Tempo de Celebrar a Recuperação

Page 1

Seminário internacional foi organizado pela SBB em parceria com a Igreja Batista da Água Branca e Igreja Batista Memorial de Alphaville, para apresentar o programa criado há 24 anos pelo pastor John Baker, nos EUA. Mais de 300 pessoas, representando 55 igrejas, participaram do Seminário Internacional Celebrando a Recuperação, realizado em São Paulo nos dias 20 e 21 de novembro, com a coordenação geral da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). O entusiasmo do público e a riqueza de conteúdo das apresentações foram determinantes para o sucesso do evento, inserido no programa que, desde 1991, destina-se a dar apoio às pessoas que desejam recuperar-se de feridas causadas por relacionamentos disfuncionais em suas mais variadas formas. Já na abertura do seminário, na Igreja Batista da Água Branca (IBAB), o secretário de Comunicação, Ação Social e Arrecadação da SBB, Erní Seibert, anunciou que ali estava tudo o que se preci-

sava: “boa mensagem, bom mensageiro e bom público”. A observação seria confirmada por Jana O´Guin, que apresentou uma visão geral do programa Celebrando a Recuperação (CR), originado na luta do pastor John Baker para vencer a própria dependência de álcool. Iniciado na Igreja de Saddleback, na Califórnia (EUA), o programa foi implantado em mais de 27 mil igrejas, de 70 países, sendo traduzido em 19 idiomas. No Brasil, é conhecido desde 2003. Agora ganha destaque com a parceria da SBB, que lançou a Bíblia Celebrando a Recuperação trazendo os passos, os princípios, reflexões e estudo da iniciativa do pastor John Baker e com texto bíblico da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).


1

“Estive aqui em março deste ano e me apaixonei pelas pessoas, percebi o interesse pelo Celebrando a Recuperação e voltei para mostrar os recursos disponíveis, em sua própria língua, para que tenham ministérios saudáveis e fortes”, comentou Jana. Com um histórico de abusos na família desde a infância, ela é “celebrante” desde 2003, em 2014 tornou-se diretora internacional do programa e atualmente está focada apenas o Brasil. Jana lembrou que quando o CR chegou ao Brasil, há mais de 10 anos, as pessoas dispunham do Guia do Líder e do Guia do Participante, mas o material precisava ser revisto, tarefa da qual a SBB se incumbiu, junto com a tradução da Bíblia. “Agora espero que o programa decole e estou pessoalmente comprometida em voltar sempre que for necessário, para ajudar os ministérios a se fortalecerem”, afirmou ela. Emoção e confiança O Celebrando a Recuperação utiliza-se do Programa de Doze Passos sugerido por

Alcoólicos Anônimos e de oito princípios de recuperação com base nas bem-aventuranças descritas em Mateus 5. Durante os dois dias, o público teve a oportunidade de se dividir em grupos e treinar a aplicação do Guia do Participante e do Guia do Líder, com 25 lições, sob orientação de Jana O´Guin (foto1). A apresentação das publicações oficiais do programa ficou a cargo do secretário de Tradução e Publicações da SBB, Reverendo Paulo Teixeira. Ele falou da importância de se disponibilizar os textos em português e destacou especialmente a Bíblia Celebrando a Recuperação e o Guia do Líder, cuja preparação exigiu 3.200 horas de trabalho de uma equipe composta por 30 pessoas. A emoção do encontro ficou por conta de testemunhos dos “celebrantes” Roberto Pimentel, Viviane Guedes e da própria Jana, que superou graves traumas e, como disse, teve a experiência libertadora de sentir a alegria do perdão ao ser apresentada ao CR. “Hoje uso esse conhecimento para ajudar os outros, Deus


estava comigo o tempo todo, preparando meu coração para fazer isto”. Representantes das igrejas parceiras da SBB na organização do seminário também participaram da programação e, ao final, mostraram-se confiantes nos novos rumos do CR entre os brasileiros. O Pr. Carlos Barcelos, líder de ministério da Igreja Batista Memorial de Alphaville, afirmou que o seminário foi a realização de um antigo sonho. “Levou tempo para chegar, mas agora chegou com a chancela da SBB, o que eu considero uma bênção, porque é uma organização com uma credibilidade muito grande”. O pastor sênior da Igreja Batista Memorial de Alphaville, avaliou que o seminário foi só o começo de um processo, que ofereceu uma visão geral do CR. “Mas precisamos continuar avançando, trazendo outros materiais e outros palestrantes para falar das patologias”, declarou. Segundo ele, é muito importante o apoio da SBB, porque a organização tem a aceitação de todas as igrejas. Pessoalmente envolvido na implantação do Celebrando a Recuperação desde 2004, ele fez várias tentativas em Alphaville, até que em 2012 o programa passou a funcio-

nar efetivamente e hoje tem 10 grupos de apoio, com mais de 200 pessoas. “O Celebrando a Recuperação é uma pastoral amorosa, individualizada, relacional, comunitária, diaconal, carismática, bíblica, responsável e cristocêntrica. É o primeiro abraço amoroso que uma pessoa pode receber da Igreja”, definiu Ed René Kivitz, pastor sênior da Igreja Batista da Água Branca. Para o Pr. Fernando Barcelos, também da Igreja Batista Memorial de Alphaville, o Celebrando significa a igreja na sua essência: “As pessoas são aceitas como são, mas não ficam como estão. Tem um processo de recuperação e todos nós precisamos dela, porque todo mundo tem ferida emocional, tem problema”. Ele comentou que no meio evangélico ainda existe muito julgamento e as pessoas têm medo da exclusão, como ocorreu com muitas que foram resgatadas pela Igreja Memorial de Alphaville. “E no CR não tem julgamento, por isso possibilita encontrar a Graça de Cristo em nossa vida”, ressaltou. Ele considerou o seminário muito importante para mostrar para as igrejas como devem atuar com um programa muito bem planejado, e elogiou os materiais produzidos pela SBB,


pelo cuidado com forma e conteúdo. Por sua vez, Roseni Welmerink, líder de ministério da Igreja Batista da Água Branca, garantiu que o evento foi precioso e superou as expectativas ao atrair participantes de 11 estados. “O Celebrando nunca mais vai ser o mesmo depois desse seminário, pois estamos nos aproximando, conversando, de forma muito especial”, disse ela, estendendo os elogios à SBB, ”por cuidar da gente, por investir, por fazer este evento realmente acontecer”. Ampliando conhecimentos Grande parte dos participantes do seminário já conhecia o Celebrando a Recuperação e aproveitou a oportunidade para aprofundar o aprendizado. Foi o caso do Pr. André Belarmino (foto2), da Igreja Com Propósito (ICP), de Curitiba, que já esteve duas vezes em Saddleback e está preparando a implantação do programa em março de 2016. “Eu acredito que o projeto é uma ferramenta de reeducação de comportamentos e vícios, sabemos que ele é fundamental para a igreja brasileira”, afirmou. Em sua opinião, a parceria da Sociedade Bíblica facilita o acesso a um material que tem o DNA do original. “E o seminário tem nos ajudado na conexão de pessoas, por estarmos respirando e experimentando um pouquinho daquilo que fazem lá nos Estados Unidos”. O Pr. Carlos César (foto 3), da Igreja Vida no Altar, do bairro da Mooca, em São Paulo, destacou a fidelidade dos ensinamentos apresentados no seminário, em relação à experiência que teve em visita a Saddleback. “Ficou muito mais evidente qual é a expectativa do CR, o modelo de operação para nós está mais claro, porque o que foi dito nos Estados Unidos é exa-

2

3

4

tamente o que está sendo dito no Brasil, com muito mais informação”. A exemplo do Pr. André, de Curitiba, com quem vem estudando o programa, ele pretende iniciar a implantação em março de 2016, “com as características fidedignas a Saddleback”. Membro da Primeira Igreja Batista em São João do Meriti (RJ), Rosane Laeber (foto 4) revelou que estão completando lá o 11º ano do Celebrando. “Eu vi aqui que


realmente conseguimos implantar um programa com bases semelhantes ao que foi apresentado”, disse ela, que vê no CR um instrumento para trazer pessoas a Cristo verdadeiramente. Em sua avaliação, o seminário foi bom, principalmente na apresentação do material novo, tanto que comprou um kit para continuar estudando e ainda levou uma Bíblia do CR para presentear o seu pastor. Em sua igreja há oito grupos fechados, um aberto e outros que acolhem quem vai pela primeira vez. “Toda semana nós conseguimos ter 60 a 80 pessoas nas nossas reuniões”, informou. Sonia Cristina de Morais (foto 5), da igreja Batista do Povo em São José dos Campos (SP) sabia da existência do programa, mas pôde conhecê-lo mesmo durante o seminário. “Tem sido edificante, porque vemos que o Celebrando realmente traz cura, traz transformação de vida”, comentou. Sua igreja tem a proposta de ser terapêutica e está sempre buscando ferramentas e estratégias de abençoar vidas. “Então queremos usar tudo o que estamos aprendendo aqui para sermos curadas, o seminário está sendo uma resposta de oração para nós”, disse ela, manifestando a certeza de que vale investir no aprendizado para ser edificada e poder abençoar outras vidas. Participante do CR há seis anos, Cíntia Leão (foto 6), da Igreja Nova Criação, em Fortaleza (CE), luta contra a codependência emocional, é líder de ministério e auxilia outras duas comunidades da cidade a implantar o programa. “Viemos ao seminário para alinhar a nossa identidade com o DNA do CR de Saddleback, queremos seguir o programa de acordo como ele nasceu”, declarou. Ela considerou o conteúdo do evento muito rico e espera que seja tra-

5

6

duzido o material para crianças e adolescentes. “É uma necessidade que a gente vê dentro do nosso CR, de tratar os adolescentes antes que eles se tornem adultos feridos como nós somos”, justificou. Cíntia conta que em Fortaleza há sete grupos de CR funcionando, de segunda a sexta, um deles na Comunidade do Dendê. Compareciam dois ou três adultos, e as crianças iam e voltavam, querendo saber o que era. “Passaram assim uns dois anos nessa fase crítica de persistência, de não ter público, até que o líder de lá começou a abrir uma salinha para crianças. Hoje são 38 participantes que partilham sobre o seu dia e é emocionante ouvir seus relatos. Por isso estamos com essa ansiedade toda no coração para ver o material traduzido, porque as nossas crianças estão muito machucadas”, ela concluiu.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.