OUTUBRO/2024 distribuição gratuita no aeroporto santos dumont
Henry Klauss &
Dupla de mágicos de Belo Horizonte, que se apresenta este mês no Rio, fatura milhões e faz sucesso em todo Brasil e também nos EUA e na Europa
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PUBLISHER Pedro Barbastefano Júnior
CONSELHO EDITORIAL Chantal Brissac, Clóvis Cordeiro, Didú Russo, Georges Henri Foz, Kike Martins da Costa, Leonardo Chebly, Luiz Toledo, Paula Calçade, Pedro Barbastefano Júnior e Ricardo F. Marques
REDAÇÃO Paula Calçade (editora executiva); Kike Martins da Costa (editor contribuinte); Rose Oseki (editora de arte), Vivian Monicci (repórter)
COLABORADORES André Hellmeister, Chantal Brissac, Didú Russo, Georges Henri Foz, Karen Kohatsu, Luiz Toledo, Marcelo Lopes Martins, Patricia Palumbo, Rodrigo Góes
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JORNALISTA RESPONSÁVEL
Paula Calçade MTB 88.231/SP
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Vozes da cidade
Passeios artísticos e gastronômicos no Leblon
Economia criativa
Dicas para acumular pontos e viajar com milhas
Capa
Os mágicos Henry e Klauss trazem ao Rio espetáculo grandioso que rodou capitais do mundo todo
Hora Rio
Com convidados internacionais e nacionais, Flip promete uma edição memorável este mês em Paraty
Os destaques da festa literária de Paraty, imersão na Barra da Tijuca, bem-estar em Petrópolis e ótimas dicas de gastronomia
hora
O MELHOR DA CIDADE MARAVILHOSA
União feliz que é sucesso há quatro décadas
COPACABANA As origens e a trajetória da banda Os Paralamas do Sucesso são o foco do espetáculo “Vital – O Musical do Paralamas”, que estreia dia 11 no Teatro Claro Mais. A idealização é do produtor Gustavo Nunes e do escritor Marcelo Pires, que é co-autor do texto assinado por Patrícia Andrade. A direção é de Pedro Brício e, no palco, o trio é interpretado por Rodrigo Salva (Herbert Vianna), Franco Kuster (João Barone) e Gabriel Manita (Bi Ribeiro). Hamilton Dias faz o papel do empresário José Fortes, o “quarto paralama”. O musical passeia pelos mais de 40 anos do grupo e da história do rock brasileiro, valorizando a amizade e a união dos integrantes da banda, que permanece com a mesma formação desde o início.
TEATRO CLARO MAIS: Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana, tel. 21 2147-5204. Ingressos de R$ 20 a R$ 250.
JARDIM BOTÂNICO
Por três dias, Rio será a capital nacional do café
Em sua 5ª edição, Rio Coffee Nation reúne experts do universo cafeeiro para aprimorar toda a cadeia do setor, inclusive seus elos com o turismo, a sustentabilidade e a gastronomia
Bar traz para o Rio a brisa de Búzios
Com atmosfera praiana, o Zuza Fish Bar serve caprichados petiscos preparados com pescados frescos e frutos do mar trazidos direta e diariamente da Ilha Grande
Após 16 anos em Búzios, o chef Christopher Zuza traz sua expertise com peixes e frutos do mar para a Zona Sul carioca. É ele quem comanda o recém-inaugurado Zuza Fish Bar, com mesinhas na calçada e um cardápio que foca nos petiscos, sandubas, pratos leves, vinhos e drinques autorais.
As cavaquinhas, ostras e mexilhões chegam todos os dias, fresquinhos, direto da Ilha Grande. Entre os destaques da casa estão o ceviche de namorado, o tartar de atum com pistache e laranja, o camarão crocante com molho de pimenta biquinho, os mexilhões ao vinho branco, o torresmo de lula, o fish’n’chips, o arroz de polvo e o peixe em crosta de pistache, servido com musseline de baroa (também conhecida como mandioquinha).
Para beber, prove o Bloody Fish (que mistura suco de tomate, cachaça, molho de ostra e borda sapecada de botarga) ou o Maresias Fitz, releitura do Fitzgerald incrementada com um toque de caju.
Entre os dias 18 e 20 de outubro, a 5ª edição do Rio Coffee Nation reúne produtores, especialistas e amantes da bebida no espaço EXC, dentro do Jockey Clube Brasileiro. O evento terá a participação de mais de 50 produtores de grãos especiais. Um dos seus objetivos é estimular a profissionalização e a cultura do mercado de cafés. Na pauta, temas como o comércio justo, a conexão com o turismo, a sustentabilidade e os diferentes métodos de extração e torrefação. A programação inclui ainda degustações gratuitas, aulas e Happy Hours regados a drinques com café e música ao vivo.
Chefs João Diamante, Flávia Quaresma, Paula Prandini e Elia Schramm irão demonstrar como o café é um valioso e versátil ingrediente gastronômico. Os ingressos custam R$ 55, e parte da renda aferida será revertida para o projeto Diamantes na Cozinha.
Rio Coffee Nation Rua Jardim Botânico, 1.011, Jardim Botânico.
LEBLON
Tradição portuguesa que cruzou a ponte
Bar de Santo António, que acaba de ser inaugurado na Zona Sul carioca, é ‘cria’ de um tradicional restaurante lusitano instalado na Ponta d’Areia, em Niterói
Depois de quase 50 anos de sucesso em Niterói, a tradicional casa portuguesa da família Henriques acaba de inaugurar o Bar de Santo António no Leblon. No cardápio da casa, brilham os petiscos e pratos de DNA lusitano que fizeram a fama do restaurante Gruta de Santo António, lá do outro lado da Baía de Guanabara; os bolinhos de bacalhau com queijo Serra da Estrela, o bacalhau do chef (lombo assado com batatas ao murro, cebolas caramelizadas, brócolis, ovo cozido, azeitonas e lascas de alho) e as rabanadas com sorvete de iogurte e creme inglês.
Como um bom boteco, tem ainda croquetes de alheira, pataniscas de bacalhau, atum escabeche, camarão ao Bulhão Pato e as lulas à guilho. Na seção dedicada aos sandes (sanduíches), vale provar o tradicional Prego de Carne (de filé mignon e alho, acompanhado de batatas crocantes). Como prato principal, tem bacalhau com natas, polvo à lagareiro e arroz de pato com chouriço.
Bar de Santo António
Rua Humberto de Campos, 827-B, Leblon, tel. 21 3518-0810.
PETRÓPOLIS
Dias de saúde e bem-estar no alto da serra
Casa Marambaia e Kurotel se unem para oferecer programa que inclui atividades físicas, detox, alimentação funcional e acompanhamento médico personalizado
A Casa Marambaia, hotel boutique localizado no distrito de Corrêas, em Petrópolis, acaba de se unir ao Kurotel, spa médico localizado em Gramado (RS), eleito seis vezes o melhor spa da América Latina. Entre os dias 6 e 20 de outubro, os hóspedes da Casa Marambaia terão a oportunidade de realizar uma imersão no Método Kur, que oferece acompanhamento personalizado por especialistas, incluindo médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. A programação inclui atividades como alongamento, meditação, caminhadas, hidroginástica, treinos funcional e intervalado, exame de tolerância alimentar, aula de culinária saudável, práticas para melhorar a qualidade do sono e para detox digital,
mindful eating (abordagem que desperta a consciência do processo alimentar) e bate-papos com profissionais. Os hóspedes terão um menu criado especialmente para o período, com foco em alimentos saudáveis e funcionais, preparado pela equipe local sob orientação nutricional do Kur. As diárias custam R$ 5.200, com um mínimo de quatro noites.
Casa Marambaia
Rua Dr. Agostinho Goulão, 2.098, Correias, Petrópolis, tel. 0800 970 9800.
Festa Literária deste ano homenageia João do Rio
Evento que acontece este mês na cidade histórica do litoral fluminense recebe também o youtuber Felipe Neto e grandes autores da Europa, das Américas e da África
Entre os dias 9 e 13 deste mês de outubro, a tranquila e aprazível cidade de Paraty é mais uma vez invadida por hordas de intelectuais e profissionais do segmento editorial. A 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty — Flip — promete ser grandiosa como já foi no passado. E, para isso, conta com um timaço de convidados.
A curadoria do evento, a cargo da livreira e editora Ana Lima Cecílio, montou uma programação eclética que terá como destaque uma homenagem a João do Rio (1881-1921), pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, um jornalista, contista, romancista, tradutor e teatrólogo carioca que foi um pioneiro das crônicas-reportagens. Na quarta-feira, dia 9, ele é o tema de uma conversa comandada pelo historiador Luiz Antonio Simas, considerado um dos maiores conhecedores das vielas cariocas pelas quais João do Rio flanou e autor do livro “O Corpo Encantado das Ruas”.
Além desse tributo, a Flip 2024 recebe o youtuber Felipe Neto, influenciador com mais de 40 milhões de seguidores que recentemente causou tumulto na Bienal do Livro com o lançamento de “Como Enfrentar o Ódio”, editado pela
Companhia das Letras. Ele é a grande estrela da sexta, dia 11. Neste mesmo dia, uma mesa com Atef Abu Saif discute o trabalho mais recente do escritor palestino, “Diário do Genocídio em Gaza”.
O sábado, dia 12, tem mesas com a argentina Gabriela Cabezón Cámara (autora de “Nossa Senhora do Barraco”), o senegalês Mohamed Mbougar Sarr (de “A Mais Recôndita Memória dos Homens”, “Homens de Verdade” e de “Terra Silenciada” - vencedor do prestigioso prêmio Goncourt) e do francês Édouard Louis, sensação da autoficção francesa, que vem ao Brasil para lançar “Monique se Liberta”, sobre sua mãe.
A programação traz ainda mesas e encontros com os norte-americanos Robert Jones Junior e Danny Caine, o belga Mark Coeckelberg, a mexicana
No alto, arena no centro de Paraty e, acima, os escritores Mohamed Mbougar Sarr e Gabriela Cabezón Cámara. Ao lado, o cronista João do Rio, que será homenageado no evento
Jazmina Barrera, a italiana Lisa Ginzburg, a espanhola Brigitte Vasalo, o colombiano Juan Cárdenas, a chilena Arelis Uribe e as lideranças indígenas da Amazônia Txai Suruí e cacique Raoni Metuktire.
Festa Literária Internacional de Paraty Praça da Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, s/ nº, Centro Histórico, Paraty. Ingressos à venda pelo site www.flip.org.br
Restaurante é patrimônio gastronômico da cidade
Ana Bueno é a chef que comanda o Banana da Terra, que em 2024 está completando 30 anos de sucesso, com clássicos caiçaras e receitas originais
Na cidadezinha histórica de Paraty, a igreja de Santa Rita data de 1722 e o imóvel hoje ocupado pela Casa de Cultura, outrora conhecido como Sobrado da Rua Dona Geralda, foi erguido em 1754. Mas existem joias do patrimônio da cidade que são bem mais “jovens”. Exemplo disso é o restaurante Banana da Terra, que nasceu em 1994 e hoje, trinta anos depois, é um dos principais templos da gastronomia de Paraty.
Suas mesas quadradas e retangulares são tão disputadas quanto as mesasredondas da Flip, e seu cardápio lista delícias como o peixe grelhado e servido com emulsão de mexilhões e as moquecas de peixe com palmito e banana – tudo preparado com frutos do mar fresquinhos e recém-pescados ali mesmo, na baía de Paraty, hortaliças fornecidas por pequenos produtores da região e bananas de algumas das 28 variedades da fruta que são cultivadas
no Sítio Borboleta, do sr. Eraldo e da dona Miriam.
Quem comanda essa orquestra que serve entre 200 e 300 refeições por dia é a chef Ana Bueno, nascida em São José dos Campos, mas radicada em Paraty há mais de 35 anos. É ela também que comanda os trabalhos no Café Paraty, na Rua do Comércio, que tem um amplo e arejado salão e serve gostosuras para todas as horas do dia, como a salada Niçoise, perfeita para um almoço leve, o croque monsieur ideal para um lanchinho da tarde, as sensacionais coxinhas e drinques que deixam as happy hours mais animadas e um peixe com banana que é uma excelente pedida para o jantar. Aos domingos, a casa abre mais cedo, para brunchs e cafés da manhã.
E, como se isso tudo não bastasse, Ana inaugurou no primeiro semestre deste ano a Casa Paratiana, um restaurante que funciona em anexo ao
alambique onde sua família produz a Cachaça Paratiana. O espaço tem deliciosos pratos e petiscos que se harmonizam de forma primorosa com as caninhas produzidas no engenho ali do lado.
Mas ela não para e Ana quer mais: como parte das celebrações dos 30 anos do Banana da Terra, ela fundou o Instituto Paratiano de Gastronomia, entidade sem fins lucrativos gerida por representantes do segmento com parcerias públicas e privadas para salvaguardar toda a cultura, a história, o conhecimento e os sabores da culinária de Paraty. É por causa de pessoas como Ana Bueno que Paraty foi reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa pela Gastronomia em 2017.
O melhor do lado B
Grand Hyatt Rio de Janeiro apresenta opções diversificadas a quem viaja a trabalho ou a lazer e surpreende ao integrar hospedagem à imersão na natureza da Barra
É fato que se hospedar ou morar na Barra da Tijuca é estar em uma cidade diferente do cartão-postal da zona sul. Para além dos conhecidos shoppings e condomínios, a região reserva praias mais “selvagens” e muita vegetação nativa com lagoas que remontam uma paisagem única em meio à vida urbana. Para quem precisa estar no bairro a trabalho ou deseja turistar em um “lado B” do Rio, o Grand Hyatt oferece ampla estrutura e serviços de alto padrão.
O hotel dispõe de 436 quartos e suítes, piscina, saunas, salas de reunião e spa. Grandes varandas e janelas permitem a entrada de luz natural em todos os espaços, em diálogo com a paisagem exterior. E para os hóspedes que buscam ainda mais facilidades, a categoria Grand Club Lounge, no último andar, disponibiliza uma área exclusiva com terraço, café da manhã mais reservado e coquetel ao final da tarde.
Entre as opções gastronômicas, há o Cantô Gastrô & Lounge, do chef Hugo Souza, que destaca a culinária brasileira de diferentes regiões. Recentemente, o restaurante lançou um menu inteiramente vegano, com entradinhas criativas como taco de jaca, dadinho de tapioca e queijo vegano com dip de goiabada defumada, e chips de raízes da terra (cará,
Em sentido horário, passeio de balsa na Lagoa de Marapendi, fachada e acomodação do Grand Hyatt, e pratos veganos do Cantô Gastrô & Lounge
mandioquinha, batata asterix e batata doce), acompanhados de um delicioso hummus de beterraba fermentada. Quem optar por uma refeição completa também conta com sugestões de pratos principais, como ravioli de pupunha com cogumelos na manteiga de macadâmia, limão siciliano, sálvia e baru tostada.
Por ali, é possível contemplar a natureza local sem precisar se deslocar muito. O hotel oferece um interessante passeio de balsa na Lagoa de Marapendi, que permite ao hóspede conhecer a fauna e a flora da região, com um biólogo acompanhando todo o tour, trazendo curiosidades sobre os jacarés, capivaras e aves.
Há também atividades de resort, como aula de yoga, bicicletas disponíveis na entrada e degustação de cachaça e caipirinha. Para quem deseja visitar as praias, as trilhas e os parques da Barra da Tijuca, os concierges do Grand Hyatt podem ainda organizar tours guiados.
POR PAULA CALÇADE
Grand Hyatt Rio de Janeiro: Avenida Lúcio Costa, 9.600, Barra da Tijuca, tel. 21 3797-9523. Diárias a partir de R$ 950.
Vozes da cidade
GUSTAVO MARIATH*
Onde tudo acontece
Com opções para família, amigos e casais, a Rua Dias Ferreira reúne gastronomia e arte diversificadas em um mesmo lugar
Boteco Rainha
“O Boteco Rainha oferece o melhor da gastronomia brasileira com influências portuguesas. O destaque vai para o torresmo de barriga, preparado ao longo de mais de 70 horas. O ambiente, com azulejos portugueses e decoração aconchegante, é ideal tanto para um almoço casual quanto para um encontro à noite.”
Rua Dias Ferreira, 247, loja B, Leblon
Sushi Leblon
“Combinando tradição e modernidade, o restaurante chama a atenção com pratos sofisticados como o batera com black cod e o bolo de matcha com calda de maracujá. A atmosfera elegante e acolhedora faz do lugar perfeito para uma experiência gastronômica fora do comum.”
Rua Dias Ferreira, 256, Leblon
Ferro e Farinha
“Premiada entre as 100 melhores pizzarias do mundo, a Ferro e Farinha é a única representante carioca na lista. A casa é famosa por suas pizzas com massas de fermentação natural e coberturas criativas, que fundem técnicas tradicionais e uma abordagem contemporânea.”
Rua Dias Ferreira, 48, Leblon
Galeria Flexa
“Com exposições de artistas emergentes e consagrados, a galeria apresenta um ambiente dinâmico e inspirador, recomendado para quem busca novas perspectivas por meio da arte. Além disso, é um excelente ponto de encontro para apreciadores de cultura e design, que encontram no local uma fusão de criatividade e expressão.”
Rua Dias Ferreira, 214, Leblon
*GUSTAVO MARIATH é empresário e presidente do Polo, da Associação da Dias Ferreira e sócio do Grupo Alife Nino
As dicas de quem adora o Rio
APÓS RODAR O PAÍS COM UM ESPETÁCULO VISTO DE PERTO POR MAIS DE 120 MIL PESSOAS, A DUPLA DE MÁGICOS HENRY & KLAUSS ENCERRA SUA TURNÊ DIA 26 NA ARENA FARMASI, COM INCRÍVEIS NÚMEROS DE ILUSIONISMO E MUITA CONEXÃO COM A PLATEIA
NPOR KIKE MARTINS DA COSTA
ASCIDOS EM BELO HORIZONTE há 32
anos, Henry Vargas e Klauss Durães começaram a fazer truques com cartas e moedas desde a infância e, quando tinham 14 anos, se conheceram em um clube de mágicos da cidade. Aos 17 anos, formaram a dupla Henry & Klauss, que há uma década faz sucesso não só no Brasil como também nos Estados Unidos, na Europa e até na Ásia. Em 2021 e 2023, a dupla de ilusionistas teve quadros fixos em programas de grande audiência da TV brasileira – o “Fantástico” e o “Domingão com Huck” – e em julho de 2022 encantou o júri do programa “America’s Got Talent”, na rede NBC, da TV norte-americana. Para coroar todo esse trabalho, em novembro de 2023, os mineirinhos receberam na França o Mandrake d’Or, considerado o “Oscar da Mágica”.
O pequeno negócio, que começou timidamente com apresentações em eventos corporativos de Belo Horizonte, hoje se transformou em uma grande empresa, que tem dezenas de funcionários, já levou suas performances às principais capitais mundiais
do entretenimento (como Las Vegas, Los Angeles, Paris, Roma e Xangai) e fatura mais de R$ 30 milhões por ano. No lugar dos manjados esquetes envolvendo pombos e coelhos, a dupla se notabilizou por encenar números grandiosos, envolvendo explosões, carros em alta velocidade, levitações, aparições surpreendentes e escapadas eletrizantes. Referências no chamado “Novo Ilusionismo”, Henry e Klauss desenvolvem apresentações em que o impossível é desafiado de forma inteligente e tecnológica.
Depois de rodar o país com a turnê do espetáculo “Illusion Show’’, os mágicos agora chegam ao Rio de Janeiro, onde fazem uma apoteótica apresentação no dia 26 deste mês de outubro, na Arena Farmasi.
Em entrevista concedida à 29HORAS, Henry e Klauss falam um pouco de sua arte, dos riscos envolvidos nessa atividade tão peculiar, do fascínio que seus truques exercem na plateia, das possibilidades e das novas obrigações advindas da tecnologia e de seus projetos para 2025. Confira nas páginas a seguir os principais trechos dessa conversa:
Nos dias de hoje, com trapaceiros e golpistas por todo canto, vocês parecem ter um salvo-conduto: ninguém gosta de ser enganado, mas todo mundo tem um fascínio pelos feitos dos mágicos e ilusionistas. Como explicar isso?
Klauss: Somos diferentes desse pessoal, nós iludimos honestamente! (risos)
Henry: A verdade é que nós trabalhamos em um conceito que foi batizado de 'Suspensão da Descrença'. Nosso trabalho tem uma licença poética. Nós fazemos como os atores fazem no teatro, no cinema e na TV: nem mesmo um Super-Homem é capaz de voar, o Scooby-Doo é um cachorro e cães não falam, o ET não veio à Terra. O nosso objetivo é o mesmo desses personagens: criar emoções, encantar. A cada show, é como se nós fizéssemos um filme ao vivo. Na TV dos Estados Unidos, os combates de luta-livre são todos combinados e coreografados. As pessoas sabem que nada daquilo é verdade, mas gostam de ver.
Mas vocês já foram “xingados” na rua de bruxos, feiticeiros ou ocultistas?
Klauss: Na rua, nunca, mas nas redes sociais, sim, a todo momento. Outro dia mesmo recebi um e-mail enorme, nos acusando de sermos causadores do apocalipse. Mas, em geral, as pessoas nos tratam com carinho e admiração.
As novas tecnologias vêm facilitando ou complicando o trabalho de vocês?
Klauss: A tecnologia é uma das marcas e um diferencial do nosso trabalho. Ela nos abre novas possibilidades, nos permite usar novos efeitos e nos coloca em uma conexão ainda mais forte com o público jovem. Mas, por outro lado, sua disseminação nos força a fechar mais e mais ‘portas’ por onde o público pode eventualmente decifrar e entender como fazemos os nossos números. A tecnologia deu mais poder ao público e nos impôs mais algumas obrigações e preocupações.
É por isso que a melhor forma de apreciar o trabalho de vocês é ao vivo?
Henry: Sim. Hoje, com tanta gente produzindo deep fakes e usando programas de inteligência artificial sem ao menos avisar o espectador, tem também mais gente desconfiada de que tudo o que fazemos em vídeo é manipulado digitalmente. É por isso que muitas postagens de mágicos vêm com aqueles disclaimers de que “tudo que vocês vão ver é filmado sem retoques de computação gráfica” ou algo semelhante. E é também por isso que fazemos questão de reproduzir nos nossos shows os números mais vistos em vídeo na internet ou na TV. Tem muita gente que só acredita quando vê de perto a coisa acontecer.
Por falar em apresentações ao vivo, quais são os destaques desse espetáculo com o qual vocês rodaram o país em 2024 e agora trazem para a Farmasi Arena, no Rio?
Henry: Fazemos aquele número do barril em chamas (que ficou famoso no “Fantástico”), eu e o Klauss voamos e depois fazemos uma criança da plateia levitar também. Mas o que mais impressiona é um número que executamos junto com o público. Todo mundo recebe quatro cartas de baralho na entrada do espetáculo e nós envolvemos o público num ato de ilusionismo. Ninguém acredita quando percebe que a mágica acontece em suas próprias mãos!
Quanto tempo e quanto dinheiro é consumido na concepção de um número novo para os seus shows?
Henry: Os números mais complexos — que envolvem explosivos ou grandes voos e levitações — podem demorar até 6 meses de testes para ficarem prontos. E um número desses com tantos ensaios pode consumir até meio milhão de reais.
Klauss: Temos um galpão em São Paulo que funciona como laboratório e palco para os nossos ensaios. Nossa equipe tem um total de 50 pessoas, entre engenheiros e técnicos de todo tipo. E todo mundo assina um termo de confidencialidade para não poder revelar os nossos segredos.
Por falar em dindim, é verdade que vocês faturaram R$ 30
milhões no ano passado?
Klauss: Em 2023 faturamos R$ 30 milhões e este ano devemos fechar com um pouco mais do que isso. São R$ 10 milhões arrecadados só com bilheteria e mais R$ 20 milhões de outras fontes de receita, como shows corporativos, publicidade e a venda do nosso kit de mágicas.
Quanto custa esse kit? Qual a mágica mais bacana que ele ensina?
Henry: Custa R$ 199, tem instruções online acessíveis por meio de QR codes e revela como são feitas mais de 60 mágicas. A que mais fascina as pessoas é uma que faz uma carta de baralho flutuar no ar.
Quer dizer que, por menos de R$ 200 eu vou impressionar os meus coleguinhas fazendo uma carta voar?
Klauss: Isso mesmo. E não é apenas uma parte das pessoas que compram o kit que saem encantando as pessoas por aí. Todo mundo aprende a fazer as mágicas da caixa!
OK, então esse é simples. Mas como é atuar naqueles números com fogo, água, velocidade? Vocês anulam todos os riscos? Sua atividade é 100% segura ou vocês já viram a morte de perto?
Henry: Não existe número 100% seguro, mas minimizamos
a probabilidade, passamos a maior parte do tempo desenvolvendo mecanismos de segurança.
Klauss: Eu já vi a morte de perto em dois dos momentos mais importantes da nossa carreira. Durante uma gravação para o “Fantástico”, tivemos que repetir várias vezes um número em que eu escapo de um tanque d’água até ele obter o “take” perfeito. Na sétima vez, eu desmaiei, estava exausto… E, no ano passado, na Itália, na apresentação do número que nos rendeu um dos nossos recordes mundiais, eu escorreguei ao sair da rota do carro que o Henry dirigia em alta velocidade. Os ensaios foram feitos em um tipo de piso, e lá era bem diferente. Ao sair, escorreguei e quase morri.
Henry: Trabalhamos muito com o imprevisível também quando interagimos com o público. Nesses momentos, é difícil antecipar o que vai acontecer.
Se pudessem ter um superpoder, quais seriam as suas escolhas?
Henry: Teletransporte, sem dúvida.
Klauss: Teletransporte, também. Ia ser maravilhoso terminar o show e ir para a minha cama em um estalar de dedos. Ou então sumir quando alguém me fizesse uma pergunta complicada! (risos)
Já pensaram em adotar uma palavra mágica, tipo “Abrakadabra” ou “Rosan-Kobá”?
Klauss: Não usamos esse tipo de bordão porque não gostamos dessas coisas típicas dos mágicos da Velha Guarda, como cartolas, coelhos, pombinhas brancas e mulheres serradas ao meio. Mas temos um slogan, que usamos em algumas ocasiões: “O impossível é uma ilusão’’.
No que cada um de vocês é melhor? Como é definida a divisão de trabalho nessa dupla?
Henry: O Klauss tem um lado técnico que faz com que ele seja melhor na hora da concepção da engenhosidade que viabiliza o número. E ele é também muito bom na manipulação de cartas, chamas, moedas e fichas.
KAo lado, Klauss no Coliseu de Roma, na Itália; abaixo, Henry apresentando um truque com corda
Klauss: Já o Henry é excelente para criar a narrativa dos números, é ele quem desenvolve o contexto e a história que envolve os espectadores. Nossas principais habilidades são muito complementares.
Qual sentimento vocês nutrem pelo Mister M?
Henry: Não dá para tirar dele o mérito de ter colocado a mágica no centro de todas as conversas nos anos 1990. Isso foi muito positivo. Mas ele era um fanfarrão, e acabou disseminado a ideia de que mágicos eram impostores que só queriam enganar o público. Essa parte não foi nada positiva...
Klauss: É difícil definir se ele era um mágico ou um anti-mágico.
Participar de programas de grande audiência como o “Fantástico” e o “Domingão” foi importante para vocês e para a mágica no Brasil?
Klauss: Fazia 20 anos que a Globo não tinha números de mágica em suas principais atrações. Depois dessas apresentações, ficamos muito mais conhecidos e até recebemos convites para participar de programas no exterior, como o “America’s Got Talent” (da rede norte-americana NBC) e o “Penn & Teller: Fool Us” (lançado pela rede britânica ITV).
Henry: Atuar na TV foi uma etapa importante na construção da nossa imagem, sem dúvida.
E o que vocês estão preparando para este final de ano e para 2025?
Klauss: Ainda neste fim de ano, vamos gravar um especial para o Disney+, que deve ser disponibilizado para o público nas vésperas do Natal.
Henry: Para o ano que vem temos muitos planos, mas uma coisa certa é que faremos uma temporada de várias semanas no Teatro Albéniz, em Madri, na Espanha. ♠
POR Rodrigo Góes
Economia criativa
Segredos para viagens mais econômicas
Gastos fixos e do dia a dia podem se transformar em pontos e milhas graças a parcerias entre diferentes serviços e companhias aéreas
O mercado de milhas e os programas de fidelidade no Brasil deixaram de ser apenas uma forma de economizar para se tornar uma verdadeira oportunidade de viagens e geração de renda extra. A prática vem ganhando mais repercussão, mas ainda é desconhecida por potenciais viajantes. E o primeiro mito que precisamos derrubar para tornar esse sonho possível é o de que o cartão de crédito é a única forma de converter pontos em milhas. Empresas do setor aéreo, bancos e até redes de supermercados oferecem suas próprias modalidades. Os pontos são tudo aquilo que acumulamos em programas desses serviços, enquanto as milhas, por sua vez, são acumuladas nos planos de benefícios das empresas aéreas. Assim, após somar
pontos, é possível transferi-los para as parcerias de milhagem. Como resultado, os consumidores têm à disposição diversas opções de acúmulo em atividades cotidianas, como abastecimento de combustível para veículos, compras do mês e até reformas em casa.
É importante verificar se seu cartão participa de algum programa de pontuação. Nesse contexto, despesas fixas como contas de água, luz e internet podem ser convertidas em pontos, garantindo uma fonte regular de acúmulo. Outra dica valiosa é usar serviços de aplicativos, a exemplo da Uber, que tem parcerias com empresas de milhagem, como a Smiles. Até os gastos com cuidados para animais de estimação podem ser transformados
em milhas, graças a instituições que oferecem colaboração com programas de fidelidade.
É importante destacar ainda que esse mercado vai além do turismo: para muitos, as milhas também se tornaram uma oportunidade de renda extra. A compra e a venda de milhas são práticas consolidadas no Brasil, permitindo que os pontos acumulados se transformem em uma moeda valiosa. Já outra forma de aplicar os pontos na economia doméstica é juntá-los para a troca em outros produtos ou serviços.
Em meio a esse cenário de expansão, em 2011, o que começou com a troca informal de dicas nos grupos de amigos e familiares, deu origem a um projeto maior. Após minha transição de carreira como engenheiro mecânico e a descoberta do potencial do mercado de milhas, surgiu a oportunidade de ajudar outras pessoas a explorar esse universo. Criei meu próprio curso, com a missão de simplificar o tema e demonstrar que, com os métodos corretos, é possível viajar gastando menos.
Meu foco tem sido mostrar às pessoas que o uso estratégico das milhas pode proporcionar maior liberdade financeira. O mercado de milhas, no Brasil, não é uma moda passageira, mas um método poderoso que continua a crescer, permitindo que novos viajantes conquistem horizontes e explorem o mundo sem comprometer o orçamento.
RODRIGO GÓES é fundador da “Fábrica de Milhas” – maior curso do segmento no país. Como aproximadamente 90 mil alunos espalhados em 47 países, já acumulou mais de 95 milhões de milhas e visitou 43 países diferentes.
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