Revista Abigraf 308

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R E V I S TA

I S S N 0103•57 2 X

A R T E & I N D Ú S T R I A G R Á F I C A • A N O X L V I • A B R / J U N 2 0 2 1 • N º- 3 0 8

Gabriella Michelucci comenta os números do segmento de papelão ondulado, atendimento à demanda e o aumento no custo das aparas

Veja como os princípios ESG estão sendo respeitados por importantes fornecedores que estabeleceram um compromisso com a sustentabilidade

Aplicação de recursos em novas tecnologias, infraestrutura e retorno do investimento são desafios para a implantação da indústria 4.0



www.acmead.com.br


IVONALDO O artista da capa

ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br Presidente da Abigraf Nacional: Sidney Anversa Victor Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci Gerente Geral: Wagner J. Silva Conselho Editorial: Denise Monteiro, Fábio Behrend, Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Tânia Galluzzi e Wagner J. Silva Elaboração: Gramani Editora Eireli Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3887.1515 E-mail: editoracg@gmail.com Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26.897) e Fábio Behrend Colaboradores: Hamilton Terni Costa e Roberto Nogueira Ferreira Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52 Papel do miolo: Lumistar 105 g/m², da BO Paper Enobrecimento da Capa: laminação, verniz e aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil – GreenPacking Impressão e acabamento: Leograf Gráfica e Editora Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf Apoio Institucional

O Vendedor de Pássaros”, acrílico sobre tela, 75 × 75 cm, 1990

REVISTA ABIGRAF

Esta é a história de um menino de origem humilde que nasceu em Caruaru, no árido sertão pernambucano, em 1943, e que veio a se tornar um pintor notório. Aos 13 anos, ele e 14 irmãos e irmãs acompanham os pais, que decidiram vir a São Paulo em busca de um futuro melhor. Após trabalhar como escriturário em um banco, alguns anos depois, descobre uma vocação irresistível para a pintura. Seus primeiros quadros, expostos na Praça da República, foram rapidamente descobertos pelos galeristas e amantes de arte. Aceito pela comunidade artística, viaja para a Europa onde permanece por quatro anos. Radicado em Amsterdã, expõe em diversos países como França, Inglaterra, Bélgica, Itália, Eslovênia, Alemanha e outros, além da Holanda. De volta a São Paulo, conhece o marchand Jacques Ardies e sela uma parceria que iria perdurar pelo resto da sua vida. Em 1988 se instala em Olinda (PE), onde monta seu ateliê definitivo. Suas pinturas, com cores harmoniosas, sempre tiveram grande receptividade no mercado de arte do Brasil e do exterior. Ivonaldo Veloso de Melo parou de pintar em 2009 e faleceu em 2016, depois de lutar contra a ataxía, uma doença cerebral degenerativa que comanda os movimentos do corpo.

Abigraf Nacional tem novo líder

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Após sete anos no comando da Abigraf Nacional, Levi Ceregato foi substituído por Sidney Anversa Vitor, eleito presidente da entidade para a gestão 2021/2023. João Scortecci completará o mandato de Sidney à frente da Abigraf-SP.

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

O desafio das embalagens

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FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

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Nesta edição, o consultor Hamilton Costa lança luz sobre o segmento de embalagem e chama a atenção para fatores que devem ser levados em consideração pelas gráficas que desejam ser fornecedoras desse mercado.


Preço das aparas preocupa

O segmento de papelão ondulado é o tema central da seção Entrevista. Gabriella Michelucci, presidente da Empapel, analisa os números do setor, enfatiza o esforço da indústria para atender a demanda e aborda a questão das aparas.

Drivers digitais em etiquetas

Em artigo especial, o jornalista David Pitmann, editor da Digital Labels & Packaging, aborda a disseminação da tecnologia digital na impressão de embalagens flexíveis e rótulos, e sua integração com os demais processos produtivos.

Indústria gráfica 4.0

Jorge Maldonado, diretor da Afeigraf, expõe seu olhar sobre a indústria 4.0 e os principais desafios para a sua implantação: aplicação de recursos em novas tecnologias, infraestrutura, demanda e retorno sobre o investimento.

Foco na sustentabilidade

Guiados pelos princípios ESG, empresas associadas à Afeigraf destacam suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, somadas a equipamentos e soluções no âmbito da preservação do meio ambiente e do bem-estar da sociedade.

Natureza em cinzas

Com uma série de fotos sobre a devastação das queimadas no Pantanal, o fotógrafo Lalo de Almeida expõe, em imagens impressionantes, os efeitos do cruel avanço do homem sobre um dos biomas mais ricos do País.

16 24 28 40 47 CONTEÚDO EDITORIAL

A casa do criativo

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Com pouco mais de um ano de vida, a gráfica rápida Digital PrintZ alinha suas ações às demandas dos produtores gráficos, objetivando entregar não só a melhor solução em impressão, mas também a melhor experiência.

Editorial/Sidney Anversa Victor .............6 Rotativa ..............................................9 Entrevista/Gabriella Michelucci ..........16 Posse diretoria Abigraf Nacional .........20 Virtual.Drupa 2021 ...........................22 Drivers digitais/David Pitmann............24 Ondas Impressas ..............................26 Indústria 4.0/Jorge Maldonado ..........28 Conferência Anual Bobst....................30 Gestão/Hamilton Terni Costa ..............32

Notícias Gráficas/Digital PrintZ ...........36 Empreendedores Compulsivos/ Luiz F. Pateo .....................................38 Afeigraf/Compromisso Sustentável .....40 Conexão Brasília/Roberto N. Ferreira ..44 Pesquisa Livros .................................45 Fotografia/Lalo de Almeida ................47 Meio Ambiente/Two Sides ..................52 Sistema Abigraf ................................53 Mensagem/João Scortecci ................54 abril /junho 2021

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EDITORIAL

Abigraf Nacional: hora daeção comprometimento e dedic

sforme num grande an tr se e qu ra pa de da ti en “Vamos abrir nossa vimento, inovação ol nv se de , ão aç rm fo in , to centro de conhecimen a todo e qualquer tipo de impressão”. e tecnologia aplicada firmei: estar sabe dos compromissos que se cri de e ent sid críticas, revo como pre nível para ouvir sugestões e po dis pre Esta é a primeira vez que esc sem a uel sas quando org ulhoso e com aq sto a mudar o rumo das coi po dis pre da Abigraf Nacional. Estou sem que nos faz ficar ente, manter o nível sensação de frio no estômago situação exigir e, principalm a ta exa a did frente me a dade dá de vibração e intensidade à alertas e focados. Essa ansie em todas e idade da Abigraf que sempre tiv do tamanho da responsabil a, na os dois as atividades da minha vid que vou carregar pelos próxim amigos us me iz. fel com ito minha empresa, anos. Estou preparado e mu e o iã Un Tenho is. soa a e nos meus projetos pes Meu pai, o saudoso Ubirajar to en im et om igraf pr Ab m a co e ninguém convicção de que conduzir Pinto Victor, me ensinou qu as missões são as palavr ei até é uma das mais importantes faz nada sozinho. Se chegu a o meu da minha chave da vez de minha vida e sem dúvid aqui, foi com a ajuda dele, is anos. do os r os, Junio maior foco pelos próxim esposa Cida e dos meus filh ham ten e me deu Obrigado pela confiança e e André. Esse foi o time qu s Mais res razões farei da frase “Juntos Somo e qu de a tez seg urança, apoio e as melho cer uir a minha empresa, ntra da nossa gestão. para trabalhar duro e constr Fortes” uma espécie de ma po tem u me r ica para ded mas também me deu lastro À minha família, meu ão. uiç tit em prol da nossa ins sidney@congraf.com.br por tudo. Eles sabem oso inh car is ma nto me eci ag rad os, pelo menos até maio que pelos próximos dois an rte dos meus esforços de 2023, vou dedicar boa pa a dos gráficos do Brasil. para outra grande família, Vamos abrir nossa E os desafios são grandes. orme num grande centro entidade para que se transf o, desenvolvimento, de conhecimento, informaçã da a todo e qualquer tipo de inovação e tecnolog ia aplica catalizadores das enormes impressão. Podemos ser os exploradas por nosso possibilidades que podem ser Esse movimento deve se meio, em diversas frentes. de maneira organizada e pautar por ações conjuntas alinhados entre os vários coesa, com discursos e ações ria brasileira de impressão. atores que formam a indúst são as palavras­chave União e comprometimento Bra sileira Presidente da Associação res que assumem comigo f Nacional) igra (Ab fica Grá ia ústr da vez. E cada um dos direto Ind da nto me mo sse ne af igr Ab a missão de conduzir a

Sidney A nversa V ictor

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FOREST PAPER

INVESTE NO AUMENTO DE CAPACIDADE PRODUTIVA E NOVAS LINHAS DE PRODUTOS! Referência de qualidade, a Forest Paper, que atua como convertedora de papéis cartão e kraft há mais de 30 anos, anuncia um avanço significativo: a aquisição da unidade independente de produção da Resmapel, na cidade de Mairiporã/SP, conhecida há mais de três décadas no mercado de conversão e prestação de serviços para papéis em geral. O parque industrial passará por um processo de modernização, com a importação de duas cortadeiras Jagenberg modelo Synchro 35-215 de alta velocidade e cortes de precisão, com capacidade produtiva de 5.000 t/mês (por máquina), além de uma embaladeira automática Wrapmatic modelo GRM. Com isso, a capacidade produtiva será expandida para mais de 250.000 t/ano, ofertando ao mercado pacote completo, de corte, rebobinamento e embalagens. Além disso, acompanhando as tendências de mercado em relação a papéis extrusados, a Forest Paper acaba de lançar uma nova linha de papéis barreira com tecnologia de ponta para garantir contato com líquidos e gorduras, o que atende prontamente ao segmento de produção de embalagens para fast food, delivery, entre outros. Isso vem se somar à ampliação, no final de 2019, de sua unidade de distribuição no bairro da Mooca, na capital paulista, em localização estrategicamente pensada para otimizar a operação logística e atender a atual demanda de produtos a pronta entrega. Acompanhando o desenvolvimento do mercado digital, iniciou-se, em abril, o loja.forestpaper.com.br, canal de vendas on-line em que o cliente tem acesso à linha gráfica e uma nova gama de produtos, tais como Papel Pintor, Petpel, papéis para uso hospitalar, bobinas comerciais, papéis para preenchimento de caixa (e-commerce).

Inovação, com respeito ambiental O grupo empresarial traz em seu DNA o compromisso ambiental, com a criação de produtos sustentáveis que preservam a natureza. Tendo como parte do grupo a Revita, uma recicladora de embalagens 100% cartonadas (longa vida), que reintegra celulose de fibra longa à cadeia produtiva de diversos segmentos industriais, como papel, embalagem, tissue, fibrocimento, além de alumínio e plástico para telhas ecológicas, paletes e granulados de polietileno, garantindo que a economia circular aconteça na prática. E assim, a Forest Paper segue construindo diariamente uma história de respeito pautada na habilidade de inovar sempre, distinguindo-se por oferecer o melhor aos seus clientes e desenvolvendo soluções que valorizam ainda mais essa relação. Conheça mais sobre a Forest Paper e Revita, empresas que pensam além da caixa! Contatos: Tel: +55-11-3849-5300 forestpaper.com.br loja.forestpaper.com.br revita.ind.br


Semana da compostagem recebe apoio da Congraf Engajada em causas sociais

Imagem 3D do “Projeto Cerrado”, da Suzano, no Mato Grosso do Sul

Suzano vai investir R$ 14,7 bilhões em nova fábrica de celulose Referência global na fabricação de bio­pro­du­tos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, a Suzano anunciou a construção de uma nova fábrica com capa­ cidade para produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose de eu­ calipto por ano. O projeto prevê um investimento in­dus­trial de 14,7 bilhões, um dos maiores in­ vestimentos privados em curso no Brasil. A unidade será cons­ truí­da no município de Ribas do Rio Pardo, a 100 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e deve ini­ciar a produção até o final do primeiro trimestre

de 2024. Quan­d o finalizada, a unidade será a maior planta de celulose em linha única do mun­ do. Batizada de “Projeto Cerrado”, a ini­cia­ti­va vai am­pliar em apro­ ximadamente 20% a ­atual capa­ cidade de produção de celulose da Suzano, de 10,9 milhões de toneladas, e fará da fábrica de Ri­ bas do Rio Pardo a unidade mais competitiva da empresa. A efetivação do projeto ain­ da depende de condições prece­ dentes, como o atendimento aos parâmetros estabelecidos na Po­ lítica Financeira da empresa e as ne­go­cia­ções com fornecedores.

O projeto terá como principal fonte de recursos a geração de caixa da Suzano, podendo ser complementada com fi­nan­cia­ men­tos. Durante a construção, o em­preen­di­men­to deve gerar cerca de 10 mil empregos di­ retos no pico da obra, além de milhares de empregos indire­ tos na re­gião. Após con­cluí­da, a nova unidade deve empre­ gar três mil pes­s oas, entre co­ laboradores pró­p rios e tercei­ ros e movimentar toda a cadeia econômica re­gio­nal. www.suzano.com.br

Fujifilm Brasil anuncia parceria com a Quimagraf N

o início de maio, a Divisão de Sistemas Gráficos da Fujifilm do Brasil anunciou parceria com a Quimagraf Indústria e Comércio para ser sua distribuidora ofi­cial de chapas de impressão digital, pro­ dutos químicos e soluções para o mercado gráfico brasileiro. Se­dia­ da em Curitiba (PR) e com atua­ção no segmento gráfico há mais de 37 anos, a Quimagraf possui uni­ dades nas re­giões Sul e Sudeste, com filiais em Londrina (PR), Itajaí (SC) e São Paulo (SP), assim como rede formada por representantes

e distribuidores, comportando su­ porte logístico preparado para o atendimento na­cio­nal de suas li­ nhas de produtos. Nelson Pessuti, fundador e presidente da Quimagraf, afir­ mou que o processo de seleção para ser a distribuidora ofi­cial da Fujifilm foi muito cri­te­rio­so e, para tanto, sua empresa desenvolveu um plano de ações para médio e longo prazos demonstrando toda sua capacidade co­mer­cial, técni­ ca e de gestão. “Foram mais de quatro meses de ne­go­cia­ções e a

escolha por parte da Fujifilm nos deixou muito felizes e con­fian­ tes de que estamos no caminho certo”. Ao anun­ciar a nova parce­ ria, o executivo de Vendas da Fu­ jifilm Brasil, Felipe Quintas Franco, corroborou as palavras de Pessu­ ti ao ressaltar que, desde o início da ne­go­cia­ção, a Quimagraf mos­ trou empenho e um plano de ne­ gó­cios consistente para o desen­ volvimento da marca Fujifilm no mercado brasileiro. www.fujifilm.com.br www.quimagraf.com.br

e ambientais, a Congraf Em­ balagens foi patrocinadora da Semana In­ter­na­cio­nal de Cons­cien­ti­z a­ção sobre Com­ postagem, rea­li­za­da de 2 a 8 de maio, em São Paulo. A Se­ mana de Compostagem é a maior e mais abrangente ação edu­ca­cio­nal da indústria de compostagem, celebrada em muitos paí­ses todos os anos durante a primeira semana do mês de maio. Cria­da no Canadá em 1995, a ini­cia­ti­va cresceu à medida que mais pes­s oas, empresas, mu­n i­c í­ pios, escolas e organizações reconheceram a importância da compostagem e os be­ne­ fí­cios de longo prazo da reci­ clagem de orgânicos. Segun­ do a prefeitura de São Paulo, mais de 20 mil toneladas de re­sí­duos são en­via­das todos os dias para dois aterros na ci­ dade, sendo que aproximada­ mente 60% desses materiais po­de­riam ser compostados. “A Congraf acredita que pe­ quenas ini­cia­ti­vas diá­rias fa­ zem grande diferença quan­ do falamos de uma cidade do tamanho de São Paulo. É de­ sa­fia­dor transformar o destino do resíduo orgânico em nossa cidade e no País. Começa com cada cidadão e por isso é fun­ damental que tenhamos mais informação, e o compromisso da Congraf como indústria re­ força nosso apoio em ações como essa”, enfatiza Sidney Anversa Victor Ju­nior, diretor in­dus­trial da empresa. www.congraf.com.br

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Funcionários da Green Mining utilizam triciclos de carga para a coleta de materiais recicláveis

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Logística reversa contribui para ciclo sustentável da Ibema

Anderson Chaves assume SDM da linha EFI Nozomi

Voith Paper América do Sul tem novo presidente

Profissional com larga experiên­

Antonio Lemos foi nomea­

cia em tecnologia, vendas e de­ senvolvimento de negócios, Anderson Chaves foi nomeado pela Electronics For Imaging Inc., em abril, para o cargo de SDM (Service Delivery Manager) da linha EFI No­ zomi na América do Sul. “Entro na EFI com a missão de torná­la ainda mais reconhecida como um pro­ vedor de soluções para a indústria gráfica em seus diversos segmen­ tos de negócios no Brasil e países do Cone Sul: Argentina, Chile, Bo­ lívia, Paraguai e Uruguai. Tenho o objetivo de promover as soluções da empresa em tecnologia de im­ pressão digital para o mercado de embalagens em papelão corru­ gado como a EFI Nozomi C18000 Plus”, afirmou Chaves. O executivo já ocupou posi­ ções de destaque na indústria de impressão, com atua ção na área co mercial da Kodak e Fuji­ film, entre outras, sobressaindo pela habilidade no desenvolvi­ mento de projetos que apoiam os usuários finais na adoção de tecnologias como a impressão di­ gital. Formado em Administração de Empresas, a ligação do execu­ tivo com a indústria gráfica vem desde suas primeiras ex pe riên­ cias profissionais. Cursou a Escola de Artes Gráficas Felício Lanzara e atuou como professor na Esco­ la Theobaldo De Nigris, ambas do Senai de São Paulo. www.efi.com

do em maio presidente da Voith Paper América do Sul, fornecedora completa para o mercado de papel. Com quase 30 anos de atuação na empresa, o executivo, que já exercia a presidência de Pro­ ducts & Services, assume tam­ bém a área de Projects e a presidência regional da divi­ são. Antonio passa a ocupar o cargo deixado por Hjalmar Fugmann, que se retirou da empresa a pedido, para as­ sumir novos desafios profis­ sionais. Parte do Grupo Voith, mul ti na cio nal com mais de 150 anos de existência, a Voi­ th Paper é reconhecida no mercado por desenvolver soluções, produtos e servi­ ços de alta tecnologia para a indústria papeleira.

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Com apoio da startup Green Mi­ ning, a Ibema recebe papel­car­ tão utilizado de volta para sua unidade de Embu das Artes (SP), reinserindo o material em sua ca­ deia produtiva. “Sempre tivemos a sustentabilidade como um pilar forte em nosso propósito, e ago­ ra encontramos ferramentas para poten cia li zar isso e fechar o ci­ clo”, afirma o gerente de Estraté­ gia e Marketing da Ibema, Diego Gracia. O resultado é o Ibema Ri­ tagli, primeiro cartão triplex pós­ ­consumo do mercado brasileiro, com rigidez competitiva. O pro­ duto tem 50% de fibras recicladas em sua composição, sendo 30% vindas de pós­consumo. A Green Mining tem 24 funcio­ nários registrados, entre ex­coo­ pe ra dos e ex­catadores de rua, que coletam papelão e papel­car­ tão na cidade de São Paulo. Eles utilizam triciclos de carga — bici­ cletas adaptadas para transporte que evitam o trânsito e as emis­ sões de CO² — com as quais reco­ lhem materiais recicláveis em 720 bares, restaurantes e condomínios

da capital paulista. Os pontos de coleta recebem o serviço da Green Mining sem custos. O sistema é fi­ nanciado por empresas como a Ibema, que assumiram a respon­ sabilidade de fazer o que deter­ mina a Política Nacional de Resí­ duos Sólidos, ou seja, uma coleta independente do poder público. ATERRO ZERO – No dia 18 de maio, a Ibema recebeu, em evento vir­ tual promovido pela certificado­ ra Estre Ambiental, o selo 100% Aterro Zero, concedido para a unidade de Turvo (PR). Na uni­ dade de Embu das Artes (SP), em meados de 2019, o feito já havia sido reconhecido com o mes­ mo selo, englobando a gestão dos resíduos sólidos gerados na planta. Essa certificação com­ prova que todos os dejetos gera­ dos em suas unidades são enca­ minhados ao reaproveitamento, seja por meio de parceiros, for­ necedores, ou gerenciados pela própria empresa, resultando em nenhum resíduo encaminhado para aterros industriais. www.ibema.com.br

Livro aborda indústria gráfica 4.0

Comemorando o Dia da Indústria Gráfica, foi lançada em 24 de junho a

obra Indústria Gráfica 4.0 – Uma Abordagem Histórica, Tecnológica e Eco­ nômica, de autoria de Jorge Maldonado, diretor da Afeigraf e da ExpoPrint & ConverExpo Latin America 2022. Representantes da Afeigraf, APS e ABTG, organizações patrocinadoras, participaram do evento on-line e debate­ ram esse tema tão atual. A obra, em formato e-book, é gratuita e pode ser acessada no site www.expoprint.com.br.


ROLAND 900 Evolution Inovação para qualidade superior.

Competência em embalagens. A impressora de grande formato ROLAND 900 Evolution proporciona economias de custo e energia, excelente qualidade de impressão e tempos de acerto ainda mais rápidos para todas as suas demandas de embalagem. ROLAND 700 Evolution Elite n ROLAND 700 Evolution Speed n ROLAND 700 Evolution Lite n ROLAND 900 Evolution

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Foto: Gleison Rezende

Manejo tradicional intercalando área plantada com área convencional Ricardo Coube ao lado da primeira AccurioLabel 230 instalada no Brasil

Parque gráfico da Tiliform ingressa na impressão digital Com longa ex­pe­riên­cia em tec­ nologia gráfica, o Grupo Tiliform, se­dia­do no município paulista de Bauru, agregou a impressão digi­ tal ao seu parque in­dus­trial com a primeira impressora digital Ac­cu­ rioLa­bel 230, da Konica Minolta, instalada no País. O equipamen­ to, que produz rótulos e etiquetas em velocidade de até 23,40 me­ tros/minuto (modo de produção), tem resolução de 3.600 × 1.200 dpi × 8 bits, conta com tecnolo­ gia para controle de densidade automático e não requer qual­ quer pré-tratamento de mídia an­ tes da impressão. “A impressora da Konica Minolta é a nossa primei­ ra ex­pe­riên­cia em impressão di­ gital de rótulos e etiquetas. Opta­ mos por investir no equipamento devido à crescente demanda por menores tiragens e mais agilidade

na entrega de rótulos”, explica Ricardo Coube, sócio-diretor do Grupo Tiliform. Fundado em 1985 como par­ te dos ne­g ó­c ios do Grupo Tili­ bra, tornando-se uma empresa in­ dependente quatro anos depois, o Grupo Tiliform acumula longa ex­p e­r iên­cia no segmento gráfi­ co atendendo desde clien­tes das ­­áreas alimentícia, far­ma­cêu­ti­ca e química, até varejistas, supermer­ cadistas e empresas do setor cos­ mético, de ves­tuá­rio e bebidas. Em sua linha de produção, dividi­ da em dois parques fabris, encon­ tram-se itens como embalagens flexíveis, rótulos, etiquetas ade­ sivas e bobinas térmicas (recibo para terminais de checkout), com certificação ISO para o seu sistema de controle de qualidade.

Entidade que reú­ne a cadeia produtiva de árvores plantadas, a In­ dústria Brasileira de Árvores (Ibá) completou sete anos de atividade em abril. Entre os principais objetivos da as­so­cia­ção estão o trabalho ativo para alinhar as empresas fi­lia­das no mais elevado patamar de ciên­cia, tecnologia e responsabilidade so­cioam­bien­tal e ­atuar para que os brasileiros conheçam o setor, que entrega produtos essenciais para o dia a dia de todos. Em uma de suas ini­cia­ti­vas recentes, a entidade realizou um le­ vantamento do volume de árvores para fins industriais plantadas por dia, constatando que foi atingida a marca de um milhão de no­ vas mudas cultivadas dia­ria­men­te. Trata-se de um número muito significativo uma vez que as árvores são responsáveis por remover e estocar CO² , um dos gases do efeito estufa, que causa graves proble­ mas climáticos. Os produtos gerados a partir do pinus, do eucalipto e outras es­pé­cies plantadas para fins industriais estocam carbono. A celulose na­cio­nal chega às mãos de milhões de pes­soas em todo o planeta em produtos como livros, embalagens, tecidos de viscose e pa­péis hi­giê­ni­cos. Das árvores cultivadas surgem inúme­ ros outros produtos. Essa agroindústria coloca o Brasil na posição de referência mun­dial e apresenta uma receita bruta total na casa de US$ 100 bilhões, com investimentos previstos em expansão de R$ 35,5 bilhões até 2023, destinados para florestas, novas fábricas, expansões, tecnologia e ciên­cia. www.iba.org

www.tiliform. com.br

Novo adesivo Henkel para lombada de livros

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Um milhão de árvores cultivadas plantadas por dia

Desenvolvido com ma­té­rias-primas locais, a Henkel introduziu no mercado, em abril, o novo adesivo hotmelt à base de poliureta­ no Technomelt PUR 3351, para a fabricação de lombada de livros. O produto é fruto do trabalho da equipe de Pesquisa & Desen­ volvimento da fábrica de Jun­diaí, no in­te­ rior de São Paulo, para atender às necessi­ dades do setor edi­to­rial, que sempre espera por tec­no­lo­gias inovadoras. Segundo a fa­ bricante, a nova solução oferece a possibi­ lidade de operar em menores temperatu­ ras, entre 110° C e 140° C, 10° C abaixo dos

adesivos convencionais; permite o atingi­ mento de força satisfatória (5,5 N/cm) após seis horas de aplicação e força máxima de­ pois de 18 a 24 horas do adesivo aplicado no ma­te­r ial; promove res­f ria­m en­to rápi­ do, facilitando o manuseio após a aplica­ ção; e pro­p or­cio­na menor desgaste dos equipamentos operacionais. O produto está disponível ao merca­ do gráfico brasileiro e também pode ser exportado a unidades da Henkel em ou­ tros paí­ses da América Latina para atender demandas locais. www.henkel.com


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Qualidade impecável do livro de capa dura A linha de fabricação de livros de capa dura BF 513 foi desenvolvida com alta tecnologia para atender as diversas demandas de tiragens longas, pequenas ou tiragens de até um exemplar com troca rápida de serviços. Polivalente, a BF513 é fácil de operar e, portanto, ideal para iniciantes na produção industrial de livros capa dura.

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Economia circular na Lexmark com a coleta de cartuchos

Heidelberg promove campanha com Masterwork Group Sob o tema “O mundo da emba­

Marcelo Pires, gerente de Logística da Lexmark Brasil

Mais de 80% do volume de su­ primentos en­via­do no Brasil para seus clien­tes retornaram à Lex­ mark após a utilização, por meio do seu Programa de Coleta de Cartuchos, o que permitiu des­ tinar corretamente 525 tonela­ das de materiais aos centros de reciclagem em 2020, transfor­ mando os não servíveis em ma­ téria-prima para fabricação de novos produtos. A Lexmark está completando 30 anos de existência e, nos últi­ mos 14 anos, conseguiu incorpo­ rar mais de 26 milhões de quilos de materiais reciclados na pro­ dução de novos dispositivos. Ela utiliza plásticos reciclados pós­ -consumo, que são reintroduzi­ dos na cadeia produtiva e ajudam a reduzir o uso de novos recursos naturais e a quantidade de re­sí­ duos em aterros sa­ni­tá­rios. Esses

esforços não só promovem a ino­ vação e o crescimento econômico, mas ajudam a economia circular e a sustentabilidade. Atual­men­te, os materiais que a empresa mais recicla são os suprimentos toners e fotocondutores. “Também desenvolvemos os equipamentos para que eles ofe­ reçam melhor efi­ciên­cia energé­ tica, com menor uso possível de energia, e suprimentos de gran­ de capacidade e maior durabilida­ de. A ideia é que a menor quanti­ dade de cartuchos seja utilizada para imprimir a maior quantida­ de possível de páginas”, esclare­ ce Marcelo Pires, gerente de Lo­ gística da Lexmark Brasil. Hoje, a Lexmark possui programas de co­ leta em mais de 60 paí­ses, o que corresponde a mais de 90% do seu mercado global.

lagem é seu”, desde 18 de mar­ ço está no ar uma campanha da Heidelberg dirigida para gráfi­ cas de embalagem, com foco em sua as­s o­c ia­d a chinesa MK Masterwork Group. O objetivo é rea­fir­m ar ao mercado brasi­ leiro a con­f ia­bi­li­da­de da parcei­ ra global MK , única a oferecer a certificação GS, que garante a con­f ia­bi­li­da­de e a segurança do produto segundo os rigoro­ sos padrões da ­União Europeia e da Alemanha. Através da cam­ panha, o clien­te fica conhecen­ do o universo de soluções da MK para o segmento, a exemplo das máquinas de corte e vinco auto­ máticas Easymatrix CS, Proma­ trix 106 CS, Promatrix 106 CSB e Promatrix 145 CSB, assim como as coladeiras de cartucho Dia­na Go 85, Dia­na Easy 85/115, Dia­na Inspector, Dia­na Smart 55/80/115 e Dia­na Eye 42 55.

PARCERIA – Em 2011, quando foram feitas as primeiras ne­ go­cia­ções entre as duas em­ presas, na China, decidiu-se que a Heidelberg seria o par­ ceiro global de vendas das máquinas MK . Em 2016, o port­fó­lio de vendas foi am­ plia­do e a MK consolidou-se como um dos grandes players da indústria mun­dial de em­ balagens. Três anos depois, a MK tornou-se investidor-ânco­ ra da Heidelberg e a coo­pe­ra­ ção entre ambas se fortaleceu. O grupo chinês passou a for­ necer componentes de alta qualidade para as máquinas da Heidelberg e da MK, crian­ do valor agregado com base na redução de custos e no au­ mento da efi­ciên­cia, dentro da ideia Together & Better (Jun­ tos & Melhor). Mais informa­ ções na página http://bit.ly/ HeidelbergMK .

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Programa para venda de HP Indigo recondicionadas Para permitir que provedores de serviços de impressão de qualquer porte entreguem impressão digital de maneira produtiva, com economia nas despesas de capital, a HP Inc. lançou em março um programa para a venda de im­ pressoras digi­ tais HP Indigo re­c on­d i­c io­n a­ das. O recém-lançado programa Cer­ti­fied Pre-Owned (termo inglês para Pro­prie­da­de

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Prévia Certificada, em referência a equi­ pamentos usados) inclui um port­fó­lio de impressoras digitais HP Indigo 10000 re­ con­di­cio­na­das para impressão co­mer­cial e embalagem e começa com o formato B2, em preços mais acessíveis. As impressoras são certificadas e revendidas após passarem por rigoroso processo de renovação, garantin­ do os be­ne­fí­cios da HP Indigo em termos de qualidade e aplicações avançadas. O mode­ lo ini­cial já está disponível e outros poderão ser in­cluí­dos ao longo do ano. www.hp.com.br


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ENTREVISTA Por: Tânia Galluzzi

Gabriella Michelucci

Papelão ondulado segue em expansão, mas preço das aparas preocupa

G

abriel la Michelucci atua no segmento de papelão ondulado há 35 anos. Já enfrentou muita crise e os impactos do sobe e desce da economia na indústria de transformação. Engenheira química, diretora de Embalagens de Papelão Ondulado na Klabin e, desde

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2014, presidente da Empapel, Associação Brasileira de Embalagens em Papel (ex-ABPO), Gabriella empunha com propriedade a bandeira da valorização do setor em que milita. Nesta entrevista, ela fala sobre desabastecimento, elevação no custo das aparas, novas aplicações e as primeiras conquistas da Empapel.


entrega. Antes da pandemia, tínhamos prazos A última vez que conversamos, em outubro do ano passado, a senhora dizia que, com otimismo, de entrega entre sete e 30 dias. O que aconteceu o fornecimento de papelão ondulado estaria nor- é que os sete permaneceram sete e os 30 viraram até 60 dias. Somos um setor customizado, que malizado em fevereiro de 2021. Porém, em março trabalha sob encomenda, e essa elasticidade no a situação ainda era difícil. Qual o cenário hoje? prazo de entrega trouxe uma tensão entre nós, Tínhamos a expectativa de ter o am biente os fabricantes, e o mer­ sob controle no segun­ cado, porque os esto­ do trimestre. Na virada ques dessa cadeia, que já do ano, havía mos pro­ praticamente não exis­ jetado crescimento em De abril de 2020 até tiam, entraram num torno de 4% para o se­ abril deste ano, o preço estresse muito grande. tor de papelão ondu­ da apara subiu 165%. lado, número que re­ Apesar de todos os Em maio ocorreu a primeira visamos para 4,5% no problemas, não tivemos início de 2021. Termi­ desabastecimento. Você estabilização, mas sem nado abril, revisitamos pode não ter encontra­ uma definição do que vai nossa proposição para do o leite de uma marca acontecer no segundo uma elevação de 6,9% específica, mas vá rias semestre e sem viés de num cenário modera­ outras estavam à dispo­ do. Só lembrando que sição. Não houve para­ baixa, o que é uma no ano passado cresce­ da na fabricação de pa­ posição incômoda. mos 5,5% e neste ano pel, nem de embalagem. já estamos falando em O setor continuou for­ 7%. Isso considerando a te e absorvendo o cres­ versão anterior do PIB. cimento na demanda. Os analistas falam agora em 4%, 4,5% de cres­ Em 18 meses seguidos batemos 15 recordes de cimento do PIB em 2021. Provavelmente no fi­ expedição. Isso sem investimentos novos no se­ tor, mas obviamente com ganhos de eficiência. nal do segundo trimestre teremos uma nova previsão de expansão para o segmento. Fechamos abril com o 10º recorde mensal A base da indústria de papelão ondulado é a ficonsecutivo em entregas de embalagens de pa­ bra reciclada e em nossa conversa anterior a sepelão ondulado. Olhando esse cenário de for­ nhora relatou problemas no fornecimento de aparas por conta do necessário isolamento social. ma moderada, existe sim a probabilidade de acumularmos novos recordes dentro do ano. O quadro já se normalizou? Ainda não tivemos a recuperação plena dessa lo­ Eu diria que é um cenário bastante positivo. Analisando este segundo trimestre, já te­ gística reversa. Os estoques nessa parte da ca­ deia, no reciclador, estão muito baixos. Não há mos informações de melhoria nos prazos de EXPEDIÇÃO DE PAPELÃO ONDULADO Volume no mês de abril e variação interanual 20% abr/2021: 323.878 (+13,5%)

300 250

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201 0

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5

200 6

–10%

200

milhares de toneladas

350

Variação interanual (eixo à dir.)

Fonte: Empapel

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Finalizando, como foram os primeiros meses da Empapel e o exercício de aproximação com outras entidades? Foi desa fiador. Concluí mos em dezembro de 2020 o processo de transição da ABPO, depois de 45 anos, para a Empapel. Já conseguimos trazer novos associados do nosso próprio setor e Agora falando de sustenlançamos o IBPO, Índi­ tabilidade, quais são as linhas de pesquisa e desence Brasileiro de Papelão O que veremos é a volvimento nas quais a Ondulado, que envol­ substituição de embalagens indústria de papelão onve os números que cita­ plásticas de uso único dulado vem trabalhando? mos no começo da en­ para embalagens de trevista. Passados cinco Há muitas oportuni­ meses de existência da d ades pa ra emba l a­ papel. Já encontramos nos Empapel, consolidamos gens de papelão ondu­ supermercados bandejas uma relação que já vi­ lado, sobretudo a partir de papelão ondulado nha sendo construída do desenvolvimento de substituindo o isopor em junto à Ibá e à ABTCP, barreiras a base de fon­ tes renováveis. Tendo alugamos um andar de embalagens de alimentos acesso a essas barrei­ um prédio, onde coe xis­ porcionados como ras, nosso universo se tiremos, cada qual com legumes e frutas. amplia muito. No curto sua as so cia ção, mas prazo, o que veremos é lado a lado. a substituição de emba­ As três entidades lagens plásticas de uso vão compartilhar áreas único para embalagens de papel. Já encontra­ comuns, como contabilidade, departamento mos nos supermercados bandejas de papelão on­ jurídico e financeiro. Esperamos terminar as dulado substituindo o isopor em embalagens de obras em 90 dias. Também nos aproximamos alimentos porcionados como legumes e frutas. muito de Two Sides, e temos discutido vários Outra tendência, rea lidade no mercado ex­ assuntos todos juntos, inclusive com a Abi­ terno, é a shelf­ready packaging, que é a embala­ graf. A primeira etapa que era tornar o setor mais forte, mais unido, já conseguimos. A pró­ gem que transporta, armazena e vai direto para a gôndola, organizando os produtos e apresen­ xima é incluir outros segmentos das embala­ gens de papel dentro do nosso universo e trazer tando a marca. Nessa linha, estamos vendo o setor investir em tecnologia, buscando maior novos indicadores, dando visibilidade a esses produtos em todo o Brasil. definição na impressão. piora, mas uma estabilidade num nível baixo. De abril de 2020 até abril deste ano, o preço da apara subiu 165%. Em maio ocorreu a primeira estabilização, mas sem uma definição do que vai acontecer no segundo semestre e sem viés de baixa, o que é uma posição incômoda.

EXPEDIÇÃO DE PAPELÃO ONDULADO Dados dessazonalizados e médias móveis trimestrais 340

300 280 260 240

abril /junho 2021

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Média móvel de 3 meses

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7

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201 4

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201 3

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Série mensal

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9 ■

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8 200

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5 200

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Fonte: Empapel

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mai/18: 235.726

dez/08: 221.690

220

18

abr/21: 338.908

jun/18: 319.974

320

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milhares de toneladas

360



NOVA GESTÃO Texto: Tânia Galluzzi e Fábio Behrend

Sistema Abigraf empossa nova diretoria Levi Ceregato deixa o comando da Abigraf Nacional, agora liderada por Sidney Anversa Victor. Em substituição a Sidney, João Scortecci assume a Regional São Paulo.

N

o dia 10- de junho foi realizada, de forma virtual, a posse da diretoria da Abigraf Nacional para o triênio 2021/2023. A cerimônia, transmi­ tida da sede da entidade, em São Paulo, contou com as presenças de Levi Ceregato, presidente da diretoria executiva da Abigraf Nacional, Ju­ lião Flaves Gaúna, presidente do Conselho Di­ retivo, Sidney Anversa Victor, presidente elei­ to, João Scortecci, que assumiu a presidência da Abigraf Regional São Paulo, e Wilson dos San­ tos, vice­presidente da Regional Ribeirão Preto. SETE ANOS DE DEDICAÇÃO

Em discurso emocionado, Levi Ceregato relem­ brou a trajetória à frente da Nacional, destacan­ do o intenso trabalho rea lizado em sete anos e os principais desa fios enfrentados. Tendo as­ sumido a associação em 2014, o líder setorial conviveu, além das questões inerentes ao setor, com um ambiente político instável, com o im­ peachment de Dilma Rousseff, a forte crise eco­ nômica e a avassaladora pandemia provocada pelo coronavírus.

Entre as principais conquistas, Levi ressal­ tou o fim do conflito tributário ISS × ICMS, que se arrastava há mais de 30 anos, levando insegu­ rança jurídica às gráficas. Para tanto, foi decisiva a formação da Frente Parlamentar da Indústria Gráfica em Brasília, sob a coordenação do depu­ tado Baleia Rossi, e a inauguração do escritório político na Capital Federal, reforçando a im­ portância da entidade nas três esferas de poder. Na busca por horizontes mais amplos, a Abi­ graf Nacional promoveu palestras com perso­ nalidades como Delfim Neto, João Dória, José Serra, Paulo Skaf, Milton Jung, Mário Covas Neto, entre outros. Foi, também, intensifica­ da a parceria com as duas mais importantes entidades empresariais do Brasil, CNI e Fiesp. Com o objetivo de servir de bússola e levar alento aos empresários, durante a pandemia a Abigraf elaborou centenas de comunicados e promoveu dezenas de lives, municiando os as­ sociados com informações sobre medidas tra­ balhistas e tributárias e com alternativas e solu­ ções apresentadas por especia listas. Tais ações permitiram, inclusive, que a associação estrei­ tasse os laços de cooperação e amizade inter­ nacionais com gráficos de Portugal, Espanha, México e Estados Unidos, fora o apoio a campa­ nhas como #SouMaisPapel e #DefendaoLivro. Levi Ceregato se mantém como presiden­ te do Sindicato das Indústrias Gráficas no Es­ tado de São Paulo, Sindigraf­SP, cumprindo o mandato até 2022. REDESCOBERTA E RENOVAÇÃO

Levi Ceregato

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Reconquistar o gráfico é a principal meta de Sid­ ney Anversa Victor, que comandará a Abigraf Nacional nos próximos dois anos, trazendo na bagagem sua ex periência na presidência da Re­ gional São Paulo. “Temos gente nova assumindo o controle de empresas com décadas de merca­ do. Queremos atrair boas cabeças, que nos aju­ darão a pensar o futuro da entidade”. Entenden­ do a demanda por renovação, Sidney afirma que


trabalhará para a formação de uma coalisão que sustente as ações da entidade daqui para fren­ te. “Essa nova geração tem uma responsabilida­ de muito grande, que é manter vivas e fortes as nossas empresas e o nosso setor. Será um de­ safio muito grande liderar a entidade em bus­ ca dessa renovação, dessa redescoberta do papel da Abigraf em prol de nosso negócio”.

Gaúna, sobre anseios e sugestões. As conversas resultaram em um plano de trabalho dividido nas áreas de finanças, serviços, comunicação, gestão, capacitação, mercado, regionais e pleitos específicos. E brincou com a nova diretoria: “Vo­ cês foram sensacionais, e na primeira reunião vamos dividir as tarefas para todos. Contem co­ migo, mas eu garanto que minha gestão vai ser tranquila, porque vocês vão trabalhar muito”. FOCO NA COMUNICAÇÃO

Com a ida de Sidney Anversa Victor para a Abi­ graf Nacional, a presidência da Regional São Paulo passa para as mãos do vice­presidente, João Scortecci, da gráfica Scortecci, comple­ tando a gestão eleita para o período 2019/2022. “Em primeiro lugar darei continuidade ao pla­ nejamento que vinha sendo desenvolvido”, afirmou Scortecci. O novo presidente pre­ tende, também, reorga ni zar o departamento

Sidney Anversa Victor

Sidney, que é fundador e diretor executivo da Congraf Embalagens, contou um pouco de sua história, quando começou a trabalhar aos 11 anos de idade entregando cartões de visita que o pai, Ubirajara, dono de uma papelaria, vendia. Desde os anos 70 Sidney participa das atividades setoriais e afirmou que, pelo seu ta­ manho e estrutura, a Abigraf pode e deve atrair outras entidades para a sede da Rua do Paraíso. “Tudo é impressão. Pode ser em papel, lata, vinil, plástico, mas se é impresso, tem a ver com a Abi­ graf e deve ser defendido pela nossa entidade”. Sidney contou que pretende abrir a entida­ de para que se transforme num grande centro de conhecimento, informação, desenvolvimen­ to, inovação e tecnologia aplicada a todo e qual­ quer tipo de impressão. “Vamos trazer a ABTG para perto dos gráficos de todo o País, seremos uma entidade moderna, que vai promover de­ senvolvimento e oferecer as condições para que nossos associados possam crescer”. Sidney encerrou seu discurso lembrando que os diretores de todo o País, que assumem junto com ele a missão de conduzir a Abigraf, foram consultados pelo vice­presidente, Ju lião

João Scortecci

financeiro, identificando os inadimplentes e criando um pacote de benefícios capaz de atrair as empresas que se afastaram da entidade por conta das dificuldades geradas pela pandemia. Outro plano é melhorar a comunicação com os associados e o mercado, fortalecendo os canais atuais e criando outros. “Temos de ir além da prestação de contas. Devemos mos­ trar as ações e eventos futuros, deixando claro os benefícios que as empresas têm ao se asso­ cia rem.” Scortecci vai, ainda, estimular o tra­ balho dos grupos setoriais, bastante ativos na gestão anterior.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA ABIGRAF NACIONAL Triênio 2021 / 2023 DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Executivo: Sidney Anversa Victor (SP) ◆ Vice-Presidente: Julião Flaves Gaúna (MS) ◆ Diretor Secretário: Roque Noschang (RS) ◆ Diretor Secretário Adjunto: Edson Benvenho (PR) ◆ Diretor de Relações com o Mercado: Rodrigo Velloso de Almeida (MG) ◆ Diretor de Relações com o Mercado Adjunto: Evandro Rogério Volpato (SC) ◆ Diretor Financeiro: Carlos Roberto Jacomine da Silva (SP) ◆ Diretor Financeiro Adjunto: José Carlos Fassarella Meneghetti (RJ) ◆ Vice-Presidente Região Nordeste: Josair Santos Bastos (BA) ◆ Vice-Presidente Região Sudeste: Cristhine Samorini (ES) ◆ Vice-Presidente Região Sul: Cidnei Luiz Barozzi (SC) ◆ Vice-Presidente Região Centro-Oeste: João A. Batista dos Santos (DF) DIRETORES PLENÁRIOS Abílio de Oliveira Santana (PR) ◆ Altair da Graça Cruz (MS) ◆ Antônio Eustáquio de Oliveira (DF) ◆ Antonio Ivo Daflon dos Santos (RJ) ◆ Dirceu Cipriani (AC) ◆ Cleber Guimarães Bastos (BA) ◆ Elba Maria Valois Coutinho (PE) ◆ Fabio Gabriel dos Santos (SP) ◆ Floriano Alves da Silva Junior (AL) ◆ Gilson Lopes (PI) ◆ João Marcelo Azevedo Santos (PA) ◆ João Ricardo Scortecci de Paula (SP) ◆ Lidio Moreira dos Santos (MT) ◆ Lorena Scopel Depizzol (ES) ◆ Luiz Carlos Dias de Oliveira (MG) ◆ Marcone Tarradt Rocha (PB) ◆ Marcos Antônio do Carmo (GO) ◆ Marcos Dybas da Natividade (PR) ◆ Pedro de Sousa Cunha Júnior (GO) ◆ Roberto Antonio Jaeger (RS) ◆ Roberto José Bastos Ferraz (PI) ◆ Sebastião Avalone Lira Freitas (RO) ◆ Vicente de Paula Aleixo Dias (MG) CONSELHO FISCAL Carlos Augusto Di Giorgio Sobrinho (RJ) ◆ Fernando Mayer (SC) ◆ Ricardo Marques Coube (SP) CONSELHO FISCAL João Baptista Depizzol Neto (ES) ◆ Marcel Molz Coutinho (RS) ◆ Valdomiro Luiz Paffaro (SP)

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REVISTA ABIGR AF


VIRTUAL.DRUPA 2021

A Drupa inicia uma nova história Pressionados pelas dificuldades conseguimos isso.” Esse pensamento é con­ criadas desde o início do ano passado firmado pela diretora de Projetos de Tecno­ pela pandemia, que levaram ao logias de Impressão, Sabine Geldermann: adiamento da Drupa 2020 para “O número elevado de participantes globais, tanto em termos de expositores quanto de este ano, os organizadores do visitantes, resultou em um diá logo da in­ evento realizaram a primeira versão dústria particularmente importante duran­ inteiramente digital da principal feira te esse tempo. O amplo espectro de grupos global de tecnologias de impressão. de visitantes, perfis e áreas de interesse

A

22

Vir tual.Drupa, que aconteceu de 20 a 23 de abril, veio para preen­ cher o hiato criado entre o tradi­ cional evento presencial programado para o ano passado e o próximo, a ser rea lizado em 2024. O novo formato, puramente di­ gital, registrou expressiva participação in­ ter nacional com números muito positivos. Provenientes de 35 países, 212 expositores, juntamente com as equipes de suas subsi­ diá rias globais, apresentaram port fólios de produtos e inovações com seus show­ rooms online. A indústria gráfica brasileira também se fez presente por intermédio do primeiro estande vir tual da Abigraf. Os expositores forneceram estímulos vitais para explorar um novo potencial, juntamente com o programa abrangente de con fe rências, com 130 apresentações adicionais no contexto de cinco fóruns es­ peciais, abordando questões­chave, bem como me gatendências globais e seu im­ pacto na indústria. Outros indicadores, como um volume de cerca de 600 mil vi­ sua li zações de página e 45 mil usuá rios únicos, reforçam o elevado grau de inte­ resse pelo evento. Visitantes internacio­ nais, de 155 países, representaram mais de 82% do público total, destacando­se o fato de a Vir tual.Drupa ter facilitado o acesso a clientes potenciais em todos os continen­ tes e ter sido adotada como uma platafor­ ma digital para transferência de conheci­ mento inter nacional e oportunidades para a geração de negócios. Para Erhard Wienkamp, COO da Mes­ se Düsseldorf, organizadora da feira, “a Vir­ tual.Drupa foi implementada para man­ ter o contato com a indústria durante a pandemia. Os números demonstram que REVISTA ABIGR AF

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foi muito representativo. Isso também se aplica aos expositores e seus portfólios de produtos ao longo de toda a cadeia de valor”. TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO

O programa de quatro dias de apresen­ tações na Área de Conferências e Espaço de Exposições proporcionou amplos deba­ tes sobre os problemas e desafios enfren­ tados atual mente pela indústria gráfica. Eles se concentraram em quatro tópicos principais: Inteligência Ar ti ficial, Consu­ midor Conectado, Economia de Platafor­ ma e Economia Circular. Estudos de caso e

ideias inovadoras para os diferentes setores da indústria foram transmitidos nos cinco fóruns especiais da Virtual Drupa: Embala­ gem Touchpoint, Drupa Cube, Touchpoint Têxtil, 3D Fab + Print e DNA Next Age. Os expositores puderam mostrar suas inovações, produtos e serviços no Espaço de Exposições, apresentar tecnologias vol­ tadas para o futuro e soluções de desenvol­ vimento corporativo, bem como responder a perguntas sobre questões atuais na comu­ nidade de impressão e embalagem duran­ te sessões ao vivo na web. A função de chat permanecerá aberta até o final de outu­ bro, para reuniões com clientes e de acom­ panhamento. Além disso, vídeos e pales­ tras estarão disponíveis na videoteca sob demanda, permanecendo online até o fi­ nal de dezembro deste ano, assim como os showrooms virtuais dos expositores. A Messe Düsseldorf já marcou a próxi­ ma edição da Drupa para o período de 28 de maio a 7 de junho de 2024.

130 conferências

125

em 5 fóruns

sessões online

com uma média de 140 participantes

600.000 visualizações de páginas Mais de

212

144

expositores de 35 países

45.000 usuários únicos

horas

de conteúdo transmitido

www.virtual.drupa.com

Mais de

82

de visitantes internacionais



ARTIGO ESPECIAL

Texto: David Pitmann

Drivers digitais em etiquetas

J

á se passaram algumas décadas desde que o termo “digital” entrou pela primeira vez no vocabulário da indústria de impres­ são de etiquetas. Desde então, aqueles que estavam na vanguarda e a adotando quando o mercado ainda era muito embrioná rio foram atropelados por uma base de clientes madura, exigindo soluções experimentadas, testadas e refinadas à medida que a impressão digital se tornava mais disseminada. Com a evolução da tecnologia — velocida­ des mais rápidas, melhor qualidade, maior con­ sistência etc. —, o mercado absorveu as oportu­ nidades proporcionadas pela impressão digital. Isso foi percebido em salas de impressão em todo o mundo por meio de instalações de hard­ ware, no momento que os impressores se preo­ cupavam em responder aos comportamentos do consumidor do século 21; ao advento de tira­ gens curtas e à tendência contínua de persona­ lização; assim como, às demandas dos proprie­ tários de marca por novos modelos de negócios para fornecer entrega just­in­time e minimi­ zar o desperdício na cadeia de abastecimento. Com isso, vemos muitos adotantes digitais em etiquetas operando agora em múltiplas linhas. Eles também estão abraçando as diferentes tec­ nologias de impressão digital e as característi­ cas e capacidades exclusivas de cada uma para aumentar seu potencial de atender ao ambiente de negócios de hoje e de amanhã. Cada vez mais, o uso final está determinan­ do a escolha da tecnologia, seja esta representa­ da por substratos desafiadores, como frequen­ temente é visto em vinhos e bebidas destiladas; rótulos duráveis que são resistentes a vários fa­ tores ambientais; rótulos de cerveja e de beleza, nos quais alcançar a aparência e toque corretos é fundamental; ou rótulos de alimentos, que de­ vem ser esteticamente atrativos ao mesmo tem­ po em que atendam às rígidas regulamentações de segurança alimentar. Na maioria, essas impressoras digitais são encaixadas ao lado de máquinas flexográficas e offset. Há exemplos, desde os primeiros casos,

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em que isso não proporcionou o caminho mais eficaz para o ROI, com os recursos e capacida­ des da impressão digital prejudicados pelas ten­ tativas de procurar adequar a tecnologia den­ tro dos fluxos de trabalho já existentes. Hoje, é amplamente reconhecido que, para aprovei­ tar ao máximo um investimento em digital, o ecossistema em torno da impressora é tão im­ portante quanto a própria máquina. Isso ajuda a enviar os pedidos recebidos por meio da pré­im­ pressão para a área de impressão e, em seguida, encaminhá­los para o acabamento e a conver­ são da maneira mais segura e efetiva possível. O ponto de partida é, inva riavel mente, o MIS / ERP correto, projetado para lidar com o maior número de pedidos e trabalhos, as com­ plexidades de tais trabalhos e a quantidade de dados envolvidos, sendo capaz de acompa­ nhar a impressora e mantê­la abastecida com trabalhos rentáveis. Modelos de negócios web­ ­to­print estão surgindo em um ritmo cada vez maior, trazendo a conveniência do e­commerce experimentada pelos consumidores no dia a dia para o mundo business­to­business. Embora isso não funcione para todos, é provável que uma quantidade crescente de trabalhos destinados a impressoras de etiquetas digitais seja alimen­ tada por vias online. Isso cria uma estrutura to­ talmente diferente para os impressores de eti­ quetas, que podem estar mais fami liarizados com os fluxos de trabalho tradicionais e veem os pedidos chegando pela porta e sendo pro­ cessados pelo departamento de pré­impressão. A provável desaceleração do processo de pré­ ­impressão resultará na necessidade de as em­ presas encontrarem novas funções para seus funcionários. Isso pode ser uma vantagem para muitos, pois cria novas oportunidades de cresci­ mento, aproveita recursos subutilizados dentro de uma força de trabalho e fortalece o roteiro de desenvolvimento pessoal para a equipe. Talvez pareça assustador para alguns, mas é uma con­ sequência inevitável da transformação digital. Não deve ser temido, mas sim absorvido e inte­ grado nas estratégias corporativas para o futuro.


Da mesma forma, por um pe­r ío­do, hou­ Uma dessas oportunidades foi a embalagem ve preo­cu­pa­ções sobre como a transformação flexível impressa digitalmente. A embalagem digital impactaria os processos de impressão flexível é uma meta amplamente desejada pe­ analógica e suas con­se­quên­cias. Im­pul­sio­na­da los impressores de etiquetas. Os de­sa­f ios técni­ em parte pela efi­cien­te atividade de mar­ke­ting cos permanecem nessa área devido às maiores da indústria digital e sua presença impositiva demandas colocadas sobre as embalagens pri­ per­mean­do a cadeia de suprimentos, a si­t ua­ má­r ias e como elas se re­la­cio­nam com as tec­ ção acabou ficando tão no­lo­g ias instaladas de carregada que, em de­ impressão de etiquetas, terminado momento, a como UV, embora haja indústria de impressão um trabalho em anda­ A realidade no chão de digital teve que declarar mento na cadeia de su­ fábrica hoje é que o digital ofi­c ial­men­te: ‘não esta­ primentos para mitigar e o analógico são processos mos aqui para matar a e ali­v iar essas preo­c u­ de impressão totalmente flexo’. Nos últimos anos, pa­ ções. Além disso, uma complementares. Isso a indústria flexográfi­ quantidade crescente de é realizado por meio da ca vem rea­g in­do e pas­ hard­ware está hoje dispo­ crescente quantidade sando por um acen­tua­do nível para permitir um de opções ‘híbridas’ ressurgimento técnico, rápido retorno da produ­ disponíveis — híbrido incluindo ganhos de efi­ ção de embalagens fle­ ‘completo’, híbrido ciên­c ia, automação da xíveis impressas digital­ ‘verdadeiro’, híbrido configuração da impres­ mente, usando jato de ‘integrado’ etc. —, que sora e melhor padroni­ tinta aquoso ou tec­no­ zação do processo. Ela lo­g ias de toner. Perma­ combinam o melhor de também se tornou mais nece uma necessidade ambos os processos presente e competitiva de aprendizado entre os no mercado, encorpan­ impressores de etique­ do os esforços de mar­ke­ting para real­çar os pon­ tas, pois os materiais de embalagem flexível e os tos fortes e as vantagens da flexo no século XXI. usos finais são totalmente diferentes. Dito isso, Como resultado, a rea­li­da­de no chão de fá­ é provável que veremos mais e mais conversores brica hoje é que o digital e o analógico são pro­ de rótulos mudando para embalagens flexíveis cessos de impressão totalmente complemen­ conforme as oportunidades se apresentarem. tares. Isso é rea­li­z a­do por meio da crescente Agregar valor é outra área de oportunidade quantidade de opções ‘híbridas’ disponíveis — para impressores de etiquetas dispondo do di­ gital. Na batalha contínua para vencer no ‘mo­ híbrido ‘completo’, híbrido ‘verdadeiro’, híbrido mento da verdade’ e oferecer o maior apelo nas ‘integrado’ etc. —, que combinam o melhor de prateleiras, mais e mais sistemas estão sendo ambos os processos, bem como as capacidades introduzidos para aprimorar e embelezar eti­ que foram liberadas e cria­das. Tirando a carga de uma impressora flexográfica de imprimir quetas impressas digitalmente com processos analógicos pós-impressão ou sistemas nativos pequenas tiragens, ao implementar um fluxo de trabalho de impressão digital, por exemplo, digitais mais novos que podem ser aplicados em as impressoras de etiquetas podem aumentar metalização, vernizes e outros efeitos visuais, o volume de trabalho que colocam em suas im­ bem como elementos táteis para atrair o dese­ jo dos consumidores em tocar e sentir. Acredito pressoras Gallus, Mark Andy, Nilpeter, MPS ou que a indústria de etiquetas está preparada para ­Bobst. Da mesma forma, as impressoras digitais agora são capazes de rea­li­zar tiragens maiores, receber a próxima onda da transformação digi­ tal, combinando sua expertise na impressão digi­ com isso deixando uma impressora flexográfica livre para produzir os trabalhos de maior valor. tal com uma capacidade de adaptação e mudan­ ça. Em vez de ficar preo­cu­pa­da, a indústria de Isso maximiza o OEE e acelera o ROI, tanto para etiquetas está an­sio­sa para saber como o digital hard­ware digital quanto analógico. Para muitos pode preparar os ne­gó­cios para o futuro e está impressores de etiquetas, isso agora abriu novas pronta para abraçar todas as oportunidades oportunidades de ne­gó­cios e novos mercados que estão por se apresentar. que antes não po­d iam ser atendidos por eles.

David Pitmann, jornalista especializado em B2B, é o editor da Digital Labels & Packaging. abril /junho 2021  REVISTA ABIGR AF

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Foto: xb100 / br.freepik.com

Da exportação à inteligência artificial, cabe tudo nessas ondas Entre abril e maio, o podcast Ondas Impressas discutiu vários temas pertinentes ao universo da impressão, recebendo oito convidados.

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ara discutir a viabilidade da ex­ portação de produtos gráficos, os âncoras do podcast Ondas Impressas — a jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa — convidaram a geren­ te de comércio inter nacional da Amcham Brasil, Giselle Hipolito, que por 13 anos co­ ordenou projetos de exportação dentro da Abigraf. O quarto episódio da segunda temporada recebeu também Fabricio Le­ mos, diretor da gráfica Forma Certa, que fez sua primeira operação internacional em plena pandemia. “A pandemia fez a gente se reinventar. Se estamos nos posicionan­ do como uma das maiores estruturas digi­ tais da América Latina, por que não aten­ der outros países que também podem ter as mesmas dores que os clientes nacionais?”, diz o empresário. No dia 28 de abril foi lançado o episó­ dio sobre o case da Editora Loyola, com a participação de Paulo Morégola, diretor de comunicação, e Edson Ter tu lia no, ge­ rente de produção. Eles descrevem como a gráfica solucionou o gargalo das pequenas tiragens, possibilitando o ressuprimento automático por meio da impressão digi­ tal. “Com a impressão digital, temos agora a possibilidade de trabalhar na offset pro­ dutos que não conseguíamos atender por­ que as máquinas estavam di re cionadas REVISTA ABIGR AF

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à produção dos livros da editora, por ve­ zes com tiragens de 300, 400 exemplares”, afirma Paulo Morégola. Em meados de maio, o podcast se debru­ çou sobre os papéis finos a partir do pon­ to de vista de duas influenciadoras desse segmento: Claudia Ferreira e Sabine Lenz. Depois de trabalhar em fábrica e distribui­ dor de papel, Claudia criou há quatro anos o Portal do Papel, ponto de encontro para designers, criativos, gráficos e fornecedores. Na mesma linha, a alemã Sabine, radicada nos Estados Unidos, pilota o Paper Specs, também incentivando e valorizando o uso de papéis finos. No sexto programa, Claudia comenta as movimentações e estratégias dos fabri­ cantes desse tipo de suporte, a postura de algumas gráficas em relação aos papéis fi­ nos e a função dos influenciadores na ca­ deia de produção. “Acho desperdício uma gráfica com uma impressora digital par­ ruda não ter um papel diferenciado para oferecer ao cliente. É falta de estratégia de venda.” Sabine Lenz fala sobre a demanda de papel nos Estados Unidos e ambas en­ fatizam a visão positiva dos jovens em re­ lação à mídia impressa. “Mais do que nun­ ca, o ser humano quer a ex periência tátil. E esse é um espaço onde o papel e a im­ pressão podem brilhar. Eu fico surpresa

com o quanto os millenials e geeks gostam do impresso. O vi sual, o toque do papel, até o cheiro da tinta é atrativo. E o mundo digital nega isso a eles.” Fechando o mês de maio, o Ondas Im­ pressas conversou com Vivian de Oliveira Preto, coordenadora pedagógica, e Paulo Brandão, instrutor de formação profissio­ nal, ambos do Senai Informática, de São Paulo. O papo girou em torno das aplica­ ções da inteligência ar tificial na indústria de impressão, como aplicativos de manipu­ lação de imagem, sistemas de fluxo de tra­ balho, automação dos equipamentos e dis­ positivos de controle de qualidade. “Na área comercial, a inteligência ar tificial pode fa­ zer um trabalho fantástico, identificando outras necessidades entre os clientes que a gráfica já tem”, comenta Vivian. Os episódios do Ondas Impressas estão disponíveis nas principais plataformas de podcast: Spotify, Amazon Music, Apple Pod­ casts, Google Podcasts, Deezer, Overcast e Stitcher.

ONDAS IMPRESSAS Site: ondasimpressas.buzzsprout.com E-mail: ondasimpressaspodcast@gmail.com Instagram: @ondasimpressas LinkedIn: Ondas Impressas


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ExpoPrint & ConverExpo

Jorge Maldonado

Robôs Autônomos

Big Data Analítico

Realidade Aumentada

Simulação

A indústria gráfica 4.0

e seus desafios Manufatura Aditiva

Sistemas de Integração Vertical e Horizontal

Internet Industrial das Coisas

Os nove pilares da indústria gráfica 4.0.

A Nuvem

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período de confinamento de praticamente todas as co­ munidades do mundo devido à pandemia da Covid­19 obri­ gou a implementar trabalhos de casa (home office), o estudo a distância (EAD), a solici­ tação de serviços por entrega e outros, que permitiram rea lizar essas tarefas sem ne­ cessidade de contato físico e mantendo o distancia mento social para evitar o con­ tágio na pandemia. Tudo isso demonstrou

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Cibersegurança

a importância dos sistemas digitais quan­ do estão conectados em rede, pois foi por meio da pandemia que houve a possibili­ dade da rea lização de todas as atividades acima mencionadas. A tecnologia, além de demonstrar sua relevância, sofreu um im­ pulso para se aperfeiçoar, e num curto pe­ ríodo de tempo, o que também vai permitir a aceleração da implantação da tecnologia 4.0, que possibilitará o ingresso definitivo da indústria gráfica nesse formato.

Fonte: “A Indústria 4.0, uma Abordagem Histórica, Tecnológica e Econômica” – Jorge Maldonado

O conceito de “Quar ta Revolução In­ dustrial” nasce no ano de 2011, na Alema­ nha, conforme Brettel1 a define, em 2014: “A Indústria 4.0 é um novo paradigma in­ dustrial, ba seado na produção individua­ lizada, integração horizontal em redes co­ nectadas e integração digital da cadeia de 1 Coautor do artigo “How vir tua li zation, de­ centra li zation and network building change the manufacturing landscape”


produção”. Na definição de ­Lee2 (2015), “o conceito principal da tecnologia 4.0 é o Sistema Ciber-Físico (SCF), que é definido como a combinação de sistemas físicos e cibernéticos, quer dizer, eles a­ tuam como se fossem um só, numa combinação perfei­ ta. O que acontece no físico tem efeitos no vir­tual e vice-versa”. Os be­ne­f í­c ios para as empresas são a rápida habilitação dos sistemas nos pro­ cessos produtivos, maior flexibilidade, in­ cremento de efi­ciên­cia, melhora na quali­ dade dos produtos e diminuição de custos, entre outros. A Indústria 4.0 tem como fundação nove pilares ou tec­no­lo­g ias habilitadoras que já existem como produtos independen­ tes no mercado. O que esse novo conceito de indústria rea­li­za­rá é integrar esses pila­ res, otimizando o fluxo de produção para conseguir efi­ciên­cia, o que provocará mu­ danças nas tradicionais relações de produ­ ção entre fornecedores, produtores e clien­ tes. Os nove pilares são cons­ti­tuí­dos por: Big Data Analítico, A Nuvem, Simulação, Integração Vertical e Horizontal, Inter­ net In­dus­t rial das Coisas, Os Robôs, Ma­ nufatura Aditiva, Rea­l i­d a­de Aumentada e a Ciber Segurança. Os de­sa­f ios na implantação da quarta revolução in­dus­trial estão diretamente re­ la­cio­na­dos aos investimentos, si­tua­ção que fica ainda mais complexa num cenário de estagnação econômica, que afeta o Brasil desde 2014, levando à falência cerca de 120 empresas com mais de 30 fun­cio­ná­r ios nos segmentos de embalagens e impressão edi­ to­r ial, os mais significativos do setor, se­ gundo números oficiais do ano 2018. Ob­ via­men­te a si­tua­ção pós-pandemia é ainda mais dramática. Também existe a si­t ua­ç ão de in­f raes­ tru­tu­ra, em que, para que exista uma har­ monia no fun­cio­na­men­to desses nove pi­ lares, será necessária uma in­f raes­tru­tu­ra de comunicação que dê preferência aos da­ dos, com uma maior velocidade, respos­ ta em tempo real e conectividade. Quem 2  Autor do artigo “A cyber-physical systems architecture for industry 4.0-based manufac­ turing systems”

chega para assumir este importante papel dentro dessa nova revolução in­dus­t rial é a tecnologia 5G. Aqui, o papel do gover­ no é de enorme importância, consideran­ do que a tecnologia móvel 5G transmite com uma maior frequência, mas o alcance dela é menor, portanto, é necessária a ins­ talação de uma maior quantidade de ante­ nas para assegurar o seu fun­cio­na­men­to. Na atua­li­da­de, o governo brasileiro prepa­ ra um leilão de frequências que é o início da implantação desse sistema de tecnolo­ gia móvel no País e que im­pul­sio­na­rá com um grande salto tecnológico de efi­ciên­cia a indústria 4.0. Historicamente, toda revolução da in­ dústria provocou um impacto na vida das pes­soas, na economia e principalmente no emprego. Nesta quarta revolução in­ dus­trial acontecerá exatamente o mesmo, porque ela precisará de trabalhadores al­ tamente es­pe­cia­l i­za­dos. Fica evidente en­ tão que trabalhadores sem qualificação fi­ carão à margem dessas novas posições, já que grande parte das atividades ligadas a trabalhos menores, sem exigência de co­ nhecimentos específicos, serão eliminadas ou subs­t i­t uí­d as por algum dos nove pila­ res da indústria 4.0, ou seja, pela robótica, a integração de sistemas, ou outros. Infor­ mação, treinamentos, cursos específicos e qualquer meio de obter conhecimentos so­ bre esta nova revolução in­dus­trial são es­ senciais para fazer parte dela e isso é res­ ponsabilidade dos em­pre­sá­r ios e também dos pró­prios trabalhadores. Outro desafio é a demanda. Os hábitos e necessidades de consumo já vinham mu­ dando, mas com a pandemia da covid-19 esse comportamento foi ainda mais drás­ tico. Desde a rejeição de consumidores ao plástico, como é o caso das embalagens de alimentação por delivery, até o aumento de consumo do livro impresso e ainda o au­ mento de con­f ian­ç a do consumidor com produtos que tenham menor manipula­ ção humana. Os fabricantes de equipamen­ tos da indústria gráfica estão cien­tes des­ sa nova rea­li­da­de, e já apresentam soluções que levam em conta essa demanda utili­ zando como fator comum a indústria 4.0, como foi demonstrado na última Drupa

Vir­t ual. Entender o que tal demanda exi­ ge é uma obrigação de sobrevivência para o empresário do setor gráfico. Finalmente, uma das grandes dúvidas na implantação da indústria 4.0 é a de­ finição do retorno sobre o investimento. Um estudo rea­li­z a­do pelo Ministério da Economia, em conjunto com o governo do Estado de São Paulo, e apresentado em ja­ neiro de 2020 no Fórum Econômico Mun­ dial, em Genebra, Suí­ça, manifestava que: “Os de­sa­f ios apontam para as questões fi­ nanceiras identificadas na falta de recur­ sos pró­prios, na necessidade de linhas de fi­nan­cia­men­to, e na dificuldade em ter um retorno de investimento em tec­no­lo­gias 4.0 atrativas frente a outros projetos”. No ­atual am­bien­te de incerteza, os investimentos devem ser con­di­cio­na­dos a profundos estu­ dos de via­bi­l i­da­de econômica que conside­ rem as exi­gên­cias da demanda, a si­tua­ção ­atual da organização, das necessidades de conhecimento dos recursos humanos, das soluções que oferecem os fornecedores de equipamentos, de muita informação sobre esta revolução in­dus­trial e também de as­ ses­so­r ias es­pe­cia­l i­za­das, que tenham aces­ so a todos esses conhecimentos específicos no mercado da indústria gráfica. A indústria gráfica 4.0 já está entre nós. A estratégia básica é conhecê-la e domes­ ticá-la, para que assim, depois, ela acabe trabalhando em nosso favor.

EXPOPRINT & CONVEREXPO LATIN AMERICA 2022 5 a 9 de abril de 2022 3ª a 6ª-feira: das 13h às 20h Sábado: das 10h às 17h ExpoCenter Norte Pavilhões Verde e Vermelho São Paulo SP Brasil www.expoprint.com.br

Jorge Maldonado é diretor da ExpoPrint & ConverExpo Latin America 2022, diretor da Afeigraf e sócio-gerente da Vimagraphics. jorge.maldonado@aeprotec1.com abril /junho 2021  REVISTA ABIGR AF

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CONFERÊNCIA

Soluções Bobst para moldar o futuro do mundo das embalagens

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á um ano, ao di­ vulgar sua nova visão para a in­ dústria de embalagens, a fabricante suíça antecipou que estava desenvolven­ do soluções que da riam suporte aos clientes para se prepararem a uma pro­ funda transformação da indústria. No dia 9 de ju­ nho, na sua Conferência Anual 2021, rea lizada de forma vir tual, fo­ ram anunciadas novas soluções que sur­ gem para tornar rea lidade essa visão de futuro da Bobst. As novidades agora apresentadas apoiam claramente a estratégia e a visão da Bobst, construídas com base em qua­ tro pilares centrais. Seja ao proporcionar maior automação para maior produtivida­ de, digitalização otimizada e conectividade para melhor integrar as soluções dos convertedores, ou sustentabilidade supe­ rior para reduzir desperdícios e aumentar a eficiência. “Desenvolvemos uma visão ambiciosa e, um ano depois, estamos lançando novas soluções para ajudar os donos de marcas e convertedores a oferecer melhor qualida­ de, eficiência e controle, de forma susten­ tável, num momento em que essas qualida­ des nunca foram tão importantes”, explicou Jean­Pascal Bobst, CEO do Grupo Bobst. Confira abaixo as soluções recém­lança­ das, que abordam as diferentes indústrias atendidas pela empresa. PARA A INDÚSTRIA DE CARTUCHOS ◆

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Expertfold 110 Versão A3 – Nova dobra­ deira­coladeira multifunção, apresenta módulos integrados para produção dedi­ cada de fundo automático e 4 e 6 cantos.

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Novafoil 106 Stamper de Folha Quente – Nova máquina de hot­stamping, fornece metalização multicolorida e possui iné­ dita seção de metalização cruzada. Apli­ cada também para alto e baixo relevos, holograma e até corte e vinco. ◆ Accuregister – Nova versão do sistema de alimentação de folhas, aproveitando os melhores elementos do Power Regis­ ter, lançado há 20 anos, e agora adaptado perfeitamente à linha Novacut. ◆ Pacote de redução de tempo de setup – As corte e vinco Bobst 106 agora dispõem de um pacote opcional de redução de tempo de setup. Com ele, os convertedores mini­ mizam o tempo de inatividade, melhoram a ergonomia e aumentam sua produção. ◆ Mesa de Inspeção Digital, Cartuchos 106 – Adequado para o formato 106, esse dis­ positivo digital inteligente compara os resultados de produção com o PDF ori­ ginal do cliente. Inspeciona desde a im­ pressão até decoração e corte, incluindo braile e relevo. ◆

PARA A INDÚSTRIA DE EMBALAGENS DE PAPELÃO ONDULADO ◆

Mastercut 1.65 – Única máquina proje­ tada para conversão litolaminada, pro­ cessa chapas e caixas de papelão ondula­ do, bem como litolaminados. Combina as

vantagens das máquinas de corte e vinco de emba­ lagens de papel­cartão e de papelão ondulado, proces­ sando desde cartão sólido de 300 g até litolaminado de onda BC dupla. ◆ Speed pack – Embalador automático, disponível na Ex pertfold 145/165,Ex­ pertfold 170­350 m e Mas­ terfold 170/350 m. Pode lidar com todos tipos de caixas, sejam on­ duladas ou laminadas, desde caixas sim­ ples, 4 e 6 cantos, até o fundo automático. PARA A INDÚSTRIA DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS

OneBar rier – Família de novos substra­ tos alternativos e sustentáveis desen­ volvidos entre a Bobst e seus parceiros. Um projeto­chave dentro do OneBar rier é focado em soluções livres de Evoh para polieti leno monomaterial de alta barrei­ ra (PE), maximizando a quantidade de PE e oferecendo uma estrutura reciclável e econômica. ◆ Rotogravura R S 5003 – Impressora roto­ gravura de alta qualidade e velocidade até 450 m/min em variados substratos flexí­ veis. Novas soluções baseadas na Vision RS 5003 atendem às necessidades dos clientes e dos mercados locais. ◆ Parceria Sieg werk para tintas à base de água – As novas tintas à base de água da Sieg werk são utilizadas em parceria nas impressoras rotogravura Bobst, com um conteúdo de VOC muito menor do que as alternativas base d’água existentes no mercado. ◆

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55 ANOS. DE VIDA.


GESTÃO

Hamilton Terni Costa

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os três grandes mercados gráficos — editorial, comercial/ promocional e embalagens —, somente o último apresenta maior crescimento comparativo, a ponto de que hoje, somando­se os três, as emba­ lagens impressas superam em mais de 50% o faturamento gráfico mundial, segundo a consultoria Smithers. A notável expansão do segmento de embalagens foi nitidamen­ te sentida na pandemia, especialmente as de papelão ondulado, flexíveis, rótulos e as de cartão. Seja pelo extraordinário aumen­ to do delivery, seja pela demanda fracionada de alimentos e outros produtos. Da mesma forma, foram impactados impressores em todos os cantos com a cons­ tatação de quedas de volumes em merca­ dos tradicionais. Muitas gráficas tiveram que rever seus planos, a partir da situação da pandemia, sobre o futuro do negócio e entender para onde está indo o mercado, tentando buscar os melhores caminhos. As gráficas generalistas, que fazem um pouco de tudo, em geral de menor porte, não se intimidam em ir buscar alternativas em rótulos, etiquetas e em embalagens de cartão, principalmente em tiragens peque­ nas e médias. Outras, mais especia lizadas, que atuam no mercado editorial e promo­ cional, começam a aventurar­se na busca de embalagens em cartão que possam atender na adaptação de seus equipamentos, com um pouco mais de dificuldade na parte de colagem. Impressoras offset e corte e vin­ co automáticas já são parte de seu parque fabril. Coladeiras de embalagem, não. As dúvidas mais frequentes se referem ao antigo dilema entre diversificação e es­ pecia li zação. Fazer mais produtos dentro da mesma produção ou eventualmente com

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Passar a produzir embalagens é um caminho para sua gráfica? alguma terceirização, ou então ir fundo na definição de um nicho ou nichos de merca­ do e especia lizar­se? Para médias e grandes gráficas essa decisão é fundamental. Não há como ser um player diferenciado, competiti­ vo e com um volume razoável de produção, em qualquer mercado, se não houver espe­ cia lização. Desde prospecção, vendas, aten­ dimento, produção e serviços agregados. Quais os grandes fornecedores de em­ balagens flexíveis, ou mesmo de cartão, ou ainda de rótulos para envasamentos auto­ máticos para grandes marcas ou para mer­ cados específicos como grandes farmacêuti­ cas, que não possuam ampla especialização no que fazem? Há gráficas generalistas que conseguem manter diferentes linhas de produtos, especialmente de acabamen­ tos, e que consigam atender com eficiência, custo e inovações a todos os segmentos em que atuam? Muito poucas, ou nenhuma, eu diria, embora algumas, especial mente as de material promocional, dizem fazer pro­ duções de embalagem de cartão. Claro que fazem, mas não é seu mercado dominante. E seguramente não terão condições de com­ petitividade quando a produção for dema­ siadamente técnica, com exigências de cer­ tificações específicas, mediante contratos de fornecimento que incluem estocagens prévias e entregas just in time. Coloco isso porque muitas gráficas genéricas ou mais focadas até então em material promocional e editorial, enten­ dem que devem converter­se em gráficas de embalagem, pois aí está o futuro. Não tiro a razão delas, cada uma está buscan­ do o melhor para si, mas várias considera­ ções devem ser feitas para uma tomada de decisão nesse sentido. Apresento sete delas a seguir.

PRIMEIRA NÃO HÁ MERCADO SUFICIENTE DE EMBALAGENS PARA TODOS

Pelo menos, agora. Seja de qual tipo for. Cartonadas, flexíveis, rótulos ou ondula­ das. Veja que eu sempre coloco os rótulos na categoria de embalagens. Ou seja, ge­ rar mais oferta em um mercado competi­ tivo pode não ser o melhor caminho. Com a economia crescendo, o mercado cresce. Se o País conseguir avançar em reformas, destravar a economia e buscar o seu po­ tencial, não há dúvida que todo o segmen­ to de embalagens impressas vai se benefi­ ciar. Mas precisa haver crescimento e, na média, o Brasil cresceu 0,3% ao ano entre 2001 e 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas. Não que não haja espaço para boas ofertas, incluindo inovações em proces­ sos, ao contrário. Como o que começa a se estabelecer com equipamentos digitais inkjet para micro­ondulado ou mesmo de outras ondas, elevando o nível de impres­ são em máquinas de formato de até 2 me­ tros, permitindo o desenvolvimento de caixas especiais, com reprodução de ima­ gens no nível da impressão offset. Merca­ do em crescimento, ampliando produções que são feitas em geral em flexografia com baixa resolução. Outro exemplo é o ainda pequeno, mas crescente, mercado de embalagens em car­ tão para nichos e cuja produção em equi­ pamentos digitais começa a ganhar tração, trazendo possibilidades de criações di fe­ renciadas e relevantes. Estudo da Primir/ VDMA /Economist 1 mostra que esse nicho 1 Worldwide Market for Print 2.0 – Global Opportunities in Packaging – NPES/VDMA/ Economist – 2016


representaria 3,5% do faturamento global de embalagens em 2020, nisso incluindo rótulos também impressos digitalmente e que correspondem entre 75% e 85% dessa produção, segundo essa projeção. Esse estu­ do já tem algum tempo e, pelo que estamos vendo na prática, a migração, es­pe­cial­men­ te de rótulos de baixa tiragem impressos em flexografia para impressão digital, é constante e tem lógica. Que­ro dizer que há oportunidades. Se­ jam locais, em re­g iões onde in­dús­trias de alimentos ou de bens em geral compram embalagens vindas de grandes centros e que podem ser abastecidas por gráficas lo­ cais, seja pelo atendimento de pequenas e mé­d ias empresas no desenvolvimento de produtos que necessitam ser embalados. Mas os grandes números dependem de um desempenho melhor da economia. O crescimento das embalagens está li­ gado principalmente a fatores demográfi­ cos, so­cioe­co­nô­mi­cos e até culturais. A cres­ cente urbanização, o crescimento da classe média, a mudança de hábitos e na forma de compra dos produtos, e o aumento do po­ der aquisitivo in­f luem no seu desempenho. Ter um olho atento nessas transformações ajuda na detecção de oportunidades. SEGUNDA  PARA SER BEM-SUCEDIDO NA TRANSIÇÃO À PRODUÇÃO DE EMBALAGENS É PRECISO UMA REVISÃO GERAL DO NEGÓCIO

Redefinir seu foco estratégico e ter em men­ te que vender embalagens como negócio principal requer uma abordagem co­mer­ cial específica. A geração de ­leads, a forma de apresentação e os contatos são, de for­ ma geral, diferentes dos da venda de pro­ dutos comerciais, muitas vezes com outros compradores dentro do clien­te. É uma venda mais técnica, es­p e­c ial­ men­te quando o clien­te tem linhas automa­ tizadas de produção. A embalagem integra o produto do clien­te e em muitos casos é parte da comunicação e do processo de ven­ da desses produtos. Padrão de cores, ade­ quação de fibras da matéria-prima, ajustes de semicortes e vincos, definição do subs­ trato, armazenagem no frio ou no quente, resistência e muitas outras variáveis têm de ser entendidas e executadas de acordo.

Como con­s e­q uên­c ia, todo o proces­ so de recepção de arquivos, preparação de materiais, ava­lia­ção de matéria-prima e todo o fluxo de produção tem de ser re­ visto e gra­dual­men­te adequado às exi­gên­ cias dos clien­tes. Dependendo do forneci­ mento, a adequação am­bien­tal, vestimenta dos colaboradores na produção, hi­g ie­n i­ za­ç ão e sistemas de controle são mais do que ne­ces­sá­r ios. Por integrar as linhas de produção, fun­ cio­na­rem em máquinas de envase ou sela­ gem automáticas, os requisitos de fabrica­ ção são mais rígidos. Além disso, in­dús­trias, como as de alimentos, são regidas por nor­ mas específicas que devem ser cumpridas.

O crescimento das embalagens está ligado principalmente a fatores demográficos, socioeconômicos e até culturais. A crescente urbanização, o crescimento da classe média, a mudança de hábitos e na forma de compra dos produtos, e o aumento do poder aquisitivo influem no seu desempenho. Ter um olho atento nessas transformações ajuda na detecção de oportunidades.

Daí porque não se fornece a far­ma­cêu­ti­cas, empresas de alimentação, automobilística e muitas outras sem as certificações ade­ quadas. Seja de sistemas de qualidade tipo ISO 9000 e vá­r ias outras como ambien­ tais e as específicas, va­r ian­do por tipo de in­dús­trias. E as visitas de certificação de fornecedores é também obrigatória. TERCEIRA  PRODUÇÃO HÍBRIDA

Na transição para embalagens é comum a adoção de outros processos de produ­ ção como flexografia e/ou impressão digi­ tal para quem está ba­sea­do em offset. Isso

passa por uma curva de aprendizagem im­ portante e a necessidade de revisão do work­ flow. Além disso, a gestão de cores passa a ser um item relevante para a manutenção dos padrões estabelecidos com o clien­te, cores especiais, aplicação de vernizes em linha e outras considerações. O sistema de planejamento deve ser aprimorado e o fluxo de pré-impressão adequado aos diferentes tipos de impres­ são. Essa adequação nem sempre é feita com sucesso levando a imensos des­per­d í­ cios. A flexografia, por exemplo, tem evo­ luí­do a passos largos na sua automação e redução de tempos parados, mas, ainda as­ sim, exige procedimentos diferentes dos de offset, a começar pela boa confecção de cli­ chês e, em es­pe­cial, do controle de tintas e toda sua operação. Sem falar da boa ade­ quação à impressão digital, que começa na abordagem di­fe­ren­cia­da já em vendas e se­ gue em um fluxo de produção mais enxuto com uma atenção própria. QUARTA  MATÉRIA-PRIMA

Essa é outra questão importante. Seja car­ tão, papel adesivo ou resinas. No momen­ to, todos esses substratos passam por uma turbulência causada pela pandemia, tan­ to no seu fornecimento quanto nos seus preços. É uma questão mun­d ial, conjun­ tural, e que ainda levará um tempo para se acomodar. Ainda assim, há questões de fornecimento que são estruturais. No caso de cartão, e mesmo de resinas plásticas, há a dependência de poucos for­ necedores, o que limita aumentos de volu­ mes em médio prazo. Quem for se estabe­ lecer em embalagens tem que ne­go­c iar o suprimento dos substratos como garantia de sua sobrevivência futura. Para pequenas quantidades isso não chega a ser um pro­ blema. Mas, ao se aumentar o volume de vendas, isso pode ser um grande problema e uma restrição importante. QUINTA  AS QUESTÕES AMBIENTAIS

O que já era uma temática importante, com a pandemia tornou-se ainda mais. Há e haverá uma pressão crescente para tudo o que se refere a sustentabilidade. E as em­ balagens estão no meio de toda essa dis­ cussão. É o que se chama do paradoxo da abril /junho 2021  REVISTA ABIGR AF

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embalagem: extremamente útil e neces­ sária, por um lado, e uma vilã da nature­ za por outros, considerando es­pe­cial­men­te as embalagens plásticas. Essa é uma história de vá­rios lados, mas há dois pontos fortes. Um, é o crescente in­ centivo ao uso de materiais de fontes reno­ váveis, como o papel e o cartão, em detri­ mento aos materiais de origem fóssil, como os plásticos, olhados dentro de novos ecos­ sistemas de produção como o da economia circular, com o aproveitamento, reciclagem e reaproveitamento de materiais e produtos con­ve­nien­te­men­te descartados. O outro ponto, é esse mesmo. A neces­ sidade de políticas e de ações públicas e pri­ vadas que permitam a logística reversa no recolhimento dos materiais usados e sua reciclagem e uma boa rede de coleta, que impeça o descarte em locais inadequados como terrenos a céu aberto, rios e ocea­nos. O plástico não será extinto, apesar dos desenvolvimentos de novos materiais com base em celulose, além da redução de ca­ madas plásticas em pouches e assemelha­ dos, ou mesmo o aumento da sua bio­de­g ra­ da­bi­li­d a­de. Sua utilidade é muito grande, como se pode ver nas embalagens flexí­ veis, na proteção e durabilidade dos produ­ tos. Além de mais leve, o que é ótimo em termos logísticos, as embalagens flexíveis permitem uma excelente comunicação nas suas ­­áreas impressas. De toda maneira, esse é um assunto amplo e importante. Se­r iam ne­ces­sá­r ios vá­r ios artigos para dissecá-lo e não é esse o nosso objetivo. O importante aqui é res­ saltar que quem está ou estiver no merca­ do de embalagens deverá ter em conta o ci­ clo de vida completo da própria embalagem. Desde a cria­ção, até seu descarte e utiliza­ ção. Como fabricante, a participação nes­ se processo será cada vez mais importante e responsável. SEXTA  AS NOVAS TECNOLOGIAS EM DESENVOLVIMENTO

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Há vá­r ias delas que exigirão mais dos con­ vertedores à medida que se tornarem viá­ veis economicamente. E algumas já estão aí, como a incorporação de selos de seguran­ ça, códigos de barra, hologramas e outros contra fraudes, mostrando a autenticidade REVISTA ABIGR AF  abril /junho 2021

e permitindo a ras­trea­bi­l i­da­de dos produ­ tos. Já há um imenso mercado mun­d ial estimado em mais de US$ 100 bilhões só para esses controles.2 Entram nisso também outras aplica­ ções, como etiquetas, que, pela degrada­ ção das cores, mostram o tempo útil de vida dos produtos embalados; rótulos aco­ plados a sistemas de comunicação; paga­ mentos via celular, como os NFC s (near ­f ield com­mu­ni­ca­t ion), que já estão em nos­ sos smartphones; ou controles por etiquetas de RFID mais baratas.

Há várias novas tecnologias que exigirão mais dos convertedores à medida que se tornarem viáveis economicamente, como a incorporação de selos de segurança, códigos de barra, hologramas e outros contra fraudes, mostrando a autenticidade e permitindo a rastreabilidade dos produtos. Já há um imenso mercado mundial estimado em mais de US$ 100 bilhões só para esses controles.

O uso da Inteligência Ar­ti­f i­cial para re­ colhimento de dados relativos às rea­ções dos consumidores frente as embalagens, sua abertura, sua utilização e até mesmo descarte, será um instrumento poderoso para a melhoria da relação das marcas com seus clien­tes. Esse desenvolvimento irá to­ car também os fornecedores, sem dúvida. As tec­no­lo­g ias que permitem a inte­ ração do ma­te­r ial impresso com o mun­ do digital se expressam pelo uso da RA (rea ­l i­d a­de aumentada), códigos QR e ou­ tros, proporcionando maiores informa­ ções do produto e ex­pe­r iên­c ias positivas 2  Global anti counterfeit packaging market – 2017–2025 – Inkwood Research – 2017

do consumidor com as marcas. Saber inte­ grar essas tec­no­lo­g ias ao processo de cria­ ção e de produção podem ser boas alavan­ cas de negócio junto aos clien­tes por parte dos fornecedores de materiais gráficos. SÉTIMA  OPORTUNIDADES ADICIONAIS DE NEGÓCIO ATRAVÉS DE SERVIÇOS

Agregar serviços aos clien­tes, além dos ma­ teriais impressos, sempre resulta em uma maior integração com os mesmos e permite a construção conjunta de valor. Essa é uma peça-chave a quem queira se destacar mais no competitivo mercado de embalagens, seja de qual tipo for. Nesse aspecto, há um mar de oportuni­ dades para as empresas que incorporarem essa mentalidade de serviços à sua oferta de ne­gó­cios. Que serviços? Além da já tra­d i­c io­n al oferta de logística, como estocagens, en­ tregas just in time e até mesmo distribuição de produtos, há crescentes oportunidades, muitas embutidas no que já citamos aqui, como: ajudar na cria­ção de projetos dentro dos conceitos da economia circular; ajudar no controle e ras­trea­bi­li­da­de dos produtos nos pontos de venda; acompanhar o desen­ volvimento das aplicações de Inteligência Ar­ti­f i­cial e transportar para o mundo im­ presso; aplicativos que levem mais informa­ ções e ex­pe­r iên­cias aos clien­tes das marcas. E muito mais. O que vale é construir a re­ lação com os clien­tes como um fornecedor estratégico em suas necessidades de pro­ teção, distribuição, comunicação e venda dos seus produtos. Concluindo: sim, imprimir e produzir embalagens, seja de qual tipo for, pode ser um caminho va­lio­so para os que ainda não estão nesse mercado. O que não significa que seja uma transição fácil, sem o enten­ dimento dos de­sa­f ios dos que já estão nele, a competição crescente e as mudanças obri­ ga­tó­r ias no foco e em todos os processos de ne­gó­cios da empresa. E agora, responda: esse vai mesmo ser o caminho da sua gráfica?

Hamilton Terni Costa é diretor da AN Consulting hterni@anconsulting.com.br


Avenida Dr. Alberto Jackson Byington, 3015 06276-000 – Osasco, São Paulo, Brasil Tel.: 3659-4500 www.bmfgrafica.com.br


JUNHO/2021

Texto: Tânia Galluzzi

Digital PrintZ, uma nova casa para os criativos GRÁFICA RÁPIDA E DIGITAL, A NOVA EMPRESA VEM CONQUISTANDO O CORAÇÃO DE PRODUTORES GRÁFICOS PELO SUPORTE AOS PROJETOS, SOLUÇÕES EXCLUSIVAS E MUITO DIÁLOGO.

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(E/D): Marcos Gabriel dos Santos, sócio-proprietário; Paolo Trevisan, gerente industrial; e Osvaldo Sampaio, gerente comercial

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arcos Santos estava prestes a deixar o mercado gráfico. Permaneceria próximo ao universo da impressão, mas se preparava para sentar-se do outro lado da mesa, em uma agência de publicidade. Porém, há dois anos um projeto alterou seus planos, decidiu continuar na indústria e montar uma unidade de impressão digital. Assim, em março de 2020, nasceu a Digital PrintZ (fala-se Print Z).

Marcos trabalhou na empresa da família desde a adolescência. Formado em Publicidade e Cinema, com pós-graduação em Design Gráfico e especialização em Xilogravura, Marcos é um amante das artes gráficas e um fuçador de novas tecnologias. Desde meados da década passada busca o modelo de negócio ideal para atrair mais clientes com os recursos da tecnologia digital. Nesse meio tempo, foi a China e aos Estados Unidos para aprofundar-se na impressão em plástico e lenticular 3D. Ao aplicar o que aprendeu, viu, no espaço de um ano, o faturamento com a impressão em plásticos e lenticular crescer 30%. “Nos Estados Unidos acompanhei a tecnologia digital sendo usada no lenticular, o que nos permitiria avançar ainda mais nessa área.” Em 2019, depois de uma viagem a HP, em Israel, tomou a decisão de investir no digital, alinhada à estratégia da abertura de uma empresa direcionada à produção de pequenas e médias tiragens, materializada no início do ano passado, com a chegada da HP Indigo 12000 HD.


Instalada num espaço de 2.000 m² em Osasco, zona oeste da capital paulista, a Digital PrintZ sofreu os revezes de dar seus primeiros passos num campo minado pela pandemia. A reforma das instalações, que deveria tomar poucos meses, estendeu-se por quase um ano, mas não impediu o trabalho concomitante de seus 38 colaboradores. O segundo turno foi adotado no início de junho deste ano, quando foi instalada também uma router de grande formato. “O ano de 2020 foi muito duro, mas, com a parceria comercial de várias empresas, nos deu a estabilidade necessária nos primeiros meses”, afirma Marcos Gabriel. “Mesmo com as dificuldades, fechamos o primeiro ano conseguindo não só pagar as contas quanto bancar novos investimentos.” A estrutura produtiva, formada pela HP Indigo e linhas de acabamento, foi incrementada com uma impressora flatbed de grande formato, com tecnologia Led UV, da Agfa, que foi adquirida após a vinda de Osvaldo Sampaio para estreitar o relacionamento com as agências de publicidade e trazer sua experiência em mobiliário urbano. Materiais personalizados “No início fizemos muitos livros, revistas e álbuns de fotografia. Com a crise provocada pela Covid e as oscilações de mercado, voltamos para o promocional e hoje atendemos principalmente produtores gráficos e clientes diretos.” Para eles, a gráfica vem produzindo sobretudo kits promocionais, como caixas especiais que encantam influenciadores digitais e conquistam curtidas no Instagram. Foi justamente a

demanda por esse tipo de produto que provocou a compra da impressora de grande formato. Nesse meio tempo estão sendo feitos testes em plástico lenticular para elevar ainda mais a customização dos produtos e abrir um leque de novas aplicações. Outro nicho importante contempla os catálogos de moda. “Nosso foco está nos materiais personalizados com recursos diferenciados de acabamento.” Para atender os produtores, a Digital PrintZ mantém dois profissionais que atuam como consultores no desenvolvimento das peças, gerenciados por Paolo Trevisan, para mostrar as mais diferenciadas aplicações atendendo melhor as necessidades de cada cliente. Recuperando uma prática das décadas de 1980 e 1990, Marcos quer trazer os produtores para dentro da gráfica. Está

sendo montada uma estrutura com sala de reunião, espaço comunitário e cozinha, algo como um coworking para os criativos. A ideia, segundo o empresário, é agilizar a produção e criar uma relação mais próxima com o cliente. “Diferente do que acontecia no passado, o objetivo não é apenas o networking, o foco é trabalho com conforto máximo. A nova geração não quer estender o expediente, eles buscam otimizar o tempo visando uma melhor qualidade de vida”, afirma Marcos. Os planos do empresário, que tem como sócio Denis Rossi, envolvem, no médio prazo, a venda ao consumidor final por meio de uma plataforma web-to-print e a compra de uma segunda HP Indigo. “Já fazemos o B2B via internet, mas só vamos abrir para o público quando conseguirmos oferecer a mesma qualidade de atendimento no pós-venda que hoje nos caracteriza”, diz Marcos. Ele está de olho, também, na flexografia digital, mirando a confecção de rótulos personalizados para bebidas e cosméticos.

DIGITAL PRINTZ SERVIÇOS GRÁFICOS EIRELI Av. Dr. Alberto Jackson Byington, 1460 (Vila Menck) 06273-050 Osasco SP Telefone: (11) 3658-5050 atendimento@digitalprintz.com.br @digitalprintz.br www.digitalprintz.com.br abril /junho 2021

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NEGÓCIOS

Cabeça, Bolso e Coração

Por: Luiz Felipe Pateo

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e lembro exatamente do dia: 15 de março de 2020. Foi o último gran­ de evento fami liar que tive. No dia seguinte, as medidas preventivas da Covid­19 começaram a surgir, ainda sem sabermos o tempo que duraria. Tivemos que cancelar to­ dos os compromissos futuros, pessoais e pro­ fissionais. Para nós, dos Em preen de do res Compulsivos, assim como outras empresas, foi um baque e tanto. Mas, como nosso próprio nome diz, somos “compulsivos” e não podíamos ficar parados. Ti­ vemos que nos reinventar, acelerar nossa digi­ talização, desafiar e confirmar a importância da nossa vocação e propósito: “Nosso desafio é Educar, Desafiar, Empoderar e Transformar os empreendedores PME’s brasileiros por meio de ex periências colaborativas e lúdicas, de alto impacto de forma presencial ou virtual. Usamos a educação como meio de transformar as pessoas, as empresas e o ambiente onde elas atuam.” Nosso objetivo era tirar os empreendedo­ res brasileiros da inércia, da “paralisação” cau­ sada pela pandemia e ajudá­los a retomar seus negócios, minimizar impactos ou até mesmo a começar um novo negócio para aqueles que perderam seus antigos empregos ou negócios. Decidimos então fazer uma série de even­ tos digitais para ajudar o empreendedor bra­ sileiro a transformar ou iniciar o seu negó­ cio. Para isso, usamos algumas das dez etapas da Jornada do Em preende dor Compulsivo, nossa metodologia de modelagem de ne gó­ cios, criada há mais de 10 anos (saiba mais em: jornada.compulsivos.org). Uma das etapas trabalhadas, trata jus­ tamente do tripé da decisão de Empreender: Cabeça, Bolso e Coração. Cabeça – É o seu lado racional. Aqui você deve refletir e responder as razões de querer em­ preender (ex.: para poder cuidar de fami liares).

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Coração – É o seu lado emocional. Por que você escolheu empreender neste segmento especí­ fico? (ex. você adora fazer doces ou cozinhar). Bolso – É onde a conta tem que fechar. Ou seja, as razões racionais, somadas às razões emocio­ nais são suficientes para gerar a receita que pre­ ciso para garantir o sustento de minha família. E se não são, o que fazer para que meu negócio gere mais resultado? Veja o caso de uma senhora de Teresina­PI. Ela era uma jornalista consolidada, de seus 50 anos, que precisava abandonar sua carreira para poder se dedicar a cuidar de sua mãe, acama­ da por Alzheimer e, para garantir seu sustento, resolveu empreender. Esta é a Cabeça, ou seja, o seu racional. Como negócio, ela decidiu fazer bolos, tortas e doces para vender. E para isso, usaria um velho livro de receitas de sua mãe, que pertencera antes a sua avó. Ou seja, ela venderia delícias tradicionais de família. Este é o Coração, a razão emocional pela qual ela escolheu seu tipo e modelo de negócios. Entendendo a Cabeça e o Coração desta senhora, seu negócio parecia fazer sentido e ser promissor. Porém, o Bolso não estava atin­ gindo o objetivo necessário. As receitas gera­ das pelo negócio estavam aquém do esperado, consumindo reservas financeiras. Fizemos com ela o que sugerimos você a fa­ zer: colocar seu negócio no papel. Desta forma, você conseguirá entender e pensar o que po­ deria fazer para retomar seu resultado, tornar seu produto mais conhecido e rentabilizar o seu negócio. Deu certo com ela, vai dar com você! Errar faz parte do processo de empreender. Por isso, comece rápido, erre pequeno, corrija logo e siga em frente.

Luiz Felipe Pateo, CEO dos Empreendedores Compulsivos, é empreendedor, mentor, professor e palestrante. Insta, Face e Linkedin: @empreendedorescompulsivos


Para onde vai a indústria gráfica em um mundo cada vez mais digital? E sua empresa? +55 11 5093-0734

hterni@anconsulting.com.br

Pergunte a quem sabe e que pode te ajudar nesse momento de transição e desafios E se beneficie de sua assessoria assim como muitas gráficas nas Américas, entre outras, a Transcontinental do Canadá, a Cadena e a Legis da Colômbia, a Quad da Argentina, a Quebecor do México, a Congraf, Redoma e Alterosa do Brasil e em + de 100 outros projetos Hamilton Terni Costa e sua equipe internacional na AN Consulting. Autor do livro Gráfica: uma indústria em transformação


AFEIGRAF

Foto: jcomp / br.freepik.com

Compromisso sustentável

Oito empresas associadas à Afeigraf demonstram com inovações tecnológicas, produtos sustentáveis e ações socioambientais seu compromisso de respeito ao ser humano e à preservação do meio ambiente.

sustentabilidade é normalmente associada a questões relacionadas ao meio ambiente. Porém, há um recen­ te despertar de consciência para o tema de forma mais ampla, envolvendo também demandas sociais e de governança. Os princípios ESG (Environmental, Social and Governance) são cada vez mais valorizados no mundo corporati­ vo e empresas de tecnologia carregam a respon­ sabilidade de serem agentes transformadores pela natureza de suas atividades. Nesse sentido, a Afeigraf, como destaca o seu diretor Richard Möller, incentiva as ações sustentáveis de seus associados. E a entidade pretende que a ExpoPrint 2022, a maior feira do setor nas Américas, seja palco não somen­ te para bons negócios e novas tecnologias, mas também para troca de ex periências positivas no campo da sustentabilidade. Apresentamos, a seguir, iniciativas e soluções de alguns dos membros da Afeigraf no âmbito da sustentabilidade. AGFA

A Agfa tem como valor corporativo um for­ te compromisso socioambiental, com certifi­ cações únicas para uma planta fabril de cha­ pas offset nas Américas. No polo industrial da

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Clariant, em Suzano (SP), local onde fica sua fá­ brica, a companhia adota medidas como trata­ mento da água do Rio Tietê, incineração de re­ síduos tóxicos e reciclagem das embalagens de matérias­primas. A empresa oferece chapas li­ vres de substâncias químicas, chapas sem pro­ cessamento, unidades de revelação e lavagem sem utilização de produtos químicos, tintas inkjet digital UV Led certificadas e soluções de fonte que reduzem ou eliminam a utilização do álcool isopropílico, tornando a impressão livre de VOC, entre outros itens. BOBST

Um dos quatro pilares da visão da Bobst sobre o futuro das embalagens é a sustentabilidade, que está presente tanto na estratégia corporati­ va quanto em seus produtos e serviços. Todas as suas fábricas mantêm iniciativas socioambien­ tais, como programas de redução de geração e coleta seletiva de resíduos, redução de consu­ mo de água e energia e programas de educação. A companhia apoia igualmente as comunida­ des onde atua através de parcerias com entida­ des oficiais locais para ações solidárias. A Bo­ bst considera a sustentabilidade no design de produtos e nas parcerias estratégicas, contem­ plando a redução do consumo de energia e água, otimização de matérias­primas e insumos.


COMPRINT

A arquitetura offset digital, equipada com a tec­ nologia de eletrofotografia líquida (LEP), da qual a HP Indigo é proprietária, permite um trabalho de alta cobertura de tinta com baixo consumo de energia, sem comprometer o aspecto de se­ gurança do uso de embalagens para alimentos. Como parte do compromisso da HP com o meio ambiente, seu programa de devolução de supri­ mentos visa reduzir o impacto geral das opera­ ções de impressão da HP Indigo sobre o meio ambiente. É um serviço gratuito para suprimen­ tos usados, devolução de produtos e para permi­ tir a reutilização de determinados componentes. HUBERGROUP

A questão da sustentabilidade é encarada pela Hubergroup com grande responsabilidade pe­ rante a humanidade e a natureza. A empresa tra­ balha de forma a poupar recursos, desenvolven­ do produtos sustentáveis e apoiando os clientes em suas medidas de sustentabilidade. Oferece uma completa gama de tintas e vernizes offset livres de óleos minerais e de cobalto, certifica­ das pelos mais altos padrões de sustentabilidade do mundo. Nas soluções de fonte, oferece produ­ tos para eliminação total do álcool isopropíli­ co, tornando a impressão livre de VOC. Tintas, vernizes e produtos auxiliares de baixa migra­ ção (MGA) completam as soluções para impres­ sos quando o assunto é segurança alimentar. MÜLLER MARTINI

Para a Müller Martini, a maior contribuição da indústria de fabricantes de máquinas gráficas na redução de emissões de CO₂ é a economia de papel e insumos através da redução das per­ das nos processos de impressão e acabamento. E, embora o acabamento de produtos impres­ sos seja responsável por uma pequena parcela das emissões de CO₂, existem esforços no sen­ tido de reduzir o consumo de energia durante o processo. A Müller Martini compartilha essa conclusão e entende que diminuir a maculatu­ ra entre cada troca de produção, juntar produ­ tos com o mesmo formato e evitar paradas da máquina podem ajudar a tornar a produção de livros o mais favorável ao clima possível. Além disso, nas máquinas mais recentes são usados servomotores de alta eficiência, com sistema de recuperação de energia dos movimentos di­ nâmicos de peças pesadas, devolvendo parte da energia usada de volta para a rede elétrica.

ROTATEK

A Rotatek aplica o conceito global de susten­ tabilidade com a integração da indústria 4.0 à produção dos equipamentos que fabrica, visto que são complementares quando usados em conjunto, proporcionando significativo avan­ ço na relação homem/máquina, englobando a automação à tecnologia da informação. Toda essa evolução proporciona uma relação corre­ ta com o meio ambiente, pois quanto menor o tempo de ajuste do equipamento, menor o desperdício de material. Produtos sem com­ ponentes contaminantes e materiais com me­ nor impacto ambiental, tintas 100% sólidas sem VOC e outras emissões contaminantes, eficiência energética e adequação à NR 12 são outros exemplos do cuidado da empresa com a sustentabilidade. TECHNOTRANS

Na Technotrans, a sustentabilidade não se li­ mita aos produtos. A empresa também conta com o uso eficiente de energia e de recursos no atendimento ao cliente. Em seu processo de transformação digital, o grupo desenvolveu um aplicativo para serviço remoto que é particular­ mente útil durante esses tempos de restrições de viagens e a necessidade de limitar o contato entre as pessoas. O software inclui suporte para óculos inteligentes, salas de reuniões virtuais e um recurso de chat com tradução automáti­ ca. Os técnicos de serviço usam o aplicativo para determinar a necessidade de manuten­ ção, instruir os clientes e fornecer treina­ mento, economizando tempo e custos para ambos os lados. VIMA

Os produtos que a Vima representa estão em relação direta com a diminuição do impacto ambiental, uma vez que, além de assegurar a qualidade dos produtos, eles diminuem os des­ perdícios provocados por produtos fora de pa­ drão sejam eles relacionados às cores, registro ou corte. A economia de produtos com defei­ tos impacta desde os insumos até a utilização de energia, hora/máquina e hora/homem, o que representa benefício para o meio ambien­ te. Além disso, desde sua fundação, a empresa adota o modelo de trabalho remoto para os co­ laboradores, reduzindo despesas com locomo­ ção e ampliando a qualidade de vida de todos os envolvidos na organização.

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ABIGRAF Nacional Associação Brasileira da Indústria Gráfica

Em 1965, surgiu a ABIGRAF Nacional para representar a Indústria Gráfica Brasileira, tornando o mercado mais competitivo. No decorrer dos anos, a entidade deu voz aos interesses do setor, aglutinou em torno de si empresas de diferentes portes e especializações gráficas, além de conquistar reconhecimento nacional e internacional. Fornecedores do setor podem fazer parte do nosso time. Já as gráficas podem se associar diretamente nas regionais presentes em vários estados.

Principais Frentes Política Frente Parlamentar | realiza ações para aproximar a comunicação entre o Poder Legislativo e o setor gráfico, bem como aperfeiçoar a legislação quanto aos interesses da indústria gráfica.

Dirigência no setor Grupo de Líderes | destinado a fortalecer o relacionamento e o ambiente de negócios da indústria por meio de debates de interesse do setor e da sociedade.

Premiações Os prêmios realizados visam o fortalecimento, a valorização e a excelência dos produtos gráficos. Prêmio Fernando Pini

ConcursoTheobaldo De Nigris Prêmios Regionais e Seccionais

O que Indústria Gráfica Brasileira faz para você? Dados Econômicos* Produção Industrial R$ 48,2 bilhões Exportações FOB - US$ 269,9 milhões Empregos Diretos 172.114 mil

Garante a educação com milhares de livros, cadernos e apostilas; movimenta a economia por meio de impressos como cartão de crédito, débito e papel moeda; expande fronteiras através dos passaportes; participa e protege o acesso à saúde cumprindo as mais exigentes normas internacionais na produção de embalagens e bulas; garante o acesso à informação.

Empresas Gráficas Representadas 17.671 mil Perfil da Indústria Gráfica Micro - 81,7% Pequeno - 15,5% Médio - 2,4% Grande - 0,4%

Associação Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional www.abigraf.org.br | abigraf@abigraf.org.br | 11 3232 4500

Fonte: IBGE / PIA, MDIC e MTE / (RAIS/CAGED). Elaboração: DECON / ABIGRAF. *Informação referente a 2019.


Joanna Marini

CONEXÃO BRASÍLIA

Roberto Nogueira Ferreira

Impresso é arte e lucro não é luxo

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uita tinta já se gastou. Muito intelecto também. Muitos tex­ tos foram impressos. Só para tratar da ameaça de tributar os livros. O li­ vro é um bem imaterial. Mas o Governo Federal, verbalizado pelo Ministro da Eco­ nomia, e representantes da Receita Fede­ ral, veem o livro como um supérfluo, como se fosse uma joia de autenticidade compro­ vada, ou um bem cujo consumo provoca enfermidades que custam caro aos cofres públicos, como cigarros e bebidas. Tributar livros nos remete ao passado. Jorge Amado revirou­se no túmulo. Nos­ so escritor mais premiado e traduzido no mundo, enquanto deputado constituin­ te em 1946, é o autor intelectual e factual da vedação da incidência de impostos so­ bre o papel. Quando fez a proposta, não havia em nosso sistema tributário a figu­ ra das contribuições sociais. Como a imu­ nidade é restrita aos impostos, incidir as contribuições Pis e Cofins sobre livros é possível. Para evitá­las, entidades setoriais representativas, como a Abigraf, defende­ ram a tese da isenção de Pis e Cofins nessa cadeia e a Lei de 2004 a viabilizou. O Ministro da Economia defende taxar os livros em 12%, por meio da CBS – Contri­ buição Social sobre Bens e Serviços, resul­ tado da fusão de Pis e Cofins. A proposta está no Congresso Nacional. Para repre­ sentantes da Receita Federal, a proposta se justificaria porque “só rico lê”. Confronte o pensamento da burocracia fiscal federal com o de Jorge Amado há 75 anos. Abrirei aspas com louvor: “A solução

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dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a música, a pintura e as artes”. Conhecimentos produzidos pelo universo literário necessitam do livro im­ presso para se per petua rem. Não é uma questão econômica, comercial. É cultural. E por ser cultural talvez aí esteja a razão principal da proposta. O Brasil é um país desigual e a desi­ gualdade só aumenta. Certamente não é isso que queremos. Tributar livros afeta uma rede enorme de profissionais e em­ presas, geradores de emprego e renda: es­ critores, editores, ilustradores, gráficos, distribuidoras, livrarias etc. Se o objetivo é contribuir para aumen­ tar o desemprego e a desigualdade, redu­ zir a renda, difundir a ignorância e dificul­ tar o conhecimento, temos de ser justos: a proposta é coerente! O ideal seria estender a IMUNIDADE constitucional hoje limitada aos “impos­ tos”, às outras espécies tributárias, caso das contribuições sociais como Pis e Cofins. Enquanto se dificulta a edição de livros impressos, defende­se a volta do “voto im­ presso”. Fico imaginando a nova tecnolo­ gia gráfica sendo substituída pela impres­ sora “offset a pedal” que enfeita o Museu de Rio Pomba, Minas Gerais, adquirida pe­ los proprietários do jornal O Imparcial em 1896. Se for para voltar ao passado, que seja em grande estilo!

Roberto Nogueira Ferreira é consultor da Abigraf Nacional em Brasília. roberto@rnconsultores.com.br


LIVROS

Indústria editorial retrai 8,8% PRODUÇÃO DO SETOR

Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2020 revela também crescimento significativo da participação das livrarias virtuais.

Performance total 50.331

■ 2020

Reimpressões

Novos ISBNs

Títulos

46.382

36.659

35.087

– 7,8% – 4,3%

13.671

11.295 – 17,4%

Exemplares

395,33 (milhões de unidades)

E

m um ano marcado pela pandemia, o mercado editorial sofreu o impac­ to do fechamento temporário de lojas físicas no País, faturando R$ 5,2 bilhões em 2020, o que significa um decréscimo de 8,8% em comparação a 2019. Este é um dos recor­ tes da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro ano­base 2020, rea lizada pela Nielsen Book, com coordenação da Câ­ mara Brasileira do Livro, CBL , e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Snel. O único setor que registrou aumento no faturamento com vendas ao mercado foi o das editoras de Obras Gerais, que fechou 2020 com R$ 1,3 bilhão, 3,8% a mais do que no ano anterior, em termos nominais. Na visão de Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel, esse dado demonstra a resi liência do hábito da leitura: “Em tempos de isolamento social, o livro se fortaleceu ainda mais como uma opção de entretenimento”, afirma. Outro ponto de destaque é a expansão das livra rias exclusivamente virtuais, que tive­ ram crescimento de 84% na participação no faturamento das editoras, sendo responsáveis por movimentar R$ 923,4 milhões em 2020. Na outra ponta, as livra rias físicas tiveram sua participação reduzida em 32%, no compa­ rativo com 2019. Entre os setores, o de livros Religiosos foi o mais afetado, apresentando queda de 14,2%. Já o faturamento dos Didá­ ticos caiu 10,9%, enquanto o de CTP (Cientí­ ficos, Técnicos e Profissionais) encolheu 6,7%. Indagada sobre a diferença entre os re­ sultados dessa pesquisa e os números posi­ tivos do Painel do Varejo de Livros no Brasil, igualmente rea lizada pela Nielsen, Mariana Bueno, responsável pela pesquisa na empre­ sa de análise de dados, ressaltou que se trata de metodologias diferentes. A pesquisa Pro­ dução e Vendas do Setor Editorial Brasileiro analisa a produção das editoras. O Painel do Varejo traz os números do comércio, das gran­ des redes e não abrange, por exemplo, as pe­ quenas livrarias voltadas aos didáticos e os marketplaces das editoras.

■ 2019

317,42

314,14

258,34

– 20,5%

– 18,6%

77,92

55,80 – 28,4%

RESUMO DO SETOR PRODUÇÃO Títulos Exemplares

2019

2020

50.331

46.382

Variação – 7,85%

395.332.000

314.141.000

– 20,54%

VENDAS (em milhões de exemplares) 2019

2020

Variação

Total

434

354

– 18,43%

Mercado

209

193

– 7,75%

Governo

224

161

– 28,40%

FATURAMENTO (em R$ bilhões) 2019

2020

Variação

Total

5,67

5,17

– 8,78%

Mercado

3,97

3,73

– 6,14%

Governo

1,70

1,44

– 14,96%

–10%

QUEDA do faturamento ao mercado em TERMOS REAIS

–13%

QUEDA do faturamento total (mercado + governo) em TERMOS REAIS

45

Fonte: Nielsen | Nielsen Book

abril /junho 2021

REVISTA ABIGR AF


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F OTOG R A F I A

Lalo de Almeida Narrativa de uma tragédia ambiental

Entre o fotojornalismo e a fotografia documental, Lalo de Almeida vem registrando os reflexos devastadores da ação humana nos biomas brasileiros. Texto: Tânia Galluzzi

E

m mea­d os do ano passado, as­ sistimos estarrecidos o fogo consu­ mir o Pantanal. Já calejada pelos in­ cên­d ios na Amazônia, in­cial­men­te a maioria de nós deu pouca atenção às no­tí­cias. A coisa ficou séria aos olhos da popu­ lação quando imagens de animais mortos e fe­ ridos começaram a pulular nas redes sociais e na grande mídia. No auge da devastação, uma em es­pe­cial nos alcançou como uma bofetada: em meio a galhos calcinados e solo coberto de

cinzas, em plano geral, o corpo de um maca­ co bugio carbonizado. Como descreveu a Folha, responsável pela veiculação, o registro “im­pres­ sio­na pela semelhança com a figura humana e pela dificuldade em distinguir a diferença en­ tre o corpo do animal e o cenário em volta dele”. A foto faz parte da série Pantanal em cinzas, de Lalo de Almeida. Com ela, o fotógrafo venceu a categoria Meio Am­bien­te do World Press Photo, uma das mais importantes pre­mia­ções do foto­ jornalismo no mundo, resultado anun­cia­do em abril /junho 2021  REVISTA ABIGR AF

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1 (página inicial) Bugio queimado após passagem de incêndio na região da Serra do Amolar, no Pantanal Mato-Grossense. 4/10/2020 2 Trecho de floresta intocada ao longo da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus. 10/8/2018 3 Veado morto em pasto queimado por incêndio no município de Barão de Melgaço, no Pantanal Mato-Grossense. 13/8/2020 4 Ribeirinho da Reserva Extrativista Arapixi, no Amazonas, remove com a ajuda de uma motosserra a vegetação caída sobre o igarapé que dá acesso aos castanhais. 21/3/2020

abril de 2021. A cobertura de Lalo aos in­cên­dios no Pantanal havia lhe rendido, três meses antes, a posição de fotógrafo ibero-americano do ano pelo concurso Poy Latam, voltado à fotografia documental na América Latina. Tão im­pres­sio­nan­te quanto a imagem do bugio é a descrição de Lalo dos momentos que antecederam o clique. Era a quarta via­gem se­ guida dele e do repórter Fa­bia­no Maisonna­ ve à re­g ião. No início de 2020, ambos seguiam com o projeto Amazônia sob Bolsonaro, docu­ mentando os impactos das políticas do ­atual 4

48 REVISTA ABIGR AF  abril /junho 2021

governo na re­g ião, quando as via­gens foram suspensas pela pandemia. A Covid se tornou o foco até começarem a chegar no­tí­cias sobre o Pantanal, no final de julho. A dupla se organi­ zou para ficar uma semana na re­g ião de Poco­ né, no Mato Grosso. “A estrada de acesso ao Sesc, que seria nosso ponto de apoio, estava tomada pelo fogo. Foi um susto e um choque de rea­li­ da­de já no primeiro contato. Logo em seguida a base foi eva­cua­da”, conta Lalo. Seguindo para a fazenda São Francisco de Perigara, detentora da maior concentração de araras-azuis do mun­ do, Lalo e Fa­bia­no se espantaram com a dimen­ são do incêndio em uma área de preservação e com a quantidade de animais mortos. “Era uma loucura e uma grande diferença em relação às queimadas na Amazônia, onde não se vê com frequência bichos atingidos.” Chegando na sede da fazenda, três bombeiros lutavam contra de­ zenas de focos de incêndio. No início de agosto, 55% da fazenda havia sido queimada. Quan­do 3


5

as chamas finalmente pararam de arder, no fi­ nal do mês, 90% da fazenda tinha sido afetada. Depois de uma semana, fotógrafo e repór­ ter voltaram para São Paulo com a sensação de dever não cumprido. “Os focos de incêndio só aumentavam, precisávamos voltar”, diz Lalo. Como a Folha alegou não ter verba para uma segunda incursão, ambos buscaram recursos pró­prios e apoio de ONGs para retornar. Foram mais duas via­gens percorrendo a Transpanta­ neira, que cruza o Pantanal do Mato Grosso, até Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá. “É um lugar es­pe­cial, com mais de 100 pontes de ma­ deira, onde se pode ver muitos bichos, inclusive onças pintadas. O número de animais queima­ dos era im­pres­sio­nan­te, a si­tua­ção só pio­ra­va.” No início de setembro, a última jornada, des­ ta vez para o Mato Grosso do Sul, na re­g ião da Serra do Amolar. “Fomos para a Fazenda Santa

1

Tereza . Foi o incêndio mais feroz que eu já vi. O barulho do fogo parecia o de uma turbina de ­avião. A velocidade era tanta que nem as aves 1  Segundo matéria da Folha publicada no dia 15 de abril, investigações da Polícia Federal revelaram que os in­cên­d ios foram provocados por pe­cua­r is­tas para abrir novas áreas ­­ de pastagem.

5 Fumaça das queimadas cobre a aldeia Yawalapiti, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. 13/8/2016 6 Voluntário monitora foco de incêndio próximo a ponte de madeira na Rodovia Transpantaneira, no Pantanal Mato-Grossense. 13/9/2020

6

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7

7 Bombeiros combatem um incêndio na fazenda São Francisco de Perigara, no Pantanal Mato-Grossense, o maior refúgio da arara-azul do mundo. 14/8/2020 8 Índios Mundurukus fazem fila para embarcar para Brasília no aeroporto de Altamira, no Pará, para protestar contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte e outras usinas no rio Tapajós. 4/6/2013 9 Brigadistas do Prevfogo do Piauí são transportados para combater um foco de incêndio na Serra do Amolar, no Pantanal Mato-Grossense. 3/10/2020 8

9

conseguiam escapar.” Isso em função do vento, do tipo de vegetação e da seca, a maior dos últi­ mos 50 anos. No dia seguinte à chegada, Lalo se deparou com a família de bu­g ios carbonizados. “A sensação de impotência é enorme. O Pantanal foi abandonado, não houve um combate organi­ zado às chamas. Quan­do os bombeiros entra­ ram já era tarde. O fogo só parou em novembro com a chuva”, lamenta o fotógrafo. Colaborador da Folha há 27 anos e vá­r ias ve­ zes pre­mia­do, Lalo, 51 anos, vê a importância desse trabalho na capacidade de atrair atenção para a preservação dos bio­mas. “As imagens dos bichos tiveram uma repercussão muito grande, bem diferente das fotos da Amazônia degrada­ da. As pes­soas têm pouco empatia pelo meio am­bien­te. Muitos ainda veem como um entra­ ve.” Lalo conta que as fotos do Pantanal tiveram mais impacto no seu Instagram do que as de pes­soas passando fome na periferia de São Pau­ lo em função da pandemia. “Estou sempre re­ fletindo sobre a capacidade de o fotojornalismo estimular as pes­soas a pensarem.” Essa é apenas uma das muitas his­tó­r ias que Lalo tem para contar com suas narrativas foto­ gráficas. No final de nossa conversa, a inevitá­ vel pergunta sobre a publicação de seu trabalho em livro. “Não tenho esse fetiche. Para mim, o grande barato é ver minhas fotos no jornal.” LALO DE ALMEIDA www.lalodealmeida.com.br

50 REVISTA ABIGR AF  abril /junho 2021


Fonte: ANAP, 2019.

ESCOLHA O PAPEL Embalagens de papel, cartão e papelão protegem as mercadorias, reduzem o desperdício e são recicláveis. No Brasil, 67% do papel utilizado em 2019 foi reciclado.

A campanha LOVE PAPER é uma criação original de Two Sides. Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.

Papel, cartão e papelão: uma ótima história ambiental para contar

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PAPER

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MEIO AMBIENTE

O

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Reciclagem de embalagens de papel e economia circular

conceito de economia circular, e seu corolário — o design circular —, está ganhando corpo em todo o mun­ do pelo seu potencial de encaminhar solu­ ções definitivas para alcançarmos o desen­ volvimento sustentável. O European Green Deal (Pacto Ecológico Europeu) tem a eco­ nomia circular como um dos pilares do seu plano de ação. No design circular, os produtos devem ser projetados já prevendo sua destinação correta ao final de um ciclo de utilização, de modo a reintroduzi­los permanentemente em outros ciclos. A reutilização por tempo indeterminado dos bens é um caso ideal de economia circular. Quando isso não é pos­ sível, a reciclagem se apresenta como uma alternativa para reaproveitar materiais e recuperar o seu valor. No caso das embalagens, por exemplo, a reutilização pode ser possível em alguns casos, mas não em todos. Na maioria das vezes, a logística envolvida no retorno das embalagens inviabi li za economicamente a operação. Além disso, o próprio proces­ so de readequação da embalagem para ser novamente utilizada tem seus impactos e seus custos. Nesse cenário, as embalagens feitas a partir de celulose — papel, cartão e pa­ pelão — apresentam diversas vantagens. Em primeiro lugar, a matéria­prima celu­ lose é de origem renovável — árvores cul­ tivadas exclusivamente para essa finalida­ de. Ao contrário do que muitos pensam, no Brasil não se usa nenhuma árvore nativa para a extração dessa substância. Nisso já existe circularidade: cultivo­colheita­culti­ vo, num ciclo vir tuoso que substitui a ex­ tração de recursos naturais. Essas árvores cultivadas ajudam a mitigar o efeito estufa e combater as mudanças climáticas, outra proposta da economia circular. Mas, o que acontece com as embala­ gens celulósicas, depois de utilizadas? Di­ ferentemente das embalagens de vidro, metal e outros materiais, elas não são pro­ pícias à reutilização, mas são muito recicla­ das. Lembremos que, embora vidro e metal REVISTA ABIGR AF

abril /junho 2021

tenham grande potencial técnico para se­ rem reutilizados, isso raramente acontece. As embalagens celulósicas que ainda não são recicladas, quando encaminha­ das a um aterro sanitário, com o manejo adequado, vão ser biodegradadas rapida­ mente. Ideal mente, componentes orgâni­ cos do lixo, incluindo os materiais celuló­ sicos, deveriam ser enviados a usinas de compostagem, onde seriam transformados em adubo e voltariam à natureza rea limen­ tando­a (outro preceito da economia circu­ lar). No entanto, esse tipo de destinação ainda é rara no Brasil. Num aterro sanitário, o solo é imper­ mea bi li zado para evitar que o chorume, efluente líquido resultante da biodegrada­ ção do lixo, alcance o lençol freático. O gás metano, também produto da decomposição dos materiais orgânicos e que é cerca de 20 vezes pior que o CO₂ em termos de aqueci­ mento global, é queimado ou recolhido para uso como combustível. No entanto, infeliz­ mente, quase metade das cidades brasilei­ ras encaminha seus resíduos para os fami­ gerados lixões, ou para aterros controlados, um pouco melhores, mas que ainda ofere­ cem danos à saúde pública e ao ambiente. Embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos tenha determinado a erradicação

desses depósitos de lixo até 2014, os prazos para sua substituição definitiva por ater­ ros sa nitá rios têm sido protelados. Ago­ ra, o novo prazo é agosto de 2021 para as grandes cidades e 2024 para as menores. Tudo isso mostra a importância e a ne­ cessidade premente de reciclarmos tudo que for tecnicamente possível de ser reci­ clado e que ainda não é reutilizável. No Bra­ sil, segundo a Associação Nacional dos Apa­ ristas de Papel, Anap, 83% das embalagens de papel, cartão e papelão já são recicladas e esse número tende a crescer. Essa recicla­ gem mostra­se economicamente viável e é fonte de renda importante para muitos ci­ dadãos. Existe um esforço permanente dos vários participantes dessa cadeia produtiva para aumentar ainda mais essa taxa. Enquanto outros materiais de embala­ gem não alcançam patamares tão altos de reciclagem ou reutilização, a escolha pre­ fe rencial por embalagens feitas a partir da celulose apresenta­se, hoje, como um passo significativo em direção à econo­ mia circular, embora muito ainda precise ser melhorado. MATÉRIA PRODUZIDA PELA EQUIPE DE TWO SIDES

www.twosides.org.br www.lovepaper.org.br www.al.twosides.info


SISTEMA ABIGRAF NOTÍCIAS

W

Morre em Sergipe Walter Castro dos Santos

alter Castro dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Es­ tado de Sergipe (Siges) e da Associação Bra­ sileira da Indústria Gráfica – Regional Sergipe (Abigraf­SE), faleceu na madrugada de 10 de abril, aos 68 anos. Ele estava internado des­ de março, acometido pela Covid­19. O sepul­ tamento foi realizado no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju. A Federação das Indústrias do Estado de Sergipe emitiu nota lamentando o faleci­ mento do empresário. O presidente da en­ tidade, Eduardo Prado de Oliveira, afirmou que “Walter era um apaixonado pela indús­ tria gráfica e fazia tudo com muito entusias­ mo”. O presidente da Abigraf Nacional, Levi Ceregato, declarou: “Seu legado de dedica­ ção e comprometimento ficará guardado em nossa memória”.

Feiras gráficas têm novas datas

E

m decorrência da grave si tua ção sanitária cria da pela pandemia da Covid­19, as feiras do setor gráfico mar­ cadas para 2020 deixaram de ser realizadas. Atendendo às determinações do Centro de Contingência do Governo do Estado de São Paulo, es­ tabelecidas nas várias fases de combate à pandemia, os organizadores transferiram seus eventos para novas da­ tas. No momento em que en­ cerrávamos a redação des­ ta edição (15 de junho), essa era a situação de três even­ tos que contam com o apoio da Abigraf.

Walter começou a trabalhar aos 14 anos com a venda de material de escritório, pas­ sando depois a atuar como vendedor de

algumas gráficas. Com certeza, nascia aí a sua paixão pelo setor gráfico. No ano de 1999 fundou a sua própria gráfica. Suely, a filha mais velha, formada em Di­ reito, sempre trabalhou com o pai. Ela conta que ficou emocionada com as mensagens de carinho que recebeu depois da morte de Wal­ ter. “Na missa de sétimo dia eu e meus irmãos recebemos dezenas de manifestações de ca­ rinho e respeito por nosso pai. Ele era muito querido e ficamos todos muito emocionados”. Walter Castro dos Santos deixa a esposa, Marlene, e os filhos Suely (44), Walter Júnior (38, engenheiro civil e empresário) e Adria­ na (34, cirurgiã­dentista). Suely afirmou que pretende seguir adiante com as atividades associativas do pai. “Seguir trabalhando em defesa da indústria gráfica é uma forma de homenagear o meu pai”, disse.

FUTUREPRINT Promotora e organizadora do evento, a Informa Markets co­ municou no início de maio ter postergado a realização da Fu­ turePrint para o período de 29 de setembro a 2 de outubro de 2021. Dedicada aos setores de serigrafia, comunicação visual e impressão têxtil, pela primeira vez a FuturePrint vai mesclar sua exibição em presencial e digi­ tal. Atrações: Fórum Futureprint, Fórum Future Têxtil, Fórum Acrí­ lico, Circuito de Impressão Di­ gital Têxtil, Serigrafia em Ação, Sublimação em Ação.

FESPA DIGITAL PRINTING Voltada para os mercados de im­ pressão digital, têxtil e estampa­ ria digital, comunicação visual, decoração de interiores, subli­ mação e sinalização, entre ou­ tros, a Fespa Brasil Digital tem nova data: 20 a 23 de outubro de 2021. Destaques: Digital Tex­ tile Conference, Sales Experien­ ce Day, Fespa Digital Printing Fórum Brasil, Fórum Fespa Digi­ tal Printing, Impressão 360, Ilha da Sublimação, Maker, Cambea # 10. Com organização da APS Eventos Corporativos, a feira está programada para ser presencial.

Local: Pavilhão do Expo Center Norte, em São Paulo www.feirafutureprint.com.br @feirafutureprint

Local: Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo www.fespabrasil.com.br www.apseventos.com.br

FLEXO & LABELS A Imotion Sol.Eventos, organi­ zadora da Flexo & Label – Fei­ ra Internacional da Indústria de Etiquetas e Rótulos Autoadesi­ vos, levando em consideração as incertezas em relação à pan­ demia nos próximos meses, de­ cidiu protelar a rea li za ção da feira para o período de 24 a 27 de maio de 2022. Pela primei­ ra vez, ela funcionará também no sábado. Local: Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo www.flexoelabels.com

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REVISTA ABIGR AF


MENSAGEM

nberg te u G e d s o ir le a v ca s o a a rt Ca

m trabalho dos bo ao de da ui in nt co r da do Preten municação da entidade co a ar iço fe er ap e is” ia ar es “grupos empr s e indústria gráfica. re do ra bo la co s, do cia so as com os

A

sário cia da casa paulista do empre ên sid pre l berg, pai igraf Regiona aleiros de Johannes Guten cav o, fic Assumo a presidência da Ab grá se econômica sem imento impresso. São Paulo em meio a uma cri da multiplicidade do conhec ca bli pú de saú de z! a crise Assumo com espírito de pa precedentes, em meio a um meio em e — s rto mo to à diretoria da de jun ão do, ilh ten Pre — com quase meio m alado cesso reg ional — time vencedor esc a um acelerado e insano pro sa or pelo presidente Sidney Anver de desindustrialização do set Abigraf da cia , ên ssa ma Victor, hoje na presid gráfico, com desemprego em f ra ig Ab a N ao bom e ad ecimento Nacional —, dar continuid inf lação estrutural, desabast , os ig am i re sariais” e encont trabalho dos “grupos empre de insumos e incertezas. unicação z! espaço e muitos aperfeiçoar, se possível, a com Assumo com espírito de pa os, desafios. da entidade com os associad Desde menino, deixei­me fica. grá e pelo colaboradores e indústria levar pelo trabalho coletivo Conselho ático de Na atual gestão, criamos o pensamento justo e democr ia e ao isolamento . ltivo que, devido à pandem que juntos somos mais fortes nsu Co alemão participativo, Lendo o sociólogo e filósofo ial, não pôde contribuir e ser soc as nh bém “acioná­ matei mi me o planejado. Pretendo tam for Ralf Gustav Dahrendorf, for con “ da gestão. e conceitos da o um conselho “ombudsman com ideias, valores, diversidade lo”, , com o desafio rio e social. sumo com o coração de poeta As importância do papel solidá muito! o espírito lúcido e Erra­se menos. Aprende­se incansável de pedaleiro, com de or ad jog o o; equilíbrio de otism ativo de Dahrendorf, com o Sou o menino “lobo” do esc cip rti pa es, qu cra ça que move fig urinhas de egípcia que personifica a for sa deu at, futebol do time da rua, das Ma o deus unidade de jovens; a vontade guerreira de Ares, com e , lho ba dos jogos de botões, da com tra o chumbo”; o soldado do das possibilidades. go da paciência, da razão e ativista político dos “anos de gre os ent vim mo s do a de Gutenberg! rginal sorte, ao trabalho, com alm Na ser viço militar; o escritor ma ; ico dêm aca tro diretor do cen literários dos anos 1970; o or da São Silvestre; red o redator de jornais; o cor voraz; o escritor de o pedaleiro da bike; o leitor fico de tipos móveis; o muitos livros; o editor; o grá des do mercado editorial livreiro; o diretor de entida o em 1986. Uma paixão e gráfico. Tornei­me gráfic José Scortecci, editor antiga. Sou neto do gráfico ário dos anos 1930 e da Revista PA N, um seman ia da indústria gráfica. 1940, que marcou a histór o e a razão do Tentando justif icar o destin rioso pluriapto” “cu meu inquieto legado, sou um inquieto legado me da história das ideias. Esse Grupo Empresarial de levou, em 2008, ao Gedig i, af Regional São Paulo. fica Impressão Digital da Abigr Bra sileira da Indústria Grá Presidente da Associação aço e esp s, igo am i tre ) f-SP con en igra af (Ab lo igr Na Ab Regional São Pau ag inei chegar à muitos desafios. Jamais im

J oão Scortecci

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