálculo de tensão e potência.

POTÊNCIA

65W = 5,15 A 12,6V

65W divididos por 12,6 volts = 5,15 amperes, que dividimos a tensão pela corrente elétrica, que vai nos resultar na resistência desta lâmpada:

FUNCIONAMENTO

O sistema elétrico do relé é composto por uma bobina de campo, que chamamos de indutor, que ao percorrer a corrente elétrica em seu enrolamento provoca a formação de campo de magnético, como um imã, e atrai o contato mecânico fazendo-o acionar o componente nele ligado.

CONSULTOR

12,6V = 2,44 DE RESISTÊNCIA 5,15A VAMOS ESCLARECER UM MITO: RELÉ NÃO AUMENTA A POTÊNCIA DOS FARÓIS! Muitas vezes é oferecido o serviço de instalação de um relé auxiliar ou duplo, alegando que irá aumentar a potência dos faróis do veículo. O que acontece na verdade é apenas a entrega real da potência que a lâmpada possui.

OBSERVAÇÃO: Lâmpadas não são resistências ôhmicas Agora, divida a tensão de 11,4 volts pela resistência obtida, assim temos:

11,4 =4,67A 2,44

E multiplicamos esta corrente por 11,4 volts:

11,4 =53,23A 4,67

Teremos a potência que a lâmpada está fornecendo, que será de 53,23 watts. Ou seja, temos 6,77 watts a menos.


Quarta à Sexta - 16h às 22h Sábado - 11h às 18h

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Para mecânicos e demais profissionais do setor! Você e sua equipe preparados para o que há de mais atualizado no segmento de Motos, Peças e Acessórios Automotivos.

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Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos

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TREINAMENTOS E EQUIPAMENTOS

DISTRIBUIDORA DE PEÇAS E FERRAMENTAS AUTOMOTIVAS


NA OFICINA

ELÉTRICA

A FUNÇÃO DO RELÉ AUXILIAR OU DUPLO É ENCURTAR ESTE CAMINHO, FAZENDO A LÂMPADA CHEGAR A 12,6 VOLTS E ASSIM TEREMOS A POTÊNCIA REAL DA MESMA. Temos Relés Eletrônicos, os de setas, limpador, injeção eletrônica, por exemplo, onde em sua construção, além do campo magnético, existe o transistor fazendo seu controle. CUIDADOS COM A INSTALAÇÃO DE RELÉS AUXILIARES Deve ser observada qual a correta aplicação dos relés auxiliares, pois uma aplicação errônea poderá ocasionar um curto e chegando até a incêndio do veículo. Mas não temos proteção de fusíveis? Os fusíveis protegem as saídas de alguns relés, mas em muitos casos encontramos fusíveis dimensionados erroneamente e relés com capacidade de carga subdimensionada, onde irá causar o aquecimento de seus terminais.

Os relés trazem na carcaça sua capacidade de carga (corrente elétrica) e tensão de trabalho. Exemplo:

ESTE INFORMA: 15 AMPERES A 120 VAC E 20 AMPERES A 12 VDC

ESTE OUTRO JÁ INFORMA QUE: 200 AMPERES A 12 VOLTS É preciso atenção quanto às informações e aplicações dos relés. Não podemos colocar abaixo e nem muito acima do estabelecido para o circuito, pois ambos os casos podem ocasionar defeitos e falhas irreparáveis. DICA DO CONSULTOR

Temos uma base de relé que trabalhou subdimensionada, aqueceu e derreteu seu alojamento. Neste caso a caixa de fusíveis deve ser substituída por completo. Atente que muitas vezes o relé pode estar aplicado corretamente, mas recebe derivações para alimentar outros circuitos sem realizar os cálculos de carga e acaba trazendo prejuízos ao dono do veículo.

Consulte sites de fabricantes como Marília, DNI, HL e Cliptech, eles dispõem de catálogos de aplicações de todos os modelos de relés automotivos. Caso você, amigo reparador, tenha alguma dúvida sobre cálculos elétricos, recomendamos que busque realizar cursos de aperfeiçoamento na área de Eletricista de Automóveis em uma escola Senai mais perto de sua região, ou entre em contato conosco através da Revista Reparação Automotiva!


A SUA PLATAFORMA DE COMUNICACÃO SUA PLATAFORMA DE COMUNICACÃO EARESULTADOS COM O VAREJO E REPARADORES E RESULTADOS COM O VAREJO E REPARACÃO

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