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“Países que fizeram reformas apresentam crescimentos mais favoráveis” Portugal e Espanha são dois exemplos de países que realizaram, nos últimos anos, reformas estruturais fundamentais para a modernização do país e para o relançamento económico, afirmou recentemente o vice primeiro-ministro português, num almoço de empresários realizado em Lisboa. Paulo Portas revelou ainda a intenção do Governo de reduzir, de novo, o IRC ainda este ano.
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Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
ortugal e Espanha consegui- países e para o relançamento económi- novamente este ano. ram ser exemplos de países que co e financeiro exigidos no âmbito da O governante começou por destacar souberam, nos últimos três integração europeia, afirmou Paulo Por- que as ligações antigas entre os dois anos, realizar reformas estru- tas, vice primeiro-ministro do Governo países se têm reforçado e que é de “asturais importantes em áreas português, num almoço de empresários sinalar que os números do comércio chave da economia, segurança social e realizado no passado dia 30 de janeiro, entre Portugal e Espanha continuam da justiça, entre outras, que contribui- em Lisboa. Paulo Portas sublinhou ain- em muito boa perspetiva – Portugal ram para a modernização dos respetivos da que o Governo prevê descer o IRC exportou mais de 11 mil milhões de
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04 euros para Espanha, no último ano empresários e outras personalidades do cesso de défice, e foi obrigado a negoconhecido. O crescimento médio anu- mundo empresarial e político dos dois ciar com um sindicato de credores em circunstâncias muito difíceis”, dando al das exportações para Espanha anda países ou relacionados com estes. Sublinhando que os cidadãos dos pouca margem de manobra para negopelos 7%. Espanha é, estavelmente e com larga distância, o primeiro cliente dois países ibéricos “têm passado anos ciar. “O défice português chegou a estar das empresas exportadoras portugue- difíceis, aquilo a que chamo anos de nos 10% e terminámos o ano passado, sas, representando entre 23 e 24% do chumbo, años de plomo”, Paulo Portas seguramente, dentro do objetivo – ou total das nossas exportações. Há mais considera que o desafio foi vencido com até melhor – dos 4%”. Esta melhoria de cinco mil empresas portuguesas a sucesso dos dois lados da fronteira. E, “implica um grande sentido de nação, trabalhar no mercado espanhol. Os desde logo, elogia, “como observador em tempos de recessão, conseguir suinvestimentos espanhóis em Portugal externo” o facto de Espanha ter inscrito perar estes objetivos de redução da dessão significativos e os investimentos na sua Constituição “dispositivos que pesa – e Portugal foi capaz de o fazer, portugueses em Espanha são também permitem controlar a despesa e o défi- mantendo o essencial do seu sentido de importantes. Ou seja, as boas notícias ce – conquistou com isso credibilidade compromisso e de equilíbrio em tereconómicas de Portugal ajudam Espa- e evitou um resgate geral”, já que a in- mos sociais. A dívida em 2015 – que é o nha e as boas notícias económicas de tervenção externa foi só destinada ao se- nosso problema mais sério – começará a Espanha ajudam Portugal”, sublinhou tor financeiro, considerou o governante ter uma trajetória descendente”. o vice primeiro-ministro português, português. Também os juros da República portudurante a sua intervenção, feita peran- “Portugal teve, em 2011, um problema guesa, que chegaram a superar os 15%, te uma plateia de cerca de 300 gestores, muito sério de excesso de dívida e ex- levando ao pedido de ajuda internacio-
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outro lado, o Governo tem nal, estão agora, três anos procurado acelerar a ime meio depois, nos 2,5%, plementação no terreno do sublinhou. novo quadro de incentivos Por outro lado, destacou comunitário. que “em circunstâncias Além da vertente financeiparticulamente adversas, ra, também no plano ecoPortugal foi capaz de denómico, há a assinalar que senvolver um programa de “os países que fizeram mais privatizações, que excedeu reformas para modernizar largamente a receita que a sua economia, na Zona estava prevista – e que 11 Euro, são precisamente continua. E é elementar aqueles que apresentam reconhecer que em 2011 Portugal era visto como um dos países pedir a flexibilização do programa de indicadores de crescimento económico problemáticos, e que em 2015, Portugal pagamentos à troika, já que assim o país mais favoráveis”. Em termos de indicadores económié visto – assim como Espanha – são vis- conseguiu uma “saída limpa”, sem contos como países que foram capazes de tágios e reavendo a sua soberania mais cos de Portugal, salientou o crescimento do PIB esperado para 2014 e para 2015, superar resgates – geral ou parcial – e rapidamente. sendo que este último deverá mesmo de fazer a transição para uma economia ser superior aos 1,5% anteriormente mais moderna e para um ciclo de cres- Nova descida do IRC em 2015 Estão, assim, asseguradas as condições previstos. “A recessão ficou bem lá para cimento”. Contrapondo as dificuldades da Gré- para uma redução dos impostos sobre trás”, garante o vice primeiro-ministro cia e a nova posição do recente Governo as empresas como forma de atrair no- português. “Achamos que é este o modeste país, Paulo Portas defendeu a pos- vos investimentos. “Descemos o IRC mento de olhar com muita atenção para tura do Governo português de manter em 2014, voltaremos a descer o IRC Portugal, como país para investir e para sempre os seus compromissos e de não em 2015”, garantiu Paulo Portas. Por criar riqueza”, afiançou. 10 actualidad€
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Lucros do Santander Totta aumentam 90% em 2014, para 193,1 milhões de euros
O Santander Totta alcançou um resultado líquido de 193,1 milhões de euros em 2014, o que representou um crescimento de 89,2% face ao ano anterior. Esta evolução é consequência essencialmente do comportamento positivo das receitas e da diminuição das dotações para imparidade, referiu a instituição liderada por António Vieira Monteiro (na foto). No quarto trimestre de 2014, o banco obteve uma receita extraordinária, no valor de 32,0 milhões de euros, com a venda de 51% da participação que a Santander Totta Seguros detinha nas empresas Aegon Santander Portugal Não Vida e Aegon Santander Portugal Vida. Excluindo este impacto não recorrente, o resultado
líquido subiu 57,8% em relação ao período homólogo. Em consequência da operação atrás referida, o resultado líquido no quarto trimestre situou-se em 74,2 milhões de euros, subindo 91,9% em relação ao trimestre anterior. Excluindo a receita extraordinária, o resultado líquido seria de 42,2 milhões de euros. A margem financeira ascendeu a 546,5 milhões de euros, equivalente a um aumento de 6,2% em relação ao valor registado no final de 2013. Apesar dos níveis historicamente baixos das taxas de juro e da fraca procura de crédito, a evolução da margem financeira beneficiou, principalmente, da diminuição do custo de financiamento, em particular dos depósitos. O produto bancário registou um incremento anual de 14,6%, refletindo as evoluções positivas da margem financeira e dos resultados em operações financeiras. O rácio CET I registou uma melhoria face ao valor registado no trimestre anterior, alcançando 15,1% (14,9% em setembro) e o
rácio Tier I situou-se em 16,5%. O rácio CET I, full implemented, atingiu 13,3%, uma melhoria de 0,8pp em relação ao valor, já muito confortável, registado no final do trimestre anterior. Os depósitos aumentaram 5,6%, em termos anuais, tendo estabilizado face ao trimestre anterior, totalizando 20.346 milhões de euros no final de 2014. Por seu turno, a carteira de crédito ascendeu a 26.686 milhões de euros, decrescendo 1,8% em relação ao valor observado no final de 2013. O ritmo de descida do crédito abrandou ao longo do ano em virtude do comportamento positivo do crédito a empresas, que aumentou 0,7% em termos anuais, e do maior dinamismo que ocorreu no crédito à habitação, cuja produção registou um aumento de 18,0%, no ano. O rácio de crédito em risco situou-se em 5,73%, registando uma melhoria de 0,13 pontos percentuais em relação ao valor verificado no período homólogo e o respetivo rácio de cobertura ascendeu a 75,9%. O financiamento obtido junto do Eurosistema cifrou-se em 3,8 mil milhões de euros, reduzindo-se 15,6% comparativamente ao valor observado no final de 2013.
EDP vai prestar serviços de consultoria a distribuidor de energia do Quénia A EDP assinou, através da
da Kenya Power a Lisboa,
EDP Internacional, um me-
acompanhada pela em-
planos de implementação de redes
morando de entendimento
baixadora do Quénia em
inteligentes, medidas de eficiência
com a Kenya Power visan-
França, durante a qual
energética e ainda formação na
do a prestação de serviços
lhes foi dado a conhecer
área da produção de energia reno-
de consultoria na área das
o grupo EDP, o centro de
vável.
redes de distribuição de
despacho da EDP Dis-
De acordo com o referido memoran-
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tribuição, o projeto de
do, as duas empresas vão depois
energética, anunciou o grupo português em comunicado. “O acordo entre as partes foi assinado durante uma visita da delegação
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smart-grids e a Labelec”, informou a EDP. O memorando assinado entre as duas empresas abrange a implementação de planos de redu-
ção de perdas de energia na rede,
estabelecer o processo negocial de diagnóstico de oportunidades concretas na área de prestação de serviços de consultoria, revela a elétrica portuguesa.
Breves Caixabank lança OPA sobre BPI e relança corrida pelo Novo Banco A administração do BPI já reagiu à oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo acionista de referência Caixabank sobre o restante capital social não detido pela instituição espanhola (cerca de 56% do capital). Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BPI refere que o CaixaBank tem mantido “um apoio permanente à estratégia de crescimento do e afirmação do BPI nos últimos 20 anos”. O banco liderado por Fernando Ülrich esclarece, por outro lado, que na sequência do anúncio da OPA para aquisição de 100% do capital do BPI, “deverá elaborar um relatório sobre a oportunidade e as condições da oferta no prazo de oito dias, contados a partir da data em que receba do oferente os respetivos projetos de prospeto e de anúncio de lançamento”. No mesmo comunicado, refere-se que “independentemente dos desenvolvimentos do processo da oferta, o banco BPI prosseguirá sem alterações e com inteira normalidade o seu plano de
atividades, incluindo a anunciada candidatura à aquisição do Novo Banco, nos termos estabelecidos pelas autoridades”. Ou seja, o BPI reafirma que se manterá na corrida à compra do Novo Banco, a qual deveria estar concluída ainda neste semestre. Para a OPA ter sucesso, basta, numa primeira fase, o La Caixa conseguir adquirir mais de 50% do capital. Até fecho desta edição, não era conhecida a posição dos restantes acionistas de referência, nomeadamente da empresária Isabel dos Santos, que detém 18,6% do capital do BPI, e da seguradora Allianz, que detém 8,4%. As três entidades detêm 71,1% do BPI. O remanescente do capital está disperso em bolsa. O banco tem cerca de 22.100 acionistas, no total, dos quais 521 são investidores institucionais.
Grupo BBVA aumenta lucros em 26% em 2014 O grupo BBVA obteve lucros de 2.618 milhões de euros em 2014, mais 25,7% do que em 2013, um valor que tem já em conta os novos critérios contabilísticos. O grupo explica que os bons resultados foram impulsionados pela evolução positiva da margem de lucros, pelo controlo de gastos e por menores saneamentos. Os lucros depois de impostos e de operações continuadas, que não incluem o resultado de ope-
rações corporativas, cresceram 53,1% em termos anuais, para os 3.082 mihões de euros. A nível de solvência, o rácio de capital de qualidade máxima aumentou para os 12% (10,4% fully loa-
ded), claramente acima dos requisitos reguladores exigidos para a banca. Pelo segundo trimestre consecutivo, a margem de lucro cresceu em todas as geografias do grupo liderado por Francisco González (na foto, à dir.).
Mercado spot de eletricidade apresenta redução de 4,8% nos preços médios diários O mercado spot de eletricidade, transacionado no pólo espanhol Omel, registou uma descida de 4,8% no preço médio da energia comercializada em 2014 face ao ano de 2013.O preço médio do mercado diário foi assim de 42,13 euros/ MWh em 2014, tendo na zona portuguesa sido, por seu turno de 41,86 euros/ MWh, adiantam os dados do OMIE, plataforma que gere de uma forma integrada os mercados (diários e intradiários) para a Península Ibérica. A energia total transacionada foi de 259 TWh, contra 273 TWh em 2013. O mercado intradiário movimentou 35 TWh daquele volume. Em termos de valor, as vendas de energia transacionadas no OMIE baixaram para os 10.960 milhões de euros (contra 12.179 milhões em 2013). Porto de Setúbal movimentou oito milhões de toneladas e 100 mil TEU O Porto de Setúbal celebrou o recorde de movimentação de oito milhões de toneladas de carga e 100 Mil TEU, em 2014, com a Palestra “O Crescimento Sustentado no Porto de Setúbal”, que decorreu, dia 29 de janeiro, no Auditório do Edifício Sede da APSS. Um evento que, além de debater a situação atual, visou lançar desafios para o futuro desta infrasestrutura portuária. O presidente do conselho de administração da APSS, Vítor Caldeirinha, salientou os volumes alcançados pela infraestrutura em 2014 e lançou o desafio de se chegar aos 10 milhões de toneladas e 250 mil TEU, em 2018, posicionando o Porto de Setúbal como “porto core” no âmbito da União Europeia. Por seu turno, Carlos Santos, da Sadoport, responsável pelo Terminal de Contentores do Porto de Setúbal, salientou a importância da otimização logística que tem sido realizada neste âmbito desde 2009, que contribuiu para alcançar o atual recorde de movimentação de carga e que deverá permitir atingir o novo desafio estabelecido para 2018, frisou. Exportações recorde para o setor metalúrgico e metalomecânico O setor metalúrgico e metalomecânico fechou o ano de 2014 com os melhores resultados de sempre, impulsionado pelas exportações, que atingiram 13.798 milhões de euros, representando um crescimento de 9,6%, face a 2013, de acordo com os dados divulgados pelo INE. Entre 2010 e
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FEVEREIRO DE 2015
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