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IV Mimesis leva teatro além-horizontes

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OBITUÁRIO

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OCiclo de Teatro e Artes Performativas

- Mimesis está de volta com a sua IV edição. A expressão que dá nome a esta iniciativa vem da terminologia “mímesis”, que significa “imitação”, e remete para a fundamentação da arte como representação da natureza e da sociedade. Mimesis é uma iniciativa teatral e performativa que se integra dentro da programação cultural anual da Reitoria da Universidade de Coimbra (UC). Este ciclo, que teve início em 2020, vai dinamizar, entre os dias 15 de maio e 15 de junho, mais de 35 atividades.

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O vice-reitor para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta, Delfim Leão, explica que, com esta iniciativa, procura-se “valorizar, em particular, a centralidade que o teatro tem na história de Coimbra”. Delfim Leão acredita que este ciclo dá aos diferentes grupos, académicos ou não, “uma oportunidade para apresentarem as suas produções em estreia, mas também de terem financiamento para o fazer”.

De acordo com Delfim Leão, a iniciativa é financiada pela reitoria que, em conjunto com o “mecenas de referência”, o Santander Universidades (instituição que fornece bolsas a alunos do Ensino Superior), apoia as atividades de grupos que preenchem a programação desta edição. Este ano destaca-se “Sounds of Travel”, peça ao ar livre que vai decorrer na Figueira da Foz, no campus da UC. O membro da reitoria afirma que esta produção é “a porta de abertura que vai marcar muitas outras atividades” e, em particular, o regresso a estes espaços vai permitir a realização de “atividade científica continuada”.

Esta peça, que ocorre no dia 15 de junho, aproveita poemas escritos e musicados nos séculos XIX e XX. Fernando Lopes, integrante do Pateo das Galinhas - Grupo Experimental de Teatro, explica: “vamos aproveitar que temos um cantor de ópera, que vai interpretar alguns desses poemas”. O espetáculo pretende mostrar a “importância das viagens no espaço, no tempo e na imaginação”, declara.

Além desta atividade, destaca-se ainda a parceria com o Colégio das Artes da UC através do “Museu Móvel das Memórias Perdidas”, que vai decorrer no dia 14 de junho. Este projeto, da autoria de Nelson Martins, estudante de doutoramento em Arte Contemporânea, vai estar na baixa de Coimbra e pretende “incluir as pessoas” ao propor “um espaço mais aberto e transversal”. Isto vai ser possível através da gravação de memórias e lembranças partilhadas pelo público. Nelson Martins frisa que esta é uma “doação à cidade” e uma forma de “democratização e inclusão de uma visão menos engessada da arte”.

O Ciclo vai incluir ainda alguns grupos a que a cidade está habituada, como o CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), que vai atuar, no dia 26, com a peça “Amálgama”, o TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), com a peça “33”, no dia 27, e a Associação Cultural Thíasos, com a peça “Medeia”, no dia 25 de maio. Na subsecção “Teatro Universitário”, fazem ainda parte do ciclo os projetos “Topus” e “Horizonte Insubmisso”, da Paços da Real República dos Kágados e Real República Pra-kys-tão, respetivamente.

Delfim Leão declara que se tem notado “um grande envolvimento cultural e científico por parte dos grupos da Academia”. Salienta ainda a presença de projetos que “visitam a partir do exterior”, tal como o ‘workshop’ da Associação Cultural e Artística Portingaloise, intitulado “Oficina de Contradanças”, e a companhia de teatro de Braga CRL, com a peça “Os Pássaros de Aristófanes”.

Segundo Delfim Leão, são criadas “condições para dar visibilidade a este trabalho”, não só através da divulgação, como também do apoio financeiro. O representante da reitoria pontua que este estímulo “é bom para as duas partes”. Reforça ainda que se pretende dar, em especial aos estudantes universitários, “um sinal claro de que este é um caminho no qual se deve apostar”.

O Mimesis traz “um tema lato na sua compreensão” e abre espaço para múltiplas formas de interpretação, tais como “alargar horizontes” ou mesmo “um apelo à indagação da viagem”, considera Delfim Leão. Deste modo, o vice-reitor acredita, “sem excesso de otimismo”, que os objetivos estão a ser cumpridos, uma vez que há uma “adesão crescente”, tanto da comunidade artística, como do público, o que se torna “cada vez mais uma marca que distingue a atividade cultural da UC”.

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