Revista Abre-te Cérebro! #5

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Poesia Concreta

Parkour

Catavento Cultural

Cao Hamburger

Palavras de Gentileza

Mafalda

CES - Sustentabilidade

Adriana Couto

31ÂŞ Bienal

E+ Filmes/Livros/Curtas


NESTA EDIÇÃO...

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31ª BIENAL

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SUSTENTABILIDADE


Revista Eletrônica Abre-te cérebro! #5 Aqui estamos novamente para apresentar aos nossos leitores o 5º volume da Revista Abre-te Cérebro! Esta é uma publicação dos estudos desenvolvidos com jovens de 12 e 13 anos no Ateliê Matéria Prima no Ar - Cultura Digital. Ao longo do trabalho, pesquisamos diferentes assuntos, visitamos exposições, assistimos a longas e curtas-metragens, entrevistamos pessoas bacanas, lemos histórias e poesias, navegamos na internet e descobrimos muitas coisas interessantes que agora podem ser compartilhadas nesta revista. Aproveitem!

Abre-te cérebro! E descubra o tesouro do conhecimento.

O Ateliê Matéria Prima no Ar - Cultura Digital, pertence ao Projeto Matéria Prima Itapevi, um projeto socioeducativo do Instituto Eurofarma, que oferece atividades complementares ao ensino escolar para crianças e adolescentes com idade entre 7 e 13 anos. Saiba mais sobre o Instituto Eurofarma: http://www.eurofarma.com.br/versao/pt/resposabilidade/index.asp

Envie sugestões para os próximos volumes: E-mail: abretecerebro@hotmail.com


Idealização: Ateliê Matéria Prima no Ar - Cultura Digital Educadora responsável: Renata Melo Participantes do Ateliê Aline Silva de Almeida Allyson Chaves Rodrigues Pereira Ana Luiza de Souza Angelo Andressa Cavalcanti Belisario Bruno da Silva Salvador Camila Stefanie de Souza Barbosa Denilson Lima de Assis Everton Arruda Santos Filipe Candido da Silva Gabriel Calixto Nunes Iasmyn Luiza Pereira da Silva Janaina Santos da Cruz Jhonata Luiz Araújo da Silva João Victor Oliveira da Silva Júlio César Gregório Mitunowicz Laura Isabella Fonseca Lucas Eduardo Chovetto de Oliveira Luciana Campos da Silva Milleny Vitória Fernandes de Oliveira Raiany Siqueira Pereira Sther Cerqueira Bispo Thalia Nicoly Pereira da Silva Thiago Fernando Santos de Camargo Victor Hugo O.de Jesus

Capa: Fulvia Marchezi Diagramação: Bianca Colussi de Sousa e Renata Melo com colaboração da turma do Ateliê Matéria Prima no Ar - Cultura Digital Realização: Instituto Eurofarma Gestão pedagógica: La Fabbrica do Brasil


Por Matéria-Prima no Ar - Cultura Digital

Quando falamos em Ciências, logo nos vem à cabeça: Invenção, descobertas... O Catavento Cultural é um museu de ciências, que mostra a ciência de um modo muito divertido. É um espaço que nos desperta curiosidade. Lá podemos ver, por exemplo, como o Universo foi formado, as diferentes formas de vida na Terra... Além de ser um espaço interativo, onde podemos manipular as diferentes peças. É uma complementação lúdica do que aprendemos na escola.


As Seções A parte interna está dividida em quatro seções e cada uma delas trata de uma ciência diferente... Universo Seção que fala sobre o espaço sideral e os planetas de nosso Sistema Solar; Vida Seção sobre a fauna e flora, vida marinha, corpo humano e evolução da vida no Planeta Terra; Engenho Mostra as ciências voltadas para os fenômenos da natureza. Algo que só a natureza faz: chuvas, raios trovões... Cada experimento desta seção refere-se a um fenômeno da natureza diferente, além de falar sobre as criações humanas; Sociedade Mostra os problemas de convivência enfrentados por diversos povos do mundo.

Veja a seguir tudo que aprendemos durante a nossa visita ao Catavento Cultural.

Texto coletivo das turmas do Ateliê Matéria-Prima no Ar - Cultura Digital a partir das informações adquiridas durante a visita ao Catavento Cultural.


A ele tricid ade Éap está arte tica da fí das carg sica as re Em n osso elétrica sponsáv el pe s c . ot entra lo es mos idiano, h tudo á situ em c açõe onta ener to s gia e státic direto c em que om a a... Q uer v er?

Quem já levou um choque na maçaneta da porta? Quem já ligou uma televisão de tubo e quando aproximou o braço, arrepiou os pelos? Quem já esfregou uma bexiga no cabelo e quando puxou o fio veio junto? Quem já encostou em alguém e levou um choque? Ou escorregou no escorregador e também levou um choquinho? Isso tudo é eletricidade estática. Mas, fique tranquilo, pois esses pequenos choquinhos não oferecem nenhum perigo a ninguém.

Máquina de Van Der Graaf Uma das atrações mais bacanas desta seção é a Máquina de Van Der Graaf, mais conhecida como “máquina de arrepiar os cabelos“. Esta máquina é composta por uma cúpula, dois eixos que estão presos em suas extremidades e uma correia de borracha que corre entre o eixo que está embaixo e o outro que está em cima. A velocidade do movimento das correias produz atrito. Uma espécie de coletor eletrostático que recolhe as cargas trazidas pela correia e acumula na cúpula. Quando uma pessoa coloca a mão na cúpula, as cargas passam para o seu corpo e vão para as pontas dos cabelos porque os fios são leves e isso faz com que os cabelos fiquem arrepiados.


Se você fixar o olhar por um tempo na imagem em espiral sem piscar, quando desviar seu olhar, terá a impressão que a imagem anterior continuará ali.

Esta é uma bola de granito. Ela parece leve, já que é possível movê-la, mas, na verdade, pesa duas toneladas e só se move por convergência de forças que facilitam o seu movimento.


Sobre bolhas de sabão Para fazer bolhas, temos que ter água, sabão e um objeto para formá-las. Experimentamos fazê-las com objetos de diversos formatos, mas descobrimos que independente do formato do objeto, elas sempre sairão redondas quando forem soltas no ar. E quanto maior a bolha, mais pesada ela fica, por isso, as pequenas flutuam mais tempo no ar. Descobrimos também que a bolha de sabão gasta energia assim como as pessoas. Seus ingredientes, água, sabão, e ar, ficam circulando dentro da bolha e quando toda essa energia já foi gasta, ela estoura.

Entrando em uma bolha de sabão Entramos numa bolha de sabão e foi muito divertido! Para conseguirmos entrar na bolha gigante, tivemos que ter paciência e fazer tudo direitinho de acordo com a explicação da monitora. A bolha era muito grande, por isso estourava rápido.


O que é um E.T.? Eles existem? E.T é uma sigla que significa Extra Terrestre, ou seja, tudo que está fora ou que vem de fora da Terra é um E. T. Então, com certeza, E.T. existe. É diferente de alienígena, que é um ser vivo que vive em outro planeta. Esses se existem ou não, ninguém sabe.

Meteorito (ou E.T.) Esta é uma imagem de um fragmento de um meteorito de verdade, que caiu na Argentina há mais ou menos 6 mil anos. Ele pode ser considerado um E.T., pois veio do espaço, ou seja, de fora da Terra. Este pedaço que está exposto no Catavento Cultural tem 8 quilos, mas o que caiu na Argentina tinha 18 toneladas. Um meteorito quando cai em alta velocidade, atinge 50 mil Km/h, por causa disso, entra em atrito com a atmosfera se desfazendo e pegando fogo. Ele tem cheiro de ferro, mas é composto por ferro e níquel. Se fosse apenas de ferro, já teria enferrujado há muito tempo, mas o níquel é um material muito resistente. É o mesmo material que as moedas são feitas, por isso elas também não enferrujam.


Sobre o Sol e as outras estrelas Quanto mais próxima alguma coisa está de nós, maior ela parece ser, não é mesmo? Com as estrelas é exatamente a mesma coisa, o Sol não é a maior estrela que existe, também não é a mais quente, mas é a estrela mais próxima do nosso planeta. Essa é a diferença entre o Sol e as outras estrelas. Na realidade ele é uma estrela bem pequena, menor do que a maioria que a gente vê de noite. Ele só está mais perto.

Todas as estrelas são feitas de gases. O Sol, que é uma estrela pequena é feito de dois gases: Hidrogênio e Hélio. Esses gases são bastante comuns aqui na Terra, mas no espaço funcionam de um modo bem diferente, devido à Fusão Nuclear, que é quando os gases se juntam misturando-se. As estrelas maiores podem conter mais gases em sua composição.

Existem estrelas de muitas cores, principalmente azul e vermelha. A diferença das cores se dá pela composição, mas principalmente pela idade de cada uma. Toda estrela nasce em algum ponto e depois acaba. Isso mesmo, nascem e morrem. As estrelas mais jovens são de cor azul, mas ao longo do tempo, elas mudam a coloração, vão ficando vermelhas. O Sol tem uma cor amarela alaranjada porque ele não é uma estrela nem velha e nem nova. O Sol, nosso astro rei, já viveu cinco bilhões de anos e ainda vai viver mais quatro bilhões... Está na metade da vida. Depois desse tempo, ele, como toda estrela, irá acabar.


Quando uma estrela está próxima ao fim de sua vida, ela fica vermelha e começa a inchar, ficando muito maior do que é. Depois começa a encolher e fica branca. Primeiro vira uma gigante vermelha e depois uma anã branca. As estrelas menores perdem o brilho e as maiores explodem. O nome que se dá a esta explosão de uma estrela grande é Supernova. Quando uma estrela explode ela dá origem a outras estrelas pequenas.

No lugar onde existe o Sol, um dia existiu outra estrela muito maior, que explodiu e deu origem a outra estrela, que também explodiu e aí, sim, ele nasceu. Ele é de uma terceira geração, produto de duas explosões, por isso que é uma estrela pequena. Por exemplo, no fim de sua vida, o Sol crescerá muito, ficará enorme e provavelmente, por estar próximo ao nosso planeta, poderá até engolir a Terra, de tanto que crescerá. Mas, não explodirá, pois só as estrelas grandes explodem e seu tamanho não permite que isso aconteça, ele apenas diminuirá, depois ficará branco e não terá mais brilho. Mas, isso acontecerá só daqui a quatro bilhões de anos.

Temperatura do Sol A temperatura do núcleo do sol é de mais ou menos 15 milhões de graus célsius. À medida que a gente se afasta do núcleo a temperatura diminui. Aqui na superfície a temperatura é de 6 mil graus, o que ainda é bem quente, mas bem menos quente do que 15 milhões. As manchas pretas são as partes menos quentes. Tem temperatura de mais ou menos 2 mil graus célsius. Quando acontecem as explosões solares, são jogadas várias partículas para os planetas através do que é chamado de vento solar. O campo magnético impede que partículas do vento solar entrem na Terra desviando-as. Mas, nos Polos Norte e Sul, o Campo Magnético é um pouco mais aberto e as partículas entram pelos Polos, formando a Aurora Boreal no Polo Norte e a Aurora Austral no Polo Sul.


Sobre os astronautas e a lua Há 45 anos o homem pisou na lua. Foi no ano de 1969 que isso aconteceu. Esta é uma foto em tamanho real da pegada deixada na lua pelo astronauta Buzz Aldrin. Ele era o piloto do foguete Apollo 11, que tinha a bordo Neil Armstrong, outro astronauta muito conhecido. Mas, Buzz Aldrin foi quem recebeu a homenagem porque foi o primeiro piloto a conseguir pousar no satélite. Antes dele, nenhum piloto havia conseguido este feito, todas as missões Apollo chegavam próximas, mas não conseguiam pousar na lua. O personagem Buzz Lightyear, da animação Toy Story, foi inspirado neste astronauta. Buzz Aldrin está vivo e tem 84 anos.


Roupa de astronauta A roupa de um astronauta tem características especiais. O cilindro contém o oxigênio para que o astronauta possa respirar, pois na lua não tem oxigênio. O capacete tem uma viseira apropriada que serve para proteger da claridade que vem do sol. O calor e o frio são intensos. A temperatura na parte iluminada pelo sol, ou seja, a parte clara chega a 127 graus célsius, e na escura, chega a 200 graus negativos, portanto, a diferença da temperatura de uma parte para a outra é enorme e, por isso, a roupa tem que dar conta dessa mudança brusca.

A gravidade que existe na lua, é seis vezes menor do que a da Terra, por isso, quando os astronautas dão passos, seus pés demoram para tocar o chão. É muito difícil ficarem parados na lua, sendo assim, é necessário que a roupa pese mais de 200 quilos, mas a gravidade faz com que eles não sintam todo esse peso.


Além das atrações internas, há uma exposição logo na entrada do museu, com trens, aviões, charretes e outros maquinários. As peças que estão ao ar livre são do Museu de Tecnologia de São Paulo que foram transferidas para o Catavento Cultural.

Para quem tem tempo e gosta de ler, há muitas informações interessantes sobre os assuntos das seções.


O Catavento Cultural fica no Palácio das Indústrias, antiga sede da Prefeitura de São Paulo.

Anote aí: Espaço Catavento Cultural e Educacional Quando: De terça-feira a domingo, das 9h às 17h Onde: Parque D. Pedro II, São Paulo Quanto: R$ 6 - estudantes pagam metade do valor Site: http://www.cataventocultural.org.br/


ASSISTIMOS E INDICAMOS

Filme: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

Direção: Cao Hamburger Roteiro: Anna Muylaert, Claudio Galperin, Bráulio Mantovani, Adriana Falcão, Cao Hamburger País: Brasil Gênero: Drama Ano: 2006 É o ano de 1970, o Brasil vive uma época marcante: emoções da Copa do Mundo e sofrimento causados pela ditadura militar. A história gira em torno da vida de Mauro, um menino de 10 anos. Seus pais, militantes políticos, estão sendo perseguidos e precisam sair de “férias” por um tempo, assim, deixam o garoto com o avô, que falece no mesmo dia. Como um goleiro, rodeado por um monte de gente, mas que, na verdade, está sozinho na trave, Mauro também fica só e precisa aprender a se cuidar, se defender e conviver com uma cultura muito diferente da sua. É um filme muito especial cheio de cores, cenários, figurinos e carros típicos dos anos setenta, que nos faz voltar no tempo e embarcar nesta época. Foi uma das produções mais premiadas do Brasil.


Filme: O Fantástico Sr. Raposo Direção: Wes Anderson Roteiro: Baseado no livro de Roald Dahl País: Estados Unidos Gênero: Animação/Aventura Ano: 2009 Sr. Raposo, uma raposa elegante e muito esperta vive uma vida tranquila, cuida de sua esposa e de seu filho, escreve artigos para um jornal, tem amigos, enfim, vive normalmente. Mas, apesar de levar uma vida invejada por muitos, quer mudar em vários aspectos, então compra uma propriedade luxuosa, porém perigosa, pois se localiza em uma área de empresas rurais em que os donos não suportam animais, principalmente raposas. Mas, o Sr. Raposo adora sentir a adrenalina correndo em suas veias, por isso, se arrisca e todas as noites sai para fazer o que mais gosta: roubar aves. Na verdade, o que ele não consegue mesmo é fugir de seu instinto animal. Esta bela animação feita em stop-motion, tem cores vivas e, em sua maior parte, tons alaranjados, pois a história se passa no outono. A simetria é um recurso utilizado em diversas cenas e a movimentação de câmera é diferente e, em muitos momentos, tão próxima do rosto dos personagens que percebemos com facilidade as emoções expressadas por cada um. A história nos mostra que muitas vezes não conseguimos fugir dos nossos instintos, mas que é preciso entender que toda ação tem reação, que as atitudes podem ter consequências e por isso, é preciso pensar antes de agir.

Filme: O Mágico de Oz Direção: Victor Fleming Roteiro: Edgar Allan Woolf, Florence Ryerson, Noel Langley País: Estados Unidos Gênero: Musical/Aventura/Fantasia Ano: 1939 Dorothy, uma menina órfã criada por seus tios, vive em uma fazenda. Certo dia, um ciclone abala o lugar onde mora e leva sua casa para um mundo mágico, a Terra de Oz. Neste lugar a menina encontra muitos personagens, entre eles, bruxas boas, más e anões. Dororthy gosta daquele lugar colorido e cheio de encantamentos, mas quer voltar para o seu lar. Como não sabe o caminho de volta, é instruída pela bruxa boa a seguir pela estrada dos tijolos amarelos, que a levará à Cidade das Esmeraldas, onde encontrará o Mágico de Oz, que lhe dará a resposta. Dorothy começa a sua viagem e no caminho, faz três grandes amigos que seguem com ela porque também buscam realizar desejos: o Espantalho, deseja ter um cérebro, o Homem de Lata, deseja ter um coração e o Leão, deseja ter coragem. Esta viagem revela aos personagens algo muito valioso: devemos passar pelas experiências para aprendermos com elas e que o melhor lugar do mundo é o nosso lar.


De sua imaginação, já saíram personagens que encantaram muita gente. Esteve à frente de trabalhos de grande importância para a TV e o cinema brasileiro:

Castelo Rá-tim-bum, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, Xingu, são alguns dos muitos trabalhos realizados pelo diretor

Cao Hamburger, que

acaba de lançar a nova série Que Monstro te Mordeu? Leia a seguir a entrevista que fizemos e aproveite você também para entrar no mundo imaginário de Cao Hamburger.


A.C. O seu nome é muito diferente dos nomes brasileiros. De onde ele vem? C.H. A parte mais estranha, que é o “Hamburger” é de verdade. É um sobrenome alemão. Meu pai nasceu na Alemanha e veio pro Brasil com três anos. E lá na Alemanha tem uma cidade que se chama Hamburgo e também tem um rio que se chama Hamburgo. Hamburger quer dizer “os caras que navegam no rio Hamburgo”. Na Alemanha esse nome não é estranho. Quando meu pai era da idade de vocês não tinha sanduiche hambúrguer, mas quando eu nasci, hambúrguer já era um sanduiche, então, quando eu tinha a idade de vocês, os amigos tiravam sarro, mas, aí eu fui me acostumando. Deve ter sido engraçado para o meu pai, de repente, começar a surgir um sanduiche com o nome dele. É igual, começar a surgir um sanduiche com o nome de vocês... (Ele pergunta para uma integrante do grupo) Como é o seu sobrenome? (Ela responde: Cerqueira) É como se Cerqueira começasse a se tornar o nome de um sanduiche... De repente tem X Cerqueira em cada esquina... Imagina?! (risos). E Cao é apelido de infância porque meu nome é Carlos. Quando eu era pequeno as minhas irmãs me chamavam de Cao, Cacau... E aí, ficou. A vantagem é que ninguém esquece.

A.C. Todo mundo quando é criança tem um sonho de se tornar um profissional. Qual era o seu sonho de criança? C.H. Minha mãe dizia que, quando eu era bem pequeno, com uns 4 ou 5 anos, eu falava que queria ser pai. Bom, pai eu já sou. Mas, eu não me lembro muito bem de querer uma profissão. Acho que, como a maioria dos meninos, eu queria jogar futebol. Eu jogava no gol. Queria ser músico também, até estudei. Tive aula de violão, tive banda, mas eu não era muito bom músico, era meio desafinado.

Entrevista realizada por Allyson Chaves, Andressa Cavalcanti Belisario, Ana Luiza de Souza, Everton Arruda Santos, Iasmyn Luiza Pereira, Luciana Campos, Sther Cerqueira Bispo, Thalia Nicoly Pereira e Thiago Fernando S. Camargo


A.C. Sabemos que você dirigiu o filme Xingu, e que teve que passar um tempo na tribo indígena. Como foi essa experiência? C.H. Foi uma experiência muito legal! Eu fui três vezes pra lá, duas vezes antes de fazer o filme e depois mais uma. Viver com eles foi a parte mais legal. Fiquei 20 dias. Dormia na oca, na rede. Foram os índios brasileiros que inventaram a rede, vocês sabiam? E eu acho que é a melhor cama do mundo. A gente pode tirar, dobrar e levar pra onde quiser. Depois de umas duas noites dormindo numa rede, eu já estava totalmente acostumado. Foi muito legal porque é como se eu tivesse conhecido uma civilização muito diferente da nossa. Claro, em muitas coisas eles são iguais, por exemplo, eles são muito alegres, a relação com a família, pai, mãe, filhos, avós, tem muito respeito, os mais velhos que ensinam os mais novos... Essas coisas são muito parecidas, mas, eles valorizam o respeito pelo mais velho mais do que a gente. Eles têm uma visão do mundo diferente da nossa, porque eu não sei quando, mas parece que a nossa civilização começou a achar que o ser humano está separado da natureza, que o homem é mais importante. Que a gente é uma coisa e a natureza é outra. Que a gente está na cidade e a natureza está em outro lugar. Os índios, não. Eles consideram que é tudo uma coisa só. Nem tem uma palavra que se refere à natureza. O mundo é uma coisa só, o humano está inserido, faz parte desse mundo. Então, o ser humano pra eles é tão importante quanto o rio, a árvore, a onça, a chuva, a pedra... É uma visão de mundo mais interessante. Achar que o ser humano é mais importante do que o resto, faz com que as pessoas façam muitas bobagens. Esse tipo de experiência, onde você encontra gente tão diferente, parece que serve como um espelho para você olhar pra você mesmo e perceber que muitas coisas podem ser feitas de outra maneira, podem ser melhoradas. Então, foi uma experiência muito rica.


A.C. Como foi a preparação para este trabalho? C.H. Me preparei durante uns dois anos, lendo muito, pesquisando, conversando com muita gente, viajando bastante, indo lá. Foi uma preparação grande para tentar entender.

A.C. Do que você não vai esquecer dos dias que passou com os índios? C.H. O que eu não esqueço mesmo é dormir na rede, no silêncio da oca, que é uma casa de palha. Sabe o que eu percebi? Lembram da história d`Os Três Porquinhos, em que um faz uma casa de palha, o outro de madeira e o que é considerado o mais prático, faz a de tijolos? A gente sempre acha que a de tijolo é a melhor, não é?! Eu percebi que a de palha é muito melhor. É muito mais gostosa, mais arejada e, dizem que ela é mais frágil, mas é bom que seja mais frágil porque quando ela começa a ficar velha, eles podem derrubar, construir outra e ter uma casa novinha. Pode mudar de lugar se aquele lugar não está muito legal e ir para outro melhor. Esse jeito que a gente constrói uma casa e fica morando a vida inteira nela... Pra quê? Casa de palha é muito mais legal! Outra coisa é o banho, a gente aprendeu a tomar banho com os índios. Os portugueses chegaram aqui sujos, cheio de roupas, fedidos, com piolho. Os índios são muito limpos, muito mais que a gente. Tomam banho no mínimo duas vezes por dia, primeiro de manhã bem cedinho, antes do sol nascer. Fazem questão do banho da manhã e ficam bravos com os que são mais preguiçosos e não querem levantar pra ir. Eles dizem que tem que tomar no rio porque é importante o banho frio cedinho para começar bem o dia. E neste lugar onde eu fui, eles vivem sem roupa. Quando a gente está lá, eles até põem algumas roupas, os homens vestem shorts, as mulheres, vestidos, mas eles vivem normalmente sem roupa. Mas, falam que nós não podemos ficar pelados porque como não estamos acostumados, podemos nos machucar. A cultura indígena é muito interessante. A gente devia dar mais atenção.


A.C. Assistimos “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” e gostamos muito. O que te inspirou a contar uma história com tantos elementos diferentes, ditadura, Copa do Mundo, judeus, criança? C.H. Eu me inspirei em um livro chamado Minha Vida de Goleiro, de Luiz Schwarcz. Um livrinho pequeno para crianças, de uma coleção da Cia das Letras, onde cada autor conta um pouco da sua vida. Neste livro o Luiz Schwarcz, que é judeu, fala sobre a infância dele... Sobre os pais que vieram para o Brasil fugindo do nazismo, sobre ele ser goleiro... Ele só não fala muito da ditadura. Mas, quando eu li aquele livrinho, eu percebi que dava pra misturar bastante coisas. A inspiração foi essa. Se a gente pensar em tudo que acontece na nossa vida, vai perceber que é sempre tudo muito misturado, né?! Muitas vezes, a gente vai separando só pra entender melhor cada coisa. E nesse filme a gente resolveu colocar tudo junto.

A.C. Existe diferença para dirigir criança e adulto? C.H. Um pouquinho. No caso das crianças que eu já dirigi, normalmente, era a primeira vez que elas atuavam, então era um pouco diferente de um ator profissional, mas quando o menino já é ator ou a menina já é atriz, não é muito diferente, não.


A.C. O Castelo Ra-Tim-Bum foi uma série de muito sucesso da TV e você foi um dos criadores e até dirigiu o filme. Você acha que é possível surgir uma nova versão do Castelo algum dia? C.H. O Castelo foi feito há vinte anos... Vocês não eram nem nascidos. É muito legal ele ter sobrevivido até agora, as pessoas lembrarem e ainda assistirem. Foi muito bacana fazer este programa e até seria possível fazer uma nova versão, mas, o mais legal é sempre fazer coisas novas.


A.C. Você já realizou muitos trabalhos. De qual deles você sente mais saudade? C.H. Eu não sinto muita saudade dos trabalhos, eu gosto de pensar nos próximos. Às vezes, eu nem assisto muito os que eu já fiz, justamente pra não ficar pensando no que foi feito ou poderia ter sido... Porque aí você não vai pra frente. Eu acho que um jogador de futebol também é assim... O cara não pode ficar pensando: “Uau! Que golaço que eu fiz!” ou “Nossa, que chato! Fiz um gol contra”... Ele tem é que pensar no próximo jogo, né? (risos) É legal pensar em coisas novas.


A.C. O que mais te fascina em sua profissão? E o que é mais difícil? C.H. O que mais me fascina é quando eu estou criando. Quando penso em como vai ser o personagem e o mundo dele. Porque neste tipo de trabalho, a gente cria muitos mundinhos diferentes e essa é a parte que eu mais gosto, quando a coisa está sendo inventada. E o que é mais difícil é conseguir fazer acontecer o que você pensou. Porque quando se está fazendo, é preciso tomar muitas decisões, quem será o ator que irá interpretar o personagem, onde e como vai ser a casa dele, como será a maneira que ele irá falar, entre muitas outras coisas. Então, se você não tiver muito concentrado para tomar essas decisões, o seu personagem pode ir criando uma vida que não é muito aquela que você pensou. Então, depois do momento que ele foi criado na sua cabeça para chegar até o final, é a parte mais difícil. Outra coisa difícil é você pensar no trabalho, fazer tudo o que tem que ser feito, até chegar a estreia, depois... Acaba. Aí, você tem que esquecer e começar tudo de novo, tem que pensar em outro, fazer um esforço enorme outra vez e seguir sempre assim.

A.C. Se você não fosse diretor, o que você gostaria de ser? C.H. Eu seria músico, mas sou péssimo em música. Tocava guitarra, baixo e tentava cantar também, mas sou muito desafinado (risos).


A.C. A gente sempre quando vai fazer algum trabalho e mesmo em nossas brincadeiras, a gente sempre se inspira em alguma coisa. Para fazer seus trabalhos, você também se inspira em outras coisas? C.H. A gente sempre se inspira em alguma coisa. Sempre tem as referências das coisas que a gente assistiu, das coisas que a gente leu. As referências estão dentro de você e vão sair de um outro jeito. O apresentador Chacrinha sempre dizia: “Nada se cria, tudo se copia”. É um pouco exagerado, mas tem isso mesmo, as criações sempre são fruto do que lemos, do que vimos, às vezes, mesmo sem a gente se dar conta. Pintores, escritores, artistas, como um todo, sempre vão criar a partir de coisas que conhecem.

A.C. Em que momento do dia você mais se inspira? C.H. Não tem um momento certo. Essa coisa da inspiração depende de muito trabalho. Tem que estar sempre escrevendo, lendo, trocando ideias. E pensar bastante. Por ficar o tempo todo pensando, eu sou até um pouco distraído, meus filhos até ficam bravos comigo no trânsito... Eles dizem que eu pareço uma lesma, mas é porque eu sempre estou pensando e vou anotando as ideia que eu tenho. Quando se tem muitas ideias, é preciso selecionar, perceber onde ela cabe ou guardar para um próximo projeto. A gaveta é cheia de ideias também. A gente costuma dizer que para uma boa ideia é 99% de transpiração, ou seja, trabalho, e 1% de inspiração.


A.C. Que dica você daria para alguém que quer seguir a carreira de diretor de cinema ou televisão? C.H. É essencial ler muito para saber contar histórias porque você tem que entender como se conta uma história. Outra coisa é procurar outras pessoas que também gostariam de fazer o mesmo que você, principalmente no começo é importante você procurar a sua turma, pra fazer juntos. Nem que seja um amigo ou dois... Porque este tipo de trabalho nunca se faz sozinho, é sempre com muita gente.


A.C. Você estreou Que Monstro te Mordeu, uma nova série na TV Cultura? Conta pra gente um pouco deste trabalho. C.H. É uma série que tem muitos bonecos, atores humanos e animação. A ideia principal é que toda vez que uma criança desenha um monstro, esse monstro cria vida no Monstruoso Mundo dos Monstros. Chama-se Que Mostro te Mordeu? porque este monstro que foi desenhado, chega neste lugar e encontra outros monstros que já moram lá. Aí, ele bagunça a vida de quem já está. Por exemplo, se a criança desenha um monstro que come palavras, quando ele cria vida, vai comer todas as palavras que tem no Monstruoso Mundo dos Monstros e todo mundo vai ficar mudo. A personagem principal é a Lali Monstra, que é uma menina metade humana e metade monstra. Os monstros deste mundo tem medo dos humanos. Primeiro eles acham que os humanos não existem, mas tem medo mesmo assim, igual a gente com os monstros, mesmo sabendo que eles não existem, muita gente tem medo, não é?! Então, quando a Lali chega no Monstruoso Mundo, eles acham que ela é humana e ficam morrendo de medo, aí descobrem que ela é metade humana metade monstra. A série, fala sobre sentimentos e medos humanos, convivência em grupo... Entre outras coisas. Os monstros representam os medos que todos nós sentimos e os mistérios que não compreendemos.

A nova série Que Monstro te Mordeu?, estreou no dia 10 de novembro, na TV Cultura às 11h30 e 19h30 na TV Cultura, e às 13h30 e 20h30 na TV Rá Tim Bum.


Os personagens, o figurino e a maquiagem de Lali, foram desenhados pelo estilista, designer e diretor de criação Jum Nakao, que se inspirou em elementos próximos da vida das crianças.

De forma bem humorada e divertida, os personagens terão que aprender a lidar no "Monstruoso Mundo dos Monstros".

Além da exibição na TV, outros 50 capítulos inéditos com menor duração, estarão na internet em um canal no Youtube: http://www.youtube.com/channel/UCsn35hcLYJjqox1xwkOicNA https://www.facebook.com/quemonstrotemordeu


MAFAL

UMA MENINA DE

PESQUISA COLETIVA REALIZADA PELAS TURMAS DO ATEL

O AUTOR E A HISTÓRIA

EM 1963, JOAQUIM SALVADOR LAVADO TEJÓN, JORNALISTA E ESCRITOR ARGENTINO, MAIS CONHECIDO COMO QUINO, CRIOU MAFALDA, UMA PERSONAGEM DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. NA ÉPOCA, QUINO HAVIA DESENHADO A PEQUENA PERSONAGEM EM UMA TIRA PARA A PUBLICIDADE DE UM ELETRODOMÉSTICO. MAIS TARDE ADAPTOU A TIRA CRIANDO CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE DA GAROTINHA. DURANTE DEZ ANOS, QUINO MOSTROU SUA VISÃO SOBRE O MUNDO ATRAVÉS DE SUA PERSONAGEM. DEPOIS DESSE TEMPO O CARTUNISTA E ESCRITOR CHEGOU A CONCLUSÃO DE QUE PRECISAVA MUDAR, BUSCAR NOVOS DESAFIOS, ALÉM DE QUERER MAIS TEMPO PARA SUA VIDA PESSOAL. ENTÃO, EM 1973 PAROU DE DESENHAR AS TIRAS DE MAFALDA.


LDA,

E 50 ANOS

LIÊ MATÉRIA-PRIMA NO AR - CULTURA DIGITAL

A PERSONAGEM

MAFALDA É UMA MENINA DE SEIS ANOS, DE CLASSE MÉDIA, MORA COM SEUS PAIS, NÃO GOSTA DE TOMAR SOPA, ADORA OUVIR BEATLES, TEM UMA TURMA DE AMIGOS E UMA VISÃO CRÍTICA SOBRE O MUNDO. ELA NÃO SE CONFORMA COM DESIGUALDADE SOCIAL, COM INJUSTIÇAS, COM PROBLEMAS ECONÔMICOS, CORRUPÇÃO DOS POLÍTICOS, PROBLEMAS DO MEIO AMBIENTE E GUERRAS. EM 1964, A MENINA QUESTIONADORA FICOU FAMOSA EM SEU PAÍS, A ARGENTINA, E LOGO DEPOIS, SUA FAMA SE ESPALHOU POR TODO O MUNDO. MAIS DE QUATRO DÉCADAS APÓS A ÚLTIMA TIRA TER SIDO ESCRITA, A MENININHA, QUE ESTÁ ENTRE AS 10 PERSONAGENS MAIS CONHECIDAS DA ARGENTINA, CONTINUA SENDO ATUAL, POIS OS ASSUNTOS QUESTIONADOS POR ELA, INFELIZMENTE AINDA SÃO MUITO PRESENTES EM MUITOS LUGARES DO MUNDO.


MAFALDA, UMA MENINA DE 50 ANOS


O UNIVERSO DE MAFALDA A FAMÍLIA

OS PAIS: SÃO DE CLASSE MÉDIA, MAS ESTÃO MEIO FALIDOS. AMAM OS FILHOS MAFALDA E GUILLE. A MÃE, RAQUEL, ABANDONOU A FACULDADE PARA FORMAR UMA FAMÍLIA. VIVE FAZENDO TAREFAS DE DONA DE CASA E ESTÁ SEMPRE NA DÚVIDA SOBRE O QUE COZINHAR, POR ISSO, SEMPRE COZINHA SOPA. O PAI, ESTÁ SEMPRE PRESENTE NAS TIRINHAS, MAS SEU NOME NUNCA FOI FALADO. ELE TRABALHA EM UM ESCRITÓRIO E PAGA AS CONTAS DE CASA. GOSTA MUITO DE PLANTAS E, GERALMENTE, NÃO SABE DAR RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS DE MAFALDA. OS DOIS TOMAM CALMANTE. GUILLE: É O IRMÃOZINHO DE MAFALDA, UMA CRIANÇA TRAVESSA, INOCENTE E ESTÁ NA FASE DE DESCOBERTA DO MUNDO AO SEU REDOR. GOSTA DE RABISCAR A PAREDE, GOSTA DE SUA CHUPETA, DE ASSISTIR TELEVISÃO E ADORA A ATRIZ BRIGITTE BARDOT. ELE É O ÚNICO PERSONAGEM QUE CRESCE DE UMA HISTÓRIA PARA OUTRA.


OS AMIGOS MAFALDA TEM CINCO AMIGOS: FELIPE, MANOLITO, SUSANITA, MIGUELITO E LIBERDADE. ALGUNS SEMPRE APARECEM EM SUAS HISTÓRIAS, JÁ OUTROS, SURGIRAM DEPOIS DE ALGUNS ANOS.

FELIPE: É UM MENINO SONHADOR, TÍMIDO E GOSTA DE LER HISTÓRIAS DO “CAVALEIRO SOLITÁRIO” E BRINCA IMAGINANDO QUE É ESTE PERSONAGEM. NÃO GOSTA DE ESTUDAR E, MUITO MENOS, DE FAZER LIÇÃO DE CASA. É INTELIGENTE, APESAR DE PREGUIÇOSO.

MANOLITO: FILHO DE DONO DE ARMAZÉM, SÓ PENSA EM DINHEIRO., MUITO DECIDIDO, TEM CERTEZA QUE QUANDO CRESCER SERÁ DONO DE UMA GRANDE REDE DE SUPERMERCADO. É UM POUCO BRUTO. SÓ VAI BEM NA AULA DE MATEMÁTICA PORQUE GOSTA DE CONTAR DINHEIRO. DETESTA OS BEATLES, A BANDA PREFERIDA DE MAFALDA.


SUSANITA: O SEU MAIOR SONHO NA VIDA É CRESCER E SE TORNAR MÃE DE MUITOS FILHOS. QUER CASAR COM UM HOMEM BONITO E, PRINCIPALMENTE, RICO. É TAGARELA, FOFOQUEIRA, MUITO EGOÍSTA E NÃO SE PREOCUPA COM OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE.

MIGUELITO: É SONHADOR, COSTUMA SE ACHAR O CENTRO DAS ATENÇÕES, POR ISSO, É UM POUCO EGOÍSTA. NÃO QUER CRESCER, MAS FICA NERVOSO QUANDO NÃO É NOTADO PELO FATO DE SER PEQUENO.

LIBERDADE: É UMA MENINA BEM PEQUENA, FILHA DE PAIS ESTUDIOSOS, APRENDEU DESDE CEDO A PENSAR E QUESTIONAR O MUNDO EM QUE VIVE. NÃO GOSTA DE SER JULGADA PELO SEU TAMANHO. ACHA AS PESSOAS MUITO COMPLICADAS E, POR ISSO, PERDE A PACIÊNCIA E FICA NERVOSA. SUA CASA É BEM PEQUENA COMO ELA, MAS MESMO ASSIM, TEM ESPAÇO PARA MUITOS LIVROS E PÔSTERES DE PARIS, POIS SUA MÃE É TRADUTORA DE FRANCÊS.


LIVRO: TODA MAFALDA ESTA EDIÇÃO CONTÉM TODAS AS TIRINHAS PUBLICADAS POR QUINO DURANTE DEZ ANOS. MARTINS EDITORA

QUINO COM SUA PERSONAGEM EM BUENOS AIRES—ARGENTINA


EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA PERSONAGEM DE QUINO, A PRAÇA DAS ARTES, EM SÃO PAULO, RECEBER Á EM DEZEMBRO A EXPOSIÇÃO O MUNDO DE MAFALDA, QUE JÁ PASSOU PELA ARGENTINA, MÉXICO, CHILE, COSTA RICA E TERMINARA NO BRASIL.

ANOTE AÍ: EXPOSIÇÃO: O MUNDO DE MAFALDA QUANDO: A PARTIR DE DEZEMBRO ONDE: PRAÇA DAS ARTES AVENIDA SÃO JOÃO, 281 CENTRO - SÃO PAULO


A poesia é uma forma de escrever sobre nossas emoções, nossos sentimentos. A Poesia Concreta surgiu com o Concretismo, movimento que nasceu na Europa na década de 1950, que pretendia incorporar a linguagem geométrica a um objeto artístico, seja ele um quadro ou uma poesia. Assim, manifestou-se nas artes como um todo: música, pintura, escultura, arquitetura, e também na literatura.

Décio Pignatari

É uma poesia visual, onde a estrutura do texto escrito comunicará preenchendo o espaço com palavras e fazendo surgir formas, ritmo, sons. É uma poesia dinâmica, que brinca com a montagem das palavras. Não possui a preocupação tradicional de começo, meio e fim e permite possibilidades múltiplas de leitura.


No Brasil, três poetas foram muito importantes para divulgar as ideias concretistas, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Este grupo de poetas produziam grandes obras na década de 1950.

Um de seus trabalhos era a publicação de uma revista que se intitulava Noigandres. Foi na edição número 2 desta revista que surgiu pela primeira vez o título Poesia Concreta. A partir daí, passaram a influenciar e até hoje continuam influenciando outros poetas, assim como propagandas, diagramação e canções.

Augusto de Campos


Pulsar Poema de Augusto de Campos.

Clique no link abaixo e assista à animação feita em 1984 por Paulo Barreto sobre a apresentação gráfica original do poema musicado por Caetano Veloso. O vídeo foi premiado no III Vídeo Brasil. http://www.youtube.com/watch?v=LgE0UuWTtas#t=43

O que Poema de Arnaldo Antunes Gravado pela banda Titãs no álbum Cabeça Dinossauro

Para ouvir, clique no link abaixo: http://www.youtube.com/watch?v=Ob0DHvhcJ-U#t=75


Arnaldo Antunes

Ronaldo Azeredo

Paulo Leminski

Augusto de Campos


Bruno S. Salvador

Gabriel Calixto Nunes

Victor Hugo O.de Jesus

Everton Ar


Raiany Siqueira Pereira

Thalia Nicoly Pereira Laura Isabella Fonseca

rruda Santos

Gabriel Calixto Nunes Ana Luiza de Souza


O estudo sobre Poesia Concreta e suas interferências no cotidiano foi realizado no Ateliê Arte na Cidade, sob a orientação do educador Gabriel Daher. A partir deste estudo, criamos as nossas próprias poesias e produzimos moldes tipográficos para serem utilizados na pintura em mural (Fotos). As informações escritas foram organizadas no Ateliê Matéria Prima no Ar-Cultura Digital por Aline Silva de Almeida, Camila Stefanie de Souza, Milleny Vitória Fernandes e Sther Cerqueira Bispo, sob a orientação da educadora Renata Melo.











Hélio Diretor: Anders Walter Roteiro: Anders Walter e Christian Gamst Miller – Harris País: Dinamarca Gênero: Drama Ano: 2013 Duração: 23 minutos Este curta-metragem conta a história da amizade entre um menino que sofre de uma doença incurável e um funcionário do hospital, onde ele está internado. Enzo, o funcionário, pelo fato de ter perdido um irmão ainda criança, se sensibiliza com a situação de Alfred, o menino em estado terminal. Ao perceber que Alfred gosta de balões, Enzo se inspira no gás Hélio, que faz os balões flutuarem e inventa uma história de um lugar leve e feliz, onde é possível andar, correr, brincar, encontrar pessoas que já se foram, flutuar. A medida em que cada parte da história é contada, cresce a amizade entre os dois e a esperança do menino em conhecer o novo mundo, flutuante e mágico. A técnica da computação gráfica, traz uma beleza especial ao filme, que ganhou o Oscar na categoria de melhor curta-metragem de 2014.

Para assistir ao curta, clique no link: http://www.youtube.com/watch?v=CxezNwyoS4k


Cordas Direção: Pedro Solis Garcia País: Espanha Gênero: Animação Tempo: 10 minutos

A linda história fala sobre a amizade entre duas crianças, Maria, uma menina esperta e gentil, e seu colega de classe, que tem paralisia cerebral. As brincadeiras entre os dois se centraliza em uma corda, objeto que os liga e ajuda o garoto a se movimentar. Maria acredita que um dia seu amigo irá andar, falar, correr e brincar como as outras crianças, então se dedicava a ser a melhor “treinadora” de seu amigo. O curta foi inspirado nos filhos do próprio autor Pedro Sólis. Sua filha, apaixonada pelo irmão, cuidava e brincava com ele o tempo todo com carinho e muita dedicação. Este filme recebeu o Prêmio Goya 2014, na categoria Curta-Metragem de Animação. Para assistir ao curta, clique no link: http://portugalglorioso.blogspot.com.br/2014/02/cordas-o-melhor-filme-de-animacao.html

Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo Direção: Evandro Salles e Marta Roth País: Brasil Gênero: Animação Tempo: 9 minutos

Um menino, um grande quintal, natureza, brinquedos construídos, brincadeiras com palavras... Estes são os elementos desta história cheia de sensibilidade. Baseado em poemas de Manoel de Barros, este filme fala sobre infância, imaginação e simplicidade. “A História da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo”, é pura poesia.

Para assistir ao curta, clique no link: https://www.youtube.com/watch?v=a-HDwM3jebY


VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM PARKOUR? Parkour é uma técnica de movimentação que consiste em ir de um ponto a outro da forma mais eficiente, rápida e segura superando obstáculos urbanos utilizando apenas o corpo como ferramenta.

No começo era chamado de Le parkour, mas atualmente, apenas Parkour. Os praticantes são chamados de traceurs, no masculino e traceuse, no feminino. A técnica exige muita agilidade para saltar, escalar muros altos, se equilibrar em corrimões, tomar impulso para se jogar na parede, subir em árvores, postes ou qualquer apoio vertical, sempre mudando de direção com rapidez. O cálculo do salto deve ser feito com precisão e os braços são fundamentais para balancear o corpo e evitar qualquer deslize. Pousar o braço em um ângulo perfeito e amortecer quedas evita menos tombos, contusões e pancadas.


A PRÁTICA DO PARKOUR Esta prática exige muita disciplina, concentração e dedicação, até que o praticante adquira confiança no movimento que se propõe a fazer, pois se não houver muito treino, o risco de se machucar pode ser grande. Qualquer pessoa pode praticar desde que tenha um bom preparo físico, consciência corporal e percepção de distância. Os movimentos atléticos e radicais são parecidos com os das competições esportivas e, como qualquer modalidade esportiva, quanto mais se pratica, mais se aprende até que os movimentos se tornem automáticos. Na hora de praticar parkour, é necessário estar com um bom tênis antiderrapante e com roupas leves. No parkour não existe competição e rivalidade. Não se deve praticar para impressionar ninguém e sim, para que o praticante supere seus próprios limites.

Por Allyson Chaves, Everton Arruda Santos, Janaina Santos da Cruz, Jhonata Luiz Araújo, Júlio César Gregório, Raiany Siqueira Pereira, Thalia Nicoly Pereira e Thiago Fernando S. Camargo


SURGIMENTO Surgiu na França, na década de 1980 quando o francês David Belle, junto com seus amigos, resolveu adaptar para áreas urbanas, técnicas militares de um treinamento de movimentação transmitido por seu pai, um ex soldado do Vietnã. Este treinamento foi inspirado em um método criado pelo francês Georges Hérbert, pioneiro em Educação Física e foi utilizado por soldados franceses na guerra do Vietnã para resgatar feridos. A técnica foi batizada na época como Le parkour - o percurso, em francês – que deriva do nome Parcours du Combattant, que se referia ao treinamento militar. Mais tarde passou a se chamar apenas Parkour.


Outro nome que se destacou na época do surgimento do parkour foi Sébastien Foucan. Ele lançou o documentário Jump London em 2003, quando apresentou o termo freerunning pela primeira vez. Ele explica que esta é uma modalidade do parkour que busca a liberdade de movimento, de expressão e de espírito. Elementos dinâmicos, como giros e movimentos da ginástica artística são utilizados nesta prática.

PARKOUR NO CINEMA Tanto Sébastien Foucan como David Belle, trabalharam em grandes produções de cinema, tornando o parkour cada vez mais conhecido. Entre outros trabalhos, Sébastien participou no filme 007 Cassino Royale , em 2006 e David Belle participou do filme13º Distrito - Ultimato , em 2009.

Entrevista com Sébastien Foucan (Discovery Channel) http://www.youtube.com/watch?v=57qMboXDM5E Entrevista com David Belle http://www.youtube.com/watch?v=wuv1kT6q2I4


BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE Aumento da resistência física; Previne problemas nas articulações; A atividade trabalha todos os grupos musculares em um mesmo treino; Perda de peso e gasto calórico; Desenvolvimento da percepção dos movimentos; Melhoria na postura geral e durante os movimentos; Melhoria das funções cardiorrespiratórias; Melhoria do equilíbrio muscular (simetria); Melhoria de força muscular e ganho de massa magra.


AULAS Entre nos links abaixo e saiba mais sobre aulas de parkour PARKOUR GENERATIONS www.parkourgenerations.com PARKOUR BRAZIL www.lepartanos.com ACADEMIA TRACER http://www.tracer.com.br/

Clicando nos links abaixo, você pode assistir ao Documentário Jump London exibido pelo Discovery Channel Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=PPQhnGq3UZo Parte 2- http://www.youtube.com/watch?v=tWJiMJ5Wn2g Parte 3 - http://www.youtube.com/watch?v=aXjm62qlyLE Parte 4 - http://www.youtube.com/watch?v=-nBdTEifu0Un Parte 5 - http://www.youtube.com/watch?v=_vd831Ptjs8


A Bienal de São Paulo

, um dos eventos mais

importante de arte da atualidade, completa a sua 31ª edição, reunindo obras de arte contemporânea que refletem o cotidiano da nossa sociedade. Estão expostos, em quatro pavimentos do pavilhão Ciccillo Matarazzo, cerca de 250 trabalhos de mais de cem artistas de 34 países. Questões de gênero, indígenas, ecológicas, urgências políticas, sociais e econômicas do mundo atual são abordadas com muita criatividade na mostra.

O título deste ano é bem diferente e nos chama a atençã um convite à imaginação para alterar o primeiro verbo da a partir de ações e intervenções que podem tornar prese Como falar sobre coisas que não existem Como viver coisas que não existem Como escrever sobre coisas que não existem Como usar coisas que não existem Como lutar por coisas que não existem Como imaginar coisas que não existem Como aprender sobre coisas que não existem

A lista dos verbos que podem ocupar o lugar das reticênc enorme e muito atraente.


ão: Como (...) coisas que não existem, a frase e refletir sobre transformações entes as coisas que não existem.

cias é

Vista geral do pavilhão. Ao fundo, o enorme painel “Nuvens Escuras do Futuro”, do artista Prabhakar Pachpute.

Por Andressa Cavalcanti Belisario, Ana Luiza de Souza, Gabriel Calixto Nunes, Iasmyn Luiza Pereira, Denilson Lima de Assis, João Victor Oliveira, Victor Hugo Oliveira


Para visitar a Bienal devemos estar com nossos sentidos aguçados, pois é como entrar numa floresta escura, onde quanto mais atentos estivermos, mais aproveitaremos a oportunidade de apreciar trabalhos de artistas de diferentes lugares do mundo e, a partir desta observação, refletir, questionar e discutir sobre o que vimos, pois, um dos papéis da Bienal é ser um instrumento de educação e inserção social. A cada edição, muitas pessoas visitam a exposição e, com isso, ampliam seu conhecimento e repertório sobre arte.

ARQUEOLOGIA MARINHA Artista: El Hadji Sy País: Senegal Obra sobre a viagem forçada de escravos atravessando o Atlântico ao longo dos séculos.

INFERNO Artista: Yael Bartana País: Israel Curta-metragem polêmico, que encena a destruição digital do Templo de Salomão. Uma crítica sobre até onde a religiosidade pode chegar.


O MAPA Artista: Qiu Zhijie País: China Mapa imaginário na entrada da exposição que comenta o mundo de hoje a partir de outros mundos possíveis... Pois, com um mapa, o desconhecido se torna visível e compreensível.

SEM TÍTULO Artista: Éder Oliveira País: Brasil Retratos de jovens anônimos estampados em páginas de jornais do Pará são transformados em pinturas gigantes nesta obra para mostrar que jovens negros e pobres que são considerados “criminosos” também são vítimas.

NUVENS ESCURAS DO FUTURO Artista: Prabhakar Pachpute País: Índia Desenhado com carvão, mostra montanhas com olhos e trabalhadores de minas de carvão.


CIDADES À BEIRA DO RIO Instalação com poemas, fotos e favos de mel que exalam seu perfume, narram histórias sobre o rio Nilo e abordam a desigualdade social. Artista: Anna Boghiguian País: Egito

A ÁRVORE-ESCOLA Livro produzido e apresentado pelo Grupo Contrafilé em parceria com Campus in Camps.


“É importante entender que arte não faz uma única coisa. Ela pode gerar diversos questionamentos. Por meio da arte, a gente pode mudar o mundo”. Pablo Lafuente Um dos curadores da 31ª Bienal

A turma do Matéria Prima no Ar- Ateliê Digital durante visita à 31 Bienal

ANOTE AÍ: QUANDO: Terça, quinta, sexta e domingo das 9h

às 19h; Quarta e sábado das 9h às 22h. ONDE: Pavilhão Ciccillo Matarazzo ENDEREÇO: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera, portão 3 TELEFONE:(11) 5576-7600). GRÁTIS. ATÉ 7/12.


Livro: Olhinhos de Gato Autora: Cecília Meireles Editora: Moderna Este livro é muito especial porque fala da infância da própria Cecília Meireles, grande escritora brasileira. A história é contada com lindas palavras de maneira detalhada dos lugares, cheiros e sensações vividos pela personagem. Pessoas adultas que leem esse livro, provavelmente voltam às lembranças de infância. Olhinhos de Gato é cheia de imaginação, vê as coisas à sua maneira e assim, descobre o mundo. Tudo é sempre ótimo para ela. Roupas antigas de um guarda-roupa representam pessoas de outra época, pessoas que já se foram. Assim, ela descobre o mundo. Use a sua imaginação e embarque você também nessa história. Dica de Camila Stefanie de Souza

Livro: O Tigre Autor: Kate DiCamillo Editora: Martins Fontes Este livro conta a história de um menino que sofre de uma doença incurável e do trauma por ter perdido sua mãe. Ele vive com o pai em um hotel onde não há crianças, além de tudo isso, ainda sofre bullying na escola. Certo dia conhece uma misteriosa garota que, na verdade, é mais parecida com ele do que imagina. Com o passar do tempo, eles acabam se tornando os melhores amigos. Ele lhe conta todos os seus segredos, até os mais secretos, como por exemplo, o do tigre que vê todos os dias preso em uma enorme jaula no bosque. Eles vivem muitas aventuras juntos e acabam percebendo que nada pode ficar enjaulado para sempre, nem pássaros, nem tigres e nem mágoas. Dica de Sther Cerqueira Bispo


Livro: O Cetro Dourado Autor: Julian Press Editora: Cia das Letras Esse livro conta quatro mistérios desvendados pela turma do Alcaçuz. Os enigmas são muito interessantes e exigem raciocínio para ler as pistas. Para saber se o leitor está prestando atenção mesmo, em cada página tem uma pergunta e ao lado, uma ilustração para tentar descobrir o caso. A cada parte lida, a nossa curiosidade aumenta, o que nos faz querer saber o fim da história. Para que quer ser um detetive, esse livro pode ajudar bastante. Dica de Milleny Vitória Fernandes

Livro: A Cor de Cada Um Autor: Carlos Drummond de Andrade Editora: Record Neste livro, todos os poemas e contos são muito legais, mas eu gostei em especial de um, que se chama A incapacidade de ser Verdadeiro, que conta a história de um menino que via as coisas de uma maneira diferente e acreditava no que via, mas quando falava com a sua mãe, ela ficava brava e o colocava de castigo porque achava que era tudo invenção . Um dia, a mãe leva o filho ao médico e o doutor constata que não havia nada a fazer, o menino era um caso de poesia. Dica de Raiany Siqueira Pereira


TRANSBORDANDO ARTE E CULTURA Ela tem uma extensa carreira na TV e no rádio. Sempre ligada no que está acontecendo no cinema, na literatura, nas artes plásticas e no teatro, sua vida transborda arte e cultura. Conversamos com Adriana Couto, a Didi, que além de ser uma das apresentadoras do programa Metrópolis, da TV Cultura, é uma mulher linda, inteligente, simpática e, agora, mãe.

A.C. Como foi a sua infância? A.C. Foi ótima. Eu passei a minha infância na Zona Leste de São Paulo, em Itaquera. Era uma família grande com muitas mulheres porque eu tenho três irmãs, duas menores que eu. A gente brincava muito, inventava muito... Éramos companheiras. A minha mãe tinha uma preocupação de não deixar a gente brincar muito na rua, então, ela estimulava as nossas brincadeiras, levava a gente em parques... E aí, eu e as minhas irmãs inventávamos muitas coisas em casa também. O nosso mundo era o nosso quintal. Foi uma infância muito feliz.

Entrevista realizada por Aline Silva de Almeida, Bruno da Silva Salvador, Camila Stefanie de Souza, Gabriel Calixto Nunes, Janaina Santos da Cruz, Jhonata Luiz Araújo, João Vitor Oliveira, Júlio César Gregório, Milleny Vitória Fernandes, Raiany Siqueira Pereira, Victor Hugo O. de Jesus


A.C. Como você começou a sua carreira como apresentadora de televisão? A.C. Eu comecei como apresentadora no Canal Futura, no Rio de Janeiro. Trabalhei neste canal durante três anos. Antes, trabalhei numa outra TV educativa, aqui em São Paulo, que é a TV Sesc/Senac. Antes disso, trabalhei na Rádio CBN, que foi onde eu realmente comecei, mas, nessa época, eu era Repórter Junior. Como apresentadora, foi o seguinte, o pessoal do Canal Futura tinha visto o meu teste e me chamaram para apresentar um telejornal. Foi ótimo começar como apresentadora no Futura porque é um canal que trata de temas que eu gosto muito que é educação e cultura, então foi um local onde eu me desenvolvi bastante. Foi um privilégio. O jornal que eu apresentava era o Jornal Futura e era ao vivo. Ia ao ar de segunda a sexta-feira. O nosso principal foco eram os professores, mas, é claro, alguns alunos também assistiam ao jornal. Tinha uma pegada bastante crítica. A gente sempre analisava a notícia e buscava dar bastante informações para o professor levar para a sala de aula. Então essa foi a minha primeira experiência como apresentadora. Foi legal porque era ao vivo e “ao vivo” é uma coisa que eu amo porque fico imaginando que eu estou conversando com algum amigo em casa. E pra mim, apresentar um programa, passar informação, é um pouco isso, conversar com algum amigo que está na minha casa.


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A turma do ateliê durante entrevista via Skype com Adriana Couto

A.C. Sabemos que o programa Metrópolis é feito ao vivo. O que você sentiu na primeira vez que apresentou este programa? A.C. O programa Metrópolis hoje, não é exatamente apresentado ao vivo. A gente grava como se fosse ao vivo no meio da tarde para ir ao ar à noite e não tem nenhum tipo de edição. Mas, quando eu entrei para apresentar, ele era ao vivo. Era transmitido um pouco depois do Jornal da Cultura, que eu apresentava. Então, um dia, um dos apresentadores estava doente e, por acaso me chamaram para substituí-lo... Foi nessa condição que eu entrei no Metrópolis. Foi uma emoção muito grande porque é um programa que eu sempre assisti. Eu tenho quarenta anos e quando era adolescente, eu já assistia. Na década de 80, não tinha internet pra ajudar na divulgação de livros, de cantores, de artes plásticas... E o Metrópolis sempre foi esse espaço na televisão em que a gente sabia que podia ter informações sobre cultura, além da cultura de massa. Naquele dia, eu apresentei o Jornal e logo tinha que entrar ao vivo no Metrópolis. Eu fiquei apresentando por três dias, feliz por poder participar um pouco dessa história. Aí, gostaram tanto que me fizeram uma proposta pra ficar no programa. Como eu já tenho toda essa carga emotiva com o Metrópolis e tinha muita vontade de trabalhar efetivamente com cultura, eu aceitei. Então, o meu primeiro dia foi para substituir alguém, eu entrei nervosa, mas muito feliz, acho que isso fez diferença.


A.C. O Metrópolis é um programa de arte e cultura. Quais são os temas que você mais curte apresentar e as pessoas que você mais gostou de entrevistar no programa? A.C. Eu gosto muito de literatura. Tenho muitos livros, leio bastante. Já tive a oportunidade de entrevistar grandes escritores. Então, este é um assunto que eu gosto de falar. Também gosto de artes plásticas e música. Tem uma pessoa que eu achei o máximo ter entrevistado, aliás, já entrevistei duas vezes... Que é o Milton Nascimento. Eu adoro ele! Na primeira vez, fiquei nervosa, mas depois deu tudo certo. Outro que eu fiquei feliz por ter entrevistado foi o Gilberto Gil, que é um cara que eu gosto demais também, admiro, acho inteligente. Há pouco tempo entrevistei um músico etíope que se chama Mulatu Astatke, que tem uma música muito interessante. Sou fã dele. Eu, como jornalista e mulher negra, sempre busco referências de personalidades negras. Como existe muito preconceito, quando eu vejo pessoas negras servindo de inspiração, eu fico muito feliz. Também adorei entrevistar, o Emicida, o Criolo... Sempre foram conversas bem legais.

A.C. Em uma pesquisa, a TV Cultura ganhou em segundo lugar como o canal de TV que tem a melhor programação do mundo. Trabalhando nesta TV, o que você sentiu quando soube deste resultado? A.C. A TV Cultura tem uma história muito grande. Quando ela foi escolhida como um destaque de programação de qualidade no Brasil, eu fiquei muito feliz por fazer parte desta história. Principalmente por saber que, mesmo estando um pouco na contramão, mesmo não tendo uma audiência muito grande ou não tendo um destaque nos veículos impressos, este trabalho é importante. É um trabalho de formiguinha, mas tem alguém que presta a atenção e que se beneficia dele... E eu acho que todo mundo que trabalha na TV não pode perder este foco. As pessoas que trabalham na TV Cultura tem essa preocupação, mas a gente não tem muitos recursos, não tem tanta verba, não é muito assistido... E se bobear, é até por causa disso que tem que ter mais criatividade. Por não ter compromisso com patrocinador, a liberdade também é maior. Então, ver nesta pesquisa que a TV Cultura foi bem avaliada, quer dizer que a gente está no caminho certo. Vale a pena fazer o nosso tipo de jornalismo, fazer programas de entretenimento, pensar em cultura, de uma forma diferente das outras TVs.


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Adriana Couto durante entrevista via Skype

A.C. Quando você está apresentando ou fazendo uma entrevista percebemos que você fala com muita segurança, muita propriedade sobre o que está falando. Como você se prepara? A.C. Primeiramente muito obrigada! Eu fico muito feliz com o elogio e a observação. Eu não chamo nem de preparação, eu chamo de estudo. Eu estudo bastante. Nunca vou para uma entrevista sem estudar. Então, pra eu ter segurança, mesmo fazendo uma entrevista de poucos minutos, estudo bastante. Se o artista está lançando um disco, eu vou ouvir todo o disco, vou fazer pesquisa na internet sobre a vida dele, vou procurar outras entrevistas, conversar com os meus amigos da redação. É isso que faz com que o jornalista tenha uma segurança e propriedade para fazer as perguntas. Quando eu comecei no Metrópolis, já tinha feito uma cobertura muito grande de cultura e de jornalismo diário porque eu apresentava o Jornal da Cultura. A experiência também faz com que você acumule conhecimento. Então, você estuda pra aquela coisa específica, mas já entrevistou tanta gente de música, de literatura, de artes plásticas ou de cinema, que isso vai se acumulando também. Eu sempre gostei muito de ler, ir ao cinema, mas ainda não tinha uma experiência na cobertura jornalística de cultura, isso eu fui adquirindo com o tempo, com a experiência. Então, essa propriedade que você fala é estudar. Se eu não estudar, tenha certeza, vou começar a gaguejar no ar, o entrevistado pode me dar uma informação e eu não vou poder fingir que sei porque as pessoas de casa vão perceber... E fica chato. Então, não tem segredo, tem que estudar. Todo dia eu estudo.


A.C. Como é a equipe e como vocês selecionam os assuntos que serão apresentados no Metrópolis? A.C. Tem muitas pessoas na equipe. Eu e o Cunha Jr. somos os apresentadores durante a semana e a Marina Person também apresenta aos domingos. Temos o Manuel da Costa, crítico de literatura e a nossa repórter Chris Maksud. Fora as pessoas que aparecem, tem muita gente na redação trabalhando pra marcar e editar as matérias. A gente se reúne duas vezes por semana pra fazer uma reunião de pauta, onde cada um leva muitas sugestões. As sugestões são debatidas e então, são escolhidos os assuntos que vão para o programa. A nossa escolha é baseada na qualidade do que está acontecendo. Muitas vezes é baseado num lançamento de um livro, de um disco. E quem leva a sugestão, tem que ouvir o disco, ler o livro... Dizer o porquê da escolha, o que achou de interessante. Uma parte importante do nosso trabalho é fazer uma pesquisa sobre assuntos culturais que estão acontecendo para levar para a discussão. A gente fica de olho nos principais locais culturais da cidade, o que está em cartaz em museus, centros culturais, cinemas para fazer a cobertura jornalística e oferecer temas variados ao público.

Adriana Couto com o cantor Lenine durante apresentação do programa Metrópolis


TRANSBORDANDO ARTE E CULTURA

A.C. Sabemos que você se interessa muito pelo assunto “sustentabilidade”. Vimos que você até apresentava um programa sobre este assunto. No seu diaa-dia, o que você faz para transmitir essa ideia para as pessoas? A.C. Como cidadã, no meu dia a dia, economizo água, faço separação de materiais recicláveis, tento evitar usar carro e dar preferência ao transporte público, à bicicleta. Tento gastar o menos possível, consumir menos. Porque cada compra de roupa, sapato, entre outros consumos, sempre irá precisar de um transporte, que solta fumaça, que polui o ar... Isso é apenas um exemplo, mas, toda cadeia produtiva provoca algum dano para o meio ambiente. Temos que pensar nisso. Então, consumir menos também é uma ação sustentável. E cobrar ações das empresas, dar preferência a produtos mais concentrados, em embalagens menores, que gastem menos matéria prima na produção, por exemplo. Uma coisa muito importante também é você cuidar da sua cidade, cuidar da rua, ter participação nas decisões, no seu conceito de bairro porque isso faz com que a cidade seja mais amigável e sustentável. São pequenas ações que fazem diferença. E agora que eu tenho um filho, mais do que nunca, tenho que dar exemplo, ser uma cidadã mais ativa, mais responsável ainda.


A.C. Você já passou por alguma situação constrangedora durante alguma apresentação ou entrevista? A.C. Como eu estou há quase seis anos no Metrópolis, muitas coisinhas que eu não gostei já aconteceram... Coisas do tipo, falar nomes errados, por exemplo, o nome do cara é Renato e eu chamo de Paulo... (risos). Mas, quando isso acontece, o que eu tenho que fazer é tratar com bom humor, e mostrar para as pessoas que estão em casa que eu sou uma pessoa que erra. Assumir mesmo, pedir desculpas... Uma vez, passei um constrangimento quando fui entrevistar a cantora Marina Lima. Ela é muito fã de uma cantora da época do rádio que se chama Elizeth Cardoso. Eu sabia disso porque tinha pesquisado. Na hora da entrevista eu falei pra Marina: “E a sua ligação com a Elizabeth?”... Ela olhou pra mim e disse: Que Elizabeth?”. Aí, eu lembrei e disse, não, desculpe! A Elizeth! (risos). Eu cheguei em casa mal, sofri um pouquinho! Meus amigos deram risada... Mas, acontece! Outro constrangimento é quando você pergunta algo para uma pessoa e ela diz: “Não vou responder sobre isso.” Mas, eu acho que todos os constrangimentos que eu passei foram coisas muito pontuais, coisas pequenas. E o aprendizado que eu tive com isso é reconhecer o erro na hora. Pedir desculpas ou fazer uma piada e seguir em frente. Mas, quando se apresenta um programa todo dia, se não tiver esse desprendimento, você sofre demais. Eu acho que o que não pode ter é o constrangimento por você não ter estudado o seu convidado, fazer perguntas que não tenham nada a ver com o universo do entrevistado. Outra coisa que não pode é ser arrogante, querer aparecer mais do que o entrevistado. Eu acho que esse tipo de constrangimento eu não passei porque eu sempre estudo sobre quem eu vou entrevistar.


TRANSBORDANDO ARTE E CULTURA A.C. Você teve um filho há pouco tempo. O que você sonha para o futuro dele? A.C. Ah, eu sonho só coisas boas pra ele! Eu queria que o Pedro fosse cantor de rap... (risos). Mas, a mãe precisa tomar cuidado, não precisa? Porque a gente não pode ficar transmitindo os nossos sonhos para os filhos. Mas, o que eu espero é que ele tenha um terreno muito fértil para que ele possa escolher o que quiser fazer da vida. E que ele tenha oportunidades para isso. Eu, como mãe, vou dar estudo, porque acho que o estudo é uma porta muito grande para tantas coisas... Vou levá-lo ao cinema, ao teatro e em todos os lugares legais que eu puder. Quero que ele conheça pessoas de todo tipo, rica pobre, branca, negra, japonesa, enfim, quero que ele conheça muitas coisas para que ele possa escolher o que quiser ser. Quero criar o meu filho para que ele possa pensar nas pessoas. E espero que o Brasil também dê oportunidades para que ele possa se desenvolver como um ser humano legal. É isso que eu espero para o futuro dele e é o que eu espero pra vocês também. Quero que o Pedro seja feliz.

A.C. Qual é a sua dica em relação à busca de informações para a preparação de um trabalho? A.C. Você não pode depender de uma fonte só. Tem que ter fontes variadas. A internet me ajuda muito, mas sempre busco outras fontes porque nem tudo o que a gente vê na internet é confiável. Então, eu pesquiso na internet, sim, mas também recorro a livros, bibliotecas... Você não pode fazer uma pesquisa sobre uma pessoa apenas numa fonte e achar que já sabe tudo sobre ela. Tem que buscar mais e mais informação, outras entrevistas, por exemplo. Então, uma dica legal pra vocês que estão fazendo uma revista é procurar informações na internet, mas também ir à biblioteca, fazer pesquisa de campo, ler livros... Procurar fontes paralelas porque faz muita diferença na qualidade do trabalho.


A.C. Você pensa em fazer outros trabalhos no futuro? A.C. Eu penso. O meu sonho no futuro é dirigir um programa de TV, dirigir documentários... Eu gosto muito de ser chefe, sabe? (risos). Mas, não é pra mandar nas pessoas, não! É porque eu gosto de pensar no início, no meio, no fim, pensar em como eu vou desenvolver aquilo, ajudar a minha equipe a transformar um projeto em algo real. Além de apresentar o Metrópolis, eu tenho projetos paralelos, onde faço direção. Agora estou trabalhando num projeto, também de cultura, para a internet que se chama Cultura em Trânsito. Neste novo trabalho, eu apareço, mas também dirijo. É sobre manifestações artísticas e culturais que acontecem ou são inspiradas pelo movimento. Por exemplo, o grafite é apreciado pelas pessoas que estão na rua, andando, então, é uma coisa que me interessa cobrir. Outra coisa, muitos grupos que se inspiram no movimento da cidade, grupos de dança, por exemplo, então eu estou pesquisando sobre isso. Tem muitos artistas que saem de seus países e vão para outros lugares fazer residência artística para ter inspiração. Essa saída de um lugar para outro interfere na obra desse artista por causa da experiência vivida... Então, eu vou tentar captar essas coisas. Pode ser que um dia eu pare de apresentar por um tempo, mas quero continuar trabalhando com TV e dirigir é uma coisa que eu quero fazer mais no futuro.

Clique nos links e assista Adriana Couto... Entrevistando Milton Nascimento e Criolo: http://www.youtube.com/watch?v=qI_sqSm9a-4 Entrevistando músico etíope Mulatu Astatke: http://www.youtube.com/watch?v=2iqmEJ2plw8 Entrevistando Emicida: http://www.youtube.com/watch?v=9FUAYqlK6RA

Sendo entrevistada pela Turma do Cocoricó http://www.youtube.com/watch?v=RrpdmGtlJHs


POR UM MUNDO MAIS SUSTENTÁVEL

Este estudo foi realizado no Ateliê Itapevi+Verde, sob a orientação do educador Bruno Helvécio. O texto foi organizado pelas turmas do Ateliê Matéria-Prima no Ar - Cultura Digital, sob a orientação da educadora Renata Melo, a partir das informações adquiridas durante a visita ao CES AlphaVille – Centro de Educação para a Sustentabilidade.


A nossa casa está dentro de uma coisa muito maior que é o Planeta Terra. Sendo assim, precisamos cuidar de tudo ao nosso redor para que todos que vivem dentro deste planeta estejam bem. Visitamos o CES AlphaVille – Centro de Educação para a Sustentabilidade, onde conhecemos tecnologias sustentáveis como bioconstrução e manejo de águas.

Um jogo de impacto Iniciamos a visita com um jogo muito divertido e esclarecedor. Através dele , conseguimos entender claramente como funciona a interligação da fauna, flora, rios, pessoas e de tudo que existe em nosso planeta. Foi possível compreender também como acontece os impactos ambientais.


POR UM MUNDO MAIS SUSTENTÁVEL

Depois do jogo, conversamos sobre o que vem a ser “sustentabilidade” e descobrimos que esta palavra vem de outra: sustentar, ou seja, fazer com que o Planeta Terra permaneça em pé, por isso, é preciso “pensar globalmente e agir localmente”, ter atitudes diárias, que contribuam para a diminuição dos problemas que já existem e também evitar outros. Atitudes simples como economizar água e energia elétrica, reciclar tudo que for possível, diminuir no consumo, entre outras ações, são importantes e trazem extremo benefício para o Planeta e consequentemente para todos que moram nele. É importante pensar de onde vem a matéria prima para a fabricação das coisas, se foram tirados da natureza, qual é o consumo de energia e de água, entre outras coisas. A sustentabilidade é o respeito por tudo e por todos. É importante ter consciência e praticar cuidados diários, além de passar o conhecimento adiante, pois dessa forma, muitas pessoas se beneficiam deste saber.

Veja a seguir como o CES foi construído...


Estrutura de bambu A estrutura do teto foi feita com bambu. Todos foram cortados do mesmo tamanho e com as sobras foram feitas cortinas.

Curiosidades sobre o bambu O bambu é da família da grama. É tão forte quanto o ferro e a madeira. Sua força está nos nós que tem em sua composição. Vocês sabem qual é a ligação entre o bambu e a lua? A lua tem uma interferência direta nas águas do Planeta. Os ciclos da lua interferem em tudo que contém água, inclusive no nosso corpo, que tem uma grande porcentagem de água em sua composição. Quando a lua está na fase crescente, está propícia a fazer as coisas crescerem, por isso o nome: Lua Crescente. O bambu quando está plantado é cheio de açúcar. Na fase da Lua Minguante, as águas ficam muito agitadas. Esta água que fica embaixo da terra, também está agitada, o que faz com que o açúcar contido em toda a extensão do corpo do bambu, comece a derreter, descendo e ficando apenas no solo, sendo possível cortar o bambu acima da raiz e ter um bambu sem açúcar. Quando um bambu é cortado, outros crescem ao seu lado, por isso, é mais sustentável utilizar bambu em construções, do que utilizar uma árvore, que nunca mais crescerá. É muito eficiente na limpeza do ar, pois sequestra 30% a mais de CO2 do que a árvore.


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Paredes As paredes são de barro, para evitar a utilização excessiva de cimento, que é muito prejudicial ao meio ambiente.

Parede de Tijolo de Solo Cimento, que são secos no sol, ao invés de irem para o forno. São de encaixe e muito resistentes.

Parede de sementes de babaçu

Parede montada com terra, palha e água. Para economizar Parede de pau a pique, onde no lugar do

massa e também decorar foi complementada com garrafas,

pau, foram utilizados bambus entrelaçados

encontradas na mata próxima ao local e também sobras de

em sua estrutura para receber o barro.

eucaliptos das colunas.


Piso de cerâmica reciclada e pneus O piso é feito de caquinhos de cerâmicas reutilizadas e pneus reciclados. Uma característica interessante é que no preparo da massa desta cerâmica, são utilizadas lâmpadas fluorescentes, que são extremamente prejudiciais ao solo, por conter mercúrio. A lâmpada triturada, misturada à massa da cerâmica, faz com que ela fique menos tempo no forno, emitindo menos fumaça e evitando que a lâmpada vá para o lixo.

Janelas de vidro reciclados Os vidros das janelas foram feitos a partir de outros vidros reciclados.


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Energia eólica Aqui é utilizada a energia eólica, ou seja, a energia da força do vento, que é acumulada numa bateria que serve para abastecer a casa. Este tipo de energia é mais sustentável do que a energia elétrica, pois as usinas hidrelétricas são construídas a partir da abertura de um grande reservatório de água, necessário para que ganhe força para gerar energia. A construção de reservatórios prejudica a fauna e a flora local e a vida das pessoas que dependem deste rio.

Móveis e divisórias Alguns móveis do CES foram feitos com caixinhas de leite trituradas. As divisórias dos banheiros foram feitas com tubos de pasta de dente triturados.


Telhado verde O telhado verde é composto por plantas e terra. Essa estrutura funciona como um regulador térmico. O barro das paredes também ajuda a manter a boa temperatura do ambiente. Com este benefício térmico, é possível economizar muita energia elétrica, pois não é necessário o uso de ar-condicionado ou ventiladores. Outra economia é de água, pois quando a água da chuva é absorvida, escorre para as cisternas que abastecem os banheiros.

Pinturas feitas com tintas naturais à base de terra decoram as paredes do CES.


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Sistema alternativo de tratamento de esgoto No CES, o sistema de tratamento de esgoto é muito diferente. O processo de decomposição e separação da matéria orgânica é feito por filtro biológico. Através deste processo é gerado um gás que é coletado e aproveitado na cozinha. A filtragem da água é feita a partir de uma estrutura com pedras e areia que ajudam na separação da matéria orgânica. Depois, a água é direcionada para a zona de raízes, onde estão as plantas que ajudam no tratamento desta água. As plantinhas se alimentam dos nutrientes, que funcionam como um adubo líquido . A água já filtrada, que sai da zona de raízes, cai nas bananeiras plantadas ao lado. As bananas que nascem aproveitam essa água e produzem bananas saudáveis, apropriadas para o consumo.

Você sabia que o gás metano gerado do processo de decomposição da matéria orgânica pode ser encanado e utilizado na cozinha? Parece estranho, por imaginarmos que essa decomposição, como qualquer outra, tem um cheiro ruim, mas quando esse gás é queimado, não possui mais nenhum cheiro e funciona como outro gás qualquer. Esse processo já é utilizado em muitos lugares, pois é uma forma bem eficiente de economizar gás.


Acesse os links abaixo e saiba mais sobre o CES AlphaVille: http://vimeo.com/68928564 http://cesalphaville.blogspot.com.br/


Revista Eletr么nica


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