Actualidad
Economia ibérica novembro 2022 ( mensal ) | N.º 305 | 2,5 € (cont.)
Integração empresarial
entre Portugal e Espanha decisiva em contextos adversos
“A cerâmica portuguesa já está presente praticamente em todo o mundo” pág. 14
Países ibéricos devem atrair em conjunto novos investimentos globais pág. 46
PÁG. 32
XVII Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura espanhola pág. 50
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Nº 305 - novembro de 2022
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Grande Tema
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca
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Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro
Integração empresarial entre Portugal e Espanha decisiva em contextos adversos
Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Pedro Morão Correia e Ricardo Vale Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém
Opinião 04.
Novas regras para os vistos gold - Pedro Morão Correia
06.
Conheça as três etapas essenciais para potenciar a aprovação das candidaturas ao PT2030 - Ricardo Vale
Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787
E mais...
Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Miguel Seco, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Enrique Hidalgo, Berta Dias da Cunha, Carla Rebelo, Pablo Forero e Vasileios Christidis
Gestão e Estratégia 20.
Nominaurea acompanha clientes na adaptação a “alterações legais profundas” previstas para 2023
08. Apontamentos de Economia 14. Grande Entrevista 20. Gestão e Estratégia 22. Marketing 28. Fazer Bem 40. Advocacia e Fiscalidade 42. Setor Imobiliário 44. Startups e Capital de Risco 46. Eventos 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 58. Bolsa de Trabalho 60. Calendário Fiscal 62. Espaço de Lazer 66. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
Luso Espanhola NOVEMBRO DE 2022
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Por Pedro Morão Correia*
Novas regras para os vistos gold
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oi recentemente publicado em Diário da República o diploma legal que introduz diversas alterações ao decreto que regulamenta a habitualmente designada lei dos estrangeiros, em particular quanto ao regime da autorização de residência para a atividade de investimento, isto é, os vistos gold. E neste contexto, principiamos por referir que as regras recentemente publicadas introduzem algumas alterações em matéria de meios de prova do investimento para a obtenção e para a posterior renovação desta autorização de residência. Assim, no quadro do processo de obtenção da autorização de residência, e para efeitos da prova inicial do investimento em capitais em território nacional, o requerente da autorização e, nessa medida, o investidor, deve apresentar: (i) Declaração emitida por instituição de crédito autorizada ou registada em território nacional junto do Banco de Portugal, atestando a titularidade, livre de ónus e encargos, de contas de depósitos com saldo igual ou superior a um milhão e meio de euros, resultante de uma transferência internacional, ou de quota-parte no mesmo montante quando estejam em causa contas coletivas; ou (ii) No caso de aquisição de instrumentos de dívida pública
do Estado português, nomea- investimento mantêm-se os mesdamente obrigações do Tesouro, mos. certificados de aforro ou certiPosteriormente, no âmbito do ficados do Tesouro, certificado processo de renovação da autoricomprovativo atestando a titu- zação de residência, o requerente laridade, livre de ónus e encar- e, por conseguinte, o investidor gos, emitida pela Agência de deve fazer, à semelhança do que se Gestão de Tesouraria e Dívida verificava anteriormente, a prova Pública (IGCP), de instrumen- da manutenção do investimento tos de valor igual ou superior a em capitais. um milhão e meio de euros. Nesta medida, a prova da manuSublinhamos que os meios de tenção do investimento em capitais prova para as demais atividades de em território nacional, é feita pelo
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investidor, apresentando os seguintes documentos (i) Declaração emitida por instituição de crédito autorizada ou registada em território nacional junto do Banco de Portugal, atestando a titularidade, livre de ónus e encargos, de contas de depósitos com saldo trimestral médio igual ou superior a um milhão e meio de euros, ou de quota-parte no mesmo montante durante tal período quando estejam em causa contas coletivas; ou (ii) No caso de aquisição de instrumentos de dívida pública do Estado português, declaração da IGCP, atestando a titularidade, livre de ónus e encargos, de instrumentos de dívida de saldo trimestral médio igual ou superior a um milhão e meio de euros. Recordamos que a prova da manutenção do investimento em território nacional pode também ser feita pelo investidor, mediante prova da
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concretização dos seguintes invesmontante igual ou superior a timentos em Portugal, desde que 250 mil euros, que seja aplicado perfaçam valor igual ou um milhão em investimento ou apoio à proe meio de euros: dução artística, recuperação ou (i) A criação de, pelo menos, 10 manutenção do património culpostos de trabalho; tural nacional, através de serviços (ii) A aquisição de bens imóveis de da administração direta central valor igual ou superior a 500 e periférica, institutos públicos, entidades que integram o setor mil euros; público empresarial, fundações (iii) A aquisição de bens imóveis, públicas, fundações privadas cuja construção tenha sido concom estatuto de utilidade públicluída há, pelo menos, 30 anos ca, entidades intermunicipais, ou localizados em área de reaentidades que integram o setor bilitação urbana e realização de empresarial local, entidades assoobras de reabilitação dos bens ciativas municipais e associações imóveis adquiridos, no montanpúblicas culturais, que prossigam te global igual ou superior a 350 atribuições na área da produção mil euros; artística, recuperação ou manu(iv) A transferência de capitais no tenção do património cultural montante igual ou superior a nacional. 500 mil euros, que seja aplicado Por último, informamos que estas em atividades de investigação desenvolvidas por instituições novas regras se aplicam a partir do públicas ou privadas de inves- dia 30 de outubro de 2022. tigação científica, integradas no sistema científico e tecnológico *Advogado na Azeredo Perdigão nacional; Associados (v) A transferência de capitais no Email pedrocorreia@azeredoperdigao.pt PUB
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Por Ricardo Vale*
Conheça as três etapas essenciais para potenciar a aprovação das candidaturas ao PT2030
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ma candidatura apenas tem razão de existir tendo na sua base um projeto de investimento. E, sempre que uma empresa prevê um projeto de investimento, deve: • Validar a exequibilidade da ideia; • Demonstrar a sustentabilidade do projeto e garantir a sua coerência, isto é, o alinhamento entre o projeto de investimento e a estratégia da empresa; • Garantir a sua viabilidade técnica e económico-financeira. Depois desta etapa zero, vamos passar a explicar as várias fases das candidaturas ao PT2030. Passo 1: Análise estratégica e estudo de viabilidade económico-financeira (EVEF) A. Elaboração da análise estratégica e do estudo de viabilidade (Plano de Negócios) – o que inclui? • Caracterização da empresa nas envolventes interna e externa • Estratégia da empresa • Caracterização do projeto • Plano de investimento e financiamento
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• Avaliação da viabilidade económico-financeira. B. Elaboração da análise estratégica e do estudo de viabilidade (plano de negócios) – para que serve? • Serve de suporte à definição do projeto • Estrutura as suas orientações estratégicas • Identifica a alocação dos diferentes recursos técnicos, financeiros e humanos necessários • Prevê a rentabilidade esperada • Serve de suporte à apresentação do projeto a potenciais financiadores e investidores • E, se for caso disso, de base para a candidatura a sistemas de incentivos.
sistema(s) de incentivo(s) existentes(s) Cada sistema de incentivos tem: • Condições de elegibilidade específicas • Empresa • Projeto • Prioridades e objetivos distintos Tendo como base o plano de negócios elaborado, deve procurar-se a sua melhor integração nos diferentes sistemas de incentivos existentes. A complexidade dos projetos, a análise económico-financeira, plano de negócio e os formulários de candidatura obrigam a uma série de conhecimentos e, claro, requerem tempo. Sabemos que os desafios diários da operação não permitem às empresas Passo 2: Financiamento do dedicarem-se 100% a estes temas, Projeto por isso, é essencial apostar na Assegurar as fontes de financia- antecipação na preparação dos mento necessárias (sem conside- seus projetos de investimento a rar apoios do PT 2030): estes incentivos, para maximizar • Capitais próprios o potencial de aprovação da can• Capitais alheios: didatura. - Banca - Outros instrumentos * Coordenador comercial da Yunit • Gestão de tesouraria Consulting Passo 3: Enquadramento no(s) Email ricardo.vale@yunit.pt
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
BEI e Santander apoiam PME em Portugal, com 820 milhões de euros
O Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Santander Portugal vão apoiar as PME e as empresas de média capitalização (mid-caps) em Portugal com 820 milhões de euros, revelou o Santander Portugal, em comunicado. O vice-presidente do Santander Portugal, Manuel Preto, o administrador do Santander Portugal Amílcar Lourenço e o vice-presidente do BEI,
Ricardo Mourinho Félix (na foto, da entre o Santander e o BEI irá contridir. para a esq.), assinaram a 30 de buir para promover o crescimento a setembro o acordo em Lisboa, que longo prazo e a criação de emprego permitirá conceder mais empréstimos no país”. a estas empresas, sobretudo as que Amílcar Lourenço destacou, por seu operam em regiões menos desen- lado, a relevância desta operação, volvidas, podendo abranger mais de numa altura em que as empresas portrês milhares de PME e mid-caps. Os tuguesas atravessam enormes desafundos do BEI serão disponibilizados fios face à atual conjuntura económica. ao banco através de uma operação de “Este acordo tem especial importância securitização apoiada numa carteira num momento em que a economia de empréstimos ao consumo. global está a recuperar do impacto Na cerimónia de assinatura, Ricardo negativo da pandemia Covid-19 e dos Mourinho Félix sublinhou que esta atuais choques macroeconómicos nova operação de crédito “irá aumen- devido à guerra na Ucrânia e aos eletar o financiamento às empresas por- vados custos energéticos, bem como tuguesas que têm dificuldades em da inflação, que continua a colocar obtê-lo. As PME e mid-caps represen- pressão sob as empresas portuguetam a maior parte do emprego gera- sas”, salienta o mesmo comunicado do em Portugal. A nova colaboração do Santander Portugal.
“II Encontro MAPFRE Global Risks” perspetiva um relativo otimismo perante atual cenário macro O “II Encontro MAPFRE Global Risks”, promovido pela MAPFRE, reuniu os responsáveis dos principais brokers do setor segurador em Portugal, para uma sessão sobre perspetivas macroeconómicas para 2022/23, bem como sobre os riscos que se anteveem para este período e as principais dificuldades e oportunidades deste setor, principalmente nos grandes riscos. O evento contou com a presença dos principais responsáveis da MAPFRE Global Risks, unidade do grupo MAPFRE que oferece soluções globais e integrais para clientes corporativos internacionais. Destacando os resultados positivos da MAPFRE Portugal até agosto, com mais de 200 milhões de euros em negócio, Luis Anula, CEO da MAPFRE Portugal, referiu que a companhia quer continuar a crescer no mercado português com rentabilidade e foco nos clientes, com uma estratégia multicanal, apostando na transformação e agilização dos processos de negócio.
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Para o CEO da MAPFRE Portugal, “2022, o orador convidado da sessão, sublinhou apesar dos resultados otimistas e do que os níveis de incerteza atuais “não potencial de crescimento da seguradora têm paralelo”, referindo que “nos últimos em Portugal, não está a ser um ano fácil. meses, houve uma redução do consumo Saímos da pandemia e entrámos numa privado, uma reação à perda de rendiguerra, que obviamente tem o seu impac- mento real das famílias”. O decréscimo to no nosso dia a dia e de todos os que tra- da confiança dos consumidores, em linha balham na indústria seguradora. Estamos com outros países europeus, gerada pela a sentir os efeitos desta situação, em incerteza, significa um abrandamento da que os custos estão a subir e estão a ter economia, adiantou. impacto no ramo automóvel, nos aciden- Perante a incerteza da atual conjuntura, tes de trabalho e a aumentar a frequência António Nogueira Leite considerou que e os custos dos sinistros”. “os portugueses se adaptam bem”, mas Já Jose Antonio Ruibal, da MAPFRE apontou como riscos para os próximos Global Risks, recordou as principais cri- anos a subida das taxas de juro e o facto ses que atingiram o mundo nos últimos de 95% das hipotecas serem a taxa variátrês anos, intercaladas por recuperações vel. fulgurantes que rapidamente terminaram, Ainda assim, os problemas graves que como o bloqueio do Canal de Suez, a pan- existem nas áreas da assistência à terceira demia, o bloqueio dos portos da China e idade e na saúde acabam por abrir espaço a guerra da Ucrânia, contra a qual “nos à participação privada, nomeadamente ao defrontámos quando achávamos que o setor segurador, que pode apresentar sersetor segurador ia voltar a crescer”. viços destinados a colmatar algumas das Já o economista António Nogueira Leite, lacunas do sistema público.
Breves Novobanco lança Linha de Crédito Sustentabilidade 2022 O novobanco, que “orienta a sua atuação elegíveis da taxonomia, que são consipor princípios de sustentabilidade e, com deradas alinhadas com os objetivos da o firme propósito de contribuir positiva- taxonomia quando contribuam significamente para apoiar as empresas a transi- tivamente para um dos seguintes objetitar para uma economia mais sustentável vos (e não causem danos significativos a e de baixo carbono”, acaba de lançar a nenhum dos outros objetivos): Linha de Crédito Sustentabilidade 2022. -mitigação das alterações climáticas: A nova linha, que pretende apoiar “o teci- estabilizar o nível de emissões GEE predo empresarial na sua transição energéti- venindo a sua produção, investindo na ca”, tem como principais características: sua redução e/ou em mecanismos de -limite da linha: 250 milhões de euros; remoção de GEE da atmosfera; -beneficiários: empresas e empresários - adaptação às alterações climáticas: reduem nome individual; zir ou prevenir os danos e riscos espera-finalidade: apoio ao investimento des- dos, resultante do nível atual e futuro das tinado à transição energética, ou que alterações climáticas, tanto na atividade esteja de acordo com algum dos obje- económica em questão como na sociedativos ambientais da taxonomia da UE; de, ambiente e economia em geral; prazo: até 10 anos; apoio ao fundo de -uso sustentável e proteção de recurmaneio, acessível a empresas com CAE sos hídricos e marinhos: contribuir para elegível de acordo com a taxonomia da que os padrões de proteção dos recurUE; prazo: até quatro anos. sos hídricos, estabelecidos em diretivas São várias as atividades económicas europeias são cumpridos; entre outros.
Fundos da BPI Gestão de Ativos dominam categoria de ações nos “Prémios APFIPP 2022” A BPI Gestão de Ativos, empresa do grupo CaixaBank, foi novamente reconhecida pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), na “8º edição dos prémios APFIPP/ Jornal de Negócios”, tendo vencido três das quatro categorias de fundos de ações. A BPI GA conquistou os prémios “Melhor Fundo de Ações Nacionais” para o BPI Portugal, “Melhor Fundo de Ações Americanas” para o BPI América e “Melhor Fundo Outros Fundos de Ações” para o BPI Ações Mundiais. “A BPI Gestão de Ativos tem a sua posição cimentada no mercado nacional, sendo das maiores gestoras de ativos financeiros em Portugal, com uma quota de mercado de 17% no mercado em agosto 2022”, realça a empresa. Rui Araújo, gestor dos fundos BPI América e BPI Ações
Mundiais, e José Guimarães, em representação da equipa de ações ibéricas, receberam os prémios. Segundo enquadra o banco, “o BPI Portugal visa proporcionar o acesso a um conjunto de ações nacionais que complemente a carteira do investidor, numa perspetiva de diversificação geográfica. A carteira do fundo é composta exclusivamente por ações de empresas portuguesas, cotadas no Mercado de Cotações Oficiais e no Segundo Mercado de cotações nacionais. O BPI América está centrado no investimento em ações naquele que é o maior mercado acionista do mundo (EUA) e no Canadá. Já o BPI Ações Mundiais tem como objetivo principal investir em ações de empresas que oferecem potencial de valorização sem restrições geográficas ou setoriais”.
Sunenergy vai abrir mais sete delegações em várias regiões do país A SunEnergy, especialista em soluções de produção de energia elétrica a partir do sol, está a expandir a sua rede de franchising e vai abrir sete novas delegações, numa primeira vaga de novas aberturas. No início do ano, a Sunenergy deu início à campanha “Vem ligar Portugal ao Sol”, com o objetivo de encontrar empreendedores para se juntarem à sua rede, a maior do país no seu setor. A abertura das novas delegações surge após a seleção de sete candidatos, que participaram recentemente numa formação que incidiu sobre diversas áreas, nomeadamente, gestão de negócio, comercial, engenharia, operacional, entre outras. “A energia solar é um setor em forte crescimento, reflexo da maior preocupação dos portugueses com a sustentabilidade, bem como com o aumento dos custos da energia. Para dar resposta a este crescimento, estamos a expandir a nossa rede, começando agora pela abertura de sete delegações, algo que nos coloca muito perto do objetivo traçado de duplicação da nossa rede de franchising, de 10 para 20 delegações, até ao final deste ano”, afirma Raul Santos, CEO da Sunenergy. Entretanto, A SunEnergy concluiu um novo projeto em modelo de autoconsumo, instalando painéis solares fotovoltaicos numa das unidades industriais da Omya, em Soure. Este é um dos maiores projetos realizados pela SunEnergy, possuindo um MW de potência total, com a particularidade de os painéis serem instalados no solo. A instalação solar vai permitir à Omya uma redução da sua fatura energética na ordem dos 150 mil euros por ano, bem como a diminuição anual de 700 toneladas de emissões de CO2. Empresas portuguesas melhoram ligeiramente prazos de pagamento Apenas 18,5% das empresas em Portugal paga dentro dos prazos acordados com os fornecedores. Os números são da Informa D&B, que analisa regularmente o comportamento de pagamento das empresas, e mantêm Portugal numa das piores posições a nível internacional no que toca a este indicador. Apesar deste registo, há uma ligeira evolução positiva nas empresas portuguesas, em 2022, adianta a mesma fonte. Por um lado, há mais empresas a pagar dentro do prazo, já que a percentagem de cumpridoras era de 17,3% no final de 2021; por outro lado, o número médio de dias de atraso tem vindo a diminuir desde dezembro de 2020, sendo que nessa altura era de 27,3 e agora de 23,2 dias. Dois terços das empresas paga com um atraso até 30 dias.
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Breves De acordo com os números de agosto deste ano, as tecnologias de informação e comunicação, o retalho, o comércio por grosso, as atividades imobiliárias e a construção são os setores com maior percentagem de empresas a pagar dentro dos prazos, todos eles acima dos 20%. No extremo oposto, o alojamento e restauração e os transportes são os setores com menor percentagem de empresas cumpridoras, apenas com 11,7 e 10,6%, respetivamente. Estes dois setores foram dos mais atingidos pela pandemia em 2020 e dos que mais aumentaram os dias de atraso. No entanto, desde dezembro de 2020, foram também os que mais recuperaram dias de atraso. Sevenair Academy compra escola de pilotos e ocupa três hangares em Ponte de Sor A empresa Sevenair Academy vai ocupar três hangares no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor (Portalegre), após ter adquirido os ativos da escola de formação de pilotos da L3 Harris naquele espaço, anunciou a Câmara Municipal de Ponte de Sor, em comunicado. O município de Ponte de Sor explicou que foi assinada uma alteração ao contrato de concessão de três hangares com a empresa Sevenair Academy (na foto). “A empresa partilhou prontamente o seu plano de negócios com a autarquia e propõe-se criar condições para ter ainda mais estudantes a curto prazo, fazendo, assim, um aproveitamento pleno das infraestruturas de excelência de que irá dispor”, pode ler-se no documento. Citado no comunicado, o presidente da Câmara de Ponte de Sor, Hugo Hilário, considera que “foi importante” que esta operação tenha ocorrido de “forma rápida” entre as duas empresas privadas, por forma a garantir “mais e melhor formação” em Ponte de Sor. “O cluster aeronáutico tem muito a ganhar com a componente da formação altamente especializada e de referência internacional” que agora foi reforçada, adianta o autarca. Garland obtém estatuto de Ponto de Controlo Nacional de Alimentos A Garland Transport Solutions obteve recentemente o reconhecimento da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária como Ponto de Controlo Nacional de Géneros Alimentícios de Origem Não Animal (GAONA) que provêm de países estrangeiros. O comércio internacional de GAONA de países terceiros para Portugal obedece a regras específicas de controlo sanitário, e este reconhecimento irá permitir às Autoridades Alfandegárias desenvolverem nas instalações da Garland controlos físicos dos produtos provenientes de países terceiros.
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Eurofirms destaca que formação é a chave para atrair e reter talentos na hotelaria e restauração O Eurofirms Group, empresa de RH especializada em gestão de talento, com mais de 30 anos de experiência a nível ibérico, divulgou os resultados do seu mais recente estudo nacional, levado a cabo em maio de 2022: “Estudo da perceção do emprego no setor da hotelaria e restauração”. A evolução do turismo ao longo das últimas décadas tem marcado o modelo do setor de hotelaria e restauração que tem revelado ser a porta de entrada de grande parte dos jovens do nosso país no mundo do trabalho. Ano após ano, o setor incorporou novas gerações, no entanto, devido à casuística do setor e algumas condições laborais como os horários, a conciliação familiar e a falta de estabilidade, a rotação de pessoal temporada após temporada tem sido uma realidade. Sabemos hoje, através deste estudo, que cerca de 61% dos colaboradores com experiência, manifesta ter um
contrato temporário (numa das muitas vertentes existentes). Daí decorre uma das maiores demandas, por parte dos trabalhadores, que desejam uma maior estabilidade e durabilidade nos seus contratos. A mobilidade de profissionais de hotelaria rumo a outros setores é uma realidade, bem como a crescente dificuldade em atrair novos talentos. De acordo com o estudo agora divulgado da Eurofirms, uma surpreendente taxa de 58% dos inquiridos revela não se ver a trabalhar neste setor num espaço temporal de três a cinco anos, sublinhando a dificuldade vivida pelos players do setor em reter talentos. O estudo revela também que a principal motivação para trabalhar na área é a questão financeira, embora dos inquiridos 40% confirmem que, com uma formação adequada, poderia ser uma área que recomendariam a terceiros.
Vodafone anuncia acordo para compra da Nowo A Vodafone Portugal celebrou com a Llorca JVCO, acionista da Másmóvil Ibercom, um acordo para a compra da empresa Cabonitel, detentora da Nowo Communications, o qual se encontra sujeito à necessária aprovação regulatória. A Nowo é o quarto maior operador convergente em Portugal, com cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo (Pay TV e Banda Larga) em aproximadamente 1 milhão de casas cobertas com a sua infraestrutura de comunicações. A aquisição da operação da Nowo pela Vodafone vem reforçar a sua competitividade no mercado, dotando-a de maior escala e de maior cobertura, com benefícios para os atuais e para os futuros clientes, bem como para o setor.
Cria ainda as condições para investimentos mais eficientes em redes de conectividade de elevado débito, bem como no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. A transação terá de aguardar pela necessária aprovação regulatória, sendo expectável que a mesma possa estar concluída durante o primeiro semestre de 2023. Para Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, “a aquisição da Nowo irá permitir à Vodafone aumentar a sua base de clientes, bem como a sua cobertura de rede fixa. A futura modernização da rede adquirida para a nova geração de fibra ótica irá beneficiar os atuais e futuros utilizadores, ao garantir a qualidade e a resiliência acrescida desta infraestrutura.
Landaluz e Extenda promovem alimentos andaluzes no El Corte Inglés A Extenda-Andalucía Exportación e Inversión Extranjera e a LandluzAssociação Empresarial Alimentos da Andaluzia organizaram uma promoção de ponto de venda para alimentos e bebidas daquela região autónoma de Espanha no El Corte Inglés Portugal. A ação, que decorreu entre 22 de setembro e 6 de outubro nos supermercados de Lisboa (ver foto) e de Vila Nova de Gaia, pretendeu “reforçar a imagem de marca dos produtos andaluzes e melhorar a presença destes no mercado português”, salientaram as duas organizações. Entre os produtos expostos estiveram vinhos, azeites, conservas e muitos outros produtos que já se comercializam habitualmente naquela cadeia de distribuição.
No evento, salientou-se que as exportações agroalimentares globais da Andaluzia alcançaram os 9.025 milhões de euros, entre janeiro e julho deste ano. Deste montante, 582 milhões de euros destinaram-se ao mercado português, adiantou a Extenda, o que representa um crescimento de 6,6% face aos sete primeiros meses de 2021. Este valor pressupõe um recorde histórico para este ano desde que há registos oficiais, adianta a mesma fonte.
BERD vence prémio “European Steel Bridge Awards” com projeto de pontes modulares no Peru O projeto português que ajudou a recuperar a destruição do “el ninõ” no Peru, aliando inovação à engenharia de pontes, venceu o prémio especial internacional de uma das mais importantes instituições na área das estruturas e engenharia de pontes, a “EECS -European Steel Bridge Awards 2022”. O prémio foi entregue no final de setembro, em Instambul, no âmbito da 10ª edição do “International Symposium for Steel Bridges for a Green Planet”. “Este prémio especial da EECS representa para a BERD o reconhecimento da atividade que temos desenvolvido, bem como do investimento em I&D”. “Ao longo destes 16 anos, conseguimos afirmar-nos como uma marca premium a nível mundial, conquistámos a liderança a nível da Europa
no segmento de cimbres autolançáveis e asseguramos a nossa posição, neste segmento, no TOP 2 mundial”, afirma Pedro Pacheco, CEO da BERD. As pontes modulares da BERD no Peru foram destacadas por “representarem uma grande evolução ao nível da engenharia, com uma poupança de 20% no consumo de aço face aos projetos convencionais, com uma redução da pegada de carbono, tendo sido emitida menos 3.240 toneladas de CO2 comparativamente à média dos projetos tradicionais, a par de uma grande evolução estética. O projeto potenciou ao Ministério dos Transportes e Comunicações peruano uma redução de custos na ordem dos três milhões de euros”, adianta a BERD.
Gestores
em Foco
Isabel Azevedo (na foto), presidente do conselho de administração do grupo Fricon, foi a vencedora da edição de 2022 do “Prémio BPI Mulher Empresária”, uma distinção que visa reconhecer o talento e a excelência profissional das empresárias portuguesas e fomentar as redes de contato com outras gestoras líderes no mundo. Com formação em gestão, Isabel Azevedo possui mais de 40 anos de experiência na indústria do frio comercial e industrial. O grupo Fricon, com sede em Vila do Conde, conta com mais de um milhar de colaboradores, dos quais 248 em Portugal, e regista um volume de negócios anual de 30,4 milhões de euros (mais de 100 milhões de euros como grupo). O “Prémio BPI Mulher Empresária” reconhece “o perfil de liderança da gestora, sendo considerada uma das personalidades mais influentes e relevantes no meio industrial e uma referência para os profissionais do grupo e futuros empreendedores nacionais” A Sogevinus Fine Wines nomeou Pedro Braga como CEO do grupo que detém as marcas Kopke, Velhotes, Cálem, Burmester, Quinta da Boavista, Barros, e Quinta de São Luiz. Com mais de 20 anos de experiência, um vasto conhecimento do setor vínico e uma carreira dedicada ao grupo Sogevinus, Pedro Braga iniciou o seu percurso em 2000, ingressando na Porto Calém, uma das empresas que deu origem ao grupo Sogevinus, criado nesse mesmo ano. Em 2004, assumiu a Direção de Produção, cargo que exerceu até 2012, data em que acumula as áreas de Compras, Qualidade, Processos, Logística e Gestão de Instalações, enquanto diretor de Operações do grupo Sogevinus. A CHEP, empresa de soluções para a cadeia de abastecimento, anunciou a nomeação de Beatriz Manrique como diretora de Recursos Humanos para a região do sul da Europa, abrangendo França, Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Marrocos. A responsável irá reportar a Lilia Colombo, vice-presidente de Recursos Humanos na Europa, e irá passar a fazer parte da equipa de Liderança do sul da Europa e do departamento de Recursos Humanos global. Neste novo desafio será responsável por desenvolver e implementar estratégias de organização de pessoal para influenciar de forma eficaz a cultura e o futuro da empresa, bem como identificar futuros perfis e novas capacidades exigidas pela empresa.
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Breves MAPFRE ingresa 131 millones de Unicaja por romper su alianza de bancaseguros El grupo MAPFRE ha formalizado la venta a Unicaja Banco del 50% de CCM Vida y Pensiones, la aseguradora que tenían a medias, por 131,4 millones de euros, una vez obtenidas las autorizaciones necesarias. Este importe corresponde al 110% del valor de mercado del 50% de las acciones de CCM Vida y Pensiones, según ha informado MAPFRE, determinado por un experto independiente y capitalizado desde el 30 de junio de 2021 hasta la actualidad. Mapfre ha detallado que esta operación le ha reportado un beneficio neto de 1,7 millones de euros. En mayo, la aseguradora estimaba un resultado neto de aproximadamente dos millones de euros, tomando en consideración los estados financieros cerrados a 31 de marzo 2022. Tras su fusión con Liberbank, Unicaja Banco anunció la reorganización de sus alianzas de bancaseguros y decidió romper el pacto que tenía con MAPFRE y Aegon, aseguradoras con las que Liberbank había firmado acuerdos para la producción y distribución de seguros de vida y planes de pensiones a través de la red de la entidad financiera. La compañía Santalucía fue la elegida por Unicaja como socio asegurador en el ramo de Vida. Zara inaugura una macrotienda en Londres El grupo Inditex ha abierto una “megatienda” Zara de 4.500 metros cuadrados en Londres, en la orilla sur del río Támesis, en el nuevo complejo de comercios, oficinas y viviendas que se están construyendo alrededor de la icónica central eléctrica de Battersea. Siguiendo los pasos de su establecimiento más grande del mundo ubicado en Plaza España, en Madrid, esta “tienda insignia” cuenta con secciones de ropa para adultos y niños, así como diferentes áreas ‘boutique’, como las secciones de lencería, zapatería y prendas deportivas de la colección Athleticz. El gigante textil liderado por Marta Ortega cuenta con 104 tiendas en Reino Unido de marcas Inditex, sesenta de las cuales son de Zara, en un proceso de expansión que puso la primera piedra en 1998, con la primera tienda Zara de la capital británica en la arteria comercial de Regent’s Street.Fuentes de Inditex arguyen que la apuesta por el mercado británico es “fundamental”, ya que Londres es un “gran referente en el sector de la moda”. Madrid revalida el título de ‘mejor destino de reuniones de Europa’ La ciudad de Madrid se ha proclamado por quinto año consecutivo destino líder para la organización de encuentros y conferencias profesionales en los World Travel Awards. Se trata del premio a mejor destino de reuniones de Europa
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Iberdrola invierte 318 millones en su primera planta híbrida eólica y solar en el mundo
Iberdrola ha invertido cerca de 320 millones de euros en su primer proyecto híbrido eólico y solar en el mundo, Port Augusta, situado en Australia, tras ser registrado en el Mercado Nacional de Electricidad por el Operador del Mercado de Energía australiano. En un comunicado ha informado de que el proyecto
de 317 MW de capacidad total combina un parque eólico de 210 MW y una planta fotovoltaica de 107 MW y está integrado por 50 aerogeneradores y 250.000 paneles solares. Según Iberdrola, la puesta en marcha de Port Augusta supondrá una importante contribución para la consecución de los ambiciosos objetivos de Australia Meridional, que espera alcanzar el 100% de energías renovables para 2030. El proyecto, que ha generado 200 puestos de trabajo durante su construcción, ha contado con la participación de proveedores locales, globales y españoles.
Acciona y Plug Power construirán en 2023 sus dos primeras plantas de hidrógeno La joint-venture formada por Plug Power y Acciona Energía (ANE) (83% perteneciente a Acciona (ANA)) pondrá en marcha en la península ibérica dos plantas de producción de hidrógeno verde que estarían en condiciones de producir hidrógeno ya a finales de 2023 o comienzo del 2024. Cada una de las plantas tendrá 15 Tn de capacidad y Acciona Energía se encargaría de la parte relacionada con el suministro de energía verde al electrolizador (por cuenta de Plug Power) que estimamos podría ascender a ~250 MW en renovables (~1% del objetivo de capacidad instalada
de Acciona Energía para 2025). Acciona Energía constituyó esta JV con Plug Power en 2021, estimando una inversión de ~2.000 millones de euros hasta 2030 para alcanzar una cuota de mercado del 20% en hidrogeno verde en España y Portugal. El objetivo inicial de la JV es alcanzar una producción de 100 Tn de hidrógeno en el medio plazo.
Breves Repsol se hace con un 27% de la empresa española de reciclado Acteco
Repsol ha entrado en el capital de Acteco, empresa especializada en la recogida, gestión, reciclado y valorización de residuos en España, con la adquisición de una participación del 27%, con lo que el grupo se convierte en accionista estratégico de la compañía alicantina y acelera su apuesta estratégica por la economía circular, informó este jueves la sociedad.
Con esta operación, cuyo importe no ha sido facilitado, el grupo presidido por Antonio Brufau señaló que asegura su acceso a residuos plásticos de calidad para seguir desarrollando herramientas de economía circular que ponen en el mercado nuevos materiales sostenibles bajo su gama Repsol Reciclex, satisfaciendo así una demanda creciente y los compromisos de sostenibilidad adquiridos con sus clientes. La entrada de Repsol en el capital de Acteco permitirá a esta compañía afrontar su plan de crecimiento en gestión y reciclado de residuos plásticos y duplicar su capacidad de reciclado de plásticos en cinco años.
Ferrovial vende su filial de servicios británica Amey por 455 millones de euros La compañía de infraestructuras ha anunciado que ha llegado a un acuerdo para vender el 100% de Amey, su filial de servicios británica, al fondo Buckthorne Partners y un grupo controlado por One Equity Partners. La operación alcanza un valor de 455 millones de euros, además de un ‘equity’ de 278 millones de euros. La contraprestación total se ajustará al cierre de la operación en función de las referencias de deuda neta y capital que se produzcan en esa fecha. Ferrovial recibirá un pago neto en efectivo de 124 millones de euros y 154 millones de euros se diferirán a cinco años con un interés del 6% anual, que
aumentará al 8% a partir del tercer año. El consejero delegado de Ferrovial, Ignacio Madridejos, ha destacado que la operación “supone un nuevo paso adelante en nuestro plan estratégico Horizon 24, centrado en el desarrollo de infraestructuras sostenibles. Con este acuerdo, la venta de servicios está prácticamente completada”.
(“Europe’s Leading Meetings & Conference Destination 2021”), en la 29 edición de los “World Travel Awards”, los galardones de la industria turística que año tras año reconocen la excelencia en sus principales subsectores clave, y que se han celebrado en Palma de Mallorca. Son los profesionales del sector MICE (las siglas en inglés de reuniones, incentivos, convenciones y ferias) de toda Europa quienes, con su voto en cada convocatoria, depositan su confianza para decidir cuál es la ciudad de referencia para la celebración de grandes eventos. Madrid ha competido en esta categoría con otras capitales europeas como Copenhague, Barcelona, París, Estambul, Ámsterdam o Berlín, entre otras. Ikea supera los 1.800 millones de ventas en España y prevé abrir 90 tiendas en dos años Ikea proyecta un importante crecimiento de su red en España en un momento en el que su negocio en el país sigue batiendo récords. La compañía sueca especializada en mobiliario para el hogar alcanzó en el ejercicio 2021-2022, finalizado el pasado 31 de agosto, unas ventas de 1.820 millones de euros, un incremento del 8,2% respecto al año anterior. Una cifra que marca un nuevo récord de facturación para la compañía en el mercado español, como ya sucedió en el anterior ejercicio, comprobando la rápida recuperación lograda después del impacto del Covid-19. A ello también ayuda el impulso de su canal digital. Este llegó a 406 millones de euros, representando el 22% de toda la facturación. A diferencia de años anteriores, Ikea ha introducido en este apartado servicios relacionados con el negocio digital que antes incluía en la cifra general de ventas. Factorial capta 123 millones y se convierte en un nuevo unicornio español Factorial, la startup catalana especializada en software para gestionar los recursos humanos en pymes, ha cerrado una ronda de financiación de 123,5 millones de euros, en una operación que le ha otorgado un valor superior a los 1.000 millones de euros. La operación ha sido liderada por Atomico, y ha contado con la participación de GIC y de todos los inversores anteriores, entre los que están Tiger Global, CRV, K-Fund y Creandum. El socio de Atomico Luca Eisenstecken se une al consejo como parte de la inversión. La empresa, con sede en Barcelona, explica que ha experimentado un crecimiento de su facturación del 200% anual desde 2019, y que su base de clientes ha pasado de 70 a siete mil en ese mismo periodo. Entre ellos está Booking.com, Freshly y Vicio. Factorial, fundada en 2016 por Jordi Romero, Bernat Farrero y Pau Ramon, cuenta actualmente con 800 profesionales en sus oficinas de Brasil, México y España.
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“A cerâmica portuguesa já está presente praticamente em todo o mundo” A Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (APICER) acaba de lançar a marca Portuguese Ceramics para fortalecer e promover a notoriedade internacional do que se faz em Portugal nas diferentes áreas do setor. Numa altura, em que a indústria, muito dependente do gás, se depara com a escalada dos custos de produção, o reforço do marketing pretende sublinhar a qualidade, a inovação e a flexibilidade das empresas de cerâmica portuguesas. José Cruz Pratas, presidente da APICER, ajuda-nos a perceber por que razão este setor pode fazer jus ao mote “the art of possibility”, escolhido para defender a cerâmica portuguesa no mercado externo.
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
omo caracteriza o tecido industrial do setor da cerâmica em Portugal?
A indústria cerâmica, que integra os subsetores dos pavimentos e revestimentos cerâmicos, cerâmica estrutural (tijolos, telhas e outros produtos cerâmicos para a construção), cerâmica utilitária e decorativa, cerâmica para usos sanitários, cerâmica para usos técnicos, refratários e outros, é constituída por 1.092 empresas, das quais 175 têm 10 ou mais trabalhado14 act ualidad€
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res, sendo as restantes microempresas. De acordo com os dados mais recentes publicados pelo INE, estas empresas empregam 18.196 trabalhadores. A concentração do volume de negócios nas empresas com 250 ou mais trabalhadores é significativa, constando-se que as 18 maiores empresas estão na origem de 57% do volume de negócios gerado nesta indústria. Quanto fatura o setor e que percentagem da faturação se deve à exportação?
A indústria cerâmica representa um volume de negócios que ascende a 1.102 milhões de euros. Em termos médios, cerca de 75% daquele valor corresponde a vendas nos mercados internacionais. Quais são atualmente os principais mercados importadores e que mercados pretendem abordar num futuro próximo?
No ano de 2021 as exportações de produtos cerâmicos alcançaram 813,2 milhões de euros e repartiram-se por
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José Cruz Pratas Presidente da APICER
158 mercados internacionais, sendo os mais relevantes a França, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. Tendo em consideração que a cerâmica portuguesa já está presente praticamente em todo o mundo, o objetivo passa por incrementar a sua notoriedade nos mercados internacionais e reforçar o seu posicionamento junto dos seus clientes, atuais e potenciais. No que se refere especificamente à campanha de divulgação da marca Portugal Ceramics, os mercados alvo definidos são a Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Espanha e Itália continuam a ser os principais concorrentes da cerâmica portuguesa?
Para além da China, que se destaca como o maior produtor e exportador de materiais cerâmicos no contexto mundial, a Itália e Espanha constituem de facto os principais concorrentes dos produtores portugueses nos mercados internacionais.
Em que pode Portugal destacar-se?
A cerâmica portuguesa corresponde a um setor com grande tradição em Portugal e uma forte componente exportadora, com presença em mais de 150 mercados internacionais. Em 2021, Portugal foi o segundo exportador mundial de cerâmica de mesa e uso doméstico não porcelana, o quinto exportador mundial de cerâmica ornamental, o oitavo exportador mundial de pavimentos e revestimentos cerâmicos e o décimo exportador mundial de cerâmica para usos sanitários. O nosso posicionamento no ranking de exportadores mundiais tem-se mantido relativamente constante ao longo dos últimos anos. Portugal afirma-se enquanto país fortemente exportador de produtos cerâmicos. De acordo com o índice da vantagem comparativa revelada (IVCR), que estabelece a comparação do peso das exportações de um setor/produto no total das exportações de um país, com o peso relativo das exportações desse mesmo setor/produto no mercado mundial,
conclui-se que a cerâmica constitui um dos setores mais especializados em Portugal. No ano de 2021 as exportações de produtos cerâmicos, face às exportações totais de bens, representaram 1,28% em Portugal, 0,38% na União Europeia (UE27) e 0,33% no Mundo. Para a cerâmica portuguesa, e tendo como referência o ano de 2021, o IVCR apresentou o valor de 3,87, o que significa o grau de especialização da cerâmica em Portugal representou 3,87 vezes o grau de especialização que a cerâmica apresentou a nível mundial. De resto, e apesar de Portugal ter sido o 13.º exportador mundial de produtos cerâmicos em 2021, registou um indicador de vantagens comparativas reveladas superior aos principais exportadores mundiais, nomeadamente Espanha (3,47), Itália (3,24) e China (2,77). Quais são as linhas fortes da nova estratégia do setor e respetivo rebranding?
Mais do que um logotipo, um slogan ou uma campanha promocional, quisenovembro de 2022
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mos desenvolver uma marca com significado, substância e relevância, na qual as empresas se projetassem. Um dos objetivos que foram definidos à partida consistia em identificar a essência da nossa cerâmica. Ou seja, os aspectos que nos diferenciam dos demais competidores internacionais. Olhámos para os outros, mas acima de tudo olhámos para nós próprios. Escutámos as empresas e envolvemos os principais líderes em todas as fases do processo. Assim, e sob o mote The Art of Possibility a marca Portugal Ceramics pretende promover a internacionalização da cerâmica portuguesa comunicando um novo posicionamento e contribuindo para que os mercados tenham uma perceção condicente com a qualidade dos produtos desenvolvidos em Portugal e com aqueles que são os valores da indústria: Qualidade, design e inovação aliados à ‘arte de dominar a possibilidade’. Acima de tudo esta marca nasce com um propósito e um posicionamento que refletem o ADN do setor e uma estratégia pensada na qual as empresas se projetam. É a primeira vez que o setor aposta numa imagem unificadora que junta todos os operadores dos diferentes segmentos da indústria cerâmica?
Sim, a marca Portugal Ceramics cons16 ACT UALIDAD€
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titui uma iniciativa pioneira para o setor cerâmico português e foi desenvolvida com o propósito de apoiar os esforços de internacionalização da cerâmica portuguesa e mudar a perceção que os mercados internacionais têm da cerâmica nacional, em particular dos subsetores da cerâmica utilitária e decorativa e pavimentos e revestimentos cerâmicos. O processo iniciou-se com a definição da estratégia, de modo a criar uma marca capaz de promover e comunicar um posicionamento claro e único para a indústria cerâmica portuguesa, e de melhorar a sua notoriedade. As especificidades dos dois subsetores ofereciam, logo à partida, um desafio complexo no que respeita ao desenvolvimento de uma marca na qual as diferentes empresas se revissem - empresas diferentes, com estratégias diferentes, posicionamentos diferentes, produtos diferentes e a atuar em mercados diferentes. O projeto contemplou a realização de um conjunto alargado de workshops e entrevistas individuais com empresários dos dois subsetores que nos permitiram analisar o contexto competitivo da indústria, os respetivos fatores críticos de sucesso e a proposta de valor. Este exercício permitiu, adicionalmente, melhor compreender as dificuldades sentidas pelas empresas durante as suas
ações de internacionalização e as necessidades das mesmas no que concerne à criação da marca cerâmica portuguesa. A colaboração com as empresas ao longo de todo o processo permitiu definir o posicionamento da marca, assegurando a sua relevância, autenticidade e carácter diferenciador. Este foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma identidade (verbal e visual) com carácter distintivo que dá um forte contributo para que a marca se apresente convidativa, contemporânea e com um elevado grau de flexibilidade comunicacional. Assim, e em resumo, a marca Portugal Ceramics serve o propósito de aumentar a compreensão e apreciação do valor da cerâmica portuguesa, e expandir o seu alcance, reputação e impacto internacional. Como promessa, esta marca pretende também comunicar dos valores fundamentais da indústria - qualidade, design e inovação dos produtos cerâmicos, não ignorando as questões da sustentabilidade, como um dos pilares de valorização da indústria. Qual é o investimento em torno deste rebranding e da sua operacionalização no terreno?
O conjunto de iniciativas de promoção da cerâmica portuguesa e da marca Portugal Ceramics insere-se num projeto SIAC – Internacionalização promovido pela APICER e cofinanciado pelo FEDER, com um orçamento de 930.978,93 euros e cujo período de execução decorre até 30 de junho de 2023. Que ações estão previstas daqui em diante e em que mercados?
As ações de promoção da marca Portugal Ceramics para o subsetor da cerâmica utilitária e decorativa incluem a participação em feiras nos mercados da Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Para o subsetor dos pavimentos e revestimentos cerâmicos os mercados alvos serão a França, Alemanha e Estados Unidos, em que, para além da participação em feiras, serão realizados seminários temáticos. De resto, foi já
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concretizada a nossa participação na feira Batimat’2022, que teve lugar recentemente em Paris entre os dias 3 e 6 de outubro. Iremos ainda desenvolver duas ações designadas por “missões inversas”. Nestas ações, que irão decorrer em Portugal, irão participar cerca de 30 convidados internacionais, num programa que inclui visitas a projetos de arquitetura (com revestimento e pavimento cerâmico), visitas a empresas do setor e momentos de contacto com a cultura portuguesa. Em estreita articulação e alinhamento com a AICEP, nomeadamente com as fileiras casa e construção, estas iniciativas contarão com uma forte componente de imagem e comunicação, por forma a permitir que os objetivos definidos sejam plenamente atingidos. Quais são as principais fragilidades das empresas do setor e que desafios que enfrentam?
O cenário atual, caraterizado pela crise energética e pressão inflacionista é de forte incerteza quanto à evolução de fatores que as empresas não dominam, como sejam, designadamente, a evolução do preço das matérias-pri-
mas, energia e combustíveis. A indústria de cerâmica tem especificidades próprias e uma delas é a sua forte dependência do gás natural que utiliza no seu processo produtivo. A cerâmica, a par do setor do vidro são os maiores PUB
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Novo posicionamento traduz “the art of possibility” As novas identidade verbal e visual e estratégia de marca da cerâmica portuguesa começaram a ser trabalhadas ainda antes da pandemia pela APICER e pela Super. Brand Consultants, com o objetivo de concretizar “a ambição de ir mais longe” e de traduzir o nível de excelência de que as empresas portugueses do setor são capazes, como sugeriu o presidente da APICER, na apresentação deste rebranding, no passado dia 22 de setembro, no Terminal dos Cruzeiros do Porto de Leixões, um local emblemático para o setor, já que a cerâmica foi a solução escolhida para revestir este edifício curvilíneo, junto ao mar. O evento reuniu diversas empresas e empresários do setor e culminou com o vídeo promocional que transmite o posicionamento definido e o manifesto da marca Portugal Ceramics, com o mote “The Art of Possibility”, que pretende “elevar a perceção, nem sempre condicente com a enorme qualidade dos produtos portugueses, dos mercados relativamente à cerâmica nacional e conseguir que diferentes audiências - distribuidores, prescritores, designers, arquitetos e consumidores - associem à cerâmica portuguesa a ideia de dominar a possibilidade (mastering possibility), ou seja, à capacidade de encontrar soluções e fazer com que as coisas aconteçam”. Como explicou João Magalhães, diretor da Super, “esta identidade da cerâmica portuguesa é alicerçada no
consumidores finais de gás natural no contexto da indústria transformadora. A escalada, sem precedentes, dos pre18 ACT UALIDAD€
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seu caráter e na sua verdade”, já que “a qualidade, design e inovação dos produtos cerâmicos são mínimos olímpicos do setor”. O novo posicionamento assenta em cinco pilares: singularidade, valor acrescentado, foco nos clientes, for living, ou seja a estética associa-se à funcionalidade e sustentabilidade e a diversidade. Na ativação de marca que incidirá nos mercados europeu e norte americano, serão privilegiados os canais digitais, prevendo campanhas e uma aposta na comunicação na imprensa internacional, e a realização de eventos presenciais de promoção da marca, assim como a presença em feiras, conferências e a realização de exposições. Além do vídeo promocional, foi desenvolvido um site para a marca www.portugal-ceramics.com, criados catálogos e estão em curso outros suportes transversais de apoio à comunicação da marca como brochuras, folhetos e outros materiais gráficos, audiovisuais e multimédia pensados especificamente para cada um dos diversos momentos de ativação da Portugal Ceramics. No evento, o secretário de Estado da Economia, João Neves, assegurou “o suporte e capacidade de diálogo” do Governo com as empresas do setor, no sentido de disponibilizar instrumentos financeiros que possam responder aos atuais desafios, nomeadamente a subida dos preços da energia.
ços da energia e combustíveis estão a condicionar fortemente as condições de exploração das empresas do setor, po-
dendo mesmo levar ao encerramento de várias unidades produtivas. Quanto pesa a energia e os combustíveis nos custos totais?
A energia e combustíveis têm representado, em termos médios, entre 30 e 40% dos custos das empresas. A situação atual, em resultado do aumento de preços da energia e gás natural, já deverá refletir um maior peso destas componentes. Até que ponto as empresas estão a trabalhar no sentido de uma menor dependência de energia externa?
Acompanhar as políticas da União Europeia de aquisições de energia em grupo. Que expectativas tem o setor face ao pacote de apoios destinado às empresas e aos diferentes programas europeus a que as empresas se podem candidatar?
Estamos a analisar porque as formações são recentes e podem ser alteradas em sede de discussão na UE mas, genericamente as informações são positivas. Em que ponto estão as empresas do setor face aos objetivos de digitalização e a sustentabilidade?
As empresas do setor têm vindo a modernizar-se e a fazer investimento nestas áreas, designadamente nas oportunidades que a indústria 4.0 oferece e os sistemas 5G possibilitam.
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Gestão e estratégia
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Nominaurea acompanha clientes na adaptação a “alterações legais profundas” previstas para 2023 A Nominaurea-Consultoria Fiscal e Contabilidade antecipa diversos constrangimentos para as empresas, sobretudo as de grande dimensão, a partir de janeiro de 2023, devido a novas obrigações “profundas” de âmbito contabilístico-financeiro, que serão impostas em breve ao mercado empresarial. Segundo Hélder Machado, diretor associado da Nominaurea, estas alterações deverão mais tarde cobrir todo o universo empresarial, independentemente da dimensão.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
enquadramento legal contabi- iniciar, por forma a controlar a emissão lístico-financeiro em Portugal das faturas por série de documento de irá sofrer algumas alterações faturação. Por outro lado, irá haver um acentuadas já a partir de 1 de desdobramento dos motivos de isenção janeiro de 2023, que terão do IVA, pelo que as empresas terão de de ser apreendidas e incorporadas pelas começar já a adaptar os seus sistemas de empresas nas próximas semanas. O aler- software, adverte Hélder Machado. ta vem da Nominaurea, empresa especiaA adaptação tecnológica dos sistemas lizada em serviços de contabilidade e con- contabilísticos é um dos serviços que a sultoria fiscal, com 16 anos de atividade Nominaurea garante aos seus clientes, no mercado. Segundo enquadra Hélder que assim “terão nos seus relatos finanMachado (na foto), diretor associado da ceiros já incorporadas todas as exigências Nominaurea, estas alterações, que são legais que forem sendo introduzidas”, “mais profundas do que as que foram afiança o mesmo responsável. A comimpostas em 2022, como, por exemplo, ponente tecnológica é, de resto, uma das a obrigação de comunicar as séries de mais valias dos serviços prestados por faturação à Autoridade Tributária”. esta empresa de consultoria e contabilidaAssim, a 1 de janeiro próximo, a de, que opera com software próprio e de Autoridade Tributária (AT) vai exigir parceiros, ou dos próprios clientes. a comunicação da série da faturação a Quanto às mudanças legais que irão ser 20 ACT UALIDAD€
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exigidas às empresas, Hélder Machado sublinha mais uma: a obrigatoriedade do relato não financeiro, sustentabilidade e governance para as grandes companhias. Segundo o responsável, tais obrigações resultam de uma nova Diretiva comunitária, que já foi transposta para Portugal, e, “cada vez mais, será exigido às empresas que implementem e demonstrem ações de melhoria ambiental e de boas práticas a vários níveis nas suas estruturas internas e também de ligação ao exterior. O paradigma das empresas que até aqui era ‘serem as melhores do mundo’, neste momento o que se pretende é que todas as empresas sejam ‘melhores para o mundo’, quer isto dizer que devem ser implementadas as melhores politicas internas para assegurar as melhores práticas ambientais das empresas que as tornem sustentáveis”.
Todas estas alterações legais estão já a ser comunicadas pela Nominaurea aos seus clientes e outros parceiros, através de diversos meios, já que a empresa tem também uma forte presença nas redes sociais e outros canais de divulgação. Serviços aos clientes com forte componente tecnológica
A atividade da Nominaurea divide-se entre a área da contabilidade e a área de pay-roll (gestão de salários). Para ambas as áreas de atividade, a empresa apresenta aos seus clientes uma “elevada componente de serviço ao cliente, onde pontuam um sistema de software materialização dos arquivos em papel”, também o respetivo relatório internapróprio e uma plataforma para acesso pelo que todos os documentos recebidos cional, de acordo com as regras da casaremoto por parte dos clientes”, assegura dos clientes têm duplicação digital, -mãe da empresa cliente em Portugal. Hélder Machado. “Fizémos um impor- garante Hélder Machado. Desta forma, “Estamos atentos e implementamos tante investimento informático para assegura-se “um aumento da eficiência todas as regras contabilísticas em vigor acesso remoto, que introduziu parâme- dos processos”, acrescenta o responsável. em Portugal e estabelecemos os paraletros de segurança mais elevados, o qual Os principais clientes da Nominaurea lismos possíveis dessas normas noutros prevê, nomeadamente, vários níveis e são sobretudo multinacionais, com países”, adianta Hélder Machado, sublifases de validação de acesso dos utili- várias origens. Nestes casos, algumas nhando que a mesma atenção é dada ao zadores”, adianta o mesmo responsável. das empresas têm a gestão centralizada nível dos clientes dos serviços de pay-roll. Outra das prioridades do escritório a partir de Espanha ou de outro país A Nominaurea conta com uma equipa tem sido também o “desenvolvimento estrangeiro, pelo que os reports conta- de 18 pessoas, repartidas entre os escridas condições necessárias para a des- bilísticos da Nominaurea contemplam tórios do Porto e de Lisboa. PUB
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marketing
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O Caminho da Arte que une Leça do Balio
à Galiza, com assinatura de Eduardo Aires A nova identidade do Lionesa Group desdobra-se em três marcas, que respondem pela diversidade de projetos da família Pedro Pinto. As marcas Lionesa, Balio e Caminho da Arte foram apresentadas no passado dia 29 de setembro, pelo Studio Eduardo Aires, autor da nova imagem gráfica. Uma das apostas passa por valorizar a componente cultural do caminho português para Santiago.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR
s peregrinos que fazem o caminho português para Santiago de Compostela passam pelo maior mural de arte urbana da zona Norte, com 1.400 metros, em Leça do Balio (Matosinhos). O mural, inaugurado em 2014, é apenas uma das iniciativas culturais promovidas pelo Lionesa Group, detentores do Lionesa Business Hub, que partilha a mesma morada do mural (a entrada fica em frente). Mesmo ao lado, situa-se o secular mosteiro de Leça do Balio, bem como um conjunto de edifícios de valor histórico, que têm vindo a ser recuperados. É neste contexto que nasce a marca Caminho da Arte, que juntamente com as insígnias Lionesa Group e Balio, foram oficialmente apresentadas no passado dia 29 de setembro, no Lionesa Business Hub, pelo designer Eduardo Aires, desafiado a criar a nova identidade destas marcas, que traduzem os diferentes projetos em que os donos do Lionesa Group (família Pedro Pinto) estão envolvidos. No caso do Caminho da Arte, trata-se de valorizar “uma rota de mais de 200 quilómetros, aberta à arte contemporânea efémera e permanente que dá novos significados ao caminho, à errância, à procura, condição primeira da Humanidade”, argumentou Eduardo Aires. Começando na Sé do Porto, passa pelo Mosteiro de Leça do Balio, encontra o Caminho Central, converge com o Caminho da Costa e mais tarde junta-se ao Caminho Português, este caminho cruza-se com todos os Caminhos de Santiago que atravessam o território português, mas “autonomiza-se deles, construindo a sua própria identidade”,
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já que “a cada passo soma-lhes arte contemporânea, renovando assim itinerários que na sua origem são também de cultura, património e memória”. A marca surge nas cores “azul e amarelo – estabelecem uma inequívoca e legível relação com as do Caminho de Santiago- com a repetição das três formas triangulares que assumem o valor fonético de A., alinhadas verticalmente, representa adicionalmente o sentido do Caminho da Arte, em direção a Santiago de Compostela, a norte”. Eduardo Aires apresentou também a nova identidade do Lionesa Group, que reflete o caráter agregador de todos os projetos do grupo: “Procura-se harmonizar, representar, desenhar um conjunto, tornando visível, em cada um dos seus membros, um sinal de pertença e partilha. Pretende-se comunicar uma forma de sentir, pensar e agir marcada pela irreverência. Uma visão sustentável de futuro, sustentada em narrativas do passado e valorizada pela expressão artística e cultural. Uma vontade de construir com e para o território, contribuindo para projetar mais longe, e mais alto, o que ele tem de mais forte.” Neste âmbito, “o reconhecido type designer Dino dos Santos desenvolveu um conceito tipográfico para o grupo, entendido como base comum ao desenvolvimento de todas as marcas”. O resultado é a fonte tipográfica Lionesa: “Uma fonte variável que permite a afirmação do ADN do grupo e a geração, a partir desse tronco comum, das imagens
das diferentes empresas. Nas suas variações mais clássicas, serifadas, incorpora os projetos onde a matriz patrimonial e cultural é mais forte (Balio, Caminho da Arte e Livraria Lello), nas variações mais modernas, grotescas, aqueles onde é expectável um posicionamento mais contemporâneo (Lionesa Business Hub). A marca Lionesa Group condensa a variabilidade da fonte tipográfica. A cor institucional - o amarelo – “é vibrante e expressiva da energia desta força”, observa o designer. A marca Balio “valoriza o legado e o património histórico do Mosteiro de Leça do Balio e afirma-se como um dos mais ambiciosos projetos culturais em curso na região”. Além da reabilitação da envolvente em torno do mosteiro, da responsabilidade de Álvaro Siza e Sidónio Pardal, “está em causa a reativação de uma importantíssima herança: a de um “espaço privilegiado de comunicação e vanguarda”, um espaço de modernidade e humanismo, limiar de vários encontros desde tempos imemoriais e incontornavelmente associado aos Caminho de Santiago”, explica Eduardo Aires, acrescentando que “na identidade visual de Balio afirma-se justamente o limiar e o encontro: entre o passado e o futuro, entre os construtores do mosteiro e os autores da sua recuperação”. Na variação serifada da fonte Lionesa, designada Balio Regular, “introduz-se um elemento iconográfico em substituição do A, evocativo dos arcos em ogiva dos vãos do mosteiro. Este arco representa adicional e simbolicamente a ideia de passagem.” A paleta cromática explora “verdes pouco saturados, referência à natureza e ao projeto paisagístico que envolve o edificado, tonalidades favorecedoras da tranquilidade que associamos à introspeção.”
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Millennium bcp patrocina Marta Paço, campeã do mundo de surf adaptado O Millennium bcp acaba de se tornar patrocinador da promissora surfista Marta Paço, campeã da Europa e do mundo de surf adaptado. O banco reforça assim a sua associação ao desporto, nomeadamente ao surf, apoiando uma atleta que, apesar de estar no início da sua carreira, já mostrou o seu talento a nível mundial. Para Miguel Maya, CEO do Millennium bcp: “A Marta é uma inspiração e um exemplo de superação, ao mostrar-nos que com esforço podemos ser excelentes, apesar de todas as condicionantes que possamos ter na vida. Mesmo na adversidade, se existir foco, dedicação e empenho, é possível seguir a nossa paixão e sermos os melhores naquilo que fazemos. Estamos muito satisfeitos com a associação do Millennium bcp ao surf. Ao apoiar esta modalidade, estamos também a valorizar um importantíssimo recurso estratégico de Portugal, que é o mar em todas as suas dimensões, do lazer ao trabalho, passando pela ciência e pela inovação. Este apoio simboliza bem a importância que no banco damos às pessoas e ao
ambiente”, acrescenta o responsável. Por seu lado, Marta Paço, afirma: “Eu vejo este convite com muito orgulho, porque, apesar do surf e do surf adaptado estarem a crescer, não é qualquer empresa que aceita o desafio de patrocinar o desporto e, em particular, o desporto adaptado. Estar associada a um banco que vê uma pessoa não pela sua deficiência, mas como uma atleta que está a tentar levar o desporto a outro nível, mostra muito dos valores que regem o Millennium bcp, pelo que esta parceria é, sem dúvida, muito especial para mim. Eu comecei a fazer surf há cinco anos e, após ter tido a sensação de deslizar na primeira onda, percebi que o surf era a minha paixão e que era isto que eu queria fazer para a minha vida”. O anúncio do patrocínio foi feito passado dia 4, à margem da quinta etapa do “World Surf League” (WSL), na Praia de Ribeira D´Ilhas, na Ericeira A associação do Millennium bcp ao Surf iniciou-se em janeiro, ao tornar-se o “Banco Oficial” das provas da World Surf League (WSL) Portugal, bem como no patrocínio
A nova coleção da Maria Gorda que “muda a estação” fria C hegou a época fria, depois de um verão cheio de alegria e tons fortes, mas nem por isso este tem de ser sinónimo de dias menos coloridos: “Let´s change the season” (“vamos mudar a estação”) – é o mote de Unwinter, a nova coleção da marca infantil Maria Gorda que traz vida aos dias mais frios de inverno. “Unwinter” define-se como uma coleção que procura a mudança, o inesperado e o inverter da história, embarcando numa viagem sem sentido. Convida a fazer
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tudo ao contrário: comer gelados fora de época, desapertar os sapatos, sujar as mãos dentro de casa e criar momentos livres para as crianças. Com padrões exclusivos e prints das sweatshirts alusivos ao tema “Unwinter”, as próprias peças da coleção ganham vida e tornam-se um manifesto para desconstruir a ideia de inverno e o despir dos preconceitos que lhe estão associados. Destinada maioritariamente para as idades entre os seis e os 14 anos, apesar de
da surfista Teresa Bonvalot, tetracampeã nacional que representou Portugal nos Jogos Olímpicos 2020 e que se sagrou também campeã europeia da WSL. Como justifica o banco, “o surf tem evoluído a um ritmo muito expressivo a nível mundial e tem vindo a crescer ano após ano, com um incremento de 40% nos últimos 12 anos, contando atualmente com cerca de 120 milhões de fãs e 35 milhões de surfistas em todo o mundo”.
contemplar peças desde bebé, a coleção da Maria Gorda tem tudo o que é necessário para viver o inverno em grande – desde saias, vestidos curtos e compridos, calças de diferentes materiais e padrões, macacões, casacos para o exterior, sweatshirts, camisas com carapuços forrados a outros materiais e até t-shirts básicas. Esta estação conta ainda com uma novidade: um modelo que partiu da ideia de um macaco, mas que está desenhado em duas peças distintas, um colete/top e umas calças do mesmo material, que embora juntos pareçam um macaco, podem ser conjugados separadamente com outras peças.
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Produtos dos supermercados do El Corte Inglés também entregues através da 360Hyper O El Corte Inglés criou uma parceria com a plataforma 360Hyper, que permite a compra e entrega de qualquer produto, dos supermercados do El Corte Inglés de Gaia e Lisboa e dos Supercor da Beloura, Expo, Restelo, Coimbra, Fluvial e Braga. “O principal objetivo do El Corte Inglés é servir bem os seus clientes, seja através das suas lojas físicas, online, ou através de outros canais. A parceria estabelecida com a 360Hyper vem nesse sentido e vai permitir alargar o leque de serviços de apoio à compra online, proporcionando uma maior comodidade e conveniência no momento da compra”, explica Miguel Castelão, diretor de Compras Alimentares do El Corte Inglés.
Por seu lado, Nuno Serradas Duarte, CEO do 360hyper ,reforça: “é com enorme satisfação que anunciamos no nosso marketplace uma marca de qualidade como o El Corte Inglés, sendo este um parceiro que serve um target de consumidores exigentes, com o qual o serviço 360hyper se identifica, com entregas em quatro horas e um serviço personalizado”. Além dos serviços que apoiam a compra online, como é o caso do Click & Car, que permite a recolha de compras no parque de estacionamento, o Click & Collect que possibilita a recolha na loja e o serviço de Entrega no Dia, o El Corte Inglés celebra agora esta parceira, de forma a alargar o seu leque de serviços
Conserveira Pinhais lança edição especial Nuri Reserva 2019
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Pinhais, centenária conserveira de Matosinhos, lança a edição especial Nuri Reserva 2019 de conservas de sardinhas artesanais em azeite picante. Trata-se de um lote reserva que reúne as melhores conservas Nuri, produzidas apenas com a melhor seleção de peixe daquele ano em particular. Armazenada com, pelo menos, 36 26 ACT UALIDAD€
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meses e limitada a duas mil latas por ano de reserva, todas as unidades são numeradas à mão, estando à venda no Museu-Vivo Conservas Pinhais Factory Tour e na loja online da Pinhais, pelo valor unitário de 12 euros. Esta edição especial de conservas NURI reflete a melhor captura de 2019, com o lote reserva a ser selecionado na
época de peixe fresco, altura na qual a sardinha alia as melhores características nutricionais e de sabor. Às melhores sardinhas da lota de Matosinhos, juntam-se ingredientes como o azeite, pepino, malagueta, cenoura, sal, cravinho, pimenta preta e louro. Este lote reserva é eleito por um painel de provadores internos da Pinhais. Durante o tempo de maturação, nunca menos de três anos, é habitual de seis em seis meses ocorrer a inversão manual da posição das latas, uma mais valia para a harmonização entre o peixe, azeite e restantes ingredientes. De referir que a Pinhais é a única fábrica de conservas no país que mantém o método tradicional em toda a sua produção. O processo artesanal compreende várias etapas fundamentais, mais de 40, o que confere autenticidade às conservas, como frisa a conserveira.
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“Plastics summiT” antecipa principais desafios com vista à sustentabilidade do plástico
Os principais objetivos de combate ao impacto do plástico na vida dos cidadãos e na sustentabilidade do planeta são conhecidos e começaram a ser postos em prática em Portugal e no resto da UE. O problema é que o consumo deste material não abranda e torna mais difícil reduzir os efeitos adversos do uso do plástico na atividade humana, adiantam vários especialistas no “Plastics Summit”, evento internacional realizado em Lisboa no mês passado.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
”Plastics Summit Global com a elaboração de uma declaração de Event 2022”, seminário compromisso por parte desta indústria. internacional que reuniu em Entre outras recomendações deixadas Lisboa diversos stakeholders pelos representantes da indústria do desta indústria, bem como plástico na sua declaração de comprodezenas de especialistas nacionais misso, apresentada no passado dia 17, e internacionais em produção, trata- é recomendada a criação de instrumento e reciclagem dos plásticos, que mentos para avaliar, de forma rigorosa abordaram diferentes visões e soluções e objetiva, o impacte ambiental destes abrangentes, de forma a promover a produtos. consciencialização da cidadania climáO documento resulta das sugestões tica em torno deste material, culminou de mais de 80 especialistas da indús-
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tria, de organizações não governamentais, do ambiente e de entidades de gestão de resíduos que participou no evento de Lisboa e será agora entregue a decisores políticos nacionais e internacionais como um roteiro para os passos a adotar rumo a uma economia circular, sustentável e eficiente, enquadra a Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP), entidade que organizou o seminário, em conjunto com as suas congéneres
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espanhola, brasileira e mexicana. O plástico, apesar da sua reconhecida versatilidade e utilidade para os mais diversos setores de atividade, é considerado um dos maiores poluidores do planeta, em especial dos rios e oceanos, onde é mais difícil a sua degradação. De recordar que, em junho, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou que a quantidade de resíduos plásticos produzidos globalmente deverá quase triplicar até 2060, com cerca de metade a acabar em aterro e menos de um quinto a ser reciclado. A definição de políticas e um quadro regulatório eficientes, que tornem mais fácil o combate aos resíduos plásticos, bem como à sua sustentabilidade, reciclagem e economia circular foi um dos principais pontos em discussão ao longo da conferência realizada em Lisboa e que contou, na sessão de abertura, com a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques. Esta responsável salientou que “o plástico não é um demónio, tem limitações”, que devem ser identificadas e ultrapassadas, por uma ação concertada por parte dos vários stakeholders da cadeia de valor ligados a esta indústria, com o Governo e outras entidades, com vista à promoção da sua sustentabilidade ambiental, defendeu ainda. Segundo os especialistas presentes, algumas medidas legislativas têm sido mais eficientes e bem incorporadas por todos, como a proibição de comercialização de artigos de plástico de utilização única, de acordo com a Diretiva comunitária lançada no ano poassado. Por outro lado, a Comissão Europeia tem vindo a procurar definir propostas que possam aumentar a transparência das afirmações publicitárias sobre a sustentabilidade dos produtos comercializados pelas empresas, por forma a que os consumidores pudessem escolher os mais verdes e com menos “pegada” carbónica. Uma possibilidade que não se coloca ainda e que, assim, não ajuda a premiar os produtos que são realmente mais ecológicos.
No evento do passado dia 17, estiveram presentes diversos especialistas em reciclagem e transformação sustentável de plástico, que apresentaram à audiência algumas das novidades em matéria de novos produtos derivados de polímeros e métodos inovadores, que podem dar uma nova vida aos resíduos plásticos, mas alertaram para o facto do ritmo de consumo atual ser demasiado elevado para a capacidade de reciclagem mundial. Virginia Janssens, diretora-geral da Plastics Europe, associação paneuropeia ligada à indústria e que se dedica à eliminação de resíduos de plástico, começou por recordar os objetivos definidos pela UE de atingir a neutralidade carbónica e uma economia totalmente circular até 2050 para afirmar o compromisso geral de tornar a “Europa competitiva” e sustentável a nível dos plásticos. E deu como exemplo a recém-criada comissão ReShaping Plastics, que alia governos europeus e investigadores em torno do desenvolvimento de um sistema de economia circular e climaticamente neutral para o setor dos plásticos. Além do tema da “eficácia das medidas legislativas aplicadas à cadeia de valor dos plásticos”, o evento contou com outros três painéis de debate: “a poluição dos oceanos, as verdadeiras
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causas e desafios”, “os instrumentos para combater o greenwashing” e “objetivos globais para a neutralidade de carbono”. Pedro Paes do Amaral, executive director do certame e vice-presidente executivo da APIP, considera que “o Plastics Summit Global Event 2022 foi um verdadeiro sucesso na afirmação do setor dos plásticos enquanto elemento-chave no processo para a descarbonização, regulamentação ambiental e na promoção da saúde planetária. O evento permitiu sinalizar Lisboa e Portugal como o local onde foi realizada a maior conferência do mundo ao nível da sustentabilidade dos plásticos, com a participação de mais de mil participantes, incluindo stakeholders de toda a cadeia de valor do setor, bem como representantes da sociedade civil, ciência e inovação e poder político”, promovendo uma discussão abrangente, com vista a adotar soluções inovadoras, que permitam “criar um futuro mais circular e sustentável, onde os plásticos serão parte integrante da solução”, salientou, no balanço deste encontro, que contou ainda com a presença, no encerramento, dos secretários de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba, e do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. NOVEMBRO DE 2022
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Componentes em cortiça reduzem a pegada de carbono dos pavimentos
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s componentes de cortiça NRT62 com e sem barreira de vapor by Amorim – produtos da Amorim Cork Composites, Unidade de Negócio de Aglomerados Compósitos da Corticeira Amorim, especialmente desenvolvidos para a indústria de pavimentos–, “contribuem positivamente para reduzir a pegada de carbono do
processo produtivo dos fabricantes de pavimentos. Isto porque ambos os componentes NRT62 by Amorim, produzidos a partir da matéria-prima cortiça, têm um balanço de carbono negativo. Simultaneamente, evitam a transmissão de vibrações para a laje, reduzindo consequentemente o ruído de impacto”, revela a corticeira. De acordo com um estudo levado a cabo pela consultora EY, o balanço de carbono do componente para pavimentos NRT62 sem barreira de vapor by Amorim é de -11,8 quilos de CO2 eq/m2. O balanço de carbono do componente NRT62 com barreira de vapor by Amorim, por seu turno, é de -10,5
quilos de CO2 eq/m2. “Promovendo então um sequestro de carbono no montado superior às emissões de CO2 resultantes da sua produção, estas soluções surgem como uma excelente opção para os fabricantes de pavimentos que procuram o equilíbrio entre performance e sustentabilidade ambiental”, sublinha a Corticeira Amorim. Matéria-prima 100% natural, reciclável e renovável, a cortiça consegue reduzir, assim, os possíveis impactos ambientais dos pisos que integrem os componentes NRT62 by Amorim (na foto). Diferenças, essas, especialmente visíveis quando se comparam estes produtos de referência com componentes que utilizam matérias-primas cuja única fonte é de origem sintética. São disso exemplo as espumas de poliuretano e/ou de polietileno, acrescenta a empresa.
EDP e CaixaBank querem instalar 100 mil painéis solares em clientes em Espanha A EDP e o CaixaBank juntaram-se em Espanha, para lançar uma nova gama de produtos ligados à poupança energética e sustentabilidade nas habitações particulares. As duas empresas querem, até 2025, vender 100 mil painéis solares aos clientes espanhóis, em condições especiais de financiamento, de acordo com um comunicado do grupo Caixabank. O banco espanhol tem apostado em soluções para habitações relacionadas com a poupança de energia, prevendo assim que a instalação dos novos painéis gere uma poupança anual no consumo de eletricidade até aos 50%. Com esta solução, os clientes podem “beneficiar ainda de outras vantagens, como a compensação de excedentes, pelo que receberão um
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desconto na fatura pela energia gerada e que não seja consumida”, adianta o mesmo comunicado. Outra vantagem é dada pelos municípios onde se instalem os painéis, que poderão conceder subvenções ou bonificações fiscais até cerca de 35% do custo da instalação, adianta a mesma fonte. As instalações que irão ser comercializadas por estes duas instituições têm uma capacidade de produção que vai dos 1,8 kWp até aos 15 kWp, que permitirão aos clientes produzir anualmente entre os 2.700 kWh e os 22.500 kWh. A estimativa de consumo elétrico médio anual de uma habitação em Espanha ronda os 4.000 kWh. Além da poupança energética, em termos globais, os novos painéis
solares irão permitir uma redução de emissões de 150 mil toneladas de CO2. Os dois parceiros criaram, ainda, um pacote comercial para instalação de baterias de acumulação de energia, permitindo o armazenamento da energia solar captada durante o dia para uso noturno, sendo que tanto o CaixaBank como a EDP preveem que cerca de 20% dos clientes que instalem painéis solares nas suas casas decidam também incorporar acumuladores. Este é um dos produtos disponíveis na plataforma online Wivai, lançada pelos dois parceiros em 2021, e onde são comercializados produtos e pacotes de instalações fotovoltaicas para autoconsumo, com condições de financiamento imediatas e mais vantajosas.
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Iberia e Envera promovem projeto para a reciclagem de uniformes antigos A
companhia aérea espanhola Iberia apresentou há poucos meses o seu novo uniforme, tendo iniciado, paralelamente, e em conjunto com a Envera, um projeto sem fins lucrativos que procura dar uma segunda vida aos uniformes anteriores e que proporcionará emprego a pessoas com deficiência. O projeto, designado Association of Iberia Employees–Parents of People with Disabilities, incide, assim, tanto sobre aspetos ambientais como sociais. Por um lado, baseia-se na economia circular, que otimiza a utilização de materiais e produtos, aplicando a filosofia da redução, reutilização e reciclagem. Por outro lado, proporcionará emprego a pessoas com
deficiência, através do Envera. Em média, cada funcionário da Iberia possui 14 artigos de vestuário e acessórios, o que representa mais de 50 toneladas de produtos têxteis. As duas primeiras toneladas destas peças de vestuário já foram recolhidas e classificadas, para que possam ser doadas ou transformadas noutros materiais. Deste modo, 80% do uniforme antigo encontrará uma segunda vida através de doações solidárias, que contribuirão para melhorar as vidas de pessoas vulneráveis e de refugiados, de acordo com a Iberia. Por outro lado, 20% do vestuário que não pode ser reutilizado será reciclado noutros materiais. Os materiais que serão descartados vão ser utilizados para a recuperação de
energia, como combustível. Neste sentido, a Iberia Airport Services está também a levar a cabo uma iniciativa sustentável para reciclar as suas camisas polo vermelhas, as quais, sendo inteiramente feitas de algodão, podem ser completamente recicladas. O fio será utilizado em oficinas locais e de inclusão para fazer novas camisas polo para o staff do aeroporto.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
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Integração empresarial entre Portugal e Espanha decisiva em contextos adversos A integração empresarial entre Portugal e Espanha continua a ser intensa, e quanto maior for, maior capacidade terão as empresas de ambos os países de se inserir em cadeias de valor mais globais e resistir a conjunturas internacionais incertas, como a que se vive atualmente, conclui um estudo dedicado ao tema “Internacionalização ibérica-Espanha e Portugal no mundo 2021”, da Universidade Nebrija, de Madrid. O estudo analisa ainda vários casos de sucesso empresarial de âmbito ibérico e adianta que o comércio bilateral e o investimento direto recíproco, nos anos mais recentes, têm resistido entre os dois países e que atingiram recordes depois da pandemia. Textos Clementina Fonseca e Belén Rodrigo cfonseca@ccile.org; brodrigo@ccile.org Fotos DR
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investimento direto e o comércio bilateral entre Portugal e Espanha têm estado em franca recuperação, depois das quebras sentidas pelas empresas durante a pandemia, confirma um recente estudo elaborado em Espanha sobre a internacionalização das empress e sobre a interpenetração das duas economias. Embora esta segunda edição do estudo “Internacionalização ibérica-Espanha e Portugal no mundo”, coordenado pela Universidade Nebrija, de Madrid, se centre no ano de 2021, este extenso trabalho académico analisa, em algumas rubricas, dados de quase duas décadas, para concluir, assim, que a integração das duas economias é uma realidade consolidada e com forte peso no contexto global em que estas se inserem. O estudo agora apresentado, que tem mais de 200 páginas, contou com colaborações de outras universidades e de entidades de âmbito associativo ou empresarial dos dois países, e sucede-se à edição de 2020, intitulada “Internacionalização da Ibéria, Espanha e Portugal na Economia Mundial 2020”, que foi apresentada há dois anos, num contexto de plena pandemia. O impacto da pandemia nos processos de internacionalização das empresas de ambos os países foi, assim, um dos pontos-chave deste estudo, que abordou ainda mais dois grandes aspetos: as estratégias e políticas de internacionalização, nomeadamente a capacidade destas duas economias se inserirem também noutras cadeias globais de valor a nível mundial, e, ainda, a cooperação transfronteiriça entre ambos os mercados. Sendo sobretudo uma análise académica, que abordou dados macroeconómicos recolhidos pelos investigadores universitários, foi, no entanto, dado também algum
relevo a uma perspetiva empresarial, a qual foi feita pela Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola (CCILE), e onde se conclui que existem mais de quatro mil empresas com capitais espanhóis em Portugal (ver caixa na pág. seg.). Ainda de acordo com o levantamento feito pela CCILE sobre a evolução recente das relações entre as empresas dos dois países, o comércio bilateral abrandou com o surgimento da pandemia, mas foi novamente relançado em 2021. “No ano de 2021, assistimos, a partir de finais do primeiro trimestre, a um fortíssimo crescimento [do comércio bilateral], que permitiu superar amplamente, em mais de 15%, os valores pré-pandemia”. Assim, salienta-se que em 2021, Espanha foi o principal fornecedor de Portugal, representando mais de 24.871 milhões de euros de importações deste país. Por outro lado, foi também o principal destino das exportações portuguesas, ao absorver mais de 13.599 milhões de euros de produtos produzidos em Portugal. Valores recorde, que este ano deverão voltar a subir. A mesma entidade destaca que também na ótica do investimento direto estrangeiro (IDE) entre os dois países, este tem vindo a crescer, em especial o das empresas espanholas visando Portugal. “É uma realidade em Portugal, aceite genericamente, que o investimento espanhol no país tem dado uma contribuição importantíssima para o desenvolvimento da sua economia, tem apoiado a modernização de alguns setores, que até então se encontravam ‘blindados’ ao capital estrangeiro e à gestão de grupos internacionais”, trazendo uma dinâmica “muito benéfica para as empresas dos dois países e nomeadamente para a internacionalização da economia portuguesa”, adianta a mesma análise (ver quadro na pág. 36).
A capacidade exportadora da cadeia de valor ibérica "Somos pequenos, mas somos muito abertos à economia mundial", resumiu Gonzalo Solana, diretor da Cátedra Global Nebrija Santander em Internacionalização de Empresas e um dos coordenadores do estudo, durante a apresentação deste em Lisboa, no passado dia 13 de outubro. Já a secretária de Estado do Comércio de Espanha, Xiana Méndez, destacou, na mesma apresentação (na foto, na pág. 35), o facto dos dois países ibéricos "terem apostado muito na internacionalização" há várias décadas, quer entre si quer a nível global. "Portugal e Espanha são mais potentes, no plano global, como exportadores do que como produtores", o que demonstra um forte peso do setor do comércio, frisou, ainda, a governante espanhola. Deste modo, Portugal e Espanha mostraram-se "muito resilientes" em termos dos impactos que se têm registado nas cadeias globais de valor, ao sofrerem uma queda muito menor do que outras potências exportadoras, como, por exemplo, a China, destacou ainda. Os países ibéricos apresentam, ainda, quotas de exportação superiores a países com maior peso na riqueza mundial, fez ainda questão de assinalar Xiana Méndez, que após a sessão de apresentação do estudo participou num almoço de empresários organizado pela CCILE (ver artigo nesta edição, nas págs. 46-49), onde salientou outros pontos de ligação que têm permitido fortalecer as duas economias ibéricas. A governante deixou, então, um aviso: a capacidade de internacionalização das empresas será fundamental para ultrapassar o atual contexto de aumentos de preços para as cadeias industriais e de ameaça de uma recessão global que se vive. NOVEMBRO DE 2022
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Mais de 4.300 empresas espanholas em Portugal O tecido empresarial português, composto, em fevereiro de 2022, por cerca de 1,6 milhões de entidades empresariais, e de acordo com um estudo da Informa D&B, incluía 4.322 empresas com participação – direta ou indireta –, de capital espanhol (embora se estime que apenas 2.500 contem com controlo efetivo de capital espanhol), as quais geravam um volume de negócios acumulado de 37.150 milhões de euros e um número total de empregados de 246.164, no final de 2020, revela o “Relatório Internacionalização Ibérica 2021”. Este relatório, produzido pela CCILE para integrar o estudo mais vasto de caracterização do panorama da internacionalização ibérica lançado pela Universidade Nebrija, de Madrid, em colaboração com outras entidades, especifica algumas outras características da presença espanhola em Portugal. Assim, o estudo refere que, a maior parte deste universo se trata de "empresas de pequena dimensão (cerca de 76% tem menos de 50 empregados). Apenas 132 empresas (3% do total) tem mais de 250 empregados, se bem que estas por si só representem cerca de 42% do volume de negócios total e cerca de 73% do emprego". É ainda destacado nesta análise que "unicamente 27% das empresas tem uma antiguidade em Portugal superior a 20 anos, se bem que
estas empresas 'maduras' representam cerca de 73% da faturação total" das empresas espanholas em Portugal. Uma prova do dinamismo deste fluxo é que "cerca de 35% das empresas tem menos de cinco anos de antiguidade em Portugal e, destas, 6% seriam startups, por terem menos de um ano". "O investimento espanhol é muito significativo em setores como a grande distribuição (20% das empresas e 22% do volume de negócios), industrial (11,5% das empresas e 26% da faturação), serviços empresariais (14 e 7%, respetivamente), pequena distribuição (7 e 16%), energia e meio ambiente (4 e 9%). O setor financeiro representa 5% do número de empresas e concentra 7% do emprego", completa a mesma análise.
Nos últimos anos, Portugal tem sido um dos principais destinos do IDE espanhol, em linha com economias de maior dimensão como a Alemanha ou França, destaca o mesmo relatório. Assim, os últimos dados oficiais referentes ao stock de investimento espanhol em Portugal, referentes a 2019, situavam este valor em 17.010 milhões de euros. Na sua evolução recente, os fluxos
Quanto a futuras oportunidades de integração ibérica para as empresas, a análise começa por destacar a importância das visitas oficiais e do relacionamento institucional entre representantes de ambos os países, com destaque para as cimeiras ibéricas, onde são tratados alguns dos temas mais relevantes de interesse para ambos os países. Por outro lado, existem também oportunidades ao nível do relacionamento privilegiado que cada país mantém, seja com a região latino-americana, seja com os PALOP, "para reforçar a presença das suas empresas e o consequente peso de ambos os países no cenário internacional", conclui a análise feita pela CCILE, uma das entidades presentes em Portugal que mais iniciativas desenvolve em prol das relações ibéricas. Esta associação empresarial conta com cerca de 500 empresas associadas de origem espanhola ou portuguesa e que mantêm fortes relações de âmbito ibérico.
Comércio bilateral dispara em 2021 e 2022 O intercâmbio comercial entre Portugal e Espanha cresceu 40% nos primeiros sete meses deste ano, confirmando a grande interpenetração das duas economias. "O comércio bilateral continua muito potente e criador de riqueza, de emprego e de recuperação econó-
mica depois da pandemia", resumiu a governante espanhola, na mesma sessão de apresentação do estudo da Universidade Nebrija. Um dinamismo que foi sentido também, de algum modo, a nível das exportações de serviços, e não só de bens. Dos dados mais recentes do comércio bilateral, Xiana Méndez destacou, nomeadamente, o facto
de Espanha ser o maior parceiro comercial de Portugal, sendo destino de 25% do total de exportações portuguesas e sendo ainda o principal fornecedor de bens. E, dentro deste mercado, salientam-se as comunidades autónomas da Galiza, Catalunha e Madrid, que absorvem metade das transações (exportações ou importações) rela-
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Fluxos de investimento bruto espanhol em Portugal têm-se mantido "bastante constantes e compensados"
de investimento bruto espanhol em Portugal têm-se mantido "bastante constantes e compensados", como se pode ver nos quadros seguintes, exceto no ano de 2017, período em que se fecharam importantes operações nos setores financeiro e produtivo", revela o mesmo estudo.
Oportunidades para estreitar as relações ibéricas
tivas a Espanha. Já a dependência espanhola de Portugal não é tão grande, sendo este país o terceiro maior cliente dos bens produzidos em Espanha (melhorou, todavia, uma posição no ranking de países clientes) e o quinto fornecedor de âmbito comunitário. "Depois do que aconteceu no ano do grande confinamento, em 2021 as exportações ibéricas de bens, apesar dos picos dos contágios e do choque dos fornecimentos e dos custos energéticos, conseguiram uma rápida e intensa recuperação, com resultados superiores aos conseguidos pela Alemanha, França e Reino Unido, o que manifesta a solidez competitiva dos seus setores exportadores e o facto de a crise não ter danificado as redes de relações internacionais, mas apenas paralisado a sua ampliação. As importações também subiram em 2021, em sintonia com a reativação da procura final", adianta o estudo. A mesma "resiliência" foi sentida a nível do IDE captado, como destacou a governante espanhola. Portugal "é um destino atrativo e relevante para muitos investidores internacionais", mas "ainda mais para as empresas espanholas", não só pela extensa fronteira que compartem, pelas infraestruturas criadas neste mercado, como ainda por ser uma potencial plataforma para outros mercados, como o Brasil ou Angola, enumerou. Por seu lado, também Espanha representa um mercado de valor acrescentado como plataforma de investimento para outras regiões mais longínquas, como o norte de África, alguns países europeus e ainda a América Latina. No encontro, a governante concluiu, assim, que esta integração luso-espanhola tem sido e continuará a ser determinante para o posicionamento de cada um dos países nas cadeias de fornecimento
Foto Sandra Marina Guerreiro
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mais globais e nos mecanismos de relocalização industrial, com destaque para os setores automóvel, de componentes metálicos e alimentação. Esta integração ibérica também ajudou a ultrapassar os grandes constragimentos comerciais mundiais mais recentes, como o Brexit, que está de algum modo ultrapassado com o acordo feito entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido, ou ainda as tensões com a anterior Administração dos EUA. Todavia, como frisou, os dois países ibéricos têm estado em sintonia para que a UE avance também em direção a outros acordos comerciais que poderão ser "muito interessantes" para a Península Ibérica, designadamente com o Chile, o México e o Mercosul. Foi ainda salientado no encontro o impulso que os grandes planos de recuperação e resiliência português (PRR) e espanhol (PRTR) e a sua aposta nas vertentes da digitalização e sustentabilidade, poderão dar para criar novas oportunidades de internacionalização em conjunto para as empresas ibéricas e, nomeadamente, através da sua articulação, para promover a cooperação e o desenvolvimento transfronteiriços. Além de Gonzalo Solana, o estudo foi ainda coordenado por
Rafael Myro, professor catedrático da Universidade Complutense de Madrid, o qual destacou no encontro o facto de tanto Portugal como Espanha terem conseguido em 2012 atingir um superávit da balança comercial, o qual puderam manter, sobretudo Espanha, durante alguns anos. Os produtos-chave deste assinalável desempenho têm sido quatro: os componentes automóveis, a alimentação, a maquinaria mecânica e a química, sendo que Portugal teve em destaque também os têxteis, enquanto para Espanha foram mais os produtos agroalimentares. A acompanhar o bom desempenho das exportações de bens, têm estado também os serviços, que têm tido um crescimento ainda mais acelerado. "Isso não impediu uma diversificação crescente em direção a outros setores" – em Espanha tem crescido a indústria farmacêutica, outros elementos de transporte, ou os têxteis. Em Portugal, aparelhos científicos e técnicos, plásticos, entre muitos outros. "Esta expansão também diversificou os mercados de destino, ainda que a UE continue a ser um mercado central, os dois países têm-se estendido para a Malásia, Indonésia, China, a nível da Ásia, ou para a América Latina ou para África". Os NOVEMBRO DE 2022
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Evolução dos fluxos brutos de investimento de Espanha em Portugal desde 2000
Unidade: milhares de euros Fonte: Datainvest
dois países têm a sua própria estratégia e especialização nestes mercados mais longínquos, mas "poderiam complementar estratégias para continuar a aprofundá-los", incentiva o docente da Universidade Complutense de Madrid. No âmbito dos serviços, o turismo tem sido um motor de dinamismo para ambos os países, que ascenderam a nível mundial, desde 1990, de 22º para 12º maior destino turístico, no caso de Portugal, de acordo com o Fórum Económico Mundial, e Espanha de 15º para primeiro lugar. Além do turismo, Espanha tem crescido muito também e conseguido um superavit nos serviços não turísticos, como os serviços a empresas. "A pandemia não destruiu nenhuma rede comercial relevante dos dois países", pelo que a recuperação de cada um no contexto internacional foi muito rápida, mostrando como as suas bases internacionais são "sólidas", concluiu Rafael Myro. No entanto, a nível produtivo, os dois países ainda estão muito dependentes das cadeias globais de valor chinesas, admitem os responsáveis pelo estudo. IDE com comportamento mais volátil 36 ACT UALIDAD€
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mas também muito inferior ao observado no conjunto da União Europeia". Quanto ao IDE espanhol direcionado a Portugal, o estudo refere que em 2019, Portugal se situava, ao nível do stock de investimento instalado, "na sexta posição entre os destinos de IDE espanhol, à frente de outras economias de muito maior dimensão, como a Alemanha ou a Itália". O estudo adianta que "embora os f luxos líquidos entre os dois países tenham tido em 2020 um curso paralelo ao IDE mundial, com valores menores que no ano anterior, em termos brutos a Espanha intensificou em 2020, de modo notável, os seus investimentos no país vizinho, acabando o ano com valores não muito afastados dos máximos da década. O impacte da crise económica e sanitária foi maior no caso do investimento português em Espanha, que, mesmo com o impulso no terceiro trimestre, registou um significativo retrocesso relativamente aos elevados valores de 2019, um exercício que, por outro lado, é bom não esquecer, marcou um recorde histórico no IDE emitido por Portugal". Ainda assim, o investimento de Espanha em Portugal foi mais intenso sobretudo nos anos 90 e 2000, com a vinda de grandes empresas, sendo que atualmente são essencialmente empresas de menor dimensão que entram em Portugal. Este fenómeno de entrada de empresas de menor dimensão deve ser "potenciado", defendem os mesmos especialistas.
Ao nível do investimento direto estrangeiro (IDE), os especialistas salientam que os dados são mais voláteis, de ano para ano, e mesmo consoante as fontes (ver quadros na pág. 38). Embora o estudo aponte para que Espanha tenha mantido o nível de IDE captado em 2020 face ao ano anterior ("colocando o país entre os sete principais recetores de IDE na Europa"), os responsáveis pelo estudo avançam que há conclusões divergentes quando se usam, por exemplo, os dados da OCDE. Estes dados apontam para discrepâncias nos valores e para uma descida na captação de IDE por parte de Portugal e de Espanha, em 2020, tal como ocorrido em muitos outros países. Um dos pontos em questão quanto às divergências detetadas, neste último país, por exemplo, tem a ver com o facto de se se analisarem os dados de Espanha como país último de destino ou como país intermédio de destino do IDE, sendo que neste último caso, baixa IDE bilateral: principais projetos muito o volume do IDE recebido e setores por Espanha. “Portugal, apesar de ser um país Também Portugal fechou 2020 relativamente pequeno, é o seguncom "uma severa quebra (48%) do que mais filiais de empresas do volume de f luxos líquidos espanholas concentra, praticamenrecebidos. Uma descida notável, te ao mesmo nível que o Reino
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Unido”, de acordo com o estudo “Internacionalização ibérica-Espanha e Portugal no mundo 2021”. Tal como se pode ler no documento, das 6.984 filiais de empresas espanholas no estrangeiro nos setores industriais, comércio e outros serviços de mercado não financeiro registadas em 2019 pelo INE, cerca de 11% concentram-se em Portugal (766 filiais), à frente do México (8,3%), França (7,2%) ou Estados Unidos (6,5%), economias que, em teoria, pela sua dimensão, deveriam exercer uma maior atração gravítica sobre elas. As filiais espanholas em Portugal empregam um total de 39.955 pessoas só em território luso. Nos últimos anos, registou-se um aumento do investimento espanhol em Portugal que se mede através dos projetos greenfield , aqueles que partem de zero, que existem somente no papel e estão em fase de planeamento. Entre 2017 e 2021 registaram-se 182 projetos, praticamente metade de todos os contabilizados no período 20032021, com um investimento associado de 5.281 milhões de dólares e a geração de 15.433 empregos (3.087 ao ano). “Uma percentagem significativa dos projetos registados desde 2003 corresponde a atividades de venda de retalho, seguidas em número pelos serviços empresariais, construções, atividades de venda, marketing e suporte logístico e distribuição”, explica o relatório. Os destinos preferenciais dos investimentos greenfield espanhóis foram Lisboa, Porto, Faro, Braga e Setúbal. Se olhamos para as empresas portugueses, Espanha é o seu mercado natural para a internacionalização. “As empresas portuguesas, especialmente no setor energético, comércio, logístico e distribuição e, em menor grau, construção, alimentação ou produtos transformados, têm encontrado em Espanha
um mercado amplo, aberto e segu- grande parte do investimento em ro”, indica o texto. Espanha foi nos serviços de comérPortugal situa-se como o oitavo cio grossista, onde se destacam país europeu quanto ao número os realizados pela Worten, Sonae, de filiais em Espanha e nono Parfois e Salsa. no conjunto geral, posição que En relação aos serviços empresatem mantido nos últimos anos. As riais, produção industrial, logísfiliais portuguesas são responsá- tica e distribuição, destacam-se veis por 22.241 empregos diretos companhias como a Sonae Arauco, e por 13.963 milhões de euros de a Luís Simões e a CTT-Express. E volume de negócios. A região de se bem que nos últimos cinco anos Madrid é onde se concentram o não se registaram projetos nas atimaior número destas companhias, vidades de construção, estas conseguida de Galiza, Catalunha e tinuam a ser representativas, especialmente na criação de emprego. “Em volume de investimento, o destaque vai para as atividades As exportações de energia, que, nos últimos anos, ibéricas no seu voltaram a ganhar protagonismo, através da EDP e da Galp”, adianconjunto tiveram, ta o mesmo estudo.
em 2021, um impulso superior aos conseguidos pela Alemanha, França e Reino Unido
Andaluzia. “Destaque para empresas de comércio grossista, energia e atividades imobiliárias. Ainda que não se destaquem em número, é significativa, em contrapartida, a contribuição, em termos de emprego, do comércio de retalho e serviços de alimentação e bebidas”, explica o informe. Entre 2003 e 2021, registaram-se 201 projetos de investimento greenfield de 86 empresas portuguesas, em Espanha, com um investimento associado de 9.535 milhões de dólares. Representa uma média de 10,5 projetos ao ano. Em 2021, foram 15, atingindo o máximo de investimento anunciado: 2.967 milhões de euros. Entre eles estão projetos energéticos na Galiza, Andaluzia e Astúrias. Tal como recolhe o documento,
As cadeias globais de valor As cadeias globais de valor são o conjunto de atividades necessárias desde a conceção do produto até à sua chegada ao consumidor final, tales como design, produção, marketing, distribuição e assistência. São realizadas individualmente ou em conjunto, por diversas firmas. O estudo elaborado pela Universidade Nebrija refere que “um dos fenómenos que mais tem afetado a evolução recente das trocas comerciais internacionais, também na Península Ibérica, é a construção de grandes cadeias globais de valor, que favorecem a internacionalização das empresas, ao permitir-lhes a especialização em partes e componentes dos produtos”. Se falamos da inserção ibérica nas cadeias globais de valor, encontramos um crescente conteúdo importado nas suas exportações (participação backward ) e uma progressiva oferta de bens e serviços intermédios dirigidos a outros países para sua transformação e exportação posterior (participação forward). O documento destaca três caracteNOVEMBRO DE 2022
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grande tema gran tema rísticas na integração ibérica nestas cadeias. Por um lado, “Espanha e Portugal importam inputs da Europa, fundamentalmente. Ambos os países possuem uma especial interação produtiva e comercial com a Alemanha, França, Itália e Reino Unido”. Com todos eles, mostram um enviesamento no sentido da participação backward, mais intenso em Portugal, que indica um posicionamento na cadeia global de valor que corresponde às vantagens comparativas do mercado europeu. Por outro lado, “os dois países partilham com o resto das economias desenvolvidas uma tendência a fornecer-se a partir da China e outros países com baixos custos laborais”. Desta forma deslocaram compras provindas de outros países europeus para estes de baixo custo. E em terceiro lugar “reveste particular relevância o grau de integração produtiva e comercial entre os dois países que constituem a periferia ibérica”. Segundo a informação recolhida no estudo, Espanha é o parceiro comercial prioritário de Portugal nas cadeias globais de valor, quer na sua faceta de fornecedor de inputs intermédios que se incorporam nas exportações lusas, quer como recetor da produção intermédia portuguesa destinada a integrar as exportações espanholas. Se bem que a posição de Portugal nas cadeias globais de valor espanholas não é tão proeminente entre as criadoras de valor acrescentado, “ainda é o terceiro país de destino do valor acrescentado espanhol incorporado nas suas exportações, depois da Alemanha e da França”. E assinala como o mais importante a capacidade demostrada por ambas as economias para intensificar o seu grau de integração produtiva e comercial, “manifestando a força das redes de produção ibéricas num contexto de progressiva globalização e reorganização das cadeias globais de valor em direção à Ásia”. 38 ACT UALIDAD€
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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Uría Menéndez-Proença de Carvalho e Uría Menéndez premiadas nos “ITR EMEA Tax Awards 2022”
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Uría Menéndez - Proença de Carvalho conquistou o prémio de “Melhor escritório em impostos indiretos em Portugal” (Portugal Indirect Tax Firm of the Year). Também estava nomeado nas categorias de “Melhor escritório fiscal do ano em Portugal” e “Melhor escritório em preços de transferência em Portugal”. Por outro lado, pelo terceiro ano consecutivo, a Uría Menéndez foi galardoada como “Melhor escritório fiscal do ano em Espanha” (Spain Tax Firm of the Year) na edição de 2022 dos EMEA Tax Awards organizados pela prestigiada publicação britânica International Tax Review (ITR). De igual forma, o Escritório foi finalista nas categorias de “Melhor escritório em litígios tributários em Espanha” e “Melhor escritório em impostos indiretos em Espanha”. Os sócios Marta Pontes e Victor Viana foram os representantes de ambos os
escritórios na cerimónia de entrega dos prémios (na foto), “em reconhecimento da força e liderança do escritório em matéria fiscal, tanto em Portugal como Espanha”, adianta a sociedade luso-espanhola. A “International Tax Review” é uma das publicações internacionais mais lidas e mais respeitadas em matéria fiscal. Para a concessão dos prémios, a equipa editorial valoriza especialmente a dimensão da prática em direito tributário, assim como a complexidade e inovação das operações apresentadas.
A Uría Menéndez é uma “sociedade líder no mercado ibero-americano, com presença em 12 cidades da Europa e América”. Fundada em 1946, conta atualmente “com mais de 600 advogados, que prestam assessoria de alto valor acrescentado em todas as áreas do direito dos negócios português, espanhol e da União Europeia”, esclarece a sociedade de advocacia.
PLMJ lidera ranking de assessoria a negócios de fusões e aquisições
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PLMJ foi a sociedade de advogados que obteve um maior volume de negócios com operações de fusão e aquisição, venture capital, private equity e asset acquisition, em Portugal, nos primeiros nove meses do ano. De acordo com o relatório do “TTR -Transactional Track Record”, o ranking de assessoria financeira e jurídica a este tipo de operações no mercado nacional, neste período, foi encabeçado pela PLMJ, que obteve mais de 1,737 milhões de euros de faturação. Este volume de negócios foi alcançado com a assessoria jurídica a 20 operações de M&A, no período em análise. A segunda sociedade de advogados que mais faturou com a assessoria a este tipo de operações foi a Linklaters Portugal, cujos serviços renderam 1,45 milhões de euros, também nos primeiros nove meses do ano. Esta
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faturação foi obtida com a assessoria a quatro transações. No ranking do “TTR”, a Garrigues Portugal surge em terceiro lugar, com quase 1,4 milhões de euros faturados nesta área, entre janeiro e setembro de 2022. Este volume corresponde a 24 transações. O mercado transacional português registou, nos primeiros nove meses de 2022, 328 operações de M&A, envolvendo um valor total de cerca de 8.723 milhões de euros. Só no terceiro trimestre, os dados incorporaram uma queda de 22% em termos do número de operações anunciadas/ concretizadas e de 46% no capital mobilizado, de acordo com o mais recente relatório do “TTR”, elaborado em colaboração com o Intralinks. No âmbito cross-border , quanto ao número de transações, Espanha foi o país que mais investiu em Portugal,
neste período, contabilizando 28 operações, com um valor global de 1.179 milhões de euros. Por seu lado, também as empresas portuguesas escolheram Espanha como principal destino de investimento, com 14 transações, correspondentes a mais de 252 milhões de euros. Quanto ao caso particular do mercado de private equity, foram realizadas, entre janeiro e setembro de 2022, 30 transações, correspondentes a um total de 2.800 milhões de euros. Houve, assim, um aumento de 4% face ao valor apurado nos primeiros nove meses de 2021. Em venture capital, foram realizadas 62 rondas de investimento – num total de 714 milhões de euros. No segmento de asset acquisitions, foram registadas 86 transações, com um valor de 2.534 milhões de euros, acrescenta a mesma fonte.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
14 Sports Law promove inclusão de mulheres no direito do desporto A 14 Sports Law, um dos escritórios de referência de direito desportivo em Portugal, lançou recentemente uma iniciativa para promover uma maior inclusão de mulheres na indústria do direito desportivo. Assim, o prémio “The KnockOut: 14 Sports Law Award for Women”, lançado por este escritório, tem como objetivo dar a oportunidade a uma recém-licenciada em direito de
“conhecer de perto o trabalho na área do direito desportivo”, pode ler-se no comunicado da 14 Sports Law. A vencedora deste prémio irá receber um prémio monetário de mil euros, um estágio de três meses na 14 Sports Law e uma formação em Direito Desportivo na Leadership Woman Football Academy. “O prémio Knock-Out for Women in Sports Law é um contributo importante para
Em trânsito:
» A sociedade CRS Advogados acaba de integrar duas novas advogadas associadas: Susana Christina Vickers e Manuela Morgado Bule (ambas na foto). Susana Vickers, que estará no escritório no Algarve, possui dupla nacionalidade, portuguesa e inglesa. Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, onde concluiu o mestrado em Direito Forense e Arbitragem. Tem experiência como advogada nas áreas de Imobiliário e Imigração pela ABV Advogados e realizou o estágio no Centro de Arbitragem Comercial, durante o qual acompanhou alguns processos de arbitragem. Por sua vez, Manuela Bule, que estará no escritório em Lisboa, formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e tem uma pós-graduação em Direito Penal Económico e Europeu. Transita dos CTT – Correios de Portugal como advogada. Foi também advogada nas sociedades Martins Alfaro, Rui Teixeira & Advogados e F. Castelo Branco & Associados. Fez os estágios na PLMJ – Sociedade de Advogados A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados.
aumentar o conhecimento das oportunidades de carreira que existem no meio do direito desportivo. Queremos abrir a porta a cada vez mais mulheres juristas que se interessem por desporto e que podem ter, com este prémio, oportunidade de iniciar uma carreira de sucesso nesta indústria tão apaixonante como desafiante”, destaca Matilde Costa Dias, advogada de Desporto na 14 Sports Law.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
to com a contratação de duas novas associadas: Margarida Amador e Nádia de Sousa Alves. Licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e com um mestrado em Direito e Prática Jurídica, com especialidade em Direito das Empresas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Margarida Amador irá reforçar a equipa de Lisboa daquele escritório. Por outro lado, o escritório do Porto passará a contar com Nádia de Sousa Alves, licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, e mestre em Direito Privado, pela Escola de Direito do Porto da Universidade Católica Portuguesa. Depois da conclusão do seu estágio na Gama Lobo Xavier, Luís Teixeira e Melo & Associados fará agora parte da equipa da Vaz Mendes & Associados.
» A Pares Advogados reforçou as suas áreas de contencioso e direito da família, com a integração de Sofia Casaleiro Paixão. A advogada transita da Lopes Barata & Associados, onde exerceu atividade nos últimos dois anos. Sofia Casaleiro Paixão iniciou o seu percurso profissional em 2015, na Mathiotte, Pinto dos Santos & Associados. A sua atividade tem-se centrado sobretudo nas áreas do contencioso (civil, comercial, contraor» A sociedade de advogados Vaz Mendes & Asso- denacional e criminal) e do direito da família e ciados reforçou a sua equipa de Lisboa e do Por- menores. novembro de 2022
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setor imobiliário
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Rendas começam a descer e aproximam-se de valores registados no início do ano O valor da renda média, em Portugal, diminuiu 15,4% em setembro, fixando-se agora em 1.194 euros, um valor mais próximo dos registados no final do primeiro trimestre. Ainda assim, os valores estão 18,7% mais altos do que no mesmo período de 2021. Os dados resultam de um recente estudo divulgado pelo Imovirtual, portal de referência do mercado imobiliário nacional, o qual se baseia em dados disponíveis naquela plataforma e que analisa a evolução dos preços médios anunciados de venda e arrendamento em Portugal. Os dados agora partilhados referem-se ao comparativo entre
agosto e setembro deste ano e ainda comparando com o período homólogo (setembro) do ano passado. “A descida do valor médio de arrendamento é uma adaptação e ajuste do mercado, que permanece dinâmico e com elevada procura, mas que pode estar a sentir mais dificuldades de sucesso com a diminuição do poder económico devido à inflação que também se sente em outras áreas. No entanto, com o aumento das taxas de juro, é expectável que os senhorios acabem por ter de aumentar as rendas, para fazer face às suas prestações mensais aos bancos”, pondera Ricardo Feferbaum, diretor-geral do Imovirtual.
“Adicionalmente, o final da época alta e de arrendamento de casas de férias, que baixa a competitividade dos preços, pode ter causado a diminuição dos valores em Faro, que tem estado entre os distritos mais caros para arrendar. Da mesma forma, a dinâmica de procura em cidades como Évora e Portalegre, onde existem universidades, terá feito aumentar os valores nestes locais”. Efetivamente, Portalegre (+12,9%) e Évora (+3,5%) são os únicos distritos que registam um aumento da renda média, com os restantes distritos nacionais a verificarem valores de renda mais baixos em setembro, em relação a agosto.
Bonjardim já garantiu venda de 80% dos apartamentos A
comercialização da componente residencial do empreendimento Bonjardim, na Baixa do Porto, decorre a bom ritmo e entra na sua reta final com a abertura de um novo stand de vendas no local. Sete meses após o arranque do processo de vendas, num co-exclusivo a cargo da JLL, Predibisa e Luximos Christie’s International Real Estate, estão já vendidos 80% dos 93 apartamentos deste condomínio. Rodeado pela Rua do Bonjardim, Rua Formosa e Rua Sá da Bandeira, a poucos passos do renovado Mercado do Bolhão e dos Aliados, o Bonjardim é o projeto que está a reabilitar o emblemático quarteirão de D. João I. Tratase de um investimento global superior a 60 milhões de euros promovido pela Avenue e conjuga habitação, comércio e uma unidade hoteleira, contemplando ainda uma praça central com cerca de 2.500 metros quadrados, que vai abrir-se à fruição pública da cidade. A componente residencial do Bonjardim integra 93 apartamentos T0 a T4 distribuídos entre cinco e
sete pisos, com áreas entre 35 e 192 metros quadrados. Os apartamentos incluem estacionamento, varandas e terraços e, em alguns casos, têm jacuzzi ou piscina privativa. Além desta oferta, a componente residencial vai ainda integrar uma parte de “branded residences”, a ser desenvolvida pelo parceiro que explorará a unidade hoteleira, a qual terá a classificação de quatro estrelas e um total de cerca de 280 quartos. O projeto inclui também uma área comercial, num total de 16 lojas distribuídas em torno da praça central e com entrada pelas ruas adjacentes, que vai contar com zonas ajardinadas, esplanadas, cafés, restaurantes e outro tipo de comércio, pretendendo afirmar-se como uma nova centralidade na cidade. No total, o Bonjardim tem cerca de 28 mil metros quadrados de área de construção acima do solo, dos quais 13.250 metros quadrados dizem
respeito à componente habitacional (17% desta área destina-se a co-living) e 11.200 metros quadrados à unidade hoteleira. O empreendimento conta ainda com estacionamento coberto, dividido em três pisos subterrâneos, com capacidade para 499 lugares de estacionamento. O Bonjardim nasce em plena Baixa do Porto, “no epicentro da vida urbana, social e cultural da cidade, mas ao mesmo tempo proporcionando aos seus residentes a tranquilidade e a privacidade de um condomínio de elevada qualidade”, adiantam os seus promotores.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR
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STARTUPS E CAPITAL DE RISCO
STARTUPS E CAPITAL DE RISCO
Portugal Ventures investe na Fraudio, miio, WalliD, footAR, C-mo, Pruvo e Spinach Tours P ara reforçar o portefólio nas áreas de digital & tecnologia, tecnologias da saúde e turismo, a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do grupo Banco Português de Fomento, anunciou um investimento de cinco milhões de euros em sete startups. Fraudio, miio, WalliD, footAR, C-mo, Pruvo e Spinach Tours são as contempladas. Em 2022, a Portugal Ventures investiu em 11 novas empresas, num total de 6,3 milhões de euros, informa a AICEP. Rui Ferreira, presidente da Portugal Ventures, assinala que este investimento elege “empresas que desenvolvem soluções em setores estratégicos como é o caso da sustentabilidade, saúde, identidade digital e turismo e que estão num estágio de crescimento do seu negócio e reconhecimento no mercado nacional e internacional.” A Fraudio propõe uma solução inovadora na área do combate à fraude nos pagamentos e crimes eletrónicos, apoiada por algoritmos de inteligência artificial. A
empresa está sediada em Amesterdão. O investimento irá permitir à Fraudio reforçar a presença em Portugal e alavancar as áreas de vendas, marketing e I&D. A miio apresenta uma app para utilizador de veículos elétricos, permitindo-lhes escolher o local e as melhores soluções de carregamento para o veículo, comparando preços. O investimento visa formar recursos humanos e acelerar a internacionalização para Espanha e França. A WalliD criou um kit de ferramentas de identidade que conecta protocolos de Identidade Digital com aplicações online. O investimento visa continuar a desenvolver o produto para aumentar a rede integrações com redes e protocolos de identidade digital. A C-mo Medical Solutions desenvolve soluções para o diagnóstico e gestão de doenças respiratórias e pretende resolver a necessidade médica associada à gestão da tosse crónica, um sintoma que afeta 400 milhões de adultos no mundo. Esta ronda de investimento
destina-se a potenciar a tecnologia no mercado Europeu e Norte Americano, bem como expandir o portefólio de soluções. A startup madeirense FootAR desenvolve uma plataforma de realidade aumentada, imersiva, que replica um estádio de futebol virtual, com disponibilização, em tempo real, de dados e estatísticas sobre jogadores, clubes e campeonatos. Com este investimento, a empresa propõe-se a finalizar o protótipo e desenvolver integrações para atuais e novos clientes, alavancar a empresa para uma expansão internacional e captação de novas rondas de investimento. Na área do turismo, a Portugal Ventures investiu na israelita Pruvo, que detém uma solução baseada em Inteligência Artificial que permite às agências de viagens e aos viajantes beneficiarem da flutuação de preços nas reservas de hotéis, conseguindo os mesmos remarcar a reserva do quarto ao preço mais baixo, caso se verifique uma variação entre a data da reserva e o dia do check-in.
Iberis entra no capital da Carmo Wood
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gestora de fundos de private equity e Iberis Capital passou a deter, em conjunto com um co-investidor, 20% do capital da empresa Carmo Wood, empresa líder europeia no segmento das madeiras tratadas. Os restantes 80% mantêm-se nas mãos da família Milne e Carmo, fundadora da empresa. O reforço de capital visa a expansão através de “novas aquisições que permitam acelerar o crescimento sustentado da empresa”, 44 ACT UALIDAD€
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bem como a dinamização da internacionalização. A Carmo Wood exporta para 40 países e estima alcançar os cem milhões de euros em faturação este ano, “o que representa um crescimento homólogo de 15%”. A empresa contou também com um investimento adicional de quatro milhões de euros, alavancado no Fundo Bluetech, gerido pela Iberis Capital, que visa reforçar a aposta em I&D. Luís Quaresma, sócio da Iberis Capital, sublinha que “a Carmo Wood é a maior empresa europeia em soluções de exterior e de interior de madeira tratada”. Em conjunto com os novos acionistas, a Iberis pretende “reforçar a posição de líder (da Carmo Wood) nos 40 mercados em que opera e conquistar novas geografias, um trabalho alavancado na estratégia da atual gestão, liderada por Jorge Milne e Carmo”.
O reforço de investimento permitirá também a implementação de um novo sistema de Governance, desenhado de acordo com as melhores práticas e que alinha os acionistas, a gestão e os restantes stakeholders para o desenvolvimento futuro da Carmo Wood. A Carmo Wood emprega 400 colaboradores e tem quatro unidades fabris em Pegões, Almeirim e Oliveira de Frades. Entre outras obras, a empresa produziu e trabalhou a madeira utilizada nos Passadiços do Paiva, na Ponte Pedonal da Calçada de Carriche e nos escritórios flutuantes no Porto de Bordéus. Fundada em 2017, a Iberis Capital é sediada em Lisboa e gere 300 milhões de euros de ativos. Com uma base composta por mais de 700 investidores, a gestoras de fundos aposta sobretudo em Mid Market, Venture Capital e Yielding Investments.
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Fundadores da Coverflex vencem Prémio João Vasconcelos - Empreendedor do Ano 2022 M iguel Santo Amaro, Rui Carvalho, Tiago Fernandes, Luís Rocha e Nuno Pinto, fundadores da Coverflex, venceram a quarta edição do prémio João Vasconcelos - Empreendedor do Ano, nos Entrepreneurship Awards, evento promovido na última semana de setembro pela Startup Lisboa em parceria com a Google for Startups e que visa reconhecer o trabalho desenvolvido pelos empreendedores ao longo do último ano. O prémio, no valor de 10 mil euros, foi entregue por Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Bernardo Correia, country manager da Google Portugal, aos fundadores da plataforma de soluções de compensação flexível, que agrega diferentes benefícios para trabalhadores e que já fornece soluções para mais de três mil empresas. O Prémio João Vasconcelos - Empreendedor do Ano contou com seis finalistas. Além da Coverflex, também a Pleez, a RealFevr, a sheerMe, a Zomato Portugal e a Utrust, tiveram oportunidade de apresentar “os seus percursos e mostraram como têm contribuído para a comunidade e para os negócios que representam”, explica o comunicado da Startup Lisboa.
A iniciativa distinguiu também a AssetFloow, eleita como Startup Mais Promissora da Startup Lisboa ao ser a vencedora do Demo Day, um prémio no valor de cinco mil euros. No “Demo day”, participaram 15 startups: Alice Camera, AssetFloow, breathing.ai, Crowdclass, Flair, Inductiva, Interface, Intuitivo, KIT-AR, Oligo, The Newsroom, Tokapi, UnicornConnect, Unlockit e WingDriver), que subiram a palco para mostrar as suas soluções. Fred Antunes, CEO da RealFevr, ganhou
o prémio de Melhor Pitch de entre as apresentações com os seis finalistas do galardão, num valor de 2.500 euros, entregues a uma iniciativa de caridade. No evento, a Google for Startup patrocinou uma conversa intitulada de “Path to Sucess” (o caminho para o sucesso), que contou com a participação da Remote, Casafari, Unbabel e Feedzai, e outra com o mote “Stronger Together. Choosing the Right Partner” (Fortes juntos. Escolher o melhor parceiro) com a Bizay/360imprimir e a Leadzai (antiga Advertio).
Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
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Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
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Países ibéricos devem atrair em conjunto novos investimentos globais
As relações ibéricas “têm ainda muito potencial”, nomeadamente a nível da integração em cadeias de valor globais, ou mesmo para atrair novos projetos de investimento, considerou Xiana Méndez, secretária de Estado de Comércio de Espanha, num recente almoço de empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e que decorreu em Lisboa. A governante incentivou, assim, as empresas presentes no evento a apostar no mercado vizinho e a aproveitar os fundos comunitários para se tornarem mais competitivas internacionalmente.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
s dois países ibéricos beneficiam de “boas relações” a nível institucional e empresarial, e, em conjunto, podem potenciar ainda mais a criação de valor, integradas em cadeias regionais, ibéricas ou globais, incentivou Xiana Méndez, secretária de Estado do Comércio de Espanha, no seu discurso durante o almoço de empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), e que se realizou no passado dia 13 de outubro, em Lisboa. Após destacar que “as excelentes relações ibéricas têm ainda muito potencial”, a governante referiu mesmo que
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os bons dados do comércio bilateral e de investimento dos dois países acabam por contrastar com a situação do resto da Europa ou a nível mundial, afetados por vários riscos e constrangimentos, como a atual guerra na Ucrânia. Antes destes desafios, as economias europeias tinham já enfrentado outros, como as tensões comerciais com a anterior Administração norte-americana e ainda os efeitos do Brexit. Deste modo, o contexto ibérico pode ser dado como um exemplo de “resiliência” para o “nosso setor exportador”, enquadrou a governante espanhola. “As relações bilaterais de Portugal e Espa-
nha são excelentes”, com cooperação em várias áreas, incluindo a institucional, onde pontuam as cimeiras luso-espanholas– com a próxima a realizar-se esta semana em Viana do Castelo–, como adiantou a governante espanhola no evento de Lisboa. Comércio bilateral continua a crescer, mesmo descontando o efeito da inflação Apesar do relacionamento comercial entre os dois países ibéricos ter sofrido na pandemia, com as quebras acentuadas sentidas por alguns setores económicos, após a pandemia, as relações
eventos
comerciais bilaterais reforçaram-se bastante, quer em 2021 quer já no corrente Os setores do lítio ano, adiantou Xiana Méndez. e do automóvel são Neste âmbito, frisou que Portugal é um parceiro-chave de Espanha, sendo alguns exemplos já o terceiro destino das exportações onde os governos de espanholas, depois de França e Alemanha. Por outro lado, é o quinto maior Portugal e Espanha fornecedor de Espanha entre os países esperam que venham da União Europeia (UE). Já do lado português, Espanha corresa surgir projetos ponde ao primeiro cliente, ao aglutinar de colaboração mais de 21% das exportações portuguesas. Em termos de importações, Espaempresarial nha é também o maior fornecedor de de âmbito ibérico Portugal, responsável por cerca de um terço das suas compras ao exterior. No conjunto do comércio bilateral, aumento, mesmo descontando o efeito entre janeiro e julho de 2022, os fluxos da inflação, já que também em volume comerciais cresceram 39% face ao mes- se registou uma subida, como realçou mo período de 2019, ou seja, compara- Xiana Méndez. tivamente com o período pré-pandemia. A governante destacou ainda o facto Um crescimento assinalável, que traduz destes serem dois mercados não muito não só a recuperação da atividade bila- populosos, o que faz realçar ainda mais teral, como incorpora um importante o peso e a “qualidade e solidez deste
eventos
relacionamento comercial”. Efetivamente, o mercado português– com pouco mais de 10 milhões de habitantes– comprou a Espanha bens no valor de cerca de 22 mil milhões de euros em 2019, valor que passou a 24.871 milhões em 2021, e que este ano deverá ser ainda superior, frisou a governante socialista. Estes valores são superiores às compras efetuadas a Espanha, por exemplo, pelo Reino Unido, o qual tem todavia uma população muito superior, de cerca de 67 milhões de habitantes, completou. O mesmo comparando com França, para onde as exportações espanholas são o dobro das realizadas para Portugal, mas que tem uma população seis vezes maior que a portuguesa, exemplificou ainda. O mesmo tipo de comparação relativa pode ser realizado do lado português, o que realça muito a interpenetração das duas economias, adiantou no mesmo almoço. Também ao nível dos serviços, o in-
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eventos eventos
tercâmbio comercial ibérico é relevante. Portugal absorve 4% dos serviços exportados por Espanha e exporta para Espanha 3% dos serviços importados por este país. A governante aproveitou para assinalar e reconhecer a atividade desempenhada pelas empresas presentes em prol deste comércio, sobretudo no atual contexto internacional. E assinalou que as cerca de 2.400 empresas dominadas por capitais espanhóis que estão presentes em Portugal, com investimentos estáveis, dão emprego a mais de cem mil pessoas. Esta dinâmica continua a desenvolver-se e registam-se mesmo, recentemente, novas entradas de empresas espanholas no mercado português, nomeadamente de pequena dimensão, comentou ainda Xiana Méndez. E o mesmo se passa no universo empresarial português, com muitas PME a avançar para processos de internacionalização para o mercado vizinho. São formas de iniciar a internacionalização para um mercado vizinho ou próximo e seguro, justificou. 48 ACT UALIDAD€
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Passando do plano do comércio ao investimento direto estrangeiro (IDE), a evolução foi idêntica. Assim, Portugal foi ocupando, nos últimos anos, o quinto ou sexto lugar ao nível do stock de investimento espanhol, estando em recuperação face à queda de 2020. De assinalar ainda a diversificação deste investimento em termos de setores, adiantou Xiana Méndez. Do lado contrário, o IDE português em Espanha também foi relevante, com cerca de 12 mil milhões de euros em 2020, valor que poderá aumentar no futuro. Quanto ao comércio transfronteiriço entre Espanha e Portugal, também tem aumentado e poderá ser incentivado com os investimentos no âmbito do PRR e do PRTR, valorizando desde as infraestruturas, a fomentar iniciativas empresariais ou a fixação demográfica nessas regiões.
câmaras de comércio hispânicas, defendeu no evento que as relações entre as diversas câmaras localizadas em Espanha e no resto do mundo sejam frequentes e, se possível, sistemáticas. “A Secretaria de Estado do Comércio espanhola confia na enorme capacidade das câmaras de comércio e indústria– através da sua capilaridade– para a identificação de projetos de colaboração” entre instituições oficiais e mesmo entre empresas. Esta iniciativa pode ser importante e a Secretaria de Estado do Comércio está disponível para ajudar as empresas que a ela recorram, adiantou Xiana Méndez à plateia de cerca de 150 empresários e gestores portugueses e espanhóis presentes no evento. “Os dois países são atrativos para o investimento em geral e têm, pela frente, essa agenda interessantíssima dos planos de recuperação” e resiliência que cada um vai implementar de acordo com o Papel das câmaras de comércio e aprovado por Bruxelas. Os planos, que assentam em eixos como a coesão social indústria Xiana Méndez, que tutela a área das e territorial e a igualdade de género e,
eventos
sobretudo, nos eixos da sustentabilidade e digitalização, que, sublinha, são fundamentais para contribuir para relançar a competitividade das empresas portuguesas e espanholas, destacou Xiana Méndez. Entretanto, a operacionalização dos planos, nomeadamente em setores-chave industriais, deverá passar por algum alinhamento e conversações entre os dois governos, adianta a mesma responsável. Os setores do lítio e do automóvel são alguns exemplos onde os governos de Portugal e Espanha esperam que “venham a surgir projetos de colaboração que irão favorecer a integração ibérica”, realçou a governante. Quanto ao papel das câmaras hispânicas no exterior, Xiana Méndez destaca o programa de digitalização das câmaras previsto no âmbito do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência
(PRTR) espanhol e fundos NextGeneration da UE, que pode ajudar nas ações de informatização e digitalização de entidades como a CCILE. E realçou ainda o empenho da CCILE no apoio às mais diversas empresas, independentemente da sua dimensão ou setor, o que tem contribuído para aproximar as relações económicas entre os dois países, como sublinhou no mesmo evento, e tal como foi frisado também pela embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos. De frisar que a governante tinha estado, minutos antes, numa sessão de apresentação do estudo “Internacionalização Ibérica-Espanha e Portugal no mundo 2021”, organizado pela Universidade Nebrija (ver págs. 32-38 nesta edição). Também Miguel Seco realçou, no
eventos
mesmo evento, o “excecional momento das relações económicas entre Portugal e Espanha”, que se traduzem num crescimento do comércio bilateral “superior a 25%”, no final do primeiro semestre deste ano face ao mesmo período de 2021. Tratam-se de “valores recordes e que catapultaram Portugal para terceiro lugar entre os países clientes do mercado espanhol, ultrapassando a Itália, adiantou o responsável. Por outro lado, Miguel Seco incentivou os empresários portugueses a encarar o seu investimento de forma regional, ou seja, procurando as melhores comunidades autónomas espanholas para escoarem os seus produtos, Para já, as comunidades de Madrid, Catalunha e Galiza são as três que absorvem a maioria do comércio bilateral entre os dois países, precisou. PUB
Patrocínios:
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eventos eventos
Vinhos ibéricos superam qualidade de anos anteriores No balanço do “XVII Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura espanhola”, o júri do
concurso sublinhou a “excelente qualidade” dos vinhos a concurso, cuja entrega de diplomas aos premiados decorreu no passado dia 20, em Lisboa. Este ano, mais uma vez, a generalidade das adegas participantes superou, assim, as expetativas em relação à qualidade dos vinhos apresentados.
F
Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
oram perto de 120 os vinhos da região da Extremadura espanhola e do Alentejo que este ano concorreram aos prémios Arabel, atribuídos no âmbito do “XVII Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura espanhola”, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE) e pela Extremadura Avante (organismo pertencente à Junta da Extremadura, de Espanha). Na 17ª edição do concurso, que se realizou no mês passado, as 29 adegas participantes– 18 extremenhas e 11 alentejanas– mostraram mais uma vez como é que estes produtores independentes têm procurado melhorar a sua produção e afirmar as suas marcas, nacional e internacionalmente.
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No passado dia 20, foram entregues os diplomas aos representantes dos 51 vinhos premiados no con-
curso deste ano, cuja prova “cega” tinha decorrido nos dias 11 e 12 de outubro. E como frisou Pedro Cotil-
eventos
la, um dos provadores habituais do concurso, a edição deste ano ficou marcada pela “excelente qualidade” global dos vinhos apresentados, tanto da parte extremenha como alentejana. O provador considerou mesmo que estas adegas estarão, assim, aptas para fazerem uma boa promoção e ter sucesso junto dos consumidores com os seus produtos, os quais concorreram em sete categorias: brancos jovens, brancos maduros, tintos jovens, tintos 2020/2021 com madeira, tintos de reserva, rosés (rosados) e espumantes. Este ano, a prova “cega” (foto em baixo, à esq.) realizou-se em moldes diferentes das edições anteriores, desde logo por não terem sido identificadas sequer a origem dos vinhos no momento em que os provadores começam os testes (sem distinção de se tratrem de vinhos portugueses ou espanhóis). No final, os três elemen-
tos do júri manifestaram-se “bastante surpreendidos e agradados com os resultados, que foram muito equilibrados, em qualquer das categorias”, destacou Pedro Cotilla no encontro de entrega dos prémios (fotos nestas págs.) aos 51 vinhos premiados (mais de um terço dos vinhos participantes), “A avaliação geral é de um alto nível, já que as diferentes categorias deram resultados bastante altos em termos de pontuação. Isto indica o profissionalismo e o cuidado que têm as adegas quer alentejanas quer extremenhas na elaboração dos vinhos”, salientou à “Actualidad€” outro dos provadores, Luis Buitrón Barrios. Quanto à evolução de cada região, sublinhou a “melhoria da qualidade dos vinhos, sobretudo dos extremenhos” face a anos anteriores. Mas realçou que cada região “com as suas diferenças, tanto geográficas como de variedades, demonstraram ter vinhos
eventos
de muito alto nível. Destacaria, sobre as restantes categorias, a dos vinhos de reserva ou envelhecimento, onde a qualidade dos que foram provados foi altíssima”, destacou o mesmo responsável, que é ainda presidente da Federação Espanhola de Enologia. Recomenda, assim, a estes pequenos produtores que “prossigam com este processo de inovação e modernidade, tanto na vinha plantada como na adega, para continuarem a elevar o nível dos vinhos elaborados”. Quase 120 vinhos provados em dois dias
“Este tipo de concursos é fundamental para dar visibilidade e promoção aos diferentes produtores, já que os prémios atribuídos nestas provas são um bom meio para que o consumidor possa eleger os vinhos de mais alta qualidade. E, ao mesmo tempo, promover as zonas produtoras” correspondentes, con-
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eventos eventos
Vinhos premiados no XVII Encontro de Vinhos Alentejo/ Extremadura Categoria
Prémio
Adega
Vinho
BRANCOS JOVENS
GRANDE OURO
Adega de Portalegre
Morgado do Reguengo
BRANCOS JOVENS
GRANDE OURO
Viñedos Pozanco
10.12 Frizante
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE OURO
Adega Mayor
Adega Mayor Reserva Branco
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE OURO
J. Costa Vargas
J. Costa Vargas Branco Antão Vaz 2021
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE OURO
Viñedos Pozanco
Sinoble Pozanco
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Comenda Grande
Comenda Grande Branco
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Adega de Portalegre
Conventual
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Santa Marta Virgem
Blasón de Turra
BRANCOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Valdequemao
Valdequemao Blanco Macabeo
BRANCOS MADUROS
GRANDE OURO
Torre de Palma
Torre da Palma Branco "Blend"
BRANCOS MADUROS
ARABEL DE OURO
Adega de Portalegre
Conventual Reserva
BRANCOS MADUROS
ARABEL DE OURO
Adega de Portalegre
Portalegre
BRANCOS MADUROS
ARABEL DE PRATA
Vinha das Virtudes
Humanitas
BRANCOS MADUROS
ARABEL DE PRATA
Adega de Portalegre
TBR
BRANCOS MADUROS
ARABEL DE PRATA
J. Costa Vargas
Alma da Ponte Branco
ROSÉS
ARABEL DE OURO
Viñedos Pozanco
Sinoble Graciano
ROSÉS
ARABEL DE PRATA
Comenda Grande
Comenda Grande Rosé
ROSÉS
ARABEL DE PRATA
Viñaoliva
Zaleo Rosado
ROSÉS
ARABEL DE PRATA
Casa Agrícola Santana Ramalho
Sabicos Rosé
TINTOS JOVENS
GRANDE OURO
Santa Marta Virgen
Blasón del Turra Tempranillo
TINTOS JOVENS
ARABEL DE OURO
Adega de Portalegre
Conventual
TINTOS JOVENS
ARABEL DE OURO
Santa Maria Egipciaca
Conde de la Corte Tinto Joven
TINTOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
J. Costa Vargas
J. Costa Vargas Tinto
TINTOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Tierras Llanas de la Albuera
Tierras Llanas
TINTOS JOVENS
ARABEL DE PRATA
Viñaoliva
Tinaja de Zaleo
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE OURO
Bodegas Occidente
Buche Vino de Finca Valle del Raposo
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE OURO
Adega Mayor
Adega Mayor Reserva Tinto
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Bodegas Delavin
Balromero
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Gardel
Tinto Gardel Etiqueta Negra Bot 3/4
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Tiara
Tiara Cabernet Sauvignon
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Viñedos de Pozanco
10.12
52 ACT UALIDAD€
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eventos
Categoria
Prémio
Adega
Vinho
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Romale
Privilegio de Romale Vino Tinto Roble
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
J. Costa Vargas
Sátiro Clandestino Adágio
TINTOS 2020/2021 COM MADEIRA
ARABEL DE PRATA
Casa Agrícola Santana Ramalho
Casa de Sabicos Doc Alentejo 2019
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Palacio Quemado
La Raya 2019
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Bodegas de Oran
Señorio de Orán Crianza
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Señorio de Óran
Flor del 2021
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Viña Santa Marina
Gladiator 2017
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Romale
Privilegio de Romale VinoTinto Reserva
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Vinha das Virtudes
Humanitas
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Comenda Grande
Comenda Grande 19
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Adega Azamor
Azamor 2019
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Adega Azamor
Azamor Petit Verdot 2015
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
GRANDE OURO
Adega Azamor
Azamor Select Vines 2018
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
ARABEL DE OURO
Viñaoliva
Grácil de Zaleo
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
ARABEL DE OURO
Vinã Santa Marina
Torremayor 2012
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
ARABEL DE OURO
Bodegas Occidente
Gran Buche Vino de Finca Valle del Raposo
TINTOS DE RESERVA (ANTERIORES A 2020)
ARABEL DE OURO
Comenda Grande
Comenda Grande 18
ESPUMANTES
ARABEL DE OURO
Romale
Privilegio de Romale Cava Brut Nature Reserva
ESPUMANTES
ARABEL DE OURO
Valdeorite
Valdeorite Cava Brut
ESPUMANTES
ARABEL DE PRATA
Romale
Viña Romale Cava Brut Nature Xarello
cluíu Luis Buitrón Barrios. Por seu lado, Miguel Bernal (na primeira foto de cima, na pág. 51), diretor-geral da Extremadura Avante, salientou na cerimónia de entrega de diplomas que quer a região vinícola extremenha quer, em Portugal, o Alentejo “produzem com qualidade” e devem não só internacionalizar os seus vinhos, como o devem fazer em conjunto para obter melhores resultados. Nomeadamente, salientou, além da qualidade alcançada, os
eventos
produtores devem ter em conta tam- final, provar não só os vinhos que se bém a necessidade de ter vinho em apresentaram a concurso, como tam“quantidade, para abordar mercados bém algumas especialidades gastromaiores”, incentivou o responsável nómicas oferecidas pela Alimentos extremenho, apelando, assim, às ade- de Extremadura. gas presentes para se juntarem neste Além da promoção dos vinhos das duas regiões e da sua internacionadesafio. No evento de divulgação dos vi- lização, o concurso pretende ainda nhos premiados, além das adegas proporcionar o contacto entre orgaparticipantes, estiveram presentes nizações e organismos oficiais, portudiversos representantes da CCILE e gueses e espanhóis, e promover a nída Extremadura Avante, entre outras vel transfronteiriço a oferta turística individualidades, que puderam, no e a gastronomia regionais.
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XV II ENCONTRO DE VINHOS
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EXTREMADURA /ALENTEJO
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AGRADECIMENTOS
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organizAÇÃO
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Apoios
Media sponsor
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eventos eventos
Receção do Dia da Hispanidade retomada pela Embaixada em Lisboa
Ao fim de três anos, foi retomada a tradicional receção de comemoração do Dia da Hispanidade pela Embaixada de Espanha. Marta Betanzos, a anfitriã, assinalou os momentos de incerteza que se vivem, a nível global, e a necessidade dos dois países continuarem a caminhar em sintonia no contexto geopolítico mundial, adiantou a embaixadora.
A
Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
festa nacional de Espanha, devido à pandemia. A ocasião serviu Betanzos, passaram dezenas de altas que se celebra a 12 de outu- para juntar, novamente este ano, algu- individualidades, entre responsáveis bro – dia em que se assina- mas centenas de convidados dos dois da esfera militar, ao mundo emprela a chegada de Cristóvão países, entre os que mantêm relações sarial e governativo de Portugal e Colombo à América, no ano com a comunidade espanhola presen- Espanha, que apresentaram, assim, de 1492 –, voltou a ser celebrada na te em Portugal. cumprimentos à representante oficial Embaixada de Espanha em Portugal, Pela solene receção aos insignes con- espanhola. depois da interrupção de dois anos, vidados feita pela embaixadora, Marta Entre as presenças de altas individua-
54 ACT UALIDAD€
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eventos
lidades a assinalar, podem destacar-se, do lado português, a ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior de Portugal, Elvira Fortunato, representantes da Presidência da República, da Assembleia da República e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e, do lado espanhol, a cônsul-geral da Embaixada de Espanha, Victoria González-Bueno, o agregado de Defesa, Diego Ruíz de Cortázar, ou o novo ministro conselheiro da Embaixada, Alfonso López Perona. “Pessoalmente, quero salientar e agradecer os meus quatro anos vividos intensamente em Portugal, apesar dos penosos tempos vividos durante a pandemia, os quais tem sido para mim uma acumulação de satisfações, graças à vontade de diálogo, concertação e cooperação com estas autoridades e sociedade civil, o que me faz sentir cada dia mais portunhola”, afirmou Marta Betanzos, no discurso que fez na cerimónia– lido em português–, após o tradicional momento de receção e cumprimentos. “Comemoramos hoje também o 12 de outubro de 1492, a nossa chegada ao continente americano, o encontro com ricas civilizações e com uma vasta humanidade. É um legado histórico que criou os valores inspiradores da nossa política externa e as pautas de convivência com a comunidade internacional: solidariedade, cooperação, multilateralismo e defesa dos valores democráticos”, adiantou a embaixadora, lembrando ainda a importância
das “comemorações conjuntas do V Centenário da primeira viagem de circum-navegação, protagonizada por Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano” e os valores históricos e civilizacionais que os dois países partilham. “Cientes do valor desta comemoração, apresentámos conjuntamente a candidatura de um vasto património documental, relativo à primeira viagem de circum-navegação, ao Registo da Memória do Mundo da UNESCO”. “O reconhecimento, no seio da União Europeia, da ‘excepção ibérica’ como resposta à crise energética é mais uma prova desta vontade de avançarmos juntos”, frisou ainda. “Renovámos também a nossa vontade de desempenhar um papel de destaque no ámbito internacional e, especialmente em Europa, onde Espanha assumirá a sua presidência no segundo semestre de 2023, colocando particularmente o foco em melhorar a triangulação Europa-América-África promovendo mais diálogo, conhecimento, intercâmbio e compromisso como sócios e aliados a ambos lados do Atlântico. Esta é a meta que presidirá a próxima presidência de Espanha da União Europeia”, frisou Marta Betanzos no mesmo evento. A par dos avanços que têm sido feitos ao longo das cimeiras luso-espanholas que se realizam há vários anos, a diplomata abordou ainda a recente candidatura hispano-portuguesa à realização do Mundial de Futebol de 2030, a que se juntou a Ucrânia, o que representa “uma candidatura
eventos
europeia, que ultrapassa as fronteiras da Península Ibérica e constrói pontes e passa uma mensagem de unidade, solidariedade e esperança para com o povo ucraniano”, referiu Marta Betanzos. Além da representação oficial queEspanha tem em Portugal e que ajuda a unir os dois países ibéricos, existe ainda, como destacou, um vasto conjunto de entidades que promovem essa integração, como sejam o Instituto Cervantes, a Mostra Espanha, o Instituto Espanhol Giner de los Rios, Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), a Casa de Espanha, Xuventude da Galicia e a Sociedade Espanhola de Beneficência, enumerou, realçando ainda o trabalho desenvolvido pelas empresas que mantêm atividade económica dos dois lados da fronteira. O evento contou com várias demonstrações de âmbito cultural e gastronómico ligadas a Espanha, e, este ano em particular, às regiões da Galiza, Extremadura, Andaluzia e Valência, que assim apresentaram “a Espanha do século XXI: diversidade cultural, pujança económica, internacionalização e sentido de pertença a um país com uma clara vocação ibérica, europeia e atlántica, presente num mundo globalizado sob a exemplar liderança da sua Majestade o Rei Felipe VI, cuja relação com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa é, como é bem conhecido por todos, fluida, próxima e fraterna”, concluiu. NOVEMBRO DE 2022
AC T UA L I DA D € 55
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial
hispano-portugués en el periodo de enero-agosto de 2022
E
como las compras registraron quiebras del -1,6% y del 2,5%, respectivamente. En este periodo, el superávit, favorable a España, arrojó un total de 10.395,8 millones de euros y una tasa de cobertura del 198,3%. En los cuadros 2 y 3 que hacen referencia a la distribución geográfica del comercio exterior español, Portugal consolida sus habituales posiciones en el ranking de los principales socios comerciales de España, ocupando la tercera posición entre nuestros principales clientes (Portugal absorbió el 8,3% de las exportaciones españolas) y la sétima posición entre nuestros principales proveedores (3,5% del total de
n el cuadro 1 se recogen las últimas cifras del comercio hispano portugués en los ocho primeros meses de 2022 y hechas públicas recientemente por Datacomex de la Secretaria de Estado de Comercio. Estas cifras ponen de manifiesto la dinámica del comercio entre los dos países ibéricos. Las ventas españolas se incrementaron un 36,9%, respecto a igual periodo de 2021 (20.963,5 millones de euros en 2022 frente a 15.314 millones en 2021) y las compras crecieron 26,1% (10.567,7 millones en 2022 frente a 8.379,1 millones en 2021). Analizando la evolución mensual, en el mes de agosto respecto al mes de julio, tanto las ventas españolas
las importaciones españolas). De destacar el liderazgo del mercado chino entre nuestros principales proveedores, con un peso relativo del 10,8% sobre el total de las importaciones españolas. A su vez, Francia y Alemania se mantienen como principales socios comerciales de España y su peso en el comercio global español (550.565,1 millones de euros) supera el 21,2%. Respecto a la distribución sectorial del comercio hispano portugués (cuadros 4 y 5), la partida 27-Combustibles, aceites minerales (939,4 millones de euros) lidera el ranking de los principales productos comprados por España, seguido de la partida 87-Vehiculos automóviles, tractor con 890,7 mi-
Balanza
1. Balanza comercial España-Portugal enero-agosto 2022 VENTAS ESPAÑOLAS 22
COMPRAS ESPAÑOLAS 22
Saldo 22
VENTAS COMPRAS Cober 22 % ESPAÑOLAS 21 ESPAÑOLAS 21
Saldo 21
Cober 21 %
ene
2 201 585,87
1 114 092,73
1 087 493,14
197,61
1 581 387,44
897 431,77
683 955,67
176,21
feb
2 471 447,64
1 171 838,19
1 299 609,45
210,90
1 571 724,32
1 009 320,52
562 403,80
155,72
mar
2 785 938,03
1 365 533,17
1 420 404,86
204,02
2 008 010,68
1 095 762,87
912 247,81
183,25
abr
2 635 499,64
1 355 606,40
1 279 893,24
194,41
1 980 168,47
1 071 108,28
909 060,19
184,87
may
2 805 620,53
1 403 498,01
1 402 122,52
199,90
2 118 632,54
1 065 230,82
1 053 401,72
198,89
jun
2 747 125,46
1 424 156,40
1 322 969,06
192,89
2 065 822,03
1 237 518,11
828 303,92
166,93
jul
2 679 322,95
1 383 645,85
1 295 677,10
193,64
2 149 500,37
1 130 197,83
1 019 302,54
190,19
ago
2 636 924,66
1 349 315,28
1 287 609,38
195,43
1 838 711,61
872 511,37
966 200,24
210,74
sep
0,00
2 325 987,73
1 293 862,46
1 032 125,27
179,77
oct
0,00
2 470 465,85
1 208 942,41
1 261 523,44
204,35
nov
0,00
2 478 874,06
1 358 894,23
1 119 979,83
182,42
dic
0,00
2 281 979,08
1 358 692,68
923 286,40
167,95
24 871 264,18
13 599 473,35
11 271 790,83
182,88
Total
20 963 464,78
10 567 686,03
10 395 778,75
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
56 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2022
198,37
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-agosto 2022
llones y la 39-Mat. plásticas; sus manufacturas con 813,1 millones. Le siguen la 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 736,3 millones de euros, en la quinta posición la 72-Fundición, hierro y acero, con 680,7 millones, y por fin y en la sexta posición, la partida 48-Papel, cartón; sus manufacturas, con 397,9 millones. Este conjunto de seis partidas representa el 42,2% del total de las compras españolas a su vecino Portugal. Por lo que a la oferta española se refiere, encabeza la lista la partida 27-Combustibles, aceites minerales (3.300,8 millones de euros), seguido de la 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 1.253,6 millones, 87-Vehiculos automóviles, tractor, con 890,7 millones, en la cuarta posición la 39-Mat. plásticas; sus manufacturas, con 1.188 millones, seguido de 85-Aparatos y material eléctricos, con 1.093,1 millones, y en la sexta posición la partida 72-Fundición, hierro y acero, con 1.003,1 millones. Estas seis partidas, cuyo valor asciende a 9.052,2 millones de euros, representa el 43,2% del total de las ventas españolas. El comercio bilateral por CC.A A. indica que más del 21,7% de las ventas españolas a Portugal tienen su origen en la Comunidad Autónoma de Madrid (4.544,5 millones de euros), el 18,5% en Cataluña (3.868,8 millones) y el 12,6% en Galicia (2.636,1 millones). A su vez, en este mismo periodo, el 19,6% de las compras españolas se realizaron en la Comunidad Autónoma de Madrid (2.071 millones de euros), el 17,2% en Galicia (1.814,7 millones) y el 14,1% en Cataluña (1.486,1 millones).
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-agosto 2022 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
39 118 249,83
1
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
939 428,09
2
004 Alemania
23 948 116,57
2
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
890 676,21
3
010 Portugal
20 963 464,78
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
813 077,67
4
005 Italia
20 365 634,12
4
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
736 278,72
5
006 Reino Unido
13 954 423,96
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
680 744,55
6
017 Bélgica
12 531 718,26
6
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
397 923,16
7
400 Estados Unidos
12 518 154,48
7
15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA
388 457,73
8
003 Países Bajos
10 521 176,76
8
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
383 774,66
9
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
9
204 Marruecos
7 846 265,61
10
060 Polonia
5 368 145,83
11
720 China
5 122 596,47
12
039 Suiza
4 715 375,07
13
052 Turquía
4 254 324,35
14
952 Avituallamiento terceros
4 016 293,23
15
951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios
3 363 814,05
16
412 México
3 327 886,15
17
030 Suecia
319 901,43
TOTAL
10 567 686,03
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-agosto 2022 Orden Sector
Importe
1
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
3 300 862,18
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
1 253 604,31
3
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
1 213 584,17
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
1 187 955,96
2 267 125,51
5
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
1 093 110,47
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
1 003 080,79
2 336 336,18
18
508 Brasil
19
061 República Checa
20
732 Japón
2 152 787,52
6
SUBTOTAL
201 023 546,55
7
76 ALUMINIO Y SUS MANUFACTURAS
593 112,69
252 052 023,23
8
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
585 538,21
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
549 902,86
TOTAL
2 331 657,82
TOTAL
3.Ranking principales países proveedores de España enero-agosto 2022 Orden País
20 963 464,78
Importe
1
720 China
32 099 140,48
2
004 Alemania
27 664 894,92
3
001 Francia
25 944 664,42
4
400 Estados Unidos
23 666 418,53
5
005 Italia
17 708 406,50
6
003 Países Bajos
12 778 832,19
7
010 Portugal
10 567 686,02
8
006 Reino Unido
7 267 718,60 6 893 713,76
9
017 Bélgica
10
052 Turquía
6 827 679,21
11
288 Nigeria
6 726 233,58
12
508 Brasil
6 193 398,51
13
204 Marruecos
5 873 166,58
14
075 Rusia
5 347 392,70
15
208 Argelia
5 227 684,70
16
060 Polonia
5 057 518,96
17
039 Suiza
4 994 235,21
18
664 India
3 940 988,65
19
412 México
3 602 097,39
20
061 República Checa
3 522 874,28
6.Evolución del intercambio comercial enero-agosto 2022
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-agosto 2022 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 22
COMPRAS ESPAÑOLAS 22
Madrid, Comunidad de
4 544 497,02
Madrid, Comunidad de
2 070 955,20
Cataluña
3 868 776,85
Galicia
1 814 690,94
Galicia
2 636 108,57
Cataluña
1 486 076,41
Andalucía
2 188 037,19
Andalucía
1 119 723,01
SUBTOTAL
221 904 745,19
Castilla-La Mancha
1 400 047,17
Comunitat Valenciana
839 541,22
TOTAL
298 513 102,37
Comunitat Valenciana
1 398 677,32
Castilla y León
726 367,84
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
NOVEMBRO DE 2022
AC T UA L I DA D € 57
oportunidades de negócio
Oportunidades de
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
negócio
à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas de madereros en España
DP220401
Empresas españolas productoras de huevos de codorniz
DP220203
Empresas españolas que fabrican contenedores de reciclaje y papeleras
DP220204
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas de artigos de bebé Lojas de puericultura em Portugal Empresas distribuidoras de carne em Portugal Empresas portuguesas de joalharia
DE220801 DE220701 DE220601 DE220402
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
Bolsa de trabalho
bolsa de trabajo
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE200166
F
BE200167
F
BE200168
M
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
01/11/1997
MARKETING E COMUNICAÇÃO
13/02/1992
PORTUGUÊS/INGLÊS/ESPANHOL ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS
COMERCIAL DIGITAL
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ FRANCÊS
ECONOMIA
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
ECONOMIA
BE200169
M
BE200170
M
17/01/1968
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO/ ITALIANO
FINANÇAS E CONTABILIDADE (INS. NA OCC)
BE200171
M
09/10/1998
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
1968
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ FRANCÊS/ ITALIANO/ INGLÊS
FORMADORA DE ESPANHOL NA ÁREA DE HOTELARIA E TURISMO
PORTUGUÊS/ FRANCÊS/ ITALIANO/ INGLÊS
PROFESSORA DE PORTUGUÊS
BE200172
F
BE200173
F
BE200174
F
1977
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS/ ITALIANO
TURISMO
BE200175
F
07/03/1973
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETARIADO E ÁREA DE PRINTING
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
58 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2022
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
NOVEMBRO DE 2022
AC T UA L I DA D € 59
calendário fiscal calendario fiscal >
S
T
Q
Q
S
S
D
S
T
Q
Q
S
S
D
14 28
F 15 29
2 16 30
3 17
4 18
5 19
6 20
7 21
8 9 22 23
10 24
11 25
12 26
13 27
novembro Prazo Até
Imposto
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
10
IRS / IRC / Seg. Social
Declaração de rendimentos pagos e de retenções, contribuições sociais e de saúde e quotizações, referentes a outubro de 2022 (trabalho dependente)
Declaração mensal de remunerações
12
IVA
Comunicação dos elementos das faturas referentes a outubro de 2022
n/a
Observações
Comunicação deverá ser efetuada: por transmissão eletrónica em tempo real; por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, na sua redação atual; por inserção direta no Portal das Finanças; por outra via eletrónica, nos termos a definir por portaria do ministro das Finanças
• • • •
20
IRS / IRC / Selo Pagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto do Selo referentes a outubro de 2022
Declaração de retenções na fonte de IRS/IRC Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a outubro de 2022
n/a
20
IVA
Envio da declaração periódica referente ao mês de setembro de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime mensal
Declaração Periódica
Envio de anexos adicionais, em caso de reembolso
20
IVA
Envio da declaração periódica referente ao 3.º trimestre de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime trimestral
Declaração Periódica
Envio eletrónico de informação adicional, em caso de reembolso
20
IVA
Envio de declaração recapitulativa mensal referente a outubro de 2022
Declaração recapitulativa: Transmissões intracomunitárias de bens e operações assimiladas/prestações de serviços
Aplicável a: sujeitos passivos no regime mensal; e, sujeitos passivos no regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na Declaração Recapitulativa tenha, no trimestre em curso ou em qualquer um dos quatro trimestres anteriores, excedido 50.000 €
20
IVA
Envio de declaração recapitulativa trimestral referente ao 3º trimestre de 2022
Declaração periódica
25
IVA
Pagamento do IVA referente ao mês de setembro de 2022
n/a
60 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2022
• •
Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA. O pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações mensais de valor igual ou superior a 25 €, sem juros ou penalidades, calculadas em função do número de meses restantes até ao final de 2022 nos termos do Decreto-Lei n.º 125/2021, de 30/12
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
25
IVA
Pagamento do IVA referente ao 3.º trimestre de 2022
n/a
30
IRS / IRC
Declaração de rendimentos pagos ou colocados à disposição de sujeitos passivos não residentes em setembro de 2022
Modelo 30
30
IMI
Pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis
Documento de cobrança
Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA. O pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações mensais de valor igual ou superior a 25 €, sem juros ou penalidades, calculadas em função do número de meses restantes até ao final de 2022 nos termos do Decreto-Lei n.º 125/2021, de 30/12. 30
Pagamento – O IMI é pago: em uma prestação no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a 100 €; em duas prestações nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior a 100 € e igual ou inferior a 500 €; em três prestações nos meses de maio, agosto e novembro, quando o seu montante seja superior a 500 €
• • •
30
IVA
Envio da declaração mensal referente às obrigações declarativas decorrentes do regime de importação do Balcão Único, relativa ao mês de outubro 2022
Declaração mensal
Fonte: PwC Portugal
PUB
novembro de 2014
ac t ua l i da d € 61
espaço de lazer
espacio de ocio
Uma francesinha com travo a vinho do Porto na Clérigos Cervejaria
A mais recente aposta do grupo The Fladgate Partnership é uma cervejaria que alia clássicos como a francesinha, o rissol de leitão ou o prego no pão, a provas de vinho do Porto ou de cerveja. Isto, num espaço vizinho da Torre dos Clérigos e da Livraria Lello, onde pode optar entre o interior ou por uma das esplanadas, rodeadas de história.
N
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
a zona dos Clérigos, no Porto, não faltam razões para merecer uma francesinha… Pode subir os mais de 200 degraus da Torre dos Clérigos, ou a escadaria menos desafiadora, mas igualmente tentadora, da histórica livraria Lello. Qualquer uma destas opções favorece o direito à francesinha, sem culpa, caso as calorias lhe pesem na consciência ou na balança. A Clérigos Cervejaria abriu no verão passado com francesinhas, servidas a qualquer hora, e outros petiscos que hasteiam o sabor da portugalidade. “Nesta zona não havia nenhuma cervejaria, pelo que percecionámos a oportunidade de explorar este con-
62 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2022
espacio de ocio
ceito”, começa por observar Carlos Teixeira, diretor de F&B do grupo The Fladgate Partnership, donos das marcas de vinho do Porto Taylors, Kroft, Fonseca e Krohn, de vários hotéis, entre eles o The Yeatman, da estrutura comercial e cultural World of Wines (WoW) e de vários restaurantes. A Clérigos Cervejaria abriu no verão, no espaço comercial Passeio dos Clérigos e com entrada pela rua das Carmelitas, mesmo em frente à concorrida livraria Lello e no “sopé” da Torre dos Clérigos. Está aberta todo o dia, pelo que a qualquer hora pode desfrutar de uma cerveja. Pode até experimentar várias, se pedir o tabuleiro de provas, com quatro copos de cervejas diferentes (10 cl) da seleção 1927 da Super Bock. Na carta encontra vários petiscos para acompanhar: tábuas de queijos, de presunto, ou queijo e enchidos, rissóis de leitão, chamuças, alheira transmontana e prego no pão. Há também saladas, servidas a qualquer hora, e pratos mais elaborados, disponíveis nos horários de almoço (12h – 15h) e jantar (a partir das 19h). Entre as propostas de carne, Carlos Teixeira destaca “a suculenta e tenra costelinha de vitela a baixa temperatura”, a “posta de vitelão”, o “entrecôte”, o “lombo de novilho” e o “porco bísaro barbecue”. Se optar pelo peixe, as propostas incluem “bacalhau confitado com migas de broa de milho e grelos” e “salmão com molho barbecue e gengibre”. A estrela do espaço não poderia ser mais portuense, ainda que o nome se inspire noutras paragens, já que a típica “francesinha” tem por base o croque monsieur (a tosta mista crocante que vai ao forno, servida nos bistrôs franceses). A versão portuense tem diferentes tipos de carne, é coberta com fatias de queijo, pode ter ou não um “ovo a cavalo” e é regada com um molho picante. A francesinha da Clérigos Cervejaria procura honrar o ADN do grupo… “O nosso molho é especial, leva vinho do Porto, e é um sucesso, correspondendo a 70%
das nossas vendas”, garante Carlos Teixeira, acrescentando que a presença do vinho do Porto na cervejaria, não se limita à função de tempero. “Podem ser apreciados os vinhos fortificados das nossas marcas, servidos a copo”, sugere. Os vinhos de mesa são fornecidos pela Quinta do Crasto, cujos produtos são distribuídos pela Heritage Wines, detida pelo grupo The Fladgate Partnership. O menu inclui também uma francesinha com tofu e vegetais grelhados e um risotto de cogumelos Paris e shitake. Tudo isto é possível na sala da cervejaria, à mesa ou sentada à mesa (80
espaço de lazer
lugares) ou num dos 12 lugares ao balcão e também numa das três esplanadas, que somam mais 40 lugares: uma no espaço exterior do Passeio dos Clérigos, outra na rua das Carmelitas e uma terceira, coberta e climatizada, contígua à sala interior. A cervejaria dispõe também de “um balcão de grab&go para quem prefira levar algumas das iguarias do menu para acompanhar a visita à cidade”.
Clérigos Cervejaria Rua das Carmelitas, Passeio dos Clérigos, 151, Porto Reservas: 932 091 603.
NOVEMBRO DE 2022
AC T UA L I DA D € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Literatura Escritora Marta Pais Oliveira vence Nortear “A 8ª edição do prêmio literário nortear para jovens escritores da Eurorregión Galiza – Norte de Portugal distinguiu a portuguesa Marta Pais de Oliveira, que assina o romance “Escavadoras”, também vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís 2020 e publicado em 2021 pela Gradiva. A autora escreveu também o conto O homem na rotunda, editado em 2022 pela Nova Mymosa. Recentemente, integrou a
Coleção Contos Singulares da Relógio D’Água com o conto ‘Quando virmos o mar’. Escreveu o libreto Maria Magola, levado à cena no Festival Informal de Ópera 2021. Publicou poemas em coletivos de poesia e tem vindo a colaborar com textos em diversas publicações. O projecto Nortear é uma iniciativa do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal, da Consellería de Cultura, Educação, Formação Profissional e Universidades da Xunta de Galicia e da Direção Regional de Cultura do Norte. O prémio, dotado com três mil euros e a publicação da obra em galego e em português, entregar-se-á na feira Culturgal (Pontevedra) no final deste ano. Marta Pais Oliveira nasceu no Porto, em 1990. É licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto e Universidad Complutense de Madrid e pós-graduada em Comunicação Empresarial pela Porto Business School. A escritora passou pelo jornalismo, desenvolveu projetos de comunicação e gestão de marca, implementou sistemas de ensino à distância em Moçambique, trabalhou em publicidade e atualmente impulsiona a criação 3D na indústria da moda. 64 act ACT ualidad€ UALIDAD€
No n Ov Ve Em Mb Br Ro O d De E 2022
Exposições
Serralves e Amarante evocam centenário da escritora Agustina Bessa-Luís Para ver e também para ler, “Uma exposição escrita: Agustina Bessa-Luís e a Coleção de Serralves” assinala o centenário da escritora Agustina Bessa-Luís (1922–2019), título inspirado no nome “Um Filme Falado” (2003), de Manoel de Oliveira, “realizador com quem a escritora manteve uma colaboração regular e fecunda”, como lembra a Fundação de Serralves, onde a mostra estará patente até abril de 2023: “O ponto de partida da mostra foram os livros Aforismos (1988), Contemplação Carinhosa da Angústia (2000), Dicionário Imperfeito (livro publicado em 2008 que reúne excertos de textos organizados por ordem alfabética) e Ensaios e Artigos (1951–2007) (2017), que abrangem uma grande diversidade de assuntos, temas e personalidades. A partir da leitura destes volumes – que tanto pela forma como pelo conteúdo podem ser entendidos como autênticas revelações do mundo de Agustina – identificaram-se algumas das ideias-chave da escritora. Estes temas são as entradas desta ‘exposição-dicionário’, cada um originando um diálogo com obras da Coleção de Serralves, de artistas nacionais e estrangeiros, contemporâneos ou não de Agustina. O objetivo passa por criar reverberações, sinapses inesperadas, entre palavras e peças selecionadas, ampliando os seus respetivos sentidos e possíveis interpretações. Para ler tanto quanto para ver, a exposição apresenta-se como um livro em três dimensões.” Agustina nasceu a 15 de outubro de 1822, em Vila Meã, Amarante, filha do português, Lourenço Guedes Ferreira e da espanhola Lourença Agustina Jurado Franco. “Mundo Fechado” foi a sua primeira novela, publicada em 1949, tendo ficado notabilizada por romances como “A Sibila” (1954) ou “Fanny Owen”, “Vale Abraão”, “As Terras do Risco” ou “A Mãe de um Rio”, adaptados para o cinema por Manoel de Oliveira, respetivamente em “Francisca” , “Vale Abraão”, “O Convento” e Inquietude. O romance “As Fúrias” inspirou uma peça de teatro encenadao por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995). “A Ronda da Noite” foi o seu último romance, editado em 2006. Morreu no Porto em 2019. Em Amarante, estão também patentes três mostras que evocam o centenário da escritora: “Feminino, uma história ficcionada” e “a super-menina: espassos, letras e livros”, no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso; e “O rosto do pensamento” na Biblioteca Albano Sardoeiro – Polo de Vila Meã. Até abril de 2023, no Museu de Serralves, no Porto
“Evilution”, por Bordalo II, no Edu Hub Lisbon´ O excesso de lixo produzido pela humanidade continua a preocupar Bordalo II e a inspirar a sua produção artística, feita a partir de desperdícios e objetos usados. ‘Evilution’, uma fusão entre as palavras evil (mal) e evolution (evolução), a mostra que podemos ver no novo Edu Hub Lisbon, em Chelas, é por isso um apelo à consciencialização da sociedade. Podem ser vistos alguns exemplares de fauna feita a partir de
espacio de ocio
desperdício, como os que Bordalo II espalha por várias cidades, em Small Trash Animals e Big Trash Animals, as séries mais conhecidas do artista. Nesta parte da mostra, podem ser vistas três abordagens distintas: a neutral com animais pintados sobre o plástico; half-half, animais com uma vertente neutral e outra feita de plástico colorido dos objetos usados e plastic, com criaturas feitas de objetos usados sem pintura. Artur Bordalo, neto do também artista plástico Real Bordalo, mostra num segundo momento expositivo peças inéditas produzidas com materiais só agora usados pelo artista, que os trabalha para sugerir formas e tonalidades. O terceiro momento da mostra revisita as primeiras peças de Bordalo II. O quarto momento está reservado à venda do livro da exposição e prints de edição limitada. O artista propõe um quinto momento, com uma surpresa para os visitantes. Até 11 de dezembro, no Edu Hub Lisboa.
Dança
Festival Flamenco de Lisboa propõe “El Yiyo” no Casino Estoril Com apenas 26 anos e uma carreira profissional de cerca de 18, “El Yiyo”, o nome artístico do bailarino Miguel Fernández Ribas, é “considerado a nova estrela da dança flamenca atual”, sublinha a organização do Festival Flamenco de Lisboa, que traz o novo espetáculo deste artista, “Jubileu”, ao Salão Preto e
espaço de lazer
Prata do Casino Estoril no próximo dia 11 de novembro. A organização assinala que, com 11 anos, o balarino fez a sua primeira tdigressão internacional e já foi headliner em mais de vinte produções: “Ele tem um magnetismo no palco que cativou a crítica e o público a ponto de se tornar hoje a nova estrela da dança flamenca. “El Yiyo” vem esculpindo a sua própria identidade, nutrindo-se de outros estilos de música e dança. A sua forma de perceber a dança faz com que quando sobe ao palco transmita força, elegância e luminosidade.” Dia 11 de novembro, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Picasso e Dali entre os “Grandes Mestres” no renovado Mosteiro de Santo André de Ancede Pablo Picasso, Robert Delaunay, Nadir Afonso, Salvador Dali, Andy Warhol, Robert Combas, Diego Rivera, Roberto Chichorro, Vieira da Silva, Paula Rego, Júlio Resende, Julião Sarmento, Cruzeiro Seixas, Nadir Afonso, Renate Graf são alguns dos artistas representados na exposição patente no Mosteiro de Santo André de Ancede (em Baião), que reabre após a conclusão do projeto de reabilitação, assinado por Álvaro Siza Vieira. Até 13 de novembro, o renovado complexo arquitetónico do Mosteiro de Santo André de Ancede aloja mais de meia centena de obras de arte de artistas ímpares como os citados, sublinha Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, entidade que organiza a mostra: “Esta exposição junta as obras de alguns dos maiores artistas de sempre na história da arte, num momento inédito e marcante para assinalar a inauguração do Mosteiro, com uma nova arquitetura e, acima de tudo, uma nova visão. Trazermos esta exposição a Baião representa uma descentralização e crescimento na oferta cultural de qualidade, fora dos circuitos convencionais. É uma oportunidade enriquecedora para a comunidade
no acesso à arte contemporânea que contribuirá para colocar o Município numa posição de destaque no mapa histórico e cultural do país.” O autarca assinala ainda que se pretende-se que “este espaço monástico possa oferecer oportunidades de crescimento turístico na região” e que “seja um ponto de partida para a criação de um polo cultural de referência na região do Douro, Tâmega e Sousa.” As obras expostas integram coleções privadas de mais de 20 colecionadores, nacionais e internacionais. Algumas delas são mesmo apresentadas pela primeira vez, nesta que será uma rara oportunidade para o público ver, em exposição pública, obras que habitualmente residem em espaços privados de proprietários que preferem o anonimato. A reabilitação deste espaço monástico, resulta de um projeto com 15 meses de duração, assinado por Siza Vieira, com um investimento de 3,4 milhões de euros, dos quais 69,24% provenientes de fundos comunitários. Até 13 de novembro, no Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião nNoOvVeEmMbBrRoO D dE e 2022
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Statements Para pensar
“[As instituições financeiras antecipam para o 4º trimestre] um aperto líquido significativamente mais forte dos critérios de concessão de empréstimos a empresas em comparação com o trimestre corrente” Inquérito trimestral do Banco Central Europeu aos bancos da Zona Euro, ”Eco.pt”, 25/10/2022
“Em Portugal cerca de 75 a 80% da água é gasta na agricultura, cerca de 10% em casa das pessoas e o resto em indústrias e outras coisas (...) enquanto nas nossas casas temos um computador para medir a água, nos campos, em regra, não se mede (...) O problema não está em pagar a água. O país não precisa que os agricultores paguem água, o problema é que ao estarem a usar um bem gratuito não há uma moderação no consumo” Joaquim Poças Martins, especialista em gestão de água e ex-secretário de Estado do Ambiente, “Nascer do Sol”, 9/10/2022
“Já a água em casa das pessoas não é problema, porque isso foi resolvido nos anos 90, e, com mais aperto aqui ou ali, vai continuar para a frente. Ainda por cima temos a dessalinização. Se tudo o resto não funcionasse, de um ano para o outro teríamos uma dessalinizadora e tínhamos o problema do abastecimento resolvido. Portugal só se fizer asneiras grosseiras, estragar o que foi feito é que terá problemas de abastecimento público nos próximos anos. Não podemos falar em desenvolvimento sem água e em Portugal estamos a falar do que será a agricultura nos próximos dois anos. E aí há duas opções políticas: há quem ache que devemos continuar a cultivar o que cultivamos, como sempre cultivámos e para isso vou precisar de mais água, mas com as alterações climáticas há menos (...) E qual é a segunda alternativa? Ter a coragem de dizer que vamos viver com a água que temos e eventualmente com menos” Idem, ibidem 66 ACT UALIDAD€
NOVEMBRO DE 2022