Actualidad
Economia ibérica novembro 2018 ( mensal ) | N.º 257| 2,5 € (cont.)
“Bolha”
ameaça mercado imobiliário português pág. 38
Particulares, pequenos negócios e PME na mira do EuroBic pág. 14
Festa nacional de Espanha comemorada em Lisboa
XV Encontro de Vinhos Extremadura/ Alentejo
Pág. 50
pág. 54
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Índice
Foto de capa
índice
Sandra Marina Guerreiro
Nº 257 - novembro de 2018
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo
26.
Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Manuela Ramos Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Manuela Ramos (manuela@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro
Grande Tema
Presidente do Santander realça aposta do grupo no ensino superior em Portugal
”Bolha” ameaça mercado imobiliário português
38.
Colaboraram neste número José-Benigno Pérez Rico e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins
Editorial 04.
Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.
Sinais de aquecimento preocupam no setor imobiliário
Opinião 06.
Incertidumbre en la economia española - José-Benigno Pérez Rico
Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Berta Dias da Cunha
Atualidade 20.
El textil hogar portugués presenta sus novedades en Madrid
24.
MSC Cruzeiros prevê triplicar número de passageiros até 2026
28.
“Todos os estudos indicam a comunicação como a primeira causa de rutura do negócio da família”
E mais...
08. Apontamentos de Economia 14.Grande Entrevista 32.Marketing 34.Fazer Bem 46. Advocacia e Fiscalidade 48.Eventos 60. Setor Automóvel 62.Barómetro Financeiro 64.Intercâmbio Comercial 66.Oportunidades de Negócio 68.Calendário Fiscal 69.Bolsa de Trabalho 70.Espaço de Lazer 74. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
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Sinais de aquecimento preocupam
no setor imobiliário
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Foto Sandra Marina Guerreiro
mercado imobiliário nacional apresenta um grande dinamismo, com a entrada de muitos investidores estrangeiros de inúmeras nacionalidades, mas a escalada dos preços em algumas cidades começa a ser preocupante, devido ao risco de uma “bolha” artificial, que possa dentro de algum tempo levar a grandes correções, como no passado recente. Conheça as opiniões dos especialisats nesta edição (Grande Tema, entre as págs. 38 e 44) e veja ainda quais as cidades ou zonas onde ainda pode haver espaço
para maior valorização, arrastadas pelo boom turístico que se verifica no país. A escalada dos preços em Lisboa e no Porto tem contribuído para um aumento dos preços do imobiliário 4 ACT UALIDAD€
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também nas regiões periféricas. rio, no segmento residencial, que No entanto, as subidas têm sido levaram a entidade de supervisão menos acentuadas nos últimos a recomendar maior contenção meses, havendo consultoras imo- na atribuição, por parte das insbiliárias que falam num abranda- tituições financeiras, de crédito mento após o verão. ao consumo e à à habitação, por Perante estas subidas acentua- outro, as principais consultoras das, os investidores receiam que o imobiliárias e os bancos dizem mercado venha a sofrer correções que os preços ainda não atingiram significativas em breve, o que o “pico” e ainda podem continuar poderá demorar meses ou um a crescer, afastando receios de um par de anos, segundo antecipam “trambolhão” a médio prazo. O facto é que os preços registaram alguns especialistas. O timing em que poderá acontecer uma queda um forte impulso este ano. Para se dos preços – e em que grau – é ter uma ideia da forte procura de relevante para quem investe no ativos imobiliários, pode-se referir imobiliário com o objetivo de que no segundo trimestre do ano, a venda de casas atingiu um número recorde, com o preço médio a rondar os 128.500 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A região mais cara é a área metropolitana de Lisboa, com um preço médio por casa vendida de 174.894 euros e por metro quadrado a ultrapassar os quatro mil euros, no centro histórico da capital. Neste artigo, aborda-se também o crescimento exponencial que se regista também no segmento dos escritórios, e que está estreitamente relacionado com a forte obter um bom retorno a curto ou procura por parte de investidomédio prazo. res estrangeiros, quer ao nível da Se, por um lado, o Banco de compra como do arrendamento de Portugal alerta que começaram a imóveis em Portugal. surgir “alguns sinais de sobrevalorização” nos preços do imobiliá- E-mail: cfonseca@ccile.org
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Cartas de Madrid Incertidumbre en la economia española s p a ña, a pesa r del conf licto abierto con Cata luña y del ca mbio inesperado de Gobierno a mediados del ejercicio, seguirá creciendo económica mente este a ño por encima de la media europea, ta l y como lo viene haciendo en los tres últimos a ños (crecimiento medio en este periodo del 2,9%). El desempleo descendió en estos tres a ños considerablemente, pa sa ndo de 4,4 millones de parados en 2014 a 3,4 millones a f ina les del 2017. La s exportaciones experimentaron un importa nte crecimiento en el tra nscurso de este trienio, pa sa ndo de exporta r 244.287 millones en 2014 a 283.716 millones en 2017. Má s del 65% de la exportaciones se queda n en Europa, siendo Fra ncia su principa l cliente, seguido de A lema nia, Ita lia y Portuga l como destino de merca ncía s má s releva ntes. L a llegada de turista s extra njeros ta mbién ha tenido una evolución muy positiva en este periodo de tres a ños, pa sa ndo de recibir en 2014 un tota l de 65 millones frente a 82 millones en 2017. En el presente ejercicio se está experimenta ndo una evolución igua lmente positiva en todos los capítulos comentados, aunque existen duda s en el crecimiento relativo a turista s, ya que muchos de ellos podría n esta r desvia ndo su destino a pa íses a frica nos, en especia l Túnez y Egipto, por ser estos pa íses los que cuenta n con mayor atractivo turístico, una vez lograda la estabilidad política y socia l. Au nque la s perspect iva s pa ra 2018 e st á n en el orden de experiment a r u n crecimiento eco nómico superior a l 2 ,5%, debido a la s med id a s que piensa implement a r el Gobierno consistente s en au ment a r el g a sto público, acompañado de u na subid a de impue stos, la economía se puede re sent ir y se puede ver a fect ad a de c a ra a l próx imo a ño. A e st a circu nst a ncia se a ñade la rat if ic ación del BCE en el sent ido de deja r de compra r deud a sobera na a pa r t ir del 2019.
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Por José-Benigno Pérez Rico *
E s c a si seg u ro que, como consecuencia de e st a decisión, los t ipos de interé s suba n y el coste f ina nciero se vea muy a fect ado por el ele vado volu men de deud a públic a que en e stos momentos acu mu la E spa ña y que supera ya el bi l lón de eu ros, a u n nivel u n poco superior a l volu men de nue st ro PIB. E st a posible subid a de t ipos de interé s, u nid a a la s perspect iva s de u n menor crecimiento económico, ha rá n que el E st ado teng a u na merma en los ingre sos públicos y se redu z c a el ma rgen pa ra de st ina r recu rsos a g a stos. Ot ro de los a spectos neg at ivos e s el relat ivo a los créd itos h ipotec a rios a interé s va riable, referenciados a Eu ribor, que a fect a rá n a pa r t icu la re s y empre sa s, y que se verá n perjud ic ados por el au mento de los t ipos de interé s. E st a posible subid a de intere se s y el pre v isible au mento de la pre sión f isc a l (el nue vo Ejecut ivo t rabaja en u na elaboración de reforma f isc a l genera l), pod rá re st a r poder de compra a los ciud ad a nos y termina rá por a fect a r d irect a mente a l consu mo que e s la principa l f uente de la sostenibi lid ad económic a. E st a s perspect iva s en la e volución económic a de E spa ña pod rá n su f rir va riacione s, posit iva s o neg at iva s, de no aproba rse los pre supue stos genera le s pa ra 2019, que en el momento de e scribir e st a s línea s se de sconoc e su v iabi lid ad. De no conseg u ir la aprobación de los pre supue stos, t a l ve z el Gobierno se vea oblig ado a convoc a r eleccione s en u n cor to e spacio de t iempo, circu nst a ncia que habrá de interr u mpir la acción de gobierno, pa ra li z a r todos los proc e sos en ma rcha y hac er c a mbia r el r u mbo de la s cosa s. Por e ste mot ivo, re su lt a d if íci l poder pronu ncia rse con mayor ex act it ud en lo que puede ser la e volución económic a e spa ño la en u n cor to e spacio de t iempo. * Ex-vicepresidente de la Cámara de Comercio e Industria Luso Española E-mail: jbperezrico@hotmail.com
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Consórcio liderado pela EDP obtém 60 milhões de euros do BEI para projeto eólico offshore O consórcio Windplus, liderado pela EDP Renováveis, firmou no passado dia 19 de outubro um contrato de financiamento com o Banco Europeu de Investimento (BEI), para desenvolver um parque eólico offshore ao largo de Viana do Castelo. O financiamento, no montante de 60 milhões de euros, irá somar-se aos cerca de 30 milhões que o consórcio já assegurou ao abrigo do programa comunitário NER300 e até seis milhões de euros que o Estado português concedeu, por via do Fundo Português de Carbono. O parque eólico offshore será de se nvolvido pelo consórcio Windplus, formado pela EDP Renováveis (79,4%), Repsol (19,4%) e Principle Power (1,2%), que planeia construir e explorar um parque eólico flutuante offshore pioneiro, utilizando plataformas semi-submersíveis ao largo da costa norte portuguesa, a 20 quilómetros de Viana do Castelo, entre 85 a 100
metros de profundidade. Na cerimónia de assinatura do financiamento do BEI, marcaram presença o ministro do Ambiente, João Pedro Fernandes, o novo secretário de Estado da Energia, João Galamba, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, o presidente executivo da EDP, António Mexia, e a vice-presidente do BEI, Emma Navarro, entre outros responsáveis. Entretanto, no continente africano, a EDP Renováveis acaba de entrar no capital da SolarWorks!, empresa com operação em Moçambique dedicada à comercialização de soluções descentralizadas de energia solar, junto de clientes domésticos e empresariais sem ligação às redes elétricas nacionais (off-grid ). A aquisição desta participação minoritária, no valor de dois milhões de euros, representa um importante passo na estratégia do grupo na área do acesso universal a energia sustentável (A2E).
O investimento resultou de uma ronda de financiamento liderada pela EDP Renováveis, subsidiária do grupo EDP, em conjunto com a sociedade de capital de risco Persistent Energy Capital, na sequência de um aumento de capital da SolarWorks!. O investimento permitirá estimular a expansão da SolarWorks! na África Austral. Esta empresa tem operações em Moçambique e está ainda a preparar a entrada no Malauí. Este investimento da EDP marca o arranque da nova estratégia definida para a área de A2E, na qual se comprometeu a aplicar 12 milhões de euros até 2021, com o objetivo de beneficar cerca de 200 mil pessoas, essencialmente em países em desenvolvimento. Além da promoção de energia sustentável para todos, esta estratégia permitirá à EDP tornar-se um operador A2E com relevância em mercados emergentes.
Agências sobem rating do BPI para nível de investimento
A agência internacional de rating curto prazo de “ Not prime ” para investimento da sua dívida de Moody’s subiu, em meados de “ Prime -2” e aos depósitos de curto longo prazo pelas três principais outubro, em dois níveis a nota- prazo de “ Prime -3” para “ Prime -2”. agências internacionais de rating ção de rating da dívida de longo A Moody’s destaca o reforço dos – Moody’s, Standard&Poors (BBB-) prazo do banco BPI, de Ba1 para níveis de capitalização do banco, e Fitch (BBB). Estas classificações Baa2, atingindo a classificação de os bons indicadores de qualidade são um forte sinal da solidez e investimento (“ investment grade ”). de risco de crédito, significativa- crescimento do banco e da sua A Moody’s subiu também em dois mente melhores que a média do capacidade de apoiar a economia níveis a notação de rating dos setor, e a melhoria dos níveis de por tuguesa”. Realçou ainda que depósitos de longo prazo, já pre- rentabilidade na atividade domés- o “controlo do CaixaBank trouxe viamente com classificação de tica. A Moody’s refere ainda que a estabilidade acionista e robustez investimento, de Baa3 para Baa1. avaliação de rating reflete a sólida no capital”, sublinhando ainda a O outlook (perspetivas de evolu- posição de mercado e os níveis impor tância do atual “enquadração) dos ratings dos depósitos e adequados de liquidez do banco. mento mais favorável à atividade da dívida de longo prazo é “está- Pablo Forero, presidente execu- bancária em Portugal, em consevel”. tivo do BPI, destaca que com a quência da progressiva recuperaA Moody’s melhorou também as notação agora atribuída o “BPI ção económica” para a melhoria notações atribuídas à dívida de passa a deter a classificação de dos ratings .
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Breves Grupo Moldtrans consolida serviços ibéricos O grupo Moldtrans prossegue a consolidação da sua atividade em Portugal e Espanha, com novas apostas e expansão de serviços. De destacar a aposta no novo serviço de transporte terrestre entre Portugal e a Andaluzia, que está disponível nas modalidades de grupagem ou de carga completa, com duas saídas semanais diretas desde a Moldtrans Porto e a Moldtrans Lisboa até à Moldtrans Sevilha e vice-versa. Como destacado por Carlos Moldes, presidente do grupo Moldtrans, “uma vez mais damos resposta às necessidades colocadas pelos clientes, iniciando um novo serviço de transporte terrestre entre Portugal e a Andaluzia. Este serviço permitirá às empresas exportadoras [e importadoras] de ambas as regiões serem mais competitivas e mais experientes”. “Desenvolvendo um papel de liderança no setor do transporte de mercadorias, com
diversos serviços de logística global”, o grupo em Portugal está localizado no Porto, em Lisboa e em Águeda, cobrindo, assim, todo o país. Ao nível do transporte rodoviário, em regime de grupagem, são oferecidas saídas bissemanais de e para Espanha, e saídas regulares de e para França, Itália, Benelux, Inglaterra, Alemanha, Suécia e Turquia. É ainda possível oferecer diariamente saídas de, e para, toda a Europa em regime de carga completa, para além de serviços dedicados. Os últimos anos têm sido favoráveis à companhia, que além de ver o seu tráfego rodoviário crescer, tem tido bons resultados também no mercado do transporte marítimo e aéreo, como sublinhou o gerente Luís Paupério, destacando ainda a inserção da Moldtrans Porto e da Moldtrans Lisboa nas redes internacionais Security Cargo Network e Global Affinity Alliance.
Omnova adquire fornecedor europeu líder em resinas de revestimento A Omnova Solutions anunciou a aquisição da Resiquímica, um produtor português de resinas e ligantes nas áreas de revestimentos, edificação e construção. As emulsões aquosas de polímero e as resinas alquímicas e acrílicas de base solvente da Resiquímica são elementos-chave utilizados numa grande variedade de revestimentos nos setores residencial e industrial. Além disso, as resinas de poliéster insaturado da Resiquímica são utilizadas em aplicações exigentes em reservatórios marítimos e tanques de armazenagem de alimentos, entre outros. Os mercados geográficos servidos pela Resiquímica incluem Portugal, Espanha, França e Norte de África. “Trata-se de mais um marco importante no percurso da Omnova com vista a tornar-se numa empresa global pioneira em soluções especializadas. A aquisição da Resiquímica expande as nossas ofertas em termos de tecnologias e produtos nas áreas de revestimentos e construção, fortalece a nossa posição na região da EMEA e melhora as capacidades e a flexibilidade de produção no nosso negócio especializado,” explicou Anne P. Noonan, Presidente e CEO da Omnova Solutions. “Damos as boas-vindas à equipa da Resiquímica na família Omnova. A combinação de negócios é sinérgica e vai ajudar a acelerar o crescimento”. PUB
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Breves CIN investe sete milhões de euros para criar primeira “fábrica inteligente” A CIN, empresa portuguesa e líder ibérica no mercado de tintas e vernizes, investiu sete milhões de euros na reconversão da sua unidade fabril da Maia, visando a introdução de um conceito inovador a nível internacional no setor. Recorrendo a métodos e tecnologias ligadas e controladas em rede, que proporcionam elevados níveis de automação, eficiência, precisão e fiabilidade, com um consequente aumento da produtividade e uma redução do lead time (ciclo produtivo), a capacidade instalada da fábrica passa a ser de quatro milhões de litros por ano, em laboração num só turno, sendo possível duplicá-la com a introdução de um segundo turno. As alterações irão beneficiar as unidades de negócio de Protective Coatings e de Indústria da CIN que representam 48% do volume de vendas, tendo expressão sobretudo em mercado internacionais como Espanha, Roménia, Turquia, México e África do Sul. A implementação deste novo conceito de “fábrica inteligente” implicou a aquisição de tecnologias produtivas state-of-the-art que, além de serem dotadas de elevada precisão e fiabilidade, estão equipadas com módulos de processamento e comunicação de dados que vão viabilizar a implementação de métodos de controlo e decisão em rede. Grupo Pestana vai abrir cinco novos hotéis em Lisboa e Porto O grupo Pestana vai abrir duas unidades hoteleiras em Lisboa e três no norte, das quais são duas no centro do Porto e uma na área do Freixo, próximo do rio Douro, num investimento que ascenderá a 44 milhões de euros, anunciou o administrador responsável pelo desenvolvimento do grupo, José Roquette. Estas unidades hoteleiras contam com um investimento de sete milhões de euros cada. “Faltavam-nos hotéis de quatro estrelas em zonas muito comerciais. Ficamos com mais 200 quartos no centro de Lisboa. São alugueres”, explicou José Roquette. No Porto, o PHG estima inaugurar, em novembro, o primeiro City Center & Historical Hotel dedicado à filigrana portuguesa. Esta nova unidade é constituída por 43 quartos, um museu com oficina de filigrana e uma loja. O Pestana Porto – Goldsmith é um hotel de quatro estrelas, na Avenida dos Aliados, e não implicará investimento, pois ao grupo caberá a gestão desta unidade. O investimento cabe a David Rosas. Em termos de expansão internacional, o grupo tinha anunciado recentemente que iria abrir, em parceria com o futebolista Cristiano Ronaldo, em Paris, o sexto hotel da marca Pestana CR7, num investimento de 60 milhões de euros.
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Nova plataforma transacional do Sistema de Créditos com Garantia do Estado Foi lançada no mês passado a plataforma digital destinada à gestão dos seguros de créditos com a garantia do Estado, gerida pela COSEC, na sua atividade de agência de créditos à exportação. Esta plataforma é, a partir de agora, o canal privilegiado para o relacionamento com as empresas portuguesas interessadas em beneficiar dos seguros com garantia do Estado, que se destinam sobretudo a apoiar as exportações para os mercados de risco mais significativo. Através das funcionalidades agora disponibilizadas pela nova plataforma, que abrange a Linha de Seguro de Créditos à Exportação de Curto Prazo, as empresas interessadas podem apresentar as suas candidaturas e gerir de forma integrada as diversas fases da apólice, isto é, podem pedir alterações, solicitar prorrogações de faturas ou participar sinistros e podem também con-
sultar, em cada momento, o estado das suas apólices de seguro de créditos com a garantia do Estado. Como refere Maria Celeste Hagatong, presidente da COSEC, “a nova plataforma permite que as empresas seguradas submetam as propostas de seguro para novos mercados e novas entidades, de maneira simples e intuitiva. A partir de agora, a SCGEnet passará a ser a forma privilegiada de relacionamento entre o segurado e a área dos seguros de créditos com a garantia do Estado da COSEC”. Foi ainda criado um novo website, o SCGE.pt, especificamente dedicado à divulgação da informação relacionada com o Sistema de Seguros de Créditos com a Garantia do Estado. Este website conta com um design gráfico apelativo, moderno e simplificado, coerente com o atual contexto institucional dos seguros de créditos com a garantia do Estado.
Fundo Azul apoia cinco projetos O Fundo Azul aprovou a atribuição de 1,9 milhões de euros a cinco projetos selecionados na tipologia de desenvolvimento da economia do mar, com o objetivo de estimular a emergência de uma nova geração de empreendedores do mar (startups, PME e empresas) criadora de oportunidades inovadoras de negócio, rentáveis e sustentáveis. Na totalidade, as cinco candidaturas aprovadas irão receber um valor global de 1,891 milhões de euros, correspondente a uma taxa de comparticipação média de 80,6% do investimento total. Um dos cinco projetos a financiar é o Ground Zero, que prevê a “orquestração de diferentes subsistemas com capacidade de atuar diretamente nos processos de produção. Pretende-se obter uma solução que englobe toda
a holística da qualidade de água nos segmentos de negócio da bioeconomia azul, desde a recolha de informação, passando pela capacidade de análise, correlação de dados e consequente tomada de decisão e automação”. Outros projetos passam pelos sistemas de digitalização aplicados à aquicultura, nomeadamente para a otimização da produção de espécies nativas de bivalves, ou ainda pela demonstração de novas tecnologias desenvolvidas para o tratamento de águas residuais e gases industriais, através de uma ETAR, pelos serviços de turismo náutico e de natureza, bem como por um projeto de novas embarcações que aliam o design contemporâneo à eficiência energética, tendo em vista a produção em série de barcos eletro solares.
Gestores
em Foco
Os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros do Algarve ascenderam a 186,7 milhões de euros e os de aposento atingiram 144,4 milhões de euros em julho de 2018, valores que representam crescimentos homólogos de 3,2% e 1,9%, respetivamente. Este é o indicador mais positivo para a região da informação mensal de outubro sobre a atividade turística divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que a nível nacional é marcada pelo decréscimo das dormidas de turistas estrangeiros. Desde o início do ano, o Algarve acumula proveitos totais na ordem dos 569 milhões de euros (+4,6%), mais de 10,4 milhões de dormidas (-2,3%) e perto de 2,4 milhões de hóspedes (-0,3%). Nos primeiros sete meses do ano, as
Foto Helio Ramos
Dormidas de residentes aumentam 6,6% no Algarve
dormidas de residentes registam já um aumento acumulado de 6,6% (+135 mil dormidas). O mercado interno apresenta, assim, um ano em crescimento no maior destino turístico português, por oposição às dormidas dos não residentes, que diminuíram 6,5% em julho e 4,5% desde o início do ano (-386 mil dormidas), acompanhando a tendência sinalizada pelo INE para o país.
O conselho de administração do BBVA aprovou o plano de sucessão do presidente da entidade. Este plano estabelece que Carlos Torres Vila, atual CEO, substitua Francisco González como presidente executivo quando este deixe o cargo, o que está previsto para para 31 de dezembro de 2018. “A sucessão garante a continuidade no processo de transformação que colocou o BBVA na vanguarda da indústria financeira global”, afirma o grupo bancário. A Aptoide reforçou a sua área de Marketing e Comunicação com a contratação de Carlos Duarte (na foto), para as funções de PR Specialist & Community Manager. Com um percurso de cinco anos de experiência na área da comunicação, Carlos Duarte passou por diversas agências de comunicação, onde desenvolveu
Nova linha de crédito para apoiar eficiência energética das empresas A SPGM – Sociedade de Investimento vai lançar uma linha para a eficiência energética, em conjunto com várias entidades de turismo e inovação. Esta linha destina-se às micro, pequenas e médias empresas e tem por objetivo apoiar as empresas na implementação de medidas que permitam a redução do consumo energético e a mudança das fontes energéticas fósseis para renováveis. “A Linha para a Eficiência Energética permite apoiar operações de financiamento destinadas à substituição de equipamentos por outros mais inovadores, modernos e eficientes; implementar dispositivos de monitorização, de controlo e atuação que permitam otimizar as condições de uso e consumo de energia; e a reformulação e integração de processos, incluindo a troca de fonte de energia fóssil para energia
proveniente de fontes renováveis”, explica a SPGM, em comunicado. A linha vai ter um montante global de 100 milhões de euros, estando o montante máximo de operação por empresa limitado aos dois milhões de euros. As operações de crédito vão beneficiar de uma garantia autónoma à primeira solicitação prestada pelas SGM, destinada a garantir até 80% do capital em dívida em cada momento do tempo. O montante global da linha tem um prazo de vigência de até dois anos após o seu início. Esta linha para a eficiência energética foi criada pela SPGM, em conjunto com o Programa Interface, o Turismo de Portugal, o Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular e as Sociedades de Garantia Mútua (SGM) – Agrogarante, Garval, Lisgarante e Norgarante.
projetos de assessoria de imprensa, planeamento e gestão estratégica, criação de conteúdos digitais e ativações de marca, para clientes nacionais e internacionais. “A Aptoide é uma das empresas de tecnologia mais inovadoras no mercado, tanto português como internacional, inovando não só em tecnologia blockchain, como também na forma como se pode revolucionar o atual mercado de apps global”, salienta Carlos Duarte. Amante de videojogos assumido, colaborou ainda com sites dedicados ao tema no âmbito de reviews de jogos. Com mais de 200 milhões de utilizadores, a Aptoide é uma das maiores App Stores Android a nível mundial. Depois de alguns anos em Londres, Miguel Moreira Rato está de volta a Lisboa para assumir funções como CEO da agência de comunicação Adagietto. Antes de voltar a Portugal, Miguel Moreira Rato desenvolvia a comunicação da ONG Teach For All. Também já foi executive director da Ogilvy, fundador da Cupido e da M Public Relations.
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Breves Siemens Gamesa entra en Rusia con un contrato para Enel Siemens Gamesa ha conseguido su primer pedido en Rusia con Enel Russia, uno de los productores independientes de energía del país, para el suministro de 90 megavatios (MW). En concreto, este pedido forma parte del acuerdo preliminar firmado por el fabricante de aerogeneradores con Enel en 2017 para el suministro de 291 MW en dos parques eólicos en Rusia. El alcance del acuerdo incluye la entrega, instalación y servicios de operación y mantenimiento de 26 aerogeneradores ‘SG 3.4-132’ en el parque eólico de Azovskaya, ubicado en el Sur de Rusia, cuya puesta en funcionamiento está prevista para 2020. El proyecto contribuirá a los objetivos del país para desarrollar los recursos locales de energía renovable, así como para la promoción de una industria eólica local. Parte de los componentes de las turbinas se adquirirán y ensamblarán localmente, cumpliendo con los requisitos de localización. Pibank, el banco directo de Pichincha, abre oficina en Madrid Pibank, el banco directo de Pichincha, ha abierto oficina en Madrid, Barcelona, Valencia y Zaragoza. La nueva marca del banco ecuatoriano está dirigida a cualquier cliente, no sólo latinoamericanos. La filosofía de Pibank será 100% digital. La entidad prestará servicio en toda España a través de un modelo digital en el servicio y personal en el asesoramiento mediante espacios situados en puntos estratégicos de las ciudades, en donde no existe papel, ni efectivo ni operativa bancaria. Las oficinas de Pibank cuentan con tres espacios diferenciados: el llamado “núcleo”, donde se da la bienvenida al cliente y se facilita la información básica de los productos; el espacio “satélite M”, punto de encuentro comercial para ampliar información y contratar la cuenta nómina del banco; y “satélite XL”, que está ubicado al fondo de la oficina y está destinado al asesoramiento de productos financieros más complejos. El producto estrella de Pibank es su cuenta nómina al 0,50% TAE, lanzado el pasado mes de junio. Esta remuneración se ofrece a las cuentas con saldos superiores a los cinco mil euros y pone como condición domiciliar una nómina o pensión de, al menos, 1.200 euros. Renfe y Adif participarán en el AVE en el norte de Texas que unirá Houston y Dallas Las empresas españolas dependientes del ministerio de Fomento, Renfe y Adif, desarrollarán un proyecto de alta velocidad para unir las ciudades de Houston y Dallas/Fort Worth, en el Estado de Texas, EE.UU. en tan sólo 90 minutos. Según el promotor, casi 50 mil texanos se beneficiarán de este proyecto cuyo presupuesto superará los 10 mil millones de dólares. Además tras la primera fase de asesoramiento
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El Corte Inglés se une a Intercorp para crecer en Latinoamérica El Corte Inglés está ampliando su presencia fuera de España, con la vista puesta en Latinoamérica. La cadena de grandes almacenes ha sellado un acuerdo con el grupo Intercorp, el cuarto conglomerado de Perú, para desarrollar negocios en común en el país sudamericano. La alianza es similar a la que El Corte Inglés tiene en otros países, como México, con los grandes almacenes Palacio de Hierro, o Reino Unido, con el grupo Fenwick, aunque el tamaño de Intercorp le da una dimensión diferente.
El Corte Inglés comenzó en 2017 a vender sus marcas propias de alimentación en Supermercados Peruanos, propiedad de Intercorp, una alianza que ha ido creciendo. En un principio comercializaba 30 referencias de las marcas El Corte Inglés y Club del Gourmet y la cifra se ha doblado desde entonces hasta 60 productos diferentes. De igual forma, ha crecido el número de tiendas donde se pueden encontrar los productos de alimentación de El Corte Inglés en el país.
Sabadell lanza Nomo, su nuevo negocio digital para captar autónomos
Sabadell, a través de su plataforma de negocios digitales (Innocells) acaba de desarrollar Nomo, una nueva compañía de base tecnológica participada al 100% por el banco y destinada a captar clientes en el segmento de los trabajadores por cuenta propia y profesionales freelance. La estrategia comercial de Nomo se basa en dos pilares. El primero consiste en una aplicación móvil disponible para cualquier autónomo y destinada a facilitar las labores diarias administrativas y de
gestión de esta modalidad de trabajadores. “Es una app que incluye una calculadora para el IVA y permite exportar datos para tenerlos agrupados”, explican fuentes de Innocells. También permite escanear facturas y tickets en un formato que tendrá la misma validez legal frente a Hacienda que si se presentara un documento en papel. El segundo pilar, cuyo lanzamiento está planeado para el cuarto trimestre de 2018, es una tarjeta gratuita que se asocia a las tarjetas de crédito del autónomo. La Tarjeta Nomo permite, sin contratar un nuevo plástico, separar de forma automática todos los gastos que sean de carácter profesional (comidas, párkings, transporte...) respecto a los gastos personales.
Breves BP compra 65 estaciones de servicio en España BP ha alcanzado un acuerdo con la socimi Kingbook Inversiones y con Petrocorner Retail para adquirir 65 estaciones de servicio en España, lo que le permitirá incrementar su cuota de mercado en el país. En virtud de este acuerdo, BP adquirirá el 100% del capital social de Kingbook y Petrocorner, ha señalado la compañía, que no ha desvelado el importe de la operación. Las gasolineras se encuentran localizadas principalmente en el norte, centro y sudeste de España. Kingbook, dedicada a la adquisición y gestión de activos inmobiliarios para su arrendamiento, contaba con 60 activos arrendados en su mayor parte
a Petrocorner. Los activos, que en un 20% se ubican en Madrid, suman una superficie arrendada de 269.000 metros cuadrados. La sociedad debutó en 2017 en el Mercado Alternativo Bursátil (MAB) con una capitalización de 23,9 millones de euros y un patrimonio compuesto fundamentalmente por estaciones de servicio, a las que se añadía un hotel y una nave industrial.
Sacyr rehabilitará el Puente 25 de Abril
El grupo Sacyr, a través de su filial Somague, se ha adjudicado la rehabilitación del emblemático puente 25 de Abril de Lisboa que va a someterse a 24 meses de arreglos. Un plazo en el que Somague contará con la ayuda de dos socios locales: SMM y STAP.
El arranque de los trabajos, valorados en casi 13 millones de euros, sucederá tras el grave siniestro registrado en agosto en la ciudad italiana de Génova, con el derrumbe del viaducto Morandi. En el caso del puente 25 de Abril, las reformas se centrarán en la estructura metálica del puente colgante, el tablero ferroviario norte, y los elementos de hormigón de la cimentación, del estribo sur del puente colgante y del estribo del viaducto en el acceso norte. La filial de Sacyr en Portugal ya estuvo entre el ramillete de constructoras que levantaron el Vasco de Gama entre 1995 y 1998.
técnico para el desarrollo, el diseño y la construcción llevada a cabo por Renfe, la compañía americana, Texas Central, ha anunciado que Adif se encargará de asistir los planes posteriores de operación y mantenimiento para la puesta a punto del servicio, incluyendo la operación de los trenes, el mantenimiento de los equipos y otros servicios relacionados con la comercialización de billetes. El anuncio del acuerdo supone un “espaldarazo” a la expansión internacional del sector público ferroviario español en un momento clave para Renfe ante la próxima liberalización del servicio ferroviario de pasajeros en 2020. Acciona se adjudica el suministro de electricidad renovable a una planta de Vidrala en Portugal Acciona se ha adjudicado el contrato de suministro eléctrico a una planta de fabricación de envases de vidrio que el grupo Vidrala opera en la localidad portuguesa de Marinha Grande. El contrato contempla la entrega de energía renovable desde julio de 2018 al 31 de diciembre de 2019. Gestionado a través de la filial de comercialización de energía eléctrica Acciona Green Energy Developments, el contrato es uno de los mayores obtenidos por la compañía en Portugal desde que iniciara sus actividades en el país en 2015. Toda la energía suministrada a Vidrala será de origen 100% renovable, lo que evitará la emisión a la atmósfera de unas 40.000 toneladas de CO2 en los 18 meses de vigencia del contrato. “Colaborar con un cliente tan relevante como Vidrala nos permite crecer en nuestra actividad de comercialización de energía renovable en Portugal y evidenciar una vez más la competitividad de soluciones energéticas renovables que contribuyen además a reducir la huella de carbono de las compañías a las que suministramos”, ha declarado Santiago Gómez Ramos, director de Acciona Green. Acciona Energía cuenta en Portugal, país integrado junto con España en el mercado ibérico de la electricidad (Mibel), con instalaciones renovables operativas que suman 165,5 megavatios (MW), de los cuales 119,7 MW son eólicos (con 19 parques) y 45,8 MWp corresponden a la planta fotovoltaica de Amareleja (Moura). La compañía generó en Portugal en 2017 un total de 386 GWh. Entre los clientes a los que ha suministrado o suministra en el mercado luso figuran ya corporaciones como Repsol Polímeros, Roca, Hutchison, Salvesen y Volkswagen Autoeuropa.
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Fernando Teixeira dos Santos Presidente executivo do Eurobic 14 act ACT ualidad€ UALIDAD€
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Particulares, pequenos negócios e PME na mira do EuroBic
No ano em que passou a chamar-se EuroBic, o banco regressou aos lucros (25 milhões de euros). Fernando Teixeira dos Santos, presidente executivo do Eurobic, acredita que 2018 será ainda melhor, mas admite que a atual rede de balcões deveria estar a render mais ao banco. Para crescer, o gestor avança que a aposta é cada vez mais nos particultares, nos pequenos negócios e nas PME.
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
epois de um 2016, com prejuízos, o EuroBic terminou o ano de 2017 com lucros. Como está a correr o atual exercício? Quais são as expetativas quanto aos resultados deste ano?
O exercício atual está a correr de forma muito positiva. O volume de negócios do banco está a crescer e esperamos que os resultados deste ano sejam ainda melhores que os do ano passado. Quais são as áreas do banco que considera mais frágeis atualmente? E as mais fortes?
O banco tem uma rede de agências que lhe deveria permitir um maior volume de negócios. Este é um desafio à melhoria da nossa eficiência.
Não só da rede física, mas também de outros canais de distribuição e contacto com os clientes. A melhoria dos sistemas de informação é vital para que a transformação digital seja uma realidade. Em que assenta a estratégia da equipa que lidera para fazer o banco crescer?
A nossa estratégia assenta numa clara aposta na banca de retalho, com um enfoque comercial muito centrado nos particulares, nos pequenos negócios e nas PME. Tal exige uma grande capacidade de penetração comercial, naquilo a que posso chamar a capilaridade do mercado. Capacidade que requer sistemas e processos operativos muito eficientes. Daí a importância da aposta no digital.
Quanto vale (em percentagem) o crédito à habitação para o negócio do banco? Qual é o limite para o banco, neste segmento?
O volume de crédito à habitação concedido pelo banco é de cerca de mil milhões de euros, representando 25% do volume de crédito do banco. A nossa ambição passa por ter uma quota de mercado em torno dos 4%-5%, ligeiramente acima da nossa quota natural. Considera que Portugal está a viver uma situação de “bolha” imobiliária?
Considero que é prematuro falar-se numa bolha, o que não quer dizer que a evolução acentuada dos preços do imobiliário não deva merecer especial atenção. Aliás, o No n Ov Ve Em Mb Br Ro O d De E 2018
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grande entrevista gran entrevista enquadramento de operações nos mecanismos de seguro de crédito à exportação é também relevante. Cinco anos passados sobre a compra do BPN (por 40 milhões de euros), considera que foi um bom negócio para o BIC?
Apesar das contingências que ainda vieram associadas a essa aquisição, o negócio foi importante para que o projeto do Banco BIC Português SA ganhasse uma maior dimensão e visibilidade. Passamos a dispor de uma rede que cobre praticamente todo o país. Quanto investiu o banco na reconversão da rede de agências e comunicação da nova marca EuroBic?
supervisor, com as suas recentes recomendações neste domínio, sinaliza a necessidade de prudência e de práticas que evitem uma exposição excessiva ao risco neste tipo de operações. Quanto representa (em percentagem) a banca para empresas? E o crédito para as empresas concedido pelo Eurobic?
O crédito a empresas representa cerca de 70% do crédito total do banco, sendo que deste volume cerca de 60% é financiamento a pequenas e médias empresas. Em que medida a ligação a Angola continua a ser importante para o Eurobic?
Ser o banco de referência para o corredor Portugal-Angola está na origem deste banco e continua a ser uma parte muito importante da nossa ambição. Uma das questões mais críticas para empresas portuguesas que exportam produtos ou serviços para Angola é a segurança nos recebimentos? Que instrumentos disponibiliza o banco, a esse nível, para os seus clientes empresa?
O trade-finance é, na atual conjuntura, uma área que o banco privilegia e na qual está a apostar. O 16 ACT UALIDAD€
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“Ser o banco de referência para o corredor Portugal-Angola está na origem deste banco e continua a ser uma parte muito importante da nossa ambição”
Desde 2016 que o banco tem apostado na otimização da sua rede comercial tendo sido já investidos cerca de um milhão de euros. Na comunicação e promoção da nova marca foram investidos, aproximadamente, dois milhões de euros. Quantas agências dispõe atualmente o Eurobic? Prevêem alargar?
O banco dispõe atualmente de pouco mais que 170 agências espalhadas pelo país. Não temos planos para alargar esta rede física de agências, uma vez que a aposta atual passa pelos canais digitais. Tal não impedirá, obviamente, que possamos abrir
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grande entrevista gran entrevista agências em áreas geográficas com grande potencial e onde não estejamos ainda presentes. O que poderá ser crítico na evolução do Eurobic em Portugal? Quais são as suas previsões para os próximos anos?
O crescimento da economia portuguesa e a estabilidade do sistema financeiro são dois desafios interligados e, a meu ver, decisivos para o futuro do país. Neste contexto, acredito que a estratégia do EuroBic lhe permitirá
Ensino, Governo e gestão privada Fernando Teixeira dos Santos nasceu em 1951, na Maia. Possui uma licenciatura em Economia (Faculdade de Economia da Universidade do Porto), um PhD em Economia (Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos) e é douturado em Economia (Faculdade de Economia da Universidade do Porto), onde foi professor durante vários anos. Entre 1995 e 1999, assume o cargo de secretário de Estado do Tesouro e das Finanças. Depois preside ao Conselho Diretivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em 2005, integra novamente o Governo, à frente da Pasta das Finanças, cargo que ocupa até 2011. Em 2016, Teixeira dos Santos é escolhido pelos acionistas do então banco Bic Portugal para presidir ao banco. O BIC Portugal nasceu em 2008, ligado ao BIC Angola. A mudança de marca para Eurobic aconteceu para evitar a possível confusão com o banco BIG. As empresas de Isabel dos Santos e Fernando Teles continuam a ser os principais acionistas.
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“O crédito a empresas representa cerca de 70% do crédito total do banco, sendo que, deste volume, cerca de 60% é financiamento a PME” crescer nos segmentos de negócio em que está focado e duplicar a sua quota de mercado mercado mercado (dos atuais 2% para os 4%). Estamos num ramo de atividade dominado por grandes players no mercado nacional. Crescer é decisivo para manter uma presença visível e sustentável.
Que perspetivas traça para a evolução da economia portuguesa e da angolana?
A economia portuguesa tem tido um desempenho muito positivo nos últimos anos. Espero que seja possível manter este nível de desempenho e para tal será importante que tenhamos um quadro europeu de crescimento e de estabilidade financeira. Angola é uma economia importante nas nossas relações externas. Muitas empresas portuguesas investiram e comercializam com Angola. Muitas empresas angolanas investiram e comercializam com Portugal. Os esforços em curso de diversificação e relançamento da atividade económica angolana abrem uma janela de esperança e otimismo para que estas relações se reforcem e desenvolvam.
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El textil hogar portugués presenta sus novedades en Madrid
Las empresas portuguesas de textil hogar cuentan con una muy buena aceptación en el mercado español gracias a su relación calidad precio. Dilina, Dolcecasa, Irina&Sousa, Rio Sul y Têxteis Evaristo Sampaio son algunas de las firmas que comercializan sus productos en el mercado español.
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Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
os empresarios portugueses del sector viajaron a Madrid un año más con el objetivo de presentar las novedades de sus colecciones y cerrar nuevos negocios. Una expedición de la que resultan siempre nuevos contactos internacionales para la industria lusa. La vocación para la especialización demostrada por la industria textil lusa es una de las plusvalías de un sector que tiene a España como el primer destino de sus exportaciones. Portugal tiene, según los últimos datos de un estudio elaborado por el Centro de Inteligencia Textil (CENIT), un total de 11.766 empre-
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sas del rubro textil y del vestuario, una cifra que representa el 6,4% de la industria a nivel europeo. De las casi 12.000 empresas del sector, 8.374 pertenecen al segmento de confección de ropa, y el resto se encuadran en la confección de tejidos para ropa. La participación de las empresas portuguesas en Intergift fue una iniciativa promovida por Selectiva Moda y ATP- Asociación Textil y Vestuario de Portugal en el ámbito del proyecto “From Portugal”, que trata de promover la internacionalización de las empresas portuguesas del área de la moda. El proyecto está cofinanciado por Portugal 2020. Las
exportaciones portuguesas de textil y vestuario alcanzaron en 2017 un récord absoluto aumentando 4% en relación al año anterior y sumando los 5.237 millones de euros. España fue en 2017 líder en el ranking de los principales destinos del sector, con una cuota del 34%. Dolce Casa fabrica productos de textil hogar y decoración. En su colección se puede encontrar ropa de casa decorativa: edredones, colchas, mantas, cortinas y cojines, lencería, accesorios de aseo en algodón y lino bordados y otros complementos. Liliana Kakakis, fundadora da Dolcecasa, reconoce la importancia
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del mercado español para su firma y de ahí que acudan a la feria desde hace 25 años. En esta última cita la empresa ha lanzado dos gamas distintas, algodón/confort y alta decoración. “El mercado español siempre fue muy importante. No tenemos comerciales en España pero después del mercado luso está el español (ahora igualan ventas)”, explica Liliana Kakakis. Entre sus clientes se encuentran tiendas de textiles, decoración y algo de hotelería. “De forma general se vende muy bien los edredones, los que tienen más brillos. Y los gustos han cambiado, la línea blanca era la que mejor se vendía antes. También tiene mucha salida las almohadas, más de 30 colores y de distintas formas”, añade. En el stand de los textiles de Evaristo Sampaio estuvo en destaque los artículos orgánicos y con un abanico de colores renovados. “Son colores acogedores y cálidos, diseños de movimiento y tradicionales”, resalta Filipa Sampaio, directora general de la empresa. Situada en la región de Guarda, ha registrado un crecimiento continuo a lo largo de los últimos años y en Madrid logró encontrar nuevos clientes españoles y también los contactos de otros mercados externos como Francia y Reino Unido.
“Ser o banco de referência para o corredor Portugal-Angola está na origem deste banco e continua a ser uma parte muito importante da nossa ambição”
Textil luso, sinónimo de calidad Rio Sul, por su parte, acude a Intergift desde hace una década. El mercado ibérico es su principal mercado y su presencia les permite que los clientes puedan ver los productos y presentar la nueva colección. “Siempre traemos novedades, es el momento de lanzar la nueva colección”, cuenta Joana Correia, gerente de Rio Sul. En España sus productos se venden en tiendas que se dedican al textil hogar o decoración así como a arquitectos, decoradores y gabinetes que realizan proyectos de hotelería. Y trabajan para toda España. La responsable de la firma cree que en España “reconocen el textil luso como un artículo de buena calidad, de durabilidad y garantía de producto. El precio es una de las grandes ventajas, por la buena relación calidad- precio”. Rio Sul vende mucho en España ropa para cama y colchas así como edredones y almohadas decorativas. Otra de las empresas lusas más asiduas de este evento es Dilina Têxteis, creada por Umbelina Ribeiro hace casi 30 años. “Por entonces el mercado nacional portugués ,en los años 90, tuvo un nivel alto de procura de textiles para el hogar. Yo ya trabajaba en la industria y dada mi faceta comercial creé mi propia firma. En NOVEMBRO DE 2018
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Intergift confirma su liderazgo en el sector del regalo y la decoración Intergift se celebró del 12 al 16 de septiembre y presentó la edición más completa de los últimos años, anotando nuevos incrementos de participación. Todas las empresas mostraron sus colecciones de cara a la temporada Otoño-Invierno 2018/19, en unas fechas clave para la presentación de novedades orientadas a la campaña de Navidad y Reyes. Este Salón, mayor referente del mundo de la decoración y el regalo en España, reunió en Madrid casi 1.000 empresas y marcas nacionales e internacionales. En las instalaciones de IFEMA mostró la oferta estructurada en torno a diferentes áreas orientadas al ámbito del regalo y el hogar y el interiorismo, facilitando la visita al profesional. Intergift volvió a ser escenario de “Espacio en Obras”, una iniciativa que, por cuarta edición consecutiva, mostró la creati-
vidad de un reconocido diseñador para integrar elementos seleccionados de entre todos los presentados en el Salón. En esta ocasión, el trabajo corrió a cargo de la interiorista Cristina Domínguez. Del mismo modo, el salón acogió un amplio programa de conferencias, bajo el paraguas de los Speaker´s Corner. Todos estos espacios dedicados a la decoración permitieron a los profesionales profundizar en propuestas de los diferentes estilos que demanda el mercado; como vintage, romántico, rústico con inspiración étnica, minimalista, de inspiración nórdica, industrial… Según explica la organización del evento, las nuevas tendencias apuestan por muebles muy audaces con un punto sofisticado. Triunfan las piezas de inspiración geométrica y esencia Art Decó que se combinan con el
refinamiento y los detalles que exigen el mueble contemporáneo. En cuanto a materiales domina el roble, natural y oscuro, la piedra natural, la teka reciclada, el acero oxidado y el metal dorado combinado con cristal. Además, “prevalecen los sofás tapizados en terciopelo; las butacas de cuero combinadas con acero; los espejos geométricos; estanterías redondeadas en roble color natural y hierro dorado envejecido; lámparas geométricas de grandes tamaños; aparadores con sus líneas metálicas en dorado; los cabinets de estilo inglés, y aparadores de polipiel inspirados en el galuchat, entre otras muchas piezas”. En tejidos destacan los estampados salvajes y las fantasías florales. En alfombras, el estilo vintage y los patrones geométricos texturizados son también una fuerte tendencia este año.
ese momento faltaba en el merca- centrados en el felpo ya sea para ya que el mercado ha cambiado y do producto de cualidad”, explica la bebé, baño, cocina, batas, zapatillas es más exigente. “Estábamos acospropia Umbelina. “Creé una línea e incluso una pequeña colección de tumbrados a un tipo de negocio . muy propia que mantengo casi el playa. “La calidad del textil portu- Estamos siempre innovando y bus80%, muy minimalista, con colores gués es muy buena pero la oferta cando nuevos caminos dentro de lo pasteles e intemporal. Hay diseños debe ofrecer algo diferente”, señalan, que sabemos hacer, que es toallas”. que tienen 20 años. Siempre seleccionamos materia prima de alta gama”, añade. En estos momentos, su estrategia comercial pasa por la presencia en hotel boutiques y villas de lujo. Feltros Bom Dia ha sido una de las empresas lusas que se han estrenado en Intergift. “Visitábamos esta feira y pensamos que sería importante exponer para abrir un mercado ya tradicional en nuestra fábrica. España fue el primer país con el que trabajamos, desde 1974”, explican los responsables. Bom Dia trabaja tanto con grandes clientes como con empresas muy pequeñas “gracias a una colección que nos permite llegar a un mercado pequeño”. Están 22 ACT UALIDAD€
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MSC Cruzeiros prevê triplicar número de passageiros até 2026
Pelo segundo ano consecutivo Lisboa é o ponto de partida e de chegada de cinco cruzeiros da MSC Cruzeiros, a maior companhia privada do mundo deste segmento de viagens. A empresa está a aumentar a sua frota, prevendo ter 13 novos navios até 2026, o que lhe permitirá triplicar a capacidade de transporte, em passageiros.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
MSC Preciosa conhece bem as águas do Tejo e vai continuar a fazer do recente terminal de cruzeiros de Lisboa o seu ponto de partida para seis cruzeiros pelo Mediterrâneo, com escalas em Espanha, França, Itália e Marrocos, de acordo coma informação divulgada pela MSC Cruzeiros no passado dia 12 de outubro. Entre setembro e novembro do próximo ano, estão previstas cinco viagens de 10 noites, com partida e chegada a Lisboa, bem como uma viagem mais curta, com cinco noites de duração, com partida de Lisboa e chegada a Génova. De Lisboa partirá também o MSC Divina, em novembro de 2019, com destino a Miami, fazendo uma
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das escalas em Ponta Delgada, nos “sempre com bons resultados”, acresAçores. Em março de 2020, a viagem centando que “são cada vez mais os faz-se no sentido contrário, Miami- portugueses a fazer cruzeiros”. Sem querer detalhar números, o gestor Lisboa. “É um plano relativamente idêntico adiantou que o crescimento (de dois ao do ano passado”, afirmou Eduardo dígitos) deste ano “é o maior de Cabrita, diretor-geral da MSC sempre”. A idade média dos clientes Cruzeiros em Portugal, durante a tem vindo a baixar, situando-se na apresentação da programação da com- faixa etária dos 40 anos, informa panhia para a temporada 2019/2020, ainda, assinalando que o objetivo é que decorreu em Lisboa, no novo ter- “atrair cada vez mais as famílias, com minal de cruzeiros, a bordo do MSC atividades a bordo vocacionadas para Divina, “um navio grande e com mui- esse segmento”. O crescimento no mercado portutos espaços públicos interessantes para o mercado português”. O gestor frisa guês está em linha com o resto do que “Lisboa tem um poder de atração mundo. Eduardo Cabrita observa que o que trava o setor é a capacimuito forte”. Eduardo Cabrita lembrou que a dade de resposta dos construtores MSC começou a sua operação no de navios para cruzeiros. O gestor mercado português há dez anos, avança que até 2026 irão estrear-se
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nos oceanos mais 100 novos navios, de acordo com a conhecida lista de encomendas. Desses, 13 foram encomendados pela MSC Cruzeiros. A empresa tem em curso “um plano de investimentos sem precedentes de cerca de 11,6 mil milhões de euros, que prevê a entrega de 13 novos navios de próxima geração até 2026”. Dois deles serão inaugurados em 2019: o MSC Grandiosa (novembro) e o MSC Bellissima (março). “Ambos os navios vão oferecer aos clientes, entre outras novidades, dois novíssimos espetáculos do Cirque du Soleil at Sea, criados em exclusivo para os viajantes da MSC Cruzeiros”, revela a empresa, em comunicado. O segundo navio na geração Meraviglia, o MSC Bellissima, “vai oferecer aos viajantes uma tecnologia inteligente com a introdução da assistente
pessoal Zoe, não só nos cruzeiros pelo Mediterrâneo na sua temporada inaugural, mas também no Inverno 2019-2020 em itinerários pelas belezas de contraste do Dubai, Abu Dhabi e India”, acrescenta a MSC Cruzeiros. Já o MSC Grandiosa, primeiro navio Meraviglia-Plus “vai disponibilizar uma promenade ao estilo mediterrânico”, bem como um novo lounge e bar, o L’Atelier Bistrot, com “palco e pista de dança, exposição de arte impressionista e ainda um espaço de “terraço” com mesas e cadeiras ao estilo bistrot parisiense na promenade”. Outra novidade é a inauguração na próxima temporada da Ocean Kay, a nova ilha exclusiva da MSC Cruzeiros nas Bahamas, que servirá de escala para os itinerários que ligam Miami e Havana, a partir de
novembro de 2019. A companhia prepara também a segunda edição da Volta ao Mundo, a bordo do MSC Magnifica, tendo já a primeira esgotado, informa Eduardo Cabrita: “A Volta ao Mundo de 2019 vai começar em Janeiro e há bastantes meses que está esgotada. A de 2020 vai no bom caminho também e é uma adaptação da primeira volta ao mundo. Já estamos a pensar em 2021, com alguma troca de itinerários, destinos e países.” A Volta ao Mundo 2020 durará 117 dias e permitirá visitar 43 destinos, em 23 países e cinco continentes, incluindo partidas em quatro portos europeus e oito overnights. A empresa vai contratar mais 30 mil colaboradores até 2026. Atualmente trabalham 22 mil pessoas na MSC Cruzeiros. PUB
Brexit
uma negociação complexa Conferência Relações económicas e sociais entre Portugal, Espanha e Reino Unido
20/11/2018, 09h30-13h15,
Auditório CGD ISEG – U. Lisboa Rua do Quelhas, 6, Lisboa
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Santander realça aposta do grupo no ensino superior em Portugal O grupo Santander foi uma das entidades que apoiou a construção do novo campus da Nova SBE, em Carcavelos. Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR
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na Botín, presidente do Banco Santander, realçou o projeto desenvolvido pela nova universidade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, cujo novo campus foi recentemente inaugurado, e que conta com novas valências. “A Nova SBE é um projeto inovador, aberto ao mundo e uma aposta num futuro mais inclusivo e sustentável”, referiu a gestora espanhola, durante a inauguração do novo campus universitário, que decorreu no passado dia 29 de setembro, em Carcavelos (concelho de Cascais). “O Santander tem o maior orgulho em ser um dos fundadores deste magnífico campus da Nova SBE”. Foi assim que Ana Botín deu início ao seu discurso na inauguração do novo espaço universitário. Perante uma plateia de mais de um milhar de pessoas, a presidente do Santander fez questão de realçar que a forma de trabalhar do novo Campus “vai ao encontro dos valores que o banco defende: o rigor na investigação, a cultura do esforço individual, a igualdade de oportunidades e o compromisso do trabalho colaborativo que vão transformar o 26 ACT UALIDAD€
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Mundo de forma responsável, inclusiva e sustentável.” Na mesma ocasião, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “endereçou os parabéns a Ana Botín por revelar a visão do grupo Santander apostando na universidade e no futuro”. Sobre a Nova SBE, o Presidente destacou “a excelência desta escola”, que “gostaria de condecorar com o título honorário de instituição pública”. António Vieira Monteiro, presidente executivo do Banco Santander Totta, que esteve ligado a este projeto desde o início, realçou o facto de este campus ter sido financiado com o recurso a fundos privados, de empresas e cidadãos. “Este projeto é a demonstração daquilo que é a nossa vontade, sobretudo, de transformar a educação num elemento fundamental da economia portuguesa”, adiantou. No campus da Nova School of Business and Economics de Carcavelos, o banco vai disponibilizar a todos os seus utilizadores – alunos, professores e colaboradores – uma inovadora solução de pagamento de serviços e produtos – a Aplicação Campus Pay. Foi também criado um balcão inovador para
apoiar a comunidade académica. Nova SBE avança com programas da Singularity University
A construção do novo campus representou um investimento de cerca de 50 milhões de euros, tendo contado com o apoio de diversas empresas e instituições, podendo salientar-se ainda a EDP, a Fidelidade, a José de Mello Saúde, o BPI, a Jerónimo Martins, a Câmara Municipal de Cascais. ou o Turismo de Portugal. A mudança para Carcavelos marcará também a adesão da Nova SBE ao projeto internacional Singularity University, que inclui ainda como parceiros a Beta-i e a Câmara Municipal de Cascais. Os cursos ou programas da Singularity University, que vão estar disponíveis em Portugal a partir de 2019, pretendem educar e inspirar líderes que apliquem tecnologia para resolver os grandes desafios da humanidade, a nível da água, energia ou mobilidade urbana. Entre outros, serão ministrados programas customizados para empresas e executivos de diversas áreas da tecnologia, que podem durar até três dias, e que são desenhados para ir ao encontro das necessidades específicas das empresas.
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“Todos os estudos apontam a comunicação como a primeira causa de rutura do negócio da família” Núria Vilanova, autora do livro, “La esencia de la empresa familiar”, analisou vários grupos empresariais de sucesso da Península Ibérica e da América Latina, onde é significativo o número de empresas deste tipo. Que valores, fragilidades e pontos fortes têm em comum? Que desafios enfrentam? O que podemos aprender com a sua receita de sobrevivência, sobretudo se tivermos em conta que “oito em cada dez empresas familiares não sobrevivem à terceira geração”?
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
m Portugal, estima-se que entre maior consultora de comunicação Por que razão devem os gestores de 70 a 80% das empresas sejam em Espanha e também opera em empresas familiares e os restantes de natureza familiar e que con- Portugal, bem como em vários paí- gestores ler este livro? tribuam para 50% do emprego ses da América Latina. O livro con- Este é um livro que ajuda as empree 60% do PIB, de acordo com densa exemplos de várias empresas sas familiares a refletir sobre o que a Associação das Empresas Familiares. familiares ibéricas e latino-ameri- é importante, porque às vezes o que Já em Espanha, esse valor sobe para canas de sucesso. Núria Vilanova é urgente distrai-nos. Para outras os 89% das empresas privadas, e na procura analisar as vantagens com- empresas não familiares, para todos os América Latina chega aos 90%. Em petitivas das empresas familiares, os que têm o desafio de liderar e dirigir, Espanha, estamos a falar de mais de seus valores e comportamentos, a acho que é também uma fonte de insum milhão de empresas, lê-se no livro forma como a comunicação pode piração sobre como os valores, a força “La esencia de la empresa familiar”, de manter a família unida em torno e a tenacidade conseguem, às vezes Núria Vilanova (na foto), apresentado dos objetivos da empresa, passar o a partir de situações muito adversas, testemunho de geração para geração tornar possível o impossível e consem outubro, em Portugal. A autora é também fundadora e melhorar o seu contributo para a truir grandes projetos. O presidente e presidente da Atrevia, que é a sociedade... da Luís Simões, José Luis Simões,
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[na foto da pág. seg., acompanhado de – da esq. para a dir.– Fernanda Simões, administradora de logística e transporte da Luís Simões e sobrinha de José Luís Simões, Daniela Simões, administradora business development da Luís Simões e filha de José Luís Simões, Ana Margarida Ximenes, presidente da Atrevia Portugal, Maria de Fátima Carioca, Dean da AESE e professora na área de fator humano e organização, e de Núria Vilanova], o empresário português que aparece no livro, fala-nos da importância dos valores na gestão das empresas e afirma que “os valores são como o vento, não são vistos, mas notam-se”, e que hoje em dia é impossível gerir uma empresa com sucesso num mundo global sem contar com esses valores. Em relação às empresas familiares, quando perguntamos ao fundador qual é o seu sonho, normalmente responde-nos que é a empresa ajudar a manter a família unida e que também seja um elemento de transformação para a sociedade. Mas, por outro lado, quando perguntamos quanto tempo é dedicado ao trabalho de comunicação na família, para os envolver, entra em contradição. Ou seja, tendo em conta os grandes desafios que todas as empresas enfrentam, especialmente num momento de transformação tão importante quanto o atual, por vezes, a organização ativa da comunicação das famílias passa para segundo plano. Isto pode ser devido a dois motivos. Por um lado, a grande força da família quando o projeto começa é a união e por isso os líderes dedicam-se a outros desafios: desenvolver o departamento de internacionalização, melhorar processos, etc. Mas à medida que a família e a empresa crescem, se não dedicarmos tempo à comunicação, ela acaba por se tornar um ponto fraco. Todos os estudos apontam a comunicação como a primeira causa de rutura do negócio da família. Por outro lado, há sempre uma pequena contradição entre o interesse de trabalhar pela família e a tentação de
fazê-lo sozinho. Nesse sentido, gos- e aí a comunicação é muito importaria de chamar a atenção para o tante, é que as famílias continuem a que Stanley Motta me disse: “um manter essa vontade de crescer e de amigo disse-me que já encontrou a fazer melhor. Isso implica a necessidasolução para envolver a família na de de investir, por vezes em situações empresa: criar um conselho todos de incerteza, como a atual, em que os meses e convidá-los a participar. enfrentamos a transformação digital e Se vierem, recebem 5.000 euros por a mudança tecnológica, que obrigará reunião”. Depois de um momento de a um maior esforço de investimento, silêncio, acrescentou: “e se eles não numa altura em que alguns projetos, vierem, recebem 7.000”. Com essa em algumas empresas, estão a baixar piada, Stanley insinuou a tentação a margem. que os líderes das empresas familiares É imprescindível que as famílias devem evitar, a de fazerem coisas para empresariais mantenham o espírito a família, mas sem a família. empreendedor e não se convertam em senhorios, porque quando se privilegia Quais são as principais característi- a distribuição da renda sobre a tomacas das empresas familiares? O que as da de decisões em alguns momentos diferencia das demais empresas? arriscados, compromete-se o futuro Para os participantes do livro, ser da empresa que tem duas chaves: uma uma empresa familiar é uma vanta- boa comunicação, mas também ser gem competitiva, porque, como, e eu uma boa empresa. Ou seja, gerar um aproveito de novo as palavras de José lucro adequado e estar em trajetória Luis Simões, “Dá tranquilidade aos de crescimento. clientes saber que por de trás de um contrato, de um fornecedor, está o O que é mais difícil de trabalhar nas prestígio da família e até o patrimó- empresas familiares: a comunicação nio”. Também transmite segurança interna ou externa? aos funcionários da empresa, já que As empresas familiares sempre cuidatem sido demonstrado que, nas crises ram muito da comunicação interna. económicas, as empresas familiares Para elas, sempre foi muito importanconseguem manter o rumo, já que te que os valores da família fossem os trabalham mais em função do longo valores da equipa. Muitas vezes, por prazo. Isso muitas vezes leva a uma outro lado, foram relutantes com a menor rotatividade da equipa e tam- comunicação externa, escudando-se bém a um comportamento mais posi- mil e uma vezes na famosa expressão tivo, a médio e a longo prazo, nessas “baixo perfil”. Estamos num absolusituações de crise económica. to ponto de viragem, porque neste momento, com o aparecimento das Em que medida o “capital paciente” redes sociais, o baixo perfil já não é (a capacidade de esperar e pensar possível e as empresas familiares têm no longo prazo), característico das que se preparar rapidamente para falar empresas familiares, pode jogar a seu sobre os seus produtos, mas também, favor ou contra? se necessário, defender a sua marca. É fundamental no mundo de hoje, onde às vezes para as empresas cota- A opção pelo perfil reservado tem das na bolsa de valores, ter que garan- vindo a descer entre as empresas tir resultados no curtíssimo prazo, familiares? pode comprometer o futuro da Com as redes sociais, as empresas empresa. Não se pode confundir o preparam-se porque a sociedade não capital paciente com a perda de espí- só quer saber quais são os produtos rito empreendedor. Uma das chaves que as empresas fazem, mas também para o sucesso das empresas familiares, como são os gestores que as lideram. NOVEMBRO DE 2018
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atualidade actualidad poder de deixar uma marca, ser capaz de ser um motor de mudança nessa empresa. O poder de ser ouvido. Isto é perfeitamente aplicável às empresas familiares. Se queremos incorporar as novas gerações, temos que as ouvir e que as convidar a deixar a sua marca, permitir que integrem as comissões de inovação, comunicação, etc. Por outro lado, não podemos usar as ferramentas que usávamos antes. Ninguém é capaz de ler grandes livros ou relatórios intermináveis. O papel já não é o suporte. Nem a intranet. Neste momento, na Atrevia, estamos a trabalhar a comunicação de famílias empresárias, com aplicações (app) muito especializadas para responder às suas necessidades. Já não compramos apenas marcas. Compramos a alma, o espírito e os valores por detrás dessas marcas. Considera que vai continuar a haver muitas empresas de perfil familiar? Ou estão a diminuir?
Nós, a nível global, vemos crescer em todo o mundo as empresas de perfil familiar ou, melhor dizendo, as famílias empresárias. Qual é a diferença? A família empresarial pode ter um perfil de investimento em diferentes empresas ou mesmo vender a empresa que lhes deu origem, mas, por outro lado, pode manter-se unida na criação de novos projetos... O mundo muda e a mudança também chega à empresa familiar, bem como a necessidade de diversificar e investir em empresas startup ou novos projetos. Isso é bom para aproveitar as oportunidades de mercado etambém para manter o espírito empreendedor nas novas gerações. A que atribui o facto de uma boa partes empresas familiares não sobreviverem à terceira geração (oito em cada 10, de acordo com o livro)?
A esta pergunta devemos acrescentar outra: quantas empresas não familiares sobrevivem à terceira geração? Em 30 ACT UALIDAD€
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No livro, refere a responsabilidade
qualquer caso, para mim, o principal social como sendo “a alma de uma motivo é a perda dessa capacidade empresa familiar”. Há uma maior prode adaptação e de mudança. Num pensão para a responsabilidade social mundo em transformação, nenhu- nas empresas familiares? ma empresa pode sobreviver fazendo Eu resumiria estas questões com duas amanhã o que está a fazer hoje. A frases. Por um lado, a de uma menina comunicação é fundamental para que de 15 anos, pertencente a uma emprea família esteja disposta a assumir sa familiar, que disse: “Eu realmente a mudança, que inclui sempre reti- não estava interessada no que fazia a cências, romper com o espaço do empresa da minha família até que desconforto e um certo risco. Mas sem cobri o que a Fundação faz pelo meu mudança não há futuro. país. Nesse momento, senti orgulho de fazer parte desse grupo”. As pessoas e A emoção e a paixão nem sempre são as empresas familiares, em particular, hereditárias... De que forma pode a têm um objetivo de transcendência comunicação trabalhar o processo de que encontramos nos fundadores e nos sucessão? diferentes membros. Fazer com que As emoções e as paixões têm que ser toda a família se sinta orgulhosa é um trabalhadas desde o início, mas deve- dos melhores ganchos que podemos mos ter em mente que comunicar não encontrar para que esteja unida em é informar. A comunicação começa torno do projeto empresarial. pela escuta e por permitir a partiPor outro lado, Paola Luksic disse: cipação dos diferentes membros da “Hoje já não nos basta trabalhar para família. A escuta tem que nos ajudar a sermos a melhor empresa do mundo. saber o que é importante para eles, o Precisamos ser a melhor empresa para o mundo”. Ou seja, perante que é que lhes interessa. A Atrevia também é especialista na uma sociedade mais zangada, com chamada Geração Z. Quando per- maior crispação social, o nível de guntamos aos jovens, que hoje repre- exigência com as marcas é cada sentam 25% da sociedade, o que vez maior e isso faz com que seja é mais importante para eles num muito importante para as empresas novo emprego, respondem que não demonstrar o seu compromisso com é quanto dinheiro vão ganhar, mas o a sociedade.
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Novo Banco dirige-se aos estrangeiros a caminho de Portugal “M oving To Portugal” ambiciona ser o portal ideal para quem quer saber mais sobre como morar em Portugal. Dirigido a estrangeiros que se queiram mudar para o país e a residentes elegíveis para o estatuto de residentes não habituais, o site é o mais recente projeto do Novo Banco. Desenvolvido pela Plot Content
Agency e disponível em português, francês e inglês, o “Moving to Portugal” apresenta informações sobre a vida e as vantagens de viver neste país. Dúvidas financeiras são esclarecidas e sugestões sobre o que fazer por cá são oferecidas aos visitantes do site. De acordo com o Novo Banco, este é um segmento em forte crescimento, pelo que fazia falta
uma plataforma que lhes é inteiramente dedicada. “Ao ser provedor de informação útil e importante, o Novo Banco propõe-se ganhar afinidade com o target , gerar tráfego qualificado, dando a conhecer a sua competitiva proposta de valor para o segmento residentes não habituais”, acrescenta a instituição bancária, em comunicado.
Cepsa apresenta novas embalagens para os seus lubrificantes A
Cepsa apresentou uma nova gama de garrafas para todas as linhas de lubrificantes e refrigerantes. As novas embalagens e design apresentam vantagens significativas, pois além de procurarem apresentar uma embalagem o mais atrativa possível, pretendem facilitar a melhor identificação das mesmas pelos clientes, bem como maior resistência e ergonomia, mantendo os lubrificantes em condições ótimas. A procura contínua de soluções efetivas orientou a criação de uma imagem inovadora, classificada por cores, que torna o produto mais facilmente identificável: dourado para os lubrificantes sintéticos de gama alta XTAR, prateado para as gamas Avant e Genuine destinadas a motores menos exigentes, vermelho para sistemas auxiliares ou outras aplicações, e branco para a gama premium de refrigerantes. Neste sentido, a rotulagem também foi revista e incorpora novos símbolos e informações técnicas para facilitar a compreensão da informação sobre o produto. As novas embalagens, que foram submetidas a rigorosos testes físicos 32 ACT UALIDAD€
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e tecnológicos, são mais resistentes, já que incorporam dois pontos de apoio na área superior. O novo design , além de oferecer ao cliente a garantia de ser absolutamente estanque, permite distribuir melhor o peso, facilitando a otimização do espaço de armazenamento e transporte. Da mesma forma, agregam uma série de caraterísticas ergonómicas que facilitam o seu uso, como uma asa lateral e a textura diferenciada, que melhoram o manuseamento, garantido maior aderência e eficácia na utilização do mesmo. Outra novidade é a incorporação de 30% de plástico reciclado nas embalagens , o que as torna m a i s sustentáveis e reflete o com-
promisso da empresa para a redução do impacte ambiental. A Cepsa também apresentou dois novos lubrificantes sintéticos de alta qualidade (0W20 ECO V IV e 0W30 ECO G) que completam a sua gama XTAR. São produtos mais eficientes e sustentáveis, desenvolvidos especificamente para alguns dos motores de última geração a diesel e a gasolina mais procurados no mercado.
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Montado de Sobro e Cortiça presente no “Lisboa Design Show 2018” N a última edição do “Lisboa Design Show”, realizada no Parque das Nações, no mês passado, esta plataforma de lançamento de novos estilistas e designers contou com a presença da Estratégia de Eficiência Coletiva Provere “Montado de Sobro e Cortiça” – responsável pela valorização do recurso endógeno líder de exportações em Portugal, a cortiça –, que quis mostrar ao mundo da moda e do design as várias aplicações da cortiça. A participação da EEC Provere “Montado de Sobro e Cortiça” neste certame culminou com um desfile, no dia 6 de outubro, onde se apresentaram as criações dos jovens talentos que participaram na última edição do “Coruche Fashion Cork” – uma iniciativa levada
a cabo anualmente, desde 2009, pelo município de Coruche e que desafia jovens designers a desenvolverem criações onde a cortiça seja a matéria-prima utilizada. O convidado especial da edição deste ano do “Coruche Fashion Cork” foi o reconhecido estilista Pedro Pedro, cujas criações foram apresentadas também no stand da EEC Provere “Montado de Sobro e Cortiça” no “Lisboa Design Show”. A dinâmica deste projeto passou pela realização da primeira edição do Concurso de Ideias e Criatividade, nas categorias moda e design, cujo objeti-
vo foi contribuir para o estímulo da criatividade e do empreendedorismo no território do Provere, tendo por base o recurso endógeno cortiça. No certame, decorreu ainda a conferência “Cortiça – O potencial desta matéria-prima natural e ecológica na Moda e Design”, em que a designer Mónica Gonçalves enquadrou o Casa Grigi, um projeto pioneiro de vestuário inspirado em fibras naturais que nasce do cruzamento entre os valores da tradição, da ecologia e da sustentabilidade e o desejo de trazer o design à cortiça.
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Unpacked Shop, o primeiro supermercado totalmente livre de plásticos em Madrid I naugurado no passado dia 12 de setembro, o Unpacked Shop é o primeiro supermercado totalmente livre de embalagens de plástico em Madrid. A especialidade deste ponto de venda, localizado na Rua Narváez, na capital espanhola, é a
comercialização de produtos sustentáveis e alimentos a granel, uma tendência que começa a chegar a vários países, por forma a travar o uso excessivo de plástico, sobretudo no embalamento de produtos comercializados em lojas.
Todos os recipientes utilizados na loja são biodegradáveis, reutilizáveis ou recicláveis. O supermercado oferece um amplo sortido de produtos de limpeza e alimentos, que os clientes podem levar em sacos próprios ou em frascos de vidro.
Auchan paga bolsas de estudo no âmbito do Fundo Universitário AMI A
Auchan Retail Portugal vai pagar 10 bolsas de estudo universitárias no âmbito do Fundo Universitário AMI, a jovens apoiados pela instituição que entrem na universidade. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Auchan, Pedro Cid, na presença do presidente da Fundação AMI, Fernando Nobre, no momento da entrega de 150 mil euros em kits escolares às crianças apoiadas pelos Centros Porta Amiga da AMI (na foto). Além de custear as 10 bolsas de estudo agora anunciadas, a Auchan Retail Portugal vai também ofere-
cer aos 10 beneficiários mentoria por parte dos quadros superiores das lojas do grupo. Carolina Alcobia, a frequentar o 12.º ano, poderá vir a ser no próximo ano candidata a uma destas bolsas de estudos. Para já, levantou um dos 3.737 kits escolares composto por mochila, estojo recheado, cadernos, papel, etc. atribuídos este ano a favor dos Centros Porta Amiga da AMI. Em 2018, assinala-se a 10.ª edição desta iniciativa de solidariedade, que visa combater o abandono e o insucesso escolar.
Novos usos da cortiça na construção e decoração A APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça e a Universidade de Coimbra (UC) reuniram, no passado dia 17 de outubro, investigadores e empresários nacionais para apresentação de projetos que permitam explorar novos rumos na indústria da cortiça, como é o caso dos materiais de construção e decoração. Temas como o potencial da cortiça em fitoconstituintes com interesse industrial, o comportamento higrotérmico de soluções de fachadas de edifícios revestidos
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com blocos de cortiça expandida, foram alguns dos assuntos debatidos pelos maiores especialistas tanto da UC como do ITecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade). “Esta iniciativa é um claro esforço do setor para aproximar a indústria das universidades, uma vez que sentimos que há um desfasamento entre as empresas e os agentes geradores de conhecimento. É um momento em que os empresários e
os investigadores, podem partilhar experiências, encontrar novas aplicações para a cortiça e novos nichos de negócio”, como sublinhou o presidente da APCOR, João Rui Ferreira.
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Instituições portuguesas reforçam posição na Europa na área da economia de partilha A
ssiste-se a um boom do novo modelo económico conhecido por economia de partilha, ou economia colaborativa, o qual apresenta grandes potencialidades não só para empresas, mas também para consumidores. Foi, nesse sentido, que a Comissão Europeia, através do programa Cosme, lançou a várias entidades que atuam na Europa, com a chancela da Enterprise Europe Network, o desafio de ajudarem empresas e empreendedores a tirarem proveito das oportunidades criadas pela economia de partilha, através de um programa-piloto com um orçamento dedicado de dois milhões de euros. O objetivo era o de identificar platafor-
mas colaborativas já existentes e ajudar as PME a explorar o potencial daquele modelo económico, atendendo ao atual contexto regulatório a nível europeu. Enquanto parceiros da Enterprise Europe Network, o CEC/CCIC Câmara de Comércio e Indústria do Centro e o INESC Tec - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência responderam, através de dois consórcios europeus distintos, ao desafio, tendo visto os seus projetos integrarem a lista dos cinco que, a nível europeu, foram objeto de financiamento. O EU-GIVE, representado em Portugal pelo CEC/CCIC, tem como objeti-
vo a divulgação e consciencialização do potencial da economia de partilha e a preparação dos empreendedores para melhor gerirem os desafios que os novos modelos de negócio associados àquela economia aportam. Por sua vez, o TouriSMEshare, cuja participação portuguesa é garantida pelo INESC TEC, destina-se a apoiar PME, empresas sociais, ou outras entidades que explorem ou pretendam vir a explorar modelos de negócio baseados na sharing economy, especificamente no setor do turismo e do património cultural imaterial, em quatro países (Portugal, Espanha, Itália e Bulgária). PUB
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Epson promove mudança para a tecnologia sustentável N a semana passada, a Epson lançou o seu “Business Partner Roadshow 2018”, no Wip – Lisbon Events em Lisboa. O encontro teve como principal objetivo a promoção da sustentabilidade do tecido empresarial português através da tecnologia, manifestando-se numa sociedade ambientalmente consciente, com hábitos responsáveis de compra e consumo. Uma das principais prioridades da Epson é o desenvolvimento de soluções inovadoras concebidas para manter o maior respeito pelo meio ambiente. Em linha com este objetivo, a empresa apresentou a sua “Environmental Vision 2050”, cuja meta principal é a redução, em 90%, das emissões de CO2 durante a vida útil dos seus produtos e serviços.
A quarta paragem do #EpsonRoadshow18 contou com a presença de Oscar Visuña, Head of Business Sales, entre outros responsáveis da Epson Ibérica, que expuseram a perspetiva da evolução das vendas transacionais para serviços. Além destas contribuições, a empresa apresentou aos seus parceiros nas áreas da educação, saúde, escritório e retalho os últimos desenvolvimentos em tecnologia de impressão sustentável e profissional, projeção de vídeo e realidade aumentada. A demonstração teve como tema base a lógica social da impressão eficiente alinhada com a economia circular. No que respeita ao portefólio de soluções a jato de tinta para empresas, as gamas WorkForce Pro
e WorkForce Enterprise estiveram em destaque, assim como outras soluções de âmbito profissional para projeção de vídeo e realidade aumentada. A Epson é uma empresa tecnológica líder a nível mundial, focada em conetar pessoas, produtos e informação através das suas tecnologias originais, eficientes, compactas e de alta precisão. Com uma gama de produtos desde impressoras a jato de tinta e sistemas de impressão digital, até projetores 3LCD, smart glasses , sensores e robôs industriais, a empresa procura impulsionar a inovação e superar as expetativas dos seus clientes em questões de injeção de tinta, comunicação visual, dispositivos wearable e robótica.
Ocidental com primeiro fundo de pensões em Portugal que subscreve os princípios para investimento responsável A Ocidental reforçou as opções de investimento responsável em Portugal ao certificar os seus Fundos de Pensões Abertos Horizonte com Investimento Responsável / ESG. Este processo concretizou-se em parceria com a BMO Global Assest Management e através da subscrição dos Princípios para Investimento Responsável das Nações Unidas (PRI). Ao reforçar a governação dos seus Fundos de Pensões Abertos Horizonte que, em conjunto, representa 220 milhões de euros sob gestão, a Ocidental reconhece a importância que os critérios ambientais, sociais e de gover-
nação, têm na criação de valor acrescentado nos investimentos de longo prazo e em responder aos desafios de criação de valor, ética e sustentabilidade, junto dos Clientes. Os Fundos de Pensões Abertos Horizonte, são o primeiro veículo de investimento responsável / ESG em Portugal, a subscrever os PRI. “A preocupação com a sustentabilidade, não é nova para a Ocidental. E apesar dos nossos fundos serem principalmente direcionados para empresas, queremos num futuro próximo, entrar no mercado dos particulares. Aplicar regras de investimento responsável e de
diversificação é importante para reforçar a confiança dos nossos clientes”, referiu Valdemar Duarte, diretor -geral da Ocidental Pensões. A gestão de investimentos dos fundos de Pensões Abertos Horizonte está a cargo da BMO Global Asset Management, que fornece serviços de gestão de investimento customizados em todo o mundo. “O interesse do mercado português, em investimento responsável, é cada vez maior, porque as pessoas reconhecem o seu contributo positivo”, adiantou, por seu lado, Claudia Wearmouth, diretora da BMO Global Asset Management.
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MAPFRE vuelve a conseguir la máxima calificación del Pacto Mundial de la ONU en sostenibilidad M APFRE renueva su compromiso con el Pacto Mundial de Naciones Unidas que con más 12.500 entidades adheridas del sector empresarial, académico, gubernamental y sociedad civil, en más de 160 países, es la mayor iniciativa de responsabilidad social empresarial en el mundo. La adhesión de MAPFRE al Pacto Mundial de Naciones Unidas, y sus diez principios, “nos compromete directamente con el respeto, la defensa y la protección de los Derechos Humanos contenidos en la Carta Internacional de Derechos Humanos, en los convenios de la Organización Internacional del trabajo (OIT) y en la Declaración de Principios Fundamentales y Derechos del Trabajo”. MAPFRE define su responsabili-
dad social como “un compromiso voluntario y estratégico que implica procurar la consecución de sus objetivos empresariales, cumpliendo rigurosamente con sus obligaciones contractuales y legales, aplicando criterios de equidad y estabilidad en las relaciones con sus grupos de interés (stakeholders), contribuyendo así a la satisfacción de las necesidades presentes y futuras de la sociedad”. Además, desarrolla su actividad
bajo el firme compromiso de contribuir a la sostenibilidad desde la perspectiva ambiental, materializándose a través de la integración del medio ambiente en el negocio, la promoción de la responsabilidad medioambiental, preservación de la biodiversidad, prevención de la contaminación, gestión eficiente de los recursos y adaptación y mitigación del cambio climático, de conformidad con lo establecido en la política medioambiental del grupo.
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR
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"Bolha"
ameaça mercado imobiliário português
As opiniões dividem-se sobre a existência de uma "bolha" especulativa no mercado imobiliário português. Para alguns especialistas, os preços, embora altos, ainda não estão aos níveis de outros países, como a Espanha ou a Inglaterra. Já outros, não têm dúvidas de que os preços estão muito inflacionados e que acabarão dentro de algum tempo por cair de forma acentuada, arrastando zonas periféricas, que estão a crescer graças à forte procura em Lisboa e no Porto. Resta ainda saber se haverá alguma queda a curto ou médio prazo e se poderá ser acentuada. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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gran tema grande tema
A
subida dos preços no imobiliário português, à semelhança, alias, do que tem acontecido noutros países, é uma realidade perfeitamente visível e indesmentível. Em Lisboa e no Porto tem havido uma escalada nos preços, desde há cerca de dois anos, que tem impulsionado também as regiões periféricas. No entanto, as subidas têm sido menos acentuadas nos últimos meses, havendo consultoras imobiliárias que falam num abrandamento após o verão. Perante estas subidas acentuadas, os investidores receiam que o mercado venha a sofrer correções significativas em breve, o que poderá demorar meses ou um par de anos, segundo antecipam alguns especialistas. O timing em que poderá acontecer uma queda dos preços – e em que grau – é relevante para quem quer tomar decisões de investimento para obter retorno, sendo o mercado imobiliário um dos principais refúgios dos investidores em ativos neste momento, dada a pouca rentabilidade das aplicações bancárias. Se, por um lado, o Banco de Portugal tem sido um dos arautos da prudência, considerando que existe uma "euforia" no mercado e recomendando maior contenção dos bancos no financiamento ao consumo e à habitação, por outro, as principais consultoras imobiliárias e os bancos dizem que os preços ainda não atingiram o "pico" e ainda podem continuar a crescer, afastando receios de um "trambolhão" a curto ou médio prazo. Para se ter uma ideia da forte subida dos preços, pode-se referir que no segundo trimestre do ano, a venda de casas atingiu um número recorde, com o preço médio a rondar os 128.500 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A região mais cara é a área metropolitana de Lisboa, com um preço médio por casa vendida de 174.894 euros, e por metro quadrado a ultra-
passar os quatro mil euros, no centro histórico da capital. Neste artigo, aborda-se também o crescimento exponencial que se regista também no segmento dos escritórios, e que está estreitamente relacionado com a forte procura por parte de investidores estrangeiros (ver caixa na pág. 42) que compram ou arrendam imobiliário em Portugal. "Preços sobem como uma maré" do centro para a periferia Além do turismo, João Quaresma, diretor-geral da the Inner ValueAvaliação, Consultoria e Gestão, salienta outra razão para a subida
João Quaresma: "em vez de um ajustamento radical [dos preços], poderemos vir a assistir, a uma fase de 'maré baixa'", com uma correção das periferias para o centro de Lisboa e do Porto exponencial dos preços do imobiliário, principalmente residencial, nas cidades de Lisboa e Porto: a "criação de regimes fiscais contributivos favoráveis à deslocalização de novos compradores do norte e centro da Europa, mas também do continente asiático", através, por exemplo, do regime fiscal dos residentes não habituais ou dos vistos gold. "Quanto à atividade turística, entre outras, tem sido relevante a procura de imóveis para o arrendamento de curta duração, como investimento, apoiado pelos mercados globais em que a cidade de Lisboa e Porto já se
integra e nas plataformas de marketing digital global (tipo AirBnB)", salienta o consultor. "Em vez de uma 'bolha' que aumenta, no caso de Lisboa e até do Porto, eu prefiro uma analogia, perfeitamente adaptada à morfologia das duas cidades, em que os valores do imobiliário funcionam como uma maré, que vai enchendo progressivamente", impulsionada pela atividade turística, para chegar a outras zonas mais distantes do centro da cidade. Quando esta fase atingir o seu pico, "em vez de um ajustamento radical, poderemos vir a assistir, a uma fase de 'maré baixa', em que o ajustamento se fará de forma progressiva, no sentido contrário ao que assistimos". Sem arriscar quando se poderá dar essa esperada correção, João Quaresma sublinha que "vai depender muito da resposta que as cidades souberem dar a este aumento. Por agora, parece existir uma consciencialização de que é necessário investir em infraestruturas (incluindo aeroporto) e equipamentos culturais, para dar uma resposta sustentável a este crescimento e procura". "Também é muito importante que as zonas limítrofes e os concelhos adjacentes consigam dar uma resposta adequada e adaptar-se a estas mudanças", alerta ainda. Também Reis Campos, presidente da CPCI-Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, afirma categoricamente não existir qualquer "bolha" de preços no mercado nacional. "Em termos nacionais, os preços de venda estão 9,6% abaixo dos verificados no ano de 2007. Aliás, em 92,5% dos concelhos do país, os preços continuam abaixo dos valores de 2007, ou seja, a níveis inferiores aos praticados há 11 anos", afiança, citando "análises feitas pelo Banco de Portugal e pelas instituições internacionais que acompanham a nossa economia". Quanto a uma eventual correção em baixa dos preços num horizonte de dois anos ou a mais largo prazo, NOVEMBRO DE 2018
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Preço de casas mantém-se em alta, mas crédito está a abrandar O preço das casas registou uma subida acentuada em Portugal, podendo estar a abrandar em algumas zonas do país. Para os responsáveis dos principais bancos, não está em causa a existência de uma "bolha" especulativa, que possa rebentar em breve. Eis alguns comentários. "O tema do imobiliário é perfeitamente gerível” para os bancos portugueses António Ramalho, presidente do Novo Banco "Posso falar da bolha em Espanha, mas a situação do imobiliário em Portugal é bastante razoável. Há, naturalmente, que evitar excessos, mas os bancos estão a fazer um trabalho muito sério” Pablo Forero, presidente da Comissão Executiva do BPI “Não vejo grande problema no imobiliário. No BCP, estávamos proibidos de fazer promoção imobiliário. Voltámos a fazer promoção imobiliária, temos parcerias com promotores, mas temos critérios rigorosos e temos regras relacionadas com a capacidade de geração de cash flow e não com as garantias de colateral” Miguel Maya, presidente executivo do Millennium bcp A forte presença de investimento estrangeiro no mercado imobiliário “dificilmente” fará “os preços na Baixa de Lisboa ou do Porto descer” para níveis dos últimos anos Miguel Maya “Temos um mercado quente. Acho que deverá haver um ajustamento dos preços mas será um ajustamento marginal quando daqui a um ano a nova oferta chegar ao mercado” Miguel Maya
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Crédito às famílias atinge quase 11 mil milhões de euros até agosto As instituições financeiras disponibilizaram mais de 10.821 milhões de euros em empréstimos às famílias. Ou seja, mais 18% do que no mesmo período do ano passado. As estatísticas do Banco de Portugal mostram que, entre habitação, consumo e outros fins, os bancos e as financeiras disponibilizaram mais de metade desse valor para a compra de casa – até agosto, os bancos concederam 6.500 milhões de euros com essa finalidade. Após as recomendações do Banco de Portugal, as instituições financeiras concederam, no mês de julho, 919 milhões de euros em empréstimos para a compra de habitação, uma diminuição de 71 milhões de euros (-1,2%) face a junho deste ano, mas que, ainda assim, foi o segundo mais alto do ano e ficou 35% acima do concedido em julho de 2017. No entanto, em agosto, os empréstimos concedidos para compra de casa voltaram a cair, desta vez para os 810 milhões de euros. Todavia, este montante ficou acima dos 709 milhões de euros concedidos em agosto do ano passado.
Preços das casas sobem 11,2%, mas já dão sinais de abrandar O segundo trimestre do ano foi particularmente intenso a nível da transação de imóveis em Portugal. No entanto, apesar dos preços das casas terem continuado a aumentar, o ritmo de crescimento abrandou, após cinco trimestres a acelerar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o início de abril e o fim de junho, os preços das casas subiram, em média, 11,2% em termos homólogos. Este valor é "um ponto percentual abaixo do
do trimestre anterior, interrompendo um período de cinco trimestres consecutivos de aceleração dos preços”, confirmou o INE. Por outro lado, o aumento foi mais intenso para as habitações usadas do que para as novas. Apesar da desaceleração do ritmo de crescimento, os preços das casas atingiram um novo máximo de mais de nove anos. O índice de preços IPHah está nos 132,9 pontos, nível que é o mais elevado desde janeiro de 2009, período em que começa o histórico do INE. Quanto ao número de imóveis vendidos, no segundo trimestre do ano, foram vendidas 45.619 habitações, em Portugal, número que é o mais elevado também desde o início de 2009. O valor das vendas foi de, aproximadamente, 6,2 mil milhões de euros, mais 34,9% do que no segundo trimestre de 2017, e um recorde trimestral.
Portugal com a terceira maior subida dos preços das casas na Europa Portugal registou assim, a terceira maior subida (11,2%) de entre os Estados-membros, de acordo com os dados do Eurostat referentes ao segundo trimestre do ano. As casas usadas continuam a dominar o grosso das transações. Do total de imóveis vendidos no segundo trimestre deste ano, 38.880 eram usados (85,2%), enquanto 6.739 eram novos (14,8%). Contudo, o número de casas novas vendidas corresponde ao “mais elevado dos últimos quatro anos e meio”, diz o INE. A área metropolitana de Lisboa continua a liderar, com 16.331 casas vendidas no período em análise. No conjunto dos primeiros seis meses do ano, foram vendidas 86.335 casas, um número histórico, tendo o valor global das transações ascendido a 11.610 milhões de euros.
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como antecipam alguns especialistas, o responsável da confederação das empresas de construção e imobiliário rejeita essa hipótese. "De uma forma geral, os preços do imobiliário em Portugal continuam abaixo das suas médias de longo prazo e, o que se espera para os próximos dois anos é a consolidação do mercado. Isto poderá passar, em alguns casos, por correções de preços, mas estamos sempre a falar de questões de natureza pontual, que não podem ser vistas a uma escala nacional. O que nos preocupa são as questões estruturais do mercado, como a estabilidade do quadro regulatório e fiscal, a atratividade do mercado do arrendamento e o posicionamento do país em termos da sua competitividade à escala internacional. É, sobretudo, desses fatores que dependerá, a prazo, a capacidade de atrair investimento e, dessa forma, criar condições para um correto equilíbrio entre a oferta e a procura", assevera. Opinião idêntica é manifestada por Carlos Brito, professor da Faculdade de Economia do Porto (FEP), que garante à "Actualida€" que "não existe uma bolha com preços excessivos, pois se compararmos com outros contextos europeus, isso não se verifica, salvo raras exceções, em Lisboa e Porto. O que acontece é que as nossas expetativas têm a ver com aquilo que era habitual em Portugal e, desse ponto de vista, existe uma perceção de que os preços estão muito inflacionados", enquadra o docente universitário. Questionado sobre se poderá haver uma correção de preços dentro dos próximos dois anos ou a mais largo prazo, o especialista considera que "se não houver fatores externos que nos afetem nega-
Reis Campos: "Em termos nacionais, os preços de venda estão 9,6% abaixo dos verificados no ano de 2007 (...) o que se espera para os próximos dois anos é a consolidação do mercado" tivamente de forma significativa (crise financeira na Europa, conflito mundial, redução drástica do turismo…), penso que não haverá qualquer ajustamento para baixo nos próximos dois anos".
Fatores de atração e como diversificar do fator turismo Por enquanto, em termos das regiões mais apetecíveis para os investidores, "Lisboa continua a ser, e irá manter-se, como um local interessante para investir, e o enquadramento do rio Tejo oferece um enorme potencial", considera João Quaresma. "Portugal é um país pequeno, em que as acessibilidades na sua generalidade são boas, mas que deveriam ser melhoradas, principalmente na ferrovia". Do ponto de vista do investidor, "as regiões mais interessantes para investir são aquelas que têm maior potencial de valorização. Desse ponto de vista, destaco o norte do país e o litoral entre Aveiro e Peniche. Claro que Lisboa e Porto irão sempre atrair bons investimentos, assim como o Alentejo. Nas regiões autónomas, destaco os Açores", comenta, por seu lado, Carlos Brito. Outras regiões têm sido apontadas como apresentando grande potencial a curto e médio prazo, como a margem sul do Tejo, desde o Seixal ao Barreiro, ainda com muitas oportunidades por explorar e que poderá beneficiar caso avance o futuro aeroporto internacional previsto para o Montijo. A nível de segmentos do mercado de maior interesse para os investiores, "o segmento de topo deverá continuar a ser atrativo assim como o mais ligado ao turismo. Quero, no entanto, realçar o potencial do segmento dos residentes temporários, pois com a mobilidade do trabalho, designadamente quadros qualificados, isso será cada vez mais relevante", antecipa Carlos Brito. João Quaresma sublinha, por seu lado, que "se a promoção turística de Portugal através de meios digitais tem estado a ser feita apoiado num NOVEMBRO DE 2018
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Setores da tecnologia e dos serviços levam mercado de escritórios a novo recorde O segmento de escritórios, tal como o residencial, apresenta também um elevado dinamismo. O investimento em escritórios, que é hoje o principal enfoque dos investidores imobiliários à escala europeia, tem sido muito ativo também em Portugal. Na Grande Lisboa, o mercado atinge recordes a todos os níveis. O volume de procura de escritórios entre janeiro e setembro de 2018 subiu 17% face a 2017, com cerca de 133.300 metros transacionados. "Os setores tecnológicos e de serviços a empresas, nos quais se enquadram os centros de serviços partilhados e os espaços de coworking, revelam-se os mais dinâmicos, protagonizando alguns dos maiores negócios do ano", refere a Cushman & Wakefield. A colocação das empresas Teleperformance no Parque das Nações, da Regus no Marquês de Pombal e do Lisbon Art Center & Studios, um conceito de coworking localizado na zona
ribeirinha, são alguns dos exemplos referidos pela consultora imobiliária no seu mais recente levantamento sobre o mercado nacional de escritórios. "A forte atividade do mercado, aliada a um ainda reduzido volume de nova oferta em construção (apenas 40.100 metros quadrados) traduz-se em recordes mínimos em termos de oferta disponível", adianta. A renda em áreas prime em Lisboa encontra-se nos 21 euros/ metro quadrado/ mês e a yield para os ativos de investimento situa-se no valor mais baixo de sempre, 4,25%. "A forte atividade ocupacional no mercado de escritórios motiva o crescimento do interesse dos investidores, e nos primeiros nove meses do ano o investimento em ativos de escritórios atingiu um novo máximo histórico à data de setembro, situando-se nos 650 milhões de euros", resume a Cushman & Wakefield. O investimento estrangeiro representa
conceito de segmentação, também novas e inovadoras soluções de casas nos setores a investir deverá estar pre- e espaços de viver, enquadradas nas sente esta preocupação". O consultor necessidades das futuras e presentes considera que "é necessário adaptar gerações de jovens que agora entram a oferta às características naturais no mercado de trabalho, com difedos locais e evitar importar soluções rentes perspetivas de vida; escritório desenquadradas. A solução está em com elevado nível de qualidade/ sofispreencher e reabilitar os 'vazios' exis- ticação, desempenho e dimensão que tentes, e fazer uma correta leitura dos possam funcionar como alternativa espaços", ou seja, privilegiar uma ocu- aos centros de negócios das grandes pação de locais já infraestruturados cidades europeias, embora estas últimas muito dependentes da articulaem vez de urbanizar novos. Deste modo, considera que deve ção urbanística com as autarquias e as haver maior investimento em seg- acessibilidades ao nível nacional (aeromentos alternativos ao turismo, pro- portos e ferrovia)", realça o especialista pondo, nomeadamente, "novas e ino- em avaliação e reabilitação de imóveis. Ainda na ótica dos proprietários e vadoras soluções de ofertas de espaços de trabalho, apoiadas nas necessi- investidores, estes devem, assim, aposdades de mobilidade e nos concei- tar sempre na "segmentação e inovatos de empreendedorismo e startups; ção, tratando cada caso como único", 42 ACT UALIDAD€
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mais de 96% do capital investido, encabeçado pelo Reino Unido (71% do total do investimento), seguidos pelo investimento espanhol e alemão, com pesos muito inferiores, na ordem dos seis e 5% respetivamente. O maior negócio de investimento em escritórios do ano foi a venda do Lagoas Park da Teixeira Duarte aos britânicos da Kildare Partners, por um valor de 375 milhões de euros. Destacam-se também dois negócios no Parque das Nações (Zona 5): a compra por parte dos espanhóis da Merlin da Torre Zen, por 33 milhões de euros, e a venda do Expo Finanças, propriedade da Selecta, a um investidor estrangeiro. As estimativas da Cushman & Wakefield para o volume de investimento em escritórios até ao final do ano ultrapassam os mil milhões de euros, retratando um máximo histórico e um crescimento superior a 36% face a 2017.
para evitar oferecer produtos iguais aos já existentes no mercado e que se esgotem dentro de algum tempo. Quanto à atividade de reabilitação de imóveis, refere que "estamos a assistir a um processo de correção de algumas das leis existentes que possibilitaram a dinamização do mercado da reabilitação, com mais leis e disposições regulamentares, algumas delas no sentido inverso do seu espírito inicial. O mercado imobiliário tem desenvolvimentos prolongados no tempo, e necessita de alguma estabilidade no seu enquadramento legal", refere ainda. Limitações ao crédito O que é facto é que o crédito à habitação atingiu, até agosto, um novo
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valor recorde, voltando a aproximar-se dos valores pré-crise de 2008. Para travar esta ascenção, o Banco de Portugal emitiu um conjunto de recomendações aos bancos, em vigor desde julho, nomeadamente para que os bancos apenas financiem até 80% do valor da avaliação dos imóveis, tendo o restante de ser obtido por capitais próprios. Resta saber se a recomendação está a ser seguida ou se, na guerra dos spreads, alguns bancos estejam a emprestar, de alguma forma, acima dessa percentagem. O crédito imobiliário tem sido um dos meios de captação de novos clientes por parte de alguns bancos. De facto, o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, alertou, durante o verão para o sobreaquecimento do mercado imobiliário. “Esta constatação é particularmente relevante quando se desenvolvem situações de euforia no mercado, nomeadamente no mercado imobiliário e hipotecário”, alertando os compradores ou investidores que “a intensidade e a propagação de expetativas distorcidas de valorização de ativos são tanto maiores, quanto menor for a literacia e a experiência financeiras de uma dada população”. Ou seja, o valor de compra dos imóveis pode vir a ser ajustado e representar perdas para quem fez
investimentos na atualidade. tados por quem tem casas ou quartos O Governador defendeu, assim, a para rentabilizar e quem precisa de intervenção através de “medidas que habitação para viver. Apontando para ataquem os desenvolvimentos sistémi- preços tão elevados e inaceitáveis, por cos negativos”, mas também de “medi- exemplo, de “arrendamentos de quardas prudenciais mais interventivas do tos a jovens estudantes a 600 ou 700 lado da concessão de crédito, ou do euros por mês”, destaca a necessidade lado da aplicação da poupança, para de “trazer os fogos devolutos para o garantir a estabilidade financeira”. mercado” e, assim, aumentar a oferta Os diversos fatores que estão na ori- existente face à procura. gem da escalada de preços – onde se Depois de uma situação de excesso salienta o boom de turismo registado de oferta de casas no mercado, passouem todo o país, mas sobretudo nas -se para o contrário, com um procura zonas metropolitanas de Lisboa e do muito superior aos fogos existentes. O Porto, ou mesmo a implementação de representante dos mediadores imomedidas de incentivo ao arrendamen- biliários considera, assim, existirem to a estudantes a preços mais acessí- “bolhas localizadas nos centros das veis e a legislação do alojamento local, grandes cidades”, dado que “existe que vieram catapultar a transforma- muita procura para gente que quer ção de casas em quartos para arren- comprar nas mesmas zonas”, e dá damento temporário, diminuindo os como exemplos alguns bairros típicos imóveis disponíveis para venda - um do Porto, como a rua Escura ou a rua dia irão diminuir. Quando começar a dos Caldeireiros, “que os estrangeiros abrandar a procura de casa, os preços, acham pitorescos. O mesmo acontece naturalmente, irão também baixar, só em Lisboa”. Em declarações à "TSF", que ninguém arrisca comentar quan- Luís Lima critica "a especulação" nos preços e defende o aumento urgente do ocorrerá este cenário. Curiosamente, outra das vozes de da oferta de casas, mas a “preços alerta face ao momento que se vive é controlados”. “Por um T1 em Lisboa, Luís Lima, presidente da Associação as pessoas deveriam pagar uma renda das Empresas de Mediação entre os 250 e os 350 euros, e por um Imobiliária de Portugal (APEMIP), o T2, não mais de 400 a 450 euros”, qual defende que “é preciso arranjar afirmou. Luís Lima defende ainda que exista um equilíbrio” entre os valores soliciNOVEMBRO DE 2018
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grande tema gran tema apenas um tipo de avaliação de imóveis, contra o sistema atual em que “existe a avaliação feita pelos bancos para a concessão de crédito, existe a avaliação feita pelo Fisco para o pagamento de impostos… Seria importante existir apenas um tipo de avaliação no mercado imobiliário que servisse para tudo”, afirmou o presidente da APEMIP. Já na ótica dos investidores e relativamente às regiões e segmentos que possam ser mais interessantes para investir, Reis Campos considera que "todo o nosso país tem condições para receber mais e melhor investimento imobiliário. É evidente que as potencialidades intrínsecas de cada espaço territorial são muito diferentes entre si e, falar dos centros históricos das nossas principais cidades, não é a mesma coisa que falar dos territórios de baixa densidade do interior, mas há oportunidades inequívocas em ambos". E garante que "o arrendamento, por exemplo, é um segmento com muito espaço para crescer em Portugal". "O arrendamento habitacional, por exemplo, é um segmento de mercado que tem um elevado potencial, em especial naquele que é o segundo país europeu com menor peso deste mercado. Porém, necessita ainda de um enquadramento fiscal mais atrativo e de um reforço da confiança e segurança dos investidores. Trata-se de um aspeto que deveria ter merecido a atenção do Governo na proposta de Orçamento do Estado que acabou de apresentar, mas que não acontece, pois não apresenta soluções para resolver as questões que mais têm contribuído para o desequilíbrio do mercado. O AIMI (adicional ao IMI), que tem de ser eliminado, mantém-se inalterado, a tributação de stocks de imóveis detidos para venda por parte das empresas do setor, continuará a ser uma realidade e não existem medidas concretas que permitam dinamizar o 44 ACT UALIDAD€
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a melhoria das condições de acesso da generalidade da população, em especial a mais jovem, ao mercado da habitação". Relativamente às oportunidades que podem oferecer a reabilitação de imóveis em vez da construção de nova habitação, reconhece a importância estratégica para a dinamização do setor e "enquanto veículo de coesão social e territorial". "Porém, ainda é necessário imprimir-lhe uma maior dinâmica e, sobretudo, conferir-lhe uma escala nacional. Recordo que, de acordo com o estudo que desenvolvemos com a colaboração da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, existe um conjunto de carências habitacionais qualitativas que é muito importante e que se encontra distribuído de forma muito diferente no território e a reabilitação urbana é um aspeto crucial que se destaca, pela dimensão que assume. Estamos Carlos Brito: "Se não a falar de necessidades de intervenção houver fatores extersignificativa no parque habitacional, à escala nacional, de cerca de 22 mil nos que nos afetem milhões de euros, valor que demonsnegativamente de tra bem que ainda há muito a fazer nesta matéria. E, mais uma vez, a forma significativa proposta do Orçamento [do Estado] é (crise financeira na omissa, ao esquecer-se da importância do mercado da reabilitação urbana", Europa, conflito munlamenta Reis Campos. dial, redução drástica Também segundo Carlos Brito, existem muitas vantagens em apostar na do turismo…), penso reabilitação urbana. "É uma tendênque não haverá qualcia dos países mais desenvolvidos e o quer ajustamento para nosso não vai ser diferente. Por duas razões: em primeiro lugar, porque baixo nos próximos reabilitar edifícios é uma forma de manter as características da cidade ou dois anos" região. Depois, porque um edifício antigo bem reabilitado e numa zona mercado do arrendamento. Era essen- valorizada tem sempre um preço precial que tal acontecesse para que uma mium, dado o seu caráter distintivo", parte significativa das 425 mil habita- assegura o docente. ções devolutas que existem por todo o Por outro lado, o turismo massifipaís, pudessem ser recuperadas e colo- cado pode afetar a autenticidade e a cadas no arrendamento, contribuindo atratividade das cidades portuguesas, para a estabilização dos preços e para alerta ainda.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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Rödl & Partner com escritórios em Portugal e Espanha
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Rödl & Partner apresentou recentemente a sua nova sociedade em Portugal, que conta com escritórios em Lisboa e Porto. A sociedade de origem alemã especializada em assessoria jurídica e fiscal chegou a Portugal após a integração da BHLP Advogados, em janeiro deste ano, tendo recentemente passado a disponibilizar os serviços em Portugal em articulação estreita com a sucursal espanhola, com presença em Madrid e Barcelona desde 2000.
A apresentação pública da nova sociedade de advogados realizou-se em Lisboa, no passado dia 27 de setembro, e esteve a cargo dos sócios portugueses Filipe Lobo d’Ávila, Luís de Andrade Pinhel e Leonor Xavier, assim como dos managing partners da casa-mãe, Wolfgang Krauss e José Campos Nave. A extensão a Portugal permitirá importantes sinergias para a Rödl & Partner no espaço ibérico. “A união comercial entre os dois países é fundamental, porque somos muito semelhantes em áreas como a economia, a cultura ou o idioma”, frisou ainda Luís de Andrade Pinhel, sócio da Rödl & Partner Portugal. Também Georg Abegg, sócio-gerente da Rödl & Partner Espanha, destacou que “a ligação ibérica é natural, especialmente considerando que Espanha é o maior investidor em Portugal. A
ligação entre os países é sinónimo de sucesso no mercado”, adiantou, no mesmo evento, onde estiveram presentes cerca de 200 participantes. Na cerimónia de apresentação da nova sociedade realizou-se ainda uma pequena mesa redonda sobre o setor das energias renováveis, “um dos setores com maior potencial futuro no relacionamento bilateral entre os dois países” ibéricos. “A área de energia é relevante para a Península Ibérica. Espanha e Portugal são suscetíveis de gerar energia positiva para o meio ambiente e para a União Europeia graças às condições meteorológicas que os dois países dispõem”, sublinhou Filipe Lobo d’Ávila (na foto, à esq., ao lado de Jorge Seguro Sanches e, mais à dir., Georg Abegg). A equipa da Rödl & Partner ascende aos 24 colaboradores em Portugal e a uma centena no total da Península Ibérica. Fundada há 30 anos em Nuremberga (Alemanha), a Rödl & Partner está atualmente presente em mais de 52 países localizados em 111 escritórios e possui mais de 4.800 colaboradores.
“Aquisição de Empresas e de Participações Acionistas – Problemas e litígios” em nova obra O s problemas e litígios na aquisição de empresas e de participações acionistas constituem o tema de um estudo recentemente publicado, da autoria de Catarina Monteiro Pires, professora da Faculdade de Direito de Lisboa e sócia da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS). Catarina Monteiro Pires, especialista na área de resolução de litígios, lança a obra “Aquisição de Empresas e de Participações Acionistas – Problemas
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e litígios”, uma publicação da editora Almedina. Neste estudo, são analisados problemas de Direito Societário e de Direito Civil, como os relativos a deveres de informação e aos seus limites (informação devida pelo vendedor ao comprador, informação a obter pelo comprador, informação a transmitir pela administração da visada, informação a
obter pela administração da compradora), questões relativas à chamada due diligence e aos seus efeitos, problemas quanto ao sentido, limites, tipos e efeitos de “garantias” acordadas pelas partes e, finalmente, questões relativas aos meios de reação perante perturbações na venda da empresa ou das participações acionistas e ao respetivo regime jurídico.
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Empresarios andaluces buscan asesoramiento para invertir en territorio luso
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a VI edición de la feria IMEXAndalucía 2018 reunió en Sevilla a 1.716 profesionales interesados en hacer negocios a nivel internacional y a 830 empresas. Allí se concentraron todos los agentes del sector exterior para favorecer la internacionalización de las pymes de la región. Aunque lo habitual es contar con la presencia de consejeros económicos de otros países (este año un total de 52), en esta ocasión se quiso también señalar de forma especial la presencia de Portugal. «Fue el protagonista de las mesas redondas y se habló de las bondades del país como destino de las inversiones españolas”, explica José Terreros, director de la feria. Como resultado “los visitantes tuvieron contacto directo con los representantes de las cámaras de comercio e industria con sede en ambos países y se cerraron más de un centenar de entrevistas”, añade. José Terreros recuerda la importancia de este tipo de iniciativas porque “dan tranquilidad y seguridad a la inversión española. No hay que asustar a
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quienes vayan a invertir a Portugal pero sí recordar que deben conocer las diferencias que existen entre los dos mercados”. La feria estuvo organizada por la revista Moneda Única, especializada en negocio internacional, y por la Consejería de Conocimiento, Investigación y Universidad de la Junta de Andalucía a través de Extenda, agencia andaluza de promoción exterior. Los asistentes fueron en su mayoría, empresarios con un claro interés en la internacionalización que aprovecharon la feria para reunirse con asesores comerciales, jurídicos y financieros de 52 países. Además pudieron visitar los stands de las empresas expositoras y asistir a cualquiera de las 60 conferencias y mesas redondas programadas relacionadas con la internacionalización (financiación empresarial, pagos y cobros, aseguramiento financiero, mercados y países con potencial para la inversión, aduanas, soluciones jurídicas, mercados de destino, ecommerce, etc). Lina Gálvez, consejera de
Conocimiento, Investigación y Universidad de la Junta de Andalucía, cree que la feria “es un escaparate al mundo” y aseguró que las firmas andaluzas “cada vez están exportando más”, refiriéndose a más países y sectores. “Están diversificando y por ahí es por donde vamos a seguir trabajando”, subrayó. Por su parte, Jaime Ussía, presidente de IMEX alabó durante la inauguración que “Andalucía siga su marcha en el ámbito de la internacionalización independientemente de lo que hagan los demás”. Además quiso resaltar el aumento “espectacular” de las exportaciones de la región. La última edición de IMEXAndalucía ha contado con un importante elenco de apoyos públicos y privados, entre los que destaca Iberia On Business, que ha sido el patrocinador principal, así como el Consulado de Portugal en Sevilla; Aicep Portugal Global, la Agencia para la Inversión y el Comercio Exterior de Portugal; Cámara de Comercio Hispano Portuguesa; Cámara de Comercio Luso Española; Turismo Portugal; ICEX-
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Portugal y Andalucía dialogan sobre la implantación de la vía digital en las empresas
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evilla acogió el pasado 9 de octubre la Jornada sobre “Contratación Pública por vía Electrónica entre Portugal y Andalucía”. El evento, organizado por la Fundación Cajasol en colaboración con la CCILE (Cámara de Comercio Luso Española) de Lisboa dio protagonismo a las empresas y a las relaciones comerciales y de vecindad con Portugal. Además se puso de manifiesto la importancia de los principales agentes económicos y sociales en Andalucía. La Fundación Cajasol está comprometida con el desarrollo e implantación de la llamada vía digital en
el ámbito empresarial, así como la apuesta por las nuevas tecnologías. Gracias a esta jornada se pudo profundizar en el uso de las plataformas electrónicas de contratación, intentando sacar el máximo rendimiento de éstas de la mano de entidades, autoridades y voces expertas en el asunto. Participó en el evento la empresa lusa Vortal, que, con presencia también en España, se ha convertido en una de las plataformas autorizadas y mayormente utilizadas en la materia, y que dio las claves para entender cómo se gestiona, qué nor-
mativa existe, y qué reglas de juego rigen la comunicación y el acceso a la contratación por vía electrónica entre Portugal y Andalucía. Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
PUB
Doctrans Transportes Rodoviários de Mercadorias Lda., com instalações na zona logística da Azambuja, estendendo-se por uma área de cerca de 125.000 m2. A Doctrans tem como objeto social principal os serviços de transporte internacional de mercadorias por via terrestre e logística. Especializada em cargas completas em camiões refrigerados, como mercadoria de alto valor e urgente, durante todo o ano, a Doctrans faz serviço de transporte para vários países da UE, nomeadamente Alemanha, Inglaterra, Escócia, Itália, Áustria, Polónia, Grécia, França, Espanha e Portugal. Doctrans - Transportes Rodoviários de Mercadorias, Lda Estrada Nacional Nº. 3 Km 7 Vila Nova da Rainha 2050-522 Azambuja, Tlf: 263105760 Web: www.doctranslda.com
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Dia Nacional de Espanha comemorado na Embaixada em Lisboa Mais de 600 pessoas estiveram na Embaixada de Espanha, no Palácio de Palhavã, para celebarar o Dia Nacional de Espanha, que se celebra em todo o mundo a 12 de outubro. Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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m dia de solenidade e de celebração para a comunidade espanhola em todo o mundo, o 12 de outubro, o Dia Nacional de Espanha. Um dia de
comoção, especialmente para os espanhóis que residem fora do país, como referiu a nova embaixadora colocada em Portugal, Marta Betanzos, e que fez questão de cumprimentar todos os
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cerca de 600 convidados que afluiram ao Palácio Palhavã, para o tradicional convívio do dia 12 de outubro para a comunidade espanhola. No seu discurso durante o pri-
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meiro ato oficial da nova embaixadora em Portugal, Marta Betanzos referiu ainda o grande envolvimento histórico, cultural e institucional que tem marcado a vida dos dois países ibéricos, bem como com outros países parceiros, relacionamento que tem sido “testemunhado” pelo Palácio de Palhavã, residência dos embaixadores espanhóis no território português, e que foi comprado pelo Estado espanhol há um século.
taladas em Portugal, bem como através da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), ou ainda através do ensino, pois, como relembrou a embaixadora, existe um grande universo de alunos e professores espanhóis em Portugal. Todos são “protagonistas, que merecem os parabéns” e que diariamente fazem recordar a importância de Portugal para o país vizinho. Citou ainda palavras do escritor José Saramago, já desaparecido, “Momento especialmente doce” das mas que ficará para sempre ligarelações ibéricas do ao estreitamento das relações As relações entre os dois países ibéricas e que ganhou há precisaé fortalecida também pela comu- mente 20 anos o Prémio Nobel da nidade espanhola residente em Literatura, sobre a aproximação e Portugal, nomeadamente a nível o conhecimento mútuo que devem económico, através das mais de nortear as relações entre os dois 1.800 empresas espanholas ins- povos ibéricos. Pilar del Río, pre52 ACT UALIDAD€
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sidente da Fundação Saramago, foi uma das personalidades presentes no evento, onde estavam ainda banqueiros, como Nuno Amado, ou António Vieira Monteiro, entre muitas outras individualidades portuguesas e espanholas, como José Ramón Bauzá, senador e ex-presidente da Comunidade Autónoma das Baleares. A nova embaixadora, que defende uma maior presença de temas ligados a Portugal nos meios de comunicação social em Espanha, sublinhou o “momento especialmente doce” das relações institucionais e empresariais entre os dois países, referiu, perante uma plateia de centenas de convidados ligados aos dois países, dos meios militar, diplomático, governamental, empresarial, cultural e social.
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A “grande evolução” dos vinhos do Alentejo e da Extremadura
No balanço dos 15 anos do Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura, a “grande evolução” dos vinhos das duas regiões fronteiriças, mas sobretudo dos extremenhos, é uma realidade muito positiva, como sublinhou a sommelier Sara Peñas, na entrega de prémios aos vencedores desta prova ibérica, organizada pela CCILE e pela Extremadura Avante.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
ma “grande evolução” na fronteira, além de poderem contar ano no concurso, juntamente com qualidade, na apresenta- com apoio à divulgação e comercia- Fernando Melo, crítico de vinhos e ção e até nas formas de lização dos respetivos produtos, as- comida, o qual já participa na prova comercialização, marcaram sinala a sommelier Sara Peñas, uma dos vinhos pela quarta vez consecuo desempenho geral dos vi- das provadoras que participou este tiva. nhos que se apresentam a concurso ao longo destes 15 anos de Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura, uma iniciativa ibérica que pretende contribuir para a dinamização da produção e da atividade comercial das adegas independentes das regiões transfronteiriças do Alentejo e da Extremadura espanholas participantes deste evento, organizada pela CCILE e pela Extremadura Avante. Estas duas entidades, ao promoverem o concurso ibérico, estão a incentivar os pequenos produtores a conhecerem melhor os vinhos, as castas e as formas de produção do outro lado da
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Mais de cem vinhos disputaram 36 prémios
A prova “cega” dos mais de cem vinhos que se apresentaram a concurso decorreu no passado dia 26 de junho, nas instalações da CCILE, em Lisboa, e a opinião e notas atribuídas dos dois provadores sobre cada um dos vinhos foi quase sempre unânime. “Foi muito fácil o consenso quando atribuíamos notas a cada vinho”, o qual era experimentado em copo, retirado de garrafa tapada, por forma a não identificar o produtor. Apenas era identificado se se tratava de um vinho extremenho ou alentejano e qual a categoria a que concorria (branco, branco jovem, rosé,
tinto jovem, tinto com três a seis meses de estágio, tinto com mais de seis meses, e, pela primeira vez, espumantes ou cavas, ou seja, sete categorias). A concurso, estiveram vinhos de 30 adegas produtoras, das quais 19 extremenhas e 11 alentejanas, que receberam no total 36 prémios (ver quadros nas págs. seg.). “Provámos uma muito boa representação da maioria das principais adegas da região e constatámos que além de continuarem a enviar bastantes produtos, também a qualidade dos vinhos extremenhos em competição” tem melhorado, quer a nível visual, olfativo ou gustativo,
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assim como da apresentação exterior da rotulagem, como sublinhou no dia da prova a sommelier e professora ligada a escolas de hotelaria e turismo de Portugal e Espanha Sara Peñas. Também Fernando Melo considerou, na altura, que a prova tem vindo a ganhar valor pela melhoria da qualidade e diversidade dos vinhos espanhóis que se apresentam a concurso e que têm tirado partido da proximidade aos terroirs alentejanos. “O estilo dos vinhos do Alentejo já está muito consolidado, com alguns dos nossos melhores produtores, que são desta região”, sendo agora a vez dos concorrentes da região fronteiriça
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afirmarem o seu estilo, referiu então o crítico português. Na revelação dos prémios atribuídos, que decorreu no passado dia 24 de outubro, no El Corte Inglés de Lisboa (um dos parceiros da iniciativa ibérica), Sara Peñas destacou algumas semelhanças das duas regiões a nível agrícola e geográfico. “Partilhamos uma identidade ibérica numa paisagem comum, de sobreiros (com a nossa indústria da cortiça) e azinheiras, com as suas bolotas, as castanhas do nosso porco preto, e, além de que contamos com bons produtos agroalimentares, como os azeites, queijos e grandes vinhos, como os presentes nesta prova”. Uma “identidade ibérica” 56 ACT UALIDAD€
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presente também nas “castas, alias, o nome dos prémios “Arabel”, vem de Aragonez+Cencibel, e a possível próxima incorporação de castas portuguesas, como a Touriga Nacional e a Trincadeira na produção de vinhos extremenhos”, referiu a especialista. No mesmo evento de divulgação
dos vinhos premiados, estiveram presentes diversos representantes da Extremadura Avante e ainda das adegas participantes do concurso. Segundo destacou Nieves Franco, International Business Area Manager da Extremadura Avante, o encontro permite conhecer “a diversidade tão fantástica que temos de vinhos” nas duas regiões transfronteiriças, referiu, sublinhando ainda que, a nível de comercialização, muitos vinhos extremenhos destes produtores estão já em Portugal. Produtores salientam importância do concurso para divulgação dos vinhos
De entre as adegas presentes no evento do passado dia 24 de outubro, esteve a Monte da Comenda
eventos
Agroturismo, que recebeu um dos prémios de “Ouro” pelo seu vinho tinto com mais de seis meses de estágio. O Seis Castas já recebeu “quatro medalhas de ouro”, referiu António Lopes, sócio gerente da empresa. Um vinho de sucesso, que
nem sequer é o topo de gama da adega, explica o mesmo responsável. Com uma grande variedade de vinhos no mercado, este produtor familiar de Arraiolos (Alentejo) exporta cerca de metade da produção, com destaque para o Bra-
eventos
sil, Alemanha e Suíça. Quanto à importância deste tipo de concursos, António Lopes sublinha que “são muito importantes, pois estimulam-nos muito” e o facto de ser uma prova ibérica “é muito bom para os
Vinhos extremenhos premiados no XV Encontro de Vinhos Extremadura/ Alentejo Categoria
Prémio
Adega
Vinho
BRANCO JOVEM
ARABEL DE OURO
BODEGAS MARTÍNEZ PAIVA
SOLO | CAYETANA
BRANCO JOVEM
ARABEL DE PRATA
BODEGAS LA CORTE
CONDE LA CORTE BLANCO
BRANCO JOVEM
ARABEL DE PRATA
PAGO LOS BALANCINES
BALANCINES BLANCO SOBRE LÍAS
BRANCO JOVEM
ARABEL DE PRATA
SOC. COOP A. SANTA MARTA VIRGEN
BLASÓN DEL TURRA PARDINA
BRANCO JOVEM
ARABEL DE PRATA
SOC. COOP. SAN ISIDRO DE VILLAFRANCA
VALDEQUEMAO BLANCO JOVEN
ROSÉS
ARABEL DE OURO
SOC. COOP A. SANTA MARTA VIRGEN
CALAMON ROSADO
ROSÉS
ARABEL DE PRATA
VIÑAOLIVA
ZALEO ROSADO
TINTO JOVEM
ARABEL DE OURO
PAGO LOS BALANCINES
CRASH RED GARNACHA
TINTO JOVEM
ARABEL DE PRATA
BODEGAS VALDEORITE
LAR DE BARROS COSECHA
TINTO JOVEM
ARABEL DE PRATA
VITICULTORES DE BARROS
VIBA LA AMISTAD TINTO
TINTO JOVEM
MENÇÃO HONROSA
SAT. SAN ANTONIO
TALMO
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE OURO
COLOMA VIÑEDOS Y BODEGAS
COLOMA GARNACHA SELECCIÓN 2015
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE PRATA
BODEGAS Y VIÑEDOS POZANCO
10•12 SELECCIÓN
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE PRATA
BODEGAS ROMALE
PRIVILEGIO DE ROMALE
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
MENÇÃO HONROSA
VIÑAOLIVA
ZALEO SELECCIÓN
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
MENÇÃO HONROSA
PAGO LOS BALANCINES
BALANCINES PUNTO ROJO
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE OURO
VIÑAS DE ALANGE
LA ZARZITA 2016
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE PRATA
VIÑAS DE ALANGE
PALACIO QUEMADO CRIANZA 2015
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE PRATA
BODEGA CARABAL
CARABAL CAVEA 2013
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE PRATA
SOC. COOP. SAN ISIDRO DE VILLAFRANCA
VALDEQUEMAO TINTO ENVEJECIDO
TINTO +6 MESES EM BARRICA
MENÇÃO HONROSA
PAGO LOS BALANCINES
HARAGAN
VINOS ESPUMOSOS
ARABEL DE OURO
BODEGAS VALDEORITE
EXTREM DE BONALVAL BRUT
VINOS ESPUMOSOS
ARABEL DE PRATA
FINCA LA PINTADA
FINCA LA PINTADA BRUT
NOVEMBRO DE 2018
AC T UA L I DA D € 57
eventos eventos Vinhos alentejanos premiados no XV Encontro de Vinhos Extremadura/ Alentejo Categoria
Prémio
Adega
Vinho
BRANCO JOVEM
ARABEL DE OURO
ADEGA MAYOR
ADEGA MAYOR SELEÇÃO BRANCO 2017
BRANCO JOVEM
ARABEL DE OURO
CARMIM
MONSARAZ BRANCO 2017
BRANCO JOVEM
ARABEL DE PRATA
MONTE DA CAPELA
HERDADE DA CAPELA VINHO REGIONAL ALENTEJANO BRANCO
BRANCO MADURO
ARABEL DE OURO
CARMIM
MONSARAZ RESERVA 2014
BRANCO MADURO
MENÇÃO HONROSA
ADEGA MAYOR
RESERVA DO COMENDADOR BRANCO 2016
TINTO 3-6 MESES EM BARRICA
MENÇÃO HONROSA
J. COSTA VARGAS
J. COSTA VARGAS TINTO 2016
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE OURO
J. COSTA VARGAS
SÁTIRO CLANDESTINO
TINTO +6 MESES EM BARRICA
ARABEL DE OURO
MONTE DA COMENDA AGROTURISMO
COMENDA GRANDE 6 CASTAS
TINTO + 6 MESES
ARABEL DE PRATA
JMMR SOCIEDADE AGRÍCOLA
MORAIS ROCHA RESERVA TINTO
TINTO + 6 MESES
ARABEL DE PRATA
HILL VALLEY LIMITED
HOWARD’S FOLLY SONHADOR 2011
TINTO + 6 MESES
ARABEL DE PRATA
VINHA DAS VIRTUDES-JOSÉ ANTÓNIO RODRIGUES
HUMANITAS TINTO RESERVA SYRAH 2015
TINTO + 6 MESES
ARABEL DE PRATA
J. COSTA VARGAS
TANGENTE TINTO
TINTO + 6 MESES
MENÇÃO HONROSA
VINHA DAS VIRTUDES-JOSÉ ANTÓNIO RODRIGUES
LIBERALITAS TINTO 2014
produtores” portugueses, realça. Por seu lado, de destacar a participação de adegas produtoras de espumantes e cava. A adega Finca La Pintada, das duas produtoras independentes Sophia Choursan e Isabel Cuevas, foi uma das ganhadoras da nova categoria, com o seu cava Finca La Pintada. Esta adega de Almendralejo (Badajoz) começou a produzir cava há três anos e tem três variedades. O espumante ou cava desta quinta premiado no
evento foi uma variedade brut, sem adição de açúcar, constituído por Macabeo (90%) e Parellada (10%). Sendo a primeira vez que participa no evento, o produtor extremenho considera positivo este tipo de prova ibérica, como forma de divulgar a adega e os seus produtos entre os públicos dos dois países. Esta adega produz mais duas variedades de cava e um rosé. Com forte procura no âmbito da exportação, a Finca La Pintada exporta para os
EUA, Bélgica, Alemanha e Japão, e gostaria de exportar também para Portugal. Dentro de alguns dias, os vinhos vencedores serão expostos num espaço próprio do El Corte Inglés em Lisboa e de Badajoz. O concurso pretende ainda proporcionar o contacto entre organizações e organismos oficiais, portugueses e espanhóis, e promover a nível transfronteiriço a oferta turística e a gastronomia regionais.
ntro de ue
XV ENCONTRO DE VINHOS
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XV Enc
AGRADECIMENTOS
MA
DUR A/ALE
NT
EXTREMADURA /ALENTEJO Patrocinios
organizAÇÃO
media partner
Actualidad
Economia ibérica
58 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
eventos
NOVEMBRO DE 2018
eventos
AC T UA L I DA D € 59
Setor automóvel sector automóvil
BMW SÉRIE 3
Geração renovada Referência incontornável do segmento, uma nova geração do BMW Série 3 chegará no início de 2019 ao mercado. Será maior, mais eficiente e com uma forte aposta na tecnologia.
D
Texto Nuno Almeida Ramos nrc.gmv@gmail.com Fotos DR
pretende desportivo, tornandourante décadas, a refe- suspensão melhorados. rência incontornável do Esteticamente, mantêm-se as li- -se evidente que a grelha “duplo seu segmento, sobretudo nhas básicas de um sedan que se rim” está maior, para reforçar a no capítulo dinâmico, a nova geração chegará num contexto particularmente mais desafiante. Apesar da recente e refrescante ousadia por parte da BMW verificada nos concept dos futuros Série 8 e Z4, o novo Série 3 apostará, sobretudo, na continuidade. É o BMW que mais vende, e a marca, naturalmente, não quer correr riscos desnecessários. O novo BMW Série 3 G20 terá como base a mesma plataforma CLAR dos Série 5 e Série 7 e conta com um centro de gravidade mais baixo 10 milímetros em relação à anterior geração, uma redução de peso em 55 quilos, e níveis de rigidez da carroçaria e dos suportes da 60 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
sector automóvil Setor automóvel
agressividade. Isto enquanto os faróis seguem a linha do Série 5, sendo que nas versões sem o pacote M (desportivo) as luzes diurnas encontram-se integradas no para-choques dianteiro. No interior, o habitáculo foi orientado em torno do condutor, com o ecrã central a posicionar-se ligeiramente mais abaixo, acima de uma zona com duas saídas de ar e com os comandos do sistema de climatização. Destaque ainda para o sistema iDrive giratório e o painel de instrumentos digital que pode ser totalmente configurável. Há também ganhos em termos de habitabilidade. À frente há mais espaço para os cotovelos e para os ombros, enquanto os assentos posteriores prometem acomodar mais facilmente ocupantes de maior estatura, oferecendo mais espaço para as pernas de quem se senta atrás. Já na bagageira não houve ganhos, com a volumetria da mala a continuar fixada nos 480 litros. A juntar a isto, a tónica recai na tecnologia, o que se evidencia de imediato com a enorme superfície ocupada por displays, no caso do BMW Live Cockpit Professional. Escolhendo este opcional, no prolongamento do painel de instrumentos digital, encontra-se um ecrã de 10,3 polegadas que serve de
porta de entrada para o sistema de infoentretenimento, podendo ser operado por voz, gestos ou toque. Mas, mais interessante será o assistente pessoal da BMW, uma espécie de mordomo virtual que cada um pode batizar como quiser e que tem por missão facilitar a vida do condutor, aumentando a produtividade e o entretenimento a bordo. A mar-
No capítulo das motorizações, numa fase inicial, o novo BMW Série 3 contará com seis versões à escolha: 320i, 330i, 318d, 320d, 320 xDrive e 330d. Blocos Diesel de quatro e seis cilindros e motores a gasolina de quatro cilindros, com potências a variarem entre os 150 e os 265 cavalos. Mais tarde estará disponível uma versão mais radical,
ca bávara concebeu o G20, como o M340i xDrive com motor de seis referido anteriormente, mais baixo cilindros, 374 cavalos de potência e e leve, tudo porque, apostou em 500 Nm de binário que lhe permidotá-lo com um comportamento te ir dos zero aos 100 quilómetros/ mais desportivo e eficaz. Também hora em 4,4 segundos. optou por uma correta distribuiSe o Série 3 já tinha uma versão ção de massas pelos dois eixos, com híbrida, passa agora a ter duas. O 50% a incidir sobre cada um deles, 330e com 292 cavalos e uma autorecuando um pouco a posição do nomia de 60 km em modo elétrico motor, uma vez que excesso de peso e a outra, terá como base o 1.5 de à frente do eixo anterior é o mesmo três cilindros e uma autonomia até que pedir que o veículo fuja dema- 50 quilómetros, com um consumo siado de frente, comprometendo o misto anunciado de 1,7 litros/100 equilíbrio e a eficácia. quilómetros. PUB
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NOVEMBRO DE 2018
AC T UA L I DA D € 61
barómetro financeiro
barómetro financiero
Atividade económica estabilizada há dois meses
Foto Arquivo
economia portuguesa continuou A a crescer em agosto a um ritmo estável.
"O indicador de atividade económica estabilizou em julho e agosto, após ter diminuído nos dois meses anteriores", revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), referindo ainda que "o indicador de clima económico diminuiu em setembro, tendo registado em julho e agosto o valor máximo desde maio de 2002". O gabinete oficial de estatística reviu ainda em alta o crescimento do PIB do primeiro trimestre, de 2,1
para 2,2%, e o do segundo trimestre, de 2,3 para 2,4%. Tal acontece com um contributo mais positivo por parte do consumo, especialmente de bens duradouros, e com a desaceleração do investimento, onde houve um contributo positivo menos expressivo das componentes de construção e de máquinas e equipamentos. Quanto a setores, o INE revela que "em termos reais, se observou uma diminuição do índice de produção da indústria e uma ligeira aceleração no caso da construção".
Inflação aumenta para 1,4% Exportações sobem 2,6% e em setembro importações desaceleram em agosto A variação homóloga do índice de preços no consumi- De acordo com o INE, excluindo os combustíveis e lubrificantes, em termos homódor (IPC) foi 1,4% em setembro de 2018, taxa superior logos, em agosto as exportações aumentaram 1,7% e as importações cresceram em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à do mês anterior. O 1,9% (contra as subidas de 11,8 e 12,5%, respetivamente, em julho de 2018). indicador de inflação subjacente (índice total excluindo O défice da balança comercial de bens agravou-se em 351 milhões de euros produtos alimentares não transformados e energéti- face ao mesmo mês de 2017, para 1.709 milhões. cos) registou uma variação homóloga de 0,9%, valor Excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um salsuperior em 0,3 p.p. ao registado em agosto, adianta do negativo de 1.124 milhões de euros, correspondente a um aumento do o INE. défice de 28 milhões de euros em relação a agosto de 2017. A variação mensal do IPC foi 1,1% (-0,3% no mês No trimestre terminado em agosto de 2018, as exportações e as imporprecedente e 0,9% em setembro de 2017). A variação tações de bens aumentaram, respetivamente, 8,9% e 12,6% face ao média dos últimos doze meses fixou-se em 1,2%, taxa mesmo período de 2017. idêntica à registada no mês anterior. No que respeita às variações face ao mês anterior, em agosto de 2018 as O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) exportações diminuíram 23,6% e as importações decresceram 11,2% (+11,8 português registou uma variação homóloga de 1,8%, e +12,5%, respetivamente, em julho de 2018), reflexo das variações registataxa superior em 0,5 p.p. à do mês anterior e inferior das em ambos os tipos de comércio, mas sobretudo no comércio intra-UE: em 0,3 p.p. à estimativa do Eurostat para a área do -29,1% nas exportações e -14,8% nas importações (+1,8% e -3,1%, respetiEuro (em agosto, esta diferença situou-se em 0,7 p.p.). vamente, em julho de 2018).
Número de desempregados continua em queda Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, revelam que em setembro estavam registados quase 339 mil indivíduos desempregados. Este número representa uma descida homóloga acentuada (17,5%, ou quase 72 mil pessoas), mas uma ligeira subida face ao mês anterior. Entre agosto e setembro deste ano o número de pessoas desempregadas aumentou em 788 (+0,2%). Já em agosto, se tinha verificado um aumento e agora, em setembro, registou-se o segundo mês consecutivo de subidas mensais. Ainda assim, em julho, verificou-se um mínimo de 16 de
anos, pois o número de desempregados registados nos centros de emprego permanece abaixo dos 340 mil, o que representa um nível historicamente baixo. A descida em termos homólogos também permanece acentuada (bem acima dos 10%), sendo que para a redução verificada em setembro "contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1º ciclo básico", refere o IEFP. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
62 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE)
Com o Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE), as Câmaras de Comércio em Espanha, em conjunto com a CCILE, irão ajudá-lo a encontrar talento jovem na procura ativa de oportunidades de trabalho ou estágios na União Europeia. Poderá integrar na sua equipa de pessoal jovens com: • Um elevado nível em idiomas. • Uma formação e experiência adaptadas às suas necessidades. • Uma atitude e motivação para empreender uma nova aventura no estrangeiro. • Competências profissionais necessárias para desempenhar as suas tarefas e funções de forma profissional. Como funciona As Câmaras de Comércio encarregam-se de selecionar os perfis que mais se adequam às necessidades da sua empresa e oferecem uma formação virada para a mobilidade. Além disso: • Através da plataforma-Câmaras a nível europeu, a sua empresa terá entre os jovens uma projeção e reconhecimento internacionais. • Facilitamos-lhe o contacto com candidatos selecionados, possuidores de qualificações e competências necessárias para se integrarem num novo trabalho. • Realizamos um acompanhamento exaustivo da estadia do jovem na sua empresa. • Colocamos à sua disposição uma pessoa de contacto na Câmara que o ajudará durante o processo de acolhimento dos jovens. • Como empresa colaboradora, poderá obter o Selo de Empresa Comprometida com o Emprego Jovem. Para mais informações: www.programapice.es Contactos: Maria Luisa Paz mpaz@ccile.org / 918 559 614
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial
luso español en enero-agosto de 2018
R
etomamos la publicación de del 179%, porcentaje ligeramente in- del comercio hispano portugués, que los datos estadísticos de la ferior a la media anual alcanzada en se recoge en los cuadros 4 y 5 se mantiene, en general, la estructura de los balanza comercial hispano 2017 que se situó en los 180,4%. En los cuadros 2 y 3 recogemos la periodos anteriores entre los que destaportuguesa referente a los ocho primeros meses del año distribución geográfica del comercio ca la partida 87-vehiculos automóviy hechos públicos recientemente por exterior español y se desprende, de los les; tractor tanto en las ventas como en Datacomex de la Secretaria de Estado mismos, que en el conjunto de estos las compras españoles con valores que ocho primeros meses del año el merca- superan los 1.539,5 millones de euros de Comercio de España. Se constata un aumento significativo do portugués absorbió el 7,2% de la y los 891,7 millones, respectivamente. de las ventas españolas a su vecino oferta exportadora española que supe- En la oferta española destacan las parPortugal del orden de los 7,9% ró los 189.986,1 millones de euros. En tida 84-máquinas y aparatos mecáni(12.851,9 millones de euros en 2017 el sentido contrario el mercado portu- cos (996,6 millones de euros), la 39frente a los actuales 13.868,5 millo- gués, en este periodo, contribuyó con materias plásticas; sus manufacturas nes). A su vez, las compras españolas el 3,7% del total de las importaciones (885,9 millones), la 85-aparatos y matuvieron un comportamiento bastante españolas y se mantienen las posicio- terial eléctricos (762,7 millones) y en similar del 6% (7.307,8 millones de nes relativas del mercado de Portugal la quinta posición la 27-combustibles, euros en 2017 frente a los actuales en el comercio exterior español, a sa- aceites minerales (673,1 millones). ber: la cuarta posición entre los princi- Este conjunto de cinco partidas repre7.748,7 millones). Estas cifras alcanzadas en este perío- pales clientes de España y la sétima senta el 35% de la oferta española a do representan, por tanto, un superá- posición entre nuestros principales Portugal y en el sentido contrario habrá que destacar la partida 27-comvit favorable a España de 6.119,8 mi- proveedores. llones de euros y una tasa de cobertura Respecto a la distribución sectorial bustibles, aceites minerales (696,9 mi-
Balanza
1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-agosto de 2018 VENTAS ESPAÑOLAS 18
COMPRAS ESPAÑOLAS 18
Saldo 18
Cober 18 %
VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 17 ESPAÑOLAS 17
Saldo 17
Cober 17 %
ene
1 724 280,06
883 855,16
840 425
195,09
1 466 668,97
851 614,13
615 055
172,22
feb
1 619 549,72
907 007,03
712 543
178,56
1 497 298,88
908 400,89
588 898
164,83
mar
1 772 798,36
1 024 557,96
748 240
173,03
1 782 642,64
1 027 991,04
754 652
173,41
abr
1 660 720,07
972 023,11
688 697
170,85
1 570 079,36
948 408,69
621 671
165,55
may
1 870 420,80
1 012 520,48
857 900
184,73
1 727 541,71
985 698,49
741 843
175,26
jun
1 768 703,00
1 056 754,24
711 949
167,37
1 722 502,69
926 660,01
795 843
185,88
jul
1 792 110,10
1 050 599,30
741 511
170,58
1 632 006,65
860 328,97
771 678
189,70
ago
1 659 938,34
841 414,54
818 524
197,28
1 453 118,61
798 746,21
654 372
181,92
sep
1 762 712,45
888 575,41
874 137
198,38
oct
1 755 813,79
933 307,97
822 506
188,13
nov
1 834 134,01
1 013 297,56
820 836
181,01
dic
1 639 428,96
858 205,08
781 224
191,03
19 843 948,71
11 001 234,46
8 842 714
180,38
Total
13 868 520,46
7 748 731,81
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
64 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
6 119 789
178,98
Rankings 2.Principales países clientes de España enero-agosto de 2018
llones de euros), seguido de la partida 39- materias plásticas; sus manufacturas (546,4 millones), la 72-fundición, hierro y acero (436,7 millones de euros) y la 84-máquinas y aparatos mecánicos (431,1 millones). También en la demanda española el conjunto de las cinco primeras partidas tiene un peso importante superando los 39% del total de las compras a Portugal. En la distribución geográfica por Comunidades Autónomas, Cataluña lidera la oferta española a Portugal, superando los 3.242,8 millones de euros, y representa, a su vez, el 23,4% de la oferta española, seguido de Galicia, con 2.070 millones (15% sobre el total de las ventas), y Madrid, con 1.978,9 millones (14,3%). Madrid, con 1.296,3 millones de euros, encabeza la lista de las CC.AA. que más compraron a Portugal, con un peso relativo del 17%. En la segunda posición surge Galicia, con 1.276,6 millones de euros (16,5%) seguido de Cataluña, que compró a Portugal productos y servicios por valor de 1.172,7 millones de euros, lo cual significa el 15,1% del total de las compras españolas a Portugal.
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-agosto de 2018 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
28 486 415,56
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
2
004 Alemania
20 697 855,56
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
689 977,17
3
005 Italia
15 173 021,66
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
548 422,81
4
010 Portugal
13 868 520,46
4
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
436 679,76
5
006 Reino Unido
12 828 667,79
5
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
431 063,33
891 751,99
6
400 Estados Unidos
8 620 303,14
6
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
273 085,71
7
003 Países Bajos
6 522 255,64
7
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
265 673,48
8
017 Bélgica
5 732 511,33
8
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
251 882,18
9
204 Marruecos
5 478 821,61
9
10
720 China
4 152 856,30
11
060 Polonia
3 762 066,98
12
052 Turquía
3 645 386,70
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
244 061,34
TOTAL
7 748 731,81
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-agosto de 2018
13
412 México
3 075 555,62
14
039 Suiza
2 786 760,41
15
952 Avituallamiento terceros
2 633 034,77
16
208 Argelia
2 166 018,36
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
1 539 466,31
17
951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios
1 919 180,44
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
996 588,89
18
732 Japón
1 685 511,15
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
885 901,09
19
508 Brasil
1 636 515,32
4
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
762 723,23
20
632 Arabia Saudí
1 622 406,50
5
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
673 054,38
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
514 235,43
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
460 813,21
8
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
400 164,23
9
62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO
381 328,05
SUBTOTAL
146 493 665,30
TOTAL
189 986 061,32
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
3.Principales países proveedores de España enero-agosto de 2018 Orden País
Orden Sector
TOTAL
004 Alemania
26 793 223,47
2
001 Francia
23 221 203,93
3
720 China
17 324 847,21
4
005 Italia
13 810 721,82
5
400 Estados Unidos
8 567 147,43
6
003 Países Bajos
8 451 951,58
7
010 Portugal
7 748 731,81
8
006 Reino Unido
7 579 949,57
9
017 Bélgica
4 886 327,70
10
052 Turquía
4 685 818,61 4 515 955,34
11
204 Marruecos
12
060 Polonia
3 545 573,57
13
508 Brasil
3 288 135,27
14
288 Nigeria
3 240 517,67
15
632 Arabia Saudí
3 197 429,88
16
208 Argelia
3 140 677,55
13 868 520,46
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
Importe
1
Importe
6.Evolución del Intercambio Comercial Portugal-España enero-agosto de 2018
7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero-agosto de 2018 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 18
17
412 México
3 123 757,29
Cataluña
3 242 827,50
18
039 Suiza
2 898 977,01
Galicia
19
061 República Checa
2 833 473,32
Madrid, Comunidad de
20
732 Japón
2 816 227,95
Andalucía
SUBTOTAL
155 670 647,97
TOTAL
210 876 269,19
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
COMPRAS ESPAÑOLAS 18 Madrid, Comunidad de
1 296 255,02
2 070 008,89
Galicia
1 276 610,64
1 978 871,35
Cataluña
1 172 716,55
1 456 076,43
Andalucía
842 524,08
Castilla-La Mancha
949 302,82
Comunitat Valenciana
627 042,63
Comunitat Valenciana
840 901,73
Castilla y León
481 969,21
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
NOVEMBRO DE 2018
AC T UA L I DA D € 65
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas de limpieza
DP180406
Empresas españolas fabricantes de geotextiles y poliéster agujeteado
DP180501
Empresas españolas de Inspección, monitorización y mantenimiento de estructuras metálicas
DP180502
Agencias de viajes españolas
DP180503
Empresas españolas distribuidoras de suplementos alimenticios
DP180504
Empresas españolas distribuidoras de material informático
DP180601
Empresas españolas de distribuición de roupa Empresas españolas interesadas en representar el proyecto "My Perfect Way" (paquetes turísticos de senderismo y montañismo) Empresa portuguesa especializada en decoración y joyería, busca empresas españolas del mismo sector para presentar sus productos
DP180602
Empresa portuguesa de equipamentos para motoristas busca agentes comerciales para el mercado español
OP170802
Empresa portuguesa del sector de metalomecánica busca agentes comerciales para el mercado español
OP170803
Empresa portuguesa de construcción de quioscos y espacios comerciales busca agentes comerciales para el mercado español Empresa portuguesa de prestación de servicios de instalación de fibra óptica en la red de cliente o en el área de la construcción
à sua espera
OP170602 OP170801
OP171001 OP171002
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas fabricantes de malas em pele
DE180201
Empresas portuguesas fabricantes de rolamentos, engrenagens e dispositivos de transmissão mecânica Empresas portuguesas de agropecuária Empresas portuguesas fabricantes de malas em cortiça
DE180202 DE180401 DE180402
Mecânicos portugueses
DE180403
Empresas portuguesas de viveiros de plantas ornamentais Empresas portuguesas do setor da tecnologia Empresa espanhola do setor dos congelados procura agente comercial para Portugal Empresa espanhola representante de marcas e produtos relacionados com a medicina desportiva/ ortopedia e puericultura, procura profissionais de vendas com experiência no setor farmacêutico Empresa espanhola especializada em decoração e no setor infantil, procura agentes comerciais para Portugal Empresas portuguesas importadoras/ distribuidoras em Portugal, para apresentar os seus produtos (vinhos e cervejas) Empresas portuguesas de venda online de tecnologia para apresentar a sua empresa (do mesmo setor) para expansão em Portugal
DE180404 DE180405 OE170302
Empresa espanhola do setor energético procura assessor/ agente comercial para Portugal
OE170801
OE170304 OE170305 OE170601 OE170602
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
66 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
NOVEMBRO DE 2018
AC T UA L I DA D € 67
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Novembro Prazo
Imposto
Até
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
*À data da preparação desta informação ainda não estava disponível o novo modelo.
12
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em setembro/2018
Contribuintes do regime normal mensal
12
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de outubro/2018
Entidades empregadoras
12
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativa a outubro/2018
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
15
IVA
Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 3º trimestre de 2018
Contribuintes do regime normal trimestral
20
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em outubro/2018
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a outubro/2018
Entidades empregadoras
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em outubro/2018
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50 mil euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas
20
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em outubro/2018
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
20
Selo
Envio da declaração mensal de imposto do selo relativa a outubro/2018
Sujeitos passivos de imposto do selo
Nova declaração*
30
IMI
Pagamento da 3.ª prestação do IMI, referente a 2017, quando o seu montante seja superior a 500 euros
Sujeitos passivos de IMI
30
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em setembro/2018
Entidades devedoras dos rendimentos
68 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
BE180119
F
17/11/1988
INGLÊS/ ESPANHOL
TÉCNICA ADMINISTRATIVA
BE180120
M
20/11/1986
INGLÊS/ ESPANHOL
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
BE180121
M
1965
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ÁREA FINANCEIRA
BE180122
M
30/04/1980
INGLÊS/ ESPANHOL
CONTROLLER DE GESTÃO COMERCIAL
BE180123
M
FRANCÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL
COMUNICAÇÃO E MULTIMÉDIA
BE180124
M
INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL
CONSULTOR ECONÓMICO
BE180125
F
INGLÊS/ ITALIANO
ARQUITETURA
BE180126
F
INGLÊS
GESTORA DE PACIENTES EM MEDICINA DENTÁRIA
BE180127
M
05/06/1990
CATALÃO/ INGLÊS/ ITALIANO/FRANCÊS
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIO
30/11/1990
GALEGO / CASTELHANO / PORTUGUÊS / INGLÊS / CATALÃO
DESENHADORA GRÁFICA
BE180128
F
18/01/1972
BE180129
M
FRANCÊS / ESPANHOL / INGLÊS
CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
BE180130
F
INGLÊS / ESPANHOL / FRANCÊS / GALEGO
ADMINISTRATIVA
BE180131
F
06/07/1963
FRANCÊS / INGLÊS / ESPANHOL
PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE
BE180132
F
28/07/1976
ESPANHOL
GESTÃO COMERCIAL E MARKETING
BE180133
F
ESPANHOL / FRANCÊS / INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 69
espaço de lazer
espacio de ocio
Sala de Corte, o pódio da carne maturada, por Luís Gaspar
Reabriu no início do Verão, no Cais do Sodré, a Sala de Corte, o conceito “steakhouse” do grupo de restauração Multifood. O chefe Luís Gaspar continua a liderar o projeto, com o propósito de elevar a melhor carne bovina portuguesa e galega.
À
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Nuno Mendes
entrada da sala de corte impõe-se uma “montra” que não deixa margem para dúvidas sobre a razão de ser do projeto Sala de Corte: proporcionar degustações em que a carne maturada é a rainha do prato. A “montra” é na verdade uma câmara de maturação, que exibe vários cortes diferentes de carne de vaca de origem portuguesa e galega. As estrelas respondem por nomes como “T-bone”, “Rabada Minhota Galega” ou o mais conhecido “chuleton”. O “T-bone” é um naco em forma de T que inclui o osso, a separar a zona do lombo e da vazia, um corte maturado ao longo de 15 dias. 70 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2018
A “Rabada Minhota Galega”, carne de uma raça cruzada (minhota e galega), que surge nos cortes maminha, picanha, alcatra e pojadouro, que são servidos a peso. Depois de observar a “montra”, o cliente pode escolher a peça que deseja pesar e comer. Há também “entrecôte” e “chateaubriand”. A estes cortes e a estas raças poderão juntar-se outras, informa o chefe Luís Gaspar, responsável máximo pela cozinha deste restaurante, indicando que o objetivo é trabalhar com as melhores raças autóctones portuguesas, de Trás-os-Montes, Ribatejo, Açores, entreo outras. Carne de qualidade é um requisi-
espacio de ocio
espaço de lazer
to obrigatório na cozinha de Luís nas traseiras do edifício. Mantêm-se Gaspar, onde, depois de maturada, é “os candeeiros de cobre, os sofás ao grelhada nas brasas de carvão vegetal. longo da parede, as mesas de pedra e No entanto, a “magia” começa antes, as tábuas de madeira em que a carne como explica o chefe: “A carne, de é servida”. O chefe revela que “a garpreferência de animais maduros, é rafeira cresceu” e que “as câmaras de colocada numa câmara, onde vai maturação evoluíram tecnicamente perder humidade e simultaneamente e em dimensão”, ou seja “a identiganhar sabor através da sua própria dade e a personalidade do primeiro gordura”. O chefe explica que a projeto estão cá, mas evoluísmos em carne “só entra na câmara depois de conforto e em condições técnicas”. pelo menos três dias após o abate, Na carta, além das carnes já refe-
ação, no momento das sobremesas, através do ananás dos Açores na brasa, acompanhado com gelado de carvão vegetal. Mousse de chocolate, sabayon de whisky e avelã, Pavlova de frutos vermelhos, “texturas de avelã” e um “falso crumble de caramelo” são também opções possíveis. Eleito em 2017 “Chefe Cozinheiro do Ano”, Luís Gaspar formou-se na Escola de Hotelaria de Leiria (de onde é natural) e está há cinco
para dar tempo a que os seus músculos relaxem”. Trata-se de “um processo dispendioso, já que a carne perde muito do seu peso, gerando um desperdício na ordem dos 50%, porque necessita de ser limpa à medida que a maturação vai evoluindo e a carne começa a oxidar”. Esta renovada Sala de Corte também decorre de uma evolução face à primeira que abriu em 2015 e fechou no ano passado, mas sempre com o objetivo de reabrir, sublinha Luís Gaspar: “O sucesso da primeira Sala de Cortes provou que havia clientes para este tipo de pratos, com filas de espera à porta do restaurante. Sentimos que necessitávamos de uma espaço onde pudéssemos crescer.” A nova morada fica na zona do Cais do Sodré: um antigo edifício, que estava desocupado há anos e que se revelou ideal para a renovada Sala de Corte. O espaço tem agora 66 lugares interiores (em mesa e ao balcão) e, no futuro, uma esplanada,
anos a trabalhar no grupo Multifood, com quem criou o conceito do projeto Sala de Corte. Amtes, passou pelas cozinhas do Pestana Palace Hotel, do Grande Real Villa Itália, em Cascais e do Real Palácio, em Lisboa Entusiasmado com o potencial em torno da carne maturada, o chefe diz estar desejoso de “trabalhar com diferentes cortes de bovinos, com diferentes tempos de maturação”. No passado dia 10 de outubro, a Sala de Corte recebeu a segunda edição da iniciativa “Esta carne que eu amo”, que “este ano confronta tradição e inovação em torno de uma vaca velha”. Luís Gaspar e a equipa do restaurante prepararam “um menu que aproveita ao máximo as diferentes partes do animal”, com o objetivo de “promover e dignificar as raças autóctones portuguesas e cozinhar tudo o que o animal nos permite, da cabeça aos pés”. O chefe diz que a iniciativa foi um sucesso e que irá ter novas edições, em breve…
ridas, servidas com tomate cereja assado e relish de tomate fumado, em doses que incentivam a partilha, há também vários acompanhamentos possíveis: batata frita, puré de batata com azeite de trufa, Brás de cogumelos e espargos verdes, arroz de feijão, chouriço de cebola e farofa de mandioca, legumes na brasa, bem como diversos molhos. Enquanto aguarda pelo trabalho das brasas, pode degustar um folhado de queijo de cabra ou um ovo cozinhado a 64º, “uma abordagem mais contemporânea dos ovos com farinheira, que Luís Gaspar traz da Casa Lisboa” (outro projeto que assina, no Terreiro do Paço). Também entre as entradas ou snacks figuram o Wonton com queijo da Serra da Estrela, o rissol de presunto Pata Negra, o taco de rosbife à portuguesa com maionese de alheira, a focaccia de enchidos, os croquetes da Sala de Corte e ainda uma tábua de presunto Pata Negra. O carvão vegetal volta a estar em
NOVEMBRO DE 2018
AC T UA L I DA D € 71
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“D. Maria I”, a primeira mulher a governar Portugal
Isabel Stilwell é a autora de romances históricos mais vendida em Portugal e acaba de lançar um livro sobre D. Maria I: “Uma rainha atormentada pelas sombras do passado, pelo peso da governação e por um pesado segredo, guardado nas cartas que trocava com a sua amiga e confidente, Teresa de Melo, priora da Estrela. A única a quem confessava a sua fragilidade, o medo de não decidir com justiça, o terror de ensandecer...” A obra transporta-nos para Portugal do século XVIII: “Assistimos pelos olhos de D. Maria ao terramoto que abalou a capital, ao fim do poder do Marquês de Pombal que tanto a perturbava, aos conflitos com Espanha, ao longo processo dos Távora que marcou o seu reinado. Uma época onde lá fora despertava a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos.” Como se lê na sinopse da obra, “a sua querida Rosa, sempre a saltitar à sua volta cheia de colares e pulseiras, bem tentou protegê-la de tanta dor, mas aos poucos D. Maria deixa-se dominar pela agitação que sempre tentou ocultar, por uma melancolia profunda num longo processo de depressão que culminou na loucura. Um medo que acalentou em silêncio.” A escritora e jornalista Isabel Stilwell estreou-se nos romances com a história da rainha D. Filipa de Lencastre. Seguiram-se livros sobre D. Catarina de Bragança, D. Amélia, D. Maria II, Ínclita Geração – Isabel de Borgonha, D. Teresa e Rainha Santa, Isabel de Aragão.
72 act ualidad€
novembro de 2018
Exposições
“A Rendição do Eleitor da Saxónia perante Carlos V” no MNAA A “Obra Convidada” atualmente em exibição no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, é assinada pelo pintor italiano Luca Giordano e retrata “Carlos V, à esquerda, de armadura dourada e colar do Tosão de Ouro e, à direita, o Duque de Alba, D. Fernando Álvarez, o comandante das tropas imperiais vitoriosas, apresentando o vencido eleitor da Saxónia, João Frederico (no centro)”. Pintada a óleo sobre tela, “A Rendição do Eleitor da Saxónia perante Carlos V” pertence ao Património Nacional do Palácio Real de El Pardo e foi apresentada por Carmen García-Frías Checa, conservadora de Pintura Antiga da Dirección de las Colecciones Reales, Espanha, no passado dia 20 de setembro. Filho do também pintor Antonio Giordano, Luca Giordano nasceu em Nápoles, em 1634 e morreu em 1705. O pintor era conhecido como “Fa presto” devido à rapidez com que desenvolvia as suas obras. O rei espanhol Carlos II encomendou-lhe um conjunto de quatro telas que celebrava os sucessos militares do imperador Carlos V, entre as quais a que está agora emprestada ao MNAA. Pintou também os conhecidos frescos na basílica El Escorial e vários quadros que estão expostos no Museu do Prado. Itália guarda a maior parte da sua produção, sobretudo nas igrejas e capelas de Nápoles.
Até 13 janeiro de 2019, no MNAA, em Lisboa
“As raízes também se criam no betão”, sustenta Kader Attia A Culturgest exibe vários trabalhos de Kader Attia, um artista franco-argelino, nascido em Paris, em 1970, “que tem vindo a dedicar-se à pesquisa sobre as relações de poder que continuam a afetar o mundo pós-colonial, refletindo sobre os processos de dominação que passam pelo espaço urbano e a forma como o corpo migrante é afetado e politizado”. A exposição mostra um filme documental, esculturas, colagens e “a construção de situações de instalação ambientalmente intensas”. De acordo com a sinopse da mostra, “a sua obra dialoga com a memória da arquitetura moderna em África e a apropriação que esta faz da arquitetura local e vernacular, refletindo ainda sobre a persistência de processos de recalcamento na vivência das populações”. Com curadoria de Delfim Sardo, esta exposição permite perceber como, “recorrendo a uma enorme multiplicidade de contributos, desde a antropologia, a etnologia, a psica-
espacio de ocio
nálise, a teoria política e a estética, Attia tem dado também atenção aos processos de reparação, seja sobre os mecanismos de reutilização de artefactos com origens contraditórias em relação à sua função ritual ou funcional, seja nos processos de reparação do corpo, identitária e politicamente reconfigurado”.
Até 6 janeiro de 2019, na Culturgest, em Lisboa
Música
Super Bock versão em Stock Este mês, o Super Bock em Stock vai receber alguns dos principais talentos da nova música portuguesa, artistas que garantem o futuro da produção nacional e que testam as convenções de cada género, surpreendendo o público com novas sonoridades. É o caso de Elisa Rodrigues, Cassete Pirata, Beja Flor, April Marmara e David Bruno, as mais recentes confirmações para o cartaz do Super Bock em Stock 2018, que regressa a várias salas de espetáculos localizadas junto à Avenida da Liberdade, em Lisboa. O destaque vai para as britânicas Dream Wife (na foto), que virão a Portugal para apresentar o seu álbum de estreia, homónimo, editado este ano e que tem merecido
espaço de lazer
rasgados elogios do público e da crítica especializada. Outros nomes já confirmados são Johnny Marr (ex-The Smiths), Anabela Aya, Birds Are Indie, Capitão Fausto, Cavalheiro, Charles Watson, Conan Osiris, Conner Youngblood, Cuco, Dino D’Santiago, Elvis Perkins, Éme, Holly Miranda, IAN, Iguanas, Jungle, Lena d’Água e Primeira Dama com a Banda Xita, Lola Marsh, Mansionair, Masego, Nakhane, Natalie Prass, Paraguaii, Rejjie Snow, Still Corners, The Harpoonist and The Axe Murderer, The Saxophones, Tim Bernardes e U.S. Girls.
23 e 24 de novembro, Cinema São Jorge, Capitólio, Teatro Tivoli BBVA, Palácio Foz, Rádio SBSR na Estação Ferroviária do Rossio, Garagem Epal, Sociedade de Geografia de Lisboa, Coliseu dos Recreios e Casa do Alentejo, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
“Bella Figura”, de Yasmina Reza, no Teatro Carlos Alberto O encenador Nuno Cardoso propõe-nos agora um texto contemporâneo, depois de duas recentes incursões no teatro de Gorki (Veraneantes, 2017) e de Shakespeare (Ti-
mão de Atenas, 2018). A peça “Bella Figura” da dramaturga francesa Yasmina Reza foi escrita em 2015, constituindo “um bom exemplo do impiedoso ‘teatro de nervos’” desta autora: “Noite. Um parque de estacionamento de um restaurante. Boris – um empreendedor à beira da falência – e Andrea – uma mãe solteira que é técnica farmacêutica – discutem sobre o facto de o restaurante escolhido para a sua noite romântica ter sido recomendado pela
esposa do primeiro. Bella Figura explora a noite que se segue após esse erro, onde o verniz da civilidade estala para dar a ver um corpo social em adiantado estado de decomposição. Após a discussão entre os amantes, a estória continua com a chegada de Françoise – uma amiga da mulher de Boris –, do seu marido (Eric) e da sogra (Yvonne) que se preparam para uma descontraída festa de aniversário. Já dentro do restaurante, o grupo discute continuamente sobre a ‘matéria estagnada e tumultuosa da vida’, expondo as suas angústias, frivolidades, hipocrisias, cobardias e mentiras.” Yasmina Reza clarifica: “Eu nunca contei histórias nas minhas peças, por isso não é uma surpresa que este continue a ser o caso. A menos que considerem o tecido vacilante e pesado da própria vida como uma história”. A autora, que ficou mais conhecida depois de “O Deus da Carnificina” recebeu o Prémio Molière nos anos de 1987, 1988, 1990 e 1994, o Tony em 1998 e 2009 e o Laurence Olivier Award em 1998 e 2009. A peça “Bella Figura” tem tradução de Alexandra Moreira da Silva e é uma coprodução Ao Cabo Teatro, Teatro Aveirense e Câmara Municipal de Viseu. Do elenco fazem parte Afonso Santos, Ana Brandão, João Melo, Margarida Carvalho e Maria Leite.
Até 4 de novembro, no Teatro Carlos Alberto, no Porto. Dia 9 de novembro, em Aveiro. novembro de 2018
ac t ua l i da d € 73
espaço de lazer
espacio de ocio
últimas
últimas
Statements Para pensar
“Respostas com guião são mortais e os consumidores são capazes de identificá-las. Improvisar bem não significa ser caótico ou inconsistente. Significa responder às circunstâncias e isso é muito importante para uma marca” Robert Poynton, coach e especialista em creative business, enquadrando como é que as empresas podem realizar ações de marketing baseadas na improvisação para promover as suas marcas, “Marketeer”, 4/10/18
”A economia é forte, o crescimento é forte, mas será a economia suficientemente forte? Eu não tenho certeza disso, o crescimento está a estagnar e está distribuído de forma desigual” Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), em declarações à margem da assembleia anual do FMI e do Banco Mundial, depois do FMI ter publicado as novas projeções macroeconómicas, que apontam para uma redução na expansão da economia global (3,7% em 2018 e 2019), como consequência das dúvidas provocadas pelas tensões económicas entre Washington e Pequim, “DinheiroVivo.pt”, 10/10/18
“Precisamos de dar as mãos para emendar o atual sistema comercial, não para o destruir” Idem, Ibidem
“A Nokia investe em Portugal num centro de desenvolvimento e em dois centros globais na área do apoio ao cliente e isso acontece porque o país oferece não só um bom clima, mas sobretudo porque o país oferece excelentes recursos humanos (...) é isso que Portugal tem de continuar a fazer, é continuar a atrair bom investimento, que gera não só emprego, mas sobretudo emprego de qualidade” António Costa, primeiro-ministro, na inauguração de uma unidade de inovação da tecnológica finlandesa Nokia, em Alfragide (Amadora), “Público”, 24/9/18
“Aquilo que fez a Nokia crescer em 10 anos de uma empresa com 10 colaboradores em Portugal para uma empresa que tem 2.000 trabalhadores foi, seguramente, essa busca do conhecimento e do talento” Idem, ibidem
”Desejamos que o processo [do novo aeroporto no Montijo] esteja concluído e que esteja pronto o mais rápido possível e que as tarifas na Portela diminuam” Antonoaldo Neves, presidente executivo da TAP, sobre a construção do novo aeroporto 74 ACT UALIDAD€
na capital, “Eco.pt”, 12/10/18 NOVEMBRO DE 2018