Revista Abigraf 255

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revista abigraf 255 setembro / outubro 2011

a r t e & i n d ú s t r i a g r á f i c a • a n o x x x VI • s e t / o u t 2 0 1 1 • nº 2 5 5




Elaboração: Clemente & Gramani Editora e Comunicações Ltda. Rua Marquês de Paranaguá, 348, 1º andar 01303-905  São Paulo  SP Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3159-3010  Fax (11) 3256-0919 E-mail: gramani@uol.com.br Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26.897), Ada Caperuto, André Mascarenhas, Clarissa Domingues, Marco Antonio Eid, Milena Prado Neves, Ricardo Viveiros e Tainá Ianone Revisão: Giuliana Gramani Colaboradores: Álvaro de Moya, Claudio Ferlauto e Luis Guilherme Pontes Tavares Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Produção: Rosaria Scianci Editoração Eletrônica: Studio52 Impressão e Acabamento: Santa Marta Capa: Laminação, Hot Stamping (com fitas MP do Brasil) e Relevo: Santa Marta

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Assinatura anual (6 edições): Brasil: R$ 60,00 América: US$ 70,00 Europa: US$ 80,00 Exemplar avulso: R$ 12,00 (11) 3159-3010 REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

O pernambucano Lula Cardoso Ayres começou a desenhar aos 11 anos e a partir de então encheu o mundo com a alegria do rural e do urbano, com a emoção e as cores da cultura brasileira.

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15 -º Congraf Palestrantes contam um pouco do que estarão apresentando no Congraf, que será realizado em Foz do Iguaçu no início de outubro. Conheça o perfil dos principais nomes do evento.

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A expansão da base instalada acentuou o problema de mão de obra, já que no Nordeste praticamente não temos escolas para formação de profissionais. Luiz Sergio Baptista, diretor comercial da Gráfica JB, comentando o atual cenário da indústria gráfica na região.

A agência de publicidade deve se preocupar em ter um olhar diferente sobre os consumidores. Precisa ter um olho e meio no futuro, mas os dois pés no presente.

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Dalton Pastore, publicitário.

Prêmio de Responsabilidade Socioambiental

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arte & indús tria gráfica • ano xxxvi • s et/out 2011 • nº 2 5 5

Nesta edição, a revista traz os cases de cinco gráficas que participaram do prêmio: Antilhas, Ápice, Burti, Caeté e Congraf.

O Brasil acumulou reservas de mais de US$ 300 bilhões e está preparado para enfrentar qualquer crise externa. Henrique Meirelles, ex‑presidente do Banco Central do Brasil.

2011

Presidente da Abigraf Nacional: Fabio Arruda Mortara Presidente da Abigraf Regional SP: Levi Ceregato Conselho Editorial: Cláudio Baronni, Egbert Miranda, Fabio Arruda Mortara, Flávio Tomaz Medeiros, Guilherme Granzote Calil, Levi Ceregato, Manoel Manteigas de Oliveira, Mário César de Camargo, Plinio Gramani Filho e Ricardo Viveiros

Alegria universal

revista abigraf 255 setembr o / outubro

ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/ Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 533 (Paraíso) 04103-000  São Paulo  SP Tel. (11) 3232-4500  Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br

Cajus, têmpera de caseína, 50 × 69 cm, 1953

REVISTA ABIGRAF

Capa: Frevo, óleo sobre tela, 109 × 85 cm, 1945 Autor: Lula Cardoso Ayres


O valor da publicidade

Dalton Pastore, presidente do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação, fala à Revista Abigraf sobre a publicidade e as novas mídias.

A primeira revista brasileira

Em janeiro do próximo ano será lançado na Bahia o fac‑símile de As Variedades ou Ensaios de Literatura, em comemoração aos 200 anos de seu lançamento.

A indústria gráfica no Nordeste

Dados estatísticos levantados pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf mostram o desempenho e a participação do setor gráfico nordestino no contexto nacional.

Seu nome é trabalho

Em 47 anos, Marcone Reis Fagundes construiu a Guiatel, sinônimo de listas telefônicas, além de dedicar‑se à vida associativa. Aos 70 anos não pensa em parar.

Gentil Barreira

Pioneiro da fotografia digital no Ceará, Gentil Barreira concilia a fotografia de publicidade, de arquitetura e sua produção pessoal, tendo a estética como norte de seu olhar.

Santa Marta comemora 45 anos

Gráfica se aproxima do meio século com novos equipamentos, produção de 1,8 mil toneladas de papel consumido por mês e 500 funcionários.

16 36 52 90 94 Editorial/Fabio Arruda Mortara ������������������������� 6 Rotativa ��������������������������������������������������������� 8 25-ª Office Paper Brasil Escolar ���������������������30 Opinião/Eduardo Carneiro Mota/PE ���������������34 Graphium Show �������������������������������������������38 Gráfica Aquarela/MA ������������������������������������40 Ponto a Ponto/Braille ������������������������������������42 Gráfica Cearense/CE ������������������������������������44 Inauguração Cerutti 7/Abril ���������������������������46 Gráfica Flamar/PE ����������������������������������������48 Impressões/Reinaldo Espinosa ����������������������50

Economia/Região Nordeste ���������������������������52 Prêmios Regionais ���������������������������������������62 Heidelberg/Dieter Brandt ������������������������������72 Colacril/RR Etiquetas ������������������������������������76 Olhar Gráfico/Cláudio Ferlauto ����������������������80 Quadrinhos/Álvaro de Moya ��������������������������84 Ilustração/Alexandre Rampazo ����������������������85 5-ª Conferência Abro �������������������������������������86 Planalto Envelopes/50 anos ��������������������������88 Sistema Abigraf �������������������������������������������98 Mensagem/Levi Ceregato ���������������������������102

SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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editorial

Fabio Arruda Mortara

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP)

A indústria gráfica crescendo com o Brasil

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rienalmente, a indústria gráfica brasileira realiza seu congresso nacional, o Congraf, com o objetivo maior de compartilhar conhecimentos e experiências entre seus profissionais e, assim, fortalecer o setor. Em 2011, chegamos à 15 ª‒ edição, 46 anos após a primeira, com essa missão renovada diante das perspectivas sem precedentes de crescimento para a economia nacional. É este um dos temas desta Revista Abigraf, que começa a circular justamente em Foz do Iguaçu, onde acontece nosso evento de 2011. É verdade que o ambiente global, com a crise financeira que castiga o mundo desenvolvido, e os sempre lembrados entraves para o desenvolvimento resumidos no chamado “custo Brasil” continuam a nos lembrar de que nunca é exagerado ter cautela com as previsões mais otimistas. Mas é também um fato inegável que hoje, três anos depois do último Congraf, o cenário para a indústria gráfica parece mais animador do que em outubro de 2008. No mês do evento daquele ano, o mundo acabara de mergulhar na espiral de falências desencadeadas pela quebra, em setembro, do banco de investimentos norte‑americano Lehman Brothers. Embora distante do epicentro da crise e apesar dos discursos ufanistas de que a mesma representaria apenas uma “marolinha” para o País, a economia nacional patinaria em 2009, sofrendo uma retração de 0,2% no PIB naquele ano. Na indústria gráfica não foi diferente: de 2008 para 2009, a produção do setor regrediu 0,3%. Em 2010, entretanto, esse cenário inverteu‑se, tanto em termos de crescimento do PIB brasileiro, de 7,5% em relação ao ano anterior, quanto da produção da indústria gráfica, que avançou 4,5% no período, atingindo R$ 29,7 bilhões. REVISTA ABIGRAF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Hoje, pode‑se dizer que temos perspectivas animadoras para os próximos anos, mesmo com a crise do déficit nas contas públicas que atinge o mundo desenvolvido e a enxurrada de importações que dizima a indústria brasileira. A previsão é de que o nosso PIB, assim como a produção da indústria gráfica, continuem a se expandir em 2011. Projetamos um crescimento de 2% a 3% para o nosso setor, algo muito parecido com as projeções para a expansão da economia nacional, hoje prevista em 3,6% pela pesquisa Focus do Banco Central. Com relação à indústria gráfica, ótimas oportunidades surgirão nos próximos cinco anos, com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, ambas a serem sediadas pelo Brasil. Como não poderia deixar de ser, esses megaeventos esportivos estarão no foco do 15 º‒ Congraf. Por isso, a abertura ficará a cargo do presidente do Conselho Público Olímpico (CPO), Henrique Meirelles, que, além de ser o responsável pelas decisões do Governo Federal no tocante aos jogos, falará com a autoridade de quem presidiu o Banco Central nos últimos oito anos. Ou seja, teremos uma oportunidade perfeita para conhecer, em primeira mão, as prioridades governamentais para os jogos, sem perder de vista outras variáveis que afetarão, de uma forma ou de outra, a evolução da nossa economia. Ainda sobre as oportunidades relacionadas aos megaeventos esportivos que o Brasil sediará, contaremos com a palestra de José Carlos Brunoro, especialista renomado em marketing esportivo. Obviamente, esse não será o único assunto do Congraf. O perfil do novo consumidor, as mídias sociais, a economia criativa e a convergência de mídias — assuntos centrais para qualquer empresário que se preocupe com a gestão estratégica de seus negócios — também estarão no foco dos palestrantes. Isso sem falar, é claro, nas discussões de temas específicos da indústria gráfica, que ocuparão lugar de destaque na nossa programação, com mesas sobre as tendências tecnológicas, as estratégias de gestão e as oportunidades de negócios para o setor. Por todos esses motivos, aproveito este editorial para desejar um ótimo Congraf a todos! fmortara@abigraf.org.br


o grupo furnax conquista mais uma vitória A Furnax é reconhecida por seus clientes e pela indústria gráfica, sendo novamente eleita no Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica, como a Melhor Fornecedora de Equipamentos de Acabamento.

Este prêmio é consequência de 17 anos de dedicação e trabalho para atender nossos clientes em todo o Brasil, fornecendo equipamentos de alta tecnologia como a Dobradeira Hércules. Este equipamento é robusto e produzido com borracharia alemã. Possui um rápido Set-up, Abafador de ruído, e conta com um Stacker opcional na saída.

Para mais informações 11 3277 5658 ou grafica@furnax.com.br


Abertas as inscrições para o Sappi Trading Printers of the Year 2012 Divisão de comércio in­ter­na­cio­

Heidelberg e Ricoh anunciam contrato da parceria estratégica no Brasil E m agosto, a Heidelberg do Brasil e a Ricoh Brasil assinaram acordo de parceria estratégica, que prevê a distribuição do por­ tfólio de produtos de impressão digital da Ricoh para o segmento gráfico (leia entrevista com Die­ter Brandt, presidente da Heidelberg Brasil, na página 72). O acordo global entre a Ricoh Company e a Heidelberger Druckmaschi­ nen AG já tinha sido anun­cia­do em fevereiro deste ano e alguns contratos locais já foram efetiva­ dos em paí­ses como Inglaterra,

Alemanha, Tailândia e Malásia. E agora chegou a vez do Brasil. Com o acordo a Heidelberg está cre­den­cia­da a co­mer­cia­li­ zar o modelo de impressão di­ gital Ricoh Pro C901 Graphic Arts Edi­tion, que atende às necessi­ dades de gráficas para uma im­ pressão digital colorida de alta qualidade. Com uma performan­ ce produtiva de 90 páginas A4 por minuto, a impressora está focada no segmento que inclui sistemas que oferecem veloci­ dade de produção que varia en­

tre 50 e 90 páginas por minuto, com um volume de produção mensal de 80 a 300 mil páginas do formato A4. Filial Recife –No mês seguin­ te, a Heidelberg anunciou a mu­ dança do escritório de Recife. A unidade está agora no Edifí­ cio ­Isaac Newton, localizado na Avenida Governador Agamenon Magalhães, 4779, sala 701, Ilha do Leite. É importante destacar que o telefone da fi­lial continua o mesmo: (81) 3463-5200. www.heildeberg.com

Fundos de pensão serão sócios em fábrica de celulose O

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s fundos de pensão Petros (Pe­ trobrás) e Funcef (Caixa Econômi­ ca Federal) entrarão como só­cios na Eldorado, a fábrica de celulose que a família Batista, dona do fri­ gorífico JBS, está construindo em Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada no final de agosto, de­ pois de um ano de ne­go­cia­ção. A nova composição acio­ná­ria da Eldorado passa a ser a seguinte: a participação da J&F, holding da família Batista, cai de 75% para

58,6%; o empresário Mário Cel­ so Lopes, que já era sócio, conti­ nua com os mesmos 25%; e Pe­ tros e Funcef passam a ter 8,2% da empresa cada um. A entrada dos fundos ocorrerá por meio da fusão das operações da Eldorado com uma empresa de refloresta­ mento chamada Florestal, da qual já eram só­cios. Projetada para ser a maior fá­ brica de celulose do mundo, a planta da Eldorado está orçada

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em R$ 5,1 bi­lhões. Além do apoio dos dois fundos de pensão liga­ dos a estatais, a empresa terá fi­ nan­cia­men­to do Banco Na­cio­nal de Desenvolvimento Econômi­ co e So­cial (BNDES). O banco vai emprestar R$ 2,7 bi­lhões, o equi­ valente a 53% do investimento total. A Eldorado terá capacida­ de para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano e tem previsão de começar a operar no final de 2012.

nal da Sappi, a Sappi Trading inicia a busca dos melhores trabalhos impressos para o prêmio Printers of the Year re­gio­nal da América do Sul. O programa de pre­mia­ção bie­nal faz parte da competição mun­dial Sappi In­ter­na­tio­nal Prin­ ters of the Year, que reconhece a excelência gráfica em trabalhos impressos em pa­péis finos. Os prê­mios serão entregues aos impressores das quatro re­ giões da Sappi Trading (América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Nova Zelândia), em onze ca­te­go­ rias. As pre­mia­ções têm distinção de bronze, prata e ouro, e os ven­ cedores de ouro concorrem no Sappi In­ter­na­tio­nal Printers of the Year em suas respectivas ca­te­go­ rias. Os trabalhos de impressão serão julgados por um grupo in­ ter­na­cio­nal independente de juí­ zes, que representam as principais as­so­cia­ções e federações indus­ triais em seus respectivos paí­ses. De acordo com Flavio Ignácio, di­ retor da Sappi Mercosul, o Sappi Printers of the Year iniciou-se na América do Sul em 2001, sendo portanto muito reconhecido pe­ las melhores gráficas de qualida­ de das Américas, e o Brasil tem sido representado brilhantemen­ te com a conquista de inúmeros prê­mios a cada ano. Para inscrições e mais infor­ mações sobre a pre­mia­ção Sappi Trading Printers of the Year, visite www.sappi.com.br.


Fênix Embalagens recebe certificação FSC A Fênix Embalagens, empresa mineira com 56 anos de atua­ção, recebeu em setembro a certifica­ ção FSC. O certificado comprova que a matéria-​­prima utilizada em toda a cadeia de produção da Fê­ nix segue padrões internacionais ecologicamente corretos, so­cial­

men­te justos e economicamen­ te viáveis. A certificação também garante a ras­trea­bi­li­da­de, que in­ tegra a cadeia produtiva desde a floresta até o produto final. Para Jacks Ubiratan Bernardes de Faria, diretor-​­executivo da Fê­ nix Embalagens, a conquista da

certificação é um marco na his­ tória da empresa. “Esse é um pas­ so importante porque coloca a Fênix em uma posição de com­ prometimento junto aos clien­tes, fornecedores e toda a so­cie­da­ de. É, ao mesmo tempo, um re­

conhecimento de nossas ações e um desafio que reforça a respon­ sabilidade de manter os padrões de excelência e con­ti­nuar melho­ rando os processos e a prestação de serviços”. www.fenixembalagens.com.br

Chamex lança website Como parte das ações de sua campanha de comunicação, a linha de pa­p éis não revesti­ dos Chamex, produzida pela In­ter­na­tio­nal Pa­ per América Latina (IP), lançou um novo website em setembro. Dentro do conceito “Expresse o seu melhor com Chamex”, o novo site conta com um lay­out moderno e inovador que permi­ te mais interação dos usuá­rios com assuntos re­ la­cio­na­dos ao papel, como sua história, cu­rio­si­ da­des, ví­deos, infográfico sobre o processo de produção do papel e redes sociais. O site ofere­ ce informações sobre os produtos da linha Cha­ mex que facilitam o entendimento do consumi­ dor em relação ao uso adequado de cada papel, reforçando a mensagem de que o Chamex está sempre presente na vida das pes­soas, seja em casa, na escola ou no trabalho. Além disso, con­ ta com informações sobre o processo produti­ vo do papel e sobre sustentabilidade, com enfo­ que na atua­ção so­cioam­bien­tal da In­ter­na­tio­nal Paper. No site também é possível encontrar bo­ tões de interatividade com o consumidor (RSS) e ícones para as páginas do Fa­ce­book e Twit­ ter. No blog Chamex, dicas, cu­rio­si­da­des e fatos sobre o papel são apresentados.

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www.chamex.com.br

MDK Feiras Internacionais R. Barão do Triunfo, 520 -7° andar - conj. 71 04602-002 - São Paulo – SP Tel.: +55 11 55 35-47 99 Fax: +55 11 50 93-60 41 mdk@mdkfeirasinternacionais.com.br

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Antilhas investe em frota própria na Grande São Paulo

Plural é reconhecida com Selo Ouro do Programa GHG Protocol A Antilhas adquiriu em agosto novos automóveis para sua fro­ ta própria. Os veí­cu­los atende­ rão os clien­tes da Grande São Paulo e também darão suporte ao Programa Embalagem Viva, projeto de logística reversa da empresa. Segundo Gustavo Bra­ gatto, gerente de operações da Antilhas, a empresa identifi­ cou a importância desse investi­ mento me­dian­te a necessidade de atender de forma mais ágil todas as demandas dos clien­

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tes. “O serviço de entrega nos mais de 1.500 pontos de ven­ da na Grande São Paulo, antes terceirizado, passa a ser rea­li­za­ do integralmente pela empresa, o que consiste em um melhor acompanhamento e rapidez”. Os novos veí­cu­los são ras­trea­ dos via satélite, estão isentos do rodízio municipal e os moto­ ristas, por meio do celular, pos­ suem sistema online para dar baixa nas notas fiscais. www.antilhas.com.br

Plural é a primeira indústria gráfica a ser reconhecida com o Selo Ouro do Programa Brasilei­ ro GHG Protocol. A divulgação ofi­ cial ocorreu no dia 10 de agosto em São Paulo, durante o evento ­anual do programa. O Selo Ouro é o mais alto reconhecimento con­ cedido pelo grupo e demonstra a transparência das informações do inventário de emissões de gases de efeito estufa da empresa. Des­ de 2010, a gráfica é membro do Programa Brasileiro GHG Protocol e teve seu inventário reconhecido com o Selo Prata. No início deste

ano, a Plural submeteu seu inven­ tário à verificação de terceira parte independente e conquistou a cer­ tificação in­ter­na­cio­nal ISO 14064-1 – Gases do Efeito Estufa, um dos requisitos para o reconhecimento com o Selo Ouro. O inventário da gráfica está disponível no Registro Público de Emissões no site do Programa Bra­ sileiro GHG Protocol: http://www. ghgprotocolbrasil.com.br.

FALECIMENTOS Vinicius Coube

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No dia 9 de se­ tembro faleceu em Bauru ( SP ) Vinicius Viot­t o Coube, ex-​­presidente da Tilibra e ex-​­membro da Abigraf, aos 52 anos. Desde 2009 o empresário lutava contra um câncer de pele que o afastou do trabalho. Ele era filho de Sérvio Túlio e Olga Cou­ be e trabalhou na empresa fun­ dada pela família em 1928 por 24 anos. Vinicius deixa esposa e dois filhos.

Plínio Cabral Um dos maiores es­pe­cia­lis­tas em direito autoral no Brasil, o juris­ ta Plínio Cabral faleceu no dia 13 de setembro, aos 85 anos. Jorna­ lista, político, escritor e advoga­ do, Plínio Cabral era respeitado in­ter­na­cio­nal­men­te, tendo sido representante do Brasil no Co­ mitê Latino-​­Americano da IFR­ RO, organização in­t er­n a­c io­n al de gestão de direitos reprográ­ ficos e órgão de assessoramen­

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to da ONU. Ele foi autor, entre outras obras, de A Nova Lei de Direitos Autorais e Direito Autoral: Dúvidas e Con­tro­vér­sias. Nos últi­ mos anos esteve à frente do De­ partamento Jurídico da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

Richard Uribe Morreu, aos 61 anos, no dia 19 d e s etemb ro, Richard Uribe Schroeder, subdiretor do Cen­ tro Regional para o Fomento do

Livro na América Latina e Caribe, Cerlalc. Durante mais de 30 anos, Richard, economista, foi adqui­ rindo alma de impressor e edi­ tor, atividades que não chegou a realizar diretamente, mas que acompanhou através de várias frentes. Foi presidente da asso­ ciação colombiana de comuni­ cação gráfica, Andigraf, e esteve à frente da Câmara Colombiana do Livro, além do cargo de vi­ ce-presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica, Conlatingraf.



Klabin inova o mercado de sacos industriais

Gomaq amplia sua linha de produtos E

mpresa es­pe­cia­li­za­da em tec­ nologia de impressão, a Gomaq fechou em setembro parceria com a Dascom durante via­gem à China. Dalcinei Ferreira, geren­ te de soluções térmicas, e Luiz Pier­ri, responsável pela área de mar­ke­t ing, estiveram naque­ le país com o intuito de firmar o acordo para que o fabricante passe a ­atuar no Brasil na distri­ buição de impressoras térmicas. A Dascom é um conglomera­

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do privado que atua no mun­ do inteiro. Atual­men­te é um dos maiores fabricantes de impres­ soras na China, oferecendo tec­ nologia avançada e soluções personalizadas para grandes in­ dús­trias. Com esse acordo, a Go­ maq aumenta a linha de produ­ tos e passa a oferecer soluções completas de impressão sob medida de acordo com as ne­ cessidades de cada empresa. www.gomaq.com.br

m agosto, a Klabin apresentou um produto que leva inovação aos segmentos de sacos indus­ triais e construção civil. O novo saco valvulado com alça foi de­ senvolvido para pro­p or­cio­nar be­ne­fí­cios de processos aos fa­ bricantes e maior praticidade e mobilidade aos consumidores. Ini­cial­men­te cria­do para atender o mercado de argamassas, o saco valvulado com alça é uma tecno­ logia exclusiva da Klabin, fruto de investimentos em novas li­ nhas de produção. Ele é compos­ to pela tecnologia multifolhas: a embalagem é formada por duas folhas de papel kraft e uma ca­ mada de po­lie­ti­le­no. O grande di­fe­ren­cial está na manta de po­ lie­ti­le­no, que permite sua adap­ tação a um sistema di­fe­ren­cia­do e mais forte de selagem que mi­

nimiza os vazamentos. Produzi­ do com papel de alta resistên­ cia, pode ser impresso em até oito cores pelo sistema flexo­ gráfico, valorizando o produto e permitindo melhor exposição da marca no ponto de venda. www.klabin.com.br

SPP-KSR lança plataforma para comércio eletrônico A

pós a integração de suas ope­ rações, a SPP-​­K SR está lançando sua plataforma e-​­commerce para consolidar a imagem da empresa e oferecer aos clien­tes um novo canal de compras com mais fa­ cilidades e novas ferramentas de navegação. A fusão das duas dis­ tribuidoras gerou um conglome­ rado de 23 filiais no País e con­ solidou a empresa como a maior distribuidora de pa­péis e produ­ tos gráficos da América do Sul. Com essa mudança, amplia-se a capilaridade e presença em dife­ rentes re­giões do Brasil, fortale­ cendo o canal e be­ne­f i­cian­do di­ retamente os seus clien­tes, com um portfólio completo de pro­ dutos gráficos. A partir da inte­

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gração, o site, que tinha como objetivo principal ressaltar a ima­ gem da distribuidora, agora bus­ ca facilitar o acesso dos clien­tes e parceiros aos produtos da distri­ buidora com o canal de vendas online e orçamento rápido. “O e-​ ­commerce para o setor gráfico em paí­ses como os EUA é muito comum, porém ainda tem muito que crescer no Brasil e queremos po­si­cio­nar a SPP-​­K SR como pio­ neira e líder na co­mer­cia­li­z a­ção de produtos gráficos via internet e oferecer novos canais de re­la­ cio­na­men­to com nossos clien­tes através das redes sociais”, explica Fabio Almeida, gerente executivo de distribuição da SPP-​­KSR. www.sppksr.com.br



Suzano amplia identidade da nova marca Report C

Konica Minolta lança aplicativo para dispositivos Apple A Konica Minolta está dispo­ nibilizando desde agosto o Pa­ geScope Mobile, um aplicati­ vo de impressão gratuito para usuá­rios de iPad, iPhone e iPod Touch. Ele permite configurar a impressão de documentos, e-​­mails e imagens via sistema biz­hub. Havendo uma conexão wi-fi, o PageScope Mobile pos­ sibilita que os usuá­rios utilizem os documentos de trabalho de maneiras va­ria­das por meio dos

aparelhos, ganhando mobilida­ de. “Com o lançamento deste aplicativo, a Konica Minolta dá continuidade ao seu trabalho de inovação no mercado tecnoló­ gico”, comemora Deise Sandrin, gerente na­cio­nal de vendas e mar­ke­t ing da Konica Minolta no Brasil. Os clien­tes da empre­ sa podem baixar o PageScope Mobile na Apple App Store.

om a nova identidade vi­sual da linha Report, a Suzano Pa­ pel e Celulose segue sua es­ tratégia de consolidar a quali­ dade de seus produtos e suas práticas socioambientais e de inovação no mercado global. A co­mer­cia­li­z a­ção dos pa­p éis Suzano Report Premium com a nova identidade vem aconte­ cendo gradativamente desde setembro para o mercado ex­ terno, focando principalmen­ te os Estados Unidos, Europa e América Latina. Todo o traba­ lho de reformulação das em­

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tos que reú­nam os profissionais do setor para o debate de ten­ dên­c ias e troca de ex­p e­r iên­ cias, a Calcgraf estará presente no 15º‒ Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, que acontece em Foz do Iguaçu de 8 a 11 de outubro. Como uma das empre­ sas patrocinadoras do encontro, a Calcgraf estará apresentando seus produtos na área dedicada aos expositores, aproveitando a oportunidade para estar mais perto dos clien­tes da re­gião Sul. “Que­re­mos atender aqueles que já nos conhecem e mostrar nos­ sas soluções para prospects, es­ pe­cial­men­te da América Latina,

www.suzano.com.br

konicaminolta.com.br

Calcgraf ainda mais próxima da região Sul Cien­te da importância de even­

balagens para o mercado ex­ terno foi cons­truí­do a partir do conceito de sustentabilidade, quesito importante nos mer­ cados atendidos pela compa­ nhia, que consideram funda­ mental a busca por oferecer produtos de excelência com certificações em nível mun­dial. O Report Premium é um papel produzido de forma 100% sus­ tentável com fibras de eucalip­ to premium e pro­por­cio­na uma cor extra branca, com o selo 100% Brightness.

para os quais temos a versão em espanhol do Webgraf, sistema lançado em 2010 e desenhado para atender as necessidades de pequenas e mé­dias gráficas”, co­ menta Karina Escobar, diretora da Calcgraf. A presença no Con­ graf servirá também para refor­ çar o trabalho que a empresa vem rea­li­z a­do junto às unida­ des do Senai da re­gião. Através do projeto “Calcgraf e Senai co­ nectando alunos à gestão gráfi­ ca”, professores estão sendo pre­ parados para treinar os alunos na operação do Webgraf, habi­ litando-os a lidar com modernas ferramentas de gestão. www.calcgraf.com.br

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Nova logomarca reposiciona AlphaGraphics F

undada em Tucson, Estados Unidos, a AlphaGraphics está de cara nova, a primeira gran­ de mudança em 41 anos de his­ tória. Atenta às tec­no­l o­gias e canais da era digital, a rede, lí­ der mun­d ial em soluções de impressão digital e comunica­ ções personalizadas, adota um re­p o­si­cio­na­men­to global com foco nas novas necessidades do mercado, trazendo uma identi­ dade vi­sual atrelada ao cenário de mar­ke­ting ­atual. A mudan­ ça da logomarca da AlphaGra­ phics im­p ul­sio­na seu conjun­ to de soluções de mar­ke­ting e crossmedia, com foco em ferra­

mentas multicanal e novos ser­ viços de mar­ke­ting direto, publi­ cações digitais (ePu­bli­ca­tions), mobile mar­ke­ting (SMS e aplica­ tivos), online mar­ke­ting (cons­ trução de sites, SEO e mídia so­ ciais), identidade corporativa e e-​­mail mar­ke­ting. Acompanhada da mensa­ gem In­crea­se your ­reach (Amplie seu alcance), a nova logomar­ ca traz linhas e ângulos limpos, crian­do um vi­sual sofisticado e contemporâneo, tendo como inspiração as novas tec­n o­l o­ gias, plataformas e canais que surgem constantemente. www.alphagraphics.com.br



ENTREVISTA Ada Caperuto

Dalton Pastore

Em entrevista concedida à Revista Abigraf, Dalton Pastore afirma que as agências estão tão preocupadas com os clientes, que se esquecem do valor de seu trabalho e de proteger suas receitas.

A publicidade nos novos tempos da mídia

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residente do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação (For­ com), o publicitário Dalton Pastore fala sobre a publicidade em tempos de novas tec­no­lo­g ias. As mudan­ ças nas mí­d ias, o re­la­cio­na­men­to com a indús­ tria gráfica e as propostas para o 5 º‒ Congres­ so Brasileiro da Indústria da Comunicação são alguns dos assuntos abordados na entrevista concedida à Revista Abigraf. Pastore adian­t a que, além de um estudo para analisar as ten­ dên­cias para a indústria da comunicação nos próximos cinco anos, um dos temas principais

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do evento será a discussão sobre o controle de con­teú­do e a liberdade de expressão, ques­ tões que preo­cu­pam todas as 37 entidades que integram o Forcom. Revista Abigraf – A que o senhor atribui o desempenho positivo das agên­cias brasileiras na última edição do festival Cannes ­Lions, sobretudo nas ca­te­go­r ias que envolvem a impressão gráfica, como Press e Out­door? Dalton Pastore – Ao longo dos últimos anos, a publicidade brasileira tem dado mais atenção ao ma­te­r ial gráfico. Eu diria que esta preocupação


sempre existiu, mas há algum tempo temos ge­ rações de diretores de arte com grande com­ petência estética e bom gosto vi­sual fazendo materiais impressos muito bonitos. O bom desempenho na categoria Out­door nos lembra que existe uma parcela da indústria de comunicação que deseja a volta deste tipo de propaganda na cidade de São Paulo. Qual é a sua opi­nião sobre isso? Eu sou a favor de todas formas de comunicação e o outdoor é uma delas, mas não podemos es­ quecer que a população da cidade de São Pau­ lo ­apoiou ampla, clara e fortemente o proje­ to Cidade Limpa. Tanto é assim que até hoje o maior reconhecimento do trabalho do [prefei­ to] Gilberto Kassab continua sendo este pro­ jeto, que foi implantado nos primeiros dias de seu governo. O senhor acredita no retorno dos outdoors? Acho muito pouco provável. Mas é importante dizer que alguns de nós, defensores da publi­ cidade ex­te­r ior, reconhecemos que houve um abuso no uso de outdoor em São Paulo. Eu te­ nho certeza que deveremos voltar a ter algum tipo de mídia ex­te­r ior, não a confusão de antes, mas um modelo ­ideal. Não dá para ficar sem o outdoor. O prefeito sabe disso, e ele mesmo já me falou que tem essa cons­ciên­cia. Um estudo divulgado pelo Interactive Advertising Bureau em julho mostrou que a internet deve responder por 10% do faturamento publicitário brasileiro em 2011. De que maneira isso pode afetar o negócio das agên­cias? Primeiro temos que entender que a internet não existia até alguns anos atrás. É natural que ga­ nhe participação de mercado, porque sua base era zero. Eu não consigo pensar em adjetivos mais fortes que “fabuloso”, “re­vo­lu­cio­ná­r io” ou “fenomenal” para descrever a internet como meio de comunicação. Mas como canal publi­ citário não chega a ser “primário”, é ainda “pri­ mitivo”, no Brasil e no resto do mundo. Estamos ainda na era do banner, o que comparo com o slide que existia na TV e que foi, mais tarde, subs­ti­ tuí­do pela garota-​­propaganda. Não estou subes­

timando a internet, que, em minha opi­nião, é até mais re­vo­lu­cio­ná­r ia que a TV, mas seu papel como mídia publicitária ainda é primitivo. De que maneira a indústria da comunicação vem lidando com a multiplicação de plataformas — impressos, web, tablets, celulares? A agência de publicidade, no meu modo de ver, deve se preo­c u­par em ter um olhar diferen­ te sobre os consumidores. Precisa ter um olho e meio no futuro, mas os dois pés no presente. Não estou Os en­tu­sias­tas das novas mí­d ias falam muito sobre subestimando a aquilo que o consumidor internet, que, em minha poderá fazer com a tecno­ logia. Mas a publicidade opinião, é até mais não tem que se preo­cu­par revolucionária que com o poderá, e sim com o que o consumidor vai quea TV, mas seu papel rer fazer. Onde o consumi­ como mídia publicitária dor está vendo as marcas hoje? É na mídia de mas­ ainda é primitivo. sa. Se você pegar a parti­ cipação de TV aberta ou a cabo, verá que am­ bas tiveram crescimento nos últimos dez anos. As revistas perderam um pouco, o jornal per­ deu um pouco, a mídia ex­te­r ior perdeu, o rá­ dio se manteve. O cenário é este. Acredito que as mudanças de hábito não ocorrem na mesma velocidade que as de tecnologia. Quais os prováveis caminhos para anúncio impresso nessa reconfiguração da mídia? Eu sempre digo que é complicado falar sobre o futuro porque ele ainda não chegou e a gente acaba errando. Mas se você olhar o que aconte­ ceu com a mídia jornal, perceberá que a perda de espaço é flagrante. O jornal tem uma dificul­ dade específica, porque não pode mais compe­ tir com a instantaneidade da internet. O jornal vai desaparecer? Difícil dizer. O Roberto Civi­ ta [presidente do Conselho de Administração e diretor Edi­to­r ial do Grupo Abril] costuma di­ zer que, a partir do momento que a plataforma eletrônica tiver a mobilidade, a flexibilidade, a opacidade e a capacidade de ser descartado que tem o papel, será o fim do impresso. SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Existe, ainda, uma tendência cada vez maior de segmentação dos meios. Como o senhor enxerga este cenário? Os meios segmentados têm grande relevân­ cia para o leitor. Veja, por exemplo, os da área de publicidade, como o Meio & Mensagem ou o Caderno Propaganda e Mar­ke­ting. Você pode ler as no­tí­cias online durante a semana, mas aqui­ lo que movimenta, que dá retorno e visibilida­ de, é o que está publicado no papel. Eu acredito que os meios segmentados não vão deixar de ter sua ler as edição em papel.

Você pode notícias online durante a semana, mas aquilo que movimenta, que dá retorno e visibilidade, é o que está publicado no papel. Eu acredito que os meios segmentados não vão deixar de ter sua edição em papel.

A lém dos seg mentados, multiplicam-se os jornais chamados “populares”, que vêm desbancando lideranças de grandes títulos. Como fica a publicidade nesses meios? Isso não é novidade. Já tive­ mos antes no Brasil diversos jornais populares. Os tabloi­ des ingleses vendem milhões de exemplares de con­teú­do discutível. A mídia é como uma balança. Se uma em­ presa quer aumentar o número de leitores (te­ lespectadores ou ouvintes), diminui o nível de qualidade edi­to­r ial, mas acaba perdendo anun­ cian­tes, que não querem colocar a sua marca em um con­teú­do mais sen­sa­cio­na­lis­ta. Ao mesmo tempo, se você cria um am­bien­te edi­to­r ial fino, inteligente, bonito, no qual os anun­cian­tes te­ nham interesse, o número de consumidores di­ minui. Temos que trabalhar na “balança”, equi­ librar. Todos os ne­gó­cios têm sua ciên­cia, e a ciên­cia da mídia é essa.

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Como é o re­la­cio­na­men­to entre as agên­cias e a indústria gráfica nos dias de hoje? Pelo bem ou pelo mal, esse re­la­cio­na­men­to en­ tre gráfica e agência praticamente não exis­ te mais. Graças à tecnologia, o produtor gráfi­ co não é mais o único que detém a informação. A indústria gráfica melhorou muito e precisa menos, ou nada, de alguém que lhe diga o que fazer — e nada mais justo que isso. REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Então qual é o espaço reservado à agência nesse re­la­cio­na­men­to? Os clien­tes das agên­cias, muitos deles, já estão comprando serviços gráficos diretamente, sem passar pelas agên­cias. A agência é detentora de uma competência que as empresas nunca pre­ cisaram tanto quanto hoje, que é a inteligên­ cia. Não é o hard­ware, é o soft­ware. A tecno­ logia está disponível e fez com que marcas e produtos ficassem muito similares; nenhum é tecnicamente tão su­pe­r ior ao outro. A demo­ cratização do capital também contribuiu para que as empresas pudessem investir em tecno­ logia, os produtos nunca foram tão iguais en­ tre si como são hoje. Por isso mesmo jamais o mar­ke­ting, a marca, a imagem e a percepção fo­ ram tão importantes como hoje. As agên­cias es­ tão muito ocupadas se preo­cu­pan­do em como manter os seus clien­tes, que acabam deixan­ do de proteger as suas receitas, não valorizan­ do devidamente o serviço imprescindível que prestam aos anun­cian­tes. A 5 ª‒ edição do Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação está marcada para maio de 2012. É possível adian­tar o que teremos no programa? O congresso será presidido por Luiz Lara e con­ tará com o apoio e coor­de­na­ção de con­teú­do do Fórum Permanente da Indústria da Comunica­ ção, que agrega 37 entidades, entre elas a Abi­ graf. Essas entidades têm se reunido para dis­ cutir a temática, sugerindo diversos assuntos. Minha ideia é consolidar estas pautas até o fi­ nal do próximo mês [outubro]. Serão 15 temas e 15 comissões, dos quais já temos um defini­ do, que é o futuro da comunicação, cuja base é a informação disponibilizada por sete das mais importantes instituições de ensino su­pe­ rior em comunicação do mundo. Que­re­mos sa­ ber o que estas universidades estão ensinando hoje para seus alunos e identificar como será a indústria da comunicação daqui cinco anos. Também vamos buscar outros temas que se­ jam do interesse do maior número de entida­ des e posso adian­tar que um deles é a liberda­ de de expressão e o controle de con­teú­do. Este será, com certeza, um dos temas do congresso, senão o principal deles.


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Lula Cardoso Ayres 2

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ARTE

A partir do Nordeste do Brasil, sua pintura alcançou todo o País e o mundo. Universalizou a alegria do rural e do urbano com a mesma criatividade, emoção e colorido captados por ele nas espontâneas crenças e manifestações culturais de nossa gente. Ricardo Viveiros

1 (página ao lado, acima). Caboclos de Lança, óleo sobre tela, 114 × 146 cm, 1971 2 (página ao lado, abaixo). Dançarinas, óleo sobre tela, 80 × 100 cm, 1955 3 (nesta página). Namoro, têmpera de caseína, 69 × 50 cm, 1951

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O início

O imaginário popular brasileiro do concreto ao abstrato 4. Partindo o Bolo, guache e aquarela, 59 × 71 cm, 1940 5. Cavalo Marinho, serigrafia, 30 × 40 cm, 1975 6. Dois Bichos, tinta acrílica sobre cartão, 46 × 65 cm, 1977

uiz Gonzaga Cardoso Ayres nasceu com emoção e cria­ti­v i­da­de à flor da mente, um cu­r io­so olhar além dos limites do horizonte determinados pelas fronteiras da pequena cidade de Rio Formoso, re­g ião da mata me­r i­d io­nal de Pernambuco, onde foi cria­do. Veio ao mundo em 1910, no Recife, capital do Estado, filho de um usineiro de açúcar nos velhos tempos dos “co­ro­néis”. Natural imaginar ter sido dura a sua luta para ser artista. Não foi. O pai, João Cardo­ so Ayres, era um homem culto. Soube incentivar a vocação do filho que, desde os 11 anos, come­ çou a desenhar as paisagens rurais e os traba­ lhadores da Usina Cucaú, pertencente à famí­ lia, além das festas populares, sempre ricas em movimentos, formas e cores.

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Em 1922, o menino vai para a capital estudar com o pintor alemão Heinrich Moser, introdu­ tor da técnica dos vitrais artísticos no Brasil. Fica dois anos aprendendo e trabalhando com o mestre. Em 1925, Lula Cardoso Ayres, como ficaria conhecido, segue para a Europa em bus­ ca de novos con­teú­dos para am­pliar e qualifi­ car seu trabalho. Na França, além de conviver com a vanguarda da arte, estuda com o escri­ tor e pintor Maurice Denis, um dos líderes do Movimento Simbolista e do “Les Nabis” (ins­ pirado em Paul Gauguin). O trabalho de Denis, notadamente o literário, foi decisivo para a cria­ ção e perenidade das escolas cubista, fauvista e abstrata observadas na obra de Lula. Depois de um ano, o artista regressa ao Bra­ sil e vai para o Rio de Janeiro. Tem aulas de pin­ tura na Escola Na­cio­nal de Belas-​­A rtes (Enba). Seu professor, Rodolfo Amoe­do, incentivava os 5

alunos para os mais diferentes processos, como aquarela, en­cáus­ti­ca e têmpera, e ainda enco­ rajava-os a não ficar apenas nas telas, crian­do ce­ná­r ios, murais, ilustrações etc. O meio

Na Enba, Lula conheceu Carlos Chambelland e Candido Portinari, tornando-se aluno do pri­ meiro, seu grande mestre, e amigo do segundo. Depois dos primeiros anos de aprendizado e al­ guma prática, já havia descoberto a arte, saben­ do di­fe­ren­ciar o decorativo. Mas sem precon­ ceitos. Colocando qualidade e emoção em sua obra, que traz os volumes das peças de barro dos artesãos, passa pelos traços ex­traí­dos do fantástico na re­l i­g io­si­d a­de popular e alcança as cores fortes da vida nordestina em delicada explosão sur­rea­l is­ta. Com um ótimo ateliê no elegante bair­ ro ca­r io­ca das Laranjeiras, de causar inveja ao 

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7. Cajus, têmpera de caseína, 50 × 69 cm, 1953 8. Rainha do Maracatu e Dama da Calunga (inacabado), óleo sobre tela, 116 × 81 cm, 1987 9. Futebol, têmpera de caseína, 100 × 70 cm, 1950

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I magens: Acervo particular de Lula Cardoso Ayres Filho

da vida inteira, Lula aproveita o tempo de fol­ ga para fotografar e estudar a vida dos traba­ lhadores rurais. A fotografia, ini­cial­men­te para simples referência, acabou sendo outra via de expressão do artista. Com o tempo, seu pai montou-​­l he um ate­ liê. Desse momento em dian­te, acontece con­ creta evolução na obra de Lula. Em mea­dos dos anos 1940, com a venda da usina da família, ele se transfere para Recife. Seu trabalho sobre as festas regionais populares cresce em impor­ tância, com exposições e painéis rea­li­za­dos em espaços públicos. Também ilustra vá­r ios livros de renomados autores, como Ma­nuel Bandei­ ra e Gilberto Freyre, cria ce­ná­r ios carnavales­ cos para clubes e prefeitura e le­cio­na na Esco­ la de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco por 25 anos. Lula participou de vá­r ias bienais paulistas, aplaudido pela crítica. As mostras individuais e coletivas do artista foram constantes em vá­ rios estados brasileiros e no ex­te­r ior (América do Norte e Europa), até a sua morte, em 1987. O Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres, em Ja­ boa­tão dos Gua­ra­ra­pes, Pernambuco, tem o mais importante e amplo acervo da obra do artista, desde desenhos, fo­to­g ra­f ias, pinturas e ilus­ trações até a programação vi­sual, registrando ce­no­g ra­f ias, decorações e murais. 9

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Capa

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Frevo, óleo sobre tela, 109 × 85 cm, 1945

movimento artístico da época, Lula criou mo­ dernos ce­ná­r ios para peças de tea­t ro e shows musicais, ousadia elo­g ia­d a pelos críticos. Era o tempo de sucesso do ator Procópio Ferrei­ ra, dos cantores Noel Rosa, Custódio Mesquita e, até mesmo, de promissores ini­cian­tes como Aloysio de Oliveira e Vinicius de Mo­raes. Os editores Álvaro Moreyra e J. Carlos, da revista de va­r ie­da­des Paratodos (do Partido Co­ munista Brasileiro), se interessaram pelo tra­ balho de Lula, que foi convidado para ser ilus­ trador. Nos anos 1920, a Paratodos fazia muito sucesso com suas ferinas críticas políticas e so­ ciais. Jorge Amado e Oscar Nie­me­yer também foram colaboradores e editores da publicação. O sempre

Dian­te de problemas na administração da usi­ na da família, no início da década de 1930 Lula retorna a Pernambuco para ajudar o pai. No campo, já casado com Lourdes, grande amor

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15º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica

De volta para o futuro m 11 de outubro, quando o 15 º‒ Congresso Brasileiro da Indús­ tria Gráfica tiver encerrado sua programação, os participantes que via­ja­ram a Foz do Iguaçu, no oes­te do Paraná, terão uma bagagem di­fe­ren­c ia­d a para levar para casa. Nela estarão contidos novos conhecimentos, ex­pe­r iên­cias, apren­ dizado e expectativas renovadas em rela­ ção aos ne­gó­cios que deixaram, durante al­ guns dias, para se dedicar ao maior evento na­cio­nal do setor gráfico. Uma dessas pes­soas é Eduar­do Carneiro Mota, diretor da Gráfica e Editora Con­ texto, de Pernambuco, que é bem mais ex­ pe­r ien­te na matéria: já esteve em quatro edições do evento, em Curitiba, em 1999; Caldas Novas (GO), em 2003; Recife, em 2005; e em São Paulo (2008). “O programa está muito bom, tudo depende dos pales­ trantes, mas acredito que temos um gru­ po interessante de es­pe­cia­lis­tas”. Na outra

Quem foi ao maior evento da indústria gráfica brasileira, o Congraf, em Foz do Iguaçu, pode retornar para casa com a mala cheia. E não apenas com lembrancinhas amealhadas nos vizinhos países. Quem foi retorna com apenas um tipo de excesso de bagagem: conhecimento. Ada Caperuto

ponta, Claudio Baronni, diretor de projetos da Editora Abril, participa de seu primeiro Congraf. E seus co­men­t á­r ios são pre­v ia­ men­te positivos. “A grade de palestras está muito bem elaborada, cobrindo um leque de assuntos da maior importância para os gráficos afinarem sua percepção de cenário futuro, balizando decisões estratégicas e táticas com maior embasamento”.

Conheça os palestrantes do 15–º Congraf

Henrique Meirelles

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Henrique Meirelles – ocupou o car­ go de presidente do Banco Central do Brasil de janeiro de 2003 a de­ zembro de 2010. Antes disso, foi presidente do Banco de Boston no Brasil, a partir de 1984. Pos­te­rior­ men­te, foi no­mea­do presidente do BankBoston Cor­po­ra­tion em 1996. Assumiu a presidência de Global Banking do FleetBos­ton Fi­nan­cial em outubro de 1999, logo após a fusão das duas instituições nos EUA . Foi membro do conselho de administração do BankBoston Corp, FleetBos­t on Fi­n an­c ial, ­R aytheon, Best­foods e Cham­pion In­ter­na­tio­nal. É presidente da “As­so­cia­ção Viva o Centro”, em São Paulo; presiden­

Sidnei Oliveira

Se a questão é pensar no futuro, o 15 º‒ Congraf já começa com uma ampla, respon­ sável e ex­pe­r ien­te abordagem, ca­pi­ta­nea­da por ninguém menos que o ex-​­presidente do Banco Central do Brasil e ­atual responsável pela Autoridade Olímpica para os jogos de 2014, Henrique Meirelles, que falará so­ bre aspectos so­cioe­co­nô­mi­cos no módulo “Perspectivas para um Brasil melhor”. De acordo com ele, o objetivo é mos­ trar, em um primeiro momento, os moti­ vos que levaram o País a viver algumas dé­ cadas de baixo crescimento e instabilidade econômica, e quais as consequências dis­ so para os ne­gó­cios. Em um segundo mo­ mento, Meirelles apresentará aos congres­ sistas os fundamentos dessas mudanças que, em suas palavras, não foram “tempo­ rais” ou “episódicas”, mas transformações muito grandes, que fizeram cair enorme­ mente os índices de desigualdade so­c ial. “Em 2004, quando o Brasil começou a cres­ cer, muitos te­m iam o que se denomina­ va então como ‘voo de galinha’. Na época,

Ma­rie­la Castro

te fundador da Federação Latino-​ ­Americana de Lea­sing; e presidente emérito da As­so­cia­ção Brasileira de Bancos Internacionais. Foi, ainda, presidente da Câmara de Comércio de São Paulo e da Fundação Tra­ vessia. Atual­men­te ocupa o cargo de presidente do Conselho Públi­ co Olímpico da Autoridade Pública Olímpica (APO ).

30 mil profissionais em empresas como Vale, Petrobras, Gerdau, Lojas Renner, TAM e Light, entre outras. É sócio-​­fundador da Kantu Educa­ ção Executiva, vice-​­presidente do Instituto Atlantis de Preservação Am­bien­tal, consultor-​­as­so­cia­do da Em­preen­da Consultoria e membro do conselho de administração da Creditem Cartões de Crédito.

Sidnei Oliveira: consultor, autor e palestrante, es­pe­cia­lis­ta em conflitos de gerações, geração Y, desenvol­ vimento de novos talentos e redes sociais, tendo desenvolvido solu­ ções em programas educacionais e comportamentais para mais de

Ma­rie­la Castro: diretora da consul­ toria Com­mu­ni­ca­tion Advisors. É jor­ nalista com 20 anos de carreira. Nos últimos 12 anos tem se dedicado à comunicação corporativa em dife­ rentes segmentos, dirigindo atual­ men­te sua própria consultoria, com

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Hamilton Terni Costa foco em finanças, ne­gó­cios e como a web 2.0 afeta as relações com inves­ tidores, colaboradores e mídia. Seu trabalho pode ser conhecido no blog Mí­dias Sociais, no portal da revista Exame e Comunicação no Varejo, no portal da As­so­cia­ção Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop). Hamilton Terni Costa: consultor e empresário gráfico, trabalha há mais de 35 anos na indústria gráfi­ ca. Foi diretor co­mer­cial do Grupo Socipress, diretor geral da Gráfica Melhoramentos, diretor geral da Que­be­cor World – São Paulo e presi­ dente da Que­be­cor World – México. Foi presidente da Abraform e da


eu já comentava que seria um crescimen­ to sólido, com fundamentos ma­croe­co­nô­ mi­cos e notas de sustentabilidade, com a inflação absolutamente ajustada. De fato, nos últimos oito anos, esse crescimento e os resultados formacionais para a so­cie­da­ de brasileira podem ser notados. Trinta e sete milhões de brasileiros passaram a in­ tegrar a classe média e isso traz resultados para diversos setores, como a indústria grá­ fica, por exemplo. Não foi mais aquela si­ tua­ção em que se dava um passo à frente e dois para trás”, comenta, men­cio­nan­do o pe­r ío­do de 2004 a 2011. Aos participantes do 15º‒ Congraf, o ex-​ ­presidente do BCB também irá apresentar os resultados relevantes dessas mudanças na economia na­cio­nal para o setor produ­ tivo. Nesse elenco estão, por exemplo, o aumento da disponibilidade de capital e, graças ao controle da inflação, a possibi­ lidade de as in­dús­trias passarem a contar com um processo de vendas estável. Ain­ da de acordo com Meirelles, essa estabili­

Bruno Mortara ABTG e diretor por vá­rias gestões da Abigraf-SP , Sindigraf-SP e Conlatin­ graf. Atual­men­te é diretor geral da ANconsulting, consultoria líder no mercado gráfico da América Latina em estratégia e desenvolvimento de ne­gó­cios com clien­tes e traba­ lhos em todo o continente america­ no. Representa a NPES , as­so­cia­ção norte-​­americana dos fabricantes de equipamentos e insumos para o setor gráfico e edi­to­rial.

Bruno Mortara: com ex­pe­riên­cia de mais de 25 anos na indústria gráfica, é sócio-​­d iretor da Prata da Casa, consultoria e prestadora de serviços de pré-​­impressão, tratamento de

dade também possibilitou às empresas se lançarem no mercado de ações e recebe­ rem investimentos diretos. “É um merca­ do que está começando a se desenvolver, com fundos de ações procurando empresas promissoras, não apenas as de grande por­ te, mas qualquer uma que possa oferecer perspectivas de crescimento”. Para quem se preo­cu­pa com a a­ tual si­ tua­ção econômica mun­d ial, marcada pela crise na zona do euro, Meirelles destaca­ rá em sua palestra as vantagens brasilei­ ras neste cenário. “O Brasil acumulou re­ servas de mais de US$ 300 bi­l hões e está preparado para enfrentar qualquer crise externa”, diz ele, ressaltando que o País registrou o menor por­cen­t ual de aumen­ to da dívida pública líquida em relação ao PIB entre todos os paí­ses do G-20. “Por outro lado, temos um crescimento vol­ tado para o mercado doméstico e isso é algo que faz com que nosso país seja mais forte e esteja à frente de outras nações. Esse crescimento para o mercado interno

Lala Deheinzelin imagens e gestão de acervos digi­ tais. Superintendente do ONS27 , da ABNT , representante do Brasil no comitê TC130 da ISO , diretor da ABTG Certificadora, diretor do gru­ po técnico de impressores digitais (Digitec) e professor do curso de pós-​­gra­dua­ção da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Lala Deheinzelin: é uma das es­pe­ cia­lis­tas mundiais em economia cria­ ti­va e desenvolvimento sustentável. Palestrante e consultora in­t er­n a­ cio­nal, diretora da empresa Enthu­ sias­mo Cultural. Criou e coor­de­na o movimento ibero-​­americano Crie Futuros e está as­so­cia­da a diversas

nos deu mais resistência para enfrentar as crises internacionais”. A palestra poderá soar como uma sin­ fonia nos ouvidos dos em­pre­s á­r ios grá­ ficos que con­t raí­ram dívidas para a mo­ dernização de seus parques nos últimos meses. Isso porque, para aqueles que ain­ da temem o futuro, Meirelles recomenda olhar para frente. Nesse horizonte, segun­ do ele, é possível enxergar que o País não tem razões para entrar em um ciclo de cri­ ses. O Brasil lidou com a crise de 2008 com sucesso, tem condições de enfrentar qual­ quer outra com força. Isso não quer dizer que fiquemos imunes. Não fomos imunes em 2008, mas o País soube rea­g ir agressi­ va e fortemente. Temos que estar atentos, a indústria, a so­cie­da­de e o governo, para sa­ ber enfrentar uma possível crise. E temos todas as condições para sair dela. Na crise é preciso estar atento e tomar medidas sé­ rias se necessário. Afinal, como dizia o meu avô: ‘dinheiro não aceita desaforo’”.

José Carlos Brunoro

Flavio Botana

redes internacionais ligadas à sus­ tentabilidade. É assessora sê­nior da unidade es­pe­cial de coo­pe­ra­ção Sul-​ ­Sul, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. José Carlos Brunoro: gestor da área esportiva, responsável pelo projeto de futebol da Parmalat na Améri­ ca Latina nos anos 1990. No início de 2003, iniciou sua história junto ao Pão de Açúcar Esporte Clube e atual­men­te exerce a função de presidente do conselho de adminis­ tração da Brunoro Sport Business. É também diretor de mar­ke­ting da Confederação Brasileira de Basquete e presidente da Sport Strategy.

Flavio Botana: possui 30 anos de ex­pe­riên­cia na indústria gráfica, com atua­ção em empresas como Editora Abril, Gráficos Burti e Geo­g rá­f i­c a Editora. Professor de gra­dua­ção e pós-​­gra­dua­ção da Faculdade Se­ nai de Tecnologia Gráfica de São Paulo, responsável pelas disciplinas de Gestão da Qua­li­da­de e Gestão da Produção. Consultor da ABTG com atua­ção na área de gestão da produção, com foco em aumen­ to da produtividade, melhoria da qualidade e redução de custos. Fabio Mestriner: professor coor­ de­na­dor do Núcleo de Estudos da Embalagem da Escola Su­pe­rior de

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Sem excesso de bagagem

Quem decidiu participar da 15 ª‒ edição do Congraf, de 8 a 11 de outubro, viajou para Foz do Iguaçu com a certeza de que o even­ to rea­li­za­do pela Abigraf Na­cio­nal, em par­ ceria com a Abigraf-PR e apoio técnico da ABTG, seria uma fonte de novos conheci­ mentos. Algo para voltar para casa “com excesso de bagagem”, mas daquela que não paga taxa, nem pesa demais. Ao contrário, foi a oportunidade de ver in loco o que o tema “Crescendo com o Brasil” teria a ofe­ recer para suprir as mais atuais deman­ das empresariais. Além da verdadeira aula de economia de Henrique Meirelles, o 15 º‒ Congraf reservou aos participantes temas de vanguarda, mas sempre sob o olhar que interessa aos industriais gráficos. Nesses quatro dias de duração do evento, muito poderá ser aprendido sobre o que desejam os novos consumidores. Será possível iden­ tificar os elementos que fazem parte do fu­ turo do setor e como construir valores no re­la­cio­na­men­to com os clien­tes dessa “nova

Fabio Mestriner Propaganda e Mar­ke­ting (ESPM ). Coor­de­na­dor do Comitê de Estudos Estratégicos da As­so­cia­ção Brasileira de Embalagem (Abre). Autor dos livros Design de Embalagem – Curso Avançado e Gestão Estratégica de Embalagem (Editora Pear­son/Pren­ tice Hall — livros adotados por mais de 30 universidades do País). Foi presidente da Abre e representan­ te do Brasil na diretoria da World Packaging Or­g a­n i­z a­t ion ( W P O ) entre 2002 e 2006.

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Cesar Callegari: membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Na­cio­nal de Educação. Presidente do Instituto Brasileiro de So­cio­lo­gia

gráfica”. Os participantes também poderão levar na bagagem informações relevantes sobre ne­gó­cios e oportunidades, em dife­ rentes segmentos de impressão — embala­ gens, pro­mo­cio­nal, edi­to­r ial. E, com certe­ za, voltarão para suas empresas com novas ideias para planejar seus investimentos, controlar custos e lucrar muito mais. Troca de ex­p e­r iên­c ias, atua­l i­z a­ç ão mercadológica ou a oportunidade de con­ fraternização entre os em­pre­sá­r ios. O que é mais relevante no Congraf? Claudio Ba­ ronni deixa sua opi­nião. “Dividindo a im­ portância com as palestras, a parte de con­ vivência, troca de ideias, reconhecimento de problemas comuns entre gráficos, for­ necedores e entidades que se misturam no dia a dia da indústria gráfica é o maior valor que o Congraf pode oferecer aos que marcaram presença”. Eduar­do Mota acre­ dita que, com toda a certeza, o evento é uma maneira de reciclar as práticas em­ presariais. “Representa uma oportunidade de adquirir novos ensinamentos, de des­

Cesar Callegari Aplicada (IBSA ) e do Conselho de Acompanhamento e Controle So­ cial do Fundeb no âmbito da ­União. Membro do Conselho de Governan­ ça do Movimento Todos pela Educa­ ção. Ocupou diferentes cargos públi­ cos nos governos federal, es­ta­dual e municipal de São Paulo, sempre em ­­áreas vinculadas à educação e foi deputado es­ta­dual por dois man­ datos. É autor de vá­rios trabalhos publicados sobre educação pública. Walter Longo: com 39 anos de atua­ ção na área de vendas, propaganda e mar­ke­ting, ocupou cargos execu­ tivos em importante agên­cias nacio­ nais e estrangeiras. Foi presidente de

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cobrir os caminhos, de renovar a maneira de pensar o setor gráfico e de confraterni­ zar na­cio­nal­men­te. É muito importante a participação de todos que fazem o setor, gráficos e fornecedores”. Sorte de quem foi!

15º- Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica

Data: 8 a 11 de outubro Abertura: 8 de outubro, a partir de 19h Palestras: 9 a 11 de outubro, das 9h30 às 13h30 Feira: dias 9 e 10, das 8 às 17h; dia 11, das 9 às 12h Local: Hotel Mabu Thermas & Resort Avenida das Cataratas, 3.175, Foz do Iguaçu (PR)

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Walter Longo importantes grupos de comunica­ ção com atua­ção mun­dial e, desde 2006, está na Newcomm (holding formada pela as­so­cia­ção de Rober­ to Justus e do Grupo WPP ) como mentor de estratégia e inovação. O grupo reú­ne, no Brasil, diversas empresas de destaque no mercado, como Young&Rubicam, Wunder­ man Energy, entre outras. É membro de vá­rios conselhos de empresas de telecomunicações, articulista e autor de livros na área de comunicação. Mário César Martins de Camargo – diretor-​­presidente da Gráfica Bandei­ rantes, é 1º vice-​­presidente da Conla­ tingraf (2010–2012). Foi presidente

Mário César de Camargo da ABTG (1988–1992); da Abigraf Re­gio­nal São Paulo (1995-​­2001); da Abigraf Na­cio­nal (2001–2008 e 2009– 2011); e do Sindigraf-SP (2004–2010). Foi diretor-​­delegado da Federação das In­dús­trias do Estado de São Pau­ lo, junto à CNI (2004–2007) e vice-​ ­presidente da ­Fiesp (2007–2011). Recebeu os prê­mios: Líder Gráfico das Américas 2005 (Printing As­so­ cia­tion of Florida); Personalidade da Comunicação 2005 (Conlatingraf); Personalidade do Ano Extra-​­Setor 2006 (As­so­cia­ção Na­cio­nal dos Ven­ dedores de Papel); e Global Pre­si­den­ tial Print 2009 (The As­so­cia­tion for Sup­pliers of Printing, Publishing and Converting Tech­no­lo­gies).



Fotos: Comodo/AG Riguardare

Público qualificado cresce na Office PaperBrasil Escolar

Cerca de 45% dos profissionais que estiveram na feira eram compradores. Fabricantes de cadernos projetam crescimento para o período de volta às aulas 2012.

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Tânia Galluzzi

egunda maior feira de ne­gó­cios do mundo para o segmento de produ­ tos e serviços para es­cri­tó­r ios, pa­ pe­la­r ias e escolas, a 25 ª‒ edição da Office PaperBrasil Escolar foi encerrada no dia 25 de agosto, no pavilhão de expo­ sições do Anhembi, em São Paulo. Ao lon­ go de quatro dias, o evento recebeu 34.421 profissionais, sendo 15.410 comprado­ res nacionais e internacionais, número 20% su­pe­r ior ao registrado no ano passa­ do, quando cerca de 12.000 compradores estiveram no evento. O público total, po­ rém, caiu. Em 2010 foram 41.652 visitan­ tes. Na opi­nião de Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, promotora da fei­ REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

ra, o objetivo de movimentar os ne­gó­cios do setor para o próximo ano foi alcançado. “As feiras de ne­gó­cios caminham cada vez mais para uma visitação qualificada. Qua­ se 45% do total de visitantes desta edição foi de compradores, ou seja, público orien­ ta­do para a rea­l i­za­ção de ne­gó­cios. O re­ sultado foi a satisfação dos expositores”. A exemplo das edições an­te­r io­res, a Office PaperBrasil Escolar, patrocinada

pela Abigraf, recebeu um grande número de importadores vindos de todos os conti­ nentes, es­pe­cial­men­te da América Latina. Para estimular ainda mais este intercâm­ bio, o Graphia, programa desenvolvido pela Abigraf em parceria com a Apex-​­Brasil para fomentar as exportações do setor, levou para a feira onze distribuidores e lojistas de paí­ses considerados estratégicos: Por­ tugal, Estados Unidos, Angola, República Dominicana, Costa Rica, Equador, Gua­ te­m a­l a, México e Honduras. Ricardo Fonseca, da área de ne­g ó­c ios interna­ cionais do Graphia, ficou contente com os resultados. “Nas rodadas entre os fa­ bricantes e os com­ pradores convida­ dos foram fechados ne­gó­c ios efetivos”.


A presença do Graphia na feira também aumentou o interesse de mais empresas do setor gráfico para integrar o projeto. Uma das novidades da 25 ª‒ edição foi a setorização das empresas expositoras de acordo com a categoria de produtos. Segun­ do Wanira Salles, gerente de ne­gó­cios da Francal, a mudança foi aprovada pelos lo­ jistas. “Todos com quem conversamos dis­ seram que a setorização facilitou o planeja­ mento e otimizou seu tempo no pavilhão”. A gerente avalia que, para uma primei­ ra ex­pe­r iên­c ia, o resultado foi satisfató­ rio e que poucos ajustes serão ne­ces­sá­r ios para a próxima edição. A setorização não alterou a rotina dos fabricantes de cadernos entrevistados pela Revista Abigraf. “A nova organização não interferiu em nada. Os principais clien­ tes, aqueles que esperávamos receber, já vie­ram”, contou Wagner Jacob, diretor co­ mer­cial da Tilibra, empresa do grupo nor­ te-​­a mericano Mead­west­v a­co, no tercei­

ro dia do evento. E os lojistas, segundo o executivo, estão otimistas com relação ao volta às aulas 2012. “Estamos apresentan­ do 560 itens, com linhas para todos os ti­ pos de público, e esperamos vendas su­pe­ rio­res às do ano passado”. Se o mercado interno vai bem, externamente o cená­ rio é inverso, sobretudo em função da va­ lorização do real frente ao dólar e do cus­ to Brasil. “A si­tua­ção não se alterando, não há como recuperar os ne­gó­cios externos”, afirmou Wagner Jacob. Em 2010, segundo análise elaborada pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf Na­cio­nal, o segmento de cader­ nos no Brasil exportou US$ 29,96 mi­l hões, es­pe­cial­men­te para os Estados Unidos, o que significou crescimento de 0,4% em re­ lação a 2009. Apesar do incremento, esse montante está muito abaixo do registrado em 2006, no auge das exportações brasilei­ ras de cadernos: US$ 70,37 mi­l hões. “Nes­ te ano, devemos exportar menos do que

Feira comemora 25 anos

No primeiro dia da Office PaperBrasil Esco­

lar aconteceu a festa dos 25 anos da feira. A comemoração foi rea­li­za­da no Palácio das Convenções do Anhembi, que recebeu colaboradores, expositores e convidados. No palco, Abdala Jamil Abdala, presiden­ te da Francal, agradeceu aos expositores pela longa parceria e reforçou o papel da Francal de servir ao mercado.

Na oca­sião, três empresas que partici­ pam desde a primeira edição receberam uma homenagem es­pe­cial: Dermiwil, Fa­ ber Castell e Tilibra. Depois da homena­ gem foi rea­li­za­da a entrega do Prêmio Desempenho em Papelaria, organizado pela Francal e pela Revista da Papelaria, destacando cinco pa­pe­la­rias e cinco representantes comerciais.

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A Francal homenageou as empresas que participaram das 25 edições da feira (E/D): Wagner Jacob, diretor comercial da Tilibra; Rubens Passo, presidente da Tilibra; Decio Esteves, diretor presidente da Dermiwil; Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras; e Carlos Zuccolo, diretor de marketing da Faber Castell

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em 2010, algo em torno de dois me­ ses de nossa produ­ ção. Chegamos a ter seis meses de nossa produção compro­ metidos com o mer­ cado externo”, afir­ mou Marici Foroni, gerente de mar­ke­ting da Foroni. Os bons ventos vêm mesmo da demanda re­g io­nal. “Toda a nossa estratégia está voltada para o mercado interno”, disse a gerente. E a feira parece ter confirmado a aposta da fabrican­ te. “Os dois primeiros dias foram além da nossa expectativa. As vendas foram muito boas”. No ano passado, a produção da in­ dústria gráfica brasileira no segmento de cadernos foi de R$ 1,039 bi­l hão. Carlos Rettmann, presidente da Confetti, também estava comemorando o sal­ do da Office PaperBrasil. “Acertamos a mão. Vie­mos com um estande mais acessí­ vel, onde o visitante pôde ver e ma­nu­sear o produto. Isso é fundamental no nosso caso, pois fabricamos produtos com personali­ dade, fugindo das tradicionais licenças”. Mesmo dian­te das dificuldades conjuntu­ rais, Carlos Rettmann diz que esse é um bom momento para a exportação em fun­ ção do Tera, ma­te­r ial 100% reciclado pós-​ ­consumo a partir de embalagens longa-​­v ida produzido pela Confetti para as capas de al­ gumas linhas. “Temos ma­te­r ial reciclado em escala in­dus­trial e com preço compe­

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um crescimento de 20% no volta às aulas 2012, de acordo com o diretor Ivan Bignardi. “O segundo trimestre deste ano foi ruim, talvez pela maior austeridade do go­ verno, mas agora já sentimos uma melho­ ra. As linhas com ma­te­r ial reciclado têm crescido acima da média”. titivo, o que é um grande atrativo lá fora”. Atual­men­te, 30% da produção da Confetti segue para o mercado externo, número que deve crescer até o final do ano. Dentro de casa o ritmo também está forte. A empresa planeja uma expansão significativa no volta às aulas 2012. Em agendas, por exemplo, a expectativa é de elevação de 15%. A Cre­deal foi para a feira preparada para atender o lojista. A empresa ampliou de 34 para 48 o número de coleções de ca­ dernos, das quais 60% são pró­prias e 40% li­cen­c ia­men­tos, desde personagens Dis­ ney até times de futebol, bandas de rock e marcas de roupas. “Entendemos o cader­ no como um acessório de moda e as linhas seguem esse conceito”, afirmou Cristina ­Dittgen, gerente de mar­ke­ting. Para além das fronteiras a Cre­deal também está apos­ tando no am­bien­tal­men­te correto. A em­ presa está desenvolvendo com um parcei­ ro externo a utilização de PET reciclado nas capas de cadernos e agendas. A Jandaia, pertencente ao Grupo Big­ nardi, também incrementou seu portfó­ lio, agora com 52 linhas, acreditando em

Associação quer fortalecer o atacado de papelarias F

undada há dois anos, a As­so­cia­ção dos Distribuidores de Papelaria (Adispa) apro­ veitou a Office PaperBrasil para dar início à am­plia­ção do quadro de as­so­cia­dos e ao aumento da representatividade. Presidida por seu idea­l i­z a­d or e fundador, Paulo César Sárria, do Atacado São Paulo (ES ), a Adispa conta com 20 as­so­cia­dos. Segundo Marcia Alves, executiva da as­so­cia­ção, a meta é elevar este número para 30. A entidade nasceu para reunir atacadis­ tas que tenham como atividade principal, ou parcela significativa do negócio, a dis­ tribuição de ma­te­rial de escritório, escolar e de informática para pequenos estabe­ lecimentos, principalmente pa­pe­la­rias. “O maior desafio do setor é mostrar para o mercado os be­ne­fí­cios oferecidos pelos distribuidores, como facilidade de ne­go­ cia­ção, va­rie­da­de de produtos e entregas rápidas, entre outros”, explica Marcia.


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O P I N I Ã O

ota Eduardo Carneiro M Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Abigraf Regional Pernambuco

O Nordeste imprime páginas históricas

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urante a solenidade de entrega do 3º‒ Prêmio Nordeste de Excelência Grá‑ fica José Cândido Cordeiro, no último dia 26 de agosto, um companheiro empresário grá‑ fico nos confidenciou que “em nenhuma outra re‑ gião do País seria possível reunir tantas empresas de oito estados em prol do mesmo objetivo”. Aque‑ la frase, dita por alguém que não nasceu nem tra‑ balha em solo nordestino, nos deixou pensativos acerca do papel que hoje representamos no cenário industrial gráfico brasileiro. Busquemos o exemplo no mesmo Prêmio Nordes‑ te para alicerçar esta reflexão: concorreram à pre‑ miação 580 produtos de 69 empresas dos mais va‑ riados portes e segmentos gráficos. Observando‑se que o prêmio está apenas na sua terceira edição, e que se iniciou em 2009, reunindo 284 produtos de 36 empresas, verifica‑se que é, certamente, o que cresce com mais rapidez dentre todas as regiões e o que terá ainda mais espaço para crescer. Além disso, as maiores empresas fornecedoras de produtos e insumos gráficos apressam‑se em es‑ tabelecer bases e representações em nossa região e que a maior parte das empresas gráficas nordesti‑ nas já domina as principais tecnologias de ponta, seja em máquinas, softwares ou capacitação em‑ presarial, nada ficando a dever nesses quesitos às demais regiões do País. Este novo dinamismo, bem diferente do “acanha‑ do” cenário existente há alguns anos, resulta de uma série de ações nas quais a Abigraf‑PE e o Sindus‑ graf‑PE, no caso de Pernambuco, têm desempenhado papel fundamental. As entidades do setor são verda‑ deiros instrumentos nas mãos dos empresários grá‑ ficos, que nelas encontram meios e formas de ala‑ vancar o crescimento de suas empresas, a exemplo das missões empresariais, feiras e eventos — como o Congraf —, cursos, palestras e capacitações diver‑ sas, além da realização do principal evento do se‑ REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

tor na região, o Graphium Show – Salão de Forne‑ cedores de Equipamentos, Produtos e Serviços para a Indústria Gráfica, dentre outras atividades sem‑ pre voltadas para os interesses das empresas do se‑ tor. Acrescente‑se a este variado e incessante rol de ações o atual crescimento vertiginoso da economia nordestina e chega‑se a uma explicação sobre esta nova realidade da indústria gráfica regional. Todavia, se a nossa realidade apresenta um cená‑ rio de desenvolvimento industrial sólido e constante, ainda há muito a se fazer para viabilizar sua susten‑ tabilidade. A capacitação técnica dos nossos colabo‑ radores, por exemplo, é um gargalo que a indústria gráfica brasileira e as autoridades ainda não decidi‑ ram solucionar, a despeito da importância econômi‑ ca e social do setor na região, bem como da existên‑ cia de um projeto para implantação da Escola Gráfica Nordestina — já devidamente debatido e aprovado, mas ainda não viabilizado. Entretanto, a história do Nordeste brasileiro é a história da superação de obstáculos e de conquis‑ tas improváveis. Porque “somos, antes de tudo, uns fortes”, seguimos firmes e desempenhando um papel cada vez mais decisivo no desenvolvimento da indús‑ tria gráfica brasileira, o que tem ocorrido há exatos 194 anos — uma vez que o nosso primeiro impres‑ so, o boletim “Preciso”, saiu da Oficina Tipográfica da República de Pernambuco no dia 28 de março de 1817. Era o órgão oficial do movimento revolucio‑ nário de caráter republicano e liberal, que eclodiu em Pernambuco naquele mês e teve como objetivo criar no Nordeste uma república livre do domínio português e da hegemonia político‑econômica do Rio de Janeiro, então residência da Corte portuguesa. Hoje, felizmente, não necessitamos de panfletos ou de movimentos libertários para nos livrar de qual‑ quer tipo de jugo ou controle. O próprio dinamismo e a capacidade empreendedora dos empresários grá‑ ficos de todos os estados da região, aliados ao pro‑ cesso de retomada de crescimento, serão os princi‑ pais responsáveis por superar alguns obstáculos e gargalos que ainda tentam dificultar a nossa cami‑ nhada. Mas eles passarão, e nós seguiremos impri‑ mindo páginas exemplares na história da indústria gráfica brasileira. Quem viver verá. graficacontexto@hotmail.com






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Bahia lança em 2012 fac-símile da primeira revista brasileira Está previsto para o início do próximo ano o lançamento de edição fac-similar de As Variedades ou Ensaios de Literatura, que circulou em 1812.

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comemoração dos 200 anos do lançamento da primeira revista brasileira está marcada para 23 de janeiro de 2012 no Auditório Katia Mattoso da Bi­blio­te­ca Pública do Estado da Bahia. Na oca­sião, será lançado o fac-​­símile da coleção de As Va­ rie­da­des ou Ensaios de Literatura, cujos três únicos números, que circularam entre janeiro e março de 1812, foram impressos na tipografia de Ma­noel Antonio da Silva Serva, em Salvador, a primeira unidade da indústria gráfico-​­edi­to­r ial privada

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Luis Guilherme Pontes Tavares*

brasileira. O fac-​­símile será acomodado num estojo ao lado de volumes contendo o texto atua­li­za­do da revista e de ensaios a respeito dela e de seu impressor. O evento foi programado pela Fundação Pedro Calmon, órgão da Secretaria da Cultura do governo baiano, em parceria com a As­so­c ia­ç ão Bahia­n a de Imprensa, Empresa Gráfica da Bahia (que comemorará o primeiro centenário em 2015) e o Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia (Nehib). Estão sendo convidados três palestran-

tes para o lançamento: a professora Cybelle Moreira de Ipanema, secretária do Instituto Histórico e Geo­grá­fi­co Brasileiro (IHGB); o jornalista Leão Serva, diretor do Diá­r io de S. Paulo e descendente de Silva Serva; e o empresário Thomaz Souto Correa, vice-​­presidente do Conselho Edi­to­r ial do Grupo Abril. Apenas três números

O his­to­r ia­dor Helio Vian­na dedicou o primeiro capítulo do seu clássico Contribui­ ção à Historia da Imprensa Brasileira (Rio de


Acervo do Museu de Arte da Bahia

Edificação do século XVIII, no bairro do Comércio, em Salvador, onde Silva Serva morou e instalou a sua tipografia

Janeiro: Imprensa Na­c io­n al, 1945) para afirmar o pioneirismo de As Va­r ie­da­des entre as revistas dos pri­mór­d ios da imprensa brasileira. O autor preen­che algumas páginas do ensaio com informações sobre o redator Dio­go Soa­res da Silva de Bivar. A revista foi também estudada pelo bi­blió­f i­lo Renato Berbert de Castro, que, em 1982, publicou o primeiro fac-​­símile dela no número 1 da série “Documentos e estudos de história e literatura da Bahia: inéditos e reimpressos”, do Arquivo Público do Estado da Bahia. O texto introdutório, de sua lavra, dia­lo­ga com o ensaio de Helio Vian­na. As Va­rie­da­des ou Ensaios de Literatura foi mais uma ini­cia­ti­va audaciosa do empresário de origem portuguesa Ma­noel Antonio da Silva Serva. Em 14 de maio de 1811, ele lançara o primeiro jornal baiano e segundo impresso no País — Idade d’Ouro do Bra­ zil —, patrocinado pelo conde dos Arcos, e enfrentava dificuldade para renovar assinaturas e vender exemplares avulsos. Silva Serva as encarava com vigor e cria­ti­v i­ da­de: subs­ti­tuía importação ao fabricar em Salvador tipos móveis e prelos — pretendia fabricar papel a partir da polpa obtida com a folha de bananeira e formava quadros na sua tipografia, mas o reduzido mercado por causa do predomínio de analfabetos e a ausência de redatores não autorizava o novo produto que Silva Serva lançou em janeiro de 1812. A missão, digamos assim, de As Va­r ie­ da­des ou Ensaios de Literatura era civilizatória. Tanto o prospecto que anun­c ia­v a o seu lançamento como a carta de prin­

cí­pios estampada no número 1 dão conta de que suas páginas se­r iam preen­c hi­d as por “reflexões profundas sobre os costumes e as virtudes sociais e morais, algumas novelas

Diogo Soares da Silva de Bivar N

ão há uma data precisa da chegada acidental a Salvador do redator da revista As Va­r ie­d a­d es. Ele havia sido degredado de Portugal para Rios de Sena, em Moçambique, sob a acusação de ter apoiado os franceses quando da ocupação na­po­leô­ni­ca de 1807, cuja consequência foi a transmigração da Corte portuguesa para o Brasil. Ficou preso no Forte de São Pedro até 1821, quando dom João VI restabeleceu-​­lhe a liberdade. Durante esse pe­río­do colaborou com o seu texto nos impressos da Tipografia Serva. Constituiu família casando-se com Vio­lan­te Ceo e Lima e teve três filhos, uma das quais, a caçula, foi a primeira jornalista brasileira: Vio­lan­te Atabalipa Ximenes de Bivar e Velasco. Assim como há questões não respondidas sobre a história da primeira revista brasileira, há também questões não respondidas sobre Dio­go de Bivar. Seu destino fora traçado em Portugal para acabar na África. No entanto, depois de cumprir “prisão” em Salvador, foi para o Rio de Janeiro como fun­ cio­ná­rio da Corte e experimentou o prestígio de ser o primeiro orador do Real Instituto Histórico e Geo­grá­f i­co Brasileiro e diretor do Real Conservatório Dramático. O que se lamenta é a ausência da bio­gra­f ia de Ma­ noel Antonio da Silva Serva, o pioneiro da indústria gráfica privada brasileira.

de escolhido gosto e moral, resumo de via­gens, extratos da história antiga, pedaços de auto­ res clássicos portugueses, quer em prosa, quer em verso, anedotas cu­rio­sas, tudo, em uma pa­ lavra, que pode com­preen­der-se na expressão geral de Literatura, são os materiais de que o Redator se há de servir para esta compila­ ção, que pelo correr do tempo se am­plia­rá a al­ guns ramos dos conhecimentos cien­tí­f i­cos pro­ pria­men­te ditos”. Nos dias atuais seria uma revista de va­r ie­da­des e autoajuda. O primeiro número, datado de janeiro de 1812, saiu com 30 páginas. Circulou no início de fevereiro, mês em que a revista não ofereceu um novo número aos assinantes. Isso porque o redator caí­ra doen­te. Em março saiu, então, o número duplo — 2 e 3 — com 67 páginas e com esse a vida do pe­r ió­d i­co foi encerrada. Em 1814, Silva Serva comercializou num único volume os três números da revista, aproveitando os exemplares que sobraram de 1812. Imprimiu novo frontispício, exibindo assim, mais uma vez, seu tirocínio co­mer­ cial e sua cria­ti­v i­da­de. É um dos volumes de 1814 que está sendo digitalizado e que será lançado em janeiro próximo. Exemplar raro

É provável que só tenha restado um único volume da coleção de As Va­r ie­da­des ou Ensaios de Literatura, daí a relevância do fac-​­símile que será lançado em 2012. Tanto Helio Vian­na como Renato Berbert de Castro utilizaram-se deste que é, portanto, uma raridade: o volume que há alguns anos pertence à Fundação Clemente Ma­ ria­ni, entidade cultural ligada ao Banco da Bahia Investimentos, fora an­te­r io­men­te do co­le­c io­na­dor fluminense Francisco Marques dos Santos. Em 1949, após o volume ser submetido, no Rio de Janeiro, a ações restaurativas sob a responsabilidade do bi­ blió­fi­lo Tancredo de Barros Paiva, Marques dos Santos doou-o ao Instituto Geo­g rá­f i­ co e Histórico da Bahia. O volume está em bom estado e a mancha gráfica permite usufruir de leitura agradável. *Jornalista e produtor editorial. É diretor cultural da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) para o biênio 2011-2012. É autor de Arthur Arezio da Fonseca (Salvador: Egba, 2005). Recebeu da Abigraf/ ABTG , em 1991, o Prêmio Ignaz Johann Sessler. SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Caravanas de vários estados prestigiam o 6º- Graphium Show

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Pernambuco sediou em agosto mais uma edição do evento que engloba exposição, conferências e fóruns, atraindo visitantes de todo o Nordeste.

m­pre­sá­r ios gráficos de vá­r ios estados do Nordeste marcaram presença no 6º‒ Graphium Show. A feira foi rea­l i­za­d a entre os dias 23 e 26 de agosto no Centro de Convenções de Pernambuco, reunindo expositores de todo o Brasil com inovações em produtos, serviços e equipamentos da indústria gráfica na­cio­nal. O evento con­ tou com as principais marcas consolidadas do mercado, com dezenas de empresas ex­ positoras e visitação massiva de em­pre­sá­ rios, fornecedores, profissionais e clien­ tes da indústria gráfica. A programação de fóruns durante o salão incluiu temas técnicos e gerenciais como o futuro da in­ dústria gráfica, Pantone e cores especiais, controle de molha, normatização e ge­ren­ cia­men­to de cores, custo e preço de venda e o futuro do CtP. O presidente do Sindusgraf- PE , Val­ dézio Figueiredo, lembrou que o Nordes­ te é a re­g ião onde o setor tem crescimen­ to mais significativo e o Graphium Show permite estreitar o re­la­cio­na­men­to entre as empresas e os fabricantes, possibilitan­ do entender as necessidades dos em­pre­sá­ rios gráficos e tornando acessível a tecno­ logia mais avançada e utilizada em todo o mundo. “É crescente o número de empre­ sas dos diversos estados que pres­ti­g iam o Graphium Show, resultado do aquecimento do mercado na re­gião e, também, reflexo do crescimento da economia pernambucana, onde o PIB estimado chegará a R$ 101 bi­ REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

lhões em 2012, com taxa de crescimento de 7,5% ao ano, o maior índice do País”, comen­ tou Eduar­do Carneiro Mota, presidente da Abigraf Regional Pernambuco. Um dos serviços de maior sucesso no estande das entidades foi o de composição ma­nual e impressão tipográfica. Em ple­ na era da impressão digital, a Zitográfica cedeu seus equipamentos históricos para fun­cio­nar ao vivo, imprimindo cartões per­ sonalizados e atraindo fãs e saudosos do processo responsável pela chegada e pelo desenvolvimento da imprensa em grande parte do mundo: a tipografia. Para os expositores, essa foi a melhor edição do evento. “Crescemos 20 metros quadrados em relação à edição an­te­r ior. Isso mostra a importância que damos ao Graphium Show, ressaltando que agora te­ mos nossa fi­l ial em Paratibe (PE) e apos­ tamos muito no Nordeste”, afirmou Luís Flávio Lima, gerente do Grupo Furnax, em­ presa que participou com o maior estande

do evento, 160 m². De acordo com o execu­ tivo, os ne­gó­cios superaram as expectati­ vas. “Vendemos bem os produtos expostos, incluindo guilhotinas Hércules e máquinas de corte e vinco Master”. Da­nie­la Pinheiro, da Digigraf, também avaliou favoravelmente o evento. “Fizemos mais ne­gó­cios do que nas edições an­te­r io­ res, além de vá­r ios contatos. Foi uma ótima feira”. Para Carlos Chahes­tian, gerente co­ mer­cial da Gutenberg, os em­pre­sá­r ios esta­ vam em busca de informação. “Eles vie­ram em busca de novidades e aperfeiçoamen­ to, principalmente na área de acabamento. Mesmo assim fizemos ne­gó­cios, vendemos máquinas e o resultado foi positivo”. Quem esteve pela primeira vez comemorou os re­ sultados, como a Maqtinpel. “O estande foi muito bem visitado e fizemos ótimos ne­gó­ cios e contatos com empresas interessadas nos equipamentos em exposição, princi­ palmente para hot stamping e numeradores digitais”, comentou Silvia Linberg.


CONCEITOS JTA

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Gráfica Aquarela/MA

Todas as cores da Aquarela Tradicional no segmento promocional, a gráfica maranhense amplia presença no nicho editorial e se prepara para lançar seu próprio selo de obras didáticas. Ada Caperuto

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esde a fundação, em 1993, até os dias de hoje, a Gráfica e Editora Aquarela, de São Luís (MA), vem acumulando ex­pe­ riên­cias, modernizando seu parque gráfi­ co e otimizando a sua maneira de produ­ zir impressos. Inserida prio­r i­t a­r ia­men­te no segmento pro­mo­cio­nal, mas com for­

(E/D): José de Ribamar, gerente de produção; Sivoneide Duarte, gerente de vendas; Edina Araújo, gerente financeira e Roberto Moreira, diretor geral

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

te atua­ção no edi­to­r ial, a empresa segue os valores da atenção total ao clien­te, cria­ ti­v i­d a­de e responsabilidade so­cioam­bien­ tal, aspectos que, para o diretor geral, Ro­ berto Carlos Moreira, estão presentes no dia a dia do trabalho, di­fe­ren­cian­do a grá­ fica no mercado da re­g ião. “A agilidade na entrega, a qualidade e os ótimos preços fazem com que tenhamos a melhor rela­ ção custo-​­benefício do mercado local”, diz ele, que também exerce a presidência da Abigraf Re­g io­nal Maranhão. Como ocorre com a maior parte das in­ dús­t rias do setor, a empresa iniciou suas atividades com poucos equipamentos, to­ dos eles usados. As ne­ces­sá­r ias atua­l i­z a­ ções, que modernizaram o parque — hoje com 2.000 metros quadrados de área to­ tal —, vie­ram com o tempo. Resultou, de acordo com Roberto Moreira, dos esforços na busca por informações em feiras e even­ tos do setor. “Deste modo, identificamos as opções tecnológicas mais adequadas e eco­ nomicamente viáveis. Agora, com a estru­ tura modernizada, con­ti­nua­mos investindo na qualificação de nosso pes­soal”.


Atual­men­te dotado das mais recen­ tes tec­no­lo­g ias na área de impressão off­ set — duas impressoras quatro cores, nos formatos 74 cm e 52 cm, além de equipa­ mentos bicolores com reversão e offset a uma cor com numeradores e modernas má­ quinas de acabamento —, o parque gráfico da Aquarela conta com 36 fun­cio­ná­r ios e tem uma capacidade instalada para consu­ mir 150 toneladas de papel por mês, aten­ dendo clien­tes do próprio Estado e tam­ bém dos vizinhos ­Piauí e Pará. “Em 2010 adquirimos nossa mais nova Heidelberg Speed­m as­ter 74/4. Com a instalação do equipamento, neste ano, investimos no segundo CtP e passamos a utilizar chapas offset sem químicos, pensando em mini­ mizar os impactos ambientais de nossa produção”, comenta o diretor.

A empresa está equipada também com estúdio fotográfico para produzir encartes, panfletos promocionais e demais produ­ tos, oferecendo suporte a diversas agên­ cias de publicidade. Na gestão, a gráfica migrou seu soft­ware de ERP para o Gprint, da Calcgraf, que trouxe uma nova visão administrativa dos ne­gó­cios. Selo próprio

Os principais produtos da Aquarela são fei­ tos para o segmento pro­mo­cio­nal, mas nos últimos meses a área edi­to­rial vem obtendo as melhores taxas de crescimento. “Prefe­

rimos trabalhar com títulos didáticos, com ênfase na área jurídica, e em breve lançare­ mos um selo edi­to­r ial e nossa primeira loja exclusiva para a venda de livros. Já o tra­ balho de edição de revistas é feito com par­ ceiros e deles surgem as novas e pe­r ió­d i­cas demandas”, explica Roberto Moreira. E esse portfólio poderá ser am­plia­do no ano que vem, uma vez que a gráfica está ini­cian­do os investimentos no processo de impressão digital. “Já atendemos pequenas tiragens de alguns clien­tes. A meta é darmos continui­ dade aos investimentos, procurando alcan­ çar uma forte expansão a partir de 2012”.

De fato, é melhor a empresa se prepa­ rar para os próximos anos. Embora o Ma­ ranhão não seja sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014, talvez seja be­ne­f i­c ia­do como cidade dormitório de alguma das se­ leções sor­tea­das para os vizinhos estados do Cea­rá e do Rio Grande do Norte. “Ao nos­ so ver, 2011 será um ano de crescimento regular, dada a instabilidade do mercado. Mas acredito muito em uma virada no ano que vem, com os grandes eventos e, natu­ ralmente, por ser um ano eleitoral, os in­ vestimentos públicos são maiores, o que traz enorme be­ne­f í­cios à economia local”, afirma o empresário. & AQUARELA GRÁFICA E EDITORA Tel. (98) 3248.7700 www.aquarela.ind.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Boletim escrito e ilustrado em braille amplia acesso das pessoas cegas às informações atualizadas e já conta com leitores em Portugal e na África, além do Brasil.

langelo, insetos, constelações, posições de ioga, tubarões e outros”, afirma Silvia. A gráfica da Fundação Dorina Nowill faz a transcrição para o braille, a dia­gra­ma­ ção, a revisão, a gravação da chapa matriz e a impressão em antigas máquinas Heidelberg. A distribuição dos dois mil exemplares é feita diretamente para leitores cegos, além de bi­blio­te­cas e instituições públicas de todo o País, indo também para Portugal e África. A remessa segue pelos Correios como cecograma, modalidade fran­quea­da e reservada ao ma­te­r ial escrito em braille. Amante das artes gráficas

A notícia na ponta dos dedos

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aracterística da so­cie­da­de contemporânea, o aumento ex­po­nen­cial no volume de informações recebidas dia­r ia­men­te é um reflexo dos avanços tecnológicos, que nos trazem no­tí­cias renovadas a cada segundo. Isso para quem enxerga. No Brasil, de acordo com censo do IBGE de uma década atrás, 150 mil pes­soas entrevistadas declararam-se cegas. É precisamente esta possibilidade de oferecer no­tí­cias atua­li­za­das em um intervalo de tempo menor para quem não pode enxergar que faz a diferença do Boletim Ponto a Ponto, projeto cria­do pela artista plástica paulistana Silvia Valentini em 1995 e que a partir de 2007 conta com o apoio da Lei Rouanet e o patrocínio da Petrobras. Impressa em braille, com um mínimo de 60 páginas, a publicação é também mais abrangente: traz no­tí­cias transcritas de jornais e revistas, com artigos dis­tri­buí­dos em REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

seções como ne­gó­c ios e profissões, estilo de vida e comportamento, meio am­bien­te, educação e cultura, literatura, ciên­cias, turismo e saú­de. Porém, são apenas oito ma­ té­r ias por edição, em média, já que a lauda em braile equivale a quatro impressas. Silvia esclarece que a maior parte do ma­te­r ial disponível em braille tem cunho educativo. Uma boa exceção é a revista publicada pelo Instituto Benjamin Constant, que é trimestral. “Estou fechando a redação hoje, no final de agosto, já com as ma­té­r ias das revistas de setembro. Esse ime­dia­tis­mo é algo que faz muita falta para as pes­soas cegas”. Mais ainda quando se sabe que o boletim conta com um público de surdos-​­cegos, privados do no­ti­ciá­r io da TV e do rádio. Também são raras as publicações ilustradas. E este é outro di­fe­ren­cial do boletim. “Os leitores apre­ciam as imagens táteis. Já foram reproduzidos desenhos de Miche-

Silvia Valentini é formada em artes plásticas com es­pe­cia­li­za­ção em gravura em metal. Hoje cursa o doutorado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, investigando a percepção que pes­soas cegas têm da paisagem urbana. O braille ela aprendeu quando era voluntária na audioteca Clube da Boa Leitura, do Rio de Janeiro. Foi onde tudo começou. Em 1994, ela criou o projeto Ponto a Ponto, um clube de troca de cor­res­pon­dên­cias em braille, que hoje conta com quase 400 só­cios cegos de 40 paí­ses. O boletim começou a nascer no ano seguinte, para atender a um público de surdos-​­cegos. No início, o papel era reciclado, reaproveitado de doa­ções de re­la­tó­r ios empresariais obsoletos feitas por uma amiga — as folhas com cerca de 90 g/m² são ideais para o braille. Em 2007, o projeto conquistou o patrocínio do Programa Petrobras Cultural. Agora, sua meta é fazer crescer para 120 o número de páginas. Mas há um senão: os custos aumentaram, enquanto o capital aportado permaneceu no mesmo patamar. Por isso, Silvia está à procura de novos apoiadores, permanentes ou não. No momento, por exemplo, ela busca um pro­f is­sio­nal voluntário para desenvolver seu site. “O domínio www.pontoaponto. net é meu, mas ainda é apenas uma página em construção”, diz. Para entrar em contato com o Projeto Ponto a Ponto, envie um e-​ ­mail para o endereço projetopontoaponto@ uol.com.br. Aprovado pela Lei Rouanet, o boletim possibilita renúncia fiscal para pes­soas físicas e jurídicas.


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Gráfica Cearense/CE

Orgulho de ser Cearense Localizada na região metropolitana de Fortaleza, a gráfica que carrega no nome o atestado de sua origem está há mais de 30 anos no mercado, destacando-se como uma das maiores do Estado.

Orgulhoso da terra das belas praias e dos bons resultados econômicos, José Mo­ zart Martins não teve dúvida ao escolher o nome de sua empresa, cria­da em 1975: Gráfica Cea­ren­se. Ini­cial­men­te instalado em um prédio da família, o negócio come­ çou de forma modesta, com um parque de

Milena Prado Neves

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Nordeste brasileiro passa por um bom momento de expan­ são. Uma pesquisa do Ban­ co Central mostra que a eco­ nomia brasileira cresceu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, enquanto que a re­ gião teve um avanço de 1,6% no mesmo pe­r ío­do. Neste cenário sobressai o Cea­rá. De acordo com os números de março, di­ vulgados pelo Instituto de Pesquisa e Es­ tratégia Econômica do Cea­rá (Ipece), o PIB do Estado apresentou crescimento de 7,9% em 2010, contra 7,5% da média na­cio­nal. O Cea­rá ocupou também o posto de segun­ do maior gerador de empregos da re­g ião no primeiro semestre de 2011. REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

José Mozart Martins, fundador da Indústria Gráfica Cearense e Editora

máquinas trazidas de São Paulo e forma­ do por impressoras monocolores tipográfi­ cas e uma guilhotina. Era o su­f i­cien­te para produzir impressos comerciais para peque­ nos e mé­d ios clien­tes da capital e re­g ião metropolitana de Fortaleza. Ao longo dos 36 anos de história da Cea­ren­se, os segmentos atendidos foram am­plia­dos, abrangendo também o de for­ mu­lá­r ios con­tí­nuos, o edi­to­r ial e o de em­ balagens. Com mais de cem fun­cio­ná­r ios, expandindo-se em um modelo que o dire­ tor co­mer­cial e filho do fundador, José Mo­ zart Jú­nior, define como “crescimento or­ denado”, a empresa modernizou seu parque gráfico. Foram rea­l i­z a­dos investimentos em pré-​­impressão, com a aquisição de soft­ wares e CtP, impressoras e principalmente máquinas para acabamento e embalagens. Respondendo pela direção administra­ tiva, José Mozart Martins recebeu do pai suas primeiras lições sobre artes gráficas com o processo tipográfico. Com o passar do tempo, ele veio a repetir os passos de seu “professor”, transmitindo ao filho todo o conhecimento adquirido.


A parceria entre os dois foi um dos fa­ tores essenciais para o crescimento da grá­ fica. O outro foi a decisão de investir no segmento de for­mu­l á­r ios con­t í­nuos, ao perceberem a carência desse tipo de im­ presso na re­g ião. “Centenas de empresas do Cea­rá mandavam con­fec­c io­nar docu­ mentos fiscais no Sul e Sudeste, já que não havia fornecedor no Nordeste. Por isso, optamos por fabricar for­mu­l á­r ios con­t i­ nuos no pe­r ío­do de 1997 a 2007. Assim, expandimos os ne­gó­c ios conquistando clien­tes das re­g iões Norte e Nordeste do País, que entenderam ser possível baixar seus custos, produzindo aqui pertinho”, relembra Mozart Jú­nior. Confiança no futuro

Pouco a pouco a empresa se desenvolveu, crian­do ramificações internas para prestar novos serviços, a exemplo da fabricação de embalagens em papel-​­cartão para os mais va­r ia­dos segmentos in­ dustriais. Este ano o úl­ timo investimento foi em máquinas para fa­ bricação de rótulos e etiquetas f lexográfi­ cas. Toda essa diversi­ dade se deve também à mudança das instala­ ções ocorrida há cinco anos. “Ocupamos ago­

ra um espaço próprio de 12 mil metros quadrados, onde, além da produção, a lo­ gística se tornou muito mais efi­c ien­te”, explica Mozart Jú­nior. A Cea­ren­se caminha para obter certifi­ cações que são praticamente obri­ga­tó­r ias para gráficas que desejam se manter com­ petitivas. Recentemente conquistou a pri­ meira delas, o selo FSC (Forest Stewardship Council), principal atestado de procedência do papel no âmbito da sustentabilidade. Olhando para o futuro, pai e filho en­ xergam um horizonte promissor. Os dois só­c ios da gráfica estão em sintonia para con­ti­nuar seguindo as es­tra­té­g ias de ges­ tão que trouxeram resultados a um pro­ jeto em­pre­sa­r ial fa­m i­l iar ini­c ia­do há 36 anos. “Con­ti­nua­re­mos investindo em equi­ pamentos e em assistência aos colaborado­ res. Minha expectativa é aumentar o fatu­ ramento em 15 % nos próximos dois anos”, afirma o diretor co­mer­cial da Cea­ren­se. & GRÁFICA CEA­REN­SE Tel. (85) 3260.7100 www.gra­f i­ca­cea­ren­se.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Capacidade da Abril Gráfica em rotogravura aumenta 15% O resultado vem com a inauguração de uma nova impressora, que pode produzir mais de 900 páginas por segundo. Grupo Abril inaugurou no dia 1º‒ de setembro a nova impressora de rotogravura Cerutti 7 para a Abril Gráfica. A máquina ita­lia­na tem capa­ cidade para imprimir mais de 900 páginas por segundo, trazendo aumento na produti­ vidade, queda de 10% no consumo de ener­ gia e a possibilidade de impressão com co­ res especiais e aromas. O investimento de R$ 42 mi­l hões neste projeto vai ao encon­ tro da constante inovação em tecnologia promovida pela empresa. No mesmo dia foi apresentada a nova grampeadeira Pa­ cesetter, da Goss. O evento contou com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do presidente do conselho de admi­ nistração e diretor edi­to­rial do Grupo Abril, Roberto Civita, do presidente executivo do grupo, Gian­car­lo Civita, e do presidente da Cerutti, Gian­car­lo Cerutti.

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“A nova impressora tem característi­ cas di­fe­ren­c ia­d as que irão atender me­ lhor as expectativas de nossos clien­tes. Um exemplo é uma unidade para aplicar cor es­pe­cial e outra para fragrância. Isso abre portas para a produção de catálogos e de no­ vas publicações”, afirmou Eduar­do Costa, diretor superintendente da gráfica.

(E/D): Eduardo Costa, diretor superintendente da gráfica; Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo; Roberto Civita, presidente do conselho de administração do Grupo Abril; Giancarlo Cerutti, presidente do Grupo Cerutti e Giancarlo Civita, presidente executivo do Grupo Abril

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Segundo o executivo, a nova impres­ sora, que já está produzindo a revista Veja, dentre outras publicações da editora, vem como uma nova abordagem, de­li­nea­da pela Cerutti em parceria com a Abril, prio­r i­zan­ do a flexibilidade. Além dos recursos es­ peciais, a máquina, que pesa 266 tonela­ das e ocupa uma área de quase 1.000 m², traz troca automática de cilindros, redu­ zindo o setup, aproximando-o dos melho­ res tempos das impressoras offset. Deta­ lhe importante é o formato: dois metros de largura, mantendo o padrão usado pe­ las outras cinco máquinas de rotogravu­ ra da gráfica, permitindo o intercâmbio de matrizes de impressão. A Cerutti 7 é a primeira impressora da fabricante ita­lia­na a adotar o Conceito Aurora, de­l i­nea­do de­ pois da incorporação da unidade de roto­ gravura da KBA pela Cerutti. “Isso traz ino­ vações em design e na própria construção da máquina, que se diferencia pelo nível de automação e de integração de sistemas, o que representa um desafio para nossas equipes”. Após quatro meses de monta­ gem e ajustes, os técnicos ita­l ia­nos e ale­ mães con­ti­nuam na gráfica analisando o desempenho da impressora.



Gráfica Flamar/PE

Empenho reconhecido Aos 32 anos de existência, a Gráfica Flamar, de Pernambuco, tem seu trabalho de qualidade consagrado com a conquista de 31 importantes prêmios do setor gráfico. Clarissa Domingues

uan­do se fala de reconhecimento, a Gráfica Flamar tem motivos de sobra para comemorar. Afinal, os esforços no sentido de agregar qualidade aos seus produtos já renderam um total de 31 prê­mios, conquistados ao longo de 32 anos de existência. A empresa co­le­cio­na 29 tro­féus do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro — oito deles recebidos na última edição, rea­li­za­da em agosto deste ano —, um troféu do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini e um prêmio latino-​­americano Theo­bal­do De Nigris. Tais conquistas são o resultado de ampla es­pe­c ia­l i­z a­ç ão nas três ­­áreas em que atua — edi­to­r ial, pro­mo­cio­nal e embalagens.

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Roberto Leite Ribeiro, fundador da empresa

De acordo com o diretor co­mer­cial Flávio Alcides Figueiredo Ribeiro, a Flamar está preparada para prestar serviços de qualidade nesses segmentos. Essa expertise é amparada por equipamentos capazes de oferecer mais agilidade. No segmento edi­to­r ial, por exemplo, a gráfica dispõe de máquinas para confecção automatizada de capa dura e aplicação de cola PUR , costura, grampo e demais acabamentos, para atender com efi­ciên­cia pequenas e mé­d ias tiragens. No pro­mo­cio­nal, o principal foco é a alta produtividade, mesmo em produtos que exigem alto nível de manuseio ou tenham corte di­fe­ren­cia­ do. Na área de embalagem, a proposta é sempre agregar aplicações especiais aos produtos. Localizado na cidade de Olinda, o parque in­dus­trial da Flamar ocupa 3.800 metros quadrados, contando com as mais modernas tec­ no­lo­g ias gráficas, e emprega 140 fun­cio­ná­r ios. Bem distante dessa es­pe­cia­l i­za­ção, sua história começou modesta, porém foi marcada pela persistência. Tudo teve início com o desejo de Roberto Leite Ribeiro, fundador da empresa, de obter crescimento pro­f is­sio­nal.


Antes de se tornar empresário, Roberto foi zelador, operador de máquinas, office-​­boy e vendedor. No ano de 1979 decidiu entrar para o mundo dos ne­gó­cios e adquiriu uma gráfica praticamente falida. Ele só podia contar, de acordo com Flávio, com seu esforço de vendas, um talão de notas fiscais e um telefone, em uma sala de 10 metros quadrados. Aos poucos, ele conseguiu o capital necessário para adquirir os primeiros equipamentos. “Hoje, nosso di­fe­ren­cial é a responsabilidade com os prazos de entrega, que são os mais rápidos da re­g ião. Independentemente do valor da ne­go­c ia­ç ão co­mer­c ial, queremos oferecer sempre o melhor impresso gráfico, trabalhando com transparência, velocidade e comprometimento”, explica o diretor co­mer­cial. A Flamar atende as re­g iões Norte e Nordeste e o Distrito Federal, por meio de uma equipe de vendas, além da prestação de serviços para outras localidades do País por meio de uma central de re­la­cio­na­men­to. Projetos institucionais

A empresa oferece atendimento personalizado às agên­cias de publicidade, designando um técnico específico para cada tipo de campanha. “Esse di­re­cio­na­men­to nos dá certeza e segurança de que estamos desenvolvendo o melhor trabalho possível”. Outro destaque é a área de projetos, que dispõe de um soft­ware capaz de armazenar mais de 3 mil opções de produ-

tos no banco de dados, como ­books, estojos, kits promocionais, displays, móbiles e embalagens. Além dos investimentos recentes em sistemas de TI e máquinas automatizadas para acabamento, a Flamar também direcionou recursos para a capacitação de seus profissionais. No âmbito cultural foram cria­dos projetos especiais, como “Mulheres de Olinda”, de diversos autores, e “Francisco Brennand”, com trabalhos do escultor. Obras se­le­cio­na­das desses artistas são aplicadas em produtos institucionais da Flamar. Além de valorizar importantes nomes da arte no Estado, a ini­cia­ti­va fun­cio­na como um estímulo para os novos talentos da re­g ião.

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IMPRESSÕES

Reinaldo Espinosa

Presidente Executivo da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG)

Trocando o repertório e você ainda perde tempo discutindo se o papel vai acabar ou não, está mais do que na hora de abandonar esse debate e trocá‑lo por um muito mais produtivo: como aproveitar as oportunidades abertas pelas novas tecnologias. Essa discussão também não é nova. Há mais de uma década algumas empresas do setor gráfico perceberam que era melhor procurar entender as modificações propostas que rechaçá‑las, posicionando‑se como provedores de soluções em comunicação. Na ABTG temos por obrigação entender os sinais do mercado, mantendo a entidade conectada com as necessidades do setor e com as novas tendências. Foi por isso que nos reunimos no final de agosto para começar a definir as linhas mestras para 2012. Na pauta, entre outros assuntos, as mídias eletrônicas e as redes sociais e seu impacto nos principais segmentos da indústria gráfica, objetivando alinhar ações que possam ajudar as empresas a abrir suas portas para o universo digital. Digo aqui universo pois não estou falando da impressão digital, e sim de toda a malha que envolve um arquivo digital, todas as ações que precedem e sucedem a impressão, mesmo porque em vários momentos ela pode não acontecer e ainda assim nós, gráficos, podemos estar inseridos nessa cadeia, executando outras tarefas.

50 REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Essa mesma discussão está sendo levada para o 15 º‒ Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica. Não podemos ficar estagnados e deixar que outros atendam nossos clientes em suas novas necessidades. Temos de usar nossa expertise e nos apropriarmos do que está relacionado à comunicação. Você já parou para pensar, por exemplo, que um website é um documento? Já cogitou a possibilidade de se envolver com a gestão e custódia dos arquivos de seus clientes? Calma, não estou propondo que você mude de ramo. Porém, como presidente de uma entidade voltada para a tecnologia, tenho o dever de apontar as portas e janelas reveladas pelos novos processos e sistemas. A operação aqui é a adição. Precisamos tornar a nossa cesta de produtos mais atraente para o cliente e mais lucrativa para nós. Mudar hoje é questão de sobrevivência e certamente no início de 2012 estarei aqui nesse espaço falando sobre os cursos e serviços recém‑criados pela ABTG para instrumentalizá‑lo nesse processo. Enquanto isso, aproveitemos o Congraf para pôr mais lenha nessa fogueira. reinaldo@rwagrafica.com.br



ECONOMIA Texto e dados: Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf

Nordeste do País vive momento de crescimento econômico Para o setor, no entanto, a modernização e expansão dos parques gráficos vêm gerando um desequilíbrio entre a oferta e a procura de impressos. Dados estatísticos elaborados pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf revelam o perfil da mão de obra, o desempenho e a participação no contexto nacional do setor gráfico da região Nordeste do Brasil.

renda média nordestina sofreu um aumento real (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 570 para R$ 734 mensais. Foi, ainda, a re­g ião que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador de 2008 para 2009 (2,7%), e experimenta, há pelo menos dois anos, um forte crescimento econômico. Mesmo durante a crise econômica mun­d ial de 2008-​­2009, a re­g ião apresentou aumento no PIB: enquanto o índice na­ cio­nal recuou 0,2% em 2009, o de Pernambuco evoluiu 3,8%; o do Cea­rá, 3,1%; e o da Bahia, 1,7%. Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos na economia brasileira.

B

erço da atividade econômica brasileira, com a extração do pau-​­brasil e o cultivo da cana-de-​­açúcar, a re­g ião Nordeste do Brasil, habitada por mais de 53 milhões de pessoas, é a que possui o maior número de estados (nove no total): Ala­goas, Bahia, Cea­rá, Maranhão, Pa­raí­ba, Pernambuco, ­P iauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Sua área ter­r i­ to­r ial é de 1.558.196 quilômetros quadrados, o equivalente a 18% da área na­cio­nal, possuindo a maior costa litorânea do País. Com participação no Produto Interno Bruto na­c io­n al de 13,1% em 2008, a re­ gião conquistou melhora significativa na distribuição de renda na última década. De acordo com dados da Pesquisa Na­cio­nal por Amostra de Do­mi­cí­lios (PNAD) 2009, a

A indústria gráfica no Brasil e no Nordeste

Resumo dos indicadores da região Nordeste do Brasil Alagoas Bahia Ceará Maranhão Estados

Paraíba Piauí Pernambuco Rio Grande do Norte Sergipe Características geográficas

Área

O setor gráfico brasileiro encerrou 2010 com cerca de 20 mil estabelecimentos, empregando mais de 220 mil pes­soas. Na produção, o período de 2008 a 2010 proporcionou um aumento de 4% tanto nas gráficas do Nordeste quanto nas de todo o País. Em 2010, os investimentos do setor no Brasil registraram incremento de 40% em comparação ao ano an­te­r ior, com US$ 1,4 bi­ lhão aplicado pelas empresas na compra de máquinas e equipamentos, contra US$ 1 bi­ lhão em 2009. No encerramento do exercício, as exportações totalizaram US$ 248,97 mi­

1.558.196 km²

População

53.591.197 hab. (IBGE/2009)

Densidade

32 habitantes /km² Indicadores

IDH médio

0,720 (PNUD/2005)

PIB

R$ 397,5 bilhões (IBGE/2008)

PIB per capita

R$ 7.487,55 (IBGE/2008)

Fonte: Wikipedia – 16.set.2011.

lhões e as importações, US$ 409,16 mi­lhões. O saldo da balança co­mer­cial ficou negativo em US$ 160,19 mi­lhões.

Tabela 1: Dados gerais da indústria gráfica na região Nordeste do Brasil – 2008 e 2010 2008 Nordeste

Número de estabelecimentos Número de funcionários

Nordeste

BRASIL

% Particip.

Nordeste

17,0%

2.976

20.007

15%

21.117

209.736

10,1%

23.360

220.796

11%

10%

5%

8,1

13,7

7,8

11,0

– 4%

– 20%

3,8%

3,8%

1,08

28,6 – 114,42

Exportação (US$ FOB milhões)

5,03

255,71

Importação (US$ FOB milhões)

15,52

370,13

Fonte: MTE/RAIS, AliceWeb/MDIC, PIA/IBGE. Elaboração: Decon/Abigraf

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

1,12

29,7

– 12,19

– 160,19

2,0%

1,15

4,2%

13,35

15%

BRASIL

15.293

– 10,49

Valor bruto da produção industrial (R$ bilhão) Balança comercial (US$ FOB milhões)

% Particip.

% NO PERÍODO

2.594

Número de funcionários / estabelecimento

52

BRASIL

2010

4%

31%

4%

248,97

0,5%

– 77%

– 3%

409,16

3,3%

– 14%

11%


em 2008, US$ 5,03 mi­l hões e importou US$ 15,52 mi­l hões em produtos gráficos, gerando déficit co­mer­cial de US$ 10,49 mi­

Figura 1: Distribuição do emprego na indústria gráfica por porte de empresa – 2010 250 ou mais

0,4% 0,2%

De 100 a 249

1,1% 0,7%

De 50 a 99 De 20 a 49

lhões. Em 2010, o déficit foi su­pe­r ior ao do ano de 2008, com US$ 12,20 mi­lhões negativos, resultado das importações no valor de US$ 13,35 mi­l hões e da queda expressiva de 77% nas exportações de produtos gráficos (Tabela 1).

■ Brasil ■ Região Nordeste

1,9% 1,1% 6,6% 5,5% 81,8% 84,1%

Até 19 Nenhum

8,2% 8,4%

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

Tabela 2: Emprego e estabelecimentos gráficos por região – 2010 Emprego

%

Estabelecimentos

%

Número de Funcionários / Estabelecimento

135.908

61%

10.081

50%

13,5

Sul

45.776

21%

4.617

23%

9,9

Nordeste

23.290

11%

2.976

15%

7,8

Centro-​­Oeste

11.108

5%

1.644

8%

6,8

Norte

4.714

2%

689

4%

6,8

Total

220.796

100%

20.007

100%

11,0

Região

Sudeste

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

A importância do setor gráfico da re­ gião Nordeste confirma-se com os dados estatísticos que revelam sua participação no contexto na­c io­n al, como a produção, número de empresas e o perfil da mão de obra. O valor da produção in­dus­trial gráfica nordestina em 2010 foi de R$ 1,12 bi­lhão (IBGE, com estimativa do Decon/Abigraf). De acordo com os dados do Ministério do Trabalho (MTE/Rais), o setor reú­ne 2.976 empresas, número que corresponde a 15% das 20.007 existentes em todo o País. Com relação à mão de obra, a re­g ião responde por 23.360 dos 220.796 postos de trabalho gerados pelo setor no território na­cio­ nal, ou seja, 11% dos fun­c io­ná­r ios gráficos estão alocados lá. Entre 2008 e 2010, esse contingente apresentou crescimento de 10%, muito su­pe­r ior à média na­cio­nal, que foi de 5% no mesmo pe­r ío­do. Quan­t o à balança co­m er­c ial do setor, segundo a Secretaria de Comércio

Ex­t e­r ior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex­ te­r ior (MDIC), a re­g ião Nordeste exportou, Figura 2: Porte das indústrias gráficas na Região Nordeste – 2010

Micro 81,9%

Pequeno 16,0%

Grande 0,2%

Médio 1,9%

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

Perfil das gráficas e do emprego no setor

O perfil dos estabelecimentos na re­g ião Nordeste assemelha-se ao da média na­cio­ nal, já que 84,1% das empresas empregam até 19 pes­soas. No Brasil, o per­cen­tual de empresas com o mesmo porte é de 81,8%. Vale ressaltar que as gráficas que empregam de 20 a 49 pes­soas correspondem a 5,5% do total no Nordeste e 6,6% na média na­c io­n al. Em relação às gráficas que não têm nenhum empregado (normalmente empresas fa­mi­lia­res), a re­g ião Nordeste, com per­cen­t ual de 8,4%, também se encontra semelhante à média na­cio­nal (8,2%) (Figura 1). Do ponto de vista da oferta da mão de obra, o Nordeste é responsável por 11% do emprego no setor, ficando atrás do Sudeste e do Sul do País. Na Tabela 2, é possível observar que a média nas empresas da re­ gião é de 7,8 empregados por estabelecimento gráfico, ao passo que no País é de 11 empregados. Com relação à remuneração, o salário médio no Nordeste é in­fe­r ior à média na­ cio­nal. A parcela de empregados que recebe até um salário mínimo corresponde a 13%, índice mais de três vezes superior à média na­cio­nal (4%). Já os que recebem entre 1 e 2 sa­lá­r ios mínimos correspondem a 66%, sendo que a média na­cio­nal desta faixa sa­ la­r ial corresponde a 45% do total. A Figura 3 representa as faixas salariais na indústria gráfica, comparando a re­g ião Nordeste com a média de todo o Brasil. A baixa remuneração reflete o grau de escolaridade dos gráficos. A maioria dos empregados do setor na re­g ião Nordeste (61%) tem até o Ensino Médio completo, superando a média na­cio­nal, que é de 52%. Já a parcela de fun­c io­n á­r ios que possui SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

53


Ensino Su­pe­r ior completo é muito baixa, apenas 5%, enquanto que a média na­cio­ nal é de quase o dobro (9%) para essa faixa de grau de instrução (Figura 4). Dentre os estados da re­g ião Nordeste, Cea­rá, Bahia e Pernambuco são os que mais

concentram estabelecimentos e empregos no setor, localizados sobretudo em suas respectivas capitais. É o caso de Fortaleza, que reú­ne 71% das gráficas e 67% do emprego do Estado do Cea­rá. Entre os estados com menos de duzentas gráficas, a maioria

dos estabelecimentos também está alocada em suas respectivas capitais. Esse fenômeno ocorre em Teresina (62%), Maceió (71%) e Aracaju (78%) (Tabela 3). O Estado da Pa­raí­ba concentra 221 estabelecimentos gráficos e emprega 2.514

Figuras 3 e 4: Distribuição do emprego do setor gráfico na região Nordeste e no Brasil por faixa de remuneração e por nível de escolaridade

Rendimento em salários mínimos

Faixa de remuneração

Nível de escolaridade

Ignorado

Superior completo

Mais de 20,00

Superior incompleto

Entre 15,01 e 20,00 Entre 7,01 e 15,00

9% 5% 5% 4% 52%

Médio completo 2%

Entre 4,01 e 7,00

6%

4%

Entre 2,01 e 4,00

Médio incompleto

11%

Até 1,00

Fundamental incompleto

45%

Entre 1,01 e 2,00 4%

16% 13%

Fundamental completo

32%

14%

66%

61%

11% 10%

7% 7%

Analfabeto

13%

■ Brasil ■ Região Nordeste

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

Tabela 3: Números de empresas e emprego por Estado e capital – 2010 Número de empregados

Número de estabelecimentos

% sobre total

Funcionários / estabelecimento

Ceará

5.405

23%

568

19%

9,5

Fortaleza

3.627

67%

404

71%

9,0

Bahia

5.262

22%

781

26%

6,7

Salvador

2.064

39%

220

28%

9,4

Pernambuco

4.905

21%

561

19%

8,7

Recife

2.107

43%

261

47%

8,1

Paraíba

2.514

11%

221

8%

11,4

João Pessoa

1.357

54%

100

45%

13,6

Maranhão

1.542

7%

213

7%

7,2

926

60%

93

44%

10,0

São Luís Rio Grande do Norte

54

% sobre total

1.298

6%

236

8%

5,5

Natal

675

52%

132

56%

5,1

Piauí

881

4%

131

4%

6,7

Teresina

602

68%

81

62%

7,4

Alagoas

803

3%

139

5%

5,8

Maceió

639

80%

98

71%

6,5

Sergipe

750

3%

126

4%

6,0

Aracaju

673

90%

98

78%

6,9

23.360

100%

2.976

100%

7,8

Total

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011



Figuras 5 e 6: Distribuição do emprego e estabelecimentos por Estado da região Nordeste – 2010 Funcionários

Estabelecimentos Ceará 19%

Bahia 22% Ceará 23%

Bahia 26%

Pernambuco 21%

Pernambuco 19%

Paraíba 11% Sergipe 3%

Piauí 4% Alagoas 3% Rio Grande do Norte 6%

Bahia

Sergipe 4% Maranhão 7%

Rio Grande do Norte Maranhão 8% 7% Paraíba Alagoas 8% 5%

Piauí 4%

Tabela 4 – Valores consolidados anuais do comércio exterior da indústria gráfica na região Nordeste do Brasil (mil US$) Exportação

Importação

Saldo comercial

% variação anual exportações

% variação anual importações

2000

78,55

6.138,00

– 6.059,00

2001

34,44

4.485,00

– 4.450,00

– 56%

– 27%

2002

1.294,00

7.334,00

– 6.040,00

3.657%

64%

2003

133,63

7.635,00

– 7.502,00

– 90%

4%

2004

997,16

9.073,00

– 8.075,00

646%

19%

2005

2.352,00

11.756,00

– 9.404,00

136%

30%

2006

1.702,00

15.880,00

– 14.178,00

– 28%

35%

2007

3.634,00

19.705,00

– 16.071,00

113%

24%

2008

5.030,00

15.519,00

– 10.489,00

38%

– 21%

2009

1.234,00

5.980,00

– 4.746,00

– 75%

– 61%

2010

1.153,00

13.346,00

– 12.192,00

– 7%

123%

Fonte: AliceWeb/MDIC. Elaboração: Decon/Abigraf.

pes­soas, com média de 11,4 empregados por gráfica, praticamente igual à na­c io­ nal. Sua capital, João Pessoa, detém 45% das gráficas e 54% do emprego no Estado, com média de 13,6 fun­c io­ná­r ios por gráfica, número bem su­p e­r ior à média na­c io­n al, que é de 11 colaboradores por estabelecimento gráfico (Figuras 5 e 6).

ficos comprados no ex­te­r ior. Já a média das exportações foi de US$ 1,6 mi­l hão. É importante destacar que no ano de 2010 a re­g ião importou US$ 13,3 mi­l hões em produtos gráficos e exportou apenas US$ 1,1 milhão, o que causou déficit co­mer­cial de US$ 12,2 mi­l hões. Se compararmos as importações do ano de 2010 em relação a 2009, o aumento foi de 123% (Tabela 4).

Balança comercial

56

Pernambuco

17,86% 9,16%

Ceará Brasil

33,44% 8,36%

Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio. Elaboração: Decon/Abigraf.

Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.

Período

Figura 7: Índice de volume de vendas no comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria (percentual)

Os estados da re­g ião Nordeste não con­tri­ buem muito para a balança co­mer­c ial do setor e importam muito mais do que exportam. Nos últimos onze anos, têm apresentado histórico de saldo negativo. A média de importações neste pe­r ío­do foi de US$ 10,6 mi­l hões anuais em produtos gráREVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Índice de volume de vendas no comércio varejista

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio – PMC apontam para um crescimento médio de 8,36% no volume de vendas no Brasil de produtos tipicamente gráficos no comércio varejista, como o de livros, jornais,

revistas e papelaria, no pe­r ío­do de janeiro a julho de 2011, na comparação com igual pe­r ío­do do ano an­te­r ior. A mesma pesquisa mostra que o crescimento nas vendas desses produtos em três estados da re­g ião Nordeste acompanhados pela pesquisa (Bahia, Cea­rá e Pernambuco) superam os resultados verificados para a média na­cio­nal, destacando-se o Cea­rá, com crescimento de 33,44% nas vendas no pe­r ío­do (Figura 7). Participação de gráficas nordestinas no Graphia

Intensificando a sua atuação junto às empresas do setor no Nordeste, o Graphia — projeto de exportação de produtos e serviços gráficos cons­t i­t uí­d o no âmbito da Abigraf Na­cio­nal, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Governo Federal (Apex-​ ­Brasil) — já conta com a participação da Gráfica Santa Marta, da Pa­r aí­b a, e da Perfilgráfica, de Pernambuco. O Graphia é o maior exemplo do po­ ten­c ial do produto gráfico brasileiro no mercado externo. Cria­do pela Abigraf Na­ cio­nal em 2003, o grupo já realizou ne­gó­ cios com 26 paí­ses das Américas, Caribe, Europa e Ásia, nos seus três segmentos de atua­ção: embalagem, papelaria e edi­to­r ial-​ ­pro­mo­cio­nal. O projeto já viabilizou a inserção de mais de 80 empresas brasileiras no mercado in­ter­na­cio­nal e também já participou de 88 missões comerciais e 57 feiras internacionais, acumulando vendas su­pe­ rio­res a R$ 42 mi­l hões para o ex­te­r ior.


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ECONOMIA

indústria gráfica no nordeste

Modernização e desequilíbrio Atualização tecnológica do parque gráfico nordestino acentua o aspecto de descompasso entre oferta e procura de serviços gráficos. Ada Caperuto

58 REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

N

os nove estados da re­g ião Nordeste o cenário é praticamente o mesmo. O que se encontra nas capitais, além do maior número de empresas gráficas, é um forte desequilíbrio entre a procura e a oferta de impressos. Alguns lugares apre­ sentam até mesmo grandes picos de que­ da na demanda, a exemplo da Bahia, que registrou 75% de ocio­si­da­de nos últimos três meses, segundo Francisco Sales Sou­ za Gomes, presidente da Abigraf Re­g io­ nal Bahia e da Press Color. “Um elevado número de equipamentos de impressão vem sendo incorporado aos parques, devi­ do à facilidade de acesso aos fi­nan­cia­men­ tos”, diz o presidente da Abigraf Re­g io­nal Cea­rá e diretor da gráfica Tiprogresso, Luiz Francisco Jua­ça­ba Esteves. Na verdade, todos os estados es­ta­r iam em um mesmo patamar de qualidade, gra­ ças aos recursos tecnológicos embarca­ dos nos parques industriais. Para Rober­ to Carlos Moreira, presidente da Abigraf Re­gio­nal Maranhão e diretor da Gráfica e Editora Aquarela, apesar da considerável expansão de demanda no Estado nos últi­ mos oito anos, existe uma enorme concen­ tração de poder de compra, uma vez que o principal clien­te é o setor público. O ­Piauí, Estado que sempre concorreu com seus dois vizinhos mais próximos, vive um momento de competição interna, e pelo mesmo motivo: a modernização do parque gráfico. James Hermes dos San­ tos, presidente da Abigraf Re­gio­nal ­Piauí, do Conselho Diretivo da Abigraf Na­cio­ nal e da Gráfica Mun­d ial, revela o agra­ vante: o pe­r ío­do é de queda generalizada nas compras públicas. De acordo com o empresário Alexan­ dre Firmino Melo Filho, presidente da Abigraf Re­g io­nal Rio Grande do Norte e sócio-​­d iretor da Impressão Gráfica e Editora, o mercado potiguar não sofrerá retração, apenas crescerá menos do que no ano passado. Seguindo para a Pa­raí­ ba, a si­tua­ção não muda muito. “O mer­ cado gráfico do Estado contínua em ex­

pansão, competindo em igualdade com todo o Brasil”, opina Marcone Tarradt Rocha, presidente da Abigraf Re­g io­nal Pa­raí­ba e da Editora Gráfica Marcone. Nos últimos dois anos a capacidade ins­ talada cresceu mais de 50%, taxa que nem se aproxima do crescimento da demanda, de acordo com Luiz Sergio Baptista, dire­ tor co­mer­cial da Gráfica JB. Ele conside­ ra que a competitividade é saudável, des­ de que ocorra dentro de prin­cí­pios éticos. “Infelizmente, ainda temos no nosso país muita concorrência des­leal”, diz. Nesse as­ pecto, o presidente da Abigraf Re­g io­nal Sergipe e diretor da Nossa Gráfica, Wal­ ter Castro dos Santos, critica a “inva­ são” de gráficas de estados vizinhos, que participam de licitações públicas, muitas vezes com preços abaixo do mercado. Cautela e canja de galinha…

Ter cautela nos investimentos parece ser a palavra de ordem nas gráficas nordesti­ nas. Francisco Gomes, da Abigraf-BA , opi­ na que as empresas devem se­le­cio­nar bem as opções de investimentos. É o que está fazendo Luiz Francisco, da Abigraf- CE , ao aplicar recursos em equipamentos que tragam efetivos diferenciais. O principal deles, este ano, foi um CtP sem processo químico. A pré-​­impressão também foi alvo de Flo­r ia­no Alves da Silva Ju­nior, presi­ dente da Re­gio­nal Ala­goas, para a Gráfica Jaraguá, mas a impressão e o acabamen­ to deverão receber reforços até o início de 2012. Mais am­bi­cio­so, com projetos de ex­ pandir a atua­ção da Texform para o mer­ cado do Sudeste, o ala­goa­no Carlos Oli­ veira revela que fez fortes investimentos em impressão e acabamento. O colega po­ tiguar também tem plenas expectativas de crescimento. “Mantemos uma políti­ ca permanente de investimentos. Ainda este ano ini­cia­re­mos a am­plia­ção de nos­ sa área física e vamos adquirir mais duas máquinas”, declara Alexandre Firmino. A impressão digital para oferecer ser­ viços em pequenas tiragens foi uma das


Venha para a

opções de investimento da Gráfica Mun­d ial, do ­Piauí, de acordo com Ja­ mes Hermes dos Santos. “As empresas devem estar preparadas para atender qualquer tipo de demanda que vier”, justifica. Já o presidente da Abigraf Re­g io­nal Pernambuco e da Gráfica e Editora Contexto, Eduar­do Car­ neiro Mota, informa que este é o momento de investir em mar­ke­t ing em­pre­sa­r ial, na busca de novos mer­ cados e clien­tes. Luiz Sergio, da parai­ bana Gráfica JB, revela que 2011 foi um momento de melhorar processos e qualificar equipes. “A expansão da base instalada acentuou o problema de mão de obra, já que no Nordeste praticamente não temos escolas para a formação de profissionais”. O presidente da Abigraf-SE prefe­ re pensar em longo prazo na estraté­ gia de guerra contra a concorrência. “O ano que vem, quando teremos elei­ ções, será fundamental não só para novos investimentos, como para ex­ pansões, modestas talvez, mas im­ portantes”. Contudo, alguns em­pre­ sá­r ios ressaltam a importância de buscar um equilíbrio, para não ficar para trás. “De nada adian­ta conquis­ tar um novo clien­te e perdê-lo por não conseguir prestar um bom trabalho. A am­plia­ção das vendas tem que vir acompanhada da capacidade produti­ va e das condições de se fazerem no­ vos investimentos tanto em equipa­ mentos quanto em pes­soal”, ressalta Roberto Moreira, do Maranhão. …em um cenário de instabilidade

Mais do que a conjuntura econômi­ ca interna, para alguns em­pre­sá­r ios o que preo­c u­pa mesmo é a crise na zona do euro. “O momento não ins­ pira muita con­f ian­ç a por causa da crise na Europa, mas esperamos que isso não venha a atingir nossa econo­

mia”, pondera Marcone, da AbigrafPB. “Como a maioria dos nossos in­ vestimentos é em moe­da estrangeira, é prudente aguardar a melhora dos ce­ ná­r ios internacionais, tanto na crise norte-​­americana quanto na europeia, e tentar se proteger de surpresas tro­ cando dívida em moe­d a estrangeira para moe­da na­cio­nal, e se possível so­ lidificar o capital de giro ou, melhor ainda, evitar dívidas novas, adian­ do investimentos”, complementa o presidente da Abigraf maranhense. Para Walter Castro dos Santos, do Sergipe, as sucessivas crises econômi­ cas vividas pelo País a partir dos anos 1960 deixaram os brasileiros com os pés no chão. Dentro dessa mesma li­ nha de ra­c io­c í­n io, o pernambucano Eduar­do Carneiro Mota afirma que “em caso de desestabilidade econô­ mica, nós brasileiros, que estamos há muito tempo no mercado, com certe­ za, saberemos nos adaptar, dançamos qualquer música, mesmo que por al­ guns momentos percamos o passo”. A mesma con­f ian­ça é demonstra­ da por outros em­pre­sá­rios. Apostando na adequada administração do con­ flito pelo governo federal, Luiz Fran­ cisco Jua­ça­ba Esteves garante que o governo brasileiro tomará todas as medidas para a manutenção do ­atual quadro de estabilidade. No entanto, com olhar um pouco mais crítico, James Hermes dos San­ tos entende que existe, sim, uma leve instabilidade, e que esta atinge não apenas a re­g ião Nordeste, mas o Bra­ sil todo. “Converso com os em­pre­sá­ rios nas reuniões da entidade e perce­ bo que houve retração. O índice de não emprego é o maior dos últimos quatro anos. Você não demite, mas adia ou re­ cua na hora de contratar. Nossa expec­ tativa é que a si­tua­ção melhore a par­ tir de setembro, o que é característico da indústria gráfica”.

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59



CRONOGRAMA Julgamento 1ª fase

5 e 6 de outubro

Julgamento 2ª fase

9 e 10 de novembro

Premiação

22 de novembro Patrocínio:

Diamante:

Ouro:

Bronze:

Prata:

Realização:

Apoio Institucional:


Excelência revelada Cresce a adesão aos prêmios de excelência gráfica em todo o Brasil. Os meses de julho e agosto concentraram mais quatro festas de entrega em Minas Gerais, Goiás, Pernambuco (Prêmio Nordeste) e Rio de Janeiro. Tânia Galluzzi

Fotos: Nelson Santos

(E/D): Antônio Almeida, presidente da Abigraf Goiás; Julião Flaves Gaúna, vice-presidente da Abigraf Nacional e Iuri Godinho, da Contato Comunicação

Gráficas premiadas: 4 troféus: Art3, Poligráfica, Única ◆ 3 troféus: Amazonas ◆ 2 troféus: Amparo, Flex, Formato, Kelps, Sigman, Web ◆ 1 troféu: Centauro, Lotebras, Renascer. Fornecedores premiados: Prêmio Destaque: Heidelberg ◆ 1 troféu: Cromos‑Unipel, Ferrostaal/Ryobi, Fotogravura Bandeirante, IBF , SPP/KSR , Suzano, Tema. ◆

62

7º- Prêmio Aquino Porto de Excelência Gráfica – GO

A cerimônia de entrega do Prêmio Aquino Porto de Excelência Gráfica aconteceu no dia 25 de agosto, no Campus 2 da Universidade Fe­ deral de Goiás (UFG). Em sua sétima edição, o concurso recebeu neste ano mais de 500 ins­ crições. Ao todo, 17 gráficas e 14 agên­cias de publicidade e propaganda inscreveram seus trabalhos. Desde que foi ins­ti­tuí­do, em 2005,

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

o Prêmio Aquino Porto já analisou 2,1 mil pe­ ças e premiou quase 600 trabalhos gráficos. O evento é promovido pelo Sindicato das In­ dús­trias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego) e pela Abigraf Re­g io­nal Goiás.


(E/D): Ricardo Costa, deputado estadual - PE e diretor da Gráfica Raiz; Anivaldo Dias, diretor da Fiepe; Valdézio Figueiredo, presidente do Sindusgraf-PE e diretor da Perfilgráfica; José Cândido Cordeiro, diretor da J.C. Cordeiro e Cia.; Romildo Gomes Filho, vereador de Recife; José Antônio Bertotti Junior, secretário de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Recife e Antônio Carlos Pereira da Silva, vice-presidente da Abigraf-PE e diretor da Gráfica Irani

3º- Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro

A terceira edição do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro registrou crescimento de 40% no número de produtos ins­ critos. Em 2010, 425 produtos con­ correram e, neste ano, 580 trabalhos con­fec­cio­na­dos por 69 gráficas can­ didataram-se. “Como coor­de­na­dor e idea­l i­z a­dor do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica, considero muito gratificante a emoção pela sua concretização e pela responsabilidade de rea­li­zar a cada ano a pre­mia­ção que mais cresce no País e atinge uma importância que vai além de nossas fron­ teiras”, diz Eduar­do Carneiro Mota, presidente da Abigraf Re­g io­nal Pernambuco. A solenidade de entrega aconteceu no dia 26 de agosto, quando cerca de 400 pes­soas compareceram ao mezanino do Centro de Convenções de Pernambuco. Das 69 gráficas participantes, 20 levaram tro­féus para casa, através de 39 produtos ven­

Gráficas premiadas: 8 troféus: Flamar (PE ) ◆ 4 troféus: Qualigraf (PE ) ◆ 3 troféus: J. Luiz Vasconcelos (PE ), MXM (PE ) ◆ 2 troféus: Art Cart (CE ), CCS (PE ), Qualigraf (CE ), Santa Bárbara (BA ) ◆ 1 troféu: A Pontual (PE ), Brascolor (PE ), Cinco (PE ), Composer (PE ), Diário de Pernambuco (PE ), F&A (PB ), Halley (PI ), Hipper (PE ), Grafset (PB ), IGB (PE) , Nuck (PE ), Plastac (PE ), Press Color (BA ). Fornecedores premiados: 2 prêmios: Heidelberg ◆ 1 prêmio: Agfa‑Gevaert, Furnax, Sun Chemical, Suzano e Xerox.

cedores. Como no ano passado, a Gráfica Edi­ tora Flamar, de Pernambuco, foi a principal vencedora, com oito prê­m ios, seguida pela também pernambucana Qua­li­g raf, com qua­ tro tro­féus. Para Valdézio Figueiredo, presi­ dente do Sindusgraf-PE, “o crescimento ­anual do prêmio reflete a força da indústria gráfi­ ca do Nordeste, que apresenta um crescimen­ to no nível de qualidade a par com as re­g iões mais desenvolvidas do País graças ao traba­ lho e determinação dos em­pre­sá­r ios e de suas entidades de representação”.

63 SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF


(E/D): David da Silva Júnior, 1º secretário da Abigraf-MG; Marcone Reis Fagundes, 2º vicepresidente do Sigemg e Geraldo César Miranda Simões, 1º tesoureiro da Abigraf-MG

Gráficas premiadas: 6 troféus: Formato, Tamóios ◆ 5 troféus: Rona ◆ 4 troféus: Bigráfica ◆ 3 troféus: Grafam ◆ 2 troféus: CGB , Companhia da Cor, Hot‑Book, Pampulha, Todi ◆ 1 troféu: Brasil, 101, Conceito, DI , Envelograf, Frente e Verso, Ready, Rede, TCS . Fornecedores premiados: 2 prêmios: Heidelberg ◆ 1 prêmio: Druck Chemie, Encapa, IBF , Light Designer, Müller Martini e Sun Chemical.

7º- Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica – Cícero

Superando a edição an­te­r ior, o 7 ª‒ Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica – Cícero recebeu neste ano a inscrição de 363 peças (138 fo­ ram finalistas), de 35 gráficas. Em 2010, 32 gráficas participaram com 342 peças. A fes­ ta de entrega, organizada pela Abigraf Re­ gio­nal Minas Gerais, ocorreu no dia 8 de ju­ lho no Clube de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. Qua­t ro gráficas se destacaram nesta edição: a Formato, com seis tro­féus, um deles o Grand Prix de Melhor Impres­ são; a Ta­móios, que também conquistou seis tro­féus; a Rona, com 5 tro­féus, incluindo o Grand Prix de Melhor Acabamento Edi­to­ rial; e a Bigráfica, ganhadora de quatro prê­ mios, entre eles o Grand Prix de Melhor Acabamento Cartotécnico.

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O presidente da re­g io­nal mineira da Abi­ graf, Vicente de Paula Aleixo Dias, se mostrou bastante satisfeito com o que viu. “Neste ano pudemos perceber que a qualidade de impres­ são melhorou ainda mais e, por serem peças de excelente qualidade e acabamento, houve maior disputa entre as empresas, mostrando que os clien­tes e o mercado estão mais exigen­ tes do que nas edições passadas, fazendo com que o Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica  sirva como referência de qualidade”.


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Gráficas premiadas: 9 troféus: Sol ◆ 4 troféus: GM Minister ◆ 3 troféus: Holográfica ◆ 2 troféus: J. Di Giorgio, Print Mídia, Prosign ◆ 1 troféu: Arte Criação, Casa da Moeda, DVZ /Davanzzo, Formato e Modelo, Imprint 2001, Markgraph, NB Nova Brasileira, Onida, Walprint. Fornecedores premiados: 2 troféus: Heidelberg, IBF , Suzano ◆ 1 troféu: Cromos, Epson, Ferrostaal, H&D , Morada do Livro, Registro Certo, Screen. ◆

(E/D): Carlos Evandro Alves da Silva, presidente da Abigraf-RS; Ivo Daflon, vice-presidente do Sigraf; James Hermes dos Santos, presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional e presidente da Abigraf-PI; Osmar D’Almeida Santos Filho, diretor-administrativo do Sigraf e Carlos Augusto Di Giorgio, presidente do sistema Sigraf/Abigraf-RJ/Funguten (Fundação Gutenberg de Artes Gráficas)

8º- Prêmio de Excelência Gráfica Werner Klatt – RJ

O Centro de Convenções da Firjan foi mais uma vez palco para a entrega do Prêmio de Excelência Gráfica Werner Klatt 2011, rea­l i­ za­da no dia 26 de agosto. Assim como no ano passado, nos dias que antecederam a cerimô­ nia foi rea­li­za­da a Semana Gráfica do Rio de Janeiro – GrafRio 2011. Estabelecendo um novo recorde, a oitava edição recebeu 549 peças inscritas. A empresa com maior número de tro­féus foi a Sol Gráfi­ ca, vencedora em nove ca­te­go­r ias. “A entrega do prêmio tem sido um espaço seletivo de pro­ fissionais renomados do Rio, representados

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por suas pro­prie­da­des intelectuais, que ­a liam tecnologia e cria­ti­v i­da­de”, afirmou Carlos Au­ gusto Di Gior­g io, presidente do Sistema Si­ graf, Abigraf-RJ e Fundação Gutenberg. Neste ano, o prêmio teve como tema a Aquarela do Brasil, ho­me­na­gean­do os prê­mios regionais de excelência gráfica. “Que­re­mos incentivar todos os companheiros da indústria gráfica deste Brasil para que ­criem, cons­ti­tuam, or­ ganizem e estruturem os seus pró­prios prê­ mios, tornando-se verdadeiros ba­luar­tes na valorização dos produtos gráficos”.


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Sustentabilidade Clarissa Domingues

Conheça os projetos que concorreram ao 2 º‒ Prêmio Abigraf de Responsabilidade Socioambiental

Depois de publicarmos na edição anterior os dois cases premiados, a partir deste número apresentaremos uma série com os projetos inscritos pelas outras 24 empresas participantes. Iniciamos com os cases das gráficas Antilhas, Ápice, Burti, Caeté e Congraf.

Antilhas: sacolas produzidas para a Avon, impressas com cura por feixes de elétron

P

romovido a cada dois anos, com o obje­ tivo de estimular ini­cia­ti­vas socioam­ bientais em organizações da indústria gráfica, o Prêmio Abigraf de Responsa­ bilidade So­cioam­bien­tal pode ser considerado uma verdadeira vitrine de bons exemplos. Afi­ nal, esta é a oportunidade que empresas de di­ versas partes do Brasil têm de mostrar de que modo vêm agregando a sustentabilidade aos seus processos produtivos. A segunda edição do prêmio, que teve como vencedores a Gráfica Plural, na categoria So­cial, e a Posigraf, na Am­bien­tal, registrou o total de 35 trabalhos inscritos por 26 empresas gráficas,

sendo 14 na categoria “So­cial” e 21 na catego­ ria “Am­bien­tal”. A partir desta edição, a Revista Abigraf passa a apresentar os cases dessas em­ presas, começando pelos projetos da Antilhas, Ápice, Burti, Cae­té e Congraf. Antilhas

A Antilhas Soluções para Embalagens inscre­ veu cases nas duas ca­te­go­r ias contempladas pelo prêmio. Adotando o conceito de susten­ tabilidade em todo o seu processo produtivo, o que inclui desde os estudos de desenvolvimen­ to de novos produtos até as ações de re­la­cio­na­ men­to com os clien­tes, a gráfica de Santana de Par­n aí­ba (SP) apresentou na categoria Am­bien­t al o proje­ to “Impressão com cura por feixes de elétron”. A empresa, que há três anos implementou a tecnologia EB (electron beam) — para a secagem por feixe de elétrons —, ­apoiou o desenvol­ vimento da tinta cria­da es­pe­ cial­men­te para esta finalida­ de, a Easy Rad, com patente in­ter­na­c io­nal requerida pela Tech­noSo­lu­tions, empresa do Grupo Antilhas. Dentre os ganhos ambien­ tais do projeto, sobressai a re­ dução da emissão de carbono SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Sustentabilidade

Antilhas: sacolas do “Instituto Papel de Menino”, produzidas a partir de rótulos descartados de embalagens de chocolate

e de solventes (VOC – compostos orgânicos vo­ láteis), bem como a toxicidade do processo, pois a limpeza dos equipamentos é feita somente com água e detergente. Reduziu-se também, em até 50%, o consumo de energia no proces­ so de cura, com grande economia de ma­te­r ial, uma vez que o processo permite minimizar a quantidade de substratos utilizados nos impres­ sos: a queda das perdas pode atingir níveis en­ tre 30% a 40%, em comparação com o sistema de embalagem con­ven­cio­nal. Na categoria “So­cial”, o case inscrito foi “Ins­ tituto Papel de Menino”, entidade fundada em 2008 pela Antilhas para via­bi­li­zar oficinas de artesanato — a partir do fornecimento de ma­ teriais doa­dos pela própria gráfica — e que tem objetivo pedagógico, com promoção do ganho de cons­ciên­cia sobre conceitos de preservação do meio am­bien­te, educação para o trabalho e sensibilização para a arte. O instituto é parceiro da Terracycle, que cria produtos verdes a partir de vá­r ios tipos de materiais de difícil reciclabili­ dade, que não pos­suem destinação adequada, e trabalha com coo­pe­ra­ti­vas de catadores. Em um dos esforços recentes dessa ­união, foram produ­ zidas 300 sacolas a partir de rótulos descarta­ dos de embalagens de chocolate, vendidas para a Nestlé, que as distribuiu como brindes. Ápice Artes Gráficas

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Instalada em São Cae­ta­no do Sul (SP), a Ápice apresentou o case “Responsabilidade am­bien­ REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

tal como premissa de trabalho na Ápice Artes Gráficas”. As ações contemplam ini­cia­ti­vas de ge­ren­cia­men­to de re­sí­duos líquidos e sólidos, educação am­bien­tal, cons­cien­ti­za­ção do uso de energia e água e reú­so de papel. Nos últimos três anos, o conjunto de ini­cia­ ti­vas culminou na redução de 55% dos re­sí­duos líquidos e de 7% dos re­sí­duos sólidos gerados pelos processos. Cem por cento desses re­sí­duos recebem destinação correta e são totalmente co­ processados por uma tecnologia de destruição térmica em forno de cimento. Mesmo com a expansão de seus ne­gó­cios, desde 2008, a Ápice vem reduzindo o consu­ mo de energia com a adoção de uma metodo­ logia que otimiza o gasto necessário aos acio­ na­men­tos de máquina e, também, por meio da programação do PPCP, que permite que os equi­ pamentos sejam efi­cien­te­men­te usados, sem a necessidade de permanecerem ligados quando fora de operação. O consumo de água também tem di­mi­nuí­do em decorrência do uso de filtros e sistemas de reú­so. No quesito da educação am­bien­tal, a Ápi­ ce promove, internamente, ações que visam à minimização do desperdício, com a cons­cien­ ti­za­ção constante da equipe. Um exemplo está na substituição dos copos plásticos descartá­ veis por squeezes de aço inoxidável, dis­tri­buí­ dos aos colaboradores. Externamente, são em­ preen­d i­d as ações educativas com crian­ças do Sesi-SP, em programas que demonstram como


minimizar os impactos gerados pelos proces­ sos gráficos e atividades práticas, como ofici­ nas de reciclagem caseira de papel e o plantio de árvores. A gráfica traduz seus resultados da política de respeito ao meio am­bien­te na con­ quista das certificações ISO 9001, 14000 e FSC, que incentivaram a adoção de tais práticas e motivam sua continuidade. Burti

A Burti também inscreveu projetos nas duas ca­te­go­r ias do prêmio. O case “Sustentabilidade como modelo de ne­gó­c ios” apresentou o con­ junto de ini­cia­ti­vas de preservação am­bien­tal implantado no parque gráfico da Burti. A pro­ posta começa pela própria edificação, planejada para pri­v i­le­g iar o uso de iluminação natural e a captação de água da chuva, além de contar com um poço ar­te­sia­no que fornece 50% do volume consumido. O prédio possui uma central de ge­ ração de energia capaz de suprir 100% das ne­ cessidades, pro­por­cio­nan­do economia de 30% no consumo desse recurso. Além disso, a Burti possui sistema de trata­ mento, que faz a limpeza e o controle do odor dos gases pro­ve­n ien­tes do processo de seca­ gem dos materiais submetidos aos fornos das máquinas de impressão. Há também uma cen­ tral externa de utilidades — compressores de ar, abastecimento de tintas e outros equipamen­ tos —, que pro­por­cio­na a não geração de ruí­do e risco químico na área produtiva e redução no número de máquinas e equipamentos nos seto­ res de produção, bem como facilidade de acesso e manutenção. Para controle de sobras do pro­ cesso, a Burti implantou duas centrais de cole­ ta de aparas, dotadas de filtros manga e tritu­ rador. Há, ainda, uma estação de tratamento de re­sí­duos orgânicos, onde separa-se a maté­ ria sólida da líquida, filtra-se e descarta-se cor­ retamente todo o ma­te­r ial. Além de diversas medidas de redução de impactos, a Burti é res­ ponsável pela manutenção de uma área de pre­ servação am­bien­tal com 150 mil metros qua­ drados de mata nativa, com árvores e animais típicos na re­g ião de Itaquaquecetuba (SP), onde o parque está instalado. Pela categoria So­cial, o case inscrito foi “A impressão que dá”, com es­tra­té­g ias de respon­ sabilidade so­cial corporativa re­la­cio­na­das aos objetivos do negócio e ex­pe­r iên­cias da empre­ sa. O conjunto inclui o incentivo ao vo­lun­ta­r ia­ do e às ações de filantropia entre seus fun­cio­ná­ rios. Externamente, em parceria com entidades,

sobressai no case o projeto rea­l i­za­do junto ao Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. A entidade promove a melhoria das condições de vida de pes­soas carentes a partir da coleta de materiais recicláveis, incluindo atendimento em diversas frentes sociais. A Burti também in­ cluiu em seu case o Projeto Reviravolta, que ba­ seia-se em oficinas de produção artesanal para acolher e ­criar oportunidades de inclusão so­cial para pes­soas em si­tua­ção de rua.

Burti: área de preservação ambiental com 150 mil metros quadrados de mata nativa, em Itaquaquecetuba (SP)

Caeté Embalagens

Inscrita na categoria am­bien­t al do prêmio, a Cae­té Embalagens, si­t ua­d a em Campo Bom (RS), mostrou, por meio de seu case “Impressão offset Cae­té: tecnologia a favor da sustentabili­ dade”, uma série de boas práticas ambientais que envolvem a substituição de ma­té­r ias-​­primas e processos em seu sistema de trabalho. A empresa adotou como regra básica a filo­ sofia dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), com o objetivo de participar efetivamente da construção de um futuro sustentável. A pro­ moção do conhecimento entre os colaborado­ res, alia­da a uma contínua análise para prosse­ guir na otimização sustentável de produtos e processos, vem refletindo em uma sistemáti­ ca que inclui o uso ra­cio­nal de recursos, a troca de materiais ori­g i­ná­r ios de fontes não renová­ veis no parque gráfico por produtos que geram menos descartes e, por consequência, menores danos ao meio am­bien­te. SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Este caderno foi impresso em papel reciclado Eco Millennium 90 g/m², produzido pela Bignardi Papéis

Sustentabilidade

O offset é um processo que utiliza subs­tân­ cias po­ten­cial­men­te contaminantes, como res­ taurador de blanquetas, solventes, tintas, fil­ tros, trapos, estopas, panos, ­óleos lubrificantes e graxa, entre outros. Para citar um exemplo, a Cae­té, seguindo uma tendência de mercado, for­ mou par­ce­r ias com fornecedores e passou a uti­ lizar tintas com ­óleos vegetais, à base de soja. Outra ini­cia­ti­va foi a eliminação do restau­ rador de blanqueta do processo e a utilização de ­óleos e graxas sintéticas, produtos não oriun­ dos do petróleo. A empresa também optou pela instalação direta de um filtro granulado na so­ lução de molha, que é purificada de partículas com até 2 microns de tamanho. Um dos ganhos do novo processo é evitar o consumo de milha­ res de litros de água limpa. Essa ação mantém seu impacto positivo por toda a cadeia, pos­te­ rior ao uso, diminuindo o volume de efluen­tes, energia e materiais ne­ces­sá­rios para tratamento e disposição adequados. Ainda com o intuito de diminuir re­sí­duos contaminados de estopas e trapos, a gráfica pas­ sou a utilizar toa­l has industriais retornáveis, conseguindo um melhor controle numérico das toa­l has. Os re­sí­duos líquidos e sólidos também foram reduzidos e recebem correta destinação. Entre os resultados alcançados pelo conjunto de ações destaca-se a sensível redução no con­ sumo de água: anual­men­te são economizados cerca de 7 mil litros de água potável. Congraf

A Gráfica Conselheiro – Congraf, da capital paulista, apresentou seu projeto “Redesenho da linha Acqua Kids, colônia menino e menina”, idea­li­za­do em parceria com o clien­te Naz­ca e os fornecedores Sun Chemical e Papirus. O case, inscrito na categoria de Responsabilidade Am­ Congraf: embalagens produzidas para a Nazca substituindo as matérias-primas por opções menos poluentes, com maior apelo sustentável

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bien­tal, teve como principal ação a substituição das ma­té­r ias-​­primas por opções menos po­luen­ tes, com maior apelo sustentável, possibilitan­ do ainda a otimização do processo produtivo em geral, bem como o favorecimento da reci­ clagem pós-​­consumo e a redução do impacto da embalagem no meio am­bien­te. Dentre as mudanças destacam-se as subs­ tituições do cartão triplex Pharma 275 g/m² pelo Vitacarta da Papirus, um produto 100% reciclado, desenvolvido em conformidade com o novo conceito de embalagem, com apelo so­ cioam­bien­t al. Certificado pelo FSC , o cartão tem em sua composição 40% de aparas pós-​ ­consumo, advindas de um programa desen­ volvido com coo­pe­ra­ti­vas de catadores. Foi fei­ ta também a troca da tinta Coat­set, à base de óleo mineral, pela Exact da Sun Chemical, que tem como base de sua formulação óleo vegetal de soja. A tinta possui baixíssimo VOC, o que permite mitigações de emissões dos gases do efeito estufa no processo produtivo interno, bem como no clien­te. Permite, ainda, melhor resultado na reciclagem do cartão com ela im­ presso, devido à baixa absorção dos compos­ tos da tinta nas fibras do papel, o que via­bi­l i­za sua reciclagem pós-​­consumo e gera economia no momento do descarte. O redesenho do lay­out da embalagem pos­ sibilitou vá­r ios be­ne­f í­c ios para toda a cadeia produtiva, não apenas na Congraf e no clien­ te Naz­ca. Ao disponibilizar ao consumidor fi­ nal um produto com a mesma qualidade, mas em uma roupagem “verde”, inserida no contex­ to de desenvolvimento sustentável, o projeto também promoveu a disseminação de concei­ tos de preservação am­bien­tal para os pequenos consumidores, crian­ças de 3 a 8 anos de idade, e suas mães compradoras.



tendências Tânia Galluzzi

Dieter Brandt fala sobre as operações globais e regionais da empresa, o novo negócio em impressão digital e o setor gráfico em 2012.

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E

Brasil é hoje o terceiro mercado para a Heidelberg

m mea­dos de agosto a Heidelberger Druckmaschinen AG divulgou os resultados do primeiro trimestre de seu ano fiscal (1º‒ de abril a 30 de junho de 2011). As vendas da empresa permaneceram estáveis em relação ao pe­r ío­do an­te­r ior. Os pedidos somaram 665 milhões de euros, dentro das expectativas da Heidelberg, o que significou um crescimento de 8% quando comparado ao trimestre an­te­r ior. O maior nível registrado entre abril de 2010 e março de 2011 (786 milhões de euros) deveu-se principalmente aos pedidos adicionais gerados pela Ipex e pela ExpoPrint. Enquanto as vendas líquidas no primeiro

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trimestre cresceram ligeiramente no leste europeu, na América do Norte e na América do Sul, as vendas na Europa, Orien­te Médio, África e Ásia ficaram no mesmo patamar ou abaixo dos níveis do ano an­te­r ior. O cenário pintado por Die­ter Brandt, presidente da Heidelberg Brasil, é um tanto mais encorajador. O número de unidades vendidas no País cresceu 30%, também em função da ExpoPrint, contudo a expectativa é que esse per­ cen­tual se mantenha. Os olhos de toda a equipe estão agora voltados para a parceria com a Ricoh, fechada no início deste ano e que permite o retorno da Heidelberg ao segmento de


impressão digital. No Brasil, o contrato foi firmado no mês de agosto, sendo que a primeira máquina desse novo portfólio já chegou e foi apresentada ao mercado. Revista Abigraf – Na abertura da Graph Expo 2011, encerrada no dia 14 de setembro, Bernhard Schreier, presidente mun­d ial da Heidelberg, afirmou que não é hora para pensar em toneladas de ferro e aço, e sim para a apresentação de soluções de negócio. Qual é o reflexo disso na estratégia da empresa? Die­ter Brandt – Estabelecemos es­tra­té­g ias diferentes para cada re­g ião do mundo. A Graph Expo é uma feira voltada para os Estados Unidos, Canadá e México e, devido à demanda reprimida nessa re­g ião, é difícil apresentar algo maior. Mesmo assim, a Heidelberg foi o único fornecedor entre as marcas europeias e asiá­ti­ cas que levou máquinas para a feira. O principal foco na Graph Expo foram as soluções em soft­wares. Já na ExpoPrint, por exemplo, o di­re­cio­na­men­to é outro. Aquilo que se viu na Graph Expo será a tônica na Drupa 2012? Não. Ainda não podemos falar sobre o que apresentaremos na Drupa, mas estaremos lá com equipamentos pequenos, mé­d ios e grandes, assim como soft­wares e serviços. Schreier também disse na abertura da Graph Expo esperar um crescimento modesto para a demanda por impressão até 2020, com alguns paí­ses vivendo um crescimento mais robusto que outros. O senhor compartilha dessa expectativa? Mesmo nos paí­ses in­dus­tria­l i­za­dos haverá algum crescimento. Durante os próximos 10 anos esses paí­ses con­ti­nua­rão concentrando a maior demanda por produtos impressos. Cerca de 66% do consumo de impressos no mundo virá dessas nações. O produto edi­to­rial será sim impactado pelas novas mí­d ias. Já o segmento de embalagem nos paí­ses in­dus­tria­l i­za­dos vive o crescimento da produção de peças com acabamentos especiais. Aproveitando que o senhor comentou sobre esse setor, há quatro anos a Heidelberg deixou clara a sua atenção ao segmento de embalagens. Algo mudou?

Não. Hoje, 25% de toda a atividade da Heidelberg está voltada para o mercado de embalagens, va­r ian­do um pouco de re­g ião para re­g ião. No Brasil, esse per­cen­tual já foi atingido, envolvendo pré-​­impressão, impressão e acabamento. Como está dividido o restante? A área de serviços responde por aproximadamente 15% de nossa atividade e o restante corresponde ao negócio clássico da Heidelberg, nos segmentos edi­to­rial, co­mer­cial e de embalagens. Existia também uma aposta na área de consumíveis. Como está esse segmento? A linha Saphira é hoje um produto muito forte, responsável por mais de 10% das vendas globais da Heidelberg. O mercado já vê a Heidelberg, através da marca Saphira, como um distribuidor de tintas e chapas.

Hoje ocupamos a terceira posição em termos de venda de equipamentos e a quinta em vendas gerais, incluindo serviços e consumíveis. Essa lista é encabeçada pela China, seguida pela Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Aqui no Brasil também há essa percepção? No Brasil ainda não atingimos esse resultado. Começamos a trabalhar essa linha mais tarde do que em outros paí­ses. Precisamos de mais tempo. Estamos procurando mostrar para o gráfico que ele tem de estar focado em vender e produzir aquilo em que ele é bom, deixando que nós apresentemos a ele as melhores soluções em qualidade e custo para que ele alcance os melhores resultados. Temos investido muito em serviço, área que aqui dentro teve o maior crescimento de pes­soal e em capacitação. Dos 260 fun­cio­ná­r ios da Heidelberg Brasil, 140 estão na área de serviços.

Vamos falar sobre o novo negócio da Heidelberg: impressão digital. Qual o atual estágio do acordo com a Ricoh? Nós fechamos o contrato para o Brasil em agosto. No final de setembro apresentamos a primeira impressora digital da Ricoh que será co­ mer­cia­li­za­da pela Heidelberg, a Ricoh Pro C901 Graphic Arts Edi­tion, assim como finalizamos SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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Qual é hoje a representatividade do Brasil no faturamento global da Heidelberg? Hoje ocupamos a terceira posição em termos de venda de equipamentos e a quinta em vendas gerais, incluindo serviços e consumíveis. Essa lista é encabeçada pela China, seguida pela Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. No último ano fiscal [de abril de 2010 a março de 2011] a Heidelberg Brasil cresceu 30% em termos de unidades vendidas para os três segmentos, pré-​ ­i mpressão, impressão e acabamento, em relação ao ano an­te­r ior. É fato que nesse pe­r ío­ do tivemos a ExpoPrint, mas para o ano fiscal 2011/2012 esperamos outro crescimento. os contratos para venda nos demais paí­ses da re­g ião. Na verdade, ha­v ía­mos acertado que só co­me­ça­ría­mos a vender essa solução na América Latina a partir de maio do próximo ano, depois da Drupa. Porém, o grande interesse do mercado fez com que antecipássemos os planos e a primeira máquina já está no nosso show­room.

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O que gerou esse grande interesse? A oferta que temos. O toner es­pe­cial que essa impressora utiliza faz com que ela chegue muito perto do resultado de impressão obtido por máquiO Brasil deve nas três vezes mais caras. É um equipamento veloz, registrar um crescimento produzindo de 50 a 90 có­pias menor, como já previsto, A4 por minuto, oferecendo um custo bastante atratiporém a demanda por vo. Tudo depende do voluprodutos gráficos estará me de que o clien­te precisa. aquecida e em crescimento Falando de máquinas digitais, o segmento de maiores constante, causado volumes já está saturado no Brasil, o que não acontece pelas características quando pensamos em gráfidemográficas do País e pelo cas pequenas e serviços com dados variáveis e baixas tipoder de compra. ragens. Mostramos no open house que fizemos no final de setembro uma solução combinada de impressão offset e digital. De um lado a Ricoh Pro C901 e de outro as Speed­mas­ter SM 52-4 Anicolor e a SM 74-4, trabalhando de forma integrada através do Prinect, nossa solução de ge­ren­cia­men­ to de cor e de fluxo de trabalho. Em impressão digital, o lucro está nas menores tiragens. REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

E, em relação ao nosso país, como as vendas estão divididas? São Paulo concentra 45% das vendas. O restante está dividido de forma semelhante entre o Norte, o Nordeste e o Sul, com destaque para o Rio de Janeiro e Minas Gerais, responsáveis conjuntamente por 5 a 10% das vendas. Qual é a expectativa para 2012 pensando no mercado gráfico brasileiro? Como já comentei, devemos ter outro ano com bom crescimento, no qual poderemos até superar os números do último ano fiscal. As gráficas têm demandas cíclicas e atual­men­te percebemos que estão precisando de respostas rápidas em acabamento. Há 10 anos uma décima parte do volume que ne­go­ciá­va­mos vinha das linhas de acabamento e hoje essas soluções significam 20% desse volume. Trata-se de um crescimento real, oca­sio­na­do por fatores como prazos de entrega cada vez mais curtos e elevação no custo da mão de obra. Em número de pedidos, não em valores, 40% de nossas ordens de compra referem-se a sistemas de acabamento. Além disso, tra­d i­cio­nal­men­te um ano de Drupa é um bom pe­r ío­do para o mercado brasileiro. O Brasil deve registrar um crescimento menor, como já previsto, porém a demanda por produtos gráficos estará aquecida e em crescimento constante, causado pelas características demográficas do País e pelo poder de compra. Calculamos atual­men­te em 60 kg o consumo de papel per capita quando, em 2000, se falava em 30 kg per capita de papel. Só que havia 30 milhões de habitantes a menos.


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Colacril e RR devem crescer 10% em 2012 Empresas unem ativos, criam a CCRR e se fortalecem para enfrentar a concorrência e expandir atuação.

Fotos: Roberto Loffel

Tânia Galluzzi

o mundo corporativo nem tudo é decidido em longas reuniões a portas fechadas. A ­união da Co­ lacril com a RR passou longe dos procedimentos convencionais, fruto do em­ preen­de­do­r is­mo e do senso de oportunidade de seus dirigentes, Valdir Arjona Gaspar e José Ricardo Rodrigues de Oliveira. A ideia da alian­ça surgiu no ano passado durante um evento para em­pre­sá­r ios onde os dois se encontraram. Valdir e Ricardo ouviam Alexandre Tadeu da Costa, dono da Cacau

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(E/D): José Ricardo Rodrigues de Oliveira e Valdir Arjona Gaspar, diretores da CCRR Participações, holding criada pela parceria desenvolvida entre a Colacril e a RR

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Show, contar como chegou a mil lojas e fatura­ mento de R$ 1 bi­l hão. “O Valdir me passou um bilhete propondo a ­união e no intervalo fui sa­ ber se ele estava falando sério. Tínhamos pen­ sado a mesma coisa: se uma empresa do seg­ mento de chocolates pode alcançar isso, por que não a gente?”, conta Ricardo. Ambos com­ partilhavam a ideia de que somando forças po­ de­r iam chegar muito mais longe. E aí come­ çaram as ne­go­cia­ções. Como não po­d iam ser vistos um na companhia do outro para não fomentar boa­tos, a maior parte dos encontros aconteceu em um posto de gasolina até o anún­ cio ofi­c ial da parceria, em março deste ano, quando foi cria­d a a CCRR , holding que controla a Colacril, a RR Etiquetas e a RR Pa­péis. Com a junção dos ativos, a Colacril e a RR detêm, cada uma, 50% da CCRR . Ricardo gosta de usar a palavra sinergia para explicar a cria­ ção da holding. As empresas começaram prati­ camente juntas, de forma modesta, em mea­dos dos anos 80. Cresceram apostando em qualida­ de e inovação, tornando-se líderes nos segmen­ tos em que ­atuam: a Colacril no fornecimento de autoadesivos e a RR na fabricação de etique­ tas a partir dessa matéria-​­prima. Os em­pre­sá­ rios se co­nhe­ciam há muito tempo, em alguns momentos como fornecedor e clien­te e, a par­ tir de 1999, também como concorrentes, com a cria­ção da RR Pa­péis.


 Fábrica da RR Etiquetas em Itaquaquecetuba (SP)

Mais do que tra­je­tó­r ias semelhantes, Val­ dir e Ricardo compartilham a noção de que o mercado de autoadesivos tem de se organizar frente ao excesso de oferta e ao acirramento da concorrência não só pela am­plia­ção da capaci­ dade da indústria local, como pela presença de empresas estrangeiras, que veem o Brasil como uma alternativa de sobrevivência. “Juntando forças ganhamos musculatura para enfrentar esse cenário e crescer”, afirma Ricardo. Ajustes na operação

O processo de ajustes ainda não terminou. A primeira preo­cu­pa­ção, logo após o anúncio

para os fun­cio­ná­r ios, foi a apresentação do ne­ gócio para os principais clien­tes. “Mostramos que não estamos alterando a estrutura do mer­ cado, mesmo porque na RR já con­v i­v ía­mos com as duas operações, o fornecimento de pa­péis au­ toadesivos e a conversão”, diz Ricardo. Ele argu­ menta que a RR con­ti­nua­rá focada no segmen­ to de VIP (va­r ia­ble in­for­ma­tion printing), que são as etiquetas para identificação de produtos com pesos ou dados variáveis. Essas etiquetas, nor­ malmente impressas com código de barras, es­ tão, por exemplo, nos alimentos perecíveis, nos exames de laboratório e nas tags que identificam a bagagem nos ae­ro­por­tos.

 Fábrica da Colacril em Campo Mourão (PR)

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Não por coincidência esse também é o prin­ cipal mercado para a Colacril, ao lado do pa­ pel autoadesivo em folha usado pela indústria gráfica. “Através da Colacril, o convertedor terá acesso aos diferenciais desenvolvidos pela RR em termos de produtos e processos. Ao invés de concorrente, a RR passa a ser um alia­do, ofere­ cendo suporte técnico e até como alternativa de produção”, comenta Valdir. Com o acordo, a Colacril passa a concen­ trar toda a produção de autoadesivos, incorpo­ rando as linhas de maior retorno da RR Pa­péis. A unidade fabril da RR Pa­péis em Itaquaquece­ tuba (SP) será fechada, sendo os equipamentos transferidos para a fábrica da Colacril em Cam­ po Mourão (PR). Das operações da RR Pa­péis está sendo mantido um centro de distribuição, hoje no bairro do Parque Novo Mundo, em São Paulo, que em 2012 deve ser am­plia­do e mudar

Perfil das empresas

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& COLACRIL Tel. (11) 3074.0800 www.colacril.com.br & RR ETIQUETAS Tel. (11) 2535.9000 www.rretiquetas.com.br

Colacril A história da Colacril começou em 1984 com uma pequena linha de produção de adesivos, em Ri­ beirão Preto (SP ). Em 1999, com 15 anos, deu um salto em sua trajetória, inaugurando a unidade in­dus­trial em Campo Mourão, no Paraná, numa área de 65 mil metros quadrados, onde produz mais de 100 itens de autoadesivos acrílicos e hot melt, como vinis, filmes e pa­péis, atendendo aos segmentos gráfico pro­mo­cio­nal, serigrafia, sinalização e rotulagem. A empresa é capaz de produzir anual­men­te 420 milhões de metros qua­ drados de materiais autoadesivos. Desde o início de suas atividades, sempre houve a preo­cu­pa­ção de ­aliar tecnologia de ponta com desenvolvimen­ to sustentável, garantindo produtos de classe mun­dial com responsabilidade so­cial, am­bien­tal e qualidade de vida para a comunidade na qual a empresa está inserida. Nesse sentido, uma das mais recentes ações é o projeto Green­li­ner, que consiste na substituição do liner em papel pelo liner em filme plástico de BOPP . Para oferecer maiores sub­sí­dios para esse projeto e certificar que a proposta em BOPP é mais sustentável tanto para a Colacril como para seus clien­tes, foi contratado um instituto externo para fazer a análise comparativa entre os dois substratos. De acordo com Valdir Gaspar, apesar de ainda estar em estágio preliminar, o projeto já é um sucesso, pois oferece alta maquinabilidade e

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de endereço. “Por enquanto as marcas perma­ necem inalteradas”, diz Ricardo. A CCRR conta hoje com 450 fun­cio­ná­r ios. A projeção da holding para o próximo ano é de crescimento entre 10 e 12%. Mas o mer­ cado pode esperar ainda para este ano novida­ des em termos de aquisições e par­ce­r ias, como adiantou Valdir, que por ora comanda a ope­ ração de autoadesivos e a área de novos pro­ jetos. Ricardo é responsável por toda a ope­ ração. Seu irmão, Reinaldo, dirige as ­­áreas de mar­ke­ting e co­mer­cial. A estrutura hierár­ quica estará totalmente organizada no iní­ cio de 2012. “Esperamos mais fusões den­ tro do nosso segmento, sobretudo porque o mercado não deve crescer o su­f i­c ien­te para absorver a oferta ­atual num prazo que ren­ tabilize os investimentos. Acredito também que empresas que vie­ram para o Brasil e que mantêm aqui operações de­f i­ci­tá­r ias deixarão o País”, conclui Ricardo. relação custo/benefício vantajosa em relação aos outros liners. “Quan­do o projeto estiver maduro poderemos mostrar para o usuá­rio final as vanta­ gens ambientais, inclusive com a possibilidade de ofertar métricas para a ava­lia­ção dos resultados que, combinadas com o processo de logística reversa e reciclagem, venham a pro­por­cio­nar às empresas os be­ne­fí­cios dos créditos de carbono”. RR A RR Etiquetas foi fundada em 1986 como uma pequena empresa no bairro paulistano do Ta­ tua­pé. O primeiro marco aconteceu em 1990, quando lançou as etiquetas de gôndola em papel fluo­res­cen­te, participou da implantação do papel termossensível no Brasil e começou a fabricar etiquetas de código de barras. Em 2000 surgiu a RR Pa­péis, para produzir substratos autoadesivos. Logo em seguida, a RR Etiquetas lançou produtos para automação co­mer­cial e in­dus­trial, atendendo o segmento de VIP (va­ria­ble in­for­ma­tion printing), produzindo etiquetas para frutas, verduras e le­ gumes, para a indústria siderúrgica, com­pa­nhias aé­reas e etiquetas para ingressos de shows e es­ ta­cio­na­men­tos, entre outros. Nos anos seguintes, consolidou-se na vanguarda incorporando tec­ no­lo­gias como RFID (identificação por radiofre­ quência) e a produção de ribbons por transferên­ cia térmica. A capacidade produtiva ­anual da RR Etiquetas é de 36 milhões de metros quadrados.


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A voz dos designers em FUNDAMENTOS ESSENCIAIS DO DESIGN GRÁFICO, Debbie Millman, Rosari, 2011

RECADOS PARA JOVENS DESIGNERS E JOVENS EMPRESÁRIOS Eu recorro a duas metodologias quando faço

um bloqueio mental, navego por esses materiais para com as pessoas? Primeiro, você tem de pegar pesado retomar o processo de criação. Patrick Thomas com o cliente. É crucial absorver todo o conhecimento dele a respeito do produto. Wallace Church Aprendemos a perseguir o fluxo criativo e a manter a correnteza fluindo forte. Em vez de rejeitar ideias, O meu processo de design sempre começa com uma normalmente nós as trancávamos em alguma parte, lista. Ela pode incluir a caixa de sabonete My Boy de modo a inspirar outras mais novas, mais fortes, que que encontrei em uma viagem à cidade de Fez, levassem a mais especulações. É claro que às vezes a a obsessão de Brian Eno pelo Photoshop, montes de ideia era tão absurda que tínhamos que esmagá-la an- exercícios e a consequente liberação de endorfinas, tes que virasse uma bola de neve sobre nós, rolando a luz natural no meu escritório, a estética wabi-sabi, pelo caminho errado. Jiae Kim/John Lee a linguagem hocus-pocus, pernas pro ar, Chauncy Gardner, ovos cozidos, ovos mexidos, ovos parcialmente cozidos, ovos pochê, ovos Benedict, Recebi a encomenda de fazer o design da capa para Eu sempre começo o projeto pela pesquisa, a designer Maira Kalman, bolinhas coloridas, uma The Wife, um livro de Meg Wolitzer. Trata-se da para conhecer o máximo possível sobre meu tema. boa sacola de livros, o ponto azul claro, a brevidade história de marido e mulher unidos por um enorme Analiso as fotos e as imagens relacionadas aos e o infinito, buracos negros, suspense, o ser humano segredo. Ele é um novelista mulherengo à beira de assuntos em pauta, vou aos ensaios e participo Maira Kalman, espaço em branco, Bodoni, churrasco ganhar o Prêmio Nobel. Ela é uma dedicada esposa das discussões com os diretores de teatro e com os que fica em casa e vive à sombra dele. O segredo de editores. Leio cuidadosamente os livros, as peças ou no meu quintal, uniformes, Peter Sellers, um bom ambos: ela é realmente a autora dos livros. O passo os artigos para os quais vou criar os designs. Só então cereal matinal, guias de pássaros, zero, os mansos herdando a terra, os elementos do estilo, padrões mais simples de um design literal seria o foco sobre começo a fazer os meus esboços. Luba Lukova abstratos da natureza (Peter Sellers de novo?), o fato de que se trata de um livro a respeito de um extravagâncias, obituários, a Escócia, o Windex relacionamento, e não a respeito do ato de escrever. Raramente faço pesquisas para um novo projeto. e a ciência, a pasta de dentes ao redor do mundo, Além disso, comecei a fazer o brainstorming de listas Quando trabalho para publicações dirigidas para a mediocridade, a durabilidade, o meu assistente de imagens relacionadas ao texto: livros, canetas, o público em geral, é importante que os meus Josef Reyes, cortadores de grama manuais, contos máquinas de escrever, tinta, papel, palavras, cartas, leitores entendam o que projetei, mesmo antes de de Raymond Carver, como os objetos podem expressar homens de letras, ex-libris, ex-mulheres, vinhetas lerem o artigo. Eu procuro me manter a par dos volumes, a mesa de trabalho bagunçada, uma de livros, monografias etc. Barbara DeWilde eventos atuais, para que as ilustrações sejam criadas comédia séria, cartões de boa saúde e o meu herói dentro do contexto desde o princípio. Disponho de Alexi Brodovitch (Brodovitch-schmodovitch). O meu trabalho quase sempre pode conter elementos apenas algumas poucas horas do dia para elaborar Peter Buchanan-Smith conceituais, mas não é por aí que eu começo. conceitos, então eu estaria em grandes apuros se de Normalmente, tenho uma visão bastante clara repente precisasse entender de parlamentares, áreas de como quero a peça. O resultado final pode não verdes e hipotecas de alto risco. É exatamente como No estúdio não acreditamos em design como “resultado de um processo”. Temos uma metodologia corresponder à minha visualização original, mas isso o professor Heinz Edelmann dizia: vocês ficarão envolvente que é quase um não processo. É imporfaz parte das características doloridas do processo. surpresos de ver quantos problemas são resolvidos tante lembrar que cada cliente é único e merece Eu não acredito em esboços exploratórios. Não meto por meio de trabalho duro. Christoph Niemann uma abordagem única e que cada projeto tem seu o nariz em toda parte. Sei exatamente o que eu próprio conjunto de parâmetros de negócio e de quero. O desafio básico primário envolve a luta para Sempre peço aos meus clientes para que resumam design. Dedicamos muita atenção na preservação tornar concreto algo imaginário. Para mim, quase o briefing de criação com a principal mensagem da sempre o começo é muito simples. Faço um esboço empresa, a qual, embora esclarecedora, muitas vezes da intenção original do design […]. Ao aplicar consistentemente os nossos métodos, aprendemos a lápis e, dependendo daquilo que escaneio no se mostra difícil de ser interpretada. Os designers a nos mover com agilidade e a arriscar mais na computador, uso o Photoshop. Em seguida, imprimo, nunca podem assumir a postura de que os clientes inovação e na expressão. Antes, quando começava a e passo a redesenhar à mão, até que ele fique querem aquilo que pedem! No passado, isso me trabalhar, eu fazia muitos esboços, mas isso mudou exatamente do jeito que eu quero. Marian Bantjes levou a fazer designs que foram inexpressivos ou simplesmente estavam errados. Os designers gráficos há 6 anos. Hoje em dia, primeiro penso para resolver Quando faço o esboço, uso um lápis de cor grosso, precisam inspirar o cliente em cada etapa e aprender os desafios do design antes de tocar no lápis ou no computador. Quase sempre consigo ver as ideias na sem ser apontado. Assim que começo a ver a imagem a pensar por conta própria. Richard Colbourne minha mente, e é assim que eu agora desenvolvo mais clara em minha mente, começo a usar o lápis quase tudo. Após a fase de meditação, rapidamente com a ponta mais fina, pois a visão mais aguçada Vender o design é tão difícil quanto desenvolvê-lo. corresponde às dimensões da ponta do lápis. O passo É crítico tomar muito cuidado com a criação de uma esboço as minhas ideias para testar e validar o meu seguinte depende das técnicas que pretendo empregar: lógica inteligente e um raciocínio rígido para convencer pensamento. Só depois disso é que me aproximo do computador. Branko Lucic desenho, pintura, escultura, bordado, recortes de o cliente do valor estrutural do design. Para fazer papel, sombras de bonecos, ou seja, o que for mais isso com sucesso, o profissional precisa conhecer os adequado para expressar minha visão. Eu criei Lições valores, as aspirações e as necessidades de comunicação Atributos e ideias ficam em minha cabeça por um longo tempo antes que eu comece a projetar. Resolvo da minha mãe —uma série de 50 bordados narrativos do negócio do cliente. Connie Birdsall problemas e elaboro estratégias antes de pegar no baseado em temas de superstições da Transilvânia— lápis para riscar o papel. Passo grande parte do tempo principalmente no metrô, ou enquanto esperava na Nós sempre rejeitamos o briefing de criação do fila do supermercado ou do banco. Andrea Deszö cliente e escrevemos os nossos próprios riscos. Vemos pesquisando e escutando. Quando ouço o clique necessário, pego o caderno de esboços, vou para o briefing como um item muito perigoso, como Abordo cada cliente e cada projeto de forma uma carta que pode explodir. A maioria dos briefings o computador e faço tudo acontecer. Normalmente trabalho até começar a perder o interesse, e então diferente. Não existe nenhum estilo próprio dentro é mal redigida e pode decretar a sentença de morte do estudo de que eu não esteja ciente. Temos uma de um projeto. O melhor briefing que recebemos não eu me distancio do trabalho para permitir que a ideia esfrie um pouco, antes de acrescentar os detalhamentos grande biblioteca de materiais de referência era de fato um briefing, mas um pedido: eu tenho e possuímos muitos cadernos de notas, que eu uso este produto interessante. Como posso compartilhá-lo necessários. Por fim, termino com 2 ou 3 soluções que merecem ser apresentadas. Deborah Adler para dar suporte ao meu próprio trabalho. Se eu tiver o design de capas de livros. Sempre procuro ler o manuscrito para poder extrair um conceito sólido, para depois agrupar os elementos visuais e seguir em frente. Não existe uma etapa em que faço esboços, mas existem muitas ponderações tortuosas. Outras vezes, preciso pegar emprestado alguns elementos do livro, para traduzi-los em efeitos visuais. É um jeito de trabalhar de forma indireta, mas que quase sempre produz bons resultados inesperados. O design da capa em si mesmo é a parte mais fácil. John Gall

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Tadeu Costa, designer, autor Projeto Gráfico

Poemas Esparadrápicos Doutores da Alegria. Ilustração

Natural de Cataguases, Minas Gerais, Tadeu recentemente escreveu e publicou o livro infantil Eu não sei de qual África veio o meu bisavô!, pela editora Lazuli, de São Paulo. Mas, mais que narrador, é um grande designer.

Sua produção na área gráfica engloba revistas, livros, calendários especiais e ilustração, todos com esmerados projetos e acabamentos, afinal ele é um especialista em produção gráfica.

Vaca no brejo. Projeto Gráfico

Revista Nestlé Editores Cláudio Galperin e Luiz Ruffato. Design editorial

Francisco Inácio Peixoto O movimento Modernista Verde de Cataguases–MG: 1927 – 1929 e outras obras. Instituto Cidade de Cataguases. Ilustração

Galinha e Barata. Olimpíada dos Animais, Tec Video.

Formado em Desenho Industrial pela UEMG, trabalhou no jornal Diário Mercantil/JF, TV Globo Minas e há 15 anos montou o estúdio CostaMoreno, que atua em São Paulo e Minas Gerais. É mestre em Comunicação e professor na Universidade Anhembi Morumbi. Em 2006 publicou Maizena, um layout de 140 anos, pela Rosari, SP. www.costamoreno.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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+ projetos de Tadeu Costa

A serifa é apenas um detalhe Durante alguns séculos de prática os artistas do Renascimento criaram uma metodologia para racionalizar as proporções das maiúsculas romanas com compasso e esquadro e editaram seus resultados. Foi um sucesso; houve tipógrafos que desenvolveram interessantes inscrições esculpidas em monumentos. Uma das definitivas vantagens adicionais introduzidas pelas letras imperiais foi algo chamado serifa, pequenos terminais colocados nas extremidades dos traços dos caracteres. A terminologia da palavra serifa não é esclarecedora; ela foi exportada do Império Romano para o mundo e atualmente caracteriza e diferencia muitas de nossas tipografias. Uma parte significativa dos sistemas de classificação do design de tipos é baseada na identificação do tipo de serifa presente no final dos traços de cada letra. Muitos especialistas e leitores têm a sensação que a serifa contribui para melhorar a legibilidade por meio do sugestivo reforço que ela proporciona à linha imaginária na qual as letras se apoiam, mas há outros que afirmam que os tipos sem serifa são mais fáceis de ler. E ainda há quem afirme que a facilidade de leitura está associada ao costume (lemos melhor quanto mais lemos), e não à forma das letras. Então isso pode explicar a vantagem dos tipos serifados, já que eles criaram uma dependência e uma tradição ilusória devido à sua inerente característica (ou aura) de coisa antiga. Por muito tempo as pessoas teorizaram sobre a origem das serifas; existem duas teorias: uma afirma que ela provém do cinzel, e a outra, que ela se origina do pincel. O criador de letras inglês Eric Gill (1882 – 1940) assegura que a serifa é um maneirismo desenvolvido pelos usuários do cinzel, e que estes entalhadores usaram-no para dar beleza ao desenho das letras. Edward Catich (1906 – 1979), um compositor musical, mais tarde monje, defende a ideia de que a chave do problemas está em pesquisar os primeiros métodos de inscrições em pedra e da escrita, e sua teoria é boa. Boa o suficiente para extirpar a ideia de que o cinzel é o pai da serifa. De acordo com Catich, as letras não eram desenhadas em out line (desenho formado pelo traçado externo somado ao interno), mas realizadas por intermédio de um pincel chato, e o resultado é natural da prática do pincel, com os traços — largos ou estreitos — resultantes do uso progressivo do pincel, somados a uma finalização com o lado estreito do pincel (que forma a serifa). Ele desenvolveu seus argumentos convincentes no livro The Origin of the Serif. Minha própria experiência — como músico do norte da Inglaterra — me convenceu que Catich está certo sobre considerar as primeiras inscrições entalhadas como formadoras da escrita atual.

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Timothy Donaldson, Shapes for Sounds, MBP, Nova York, 2008. REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011



Quadrinhos

A Devir lançou álbum resgatando super‑heróis criados há cerca de 70 anos, que na época não conseguiram decolar e acabaram ficando esquecidos.

om história concebida por Alex Ross e Jim Krue­ger, ilustrada por ambos e também por Carlos Paul, Douglas Klauba e Stephen Sadowski, o lu­x uo­so álbum “Projeto Superpowers” revive esquecidos super-​ ­he­róis cria­dos entre os anos de 1939 e 1942, que não conseguiram conquistar um lugar ao sol, apesar da sua atratividade. O azar foi a concorrência que tiveram de enfrentar. Sucumbiram

DEVIR LIVRARIA Formato: 16,7 × 24 cm 256 páginas em cores www.devir.com.br/hqs

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Álvaro de Moya é autor do livro Vapt-Vupt. REVISTA ABIGRAF SETEMBRO/OUTUBRO 2011

na luta pelo sucesso e atenção dos fãs ao concorrerem contra Superman, Batman, Capitão Marvel, Fantasma e outros, que já dominavam os corações e mentes dos amantes dos comics. Entre os autores originais aparecem grandes nomes como Will Eisner, Jack Cole, Lou Fine, Bill Everett e Jack Binder, que vi­r iam a se tornar famosos com a cria­ção de outros personagens. O Combatente Ianque (de Richard Hughes e Jon L. Blummer, setembro de 1941), envelhecido e aposentado, é re­cria­do por Alex Ross e transformado no fio condutor da história, com a promessa de que ele ainda voltará a aparecer em outras aventuras. A Devir, com o caprichado volume um, o que promete uma sequência, abre caminho para resgatar estes desconhecidos super-​­he­róis. Alguns poderão, talvez, encontrar seu ápice se vie­rem a ser transformados em uma superprodução holly­woo­d ia­na. Quem sabe?


Galeria da SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil

Autor: ALEXANDRE RAMPAZO Título: Ilustração para o livro “Meu Avô Espanhol”. Cliente: Pandabooks. Técnica: Pintura Digital.

www.sib.org.br

Sociedade dos Ilustradores do Brasil


5ª Conferência Anual da Abro

Conferência discute as oportunidades para a impressão rotativa Perspectivas econômicas, desenvolvimento da mão de obra, sustentabilidade e novas tecnologias foram os principais temas.

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portunidades em um país emer­ gente foi o tema central da 5 ª‒ Conferência ­A nual da Abro, rea­ li­za­da no São Paulo Center, na ca­ pital paulista, no dia 17 agosto. Promovi­ do pela As­so­cia­ção Brasileira de Empresas com Rotativa Offset (Abro), o evento reu­ niu 288 pes­soas, entre gráficos, fornece­ dores e profissionais ligados à cadeia de produção. A palestra de abertura ficou por conta de Ga­briel Chalita, deputado federal e ex-​­secretário da Educação do Estado de São Paulo, que abordou a educação e sua importância para o País. Para ele, a edu­ cação só vai melhorar no Brasil quando o professor for de fato valorizado. O programa da conferência dividiuse em dois fóruns: Estratégico e Ge­ren­ cial. O primeiro, “Panorama de oportuni­ dades de ne­gó­cios – meio am­bien­te e Copa do Mundo”, foi conduzido por Mário Hiro­ se, diretor do departamento de Meio Am­ bien­te da ­Fiesp, e Rogério Santos, diretor executivo da Value Partners e consultor do Ministério do Esporte. Mesmo apontando falhas na nova Política Na­cio­nal de Re­sí­ duos Sólidos, o es­pe­cia­l is­ta elogiou os es­ forços das empresas brasileiras em adequa­ rem-se às novas exi­gên­cias. Rogerio Santos centrou sua apresentação nas ações que o governo brasileiro vem promovendo na preparação para a Copa de 2014. No Fórum Ge­ren­cial, “Desenvolvimen­ to de mão de obra”, Adalberto Franchin Ca­ vinato, psicólogo e consultor as­so­cia­do da MarQ Consultoria, discorreu sobre a impor­ tância das pes­soas dentro das organizações, lembrando que sem elas nada pode ser im­ plementado ou rea­li­za­do. Ao final, Rodney REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Casadei, diretor técnico da Abro, informou que a entidade criou um grupo de estudos sobre mão de obra. Após almoço oferecido pela Abro, seguiram-se os fóruns Ge­ren­cial e Tecnológico, com os temas “Sustentabili­ dade e GHG Protocol como ferramenta de ge­ren­cia­men­to da emissão de gases de efei­ to estufa” e “Novas tec­no­lo­g ias para o mer­ cado de rotativas offset”, respectivamente. Para introduzir o tema sustentabilida­ de, Eduar­do Gandara Costa, presidente da Abro, apresentou e convidou as empresas a participarem do grupo de gráficas, lidera­ das pela Abril, que vem discutindo susten­ tabilidade desde o ano passado. Na sequên­ cia, Tasso Azevedo, engenheiro florestal e consultor do Ministério do Meio Am­bien­ te, tratou do impacto das mudanças cli­ máticas nas florestas e da nova legislação am­bien­tal brasileira. Bea­triz Kiss, pesqui­ sadora do Centro de Estudos em Susten­ tabilidade da Fundação Getúlio Vargas, esmiuçou o Greenhouse Gas Protocol [Pro­ tocolo de Gases de Efeito Estufa], mostran­ do como as empresas podem se be­ne­f i­ciar do inventário. O GHG Protocol é a ferra­ menta mais utilizada in­ter­na­cio­nal­men­te por governos e líderes empresariais para com­preen­der, quantificar e administrar as

emissões de gases de efeito estufa. Cinco fornecedores foram convidados para apre­ sentar novas tec­no­lo­g ias durante o evento: manroland, Trelleborg, Procemex, UPM e Sun Chemical. A coor­de­na­ção das apresen­ tações ficou a cargo de Rainer Kuhn, dire­ tor da PrintCity Al­l ian­ce, grupo formado por fornecedores do setor gráfico com a fi­ nalidade de promover a discussão e o com­ partilhamento de conhecimento. Antes da palestra final, ministrada pelo economista Maíl­son da Nobrega, Ale­ xandre Marques, da AMSG Consultoria, co­ mentou os principais números da Análise Se­to­r ial 2010, pesquisa patrocinada pela Abro que traça o panorama econômico e de mercado do setor de impressão rotati­ va. Os resultados, bem como o Índice Se­ to­r ial de Preços, fazem parte do Diretório Abro 2011, publicação que começou a ser dis­t ri­buí­d a durante a conferência. O ex-​ ­ministro da Fazenda, sócio da Ten­dên­cias Consultoria, falou sobre as perspectivas da economia brasileira. Otimista, expli­ cou os motivos da ­atual crise e analisou a si­tua­ção do País. A 5 ª‒ Conferência ­A nual da Abro teve como patrocinadores Kodak, Flint Ink, Agfa, Deltagraf, Goss e Müller Martini.

(E/D): André Arantes, vice-coordenador do Conselho de Fornecedores; Augusto Dalla Vecchia, diretor de marketing; Claudio Baronni, vice-presidente executivo; Eduardo G. Costa, presidente executivo; Carlos Jacomine, diretor administrativo e financeiro e Rodney Casadei, diretor técnico, da Abro


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Fotos: Álvaro Motta

Os executivos da empresa (E/D): Roberto Minguez, Vicente Minguez (sentado) e Ricardo Minguez

O caminho de 50 anos da Planalto

Seguindo uma bem sucedida trajetória, a empresa se prepara para superar novos desafios e seguir adiante com equilíbrio entre gestão, produção e novos negócios. Ada Caperuto

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á 50 anos, os imigrantes es­pa­nhóis Ma­nuel e Vicente Minguez colocaram em prática o sonho de ini­ciar no Brasil um novo negócio. Hoje, a Planalto Envelopes é uma das lideranças nacionais na conversão de papel e envelopes. Com parque in­dus­trial instalado no bairro do Jabaquara, na capital paulista, a empresa é gerida pelo próprio Vicente Minguez, executivo administrativo-​­financeiro, ao lado dos sobrinhos Roberto Minguez, executivo ope­ra­cio­nal, e Ricardo Minguez, executivo co­mer­cial. “Costumamos dizer que o co­mer­cial é o acelerador, o administrativo-​­financeiro é o freio e a produção ope­ra­cio­ nal é a em­brea­gem. Juntos tentamos chegar a um equilíbrio. Brincadeiras à parte, vejo o fato de termos a primeira e a segunda geração trabalhando juntas como uma grande vantagem, declara Ricardo Minguez. E ele afirma que é justamente a “em­brea­ gem” quem sofrerá o maior impacto na estrada que segue em frente, passado meio século do trajeto de existência da Planalto. “Neste momento que estamos vivendo quem terá mais trabalho é o executivo ope­ra­cio­nal”. A declaração pode ser facilmente entendida quando se sabe um pouco mais sobre os dois mais recentes investimentos feitos pela Planalto. O primeiro deles foi a aquisição de máquinas para impressão de envelopes fechados. O grande

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ganho será a possibilidade de duplicar a capacidade ­atual de impressão offset desse tipo de produto. “Nosso sistema de impressão de grandes quantidades é flexográfico, mas existe uma demanda crescente pelo offset. Nosso objetivo principal é adquirir mais contratos de clien­tes que consomem estes produtos”. O outro foi a contratação de uma consultoria es­pe­cia­l i­za­da em gestão administrativa, ini­cia­ti­va vinculada à atua­li­za­ção da base tecnológica que gerencia todas as operações da empresa. “Estamos com uma consultoria interna que começou a trabalhar este ano, com a meta de otimizar os processos da empresa. Considero essa ini­cia­ti­va um presente para a empresa pelos seus 50 anos de vida”, comenta o executivo. Portanto, em pouco tempo a rotina do parque in­dus­t rial de 4.700 metros quadrados — onde trabalham cerca de 90 colaboradores, que produzem 42 milhões de envelopes mensalmente — deverá mudar. Mas o que faltaria a uma empresa que seguiu, até aqui, uma trajetória bem sucedida, sendo reconhecida no mercado por sua competência e qualidade? Com 29 anos de ex­pe­r iên­cia, Ricardo Minguez tem plenos conhecimentos do passado para desenhar um panorama do futuro. “Qualquer empresa, e principalmente uma que tem 50 anos de existência, traz em sua história um know-​­how de acertos e erros. Erramos bastante, acertamos


muito, mas para seguir adian­te e sobreviver mais 50 anos é necessário quebrar paradigmas e aumentar essa margem de acertos, sempre procurando oferecer um trabalho com mais qualidade aos clien­tes e ser o mais perfeito possível com os colaboradores. Dessa trajetória da Planalto ficou um saldo de avanços importantes, a exemplo da conquista da certificação FSC há dois anos. Isso representou uma quebra de paradigmas. Mas nesse saldo existem os de­sa­f ios a serem vencidos. E eu acredito que uma empresa não pode jamais se acomodar nos acertos”. Um envelope, o início de tudo

A história da Planalto começou com um único envelope. Ele continha a carta de Ma­nuel Minguez, já instalado no Brasil, ao irmão Vicente Minguez, na Espanha. O con­teú­do, redigido em 1961, era um convite para que os dois se unissem para investir em um novo negócio. Proposta aceita, eles instalaram um pequeno galpão no bairro da Vila Ma­r ia­na e ali a empresa começou a fun­cio­nar. Ma­nuel se dedicou à empresa até 1990, quando faleceu, mas seu sonho tomou proporções ainda maiores. O con­ti­nua­do aprimoramento do processo de automação in­dus­ trial permitiu não apenas fazer crescer o volume de produção, como também diversificou-a consideravelmente. O portfólio comporta hoje di-

ferentes linhas, com envelopes nos mais diversos formatos e cores, incorporando recursos de valor, como fechamento gomado, abertura serrilhada e fechamento autocolante em diversos formatos, todos eles normatizados. Os produtos são co­mer­cia­li­za­dos em branco ou recebem a aplicação de nomes, logotipos e remetentes em impressão offset e flexográfica. A Planalto Envelopes desenvolve projetos exclusivos, levando em conta as necessidades de cada clien­te. O atendimento é rea­li­za­do por uma rede na­cio­nal de representantes es­pe­c ia­l i­z a­dos, que seguem diretrizes que pri­v i­le­g iam a qualidade, pon­tua­li­da­de e o bom re­la­cio­na­men­to pós-​­venda.

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história viva

Na década de 60, Marcone Reis Fagundes desafiou o monopólio na produção de listas telefônicas criando a Guiatel. Dedicação e tenacidade cimentaram sua trajetória vitoriosa como gráfico e líder setorial. Tânia Galluzzi

Marcone Reis Fagundes O homem das listas

Marcone, seu sócio Wilson Melo Lima (último à direita) e Maria Ângela Villefort, diretora de produção, por ocasião de visita de representantes da Telemig à Guiatel, 1984

P

ara Marcone Reis Fagundes existem três premissas para o sucesso: trabalho, trabalho e trabalho. “Não conheço outra forma de vencer na vida. Aos 70 anos continuo chegando na empresa às 8h30 e saindo às 18h30, de segunda a sexta. Só não estou por aqui quando vou pescar”. Com muito trabalho e perseverança, Marcone, ao lado de Wilson Melo Lima, sócio e amigo, ergueu a Guiatel, uma das principais in­dús­trias gráficas de Minas Gerais, sinônimo de listas telefônicas. Essa parceria já dura 47 anos, “sem brigas”, como enfatiza Marcone, mas a vida pro­f is­sio­nal do empresário começou antes disso. Natural de Boa Esperança, sul de Minas, Marcone começou a trabalhar aos 17 anos como office boy em uma escola da capital. De lá foi para a Shell e depois para a LTB (Listas Telefônicas Brasileiras). Entrou em 1960, como assistente administrativo, e saiu

dois anos depois como gerente. “Juntamos um grupo de cinco pes­soas, que depois foi reduzido para duas, e cria­mos a Guiatel em 1964”. O objetivo não era modesto: brigar com a LTB, que detinha 96% do mercado de listas, produzindo para todo o Brasil. “Naquela época a lista ofi­cial era a única opção e decidimos ­criar uma lista paralela em Belo Horizonte. Como todo monopólio, o serviço tinha problemas no atendimento ao mercado e surgimos como uma alternativa para os anun­cian­tes”. Dedicando-se apenas à parte edi­to­r ial do produto, os cinco formavam ini­cial­men­te a equipe de vendas da Guiatel. O primeiro fun­cio­ná­r io só foi admitido dois anos depois. O produto emplacou, prosperou, e em 1970 Marcone e Wilson decidiram partir para a produção das listas em virtude da dificuldade que enfrentavam na impressão dos guias em Belo Horizonte. “Não tínhamos gráficas capazes de produzir os guias no tempo que precisávamos”. Com 50 fun­cio­ná­r ios, a área fabril nasceu totalmente dedicada à produção das listas da Guiatel, como é até hoje. Depois de Belo Horizonte, a empresa passou a atender Brasília, Goiás e parte do Estado de Minas Gerais.


Estendeu seus braços até o in­te­r ior de São Paulo, em cidades como Marília, mas a partir de 1985 concentrou-se em sua re­g ião. Atual­men­te, a Guiatel edita e produz 29 listas que cobrem todo o Estado, exceto o Triângulo Mineiro, uma vez que nessa me­sor­re­g ião a Companhia Telefônica tem uma editora própria. Cerca de 95% do faturamento da empresa vem das listas. O restante corresponde à produção de livros e revistas. “O mercado de listas impressas vem caindo, tanto é que já estamos na internet. Os dois produtos fun­cio­nam de forma complementar, mas não acredito que a lista impressa vai deixar de existir, porque a consulta ainda é mais prática nessa versão”. A crença no produto impresso é validada pela ocupação das máquinas da Guiatel: duas rotativas, três impressoras planas, além das linhas de acabamento. “Ainda não vimos necessidade de incrementar a produção de outros itens. Mas não há problema, podemos diversificar quando for preciso”. Na mesma época em que se voltou para o mercado local, Marcone passou a frequentar a Abigraf Re­gio­ nal Minas Gerais. Em 1986, convidado por Ildeu da Silveira e Silva, integrou a diretoria da entidade, da qual assumiria a presidência em 1992. Um dos marcos de sua gestão foi o fim da reeleição, que vigora até hoje. “Acredito muito na alternância no poder”. O comando da Abigraf-MG ficou sob a responsabilidade de Marcone durante uma gestão, contudo, uma vez dentro do as­so­cia­ti­v is­mo, não mais saiu. É o ­atual vice-​­presidente do Sindicato das In­dús­trias Gráficas no Estado de Minas Gerais, conselheiro fiscal da Abigraf Na­cio­nal e da Federação das In­dús­trias do Estado. “Desde que comecei, os problemas são os mesmos, apenas va­r iam de intensidade”. Em sua trajetória de sucesso, Marcone sempre teve ao seu lado a esposa Anacele, com quem tem um filho, Marco Túlio, cria­dor de gado. Além da pesca esportiva, outra atividade que ocupa suas horas de lazer é a marcenaria, que pratica em sua casa de campo. Mas Marcone não pensa em trocar a gráfica por seus hob­bies. “Aposentadoria? Aos 90, quem sabe”.

(Acima) Aplaudido pelo presidente do Sigemg/Abigraf-MG, Luiz Carlos de Oliveira, Marcone, acompanhado da esposa, Anacele Naves Fagundes, inaugura o seu retrato na galeria dos ex‑presidentes da entidade gráfica mineira, em 22 de maio de 1998 (Ao lado) Visita à Drupa 2000 (E/D): Wilson Melo Lima Júnior, Maria Ângela Villefort, Marcone e seu filho Marco Túlio Naves Fagundes (Abaixo) Ex-presidentes do Sigemg/ Abigraf‑MG (E/D): Carlos Alberto Rangel Proença, Sidney Sebastião Lázaro de Morais, José de Ribamar Chaves Cruz, Ildeu da Silveira e Silva, Marcone Reis Fagundes, Luiz Carlos de Oliveira e Jacks Ubiratan Bernardes de Faria, que estava assumindo a presidência da entidade para a gestão 1998–2001. 22 de maio de 1998

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Imagem de eucalipto


VO C Ê S A B E O QUE ACONTECE

CA DA V E Z QU E U M L I V RO, UM CADERNO, UMA EMBALAGEM, UMA REVISTA OU UM FOLHETO

É IMPRESSO? UMA NOVA ÁRVORE DA EDUCAÇÃO, DA INFORMAÇÃO E DA DEMOCRACIA É PLANTADA.

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Gentil Barreira

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Foto: Evelin Lima

F OTOG R A F I A

Responsável pela introdução da fotografia digital profissional no mercado cearense, Gentil Barreira adota a estética como fio condutor de todo o seu trabalho. Tânia Galluzzi

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Linhas e formas entil Barreira, 57 anos, é um au­ todidata. Começou a fotografar cedo, seguindo os passos do pai, que, mesmo não pro­fis­sio­nal­men­ te, estava sempre com uma câme­ ra na mão. Aos 11 anos já fazia suas pró­prias am­plia­ções em casa, em Fortale­ za, onde nasceu. E o interesse pelo processo fo­ tográfico com o tempo só cresceu, aproximan­ do-o das novas tec­no­lo­g ias e fazendo dele um pioneiro na fotografia digital no Cea­rá. No início da década de 70 a família Barrei­ ra mudou-se para São Paulo e Gentil passou a frequentar o curso de Arquitetura e Urbanis­ mo em São José dos Campos. Apesar de não o ter con­c luí­do, os experimentos com a arquite­ tura marcaram o início de sua carreira como fo­ tógrafo, ini­cia­da em 1975, quando, já de volta a Fortaleza, Gentil começou a atender arquitetos

e es­cri­tó­rios de engenharia. Nesse pe­río­do estu­ dava Comunicação So­cial na Universidade Fe­ deral do Cea­rá. “Percebi que as maquetes eram muito bem feitas, porém mal fotografadas. Re­ solvi tirá-​­las dos es­tú­d ios, levá-​­las para os lo­ cais onde as construções se­r iam erguidas, am­ bien­tan­do-as e caprichando na produção. Esse di­fe­ren­cial gerou uma boa demanda e com isso montei meu estúdio”. Na esteira desse trabalho veio o convite para fazer publicidade e em 1978 Gentil assinou sua primeira peça. Novos caminhos

Da fotografia de objetos partiu para retra­ tos e moda, sem deixar a arquitetura de lado. Hoje há espaço para todos os temas da publi­ cidade em seu portfólio, mas a estética da or­ ganização dos espaços e dos am­bien­tes conti­ nua em destaque. “Agora fotografamos o local que vai receber o em­preen­d i­men­to antes do início das obras. O objetivo é passar um con­ ceito, o que acaba sendo mais prazeroso para mim como fotógrafo, pois recebo um brie­f ing, e não um lay­out fechado. Tenho mais liberdade para ­criar”. De lá para cá suas fotos foram pu­ blicadas em livros e revistas como Veja, Exame, Isto É, Casa Cor e Ícaro. Essa liberdade encontra expressão total nos ensaios e pesquisas que Gentil faz con­t i­nua­ men­te. Ele já participou de diversas exposições individuais e coletivas não só no Cea­rá, mas também em outras capitais brasileiras e no ex­ te­r ior. A mais recente aconteceu na galeria Casa

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D’Arte, em Fortaleza. Comemorando o Dia da Fotografia (19 de agosto), a galeria fez uma re­ trospectiva do trabalho de Gentil desde 1979, apresentando 40 imagens, incluindo paisagens, figuras humanas e arquitetura. Possivelmente a próxima mostra revelará o resultado de um projeto que vem sendo executa­ do há um ano e meio, batizado de Cea­rá de Sol e Chuva. “Na nossa re­g ião temos apenas duas estações, a chuva e a seca, pe­r ío­dos bem mar­ cados que provocam mudanças muito grandes na paisagem. Desde menino isso me encanta e estou documentando essas alterações”. Um desdobramento das via­gens que envol­ vem esse trabalho é o projeto In­te­r io­res, cujo primeiro ensaio con­c luí­do é o livro Quixeramobim 700. Dispensando luzes especiais e produ­ ções, o fotógrafo vem registrando o in­te­r ior das casas do sertão com o intuito de mostrar como vivem e moram essas populações.

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Sistema Abigraf Notícias

Participantes do Graphia recebem prêmios internacionais Premiações concedidas a duas empresas integrantes do projeto Graphia valorizam a qualidade do produto gráfico brasileiro.

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mpresas que fazem parte do projeto Graphia — programa de estímulo às exportações da indústria gráfica promovido pela Abigraf Na­cio­nal, com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-​­Brasil) — sagraram-se vencedoras de dois prê­mios reconhecidos in­ter­na­cio­nal­men­te. Os resultados foram im­pul­sio­na­ dos pelos esforços da Abigraf em elevar a competitividade e exposição do produto gráfico brasileiro no mercado in­ter­na­cio­nal. A gráfica Escala 7 foi a vencedora do Prêmio Popai na cate-

(E/D): José Rodrigo Roque Díaz, diretor geral da Impi; Daniel Hsu, International Business Management Graphia Alliance e Juan Manuel Rojas Gutiérrez, presidente executivo da Anfaeo

goria “Bebidas não al­ coó­li­cas”, com a peça “Display de chão Frap­ puc­c i­n o Starbucks”. A peça, desenvolvida para a Pepsico do México, tem o formato de um frasco de frappuccino e chama a atenção por re­l a­cio­nar a bebida ao bem estar da família. A Popai (The Global As­so­cia­ tion for Mar­ke­ting at Retail) é uma entidade voltada ao desenvolvimento da atividade de merchandising, Acima, Daniel Hsu com o “Display de chão Frappuccino Starbucks”, da Escala 7. Ao lado, o prêmio conferido à Confetti, pelo caderno Tera

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estando presente em 27 paí­ses. O Prêmio Popai é considerado o “Oscar” do merchandising, e tem grande importância e repercussão em todo o planeta. “A pre­ mia­ç ão é resultado do ótimo trabalho desenvolvido pela Escala 7, que contou com o apoio da Abigraf Na­cio­nal e da Apex-​ ­Brasil, através do Graphia, para chegar ao concorrido mercado mexicano”, resume o gerente do projeto, Wagner Silva. Outra gráfica brasileira que ganhou reconhecimento in­ter­ na­cio­nal foi a Confetti, que voltou da Cidade do México com o Prêmio Inovação e Excelência An­faeo-​­Impi 2011 na bagagem. A Confetti conquistou a es­ta­tue­ ta na categoria “Ecológico”, com o produto Caderno Tera. O item vencedor possui sua capa fabricada a partir de ma­te­rial 100% reciclado pós-​­consumo, pro­ve­ nien­te da reciclagem de embalagens tipo longa-​­vida. Concedido pela Aso­cia­ción Na­cio­nal de Fabricantes de Artículos Escolares y de Oficina (An­faeo) e pelo Ins-

tituto Mexicano de la Pro­pie­dad In­dus­trial (Impi), o prêmio busca reconhecer a qualidade, fun­cio­ na­li­da­de e inovação dos melhores produtos expostos no ano. “As gráficas brasileiras envolvidas com o Graphia têm demonstrado que o dólar desvalorizado não é ne­ces­sa­ria­men­te um empecilho para as exportações quando se tem cria­ti­vi­da­ de, inovação e qualidade. Nosso objetivo é mostrar aos em­pre­sá­ rios que nossa competitividade está no valor agregado dos produtos. O excelente trabalho e o reconhecimento in­ter­na­cio­nal da Confetti é prova disso”, ressalta o gerente do grupo. O resultado das duas empresas pre­ mia­das foi comemorado pelo presidente da Abigraf Na­c io­ nal, Fabio Arruda Mortara, como uma demonstração cabal da capacidade da indústria gráfica brasileira de se superar e demonstrar sua qualidade, em nível mun­dial. “Estamos muito satisfeitos e trabalhando para que outras pre­mia­ções aconteçam”. O Graphia é o maior exemplo do po­ten­cial do produto gráfico brasileiro no mercado externo. Cria­do pela Abigraf em 2003, o grupo já realizou ne­gó­ cios com 26 paí­ses das Américas, Caribe, Europa e Ásia, em seus três segmentos de atua­ção: embalagem, papelaria e edi­to­rial-​ ­pro­mo­cio­nal. O Graphia já viabilizou a inserção de mais de 80 empresas brasileiras no mercado in­ter­na­cio­nal e participou de 88 missões comerciais e 57 feiras internacionais, acumulando vendas su­pe­rio­res a R$ 42 mi­lhões para o ex­te­rior.


Novos conhecimentos na área de gestão Estratégias administrativas e particularidades gerenciais do negócio gráfico foram temas das palestras gratuitas oferecidas aos associados no terceiro trimestre.

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o terceiro trimestre do ano, a Abigraf-SP, o Sindigraf-SP e a ABTG deram continuidade ao programa de palestras gratuitas para as­so­cia­dos. O ciclo da segunda metade de 2011 foi ini­ cia­do em 21 de julho, quando o Sindigraf-SP, em parceria com a Federação das In­dús­trias do Estado de São Paulo (­Fiesp), promoveu a palestra “Administração es­ tratégica”, com foco nas empresas do setor gráfico. Ministrado por Antonio Marcos Vargas de Oliveira, da Universidade Cruzeiro do Sul, o evento apresentou um panorama da evolução do conceito de planejamento, partindo de seu sentido original, como metodologia para projetar o futuro, até a definição mais ­atual, que prevê uma rea­va­lia­ção constante das es­ tra­té­gias adotadas pelas organizações. O encontro teve a participação de 35 pes­soas. Em 2 de agosto, o tema abordado em palestra da Abigraf-SP foi “Aspectos legais da terceiriza­ ção”, que apresentou as principais modalidades de contratação em diferentes operações de terceirização, questões contratuais, responsabilidades de cada parte e os riscos para as empresas. Cerca de 20 profissionais compareceram ao evento comandado por Da­niel Dayeh Rocha, Carlos Alberto Caldarelli e

Luiz Carlos de Souza Ribeiro Ju­ nior, todos profissionais do Honda Estevão Advogados. Os es­pe­ cia­lis­tas mostraram a evolução do conceito de terceirização ao longo da história e apontaram o que em­pre­sá­rios e empregadores devem fazer para manter a produtividade, sem que corram riscos trabalhistas.

trabalho em equipe como forma de reter talentos”. Promovido pelo SindigrafSP, o seminário apontou caminhos para que as empresas do setor valorizem a liderança e o trabalho em equipe, abordando também questões como qualificação e custo de mão de obra, motivação e o papel do líder.

Retendo talentos Mais do que um bom salário, respeitar a in­di­vi­dua­li­da­de dos fun­ cio­ná­rios e fazer com que eles se sintam bem no am­bien­te de trabalho é a melhor maneira para que jovens talentos não procurem o reconhecimento em outras empresas. Foram essas algumas das recomendações dadas por Olavo Henrique Furtado, coor­de­na­dor de pós-​­gra­dua­ção e MBA da Trevisan Escola de Ne­ gó­cios, que ministrou, em 18 de agosto, a palestra “Liderança e

Na palestra, o es­pe­cia­lis­ta ressaltou que impor de­sa­f ios também faz com que o empregado se sinta importante no mecanismo da empresa. O espírito de liderança também foi destacado. “Além da autoridade, o líder tem que ser carismático. “Ele deve passar o que precisa ser feito de uma forma tranquila e positiva”, concluiu o professor. Fechando o trimestre, em 14 de setembro, a Abigraf-SP realizou a palestra “Como os des­ per­dí­cios nas ­­áreas financeira e

de mar­ke­ting afetam sua empre­ sa”. O programa abordou questões como a necessidade de tomada de recursos financeiros de curto prazo para suprir o desperdício das empresas e a visão do descontrole da produção e seu impacto nos custos. O tema foi tratado por José Pires de Araú­ jo Ju­nior, mestre em Administração, professor do curso su­pe­rior e da pós-​­g ra­d ua­ç ão da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica e consultor as­so­cia­ do da ABTG. No dia seguinte, 15 de setembro, a ABTG organizou em seu auditório o “Seminário Digitec – como vender impres­ sos digitais sendo competitivo e inova­ dor”. Para apresentar o tema, o grupo técnico cria­do no âmbito da ABTG , com o apoio do Gedigi, voltado para a divulgação de tecnologia de impressão digital, convidou Edivaldo Cassola, administrador de empresas com forte atua­ção no setor gráfico, e João Scortecci, diretor-​ ­p residente do Grupo Edi­to­r ial Scortecci e conselheiro da ABTG. O encontro foi encerrado com um debate me­dia­do por Paulo Addair, consultor es­pe­cia­li­za­do em editoração eletrônica e impressão digital, com a participação dos palestrantes e de Andrea Ponce, coor­de­na­do­ra técnica e consultora sê­nior da entidade organizadora do evento.

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Sistema Abigraf Notícias

Capacitação ao alcance de todos Com mais de três mil participantes de janeiro a agosto deste ano, o projeto Semana de Artes Gráficas bate recorde de público.

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eguindo o sucesso das edições an­te­r io­r es, os programas da Semana de Artes Gráficas (SAG), nos meses de julho e agosto, tiveram grande participação dos gráficos das re­giões onde foram rea­li­za­das. Entre os dias 25 e 29 de julho, 444 pes­ soas compareceram ao evento promovido em Ribeirão Preto (SP). A cidade de São José do Rio Preto (SP) também reuniu gráficos para se aprimorarem durante a sexta edição da SAG rea­li­za­ da de 22 a 26 de agosto.

Apenas no primeiro semestre, as SAGs reuniram mais de 2.500 pes­s oas, de 247 empresas, nos eventos rea­li­za­dos em Sorocaba, Araçatuba e Bauru, no in­te­rior de São Paulo, e, neste ano, pela primeira vez, nos estados do Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Outra novidade foi a inclusão das palestras “Sebrae – Técnicas de sustentabilidade para micro e pequenas empresas gráficas”, fruto da parceria entre a Abigraf Na­cio­nal e o Sebrae Na­cio­nal, e

São José do Rio Preto

Para sensibilizar Temas da quarta edição do Ciclo de Sustentabilidade da ABTG tiveram a proposta de despertar a atenção para a responsabilidade ambiental em todas as etapas do processo produtivo.

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edução de consumo energético e de água, destinação correta de re­sí­duos e a importância das certificações ambientais. Estes foram os principais temas abordados pelos palestrantes que se apresentaram no 4º Ciclo de Sustentabilidade, promovido pela ABTG, em 24 e 25 de agosto. Para atender a proposta de debater um dos assuntos que

atual­men­te tem maior peso no dia a dia da indústria gráfica, a ABTG convidou os profissionais da Apoe­na Sustentável, consultoria de gestão es­pe­cia­li­za­ da em projetos ambientais, que apresentaram a palestra “Sensibilização para a sustentabilidade”. A efi­ciên­cia energética, outro tema pri­mor­dial nos dias de hoje, foi tratada por Aluí­zio Sales Jú­nior, es­pe­cia­lis­ta da área

REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

Ribeirão Preto

“Programa Graphia – projeto de exportação do setor gráfico”. Com esta marca, o projeto ultrapassa o número de três mil profissionais inscritos nas atividades gratuitas pro­por­cio­na­das pela Semana de Artes Gráficas. Porém, até o encerramento de 2011, deverão ser somados os participantes dos eventos que encerrarão o circuito. Os encontros estavam programados para ocorrer de 26 a 30 de setembro,

de melhoria de processos da In­ter­na­tio­nal Paper. José Valverde, secretário parlamentar do gabinete do deputado federal Arnaldo Jardim, encerrou o primeiro dia do evento com palestra sobre a Política Na­cio­nal de Re­sí­duos Sólidos, que, ins­ti­tuí­ da há menos de um ano, ainda está em fase de implantação nas in­dús­trias nacionais. Com o tema “A indústria gráfica com cons­ciên­cia am­ bien­tal”, Enio Zucchino, gerente de mar­ke­ting de produto para soluções de pré-​­impressão da Kodak, foi o convidado da ABTG que abriu o segundo dia do

em Campinas, e de 24 a 28 de outubro, em Ba­rue­ri, no Estado de São Paulo. Com um programa de se­mi­ ná­rios e palestras sobre gestão, produção e vendas na área gráfica, a SAG é uma das mais bem sucedidas ini­cia­ti­vas de capacitação e atua­li­za­ção pro­f is­sio­nal cria­das pelo setor gráfico, rea­li­ za­da pela Abigraf-SP, com programação organizada pela ABTG e apoio do Sindigraf-SP.

evento. O descarte de materiais, tema debatido no dia an­ te­rior, teve nova abordagem com a palestra “Perigos com a destinação dos re­sí­duos sólidos: cuidados a serem tomados”, de Laér­cio Romeiro, consultor sê­nior em sustentabilidade da Ciclo Am­b ien­t al. Encerrando o evento, Márcia Biag­gio, da Estat Brasil, consultoria das ­­áreas de qualidade, segurança do trabalho, sustentabilidade e responsabilidade so­cial, apresentou o tema “FSC/Cerflor – Cadeia de custódia. Por quê as gráficas precisam da certificação?”.


Nova diretoria em Sergipe Walter Santos é o empresário eleito para comandar a regional da Abigraf no Estado. fico local. “A conquista de novos clien­tes é uma ‘briga’ eterna no movimento gráfico, que felizmente vamos ganhando. É preciso atraí-​­los para mantermos nossas atividades profissionais. Isso se dá, felizmente, com a rea­li­za­ção de trabalhos impecáveis e a um custo sobremodo ra­zoá­vel; é uma guerra eterna. O que nos preo­cu­pa é que o setor gráfico local está reduzindo sua capacidade de investimento por força dessa si­tua­ção de concorrência externa”. Antes mesmo de assumir a diretoria, Walter já acompanhava todo o trabalho desempenhado pela entidade, e assim pôde perceber quais medidas estratégicas precisavam ser em­preen­ di­das para Cathay-GuiaEspecialExpoprint-Abigraf247-c.indd 3 im­pul­sio­nar a indústria gráfica Walter Castro dos Santos, presidente da Abigraf-SE sergipana. “Uma das principais metas da esde outubro, a Abigraf Re­gio­nal Sergipe minha gestão é colocar o nosso Estado no conta com nova diretoria, sob a presidên- mesmo patamar que os demais, alcançancia do empresário Walter Castro dos Santos. do todos os be­ne­fí­cios de que dispõem os Com sede na capital, Aracaju, a nova repre- em­pre­sá­rios de outras localidades”, afirma o sentante da Abigraf Na­cio­nal tem pela frente presidente da Abigraf-SE. a missão de enfrentar os de­sa­f ios do mercado local, que são principalmente, de acorAbigraf Regional Sergipe do com o novo presidente, a concorrência (quadriênio 2011–2015) com as gráficas de estados vizinhos e o ­atual DIRETORIA EXECUTIVA momento na “balança” de serviços gráficos Presidente: Walter Castro dos Santos em todo o Estado. Para Walter, que é diretor (Nossa Gráfica) da Nossa Gráfica, Sergipe está atual­men­te 1º Vice-​­Presidente: Stênio Gonçalves Andrade muito bem servido de gráficas, mas com a (Gráfica Jandrade) 2º Vice-​­Presidente: José Elenilton Pereira maioria das empresas concentradas na cados Santos (Gráfica e Editora Textopronto) pital. “O grande problema que se observa Diretor Administrativo: Márcio Gibson Araújo nos últimos meses é que temos mais oferta Dias (InfoGraphics Gráfica e Editora) do que demanda. Algumas gráficas de estaDiretora Administrativa Adjunta: dos vizinhos participam de licitações do goMarta Cavalcante Paes Lima (Adgraf) Diretor Financeiro: Aurelino Oliveira Sampaio verno e das prefeituras do Estado, retirando (Gráfica Sol) de muitas empresas a capacidade de conDiretor Financeiro Adjunto: Álvaro Cândido correr entre si. Muitas vezes, chegam com de Sousa (Futura Gráfica e Serviços) preços abaixo do mercado, com o intuito de SUPLENTES – DIRETORIA EXECUTIVA conquistar esse clien­te, novo para elas, neHonorino Araújo Dias (Info Graphics Gráfica cessário para nós. Por outro lado, a competie Editora), Lucas de Matos Ramos (Engenho tividade entre as gráficas locais tem se transdas Artes) e Walter Castro dos Santos Júnior (Júnior Artes Gráficas) formado em ­união para podermos enfrentar CONSELHO FISCAL esse ‘inimigo’ externo que só nos prejudica”, Murilo Vasconcelos Freire (Futura Gráfica e declarou o novo presidente da Abigraf-SE. Serviços), José Adelmo da Silva Lima (Adgraf) Outra tarefa do líder em­pre­sa­rial sergie Cícero Rocha da Silva (Duplichaves) pano, em seu novo cargo, é encontrar camiSUPLENTES – CONSELHO FISCAL nhos para que a entidade, com os serviços Antônio Aurélio Prado Sampaio (Gráfica que presta, possa contribuir para superar Sampaio), Ariel Alves Cardoso (Gráfica Alvorada) e Adriana Souza Santos (Júnior Artes Gráficas) problemas encontrados pelo parque grá-

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Novos associados Entre os meses de junho e agosto, a Abigraf Nacional e a Abigraf-SP receberam a filiação de mais três empresas. Conheça um pouco mais sobre cada uma delas: Abigraf Nacional

Cathay Brasil Com., Imp. e Exp. Ltda.

Localizada na zona Sul de São Paulo, a empresa é responsável pelo comércio de papéis da Asia Pulp & Paper (APP) no Brasil. Presente em mais de 65 países, 9:00:48 PM 5/27/2010 a APP é uma das cinco maiores companhias de celulose e papel do mundo, e é também a maior em plantação‑celulose‑papel integrados na Ásia. Tel.: (11) 3078-3838 Site: http://www.cathaybr.com

Ibema Cia. Brasileira de Papel

Desde os anos 1950, a empresa oferece matéria-prima para gráficas, se tornando uma das maiores produtoras de papel-cartão da América Latina. Com sede em Curitiba, a empresa é também uma das pioneiras em reflorestamento no Sul do Brasil. Tel.: (41) 3240-7400 Site: http://www.ibema.com.br

Abigraf-SP

NC Fotolito e Gráfica Digital

Localizada no interior de São Paulo, na cidade de Bauru, a empresa visa ser mais que uma gráfica rápida, oferecendo serviços em pequenas e grandes quantidades em impressão digital, através do uso de fotolito digital. Tel.: (14) 3234–7855 Site: http://www.ncdigital.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011  REVISTA ABIGR AF

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MENSAGEM

Levi Ceregato

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) Regional São Paulo

Juros menores por um Brasil maior

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redução da taxa básica de juros (Selic) anunciada pelo Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não foi apenas uma decisão acertada. Foi, antes de tudo, a mais significativa medida adotada entre uma série de outras que já vinham sendo tomadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff com o objetivo de estimular os setores produtivos da nossa economia. A série de boas notícias para a indústria começou em agosto com a apresentação do Plano Brasil Maior, destinado a mitigar as desvantagens competitivas da indústria de transformação brasileira. Dias depois, o governo veio a público novamente para anunciar o aumento do teto de faturamento para enquadrar as micro e pequenas empresas no Simples Nacional. Na véspera da comemoração dos 189 anos da Independência do Brasil, e dias após a redução da Selic, foi a vez da presidente Dilma utilizar‑se de um pronunciamento em rede nacional para anunciar que sua gestão não irá permitir que “artigos estrangeiros venham a concorrer de modo desleal com os nossos produtos”. Dias depois, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo informou que o governo brasileiro fará uma ofensiva para frear a entrada de produtos importados que estejam prejudicando as empresas brasileiras. Dentre as medidas que deverão ser adotadas estão o fortalecimento do controle sobre fraudes nos portos e aeroportos, a contratação de novos investigadores para fiscalizar a prática de dumping e a adoção de novas leis exigindo a realização de testes com os produtos importados. Do ponto de vista da indústria gráfica, o que se delineia com a soma de todas essas mudanças é um cenário alentador. À exceção do Plano Brasil Maior, cujas medidas mais decisivas tiveram como foco apenas as indústrias de REVISTA ABIGR AF  SETEMBRO/OUTUBRO 2011

confecções, calçados, móveis e software, a maior parte dos itens anunciados até aqui traz algum tipo de efeito positivo para a nossa indústria. A começar pela elevação do teto do Simples Nacional, uma antiga reivindicação do nosso setor. Nunca é demais lembrar que mais de 90% da indústria gráfica brasileira é formada por micro e pequenas empresas, principais beneficiadas desta modalidade de tributação. Levantamento feito pelo Departamento Econômico da Abigraf aponta que a proposta do governo para correção da tabela do Simples deverá beneficiar 372 empresas do setor, que faturam hoje entre R$ 2,4 milhões e R$ 3,6 milhões e empregam, ao todo, 25.885 funcionários. As medidas de defesa comercial também deverão ter efeito positivo para a indústria gráfica, uma vez que tornarão mais difícil a entrada no País de produtos com preços artificialmente depreciados, além de estimular o enquadramento dos importados nas normas técnicas em vigência no território nacional. Mas, dentre todas as mudanças que de alguma forma deverão estimular o setor produtivo brasileiro, a que parece mais significativa para a indústria gráfica é, sem dúvida, a recente redução na Selic. Claro que o corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, que passou de 12,5% para 12% ao ano, não foi suficiente para tirar o Brasil do topo da lista dos países com o dinheiro mais caro do planeta. Mas, assim como outros setores da indústria de transformação, a indústria gráfica é uma grande tomadora de empréstimos, quase sempre utilizados na aquisição de máquinas e equipamentos para melhor atender às demandas de um mercado em constante transformação. Neste sentido, mesmo que pequeno, o corte representará um alívio tanto para o empresário gráfico, que continuará a investir na necessária expansão dos seus negócios, quanto para o trabalhador, que estará inserido em um mercado de trabalho mais saudável. lceregato@abigraf.org.br


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Este relatório foi produzido utilizando as melhores práticas em produtos e serviços gráficos disponíveis no mercado brasileiro. Pré-impressão: softwares :APOGEE PREPRESS e PORTAL; CtP :AVALON N8; Chapas :AZURA TS; impresso em papel certificado FSC e tinta à base de vegetal com retícula :Sublima e Inksave.



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