Actualidade Economia Ibérica - nª260

Page 1

Actualidad

Economia ibérica FEVEReiro 2019 ( mensal ) | N.º 260 | 2,5 € (cont.)

As perspetivas económicas vistas pelos gestores de tecnológicas pág. 38

Cortiça portuguesa exporta mais 8% em 2018 e aposta na inovação pág. 14

Font Salem Portugal quer duplicar volume de negócios, em quatro anos pág. 20

España mantendrá la positiva dinámica del empleo hasta 2020 pág. 26


2 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


Índice

Foto de capa

índice

Sandra Marina Guerreiro

Nº 260 - fevereiro de 2019

Actualidad

Grande Tema 38.

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Manuela Ramos Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

As perspetivas económicas vistas pelos gestores de empresas tecnológicas

Assinaturas Manuela Ramos (manuela@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Eduardo Serra Jorge, Manuel Álvarez, Nuno Almeida Ramos, Sara Peñas e Teresa Patrício da Silva Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89

Editorial 04.

Opinião 06. 44.

Nacionalidade portuguesa – uma breve análise das alterações introduzidas em 2018 - Teresa Patrício da Silva

46.

Registro Central del Beneficiario Efectivo - Eduardo Serra Jorge

59.

Como saber se um azeite é extra virgem ou mesmo extra virgem premium? - Sara Peñas

Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org

Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Berta Dias da Cunha

Preços no imobiliário estabilizam em 2019 - Manuel Álvarez

Nº de Registo na ERC: 117787

As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

A caminho do Portugal 4.0

Atualidade 22.

Carmo Wood: “o consumo de madeira só poderá crescer”

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14.Grande Entrevista 30.Marketing 34.Fazer Bem 44. Advocacia e Fiscalidade 48.Ciência e Tecnologia 50. Setor Imobiliário 54.Vinhos & Gourmet 60. Setor Automóvel 62.Barómetro Financeiro 64.Intercâmbio Comercial 66.Oportunidades de Negócio 68.Calendário Fiscal 69.Bolsa de Trabalho 70.Espaço de Lazer 74. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 3


editorial editorial

A caminho do Portugal 4.0

A

Foto Sandra Marina Guerreiro

s previsões macroeconómicas do Governo, inscritas no Orçamento do Estado para 2019 e que apontavam para um crescimento do PIB de 2,2% para este ano, são mais otimistas do que as das restantes entidades oficiais, como o Banco de Portugal ou a Comissão Europeia. Assim, de acordo com o “Boletim Económico” emitido em meados de dezembro pelo Banco Central português, “a economia portuguesa deverá prosseguir uma trajetória de crescimento da atividade, embora em desaceleração, no horizonte 2018-21”, estimando-se que o “produto interno bruto (PIB) cresça 2,1% em 2018, 1,8% em 2019, 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021”. Ou seja, o crescimento para 2019 estimado pelo Banco de Portugal é agora de 1,8%, abaixo do previsto e reafirmado recentemente pelo Governo, e da própria previsão de 2% avançada por Bruxelas. Apesar dos vários cenários de incerteza que se vive e algumas das principais economias parceiras de Portugal, como a Inglaterra e nomeadamente a incerteza provocada pelo Brexit, o

4 ACT UALIDAD€

secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix, reafirmou há dias a meta dos 2,2% de crescimento e lembrou que o Governo teve em conta previsões macroeconómicas “prudentes”, considerando “um cenário central que tem uma margem que é apresentada nesse próprio Orçamento”, desvalorizando a revisão em baixa feita pelo FMI relativamente à economia mundial, prevendo que cresça 3,5% em 2019 e 3,6% em 2020, menos 0,2 e 0,1 pontos percentuais, respetivamente, face às previsões anteriores. “O enquadramento externo da economia portuguesa deverá permanecer relativamente favorável. Após um crescimento significativamente superior ao da atividade em 2017 e 2018, o comércio internacional deverá apresentar uma evolução mais próxima da do PIB mundial, implicando uma relativa estabilidade do crescimento da procura externa dirigida a Portugal em 2019/ 21”, enquadrou, por seu lado, o Banco de Portugal no mesmo relatório. “As projeções apontam para um crescimento das exportações de 3,6% em 2018, 3,7% em 2019, 4%

em 2020 e 3,6% em 2021. Se a economia portuguesa dá alguns sinais de abrandamento do seu crescimento, este cenário não preocupa as empresas ligadas ao setor tecnológico, que apostam em aproveitar a onda de empreendedorismo e lançamento de novas startups tecnológicas que finalmente parece estar a surgir em Portugal, movidas em grande parte pelo efeito Web Summit (na foto, a edição de 2018), evento que irá realizar-se em Lisboa até 2028. Para os gestores desta área, os diversos setores da economia portuguesa, incluindo a a Administração Pública, estão a procurar adaptar-se ao fenómeno da tecnologia e da nova realidade digital, para ficarem melhor preparadas para o futuro, numa economia cada vez mais global e conectada. Os quatro gestores que responderam ao inquérito enviado para comentar as principais perspetivas económicas para 2019 mostram grande otimismo e frisam a importância que terá, por exemplo, a penetração de tecnologias mais inovadoras e disruptivas entre as PME e grandes empresas. Algumas destas tecnologias estão contempladas no âmbito do programa de incentivos Portugal 2020, como a Estratégia para a Indústria 4.0, onde o Governo anunciou um conjunto de 60 medidas de iniciativa pública e privada que deverão ter impacto sobre mais de 50 mil empresas a operar em Portugal e, numa fase inicial, permitirão requalificar e formar mais de 20 mil trabalhadores em competências digitais. Este será, certamente, um setor onde as estratégias públicas e privadas caminham em grande sintonia para o que deverá ser um país mais digital. Um Portugal 4.0.  E-mail: cfonseca@ccile.org

FEVEREIRO DE 2019


editorial

FEVEREIRO DE 2019

editorial

AC T UA L I DA D € 5


opinião opinión

Por Manuel Álvarez*

Preços no imobiliário estabilizam em 2019

A

tualmente, a economia como a entrega de vistos gold e abril de 2018 em comparapor t ug ue sa at rave ssa a estrangeiros que apostem em ção com período homólogo. Um um bom momento, que imobiliário, bem como a criação crescimento moderado que, para se ref lete em diversos de um regime f iscal favorável nós, rede imobiliária líder no setores, entre os quais para residentes não-habituais e mercado, demonstra que não há o imobiliário. Portugal apresen- que contribuíram também para sinais de uma “bolha” imobiliáta-se hoje como um dos destinos um incremento na procura de ria no país, ao contrário do que mais procurados do mundo, o imóveis. É na conjugação destes se tem especulado. Analisando que naturalmente traz para o fatores que as subidas de preços, os dados do Instituto Nacional pa ís investidores estra ngeiros. embora sentidas de uma forma de Estatística (INE), verifica-se Por outro lado, também este geral em todo o país, são mais que, neste período, este indicaperíodo mais otimista a nível acentuadas nos grandes centros dor aumentou apenas 1,4% no económico ajuda a que o mercaconcelho de Lisboa (concretado nacional esteja claramente a mente de 2.095 euros/metros crescer. A liás, de acordo com o quadrado para 2.125 euros/metro “Mas esse cenário último Relatório de Estabilidade quadrado). É notório, cada vez [de rebentamento Financeira do Banco de Portugal, mais, que no mercado atual há num quadro de melhoria generaum equilíbrio de mais valias de uma ‘bolha’ lizada dos níveis de conf ianpara todos os intervenientes, ou imobiliária] não irá ça e das perspetivas quanto à seja, o comprador sabe que terá evolução futura dos preços do acontecer. A previsão ganhos no futuro, o proprietário imobiliário e de condições de consegue fazer um bom negócio económica aponta f inanciamento mais favoráveis, e a banca continua a ceder crédiregista-se um aumento da proto porque ao subirem suavemente para o crescimento cura de habitação pelas famíos preços garantem um melhor da economia lias portuguesas, assim como empréstimo. o aumento da procura de habiSegundo os nossos dados, os europeia, baixa tação por não residentes, num preços no concelho de Lisboa inflação e para um quadro de forte crescimento do tiveram um forte crescimento em turismo residencial. 2015 e 2016, mas agora comeaumento das taxas Nos últimos anos, foi notóçaram a conter-se. Isto porque de juro de forma ria uma aceleração do mercado o mercado manda. Quando não imobiliário, em larga medida há margem para se continuar moderada” relacionada com um aumento a aumentar os preços, uma vez da procura por parte de invesque os compradores deixam de tidores, quer naciona is quer urbanos como Lisboa e Porto. ter capacidade para os acompaA título de exemplo, o preço nhar, estes têm de estagnar. Os internaciona is, que procura m aproveitar o aumento exponen- médio do metro quadrado na preços em Lisboa continuarão a cial do número de turistas a avaliação bancária (apartamen- crescer, mas suavemente. Já os utilizarem o alojamento local. tos e moradias) em Portugal cres- do Porto vão começar a conter-se, Acresce a isso, políticas públicas ceu 5,5% entre abril de 2017 tal como aconteceu na capital. A 6 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


opinión

nossa perspetiva é que os preços vão continuar a evoluir favoravelmente na primeira metade de 2019, mas depois acreditamos que vão estagnar. Portugal pode estar na moda e equiparar-se em recursos e em números do turismo a outros países europeus, mas ainda assim, continua a ter metro quadrado mais baixo da Europa. De destacar também que o preço por metro quadrado continua ainda a ser mais baixo que em 2010, com uma média de crescimento nos últimos sete anos a fixar-se no valor de 1% ao ano, mais acelerado nos últimos dois anos (5% ao ano). O que se constatou neste período foi que a procura esteve contida. O cliente português até tinha pretensão de comprar, mas não se atrevia, uma vez que não tinha confiança no mercado e os bancos também não estavam a dar crédito. Esta procura que esteve, assim, estagnada, tendo surgido nestes últimos três anos de forma acelerada, o que conduziu a uma subida de preços e um crescimento no número de transações. Uma outra ideia por vezes presente é que as vendas de imóveis são maioritariamente asseguradas por estrangeiros e isso é errado, uma vez que 80% são feitas por compradores nacionais e os restantes 20% por estrangeiros. Estes não são apenas dados internos nossos, mas também do mercado. E por que têm subido os preços nos últimos três anos? A resposta é simples. Devido ao efeito da procura nacional (80% dos negócios realizados). Fatores como a consolidação do crescimento económico, a criação de emprego, as baixas taxas de juro (prestações acessíveis), banca mais dinâmica e com necessidade de emprestar para superar a crise, o dinheiro na banca que não rende (maior investimento em imobiliário) e o

arrendamento caro (não havendo volume de arrendamento), explicam a aposta dos investidores nacionais em ativos imobiliários. Já no que concerne ao incremento na procura estrangeira (20%), facilmente é explicada através de aspetos como os preços baixos que se registam em Portugal, a oportunidade de investimentos, a segurança, pouco risco e o turismo emergente. Sobre a possibilidade de no futuro haver lugar a uma “bolha” imobiliária, a mesma só se produziria se se registasse um conjunto de pressupostos em simultâneo, nomeadamente, se o volume de crédito crescesse mais de 30% e a taxa de juro diminuísse (este ano de 2018, o volume de crédito irá crescer, mas não a taxa), se a taxa de juro diminuir e se o crescimento do valor dos imóveis for superior a 10% ao ano, o que não é o caso. O problema da “bolha” passa pelos preços chegarem a valores que a banca não quer emprestar e, portanto, há uma queda e uma correção dos preços, algo que aconteceu em 2004, 2005 e 2006. Nessa altura, houve a correção (o spread chegou a zero), logo houve especulação

opinião

imobiliária, e consequentemente, uma “bolha”. Mas esse cenário não irá acontecer. A previsão económica aponta para o crescimento da economia europeia, baixa inf lação e para um aumento das taxas de juro de forma moderada. Numa projecção para 2019 do mercado imobiliário, apontamos para uma estabilização de preços (3% ao ano), mais tranquilidade para o setor, bom mercado para trabalhar a mediação e boas perspetivas no futuro. Acreditamos que o poder económico das famílias portuguesas continuará a mostrar sinais de crescimento, os preços do setor a estabilizarem e a adesão e concessão de crédito à habitação deverão manter-se inalterados. Estes são fatores mais do que relevantes, que nos levam a acreditar que 2019 será um ano em que o mercado imobiliário continuará a registar um crescimento bastante positivo, não apenas para o cliente nacional, como para os investidores estrangeiros que veem em Portugal uma oportunidade de investimento a longo prazo.  * Presidente da RE/MAX Portugal E-mail: info@remax.pt

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 7


apontamentos de economia apuntes de economÍa

Cafés Delta entra na Arábia Saudita com parceiro local

Foto Distribuição Hoje

das suas marcas neste mercado do Médio Oriente. “Para o grupo Nabeiro, a entrada na Arábia Saudita resulta da nossa forte aposta na internacionalização e é um passo fundamental no crescimento da empresa. A internacionalização continua a ser uma das prioridades estratégicas para o grupo e pretendemos manter a trajetória de crescimento nos próximos anos, entrando em novos mercados e consolidando a nossa presença nas geografias onde já estamos presentes”, afirma Rui Miguel Nabeiro (na foto), adminisA Delta acaba de reforçar a sua pre- trador do grupo Nabeiro – Delta Cafés, sença internacional, com a entra- citado em nota de imprensa. da na Arábia Saudita. A entrada do “A nossa expectativa é que este mercagrupo Nabeiro – Delta Cafés na Arábia do se torne num dos mais importantes Saudita foi concretizada através de para a Delta na região do Médio Oriente. uma parceria local para a distribuição Este reforço, aliado à qualidade e exper-

tise dos nossos produtos, nos vários mercados existentes, vai ao encontro dos nossos objetivos que passam por tornar cada vez mais a Delta uma marca global”, refere o responsável. Os produtos da marca de cafés portuguesa passam a estar disponíveis desde este ano, inicialmente na capital, Riade, no segmento de escritórios com café em cápsula, e ainda para todo o país através do canal online. Especificamente para a Arábia Saudita, a Delta “adaptou também diferentes produtos de acordo com as necessidades deste mercado”, de acordo com a companhia. O grupo Nabeiro está presente em mais de 35 mercados, estando a atuar diretamente em sete deles: Espanha, França, Luxemburgo, Suíça, Angola, Brasil e China.

BEI financia novo programa para modernizar empresas que foram alvo de restruturação O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) deram mais um passo no sentido de conceder financiamento às pequenas e médias empresas portuguesas que foram objeto de uma restruturação bem-sucedida e que necessitem de fundos para investir em inovação, com o objetivo de se tornarem mais competitivas. Em conjunto, as duas instituições disponibilizarão 200 milhões de euros para apoiar a modernização e a capitalização das PME e mid-caps portuguesas. O banco da União Europeia (UE) concederá um empréstimo de 100 milhões de euros à IFD, e a instituição de fomento nacional portuguesa assegurará que os intermediários financeiros complementem o empréstimo do BEI com, pelo menos, o mesmo montante, em benefício das PME e mid-caps.

8 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Esta iniciativa pretende concretizar Adjunto e da Economia. mais uma das medidas previstas no Pedro Siza Vieira defendeu que é Programa Capitalizar, operacionalizado “fundamental apoiar as empresas que pelo Ministério da Economia, e que passaram pelo difícil processo de passa por proporcionar o acesso ao restruturação. Esta linha de financiafinanciamento a empresas recentemen- mento será um instrumento dirigido te restruturadas, que têm maiores difi- às empresas que ultrapassaram essa culdades a aceder ao crédito bancário. etapa, canalizando fundos para serem Este novo instrumento prevê não ape- competitivas e, assim, iniciar esta nas o apoio direto a investimento em nova fase da sua vida com mais solicapital fixo associado ao desenvolvi- dez e confiança”. mento de projetos que visem a recu- Por seu turno, Emma Navarro, subliperação empresarial, mas também o nhou que “as PME são fundamentais apoio a necessidades de fundo de para promover o crescimento ecomaneio resultantes do desenvolvi- nómico e a criação de emprego em mento de tais projetos. Portugal”. O contrato desta parceria foi assi- “É também com grande satisfação nado no final de dezembro, no que reforçamos a nossa colaboração Porto, pela vice-presidente do BEI, com a IFD. Os bancos de fomento Emma Navarro, e pelo presidente da nacionais são parceiros-chave do BEI Comissão Executiva da IFD, Henrique em toda a UE e desempenham um Cruz, numa cerimónia que contou com papel muito importante na economia”, a presença igualmente do ministro adiantou a mesma responsável.


Breves Adecco Portugal recebe prémio de “Country of the Year 2018”

Foto Sandra Marina Guerreiro

guesa o prémio de “Country of the Year 2018”. Mais de 300 pessoas oriundas de 45 países marcaram presença neste evento, realizado no final de dezembro, incluindo diversos CEO das empresas do grupo, como Carla Rebelo (na foto), diretora-geral da Adecco Por tugal, que recebeu o galardão, atribuído anualmente pelo comité executivo do grupo Adecco ao país que mais se tenha destacado nos seus resultados e concretizações estratégicas em 2018. “Este reconhecimento, que nos foi entregue pelas mãos do CEO mundial, Alain Dehaze, deixa-nos muito satisfeitos, pois reflete o empenho, esforço e dedicação contínuos de No âmbito do “Global Leaders todos aqueles que contribuem para Conference”, um evento anual em que a Adecco Portugal seja uma que os CEO das várias empresas empresa de referência no país e do grupo Adecco se encontram que todos os dias trabalham para para a discussão de temas do seu chegarmos cada vez mais longe”, setor e das opções estratégicas do frisou no mesmo evento Carla grupo, foi atribuído à filial portu- Rebelo.

BBVA apoia a internacionalização das empresas portuguesas O BBVA estará presente pelo possam ter a capacidade finansegundo ano consecutivo no ceira e operacional necessária à “SISAB -Salão Internacional do expansão internacional da sua atiSetor Alimentar e Bebidas”, que vidade, reduzindo os riscos inerendecorrerá nos próximos dias 25 a tes a estes processos. Além disso, 27 de fevereiro, em Lisboa. contam com uma equipa que as “Uma iniciativa em que o BBVA acompanha quer a nível local, quer reforça a sua proximidade com as a nível global nas diferentes geoempresas e a sua disponibilidade grafias onde o BBVA está presente, para as apoiar no seu dia a dia”, facilitando todo o seu processo de afirma a instituição financeira. expansão, afiança o grupo bancário. Com o BBVA, e pela sua dimensão “Com mais de 160 anos de expeglobal e know-how especializado, riência e presença em mais de as empresas contam com vários 30 países, o BBVA quer ajudar as tipos de soluções de financiamen- empresas a aproveitarem as oporto, apoio ao comércio internacional tunidades de um mercado cada vez e cobertura de riscos para que mais global”.

Efapel investe 13,7 milhões de euros em nova unidade fabril A Efapel inaugurou o seu novo edifício, em cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e que contou com a presença ainda do ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e do secretário de Estado da Valorização do Interior, João Catarino. Esta nova unidade industrial, “responde ao constante crescimento da empresa ao nível comercial e à exigência permanente de modernização, para dar resposta a todas as solicitações de um mercado global cada vez mais competitivo e onde a empresa pretende continuar a atuar ao mais alto nível”. A construção desta nova unidade da empresa produtora de aparelhagens elétricas, que conta com o apoio dos fundos europeus Portugal 2020 - Programa Operacional de Competitividade e Internacionalização, ao abrigo do programa diferenciação para a internacionalização, representou um custo total de mais de 13,7 milhões de euros, tendo o apoio comunitário ascendido a 3,87 milhões de euros. Este novo edifício é a quarta unidade da fábrica da Efapel em Serpins, a que acresce ainda um pólo na Lousã. MSC Cruzeiros apresenta crescimento de 34,2% em 2018 A MSC Cruzeiros anunciou que terminou o ano de 2018 com um total de 29.748 passageiros a utilizar os seus serviços, um número superior em 34,2% ao do ano anterior. Segundo o “MSC Market Intelligence Cruise Monitor”, a quota de mercado da companhia em Portugal teve assim um aumento de 4%, atingindo deste modo cerca de 44% no mercado português. Eduardo Cabrita, diretor-geral da MSC Cruzeiros em Portugal, afirma que: “é com grande satisfação que nos últimos anos temos alcançado o maior número de portugueses que alguma vez já viajaram com uma companhia de cruzeiros e que em 2018 registámos o maior crescimento que tivemos até hoje em Portugal”. O responsável justifica que “o aumento da nossa capacidade e o lançamento de novos navios têm sido bastante importantes para o crescimento da MSC Cruzeiros, não só em Portugal, mas também em todos os países onde opera, possibilitando-nos disponibilizar mais e novos itinerários, o que nos tem permitido

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 9


Breves diversificar a oferta, fidelizar e atrair cada vez mais viajantes”. Por outro lado, “com a entrada no segmento de luxo anunciada o ano passado, a companhia verá a sua capacidade triplicada e aumentará a sua frota para um total de 29 navios, até 2027”, antecipou ainda o mesmo responsável. Os itinerários mais procurados pelos portugueses continuam a ser os do Mediterrâneo e do Norte da Europa. Destinos como as típicas Caraíbas e Cuba, ou os itinerários pelos Emirados Árabes Unidos, têm vindo a ter cada vez mais peso nos últimos anos e são cada vez mais procurados pelo seu clima e exotismo, potenciando um crescimento da MSC Cruzeiros, que se verifica cada vez maior também no inverno. Além disso, as saídas e chegadas aos portos portugueses (cerca de 15% do total dos passageiros) continuam a ser uma grande aposta da companhia, que apresentou em 2018 uma operação com saída e chegada a Lisboa entre setembro e outubro a bordo do “MSC Preziosa”, e entre outubro e novembro a bordo do “MSC Orchestra”, com embarque e desembarque no Funchal. Dachser reforça posição no transporte de mercadorias perigosas O setor químico está a atravessar um período de prosperidade na Península Ibérica, tendo faturado, em 2017, mais de 63 mil milhões de euros – mais 27% do que no ano anterior, de acordo a Federação Empresarial da Indústria Química Espanhola (ver Actualidad€ nº 259). Os relatórios preveem, ainda, uma tendência de crescimento, concretamente uma duplicação da dimensão do setor nos próximos 15 anos. Refira-se que esta evolução está intrinsecamente ligada ao boom de exportações do setor químico, com destaque para o mercado europeu. A Dachser, operador logístico que possui uma solução específica para o setor – a Dachser Chem-Logistics –, acompanhou essa mesma mudança, tendo movimentado, só em 2017, 3,1 milhões de toneladas de produtos químicos, em cerca de 3,3 milhões de expedições. Desde a introdução deste serviço na Península Ibérica, em 2015, a faturação dos serviços logísticos prestados cresceu, em média, cerca de 10% por ano. De acordo com Juan Quintana, managing director European Logistics da Dachser Iberia, para gerir de forma eficaz a cadeia de distribuição de produtos químicos, “o mais relevante é ter uma equipa de profissionais qualificados capazes de assessorar diariamente todos os serviços de logística para o setor químico”. “Refira-se que todas as filiais da Península Ibérica estão preparadas para receber este tipo de produtos, destacando-se, a este nível, os centros logísticos de Barcelona Norte e Valência, que já conquistaram o certificado SQAS, esperando-se, ainda, que a filial de San Sebastián integre este grupo em 2019”, adianta o transportador.

10 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Santos e Vale integra os quatro primeiros euro-modulares na sua frota

Seguindo uma das principais linhas estratégicas da empresa para este ano, a Santos e Vale integrou no mês passado quatro novos camiões euro-modulares ou também conhecidos por “mega-camiões” na sua frota. “Com a utilização destes veículos aumentamos a nossa capacidade de peso transportado em cada viagem, passando das 40 para as 60 toneladas, ou seja, um aumento de capacidade de

carga em cerca de 50%. Em termos de volume transportado, o aumento é de mais de 66%, passando dos 80 para os 133 metros cúbicos”, referiu Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale. Uma das principais vantagens que este tipo de veículos apresenta é a sua redução em termos de emissão de gases poluentes por quilograma transportado, tendo em média uma redução de mais de 30% de emissão de CO2 para a atmosfera. Estes quatro novos veículos, que vieram aumentar a frota atual da empresa, de mais de 350 unidades, estão já a efetuar diariamente alguns dos percursos mais longos de ligação entre as 16 plataformas da empresa, sendo que, durante o ano de 2019 serão integrados mais veículos deste tipo na frota da Santos e Vale.

BPI e BEI criam simulador online para simplificar financiamento de projetos de eficiência energética Para facilitar o processo de candidatura ao financiamento no âmbito da linha BPI/BEI Eficiência Energética, estas entidades desenvolveram uma ferramenta online que permite verificar a elegibilidade dos projetos de eficiência energética e estimar o potencial de poupança de energia, custo e CO2 de cada projeto. O BPI é pioneiro, em Portugal, no lançamento de um instrumento financeiro de apoio à eficiência energética através da assinatura, com o Banco Europeu de Investimento (BEI), de um acordo de financiamento e garantia de 50 milhões de euros. A Linha BPI/BEI Eficiência Energética destina-se a apoiar projetos de investimento em eficiência energética, realizados pelo setor empresarial. Trata-se do único acordo celebrado em Portugal no âmbito do Instrumento de Financiamento Privado para a Eficiência

Energética (PF4EE), gerido pelo BEI e financiado pela Comissão Europeia através do Programa LIFE (Programa para o Ambiente e a Ação Climática 2014-2020). Com um design apelativo e intuitivo, a nova aplicação destina-se a clientes e fornecedores de soluções de eficiência energética, permitindo realizar um enquadramento prévio à elegibilidade dos projetos para financiamento através da Linha BPI/BEI Eficiência Energética. A ferramenta permite, ainda, identificar os potenciais de poupança, ajudando à decisão do investimento. A linha BPI/BEI Eficiência Energética beneficia de uma garantia de 80% do BEI, operação a operação, que permite ao banco, entre outros benefícios, disponibilizar condições especiais de spread e financiamentos a prazos mais longos (até 20 anos).


Allianz adquire primeira central solar fotovoltaica em Portugal

A Allianz Capital Partners acaba de anunciar a aquisição da central Ourika, de 46 megawatts (MW), em Portugal. A central solar está totalmente operacional e foi desenvolvida pelo grupo WElink. Mais de 50% da energia de Portugal provém do vento, do sol e da água, sendo que o país ocupa o sexto lugar na Europa neste tipo de produção energética. A central Ourika, localizada em Ourique, no Alentejo, é um projeto de 46,1 MW, capaz de produzir eletricidade renovável suficiente para aproximadamente 23 mil lares por ano, na região. A central tem um contrato de compra de energia de preço fixo de 20 anos, com preços garantidos. A Ourika é um projeto pioneiro a nível ibérico e será uma das primeiras grandes

centrais de energia solar em atividade sem tarifa garantida suportada pelos contribuintes, mas que depende do Acordo de Compra de Energia. “Estamos muito satisfeitos em estabelecer uma parceria com o consórcio WElink, neste que é o nosso primeiro investimento num projeto solar em Portugal. A central Ourika é um ativo valioso a adicionar ao nosso portefólio pró-ambiental, que neste momento já ultrapassa a barreira das 90 centrais solares e eólicas. Este investimento prova a importância das energias renováveis no portefólio de investimento da Allianz, que é já um dos maiores investidores neste setor na Europa. Esperamos investir em mais projetos solares sem subsídios em vários mercados europeus no futuro, e aguardamos por mais parcerias com a WElink e outras empresas especializadas neste setor”, referiu Marc Groves-Raines, responsável pela área de Energias Renováveis da Allianz Capital Partners.

DS Smith finaliza aquisição da Europac A DS Smith anunciou no passado dia 17 a conclusão da aquisição da Europac. Numa nota enviada à comunicação social, a empresa revela que “recebeu uma aceitação que representa 98,8% do capital total de ações da Europac”, pelo que “a condição final da proposta de aquisição da Europac pela DS Smith foi satisfeita”. Miles Roberts, chefe executivo do grupo, afirmou estar “muito satisfeito com o apoio dos acionistas da Europac. Aguardamos com expetativa o acolhimento dos colaboradores da Europac no Grupo DS Smith e a integração das empresas para bene-

fício de todos os nossos stakeholders. Esta aquisição representa uma fantástica oportunidade para melhorar a nossa presença e oferta junto dos clientes nesta importante região”. A Europac é uma empresa de embalagens, com sede em Espanha. Em 2017, apresentou receitas no valor de 868 milhões de euros e um EBITDA recorrente de 147 milhões. Nos primeiros nove meses de 2018, o EBITDA recorrente foi de 157 milhões de euros e o resultado líquido de 79 milhões, que comparam com 104 milhões e com 58 milhões, respetivamente, em termos homólogos.

Gestores

em Foco

Pedro Castro e Almeida (na foto), até aqui administrador do Banco Santander Totta, é o novo presidente da comissão executiva do banco, substituindo António Vieira Monteiro, que passa a assumir as funções de presidente do conselho de administração, de acordo com a aprovação dos novos órgãos sociais do Banco Santander Totta para o triénio 2019-2021, entretanto já aprovados também pelo Banco Central Europeu. O presidente da mesa da Assembleia Geral é José Galvão Teles.

Com 30 anos de experiência internacional, Alain Van Groenendael (na foto) é o novo chairman e CEO da Arval, empresa especializada em full service vehicle leasing, do grupo BNP Paribas. Alain Van Groenendael foi nomeado, no final de 2018, membro do conselho de administração e diretor executivo adjunto do BNP Paribas Personal Finance. Em 2015, foi nomeado presidente da empresa e integrou outros cargos no grupo financeiro. Assumiu um papel de liderança no desenvolvimento internacional e na transformação digital da empresa. Mais recentemente, foi presidente da Opel Vauxhall Finance. Paralelamente, foi também vice-presidente da Associação Francesa de Empresas Financeiras Especializadas e líder da Eurofinas-Federação Europeia das Associações de Instituições de Crédito. Tiago Melo assumiu a Direção de Marketing de Grande Consumo da L’Oréal Portugal. O novo gestor, que substitui Margarida Condado, que é agora New Business director da L’Oréal Portugal, fica responsável pelas marcas L’Oréal Paris e Garnier (com exceção da Make-Up). O percurso profissional de Tiago Melo tem sido em grande parte percorrido na multinacional, onde ingressou em 2008, como assistente de marketing da L’Oréal Paris, tendo posteriormente ocupado diferentes cargos e trabalhado com diferentes marcas do grupo até assumir, em julho de 2014, o cargo de marketing coordinator da L’Oréal Paris para a Europa. Em outubro de 2015, assumiu responsabilidades como marketing manager da L’Oréal Paris e da Garnier - Hair Care & Styling, funções que deixou em janeiro de 2017, quando ascendeu ao cargo de diretor de Marketing da Make-Up.

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 11


Breves DHL invierte 143 millones en España ante la amenaza del Brexit DHL ha completado ya un tercio del plan de contingencia que la compañía de transportes de mercancías lleva diseñando desde hace más de un año ante la posibilidad de que el Reino Unido abandone la Unión

Europea sin un acuerdo en los próximos meses. Según ha explicado el director general de DHL Express en España y Portugal, Miguel Borrás, la empresa ha invertido ya 143 millones de euros en España para prepararse ante los posibles efectos de un Brexit duro, que aumentarían hasta los 429 millones en caso de confirmarse. “Hemos contratado a 30 personas para que se formen en aduanas. Si el Brexit se confirma necesitaríamos contratar a 60 personas más, pero ya tendremos buena parte avanzada”, explicó Borrás. Actualmente, el 80% de las entregas de DHL en todo el mundo se realizan en 24 horas y el 10% restante en 48 horas. Pamesa invierte 15 millones de euros en la instalación fotovoltaica de autoconsumo más grande de Europa El grupo Industrial Pamesa toma el liderato con una nueva política energética que apuesta decididamente por eliminar emisiones de CO2 en el sector industrial cerámico. La compañía presidida por Fernando Roig instalará en los techos de sus centros logísticos de Onda (Castellón) más de 40 mil paneles fotovoltaicos, ocupando una superficie de 70 mil metros cuadrados, que le permitirán aprovechar uno de los recursos naturales más abundantes e infrautilizados de la región, el sol. La instalación, que tendrá una potencia final instalada de 13,24 MW, se construirá mediante la modalidad de autoconsumo sin vertido a la red eléctrica lo cual implica que el 100% de la energía generada por la instalación solar fotovoltaica será consumida dentro de las instalaciones productivas de Grupo Industrial Pamesa. El proyecto constituirá la mayor instalación fotovoltaica en autoconsumo de Europa y será diseñado y

12 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Cepsa entra en renovables con inversiones de 500 millones de euros La petrolera española, controlada por el emirato de Abu Dabi, entra en la carrera de la energía verde, que vive un nuevo “boom” por el que pelean N atu r g y, Endesa, Repsol e Iberdrola. Cepsa ha anunciado un acuerdo con su socio árabe Masdar para desarrollar proyectos fotovoltaicos y eólicos en España y Por tugal y desplegar entre 500 y 600 megavatios (MW) en los próximos cinco años. A precios de mercado, esos desarrollos podrían suponer una

inversión superior a los 500 millones de euros. El acuerdo llega un año después de que Cepsa y Masdar firmaran un memorándum

de entendimiento para expandir su presencia internacional en el mercado de las renovables.

Alstom inicia las pruebas de su autobús eléctrico en tres ciudades españolas Alstom ha iniciado las pruebas de su autobús eléctrico, que recorren las calles de Barcelona, y, posteriormen-

te, se desplazará a Madrid y Vigo. El nuevo autobús, que ya ha sido probado en Francia, Bélgica, Holanda y Alemania bajo el nombre de Aptis, supone un coste total equivalente al de los autobuses diésel actuales, gracias a los bajos costes de mante-

nimiento y operación y a una mayor vida útil, según señala Alstom. El vehículo se puede recargar en las cocheras durante la noche o de forma diurna al final de cada línea y cuenta con carga rápida durante el día, que se realiza a través de un sistema de carga estática desde el suelo, que ha sido desarrollado por Alstom. Presente en más de sesenta países, esta empresa facturó 7.300 millones de euros durante el ejercicio fiscal 2017-2018 y registró un volumen de pedidos de 7.200 millones. En España cuenta con cerca de 2.000 trabajadores.


Breves Iberia se consolida en 2018 como el primer motor de crecimiento para IAG Iberia se ha convertido en el motor de crecimiento del tráfico de IAG al cierre de 2018. El holding que dirige Willie Walsh ha atendido a 112,9 millones de viajeros, un 7,7%, o sea, ocho millones de clientes más que en 2017. La aerolínea que preside Luis Gallego consigue un 11,7% de subida en el número de pasajeros transportados por kilómetro operado (PKT), por encima del 9,8% de Vueling o el 9,8% de Aer Lingus, pese a contar estas

con bases inferiores de comparación. British Airways, por su parte, mejora un 3,3%. La demanda atendida por Iberia crece por encima del incremento del 9,6% en asientos ofertados por kilómetro operado (AKO). Vueling sube en este apartado un 8,9%, Aer Lingus ha puesto un 10% más de asientos en el mercado que el año pasado, y British Airways ha incrementado su oferta un 2,5% en el año recién concluido.

ACS gana su primera gran obra portuaria en Norteamérica El grupo ACS, a través de su constructora Dragados, se ha estrenado con un primer proyecto por tuario en Nor tea mér ica , donde es el primer contratista internacional en infraestructuras terrestres, como autopistas y líneas de ferrocarril. El nuevo encargo lleva un volumen de inversión aparejado de 400 millones de dólares canadienses (unos 260 millones de euros) y consiste en el diseño y construcción de la ampliación de la terminal de contenedores para la autoridad portuaria de Vancouver Fraser, en British Columbia (Canadá). El fin de obra se prevé en diciembre de 2021.

Pese a contar con 75 años de experiencia en proyectos marítimos y tener referencias en medio planeta, a Dragados se le resistía el mercado de la construcción portuaria en dos de sus destinos principales, como son Estados Unidos y Canadá. La empresa de ACS ha firmado desde la ejecución de nuevos puertos en zonas de aguas profundas y abiertas hasta el desarrollo de grandes terminales de contenedores.

construido por la empresa especializada IM2 Energía Solar. La inversión total será de 15 millones de euros y estará finalizada en julio de 2019. Conforama construirá en Llíria un centro logístico de 60 mil metros quadrados La cadena francesa de tiendas de muebles Conforama

construirá un centro logístico de 60.000 metros cuadrados en el polígono de Carrasses de Llíria (Valencia) sobre una parcela que también alojará un edificio administrativo de mil metros. Conforama ha elegido este municipio para instalar este almacén logístico tras estudiar otras opciones en la provincia de Valencia y el alcalde de Llíria, Manolo Civera, ha valorado esta inversión, la cuarta de una multinacional en esta localidad, según informan fuentes municipales. Con esta inversión, el polígono quedará ocupado al 30 % de su superficie en solo tres años, ha destacado el alcalde, quien ha mostrado su satisfacción por haber cumplido el reto del cambio del sistema productivo para lograr empleo de calidad y reducir el desempleo. Sabadell cambia su estructura en México para impulsar su imagen en el país Con el objetivo de consolidar su presencia en México, Banco Sabadell ha procedido a reestructurar sus filiales en este país centroamericano. Acaba de firmar un contrato de compraventa con Banco Sabadell España para unificar su firma financiera Sofom SabCapital con el banco allí. Mediante la firma de este contrato, Banco Sabadell en México podrá fortalecer su modelo de negocio al consolidar sus operaciones en el país, explican desde el grupo que preside Josep Oliu. A través de esta compraventa, Banco Sabadell ha adquirido el 49,27% del capital de esta sofom, más el 1,73% que ya tenía, haciéndose acreedor así de una participación del 51% de SabCapital. Esta operación obedece, según explica la entidad, a los resultados positivos de Banco Sabadell en México. Estas mismas fuentes mantienen que la presencia del banco en México superan las previsiones en el país.

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 13


grande entrevista gran entrevista

João Rui Ferreira Presidente da Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor)

14 act ACT ualidad€ UALIDAD€

Fe Ev Ve Er Re E iI r Ro O d De E 2019


grande entrevista gran entrevista

Cortiça portuguesa

exporta mais 8% em 2018 e aposta na inovação

O setor da cortiça conseguiu aumentar as exportações em cerca de 8% no ano passado (dados até setembro de 2018), num ano em que o total deste valor deverá ultrapassar os mil milhões de euros, estima a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor). Segundo João Rui Ferreira, presidente da Apcor, este setor amadurecido continua, todavia, a ter potencial de crescimento, sobretudo pela aposta na investigação e desenvolvimento (I&D), que permite levar esta matéria-prima natural às mais variadas aplicações industriais, desde os transportes, à moda, ou até mesmo à cosmétcia e à área da saúde, adianta o mesmo responsável.

Q

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Apcor

uais são os principais mercados externos para a cortiça portuguesa?

O setor da cortiça exporta para 138 países. A França é o principal país das exportações portuguesas de cortiça e representou, em 2017, 18,9%, com 186,3 milhões de euros. Os EUA surgem em segundo lugar, com 17,1% e 168,6 milhões de euros, Espanha em terceiro (com 13,2% e 130,5 milhões de euros), Itália em quarto (10% e 99,1 milhões de euros) e em quinto lugar a Alemanha (7,4% e 73,3 milhões de euros).

Qual o volume de negócios do setor em 2017? E qual foi a evolução em 2018?

Em 2017, o setor da cortiça exportou 986,3 milhões de euros, representando um aumento de 5,4% face ao ano anterior. Para 2018, espera-se que o setor ultrapasse os mil milhões de euros, com um aumento um pouco acima do ano anterior. Até setembro de 2018, últimos dados disponíveis, o setor registou um aumento de 8% face ao período homólogo de 2017. Quais são os usos inovadores da cor-

tiça que estão já a ser desenvolvidos em Portugal?

A cortiça pode ser utilizada numa infindável panóplia de produtos que cobrem as diversas áreas, desde a moda ao desporto, passando pelos transportes, cosmética e até a indústria farmacêutica está a estudar o uso de alguns compostos da cortiça que podem ajudar no tratamento de determinadas patologias. A área aeroespacial é outra indústria que tem olhado para a cortiça como um excelente aliado. É óbvio que não podemos esquecer a rolha de cortiça, que é o principal proFEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 15


grande entrevista gran entrevista

duto do setor, e que contribui em mais de 70% para o nosso volume de exportações. Em que áreas novas se deveria apostar?

A cortiça tem suscitado, cada vez mais, interesse a investigadores de diferentes áreas, como referido anteriormente. Isto porque as suas características são tão interessantes que ela pode responder a diversos e diferentes desafios. Presentemente, a atenção para o que é natural, ecológico e amigo do ambiente é uma crescente, e a cortiça aqui preenche na plenitude estes requisitos. Por isso, acreditamos que a cortiça continuará na ordem do dia e que muitas outras áreas vão olhar para a cortiça como uma matéria-prima a ter em consideração. Um dos setores onde se tem introduzido cortiça também é nos transportes. Que novos desenvolvimentos se esperam nesta área? 16 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Sim, é verdade. A cortiça está nas carruagens de Metro desenhadas pela Siemens, no interior dos topos de gama da Mercedes Benz, por exemplo. A NASA e a Agência Espacial Europeia usam a cortiça nas suas missões. A proteção térmica,

“A cortiça está nas carruagens de Metro desenhadas pela Siemens, no interior dos topos de gama da Mercedes Benz, por exemplo. A NASA e a Agência Espacial Europeia usam a cortiça nas suas missões”

a resistência ao atrito e a leveza são colocados ao serviço da aeronáutica em placas de revestimento dos vaivéns. A cortiça é, também, utilizada em guiadores de bicicletas, no piso de transportes públicos e nas juntas da cabeça do motor dos automóveis. A cortiça assume um importante papel na redução do peso dos veículos, no aumento da sua eficiência, e na redução de consumos. Esta é, sem dúvida, uma área em que a cortiça irá continuar a ser estudada. A dinamização do Cork_Empreende destina-se a promover a criação de mais empresas inovadoras? Com que fins?

O Cork_Empreende é uma iniciativa que aposta na promoção do espírito empresarial, apoiando ideias de negócio inovadoras e com o objetivo de criar cerca de 20 novas empresas e vários postos de trabalho por todo o território nacional. Os dois grandes objetivos deste projecto são:


gran entrevista grande entrevista

“As rolhas de cortiça vedam, neste momento, 12 mil milhões de garrafas em todo o mundo, representando cerca de 70% do total mundial. Estes dados demonstram claramente a preferência dos produtos pela rolha de cortiça” desenvolver uma nova estratégia de promoção do empreendedorismo, baseada em modelos de negócio orientados para processos tecnológicos; e estimular novas iniciativas empresariais orientadas para a internacionalização. Durante o projeto será feito o mapeamento de novas oportunidades de empreendedoris-

mo na fileira da cortiça bem como, das necessidades de capacitação para um amplo programa empreendedor que assenta em três eixos de sustentabilidade: competitividade, meio ambiente e responsabilidade social. Estão previstas várias atividades, como workshops, um roadshow, um seminário e várias ações de coaching

e mentoring, mas é a realização do concurso de ideias que merece maior destaque pois serão atribuídos 30 mil euros para as seis ideias mais inovadoras e diferenciadoras. O setor do vinho é um setor perdido para a cortiça, a médio/ longo prazo?

De modo nenhum. As rolhas de

PUB

Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 Mail: ccile@ccile.org Site: www.portugalespanha.org

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 17


grande entrevista gran entrevista

Cork_Empreende vai ajudar a criar 20 novas empresas inovadoras O programa Cork_Empreende pretende criar 20 novas empresas, em áreas como a moda, a arquitetura e o agroalimentar. O programa, lançado no final do ano passado pela Apcor, irá atribuir 30 mil euros a seis ideias de negócios inovadoras e pretende criar 20 novas empresas, em áreas como a moda, a arquitetura e o agroalimentar. Desenvolvido no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas para a Promoção do Espírito Empresarial, o projeto propõe-se criar “vários postos de trabalho por todo o território nacional” com base em modelos de negócio orientados para processos tecnológicos e em iniciativas empresariais que privilegiem a internacionalização.

18 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Como enquadrou João Rui Ferreira, presidente da Apcor, na altura do lançamento do programa, os principais destinatários são os empreendedores com novas ideias de negócios e as pequenas e médias empresas que, constituídas há menos de dois anos, que mostrem capacidade para corporizar novos modelos de negócio. “Durante o projeto será feito o mapeamento de novas oportunidades de empreendedorismo na fileira da cortiça, bem como das necessidades de capacitação para um amplo programa empreendedor, assente em três eixos de sustentabilidade: a competitividade, o meio ambiente e a responsabilidade social”, segundo o mesmo responsável.

cortiça vedam, neste momento, 12 mil milhões de garrafas em todo o mundo, representando cerca de 70% do total mundial. Estes dados demonstram claramente a preferência dos produtos pela rolha de cortiça. A associar a este facto, todos os estudos realizados nos mercados aos top 100 vinhos mais vendidos demonstram que a cortiça é a escolhida. No caso de Espanha, por exemplo, 92% dos vinhos mais vendidos têm rolha de cortiça. Mas para além dos produtores, também os consumidores preferem a rolha de cortiça nos vinhos que adquirem, num percentagem que ronda os 90% em todo o mundo, no caso da Espanha esta preferência chega aos 95%. Associada a esta preferência, a indústria tem investido em várias frentes para poder colocar no mercado um produto cada vez com melhor performance. E, por isto, acreditamos que a rolha de cortiça terá uma longa e sorridente história pela frente. 


gran entrevista grande entrevista

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 19


atualidade actualidad

“Prevemos, em quatro anos, duplicar o nosso volume de negócios, para os 200 milhões de euros”

Líderes em marcas de distribuição e copacking especializado, a Font Salem instalou-se em Portugal em 2009, com a compra da fábrica de cervejas Cintra, em Santarém. A empresa faz parte do grupo Damm, um dos maiores produtores de cerveja em Espanha e fornecedora da Mercadona, com um volume de negócios da ordem dos 230 milhões de euros. O grupo de cervejas e outras bebidas conta com os centros de produção de Salem e El Puig (ambos em Valência) e de Santarém (em Portugal). Antoni Folguera Ventura, administrador e diretor geral da Font Salem Portugal, explica como conseguiram converter as instalações da antiga Cintra na mais competitiva do grupo.

O

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

grupo Damm, através da Font Salem, começou o seu investimento no exterior com a compra da antiga fábrica Cintra, em 2009. Atualmente, a fábrica de Santarém é estratégica para o grupo em termos de vendas para o exterior. Como foi esta transformação?

funcionamento e a produção era mínima. Para adaptá-la ao nosso modelo, que é muito competitivo, tivemos que alterar a capacidade de produção de maneira significativa. Incorporámos novas linhas de enchimento, de latas e vidro, e a produção a grande escala de refrigerantes e ice teas. Adicionalmente, Efetivamente, trata-se de uma uni- e o que é mais importante, fizemos dade imprescindível para a estra- elevados investimentos para que tégia da Font Salem. Quando nós a capacidade da fábrica pudesse chegámos a Portugal, as instalações produzir com os requerimentos de não estavam em bom estado de qualidade e segurança alimentar,

20 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

que os nossos clientes nos estão a exigir. Tudo isto, não teria sido possível sem a atitude positiva dos nossos colaboradores, que desde o primeiro dia, integraram a nova estratégia, nos seus procedimentos de trabalho. Os resultados já são evidentes, já faturamos mais de 100 milhões de euros em Portugal, fabricamos mais de 200 milhões de litros e já somos mais de 200 colaboradores. Números que ainda temos perspe-


actualidad atualidade

tivas de incrementar.

Foi uma surpresa o bom resultado da fábrica?

Não exatamente. Este plano de desenvolvimento já fazia parte da nossa estratégia, mas obviamente, estamos muito satisfeitos com os resultados atingidos até agora. Em que novos mercados entrou a Font Salem Portugal?

Vendemos a mais de 80 países do mundo, dos cinco continentes. O nosso objetivo de desenvolvimento estava baseado em três pilares: desenvolvimento do mercado nacional; a vantagem logística de fornecer a parte oeste da Península Ibérica– onde a fábrica de Santarém é mais competitiva que as nossas de Valência, por uma questão de proximidade–, e, finalmente, o mercado internacional fora da Europa onde temos boas posições: a China e os continentes de África e América do Sul. E no mercado nacional, também cresceu?

“A nossa presença em Portugal permitiu aos distribuidores relançar o segmento de marcas próprias, tanto em cerveja, como em refrigerantes”

Com certeza, a nossa presença em Portugal permitiu aos distribuidores relançar o segmento de marcas próprias, tanto em cerveja, como em refrigerantes, e oferecer ao consumidor uma ótima alternativa às marcas tradicionais.

enchimento de garrafas de vidro, e estamos a ultimar a ampliação da capacidade logística. Também, antes do verão estará finalizada a duplicação da capacidade de fabrico de cerveja, sendo possível atingir os dois milhões de hectolitros, o que, juntamente com os refrigeQue papel teve a tecnologia na trans- rantes, permitirá à unidade fabril, formação da fábrica? atingir uma capacidade total de Nós investimos em tecnologia de 400 milhões de litros. última geração para garantir a qualidade e a competitividade básica do Que impacto vai ter no negócio? nosso negócio. Este investimento é Prevemos, em quatro anos, duplicar feito de forma contínua, passando o nosso volume de negócios, isto é, pela atualização dos equipamentos, atingir aproximadamente os 200 bem como pelo aumento da capaci- milhões de euros. dade produtiva. O Governo aprovou um crédito fiscal à Font Salem para investir 40 milhões de euros em Santarém. O que vai ser feito agora?

Já temos pronta uma nova linha de

Quais são os principais pontos da estratégia até 2020?

Desenvolvimento do mercado interno, tanto em cerveja, como em refrigerantes, com uma oferta personalizada e única, para cada

distribuidor; crescimento da exportação e complementar a nossa atividade em Espanha, com a vantagem logística que a unidade de Santarém oferece. E vão ser necessários novos investimentos?

Com certeza, temos mais ideias de negócio, que, sem dúvida, trarão novos investimentos, mas isto já será numa nova fase, quando tivermos atingido os objetivos desta fase atual. Além disso, todos os anos investimos um valor relevante na renovação das instalações. Que impacto está a ter a atividade de Font Salem Portugal no setor agrícola? E no crescimento dos negócios das empresas que rodeiam a unidade industrial?

Gostaríamos que o impacto no setor agrícola fosse mais intenso. Temos que importar a nossa matéria-prima principal, uma vez que Portugal não tem produção de cevada suficiente para toda a procura dos cervejeiros portugueses, entre os quais estamos nós. Apesar disso, temos uma boa base de fornecedores portugueses– desde o vidro, cartões, etc. Além disso, recorremos também a prestadores de serviços, o que desenvolve e articula muito bem o nosso impacto no FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 21


atualidade actualidad

Carmo Wood abre primeira loja de produtos de madeira este ano O volume de negócios da Carmo Woods cresceu 25% em 2018, exportando 70% do que produz. O CEO Jorge Milne e Carmo acredita que o ritmo vai continuar, já que a madeira é um material em ascensão, em diferentes áreas. O grupo opera na fileira florestal, alicerçado numa equipa que “veste a camisola”, e prepara-se para responder à procura crescente, com investimentos em tecnologia de “ponta” e na autossuficiência energética, bem como no lançamento de uma rede de lojas.

O

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

fogo de 16 de outubro vel graças à equipa que gere, recor- fabrico, adquirindo as mais moderde 2017 em Oliveira de dando que mesmo com as fábricas nas máquinas e a melhor tecnologia, Frades não poupou a que destruídas, o trabalho continuou a não só para essas fábricas como era a maior e mais moder- ser feito: “Quando se tem uma equi- para as restantes (a de Pegões e a de na unidade de produção pa que não baixa os braços, capaz de Almeirim). Jorge Carmo realça os da Carmo Wood, transformando trabalhar à noite e ao relento, não se ganhos de produtividade: “Estamos em cinzas madeiras, máquinas e esquece. Os portugueses quando são a trabalhar em pleno, 24 horas por edifícios. As duas novas fábricas de bem geridos são os melhores traba- dia, sete dias por semana. Estamos a produzir pelo menos três vezes mais Oliveira de Frades já estão de pé, lhadores do mundo.” com melhor equipamento e maior A destruição da unidade de pro- do que antes e podemos melhorar, capacidade de produção. Jorge dução de Oliveira de Frades acabou já que estamos a fazer um procesMilne e Carmo, CEO e fundador por ser uma oportunidade para reor- so no sentido da automatização e da empresa, diz que tal só foi possí- ganizar e modernizar o processo de da robotização.” O gestor esclarece

22 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


actualidad atualidade

que “estes investimentos na robotização permitirão fazer face à crescente procura pelos produtos Carmo Wood”. Para reconstruir as fábricas e melhorar o processo produtivo, em 2017, o grupo fez um investimento de quatro milhões de euros e em 2018 de 20 milhões de euros, revela Jorge Carmo, adiantando que “2019 será quase igual, tendo em conta as encomendas feitas no domínio de máquinas e tecnologia”. O gestor sublinha que muitas destas máquinas são feitas em Portugal: “Portugal é muito bom na robotização. Há diversos projetos de empresas ligadas a universidades portuguesas, que fazem um magnífico trabalho e são ótimos nas soluções por medida. O problema é que como não temos tos de landscaping, como passadiços, escala, não somos tão bons nos pra- barreiras de segurança de estradas e zos de entrega e por isso ainda não também estruturas para o mundo se exporta muito nessa área.” equestre, nomeadamente cavalariças, A laborar em pleno, a Carmo Wood estábulos, picadeiros e camas para terminou o ano de 2018 com uma cavalos feitas de aparas de madeifaturação de 70 milhões de euros, o ra. “Percebemos há cinco anos que que traduz um crescimento de 25% Portugal importava as aparas para face ao ano de 2017. “Esperamos camas de cavalo e começámos a crescer na ordem dos 28%, em produzi-las. Hoje é Portugal que as 2019”, estima Jorge Carmo, indicando que há vários fatores a sustentar as suas projeções, nomeadamente os investimentos feitos para aumentar A origem do grupo Carmo remona produtividade e reduzir custos, ta à década de 50, altura em que o bem como na inovação e design, negócio da família era na área de aliados à capacidade de explorar produtos químicos, a antiga Anglo novas áreas de negócio no universo Portuguesa de Produtos Químicos, das madeiras, à expansão internaempresa que foi pioneira no tratacional e à crescente procura por mento de madeiras em Portugal. produtos de madeira. Essa empresa foi entretanto absorAtualmente, a Carmo Wood é vida pelo grupo Carmo, que nasceu constituída por 10 empresas, que em 1980 pela mão de Jorge Milne operam principalmente nas áreas de e Carmo e do seu pai. A Carmo estruturas para a agricultura (40% Wood começou com a produção da faturação), construção e reabilitade madeiras redondas, tratadas em ção (20% da faturação) e mobiliário autoclave, para agricultura, linhas urbano, estruturas de parques infande eletricidade e telecomunicação. tis, mobiliário de jardins e deques Atualmente “desenvolve soluções (representa também cerca de 20%). com base na madeira tratada inOs restantes 20% distribuem-se dustrialmente por vácuo e pressão, pelas áreas de postes de eletricidade e de telecomunicações, equipamen-

exporta”, assinala Jorge Carmo. O gestor diz que “o consumo de madeira só poderá aumentar” e que todas estas áreas em que a Carmo Wood opera estão em crescimento: “A agricultura moderna utiliza muito madeira nas suas estruturas, sobretudo em pomares (oliveiras, citrinos, frutos tropicais como abacate, entre outras culturas) seja para

Perto de 40 anos de atividade sendo já a maior empresa europeia em soluções de exterior e interior em produtos de madeira tratada, em número e volume”. O leque de produtos alargou para os segmentos de mobiliário para parques infantis, mobiliário em madeira rústico e urbano e ainda deques em madeira, bem como estruturas para habitação, escritórios, grandes coberturas de edifícios, pontes, entre outras soluções em madeira. O grupo detém hoje 10 empresas e quatro unidades de produção em Portugal e possui filiais em Espanha e em França, exportando para vários destinos, o equivalente a 70% do volume de negócios.

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 23


atualidade actualidad

facilitar a apanha, seja para proteção contra o granizo.” O turismo e a consequente reabilitação urbana também trouxeram novas oportunidades de negócio, sustenta Jorge Carmo: “Em Lisboa estamos a trabalhar, por exemplo, na recuperação das construções em gaiola pombalina. No Porto, vamos fazer a cobertura do mercado do Bolhão, entre outras obras.” Do setor da construção e reabilitação vêm encomendas relacionadas com coberturas de edifícios, sobretudo os de grandes dimensões, como teatros ou ginásios, que beneficiam do facto de a madeira ser um material mais leve do que as alternativas. O uso de madeira na construção e estruturas está a crescer e continuará a crescer, argumenta Jorge Carmo: “A madeira é uma tendência muito consensual. É um material leve e fácil de transportar, comparativamente com o ferro ou com o betão. Acresce que algumas estruturas podem ser previamente montadas. É mais resistentes aos incêndios que o betão armado ou o ferro, que se deformam com o calor. Nos países escandinavos e nos EUA a maioria das construções são em madeira. Se antes não era possível construir prédios de grandes 24 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

dimensões, agora há novas técnicas que já viabilizam essa possibilidade. Exemplo disso é o Hotel Sheraton, em Estocolmo, com 22 andares.” Além de fornecer madeira para construção, a Carmo Wood também quer especializar-se na venda de madeiras para construção e de mobiliário exterior de madeira: “O mercado de madeiras para construção já vale dois milhões de euros. Vendemos todo o tipo de madeira para carpintarias, lojas grossistas de madeira e de revestimentos interiores e exteriores. Ainda este ano queremos ter as nossas lojas de madeira e construção e oferecer serviços de consultoria nesta área. Será uma loja focada nas construções ligeiras e voltada para o consumidor final, não para os construtores. Já temos um showroom em Oliveira de Frades e em Pegões, com atendimento ao público e aconselhamento, mas este conceito irá mais longe.”Jorge Carmo adianta que a primeira loja irá abrir este ano e que a posterior expansão “será ditada pela performance desse segmento e também pelo ritmo de angariação de espaços capazes de albergar este tipo de lojas (cerca de um hectare)”. Na área dos postes para condução de eletricidade e cabos de teleco-

municações também se prevê um grande crescimento, confia o gestor: “Em muitos países, esta é uma área em crescimento, uma vez que a eletricidade não chega ainda a todo o lado. É um mercado em grande desenvolvimento.” A Carmo Wood assina obras como os Passadiços do Paiva e do Alvor. Jorge Carmo assinala que o crescimento do turismo também contribuiu para o volume de negócios, havendo alguns projetos em carteira, como miradouros de observação de aves, por exemplo. Reconhecendo que o Estado também é cliente dos produtos Carmo, o CEO aponta o potencial do segmento de segurança de estradas e de caminhos de ferro, com várias obras projetadas neste domínio. Jorge Milne e Carmo não tem dúvidas de que a natureza conseguirá dar resposta à crescente procura por produtos de madeira: “Há madeira de sobra para responder a esta crescente procura porque as madeiras de que estamos a falar não são madeiras tropicais, são madeiras de climas frios ou temperados. As florestas nestes países crescem a um ritmo superior ao da procura. O crescimento da floresta em países como a Rússia, por exemplo, é brutal. Estamos a falar de florestas certificadas que têm que ser controladas para crescerem da melhor forma, porque as árvores também morrem e devem ser cortadas antes que isso aconteça, favorecendo a regeneração florestal saudável. Mesmo alguns ambientalistas, que antes se opunham ao corte de árvores, já perceberam que a floresta só é viável, só é protegida se tiver interesse económico, o que viabiliza uma gestão sustentável.” A Carmo Wood possui uma exploração florestal no sul do Brasil de resinosas, árvore que só cresce em climas frios ou de temperaturas moderadas. No entanto, as madeiras Carmo são, na sua maioria, oriun-


actualidad atualidade

das da Suécia, Finlândia, Rússia, Bielorrússia, Lituânia, Letónia, Polónia, França e Espanha. Portugal também está na lista de fornecedores, ainda que “só uma quantidade reduzida de pinheiros portugueses serve para a Carmo,” uma vez que trabalham “com madeira de elevada qualidade, que cresce em florestas controladas, como as do Norte da Europa”, esclarece. No entanto, Jorge Carmo admite que mesmo os países do sul da Europa como a Espanha estão a melhorar as suas práticas florestais, lamentando que o mesmo não aconteça em Portugal. As madeiras são tratadas e transformadas nas quatro fábricas do grupo Carmo. O mercado externo é O CEO considera que a qualidade responsável por 70% do volume de Chile. “Na Europa, só não cheganegócios. Os principais mercados da mos aos países nórdicos porque são e o design dos produtos têm sido a Carmo são França, Itália, Espanha, muito fortes em madeiras”, ressal- chave para a expansão internacional: Alemanha, Bélgica, Holanda, va Jorge Carmo, acrescentando que “Investimos muito em design. Com Luxemburgo, PALOP, Marrocos, no ano passado conquistaram dois bom design podemos vender para Senegal, Mauritânia, Argentina e novos mercados: a Rússia e a China. o mundo inteiro. A Carmo investe em investigação e inovação. Temos em curso projetos no valor de 1,5 especialmente treinado para operaInvestimento na prevenção milhões de euros, que estão a ser feirem o sistema. O seu chefe estará de incêndios… tos com diversas universidades porCom uma fábrica destruída pelo in- em contacto com os bombeiros para tuguesas.” O gestor deu o exemplo cêndio de 2017, a Carmo Wood não coordenar com alertas que possam da criação e fabrico de abrigos temsó reconstruiu as unidades de pro- surgir.” porários pós catástrofe, em madeira. dução, como implantou um sistema Satisfeito com o percurso ascende combate a incêndios próprio, que … e na autossuficiência dente do grupo Carmo, Jorge Milne custou 200 mil euros: “Este sistema, energética e Carmo admite que a empresa não monitorizado em colaboração com O grupo Carmo investiu ainda 170 é imune a conjunturas, como a crise os bombeiros locais, integra 12 uni- mil euros na instalação de 690 móde 2008. “A crise abalou-nos basdades com depósitos com capacida- dulos de painéis fotovoltaicos nas tante, porque as encomendas caíram de de 12 mil litros e com bombas de fábricas de Pegões e Almeirim, e os pagamentos foram afetados. pressão a combustão e mangueira de preparando-se para fazer o mesmo Vendemos produtos de qualidade, longo alcance que serão colocados nas outras duas fábricas (240 mil que são feitos para durar e que impliem locais estratégicos nos 120 mil euros). Jorge Carmo considera esta cam investimentos que em tempo de metros quadrados das duas unida- uma medida “determinante para crise não são feitos facilmente. Não des industriais. Paralelamente, um cortar custos, já que cobrirá cerca de são produtos de primeira necessidepósito central com 120 mil litros 75% das necessidades energéticas dade.” No entanto, o empresário de capacidade de água servirá uma das fábricas e se prevê um retorno está confiante na estratégia adotada rede subterrânea de canalização do investimento em cinco anos, num pela Carmo: “Prevê-se um cresciresistente a altas temperaturas com equipamento que deverá estar apto mento grande nos próximos anos bomba a combustão de alta potência a trabalhar durante 25 anos”. Os 20 devido aos fortes investimentos que e pressão que servirá várias bocas- anos de poupança deverão permitir temos feito, em máquinas, tecnolo-de-incêndio. Um grupo de seis uma redução de custos na ordem dos gia, novos mercados, na criação de colaboradores das empresas será 650 mil euros. novos produtos e de novos conceitos de negócio. Só pode crescer.”  FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 25


España mantendrá la positiva dinámica del empleo durante los próximos dos años

Foto Infoempleo.com

atualidade actualidad

Según constata el Índice ManpowerGroup, se crearán, entre 2014 y 2020, cerca de tres millones de nuevos empleos y únicamente quedaría por recuperar un 3% del empleo perdido en la crisis. España sigue liderando la eurozona en términos de creación de empleo, habiendo generado cerca del 25% de la ocupación creada entre 2017 y 2018.

L

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

as previsiones para el crecimiento del empleo en España se mantienen muy optimistas y gracias a esta recuperación los índices del empleo se acercan a los existentes antes de la crisis del 2007. La positiva dinámica del empleo experimentada en 2018 (2,5% de aumento) continuará en los dos próximos años. En 2019 y 2020, se podría registrar una media de crecimiento anual del 2,1% y del

26 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

1,8%, respectivamente. Se generarían así 404 mil nuevos empleos en 2019, y 346 mil en 2020. Esta es una de las conclusiones que recoge el Índice ManpowerGroup que ha sido llevado a cabo por Josep Oliver, catedrático emérito de Economía Aplicada de la Universidad Autónoma de Barcelona. De cumplirse las expectativas la recuperación iniciada a finales de 2013 sumará más de tres millones de empleos

creados en siete años. A finales de 2020, la ocupación prácticamente alcanzaría los niveles del máximo del boom anterior, siendo un -2,5% inferior. No obstante, el crecimiento del empleo hasta 2020 será ligeramente más contenido que hace un año, debido a un menor avance del PIB como a las ganancias en la productividad de las empresas, especialmente la industria. Durante la presentación de este


actualidad atualidade

informe, Raúl Grijalba, director a un práctico estancamiento de Regional de la zona Mediterránea los autónomos”. de ManpowerGroup, reconoció En el tercer trimestre del 2018 una cierta ralentización económi- el empleo terciario ya superó los ca iniciada a finales de 2018 pero registros previos a la crisis mienrecordó que “España tiene poten- tras que el industrial se encuentra cial para que su economía y su un 18,1% por debajo y el de la empleo sigan creciendo. Podemos construcción un 54.5% también estar orgullosos porque aunque por debajo. La terciarización del representamos únicamente el 12% empleo en España ha sobrepasado del empleo de la eurozona, entre la de la eurozona. En el periodo 2017 y 2018 generamos cerca del de diez años los servicios han 25% de la ocupación”. A su pare- ganado cerca de 8 puntos en la cer, la inestabilidad política y distribución de la ocupación (del legislativa pueden generar una 67,7% al 75,4% del total). Dicha incertidumbre prolongada que terciarización ha estado impulsaafecta a la inversión, la demanda da especialmente por una recupey la actividad económica, “impac- ración más intensa de los servicios tando siempre negativamente en privados en el periodo 2014-2018 el empleo”. que al aumentar un 16,6% han aportado más de la mitad del Los sectores que generan más empleo creado desde inicios del empleo 2014 (un 58,2%). Según las previsiones de creciLa recuperación se ha caractemiento de empleo en los dos próxi- rizado por la especial intensidad mos años ref lejadas en el informe, turística (pernoctaciones totales de los 750 mil nuevos puestos de y de extranjeros en España) y trabajo corresponderían al sector en el comercio exterior de bieservicios, 127 mil a la industria y nes (exportaciones e importa60 mil a la construcción. A nivel ciones de mercancías de España sectorial, continúa el proceso de 2000-2018) que se han ref leterciarización, y a finales de 2020 jado en mayores aumentos del el sector servicios representará el empleo de la hostelería y servi76% de todo el empleo, tres de cios a las empresas. La hostelería cada cuatro puestos. Además el ha pasado del 7% del empleo 16% de esos empleos estarán liga- (media 2000-2012) a casi 9% en dos a los servicios a empresas y las 2018 y los servicios a empresas exportaciones de las compañías del 11,5% al 13,9%. De los 2,6 con logística, transporte, consul- millones de nuevos empleos de toría y tecnología al frente. La la recuperación, la hostelería ha hostelería seguirá siendo relevante generado 580 mil, los servicios a con también un 16% del nuevo las empresas 455 mil y el transempleo. Para Josep Oliver, “2019 porte 133 mil. Al profesor Josep y 2020 expresan la continuidad Oliver le sorprende, por ejemplo, de las tendencias de fondo de la “que el comercio no esté tirando recuperación y, en particular, de del empleo”. Lo cierto es que el algunas de las que apuntan a una comercio, tanto al detalle como mayor calidad del empleo creado. al por mayor) está encontranEste sería el caso de los fuertes do dificultades para avanzar a avances de la jornada completa, ritmos de expansiones anteriode la caída del subempleo o de res, “probablemente ref lejando el los intensos crecimientos que se impacto del cambio técnico en la esperan de los asalariados, frente oferta comercial”.

Perfiles profesionales más demandados A la hora de definir el tipo de empleo más demandado para este año Josep Oliver destaca la necesidad de “técnicos y trabajadores cualificados”, el crecimiento de “inmigrantes masculinos” y un aumento de “asalariados temporales”. Además, se confirma el aumento continuado del empleo femenino. En términos relativos medios de los dos años, el nuevo empleo de 2019-2020 se incrementará en mujeres (2,8%), niveles de estudio medio y alto (3,3% y 3,8% respectivamente) y para edades comprendidas entre los 35 y más años (2,4%). En su opinión, perfiles como los de -formación profesional y el personal socio sanitario serán muy solicitados. Desde Infoempleo esperan pocos cambios para el 2019. “Desde 2015, que fue el punto de inf lexión, ha habido una evolución muy positiva”, destaca Susana Saavedra, responsable de Estudios de Infoempleo. “El perfil del trabajador para hotelería y turismo seguirá siendo lo más demandado”, continúa. Desde trabajos menos cualificados, como camareros o cocineros, a otros donde se requiere una formación más específica, como puede ser el personal de los hoteles. “Y como seguimos en la burbuja del e-commerce , el transporte y la logística siguen en alza, por lo que seguirán apareciendo puestos para mozo de almacén, mensajería o transportista”. En el informe Los + Buscados que realiza Spring Professional, la consultora de selección de mandos intermedios, medios y directivos del grupo Adecco, se destaca que para este año “las compañías no perderán de vista la necesidad de contar cada vez más con perfiles tecnológicos. Y es que el FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 27


atualidade actualidad área IT y telco no para de expandirse y ofrecer nuevas oportunidades laborales, no siempre fáciles de cubrir para las empresas”. Por ejemplo, desde la inteligencia artificial a las arquitecturas, el área de seguridad y el tratamiento de datos. “Todas ellas seguirán siendo tendencia durante este 2019 que arranca, ya que durante los últimos meses hemos vivido y comprobado que son críticas y esenciales para cualquier estrategia de negocio y tecnológica”, resalta la consultora. Además las compañías creen que es vital para su negocio generar bienes y servicios de alto valor añadido. “El desarrollo económico de la sociedad actual dependerá en gran parte de la capacidad que ésta tenga de generar conocimientos científicos, tecnológicos e innovadores y de tener un liderazgo empresarial en I+D+i. Todo ello, respaldado por una clara estrategia comercial, financiera y corporativa que de soporte a esta misión”, añade.

28 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Según el grupo Adecco, se destaca que para este año “las compañías no perderán de vista la necesidad de contar cada vez más con perfiles tecnológicos”, dentro del área de TI y telco

Para esta consultora el perf il más demandado este año en el sector bancario será el de Analista en Banca Privada. Esta es la f igura que suministra al cliente soluciones f inancieras y de inversión personalizadas, asesorándolo sobre dónde y cómo invertir, en qué términos y plazos, así como ejecutando órdenes en los mercados de valores y f inancieros según necesidades e instrucciones del cliente. Y como la más cotizada señala la del managing director en Banca de Inversión. Se trata de la f igura de mayor rango jerárquico dentro de un banco de inversión. Es responsable de conocer al banco y a sus clientes, y ha de tener la capacidad de detectar y eva luar oportunidades para la futura f irma de acuerdos entre diferentes tipos de industrias y sectores alrededor del mundo. Los clientes del banco deben conf iar en el ma naging director , que actúa como el portavoz del banco en un acuerdo. 


actualidad atualidade

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 29


marketing

marketing

Aplausos do Teatro EDP Gran Vía, em Madrid, geram energia Nos próximos três anos, o Teatro EDP Gran Vía vai medir a energia dos aplausos e doá-la a instituições solidárias. A energética portuguesa aposta no naming e no marketing cultural e social para ganhar notoriedade no mercado espanhol. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

O

parecer do público sobre o espetáculo “Jovem Frankenstein”, atualmente em cartaz no Teatro EDP Gran Vía vai ser medido. A intensidade das emoções e dos aplausos ditará um valor maior ou menor de quilowatts /hora a doar a uma instituição à escolha da companhia responsável pelo espetáculo em cena. A ideia é da EDP, marca que se tornou patrocinadora do Teatro Gran Vía, em Madrid, que passa a chamar-se Teatro EDP Gran Vía. A estratégia da energética portuguesa para angariar notoriedade no mercado espanhol passa por esta ação de naming, apoio à cultura e solidariedade. A referida sala de espetáculos, localizada numa das principais avenidas da capital espanhola, será a primeira

30 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

ou por uma peça de teatro vai ser depois doada a instituições e fundações, em eletricidade. Os sons gerados pelo público e pelo elenco vão ser captados e analisados por um sistema que mede os decibéis do espetáculo e o momento exato em que foram produzidos. Será possível saber quais os momentos em que o público mais se emocionou ou que reagiu de forma mais efusiva. No final do espetáculo, os decibéis serão convertidos em quilowatts /hora.” Com este patrocínio ao grupo cultural Smedia, dono do referido teatro, “a EDP reforça o seu compromisso com o apoio e promoção da cultura em Espanha, Com esta iniciativa, assim como ajuda a apoiar vários projetos solidários”. “a EDP reforça o seu Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP, subcompromisso com o linha que o grupo se define apoio e promoção da como a “energia das pessoas”, cultura em Espanha, o que inspirou este projeto: “Questionávamos como poderíaassim como ajuda a mos recolher toda a energia que apoiar vários proje- é gerada num local como um teatro, para poder depois partilhá-la tos solidários” com o maior número de pessoas possível. Graças a este sistema no mundo a converter aplausos inovador, cada espetador do teaem energia, que depois será parti- tro EDP Gran Vía de Madrid vai lhada com instituições solidárias. converter-se numa fonte de enerEm comunicado, a energética gia para os outros.” portuguesa explica o processo: Desta forma, nos próximos três “Através de um sistema que mede anos, “cada companhia ou artista os aplausos e as emoções gera- que atuem no Teatro EDP Gran das na sala de espetáculos e as Vía de Madrid vão eleger uma transforma em quilowatts /hora, a causa ou instituição solidária energia gerada por um concerto para a qual será destinada a ener-


marketing

marketing

gia gerada pelos seus espetáculos”. De assinalar que a EDP também patrocina o Wizink Center, em Madrid, o espaço cultural espanhol com o maior número de eventos por ano e o segundo da Europa. A empresa organiza também um dos principais concursos de bandas amadoras, o EDP Live Bands. No âmbito desportivo, desde 2015, a EDP apoia também as principais corridas de Espanha. Em cada ano, apoia mais de 200 que já tem quase três mil pessoas opera ao nível da produção, dismil pessoas, que participam em inscritas; e Sincronizadas.com, a tribuição e comercialização de primeira plataforma que põe em energia elétrica, gás natural e mais de 30 provas de corrida. Recentemente, a EDP dinami- contactos mulheres que queiram serviços, possuindo mais de três zou duas iniciativas desporti- correr juntas, a qualquer hora milhões de clientes. A EDP é vas com impacto social: “O site e em qualquer lugar. Esta pla- líder do mercado de gás natural Compartetuaenergia.com, que taforma foi lançada há cerca de na Cantábria, em Múrcia, no País une em treinos e provas de corrida um mês e já tem mais de sete mil Basco e nas Astúrias, província pessoas com deficiências visuais a mulheres inscritas.” onde é também o operador de corredores-guia, numa iniciativa No mercado espanhol, a EDP energia elétrica de referência.  PUB

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 31


marketing

marketing

Avicasal distinguida como “Sabor do Ano” e “Escolha do Consumidor 2019”

A

Avicasal, empresa nacional de carne de aves detida pelo grupo Soja de Portugal, foi duplamente distinguida como “Sabor do Ano 2019” e “Escolha do Consumidor 2019”, selos de excelência atribuídos aos produtos de maior qualidade e confiança quando comparados diretamente com os principais concorrentes do mercado, alcançando a melhor pontuação

nos critérios de avaliação na sua categoria. Depois de, em 2016, já ter ganho o prémio “Sabor do Ano”; de em 2017 ter arrecadado o prémio de “Escolha do Consumidor” com a Savinor, marca de carne de aves também do grupo Soja de Portugal; e de, em 2018, ter ganho o prémio “Escolha do Consumidor”, a Avicasal começa o novo ano a somar distinções.

Desta vez, em dose dupla. Para António Isidoro, CEO da Avicasal e do grupo Soja de Portugal, “sendo a segunda vez que a Avicasal é distinguida com estes prémios, tal só reforça a garantia de qualidade dos nossos produtos e a confiança conquistada nos mais distintos mercados. Estamos muito orgulhosos da preferência dos nossos clientes e do trabalho da nossa equipa”. O “Sabor do Ano” é o único prémio de referência a avaliar o sabor, uma característica que se revela decisiva no ato de compra dos produtos de carne de aves da Avicasal, para 94% dos consumidores em Portugal. 

Tendências para as redes sociais em 2019 A

Epsilon Technologies, numa análise aos dados recolhidos através do Facebook, Twitter, YouTube, Instagram e LinkedIn sobre mais de 1.500 marcas de grande consumo e retalho, desvendou algumas das principais tendências a esperar para o mundo das redes sociais, nos próximos meses. As conclusões do estudo, reportadas pelo site espanhol “Marketing News”, envolvem chatbots e microinfluenciadores, assim como os conceitos ligados aos eGames e eSports. Assim, o Instagram irá consolidar-se e continuar a destacar-se mais do que o Facebook, uma tendência que já se sentia, em particular através da funcionalidade Instagram Stories. O conceito das histórias em tempo real ganhará assim maior relevo, ao permitir atrair a atenção dos consumidores de forma mais eficaz. 32 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Quanto ao Facebook, apesar de ser a rede com maior número de utilizadores no mundo, está a perder relevância.Somente os artigos informativos com valor acrescentado para os utilizadores e os conteúdos criativos terão potencial para crescer e captar interesse, adianta a mesma fonte, citada pela “Marketeer.pt”. O YouTube continuará a dominar quando as marcas pretendem divulgar vídeos e aumentará a sua influência relativamente a processos de compra, através de vídeos de reviews , críticas e comentários a produtos e serviços. Quanto ao Twitter, ainda de acordo com a Epsilon Technologies, poderá ser uma boa ferramenta de atendimento ao cliente e que crescerá em territórios como eSports e eGames. Também se assumirá como um segundo ecrã

de televisão, conclui a mesma análise. Os influenciadores de opinião e embaixadores de marca continuarão a ter um grande peso no processo de passar a palavra entre consumidores. A Epsilon acredita que 2019 será o ano dos microinfluenciadores, já que quanto mais definido for o target , maior é a eficácia. Outra tendência a ter em conta este ano é a dos chatbots , uma peça vital no campo da automatização de processos, resultando em maiores níveis de eficácia para grandes organizações. As empresas devem ainda ter em atenção, além das campanhas para datas comemorativas, a questão da responsabilidade social corporativa, como forma de aumentar o impacto das marcas e captar potenciais utilizadores e clientes. 


marketing Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE)

marketing

Com o Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE), as Câmaras de Comércio em Espanha, em conjunto com a CCILE, irão ajudá-lo a encontrar talento jovem na procura ativa de oportunidades de trabalho ou estágios na União Europeia. Poderá integrar na sua equipa de pessoal jovens com: • Um elevado nível em idiomas. • Uma formação e experiência adaptadas às suas necessidades. • Uma atitude e motivação para empreender uma nova aventura no estrangeiro. • Competências profissionais necessárias para desempenhar as suas tarefas e funções de forma profissional. Como funciona As Câmaras de Comércio encarregam-se de selecionar os perfis que mais se adequam às necessidades da sua empresa e oferecem uma formação virada para a mobilidade. Além disso: • Através da plataforma-Câmaras a nível europeu, a sua empresa terá entre os jovens uma projeção e reconhecimento internacionais. • Facilitamos-lhe o contacto com candidatos selecionados, possuidores de qualificações e competências necessárias para se integrarem num novo trabalho. • Realizamos um acompanhamento exaustivo da estadia do jovem na sua empresa. • Colocamos à sua disposição uma pessoa de contacto na Câmara que o ajudará durante o processo de acolhimento dos jovens. • Como empresa colaboradora, poderá obter o Selo de Empresa Comprometida com o Emprego Jovem. Para mais informações: www.programapice.es Contactos: Maria Luisa Paz mpaz@ccile.org / 918 559 614

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 33


fazer bem Hacer bien

Mouraria Composta: uma loja com vocação social e ambiental Há uma década que a Associação Renovar a Mouraria procura elevar a genuinidade deste bairro lisboeta e dinamizar projetos para melhorar as condições dos seus habitantes. A loja Mouraria Composta não foge a estes objetivos e acrescenta um: a sensibilização ambiental.

R

Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

A Renovar a Mouraria procura reviecusar, Repensar, Reduzir, Reaproveitar e Reciclar são talizar o bairro histórico da Mouraria, os verbos que mais orde- em Lisboa, a nível social, cultural, nam no nº 8 do Beco do económico e turístico, colocando em Rosendo, onde mora agora diálogo os habitantes do bairro, tirana eco-loja Mouraria Composta, o do partido do facto de ali coabitarem mais recente projeto da Associação cerca de 50 nacionalidades, com as Renovar a Mouraria, que quer fazer suas respetivas tradições (ver caixa). A preocupação ambiental esteve do espaço “um polo de sensibilização e formação, com uma progra- sempre presente na forma de atuação mação regular de atividades dentro da associação, mas a loja Mouraria da temática ambiental”, de modo a Composta é o primeiro projeto que “incentivar a redução do lixo comu- assume como prioridade esse foco nitário e disponibilizar um conjunto da construção de uma vida mais de produtos que pensam no conceito saudável em contexto urbano e na de sustentabilidade a 100%, atuando participação cívica de todas e de numa vertente ecológica, económica todos: “Queríamos dar mais atene social”, explica Inês Andrade, presi- ção ao tema ambiental e pensámos este espaço como um quartel general dente desta organização. A Casa Comunitária da Mouraria deste projeto”, sublinha Inês Andrade, já alojou um bar, um restaurante, e acrescentando que o nome explica a foi palco da programação cultural da vertente de compostagem que queassociação, reabrindo agora inspirado rem incentivar no bairro: “Vamos dar formação nesse domínio, ensinar pela filosofia dos já citados “5R’s”.

34 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

a construir compostores e teremos brigadas de compostagem a recolher matéria orgânica. O composto será usado para pequenas culturas, para vender na loja e distribuir pelos que contribuem com a matéria orgânica, de forma proporcional.” A eco-loja comercializa vários produtos para o setor agrícola, para agricultores experientes ou de varanda: sementes, mantas geotérmicas para terrenos, anti-pragas biológicos, etc. Também é possível encontrar na Mouraria Composta ervas aromáticas, plantas, detergentes biológicos, escovas de dentes feitas em bambu, bem como produtos zero lixo, nomeadamente materiais recicláveis ou reutilizáveis para festas, como pratos, copos, palhinhas, feitos através de materiais reutilizados e produtos alimentares não perecíveis. Nas prateleiras desta loja de proximidade encontra ainda livros sobre temáticas ambientais.


Hacer bien

Está previsto igualmente um espaço dedicado a trocas, fomentando um novo R, o de repassar. Como o objetivo principal é envolver a população local e sensibilizá-la para a necessidade de preservar o ambiente, o espaço será também usado para fazer oficinas relacionadas com temas de sustentabilidade ambiental (agricultura urbana, compostagem, controlo de pragas, construção de casas ninho para pássaros e hotéis para insetos, fabricação de detergentes orgânicos, produção de materiais decorativos, entre outros) e haverá sempre uma exposição com obras de um “residente rotativo”: artistas, cujo trabalho tenha uma componente ambiental e social, como os que agora estão em destaque, os Cortiço & Netos, uma marca da Associação para a Interpretação do Azulejo Industrial, que trabalha na preservação do azulejo industrial português. Inês Andrade conta que “todo o projeto está a ser alvo de um documentário, que será uma ferramenta de divulgação das boas práticas ambientais”, já que se pretende “replicar noutros locais como criar um ecossistema urbano sustentável, de forma fácil, enquanto se consolidam laços comunitários entre os residentes”. O projeto Mouraria Composta é apoiado pelo programa BipZip, da Câmara Municipal de Lisboa. 

fazer bem

Dez anos a Renovar a Mouraria Criada em 2008, no bairro onde terá nascido o fado, antes do boom de turismo e da especulação imobiliária, a Renovar a Mouraria, enfrenta novos desafios: travar a saída da população e manter o ambiente de bairro. “O bairro está diferente do que era há 10 anos, ainda mantém características de bairro, mas está a ser muito massacrado pela especulação imobiliária”, observa Inês Andrade. A presidente e fundadora da Renovar a Mouraria (RM) lembra que o objetivo também “foi sempre dar apoio aos residentes para que tenham capacidade de intervenção cívica, bem como defender a identidade local”. A RM é uma organização privada sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, que atua nos domínios da promoção cultural, da integração social e apoio comunitário e do desenvolvimento local e economia social. A associação possui mais de “duas dezenas de projetos em curso, sempre com o objetivo central de contribuir para a melhoria das condições de vida da população e solidificar a interação das diversas comunidades, fomentando sinergias culturais”. Do leque de atividades faz parte o

ensino de português para imigrantes, a alfabetização, o apoio ao estudo a crianças e jovens, o gabinete de apoio jurídico e a medicina tradicional chinesa ou o cabeleireiro solidário. A RM faz também programação cultural, “promovendo artistas locais, o acesso à cultura de forma gratuita e a captação de novos públicos”. Destaque para o jornal comunitário Rosa Maria, as visitas guiadas com guias locais nacionais e imigrantes, o Atelier Ideal, vocacionado para a melhoria da comunicação e imagem do comércio local, ou o Retalhos de um Comércio de Bairro que pretende contribuir para a revitalização do comércio do bairro.

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 35


fazer bem Hacer bien

Câmara de Lisboa adota frota operacional 100% elétrica com a ALD Automotive

A

ALD Automotive iniciou o projeto de substituição de 160 veículos da frota de ligeiros de passageiros da Câmara Municipal de Lisboa por veículos citadinos, totalmente elétricos. Uma ação que pretende dar continuidade a uma cidade sustentável e amiga dos cidadãos, também na área da mobilidade. A opção por uma frota “limpa” marca a estratégia da autarquia na estreita

relação entre cidade e ambiente, selada pelo recente prémio conquistado para a cidade de Lisboa de “Capital Verde Europeia 2020”. Para este prémio muito contribuíram as iniciativas dedicadas à sustentabilidade ecológica em prática em diferentes áreas. Compromissos assumidos na área da eficiência energética são agora reforçados através da renovação da frota operacional, que vem substituir a mobilidade feita em veículos de combustão por veículos totalmente elétricos. Para a autarquia lisboeta que enfrenta as particularidades climáticas dos países do sul, bem como os desafios da mobilidade das grandes metrópoles, a responsabilidade e

compromisso da CM de Lisboa no que respeita à redução da pegada de carbono, reflete-se num grande esforço que tem vindo a ser realizado no sentido de introduzir medidas que tornem a frota totalmente limpa e energeticamente sustentável, materializando-se agora numa muito significativa substituição da totalidade das viaturas municipais ligeiras que circulam diariamente na cidade, por soluções 100% elétricas. Nuno Jacinto, diretor Comercial da ALD Automotive Portugal, assinala que a companhia “tem posto em prática diversas ações para apoiar empresas e particulares, numa escolha energética mais responsável”, sendo que o projeto da CML e de outras câmaras é um contributo importante “para liderar esta transição energética” e dar o exemplo para outras entidades. 

Imperial lança edição solidária da tablete Pantagruel 70% cacau A Imperial prepara-se para lançar, no primeiro trimestre de 2019, uma campanha solidária a favor da Associação Bagos D’Ouro. O maior produtor nacional de chocolates irá apostar na criação de uma edição especial – e solidária – do Pantagruel 70% cacau, revertendo parte das receitas da venda da tablete de chocolate culinário para a instituição. A versão solidária da tablete da Pantagruel, o mais conceituado chocolate para culinária em Portugal, estará identificada com o logótipo da associação que tem como objetivo promover a educação de crianças e jovens de seis concelhos do Douro, que vivem em situação de carência económica ou que enfrentam ques-

36 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

tões relacionadas com a falta de competências parentais. As ações desenvolvidas pela Bagos D’Ouro irão prestar suporte aos jovens, até à sua integração na vida ativa. Refira-se que o Pantagruel 70% cacau é isento de glúten e de organismos geneticamente modificados e estará à venda nos pontos de distribuição habituais. A Imperial é o maior produtor português de chocolates e detém as marcas Jubileu, Regina, Pintarolas,

Pantagruel, Allegro e Canderel. Com um volume de negócios de mais de 30 milhões de euros, a empresa exporta 30% do seu volume de vendas, estando presente em mais de 50 mercados internacionais. 


Hacer bien

FEVEREIRO DE 2019

fazer bem

AC T UA L I DA D € 37


grande tema gran tema

As perspetivas económicas vistas pelos gestores de empresas tecnológicas Um comentário sobre o desempenho da economia portuguesa para os próximos meses, bem como a evolução esperada do setor tecnológico em concreto foi o desafio lançado a diversos líderes de empresas da área das tecnologias de informação. Na resposta às três questões colocadas para que baseassem a sua opinião, os gestores manifestaram um grande otimismo no bom desempenho da economia e teceram os principais aspetos essenciais quanto ao futuro do seu setor de atividade. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

38 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

1. Qual será, na sua perspetiva, a

evolução da economia portuguesa (e se considera que ficará nas previsões mais otimistas de um crescimento de 2,1% ou se será mais baixo que 2%)?

2. Como antecipa a evolução do

setor tecnológico em Portugal e do seu contributo para o crescimento da riqueza nacional?

3. No vosso caso, que outros

fatores podem influenciar especialmente a vossa atividade?


gran tema grande tema

P

or ser um setor com uma grande capacidade de antecipação de tendências, quisemos saber o que pensam os gestores e CEO de algumas das empresas de âmbito tecnológico que operam em Portugal sobre as previsões económicas para 2019, bem como o desenvolvimento esperado e os desafios para o seu setor de atividade em concreto. De acordo com as respostas enviadas pelos gestores que responderam ao questionário, as perspetivas são positivas para a economia em geral, mas sobretudo para um setor que continua a registar grande crescimento, a atrair talento e a "puxar" pela própria economia, contribuindo também para dar grande visibilidade internacional ao país. Isso mesmo é frisado por Francisco Dezcallar, CEO da Seines, uma consultora especializada em processos de business process outsourcing (BPO) para as empresas, sobretudo para o setor bancário, o qual destaca o facto do país estar "a conseguir atrair investimento de empresas de alto nível tecnológico e está a fazer um esforço em posicionar-se em eventos de interesse internacional" (ver caixa na pág. 41). O gestor sublinha, assim, estar-se a assistir a "uma evolução neste setor muito positiva". Também Eduardo Vieitas, CEO da IT People, destaca a importância dos grandes eventos tecnológicos que se têm realizado no país para a economia, onde sobressai a Web Summit e a notoriedade que traz a nível mundial, bem como o impacto ao nível da construção de um clima mais tecnológico no país (ver caixa ao lado). Outros aspetos que contribuem positivamente para esse mesmo crescimento e modernização é o universo de empresas

e startups que se estão a formar grandes empresas tecnológicas no no país, prestando importantes mercado nacional, dada a qualiserviços, nomeadamente através dade do nosso talento e trabalho", do outsourcing de serviços tec- frisa, assim, o gestor português, nológicos para as mais variadas sublinhando o grande potenempresas e entidades, incluindo cial de tecnologias emergentes, o setor público. como a realidade aumentada ou O facto de multinacionais a blockchain para o desenvolvitecnológicas como a Google, a mento industrial, do turismo, do A mazon, a Zalando (com um fornecimento energético e dos centro tecnológico em Lisboa, serviços em geral. que emprega 16 pessoas atualEste é o caso da própria IT mente) ou a Huawei terem esco- People, que desenvolveu uma lhido Portuga l para insta lar plata forma exclusiva, denomialguns dos seus serviços foi tam- nada NextReality, que "permite bém realçado pelo CEO da IT tra nsforma r experiência s norPeople, empresa especializada no mais em experiências extraordidesenvolvimento de soluções de nárias, através da integração de realidade aumentada. "Antecipo conteúdos em realidade aumenigualmente a entrada de várias tada, realidade virtual e mixed

Eduardo Vieitas, CEO da IT People

1. Existe uma expectativa muito grande em relação à taxa de crescimento da nossa economia e só isso é positivo. Reflete o momento de dinâmica que vivemos hoje em Portugal e todo o esforço coletivo que fazemos para atingir bons resultados. Obviamente, desejo que a taxa de crescimento seja o mais alta possível e que, acima dos números, esta dinâmica social se mantenha. O impacto de eventos como o Web

Summit; a aposta da Farfetch e da Outsystems em Portugal que, mesmo avaliadas acima do bilião de dólares, continuam a integrar mais e mais talento português; o número crescente de startups inovadoras que cresce por todo o país. Todas estas transformações criam valor na economia. Por isso, acredito que o setor tecnológico é atualmente um dos responsáveis pelo crescimento económico do nosso

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 39


grande tema gran tema

país. Por exemplo, a IT People Innovation, a nossa empresa especializada em desenvolvimento de software em outsourcing e nearshore, cresceu 28% e isso traduz bem a procura existente pelo talento qualificado nesta área. 2. Sendo Portugal um país que valoriza a experimentação tecnológica, acredito que teremos mais transformação digital em 2019 nas organizações. A disponibilidade de uma infraestrutura 5G permite serviços extraordinários, que potenciam tecnologias como a realidade aumentada, ou a blockchain e outras que já utilizamos com sucesso no IT People Group desde 2010. Antecipo igualmente a entrada de várias grandes empresas tecnológicas no mercado nacional, dada a qualidade do nosso talento e trabalho. A qualificação dos nossos trabalhadores é a chave para um modelo de desenvolvimento económico sustentável e que promove o valor das nossas organizações. 2019 traz a expectativa de crescermos a um ritmo maior e de nos internacionalizarmos para mercados diferentes e setores de inovação. O IT People Group, através da Next-

reality ", com diversos f ins – de lazer e outros. A realidade aumentada é uma das vertentes das transformações da chamada "indústria 4.0", o que permite contribuir para um aumento da eficiência em processos internos, bem como reduzir custos em todo o tipo de processos em grandes empresas e não só.

Reality, está a desenvolver negócio em mercados menos tradicionais na América do Sul, como o Peru ou Chile, com resultados positivos. 3. Tecnologias inovadoras, como a realidade aumentada ou a blockchain, estão em desenvolvimento constante e temos a responsabilidade diária de nos mantermos atualizados. Só com isso e com a participação dos nossos clientes podemos criar uma relação de confiança com eles. É a construção dessa confiança que possibilita a utilização com sucesso de tecnologias transformadoras nas organizações. Quanto mais apoio público e privado existir à integração de soluções de transformação digital, mais vulgar estas se tornarão e mais poderemos beneficiar do que a tecnologia nos traz – logo, mais talento qualificado conseguiremos trazer para Portugal. Espero que tanto nacional como internacionalmente, todas as organizações e líderes do nosso mercado possam contribuir para a criação objetiva das melhores condições para o nosso sucesso coletivo.

e conseguem preparar-se para o futuro, contribuindo também para "ser o motor de um crescimento económico em Portugal, não só neste ano, mas também a longo prazo" (ver caixa na pág. 42). Uma capacidade que não serve apenas para as grandes e médias empresas, mas que é decisiva para qualquer PME, sublinha. E resume, assim, a importância “Software is eating the world” fundamental da tecnologia com Para Ricardo Parreira, CEO da a frase "software is eating the PHC Software, as empresas que world ", ou seja, numa tradução se prepararem ao nível tecnoló- literal, os programas de software gico aumentam substancialmente estão a engolir o mundo, domias suas vantagens competitivas nando todas as áreas de atividade 40 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

da economia e todas as vertentes das empresas. Deste modo, "o setor tecnológico tornou-se num pilar fulcral da competitividade das empresas, sem o qual não será possível que a economia cresça num mercado cada vez mais exigente e global", frisa o responsável pela PHC Software, uma multinacional portuguesa, dedicada ao desenvolvimento de soluções inovadoras de gestão. A empresa desenvolve, nomeada-

Eduardo Vieitas: "O impacto de eventos como o Web Summit; a aposta da Farfetch e da Outsystems em Portugal (...); o número crescente de startups inovadoras que cresce por todo o país. Todas estas transformações criam valor na economia" mente, "software que se adapta às necessidades de cada utilizador e que assegura a f lexibilidade e rapidez essenciais para o sucesso de qualquer negócio". Com um volume de negócios da ordem dos 10,8 milhões de euros e mais de 180 colaboradores, a PHC Software está presente em diversos países da Europa e PALOP e América Latina. A rede de distribuição conta com cerca de 400 parceiros certificados, sendo as soluções de gestão (ERP e CRM) usadas por cerca de 145 mil utilizadores em mais de 31 mil empresas de 25 países. Em 2018, recebeu o prémio de


gran tema grande tema

Francisco Dezcallar, CEO da Seines

Foto Sandra Marina Guerreiro

"Melhor software de gestão", atribuído pela revista "PC Guia" e viu a sua solução de CRM como "Produto recomendado", pela revista "Byte", de Espanha. "As novas tecnologias mudaram o nosso modo de vida e a forma como comunicamos e nos relacionamos, a sua utilização já não é uma opção, mas sim um fator chave para a evolução dos serviços em todos os setores, desde os privados à Administração Pública, e como tal, em Portugal à semelhança de outros países, a evolução do setor tecnológico será sempre no sentido de crescimento", resume Vicente Huertas, diretor da Minsait em Portugal, empresa da Indra, "líder em consultoria de transformação digital e tecnologias de informação", que tem vindo nomeadamente a apostar nos serviços de implementação de sistemas de faturação e de contratação eletrónica, designadamente com o setor do Estado (ver caixa na pág. 43). Vicente Huertas precisa "este crescimento do negócio de TI será sustentado fundamentalmente pela transformação digital, e as novas tecnologias disruptivas (inteligência artificial, blockchain, economia de API, cloud, IoT, indústria 4.0)".

1. Neste momento, e observando a evolução da economia no país e a situação nos países envolventes aos que está mais ligada a economia portuguesa, acho que se pode cumprir um crescimento na ordem dos 2%. 2. Portugal está a conseguir atrair investimento de empresas de alto nível tecnológico e está a fazer um esforço em posicionar-se em eventos de interesse internacional, além de reunir algumas características

ótimas nesse campo, pelo que vejo uma evolução neste setor muito positiva. 3. No nosso caso, a nossa atividade está baseada numa maior integração entre as empresas de ambos os países, assim sendo todo o que contribua neste sentido será positivo, tanto a nível de uniformização de normativas, como da utilização dos novos desenvolvimentos tecnólogicos, que simplifiquem e potenciem o nosso esforço.

das para o conjunto da área do Francisco Dezcallar: euro pelo Banco Central Europeu PIB vai crescer em torno de 2% (BCE). Projeta-se que o produto "Portugal está a con- interno bruto (PIB) cresça 2,1% As previsões macroeconómicas do Governo, inscritas no Orçamento seguir atrair investi- em 2018, 1,8% em 2019, 1,7% em do Estado para 2019, apontam 2020 e 1,6% em 2021", revela o mento de empresas "Boletim Económico" de dezembro para um crescimento do PIB de 2,2% para este ano, meta que o do Banco Central , que atualiza as de alto nível tecMinistério das Finanças reafirmou projeções macroeconómicas para nológico e está a o período 2018-20 e divulga, pela recentemente. primeira vez, projeções para 2021. No entanto, esta é uma das prefazer um esforço em A previsão de Bruxelas para 2019 visões mais otimistas, já que em posicionar-se em apontava para um crescimento do dezembro, o Banco de Portugal PIB português de 2%. baixou as projeções de crescimento eventos de interesQuanto ao desenvolvimento do de Portugal, esperando que o PIB se internacional" mercado empresarial tecnológiaumente 1,8% este ano. co, de acordo com um estudo da Assim, de acordo com o Banco de Portugal, "a economia portuguesa ra em desaceleração, no horizonte Informa D&B de maio de 2018, o deverá prosseguir uma trajetória 2018-21, em linha com as projeções nascimento de empresas de tecnolode crescimento da atividade, embo- para o mesmo período publica- gias da informação e comunicação FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 41


grande tema gran tema

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software

1. Acredito que a economia portuguesa continuará a crescer e que os empresários têm uma consciência clara que as suas empresas não podem abrandar. A previsão de 2,1% é perfeitamente alcançável, até porque se encontra abaixo da previsão da média europeia, mas a confiança no arranque do ano será determinante para o desenrolar ao longo do mesmo. Existe uma questão muito importante e que dá segurança ao tecido económico português, que é a consciência clara da importância que a tecnologia tem na gestão de uma empresa. Os empresários em Portugal, e também em Espanha, têm a noção que estão melhor preparados para lidar com imprevistos quando usam as soluções que lhes permitem ter liberdade e capacidade de reação à mudança do mercado. Este conjunto de empresas bem preparadas vai, sem dúvida, ser o motor de um crescimento económico em Portugal, não só neste

ano, mas também a longo prazo. E não falo apenas nas grandes ou nas médias empresas. As pequenas empresas que estão a apostar neste tipo de vantagem competitiva serão também parte da força deste crescimento. 2. Nada é mais verdade que a frase que tem marcado o mundo das empresas: “software is eating the world”. Hoje, não é possível gerir uma empresa sem tecnologia e os empresários sabem disso. Se antes uma solução como um ERP trazia vantagens nas áreas financeiras, esse ganho já é um dado adquirido e as mais valias de soluções deste género têm-se expandido para todas as áreas da empresa, com foco na chamada workplace produtivity, customer experience, liberdade de utilização e inteligência coletiva. A gestão de uma empresa tornou-se altamente dependente de ferramentas que permitem expandir a capa-

Ricardo Parreira: "Este conjunto de empre-sas bem preparadas [a nível tecnológico] vai ser o motor do crescimento económico em Portugal, este ano e a longo prazo" 42 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

cidade dos humanos, deixando que as máquinas tratem de processos administrativos e tragam melhores ferramentas para a tomada de decisão. No fundo, o setor tecnológico tornou-se num pilar fulcral da competitividade das empresas sem o qual não será possível que a economia cresça num mercado cada vez mais exigente e global. Felizmente, Portugal tem excelentes empresas tecnológicas e ao nível das melhores do mundo nalgumas áreas. Por exemplo, o software PHC é muito bem recebido nos vários países porque tem uma capacidade incrível de se adaptar às necessidades de cada empresa. 3. A confiança é o conceito chave para todo o desenvolvimento económico e nenhuma empresa é alheia a isso. É algo que influencia diretamente a economia. Por isso, também temos feito um percurso de reforço da confiança na própria empresa. Estamos há 30 anos no mercado e as empresas confiam em nós e sabem que temos o nosso software pronto para dar resposta às alterações legais, que temos uma rede de parceiros capaz de lhes dar o apoio necessário e que trazemos sempre novidades para responder às necessidades da gestão. Esta capacidade de confiar na PHC tem sido importante para o nosso crescimento nos vários mercados em que estamos, Espanha incluída.

(TIC) em Portugal quase duplicou nos últimos dez anos, passando de 776 em 2007 para 1.489 em 2017. De acordo com o mesmo estudo, esta evolução continua a manter-se, e só no primeiro trimestre de 2018 nasceram 508 empresas no setor TIC, mais 24% do que no mesmo período de 2017, adianta a con-


gran tema grande tema

Vicente Huertas, diretor da Minsait em Portugal (grupo Indra)

1. No atual cenário de transformação digital que estamos a viver, acreditamos numa melhoria da economia e que existam cada vez mais oportunidades para continuar a consolidar a nossa atividade em Portugal, em todos os setores em que atuamos. A tecnologia é essencial para a evolução dos países e da sociedade e na nossa opinião será imprescindível para o desenvolvimento e crescimento da economia no país. 2. As novas tecnologias mudaram o nosso modo de vida e a forma como comunicamos e nos relacionamos, a sua utilização já não é uma opção, mas sim um fator chave para a evolução dos serviços em todos os setores, desde os privados à Administração Pública, e como tal, em Portugal à semelhança de ou-

tros países, a evolução do setor tecnológico será sempre no sentido de crescimento. Este crescimento do negócio de TI será sustentado fundamentalmente pela transformação digital e as novas tecnologias disruptivas (IA, blockchain, economia de API- application programming interface, cloud, IoT, indústria 4.0). Os analistas colocam o crescimento do volume do negócio digital de TI em cerca de 30% ao ano, fazendo com que o peso relativo perante o negócio tradicional de TI alcance os 50%-50% em 2022. 3. Na Indra, refletimos sobre a transformação digital e fizemos, tal e como aconselhamos aos nossos clientes, algumas mudanças que afetam a forma como nos organizamos, inovamos e, claro está, colabora-

mos com os nossos clientes. O exemplo mais evidente é a Minsait, a empresa da Indra líder em consultoria de transformação digital e tecnologias de informação, que reúne as nossas principais capacidades e soluções de negócio digital. Na Minsait, ajudamos inúmeras empresas e instituições a levar a cabo a sua própria transformação. O nosso compromisso com elas traduz-se em soluções de negócio com impacto real a curto e médio prazo. Os especialistas da Minsait coincidem quando identificam as tendências que estão a atuar como aceleradores da mudança. A primeira destas tendências é precisamente o elevado grau de conetividade, que se resume ao intercâmbio constante de informação em tempo real através do arranque massivo de sensores inteligentes que temos nas casas, edifícios, infraestruturas, meios de transporte, instalações industriais, ou inclusive em lojas e centros comerciais. A segunda tendência está relacionada com o big data e a inteligência aplicada aos dados, que redundará numa maior eficiência e eficácia comerciais e em maiores níveis de eficiência e automatização, através de modelos preditivos de gestão e ajuda à tomada de decisões. Nenhum setor ficará alheio à disrupção que implicará a transformação digital nas próximas décadas.

Vicente Huertas: "Os analistas colocam o crescimento do volume do negócio digital de TI em cerca de 30% ao ano, fazendo com que o peso relativo perante o negócio tradicional de TI alcance os 50%-50% em 2022" FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 43


opinião opinión

Por Teresa Patrício da Silva*

Nacionalidade portuguesa –

– uma breve análise das alterações introduzidas em 2018

O

fenómeno migratório, com especial foco na Europa, tem vindo a trazer à luz do dia a necessidade de reformular as leis da nacionalidade, no sentido de as harmonizar com a nova realidade migratória, almejando uma legislação adaptada às sociedades contemporâneas através da mudança do paradigma da primazia do ius sanguini em detrimento do ius soli . O acesso à nacionalidade portuguesa, seja por atribuição de nacionalidade originária, ou por aquisição por efeito da vontade, adopção ou naturalização, está submetido ao cumprimento e verificação de certos requisitos legais, devidamente elencados na Lei da Nacionalidade, aprovada pela Lei n.º 37/81, de 3 de outubro. A alteração a esta lei teve por base projetos de lei do PSD, BE, PCP, PS e PAN, que se centravam no princípio do acesso à nacionalidade a quem tivesse nascido em Portugal ( ius soli ). Os respetivos projetos foram retirados a favor do texto de substituição discutido em Comissão, o qual foi aprovado no Parlamento, pelos partidos de esquerda e pelo PAN. Com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 2/2018, de 5

44 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

de julho, foram alterados certos requisitos legais, que beneficiam em grande medida aqueles que desejam tornar-se cidadãos portugueses, designadamente o acesso mais alargado à nacionalidade portuguesa originária e à naturalização de pessoas nascidas em território português. Recorde-se que a nacionalidade portuguesa pode ter como fundamento a atribuição de nacionalidade originária ou a aquisição de nacionalidade, nomeadamente por naturalização. A diferença entre estes dois fundamentos reside no facto de a atribuição de nacionalidade produzir efeitos desde o nascimento, enquanto a aquisição de nacionalidade apenas produz efeitos a partir da data do respetivo registo. Com a nova alteração à lei, a atribuição de nacionalidade originária é agora atribuída aos indivíduos nascidos em território português que não declarem não querer ser portugueses, desde que, no momento do nascimento, um dos progenitores resida legalmente em Portugal há, pelo menos, dois anos. Assim, verifica-se não só uma simplificação do procedimento, ao deixar de depender a atribuição de nacionalidade de uma declara-

ção de vontade, como também um alargamento do acesso à nacionalidade, ao encurtar-se o critério dos anos de residência legal dos progenitores, de cinco para dois anos, no momento do nascimento do interessado. Porém, a alteração mais propagada prende-se com a aquisição da nacionalidade por naturalização. É agora concedida a nacionalidade portuguesa por naturalização aos que, entre outros requisitos, residirem legalmente no território português há pelo menos cinco anos, em vez dos anteriores seis anos. Tal possibilitou a harmonização da contabilização dos anos de residência para aquisição de nacionalidade com a duração global mínima das Autorizações de Residência Temporárias (contabilizando o período inicial e as renovações) para quem pretenda pedir uma Autorização de Residência Permanente. Todavia, a forma de contabilização dos anos de residência não estava claramente regulada na lei, pelo que era uma das questões que frequentemente era colocada pelos interessados em obter a nacionalidade portuguesa condicionada pela residência legal. Neste sentido, a nova lei veio, finalmente, clarificar esta situação na medi-


opinión

da em que se considera a soma de todos os períodos de residência legal em território nacional, seguidos ou interpolados, desde que os mesmos tenham decorrido num intervalo máximo de 15 anos, permitindo mais objetivamente a contagem do prazo de residência legal. Por outro lado, regista-se ainda uma maior flexibilização no sentido de facilitar a naturalização de menores nascidos em Portugal, filhos de estrangeiros. Assim, poderá ser requerida a naturalização de um menor desde que um dos progenitores tenha residência em Portugal durante pelo menos os 5 anos anteriores ao pedido, ou o menor tenha concluído pelo menos um ciclo do ensino básico ou o ensino secundário. Salientamos que esta contabilização deverá considerar o tempo de residência, mesmo sem auto-

rização válida, sem prejuízo do que vier a ser previsto na futura regulamentação desta matéria. Outra novidade prende-se com a possibilidade de naturalização de ascendentes de cidadãos portugueses originários, desde que residam em Portugal nos cinco anos anteriores ao pedido, independentemente de título. É ainda relevante nesta lei o facto do Ministério Público já não poder deduzir oposição à aquisição da nacionalidade por efeito da vontade através do casamento, com base na inexistência de ligação efetiva à comunidade, quando existam filhos comuns do casal com nacionalidade portuguesa. Em suma, as iniciativas legislativas relativas às leis da nacionalidade revelam-se inevitáveis face à globalização e aos fluxos migratórios, concretizando-se em soluções mais úteis e equitativas.

opinião

Além disso, ao mesmo tempo que se constata um esforço legislativo de harmonizar as normas conforme as tendências e realidades atuais, esvaindo-se a primazia do ius sanguini , será interessante testemunhar o entendimento das autoridades públicas perante outras realidades migratórias recentes, como as das Autorizações de Residência para Investimento. Apesar de esta lei ter entrado em vigor no dia 6 de julho de 2018, e como já foi anteriormente referido, as alterações carecem ainda de regulamentação governamental, pelo que aguardamos com interesse a respetiva publicação, bem como o impacto, sobretudo numa perspetiva sociológica, que estas alterações terão na prática.  * Partner da Teresa Patrício & Associados-Sociedade de Advogados Email: tp@tpalaw.pt

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 45


opinião opinión

Registro Central del Beneficiario Efectivo

E

l Registro Central de Beneficiario Efectivo (RCBE) está constituido por una base de datos, con información suficiente, exacta y actual sobre la persona o las personas físicas que, aunque de forma indirecta o a través de terceros, posean la propiedad o el control efectivo de las entidades a él sujetas. Están sujetas al RCBE, a saber: (a) las asociaciones, cooperativas, fundaciones, las sociedades civiles y mercantiles, que ejerzan actividad o practiquen acto o negocio jurídico en território nacional que determina la obtención de un número de identificación fiscal (NIF) en Portugal; (b) las representaciones de las personas jurídicas internacionales o de derecho extranjero que ejerzan actividad en Portugal. Es obligación de las entidades sujetas al RCBE declarar información suficiente, exacta y actual sobre sus beneficiarios efectivos, todas las circunstancias que indiquen esa calidad y la información sobre el interés económico en ellas. La declaración del beneficiario efectivo deberá contener la información pertinente sobre: (a) la entidad sujeta al RCBE; (b) en el caso de sociedades mercantiles, la identificación de los titulares del capital social, con discriminación de las respectivas participaciones

46 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Por Eduardo Serra Jorge*

sociales; (c) la identificación de - En el caso de que sean extranjelos gerentes, administradores o ros y no residentes en un Estado de quienes ejerzan la gestión o la miembro de la UE también administración de la entidad sujetendrá que ser mencionado en ta al RCBE; (d) los beneficiarios el registro “interno” los datos efectivos; (e) el declarante. de los respectivos representanLa obligación declarativa se cumtes fiscales registrados en la ple mediante la cumplimentación Administración Tributaria pory la presentación de un formulatuguesa. rio electrónico. Como alternati- - Los deberes impuestos por el va, la declaración del beneficiario RCBE son: (i) someter la declaefectivo podrá efectuarse en un ración del beneficiario efectivo, servicio de registro, mediante la debiendo contener la informacumplimentación electrónica asisción suficiente, exacta y actual tida, junto con la solicitud de sobre sus beneficiarios efectivos, registro mercantil o de inscripción así como todas las circunstande cualquier hecho en el Archivo cias que indiquen esa calidad y Central de Personas Colectivas. la información sobre el interés La declaración sólo se considera económico en ellas contenido; válidamente prestada cuando refe(ii) mantener un registro interno rida a entidad sujeta al RCBE y actualizado de los elementos de contenga todos los datos de cumidentificación de los socios (con plimentación obligatoria. discriminación de sus participaLa conclusión del procedimiento ciones sociales) y de las personas se comunicará por correo electrófísicas que posean, aunque de nico al declarante y a la entidad. forma indirecta o a través de Así, concluyendo: terceros, la propiedad de las par- Con la entrada en vigor del ticipaciones sociales o el control RCBE, las sociedades mercanefectivo de la sociedad. tiles deberán llevar un registro - La declaración del beneficiario actualizado de los elementos de efectivo se entregará: (a) en las identificación (i) de sus socios entidades constituidas antes de - con indicación de sus participala entrada del RCBE: mediante ciones sociales -, (ii) de las perla cumplimentación y envío de sonas físicas que tengan, directa formulario electrónico o, altero indirectamente, la propiedad nativamente, en un servicio de de las participaciones sociales y registro junto con una solicitud (iii) de quien, en cualquier caso, de registro mercantil o de instenga el control efectivo de la cripción de hecho en el Archivo sociedad. Central de Personas Colectivas


de la atribución de NIF por la (FCPC); (b) en las entidades Autoridad Tributaria y Aduanera, constituidas después de la entracuando se trata de entidad que da del RCBE: en los propios no deba tener inscripción en documentos de constitución de el Archivo Central de Personas la entidad, siendo sometida en el Colectivas. registro mercantil. - Para las entidades activas sujetas - Después de la primera declaración, todas las entidades están a registro comercial ya existentes, obligadas a actualizar toda la la primera declaración de benefiinformación que figura en dicha ciario efectivo deberá efectuarse declaración: siempre que haya en el período comprendido entre cambios en los datos declarados, el 1 de enero y el 30 de abril de en el plazo de 30 días a partir 2019. del hecho que la origina; a partir - Para las entidades constituidas a de 2020, en confirmación anual partir del 1 de octubre de 2018, hasta el 15 de julio de cada año la primera declaración de benefi(las entidades que deban presenciario efectivo debe efectuarse en tar la Información Empresarial el plazo de 30 días: después de la Simplificada harán la declaraconstitución de la entidad sujeción anual junto con aquella). ta a registro mercantil; después El incumplimiento por la sociede la inscripción definitiva en el Archivo Central de Personas dad de la obligación de mantener Colectivas de entidad no suje- el registro actualizado es punible ta a registro mercantil; después con una multa de mil euros a 50

mil euros e implica que se vedará a la sociedad, en particular, la posibilidad de: distribuir los beneficios del ejercicio o adelantar beneficios; celebrar contratos de suministros, contratos de obras públicas o adquisición de servicios y bienes con el Estado, regiones autónomas, institutos públicos, municipios locales; concursar en la concesión de servicios públicos; beneficiarse de ayudas de fondos europeos estructurales y de inversión y públicos; intervenir como parte en cualquier negocio que tenga por objeto la transmisión de propiedad o la constitución, enajenación o adquisición de cualesquiera otros derechos sobre bienes inmuebles.  *Partner da Eduardo Serra Jorge & Maria José Garcia-Sociedade de Advogados Email: esjorge@esjmjgadvogados.com

Abreu Advogados promove prémio na área tecnológica A Abreu Advogados lançou a primeira edição do concurso “Law and Technology Award’, uma iniciativa destinada a incentivar o interesse dos mais jovens pela relação entre direito e tecnologia, e a facilitar a integração de advogados estagiários que estejam preparados para exercerem a profissão no contexto do novo paradigma tecnológico.

O desafio destina-se aos finalistas da licenciatura em direito e licenciados que frequentem mestrado ou LL.M. (Master of Laws). O tema principal de análise sujeito a avaliação no concurso era subordinado à questão “Na era das redes sociais e das grandes empresas tecnológicas, será possível proteger a privacidade?”.

O vencedor deste concurso recebe, além do acesso a um estágio profissional na Abreu Advogados, um prémio monetário. O júri do concurso é constituído por Armando Martins Ferreira, Luís Barreto Xavier e Ricardo Henriques, respetivamente sócio, consultor e sócio contratado da Abreu Advogados.

Contencioso e corporate da Albuquerque & Almeida destacados pela “Best Lawyers” Os departamentos de Contencioso e de Corporate da sociedade de advogados Albuquerque & Almeida, que resulta da parceria entre as sociedades Albuquerque & Associados e Paulo Almeida, foram distinguidos pelo ranking internacional “Best Lawyers”. Os sócios Francisco Colaço e Dulce

Dinis foram agraciados na área de contencioso, uma das principais áreas de atuação da sociedade. Francisco Colaço adianta que “este prémio é, uma vez mais, reconhecimento do trabalho que a sociedade tem vindo a desenvolver ao longo dos anos”. Já Pedro de Albuquerque e António

Mendonça Raimundo viram os seus nomes destacados na área de corporate . “A sociedade sempre teve enorme presença junto do mundo empresarial, tendo mantido ao longo dos tempos uma forte e reconhecida aposta nesta área”, segundo frisou, por seu turno, António Mendonça Raimundo.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 47


ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Saphety lidera na área da contratação pública e faturação eletrónica Q uando celebra o seu 18.º aniversário, a tecnológica portuguesa Saphety, fundada em Lisboa em 2000, como uma spin-off da Novis, continua a apostar em Portugal e no estrangeiro num portefólio específico de soluções, nomeadamente nas áreas de contratação pública eletrónica, EDI (electronic data interchange) e faturação eletrónica. Numa altura em que é incontornável a adoção da fatura eletrónica, tendo em conta o prazo limite imposto por lei (1 de janeiro, segundo o artigo 299.º-B do Decreto-Lei n.º 111-B/2017, de 31 de agosto, por transposição da Diretiva 2014/55/UE), para além de estarem registadas nas plataformas eletrónicas de contratação pública, as empresas têm igualmente de estar aptas a emitir fatura eletrónica no âmbito dos contratos celebrados com a Administração Pública.

A experiência da Saphety em plataformas de contratação pública e faturação eletrónica – como sejam o SaphetyGov e o SaphetyDoc –, permitiu-lhe desenhar e desenvolver uma solução integrada que possibilita às empresas iniciar e concluir todo o processo de con-

tratação, desde o concurso à faturação. Rui Fontoura (na foto), CEO da Saphety, considera que este é um momento positivo não só para a empresa mas também para economia do país e explica o papel da Saphety junto da comunidade empresarial, “numa mesma plataforma é agora possível concorrer e faturar ao Estado. As empresas podem responder aos concursos públicos e, de forma praticamente automática, passam também a ter acesso à emissão de faturas eletrónicas, simplificando os processos e em total cumprimento da lei”. A Saphety conta com mais de 130 mil utilizadores registados na plataforma de contratação pública SaphetyGov e mais de mais de 46 mil empresas ligadas à plataforma de faturação eletrónica SaphetyDoc, duas das plataformas com maior volume de transações e há mais anos no mercado, atuando em 37 países. 

Google e “Financial Times” elegem Apps for Good como um dos 100 campeões digitais europeus O projeto Apps for Good, programa que pretende que jovens utilizem a tecnologia para resolver problemas da sociedade, acaba de ser reconhecido e eleito pela Google e pelo Financial Times como um dos 100 campeões digitais europeus, ao surgir no ranking “Europe’s 100 Digital Champions”. No relatório divulgado pelo jornal britânico “Financial Times”, que contou com a colaboração da Google, o Apps for Good surge na categoria “technology training”, que reconhece “iniciativas educativas que ajudam a superar a divisão digital, através do ensino de capacidades a grupos sub-representados no setor tecnológico”. Lançado há cinco anos pelo CDI

48 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Portugal, o Apps for Good é um programa que pretende incentivar jovens (entre os 10 e 18 anos) e professores para a utilização da tecnologia como forma de resolver os seus problemas, propondo um novo modelo educativo mais intuitivo, colaborativo e prático. O objetivo do programa é o desenvolvimento de Apps para smartphones e tablets, que possam contribuir para a resolução de problemas relacionados com a sustentabilidade do mundo em que vivemos. “É uma grande honra ver o Apps for Good distinguido e incluído no ranking das 100 iniciativas digitais mais promissoras da Europa, o que demonstra a importância que este

programa tem a nível internacional e, sobretudo, nacional para promover e ajudar a desenvolver a capacidade criativa dos jovens, utilizando a tecnologia para resolver problemas e causas sociais”, afirma João Baracho, diretor executivo do CDI Portugal. A operacionalização do programa decorre ao longo do ano letivo, onde professores (de todas as áreas disciplinares) e alunos têm acesso a conteúdos online, com uma metodologia de projeto de cinco passos. Para apoiar no desenvolvimento do projeto, os participantes têm acesso a uma rede de especialistas que se ligam online à sala de aula, para prestar todo o apoio de esclarecimento de dúvidas. 


Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

MAPFRE inaugura em Espanha acelerador de startups A

seguradora MAPFRE inaugurou no final de novembro o insur_space, o seu novo acelerador de startups do ambiente InsurTech, localizado em Madrid e criado com o objetivo de promover soluções inovadoras para os diferentes perfis de clientes. O insur_space faz parte da MAPFRE Open Innovation (MOi), uma plataforma lançada este ano pela companhia para promover a inovação na MAPFRE e no setor de seguros que, segundo Antonio Huertas, presidente da MAPFRE, “pretende posicionar a seguradora como um dos líderes mundiais em inovação em insurtech, avançando para novos modelos de negócio que surgem das atuais mudanças digitais e tecnológicas”. Para isso, a MAPFRE investirá 100 milhões de euros por ano no desenvolvimento de soluções inovadoras ligadas ao

setor de seguros que, somados aos mais de 600 milhões anuais de investimento em tecnologia, fazem com que a empresa esteja apta a assumir os novos desafios da atualidade. A MAPFRE Open Innovation (MOi) integra um conjunto de alavancas de inovação baseadas nas áreas da inovação estratégica e inovação disruptiva. O novo acelerador de startups insur_ space faz parte da chamada inovação disruptiva, área que procura apoiar novas ideias e produtos, tendo como objetivo desenvolver pilotos e testes, sob a orientação de especialistas. Atualmente, no insur_space estão já a trabalhar 19 startups, inseridas em dois programas: aceleração e adoção, consoante a fase de desenvolvimento da nova empresa. A inovação disruptiva inclui ainda um

modelo de colaboração com universidades e escolas de negócios para o desenvolvimento conjunto de projetos inovadores e um veículo de investimento para participar em empresas de capital de risco. Neste sentido, a MAPFRE anunciou recentemente a sua participação como investidor âncora no fundo de capital de risco “Alma Mundi Insurtech Fund, FCRE”, no espaço insurtech, onde investirá 25 milhões de euros. Por sua vez, a inovação estratégica trabalha em soluções a curto prazo, alinhadas com os desafios das iniciativas estratégicas da MAPFRE, incluindo um programa de intraempreendedorismo voltado para funcionários, no qual estes podem apresentar ideias, tendo acesso aos recursos necessários para construir uma solução de negócios inovadora. 

Banco Best já tem uma assistente digital a atender os clientes A

nova assistente eletrónica do Banco Best é um chatbot e chama-se BEA. A BEA Best Electronic Assistant é, assim, um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas, assente em inteligência artificial, que responde às questões dos utilizadores sobre produtos e serviços. “Com personalidade, fala com os clientes num tom descontraído para tornar a experiência bancária mais interessante”, afirma o banco digital do Novo Banco. “A digitalização e a inovação fazem parte do ADN do Banco Best. A disponibilização da BEA Best Electronic Assistant, a nova assistente digital do Best, é o reflexo desse posicionamento de vanguarda e significa um passo à frente na oferta de soluções inovadoras que simplificam o acesso à informação por parte dos utilizadores e clientes”, destaca

Madalena Torres, CEO do Best. Esta nova ferramenta já está disponível no website do Banco Best, bastando clicar no canto inferior direito “A BEA responde” para iniciar uma conversa e começar a tirar dúvidas sobre produtos e serviços daquele banco online. “A BEA está sempre a aprender com as questões colocadas, não sabe tudo mas vai saber, enriquecendo e ampliando o conhecimento para futuras respostas – a inteligência artificial a funcionar”, refere António Martins, diretor de Marketing do Banco Best. “Não se trata de uma ferramenta de pesquisa, mas sim da obtenção de informação através de um modelo de pergunta e resposta, sem intervenção humana, mas da mesma forma que ocorre a interação tradicional entre duas pessoas. Queremos que no futuro seja a ferramenta pre-

ferencial dos clientes para 24/7 terem acesso às respostas mais procuradas”, acrescenta. Atrás da BEA Best Electronic Assistant está a Visor.Ai, uma startup que desenvolve em Portugal um serviço que ajuda as empresas no apoio ao cliente usando um conjunto de algoritmos de natural language processing e machine learning, que permite entender questões colocadas e encontrar as respostas mais adequadas. 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 49


setor imobiliário

sector inmobiliario

Foto Renascença

Fidelidade compra los terrenos de la antigua Feria Popular por 274 millones de euros

L

a aseguradora Fidelidade, propiedad de los chinos de Fosun, han logrado en hasta pública los terrenos de la antigua Feria Popular

y un lote en la Avenida Álvaro Pais, por un total de cerca de 274 millones de euros. El Ayuntamiento de Lisboa esperaba recaudar con esta hasta pública 188 millones de euros y acabó por conseguir algo más de 85 millones de euros de los esperado. La empresa ha anunciado que va a construir su sede en estos terrenos.

Las empresas que habían presentado propuestas para esta hasta pública fueron Fidelidade Property Europe, Dragon Method y MPEP – Properties Escritórios Portugal. Esta venta está dentro de la llamada “Operación Integrada de Entrecampos” con la cual el Ayuntamiento quiere transformar la zona. En el espacio de la antigua Feria Popular está previsto un centro empresarial, espacios verdes y 279 hogares que podrán ser vendidos o alquilados a precios de mercado. 

Merlin cierra la compra de dos edificios de oficinas en Lisboa por 112,2 millones L a socimi Merlin Properties ha cerrado la adquisición de los edificios de oficinas Art y Torre Fernando Magalhães (‘TFM’). Ubicados en Dom Joao II, cuentan con 29.985 metros cuadrados de superficie bruta arrendable. En concreto, Art es un complejo de tres edificios con una superficie bruta arrendable total de 22.150 metros cuadrados y amplias plantas que oscilan entre los 1.380 y los 3.190 metros cuadrados,

además de 590 plazas de garaje. Actualmente se encuentra alquilado al 97% a compañías de primer nivel como BNP Paribas, Huawei, Sage y DHL. Por su parte, TFM, con una superficie bruta arrendable de 7.835 metros cuadrados y 294 plazas de garaje, está alquilado al completo a compañías líderes de servicios compartidos como Webhelp y Bold International. El precio de adquisición representa

una rentabilidad bruta del 5,4% sobre rentas pasantes (6,1 millones de euros) y apunta a un fuerte potencial de crecimiento, con una rentabilidad a niveles de mercado (ERV) del 6,2%. Tras esta adquisición, la socimi amplía su cartera de oficinas en Lisboa por encima de los 100.000 metros cuadrados, consolidándose como uno de los líderes en el mercado, y refuerza su compromiso con Portugal. 

La familia Losantos pone a la venta Neinver por más de 500 millones de euros L a familia Losantos pone a la venta su inmobiliaria Neinver, especializada en levantar y gestionar outlets, por más de 500 millones de euros. Se trata de la empresa que gestiona centros comerciales como The Style Outlets o Factory y que está presente en varios países, uno de ellos Portugal. La empresa, presidida por José María

50 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Losantos del Campo, ha fichado al banco Credit Suisse para buscar interesados en esta multinacional de origen riojano, según confirman cuatro fuentes financieras e inmobiliarias conocedoras de la operación. La entidad financiera y la compañía declinaron hacer comentarios sobre esta operación. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

El fondo LaSalle compra la nueva sede de Repsol en Atocha L a Salle Investment Management ha protagonizado una de las primeras operaciones inmobiliarias del año. El fondo internacional acaba de adquirir la futura sede de Repsol en Atocha,. Las oficinas eran hasta el momento propiedad de la gestora Royal Metropolitan y estaban alquiladas a la consultora Aguirre Newman. La petrolera alojará en la nueva sede madrileña de Méndez Álvaro, situada en el número 23 de la calle General Lacy, a los 400 empleados de Vesgo, de la que compró el pasado año sus activos de electricidad y gas. No obstante, Repsol ya estaba presente en la histórica finca, desde donde impartía formación. El nuevo inmueble de Repsol data del siglo XIX y fue el centro de actividad de Tabacalera, una antigua fábrica

de tabacos. Hace dos décadas fue reconvertido en un edificio de oficinas. Posteriormente pasó a manos de

Zaphir, un fondo ligado a Aguirre Newman, que remodeló el edificio para establecer su negocio. 

Habitat Inmobiliaria compra dos suelos en Sevilla para construir 330 viviendas H abitat Inmobiliaria ha anunciado la compra de dos parcelas en Sevilla, de casi 10 mil metros cuadrados, en las que desarrollará más de 330 viviendas. La promotora invertirá más de 50 millones de euros para su desarrollo y contará en estos suelos con alrededor de 32.000 metros cuadrados de edificabilidad. El

proyecto se sitúa a quince minutos del centro de la ciudad y a diez del aeropuerto, en el barrio de Sevilla Este, próximo al Palacio de Congreso y Exposiciones. Está considerada como una zona con amplia demanda de viviendas y dotada con toda clase de servicios. Con este nuevo proyecto, Habitat suma tres promociones en la capi-

tal hispalense y se enmarca en el plan estratégico con el que prevé hacer efectiva la entrega de más de 2.000 viviendas en los próximos años. Para ello, la hoja de ruta de la compañía se compromete a una inversión de alrededor de 120 millones de euros a final de 2019 y de 500 millones de euros hasta 2021. 

La socimi Árima compra sus primeros edificios por 110 millones de euros L a socimi Árima ha anunciado la compra de sus cuatro primeros edificios de oficinas de Madrid por un importe de 110 millones de euros a dos meses de haberse estrenado en el mercado continuo sin tener ningún activo inmobiliario en su cartera. Con esta operación, la firma promo-

vida por el exconsejero delegado de Axiare, Luis López de HerreraOria invierte los alrededor de 100 millones de euros que levantó con su colocación en Bolsa y “comienza su andadura”. Los cuatro activos comprados suman una superficie de unos 27 mil metros cuadrados, ade-

más de 460 plazas de aparcamiento, y están ubicados en el distrito centro de negocios y en el noreste de la capital. La firma, que realizará inversiones por 16,7 millones en mejorar los inmuebles, asegura que cuentan con “un gran potencial de revalorización”. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 51


setor imobiliário

sector inmobiliario

Sonae Capital vence concessão hoteleira em Santa Apolónia A Sonae Capital vai entrar no mercado hoteleiro de Lisboa, após ter ganho a adjudicação da subconcessão da instalação e exploração de uma unidade hoteleira no edifício da estação de Santa Apolónia. O anúncio foi feito em meados no mês passado pela empresa, tendo então frisado que este projeto se enquadra na sua “estratégia de aumento do número de unidades em exploração do negócio de hotelaria da Sonae Capital, permitindo desenvolver efeitos de rede na operação. Ao mesmo tempo, permitirá à Sonae Capital iniciar a sua presença na cidade de Lisboa, o

maior destino turístico de Portugal, através de uma operação localizada numa zona central e de elevado potencial”, ainda de acordo com a mesma fonte. De recordar que o edifício da estação de Santa Apolónia vai ter uma unidade de quatro estrelas, num total de cerca de nove mil metros quadrados de área e 120 quartos. O projeto, que resulta de uma subconcessão por parte da Infraestruturas de Portugal, deverá abrir no primeiro semestre de 2021. Será resultado de um investimento de cerca de 12 milhões de euros e prevê um período de subconcessão de 35 anos, sendo os dois primeiros

anos isentos de rendas. Atualmente, a Sonae Capital tem cinco unidades hoteleiras em exploração, das quais três no Porto (Porto Palácio Hotel, 0.The House Ribeira Hotel e The Artist Porto Hotel & Bistro) e duas em Tróia (Aqualuz Tróia e Tróia Residence). “A nova unidade permitirá explorar sinergias entre as várias unidades e destinos, respondendo de forma ainda mais eficaz aos seus clientes que pretendam explorar as duas principais cidades do país e beneficiar de um destino de praia e congressos único, como é o caso de Tróia”, acrescenta a holding de interesses diversificados do grupo Sonae. 

Stay Hotels abre unidade em Coimbra A

Stay Hotels escolheu a cidade de Coimbra para abrir a sua oitava unidade hoteleira em Portugal. O antigo hotel Almedina deu lugar ao moderno Stay Hotel Coimbra Centro, com 90 quartos, salas de reunião e um parque de estacionamento privativo. O investimento rondou os 1,6 milhões de euros. Este hotel apresenta agora uma decoração acolhedora e contemporânea. No rés do chão, o bar Just Delicious passou a contar com vista para uma das principais artérias da baixa da cidade. Os quartos, a receção e o lobby também foram intervencionados, de acordo com o projeto do gabinete de arquitetura Sousa Lima & Rocha Reis, para se adaptar aos parâmetros da marca. Com quatro estrelas, o Stay Hotel Coimbra Centro possui 90 quartos e duas salas de reunião, oferecendo ainda algumas comodidades quer para o turismo de negócios quer para lazer, como o serviço de alu52 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

guer de bicicletas. “A atividade turística na região centro em geral, e em Coimbra em particular, tem aumentado de forma consistente nos últimos meses. Trata-se de uma cidade cosmopolita, com um vasto património cultural, procurada por viajantes em lazer e em negócio”, afirma Jorge Bastos, um dos administradores do grupo. O responsável adianta que “operar em Coimbra é estratégico para a Stay Hotels, e acreditamos que com esta magnífica localização na baixa da cidade, aliada ao investimento realizado para dotar o hotel de renovados serviços e infraestruturas, nos permitirá crescer de forma

sustentada ao longo dos próximos anos”, conclui. A Stay Hotels é uma marca portuguesa, que pretende disponibilizar hotéis citadinos com localizações privilegiadas, com a melhor relação qualidade-preço. Possui já oito unidades em operação (Guimarães, Torres Vedras, Coimbra, Évora, Lisboa, Faro e ainda duas no Porto). 


sector inmobiliario

setor imobiliário

Rooftops de Lisboa destacam-se à escala europeia A

Cushman & Wakefield lançou recentemente o estudo “Rooftops of EMEA”, que analisa o recente desenvolvimento deste conceito imobiliário. Os terraços lisboetas destacam-se nesta publicação, que seleciona 20 projetos diferenciadores na Europa. Pelo seu conceito inovador, são referidos o Rio Maravilha (na foto), no LX Factory, e o Park, no Chiado, como bons exemplos deste formato em franco crescimento na Europa. No Porto, são destacados o BASE (na galeria comercial Passeio dos Clérigos) ou o terraço do hotel Yeatman. O relatório afirma que, num mundo que será cada vez mais pautado pela experiência, o futuro do imobiliário passará pela sua capacidade de criar uma ligação emocional dos indivíduos aos espaços físicos, através de conceitos inovadores, icónicos e memoráveis.

Neste sentido os rooftops surgem com uma força renovada, pelo seu caráter diferenciador e marcante. O potencial das coberturas dos edifícios está ainda numa fase de descoberta por parte dos proprietários imobiliários na Europa, estando já mais desenvolvido nos EUA e na Ásia. O relatório defende que o conceito de rooftops pode funcionar em praticamente todos os edifícios, independentemente do seu uso principal, e apresenta-se como uma fonte de receita adicional. Não é necessário que se situem no ponto mais elevado do imóvel ou com grandes vistas, nem a localização tem obrigatoriamente que ser central. Como atributos chave comuns, definem-se: um mínimo de dois pisos acima do solo; alguma vista, não necessariamente panorâmica ou icónica; localização com

elevada densidade populacional; operador inovador; conceito com algum caráter único; e forte estratégia de marketing digital, particularmente ativa nas redes sociais. A geração de rooftops abordada no estudo distingue-se por incorporar uma maior diversificação e apresenta-se em três categorias diferentes: restaurantes, espaços de eventos e espaços de lazer, sendo esta a mais inovadora e com maior potencial de crescimento. 

Predibisa coloca 42 mil metros quadrados de área de escritórios no Grande Porto A

consultora imobiliária Predibisa Corporate realizou 26 negócios do segmento escritórios no último ano, demonstrando que o mercado de escritórios no Grande Porto continua muito ativo e com forte procura. Na Boavista, considerada zona prime do Porto, foi onde se concentrou o maior número de negócios, num total de 19, perfazendo cerca de 14.600 metros quadrados transacionados, do total de 42.605 metros quadrados de área comercializada em 2018 pela consultora. Apesar do registo na procura por novas instalações e entrada de novas empresas na região, foram a mudança de instalações e a expansão de empresas que dominaram mais de metade dos negócios concretizados. O edifício Urbo Business Center, em Matosinhos, com a instalação do BNP Paribas, e o novo centro tecnológico de

I&D do Prozis Group, na Maia, foram as maiores transações do ano na região, colocadas pela Predibisa, ambas com uma área de mais de 15 mil metros quadrados. Graça Ribeiro da Cunha, responsável da Predibisa para a área dos Escritórios, refere que “o ano de 2018 foi muito representativo no segmento de escritórios no Grande Porto, confirmando o elevado dinamismo no ciclo de procura ao longo dos meses, facto que originou um acentuado incremento no número de transações. Se do lado da procura temos assistido a um crescimento alavancado pelas multinacionais, que elegem cada vez mais o Grande Porto para se instalarem, também as empresas já instaladas, mas em fase de crescimento, têm interesse em se deslocalizarem para edifícios com melhores infraestruturas”, adianta a responsável. Os setores mais representativos foram o

das energias renováveis e ambiente, com o maior número de operações, seguido pelas TMT & utilities e o setor de serviços financeiros, com o maior volume de área ocupada. Atualmente, a Predibisa está envolvida em três grandes projetos, como é exemplo o POP – Porto Office Park, um edifício novo projetado de raiz, em construção junto a Francos, e que resultará em mais 31 mil metros quadrados, a partir de setembro de 2019; assim como a reabilitação do edifício do Palácio dos Correios, nos Aliados, com 17 mil metros quadrados de área bruta locável e que estará pronto no último trimestre deste ano, e o projeto de expansão da Lionesa, em Leça do Balio, que vai possibilitar a duplicação da oferta atual nos próximos anos. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 53


Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Sogrape compra Quinta da Romeira, em Bucelas O maior grupo português de vinhos, a Sogrape, adiciona ao seu portefólio uma nova adega, com a aquisição da Quinta da Romeira, em Bucelas. A operação marca a entrada da Sogrape na produção de vinhos na região de Lisboa.

P

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

or altura das “invasões francesas”, o líder militar Arthur Wellesley, Duque de Wellington, responsável pela construção das Linhas de Torres teve oportunidade de ficar alojado no Solar da Quinta da Romeira e de provar vinhos brancos de Bucelas. Conta-se que os enviava a Jorge IV, que também os apreciou, batizando-os de “wines of Lisbon”. A tradição exportadora dos vinhos de Bucelas poderá ser dinamizada com a entrada nesta sub-região, integrada na região de vinhos de Lisboa, do maior grupo português do setor, a Sogrape, que acaba de adquirir a Quinta da Romeira. “Entrar em Lisboa era, para a Sogrape, obrigatório. E fazê-lo através da sub-região de Bucelas é, para nós, um enorme motivo de alegria e orgulho, mas também de grande responsabilidade”, frisa Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape, em comunicado. O grupo não divulga o valor da operação, mas anuncia a sua intenção de investir em toda a cadeia de valor, desde a viticultura, passando

54 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

pela enologia, até ao mercado, para desenvolver um projeto sustentado e de longo prazo na região de Lisboa. “Nós vamos ajudar a mudar Lisboa”, comenta Fernando da Cunha Guedes. O comunicado explica ainda que o grupo Sogrape quer “tirar partido do bom momento que vivem estes vinhos e simultaneamente contribuir para dinamizar a região”, reconhecida pela casta Arinto e sede de “uma histórica denominação de origem, que aos olhos e palato dos entendidos, quase merece o reconhecimento de ‘desígnio nacional’”. A Denominação de Origem de Bucelas (25 quilómetros a norte de Lisboa, no vale do rio Trancão), demarcada em 1908, é considerada uma sub-região histórica. Fernando da Cunha Guedes sublinha que “é uma denominação de origem muito especial, onde reina uma grande casta e se produzem vinhos de excecional qualidade”. A região tem vindo a reorganizar-se, quer melhorando a sua qualidade de produção, quer em termos de estratégia comercial, sendo a secular Quinta da Romeira uma das suas adegas mais

prestigiadas, com rótulos como Prova Régia e Morgado de Sta. Catherina. A Quinta da Romeira existe desde 1703, possui uma extensão de 130 hectares, dos quais 75 estão afetos à plantação de vinha, na sua maioria Arinto, sendo esta a maior folha de Arinto do país. De acordo com o comunicado, “a empresa dispõe de meios próprios de vinificação, engarrafamento e armazenagem, com uma capacidade atual superior a 20 mil hectolitros. Estão em curso diversos investimentos quer ao nível da reconversão da vinha, quer da modernização e expansão dos meios técnicos e tecnológicos que vão permitir responder de forma mais eficaz às necessidades do mercado”. Com esta compra, o grupo Sogrape alarga a sua capacidade de produção e portefólio. Fundada em 1942, por Fernando Van Zeller Guedes, a Sogrape exporta vinhos para mais de 120 países, produzindo em Portugal, Espanha (Bodegas LAN e Bodegas Aura), Argentina (Finca Flichman), Chile (Viña Los Boldos) e Nova Zelândia (Framingham). 


vinos & Gourmet

Os novos Quanta Terra A

dupla de enólogos Celso Pereira e Jorge Alves volta a “homenagear as terras altas do Douro, explorando os micro terroirs do Cima Corgo”, com o lançamento de dois novos vinhos: Quanta Terra Manifesto 2015 e Quanta Terra Inteiro 2008. O Quanta Terra Manifesto 2015 é elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Sousão: “O seu segredo está no estágio de 14 meses em barricas de carvalho francês – 60% novas e 40% usadas, rigorosamente selecionadas na adega com o objetivo de garantir maior expressão ao vinho – o que lhe confere uma impressionante estrutura, contando, contudo, com uma boa integração da madeira, revelando-se até exótico ao primeiro contacto.” O comunicado da marca refer ainda que “ é a companhia perfeita para a comida de conforto da cozinha portuguesa, como pratos de carnes vermelhas, pernil de porco assado no forno ou perna de borrego recheada”. A primeira edição do Manifesto, cujo nome recorda simbolicamente a tradição de “manifestar” as uvas à antiga Casa do Douro, serão lançadas 1.500 garrafas

no mercado nacional. Por seu lado, o Quanta Terra Inteiro 2008, “lançado uma década depois da colheita, é um verdadeiro convite a embarcar numa viagem ao Douro, confirmado pelo próprio rótulo, uma réplica de um antigo bilhete de comboio”. Este vinho tem na sua base uvas provenientes de uma vinha velha, onde se evidenciam a Touriga Franca e a Touriga Nacional. Seguiu-se um estágio em três anos em barricas novas e seis anos em cubas de cimento, uma espera arriscada, mas necessária para (com)provar o potencial de envelhecimento dos vinhos da região”. A dupla de enólogos refere que “foi pensado para partilhar e despertar emoções à mesa, revelando todos os seus sabores na companhia de carnes grelhadas e assadas, arroz de pato ou da simplicidade de queijos curados de pasta mole”. Foram reservadas 1.200 garrafas, não havendo previsão de novo

Vinhos & Gourmet

lançamento. Os enólogos Jorge Alves e Celso Pereira residem na Região Demarcada do Douro, e exploram em parceria a Quinta do Tralhão, no Douro Superior: “À cota média de 215 m, exposição sudoeste e uma área de aproximadamente 30 ha, a quinta tinha 12 hectares de vinha com 20 anos, porém, em estado generalizado de abandono. Estava o milénio no fim quando Celso e Jorge firmaram a sociedade Quanta Terra. A Quinta do Tralhão assiste assim à maior restruturação de sempre, com o terreno sistematizado em patamares de dois bardos, enxertos R110 de castas selecionadas a partir de clones de vinhas velhas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Sousão).” A vinho Quanta Terr, obteve recentemente o reconhecimento da crítica americana, com a classificação de 95 pontos (em 100). 

Taylor’s Port no Time Out Market C om o objetivo de mostrar a versatilidade do vinho do Porto, a marca Taylor’s Port instalou-se, em novembro de 2018, no Time Out Market, em Lisboa. O quiosque Taylor’s Port Wine Experience é “o único espaço integralmente dedicado ao vinho do Porto no mercado, apresenta uma ampla representação da gama da marca e tem como missão mostrar a portugueses e estrangeiros a enorme variedade de vinhos do Porto, levando-os a experimentar, apreciar e a conhecer (ou redescobrir) este ícone nacional.” Em comunicado, a marca explica que “foi seguida uma abordagem que

facilita a descodificação dos produtos, dispostos em pequenas montras individuais em formato de caixas de madeira cujos interiores remetem para cores associadas aos diferentes vinhos”. Os vinhos são servidos a copo, sendo também possível fazer várias degustações temáticas, desde o menu Discover Port Styles, para uma primeira abordagem aos diferentes estilos, o The Port Specialist¸ para quem pretende aprofundar conhecimentos sobre o vinho do Porto, uma viagem Century of Port¸ que inclui uma seleção de luxo de Portos de idade de 10, 20, 30 e 40 anos, ou a degustação Vintage Port

Duo, que permite apreciar e comparar um Vintage Clássico e um Single Quinta. Cada prova vem acompanhada pela respetiva informação do vinho e são feitas algumas propostas de harmonizações gastronómicas demonstrativas da sua versatilidade.  FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 55


Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Essência do Vinho - Porto vai revelar mais de três mil vinhos O Palácio da Bolsa, na Invicta, vai ser mais uma vez palco da Essência do Vinho - Porto”. Este ano, o encontro decorre entre os dias 21 e 24 de fevereiro. Quatro dias para, em prova livre, viver de perto a experiência de centenas de pequenos e grandes produtores, onde não faltarão as habituais provas comentadas, harmonizações e masterclasses . A 16ª edição da “Essência do Vinho - Porto” apresenta-se a todos os visitantes como um momento privilegiado para os interessados no mundo dos vinhos descobrirem, ou reencontrarem, em prova livre, mais de três mil vinhos, de 400 produtores, de todas as regiões vitivinícolas portuguesas,

assim como presenças internacionais. “Serão quatro dias dedicados ao conhecimento e ao despertar de sentidos”, sublinha a organização, a Essência do Vinho e Revista de Vinhos. De 21 a 24 de fevereiro, a mostra no Palácio da Bolsa, no coração da Invicta, faz-se com rótulos raros e exclusivos apresentados por especialistas de renome convidados em masterclasses , provas comentadas, harmonizações enogastronómicas, partilha de experiências e degustação de petiscos, numa atmosfera descontraída. Entre as masterclasses e provas comentadas, destaque para a “Grande Prova TOP 10 Vinhos Portu-

gueses - Revista de Vinhos”, que vai reunir uma seleção dos vinhos mais bem pontuados por um júri internacional da “Revista de Vinhos”, evento que decorre a 21 de fevereiro, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa. Constituído por jornalistas, críticos de vinhos e sommeliers , o painel vai eleger os melhores vinhos brancos, os melhores vinhos tintos e os melhores vinhos fortificados. A “Essência do Vinho - Porto” é uma organização da Essência do Vinho e da “Revista de Vinhos”, em parceria com a Associação Comercial do Porto. A última edição do evento recebeu cerca de 20 mil visitantes, 35% dos quais estrangeiros. 

Família Serrano Mira lança Herdade das Servas Touriga Nacional Tinto 2015 O s irmãos Carlos e Luís Serrano Mira lançaram no mercado, no final do ano passado, o Herdade das Servas Touriga Nacional tinto 2015. Um vinho apresentado sob a chancela da marca topo de gama, que coincide com o nome da propriedade vitivinícola, situada a escassos quilómetros da cidade de Estremoz e pertença da família Serrano Mira cuja ligação à produção vitivinícola no Alentejo data desde 1667. A Herdade das Servas desenvolveu três opções, apresentadas em atrativas caixas, onde uma garrafa de Touriga Nacional (com o PVP individual de 16,50 euros) se multiplica por três, em caixa de madeira; se junta ao Herdade das Servas Alicante Bouschet; ou ainda ao Herdade das Servas Alvarinho. Quanto ao Herdade das Servas Touriga Nacional 2015, é um tinto que,

56 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

como o nome indica, é feito a partir de uma das variedade mais nobres do país, a Touriga Nacional. Neste caso concreto, plantada em vinhas de um Alentejo de altitude – e, por isso, com mais frescura –, em solos vermelhos, derivados de calcários pardos ou cristalinos, com manchas de xisto, beneficiando de um clima mediterrâneo com elevadas amplitudes térmicas e verões quentes e secos. É um vinho límpido, de um vermelho violeta profundo, com aromas de groselha, amora, figo, chocolate, pimenta e notas florais de violeta. Revela-se complexo, volumoso e fresco, com tostados de barrica de carvalho e taninos ricos, um conjunto de características resultantes do estágio de um ano em barricas novas, de carvalho

francês, e de segundo ano, de carvalho francês e americano. O final de boca é persistente, mostrando todo o potencial de guarda e envelhecimento, a indicar que é um vinho que pode durar entre 20 e 30 anos. O Herdade das Servas Touriga Nacional tinto 2015 é a companhia ideal para pratos de carnes vermelhas e de caça, queijos intensos e enchidos. 


vinos & Gourmet

Vinhos & Gourmet

Cervejaria portuense e comboio gourmet nomeados para o “The World Restaurant Awards” É na capital francesa, Paris, que ficaremos a saber a 18 de fevereiro se, entre as dezenas de finalistas da primeira edição dos “The World Restaurant Awards”, Portugal volta de terras gaulesas com troféus. Em disputa estão 17 categorias avaliadas por um painel de jurados que inclui nomes grandes da cozinha internacional, da fotografia de culinária, críticos, gastrónomos. Novos conceitos, especialidades da casa, cozinha étnica, conceitos originais, restaurante locais, de preços acessíveis, mas também prémio para reportagens gastronómicas, estão entre as categorias avaliadas.

No caso da lusa Cervejaria Gazela - O Original Cachorrinho, nomeada na categoria “House Special” a disputa faz-se com os restaurantes Lido 84, na Lombardia (Itália), Obana, na capital japonesa, Tóquio; Trishna na cidade indiana de Bombaim; Yat Lok, em Hong Kong. A Cervejaria Gazela serve, desde 1962, a sua maior especialidade o “Cachorrinho”. Dos anos 60 do século XX ao presente, um cachorro quente confecionado com a mesma receita original: Salsicha fresca, linguiça, envolvida em queijo e num molho especial e servido num pão tostado e estaladiço. Uma re-

ceita que conquistou o palato do chefe de cozinha, falecido em 2018, Anthony Bourdain. O norte-americano, na sua visita à cidade do Porto, provou e enalteceu este “Cachorrinho”. A par da casa portuense, está indicada entre os finalistas a experiência gastronómica que reúne anualmente chefes com estrela Michelin, “The Presidential Train”. A viagem duriense está assinalada na categoria “Event of the Year”. O “The World Restaurant Awards” foi criado pela IMG, empresa de eventos, moda e desporto e que opera em mais de 30 países, com 800 iniciativas anuais em todo o mundo. 

PUB

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 57


Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Há uma rota de vinhos por descobrir e está no Dão O s turistas que apreciam descobrir os encantos das terras portuguesas e das regiões demarcadas de vinhos têm já cinco roteiros do Dão para percorrer. Os vinhos do Dão têm um encanto especial, pelo caráter e elegância que os caracterizam, bem como por todos os pequenos e grandes produtores que se dedicam à região, pelas castas nobres, como a Touriga Nacional, e pelo solo e clima que reúnem as condições ideais para produção de vinhos soberbos e inesquecíveis. À boleia destes néctares, os amantes de vinho e que gostam de explorar e conhecer as maravilhas do país, devem partir para conhecerem uma região fascinante e com muito por contar. Os cinco circuitos da Rota dos Vinhos do Dão espalham-se por 16 municípios, desde Arganil a Aguiar da Beira. Há um roteiro por Terras de Viseu, Silgueiros e Senhorim; outro por Azurara e Castendo; um por Terras de Besteiros e ainda um quarto por Terras de Alva; por fim, o último circuito sugere um passeio por Terras da Serra da Estrela.

Para preparar a viagem e descobrir quais os produtores que deve visitar, o ponto de partida da visita deve ser o “Welcome Center da Rota dos Vinhos do Dão”, localizado no Solar do Vinho do Dão (Viseu). Aqui, os enoturistas são acolhidos com uma prova de vinhos de diferentes produtores que integram a Rota. Podem ainda comprar alguns vinhos da região, aproveitar para conhecer o Espólio Documental da CVR do Dão, resultado do projeto de orga-

nização arquivística que recuperou e salvaguardou o importante acervo da comissão vitivinícola, de 1935 a 1965. E, claro, desenhar e preparar a sua visita pela região. Para grupos superiores a dez pessoas, é solicitada marcação prévia. Na Rota dos Vinhos do Dão, há 42 produtores aderentes, desde a Adega Cooperativa de Mangualde, à Caminhos Cruzados, Casa da Ínsua, Quinta da Bica, Casa da Passarella, entre outros. 

Marcolino Sebo lança primeira edição do Monte da Vaqueira Tinto Reserva 2016 A

Marcolino Sebo Wines and Oils apresenta ao mercado um novo produto que enriquece o já extenso e prestigiado portefólio da adega alentejana. Trata-se do Monte da Vaqueira Tinto Reserva 2016, obtido a partir das castas Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet e Touriga Nacional. Este novo néctar apresenta cor rubi forte, aroma complexo de frutos vermelhos e especiarias, resultado do estágio de seis meses em barricas de carvalho francês e

americano. Na boca, é macio, encorpado e persistente. As características deste vinho são especialmente potenciadas quando em companhia de pratos tradicionais de carne, como o cozido à portuguesa, ou o cabrito ou borrego assados. Esta primeira edição do Monte da Vaqueira Tinto Reserva 2016 conta com 13.300 unidades engarrafadas. Todo o processo de produção foi supervisionado pelo enólogo Jorge Santos. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

58 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


opinión

opinião

Como saber se um azeite Por Sara Peñas*

U

é extra virgem ou mesmo extra virgem premium?

m azeite extra virgem só pode ter atributos positivos. Além disso, os azeites premium ou de alta gama têm um perfil sensorial harmonioso, equilibrado e complexo. Partilhamos parte da nossa experiência de três anos e aprendizagem, tendo, contudo, sempre em mente o quanto falta ainda por aprender... assim como acontece com o conhecimento no mundo do vinho, o do azeite tem um começo, mas não tem fim! O que já sabemos é como é altamente gratificante, a todos os níveis, saber reconhecer as melhores qualidades deste produto. Como se prova então um azeite? Na prova de um azeite, nenhuma fase visual é feita, porque a cor não é importante no momento da degustação. De acordo com o definido pelo Conselho Internacional do Azeite (COI), a cor pode ser de mais verde para mais amarela. Embora não influencie no momento da prova, pode influenciar na venda, por exemplo, há “picuales” – azeites de Jaen (terra de oliveiras da Andaluzia) da variedade Picual– com uma cor verde esmeralda também chamada de verde “ fairy” (sim... estamos a falar de um detergente para a limpeza da loiça) sem dúvida muito atraente.

Atributos positivos Na primeira fase, a fase olfativa: Primeiro aquecemos o copo com as mãos, idealmente até os 28 graus para o azeite se expressar, temperatura na qual o produto conta tudo, o bom e o ruim. E, como se diz, se é virgem extra não terá defeitos e se for virgem extra premium só terá bons aromas e uma alta proporção de harmonia, equilíbrio e complexidade. Começamos a cheirar o copo ou o vidro a uma pequena distância do nariz, para avaliar a intensidade dos aromas. De seguida, fazemos uma inspiração forte e depois outras mais curtas, para não saturar o nariz e detetar os aromas: se tem notas verdes ou maduras, florais e frutadas, notas herbáceas como folha de oliveira, alecrim, tomilho, erva fresca recém cortada, assim como depois iremos ver a possível doçura, amargura e comichão, na boca e retronasal, para reafirmar notas ou mesmo até descobrir mais. Na segunda fase, a experiência gustativa: Na fase bucal, pequenos goles e inalar ar pela boca e expirá-lo pelo nariz, para que o azeite, em contato com o ar e misturado com a saliva, liberte o filme protetor, expressando melhor o amargor, a coceira e a doçura. Se for doce, é detetado, no meio da língua,

o amargor nos lados e a coceira no final da língua e no início da garganta. É conveniente não o engolir, para evitar a sensação de coceira e, com isso, não conseguir detetar as várias nuances. Na terceira fase, o retronasal Na terceira fase, a retronasal, tentamos reafirmar as notas das duas primeiras fases, se as sensações do nariz ou da boca voltam, para cheirar novamente, para avaliar mais uma vez e, talvez descobrir alguma nota nova. Para colocarmos em prática estes conhecimentos, propomos comprar um azeite premium da nova colheita e praticar a sua degustação! No nariz: Aroma Intenso, Médio ou Leve? Frutado verde ou maduro? Se cheira a banana, está madura ou nos lembra mais a casca da banana? É herbáceo...? E se for, cheira a folha de oliveira ou a erva fresca? Tem por acaso aromas de tomate ou da planta do tomate? E cítricos? E continuamos assim na fase olfativa, se nos lembrar de aromas de alcachofra, maçã, nozes, amêndoa amarga ou doce, abacate... e voltamos de novo a pensar quais são as sensações, na fase gustativa. Na boca e retronasal: os aromas percebidos correspondem aos sabores que aparecem? Espalhamos o azeite pela boca e observamos as sensações táteis, como a densidade do mesmo e, claro, se é doce, assim como o grau de amargor e coceira. Ao inspirar pela boca e expirar pelo nariz, também chegaremos ao retronasal e veremos a sua persistência, harmonia de nuances, equilíbrio e complexidade.  *EVOO sommelier e autora do blogue La Vida Ibérica E-mail sara@lavidaiberica.com

Fe Ev Ve Er Re E iI r Ro O d De E 2019

AC tT ua ac UA lL iI da DA d D € 59


Setor automóvel sector automóvil

Mercedes-Benz CLA Coupé Espírito jovem

A gama de modelos compactos da Mercedes-Benz cresce com a chegada de mais uma variante, a CLA Coupé, que se assume como uma berlina de quatro portas com desenho mais agressivo, mostrando até alguns pontos de semelhança com o AMG GT de quatro portas.

C

Texto Nuno Almeida Ramos nrc.gmv@gmail.com Fotos DR

om um design muito semelhante ao seu irmão mais novo do CLS, o novo CLA quer cativar justamente os mais jovens. O target é assumido pela marca, que pretende assim baixar a idade média da sua clientela, atraindo novos compradores com esta proposta. Um dos aspetos que a Mercedes-Benz quis enfatizar neste CLA Coupé foi o comportamento dinâmico. Com uma elevada largura das vias, tendo mais 63 milímetros no eixo dianteiro e 55 milímetros no eixo traseiro comparativamente ao modelo antecessor, e um menor centro de gravidade, a companhia de Estugarda acredita que este modelo estará à altura dos acontecimentos. 60 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Além das dimensões, o novo CLA Coupé distingue-se igualmente pelo estilo diferenciado, com a frente marcada por novas óticas, uma linha de tejadilho mais arqueada, e uma traseira alongada e mais baixa, caracterizada por óticas traseiras inspiradas no CLS e pelo reposicionamento da chapa de matrícula no para-choques. A maior aposta no estilo não prejudicou a performance aerodinâmica, com este novo modelo a conseguir um Cx de 0,23, um dos mais baixos da indústria. Fruto da estreita colaboração entre os

designers e os engenheiros, houve especial foco no apuramento do desenho do para-choques traseiro, grelha do radiador, cavidades das luzes de nevoeiro e difusor traseiro. No interior, todos os elementos como, por exemplo, o volante, a consola central ou os bancos, estão dis-


sector automóvil Setor automóvel

postos de acordo com os temas de design high-tech e modernismo jovem. Tal como o Classe A, onde se baseia, o novo CLA oferece o sistema multimédia MBUX, que combina dois displays. Um para o painel de instrumentos, o outro para o infoentretenimento. De acordo com o fabricante, o sistema foi melhorado em vários pontos, incluindo a interpretação de pedidos mais complexos e a compreensão de gestos. Assim, não só o MBUX será capaz de indicar quais os restaurantes mais próximos do condutor, mas que tenham menu infantil ou pratos vegan, por exemplo, como passa a ser possível inserir comandos ou alterar informações no ecrã central sem sequer tocar na tela, basta fazê-lo por gestos, com o sistema a conseguir distinguir ainda se os gestos para ativar determinada função são do condutor ou do passageiro. iluminação e o sistema de áudio, e Também presente estará a função permite configurar as condições de de conforto Energizing, que interliga conforto do veículo em função do vários sistemas de conforto do veícu- estado psicológico e das necessidades lo, havendo recomendações inteli- do condutor. gentes do Energizing Coach, no pack No que diz respeito às motorizaEnergizing Plus, são completamente ções, estará disponível com uma novas. Em geral, o controlo de con- vasta gama de motores a diesel e a forto Energizing utiliza sistematica- gasolina, com caixas de velocidades mente as funções do sistema de ar manuais ou caixas de velocidades de condicionado e dos bancos (aque- dupla embraiagem, e ainda sistema cimento, ventilação, massagem), a de tração integral 4MATIC, muito

semelhantes às já existentes. O início da comercialização, será no início do verão deste ano e no primeiro ano, estará disponível numa edição especial, a Edition 1. No que diz respeito ao exterior e ao interior, esta edição limitada inclui vários destaques visuais que realçam a sua exclusividade. Os preços e especificações de outros modelos serão anunciados mais perto do seu lançamento.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 61


barómetro financeiro

barómetro financiero

Indicador de atividade económica e de clima económico diminuem Portugal, o indicador de atividade Ee omeconómica, disponível até novembro, indicador de clima económico, disponível até dezembro, diminuíram. O indicador quantitativo do consumo privado desacelerou em novembro, refletindo um contributo negativo da componente de consumo duradouro e um contributo positivo menos expressivo do consumo não duradouro. O indicador de FBCF acelerou em novembro, devido ao contributo positivo mais intenso das componentes material de transporte e máquinas e equipamentos, adianta o INE. Em termos nominais, as exportações e importações de bens apre-

sentaram variações homólogas de -1,0% e 5,8% em novembro, respetivamente (2,9% e 4,4% em outubro). Note-se que a evolução das exportações de bens resultou principalmente do contributo negativo das exportações de material de transporte e do contributo positivo menos acentuado de bens intermédios. Considerando a atividade económica da perspetiva da produção, os índices de volume de negócios da indústria e dos serviços desaceleraram em termos homólogos, tendo o índice de produção na indústria registado uma diminuição menos intensa. Por sua vez, o índice de produção na construção desacelerou em novembro.

Atividade económica da Zona Euro estagna

Número de desempregados inscritos no IEFP baixa em dezembro

O índice que mede a atividade económica da Zona Euro, o PMI, caiu para 50,7 pontos, o que representa o valor mais baixo em mais de cinco anos, de acordo com os dados divulgado pela IHS Markit. Este indicador aponta, assim, para a estagnação da economia desta região. A contribuir para este desempenho estiveram as duas componentes: indústria e serviços. E as duas maiores economias da região, a Alemanha e a França, tiveram uma performance negativa nestes indicadores. A maior economia da Zona Euro até consegue melhorar o índice dos serviços, registando a maior leitura em dois meses, mas a nível da atividade industrial, regista o piro desempenho em mais de quatro anos. Quanto à França, os indicadores de atividade estão todos a recuar e abaixo dos 50 pontos, o que indica contração.

Ao longo do último mês de 2018, inscreveram-se nos serviços de emprego de todo o país mais de 40 mil desempregados, número inferior ao do mesmo mês de 2017. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 16% em dezembro passado face ao mesmo mês de 2017 e aumentou 1,2% relativamente a novembro, para um total de 339.035 pessoas, revelou o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). De acordo com a "Informação Mensal do Mercado do Emprego" disponível na página do IEFP, para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2017 (-64.736 pessoas), contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para os homens (-18,3%), os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos (-15,3%), os inscritos há um ano ou mais (-23,0%), os que procuravam novo emprego (-15,0%) e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico (-21,1%). Face ao mês anterior, o aumento do desemprego aconteceu sobretudo nos homens (+1,8%), na procura de novo emprego (+2,2%), em inscrições com menos de um ano (+2,2%), nos que procuravam novo emprego (+2,2%) e entre os que possuem como habilitação o terceiro ciclo.

Investimento empresarial deverá acelerar de 1,9% em 2018 para 4,4% em 2019 O investimento empresarial deverá aumentar 4,4% este ano, aumento de 1,9% do investimento em 2018, traduzindo uma dinamizado pelas empresas de maior dimensão, acelerando face à evolução de 1,9% em 2018, que ficou aquém dos 5,1% perspetivados, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). “De acordo com os resultados apurados no 'Inquérito de Conjuntura ao Investimento' de outubro de 2018 (com período de inquirição entre 1 de outubro de 2018 e 17 de janeiro de 2019), o investimento empresarial em termos nominais deverá apresentar um crescimento de 4,4% em 2019. Os resultados deste inquérito apontam ainda para um

revisão em baixa face às perspetivas reveladas no inquérito anterior (variação de 5,1%), em particular nas empresas de maior dimensão (500 ou mais pessoas ao serviço)”, informa o INE. O crescimento previsto de 4,4% do investimento este ano deve-se ao contributo positivo das empresas pertencentes ao quarto escalão (6,9 pontos percentuais), em resultado de uma variação de 17,5%, e das empresas do segundo escalão (1,8 pontos percentuais), refletindo um crescimento de 9,7%. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org

62 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019



intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero-octubre de 2018

S

e acaban de hacer públicos los datos estadísticos del comercio hispano portugués referente al periodo enero-octubre de 2018, habiendo que destacar al respeto el dinamismo de estos f lujos comerciales, cuyo crecimiento supera los 6,12% (17.572,9 millones de euros en 2018, frente a los 16.550 millones alcanzados en igual periodo de 2017). También las compras españolas a su vecino Portugal registró un aumento muy significativo del 4,8% (9.219,3 millones de euros en 2017 frente a los actuales 9.699,1 millones). En términos mensuales octubre representó el mejor mes de la oferta española en lo que va de año, habiendo alcanzado los 1.974,6 millones de euros

(+14,8% que en septiembre de 2018). A su vez, en la demanda española, el mes de octubre supuso asimismo un importante crecimiento frente al mes de septiembre del 13,5%, habiendo pasado de los 899,4 millones de euros en septiembre a los 1.020,9 millones el mes de octubre. Estes valores representan un superávit favorable a España de 7.893,9 millones de euros y una tasa de cobertura del 181,6%, muy similar a la tasa de cobertura que cerró el año 2017. En la distribución geográfica del comercio exterior español que recogemos en los cuadros 2 y 3 no se detectan alteraciones significativas y el mercado portugués sigue consolidando su cuarta posición entre los principales clientes

del mercado español con un peso relativo del 7,4% y la sétima posición entre los proveedores de España con el 3,6 % sobre el total de la demanda española. Francia y Alemania mantienen sus posiciones de principales socios comerciales de España. Tampoco se detectan importantes alteraciones en la distribución sectorial del comercio hispano portugués, respecto a igual período de 2017. Encabeza la lista de la oferta española, con 1.876,2 millones de euros, la partida 87 (vehículos automóviles; tractor), seguido de la partida 84 (máquinas y aparatos mecánicos) con 1.285,6 millones de euros y la partida 39 (materias plásticas; sus manufacturas) con una cifra de ventas que superó los 1.112,6 millones. En

Balanza

1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-octubre de 2018 VENTAS ESPAÑOLAS 18

COMPRAS ESPAÑOLAS 18

Saldo 17

Cober 17 %

ene

883 855,16

840 425

195,09

1 527 959,13

920 242,71

607 716

166,04

feb

1 619 549,72

907 007,03

712 543

178,56

1 495 088,15

955 894,06

539 194

156,41

mar

1 772 798,36

1 024 557,96

748 240

173,03

1 802 441,36

1 052 594,26

749 847

171,24

abr

1 660 720,07

972 023,11

688 697

170,85

1 518 658,43

840 922,71

677 736

180,59

may

1 870 420,80

1 012 520,48

857 900

184,73

1 790 589,22

993 471,99

797 117

180,24

jun

1 768 703,00

1 056 754,24

711 949

167,37

1 720 346,93

953 377,78

766 969

180,45

jul

1 792 110,10

1 050 599,30

741 511

170,58

1 654 225,43

868 647,69

785 578

190,44

ago

1 659 938,34

841 414,54

818 524

197,28

1 461 283,73

777 993,44

683 290

187,83

sep

1 719 811,59

899 423,91

820 388

191,21

1 782 698,29

915 752,51

866 946

194,67

oct

1 974 638,16

1 020 896,56

953 742

193,42

1 796 728,78

940 414,73

856 314

191,06

nov

1 872 850,58

1 012 044,67

860 806

185,06

dic

1 619 547,89

833 141,59

786 406

194,39

20 042 417,92

11 064 498,14

8 977 920

181,14

17 562 970,21

9 669 052,28

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

64 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

7 893 918

Cober 18 %

VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 17 ESPAÑOLAS 17

1 724 280,06

Total

Saldo 18

181,64


Rankings 2.Principales países clientes de España enero-octubre de 2018

la demanda española ,se destaca la partida 87 (vehículos automóviles; tractor), con 1.100,8 millones de euros, seguido de la partida 27 (combustibles, aceites minerales) con 808,3 millones, y en la tercera posición la partida 39 (materias plásticas; sus manufacturas), con 686,7 millones. Se habrá de destacar que estas cuatro partidas tienen un peso muy importante en el comercio hispano portugués superando el 30%. Por lo que a la distribución por CC.AA se refiere, Cataluña, con 4.078,4 millones de euros, encabeza el ranking de la oferta española a Portugal, lo cual representa un peso relativo del 23,2%, seguido de Galicia, con 2.606,9 millones (14,8%) y la Comunidad de Madrid, con 2.551,1 millones (14,5%). A la cabeza de las compras españolas, figura la Comunidad de Madrid, con 1.625,6 millones de euros (16,8%), seguido de Galicia, con 1.560,7 millones (16,14%) y Cataluña, con 1.485,3 millones de euros, lo cual significa el 15,4% de las compras españolas a Portugal. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-octubre de 2018 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

36 023 391,38

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

1 100 787,94

2

004 Alemania

25 666 302,14

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

808 305,09

3

005 Italia

19 051 518,55

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

686 660,04

4

010 Portugal

17 562 970,21

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

581 201,78

5

006 Reino Unido

16 097 009,95

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

550 847,07

6

400 Estados Unidos

10 708 717,51

6

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

334 135,30

7

003 Países Bajos

8 375 012,21

7

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

326 364,67

8

017 Bélgica

6 994 511,68

8

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

320 824,90

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

9

204 Marruecos

6 947 886,58

10

720 China

5 321 360,74

11

060 Polonia

4 722 525,98

12

052 Turquía

4 283 990,73

13

412 México

3 850 652,36

14

039 Suiza

3 475 775,79

307 440,75

TOTAL

9 669 052,28

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-octubre de 2018 Orden Sector

Importe

15

952 Avituallamiento terceros

3 387 531,29

16

208 Argelia

2 762 274,73

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

1 876 198,17

17

951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios

2 534 782,10

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

1 285 604,04

18

732 Japón

2 121 874,27

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

1 112 683,28

19

508 Brasil

2 056 655,48

4

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

980 665,34

20

061 República Checa

2 049 329,08

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

895 896,36

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

625 483,83

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

571 532,86

8

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

509 027,13

9

62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO

483 894,07

SUBTOTAL

183 994 072,76

TOTAL

238 576 261,77

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

3.Principales países proveedores de España enero-octubre de 2018 Orden País

TOTAL

Importe

1

004 Alemania

33 481 197,77

2

001 Francia

28 976 791,08 22 361 698,34

3

720 China

4

005 Italia

17 575 569,33

5

400 Estados Unidos

11 065 788,49

6

003 Países Bajos

10 674 939,60

7

010 Portugal

9 669 052,28

8

006 Reino Unido

9 603 742,60

9

017 Bélgica

6 221 273,96

10

052 Turquía

5 955 210,58

11

204 Marruecos

5 616 609,42

12

060 Polonia

4 556 165,69

13

288 Nigeria

4 422 051,68

14

508 Brasil

4 186 731,16

15

632 Arabia Saudí

3 994 327,85

16

208 Argelia

3 920 677,50

17 562 970,21

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

6.Evolución del Intercambio Comercial Portugal-España enero-octubre de 2018

7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero-octubre de 2018 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 18

Cataluña

4 078 415,00

COMPRAS ESPAÑOLAS 18

17

412 México

3 891 832,23

18

061 República Checa

3 592 160,90

Galicia

2 606 971,10

Galicia

1 560 731,18

19

039 Suiza

3 560 891,96

Madrid, Comunidad de

2 551 100,09

Cataluña

1 485 336,85

20

732 Japón

3 477 620,43

Andalucía

1 799 252,96

Andalucía

1 025 095,86

SUBTOTAL

196 804 332,85

Castilla-La Mancha

1 217 315,27

Comunitat Valenciana

803 519,60

TOTAL

266 600 069,09

Comunitat Valenciana

1 063 999,55

Castilla y León

629 103,72

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Madrid, Comunidad de

1 625 660,91

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 65


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio

BUSCAN

REFERENCIA

Agencias de viajes españolas

DP180503

Empresas españolas distribuidoras de suplementos alimenticios

DP180504

Empresas españolas distribuidoras de material informático

DP180601

Empresas españolas de distribuición de ropa

DP180602

Empresas españolas distribuidoras de gel para ultrasonido

DP181001

Sociedades de abogados en Ayamonte

DP181101

Empresas españolas de construcción de piscinas Empresas españolas interesadas en representar el proyecto "My Perfect Way" (paquetes turísticos de senderismo y montañismo) Empresa portuguesa especializada en decoración y joyería, busca empresas españolas del mismo sector para representar sus productos

DP181201

Empresa portuguesa de equipamientos para motoristas busca agentes comerciales para el mercado español

OP170802

Empresa portuguesa del sector de metalomecánica busca agentes comerciales para el mercado español

OP170803

Empresa portuguesa de construcción de quioscos y espacios comerciales busca agentes comerciales para el mercado español Empresa portuguesa de prestación de servicios de instalación de fibra óptica en la red de cliente o en el área de la construcción

à sua espera

OP170602 OP170801

OP171001 OP171002

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas de viveiros de plantas ornamentais

DE180404

Empresas portuguesas do setor da tecnologia Empresas portuguesas de ferragem, bricolage, segurança e construção Empresas portuguesas de limpeza

DE180405 DE181101 DE181201

Empresas portuguesas distribuidoras de produtos alimentares.

DE190101

Empresas portuguesas produtoras de têxtil Empresas portuguesas distribuidoras de bacalhau Empresa espanhola do setor dos congelados procura agente comercial para Portugal Empresa espanhola representante de marcas e produtos relacionados com a medicina desportiva/ ortopedia e puericultura, procura profissionais de vendas com experiência no setor farmacêutico Empresa espanhola especializada em decoração e no setor infantil, procura agentes comerciais para Portugal Empresas portuguesas importadoras/ distribuidoras em Portugal, para apresentar os seus produtos (vinhos e cervejas) Empresas portuguesas de venda online de tecnologia para apresentar a sua empresa (do mesmo setor) para expansão em Portugal

DE190102 DE190103 OE170302

Empresa espanhola do setor energético procura assessor/ agente comercial para Portugal

OE170801

OE170304 OE170305 OE170601 OE170602

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

66 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 67


calendário fiscal calendario fiscal >

Fevereiro Prazo Até

Imposto

Declaração a enviar/Obrigação

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

* À data da preparação desta informação ainda não estava disponível o novo modelo. ** À data da preparação desta informação havia sido tornado público que o Conselho de Ministros aprovou uma lei que prevê a redução deste prazo. Não tendo sido entretanto publicada a referida lei, o prazo aqui indicado corresponde àquele em vigor à data da preparação desta informação.

11

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em dezembro/2018

Contribuintes do regime normal mensal

11

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações relativa ao mês de janeiro/2019

Entidades empregadoras

11

IRS/IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativa a janeiro de 2019

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

15

IVA

Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 4º trimestre de 2018

Contribuintes do regime normal trimestral

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a janeiro/2019

Entidades empregadoras

20

IRS/IRC/Selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do imposto do selo liquidado em janeiro/2019

Entidades devedoras dos rendimentos e do imposto do selo

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em janeiro/2019

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50 mil euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros, quando tais operações sejam aí localizadas

20

Selo

Envio da declaração mensal de imposto do selo relativa a janeiro/2019

Sujeitos passivos de Imposto do Selo

Nova declaração*

20**

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em janeiro/2019

Sujeitos passivos do IVA

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), através do Portal da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T (PT), mensalmente, através do Portal da AT; ou - Por inserção direta no Portal da AT

28

IRC/IRS

Declaração mod. 30, relativa aos rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em dezembro de 2018

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de NIF especial para o não residente

28

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 25 referente ao ano de 2018

Entidades beneficiárias de donativos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais

28

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 39 referente ao ano de 2018

Entidades devedoras dos rendimentos e retenções na fonte pagos a residentes, sujeitos às taxas liberatórias

28

IRC

Envio da declaração para opção ou alteração do regime especial de tributação dos grupos de sociedades

Sociedade dominante

Pode ainda ser enviada até 31 de março

28

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado no ano de 2018 noutro Estado-membro da UE

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

68 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

Área de Atividade

BE180134

F

11/02/1968

FRANCÊS / INGLÊS

GESTÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALOJAMENTOS TURÍSTICOS

BE180135

F

15/12/1992

INGLÊS/ ESPANHOL

ADVOCACIA

BE180136

F

INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

BE180137

F

INGLÊS / FRANCÊS / ESPANHOL / ÁRABEL

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

BE180138

F

01/04/1959

INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL

GESTÃO DE PRODUÇÃO DE ARTES GRÁFICAS

BE180139

F

28/07/1976

INGLÊS

GESTÃO COMERCIAL E MARKETING

BE180140

M

INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

CONSULTORIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

BE180141

F

18/12/1993

ESPANHOL/ ALEMÃO/ ITALIANO/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

BE180142

F

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS/ ALEMÃO

TÉCNICO DE INFORMAÇÕES TURISTICAS

BE180143

F

14/10/1962

INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL

SECRETARIADO E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

BE180144

M

29/01/1952

BE180145

F

BE180146

F

BE180147

M

BE180148

M

BE180149

F

31/08/1989 09/08/1984

PORTUGUÊS/ ITALIANO/ INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

SAP ENGINEER

INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

ADMINISTRATIVA, SEGUROS, BANCA

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ GALEGO/ INGLÊS

CIÊNCIAS POLÍTICAS (INVESTIGAÇÃO)

INGLÊS

HOTELARIA

ESPANHOL/ INGLÊS

CONTABILIDADE E MARKETING

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ ITALIANO

COUNTRY ACCOUNT MANAGER

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

novembro de 2014

PUB

ac t ua l i da d € 69


espaço de lazer

espacio de ocio

O regresso às origens lusas à mesa da Delfina

O talento da típica cozinheira portuguesa ao serviço do sabor serviu de base para a criação de uma personagem que dá nome ao restaurante “Delfina – Cantina Portuguesa”. Instalado no piso térreo do hospedaria Alma Lusa, em Lisboa, esta casa atrai portugueses e estrangeiros, com uma ementa de inspiração tradicional, mas de apresentação refinada.

E

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

m que pensamos quando pensamos na típica cozinheira portuguesa? A carta do restaurante “Delfina – Cantina Portuguesa” procura ler-nos os pensamentos em resposta a essa pergunta. Frederico Serpa, gerente do restaurante, que ocupa parte do piso térreo do edifício de alojamento local Alma Lusa, explica-nos que “Delfina é uma personagem utópica que carateriza essa imagem que todos temos da típica cozinheira portuguesa”. Delfina funciona assim como

70 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

uma espécie de guru que guia as escolhas do chefe Cláudio Santos e de toda a equipa, como sugere Frederico Serpa: “Tentamos fazer sempre esse jogo entre o que escolheria a Delfina para manter a carta maioritariamente portuguesa e servir sempre produtos frescos de elevada qualidade (legumes, peixe e mariscos provenientes do vizinho Mercado da Ribeira), trabalhados da forma mais simples possível. Tentamos recuperar as origens da nossa gastronomia.” A carta está dividida entre um espaço de petiscos, como peixi-


espacio de ocio

nhos da horta, pastéis de bacalhau, pica-pau, amêijoas à Bulhão Pato ou mexilhão à marinheira, sopas, sandes e saladas, que podem ser servidas durante todo o dia, até à meia-noite e a partir das dez horas da manhã. Isto porque entre as sete horas e as dez, o espaço serve pequenos-almoços aos hóspedes do Alma Lusa e a clientes externos, frisa o gestor: “O propósito do Delfina é estar aberto para todos e temos conseguido que a nossa clientela seja uma mistura entre hóspedes quer do Alma Lusa quer de outros espaços de hotelaria da zona, que nos recomendam, e portugueses, sobretudo os que trabalham por perto. Ao almoço, a clientela é maioritariamente nacional e ao jantar são mais os turistas que nos procuram.” Além de um menu de almoço, os clientes podem pedir os pratos da carta. O Bacalhau tem direito a secção própria, onde sobressaem

os incontornáveis bacalhau à Brás e bacalhau à Delfina (inspirado na receita de bacalhau à Zé do Pipo, mas gratinado com presunto). Pode também leger um grelhado: peixe, de acordo como que houver de melhor no Mercado da Ribeira, ou carnes como secretos de porco preto e costela de novilho. A Delfina sugere ainda a secção de clássicos, onde figura o popular bife à portuguesa (do lombo ou da vazia). Nas sobremesas, as propostas mais requisitadas vão para o chocolate, seja na mousse com chocolate negro (70%) com raspas de laranja e flor de sal, seja no bolo de chocolate sem farinha. Há também os tradicionais arroz doce e leite creme, bem como um crumble de maçâ. Frederico Serpa conclui que o objetivo do Delfina é ser uma referência de comida tradicional portuguesa, honesta, que respeita

espaço de lazer

a tradição e eleva a apresentação. O gestor esclarece que apesar de quererem manter a ementa portuguesa, há também apontamentos de pratos de outras paragens, como guacamole , guiosas , fettuccini , ou pannacotta . Tudo isto é servido num espaço com capacidade para 46 pessoas, no interior, e 26, na esplanada instalada na Praça do Município, decorado pelo designer Giano Gonçalves, num edifício secular onde também houve a preocupação de manter a essência da construção, expondo, inclusivamente, elementos estruturais. Antes do negócio de restauração e hotelaria, o edifício albergava uma loja de ferragens, tendo sido antes um armazém da Marinha Portuguesa.  Delfina - Cantina Portuguesa Praça do Município, 21, Lisboa Tel.: 212 697 445

FEVEREIRO DE 2019

AC T UA L I DA D € 71


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Fotografia

Obras de Banksy por Barry Cawston

O edifício da antiga Alfândega do Porto exibe até ao final de março a “Exposição “Banksy´s Dismaland and Others by Barry Cawston”. Uma oportunidade para conhecer melhor o trabalho de um dos mais famosos artistas urbanos (de identidade desconhecida), através das lentes de Barry Cawston: “Esta é uma poderosa demonstração que nos leva numa viagem pelo trabalho fenomenal, de um artista que há mais de 25 anos usa a sua arte para questionar os valores da sociedade e que chega agora, e pela primeira vez, a Portugal.”

A mostra integra 44 fotografias de grande dimensão (240 x 188) e imagens do projeto Dismaland (2015), “o conhecido parque temático criado por Banksy, numa clara sátira aos parques da Disney e um dos seus trabalhos mais insólitos”. A exposição aborda ainda obras identificativas do artista como o “Walled Off Hotel” (2017) ou “Flower Thrower” (2005), um dos trabalhos mais conhecidos do artista. Paralelamente, a exposição inclui “uma série de trabalhos de jovens artistas portugueses, servindo também como rampa de lançamento de novos nomes do universo da arte urbana”. Sobre Banksy sabe-se que terá nascido em Bristol, na década de 70. Os seus trabalhos em stencil estão espalhados por esta cidade, mas também em Londres e em várias cidades do mundo. 72 act ualidad€

Fevereiro de 2019

Música

Casino promove espetáculo “A Música que nos une” Carlos do Carmo e Rui Veloso são os convidados de um espetáculo que junta em palco cerca de 50 músicos, artistas e bailarinos provenientes de países como Portugal, Espanha, Argentina, Brasil, Cuba, Ceilão, França, Guiné Bissau, Itália, Índia, Japão e Palestina. A iniciativa chama-se “World in Harmony - A Música que nos une” e afirma-se como uma mensagem contra a violência, a xenofobia e o racismo, como explica a sinopse do espetáculo: “A obsessão com a defesa do que pensamos ser exclusivamente nosso e a recusa em partilhar com os outros dividiu a humanidade ao longo da história, em compartimentos artificiais a que ch a m a m o s nações, criando as ainda mais artificiais fronteiras entre elas. Tudo isso obedece apenas à consideração de que o que é nosso é superior ao que é estranho e ao desejo de evitar a mistura com os diferentes, com argumentos absurdos de risco de perda de identidade. No entanto, o que é verdadeiramente preocupante é que passámos para algo muito mais dramático e inaceitável, como muros e cercas e crescente violência para evitar a mistura com aqueles que parecem diferentes. A Violência, sempre motivada pela rejeição do que é alheio, tornou-se um fenómeno mundial, presente em todos os lugares e isso só varia em grau e intensidade de acordo com as circunstâncias, normalmente inesperadas. Estamos a testemunhar uma espiral dramática de violência, que leva apenas ao sofrimento e desespero dos mais fracos. Mas nós temos música. O ser humano busca alegria e tranquilidade através da música. Através do poder e do encanto da música, o nosso espírito ativa-nos, faz-nos felizes, eleva-se acima de qualquer circunstância desfavorável de vida. Nós temos esse sentimento em comum e é assim que a música se torna na linguagem universal em que todos nós nos entendemos. A música é a linguagem da união entre os seres humanos, independentemente da origem, raça ou cultura. Isso faz-nos partilhar sentimentos semelhantes, ajuda-nos a sentir-mo-nos livres e iguais. Ao provocar em nós sentimentos e emoções nobres comuns à sua escuta, através da música o mundo alcança uma maior harmonia e um equilíbrio cada vez mais necessário entre os povos. Um mundo em harmonia através da música.” O espetáculo é dirigido por Jorge Pardo, Gerado de Giusto e Pedro Jóia. Os maiores protagonistas são os instrumentos musicais, afirmam estes responsáveis: “ Os instrumentos vêm da natureza e identificam a música de cada país ou região.Os músicos simplesmente dão-lhes vida através de composições que incorporam progressivamente a essência musical das diferentes áreas geográficas do nosso mundo. Cerca de vinte instrumentos tocados por intérpretes de muitos outros países diferentes, ao que se junta o canto dos vários solistas, apoiados por um coro infantil e bailarinos de diferentes etnias.”

Estreia dia 21 e 22 de fevereiro, no Casino Estoril


espacio de ocio Exposições

Bordalo II exibe “Acordo de Paris” O artista urbano português Bordalo II ocupou-se de uma área de 700 m² de um bairro de Paris, onde construiu “trinta esculturas de animais ameaçados de extinção, feitos a partir de resíduos plásticos, simbolizando as conseqüências desastrosas da globalização”. A mostra organizada em colaboração com a Galeria Mathgoth chama-se “Acordo de Paris”, numa clara alusão ao acordo internacional para travar as alterações climáticas: “Um dos objetivos desta exposição é conscientizar a geração jovem, em particular, de que não é tarde demais para mudar certos hábitos que têm sérias conseqüências para a biodiversidade e, portanto, para cada um de nós. Acordo de Paris é uma aventura humana, cultural e educacional (trabalhado com escolas e centros de lazer em Paris e Ile de France), um grito de alerta pela preservação do ecossistema e um apelo à responsabilidade coletiva.” O artista trabalha habitualmente com lixo, sempre com o objetivo de alertar para a necessidade de preservar o planeta: “A Terra é a nossa casa,onde comemos e respiramos. Não há como separar a forma como cuida-

espaço de lazer

mos do meio ambiente da qualidade de vida dos seres humanos ou da própria vida. Uso o meu trabalho para comunicar ideias, medos e consciencializar para as questões globais que enfrentamos: aquecimento global e mudanças climáticas, extinção em massa, desflorestação, escassez de água, poluição e assim por diante. Paris é o playground perfeito para partilhar as minhas novas criações, conceitos e ideias.”

Até 2 de março, em Paris Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

O espanhol Sorolla no MNAA Conhecer Espanha através das paisagens de Joaquín Sorolla y Bastida é o desafio que lança o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, que expõe obras do pintor de Valência. A mostra é organizada em parceria com o Museo Sorolla, de Madrid, e comissariada por Carmen Pena, reunindo 118 pinturas de Sorolla: “Predominam na mostra as paisagens que o mestre espanhol do ‘ar livre’ e da ‘luz intensa’ executou nas suas viagens pela Espanha da viragem dos século XIX para o século XX, desde a sua Valência natal até ao País Basco e à Andaluzia, participando num movimento cultural que buscava uma outra imagem do país, alheada da representação historicista de glórias passadas e encontrando-a na pura paisagem, tanto das regiões da periferia peninsular quanto nos campos da Mancha ou de Castela e seus monumentos (Valência, 1863 - Cercedilla, 1923) pertencentes à coleção daquele Museu e outras provenientes de coleções particulares de Espanha.” Entre as obras expostas encontram-se as carismáticas marítimas do pintor: “as cenas à beira-mar em praias do Levante, com as brincadeiras estivais de crianças e jovens veraneantes e a faina dos pescadores das costas de Valência”. Como escreve Carmen Pena, na sinopse da exposição, “Sorolla é um dos grandes vultos da pintura moderna europeia e continua a ser muito mal conhecido em Portugal.

Esta é uma oportunidade para se contactar com um núcleo fundamental da sua obra, antes mesmo da grande exposição antológica que a National Gallery de Londres prepara para a Primavera de 2019” A mostra do MNAA é uma versão aumentada e enriquecida da exposição de 2016, em Madrid, “Sorolla Tierra Adentro”. O chamado “Pintor da Luz” viveu entre 27 de Fevereiro de 1863 (Valência) e 10 de Agosto de 1923 (Cercedilla). Estudou pintura e, a partir de 1900, começaram a dar nas vistas as suas pinceladas rápidas e carregadas de tinta. O seu trabalho popularizou-se e internacionalizou-se, chegando a pintar um enorme friso para a Hispanic Society de Nova Iorque.

Até 31 de março, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa fevereiro de 2019

ac t ua l i da d € 73


espaço de lazer

espacio de ocio

últimas

últimas

Statements Para pensar

”Há uma hipótese que 90% das alterações climáticas sejam reais e que o nosso comportamento seja catastrófico para a economia global. Está na hora de agir” Juan Verde, diretor conselheiro e assessor ambiental do ex-presidente norte-americano Barack Obama e do vice-presidente Al Gore, foi um dos convidados da conferência ”Para uma Economia Verde: Oportunidades de Negócios e Desafios para o Século XXI”, defendendo que as empresas optem por modelos de negócio mais responsáveis e sustentáveis a longo prazo, “Jornal Económico”, 24/1/19

“Esses novos modelos oferecem às empresas dois resultados: lucrar por pouco tempo ou lucrar durante muito tempo. As empresas têm que escolher fazer mais e melhor e isso pode significar, para algumas, fazer escolhas mais ecológicas enquanto que para outras significa adotar um modelo de negócio circular” Idem, ibidem

“À medida que procuramos pôr novas respostas na era moderna, eu prefiro as receitas já provadas e testadas, como falar bem uns dos outros e respeitar diferentes pontos de vista; unirmo-nos para procurar um caminho comum; e nunca perder vista do cenário alargado” Rainha Elisabete, aludindo ao conflito sobre o Brexit, citada pela Reuters, 25/1/19

“A inteligência artifical (IA) tem várias aplicações no setor de telecomunicações e gera um valor agregado palpável. Alguns dos operadores já conseguem ter 95% das reclamações de clientes resolvidas automaticamente por máquinas com algoritmos de IA a serem executados em permanência, diminuindo significativamente os custos de manutenção dos centros de apoio a clientes. Já é possível a um cliente apresentar uma reclamação ou encaminhar um pedido de assistência técnica e receber um atendimento totalmente individualizado sem qualquer tipo de intervenção humana por parte do operador” 74 ACT UALIDAD€

FEVEREIRO DE 2019

Pedro Tavares, sócio responsável pela área de Engenharia de Telecomunicações da Deloitte, “Jornal Económico”, 18/1/19




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.