revista
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revista abigraf 255 setembro / outubro 2011
a r t e & i n d ú s t r i a g r á f i c a • a n o x x x VI • s e t / o u t 2 0 1 1 • nº 2 5 5
Elaboração: Clemente & Gramani Editora e Comunicações Ltda. Rua Marquês de Paranaguá, 348, 1º andar 01303-905 São Paulo SP Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3159-3010 Fax (11) 3256-0919 E-mail: gramani@uol.com.br Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26.897), Ada Caperuto, André Mascarenhas, Clarissa Domingues, Marco Antonio Eid, Milena Prado Neves, Ricardo Viveiros e Tainá Ianone Revisão: Giuliana Gramani Colaboradores: Álvaro de Moya, Claudio Ferlauto e Luis Guilherme Pontes Tavares Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Produção: Rosaria Scianci Editoração Eletrônica: Studio52 Impressão e Acabamento: Santa Marta Capa: Laminação, Hot Stamping (com fitas MP do Brasil) e Relevo: Santa Marta
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Assinatura anual (6 edições): Brasil: R$ 60,00 América: US$ 70,00 Europa: US$ 80,00 Exemplar avulso: R$ 12,00 (11) 3159-3010 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
O pernambucano Lula Cardoso Ayres começou a desenhar aos 11 anos e a partir de então encheu o mundo com a alegria do rural e do urbano, com a emoção e as cores da cultura brasileira.
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15 -º Congraf Palestrantes contam um pouco do que estarão apresentando no Congraf, que será realizado em Foz do Iguaçu no início de outubro. Conheça o perfil dos principais nomes do evento.
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A expansão da base instalada acentuou o problema de mão de obra, já que no Nordeste praticamente não temos escolas para formação de profissionais. Luiz Sergio Baptista, diretor comercial da Gráfica JB, comentando o atual cenário da indústria gráfica na região.
A agência de publicidade deve se preocupar em ter um olhar diferente sobre os consumidores. Precisa ter um olho e meio no futuro, mas os dois pés no presente.
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Dalton Pastore, publicitário.
Prêmio de Responsabilidade Socioambiental
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arte & indús tria gráfica • ano xxxvi • s et/out 2011 • nº 2 5 5
Nesta edição, a revista traz os cases de cinco gráficas que participaram do prêmio: Antilhas, Ápice, Burti, Caeté e Congraf.
O Brasil acumulou reservas de mais de US$ 300 bilhões e está preparado para enfrentar qualquer crise externa. Henrique Meirelles, ex‑presidente do Banco Central do Brasil.
2011
Presidente da Abigraf Nacional: Fabio Arruda Mortara Presidente da Abigraf Regional SP: Levi Ceregato Conselho Editorial: Cláudio Baronni, Egbert Miranda, Fabio Arruda Mortara, Flávio Tomaz Medeiros, Guilherme Granzote Calil, Levi Ceregato, Manoel Manteigas de Oliveira, Mário César de Camargo, Plinio Gramani Filho e Ricardo Viveiros
Alegria universal
revista abigraf 255 setembr o / outubro
ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/ Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 533 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br
Cajus, têmpera de caseína, 50 × 69 cm, 1953
REVISTA ABIGRAF
Capa: Frevo, óleo sobre tela, 109 × 85 cm, 1945 Autor: Lula Cardoso Ayres
O valor da publicidade
Dalton Pastore, presidente do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação, fala à Revista Abigraf sobre a publicidade e as novas mídias.
A primeira revista brasileira
Em janeiro do próximo ano será lançado na Bahia o fac‑símile de As Variedades ou Ensaios de Literatura, em comemoração aos 200 anos de seu lançamento.
A indústria gráfica no Nordeste
Dados estatísticos levantados pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf mostram o desempenho e a participação do setor gráfico nordestino no contexto nacional.
Seu nome é trabalho
Em 47 anos, Marcone Reis Fagundes construiu a Guiatel, sinônimo de listas telefônicas, além de dedicar‑se à vida associativa. Aos 70 anos não pensa em parar.
Gentil Barreira
Pioneiro da fotografia digital no Ceará, Gentil Barreira concilia a fotografia de publicidade, de arquitetura e sua produção pessoal, tendo a estética como norte de seu olhar.
Santa Marta comemora 45 anos
Gráfica se aproxima do meio século com novos equipamentos, produção de 1,8 mil toneladas de papel consumido por mês e 500 funcionários.
16 36 52 90 94 Editorial/Fabio Arruda Mortara ������������������������� 6 Rotativa ��������������������������������������������������������� 8 25-ª Office Paper Brasil Escolar ���������������������30 Opinião/Eduardo Carneiro Mota/PE ���������������34 Graphium Show �������������������������������������������38 Gráfica Aquarela/MA ������������������������������������40 Ponto a Ponto/Braille ������������������������������������42 Gráfica Cearense/CE ������������������������������������44 Inauguração Cerutti 7/Abril ���������������������������46 Gráfica Flamar/PE ����������������������������������������48 Impressões/Reinaldo Espinosa ����������������������50
Economia/Região Nordeste ���������������������������52 Prêmios Regionais ���������������������������������������62 Heidelberg/Dieter Brandt ������������������������������72 Colacril/RR Etiquetas ������������������������������������76 Olhar Gráfico/Cláudio Ferlauto ����������������������80 Quadrinhos/Álvaro de Moya ��������������������������84 Ilustração/Alexandre Rampazo ����������������������85 5-ª Conferência Abro �������������������������������������86 Planalto Envelopes/50 anos ��������������������������88 Sistema Abigraf �������������������������������������������98 Mensagem/Levi Ceregato ���������������������������102
SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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editorial
Fabio Arruda Mortara
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP)
A indústria gráfica crescendo com o Brasil
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rienalmente, a indústria gráfica brasileira realiza seu congresso nacional, o Congraf, com o objetivo maior de compartilhar conhecimentos e experiências entre seus profissionais e, assim, fortalecer o setor. Em 2011, chegamos à 15 ª‒ edição, 46 anos após a primeira, com essa missão renovada diante das perspectivas sem precedentes de crescimento para a economia nacional. É este um dos temas desta Revista Abigraf, que começa a circular justamente em Foz do Iguaçu, onde acontece nosso evento de 2011. É verdade que o ambiente global, com a crise financeira que castiga o mundo desenvolvido, e os sempre lembrados entraves para o desenvolvimento resumidos no chamado “custo Brasil” continuam a nos lembrar de que nunca é exagerado ter cautela com as previsões mais otimistas. Mas é também um fato inegável que hoje, três anos depois do último Congraf, o cenário para a indústria gráfica parece mais animador do que em outubro de 2008. No mês do evento daquele ano, o mundo acabara de mergulhar na espiral de falências desencadeadas pela quebra, em setembro, do banco de investimentos norte‑americano Lehman Brothers. Embora distante do epicentro da crise e apesar dos discursos ufanistas de que a mesma representaria apenas uma “marolinha” para o País, a economia nacional patinaria em 2009, sofrendo uma retração de 0,2% no PIB naquele ano. Na indústria gráfica não foi diferente: de 2008 para 2009, a produção do setor regrediu 0,3%. Em 2010, entretanto, esse cenário inverteu‑se, tanto em termos de crescimento do PIB brasileiro, de 7,5% em relação ao ano anterior, quanto da produção da indústria gráfica, que avançou 4,5% no período, atingindo R$ 29,7 bilhões. REVISTA ABIGRAF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Hoje, pode‑se dizer que temos perspectivas animadoras para os próximos anos, mesmo com a crise do déficit nas contas públicas que atinge o mundo desenvolvido e a enxurrada de importações que dizima a indústria brasileira. A previsão é de que o nosso PIB, assim como a produção da indústria gráfica, continuem a se expandir em 2011. Projetamos um crescimento de 2% a 3% para o nosso setor, algo muito parecido com as projeções para a expansão da economia nacional, hoje prevista em 3,6% pela pesquisa Focus do Banco Central. Com relação à indústria gráfica, ótimas oportunidades surgirão nos próximos cinco anos, com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, ambas a serem sediadas pelo Brasil. Como não poderia deixar de ser, esses megaeventos esportivos estarão no foco do 15 º‒ Congraf. Por isso, a abertura ficará a cargo do presidente do Conselho Público Olímpico (CPO), Henrique Meirelles, que, além de ser o responsável pelas decisões do Governo Federal no tocante aos jogos, falará com a autoridade de quem presidiu o Banco Central nos últimos oito anos. Ou seja, teremos uma oportunidade perfeita para conhecer, em primeira mão, as prioridades governamentais para os jogos, sem perder de vista outras variáveis que afetarão, de uma forma ou de outra, a evolução da nossa economia. Ainda sobre as oportunidades relacionadas aos megaeventos esportivos que o Brasil sediará, contaremos com a palestra de José Carlos Brunoro, especialista renomado em marketing esportivo. Obviamente, esse não será o único assunto do Congraf. O perfil do novo consumidor, as mídias sociais, a economia criativa e a convergência de mídias — assuntos centrais para qualquer empresário que se preocupe com a gestão estratégica de seus negócios — também estarão no foco dos palestrantes. Isso sem falar, é claro, nas discussões de temas específicos da indústria gráfica, que ocuparão lugar de destaque na nossa programação, com mesas sobre as tendências tecnológicas, as estratégias de gestão e as oportunidades de negócios para o setor. Por todos esses motivos, aproveito este editorial para desejar um ótimo Congraf a todos! fmortara@abigraf.org.br
o grupo furnax conquista mais uma vitória A Furnax é reconhecida por seus clientes e pela indústria gráfica, sendo novamente eleita no Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica, como a Melhor Fornecedora de Equipamentos de Acabamento.
Este prêmio é consequência de 17 anos de dedicação e trabalho para atender nossos clientes em todo o Brasil, fornecendo equipamentos de alta tecnologia como a Dobradeira Hércules. Este equipamento é robusto e produzido com borracharia alemã. Possui um rápido Set-up, Abafador de ruído, e conta com um Stacker opcional na saída.
Para mais informações 11 3277 5658 ou grafica@furnax.com.br
Abertas as inscrições para o Sappi Trading Printers of the Year 2012 Divisão de comércio internacio
Heidelberg e Ricoh anunciam contrato da parceria estratégica no Brasil E m agosto, a Heidelberg do Brasil e a Ricoh Brasil assinaram acordo de parceria estratégica, que prevê a distribuição do por tfólio de produtos de impressão digital da Ricoh para o segmento gráfico (leia entrevista com Dieter Brandt, presidente da Heidelberg Brasil, na página 72). O acordo global entre a Ricoh Company e a Heidelberger Druckmaschi nen AG já tinha sido anunciado em fevereiro deste ano e alguns contratos locais já foram efetiva dos em países como Inglaterra,
Alemanha, Tailândia e Malásia. E agora chegou a vez do Brasil. Com o acordo a Heidelberg está credenciada a comerciali zar o modelo de impressão di gital Ricoh Pro C901 Graphic Arts Edition, que atende às necessi dades de gráficas para uma im pressão digital colorida de alta qualidade. Com uma performan ce produtiva de 90 páginas A4 por minuto, a impressora está focada no segmento que inclui sistemas que oferecem veloci dade de produção que varia en
tre 50 e 90 páginas por minuto, com um volume de produção mensal de 80 a 300 mil páginas do formato A4. Filial Recife –No mês seguin te, a Heidelberg anunciou a mu dança do escritório de Recife. A unidade está agora no Edifí cio Isaac Newton, localizado na Avenida Governador Agamenon Magalhães, 4779, sala 701, Ilha do Leite. É importante destacar que o telefone da filial continua o mesmo: (81) 3463-5200. www.heildeberg.com
Fundos de pensão serão sócios em fábrica de celulose O
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s fundos de pensão Petros (Pe trobrás) e Funcef (Caixa Econômi ca Federal) entrarão como sócios na Eldorado, a fábrica de celulose que a família Batista, dona do fri gorífico JBS, está construindo em Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada no final de agosto, de pois de um ano de negociação. A nova composição acionária da Eldorado passa a ser a seguinte: a participação da J&F, holding da família Batista, cai de 75% para
58,6%; o empresário Mário Cel so Lopes, que já era sócio, conti nua com os mesmos 25%; e Pe tros e Funcef passam a ter 8,2% da empresa cada um. A entrada dos fundos ocorrerá por meio da fusão das operações da Eldorado com uma empresa de refloresta mento chamada Florestal, da qual já eram sócios. Projetada para ser a maior fá brica de celulose do mundo, a planta da Eldorado está orçada
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
em R$ 5,1 bilhões. Além do apoio dos dois fundos de pensão liga dos a estatais, a empresa terá fi nanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi co e Social (BNDES). O banco vai emprestar R$ 2,7 bilhões, o equi valente a 53% do investimento total. A Eldorado terá capacida de para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano e tem previsão de começar a operar no final de 2012.
nal da Sappi, a Sappi Trading inicia a busca dos melhores trabalhos impressos para o prêmio Printers of the Year regional da América do Sul. O programa de premiação bienal faz parte da competição mundial Sappi International Prin ters of the Year, que reconhece a excelência gráfica em trabalhos impressos em papéis finos. Os prêmios serão entregues aos impressores das quatro re giões da Sappi Trading (América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Nova Zelândia), em onze catego rias. As premiações têm distinção de bronze, prata e ouro, e os ven cedores de ouro concorrem no Sappi International Printers of the Year em suas respectivas catego rias. Os trabalhos de impressão serão julgados por um grupo in ternacional independente de juí zes, que representam as principais associações e federações indus triais em seus respectivos países. De acordo com Flavio Ignácio, di retor da Sappi Mercosul, o Sappi Printers of the Year iniciou-se na América do Sul em 2001, sendo portanto muito reconhecido pe las melhores gráficas de qualida de das Américas, e o Brasil tem sido representado brilhantemen te com a conquista de inúmeros prêmios a cada ano. Para inscrições e mais infor mações sobre a premiação Sappi Trading Printers of the Year, visite www.sappi.com.br.
Fênix Embalagens recebe certificação FSC A Fênix Embalagens, empresa mineira com 56 anos de atuação, recebeu em setembro a certifica ção FSC. O certificado comprova que a matéria-prima utilizada em toda a cadeia de produção da Fê nix segue padrões internacionais ecologicamente corretos, social
mente justos e economicamen te viáveis. A certificação também garante a rastreabilidade, que in tegra a cadeia produtiva desde a floresta até o produto final. Para Jacks Ubiratan Bernardes de Faria, diretor-executivo da Fê nix Embalagens, a conquista da
certificação é um marco na his tória da empresa. “Esse é um pas so importante porque coloca a Fênix em uma posição de com prometimento junto aos clientes, fornecedores e toda a socieda de. É, ao mesmo tempo, um re
conhecimento de nossas ações e um desafio que reforça a respon sabilidade de manter os padrões de excelência e continuar melho rando os processos e a prestação de serviços”. www.fenixembalagens.com.br
Chamex lança website Como parte das ações de sua campanha de comunicação, a linha de pap éis não revesti dos Chamex, produzida pela International Pa per América Latina (IP), lançou um novo website em setembro. Dentro do conceito “Expresse o seu melhor com Chamex”, o novo site conta com um layout moderno e inovador que permi te mais interação dos usuários com assuntos re lacionados ao papel, como sua história, curiosi dades, vídeos, infográfico sobre o processo de produção do papel e redes sociais. O site ofere ce informações sobre os produtos da linha Cha mex que facilitam o entendimento do consumi dor em relação ao uso adequado de cada papel, reforçando a mensagem de que o Chamex está sempre presente na vida das pessoas, seja em casa, na escola ou no trabalho. Além disso, con ta com informações sobre o processo produti vo do papel e sobre sustentabilidade, com enfo que na atuação socioambiental da International Paper. No site também é possível encontrar bo tões de interatividade com o consumidor (RSS) e ícones para as páginas do Facebook e Twit ter. No blog Chamex, dicas, curiosidades e fatos sobre o papel são apresentados.
your link to print one world – one drupa may 3 – 16, 2012 düsseldorf, germany www.drupa.com
www.chamex.com.br
MDK Feiras Internacionais R. Barão do Triunfo, 520 -7° andar - conj. 71 04602-002 - São Paulo – SP Tel.: +55 11 55 35-47 99 Fax: +55 11 50 93-60 41 mdk@mdkfeirasinternacionais.com.br
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Antilhas investe em frota própria na Grande São Paulo
Plural é reconhecida com Selo Ouro do Programa GHG Protocol A Antilhas adquiriu em agosto novos automóveis para sua fro ta própria. Os veículos atende rão os clientes da Grande São Paulo e também darão suporte ao Programa Embalagem Viva, projeto de logística reversa da empresa. Segundo Gustavo Bra gatto, gerente de operações da Antilhas, a empresa identifi cou a importância desse investi mento mediante a necessidade de atender de forma mais ágil todas as demandas dos clien
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tes. “O serviço de entrega nos mais de 1.500 pontos de ven da na Grande São Paulo, antes terceirizado, passa a ser realiza do integralmente pela empresa, o que consiste em um melhor acompanhamento e rapidez”. Os novos veículos são rastrea dos via satélite, estão isentos do rodízio municipal e os moto ristas, por meio do celular, pos suem sistema online para dar baixa nas notas fiscais. www.antilhas.com.br
Plural é a primeira indústria gráfica a ser reconhecida com o Selo Ouro do Programa Brasilei ro GHG Protocol. A divulgação ofi cial ocorreu no dia 10 de agosto em São Paulo, durante o evento anual do programa. O Selo Ouro é o mais alto reconhecimento con cedido pelo grupo e demonstra a transparência das informações do inventário de emissões de gases de efeito estufa da empresa. Des de 2010, a gráfica é membro do Programa Brasileiro GHG Protocol e teve seu inventário reconhecido com o Selo Prata. No início deste
ano, a Plural submeteu seu inven tário à verificação de terceira parte independente e conquistou a cer tificação internacional ISO 14064-1 – Gases do Efeito Estufa, um dos requisitos para o reconhecimento com o Selo Ouro. O inventário da gráfica está disponível no Registro Público de Emissões no site do Programa Bra sileiro GHG Protocol: http://www. ghgprotocolbrasil.com.br.
FALECIMENTOS Vinicius Coube
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No dia 9 de se tembro faleceu em Bauru ( SP ) Vinicius Viott o Coube, ex-presidente da Tilibra e ex-membro da Abigraf, aos 52 anos. Desde 2009 o empresário lutava contra um câncer de pele que o afastou do trabalho. Ele era filho de Sérvio Túlio e Olga Cou be e trabalhou na empresa fun dada pela família em 1928 por 24 anos. Vinicius deixa esposa e dois filhos.
Plínio Cabral Um dos maiores especialistas em direito autoral no Brasil, o juris ta Plínio Cabral faleceu no dia 13 de setembro, aos 85 anos. Jorna lista, político, escritor e advoga do, Plínio Cabral era respeitado internacionalmente, tendo sido representante do Brasil no Co mitê Latino-Americano da IFR RO, organização int ern ac ion al de gestão de direitos reprográ ficos e órgão de assessoramen
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to da ONU. Ele foi autor, entre outras obras, de A Nova Lei de Direitos Autorais e Direito Autoral: Dúvidas e Controvérsias. Nos últi mos anos esteve à frente do De partamento Jurídico da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
Richard Uribe Morreu, aos 61 anos, no dia 19 d e s etemb ro, Richard Uribe Schroeder, subdiretor do Cen tro Regional para o Fomento do
Livro na América Latina e Caribe, Cerlalc. Durante mais de 30 anos, Richard, economista, foi adqui rindo alma de impressor e edi tor, atividades que não chegou a realizar diretamente, mas que acompanhou através de várias frentes. Foi presidente da asso ciação colombiana de comuni cação gráfica, Andigraf, e esteve à frente da Câmara Colombiana do Livro, além do cargo de vi ce-presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica, Conlatingraf.
Klabin inova o mercado de sacos industriais
Gomaq amplia sua linha de produtos E
mpresa especializada em tec nologia de impressão, a Gomaq fechou em setembro parceria com a Dascom durante viagem à China. Dalcinei Ferreira, geren te de soluções térmicas, e Luiz Pierri, responsável pela área de market ing, estiveram naque le país com o intuito de firmar o acordo para que o fabricante passe a atuar no Brasil na distri buição de impressoras térmicas. A Dascom é um conglomera
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do privado que atua no mun do inteiro. Atualmente é um dos maiores fabricantes de impres soras na China, oferecendo tec nologia avançada e soluções personalizadas para grandes in dústrias. Com esse acordo, a Go maq aumenta a linha de produ tos e passa a oferecer soluções completas de impressão sob medida de acordo com as ne cessidades de cada empresa. www.gomaq.com.br
m agosto, a Klabin apresentou um produto que leva inovação aos segmentos de sacos indus triais e construção civil. O novo saco valvulado com alça foi de senvolvido para prop orcionar benefícios de processos aos fa bricantes e maior praticidade e mobilidade aos consumidores. Inicialmente criado para atender o mercado de argamassas, o saco valvulado com alça é uma tecno logia exclusiva da Klabin, fruto de investimentos em novas li nhas de produção. Ele é compos to pela tecnologia multifolhas: a embalagem é formada por duas folhas de papel kraft e uma ca mada de polietileno. O grande diferencial está na manta de po lietileno, que permite sua adap tação a um sistema diferenciado e mais forte de selagem que mi
nimiza os vazamentos. Produzi do com papel de alta resistên cia, pode ser impresso em até oito cores pelo sistema flexo gráfico, valorizando o produto e permitindo melhor exposição da marca no ponto de venda. www.klabin.com.br
SPP-KSR lança plataforma para comércio eletrônico A
pós a integração de suas ope rações, a SPP-K SR está lançando sua plataforma e-commerce para consolidar a imagem da empresa e oferecer aos clientes um novo canal de compras com mais fa cilidades e novas ferramentas de navegação. A fusão das duas dis tribuidoras gerou um conglome rado de 23 filiais no País e con solidou a empresa como a maior distribuidora de papéis e produ tos gráficos da América do Sul. Com essa mudança, amplia-se a capilaridade e presença em dife rentes regiões do Brasil, fortale cendo o canal e benef iciando di retamente os seus clientes, com um portfólio completo de pro dutos gráficos. A partir da inte
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gração, o site, que tinha como objetivo principal ressaltar a ima gem da distribuidora, agora bus ca facilitar o acesso dos clientes e parceiros aos produtos da distri buidora com o canal de vendas online e orçamento rápido. “O e- commerce para o setor gráfico em países como os EUA é muito comum, porém ainda tem muito que crescer no Brasil e queremos posicionar a SPP-K SR como pio neira e líder na comercializ ação de produtos gráficos via internet e oferecer novos canais de rela cionamento com nossos clientes através das redes sociais”, explica Fabio Almeida, gerente executivo de distribuição da SPP-KSR. www.sppksr.com.br
Suzano amplia identidade da nova marca Report C
Konica Minolta lança aplicativo para dispositivos Apple A Konica Minolta está dispo nibilizando desde agosto o Pa geScope Mobile, um aplicati vo de impressão gratuito para usuários de iPad, iPhone e iPod Touch. Ele permite configurar a impressão de documentos, e-mails e imagens via sistema bizhub. Havendo uma conexão wi-fi, o PageScope Mobile pos sibilita que os usuários utilizem os documentos de trabalho de maneiras variadas por meio dos
aparelhos, ganhando mobilida de. “Com o lançamento deste aplicativo, a Konica Minolta dá continuidade ao seu trabalho de inovação no mercado tecnoló gico”, comemora Deise Sandrin, gerente nacional de vendas e market ing da Konica Minolta no Brasil. Os clientes da empre sa podem baixar o PageScope Mobile na Apple App Store.
om a nova identidade visual da linha Report, a Suzano Pa pel e Celulose segue sua es tratégia de consolidar a quali dade de seus produtos e suas práticas socioambientais e de inovação no mercado global. A comercializ ação dos pap éis Suzano Report Premium com a nova identidade vem aconte cendo gradativamente desde setembro para o mercado ex terno, focando principalmen te os Estados Unidos, Europa e América Latina. Todo o traba lho de reformulação das em
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tos que reúnam os profissionais do setor para o debate de ten dênc ias e troca de exp er iên cias, a Calcgraf estará presente no 15º‒ Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, que acontece em Foz do Iguaçu de 8 a 11 de outubro. Como uma das empre sas patrocinadoras do encontro, a Calcgraf estará apresentando seus produtos na área dedicada aos expositores, aproveitando a oportunidade para estar mais perto dos clientes da região Sul. “Queremos atender aqueles que já nos conhecem e mostrar nos sas soluções para prospects, es pecialmente da América Latina,
www.suzano.com.br
konicaminolta.com.br
Calcgraf ainda mais próxima da região Sul Ciente da importância de even
balagens para o mercado ex terno foi construído a partir do conceito de sustentabilidade, quesito importante nos mer cados atendidos pela compa nhia, que consideram funda mental a busca por oferecer produtos de excelência com certificações em nível mundial. O Report Premium é um papel produzido de forma 100% sus tentável com fibras de eucalip to premium e proporciona uma cor extra branca, com o selo 100% Brightness.
para os quais temos a versão em espanhol do Webgraf, sistema lançado em 2010 e desenhado para atender as necessidades de pequenas e médias gráficas”, co menta Karina Escobar, diretora da Calcgraf. A presença no Con graf servirá também para refor çar o trabalho que a empresa vem realiz ado junto às unida des do Senai da região. Através do projeto “Calcgraf e Senai co nectando alunos à gestão gráfi ca”, professores estão sendo pre parados para treinar os alunos na operação do Webgraf, habi litando-os a lidar com modernas ferramentas de gestão. www.calcgraf.com.br
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Nova logomarca reposiciona AlphaGraphics F
undada em Tucson, Estados Unidos, a AlphaGraphics está de cara nova, a primeira gran de mudança em 41 anos de his tória. Atenta às tecnol ogias e canais da era digital, a rede, lí der mund ial em soluções de impressão digital e comunica ções personalizadas, adota um rep osicionamento global com foco nas novas necessidades do mercado, trazendo uma identi dade visual atrelada ao cenário de marketing atual. A mudan ça da logomarca da AlphaGra phics imp ulsiona seu conjun to de soluções de marketing e crossmedia, com foco em ferra
mentas multicanal e novos ser viços de marketing direto, publi cações digitais (ePublications), mobile marketing (SMS e aplica tivos), online marketing (cons trução de sites, SEO e mídia so ciais), identidade corporativa e e-mail marketing. Acompanhada da mensa gem Increase your reach (Amplie seu alcance), a nova logomar ca traz linhas e ângulos limpos, criando um visual sofisticado e contemporâneo, tendo como inspiração as novas tecn ol o gias, plataformas e canais que surgem constantemente. www.alphagraphics.com.br
ENTREVISTA Ada Caperuto
Dalton Pastore
Em entrevista concedida à Revista Abigraf, Dalton Pastore afirma que as agências estão tão preocupadas com os clientes, que se esquecem do valor de seu trabalho e de proteger suas receitas.
A publicidade nos novos tempos da mídia
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residente do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação (For com), o publicitário Dalton Pastore fala sobre a publicidade em tempos de novas tecnolog ias. As mudan ças nas míd ias, o relacionamento com a indús tria gráfica e as propostas para o 5 º‒ Congres so Brasileiro da Indústria da Comunicação são alguns dos assuntos abordados na entrevista concedida à Revista Abigraf. Pastore adiant a que, além de um estudo para analisar as ten dências para a indústria da comunicação nos próximos cinco anos, um dos temas principais
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do evento será a discussão sobre o controle de conteúdo e a liberdade de expressão, ques tões que preocupam todas as 37 entidades que integram o Forcom. Revista Abigraf – A que o senhor atribui o desempenho positivo das agências brasileiras na última edição do festival Cannes Lions, sobretudo nas categor ias que envolvem a impressão gráfica, como Press e Outdoor? Dalton Pastore – Ao longo dos últimos anos, a publicidade brasileira tem dado mais atenção ao mater ial gráfico. Eu diria que esta preocupação
sempre existiu, mas há algum tempo temos ge rações de diretores de arte com grande com petência estética e bom gosto visual fazendo materiais impressos muito bonitos. O bom desempenho na categoria Outdoor nos lembra que existe uma parcela da indústria de comunicação que deseja a volta deste tipo de propaganda na cidade de São Paulo. Qual é a sua opinião sobre isso? Eu sou a favor de todas formas de comunicação e o outdoor é uma delas, mas não podemos es quecer que a população da cidade de São Pau lo apoiou ampla, clara e fortemente o proje to Cidade Limpa. Tanto é assim que até hoje o maior reconhecimento do trabalho do [prefei to] Gilberto Kassab continua sendo este pro jeto, que foi implantado nos primeiros dias de seu governo. O senhor acredita no retorno dos outdoors? Acho muito pouco provável. Mas é importante dizer que alguns de nós, defensores da publi cidade exter ior, reconhecemos que houve um abuso no uso de outdoor em São Paulo. Eu te nho certeza que deveremos voltar a ter algum tipo de mídia exter ior, não a confusão de antes, mas um modelo ideal. Não dá para ficar sem o outdoor. O prefeito sabe disso, e ele mesmo já me falou que tem essa consciência. Um estudo divulgado pelo Interactive Advertising Bureau em julho mostrou que a internet deve responder por 10% do faturamento publicitário brasileiro em 2011. De que maneira isso pode afetar o negócio das agências? Primeiro temos que entender que a internet não existia até alguns anos atrás. É natural que ga nhe participação de mercado, porque sua base era zero. Eu não consigo pensar em adjetivos mais fortes que “fabuloso”, “revolucionár io” ou “fenomenal” para descrever a internet como meio de comunicação. Mas como canal publi citário não chega a ser “primário”, é ainda “pri mitivo”, no Brasil e no resto do mundo. Estamos ainda na era do banner, o que comparo com o slide que existia na TV e que foi, mais tarde, substi tuído pela garota-propaganda. Não estou subes
timando a internet, que, em minha opinião, é até mais revolucionár ia que a TV, mas seu papel como mídia publicitária ainda é primitivo. De que maneira a indústria da comunicação vem lidando com a multiplicação de plataformas — impressos, web, tablets, celulares? A agência de publicidade, no meu modo de ver, deve se preoc upar em ter um olhar diferen te sobre os consumidores. Precisa ter um olho e meio no futuro, mas os dois pés no presente. Não estou Os entusiastas das novas míd ias falam muito sobre subestimando a aquilo que o consumidor internet, que, em minha poderá fazer com a tecno logia. Mas a publicidade opinião, é até mais não tem que se preocupar revolucionária que com o poderá, e sim com o que o consumidor vai quea TV, mas seu papel rer fazer. Onde o consumi como mídia publicitária dor está vendo as marcas hoje? É na mídia de mas ainda é primitivo. sa. Se você pegar a parti cipação de TV aberta ou a cabo, verá que am bas tiveram crescimento nos últimos dez anos. As revistas perderam um pouco, o jornal per deu um pouco, a mídia exter ior perdeu, o rá dio se manteve. O cenário é este. Acredito que as mudanças de hábito não ocorrem na mesma velocidade que as de tecnologia. Quais os prováveis caminhos para anúncio impresso nessa reconfiguração da mídia? Eu sempre digo que é complicado falar sobre o futuro porque ele ainda não chegou e a gente acaba errando. Mas se você olhar o que aconte ceu com a mídia jornal, perceberá que a perda de espaço é flagrante. O jornal tem uma dificul dade específica, porque não pode mais compe tir com a instantaneidade da internet. O jornal vai desaparecer? Difícil dizer. O Roberto Civi ta [presidente do Conselho de Administração e diretor Editor ial do Grupo Abril] costuma di zer que, a partir do momento que a plataforma eletrônica tiver a mobilidade, a flexibilidade, a opacidade e a capacidade de ser descartado que tem o papel, será o fim do impresso. SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Existe, ainda, uma tendência cada vez maior de segmentação dos meios. Como o senhor enxerga este cenário? Os meios segmentados têm grande relevân cia para o leitor. Veja, por exemplo, os da área de publicidade, como o Meio & Mensagem ou o Caderno Propaganda e Marketing. Você pode ler as notícias online durante a semana, mas aqui lo que movimenta, que dá retorno e visibilida de, é o que está publicado no papel. Eu acredito que os meios segmentados não vão deixar de ter sua ler as edição em papel.
Você pode notícias online durante a semana, mas aquilo que movimenta, que dá retorno e visibilidade, é o que está publicado no papel. Eu acredito que os meios segmentados não vão deixar de ter sua edição em papel.
A lém dos seg mentados, multiplicam-se os jornais chamados “populares”, que vêm desbancando lideranças de grandes títulos. Como fica a publicidade nesses meios? Isso não é novidade. Já tive mos antes no Brasil diversos jornais populares. Os tabloi des ingleses vendem milhões de exemplares de conteúdo discutível. A mídia é como uma balança. Se uma em presa quer aumentar o número de leitores (te lespectadores ou ouvintes), diminui o nível de qualidade editor ial, mas acaba perdendo anun ciantes, que não querem colocar a sua marca em um conteúdo mais sensacionalista. Ao mesmo tempo, se você cria um ambiente editor ial fino, inteligente, bonito, no qual os anunciantes te nham interesse, o número de consumidores di minui. Temos que trabalhar na “balança”, equi librar. Todos os negócios têm sua ciência, e a ciência da mídia é essa.
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Como é o relacionamento entre as agências e a indústria gráfica nos dias de hoje? Pelo bem ou pelo mal, esse relacionamento en tre gráfica e agência praticamente não exis te mais. Graças à tecnologia, o produtor gráfi co não é mais o único que detém a informação. A indústria gráfica melhorou muito e precisa menos, ou nada, de alguém que lhe diga o que fazer — e nada mais justo que isso. REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Então qual é o espaço reservado à agência nesse relacionamento? Os clientes das agências, muitos deles, já estão comprando serviços gráficos diretamente, sem passar pelas agências. A agência é detentora de uma competência que as empresas nunca pre cisaram tanto quanto hoje, que é a inteligên cia. Não é o hardware, é o software. A tecno logia está disponível e fez com que marcas e produtos ficassem muito similares; nenhum é tecnicamente tão super ior ao outro. A demo cratização do capital também contribuiu para que as empresas pudessem investir em tecno logia, os produtos nunca foram tão iguais en tre si como são hoje. Por isso mesmo jamais o marketing, a marca, a imagem e a percepção fo ram tão importantes como hoje. As agências es tão muito ocupadas se preocupando em como manter os seus clientes, que acabam deixan do de proteger as suas receitas, não valorizan do devidamente o serviço imprescindível que prestam aos anunciantes. A 5 ª‒ edição do Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação está marcada para maio de 2012. É possível adiantar o que teremos no programa? O congresso será presidido por Luiz Lara e con tará com o apoio e coordenação de conteúdo do Fórum Permanente da Indústria da Comunica ção, que agrega 37 entidades, entre elas a Abi graf. Essas entidades têm se reunido para dis cutir a temática, sugerindo diversos assuntos. Minha ideia é consolidar estas pautas até o fi nal do próximo mês [outubro]. Serão 15 temas e 15 comissões, dos quais já temos um defini do, que é o futuro da comunicação, cuja base é a informação disponibilizada por sete das mais importantes instituições de ensino supe rior em comunicação do mundo. Queremos sa ber o que estas universidades estão ensinando hoje para seus alunos e identificar como será a indústria da comunicação daqui cinco anos. Também vamos buscar outros temas que se jam do interesse do maior número de entida des e posso adiantar que um deles é a liberda de de expressão e o controle de conteúdo. Este será, com certeza, um dos temas do congresso, senão o principal deles.
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Lula Cardoso Ayres 2
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ARTE
A partir do Nordeste do Brasil, sua pintura alcançou todo o País e o mundo. Universalizou a alegria do rural e do urbano com a mesma criatividade, emoção e colorido captados por ele nas espontâneas crenças e manifestações culturais de nossa gente. Ricardo Viveiros
1 (página ao lado, acima). Caboclos de Lança, óleo sobre tela, 114 × 146 cm, 1971 2 (página ao lado, abaixo). Dançarinas, óleo sobre tela, 80 × 100 cm, 1955 3 (nesta página). Namoro, têmpera de caseína, 69 × 50 cm, 1951
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O início
O imaginário popular brasileiro do concreto ao abstrato 4. Partindo o Bolo, guache e aquarela, 59 × 71 cm, 1940 5. Cavalo Marinho, serigrafia, 30 × 40 cm, 1975 6. Dois Bichos, tinta acrílica sobre cartão, 46 × 65 cm, 1977
uiz Gonzaga Cardoso Ayres nasceu com emoção e criativ idade à flor da mente, um cur ioso olhar além dos limites do horizonte determinados pelas fronteiras da pequena cidade de Rio Formoso, reg ião da mata mer id ional de Pernambuco, onde foi criado. Veio ao mundo em 1910, no Recife, capital do Estado, filho de um usineiro de açúcar nos velhos tempos dos “coronéis”. Natural imaginar ter sido dura a sua luta para ser artista. Não foi. O pai, João Cardo so Ayres, era um homem culto. Soube incentivar a vocação do filho que, desde os 11 anos, come çou a desenhar as paisagens rurais e os traba lhadores da Usina Cucaú, pertencente à famí lia, além das festas populares, sempre ricas em movimentos, formas e cores.
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Em 1922, o menino vai para a capital estudar com o pintor alemão Heinrich Moser, introdu tor da técnica dos vitrais artísticos no Brasil. Fica dois anos aprendendo e trabalhando com o mestre. Em 1925, Lula Cardoso Ayres, como ficaria conhecido, segue para a Europa em bus ca de novos conteúdos para ampliar e qualifi car seu trabalho. Na França, além de conviver com a vanguarda da arte, estuda com o escri tor e pintor Maurice Denis, um dos líderes do Movimento Simbolista e do “Les Nabis” (ins pirado em Paul Gauguin). O trabalho de Denis, notadamente o literário, foi decisivo para a cria ção e perenidade das escolas cubista, fauvista e abstrata observadas na obra de Lula. Depois de um ano, o artista regressa ao Bra sil e vai para o Rio de Janeiro. Tem aulas de pin tura na Escola Nacional de Belas-A rtes (Enba). Seu professor, Rodolfo Amoedo, incentivava os 5
alunos para os mais diferentes processos, como aquarela, encáustica e têmpera, e ainda enco rajava-os a não ficar apenas nas telas, criando cenár ios, murais, ilustrações etc. O meio
Na Enba, Lula conheceu Carlos Chambelland e Candido Portinari, tornando-se aluno do pri meiro, seu grande mestre, e amigo do segundo. Depois dos primeiros anos de aprendizado e al guma prática, já havia descoberto a arte, saben do diferenciar o decorativo. Mas sem precon ceitos. Colocando qualidade e emoção em sua obra, que traz os volumes das peças de barro dos artesãos, passa pelos traços extraídos do fantástico na rel ig iosid ade popular e alcança as cores fortes da vida nordestina em delicada explosão surreal ista. Com um ótimo ateliê no elegante bair ro car ioca das Laranjeiras, de causar inveja ao
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7. Cajus, têmpera de caseína, 50 × 69 cm, 1953 8. Rainha do Maracatu e Dama da Calunga (inacabado), óleo sobre tela, 116 × 81 cm, 1987 9. Futebol, têmpera de caseína, 100 × 70 cm, 1950
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I magens: Acervo particular de Lula Cardoso Ayres Filho
da vida inteira, Lula aproveita o tempo de fol ga para fotografar e estudar a vida dos traba lhadores rurais. A fotografia, inicialmente para simples referência, acabou sendo outra via de expressão do artista. Com o tempo, seu pai montou-l he um ate liê. Desse momento em diante, acontece con creta evolução na obra de Lula. Em meados dos anos 1940, com a venda da usina da família, ele se transfere para Recife. Seu trabalho sobre as festas regionais populares cresce em impor tância, com exposições e painéis realizados em espaços públicos. Também ilustra vár ios livros de renomados autores, como Manuel Bandei ra e Gilberto Freyre, cria cenár ios carnavales cos para clubes e prefeitura e leciona na Esco la de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco por 25 anos. Lula participou de vár ias bienais paulistas, aplaudido pela crítica. As mostras individuais e coletivas do artista foram constantes em vá rios estados brasileiros e no exter ior (América do Norte e Europa), até a sua morte, em 1987. O Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres, em Ja boatão dos Guararapes, Pernambuco, tem o mais importante e amplo acervo da obra do artista, desde desenhos, fotog raf ias, pinturas e ilus trações até a programação visual, registrando cenog raf ias, decorações e murais. 9
3•572 issn 010
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revista
255 t 2 0 1 1 • nº i • set/ou • ano xxxv
ro / f 255 setemb revista abigra
outubr o 2011
arte & i
gráfica ndústria
Capa
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Frevo, óleo sobre tela, 109 × 85 cm, 1945
movimento artístico da época, Lula criou mo dernos cenár ios para peças de teat ro e shows musicais, ousadia elog iad a pelos críticos. Era o tempo de sucesso do ator Procópio Ferrei ra, dos cantores Noel Rosa, Custódio Mesquita e, até mesmo, de promissores iniciantes como Aloysio de Oliveira e Vinicius de Moraes. Os editores Álvaro Moreyra e J. Carlos, da revista de var iedades Paratodos (do Partido Co munista Brasileiro), se interessaram pelo tra balho de Lula, que foi convidado para ser ilus trador. Nos anos 1920, a Paratodos fazia muito sucesso com suas ferinas críticas políticas e so ciais. Jorge Amado e Oscar Niemeyer também foram colaboradores e editores da publicação. O sempre
Diante de problemas na administração da usi na da família, no início da década de 1930 Lula retorna a Pernambuco para ajudar o pai. No campo, já casado com Lourdes, grande amor
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15º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica
De volta para o futuro m 11 de outubro, quando o 15 º‒ Congresso Brasileiro da Indús tria Gráfica tiver encerrado sua programação, os participantes que viajaram a Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, terão uma bagagem diferenc iad a para levar para casa. Nela estarão contidos novos conhecimentos, exper iências, apren dizado e expectativas renovadas em rela ção aos negócios que deixaram, durante al guns dias, para se dedicar ao maior evento nacional do setor gráfico. Uma dessas pessoas é Eduardo Carneiro Mota, diretor da Gráfica e Editora Con texto, de Pernambuco, que é bem mais ex per iente na matéria: já esteve em quatro edições do evento, em Curitiba, em 1999; Caldas Novas (GO), em 2003; Recife, em 2005; e em São Paulo (2008). “O programa está muito bom, tudo depende dos pales trantes, mas acredito que temos um gru po interessante de especialistas”. Na outra
Quem foi ao maior evento da indústria gráfica brasileira, o Congraf, em Foz do Iguaçu, pode retornar para casa com a mala cheia. E não apenas com lembrancinhas amealhadas nos vizinhos países. Quem foi retorna com apenas um tipo de excesso de bagagem: conhecimento. Ada Caperuto
ponta, Claudio Baronni, diretor de projetos da Editora Abril, participa de seu primeiro Congraf. E seus coment ár ios são prev ia mente positivos. “A grade de palestras está muito bem elaborada, cobrindo um leque de assuntos da maior importância para os gráficos afinarem sua percepção de cenário futuro, balizando decisões estratégicas e táticas com maior embasamento”.
Conheça os palestrantes do 15–º Congraf
Henrique Meirelles
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Henrique Meirelles – ocupou o car go de presidente do Banco Central do Brasil de janeiro de 2003 a de zembro de 2010. Antes disso, foi presidente do Banco de Boston no Brasil, a partir de 1984. Posterior mente, foi nomeado presidente do BankBoston Corporation em 1996. Assumiu a presidência de Global Banking do FleetBoston Financial em outubro de 1999, logo após a fusão das duas instituições nos EUA . Foi membro do conselho de administração do BankBoston Corp, FleetBost on Fin anc ial, R aytheon, Bestfoods e Champion International. É presidente da “Associação Viva o Centro”, em São Paulo; presiden
Sidnei Oliveira
Se a questão é pensar no futuro, o 15 º‒ Congraf já começa com uma ampla, respon sável e exper iente abordagem, capitaneada por ninguém menos que o ex-presidente do Banco Central do Brasil e atual responsável pela Autoridade Olímpica para os jogos de 2014, Henrique Meirelles, que falará so bre aspectos socioeconômicos no módulo “Perspectivas para um Brasil melhor”. De acordo com ele, o objetivo é mos trar, em um primeiro momento, os moti vos que levaram o País a viver algumas dé cadas de baixo crescimento e instabilidade econômica, e quais as consequências dis so para os negócios. Em um segundo mo mento, Meirelles apresentará aos congres sistas os fundamentos dessas mudanças que, em suas palavras, não foram “tempo rais” ou “episódicas”, mas transformações muito grandes, que fizeram cair enorme mente os índices de desigualdade soc ial. “Em 2004, quando o Brasil começou a cres cer, muitos tem iam o que se denomina va então como ‘voo de galinha’. Na época,
Mariela Castro
te fundador da Federação Latino- Americana de Leasing; e presidente emérito da Associação Brasileira de Bancos Internacionais. Foi, ainda, presidente da Câmara de Comércio de São Paulo e da Fundação Tra vessia. Atualmente ocupa o cargo de presidente do Conselho Públi co Olímpico da Autoridade Pública Olímpica (APO ).
30 mil profissionais em empresas como Vale, Petrobras, Gerdau, Lojas Renner, TAM e Light, entre outras. É sócio-fundador da Kantu Educa ção Executiva, vice-presidente do Instituto Atlantis de Preservação Ambiental, consultor-associado da Empreenda Consultoria e membro do conselho de administração da Creditem Cartões de Crédito.
Sidnei Oliveira: consultor, autor e palestrante, especialista em conflitos de gerações, geração Y, desenvol vimento de novos talentos e redes sociais, tendo desenvolvido solu ções em programas educacionais e comportamentais para mais de
Mariela Castro: diretora da consul toria Communication Advisors. É jor nalista com 20 anos de carreira. Nos últimos 12 anos tem se dedicado à comunicação corporativa em dife rentes segmentos, dirigindo atual mente sua própria consultoria, com
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Hamilton Terni Costa foco em finanças, negócios e como a web 2.0 afeta as relações com inves tidores, colaboradores e mídia. Seu trabalho pode ser conhecido no blog Mídias Sociais, no portal da revista Exame e Comunicação no Varejo, no portal da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop). Hamilton Terni Costa: consultor e empresário gráfico, trabalha há mais de 35 anos na indústria gráfi ca. Foi diretor comercial do Grupo Socipress, diretor geral da Gráfica Melhoramentos, diretor geral da Quebecor World – São Paulo e presi dente da Quebecor World – México. Foi presidente da Abraform e da
eu já comentava que seria um crescimen to sólido, com fundamentos macroeconô micos e notas de sustentabilidade, com a inflação absolutamente ajustada. De fato, nos últimos oito anos, esse crescimento e os resultados formacionais para a socieda de brasileira podem ser notados. Trinta e sete milhões de brasileiros passaram a in tegrar a classe média e isso traz resultados para diversos setores, como a indústria grá fica, por exemplo. Não foi mais aquela si tuação em que se dava um passo à frente e dois para trás”, comenta, mencionando o per íodo de 2004 a 2011. Aos participantes do 15º‒ Congraf, o ex- presidente do BCB também irá apresentar os resultados relevantes dessas mudanças na economia nacional para o setor produ tivo. Nesse elenco estão, por exemplo, o aumento da disponibilidade de capital e, graças ao controle da inflação, a possibi lidade de as indústrias passarem a contar com um processo de vendas estável. Ain da de acordo com Meirelles, essa estabili
Bruno Mortara ABTG e diretor por várias gestões da Abigraf-SP , Sindigraf-SP e Conlatin graf. Atualmente é diretor geral da ANconsulting, consultoria líder no mercado gráfico da América Latina em estratégia e desenvolvimento de negócios com clientes e traba lhos em todo o continente america no. Representa a NPES , associação norte-americana dos fabricantes de equipamentos e insumos para o setor gráfico e editorial.
Bruno Mortara: com experiência de mais de 25 anos na indústria gráfica, é sócio-d iretor da Prata da Casa, consultoria e prestadora de serviços de pré-impressão, tratamento de
dade também possibilitou às empresas se lançarem no mercado de ações e recebe rem investimentos diretos. “É um merca do que está começando a se desenvolver, com fundos de ações procurando empresas promissoras, não apenas as de grande por te, mas qualquer uma que possa oferecer perspectivas de crescimento”. Para quem se preocupa com a a tual si tuação econômica mund ial, marcada pela crise na zona do euro, Meirelles destaca rá em sua palestra as vantagens brasilei ras neste cenário. “O Brasil acumulou re servas de mais de US$ 300 bil hões e está preparado para enfrentar qualquer crise externa”, diz ele, ressaltando que o País registrou o menor porcent ual de aumen to da dívida pública líquida em relação ao PIB entre todos os países do G-20. “Por outro lado, temos um crescimento vol tado para o mercado doméstico e isso é algo que faz com que nosso país seja mais forte e esteja à frente de outras nações. Esse crescimento para o mercado interno
Lala Deheinzelin imagens e gestão de acervos digi tais. Superintendente do ONS27 , da ABNT , representante do Brasil no comitê TC130 da ISO , diretor da ABTG Certificadora, diretor do gru po técnico de impressores digitais (Digitec) e professor do curso de pós-graduação da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Lala Deheinzelin: é uma das espe cialistas mundiais em economia cria tiva e desenvolvimento sustentável. Palestrante e consultora int ern a cional, diretora da empresa Enthu siasmo Cultural. Criou e coordena o movimento ibero-americano Crie Futuros e está associada a diversas
nos deu mais resistência para enfrentar as crises internacionais”. A palestra poderá soar como uma sin fonia nos ouvidos dos empres ár ios grá ficos que cont raíram dívidas para a mo dernização de seus parques nos últimos meses. Isso porque, para aqueles que ain da temem o futuro, Meirelles recomenda olhar para frente. Nesse horizonte, segun do ele, é possível enxergar que o País não tem razões para entrar em um ciclo de cri ses. O Brasil lidou com a crise de 2008 com sucesso, tem condições de enfrentar qual quer outra com força. Isso não quer dizer que fiquemos imunes. Não fomos imunes em 2008, mas o País soube reag ir agressi va e fortemente. Temos que estar atentos, a indústria, a sociedade e o governo, para sa ber enfrentar uma possível crise. E temos todas as condições para sair dela. Na crise é preciso estar atento e tomar medidas sé rias se necessário. Afinal, como dizia o meu avô: ‘dinheiro não aceita desaforo’”.
José Carlos Brunoro
Flavio Botana
redes internacionais ligadas à sus tentabilidade. É assessora sênior da unidade especial de cooperação Sul- Sul, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. José Carlos Brunoro: gestor da área esportiva, responsável pelo projeto de futebol da Parmalat na Améri ca Latina nos anos 1990. No início de 2003, iniciou sua história junto ao Pão de Açúcar Esporte Clube e atualmente exerce a função de presidente do conselho de adminis tração da Brunoro Sport Business. É também diretor de marketing da Confederação Brasileira de Basquete e presidente da Sport Strategy.
Flavio Botana: possui 30 anos de experiência na indústria gráfica, com atuação em empresas como Editora Abril, Gráficos Burti e Geog ráf ic a Editora. Professor de graduação e pós-graduação da Faculdade Se nai de Tecnologia Gráfica de São Paulo, responsável pelas disciplinas de Gestão da Qualidade e Gestão da Produção. Consultor da ABTG com atuação na área de gestão da produção, com foco em aumen to da produtividade, melhoria da qualidade e redução de custos. Fabio Mestriner: professor coor denador do Núcleo de Estudos da Embalagem da Escola Superior de
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Sem excesso de bagagem
Quem decidiu participar da 15 ª‒ edição do Congraf, de 8 a 11 de outubro, viajou para Foz do Iguaçu com a certeza de que o even to realizado pela Abigraf Nacional, em par ceria com a Abigraf-PR e apoio técnico da ABTG, seria uma fonte de novos conheci mentos. Algo para voltar para casa “com excesso de bagagem”, mas daquela que não paga taxa, nem pesa demais. Ao contrário, foi a oportunidade de ver in loco o que o tema “Crescendo com o Brasil” teria a ofe recer para suprir as mais atuais deman das empresariais. Além da verdadeira aula de economia de Henrique Meirelles, o 15 º‒ Congraf reservou aos participantes temas de vanguarda, mas sempre sob o olhar que interessa aos industriais gráficos. Nesses quatro dias de duração do evento, muito poderá ser aprendido sobre o que desejam os novos consumidores. Será possível iden tificar os elementos que fazem parte do fu turo do setor e como construir valores no relacionamento com os clientes dessa “nova
Fabio Mestriner Propaganda e Marketing (ESPM ). Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Autor dos livros Design de Embalagem – Curso Avançado e Gestão Estratégica de Embalagem (Editora Pearson/Pren tice Hall — livros adotados por mais de 30 universidades do País). Foi presidente da Abre e representan te do Brasil na diretoria da World Packaging Org an iz at ion ( W P O ) entre 2002 e 2006.
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Cesar Callegari: membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia
gráfica”. Os participantes também poderão levar na bagagem informações relevantes sobre negócios e oportunidades, em dife rentes segmentos de impressão — embala gens, promocional, editor ial. E, com certe za, voltarão para suas empresas com novas ideias para planejar seus investimentos, controlar custos e lucrar muito mais. Troca de exp er iênc ias, atual iz aç ão mercadológica ou a oportunidade de con fraternização entre os empresár ios. O que é mais relevante no Congraf? Claudio Ba ronni deixa sua opinião. “Dividindo a im portância com as palestras, a parte de con vivência, troca de ideias, reconhecimento de problemas comuns entre gráficos, for necedores e entidades que se misturam no dia a dia da indústria gráfica é o maior valor que o Congraf pode oferecer aos que marcaram presença”. Eduardo Mota acre dita que, com toda a certeza, o evento é uma maneira de reciclar as práticas em presariais. “Representa uma oportunidade de adquirir novos ensinamentos, de des
Cesar Callegari Aplicada (IBSA ) e do Conselho de Acompanhamento e Controle So cial do Fundeb no âmbito da União. Membro do Conselho de Governan ça do Movimento Todos pela Educa ção. Ocupou diferentes cargos públi cos nos governos federal, estadual e municipal de São Paulo, sempre em áreas vinculadas à educação e foi deputado estadual por dois man datos. É autor de vários trabalhos publicados sobre educação pública. Walter Longo: com 39 anos de atua ção na área de vendas, propaganda e marketing, ocupou cargos execu tivos em importante agências nacio nais e estrangeiras. Foi presidente de
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cobrir os caminhos, de renovar a maneira de pensar o setor gráfico e de confraterni zar nacionalmente. É muito importante a participação de todos que fazem o setor, gráficos e fornecedores”. Sorte de quem foi!
15º- Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica
Data: 8 a 11 de outubro Abertura: 8 de outubro, a partir de 19h Palestras: 9 a 11 de outubro, das 9h30 às 13h30 Feira: dias 9 e 10, das 8 às 17h; dia 11, das 9 às 12h Local: Hotel Mabu Thermas & Resort Avenida das Cataratas, 3.175, Foz do Iguaçu (PR)
Patrocínio Ibema, Sebrae Nacional, International Paper, Senai-PR, Calcgraf, Manroland, Metrics e Zênite Sistemas
Walter Longo importantes grupos de comunica ção com atuação mundial e, desde 2006, está na Newcomm (holding formada pela associação de Rober to Justus e do Grupo WPP ) como mentor de estratégia e inovação. O grupo reúne, no Brasil, diversas empresas de destaque no mercado, como Young&Rubicam, Wunder man Energy, entre outras. É membro de vários conselhos de empresas de telecomunicações, articulista e autor de livros na área de comunicação. Mário César Martins de Camargo – diretor-presidente da Gráfica Bandei rantes, é 1º vice-presidente da Conla tingraf (2010–2012). Foi presidente
Mário César de Camargo da ABTG (1988–1992); da Abigraf Regional São Paulo (1995-2001); da Abigraf Nacional (2001–2008 e 2009– 2011); e do Sindigraf-SP (2004–2010). Foi diretor-delegado da Federação das Indústrias do Estado de São Pau lo, junto à CNI (2004–2007) e vice- presidente da Fiesp (2007–2011). Recebeu os prêmios: Líder Gráfico das Américas 2005 (Printing Asso ciation of Florida); Personalidade da Comunicação 2005 (Conlatingraf); Personalidade do Ano Extra-Setor 2006 (Associação Nacional dos Ven dedores de Papel); e Global Presiden tial Print 2009 (The Association for Suppliers of Printing, Publishing and Converting Technologies).
Fotos: Comodo/AG Riguardare
Público qualificado cresce na Office PaperBrasil Escolar
Cerca de 45% dos profissionais que estiveram na feira eram compradores. Fabricantes de cadernos projetam crescimento para o período de volta às aulas 2012.
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Tânia Galluzzi
egunda maior feira de negócios do mundo para o segmento de produ tos e serviços para escritór ios, pa pelar ias e escolas, a 25 ª‒ edição da Office PaperBrasil Escolar foi encerrada no dia 25 de agosto, no pavilhão de expo sições do Anhembi, em São Paulo. Ao lon go de quatro dias, o evento recebeu 34.421 profissionais, sendo 15.410 comprado res nacionais e internacionais, número 20% super ior ao registrado no ano passa do, quando cerca de 12.000 compradores estiveram no evento. O público total, po rém, caiu. Em 2010 foram 41.652 visitan tes. Na opinião de Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, promotora da fei REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
ra, o objetivo de movimentar os negócios do setor para o próximo ano foi alcançado. “As feiras de negócios caminham cada vez mais para uma visitação qualificada. Qua se 45% do total de visitantes desta edição foi de compradores, ou seja, público orien tado para a real ização de negócios. O re sultado foi a satisfação dos expositores”. A exemplo das edições anter iores, a Office PaperBrasil Escolar, patrocinada
pela Abigraf, recebeu um grande número de importadores vindos de todos os conti nentes, especialmente da América Latina. Para estimular ainda mais este intercâm bio, o Graphia, programa desenvolvido pela Abigraf em parceria com a Apex-Brasil para fomentar as exportações do setor, levou para a feira onze distribuidores e lojistas de países considerados estratégicos: Por tugal, Estados Unidos, Angola, República Dominicana, Costa Rica, Equador, Gua tem al a, México e Honduras. Ricardo Fonseca, da área de neg óc ios interna cionais do Graphia, ficou contente com os resultados. “Nas rodadas entre os fa bricantes e os com pradores convida dos foram fechados negóc ios efetivos”.
A presença do Graphia na feira também aumentou o interesse de mais empresas do setor gráfico para integrar o projeto. Uma das novidades da 25 ª‒ edição foi a setorização das empresas expositoras de acordo com a categoria de produtos. Segun do Wanira Salles, gerente de negócios da Francal, a mudança foi aprovada pelos lo jistas. “Todos com quem conversamos dis seram que a setorização facilitou o planeja mento e otimizou seu tempo no pavilhão”. A gerente avalia que, para uma primei ra exper iênc ia, o resultado foi satisfató rio e que poucos ajustes serão necessár ios para a próxima edição. A setorização não alterou a rotina dos fabricantes de cadernos entrevistados pela Revista Abigraf. “A nova organização não interferiu em nada. Os principais clien tes, aqueles que esperávamos receber, já vieram”, contou Wagner Jacob, diretor co mercial da Tilibra, empresa do grupo nor te-a mericano Meadwestv aco, no tercei
ro dia do evento. E os lojistas, segundo o executivo, estão otimistas com relação ao volta às aulas 2012. “Estamos apresentan do 560 itens, com linhas para todos os ti pos de público, e esperamos vendas supe riores às do ano passado”. Se o mercado interno vai bem, externamente o cená rio é inverso, sobretudo em função da va lorização do real frente ao dólar e do cus to Brasil. “A situação não se alterando, não há como recuperar os negócios externos”, afirmou Wagner Jacob. Em 2010, segundo análise elaborada pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf Nacional, o segmento de cader nos no Brasil exportou US$ 29,96 mil hões, especialmente para os Estados Unidos, o que significou crescimento de 0,4% em re lação a 2009. Apesar do incremento, esse montante está muito abaixo do registrado em 2006, no auge das exportações brasilei ras de cadernos: US$ 70,37 mil hões. “Nes te ano, devemos exportar menos do que
Feira comemora 25 anos
No primeiro dia da Office PaperBrasil Esco
lar aconteceu a festa dos 25 anos da feira. A comemoração foi realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, que recebeu colaboradores, expositores e convidados. No palco, Abdala Jamil Abdala, presiden te da Francal, agradeceu aos expositores pela longa parceria e reforçou o papel da Francal de servir ao mercado.
Na ocasião, três empresas que partici pam desde a primeira edição receberam uma homenagem especial: Dermiwil, Fa ber Castell e Tilibra. Depois da homena gem foi realizada a entrega do Prêmio Desempenho em Papelaria, organizado pela Francal e pela Revista da Papelaria, destacando cinco papelarias e cinco representantes comerciais.
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A Francal homenageou as empresas que participaram das 25 edições da feira (E/D): Wagner Jacob, diretor comercial da Tilibra; Rubens Passo, presidente da Tilibra; Decio Esteves, diretor presidente da Dermiwil; Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras; e Carlos Zuccolo, diretor de marketing da Faber Castell
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em 2010, algo em torno de dois me ses de nossa produ ção. Chegamos a ter seis meses de nossa produção compro metidos com o mer cado externo”, afir mou Marici Foroni, gerente de marketing da Foroni. Os bons ventos vêm mesmo da demanda reg ional. “Toda a nossa estratégia está voltada para o mercado interno”, disse a gerente. E a feira parece ter confirmado a aposta da fabrican te. “Os dois primeiros dias foram além da nossa expectativa. As vendas foram muito boas”. No ano passado, a produção da in dústria gráfica brasileira no segmento de cadernos foi de R$ 1,039 bil hão. Carlos Rettmann, presidente da Confetti, também estava comemorando o sal do da Office PaperBrasil. “Acertamos a mão. Viemos com um estande mais acessí vel, onde o visitante pôde ver e manusear o produto. Isso é fundamental no nosso caso, pois fabricamos produtos com personali dade, fugindo das tradicionais licenças”. Mesmo diante das dificuldades conjuntu rais, Carlos Rettmann diz que esse é um bom momento para a exportação em fun ção do Tera, mater ial 100% reciclado pós- consumo a partir de embalagens longa-v ida produzido pela Confetti para as capas de al gumas linhas. “Temos mater ial reciclado em escala industrial e com preço compe
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um crescimento de 20% no volta às aulas 2012, de acordo com o diretor Ivan Bignardi. “O segundo trimestre deste ano foi ruim, talvez pela maior austeridade do go verno, mas agora já sentimos uma melho ra. As linhas com mater ial reciclado têm crescido acima da média”. titivo, o que é um grande atrativo lá fora”. Atualmente, 30% da produção da Confetti segue para o mercado externo, número que deve crescer até o final do ano. Dentro de casa o ritmo também está forte. A empresa planeja uma expansão significativa no volta às aulas 2012. Em agendas, por exemplo, a expectativa é de elevação de 15%. A Credeal foi para a feira preparada para atender o lojista. A empresa ampliou de 34 para 48 o número de coleções de ca dernos, das quais 60% são próprias e 40% licenc iamentos, desde personagens Dis ney até times de futebol, bandas de rock e marcas de roupas. “Entendemos o cader no como um acessório de moda e as linhas seguem esse conceito”, afirmou Cristina Dittgen, gerente de marketing. Para além das fronteiras a Credeal também está apos tando no ambientalmente correto. A em presa está desenvolvendo com um parcei ro externo a utilização de PET reciclado nas capas de cadernos e agendas. A Jandaia, pertencente ao Grupo Big nardi, também incrementou seu portfó lio, agora com 52 linhas, acreditando em
Associação quer fortalecer o atacado de papelarias F
undada há dois anos, a Associação dos Distribuidores de Papelaria (Adispa) apro veitou a Office PaperBrasil para dar início à ampliação do quadro de associados e ao aumento da representatividade. Presidida por seu ideal iz ad or e fundador, Paulo César Sárria, do Atacado São Paulo (ES ), a Adispa conta com 20 associados. Segundo Marcia Alves, executiva da associação, a meta é elevar este número para 30. A entidade nasceu para reunir atacadis tas que tenham como atividade principal, ou parcela significativa do negócio, a dis tribuição de material de escritório, escolar e de informática para pequenos estabe lecimentos, principalmente papelarias. “O maior desafio do setor é mostrar para o mercado os benefícios oferecidos pelos distribuidores, como facilidade de nego ciação, variedade de produtos e entregas rápidas, entre outros”, explica Marcia.
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O P I N I Ã O
ota Eduardo Carneiro M Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Abigraf Regional Pernambuco
O Nordeste imprime páginas históricas
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urante a solenidade de entrega do 3º‒ Prêmio Nordeste de Excelência Grá‑ fica José Cândido Cordeiro, no último dia 26 de agosto, um companheiro empresário grá‑ fico nos confidenciou que “em nenhuma outra re‑ gião do País seria possível reunir tantas empresas de oito estados em prol do mesmo objetivo”. Aque‑ la frase, dita por alguém que não nasceu nem tra‑ balha em solo nordestino, nos deixou pensativos acerca do papel que hoje representamos no cenário industrial gráfico brasileiro. Busquemos o exemplo no mesmo Prêmio Nordes‑ te para alicerçar esta reflexão: concorreram à pre‑ miação 580 produtos de 69 empresas dos mais va‑ riados portes e segmentos gráficos. Observando‑se que o prêmio está apenas na sua terceira edição, e que se iniciou em 2009, reunindo 284 produtos de 36 empresas, verifica‑se que é, certamente, o que cresce com mais rapidez dentre todas as regiões e o que terá ainda mais espaço para crescer. Além disso, as maiores empresas fornecedoras de produtos e insumos gráficos apressam‑se em es‑ tabelecer bases e representações em nossa região e que a maior parte das empresas gráficas nordesti‑ nas já domina as principais tecnologias de ponta, seja em máquinas, softwares ou capacitação em‑ presarial, nada ficando a dever nesses quesitos às demais regiões do País. Este novo dinamismo, bem diferente do “acanha‑ do” cenário existente há alguns anos, resulta de uma série de ações nas quais a Abigraf‑PE e o Sindus‑ graf‑PE, no caso de Pernambuco, têm desempenhado papel fundamental. As entidades do setor são verda‑ deiros instrumentos nas mãos dos empresários grá‑ ficos, que nelas encontram meios e formas de ala‑ vancar o crescimento de suas empresas, a exemplo das missões empresariais, feiras e eventos — como o Congraf —, cursos, palestras e capacitações diver‑ sas, além da realização do principal evento do se‑ REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
tor na região, o Graphium Show – Salão de Forne‑ cedores de Equipamentos, Produtos e Serviços para a Indústria Gráfica, dentre outras atividades sem‑ pre voltadas para os interesses das empresas do se‑ tor. Acrescente‑se a este variado e incessante rol de ações o atual crescimento vertiginoso da economia nordestina e chega‑se a uma explicação sobre esta nova realidade da indústria gráfica regional. Todavia, se a nossa realidade apresenta um cená‑ rio de desenvolvimento industrial sólido e constante, ainda há muito a se fazer para viabilizar sua susten‑ tabilidade. A capacitação técnica dos nossos colabo‑ radores, por exemplo, é um gargalo que a indústria gráfica brasileira e as autoridades ainda não decidi‑ ram solucionar, a despeito da importância econômi‑ ca e social do setor na região, bem como da existên‑ cia de um projeto para implantação da Escola Gráfica Nordestina — já devidamente debatido e aprovado, mas ainda não viabilizado. Entretanto, a história do Nordeste brasileiro é a história da superação de obstáculos e de conquis‑ tas improváveis. Porque “somos, antes de tudo, uns fortes”, seguimos firmes e desempenhando um papel cada vez mais decisivo no desenvolvimento da indús‑ tria gráfica brasileira, o que tem ocorrido há exatos 194 anos — uma vez que o nosso primeiro impres‑ so, o boletim “Preciso”, saiu da Oficina Tipográfica da República de Pernambuco no dia 28 de março de 1817. Era o órgão oficial do movimento revolucio‑ nário de caráter republicano e liberal, que eclodiu em Pernambuco naquele mês e teve como objetivo criar no Nordeste uma república livre do domínio português e da hegemonia político‑econômica do Rio de Janeiro, então residência da Corte portuguesa. Hoje, felizmente, não necessitamos de panfletos ou de movimentos libertários para nos livrar de qual‑ quer tipo de jugo ou controle. O próprio dinamismo e a capacidade empreendedora dos empresários grá‑ ficos de todos os estados da região, aliados ao pro‑ cesso de retomada de crescimento, serão os princi‑ pais responsáveis por superar alguns obstáculos e gargalos que ainda tentam dificultar a nossa cami‑ nhada. Mas eles passarão, e nós seguiremos impri‑ mindo páginas exemplares na história da indústria gráfica brasileira. Quem viver verá. graficacontexto@hotmail.com
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Bahia lança em 2012 fac-símile da primeira revista brasileira Está previsto para o início do próximo ano o lançamento de edição fac-similar de As Variedades ou Ensaios de Literatura, que circulou em 1812.
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comemoração dos 200 anos do lançamento da primeira revista brasileira está marcada para 23 de janeiro de 2012 no Auditório Katia Mattoso da Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Na ocasião, será lançado o fac-símile da coleção de As Va riedades ou Ensaios de Literatura, cujos três únicos números, que circularam entre janeiro e março de 1812, foram impressos na tipografia de Manoel Antonio da Silva Serva, em Salvador, a primeira unidade da indústria gráfico-editor ial privada
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Luis Guilherme Pontes Tavares*
brasileira. O fac-símile será acomodado num estojo ao lado de volumes contendo o texto atualizado da revista e de ensaios a respeito dela e de seu impressor. O evento foi programado pela Fundação Pedro Calmon, órgão da Secretaria da Cultura do governo baiano, em parceria com a Assoc iaç ão Bahian a de Imprensa, Empresa Gráfica da Bahia (que comemorará o primeiro centenário em 2015) e o Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia (Nehib). Estão sendo convidados três palestran-
tes para o lançamento: a professora Cybelle Moreira de Ipanema, secretária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB); o jornalista Leão Serva, diretor do Diár io de S. Paulo e descendente de Silva Serva; e o empresário Thomaz Souto Correa, vice-presidente do Conselho Editor ial do Grupo Abril. Apenas três números
O histor iador Helio Vianna dedicou o primeiro capítulo do seu clássico Contribui ção à Historia da Imprensa Brasileira (Rio de
Acervo do Museu de Arte da Bahia
Edificação do século XVIII, no bairro do Comércio, em Salvador, onde Silva Serva morou e instalou a sua tipografia
Janeiro: Imprensa Nac ion al, 1945) para afirmar o pioneirismo de As Var iedades entre as revistas dos primórd ios da imprensa brasileira. O autor preenche algumas páginas do ensaio com informações sobre o redator Diogo Soares da Silva de Bivar. A revista foi também estudada pelo biblióf ilo Renato Berbert de Castro, que, em 1982, publicou o primeiro fac-símile dela no número 1 da série “Documentos e estudos de história e literatura da Bahia: inéditos e reimpressos”, do Arquivo Público do Estado da Bahia. O texto introdutório, de sua lavra, dialoga com o ensaio de Helio Vianna. As Variedades ou Ensaios de Literatura foi mais uma iniciativa audaciosa do empresário de origem portuguesa Manoel Antonio da Silva Serva. Em 14 de maio de 1811, ele lançara o primeiro jornal baiano e segundo impresso no País — Idade d’Ouro do Bra zil —, patrocinado pelo conde dos Arcos, e enfrentava dificuldade para renovar assinaturas e vender exemplares avulsos. Silva Serva as encarava com vigor e criativ i dade: substituía importação ao fabricar em Salvador tipos móveis e prelos — pretendia fabricar papel a partir da polpa obtida com a folha de bananeira e formava quadros na sua tipografia, mas o reduzido mercado por causa do predomínio de analfabetos e a ausência de redatores não autorizava o novo produto que Silva Serva lançou em janeiro de 1812. A missão, digamos assim, de As Var ie dades ou Ensaios de Literatura era civilizatória. Tanto o prospecto que anunc iav a o seu lançamento como a carta de prin
cípios estampada no número 1 dão conta de que suas páginas ser iam preenc hid as por “reflexões profundas sobre os costumes e as virtudes sociais e morais, algumas novelas
Diogo Soares da Silva de Bivar N
ão há uma data precisa da chegada acidental a Salvador do redator da revista As Var ied ad es. Ele havia sido degredado de Portugal para Rios de Sena, em Moçambique, sob a acusação de ter apoiado os franceses quando da ocupação napoleônica de 1807, cuja consequência foi a transmigração da Corte portuguesa para o Brasil. Ficou preso no Forte de São Pedro até 1821, quando dom João VI restabeleceu-lhe a liberdade. Durante esse período colaborou com o seu texto nos impressos da Tipografia Serva. Constituiu família casando-se com Violante Ceo e Lima e teve três filhos, uma das quais, a caçula, foi a primeira jornalista brasileira: Violante Atabalipa Ximenes de Bivar e Velasco. Assim como há questões não respondidas sobre a história da primeira revista brasileira, há também questões não respondidas sobre Diogo de Bivar. Seu destino fora traçado em Portugal para acabar na África. No entanto, depois de cumprir “prisão” em Salvador, foi para o Rio de Janeiro como fun cionário da Corte e experimentou o prestígio de ser o primeiro orador do Real Instituto Histórico e Geográf ico Brasileiro e diretor do Real Conservatório Dramático. O que se lamenta é a ausência da biograf ia de Ma noel Antonio da Silva Serva, o pioneiro da indústria gráfica privada brasileira.
de escolhido gosto e moral, resumo de viagens, extratos da história antiga, pedaços de auto res clássicos portugueses, quer em prosa, quer em verso, anedotas curiosas, tudo, em uma pa lavra, que pode compreender-se na expressão geral de Literatura, são os materiais de que o Redator se há de servir para esta compila ção, que pelo correr do tempo se ampliará a al guns ramos dos conhecimentos científ icos pro priamente ditos”. Nos dias atuais seria uma revista de var iedades e autoajuda. O primeiro número, datado de janeiro de 1812, saiu com 30 páginas. Circulou no início de fevereiro, mês em que a revista não ofereceu um novo número aos assinantes. Isso porque o redator caíra doente. Em março saiu, então, o número duplo — 2 e 3 — com 67 páginas e com esse a vida do per iód ico foi encerrada. Em 1814, Silva Serva comercializou num único volume os três números da revista, aproveitando os exemplares que sobraram de 1812. Imprimiu novo frontispício, exibindo assim, mais uma vez, seu tirocínio comer cial e sua criativ idade. É um dos volumes de 1814 que está sendo digitalizado e que será lançado em janeiro próximo. Exemplar raro
É provável que só tenha restado um único volume da coleção de As Var iedades ou Ensaios de Literatura, daí a relevância do fac-símile que será lançado em 2012. Tanto Helio Vianna como Renato Berbert de Castro utilizaram-se deste que é, portanto, uma raridade: o volume que há alguns anos pertence à Fundação Clemente Ma riani, entidade cultural ligada ao Banco da Bahia Investimentos, fora anter iomente do colec ionador fluminense Francisco Marques dos Santos. Em 1949, após o volume ser submetido, no Rio de Janeiro, a ações restaurativas sob a responsabilidade do bi bliófilo Tancredo de Barros Paiva, Marques dos Santos doou-o ao Instituto Geog ráf i co e Histórico da Bahia. O volume está em bom estado e a mancha gráfica permite usufruir de leitura agradável. *Jornalista e produtor editorial. É diretor cultural da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) para o biênio 2011-2012. É autor de Arthur Arezio da Fonseca (Salvador: Egba, 2005). Recebeu da Abigraf/ ABTG , em 1991, o Prêmio Ignaz Johann Sessler. SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Caravanas de vários estados prestigiam o 6º- Graphium Show
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Pernambuco sediou em agosto mais uma edição do evento que engloba exposição, conferências e fóruns, atraindo visitantes de todo o Nordeste.
mpresár ios gráficos de vár ios estados do Nordeste marcaram presença no 6º‒ Graphium Show. A feira foi real izad a entre os dias 23 e 26 de agosto no Centro de Convenções de Pernambuco, reunindo expositores de todo o Brasil com inovações em produtos, serviços e equipamentos da indústria gráfica nacional. O evento con tou com as principais marcas consolidadas do mercado, com dezenas de empresas ex positoras e visitação massiva de empresá rios, fornecedores, profissionais e clien tes da indústria gráfica. A programação de fóruns durante o salão incluiu temas técnicos e gerenciais como o futuro da in dústria gráfica, Pantone e cores especiais, controle de molha, normatização e geren ciamento de cores, custo e preço de venda e o futuro do CtP. O presidente do Sindusgraf- PE , Val dézio Figueiredo, lembrou que o Nordes te é a reg ião onde o setor tem crescimen to mais significativo e o Graphium Show permite estreitar o relacionamento entre as empresas e os fabricantes, possibilitan do entender as necessidades dos empresá rios gráficos e tornando acessível a tecno logia mais avançada e utilizada em todo o mundo. “É crescente o número de empre sas dos diversos estados que prestig iam o Graphium Show, resultado do aquecimento do mercado na região e, também, reflexo do crescimento da economia pernambucana, onde o PIB estimado chegará a R$ 101 bi REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
lhões em 2012, com taxa de crescimento de 7,5% ao ano, o maior índice do País”, comen tou Eduardo Carneiro Mota, presidente da Abigraf Regional Pernambuco. Um dos serviços de maior sucesso no estande das entidades foi o de composição manual e impressão tipográfica. Em ple na era da impressão digital, a Zitográfica cedeu seus equipamentos históricos para funcionar ao vivo, imprimindo cartões per sonalizados e atraindo fãs e saudosos do processo responsável pela chegada e pelo desenvolvimento da imprensa em grande parte do mundo: a tipografia. Para os expositores, essa foi a melhor edição do evento. “Crescemos 20 metros quadrados em relação à edição anter ior. Isso mostra a importância que damos ao Graphium Show, ressaltando que agora te mos nossa fil ial em Paratibe (PE) e apos tamos muito no Nordeste”, afirmou Luís Flávio Lima, gerente do Grupo Furnax, em presa que participou com o maior estande
do evento, 160 m². De acordo com o execu tivo, os negócios superaram as expectati vas. “Vendemos bem os produtos expostos, incluindo guilhotinas Hércules e máquinas de corte e vinco Master”. Daniela Pinheiro, da Digigraf, também avaliou favoravelmente o evento. “Fizemos mais negócios do que nas edições anter io res, além de vár ios contatos. Foi uma ótima feira”. Para Carlos Chahestian, gerente co mercial da Gutenberg, os empresár ios esta vam em busca de informação. “Eles vieram em busca de novidades e aperfeiçoamen to, principalmente na área de acabamento. Mesmo assim fizemos negócios, vendemos máquinas e o resultado foi positivo”. Quem esteve pela primeira vez comemorou os re sultados, como a Maqtinpel. “O estande foi muito bem visitado e fizemos ótimos negó cios e contatos com empresas interessadas nos equipamentos em exposição, princi palmente para hot stamping e numeradores digitais”, comentou Silvia Linberg.
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Gráfica Aquarela/MA
Todas as cores da Aquarela Tradicional no segmento promocional, a gráfica maranhense amplia presença no nicho editorial e se prepara para lançar seu próprio selo de obras didáticas. Ada Caperuto
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esde a fundação, em 1993, até os dias de hoje, a Gráfica e Editora Aquarela, de São Luís (MA), vem acumulando expe riências, modernizando seu parque gráfi co e otimizando a sua maneira de produ zir impressos. Inserida prior it ar iamente no segmento promocional, mas com for
(E/D): José de Ribamar, gerente de produção; Sivoneide Duarte, gerente de vendas; Edina Araújo, gerente financeira e Roberto Moreira, diretor geral
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
te atuação no editor ial, a empresa segue os valores da atenção total ao cliente, cria tiv id ade e responsabilidade socioambien tal, aspectos que, para o diretor geral, Ro berto Carlos Moreira, estão presentes no dia a dia do trabalho, diferenciando a grá fica no mercado da reg ião. “A agilidade na entrega, a qualidade e os ótimos preços fazem com que tenhamos a melhor rela ção custo-benefício do mercado local”, diz ele, que também exerce a presidência da Abigraf Reg ional Maranhão. Como ocorre com a maior parte das in dúst rias do setor, a empresa iniciou suas atividades com poucos equipamentos, to dos eles usados. As necessár ias atual iz a ções, que modernizaram o parque — hoje com 2.000 metros quadrados de área to tal —, vieram com o tempo. Resultou, de acordo com Roberto Moreira, dos esforços na busca por informações em feiras e even tos do setor. “Deste modo, identificamos as opções tecnológicas mais adequadas e eco nomicamente viáveis. Agora, com a estru tura modernizada, continuamos investindo na qualificação de nosso pessoal”.
Atualmente dotado das mais recen tes tecnolog ias na área de impressão off set — duas impressoras quatro cores, nos formatos 74 cm e 52 cm, além de equipa mentos bicolores com reversão e offset a uma cor com numeradores e modernas má quinas de acabamento —, o parque gráfico da Aquarela conta com 36 funcionár ios e tem uma capacidade instalada para consu mir 150 toneladas de papel por mês, aten dendo clientes do próprio Estado e tam bém dos vizinhos Piauí e Pará. “Em 2010 adquirimos nossa mais nova Heidelberg Speedm aster 74/4. Com a instalação do equipamento, neste ano, investimos no segundo CtP e passamos a utilizar chapas offset sem químicos, pensando em mini mizar os impactos ambientais de nossa produção”, comenta o diretor.
A empresa está equipada também com estúdio fotográfico para produzir encartes, panfletos promocionais e demais produ tos, oferecendo suporte a diversas agên cias de publicidade. Na gestão, a gráfica migrou seu software de ERP para o Gprint, da Calcgraf, que trouxe uma nova visão administrativa dos negócios. Selo próprio
Os principais produtos da Aquarela são fei tos para o segmento promocional, mas nos últimos meses a área editorial vem obtendo as melhores taxas de crescimento. “Prefe
rimos trabalhar com títulos didáticos, com ênfase na área jurídica, e em breve lançare mos um selo editor ial e nossa primeira loja exclusiva para a venda de livros. Já o tra balho de edição de revistas é feito com par ceiros e deles surgem as novas e per iód icas demandas”, explica Roberto Moreira. E esse portfólio poderá ser ampliado no ano que vem, uma vez que a gráfica está iniciando os investimentos no processo de impressão digital. “Já atendemos pequenas tiragens de alguns clientes. A meta é darmos continui dade aos investimentos, procurando alcan çar uma forte expansão a partir de 2012”.
De fato, é melhor a empresa se prepa rar para os próximos anos. Embora o Ma ranhão não seja sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014, talvez seja benef ic iado como cidade dormitório de alguma das se leções sorteadas para os vizinhos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. “Ao nos so ver, 2011 será um ano de crescimento regular, dada a instabilidade do mercado. Mas acredito muito em uma virada no ano que vem, com os grandes eventos e, natu ralmente, por ser um ano eleitoral, os in vestimentos públicos são maiores, o que traz enorme benef ícios à economia local”, afirma o empresário. & AQUARELA GRÁFICA E EDITORA Tel. (98) 3248.7700 www.aquarela.ind.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Boletim escrito e ilustrado em braille amplia acesso das pessoas cegas às informações atualizadas e já conta com leitores em Portugal e na África, além do Brasil.
langelo, insetos, constelações, posições de ioga, tubarões e outros”, afirma Silvia. A gráfica da Fundação Dorina Nowill faz a transcrição para o braille, a diagrama ção, a revisão, a gravação da chapa matriz e a impressão em antigas máquinas Heidelberg. A distribuição dos dois mil exemplares é feita diretamente para leitores cegos, além de bibliotecas e instituições públicas de todo o País, indo também para Portugal e África. A remessa segue pelos Correios como cecograma, modalidade franqueada e reservada ao mater ial escrito em braille. Amante das artes gráficas
A notícia na ponta dos dedos
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aracterística da sociedade contemporânea, o aumento exponencial no volume de informações recebidas diar iamente é um reflexo dos avanços tecnológicos, que nos trazem notícias renovadas a cada segundo. Isso para quem enxerga. No Brasil, de acordo com censo do IBGE de uma década atrás, 150 mil pessoas entrevistadas declararam-se cegas. É precisamente esta possibilidade de oferecer notícias atualizadas em um intervalo de tempo menor para quem não pode enxergar que faz a diferença do Boletim Ponto a Ponto, projeto criado pela artista plástica paulistana Silvia Valentini em 1995 e que a partir de 2007 conta com o apoio da Lei Rouanet e o patrocínio da Petrobras. Impressa em braille, com um mínimo de 60 páginas, a publicação é também mais abrangente: traz notícias transcritas de jornais e revistas, com artigos distribuídos em REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
seções como negóc ios e profissões, estilo de vida e comportamento, meio ambiente, educação e cultura, literatura, ciências, turismo e saúde. Porém, são apenas oito ma tér ias por edição, em média, já que a lauda em braile equivale a quatro impressas. Silvia esclarece que a maior parte do mater ial disponível em braille tem cunho educativo. Uma boa exceção é a revista publicada pelo Instituto Benjamin Constant, que é trimestral. “Estou fechando a redação hoje, no final de agosto, já com as matér ias das revistas de setembro. Esse imediatismo é algo que faz muita falta para as pessoas cegas”. Mais ainda quando se sabe que o boletim conta com um público de surdos-cegos, privados do noticiár io da TV e do rádio. Também são raras as publicações ilustradas. E este é outro diferencial do boletim. “Os leitores apreciam as imagens táteis. Já foram reproduzidos desenhos de Miche-
Silvia Valentini é formada em artes plásticas com especialização em gravura em metal. Hoje cursa o doutorado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, investigando a percepção que pessoas cegas têm da paisagem urbana. O braille ela aprendeu quando era voluntária na audioteca Clube da Boa Leitura, do Rio de Janeiro. Foi onde tudo começou. Em 1994, ela criou o projeto Ponto a Ponto, um clube de troca de correspondências em braille, que hoje conta com quase 400 sócios cegos de 40 países. O boletim começou a nascer no ano seguinte, para atender a um público de surdos-cegos. No início, o papel era reciclado, reaproveitado de doações de relatór ios empresariais obsoletos feitas por uma amiga — as folhas com cerca de 90 g/m² são ideais para o braille. Em 2007, o projeto conquistou o patrocínio do Programa Petrobras Cultural. Agora, sua meta é fazer crescer para 120 o número de páginas. Mas há um senão: os custos aumentaram, enquanto o capital aportado permaneceu no mesmo patamar. Por isso, Silvia está à procura de novos apoiadores, permanentes ou não. No momento, por exemplo, ela busca um prof issional voluntário para desenvolver seu site. “O domínio www.pontoaponto. net é meu, mas ainda é apenas uma página em construção”, diz. Para entrar em contato com o Projeto Ponto a Ponto, envie um e- mail para o endereço projetopontoaponto@ uol.com.br. Aprovado pela Lei Rouanet, o boletim possibilita renúncia fiscal para pessoas físicas e jurídicas.
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Gráfica Cearense/CE
Orgulho de ser Cearense Localizada na região metropolitana de Fortaleza, a gráfica que carrega no nome o atestado de sua origem está há mais de 30 anos no mercado, destacando-se como uma das maiores do Estado.
Orgulhoso da terra das belas praias e dos bons resultados econômicos, José Mo zart Martins não teve dúvida ao escolher o nome de sua empresa, criada em 1975: Gráfica Cearense. Inicialmente instalado em um prédio da família, o negócio come çou de forma modesta, com um parque de
Milena Prado Neves
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Nordeste brasileiro passa por um bom momento de expan são. Uma pesquisa do Ban co Central mostra que a eco nomia brasileira cresceu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, enquanto que a re gião teve um avanço de 1,6% no mesmo per íodo. Neste cenário sobressai o Ceará. De acordo com os números de março, di vulgados pelo Instituto de Pesquisa e Es tratégia Econômica do Ceará (Ipece), o PIB do Estado apresentou crescimento de 7,9% em 2010, contra 7,5% da média nacional. O Ceará ocupou também o posto de segun do maior gerador de empregos da reg ião no primeiro semestre de 2011. REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
José Mozart Martins, fundador da Indústria Gráfica Cearense e Editora
máquinas trazidas de São Paulo e forma do por impressoras monocolores tipográfi cas e uma guilhotina. Era o suf iciente para produzir impressos comerciais para peque nos e méd ios clientes da capital e reg ião metropolitana de Fortaleza. Ao longo dos 36 anos de história da Cearense, os segmentos atendidos foram ampliados, abrangendo também o de for mulár ios contínuos, o editor ial e o de em balagens. Com mais de cem funcionár ios, expandindo-se em um modelo que o dire tor comercial e filho do fundador, José Mo zart Júnior, define como “crescimento or denado”, a empresa modernizou seu parque gráfico. Foram real iz ados investimentos em pré-impressão, com a aquisição de soft wares e CtP, impressoras e principalmente máquinas para acabamento e embalagens. Respondendo pela direção administra tiva, José Mozart Martins recebeu do pai suas primeiras lições sobre artes gráficas com o processo tipográfico. Com o passar do tempo, ele veio a repetir os passos de seu “professor”, transmitindo ao filho todo o conhecimento adquirido.
A parceria entre os dois foi um dos fa tores essenciais para o crescimento da grá fica. O outro foi a decisão de investir no segmento de formul ár ios cont ínuos, ao perceberem a carência desse tipo de im presso na reg ião. “Centenas de empresas do Ceará mandavam confecc ionar docu mentos fiscais no Sul e Sudeste, já que não havia fornecedor no Nordeste. Por isso, optamos por fabricar formul ár ios cont i nuos no per íodo de 1997 a 2007. Assim, expandimos os negóc ios conquistando clientes das reg iões Norte e Nordeste do País, que entenderam ser possível baixar seus custos, produzindo aqui pertinho”, relembra Mozart Júnior. Confiança no futuro
Pouco a pouco a empresa se desenvolveu, criando ramificações internas para prestar novos serviços, a exemplo da fabricação de embalagens em papel-cartão para os mais var iados segmentos in dustriais. Este ano o úl timo investimento foi em máquinas para fa bricação de rótulos e etiquetas f lexográfi cas. Toda essa diversi dade se deve também à mudança das instala ções ocorrida há cinco anos. “Ocupamos ago
ra um espaço próprio de 12 mil metros quadrados, onde, além da produção, a lo gística se tornou muito mais efic iente”, explica Mozart Júnior. A Cearense caminha para obter certifi cações que são praticamente obrigatór ias para gráficas que desejam se manter com petitivas. Recentemente conquistou a pri meira delas, o selo FSC (Forest Stewardship Council), principal atestado de procedência do papel no âmbito da sustentabilidade. Olhando para o futuro, pai e filho en xergam um horizonte promissor. Os dois sóc ios da gráfica estão em sintonia para continuar seguindo as estratég ias de ges tão que trouxeram resultados a um pro jeto empresar ial fam il iar inic iado há 36 anos. “Continuaremos investindo em equi pamentos e em assistência aos colaborado res. Minha expectativa é aumentar o fatu ramento em 15 % nos próximos dois anos”, afirma o diretor comercial da Cearense. & GRÁFICA CEARENSE Tel. (85) 3260.7100 www.graf icacearense.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Capacidade da Abril Gráfica em rotogravura aumenta 15% O resultado vem com a inauguração de uma nova impressora, que pode produzir mais de 900 páginas por segundo. Grupo Abril inaugurou no dia 1º‒ de setembro a nova impressora de rotogravura Cerutti 7 para a Abril Gráfica. A máquina italiana tem capa cidade para imprimir mais de 900 páginas por segundo, trazendo aumento na produti vidade, queda de 10% no consumo de ener gia e a possibilidade de impressão com co res especiais e aromas. O investimento de R$ 42 mil hões neste projeto vai ao encon tro da constante inovação em tecnologia promovida pela empresa. No mesmo dia foi apresentada a nova grampeadeira Pa cesetter, da Goss. O evento contou com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do presidente do conselho de admi nistração e diretor editorial do Grupo Abril, Roberto Civita, do presidente executivo do grupo, Giancarlo Civita, e do presidente da Cerutti, Giancarlo Cerutti.
46
“A nova impressora tem característi cas diferenc iad as que irão atender me lhor as expectativas de nossos clientes. Um exemplo é uma unidade para aplicar cor especial e outra para fragrância. Isso abre portas para a produção de catálogos e de no vas publicações”, afirmou Eduardo Costa, diretor superintendente da gráfica.
(E/D): Eduardo Costa, diretor superintendente da gráfica; Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo; Roberto Civita, presidente do conselho de administração do Grupo Abril; Giancarlo Cerutti, presidente do Grupo Cerutti e Giancarlo Civita, presidente executivo do Grupo Abril
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Segundo o executivo, a nova impres sora, que já está produzindo a revista Veja, dentre outras publicações da editora, vem como uma nova abordagem, delineada pela Cerutti em parceria com a Abril, prior izan do a flexibilidade. Além dos recursos es peciais, a máquina, que pesa 266 tonela das e ocupa uma área de quase 1.000 m², traz troca automática de cilindros, redu zindo o setup, aproximando-o dos melho res tempos das impressoras offset. Deta lhe importante é o formato: dois metros de largura, mantendo o padrão usado pe las outras cinco máquinas de rotogravu ra da gráfica, permitindo o intercâmbio de matrizes de impressão. A Cerutti 7 é a primeira impressora da fabricante italiana a adotar o Conceito Aurora, del ineado de pois da incorporação da unidade de roto gravura da KBA pela Cerutti. “Isso traz ino vações em design e na própria construção da máquina, que se diferencia pelo nível de automação e de integração de sistemas, o que representa um desafio para nossas equipes”. Após quatro meses de monta gem e ajustes, os técnicos ital ianos e ale mães continuam na gráfica analisando o desempenho da impressora.
Gráfica Flamar/PE
Empenho reconhecido Aos 32 anos de existência, a Gráfica Flamar, de Pernambuco, tem seu trabalho de qualidade consagrado com a conquista de 31 importantes prêmios do setor gráfico. Clarissa Domingues
uando se fala de reconhecimento, a Gráfica Flamar tem motivos de sobra para comemorar. Afinal, os esforços no sentido de agregar qualidade aos seus produtos já renderam um total de 31 prêmios, conquistados ao longo de 32 anos de existência. A empresa coleciona 29 troféus do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro — oito deles recebidos na última edição, realizada em agosto deste ano —, um troféu do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini e um prêmio latino-americano Theobaldo De Nigris. Tais conquistas são o resultado de ampla espec ial iz aç ão nas três áreas em que atua — editor ial, promocional e embalagens.
48 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Roberto Leite Ribeiro, fundador da empresa
De acordo com o diretor comercial Flávio Alcides Figueiredo Ribeiro, a Flamar está preparada para prestar serviços de qualidade nesses segmentos. Essa expertise é amparada por equipamentos capazes de oferecer mais agilidade. No segmento editor ial, por exemplo, a gráfica dispõe de máquinas para confecção automatizada de capa dura e aplicação de cola PUR , costura, grampo e demais acabamentos, para atender com eficiência pequenas e méd ias tiragens. No promocional, o principal foco é a alta produtividade, mesmo em produtos que exigem alto nível de manuseio ou tenham corte diferencia do. Na área de embalagem, a proposta é sempre agregar aplicações especiais aos produtos. Localizado na cidade de Olinda, o parque industrial da Flamar ocupa 3.800 metros quadrados, contando com as mais modernas tec nolog ias gráficas, e emprega 140 funcionár ios. Bem distante dessa especial ização, sua história começou modesta, porém foi marcada pela persistência. Tudo teve início com o desejo de Roberto Leite Ribeiro, fundador da empresa, de obter crescimento prof issional.
Antes de se tornar empresário, Roberto foi zelador, operador de máquinas, office-boy e vendedor. No ano de 1979 decidiu entrar para o mundo dos negócios e adquiriu uma gráfica praticamente falida. Ele só podia contar, de acordo com Flávio, com seu esforço de vendas, um talão de notas fiscais e um telefone, em uma sala de 10 metros quadrados. Aos poucos, ele conseguiu o capital necessário para adquirir os primeiros equipamentos. “Hoje, nosso diferencial é a responsabilidade com os prazos de entrega, que são os mais rápidos da reg ião. Independentemente do valor da negoc iaç ão comerc ial, queremos oferecer sempre o melhor impresso gráfico, trabalhando com transparência, velocidade e comprometimento”, explica o diretor comercial. A Flamar atende as reg iões Norte e Nordeste e o Distrito Federal, por meio de uma equipe de vendas, além da prestação de serviços para outras localidades do País por meio de uma central de relacionamento. Projetos institucionais
A empresa oferece atendimento personalizado às agências de publicidade, designando um técnico específico para cada tipo de campanha. “Esse direcionamento nos dá certeza e segurança de que estamos desenvolvendo o melhor trabalho possível”. Outro destaque é a área de projetos, que dispõe de um software capaz de armazenar mais de 3 mil opções de produ-
tos no banco de dados, como books, estojos, kits promocionais, displays, móbiles e embalagens. Além dos investimentos recentes em sistemas de TI e máquinas automatizadas para acabamento, a Flamar também direcionou recursos para a capacitação de seus profissionais. No âmbito cultural foram criados projetos especiais, como “Mulheres de Olinda”, de diversos autores, e “Francisco Brennand”, com trabalhos do escultor. Obras selecionadas desses artistas são aplicadas em produtos institucionais da Flamar. Além de valorizar importantes nomes da arte no Estado, a iniciativa funciona como um estímulo para os novos talentos da reg ião.
& GRÁFICA FLAMAR Tel. (81) 2102.0050 www.graficaflamar.com.br
SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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IMPRESSÕES
Reinaldo Espinosa
Presidente Executivo da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG)
Trocando o repertório e você ainda perde tempo discutindo se o papel vai acabar ou não, está mais do que na hora de abandonar esse debate e trocá‑lo por um muito mais produtivo: como aproveitar as oportunidades abertas pelas novas tecnologias. Essa discussão também não é nova. Há mais de uma década algumas empresas do setor gráfico perceberam que era melhor procurar entender as modificações propostas que rechaçá‑las, posicionando‑se como provedores de soluções em comunicação. Na ABTG temos por obrigação entender os sinais do mercado, mantendo a entidade conectada com as necessidades do setor e com as novas tendências. Foi por isso que nos reunimos no final de agosto para começar a definir as linhas mestras para 2012. Na pauta, entre outros assuntos, as mídias eletrônicas e as redes sociais e seu impacto nos principais segmentos da indústria gráfica, objetivando alinhar ações que possam ajudar as empresas a abrir suas portas para o universo digital. Digo aqui universo pois não estou falando da impressão digital, e sim de toda a malha que envolve um arquivo digital, todas as ações que precedem e sucedem a impressão, mesmo porque em vários momentos ela pode não acontecer e ainda assim nós, gráficos, podemos estar inseridos nessa cadeia, executando outras tarefas.
50 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Essa mesma discussão está sendo levada para o 15 º‒ Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica. Não podemos ficar estagnados e deixar que outros atendam nossos clientes em suas novas necessidades. Temos de usar nossa expertise e nos apropriarmos do que está relacionado à comunicação. Você já parou para pensar, por exemplo, que um website é um documento? Já cogitou a possibilidade de se envolver com a gestão e custódia dos arquivos de seus clientes? Calma, não estou propondo que você mude de ramo. Porém, como presidente de uma entidade voltada para a tecnologia, tenho o dever de apontar as portas e janelas reveladas pelos novos processos e sistemas. A operação aqui é a adição. Precisamos tornar a nossa cesta de produtos mais atraente para o cliente e mais lucrativa para nós. Mudar hoje é questão de sobrevivência e certamente no início de 2012 estarei aqui nesse espaço falando sobre os cursos e serviços recém‑criados pela ABTG para instrumentalizá‑lo nesse processo. Enquanto isso, aproveitemos o Congraf para pôr mais lenha nessa fogueira. reinaldo@rwagrafica.com.br
ECONOMIA Texto e dados: Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf
Nordeste do País vive momento de crescimento econômico Para o setor, no entanto, a modernização e expansão dos parques gráficos vêm gerando um desequilíbrio entre a oferta e a procura de impressos. Dados estatísticos elaborados pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf revelam o perfil da mão de obra, o desempenho e a participação no contexto nacional do setor gráfico da região Nordeste do Brasil.
renda média nordestina sofreu um aumento real (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 570 para R$ 734 mensais. Foi, ainda, a reg ião que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador de 2008 para 2009 (2,7%), e experimenta, há pelo menos dois anos, um forte crescimento econômico. Mesmo durante a crise econômica mund ial de 2008-2009, a reg ião apresentou aumento no PIB: enquanto o índice na cional recuou 0,2% em 2009, o de Pernambuco evoluiu 3,8%; o do Ceará, 3,1%; e o da Bahia, 1,7%. Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos na economia brasileira.
B
erço da atividade econômica brasileira, com a extração do pau-brasil e o cultivo da cana-de-açúcar, a reg ião Nordeste do Brasil, habitada por mais de 53 milhões de pessoas, é a que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, P iauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Sua área terr i tor ial é de 1.558.196 quilômetros quadrados, o equivalente a 18% da área nacional, possuindo a maior costa litorânea do País. Com participação no Produto Interno Bruto nac ion al de 13,1% em 2008, a re gião conquistou melhora significativa na distribuição de renda na última década. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, a
A indústria gráfica no Brasil e no Nordeste
Resumo dos indicadores da região Nordeste do Brasil Alagoas Bahia Ceará Maranhão Estados
Paraíba Piauí Pernambuco Rio Grande do Norte Sergipe Características geográficas
Área
O setor gráfico brasileiro encerrou 2010 com cerca de 20 mil estabelecimentos, empregando mais de 220 mil pessoas. Na produção, o período de 2008 a 2010 proporcionou um aumento de 4% tanto nas gráficas do Nordeste quanto nas de todo o País. Em 2010, os investimentos do setor no Brasil registraram incremento de 40% em comparação ao ano anter ior, com US$ 1,4 bi lhão aplicado pelas empresas na compra de máquinas e equipamentos, contra US$ 1 bi lhão em 2009. No encerramento do exercício, as exportações totalizaram US$ 248,97 mi
1.558.196 km²
População
53.591.197 hab. (IBGE/2009)
Densidade
32 habitantes /km² Indicadores
IDH médio
0,720 (PNUD/2005)
PIB
R$ 397,5 bilhões (IBGE/2008)
PIB per capita
R$ 7.487,55 (IBGE/2008)
Fonte: Wikipedia – 16.set.2011.
lhões e as importações, US$ 409,16 milhões. O saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 160,19 milhões.
Tabela 1: Dados gerais da indústria gráfica na região Nordeste do Brasil – 2008 e 2010 2008 Nordeste
Número de estabelecimentos Número de funcionários
Nordeste
BRASIL
% Particip.
Nordeste
17,0%
2.976
20.007
15%
21.117
209.736
10,1%
23.360
220.796
11%
10%
5%
8,1
13,7
—
7,8
11,0
—
– 4%
– 20%
3,8%
3,8%
1,08
28,6 – 114,42
Exportação (US$ FOB milhões)
5,03
255,71
Importação (US$ FOB milhões)
15,52
370,13
Fonte: MTE/RAIS, AliceWeb/MDIC, PIA/IBGE. Elaboração: Decon/Abigraf
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
1,12
29,7
– 12,19
– 160,19
2,0%
1,15
4,2%
13,35
—
15%
BRASIL
15.293
– 10,49
Valor bruto da produção industrial (R$ bilhão) Balança comercial (US$ FOB milhões)
% Particip.
% NO PERÍODO
2.594
Número de funcionários / estabelecimento
52
BRASIL
2010
4%
31%
4%
—
—
—
248,97
0,5%
– 77%
– 3%
409,16
3,3%
– 14%
11%
em 2008, US$ 5,03 mil hões e importou US$ 15,52 mil hões em produtos gráficos, gerando déficit comercial de US$ 10,49 mi
Figura 1: Distribuição do emprego na indústria gráfica por porte de empresa – 2010 250 ou mais
0,4% 0,2%
De 100 a 249
1,1% 0,7%
De 50 a 99 De 20 a 49
lhões. Em 2010, o déficit foi super ior ao do ano de 2008, com US$ 12,20 milhões negativos, resultado das importações no valor de US$ 13,35 mil hões e da queda expressiva de 77% nas exportações de produtos gráficos (Tabela 1).
■ Brasil ■ Região Nordeste
1,9% 1,1% 6,6% 5,5% 81,8% 84,1%
Até 19 Nenhum
8,2% 8,4%
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
Tabela 2: Emprego e estabelecimentos gráficos por região – 2010 Emprego
%
Estabelecimentos
%
Número de Funcionários / Estabelecimento
135.908
61%
10.081
50%
13,5
Sul
45.776
21%
4.617
23%
9,9
Nordeste
23.290
11%
2.976
15%
7,8
Centro-Oeste
11.108
5%
1.644
8%
6,8
Norte
4.714
2%
689
4%
6,8
Total
220.796
100%
20.007
100%
11,0
Região
Sudeste
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
A importância do setor gráfico da re gião Nordeste confirma-se com os dados estatísticos que revelam sua participação no contexto nac ion al, como a produção, número de empresas e o perfil da mão de obra. O valor da produção industrial gráfica nordestina em 2010 foi de R$ 1,12 bilhão (IBGE, com estimativa do Decon/Abigraf). De acordo com os dados do Ministério do Trabalho (MTE/Rais), o setor reúne 2.976 empresas, número que corresponde a 15% das 20.007 existentes em todo o País. Com relação à mão de obra, a reg ião responde por 23.360 dos 220.796 postos de trabalho gerados pelo setor no território nacio nal, ou seja, 11% dos func ionár ios gráficos estão alocados lá. Entre 2008 e 2010, esse contingente apresentou crescimento de 10%, muito super ior à média nacional, que foi de 5% no mesmo per íodo. Quant o à balança com erc ial do setor, segundo a Secretaria de Comércio
Ext er ior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex ter ior (MDIC), a reg ião Nordeste exportou, Figura 2: Porte das indústrias gráficas na Região Nordeste – 2010
Micro 81,9%
Pequeno 16,0%
Grande 0,2%
Médio 1,9%
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
Perfil das gráficas e do emprego no setor
O perfil dos estabelecimentos na reg ião Nordeste assemelha-se ao da média nacio nal, já que 84,1% das empresas empregam até 19 pessoas. No Brasil, o percentual de empresas com o mesmo porte é de 81,8%. Vale ressaltar que as gráficas que empregam de 20 a 49 pessoas correspondem a 5,5% do total no Nordeste e 6,6% na média nac ion al. Em relação às gráficas que não têm nenhum empregado (normalmente empresas familiares), a reg ião Nordeste, com percent ual de 8,4%, também se encontra semelhante à média nacional (8,2%) (Figura 1). Do ponto de vista da oferta da mão de obra, o Nordeste é responsável por 11% do emprego no setor, ficando atrás do Sudeste e do Sul do País. Na Tabela 2, é possível observar que a média nas empresas da re gião é de 7,8 empregados por estabelecimento gráfico, ao passo que no País é de 11 empregados. Com relação à remuneração, o salário médio no Nordeste é infer ior à média na cional. A parcela de empregados que recebe até um salário mínimo corresponde a 13%, índice mais de três vezes superior à média nacional (4%). Já os que recebem entre 1 e 2 salár ios mínimos correspondem a 66%, sendo que a média nacional desta faixa sa lar ial corresponde a 45% do total. A Figura 3 representa as faixas salariais na indústria gráfica, comparando a reg ião Nordeste com a média de todo o Brasil. A baixa remuneração reflete o grau de escolaridade dos gráficos. A maioria dos empregados do setor na reg ião Nordeste (61%) tem até o Ensino Médio completo, superando a média nacional, que é de 52%. Já a parcela de func ion ár ios que possui SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
53
Ensino Super ior completo é muito baixa, apenas 5%, enquanto que a média nacio nal é de quase o dobro (9%) para essa faixa de grau de instrução (Figura 4). Dentre os estados da reg ião Nordeste, Ceará, Bahia e Pernambuco são os que mais
concentram estabelecimentos e empregos no setor, localizados sobretudo em suas respectivas capitais. É o caso de Fortaleza, que reúne 71% das gráficas e 67% do emprego do Estado do Ceará. Entre os estados com menos de duzentas gráficas, a maioria
dos estabelecimentos também está alocada em suas respectivas capitais. Esse fenômeno ocorre em Teresina (62%), Maceió (71%) e Aracaju (78%) (Tabela 3). O Estado da Paraíba concentra 221 estabelecimentos gráficos e emprega 2.514
Figuras 3 e 4: Distribuição do emprego do setor gráfico na região Nordeste e no Brasil por faixa de remuneração e por nível de escolaridade
Rendimento em salários mínimos
Faixa de remuneração
Nível de escolaridade
Ignorado
Superior completo
Mais de 20,00
Superior incompleto
Entre 15,01 e 20,00 Entre 7,01 e 15,00
9% 5% 5% 4% 52%
Médio completo 2%
Entre 4,01 e 7,00
6%
4%
Entre 2,01 e 4,00
Médio incompleto
11%
Até 1,00
Fundamental incompleto
45%
Entre 1,01 e 2,00 4%
16% 13%
Fundamental completo
32%
14%
66%
61%
11% 10%
7% 7%
Analfabeto
13%
■ Brasil ■ Região Nordeste
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
Tabela 3: Números de empresas e emprego por Estado e capital – 2010 Número de empregados
Número de estabelecimentos
% sobre total
Funcionários / estabelecimento
Ceará
5.405
23%
568
19%
9,5
Fortaleza
3.627
67%
404
71%
9,0
Bahia
5.262
22%
781
26%
6,7
Salvador
2.064
39%
220
28%
9,4
Pernambuco
4.905
21%
561
19%
8,7
Recife
2.107
43%
261
47%
8,1
Paraíba
2.514
11%
221
8%
11,4
João Pessoa
1.357
54%
100
45%
13,6
Maranhão
1.542
7%
213
7%
7,2
926
60%
93
44%
10,0
São Luís Rio Grande do Norte
54
% sobre total
1.298
6%
236
8%
5,5
Natal
675
52%
132
56%
5,1
Piauí
881
4%
131
4%
6,7
Teresina
602
68%
81
62%
7,4
Alagoas
803
3%
139
5%
5,8
Maceió
639
80%
98
71%
6,5
Sergipe
750
3%
126
4%
6,0
Aracaju
673
90%
98
78%
6,9
23.360
100%
2.976
100%
7,8
Total
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Figuras 5 e 6: Distribuição do emprego e estabelecimentos por Estado da região Nordeste – 2010 Funcionários
Estabelecimentos Ceará 19%
Bahia 22% Ceará 23%
Bahia 26%
Pernambuco 21%
Pernambuco 19%
Paraíba 11% Sergipe 3%
Piauí 4% Alagoas 3% Rio Grande do Norte 6%
Bahia
Sergipe 4% Maranhão 7%
Rio Grande do Norte Maranhão 8% 7% Paraíba Alagoas 8% 5%
Piauí 4%
Tabela 4 – Valores consolidados anuais do comércio exterior da indústria gráfica na região Nordeste do Brasil (mil US$) Exportação
Importação
Saldo comercial
% variação anual exportações
% variação anual importações
2000
78,55
6.138,00
– 6.059,00
—
—
2001
34,44
4.485,00
– 4.450,00
– 56%
– 27%
2002
1.294,00
7.334,00
– 6.040,00
3.657%
64%
2003
133,63
7.635,00
– 7.502,00
– 90%
4%
2004
997,16
9.073,00
– 8.075,00
646%
19%
2005
2.352,00
11.756,00
– 9.404,00
136%
30%
2006
1.702,00
15.880,00
– 14.178,00
– 28%
35%
2007
3.634,00
19.705,00
– 16.071,00
113%
24%
2008
5.030,00
15.519,00
– 10.489,00
38%
– 21%
2009
1.234,00
5.980,00
– 4.746,00
– 75%
– 61%
2010
1.153,00
13.346,00
– 12.192,00
– 7%
123%
Fonte: AliceWeb/MDIC. Elaboração: Decon/Abigraf.
pessoas, com média de 11,4 empregados por gráfica, praticamente igual à nac io nal. Sua capital, João Pessoa, detém 45% das gráficas e 54% do emprego no Estado, com média de 13,6 func ionár ios por gráfica, número bem sup er ior à média nac ion al, que é de 11 colaboradores por estabelecimento gráfico (Figuras 5 e 6).
ficos comprados no exter ior. Já a média das exportações foi de US$ 1,6 mil hão. É importante destacar que no ano de 2010 a reg ião importou US$ 13,3 mil hões em produtos gráficos e exportou apenas US$ 1,1 milhão, o que causou déficit comercial de US$ 12,2 mil hões. Se compararmos as importações do ano de 2010 em relação a 2009, o aumento foi de 123% (Tabela 4).
Balança comercial
56
Pernambuco
17,86% 9,16%
Ceará Brasil
33,44% 8,36%
Fonte: IBGE – Pesquisa Mensal de Comércio. Elaboração: Decon/Abigraf.
Fonte: MTE/RAIS 2010. Elaboração: Decon/Abigraf.
Período
Figura 7: Índice de volume de vendas no comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria (percentual)
Os estados da reg ião Nordeste não contri buem muito para a balança comerc ial do setor e importam muito mais do que exportam. Nos últimos onze anos, têm apresentado histórico de saldo negativo. A média de importações neste per íodo foi de US$ 10,6 mil hões anuais em produtos gráREVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Índice de volume de vendas no comércio varejista
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio – PMC apontam para um crescimento médio de 8,36% no volume de vendas no Brasil de produtos tipicamente gráficos no comércio varejista, como o de livros, jornais,
revistas e papelaria, no per íodo de janeiro a julho de 2011, na comparação com igual per íodo do ano anter ior. A mesma pesquisa mostra que o crescimento nas vendas desses produtos em três estados da reg ião Nordeste acompanhados pela pesquisa (Bahia, Ceará e Pernambuco) superam os resultados verificados para a média nacional, destacando-se o Ceará, com crescimento de 33,44% nas vendas no per íodo (Figura 7). Participação de gráficas nordestinas no Graphia
Intensificando a sua atuação junto às empresas do setor no Nordeste, o Graphia — projeto de exportação de produtos e serviços gráficos const it uíd o no âmbito da Abigraf Nacional, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Governo Federal (Apex- Brasil) — já conta com a participação da Gráfica Santa Marta, da Par aíb a, e da Perfilgráfica, de Pernambuco. O Graphia é o maior exemplo do po tenc ial do produto gráfico brasileiro no mercado externo. Criado pela Abigraf Na cional em 2003, o grupo já realizou negó cios com 26 países das Américas, Caribe, Europa e Ásia, nos seus três segmentos de atuação: embalagem, papelaria e editor ial- promocional. O projeto já viabilizou a inserção de mais de 80 empresas brasileiras no mercado internacional e também já participou de 88 missões comerciais e 57 feiras internacionais, acumulando vendas supe riores a R$ 42 mil hões para o exter ior.
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ECONOMIA
indústria gráfica no nordeste
Modernização e desequilíbrio Atualização tecnológica do parque gráfico nordestino acentua o aspecto de descompasso entre oferta e procura de serviços gráficos. Ada Caperuto
58 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
N
os nove estados da reg ião Nordeste o cenário é praticamente o mesmo. O que se encontra nas capitais, além do maior número de empresas gráficas, é um forte desequilíbrio entre a procura e a oferta de impressos. Alguns lugares apre sentam até mesmo grandes picos de que da na demanda, a exemplo da Bahia, que registrou 75% de ociosidade nos últimos três meses, segundo Francisco Sales Sou za Gomes, presidente da Abigraf Reg io nal Bahia e da Press Color. “Um elevado número de equipamentos de impressão vem sendo incorporado aos parques, devi do à facilidade de acesso aos financiamen tos”, diz o presidente da Abigraf Reg ional Ceará e diretor da gráfica Tiprogresso, Luiz Francisco Juaçaba Esteves. Na verdade, todos os estados estar iam em um mesmo patamar de qualidade, gra ças aos recursos tecnológicos embarca dos nos parques industriais. Para Rober to Carlos Moreira, presidente da Abigraf Regional Maranhão e diretor da Gráfica e Editora Aquarela, apesar da considerável expansão de demanda no Estado nos últi mos oito anos, existe uma enorme concen tração de poder de compra, uma vez que o principal cliente é o setor público. O Piauí, Estado que sempre concorreu com seus dois vizinhos mais próximos, vive um momento de competição interna, e pelo mesmo motivo: a modernização do parque gráfico. James Hermes dos San tos, presidente da Abigraf Regional Piauí, do Conselho Diretivo da Abigraf Nacio nal e da Gráfica Mund ial, revela o agra vante: o per íodo é de queda generalizada nas compras públicas. De acordo com o empresário Alexan dre Firmino Melo Filho, presidente da Abigraf Reg ional Rio Grande do Norte e sócio-d iretor da Impressão Gráfica e Editora, o mercado potiguar não sofrerá retração, apenas crescerá menos do que no ano passado. Seguindo para a Paraí ba, a situação não muda muito. “O mer cado gráfico do Estado contínua em ex
pansão, competindo em igualdade com todo o Brasil”, opina Marcone Tarradt Rocha, presidente da Abigraf Reg ional Paraíba e da Editora Gráfica Marcone. Nos últimos dois anos a capacidade ins talada cresceu mais de 50%, taxa que nem se aproxima do crescimento da demanda, de acordo com Luiz Sergio Baptista, dire tor comercial da Gráfica JB. Ele conside ra que a competitividade é saudável, des de que ocorra dentro de princípios éticos. “Infelizmente, ainda temos no nosso país muita concorrência desleal”, diz. Nesse as pecto, o presidente da Abigraf Reg ional Sergipe e diretor da Nossa Gráfica, Wal ter Castro dos Santos, critica a “inva são” de gráficas de estados vizinhos, que participam de licitações públicas, muitas vezes com preços abaixo do mercado. Cautela e canja de galinha…
Ter cautela nos investimentos parece ser a palavra de ordem nas gráficas nordesti nas. Francisco Gomes, da Abigraf-BA , opi na que as empresas devem selecionar bem as opções de investimentos. É o que está fazendo Luiz Francisco, da Abigraf- CE , ao aplicar recursos em equipamentos que tragam efetivos diferenciais. O principal deles, este ano, foi um CtP sem processo químico. A pré-impressão também foi alvo de Flor iano Alves da Silva Junior, presi dente da Regional Alagoas, para a Gráfica Jaraguá, mas a impressão e o acabamen to deverão receber reforços até o início de 2012. Mais ambicioso, com projetos de ex pandir a atuação da Texform para o mer cado do Sudeste, o alagoano Carlos Oli veira revela que fez fortes investimentos em impressão e acabamento. O colega po tiguar também tem plenas expectativas de crescimento. “Mantemos uma políti ca permanente de investimentos. Ainda este ano iniciaremos a ampliação de nos sa área física e vamos adquirir mais duas máquinas”, declara Alexandre Firmino. A impressão digital para oferecer ser viços em pequenas tiragens foi uma das
Venha para a
opções de investimento da Gráfica Mund ial, do Piauí, de acordo com Ja mes Hermes dos Santos. “As empresas devem estar preparadas para atender qualquer tipo de demanda que vier”, justifica. Já o presidente da Abigraf Reg ional Pernambuco e da Gráfica e Editora Contexto, Eduardo Car neiro Mota, informa que este é o momento de investir em market ing empresar ial, na busca de novos mer cados e clientes. Luiz Sergio, da parai bana Gráfica JB, revela que 2011 foi um momento de melhorar processos e qualificar equipes. “A expansão da base instalada acentuou o problema de mão de obra, já que no Nordeste praticamente não temos escolas para a formação de profissionais”. O presidente da Abigraf-SE prefe re pensar em longo prazo na estraté gia de guerra contra a concorrência. “O ano que vem, quando teremos elei ções, será fundamental não só para novos investimentos, como para ex pansões, modestas talvez, mas im portantes”. Contudo, alguns empre sár ios ressaltam a importância de buscar um equilíbrio, para não ficar para trás. “De nada adianta conquis tar um novo cliente e perdê-lo por não conseguir prestar um bom trabalho. A ampliação das vendas tem que vir acompanhada da capacidade produti va e das condições de se fazerem no vos investimentos tanto em equipa mentos quanto em pessoal”, ressalta Roberto Moreira, do Maranhão. …em um cenário de instabilidade
Mais do que a conjuntura econômi ca interna, para alguns empresár ios o que preoc upa mesmo é a crise na zona do euro. “O momento não ins pira muita conf ianç a por causa da crise na Europa, mas esperamos que isso não venha a atingir nossa econo
mia”, pondera Marcone, da AbigrafPB. “Como a maioria dos nossos in vestimentos é em moeda estrangeira, é prudente aguardar a melhora dos ce nár ios internacionais, tanto na crise norte-americana quanto na europeia, e tentar se proteger de surpresas tro cando dívida em moed a estrangeira para moeda nacional, e se possível so lidificar o capital de giro ou, melhor ainda, evitar dívidas novas, adian do investimentos”, complementa o presidente da Abigraf maranhense. Para Walter Castro dos Santos, do Sergipe, as sucessivas crises econômi cas vividas pelo País a partir dos anos 1960 deixaram os brasileiros com os pés no chão. Dentro dessa mesma li nha de rac ioc ín io, o pernambucano Eduardo Carneiro Mota afirma que “em caso de desestabilidade econô mica, nós brasileiros, que estamos há muito tempo no mercado, com certe za, saberemos nos adaptar, dançamos qualquer música, mesmo que por al guns momentos percamos o passo”. A mesma conf iança é demonstra da por outros empresários. Apostando na adequada administração do con flito pelo governo federal, Luiz Fran cisco Juaçaba Esteves garante que o governo brasileiro tomará todas as medidas para a manutenção do atual quadro de estabilidade. No entanto, com olhar um pouco mais crítico, James Hermes dos San tos entende que existe, sim, uma leve instabilidade, e que esta atinge não apenas a reg ião Nordeste, mas o Bra sil todo. “Converso com os empresá rios nas reuniões da entidade e perce bo que houve retração. O índice de não emprego é o maior dos últimos quatro anos. Você não demite, mas adia ou re cua na hora de contratar. Nossa expec tativa é que a situação melhore a par tir de setembro, o que é característico da indústria gráfica”.
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59
CRONOGRAMA Julgamento 1ª fase
5 e 6 de outubro
Julgamento 2ª fase
9 e 10 de novembro
Premiação
22 de novembro Patrocínio:
Diamante:
Ouro:
Bronze:
Prata:
Realização:
Apoio Institucional:
Excelência revelada Cresce a adesão aos prêmios de excelência gráfica em todo o Brasil. Os meses de julho e agosto concentraram mais quatro festas de entrega em Minas Gerais, Goiás, Pernambuco (Prêmio Nordeste) e Rio de Janeiro. Tânia Galluzzi
Fotos: Nelson Santos
(E/D): Antônio Almeida, presidente da Abigraf Goiás; Julião Flaves Gaúna, vice-presidente da Abigraf Nacional e Iuri Godinho, da Contato Comunicação
Gráficas premiadas: 4 troféus: Art3, Poligráfica, Única ◆ 3 troféus: Amazonas ◆ 2 troféus: Amparo, Flex, Formato, Kelps, Sigman, Web ◆ 1 troféu: Centauro, Lotebras, Renascer. Fornecedores premiados: Prêmio Destaque: Heidelberg ◆ 1 troféu: Cromos‑Unipel, Ferrostaal/Ryobi, Fotogravura Bandeirante, IBF , SPP/KSR , Suzano, Tema. ◆
62
7º- Prêmio Aquino Porto de Excelência Gráfica – GO
A cerimônia de entrega do Prêmio Aquino Porto de Excelência Gráfica aconteceu no dia 25 de agosto, no Campus 2 da Universidade Fe deral de Goiás (UFG). Em sua sétima edição, o concurso recebeu neste ano mais de 500 ins crições. Ao todo, 17 gráficas e 14 agências de publicidade e propaganda inscreveram seus trabalhos. Desde que foi instituído, em 2005,
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
o Prêmio Aquino Porto já analisou 2,1 mil pe ças e premiou quase 600 trabalhos gráficos. O evento é promovido pelo Sindicato das In dústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego) e pela Abigraf Reg ional Goiás.
(E/D): Ricardo Costa, deputado estadual - PE e diretor da Gráfica Raiz; Anivaldo Dias, diretor da Fiepe; Valdézio Figueiredo, presidente do Sindusgraf-PE e diretor da Perfilgráfica; José Cândido Cordeiro, diretor da J.C. Cordeiro e Cia.; Romildo Gomes Filho, vereador de Recife; José Antônio Bertotti Junior, secretário de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Recife e Antônio Carlos Pereira da Silva, vice-presidente da Abigraf-PE e diretor da Gráfica Irani
3º- Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro
A terceira edição do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica José Cândido Cordeiro registrou crescimento de 40% no número de produtos ins critos. Em 2010, 425 produtos con correram e, neste ano, 580 trabalhos confeccionados por 69 gráficas can didataram-se. “Como coordenador e ideal iz ador do Prêmio Nordeste de Excelência Gráfica, considero muito gratificante a emoção pela sua concretização e pela responsabilidade de realizar a cada ano a premiação que mais cresce no País e atinge uma importância que vai além de nossas fron teiras”, diz Eduardo Carneiro Mota, presidente da Abigraf Reg ional Pernambuco. A solenidade de entrega aconteceu no dia 26 de agosto, quando cerca de 400 pessoas compareceram ao mezanino do Centro de Convenções de Pernambuco. Das 69 gráficas participantes, 20 levaram troféus para casa, através de 39 produtos ven
Gráficas premiadas: 8 troféus: Flamar (PE ) ◆ 4 troféus: Qualigraf (PE ) ◆ 3 troféus: J. Luiz Vasconcelos (PE ), MXM (PE ) ◆ 2 troféus: Art Cart (CE ), CCS (PE ), Qualigraf (CE ), Santa Bárbara (BA ) ◆ 1 troféu: A Pontual (PE ), Brascolor (PE ), Cinco (PE ), Composer (PE ), Diário de Pernambuco (PE ), F&A (PB ), Halley (PI ), Hipper (PE ), Grafset (PB ), IGB (PE) , Nuck (PE ), Plastac (PE ), Press Color (BA ). Fornecedores premiados: 2 prêmios: Heidelberg ◆ 1 prêmio: Agfa‑Gevaert, Furnax, Sun Chemical, Suzano e Xerox.
cedores. Como no ano passado, a Gráfica Edi tora Flamar, de Pernambuco, foi a principal vencedora, com oito prêm ios, seguida pela também pernambucana Qualig raf, com qua tro troféus. Para Valdézio Figueiredo, presi dente do Sindusgraf-PE, “o crescimento anual do prêmio reflete a força da indústria gráfi ca do Nordeste, que apresenta um crescimen to no nível de qualidade a par com as reg iões mais desenvolvidas do País graças ao traba lho e determinação dos empresár ios e de suas entidades de representação”.
63 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
(E/D): David da Silva Júnior, 1º secretário da Abigraf-MG; Marcone Reis Fagundes, 2º vicepresidente do Sigemg e Geraldo César Miranda Simões, 1º tesoureiro da Abigraf-MG
Gráficas premiadas: 6 troféus: Formato, Tamóios ◆ 5 troféus: Rona ◆ 4 troféus: Bigráfica ◆ 3 troféus: Grafam ◆ 2 troféus: CGB , Companhia da Cor, Hot‑Book, Pampulha, Todi ◆ 1 troféu: Brasil, 101, Conceito, DI , Envelograf, Frente e Verso, Ready, Rede, TCS . Fornecedores premiados: 2 prêmios: Heidelberg ◆ 1 prêmio: Druck Chemie, Encapa, IBF , Light Designer, Müller Martini e Sun Chemical.
7º- Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica – Cícero
Superando a edição anter ior, o 7 ª‒ Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica – Cícero recebeu neste ano a inscrição de 363 peças (138 fo ram finalistas), de 35 gráficas. Em 2010, 32 gráficas participaram com 342 peças. A fes ta de entrega, organizada pela Abigraf Re gional Minas Gerais, ocorreu no dia 8 de ju lho no Clube de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. Quat ro gráficas se destacaram nesta edição: a Formato, com seis troféus, um deles o Grand Prix de Melhor Impres são; a Tamóios, que também conquistou seis troféus; a Rona, com 5 troféus, incluindo o Grand Prix de Melhor Acabamento Edito rial; e a Bigráfica, ganhadora de quatro prê mios, entre eles o Grand Prix de Melhor Acabamento Cartotécnico.
64 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
O presidente da reg ional mineira da Abi graf, Vicente de Paula Aleixo Dias, se mostrou bastante satisfeito com o que viu. “Neste ano pudemos perceber que a qualidade de impres são melhorou ainda mais e, por serem peças de excelente qualidade e acabamento, houve maior disputa entre as empresas, mostrando que os clientes e o mercado estão mais exigen tes do que nas edições passadas, fazendo com que o Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica sirva como referência de qualidade”.
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Gráficas premiadas: 9 troféus: Sol ◆ 4 troféus: GM Minister ◆ 3 troféus: Holográfica ◆ 2 troféus: J. Di Giorgio, Print Mídia, Prosign ◆ 1 troféu: Arte Criação, Casa da Moeda, DVZ /Davanzzo, Formato e Modelo, Imprint 2001, Markgraph, NB Nova Brasileira, Onida, Walprint. Fornecedores premiados: 2 troféus: Heidelberg, IBF , Suzano ◆ 1 troféu: Cromos, Epson, Ferrostaal, H&D , Morada do Livro, Registro Certo, Screen. ◆
(E/D): Carlos Evandro Alves da Silva, presidente da Abigraf-RS; Ivo Daflon, vice-presidente do Sigraf; James Hermes dos Santos, presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional e presidente da Abigraf-PI; Osmar D’Almeida Santos Filho, diretor-administrativo do Sigraf e Carlos Augusto Di Giorgio, presidente do sistema Sigraf/Abigraf-RJ/Funguten (Fundação Gutenberg de Artes Gráficas)
8º- Prêmio de Excelência Gráfica Werner Klatt – RJ
O Centro de Convenções da Firjan foi mais uma vez palco para a entrega do Prêmio de Excelência Gráfica Werner Klatt 2011, real i zada no dia 26 de agosto. Assim como no ano passado, nos dias que antecederam a cerimô nia foi realizada a Semana Gráfica do Rio de Janeiro – GrafRio 2011. Estabelecendo um novo recorde, a oitava edição recebeu 549 peças inscritas. A empresa com maior número de troféus foi a Sol Gráfi ca, vencedora em nove categor ias. “A entrega do prêmio tem sido um espaço seletivo de pro fissionais renomados do Rio, representados
66 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
por suas propriedades intelectuais, que a liam tecnologia e criativ idade”, afirmou Carlos Au gusto Di Giorg io, presidente do Sistema Si graf, Abigraf-RJ e Fundação Gutenberg. Neste ano, o prêmio teve como tema a Aquarela do Brasil, homenageando os prêmios regionais de excelência gráfica. “Queremos incentivar todos os companheiros da indústria gráfica deste Brasil para que criem, constituam, or ganizem e estruturem os seus próprios prê mios, tornando-se verdadeiros baluartes na valorização dos produtos gráficos”.
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Sustentabilidade Clarissa Domingues
Conheça os projetos que concorreram ao 2 º‒ Prêmio Abigraf de Responsabilidade Socioambiental
Depois de publicarmos na edição anterior os dois cases premiados, a partir deste número apresentaremos uma série com os projetos inscritos pelas outras 24 empresas participantes. Iniciamos com os cases das gráficas Antilhas, Ápice, Burti, Caeté e Congraf.
Antilhas: sacolas produzidas para a Avon, impressas com cura por feixes de elétron
P
romovido a cada dois anos, com o obje tivo de estimular iniciativas socioam bientais em organizações da indústria gráfica, o Prêmio Abigraf de Responsa bilidade Socioambiental pode ser considerado uma verdadeira vitrine de bons exemplos. Afi nal, esta é a oportunidade que empresas de di versas partes do Brasil têm de mostrar de que modo vêm agregando a sustentabilidade aos seus processos produtivos. A segunda edição do prêmio, que teve como vencedores a Gráfica Plural, na categoria Social, e a Posigraf, na Ambiental, registrou o total de 35 trabalhos inscritos por 26 empresas gráficas,
sendo 14 na categoria “Social” e 21 na catego ria “Ambiental”. A partir desta edição, a Revista Abigraf passa a apresentar os cases dessas em presas, começando pelos projetos da Antilhas, Ápice, Burti, Caeté e Congraf. Antilhas
A Antilhas Soluções para Embalagens inscre veu cases nas duas categor ias contempladas pelo prêmio. Adotando o conceito de susten tabilidade em todo o seu processo produtivo, o que inclui desde os estudos de desenvolvimen to de novos produtos até as ações de relaciona mento com os clientes, a gráfica de Santana de Parn aíba (SP) apresentou na categoria Ambient al o proje to “Impressão com cura por feixes de elétron”. A empresa, que há três anos implementou a tecnologia EB (electron beam) — para a secagem por feixe de elétrons —, apoiou o desenvol vimento da tinta criada espe cialmente para esta finalida de, a Easy Rad, com patente internac ional requerida pela TechnoSolutions, empresa do Grupo Antilhas. Dentre os ganhos ambien tais do projeto, sobressai a re dução da emissão de carbono SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
67
Sustentabilidade
Antilhas: sacolas do “Instituto Papel de Menino”, produzidas a partir de rótulos descartados de embalagens de chocolate
e de solventes (VOC – compostos orgânicos vo láteis), bem como a toxicidade do processo, pois a limpeza dos equipamentos é feita somente com água e detergente. Reduziu-se também, em até 50%, o consumo de energia no proces so de cura, com grande economia de mater ial, uma vez que o processo permite minimizar a quantidade de substratos utilizados nos impres sos: a queda das perdas pode atingir níveis en tre 30% a 40%, em comparação com o sistema de embalagem convencional. Na categoria “Social”, o case inscrito foi “Ins tituto Papel de Menino”, entidade fundada em 2008 pela Antilhas para viabilizar oficinas de artesanato — a partir do fornecimento de ma teriais doados pela própria gráfica — e que tem objetivo pedagógico, com promoção do ganho de consciência sobre conceitos de preservação do meio ambiente, educação para o trabalho e sensibilização para a arte. O instituto é parceiro da Terracycle, que cria produtos verdes a partir de vár ios tipos de materiais de difícil reciclabili dade, que não possuem destinação adequada, e trabalha com cooperativas de catadores. Em um dos esforços recentes dessa união, foram produ zidas 300 sacolas a partir de rótulos descarta dos de embalagens de chocolate, vendidas para a Nestlé, que as distribuiu como brindes. Ápice Artes Gráficas
68
Instalada em São Caetano do Sul (SP), a Ápice apresentou o case “Responsabilidade ambien REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
tal como premissa de trabalho na Ápice Artes Gráficas”. As ações contemplam iniciativas de gerenciamento de resíduos líquidos e sólidos, educação ambiental, conscientização do uso de energia e água e reúso de papel. Nos últimos três anos, o conjunto de inicia tivas culminou na redução de 55% dos resíduos líquidos e de 7% dos resíduos sólidos gerados pelos processos. Cem por cento desses resíduos recebem destinação correta e são totalmente co processados por uma tecnologia de destruição térmica em forno de cimento. Mesmo com a expansão de seus negócios, desde 2008, a Ápice vem reduzindo o consu mo de energia com a adoção de uma metodo logia que otimiza o gasto necessário aos acio namentos de máquina e, também, por meio da programação do PPCP, que permite que os equi pamentos sejam eficientemente usados, sem a necessidade de permanecerem ligados quando fora de operação. O consumo de água também tem diminuído em decorrência do uso de filtros e sistemas de reúso. No quesito da educação ambiental, a Ápi ce promove, internamente, ações que visam à minimização do desperdício, com a conscien tização constante da equipe. Um exemplo está na substituição dos copos plásticos descartá veis por squeezes de aço inoxidável, distribuí dos aos colaboradores. Externamente, são em preend id as ações educativas com crianças do Sesi-SP, em programas que demonstram como
minimizar os impactos gerados pelos proces sos gráficos e atividades práticas, como ofici nas de reciclagem caseira de papel e o plantio de árvores. A gráfica traduz seus resultados da política de respeito ao meio ambiente na con quista das certificações ISO 9001, 14000 e FSC, que incentivaram a adoção de tais práticas e motivam sua continuidade. Burti
A Burti também inscreveu projetos nas duas categor ias do prêmio. O case “Sustentabilidade como modelo de negóc ios” apresentou o con junto de iniciativas de preservação ambiental implantado no parque gráfico da Burti. A pro posta começa pela própria edificação, planejada para priv ileg iar o uso de iluminação natural e a captação de água da chuva, além de contar com um poço artesiano que fornece 50% do volume consumido. O prédio possui uma central de ge ração de energia capaz de suprir 100% das ne cessidades, proporcionando economia de 30% no consumo desse recurso. Além disso, a Burti possui sistema de trata mento, que faz a limpeza e o controle do odor dos gases proven ientes do processo de seca gem dos materiais submetidos aos fornos das máquinas de impressão. Há também uma cen tral externa de utilidades — compressores de ar, abastecimento de tintas e outros equipamen tos —, que proporciona a não geração de ruído e risco químico na área produtiva e redução no número de máquinas e equipamentos nos seto res de produção, bem como facilidade de acesso e manutenção. Para controle de sobras do pro cesso, a Burti implantou duas centrais de cole ta de aparas, dotadas de filtros manga e tritu rador. Há, ainda, uma estação de tratamento de resíduos orgânicos, onde separa-se a maté ria sólida da líquida, filtra-se e descarta-se cor retamente todo o mater ial. Além de diversas medidas de redução de impactos, a Burti é res ponsável pela manutenção de uma área de pre servação ambiental com 150 mil metros qua drados de mata nativa, com árvores e animais típicos na reg ião de Itaquaquecetuba (SP), onde o parque está instalado. Pela categoria Social, o case inscrito foi “A impressão que dá”, com estratég ias de respon sabilidade social corporativa relacionadas aos objetivos do negócio e exper iências da empre sa. O conjunto inclui o incentivo ao voluntar ia do e às ações de filantropia entre seus funcioná rios. Externamente, em parceria com entidades,
sobressai no case o projeto real izado junto ao Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. A entidade promove a melhoria das condições de vida de pessoas carentes a partir da coleta de materiais recicláveis, incluindo atendimento em diversas frentes sociais. A Burti também in cluiu em seu case o Projeto Reviravolta, que ba seia-se em oficinas de produção artesanal para acolher e criar oportunidades de inclusão social para pessoas em situação de rua.
Burti: área de preservação ambiental com 150 mil metros quadrados de mata nativa, em Itaquaquecetuba (SP)
Caeté Embalagens
Inscrita na categoria ambient al do prêmio, a Caeté Embalagens, sit uad a em Campo Bom (RS), mostrou, por meio de seu case “Impressão offset Caeté: tecnologia a favor da sustentabili dade”, uma série de boas práticas ambientais que envolvem a substituição de matér ias-primas e processos em seu sistema de trabalho. A empresa adotou como regra básica a filo sofia dos 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), com o objetivo de participar efetivamente da construção de um futuro sustentável. A pro moção do conhecimento entre os colaborado res, aliada a uma contínua análise para prosse guir na otimização sustentável de produtos e processos, vem refletindo em uma sistemáti ca que inclui o uso racional de recursos, a troca de materiais orig inár ios de fontes não renová veis no parque gráfico por produtos que geram menos descartes e, por consequência, menores danos ao meio ambiente. SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Este caderno foi impresso em papel reciclado Eco Millennium 90 g/m², produzido pela Bignardi Papéis
Sustentabilidade
O offset é um processo que utiliza substân cias potencialmente contaminantes, como res taurador de blanquetas, solventes, tintas, fil tros, trapos, estopas, panos, óleos lubrificantes e graxa, entre outros. Para citar um exemplo, a Caeté, seguindo uma tendência de mercado, for mou parcer ias com fornecedores e passou a uti lizar tintas com óleos vegetais, à base de soja. Outra iniciativa foi a eliminação do restau rador de blanqueta do processo e a utilização de óleos e graxas sintéticas, produtos não oriun dos do petróleo. A empresa também optou pela instalação direta de um filtro granulado na so lução de molha, que é purificada de partículas com até 2 microns de tamanho. Um dos ganhos do novo processo é evitar o consumo de milha res de litros de água limpa. Essa ação mantém seu impacto positivo por toda a cadeia, poste rior ao uso, diminuindo o volume de efluentes, energia e materiais necessários para tratamento e disposição adequados. Ainda com o intuito de diminuir resíduos contaminados de estopas e trapos, a gráfica pas sou a utilizar toal has industriais retornáveis, conseguindo um melhor controle numérico das toal has. Os resíduos líquidos e sólidos também foram reduzidos e recebem correta destinação. Entre os resultados alcançados pelo conjunto de ações destaca-se a sensível redução no con sumo de água: anualmente são economizados cerca de 7 mil litros de água potável. Congraf
A Gráfica Conselheiro – Congraf, da capital paulista, apresentou seu projeto “Redesenho da linha Acqua Kids, colônia menino e menina”, idealizado em parceria com o cliente Nazca e os fornecedores Sun Chemical e Papirus. O case, inscrito na categoria de Responsabilidade Am Congraf: embalagens produzidas para a Nazca substituindo as matérias-primas por opções menos poluentes, com maior apelo sustentável
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biental, teve como principal ação a substituição das matér ias-primas por opções menos poluen tes, com maior apelo sustentável, possibilitan do ainda a otimização do processo produtivo em geral, bem como o favorecimento da reci clagem pós-consumo e a redução do impacto da embalagem no meio ambiente. Dentre as mudanças destacam-se as subs tituições do cartão triplex Pharma 275 g/m² pelo Vitacarta da Papirus, um produto 100% reciclado, desenvolvido em conformidade com o novo conceito de embalagem, com apelo so cioambient al. Certificado pelo FSC , o cartão tem em sua composição 40% de aparas pós- consumo, advindas de um programa desen volvido com cooperativas de catadores. Foi fei ta também a troca da tinta Coatset, à base de óleo mineral, pela Exact da Sun Chemical, que tem como base de sua formulação óleo vegetal de soja. A tinta possui baixíssimo VOC, o que permite mitigações de emissões dos gases do efeito estufa no processo produtivo interno, bem como no cliente. Permite, ainda, melhor resultado na reciclagem do cartão com ela im presso, devido à baixa absorção dos compos tos da tinta nas fibras do papel, o que viabil iza sua reciclagem pós-consumo e gera economia no momento do descarte. O redesenho do layout da embalagem pos sibilitou vár ios benef íc ios para toda a cadeia produtiva, não apenas na Congraf e no clien te Nazca. Ao disponibilizar ao consumidor fi nal um produto com a mesma qualidade, mas em uma roupagem “verde”, inserida no contex to de desenvolvimento sustentável, o projeto também promoveu a disseminação de concei tos de preservação ambiental para os pequenos consumidores, crianças de 3 a 8 anos de idade, e suas mães compradoras.
tendências Tânia Galluzzi
Dieter Brandt fala sobre as operações globais e regionais da empresa, o novo negócio em impressão digital e o setor gráfico em 2012.
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E
Brasil é hoje o terceiro mercado para a Heidelberg
m meados de agosto a Heidelberger Druckmaschinen AG divulgou os resultados do primeiro trimestre de seu ano fiscal (1º‒ de abril a 30 de junho de 2011). As vendas da empresa permaneceram estáveis em relação ao per íodo anter ior. Os pedidos somaram 665 milhões de euros, dentro das expectativas da Heidelberg, o que significou um crescimento de 8% quando comparado ao trimestre anter ior. O maior nível registrado entre abril de 2010 e março de 2011 (786 milhões de euros) deveu-se principalmente aos pedidos adicionais gerados pela Ipex e pela ExpoPrint. Enquanto as vendas líquidas no primeiro
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trimestre cresceram ligeiramente no leste europeu, na América do Norte e na América do Sul, as vendas na Europa, Oriente Médio, África e Ásia ficaram no mesmo patamar ou abaixo dos níveis do ano anter ior. O cenário pintado por Dieter Brandt, presidente da Heidelberg Brasil, é um tanto mais encorajador. O número de unidades vendidas no País cresceu 30%, também em função da ExpoPrint, contudo a expectativa é que esse per centual se mantenha. Os olhos de toda a equipe estão agora voltados para a parceria com a Ricoh, fechada no início deste ano e que permite o retorno da Heidelberg ao segmento de
impressão digital. No Brasil, o contrato foi firmado no mês de agosto, sendo que a primeira máquina desse novo portfólio já chegou e foi apresentada ao mercado. Revista Abigraf – Na abertura da Graph Expo 2011, encerrada no dia 14 de setembro, Bernhard Schreier, presidente mund ial da Heidelberg, afirmou que não é hora para pensar em toneladas de ferro e aço, e sim para a apresentação de soluções de negócio. Qual é o reflexo disso na estratégia da empresa? Dieter Brandt – Estabelecemos estratég ias diferentes para cada reg ião do mundo. A Graph Expo é uma feira voltada para os Estados Unidos, Canadá e México e, devido à demanda reprimida nessa reg ião, é difícil apresentar algo maior. Mesmo assim, a Heidelberg foi o único fornecedor entre as marcas europeias e asiáti cas que levou máquinas para a feira. O principal foco na Graph Expo foram as soluções em softwares. Já na ExpoPrint, por exemplo, o direcionamento é outro. Aquilo que se viu na Graph Expo será a tônica na Drupa 2012? Não. Ainda não podemos falar sobre o que apresentaremos na Drupa, mas estaremos lá com equipamentos pequenos, méd ios e grandes, assim como softwares e serviços. Schreier também disse na abertura da Graph Expo esperar um crescimento modesto para a demanda por impressão até 2020, com alguns países vivendo um crescimento mais robusto que outros. O senhor compartilha dessa expectativa? Mesmo nos países industrial izados haverá algum crescimento. Durante os próximos 10 anos esses países continuarão concentrando a maior demanda por produtos impressos. Cerca de 66% do consumo de impressos no mundo virá dessas nações. O produto editorial será sim impactado pelas novas míd ias. Já o segmento de embalagem nos países industrial izados vive o crescimento da produção de peças com acabamentos especiais. Aproveitando que o senhor comentou sobre esse setor, há quatro anos a Heidelberg deixou clara a sua atenção ao segmento de embalagens. Algo mudou?
Não. Hoje, 25% de toda a atividade da Heidelberg está voltada para o mercado de embalagens, var iando um pouco de reg ião para reg ião. No Brasil, esse percentual já foi atingido, envolvendo pré-impressão, impressão e acabamento. Como está dividido o restante? A área de serviços responde por aproximadamente 15% de nossa atividade e o restante corresponde ao negócio clássico da Heidelberg, nos segmentos editorial, comercial e de embalagens. Existia também uma aposta na área de consumíveis. Como está esse segmento? A linha Saphira é hoje um produto muito forte, responsável por mais de 10% das vendas globais da Heidelberg. O mercado já vê a Heidelberg, através da marca Saphira, como um distribuidor de tintas e chapas.
Hoje ocupamos a terceira posição em termos de venda de equipamentos e a quinta em vendas gerais, incluindo serviços e consumíveis. Essa lista é encabeçada pela China, seguida pela Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.
Aqui no Brasil também há essa percepção? No Brasil ainda não atingimos esse resultado. Começamos a trabalhar essa linha mais tarde do que em outros países. Precisamos de mais tempo. Estamos procurando mostrar para o gráfico que ele tem de estar focado em vender e produzir aquilo em que ele é bom, deixando que nós apresentemos a ele as melhores soluções em qualidade e custo para que ele alcance os melhores resultados. Temos investido muito em serviço, área que aqui dentro teve o maior crescimento de pessoal e em capacitação. Dos 260 funcionár ios da Heidelberg Brasil, 140 estão na área de serviços.
Vamos falar sobre o novo negócio da Heidelberg: impressão digital. Qual o atual estágio do acordo com a Ricoh? Nós fechamos o contrato para o Brasil em agosto. No final de setembro apresentamos a primeira impressora digital da Ricoh que será co mercializada pela Heidelberg, a Ricoh Pro C901 Graphic Arts Edition, assim como finalizamos SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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Qual é hoje a representatividade do Brasil no faturamento global da Heidelberg? Hoje ocupamos a terceira posição em termos de venda de equipamentos e a quinta em vendas gerais, incluindo serviços e consumíveis. Essa lista é encabeçada pela China, seguida pela Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. No último ano fiscal [de abril de 2010 a março de 2011] a Heidelberg Brasil cresceu 30% em termos de unidades vendidas para os três segmentos, pré- i mpressão, impressão e acabamento, em relação ao ano anter ior. É fato que nesse per ío do tivemos a ExpoPrint, mas para o ano fiscal 2011/2012 esperamos outro crescimento. os contratos para venda nos demais países da reg ião. Na verdade, hav íamos acertado que só começaríamos a vender essa solução na América Latina a partir de maio do próximo ano, depois da Drupa. Porém, o grande interesse do mercado fez com que antecipássemos os planos e a primeira máquina já está no nosso showroom.
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O que gerou esse grande interesse? A oferta que temos. O toner especial que essa impressora utiliza faz com que ela chegue muito perto do resultado de impressão obtido por máquiO Brasil deve nas três vezes mais caras. É um equipamento veloz, registrar um crescimento produzindo de 50 a 90 cópias menor, como já previsto, A4 por minuto, oferecendo um custo bastante atratiporém a demanda por vo. Tudo depende do voluprodutos gráficos estará me de que o cliente precisa. aquecida e em crescimento Falando de máquinas digitais, o segmento de maiores constante, causado volumes já está saturado no Brasil, o que não acontece pelas características quando pensamos em gráfidemográficas do País e pelo cas pequenas e serviços com dados variáveis e baixas tipoder de compra. ragens. Mostramos no open house que fizemos no final de setembro uma solução combinada de impressão offset e digital. De um lado a Ricoh Pro C901 e de outro as Speedmaster SM 52-4 Anicolor e a SM 74-4, trabalhando de forma integrada através do Prinect, nossa solução de gerenciamen to de cor e de fluxo de trabalho. Em impressão digital, o lucro está nas menores tiragens. REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
E, em relação ao nosso país, como as vendas estão divididas? São Paulo concentra 45% das vendas. O restante está dividido de forma semelhante entre o Norte, o Nordeste e o Sul, com destaque para o Rio de Janeiro e Minas Gerais, responsáveis conjuntamente por 5 a 10% das vendas. Qual é a expectativa para 2012 pensando no mercado gráfico brasileiro? Como já comentei, devemos ter outro ano com bom crescimento, no qual poderemos até superar os números do último ano fiscal. As gráficas têm demandas cíclicas e atualmente percebemos que estão precisando de respostas rápidas em acabamento. Há 10 anos uma décima parte do volume que negociávamos vinha das linhas de acabamento e hoje essas soluções significam 20% desse volume. Trata-se de um crescimento real, ocasionado por fatores como prazos de entrega cada vez mais curtos e elevação no custo da mão de obra. Em número de pedidos, não em valores, 40% de nossas ordens de compra referem-se a sistemas de acabamento. Além disso, trad icionalmente um ano de Drupa é um bom per íodo para o mercado brasileiro. O Brasil deve registrar um crescimento menor, como já previsto, porém a demanda por produtos gráficos estará aquecida e em crescimento constante, causado pelas características demográficas do País e pelo poder de compra. Calculamos atualmente em 60 kg o consumo de papel per capita quando, em 2000, se falava em 30 kg per capita de papel. Só que havia 30 milhões de habitantes a menos.
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Colacril e RR devem crescer 10% em 2012 Empresas unem ativos, criam a CCRR e se fortalecem para enfrentar a concorrência e expandir atuação.
Fotos: Roberto Loffel
Tânia Galluzzi
o mundo corporativo nem tudo é decidido em longas reuniões a portas fechadas. A união da Co lacril com a RR passou longe dos procedimentos convencionais, fruto do em preendedor ismo e do senso de oportunidade de seus dirigentes, Valdir Arjona Gaspar e José Ricardo Rodrigues de Oliveira. A ideia da aliança surgiu no ano passado durante um evento para empresár ios onde os dois se encontraram. Valdir e Ricardo ouviam Alexandre Tadeu da Costa, dono da Cacau
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(E/D): José Ricardo Rodrigues de Oliveira e Valdir Arjona Gaspar, diretores da CCRR Participações, holding criada pela parceria desenvolvida entre a Colacril e a RR
REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Show, contar como chegou a mil lojas e fatura mento de R$ 1 bil hão. “O Valdir me passou um bilhete propondo a união e no intervalo fui sa ber se ele estava falando sério. Tínhamos pen sado a mesma coisa: se uma empresa do seg mento de chocolates pode alcançar isso, por que não a gente?”, conta Ricardo. Ambos com partilhavam a ideia de que somando forças po der iam chegar muito mais longe. E aí come çaram as negociações. Como não pod iam ser vistos um na companhia do outro para não fomentar boatos, a maior parte dos encontros aconteceu em um posto de gasolina até o anún cio ofic ial da parceria, em março deste ano, quando foi criad a a CCRR , holding que controla a Colacril, a RR Etiquetas e a RR Papéis. Com a junção dos ativos, a Colacril e a RR detêm, cada uma, 50% da CCRR . Ricardo gosta de usar a palavra sinergia para explicar a cria ção da holding. As empresas começaram prati camente juntas, de forma modesta, em meados dos anos 80. Cresceram apostando em qualida de e inovação, tornando-se líderes nos segmen tos em que atuam: a Colacril no fornecimento de autoadesivos e a RR na fabricação de etique tas a partir dessa matéria-prima. Os empresá rios se conheciam há muito tempo, em alguns momentos como fornecedor e cliente e, a par tir de 1999, também como concorrentes, com a criação da RR Papéis.
Fábrica da RR Etiquetas em Itaquaquecetuba (SP)
Mais do que trajetór ias semelhantes, Val dir e Ricardo compartilham a noção de que o mercado de autoadesivos tem de se organizar frente ao excesso de oferta e ao acirramento da concorrência não só pela ampliação da capaci dade da indústria local, como pela presença de empresas estrangeiras, que veem o Brasil como uma alternativa de sobrevivência. “Juntando forças ganhamos musculatura para enfrentar esse cenário e crescer”, afirma Ricardo. Ajustes na operação
O processo de ajustes ainda não terminou. A primeira preocupação, logo após o anúncio
para os funcionár ios, foi a apresentação do ne gócio para os principais clientes. “Mostramos que não estamos alterando a estrutura do mer cado, mesmo porque na RR já conv iv íamos com as duas operações, o fornecimento de papéis au toadesivos e a conversão”, diz Ricardo. Ele argu menta que a RR continuará focada no segmen to de VIP (var iable information printing), que são as etiquetas para identificação de produtos com pesos ou dados variáveis. Essas etiquetas, nor malmente impressas com código de barras, es tão, por exemplo, nos alimentos perecíveis, nos exames de laboratório e nas tags que identificam a bagagem nos aeroportos.
Fábrica da Colacril em Campo Mourão (PR)
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Não por coincidência esse também é o prin cipal mercado para a Colacril, ao lado do pa pel autoadesivo em folha usado pela indústria gráfica. “Através da Colacril, o convertedor terá acesso aos diferenciais desenvolvidos pela RR em termos de produtos e processos. Ao invés de concorrente, a RR passa a ser um aliado, ofere cendo suporte técnico e até como alternativa de produção”, comenta Valdir. Com o acordo, a Colacril passa a concen trar toda a produção de autoadesivos, incorpo rando as linhas de maior retorno da RR Papéis. A unidade fabril da RR Papéis em Itaquaquece tuba (SP) será fechada, sendo os equipamentos transferidos para a fábrica da Colacril em Cam po Mourão (PR). Das operações da RR Papéis está sendo mantido um centro de distribuição, hoje no bairro do Parque Novo Mundo, em São Paulo, que em 2012 deve ser ampliado e mudar
Perfil das empresas
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& COLACRIL Tel. (11) 3074.0800 www.colacril.com.br & RR ETIQUETAS Tel. (11) 2535.9000 www.rretiquetas.com.br
Colacril A história da Colacril começou em 1984 com uma pequena linha de produção de adesivos, em Ri beirão Preto (SP ). Em 1999, com 15 anos, deu um salto em sua trajetória, inaugurando a unidade industrial em Campo Mourão, no Paraná, numa área de 65 mil metros quadrados, onde produz mais de 100 itens de autoadesivos acrílicos e hot melt, como vinis, filmes e papéis, atendendo aos segmentos gráfico promocional, serigrafia, sinalização e rotulagem. A empresa é capaz de produzir anualmente 420 milhões de metros qua drados de materiais autoadesivos. Desde o início de suas atividades, sempre houve a preocupação de aliar tecnologia de ponta com desenvolvimen to sustentável, garantindo produtos de classe mundial com responsabilidade social, ambiental e qualidade de vida para a comunidade na qual a empresa está inserida. Nesse sentido, uma das mais recentes ações é o projeto Greenliner, que consiste na substituição do liner em papel pelo liner em filme plástico de BOPP . Para oferecer maiores subsídios para esse projeto e certificar que a proposta em BOPP é mais sustentável tanto para a Colacril como para seus clientes, foi contratado um instituto externo para fazer a análise comparativa entre os dois substratos. De acordo com Valdir Gaspar, apesar de ainda estar em estágio preliminar, o projeto já é um sucesso, pois oferece alta maquinabilidade e
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de endereço. “Por enquanto as marcas perma necem inalteradas”, diz Ricardo. A CCRR conta hoje com 450 funcionár ios. A projeção da holding para o próximo ano é de crescimento entre 10 e 12%. Mas o mer cado pode esperar ainda para este ano novida des em termos de aquisições e parcer ias, como adiantou Valdir, que por ora comanda a ope ração de autoadesivos e a área de novos pro jetos. Ricardo é responsável por toda a ope ração. Seu irmão, Reinaldo, dirige as áreas de marketing e comercial. A estrutura hierár quica estará totalmente organizada no iní cio de 2012. “Esperamos mais fusões den tro do nosso segmento, sobretudo porque o mercado não deve crescer o suf ic iente para absorver a oferta atual num prazo que ren tabilize os investimentos. Acredito também que empresas que vieram para o Brasil e que mantêm aqui operações def icitár ias deixarão o País”, conclui Ricardo. relação custo/benefício vantajosa em relação aos outros liners. “Quando o projeto estiver maduro poderemos mostrar para o usuário final as vanta gens ambientais, inclusive com a possibilidade de ofertar métricas para a avaliação dos resultados que, combinadas com o processo de logística reversa e reciclagem, venham a proporcionar às empresas os benefícios dos créditos de carbono”. RR A RR Etiquetas foi fundada em 1986 como uma pequena empresa no bairro paulistano do Ta tuapé. O primeiro marco aconteceu em 1990, quando lançou as etiquetas de gôndola em papel fluorescente, participou da implantação do papel termossensível no Brasil e começou a fabricar etiquetas de código de barras. Em 2000 surgiu a RR Papéis, para produzir substratos autoadesivos. Logo em seguida, a RR Etiquetas lançou produtos para automação comercial e industrial, atendendo o segmento de VIP (variable information printing), produzindo etiquetas para frutas, verduras e le gumes, para a indústria siderúrgica, companhias aéreas e etiquetas para ingressos de shows e es tacionamentos, entre outros. Nos anos seguintes, consolidou-se na vanguarda incorporando tec nologias como RFID (identificação por radiofre quência) e a produção de ribbons por transferên cia térmica. A capacidade produtiva anual da RR Etiquetas é de 36 milhões de metros quadrados.
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RECADOS PARA JOVENS DESIGNERS E JOVENS EMPRESÁRIOS Eu recorro a duas metodologias quando faço
um bloqueio mental, navego por esses materiais para com as pessoas? Primeiro, você tem de pegar pesado retomar o processo de criação. Patrick Thomas com o cliente. É crucial absorver todo o conhecimento dele a respeito do produto. Wallace Church Aprendemos a perseguir o fluxo criativo e a manter a correnteza fluindo forte. Em vez de rejeitar ideias, O meu processo de design sempre começa com uma normalmente nós as trancávamos em alguma parte, lista. Ela pode incluir a caixa de sabonete My Boy de modo a inspirar outras mais novas, mais fortes, que que encontrei em uma viagem à cidade de Fez, levassem a mais especulações. É claro que às vezes a a obsessão de Brian Eno pelo Photoshop, montes de ideia era tão absurda que tínhamos que esmagá-la an- exercícios e a consequente liberação de endorfinas, tes que virasse uma bola de neve sobre nós, rolando a luz natural no meu escritório, a estética wabi-sabi, pelo caminho errado. Jiae Kim/John Lee a linguagem hocus-pocus, pernas pro ar, Chauncy Gardner, ovos cozidos, ovos mexidos, ovos parcialmente cozidos, ovos pochê, ovos Benedict, Recebi a encomenda de fazer o design da capa para Eu sempre começo o projeto pela pesquisa, a designer Maira Kalman, bolinhas coloridas, uma The Wife, um livro de Meg Wolitzer. Trata-se da para conhecer o máximo possível sobre meu tema. boa sacola de livros, o ponto azul claro, a brevidade história de marido e mulher unidos por um enorme Analiso as fotos e as imagens relacionadas aos e o infinito, buracos negros, suspense, o ser humano segredo. Ele é um novelista mulherengo à beira de assuntos em pauta, vou aos ensaios e participo Maira Kalman, espaço em branco, Bodoni, churrasco ganhar o Prêmio Nobel. Ela é uma dedicada esposa das discussões com os diretores de teatro e com os que fica em casa e vive à sombra dele. O segredo de editores. Leio cuidadosamente os livros, as peças ou no meu quintal, uniformes, Peter Sellers, um bom ambos: ela é realmente a autora dos livros. O passo os artigos para os quais vou criar os designs. Só então cereal matinal, guias de pássaros, zero, os mansos herdando a terra, os elementos do estilo, padrões mais simples de um design literal seria o foco sobre começo a fazer os meus esboços. Luba Lukova abstratos da natureza (Peter Sellers de novo?), o fato de que se trata de um livro a respeito de um extravagâncias, obituários, a Escócia, o Windex relacionamento, e não a respeito do ato de escrever. Raramente faço pesquisas para um novo projeto. e a ciência, a pasta de dentes ao redor do mundo, Além disso, comecei a fazer o brainstorming de listas Quando trabalho para publicações dirigidas para a mediocridade, a durabilidade, o meu assistente de imagens relacionadas ao texto: livros, canetas, o público em geral, é importante que os meus Josef Reyes, cortadores de grama manuais, contos máquinas de escrever, tinta, papel, palavras, cartas, leitores entendam o que projetei, mesmo antes de de Raymond Carver, como os objetos podem expressar homens de letras, ex-libris, ex-mulheres, vinhetas lerem o artigo. Eu procuro me manter a par dos volumes, a mesa de trabalho bagunçada, uma de livros, monografias etc. Barbara DeWilde eventos atuais, para que as ilustrações sejam criadas comédia séria, cartões de boa saúde e o meu herói dentro do contexto desde o princípio. Disponho de Alexi Brodovitch (Brodovitch-schmodovitch). O meu trabalho quase sempre pode conter elementos apenas algumas poucas horas do dia para elaborar Peter Buchanan-Smith conceituais, mas não é por aí que eu começo. conceitos, então eu estaria em grandes apuros se de Normalmente, tenho uma visão bastante clara repente precisasse entender de parlamentares, áreas de como quero a peça. O resultado final pode não verdes e hipotecas de alto risco. É exatamente como No estúdio não acreditamos em design como “resultado de um processo”. Temos uma metodologia corresponder à minha visualização original, mas isso o professor Heinz Edelmann dizia: vocês ficarão envolvente que é quase um não processo. É imporfaz parte das características doloridas do processo. surpresos de ver quantos problemas são resolvidos tante lembrar que cada cliente é único e merece Eu não acredito em esboços exploratórios. Não meto por meio de trabalho duro. Christoph Niemann uma abordagem única e que cada projeto tem seu o nariz em toda parte. Sei exatamente o que eu próprio conjunto de parâmetros de negócio e de quero. O desafio básico primário envolve a luta para Sempre peço aos meus clientes para que resumam design. Dedicamos muita atenção na preservação tornar concreto algo imaginário. Para mim, quase o briefing de criação com a principal mensagem da sempre o começo é muito simples. Faço um esboço empresa, a qual, embora esclarecedora, muitas vezes da intenção original do design […]. Ao aplicar consistentemente os nossos métodos, aprendemos a lápis e, dependendo daquilo que escaneio no se mostra difícil de ser interpretada. Os designers a nos mover com agilidade e a arriscar mais na computador, uso o Photoshop. Em seguida, imprimo, nunca podem assumir a postura de que os clientes inovação e na expressão. Antes, quando começava a e passo a redesenhar à mão, até que ele fique querem aquilo que pedem! No passado, isso me trabalhar, eu fazia muitos esboços, mas isso mudou exatamente do jeito que eu quero. Marian Bantjes levou a fazer designs que foram inexpressivos ou simplesmente estavam errados. Os designers gráficos há 6 anos. Hoje em dia, primeiro penso para resolver Quando faço o esboço, uso um lápis de cor grosso, precisam inspirar o cliente em cada etapa e aprender os desafios do design antes de tocar no lápis ou no computador. Quase sempre consigo ver as ideias na sem ser apontado. Assim que começo a ver a imagem a pensar por conta própria. Richard Colbourne minha mente, e é assim que eu agora desenvolvo mais clara em minha mente, começo a usar o lápis quase tudo. Após a fase de meditação, rapidamente com a ponta mais fina, pois a visão mais aguçada Vender o design é tão difícil quanto desenvolvê-lo. corresponde às dimensões da ponta do lápis. O passo É crítico tomar muito cuidado com a criação de uma esboço as minhas ideias para testar e validar o meu seguinte depende das técnicas que pretendo empregar: lógica inteligente e um raciocínio rígido para convencer pensamento. Só depois disso é que me aproximo do computador. Branko Lucic desenho, pintura, escultura, bordado, recortes de o cliente do valor estrutural do design. Para fazer papel, sombras de bonecos, ou seja, o que for mais isso com sucesso, o profissional precisa conhecer os adequado para expressar minha visão. Eu criei Lições valores, as aspirações e as necessidades de comunicação Atributos e ideias ficam em minha cabeça por um longo tempo antes que eu comece a projetar. Resolvo da minha mãe —uma série de 50 bordados narrativos do negócio do cliente. Connie Birdsall problemas e elaboro estratégias antes de pegar no baseado em temas de superstições da Transilvânia— lápis para riscar o papel. Passo grande parte do tempo principalmente no metrô, ou enquanto esperava na Nós sempre rejeitamos o briefing de criação do fila do supermercado ou do banco. Andrea Deszö cliente e escrevemos os nossos próprios riscos. Vemos pesquisando e escutando. Quando ouço o clique necessário, pego o caderno de esboços, vou para o briefing como um item muito perigoso, como Abordo cada cliente e cada projeto de forma uma carta que pode explodir. A maioria dos briefings o computador e faço tudo acontecer. Normalmente trabalho até começar a perder o interesse, e então diferente. Não existe nenhum estilo próprio dentro é mal redigida e pode decretar a sentença de morte do estudo de que eu não esteja ciente. Temos uma de um projeto. O melhor briefing que recebemos não eu me distancio do trabalho para permitir que a ideia esfrie um pouco, antes de acrescentar os detalhamentos grande biblioteca de materiais de referência era de fato um briefing, mas um pedido: eu tenho e possuímos muitos cadernos de notas, que eu uso este produto interessante. Como posso compartilhá-lo necessários. Por fim, termino com 2 ou 3 soluções que merecem ser apresentadas. Deborah Adler para dar suporte ao meu próprio trabalho. Se eu tiver o design de capas de livros. Sempre procuro ler o manuscrito para poder extrair um conceito sólido, para depois agrupar os elementos visuais e seguir em frente. Não existe uma etapa em que faço esboços, mas existem muitas ponderações tortuosas. Outras vezes, preciso pegar emprestado alguns elementos do livro, para traduzi-los em efeitos visuais. É um jeito de trabalhar de forma indireta, mas que quase sempre produz bons resultados inesperados. O design da capa em si mesmo é a parte mais fácil. John Gall
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REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Tadeu Costa, designer, autor Projeto Gráfico
Poemas Esparadrápicos Doutores da Alegria. Ilustração
Natural de Cataguases, Minas Gerais, Tadeu recentemente escreveu e publicou o livro infantil Eu não sei de qual África veio o meu bisavô!, pela editora Lazuli, de São Paulo. Mas, mais que narrador, é um grande designer.
Sua produção na área gráfica engloba revistas, livros, calendários especiais e ilustração, todos com esmerados projetos e acabamentos, afinal ele é um especialista em produção gráfica.
Vaca no brejo. Projeto Gráfico
Revista Nestlé Editores Cláudio Galperin e Luiz Ruffato. Design editorial
Francisco Inácio Peixoto O movimento Modernista Verde de Cataguases–MG: 1927 – 1929 e outras obras. Instituto Cidade de Cataguases. Ilustração
Galinha e Barata. Olimpíada dos Animais, Tec Video.
Formado em Desenho Industrial pela UEMG, trabalhou no jornal Diário Mercantil/JF, TV Globo Minas e há 15 anos montou o estúdio CostaMoreno, que atua em São Paulo e Minas Gerais. É mestre em Comunicação e professor na Universidade Anhembi Morumbi. Em 2006 publicou Maizena, um layout de 140 anos, pela Rosari, SP. www.costamoreno.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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+ projetos de Tadeu Costa
A serifa é apenas um detalhe Durante alguns séculos de prática os artistas do Renascimento criaram uma metodologia para racionalizar as proporções das maiúsculas romanas com compasso e esquadro e editaram seus resultados. Foi um sucesso; houve tipógrafos que desenvolveram interessantes inscrições esculpidas em monumentos. Uma das definitivas vantagens adicionais introduzidas pelas letras imperiais foi algo chamado serifa, pequenos terminais colocados nas extremidades dos traços dos caracteres. A terminologia da palavra serifa não é esclarecedora; ela foi exportada do Império Romano para o mundo e atualmente caracteriza e diferencia muitas de nossas tipografias. Uma parte significativa dos sistemas de classificação do design de tipos é baseada na identificação do tipo de serifa presente no final dos traços de cada letra. Muitos especialistas e leitores têm a sensação que a serifa contribui para melhorar a legibilidade por meio do sugestivo reforço que ela proporciona à linha imaginária na qual as letras se apoiam, mas há outros que afirmam que os tipos sem serifa são mais fáceis de ler. E ainda há quem afirme que a facilidade de leitura está associada ao costume (lemos melhor quanto mais lemos), e não à forma das letras. Então isso pode explicar a vantagem dos tipos serifados, já que eles criaram uma dependência e uma tradição ilusória devido à sua inerente característica (ou aura) de coisa antiga. Por muito tempo as pessoas teorizaram sobre a origem das serifas; existem duas teorias: uma afirma que ela provém do cinzel, e a outra, que ela se origina do pincel. O criador de letras inglês Eric Gill (1882 – 1940) assegura que a serifa é um maneirismo desenvolvido pelos usuários do cinzel, e que estes entalhadores usaram-no para dar beleza ao desenho das letras. Edward Catich (1906 – 1979), um compositor musical, mais tarde monje, defende a ideia de que a chave do problemas está em pesquisar os primeiros métodos de inscrições em pedra e da escrita, e sua teoria é boa. Boa o suficiente para extirpar a ideia de que o cinzel é o pai da serifa. De acordo com Catich, as letras não eram desenhadas em out line (desenho formado pelo traçado externo somado ao interno), mas realizadas por intermédio de um pincel chato, e o resultado é natural da prática do pincel, com os traços — largos ou estreitos — resultantes do uso progressivo do pincel, somados a uma finalização com o lado estreito do pincel (que forma a serifa). Ele desenvolveu seus argumentos convincentes no livro The Origin of the Serif. Minha própria experiência — como músico do norte da Inglaterra — me convenceu que Catich está certo sobre considerar as primeiras inscrições entalhadas como formadoras da escrita atual.
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Timothy Donaldson, Shapes for Sounds, MBP, Nova York, 2008. REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Quadrinhos
A Devir lançou álbum resgatando super‑heróis criados há cerca de 70 anos, que na época não conseguiram decolar e acabaram ficando esquecidos.
om história concebida por Alex Ross e Jim Krueger, ilustrada por ambos e também por Carlos Paul, Douglas Klauba e Stephen Sadowski, o lux uoso álbum “Projeto Superpowers” revive esquecidos super- heróis criados entre os anos de 1939 e 1942, que não conseguiram conquistar um lugar ao sol, apesar da sua atratividade. O azar foi a concorrência que tiveram de enfrentar. Sucumbiram
DEVIR LIVRARIA Formato: 16,7 × 24 cm 256 páginas em cores www.devir.com.br/hqs
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Álvaro de Moya é autor do livro Vapt-Vupt. REVISTA ABIGRAF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
na luta pelo sucesso e atenção dos fãs ao concorrerem contra Superman, Batman, Capitão Marvel, Fantasma e outros, que já dominavam os corações e mentes dos amantes dos comics. Entre os autores originais aparecem grandes nomes como Will Eisner, Jack Cole, Lou Fine, Bill Everett e Jack Binder, que vir iam a se tornar famosos com a criação de outros personagens. O Combatente Ianque (de Richard Hughes e Jon L. Blummer, setembro de 1941), envelhecido e aposentado, é recriado por Alex Ross e transformado no fio condutor da história, com a promessa de que ele ainda voltará a aparecer em outras aventuras. A Devir, com o caprichado volume um, o que promete uma sequência, abre caminho para resgatar estes desconhecidos super-heróis. Alguns poderão, talvez, encontrar seu ápice se vierem a ser transformados em uma superprodução hollywood iana. Quem sabe?
Galeria da SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil
Autor: ALEXANDRE RAMPAZO Título: Ilustração para o livro “Meu Avô Espanhol”. Cliente: Pandabooks. Técnica: Pintura Digital.
www.sib.org.br
Sociedade dos Ilustradores do Brasil
5ª Conferência Anual da Abro
Conferência discute as oportunidades para a impressão rotativa Perspectivas econômicas, desenvolvimento da mão de obra, sustentabilidade e novas tecnologias foram os principais temas.
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portunidades em um país emer gente foi o tema central da 5 ª‒ Conferência A nual da Abro, rea lizada no São Paulo Center, na ca pital paulista, no dia 17 agosto. Promovi do pela Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset (Abro), o evento reu niu 288 pessoas, entre gráficos, fornece dores e profissionais ligados à cadeia de produção. A palestra de abertura ficou por conta de Gabriel Chalita, deputado federal e ex-secretário da Educação do Estado de São Paulo, que abordou a educação e sua importância para o País. Para ele, a edu cação só vai melhorar no Brasil quando o professor for de fato valorizado. O programa da conferência dividiuse em dois fóruns: Estratégico e Geren cial. O primeiro, “Panorama de oportuni dades de negócios – meio ambiente e Copa do Mundo”, foi conduzido por Mário Hiro se, diretor do departamento de Meio Am biente da Fiesp, e Rogério Santos, diretor executivo da Value Partners e consultor do Ministério do Esporte. Mesmo apontando falhas na nova Política Nacional de Resí duos Sólidos, o especial ista elogiou os es forços das empresas brasileiras em adequa rem-se às novas exigências. Rogerio Santos centrou sua apresentação nas ações que o governo brasileiro vem promovendo na preparação para a Copa de 2014. No Fórum Gerencial, “Desenvolvimen to de mão de obra”, Adalberto Franchin Ca vinato, psicólogo e consultor associado da MarQ Consultoria, discorreu sobre a impor tância das pessoas dentro das organizações, lembrando que sem elas nada pode ser im plementado ou realizado. Ao final, Rodney REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Casadei, diretor técnico da Abro, informou que a entidade criou um grupo de estudos sobre mão de obra. Após almoço oferecido pela Abro, seguiram-se os fóruns Gerencial e Tecnológico, com os temas “Sustentabili dade e GHG Protocol como ferramenta de gerenciamento da emissão de gases de efei to estufa” e “Novas tecnolog ias para o mer cado de rotativas offset”, respectivamente. Para introduzir o tema sustentabilida de, Eduardo Gandara Costa, presidente da Abro, apresentou e convidou as empresas a participarem do grupo de gráficas, lidera das pela Abril, que vem discutindo susten tabilidade desde o ano passado. Na sequên cia, Tasso Azevedo, engenheiro florestal e consultor do Ministério do Meio Ambien te, tratou do impacto das mudanças cli máticas nas florestas e da nova legislação ambiental brasileira. Beatriz Kiss, pesqui sadora do Centro de Estudos em Susten tabilidade da Fundação Getúlio Vargas, esmiuçou o Greenhouse Gas Protocol [Pro tocolo de Gases de Efeito Estufa], mostran do como as empresas podem se benef iciar do inventário. O GHG Protocol é a ferra menta mais utilizada internacionalmente por governos e líderes empresariais para compreender, quantificar e administrar as
emissões de gases de efeito estufa. Cinco fornecedores foram convidados para apre sentar novas tecnolog ias durante o evento: manroland, Trelleborg, Procemex, UPM e Sun Chemical. A coordenação das apresen tações ficou a cargo de Rainer Kuhn, dire tor da PrintCity All iance, grupo formado por fornecedores do setor gráfico com a fi nalidade de promover a discussão e o com partilhamento de conhecimento. Antes da palestra final, ministrada pelo economista Maílson da Nobrega, Ale xandre Marques, da AMSG Consultoria, co mentou os principais números da Análise Setor ial 2010, pesquisa patrocinada pela Abro que traça o panorama econômico e de mercado do setor de impressão rotati va. Os resultados, bem como o Índice Se tor ial de Preços, fazem parte do Diretório Abro 2011, publicação que começou a ser dist ribuíd a durante a conferência. O ex- ministro da Fazenda, sócio da Tendências Consultoria, falou sobre as perspectivas da economia brasileira. Otimista, expli cou os motivos da atual crise e analisou a situação do País. A 5 ª‒ Conferência A nual da Abro teve como patrocinadores Kodak, Flint Ink, Agfa, Deltagraf, Goss e Müller Martini.
(E/D): André Arantes, vice-coordenador do Conselho de Fornecedores; Augusto Dalla Vecchia, diretor de marketing; Claudio Baronni, vice-presidente executivo; Eduardo G. Costa, presidente executivo; Carlos Jacomine, diretor administrativo e financeiro e Rodney Casadei, diretor técnico, da Abro
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Fotos: Álvaro Motta
Os executivos da empresa (E/D): Roberto Minguez, Vicente Minguez (sentado) e Ricardo Minguez
O caminho de 50 anos da Planalto
Seguindo uma bem sucedida trajetória, a empresa se prepara para superar novos desafios e seguir adiante com equilíbrio entre gestão, produção e novos negócios. Ada Caperuto
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á 50 anos, os imigrantes espanhóis Manuel e Vicente Minguez colocaram em prática o sonho de iniciar no Brasil um novo negócio. Hoje, a Planalto Envelopes é uma das lideranças nacionais na conversão de papel e envelopes. Com parque industrial instalado no bairro do Jabaquara, na capital paulista, a empresa é gerida pelo próprio Vicente Minguez, executivo administrativo-financeiro, ao lado dos sobrinhos Roberto Minguez, executivo operacional, e Ricardo Minguez, executivo comercial. “Costumamos dizer que o comercial é o acelerador, o administrativo-financeiro é o freio e a produção operacio nal é a embreagem. Juntos tentamos chegar a um equilíbrio. Brincadeiras à parte, vejo o fato de termos a primeira e a segunda geração trabalhando juntas como uma grande vantagem, declara Ricardo Minguez. E ele afirma que é justamente a “embrea gem” quem sofrerá o maior impacto na estrada que segue em frente, passado meio século do trajeto de existência da Planalto. “Neste momento que estamos vivendo quem terá mais trabalho é o executivo operacional”. A declaração pode ser facilmente entendida quando se sabe um pouco mais sobre os dois mais recentes investimentos feitos pela Planalto. O primeiro deles foi a aquisição de máquinas para impressão de envelopes fechados. O grande
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ganho será a possibilidade de duplicar a capacidade atual de impressão offset desse tipo de produto. “Nosso sistema de impressão de grandes quantidades é flexográfico, mas existe uma demanda crescente pelo offset. Nosso objetivo principal é adquirir mais contratos de clientes que consomem estes produtos”. O outro foi a contratação de uma consultoria especial izada em gestão administrativa, iniciativa vinculada à atualização da base tecnológica que gerencia todas as operações da empresa. “Estamos com uma consultoria interna que começou a trabalhar este ano, com a meta de otimizar os processos da empresa. Considero essa iniciativa um presente para a empresa pelos seus 50 anos de vida”, comenta o executivo. Portanto, em pouco tempo a rotina do parque indust rial de 4.700 metros quadrados — onde trabalham cerca de 90 colaboradores, que produzem 42 milhões de envelopes mensalmente — deverá mudar. Mas o que faltaria a uma empresa que seguiu, até aqui, uma trajetória bem sucedida, sendo reconhecida no mercado por sua competência e qualidade? Com 29 anos de exper iência, Ricardo Minguez tem plenos conhecimentos do passado para desenhar um panorama do futuro. “Qualquer empresa, e principalmente uma que tem 50 anos de existência, traz em sua história um know-how de acertos e erros. Erramos bastante, acertamos
muito, mas para seguir adiante e sobreviver mais 50 anos é necessário quebrar paradigmas e aumentar essa margem de acertos, sempre procurando oferecer um trabalho com mais qualidade aos clientes e ser o mais perfeito possível com os colaboradores. Dessa trajetória da Planalto ficou um saldo de avanços importantes, a exemplo da conquista da certificação FSC há dois anos. Isso representou uma quebra de paradigmas. Mas nesse saldo existem os desaf ios a serem vencidos. E eu acredito que uma empresa não pode jamais se acomodar nos acertos”. Um envelope, o início de tudo
A história da Planalto começou com um único envelope. Ele continha a carta de Manuel Minguez, já instalado no Brasil, ao irmão Vicente Minguez, na Espanha. O conteúdo, redigido em 1961, era um convite para que os dois se unissem para investir em um novo negócio. Proposta aceita, eles instalaram um pequeno galpão no bairro da Vila Mar iana e ali a empresa começou a funcionar. Manuel se dedicou à empresa até 1990, quando faleceu, mas seu sonho tomou proporções ainda maiores. O continuado aprimoramento do processo de automação indus trial permitiu não apenas fazer crescer o volume de produção, como também diversificou-a consideravelmente. O portfólio comporta hoje di-
ferentes linhas, com envelopes nos mais diversos formatos e cores, incorporando recursos de valor, como fechamento gomado, abertura serrilhada e fechamento autocolante em diversos formatos, todos eles normatizados. Os produtos são comercializados em branco ou recebem a aplicação de nomes, logotipos e remetentes em impressão offset e flexográfica. A Planalto Envelopes desenvolve projetos exclusivos, levando em conta as necessidades de cada cliente. O atendimento é realizado por uma rede nacional de representantes espec ial iz ados, que seguem diretrizes que priv ileg iam a qualidade, pontualidade e o bom relacionamento pós-venda.
& PLANALTO ENVELOPES Tel. (11) 5011.3222 www.planaltoenvelopes.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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história viva
Na década de 60, Marcone Reis Fagundes desafiou o monopólio na produção de listas telefônicas criando a Guiatel. Dedicação e tenacidade cimentaram sua trajetória vitoriosa como gráfico e líder setorial. Tânia Galluzzi
Marcone Reis Fagundes O homem das listas
Marcone, seu sócio Wilson Melo Lima (último à direita) e Maria Ângela Villefort, diretora de produção, por ocasião de visita de representantes da Telemig à Guiatel, 1984
P
ara Marcone Reis Fagundes existem três premissas para o sucesso: trabalho, trabalho e trabalho. “Não conheço outra forma de vencer na vida. Aos 70 anos continuo chegando na empresa às 8h30 e saindo às 18h30, de segunda a sexta. Só não estou por aqui quando vou pescar”. Com muito trabalho e perseverança, Marcone, ao lado de Wilson Melo Lima, sócio e amigo, ergueu a Guiatel, uma das principais indústrias gráficas de Minas Gerais, sinônimo de listas telefônicas. Essa parceria já dura 47 anos, “sem brigas”, como enfatiza Marcone, mas a vida prof issional do empresário começou antes disso. Natural de Boa Esperança, sul de Minas, Marcone começou a trabalhar aos 17 anos como office boy em uma escola da capital. De lá foi para a Shell e depois para a LTB (Listas Telefônicas Brasileiras). Entrou em 1960, como assistente administrativo, e saiu
dois anos depois como gerente. “Juntamos um grupo de cinco pessoas, que depois foi reduzido para duas, e criamos a Guiatel em 1964”. O objetivo não era modesto: brigar com a LTB, que detinha 96% do mercado de listas, produzindo para todo o Brasil. “Naquela época a lista oficial era a única opção e decidimos criar uma lista paralela em Belo Horizonte. Como todo monopólio, o serviço tinha problemas no atendimento ao mercado e surgimos como uma alternativa para os anunciantes”. Dedicando-se apenas à parte editor ial do produto, os cinco formavam inicialmente a equipe de vendas da Guiatel. O primeiro funcionár io só foi admitido dois anos depois. O produto emplacou, prosperou, e em 1970 Marcone e Wilson decidiram partir para a produção das listas em virtude da dificuldade que enfrentavam na impressão dos guias em Belo Horizonte. “Não tínhamos gráficas capazes de produzir os guias no tempo que precisávamos”. Com 50 funcionár ios, a área fabril nasceu totalmente dedicada à produção das listas da Guiatel, como é até hoje. Depois de Belo Horizonte, a empresa passou a atender Brasília, Goiás e parte do Estado de Minas Gerais.
Estendeu seus braços até o inter ior de São Paulo, em cidades como Marília, mas a partir de 1985 concentrou-se em sua reg ião. Atualmente, a Guiatel edita e produz 29 listas que cobrem todo o Estado, exceto o Triângulo Mineiro, uma vez que nessa mesorreg ião a Companhia Telefônica tem uma editora própria. Cerca de 95% do faturamento da empresa vem das listas. O restante corresponde à produção de livros e revistas. “O mercado de listas impressas vem caindo, tanto é que já estamos na internet. Os dois produtos funcionam de forma complementar, mas não acredito que a lista impressa vai deixar de existir, porque a consulta ainda é mais prática nessa versão”. A crença no produto impresso é validada pela ocupação das máquinas da Guiatel: duas rotativas, três impressoras planas, além das linhas de acabamento. “Ainda não vimos necessidade de incrementar a produção de outros itens. Mas não há problema, podemos diversificar quando for preciso”. Na mesma época em que se voltou para o mercado local, Marcone passou a frequentar a Abigraf Regio nal Minas Gerais. Em 1986, convidado por Ildeu da Silveira e Silva, integrou a diretoria da entidade, da qual assumiria a presidência em 1992. Um dos marcos de sua gestão foi o fim da reeleição, que vigora até hoje. “Acredito muito na alternância no poder”. O comando da Abigraf-MG ficou sob a responsabilidade de Marcone durante uma gestão, contudo, uma vez dentro do associativ ismo, não mais saiu. É o atual vice-presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de Minas Gerais, conselheiro fiscal da Abigraf Nacional e da Federação das Indústrias do Estado. “Desde que comecei, os problemas são os mesmos, apenas var iam de intensidade”. Em sua trajetória de sucesso, Marcone sempre teve ao seu lado a esposa Anacele, com quem tem um filho, Marco Túlio, criador de gado. Além da pesca esportiva, outra atividade que ocupa suas horas de lazer é a marcenaria, que pratica em sua casa de campo. Mas Marcone não pensa em trocar a gráfica por seus hobbies. “Aposentadoria? Aos 90, quem sabe”.
(Acima) Aplaudido pelo presidente do Sigemg/Abigraf-MG, Luiz Carlos de Oliveira, Marcone, acompanhado da esposa, Anacele Naves Fagundes, inaugura o seu retrato na galeria dos ex‑presidentes da entidade gráfica mineira, em 22 de maio de 1998 (Ao lado) Visita à Drupa 2000 (E/D): Wilson Melo Lima Júnior, Maria Ângela Villefort, Marcone e seu filho Marco Túlio Naves Fagundes (Abaixo) Ex-presidentes do Sigemg/ Abigraf‑MG (E/D): Carlos Alberto Rangel Proença, Sidney Sebastião Lázaro de Morais, José de Ribamar Chaves Cruz, Ildeu da Silveira e Silva, Marcone Reis Fagundes, Luiz Carlos de Oliveira e Jacks Ubiratan Bernardes de Faria, que estava assumindo a presidência da entidade para a gestão 1998–2001. 22 de maio de 1998
91 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGRAF
Imagem de eucalipto
VO C Ê S A B E O QUE ACONTECE
CA DA V E Z QU E U M L I V RO, UM CADERNO, UMA EMBALAGEM, UMA REVISTA OU UM FOLHETO
É IMPRESSO? UMA NOVA ÁRVORE DA EDUCAÇÃO, DA INFORMAÇÃO E DA DEMOCRACIA É PLANTADA.
A cadeia produtiva do papel e da comunicação impressa vem realizando uma campanha de informação sobre o que produz para a sociedade. Esclarecer dúvidas e, principalmente, traz à luz da verdade algumas questões ligadas à sustentabilidade. A principal delas é deixar claro que, as árvores destinadas à produção de papel provêm de florestas plantadas, e que essas são culturas, lavouras, plantações como qualquer outra. Somos uma indústria alinhada com a ecologia e a natureza, ou seja, as nossas impressões são extremamente conscientes porque utilizamos processos cada vez mais limpos. E, mesmo assim, buscamos todos os dias novas tecnologias de produção que respeitem ainda mais o equilíbrio do meio ambiente. Somos uma indústria que traz prosperidade para o País e benefícios para todos os brasileiros. Temos imenso orgulho de saber que cada vez que imprimimos um caderno, um livro, uma revista, um material promocional ou uma embalagem, estamos levando conhecimento, informação, democracia e educação a todos. Imprimir é dar veracidade, tornar palpável. Imprimir é assumir compromisso. Imprimir é dar valor. Principalmente à natureza.
IMPRIMIR É DAR VIDA.
ENTIDADES PARTICIPANTES: ABAP, ABEMD, ABIEA, ABIGRAF, ABIMAQ, ABITIM, ABRAFORM, ABRELIVROS, ABRINQ, ABRO, ABPO, ABTCP, ABTG, AFEIGRAF, ANATEC, ANAVE, ANDIPA, ANER, ANL, ARTEFATOS, BRACELPA, CBL, FIESP E SBS. C A M PA N H A D E VA L O R I Z A Ç Ã O D O PA P E L E D A C O M U N I C A Ç Ã O I M P R E S S A . Acesse e saiba mais:
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Gentil Barreira
94 REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
Foto: Evelin Lima
F OTOG R A F I A
Responsável pela introdução da fotografia digital profissional no mercado cearense, Gentil Barreira adota a estética como fio condutor de todo o seu trabalho. Tânia Galluzzi
95 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
Linhas e formas entil Barreira, 57 anos, é um au todidata. Começou a fotografar cedo, seguindo os passos do pai, que, mesmo não profissionalmen te, estava sempre com uma câme ra na mão. Aos 11 anos já fazia suas próprias ampliações em casa, em Fortale za, onde nasceu. E o interesse pelo processo fo tográfico com o tempo só cresceu, aproximan do-o das novas tecnolog ias e fazendo dele um pioneiro na fotografia digital no Ceará. No início da década de 70 a família Barrei ra mudou-se para São Paulo e Gentil passou a frequentar o curso de Arquitetura e Urbanis mo em São José dos Campos. Apesar de não o ter conc luído, os experimentos com a arquite tura marcaram o início de sua carreira como fo tógrafo, iniciada em 1975, quando, já de volta a Fortaleza, Gentil começou a atender arquitetos
e escritórios de engenharia. Nesse período estu dava Comunicação Social na Universidade Fe deral do Ceará. “Percebi que as maquetes eram muito bem feitas, porém mal fotografadas. Re solvi tirá-las dos estúd ios, levá-las para os lo cais onde as construções ser iam erguidas, am bientando-as e caprichando na produção. Esse diferencial gerou uma boa demanda e com isso montei meu estúdio”. Na esteira desse trabalho veio o convite para fazer publicidade e em 1978 Gentil assinou sua primeira peça. Novos caminhos
Da fotografia de objetos partiu para retra tos e moda, sem deixar a arquitetura de lado. Hoje há espaço para todos os temas da publi cidade em seu portfólio, mas a estética da or ganização dos espaços e dos ambientes conti nua em destaque. “Agora fotografamos o local que vai receber o empreend imento antes do início das obras. O objetivo é passar um con ceito, o que acaba sendo mais prazeroso para mim como fotógrafo, pois recebo um brief ing, e não um layout fechado. Tenho mais liberdade para criar”. De lá para cá suas fotos foram pu blicadas em livros e revistas como Veja, Exame, Isto É, Casa Cor e Ícaro. Essa liberdade encontra expressão total nos ensaios e pesquisas que Gentil faz cont inua mente. Ele já participou de diversas exposições individuais e coletivas não só no Ceará, mas também em outras capitais brasileiras e no ex ter ior. A mais recente aconteceu na galeria Casa
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D’Arte, em Fortaleza. Comemorando o Dia da Fotografia (19 de agosto), a galeria fez uma re trospectiva do trabalho de Gentil desde 1979, apresentando 40 imagens, incluindo paisagens, figuras humanas e arquitetura. Possivelmente a próxima mostra revelará o resultado de um projeto que vem sendo executa do há um ano e meio, batizado de Ceará de Sol e Chuva. “Na nossa reg ião temos apenas duas estações, a chuva e a seca, per íodos bem mar cados que provocam mudanças muito grandes na paisagem. Desde menino isso me encanta e estou documentando essas alterações”. Um desdobramento das viagens que envol vem esse trabalho é o projeto Inter iores, cujo primeiro ensaio conc luído é o livro Quixeramobim 700. Dispensando luzes especiais e produ ções, o fotógrafo vem registrando o inter ior das casas do sertão com o intuito de mostrar como vivem e moram essas populações.
& GENTIL BARREIRA www.gentilbarreira.com Tel. (85) 3261.0525
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Sistema Abigraf Notícias
Participantes do Graphia recebem prêmios internacionais Premiações concedidas a duas empresas integrantes do projeto Graphia valorizam a qualidade do produto gráfico brasileiro.
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mpresas que fazem parte do projeto Graphia — programa de estímulo às exportações da indústria gráfica promovido pela Abigraf Nacional, com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) — sagraram-se vencedoras de dois prêmios reconhecidos internacionalmente. Os resultados foram impulsiona dos pelos esforços da Abigraf em elevar a competitividade e exposição do produto gráfico brasileiro no mercado internacional. A gráfica Escala 7 foi a vencedora do Prêmio Popai na cate-
(E/D): José Rodrigo Roque Díaz, diretor geral da Impi; Daniel Hsu, International Business Management Graphia Alliance e Juan Manuel Rojas Gutiérrez, presidente executivo da Anfaeo
goria “Bebidas não al coólicas”, com a peça “Display de chão Frap pucc in o Starbucks”. A peça, desenvolvida para a Pepsico do México, tem o formato de um frasco de frappuccino e chama a atenção por rel acionar a bebida ao bem estar da família. A Popai (The Global Associa tion for Marketing at Retail) é uma entidade voltada ao desenvolvimento da atividade de merchandising, Acima, Daniel Hsu com o “Display de chão Frappuccino Starbucks”, da Escala 7. Ao lado, o prêmio conferido à Confetti, pelo caderno Tera
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estando presente em 27 países. O Prêmio Popai é considerado o “Oscar” do merchandising, e tem grande importância e repercussão em todo o planeta. “A pre miaç ão é resultado do ótimo trabalho desenvolvido pela Escala 7, que contou com o apoio da Abigraf Nacional e da Apex- Brasil, através do Graphia, para chegar ao concorrido mercado mexicano”, resume o gerente do projeto, Wagner Silva. Outra gráfica brasileira que ganhou reconhecimento inter nacional foi a Confetti, que voltou da Cidade do México com o Prêmio Inovação e Excelência Anfaeo-Impi 2011 na bagagem. A Confetti conquistou a estatue ta na categoria “Ecológico”, com o produto Caderno Tera. O item vencedor possui sua capa fabricada a partir de material 100% reciclado pós-consumo, prove niente da reciclagem de embalagens tipo longa-vida. Concedido pela Asociación Nacional de Fabricantes de Artículos Escolares y de Oficina (Anfaeo) e pelo Ins-
tituto Mexicano de la Propiedad Industrial (Impi), o prêmio busca reconhecer a qualidade, funcio nalidade e inovação dos melhores produtos expostos no ano. “As gráficas brasileiras envolvidas com o Graphia têm demonstrado que o dólar desvalorizado não é necessariamente um empecilho para as exportações quando se tem criativida de, inovação e qualidade. Nosso objetivo é mostrar aos empresá rios que nossa competitividade está no valor agregado dos produtos. O excelente trabalho e o reconhecimento internacional da Confetti é prova disso”, ressalta o gerente do grupo. O resultado das duas empresas pre miadas foi comemorado pelo presidente da Abigraf Nac io nal, Fabio Arruda Mortara, como uma demonstração cabal da capacidade da indústria gráfica brasileira de se superar e demonstrar sua qualidade, em nível mundial. “Estamos muito satisfeitos e trabalhando para que outras premiações aconteçam”. O Graphia é o maior exemplo do potencial do produto gráfico brasileiro no mercado externo. Criado pela Abigraf em 2003, o grupo já realizou negó cios com 26 países das Américas, Caribe, Europa e Ásia, em seus três segmentos de atuação: embalagem, papelaria e editorial- promocional. O Graphia já viabilizou a inserção de mais de 80 empresas brasileiras no mercado internacional e participou de 88 missões comerciais e 57 feiras internacionais, acumulando vendas superiores a R$ 42 milhões para o exterior.
Novos conhecimentos na área de gestão Estratégias administrativas e particularidades gerenciais do negócio gráfico foram temas das palestras gratuitas oferecidas aos associados no terceiro trimestre.
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o terceiro trimestre do ano, a Abigraf-SP, o Sindigraf-SP e a ABTG deram continuidade ao programa de palestras gratuitas para associados. O ciclo da segunda metade de 2011 foi ini ciado em 21 de julho, quando o Sindigraf-SP, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), promoveu a palestra “Administração es tratégica”, com foco nas empresas do setor gráfico. Ministrado por Antonio Marcos Vargas de Oliveira, da Universidade Cruzeiro do Sul, o evento apresentou um panorama da evolução do conceito de planejamento, partindo de seu sentido original, como metodologia para projetar o futuro, até a definição mais atual, que prevê uma reavaliação constante das es tratégias adotadas pelas organizações. O encontro teve a participação de 35 pessoas. Em 2 de agosto, o tema abordado em palestra da Abigraf-SP foi “Aspectos legais da terceiriza ção”, que apresentou as principais modalidades de contratação em diferentes operações de terceirização, questões contratuais, responsabilidades de cada parte e os riscos para as empresas. Cerca de 20 profissionais compareceram ao evento comandado por Daniel Dayeh Rocha, Carlos Alberto Caldarelli e
Luiz Carlos de Souza Ribeiro Ju nior, todos profissionais do Honda Estevão Advogados. Os espe cialistas mostraram a evolução do conceito de terceirização ao longo da história e apontaram o que empresários e empregadores devem fazer para manter a produtividade, sem que corram riscos trabalhistas.
trabalho em equipe como forma de reter talentos”. Promovido pelo SindigrafSP, o seminário apontou caminhos para que as empresas do setor valorizem a liderança e o trabalho em equipe, abordando também questões como qualificação e custo de mão de obra, motivação e o papel do líder.
Retendo talentos Mais do que um bom salário, respeitar a individualidade dos fun cionários e fazer com que eles se sintam bem no ambiente de trabalho é a melhor maneira para que jovens talentos não procurem o reconhecimento em outras empresas. Foram essas algumas das recomendações dadas por Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Ne gócios, que ministrou, em 18 de agosto, a palestra “Liderança e
Na palestra, o especialista ressaltou que impor desaf ios também faz com que o empregado se sinta importante no mecanismo da empresa. O espírito de liderança também foi destacado. “Além da autoridade, o líder tem que ser carismático. “Ele deve passar o que precisa ser feito de uma forma tranquila e positiva”, concluiu o professor. Fechando o trimestre, em 14 de setembro, a Abigraf-SP realizou a palestra “Como os des perdícios nas áreas financeira e
de marketing afetam sua empre sa”. O programa abordou questões como a necessidade de tomada de recursos financeiros de curto prazo para suprir o desperdício das empresas e a visão do descontrole da produção e seu impacto nos custos. O tema foi tratado por José Pires de Araú jo Junior, mestre em Administração, professor do curso superior e da pós-g rad uaç ão da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica e consultor associa do da ABTG. No dia seguinte, 15 de setembro, a ABTG organizou em seu auditório o “Seminário Digitec – como vender impres sos digitais sendo competitivo e inova dor”. Para apresentar o tema, o grupo técnico criado no âmbito da ABTG , com o apoio do Gedigi, voltado para a divulgação de tecnologia de impressão digital, convidou Edivaldo Cassola, administrador de empresas com forte atuação no setor gráfico, e João Scortecci, diretor- p residente do Grupo Editor ial Scortecci e conselheiro da ABTG. O encontro foi encerrado com um debate mediado por Paulo Addair, consultor especializado em editoração eletrônica e impressão digital, com a participação dos palestrantes e de Andrea Ponce, coordenadora técnica e consultora sênior da entidade organizadora do evento.
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Capacitação ao alcance de todos Com mais de três mil participantes de janeiro a agosto deste ano, o projeto Semana de Artes Gráficas bate recorde de público.
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eguindo o sucesso das edições anter ior es, os programas da Semana de Artes Gráficas (SAG), nos meses de julho e agosto, tiveram grande participação dos gráficos das regiões onde foram realizadas. Entre os dias 25 e 29 de julho, 444 pes soas compareceram ao evento promovido em Ribeirão Preto (SP). A cidade de São José do Rio Preto (SP) também reuniu gráficos para se aprimorarem durante a sexta edição da SAG realiza da de 22 a 26 de agosto.
Apenas no primeiro semestre, as SAGs reuniram mais de 2.500 pess oas, de 247 empresas, nos eventos realizados em Sorocaba, Araçatuba e Bauru, no interior de São Paulo, e, neste ano, pela primeira vez, nos estados do Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Outra novidade foi a inclusão das palestras “Sebrae – Técnicas de sustentabilidade para micro e pequenas empresas gráficas”, fruto da parceria entre a Abigraf Nacional e o Sebrae Nacional, e
São José do Rio Preto
Para sensibilizar Temas da quarta edição do Ciclo de Sustentabilidade da ABTG tiveram a proposta de despertar a atenção para a responsabilidade ambiental em todas as etapas do processo produtivo.
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edução de consumo energético e de água, destinação correta de resíduos e a importância das certificações ambientais. Estes foram os principais temas abordados pelos palestrantes que se apresentaram no 4º Ciclo de Sustentabilidade, promovido pela ABTG, em 24 e 25 de agosto. Para atender a proposta de debater um dos assuntos que
atualmente tem maior peso no dia a dia da indústria gráfica, a ABTG convidou os profissionais da Apoena Sustentável, consultoria de gestão especializa da em projetos ambientais, que apresentaram a palestra “Sensibilização para a sustentabilidade”. A eficiência energética, outro tema primordial nos dias de hoje, foi tratada por Aluízio Sales Júnior, especialista da área
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Ribeirão Preto
“Programa Graphia – projeto de exportação do setor gráfico”. Com esta marca, o projeto ultrapassa o número de três mil profissionais inscritos nas atividades gratuitas proporcionadas pela Semana de Artes Gráficas. Porém, até o encerramento de 2011, deverão ser somados os participantes dos eventos que encerrarão o circuito. Os encontros estavam programados para ocorrer de 26 a 30 de setembro,
de melhoria de processos da International Paper. José Valverde, secretário parlamentar do gabinete do deputado federal Arnaldo Jardim, encerrou o primeiro dia do evento com palestra sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, instituí da há menos de um ano, ainda está em fase de implantação nas indústrias nacionais. Com o tema “A indústria gráfica com consciência am biental”, Enio Zucchino, gerente de marketing de produto para soluções de pré-impressão da Kodak, foi o convidado da ABTG que abriu o segundo dia do
em Campinas, e de 24 a 28 de outubro, em Barueri, no Estado de São Paulo. Com um programa de semi nários e palestras sobre gestão, produção e vendas na área gráfica, a SAG é uma das mais bem sucedidas iniciativas de capacitação e atualização prof issional criadas pelo setor gráfico, reali zada pela Abigraf-SP, com programação organizada pela ABTG e apoio do Sindigraf-SP.
evento. O descarte de materiais, tema debatido no dia an terior, teve nova abordagem com a palestra “Perigos com a destinação dos resíduos sólidos: cuidados a serem tomados”, de Laércio Romeiro, consultor sênior em sustentabilidade da Ciclo Amb ient al. Encerrando o evento, Márcia Biaggio, da Estat Brasil, consultoria das áreas de qualidade, segurança do trabalho, sustentabilidade e responsabilidade social, apresentou o tema “FSC/Cerflor – Cadeia de custódia. Por quê as gráficas precisam da certificação?”.
Nova diretoria em Sergipe Walter Santos é o empresário eleito para comandar a regional da Abigraf no Estado. fico local. “A conquista de novos clientes é uma ‘briga’ eterna no movimento gráfico, que felizmente vamos ganhando. É preciso atraí-los para mantermos nossas atividades profissionais. Isso se dá, felizmente, com a realização de trabalhos impecáveis e a um custo sobremodo razoável; é uma guerra eterna. O que nos preocupa é que o setor gráfico local está reduzindo sua capacidade de investimento por força dessa situação de concorrência externa”. Antes mesmo de assumir a diretoria, Walter já acompanhava todo o trabalho desempenhado pela entidade, e assim pôde perceber quais medidas estratégicas precisavam ser empreen didas para Cathay-GuiaEspecialExpoprint-Abigraf247-c.indd 3 impulsionar a indústria gráfica Walter Castro dos Santos, presidente da Abigraf-SE sergipana. “Uma das principais metas da esde outubro, a Abigraf Regional Sergipe minha gestão é colocar o nosso Estado no conta com nova diretoria, sob a presidên- mesmo patamar que os demais, alcançancia do empresário Walter Castro dos Santos. do todos os benefícios de que dispõem os Com sede na capital, Aracaju, a nova repre- empresários de outras localidades”, afirma o sentante da Abigraf Nacional tem pela frente presidente da Abigraf-SE. a missão de enfrentar os desaf ios do mercado local, que são principalmente, de acorAbigraf Regional Sergipe do com o novo presidente, a concorrência (quadriênio 2011–2015) com as gráficas de estados vizinhos e o atual DIRETORIA EXECUTIVA momento na “balança” de serviços gráficos Presidente: Walter Castro dos Santos em todo o Estado. Para Walter, que é diretor (Nossa Gráfica) da Nossa Gráfica, Sergipe está atualmente 1º Vice-Presidente: Stênio Gonçalves Andrade muito bem servido de gráficas, mas com a (Gráfica Jandrade) 2º Vice-Presidente: José Elenilton Pereira maioria das empresas concentradas na cados Santos (Gráfica e Editora Textopronto) pital. “O grande problema que se observa Diretor Administrativo: Márcio Gibson Araújo nos últimos meses é que temos mais oferta Dias (InfoGraphics Gráfica e Editora) do que demanda. Algumas gráficas de estaDiretora Administrativa Adjunta: dos vizinhos participam de licitações do goMarta Cavalcante Paes Lima (Adgraf) Diretor Financeiro: Aurelino Oliveira Sampaio verno e das prefeituras do Estado, retirando (Gráfica Sol) de muitas empresas a capacidade de conDiretor Financeiro Adjunto: Álvaro Cândido correr entre si. Muitas vezes, chegam com de Sousa (Futura Gráfica e Serviços) preços abaixo do mercado, com o intuito de SUPLENTES – DIRETORIA EXECUTIVA conquistar esse cliente, novo para elas, neHonorino Araújo Dias (Info Graphics Gráfica cessário para nós. Por outro lado, a competie Editora), Lucas de Matos Ramos (Engenho tividade entre as gráficas locais tem se transdas Artes) e Walter Castro dos Santos Júnior (Júnior Artes Gráficas) formado em união para podermos enfrentar CONSELHO FISCAL esse ‘inimigo’ externo que só nos prejudica”, Murilo Vasconcelos Freire (Futura Gráfica e declarou o novo presidente da Abigraf-SE. Serviços), José Adelmo da Silva Lima (Adgraf) Outra tarefa do líder empresarial sergie Cícero Rocha da Silva (Duplichaves) pano, em seu novo cargo, é encontrar camiSUPLENTES – CONSELHO FISCAL nhos para que a entidade, com os serviços Antônio Aurélio Prado Sampaio (Gráfica que presta, possa contribuir para superar Sampaio), Ariel Alves Cardoso (Gráfica Alvorada) e Adriana Souza Santos (Júnior Artes Gráficas) problemas encontrados pelo parque grá-
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Novos associados Entre os meses de junho e agosto, a Abigraf Nacional e a Abigraf-SP receberam a filiação de mais três empresas. Conheça um pouco mais sobre cada uma delas: Abigraf Nacional
Cathay Brasil Com., Imp. e Exp. Ltda.
Localizada na zona Sul de São Paulo, a empresa é responsável pelo comércio de papéis da Asia Pulp & Paper (APP) no Brasil. Presente em mais de 65 países, 9:00:48 PM 5/27/2010 a APP é uma das cinco maiores companhias de celulose e papel do mundo, e é também a maior em plantação‑celulose‑papel integrados na Ásia. Tel.: (11) 3078-3838 Site: http://www.cathaybr.com
Ibema Cia. Brasileira de Papel
Desde os anos 1950, a empresa oferece matéria-prima para gráficas, se tornando uma das maiores produtoras de papel-cartão da América Latina. Com sede em Curitiba, a empresa é também uma das pioneiras em reflorestamento no Sul do Brasil. Tel.: (41) 3240-7400 Site: http://www.ibema.com.br
Abigraf-SP
NC Fotolito e Gráfica Digital
Localizada no interior de São Paulo, na cidade de Bauru, a empresa visa ser mais que uma gráfica rápida, oferecendo serviços em pequenas e grandes quantidades em impressão digital, através do uso de fotolito digital. Tel.: (14) 3234–7855 Site: http://www.ncdigital.com.br SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA ABIGR AF
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MENSAGEM
Levi Ceregato
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) Regional São Paulo
Juros menores por um Brasil maior
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redução da taxa básica de juros (Selic) anunciada pelo Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não foi apenas uma decisão acertada. Foi, antes de tudo, a mais significativa medida adotada entre uma série de outras que já vinham sendo tomadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff com o objetivo de estimular os setores produtivos da nossa economia. A série de boas notícias para a indústria começou em agosto com a apresentação do Plano Brasil Maior, destinado a mitigar as desvantagens competitivas da indústria de transformação brasileira. Dias depois, o governo veio a público novamente para anunciar o aumento do teto de faturamento para enquadrar as micro e pequenas empresas no Simples Nacional. Na véspera da comemoração dos 189 anos da Independência do Brasil, e dias após a redução da Selic, foi a vez da presidente Dilma utilizar‑se de um pronunciamento em rede nacional para anunciar que sua gestão não irá permitir que “artigos estrangeiros venham a concorrer de modo desleal com os nossos produtos”. Dias depois, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo informou que o governo brasileiro fará uma ofensiva para frear a entrada de produtos importados que estejam prejudicando as empresas brasileiras. Dentre as medidas que deverão ser adotadas estão o fortalecimento do controle sobre fraudes nos portos e aeroportos, a contratação de novos investigadores para fiscalizar a prática de dumping e a adoção de novas leis exigindo a realização de testes com os produtos importados. Do ponto de vista da indústria gráfica, o que se delineia com a soma de todas essas mudanças é um cenário alentador. À exceção do Plano Brasil Maior, cujas medidas mais decisivas tiveram como foco apenas as indústrias de REVISTA ABIGR AF SETEMBRO/OUTUBRO 2011
confecções, calçados, móveis e software, a maior parte dos itens anunciados até aqui traz algum tipo de efeito positivo para a nossa indústria. A começar pela elevação do teto do Simples Nacional, uma antiga reivindicação do nosso setor. Nunca é demais lembrar que mais de 90% da indústria gráfica brasileira é formada por micro e pequenas empresas, principais beneficiadas desta modalidade de tributação. Levantamento feito pelo Departamento Econômico da Abigraf aponta que a proposta do governo para correção da tabela do Simples deverá beneficiar 372 empresas do setor, que faturam hoje entre R$ 2,4 milhões e R$ 3,6 milhões e empregam, ao todo, 25.885 funcionários. As medidas de defesa comercial também deverão ter efeito positivo para a indústria gráfica, uma vez que tornarão mais difícil a entrada no País de produtos com preços artificialmente depreciados, além de estimular o enquadramento dos importados nas normas técnicas em vigência no território nacional. Mas, dentre todas as mudanças que de alguma forma deverão estimular o setor produtivo brasileiro, a que parece mais significativa para a indústria gráfica é, sem dúvida, a recente redução na Selic. Claro que o corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, que passou de 12,5% para 12% ao ano, não foi suficiente para tirar o Brasil do topo da lista dos países com o dinheiro mais caro do planeta. Mas, assim como outros setores da indústria de transformação, a indústria gráfica é uma grande tomadora de empréstimos, quase sempre utilizados na aquisição de máquinas e equipamentos para melhor atender às demandas de um mercado em constante transformação. Neste sentido, mesmo que pequeno, o corte representará um alívio tanto para o empresário gráfico, que continuará a investir na necessária expansão dos seus negócios, quanto para o trabalhador, que estará inserido em um mercado de trabalho mais saudável. lceregato@abigraf.org.br
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Este relatório foi produzido utilizando as melhores práticas em produtos e serviços gráficos disponíveis no mercado brasileiro. Pré-impressão: softwares :APOGEE PREPRESS e PORTAL; CtP :AVALON N8; Chapas :AZURA TS; impresso em papel certificado FSC e tinta à base de vegetal com retícula :Sublima e Inksave.