Actualidade Economia Ibérica - nº 218

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Actualidad

Economia ibérica Agosto 2015( mensal ) | N.º 218 | 2,5 € (cont.)

O caminho para

novos mercados Pág. 38

“Já há igualdade de preços da eletricidade nas duas zonas do Mibel” pág. 08

Onze personalidades portuguesas condecoradas pelo rei de Espanha pág. 17

FLS aposta no mercado do transporte de perecíveis pág. 20


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Índice

índice

Foto de capa: AIP

Nº218

Actualidad

Economia ibérica

Propriedade e Editor: CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Comissão Executiva: Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Jesus Matías Pérez Alejo, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, José João Guilherme e Rui Miguel Nabeiro

68 Grande Tema 38.

O caminho para novos mercados

Quadro de Bosch inspira “Las Tentaciones de Lisboa”, de Luis María Marina

Direção de Informação (interina): Belén Rodrigo Coordenação de textos: Clementina Fonseca Redação: Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copydesk : Joana Santos, Beatriz González e Laura Couselo Fotografia: Sandra Marina Guerreiro Publicidade: Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas: Laura Dominguez (laura@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte: Sandra Marina Guerreiro

Opinião 06. O mercado espanhol deve continuar a ser

prioritário para as empresas portuguesas

- Manuel Martínez Garnica

Paginação: Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número: Antonio Viñal Menéndez-Ponte, Manuel Martínez Garnica e Nuno Ramos Impressão: Fernandes & Terceiro, S.A. R. Nossa Sra. da Conceição, 7 2794-014 Carnaxide Contactos: Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Tel:. 213 509 310 • Fax: 213 526 333 email: ccile@ccile.org redação: actualidade@ccile.org website: www.portugalespanha.org NIPC: 501092382 Depósito Legal nº 33152/89 autorizado pela Direção Geral de Correios e Telecomunicações de Portugal Nº de registo no Instituto de Comunicação Social: 117787 As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios da Câmara, do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares

44. Exención fiscal para trabajadores

desplazados: una comparativa ibérica - Antonio Viñal Menéndez-Ponte

Atualidade 22.Mundo dos Fatos, la moda portuguesa

conquista el mercado español

24.Cataluña refuerza sus lazos

con Portugal

E mais... 08.Grande Entrevista 14.Apontamentos de Economia 26.Marketing 34.Ciência e Tecnologia 44. Advocacia e Fiscalidade 46. Fazer Bem 50.Setor Imobiliário 54.Vinhos & Gourmet 58.Setor Automóvel 60.Barómetro Financeiro 62. Intercâmbio Comercial 64. Oportunidades de Negócio 66. Calendário Fiscal 67. Bolsa de Trabalho 68. Espaço de Lazer 74. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola

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editorial In Memoriam editorial In Memoriam

Rui Semedo, serenidade e ponderação exemplares

Foto Sandra Marina Guerreiro

Transcrevemos na íntegra a mensagem pública do presidente do grupo Banco Popular de homenagem a Rui Semedo, à qual a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola também se associa.

P

erdemos um grande amigo, Rui Semedo, presidente do Banco Popular Portugal. A doença terminou com a sua vida, depois de uma esperançosa trégua, e chocou-nos a todos nós, aos seus amigos, colegas no banco e à sua mulher e filhos. Chocou-nos a sua perda, a qual ainda não conseguimos assimilar.

O Rui foi um profissional exemplar, de trato muito fácil, simples e optimista, com uma grande vitalidade, reconhecido em Portugal como um dos melhores banqueiros do país. Reuníamo-nos com frequência e tive a sorte de partilhar, durante este tempo, da sua naturalidade contagiante, da sua perspicácia para a análise, da sua atitude aberta, preocupada com os detalhes, empreendedora, que tornava as coisas possíveis e até fáceis de atingir. Tinha um requintado sentido de humor, que partilhava com os amigos e com quem conhecia menos bem. Excelente comunicador, homem culto e dotado da serenidade e ponderação para dirigir uma organização. Também tinha a sensibilidade necessária para conhecer as pessoas e converter a energia dispersa que se encontra nas empresas, num talento coletivo capaz de superar qualquer dificuldade. Com pessoas como o Rui, um agregador virado para os outros, preocupado em satisfazer a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, faziam parte da sua vida, tornando assim a experiência profissional muito gratificante.

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Aprendemos muito com o Rui, porque, sobretudo, era a pessoa que sabia encontrar a solução adequada apesar da complexidade do problema. Vamos sentir muito a sua falta, mas aqueles que tivemos o prazer de o conhecer podemos afirmar que o Rui conseguiu lograr o desafio de Fernando Pessoa quando dizia que “o mundo é de quem nasce para conquistá-lo e não de quem sonha poder conquistálo”. Deixo aqui o meu afeto pessoal e de todo o conselho de administração do grupo, em especial à sua mulher, Concha, e aos seus dois filhos. O Rui era um homem bom e um amigo. Que descanse em paz”.

Por Ángel Carlos Ron Güimil Presidente do grupo Banco Popular



opinião opinión

O mercado espanhol

deve continuar a ser prioritário para as empresas portuguesas

A

s políticas governamentais têm apoiado e acompanhado nos últimos anos, no meu entender, dois importantes assuntos: a diversif icação de mercados e o incremento das exportações relativamente ao PIB. Por exemplo, em 2003 as exportações de Portugal para Espanha representaram 30% das exportações globais de Portugal. E apesar de terem aumentado consideravelmente nos últimos anos, hoje representam apenas 15%, tendo alcançado 10 mil milhões de euros em 2014. No entanto, esta necessária diversif icação de mercados não pode deixar de manter o mercado espanhol como absolutamente prioritário para as empresas portuguesas. O reiterado conceito de mercado local, ibérico, integrado ou fronteiriço acaba, em muitas ocasiões, por relegar o mercado espanhol para uma posição menos relevante dando prioridade, a mercados menos desenvolvidos quando Espanha deveria ser o mercado de “experimentação” e o “trampolim” para outros mercados mais competitivos e longínquos. Do meu ponto de vista, em ambos os lados da fronteira devemos ter em conta a relevância e importância das trocas comerciais atuais entre Portugal e 6

Espanha. A partir de Portugal, divisam-se mercados emergentes, longínquos, mas importa manter presente que o mercado espanhol equivale a seis mercados do tamanho de Portugal. Para Espanha, Portugal é um mercado próximo, pequeno e já conquistado. Mas o certo é que os factos, ou melhor, os dados estatísticos, desmentem muitas falsas crenças. Por exemplo, em Espanha fala-se sempre da importância dos mercados latinos. Como mãe pátria, os países da América Latina, com uma língua comum, parecem ser os mercados de expansão por natureza. No entanto, Espanha exporta para Portugal quatro mil milhões de euros mais do que para toda a América Latina – contando com Argentina, Equador, Chile, El Salvador, Peru e com os países da moda, como Colômbia ou México. Se olharmos para Á frica e países do Magrebe, também de grande atualidade para as empresas espanholas, fundamentalmente pela sua mão-de-obra barata, obser varemos uma situação similar: Espanha exporta dois mil milhões de euros mais para Portugal do que para toda a Á frica, contabilizando Marrocos, Argélia, Nigéria ou Á frica do Sul. E se olharmos para a Ásia, descobriremos que Espanha exporta 4,5 vezes mais para Portugal do

Por Manuel Martínez Garnica*

que para toda a China, ou três mil milhões de euros mais do que para toda a Ásia, incluindo Japão, Singapura, Taiwan, Índia, Indonésia, etc. E se analisarmos desde a ótica portuguesa, a história repetese: Portugal exportou mais para Espanha que para toda a África, América e Ásia. As trocas comerciais entre Portugal e Espanha ascenderam a mais de 28 mil milhões de euros em 2014, um valor importantíssimo para os dois países. A lém disso, esta cifra consolida-se como “comércio sustentado” ou seja, não esporádico, eventual ou fortuito, e demonstra a interpenetração de ambas as economias, que, f inalmente, se traduz na criação de riqueza. Basta analisar estatisticamente as cifras de trocas comerciais ibéricas desde a crise do Lehman Brothers e descobriremos que não sofreram signif icativamente durante esta convulsa etapa. A ref lexão seguinte será questionar se se pode vender mais a Espanha, ou se será mais interessante vender a um mercado remoto. Apenas alguns dados: o PIB espanhol superou um bilião de euros em 2014, e o da Catalunha atingiu 194 mil milhões, face aos 174 mil milhões de euros de Portugal. Com uma diferença relevante: enquanto em Portugal


opinión

o PIB per capita foi de 16.800 euros, com uma população de 10,4 milhões de habitantes, em Espanha foi de 22.800 euros, com 46,5 milhões de habitantes, e na Catalunha de 26.996 euros, com 7,5 milhões de habitantes. E instaladas na Catalunha existem apenas cerca de 50 empresas com capital português. É certo que existem milhares de empresas portuguesas a exportar para Espanha, ou que existem algumas grandes empresas muito bem introduzidas mas, inclusive para estas, que quota detêm no mercado espanhol relativamente à concorrência? O mercado espanhol – e o catalão em concreto – tem ainda um enorme potencial de crescimento para as empresas portuguesas.

opinião

Espanha comprou ao exterior, em nificar”. É necessário realizar um 2014, mais de 260 mil milhões plano de negócio a médio prazo, de euros e a Catalunha mais de estar disposto a investir, destinan70 mil milhões. Recordando um do um orçamento para esse fim e, dado mencionado anteriormente, sobretudo, investir em capital huPortugal exportou para Espanha mano capacitado e formado. As 10 mil milhões de euros em 2014. empresas portuguesas que seguem A lemães, franceses, chineses, este planeamento não se arrepenitalianos, ingleses, holandeses dem. e americanos, vendem mais que Portugal e as empresas portuPortugal no mercado espanhol. guesas que se organizam têm ainMas nem tudo é um caminho de da muito que oferecer neste merrosas. Vender para Espanha, um cado e, pelo atrás exposto, reitero mercado maduro para determina- que se deve considerar Espanha, dos setores, com grande concor- e nomeadamente a Catalunha, rência e margens reduzidas, não um mercado prioritário para as estratégias de exportação e iné fácil. E não é fácil, porque exige pro- ternacionalização das empresas fissionalismo e, sobretudo, obriga portuguesas.  a utilizar uma palavra que no dicionário português deveria apare- *Diretor do AICEP Barcelona cer destacada e sublinhada: “pla- Email: aicep.barcelona@portugalglobal.pt

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grande entrevista gran entrevista

JosĂŠ Carvalho Netto Presidente do OMIP

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grande entrevista gran entrevista

“Já há igualdade

de preços da eletricidade nas duas zonas do Mibel” Os preços do mercado grossista da energia elétrica têm vindo a baixar em Portugal, graças aos investimentos que têm sido feitos nas infraestruturas de interligação de energia elétrica entre Portugal e Espanha. José Carvalho Netto, presidente do OMIP SGPS e da OMIClear, salienta que, atualmente, as transações através da plataforma do mercado à vista traduzem uma igualdade de preços dos dois lados da fronteira em 98% do tempo.

Q

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org

uais as principais vantagens do OMIP para as empresas comercializadoras de energia?

Em geral, uma empresa comercializadora de energia, quando oferece um preço ao cliente, pretende que esse preço seja visto pelo cliente como um preço estável, representativo, transparente e competitivo. Uma das principais funções das bolsas é a fixação de preços de referência com essas características, através de um processo muito transparente e inclusive anónimo, já que nas bolsas, ao contrário do que acontece em negociação bilateral, os participantes não conhecem a identificação da contraparte nos negócios. Nos mercados europeus de energia mais desenvolvidos, cada vez mais os comercializadores usam um preço final para o consumidor indexado ao preço que advém do mercado de derivados, acrescido de um spread comercial. Penso que

Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

o caminho em Portugal terá de ser este também. Em resumo, a principal vantagem do OMIP para as comercializadoras, bem como para clientes finais de eletricidade, é a transparência com que os preços grossistas são definidos. Os preços têm baixado nos últimos dois, três anos para os comercializadores de eletricidade?

Sim. De facto, os preços nos vários mercados grossistas, em geral, têm baixado. No entanto, ressalva-se o facto de, sendo a eletricidade uma “mercadoria” muito regulada nos diferentes Estados – devido à sua importância para a sustentabilidade económica e até social dos diferentes países –, o seu preço é ainda muito influenciado por modificações da legislação aplicada à sua atividade. A isto, acresce o facto da eletricidade ser objeto de políticas energéticas, que

divergem entre países. Acontece que a conjugação da referida regulação e do impacto destas políticas energéticas tem impacto significativo nos preços a retalho da eletricidade, que, até agora, têm tido, em particular na Península Ibérica, uma evolução divergente dos preços do mercado grossista. No longo prazo, acredito que o aumento da concorrência entre comercializadores, o aparecimento de dezenas de novos intervenientes nos últimos anos e o aumento da percentagem do mercado liberalizado sobre o mercado regulado, deverão acentuar a tendência de descida dos preços que os comercializadores praticam para o cliente final. Continua a verificar-se uma tendência de aproximação dos preços entre o pólo português e o pólo espanhol?

Sim, o que se deve hoje em dia falar é de igualdade dos preços nas duas zonas

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grande entrevista gran entrevista

do Mibel. Fruto de investimentos em capacidade de interligação entre Espanha e Portugal, o preço spot para a zona espanhola é igual ao preço spot para a zona portuguesa em cerca de 98% do tempo no corrente ano. Este facto constitui um exemplo único do que é necessário fazer para que possamos ter um verdadeiro mercado interno da energia na União Europeia (UE). Entretanto, a recente interligação estabelecida entre Espanha e França não coloca ainda a interligação entre este país e a Península Ibérica próximo dos níveis requeridos pela UE, ao contrário do que Euro/MWh 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fonte: OMIP

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Média anual do Spot (Portugal)

Média anual do Spot (Espanha)

26,30 69,97 37,63 37,33 50,45 48,08 43,64 41,85 46,04

52,92 33,61 38,69 30,07 28,74 55,43 50,53 39,35 64,43 36,96 37,01 49,92 47,24 44,26 42,13 45,94

acontece entre Portugal e Espanha. É necessário realizar novos investimentos na interligação com a Europa Central. Como está a produção de eletricidade este ano?

Tem sido um ano seco até agora, e a produção hídrica está relativamente baixa. Já a produção por via solar e eólica está nos valores normais. Recentemente, realizou-se o sexto leilão conjunto de capacidade no transporte de eletricidade na interligação, com uma troca de 400 MW entre Portugal e Espanha. Média anual dos Derivados Ano seguinte (Portugal)

Média anual dos Derivados Ano seguinte (Espanha)

“Fruto de investimentos em capacidade de interligação entre Espanha e Portugal, o preço spot para a zona espanhola é igual ao preço spot para a zona portuguesa em cerca de 98% do tempo no corrente ano” As capacidades negociadas têm vindo a aumentar, de leilão para leilão? Qual tem sido a evolução?

43,70 44,91 52,90 53,02 49,71 48,41 46,11

51,36 62,83 43,45 44,25 52,49 52,32 49,61 48,07 45,78

Dá-me a oportunidade para referir que o OMIP foi pioneiro no lançamento destes leilões, pois todos os outros produtos semelhantes, que existiam na Europa, eram produtos físicos e os nossos são financeiros, o que dá maior flexibilidade aos participantes. Os leilões da interligação (FTR - Finan-


gran entrevista grande entrevista

cial Transmission Rights) acontecem uma vez por trimestre, tendo começado em dezembro de 2013. No primeiro leilão, apenas a REN atuava como vendedor do produto para as duas direções da fronteira (Portugal / Espanha). No leilão seguinte, em março de 2014, a REE assumiu a utilidade do projeto e também se juntou como vendedora, o que provocou um aumento da quantidade negociada. Desde esse segundo leilão, as quantidades têm-se mantido constantes. Que vantagens tem sentido para o consumidor?

Todos os produtos que tenham liquidez, transparência e representatividade junto dos agentes ajudam a que o mercado de eletricidade seja cada vez mais eficiente. Maior eficiência com maior transparência beneficia os consumidores finais. Os FTR, até pelas suas características de dependerem dos preços dos dois países, ajudam também a aumentar a confiança no mercado do Mibel.

mas, por certo, ainda há um percurso a desbravar para atingirmos níveis de liberalização já existentes noutros países. Como todos os mercados que transitam de uma situação completamente regulada para outra mais liberalizada e em regime de concorrência, são necessários ainda alguns anos de maturidade para que os efeitos possam ser permanentes e estabilizados. Neste domínio, quero referir a necessidade de liberalizar totalmente a produção de eletricidade, pondo um fim aos regimes protegidos, quer sejam CAE, quer sejam fontes renováveis de energia de tecnologia comprovadamente madura.

Os custos energéticos continuam a ser um forte entrave à competitividade das empresas…

Os custos energéticos sempre foram, são e serão, por muitos anos, uma parcela importante dos custos das empresas, principalmente nas que forem intensivas em consumo de energia. Existem hoje, contudo, ferramentas que permitem minimizar esse impacto. Por exemplo, uma empresa que negoceie, direta ou indiretamente, um contrato derivado pode conseguir fixar o preço da eletricidade a pagar para o próximo ano e, assim, ter uma melhor previsão dos seus custos com a energia sem estar dependen-

A liberalização do setor elétrico em Portugal é já uma realidade, no seu entender?

Já foi percorrido um longo caminho,

Fonte: OMIP

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grande entrevista gran entrevista

Percurso centrado na área da energia

tes da natural volatilidade que os mercados spot naturalmente representam. Constrangimentos ligados à burocracia O Mibel já é uma realidade. Qual o volume de transações mensal/ anual do OMI/ Mibel?

De facto, pode afirmar-se que o Mibel é uma realidade. Em 2014, o volume anual no mercado spot na Península Ibérica foi de 258 TWh e no mercado de derivados de 102 TWh, medido pelo volume total compensado pela OMIClear. Estes valores, se comparados com o consumo nos dois países (306 TWh), dizem bem da importância que, já hoje, o Operador do Mercado Ibérico (OMI) tem no universo do mercado elétrico ibérico e, de certo modo, no europeu.

Fonte: OMIP

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Que constrangimentos ainda existem no mercado ibérico de eletricidade?

A burocracia, muito em particular a que se relaciona com a prestação de garantias para atuação nestes mercados. No futuro, deverá ser tentado que um agente, que queira ser ativo nestes mercados, consiga com uma única admissão e gestão de garantias ter acesso ao mercado de eletricidade no seu pleno. Hoje tem de obter autorizações e prestar garantias em entidades tão distintas como, por exemplo, a REN, a DGEG, a REE, o OMIE, o OMIP, a ERSE ou a CNMC. E no mercado ibérico de gás?

O mercado de gás ainda está numa fase embrionária. O mercado spot já teve os seus fundamentos aprovados pelas autoridades e deverá ter o seu início no se-

José Carvalho Netto, licenciado em Engenharia Mecânica, pelo Instituto Superior Técnico, é presidente do OMIP SGPS, holding que detém 50% do OMIP, a bolsa ibérica de derivados de eletricidade, que assegura a gestão do mercado conjuntamente com a OMIClear, a qual assegura as funções de câmara de compensação e contraparte central das operações aí realizadas. Entre 2012 e 2013, foi ainda presidente da Associação Europeia de Bolsas de Energia (Europex). Anteriormente, foi administrador da REN Armazenagem e da Transgás (Sociedade Portuguesa de Gás Natural), entre outras empresas do setor da energia. A nível político-institucional, foi organizador e criador do sistema estatístico energético português e chefe do Gabinete de Estudos da Direção-Geral dos Combustíveis. Do seu percurso internacional, é de salientar o cargo de administrador principal na Divisão de Análise e Previsões da DireçãoGeral de Energia (DGXVII) da Comissão da União Europeia.

gundo semestre deste ano. Logo depois, e como é prática nestes mercados, aparecerá o mercado de derivados, no qual estaremos ativos. Dado o estado embrionário deste mercado, ainda é cedo para falar de constrangimentos, que os haverá, por certo, mas que contamos que a experiência com o Mibel ajude a resolvê-los tão pronto quanto possível. Realço ainda que a Península Ibérica, no seu conjunto, tem sete terminais de abastecimento de gás, tantos quanto o resto da Europa, o que demonstra a sua importância estratégica em termos desta fonte energética. 


gran entrevista grande entrevista

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Santander Totta considerado “Melhor Banco em Portugal”

Foto Sandra Marina Guerreiro

O Banco Santander Totta foi eleito, pela revista “Euromoney”, o “Melhor Banco a atuar em Portugal”, no âmbito dos “Euromoney Awards Excellence”. A publicação britânica sublinha que “o Santander Totta, que foi o único banco a ter sempre resultados positivos no difícil contexto económico dos últimos anos, e que apresenta os melhores rácios de capital e os melhores ratings da banca portuguesa”, registou, em 2014, um resultado líquido de 193,1 milhões de euros, sendo assim “o banco mais rentável em Portugal”. A revista refere ainda que “além de ter sido o único a ter lucros em 2014, os números aumentaram relativamente a 2013, quando já tinham sido positivos”. E destaca ainda o aumento da margem financeira, dos depósitos e da melhoria do rácio de eficiência, que passou de 54,1% para 51,4%. Segundo António Vieira Monteiro, presidente executivo do Banco Santander Totta, “este prémio é mais um

BPI apoia Portugal 2020

reconhecimento da performance do banco, que continua a apresentar lucros, e sempre com base na atividade doméstica”. E acrescenta que “o Santander Totta apresenta os melhores rácios da banca portuguesa tendo, por isso, uma situação ímpar em termos de solidez, liquidez e qualidade dos ativos, que nos permite continuar a crescer e continuar a apoiar as famílias, as empresas e a sociedade civil”.

O BPI é uma das instituições que oferece soluções de financiamento antecipado para as empresas que apresentem candidaturas ao Portugal 2020. Os fundos dirigidos à competitividade e internacionalização da economia portuguesa assumem particular relevância no novo quadro de apoio, representando cerca de 40% do total de apoios disponíveis. Para apoiar as candidaturas ao Portugal 2020, o BPI oferece soluções especialmente adaptadas às características de cada negócio, como sejam: aconselhamento e apoio, no âmbito da identificação das soluções financeiras mais adequadas a cada projeto; declarações de análise de financiamento e aprovação do financiamento; garantias bancárias, para adiantamento e reembolso de incentivos; empréstimos intercalares, para antecipação de incentivos e empréstimos de médio prazo, para financiamento complementar da componente do investimento não incentivado/ não elegível, nomeadamente ao abrigo das Linhas BPI/FEI Inovação II e PME Crescimento 2015, entre outras.

Investidor do Qatar compra 10% do grupo El Corte Inglés

O ex-primeiro ministro de Qatar e multimilionário Hamad Bin Jassim Al Thani comprou 10% do El Corte Inglés, por mil milhões de euros, anunciou o retalhista espanhol. O xeique, membro da família real do Qatar e dono de uma das maiores fortunas do mundo, tem protagonizado alguns negócios milionários nos últimos anos, como a compra do Harrods, em Inglaterra, ou a en-

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trada no Deutsche Bank ou no KBL, do Luxemburgo. “O investimento foi realizado através de um instrumento convertível em ações nos próximos três anos”, anunciou o grupo presidido por Dimas Gimeno. Estas ações fazem parte da carteira de ações próprias da companhia, que ronda os 13% do capital. Com este acordo, o novo investidor “entra no grupo El Corte Inglés com vocação de permanecer [no capital] e apoiará o desenvolvimento estratégico do grupo”, adianta o mesmo comunicado.

Na sequência desta operação, o novo acionista do grupo de retalho assumirá um lugar no conselho de administração do El Corte Inglés, o que o tornará no primeiro estrangeiro dentro da cúpula acionista do grupo fundado por Ramón Areces. O atual presidente do El Corte Inglés declarou ser “um motivo de grande satisfação incorporar no nosso grupo um investidor global tão qualificado”, que “vai acompanhar o nosso crescimento e expansão num ambiente de cooperação”. O negócio avalia o grupo El Corte Inglés em 10 mil milhões de euros.


Breves

A Teixeira Duarte adjudicou à Indra um contrato para a conceção, instalação e arranque dos sistemas inteligentes de tráfego (ITS), controlo e comunicações do túnel do Marão. Este túnel, já em construção, terá uma extensão de cerca de seis quilómetros, o que o tornará o mais comprido de Portugal e da Península Ibérica. O contrato, inclui ainda a manutenção por um período de dois anos. A Indra vai equipar o centro de controlo do túnel do Marão com a solução para gestão de tráfego e túneis Horus, de desenvolvimento próprio, que integra e permite controlar de forma centralizada

os diferentes sistemas ITS localizados no túnel. A multinacional também implementará estes sistemas ITS, assim como os sistemas de deteção automática de incidentes (DAI) e vídeovigilância por circuito fechado de televisão (CCTV), sistemas de sinalização, deteção de incêndios, comunicações, megafonia, postes SOS, controlo de altura e de mercadorias perigosas, contagem e classificação de veículos e sistemas de medição de várias grandezas (luminância, velocidade e sentido de escoamento do ar, níveis de CO, níveis de NO e visibilidade). Um avançado sistema de vídeovigilância com deteção automática de incidentes, baseado em visão artificial, facilitará a reação imediata perante eventos que possam colocar em risco a segurança dos utilizadores ou a circulação na via, permitindo, por exemplo, que os veículos transitem de forma bidirecional por uma única via, caso seja necessário, sem necessidade de interromper a circulação.

Eurest aposta em produtos nacionais através de áreas de serviço Os 39 espaços de restauração geridos pela Eurest nas áreas de serviço das principais autoestradas nacionais foram distinguidos com o selo “Portugal Sou Eu”, para a categoria Estabelecimento Aderente. Lançado pelo Ministério da Economia, este programa visa valorizar a economia nacional e dinamizar o tecido empresarial português. A preferência da Eurest por fornecedores nacionais, tendo em consideração o volume global de compras, tem um peso substancial na balança comercial portuguesa. A empresa, em 2014, adjudicou 95% das suas compras a fornecedores portugueses, o que se traduz num investimento na ordem dos 62 milhões de euros. “Pretendemos alavancar a perceção dos

consumidores para a ‘portugalidade’ dos nossos produtos, destacando a qualidade e excelência nacional, gerando, assim, mais valor para o país. Acreditamos que as nossas áreas de serviço são, pela sua exposição a consumidores nacionais e internacionais, uma excelente montra dos produtos nacionais” explica Henrique Leite, diretor geral da Eurest Portugal. O segmento das áreas de serviço representa cerca de 21% do volume de negócios da Eurest Portugal e recebe mais de 15 milhões de visitantes anuais. Estes visitantes, além dos produtos “Portugal sou eu” já disponíveis terão brevemente à sua disposição os menus “Portugal sou eu”, reforçando o compromisso na promoção de produtos nacionais.

Preços da hotelaria no Algarve aumentam 30% Os preços da hotelaria no Algarve aumentaram mais de 30% no espaço de um mês, segundo os dados da operadora Trivago, numa altura em que esta região do país é habitualmente mais procurada pelos turistas. O Algarve é a região portuguesa que mais aumentou os preços na hotelaria no mês passado, com um

Foto Helio Ramos

Indra implementa tecnologia inteligente no túnel do Marão

aumento de 40 euros no preço médio por quarto duplo, ou seja, 34,48%. Em sentido contrário, está a região de Lisboa, que, face aos dados de junho, diminuiu os preços na hotelaria em cerca de 12%. Relativamente ao período homólogo, o Norte é a região do país que mais aumentou os preços na hotelaria, superando a Madeira e o Algarve. No ano passado, pernoitar no norte custava, em média, 73 euros por noite, sendo que o preço médio atualmente se situa nos 87 euros. A nível nacional, os preços da hotelaria subiram em média mais de 6% comparativamente com o mês de julho de 2014. O estudo revela ainda que o preço médio por quarto duplo ascendeu, em julho, aos 115 euros, quando no mesmo período do ano passado o preço médio estava nos 109 euros e em 2013 era de 99 euros. O estudo revela ainda as localidades mais caras para pernoitar em Portugal são Cascais (197 euros por noite), Albufeira (158 euros), Estoril (154 euros) e Lagos (150 euros). Já as localidades mais baratas são Fátima (61 euros) e Braga (57 euros). Porto de Leixões inaugurou novo terminal de cruzeiros A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) inaugurou o novo Terminal 1 do Porto de Leixões, na passada semana. O novo terminal marca o início de uma nova fase da economia da região norte do país: com 90 escalas de navios de cruzeiro já previstas, só até ao final de 2015 deverão chegar ao Terminal 1 do Porto de Leixões cerca de 83.000 passageiros e 42.700 tripulantes, adianta a APDL.

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Breves Produção automóvel em Portugal cresce em junho, mas mantém-se negativa no primeiro semestre A produção de veículos automóveis, em Portugal, registou uma queda de 3,6% no conjunto do primeiro semestre comparativamente com o período homólogo do ano anterior. No entanto, no mês de junho de 2015, a evolução foi positiva, já que foram produzidos 15.500 veículos automóveis, o que representou um acréscimo de 4% face ao mês homólogo de 2014, adianta a Acap-Associação Automóvel de Portugal. Por países de destino, nos primeiros seis meses do ano, a Alemanha absorveu 27,6% dos veículos que Portugal exportou, seguindo-se Espanha (13,7%) e Reino Unido (9,9%). O total da UE-28 absorveu 76,6% dos veículos exportados, enquanto o total da Ásia representou 15,1%, com destaque para a China. Oportunidades da economia do mar debatidas em Sines A economia do mar é um vetor estratégico de desenvolvimento, crescimento e afirmação do Portugal no mundo e pode representar uma oportunidade única para Sines, através da ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines. Esta foi uma das ideias apresentadas há duas semanas, na ZILS, numa iniciativa sobre “Sines e as Oportunidades na Economia do Mar”, que contou com a presença do secretário de Estado dos Assuntos do Mar, Manuel Pinto de Abreu, e que foi organizada pela aicep Global Parques. Para Francisco Mendes Palma, presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques, “a ZILS está disponível para avaliar todas as propostas de investimento. Trabalhamos para tornar a nossa oferta mais assertiva com as necessidades dos investidores, de modo a sermos uma infraestrutura para a competitividade”, conclui o responsável. Mercado ibérico de estacionamento com previsão de recuperação em 2015 De acordo com o estudo “Setores Estacionamentos – mercado ibérico”, publicado pela Informa D&B, a deterioração do poder de compra da população, a diminuição das deslocações em veículos privados, as restrições ao trânsito nas cidades e as medidas de promoção do transporte público são responsáveis pelas perdas do negócio de gestão de lugares de estacionamento no mercado ibérico nos últimos anos. Assim, a faturação resultante do aluguer de lugares

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Distrito do Porto lidera estatística de assaltos da Prosegur Alarmes “Casa roubada, trancas à porta”, diz o povo. No caso de Lisboa e de Sintra, o caso não é para menos, pois foram os concelhos onde, segundo os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2014, foi participado o maior número de intrusões (35% do conjunto de todos os distritos) a residências e a estabelecimentos comerciais, valor em queda face ao ano anterior, já que se verifica um decréscimo de 13% na participação de ocorrências. Seguem-se os concelhos do Porto e Gondomar, e forte incidência também nos distritos de Setúbal, Faro e Leiria. Nos caso das residências e lojas com alarme anti-intrusão instalado, a estatística da Prosegur Alarmes revela que a liderança, em 2013 e 2014, coube ao distrito do Porto, à frente de Lisboa. Nos registos do documento da responsabilidade do Ministério da Administração Interna, não estão discriminados os imóveis com equipamento de alarme residencial instalado. E os dados estatísticos da Prosegur Alarmes não

realçam esse decréscimo generalizado de ocorrências, antes notam, em alguns distritos, um aumento do número de incidentes face ao ano anterior, tendo registado uma média de 64.259 e 82.977 eventos de alarme no verão de 2013 e 2014, respetivamente. Neste particular, é o distrito do Porto

o mais visado pelos amigos do alheio, sendo que em 2013 e 2014 foram registados pela central da Prosegur Alarmes milhares de eventos, dos quais apenas 123 tentativas de intrusão reais em residências e estabelecimentos, contra 93 no distrito de Lisboa.

Euroscript e Componize formam parceria a nível tecnológico

A euroscript International e a Componize, empresas especializadas em soluções de gestão documental e de conteúdos, criaram uma parceria tecnológica para reforçar o desenvolvimento da oferta orientada para a gestão de informação de produtos dos seus clientes. As principais vantagens da nova

parceria Tecnologias Linguísticas assentam na publicação multicanal, na redução do tempo de chegada dos produtos aos mercados, e, por conseguinte, na redução dos custos de manutenção e de tradução. A Componize desenvolveu uma solução que combina eficazmente facilidades de publicação e de gestão de conteúdos com os fluxos de trabalho e os recursos colaborativos. Esta integração de sistemas, aliada à experiência da euroscript em matéria de tecnologias e de serviços linguísticos, vem complementar a solução de gestão de informação de produtos da Componize. Por outro lado, as soluções de pós-venda e informação de produtos da euroscript otimizam os processos de comunicação técnica, adiantam as companhias.


apuntes de economÍa

Foto Sandra Marina Guerreiro

Personalidades portuguesas condecoradas por Espanha

Um conjunto de 11 personalidades portuguesas, que se distinguiram em diversas áreas, foram recentemente agraciadas pelo Governo de Espanha, a título de promoção de honras pelo aniversário da Constituição Espanhola, de 1978. As distinções, que foram outorgadas em dezembro passado pelo Governo espanhol, por proposta do embaixador de Espanha em Portugal, foram também entregues em Lisboa, numa cerimónia realizada no passado dia 24 de junho. Na cerimónia, que se realizou no Palácio de Palhavã, o embaixador de Espanha em Portugal, Eduardo Junco, entregou as condecorações às 11 personalidades portuguesas distinguidas, que se evidenciaram no campo da política, assuntos europeus, assuntos económicos e relações institucionais internacionais. Carlos Moedas, comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, foi condecorado com a “Comenda de Número da Ordem do Mérito Civil”, tal como Francisco Duarte Lopes, diretor geral de Política Externa, Madalena Fischer, chefe de Gabinete do vice-primeiro ministro, Pedro Pessoa e Costa, administrador da AICEP (Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal) e Jorge Silva Lopes, subchefe de Protocolo do Estado. Foram ainda condecorados com a “Comenda de Número da Ordem de Isabel a Católica” António Almeida Lima, chefe de Protocolo do Estado português, Bruno Maçães, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Luís Campos Ferreira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Leonardo Melo Matias, se-

cretário de Estado da Economia, Luísa Bastos de Almeida, chefe de Protocolo da Presidência da República, e Gilberto Jerónimo, chefe do Gabinete do primeiro ministro. O embaixador de Espanha em Portugal, Eduardo Junco, salientou no evento a importância destes atos para o fortalecimento das relações luso-espanholas, à semelhança da recente cimeira bilateral que se havia realizado dois dias antes em Baiona, na Galiza, bem como de outros eventos políticos ou de âmbito empresarial que incentivam a cooperação entre os dois países. O diplomata destacou que “fazem falta um grande empenho, boa vontade e trabalho” para fomentar estas relações, capacidades que os condecorados têm demonstrado na sua vida profissional. Por seu turno, Carlos Moedas agradeceu aquela que foi a sua primeira condecoração pública oficial, que classificou de “especial”, dado vir de um país como Espanha, com o qual os portugueses se identificam. “Somos amigos incondicionais de Espanha”, acrescentou o comissário na cerimónia, a que assistiram centenas de personalidades dos dois países, como a secretária de Estado da Investigação, Desenvolvimento e Inovação espanhola, Carmen Vela, ou o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, entre outros. Paulo Portas, vice-primeiro ministro português, no encerramento da cerimónia, agradeceu ao rei Felipe VI de Espanha a distinção atribuída às personalidades públicas portuguesas.

apontamentos de economia de estacionamento em estrutura e a gestão de lugares de estacionamento regulado à superfície em Espanha e Portugal desceu 0,2% em 2014, para os 1.035 milhões de euros, após a quebra de 2,8% registada em 2013. O mercado espanhol, que representa cerca de 90% do mercado ibérico, enfrentou nesse ano uma estagnação, situando-se em 930 milhões de euros, enquanto o mercado português assinalou perdas de 1,9%, para se situar em 105 milhões. Num contexto económico mais favorável, as receitas agregadas das empresas de gestão de lugares de estacionamento deverão crescer moderadamente a partir de 2015. As previsões do mesmo estudo apontam, assim, para um aumento de 2,4% no conjunto do mercado ibérico em 2015, para os 1.060 milhões de euros, prevendo-se ainda uma subida superior a 3% em 2016. Sika Portugal fatura 17 milhões nos primeiros seis meses do ano A Sika Portugal, líder em soluções e produtos químicos para a construção e indústria, fechou os primeiros seis meses do ano com uma faturação na ordem dos 17 milhões de euros, mais 20% do que no período homólogo. Com um crescimento sustentado em todos os seus mercados alvo, no primeiro semestre do ano o mercado do betão revelouse, todavia, o mais dinâmico, ao crescer 30% em volume de negócios, apesar da reabilitação continuar a ser o segmento mais preponderante, pesando cerca de 50% na faturação. A acompanhar os bons resultados da Sika Portugal, está também o mercado angolano que, atuando sob a dependência da sucursal portuguesa, só no primeiro semestre do ano registou um crescimento de 40% face ao período homólogo, com um volume de negócios de quatro milhões de euros, para o qual contribuiu largamente o crescimento dos negócios nas áreas das coberturas, da impermeabilização e da reabilitação. A crescer a dois dígitos desde 2013, a líder mundial no fornecimento de produtos químicos para a construção e indústria tem procurado redinamizar a sua atividade perante os sinais de crise no setor, tendo assim lançado dezenas de novos produtos. A empresa obteve um volume de negócios de 32 milhões de euros em 2014, valor que espera aumentar para os 35 milhões até ao final de 2015. “A crise foi uma oportunidade, limpou o mercado e os que souberam adaptar-se sobreviveram”, afirmou Richard Aubertin, diretor geral da sucursal portuguesa da multinacional suíça.

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Gestores

en Foco

Francisco González es el nuevo director del Instituto Español de Lisboa. Francisco González ha impartido docencia en institutos de Andalucía, Hungría, Polonia, Andorra y, desde el curso 2012-13, en el IEL “Giner de los Ríos” de Lisboa. Desempeñó el cargo de jefe de estudios de Secundaria del IEL durante el curso 2014-15 y desempeñará el de director durante los cursos 2015-16 y 2016-17. La dirección del grupo Schindler ha promovido a José Couto, director de Recursos Humanos de Schindler España y Portugal, al cargo de director de Recursos Humanos de la zona Europa Sur. El profesional, que cuenta con cerca de cinco años de experiencia en la multinacional suiza, será ahora responsable por la gestión del personal en los mercados de Europa Sur, que incluye también Turquía, Israel y África. Licenciado en Derecho por la Universidad Clásica de Lisboa, José Couto cuenta con varios años de experiencia en multinacionales, ocupando diversos cargos a lo largo de su carrera. En 2010 ingresó en Schindler Espanha, como director de Recursos Humanos, una cartera ampliada más tarde a nivel ibérico. Marsh, líder mundial en corretaje de seguros y en consultoría de riesgos, ha nombrado a Rodrigo Simões de Almeida nuevo country manager de Marsh Portugal. Con más de 20 años de experiencia en el sector financiero, Simões de Almeida ha desarrollado gran parte de su carrera profesional en el grupo financiero portugués Novo Banco, donde ocupó cargos de responsabilidad en Portugal, Reino Unido, Suiza, y desde 2006, en España, donde fue miembro del Comité Ejecutivo y asumió el cargo de Director General de Corporate Banking. Desde 2011 fue vicepresidente de la Cámara de Comercio e Industria Hispano-Portuguesa. En su nuevo cargo reportará directamente a Álvaro Milans del Bosch, CEO de Marsh Iberia.

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La Cámara Hispano Portuguesa organiza jornada del Mercado Ibérico de la Energía Calçada de Sá), durante su intervención, destacó la importancia de “profundizar en la integración de los mercados de la energía”, ya que, si Europa quiere ser “la punta de lanza” en la lucha contra el cambio climático, eso tiene unos costes y la única forma de conseguirlo es a través de la integración de los mercados. Después de la creación del MIBEL, el siguiente paso es la creación del MerLa Cámara de Comercio e Industria His- cado Ibérico del Gas, que es el camino pano Portuguesa celebró la “I Jornada para que haya “empresas fuertes, que del Mercado Ibérico de la Energía”, en la puedan competir y dar precios comque estuvieron presentes los secretarios petitivos”. Por su parte, Artur Trindade, de Estado de Energía de Portugal, Artur señaló que una armonización fiscal entre Trindade, y su homólogo español, Alber- Portugal y España en los mercados de to Nadal. Este último (a la izq.en la foto, al combustibles sería “ventajoso para su lado del presidente de la CHP, António funcionamiento saludable”.

Everis prevé crear 1.800 empleos este año a nivel global La consultora Everis incrementó su facturación un 14% en su último ejercicio fiscal, hasta los 691 millones de euros. En cuanto a su división en España, Everis ha registrado unos ingresos por valor de 398 millones de euros, lo que supone un 10% más que el mismo periodo del año anterior. Así, España se mantiene como el principal mercado de la compañía,

con el 60% de la facturación. El consejero delegado de Everis, Benito Vázquez, ha manifestado que “se dan los requisitos necesarios para seguir creciendo en el país”. En este contexto, prevén crear en torno a 1.800 empleos a lo largo de todo el ejercicio, de los que el 60% sería en España y el 90% de estos nuevos trabajadores serán recién titulados.

Iberdrola invertirá 4.000 millones de euros al año para crecer Iberdrola ha aumentado su beneficio el 7,4% en la primera mitad de 2015, hasta situarlo en 1.506 millones de euros. La compañía que preside Ignacio Sánchez-Galán ha confirmado que las inversiones del grupo eléctrico hasta junio se han situado en 1.302 millones, el 8,6% más. El 52% de este importe se ha destinado a proyectos de crecimiento, según asegura la compañía. Iberdrola, además, se ha comprometido a iniciar “una etapa de

crecimiento”, en la que invertirá 4.000 millones cada año para crecer.


Gamesa se estrena en el sector solar fotovoltaico La compañía española Gamesa ha alcanzado un acuerdo para el desarrollo de un proyecto de 10 megavatios (MW) solares en India que entrará en operación en septiembre. El plan de negocio 2015-2017 del fabricante de aerogeneradores, presentado recientemente, contempla el análisis de actividades complementarias al negocio tradicional, como el solar y el ‘offgrid’, con el objetivo de explorar estos mercados sinérgicos con el eólico y que pueden añadir valor a la compañía a partir de 2018. Se encargará del desarrollo llave en mano (EPC) de

cuatro plantas solares, situados en el estado de Tamil Nadu, al sureste del país, para tres importantes empresas de la industria textil en la zona -Best Corporation, Shiny Knitwear y Santhosh Garments-, algunas de las cuales ya son clientes de Gamesa en el sector eólico. Gamesa, presente en India como tecnólogo y promotor de parques eólicos desde 2009, cuenta con un “sólido” posicionamiento en el país, donde finalizó 2014 como número uno por segundo año consecutivo con una cuota de mercado del 32%, según la consultora BTM.

Lidl Supermercados invertirá este año en España 200 millones de euros Desde 2008, la cadena de supermercados del grupo alemán Schwarz ha invertido más de mil millones de euros en España y prevé para este año otros 200 millones, su mayor partida anual hasta ahora en el país. Esta fuerte inversión va destinada, fundamentalmente, a la apertura de 40 nuevos establecimientos y, sobre todo, a la ampliación y modernización de los ya existentes. La cadena cerró 2014 con 21 establecimientos nuevos en España y suma 535 tiendas. En estos últimos ejercicios la empresa también ha apostado especialmente por in-

vertir en nuevas instalaciones logísticas. El pasado mes de noviembre Lidl inauguró su novena plataforma logística en España, en Murcia, y a principios de este año empezaron las obras de la que será la décima y que estará ubicada en la localidad madrileña de Alcalá de Henares.

Telepizza inicia su actividad con marca propia en Colombia La compañía avanza en su estrategia internacional e inicia su actividad con marca propia en Colombia, mercado en el que operaba hasta ahora con la marca Jeno’s Pizza, con una trayectoria de más de 40 años en el mercado colombiano y 90 tiendas en 20 ciudades del país. La empresa española basa su crecimiento en Colombia en el análisis de nuevas oportunidades de negocio y la ampliación de su oferta de productos. Así, el segmento de entrega a do-

micilio es una actividad en constante crecimiento, asociada al desarrollo socioeconómico del país y los hábitos de sociedades modernas. El iniciar la actividad con su marca propia les permitirá “reforzar” su presencia en Colombia. “Somos pioneros y contamos con gran experiencia en este segmento en términos de servicio, accesibilidad e innovación”, ha apuntado el gerente general de Telepizza para América Latina, Ignacio González Barrajón.

Gestores

en Foco

Antonio Nieto Magro ha finalizado su etapa como consejero de Turismo de la Embajada de España en Portugal, cargo que ha ocupado desde enero de 2011. Regresa a Madrid donde se incorpora a las oficinas centrales de Turespaña. En su larga trayectoria profesional destaca su paso por Brasil, como director de la oficina de turismo entre 1997 y 2001 y su cargo como director general de Turismo de la Comunidad de Madrid (2003-2010). Ernest Quingles, presidente ejecutivo de Epson Ibérica (España y Portugal) há pasado a ocupar también el cargo de Managing Director de Epson Francia, la filial de mayor importania en Europa, tanto en volumen como en valor. Natural de Barcelona (49 años), se incororó a la empresa en abril de 2014 y ha logrado que la filial ibérica de la compañía crezca a doble digito. Sandra Castro Coelho es la nueva responsable de Marketing de BQ en el mercado portugués. Cuenta con una amplia experiencia en Brand Management, Marketing Global y Dirección de Proyectos, y ha pasado por empresas nacionales y multinacionales como Zilian Shoes, Mola Ativism y Brandia Central. Licenciada en Relaciones Internacionales con máster en Marketing y Negocios Internacionales, habla cinco idiomas y ha sido galardonada con varios premios, entre ellos Red Hot Design Award y Grand Premio Design.

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FLS aposta no mercado do transporte de perecíveis Nasceu há um ano para dar resposta às mais exigentes necessidades de logística e transporte, a partir da Península Ibérica. A portuguesa FLS procura abranger todas as áreas, criando as soluções à medida das necessidades dos seus clientes, e acredita que há muito potencial para explorar, sobretudo no domínio do transportes de perecíveis.

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Textos e fotos Susana Marques smarques@ccile.org

á restaurantes em Nova Iorque a servir peixe do mar português e consumidores a degustar cerejas do Fundão em Macau. Pescase ao largo de Portugal dos melhores peixes do mundo, e em terra, o clima e as condições de terreno permitem a Portugal ser forte na produção de alguns frutos e produtos hortícolas. Estas premissas inspiram cada vez mais negócios dedicados a produtos de nicho, destinados ao universo gourmet , por exemplo. O sucesso da exportação destes produtos reside na capacidade de garantir a qualidade à chegada, mesmo que tenham que atravessar meio mundo antes de serem com-

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prados pelos consumidores finais. cobre todas as áreas da logística e A F.L.S. - Freight Logistics Solu- do transporte”. No entanto, a emtions, Lda assina essa garantia e presa exlora fatores que marcam a quer estar à frente do segmento de diferença, aponta: “Entre os prinperecíveis. cipais diferenciadores da empresa A empresa, sediada em Mato- está o facto de a FLS ser parceira sinhos, foi criada há um ano por exclusiva da especialista espanhoAlfredo Leão e António Beirão, la em carga aérea Cacesa (grupo ambos com uma vasta experiência IAG, que detém a Ibéria e a Brino setor de logística e transportes. tish Airways) em Portugal. “Com Posteriormente, entrou no capital esta parceria queremos desenvolver da FLS a ALS -Aviation & Logis- a carga expresso e o transporte de tics Solutions Portugal, que é “o perecíveis, que são uma das nossas maior broker de aviação em Portu- maiores apostas”, sublinha o gesgal e que trabalha as cinco frentes tor, adiantando que “o mercado de da logística”, observa André Stock, transporte de perecíveis está a cresque está à frente do negócio da FLS cer” e que “falta know-how neste a partir dos escritórios da empresa domínio em Portugal”. em Lisboa. O gestor explica que “a Tendo em conta que estamos a faFLS faz todo o tipo de serviços e lar de produtos como peixe, fruta,


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legumes ou f lores, facilmente se percebe que se trata do “mercado mais exigente”, já que “com os perecíveis mais do que qualquer outro produto, não pode haver atrasos e as condições de acondicionamento têm que ser perfeitas”, sustenta André Stock. A FLS desenvolve “soluções por medida”, subcontratando os serviços necessários para cada caso, que é justamente o que o transporte de produtos tão delicados como morangos, por exemplo, necessita. André Stock conta que há lojas gourmet que especificam se os seus produtos são ou não frescos (indicando há quanto tempo foram colhidos, por exemplo), já que isso valoriza a mercadoria e ref lete-se no preço final. “Somos capazes de dar uma resposta rápida e de valor, para favorecer os negócios dos nossos clientes”, salienta André Stock. O gestor aproveita para sublinhar que a sigla FLS responde também por Fresh Logistic Solutions. “Queremos prestar um serviço que assenta na busca contínua da melhor solução, da que assegura rapidez de entrega, sem abdicar da qualidade do produto”, diz. O responsável pelo desenvolvimento de negócio da FLS, a partir de Lisboa, considera que sendo Portugal um país produtor de fruta e de legumes e que aposta na qualidade, necessita de respostas no domínio dos transportes e da logística que permitam aos produtores exportar. Da mesma forma, a empresa está empenhada em ajudar a criar sinergias entre os produtores portugueses. Além da equipa no mercado nacional, onde a FLS emprega diretamente seis profissionais, a empresa tem uma vasta rede internacional de agentes, posicionados em todo o mundo, com mais de 70 filiais, o que perfaz um quadro de pessoal de mais de 1.000 pessoas. “A

credibilidade do serviço assenta nas pessoas”, frisa André Stock, acrescentando que a FLS “está habilitada a apresentar propostas para serem inseridas em qualquer mercado”. Desta forma, a FLS aposta sobretudo nas soluções de transporte aéreo e marítimo, que representam 45% e 35% do volume de negócios da empresa, respetivamente. Os 20% do mercado rodoviário dizem respeito ao transporte de mercadorias na Europa. “Temos um volume grande de transporte para a Holanda, a Alemanha e a França”, informa André Stock. A parceria entre a FLS e a Cacesa permite igualmente juntar forças com Espanha para operar no mercado africano, que é já muito relevante para a empresa. “A FLS nasceu com um posicionamento ibérico, o que é uma vantagem no setor da logística e de transportes”, considera André Stock, acrescentando que a conclusão da ligação ferroviária Sines-Madrid será determinante para dinamizar a união dos dois mercados no que se refere ao setor. “Portugal e Espanha deveriam unir-se e trabalhar o mundo juntos. Somos vizinhos, estamos

geograficamente muito bem localizados. Há empresas portuguesas e espanholas que já importam juntas, no domínio das f lores, por exemplo.” O mesmo pode acontecer relativamente à exportação de produtos complementares, sobretudo quando falamos dos que se impõem pela qualidade e não pela quantidade. A nível aéreo, a empresa trabalha com diversas companhias e aposta na ligação à Cacesa, podendo a partir de Madrid chegar a África e à América Latina. No continente africano, Moçambique é, para já, o mercado principal, sendo a FLS reconhecida como um parceiro relevante para esse destino. Sem adiantar valores da faturação do ano de estreia da empresa, André Stock diz que “está a correr melhor do que o esperado” e que têm “projetos ambiciosos, mas exequíveis”. O gestor especifica que “a FLS não está muito virada para o volume de clientes, mas antes para “projetos específicos, com necessidades muito específicas”. O principal objetivo consiste em “perceber bem quais as necessidades dos clientes para afinar as capacidades da empresa nesse sentido”.  21


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Mundo dos Fatos, la moda portuguesa conquista el mercado español

La empresa lusa Mundo dos Fatos continúa la expansión de sus tiendas en España, donde ya cuenta con cinco locales y planea abrir otros tres. La buena relación calidad - precio de este negocio familiar está siendo la principal razón del éxito de sus diferentes marcas en todo el territorio peninsular.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

undo dos Fatos abrió su primera tienda en Penafiel Tienen 36 tiendas en 2005, con la idea de proyectar productos poren Portugal y cinco tugueses de calidad. Diez en España (Madrid, años después ya tienen 36 locales en Portugal, de los cuales nueve se encuenA Coruña, Málaga, tran en Lisboa, y otros cinco en España, Córdoba y Sevilla) donde van a seguir creciendo. Fabrican mil trajes por día para sumiy quieren seguir nistrar producto tanto en sus tiendas creciendo como para otros clientes con los que trabajan. Cuentan con dos fábricas en Penafiel y en todo el grupo trabajan 600 personas. pantalones y camisas tienen muchísimo “Nuestros productos se han adaptado éxito entre los españoles”, añade, satisfemuy bien a la moda española”, afirma cho con la respuesta del mercado espaJosé Santos, director comercial de Mun- ñol, donde están presentes desde 2013. do dos Fatos. “Nuestras americanas, Después de las dos primeras tiendas en

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Madrid y A Coruña, Mundo dos Fatos ha apostado por Andalucía, con tiendas en Córdoba, Málaga y la más reciente, Sevilla. “Este año esperamos poder abrir en Granada y en Getafe y al año que viene en Barcelona”, avanza el director comercial. “Antes de abrir en España ya teníamos muchos clientes españoles, sobre todo en la tienda de Vila do Conde”, subraya José Santos. Todos los locales son alquilados y reconoce que cada apertura en el país vecino es muy estudiada y meditada ya que “los alquileres de los locales son mucho más caros”. La empresa familiar utiliza indistintamente para sus tiendas el nombre de la marca, Mundo dos Fatos, y el de una de sus líneas de ropa, Suits Inc. El mes pasado inauguró un nuevo espacio


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Suits Inc en el centro comercial Colombo (foto al lado). Se trata de un cambio de local, hacia una zona con más movimiento del conocido centro comercial de Lisboa. En un área de 70 metros cuadrados se encuentra toda la gama alta de la línea Suits Inc, una parte de Slim Fit y una tercera línea más deportiva y colorida, además de los distintos accesorios. Según explica Adriana Caires, responsable de las tiendas Mundo dos Fatos del área de Lisboa, “la marca ya está muy consolidada en todo el país y los clientes aprecian sobre todo nuestra buena relación calidad-precio”. Expansión en España Óscar Anaya, responsable de Suits Inc en España, reconoce que el mercado español tiene una gran importancia para la empresa y que “se está trabajando con muchas ganas e ilusión por continuar con la expansión”. Sobre la última inauguración en España, la tienda de Sevilla, asegura que “es una ciudad clave en nuestra expansión, ya que, además de ser la capital de Andalucía, es una de las ciudades que más turismo recibe de España”. En relación al cliente español, Anaya recuerda que “la calidad importa y son muy fieles a las marcas”. En cuanto a to a la de atletismo. Para los trajes de las tendencias “nos gusta ir a la moda la próxima época el club lisboeta espero sin grandes estridencias. En paíLa empresa utiliza cogió el color marrón oscuro, después ses como Portugal, Italia o Francia son de haber vestido el negro y el azul en más atrevidos. Al hombre español le indistintamente años anteriores. “Este acuerdo nos ha gusta una elegancia tranquila, ropa para sus tiendas el ayudado a lanzar la marca en algunos más clásica con ligeros toques de la moda más actual”. Características que nombre de la marca, sectores”, reconoce el director comercial. Hasta ahora no han utilizado la encuentra en las diferentes líneas que Mundo dos Fatos, y el imagen de ninguno de los jugadores ofrece Mundo dos Fatos. Uno de los puntos fuertes por los que de una de sus líneas del equipo leonino para publicitar la marca pero “queremos hacerlo apuesta Suits Inc es el total look: “Un de ropa, Suits Inc hombre puede entrar a la tienda y salir esta época”. Saben que contar con la completamente vestido con todos los imagen de los jugadores del primer detalles”. equipo de fútbol les dará una mayor Dispone de una amplia gama de Deporte y moda visibilidad entre el público masculiproductos, apostando por el concepto El mundo del deporte está muy pre- no portugués y quieren aprovecharlo. ‘total look’ y un estilo moderno y van- sente en la trayectoria de la empresa Pero desde la empresa aseguran que guardista: desde diversas líneas de traje portuguesa. Por tercer año consecuti- lo más importante seguirá siendo ga-incluyendo un especial para novios- vo Mundo dos Fatos va a vestir a los rantizar la mejor calidad del produchasta camisas, americanas, zapatos y jugadores de todas las modalidades to portugués a un precio competitivo todo tipo de complementos. del Sporting Club de Portugal, excep- en el mercado.  23


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Cataluña refuerza sus lazos con Portugal El Gobierno catalán ha aprobado la apertura de una delegación en Lisboa que estará dirigida por Ramón Font. Esta oficina de representación se junta a la que ya tiene Extremadura y en ambos casos se pretende establecer con Portugal una relación preferente de intercomunicación en aquellas competencias que por ley son permitidas.

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Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

ataluña, la primera comu- to con la de Lisboa. El Estatuto de nidad autónoma española Autonomía contempla la capacidad proveedora de Portugal, ha del Gobierno de Cataluña de abrir decidido abrir una oficina delegaciones en el exterior para la de representación en Lisboa. defensa de sus intereses en aquellas Casi un 23% de las exportaciones de áreas de actividad cuyas competenEspaña a Portugal proceden de la región catalana y además es el segundo cliente de los portugueses por detrás Casi un 23% de de Galicia. Siendo Cataluña una de las exportaciones las principales regiones españolas con una relación más intensa con Portude España a gal, parece lógico que decida dar ahoPortugal proceden ra este paso y constituir una delegación en la capital lusa. de la región La Generalitat dispone desde hace catalana años de delegaciones en diversas capitales, actualmente un total de diez. Además de una oficina de representación en Bruselas, la mayor de todas, cias han sido transferidas. En este tiene otras también en París, Londres, contexto, y teniendo en cuenta la Berlín, Viena, Roma, Washington y importancia de las relaciones comerrecientemente se ha aprobado la aper- ciales entre ambas partes, uno de los tura en Rabat y en la Santa Sede, jun- objetivos principales de la nueva ofi-

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cina será el de cuidar bien los intereses económicos. Además se pretende despertar una mayor atracción por la cultura catalana ya que hay un déficit de presencia en Portugal. Y otro reto será el de propiciar nuevas avenidas de diálogos entre instituciones, universidades, fundaciones, ciudades y nuevos actores de la sociedad. Durante años Cataluña mantuvo una delegación comercial, Copca, y desde 2012 Ramón Font dirige un programa para la promoción exterior de Cataluña en Portugal y Brasil. Ex–corresponsal en Portugal de varios medios de comunicación españoles, como RNE y EFE, Font cuenta con una larga e intensa trayectoria profesional tanto en Lisboa como en Barcelona, y es una figura muy respetada en la sociedad portuguesa. Asume este desafío con mucha ilusión, lo considera un “altísimo honor poder representar a Cataluña en mi país de adopción,


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no hay nada comparable”. Después de haber dejado el periodismo, y tras varias experiencias institucionales, “este el mejor punto y aparte para mi trayectoria en Portugal donde llegué hace 40 años sin trabajo”. Cabe recordar el aprecio y la gran estima que siente el pueblo portugués hacia Ramón Font, condecorado en dos ocasiones por el Estado portugués, algo poco habitual siendo un ciudadano extranjero. En 1995 recibió de Mario Soares la condecoración de Comendador de la Orden del Infante D. Henrique y en el 2006 Jorge Sampaio le condecoró como Gran Oficial de la Orden de Merito. Entiende este reto como uno de los mayores de su carrera, “probablemente el mayor, por la delicadeza del encargo, por el momento en el que se produce y por la sensibilidad de la sociedad que me acoge a la que no plantearé ninguna incomodidad sino todo lo contrario”. Delegación con estructura pequeña La nueva delegación contará con una estructura pequeña. Su primer instrumento, el de la inserción antigua y reconocida de su primer delegado. “Será un local modesto y digno que tratará de combinar la austeridad con la dignidad institucional”, explica Font. Después de dirigir durante casi tres años el programa de relaciones entre Cataluña y Portugal, cree importante destacar que se ha evidenciado “la dificultad de mostrar la evidente importancia de Cataluña en el terreno de las relaciones bilaterales en todos los ámbitos”. La nueva oficina quiere ser un punto de apoyo para quienes lo necesiten, “sectores y áreas de actividad que pueden necesitar un punto de apoyo”, indica Ramón Font, quien sabe bien que la mayoría de los empresarios catalanes conoce las esquinas y los códigos de la sociedad portuguesa. “Los catalanes se adaptan esencialmente bien a la sociedad lusa”, puntualiza”. 

Oficina de Extremadura en Lisboa Extremadura cuenta con una delegación en la capital portuguesa desde junio de 2009, dirigida por Teresa Rainha. “Esta oficina tiene como misión fomentar las relaciones económicas, institucionales y culturales con Portugal y promover Extremadura en el país vecino, identificando y aprovechando las oportunidades que se generan para estrechar lazos a ambos lados de la frontera”, explican desde la dirección de la oficina extremeña. Portugal y Extremadura comparten más de 400 Km de frontera y muchos proyectos comunes, “es nuestro principal socio comercial, más de un tercio de nuestras exportaciones tienen como destino Portugal, que es también nuestro más importante proveedor”, resaltan. Asimismo, Portugal es el principal emisor de turistas extranjeros a Extremadura y lo mismo ocurre en el ámbito de la cultura, “hay pocos eventos que se realicen en territorio extremeño que no cuenten con presencia portuguesa. Nuestros festivales son ibéricos y nuestros museos acogen importantes obras y colecciones de artistas portugueses”. En el ámbito educativo, el idioma portugués se ha introducido en los centros educativos públicos extremeños y es ya el segundo idioma extranjero en la región, tras el inglés. Extremadura ha constituido con

las regiones vecinas de Alentejo y Centro, una Eurorregión – EUROACE- y desarrollan importantes proyectos territoriales como el Alqueva y el Tajo Internacional, además de muchas otras iniciativas, como la recientemente firmada alianza entre la Plataforma Logística de Badajoz con los puertos portugueses de Lisboa, Setúbal y Sines. Tras una primera sede en la Avenida Vasco de Gama de Lisboa (edificio que el Gobierno extremeño ya ha vendido), desde el año 2012 la Oficina de Extremadura en Lisboa desempeña sus funciones en la Embajada de España en Lisboa. La Junta de Extremadura cuenta asimismo con una promotora de turismo en las instalaciones de TurEspaña en Lisboa y un promotor de negocios en las instalaciones del ICEX-Lisboa.

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Lanzarote quiere atraer a más turistas portugueses El Gobierno local refuerza su promoción turística en Lisboa y pretende aprovechar la presencia en la isla, durante años, de José Saramago para atraer más a los portugueses. En el año 2.014 el número de turistas lusos que visitaron Canarias fue de 45.751, un 14,8% más que en 2013.

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Texto y foto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org

ada año pasan por Lanzarote 2,4 millones de turistas de los cuales un millón son ingleses. El buen tiempo que acompaña a la isla todo el año ayuda a evitar la estacionalidad del destino, muy procurado por mercados como Inglaterra, Alemania y también España peninsular. Si hablamos de turistas portugueses, el número anual se reduce a unos miles, aunque poco a poco está incrementando. Desde Turismo Lanzarote quieren reforzar su estrategia de promoción en territorio portugués, sobre todo en Lisboa, para que esta isla canaria se convierta en un destino atractivo para los portugueses, una vez que unos y otros comparten a alguien muy especial: José Saramago. El fallecido Premio Nobel portugués vivió muchos años en Lanzarote, donde hoy se encuentra su Casa Museo. Tal y como recuerda Pilar del Río, la persona que compartió muchos años de vida con el escritor, “Saramago decidió vivir libremente en Lanzarote, donde sentía que era su casa”. Por ese motivo, “queremos recibir a muchos portugueses en Lanzarote, que conozcan la isla, lo que dejó allí Saramago”, afirma Héctor Fernández, director gerente de Turismo Lanzarote. “Es una isla tre26

mendamente especial, que cautivó a Saramago”, añade. Esta isla canaria recibe sobre todo la visita de portugueses en los meses de julio y agosto, cuando existen vuelos chárter a los operadores. Durante el resto del año, la compañía aérea canaria Binter cuenta con tres conexiones semanales entre Lisboa y Las Palmas, con posterior enlace a Lanzarote. “La presencia de Binter nos ha ayudado a crecer en el mercado luso pero tenemos todavía mucho trabajo por hacer, estar más presente en las ferias de turismo de Portugal y sacar más partido a la presencia de Saramago en nuestra isla”, reconoce Héctor Fernández. Conexiones aéreas Binter ha cambiado recientemente la flota de los aviones utilizados para las conexiones entre Lisboa y Las Palmas, con tres vuelos semanales (jueves, sábado y domingo). “Estamos muy satisfechos con esta conexión, en la que ofrecemos 300 lugares cada semana y contamos con una tasa de ocupación del 92%”, explica João Moreira Baptista, representante de la firma en Portugal. “Portugal es un mercado que

nos interesa mucho y estamos estudiando la posibilidad de realizar conexiones desde Oporto”, avanza. El precio de partida del vuelo ida y vuelta entre Lisboa y Las Palmas es de aproximadamente 190 euros, que va subiendo en función del número de asientos disponibles. “Tenemos un servicio de catering a bordo, ya incluido en el precio del billete, excepcional, que deja a todos nuestros clientes muy satisfechos”, destaca el responsable de Binter. En el año 2.014, según datos de Frontur el número de portugueses que visitaron Canarias fue de 45.751, un 14,8% más que en 2013. En verano hay varias operaciones chárter a varias islas a través de operadores como Soltour o Travelplan que están funcionando muy bien. Además de Binter está la conexión de bajo coste de Rynair entre Oporto y Las Palmas y con Iberia se puede viajar a las islas pasando por Madrid. También existe una conexión tradicional entre Funchal y Canarias. 


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Para mais informações contactar: Francisco Contreras · Tel. 213 509 310 / Fax 213 526 333 e-mail: ccile@ccile.org 27


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Coca-Cola fue la marca más vendida en España en 2014 C oca-Cola, El Pozo y Campofrío son las marcas de gran consumo que más compraron los españoles en 2014, según el estudio Brand Foodprint que ha publicado hoy la consultora Kantar Worldpanel. Según dicho informe, 17 de las 50 marcas más compradas han conseguido aumentar su atracción de compra, con un crecimiento destacado de Don Simón, que entra en cuarta posición, con un aumento del 27% en

contactos con el consumidor (CRP), que constituye la base para la elaboración de este informe. En este ranking, Coca-Cola es la marca líder con un 80% de los hogares compradores y una frecuencia de compra de 11 veces al año de media, seguida de El Pozo (78% de los hogares y 8,5 veces) y Campofrío (75% y 8,4 compras). Completan el listado de las diez marcas líderes Activia, Danone, Asturiana, Azucarera, Gallo y Bimbo. El director general de Iberia de Kantar Worldpanel, Jorge Folch, ha destacado la presencia de las marcas españolas en este ranking

así como la variación de las enseñas líderes entre una y otra comunidad autónoma. “España es un país donde las regiones tienen un peso y diferencias en cuanto a los hábitos de consumo con respecto a la media nacional”, ha subrayado. En este sentido, destaca el liderazgo de Central Lechera Asturiana en Asturias, como primera marca, y el peso de otras marcas locales como Kaiku en Navarra y País Vasco (sexta y tercera marca más consumida, respectivamente), Damm en Cataluña (sexta enseña), Covap en Andalucía (décima posición) y Larsa en Galicia (segunda marca más comprada). El informe está basado en más de 200 mercados de alimentación, bebidas, droguería y perfumería y cuidado personal en 35 países, que representan 956 millones de hogares en todo el mundo y un 68% del PIB. 

Amazon se lanza al sector de los consumibles A

mazon.es ha lanzado sus nuevas tiendas de belleza, salud y cuidado personal. Se trata de 25.000 nuevos productos como champús, cremas, tintes o pasta de dientes de las marcas más populares que se pueden comprar ya en un solo clic desde el portal del gigante del comercio electrónico. “Continuamos ampliando nuestra selección. Con la incorporación de productos de belleza, salud y cuidado personal estamos muy contentos de ofrecer a los clientes la comodidad de comprar online productos esenciales para cualquier hogar”, explicó Xavier Garambois, vicepresidente 28

del área minorista de Amazon en Europa. Las nuevas tiendas suponen la primera incursión de la compañía en el sector de los consumibles, productos de un solo uso y que, frecuentemente, se agotan con cierta rapidez. “Entrando en este mercado lo que buscamos desde Amazon es establecer una relación más estrecha con el cliente. Comprando tecnología o libros los usuarios vuelven, pero tardan más”. El lanzamiento de estas dos nuevas

tiendas amplía ya el catálogo de la filial española de Amazon a 57 millones de productos organizados en 23 categorías diferentes. Belleza, salud y cuidado personal se unen así a decoración y mobiliario, abierta hace escasas semanas, y a moda, lanzada en 2014, como nuevos sectores en los que aterriza el líder de comercio electrónico. 


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Blue Boutique Estoril e Hat Madrid eleitos pelo The Guardian dois dos 10 melhores hostels da Europa

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s especialistas do jornal britânico The Guardian viajaram pela Europa para conhecer os mais recentes hostéis e elegeram os 10 melhores. A lista integra o português Blue Boutique Hostel, no Estoril, e o Hat Madrid. A favor do hostel português, inaugurado no ano passado, o The Guardian aponta a localização, “com vista para

o Atlântico, na cidade à beira praia do Estoril” e o edifício antigo recuperado. O jornal frisa que as áreas comuns mais parecem de hotel do que de um hostel, destacando “o mobiliário de design, os tapetes, o pavimento em madeira e os objetos de arte”. Os quartos também impressionaram os críticos da publicação inglesa, que salientaram os

“dormitórios dominados pelo branco, com pinceladas de cor, que vão do rosa pastel, ao azul e verde das camas”, bem como o facto de “a maioria dos quartos duplos possuírem varanda com vista para o mar”. Relativamente ao novo Hat Madrid, também inaugurado em 2014, o The Guardian aplaude “o impressionante design”, com paredes de cimento, mobiliário contemporâneo, o bar revestido a azulejos, um terraço propício a momentos de descontração e convívio, bem como a cave, aberta ao público e palco de exibições e animada por Dj’s. A lista do The Guardian inclui ainda os franceses Generator Paris e Sloliving, em Lyon, o suíço Wellness Hostel 4000, em Saas-Fee, o belga Backstay Hostel, em Ghent, o alemão Basecamp em Bona, o holandês Ecomama, em Amesterdão, o inglês Wombat’s, em Londres, e o islandês Loft, em Reykjavik. O jornal conclui que “estilo e conforto não implicam preços elevados nos novos hostéis europeus”. 

“Recordar é viver”, propõe o Lidl A

celebrar 20 anos em Portugal, o Lidl pisca o olho à saudade e dedicou no passado mês de julho, uma semana a produtos de marcas tradicionais portuguesas e com embalagens vintage, sob o mote “recordar é viver”. Sabonetes aromáticos, vinho do Porto, doces, bolos e biscoitos, atum em latas vintage, xarope de groselha, cevada são alguns dos produtos eleitos pela cadeia de supermercados alemã para esta inciativa que visa reforçar a portugalidade”. As comemorações dos 20 anos de presença em Portugal materializam30

se também na campanha “Há 20 anos no nosso coração”, com música interpretada por Marisa Liz dos Amor Electro e por Luis Sequeira, para ilustrar o encontro entre gerações e o cruzamento entre a

tradição e a modernidade. O Lidl detém, atualmente, em Portugal, 240 supermercados. A cadeia possui cerca de 10 mil lojas, distribuídas por 25 países. 


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Yonest lança primeiro iogurte de Cereja do Fundão D esafiada pela Câmara Municipal te da Câmara Municipal do Fundão, do Fundão, “a marca de iogurtes advoga que “a Cereja do Fundão é, gregos à moda antiga” Yonest criou há muitos anos, um produto de exceo “Yonest Cereja do Fundão”. Trata- lência nacional e muito versátil”, esse do primeiro iogurte grego feito a tando o município “empenhado na partir das populares cerejas do Fun- constituição de parcerias que elevem dão, “utilizando uma cremosa e sua- o valor da cereja e que prolonguem o ve polme retirada do fruto”, explica seu consumo ao longo de todo o ano, a marca. estando presente nas mais diversas Paulo Fernandes, presidenformas”. Assim “esta parceria é uma mais-valia para o produto e seus derivados, para os produtores, para o Fundão e toda a região”, remata o autarca. A marca Yonest frisa que os seus iogurtes são “100% naturais e isentos de aditivos industriais”, garantindo “a mesma frescura, textura suave e baixo teor calórico”. O “Yonest

Cereja do Fundão” junta-se assim à gama de Iogurte Grego à Moda Antiga misturado com fruta verdadeira. Este novo produto está à venda no El Corte Inglés, no Caffe Yogurtman, no Saldanha, e em todos os revendedores Yonest por 2,75 euro (preço de lançamento). A Câmara do Fundão está empenhada em elevar o reconhecimento da marca Cereja do Fundão, tendo apoiado a criação de Pastéis de Cereja do Fundão, Bombons de Cereja do Fundão, de licores e de doces, bem como em parceria com outras marcas o Gelado de Cereja do Fundão e Bombom de Gelado de Cereja do Fundão (Santini), os Lingotes de Cereja do Fundão (FrutaFormas), a Bola de Berlim de Cereja do Fundão (Sacolinha), o Chá Preto Aromatizado com Cereja do Fundão (Lisbon Tea CO) e o Sabonete Artesanal de Cereja do Fundão (Quinta da Porta). 

Fula pioneira na certificação de óleo alimentar

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óleo alimentar Fula, do grupo Sovena, tornou-se, em 1995, no primeiro género alimentício a obter a Marca Produto Certificado no Mercado Português. A marca líder no mercado português de óleos vegetais,

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obteve também mais tarde certificação para o Fula 3 Ás Equilíbrio. Desta forma o grupo Sovena (que também produz azeite) “foi pioneiro não só em Portugal mas também na Europa, na certificação de um produto alimentar no âmbito do sistema nº 5 da norma ISO/IEC 17067, o que implica um acompanhamento regular através da realização de ensaios em amostras do produto e da realização de auditorias ao sistema da qualidade do fabricante para verificar como é controlado o sistema de produção”, salienta em comunicado.

O grupo frisa ainda que “passados 20 anos a Sovena - Consumer Goods, S.A., ciente do seu papel no mercado destaca-se da concorrência, continuando a ter os únicos óleos alimentares certificados no mercado português, disponibilizando ao consumidor produtos seguros e controlados em todas as fases de produção desde a receção da matéria-prima passando pela extração, refinação e preparação de lotes, até ao embalamento, armazenamento e expedição”. No comunicado lê-se ainda que “a conformidade do produto e do processo é atestada pelo CERTIF, entidade acreditada pelo IPAC para esta certificação”. 


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Aplicação para ciclistas vence Big Smart Cities da Vodafone

A terceira edição do concurso Big Smart Cities atribuiu um prémio de 10 mil euros à Lisboa Horizontal, uma aplicação que promete facilitar a vida aos ciclistas urbanos. A iniciativa, promovida pela Vodafone, procura apoiar a criação de tecnologias destinadas a melhorar o quotidiano nas cidades

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Actualidad€ actualidade@ccile.org

e é consensual que as cidades mais amigas dos ciclistas favorecem uma melhor mobilidade e sustentabilidade, também é fácil de perceber que o relevo de Lisboa, conhecida com a cidade das sete colinas, pode assustar os potenciais ciclistas. O projeto Lisboa Horizontal atreve-se a contrariar os mais incrédulos e a refutar as desculpas dos mais preguiçosos, garantindo que 63% das artérias da cidade têm menos de 4% de inclinação. A aplicação conquistou o júri do concurso promovido pela Vodafone, o Big Smart Cities, cuja final decorreu no passado dia 23 de junho, na capital portuguesa, arrebatando o primeiro prémio, no valor de 10 mil euros. A Lisboa Horizontal é “dirigida aos ciclistas das cidades”. A aplicação “permite o acesso a toda a informação que

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necessitam para o seu dia-a-dia: todas Os empreendedores da Lisboa Hoas rotas cicláveis (desde as mais rápi- rizontal fazem questão de sublinhar das, às menos inclinadas, ou mesmo que acreditam na bicicleta como “um às que só descem) e a localização das meio de transporte alternativo, viável lojas especializadas em ciclismo”, ex- e promotor de felicidade individual e plica a Vodafone, em comunicado. coletiva, que promove a sustentabili-


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dade económica e ambiental das sociedades e adiantam que “o projeto é inspirado nas linhas de Metro e visa criar condições físicas e exequíveis que promovam a circulação de bicicletas em Lisboa, numa óptica utilitária e pragmática, abrangendo de forma massiva públicos-alvo que vão desde a classe trabalhadora aos turistas, passando pelos estudantes, numa cidade cujo desafio de sustentabilidade ambiental se apresenta como uma das grandes prioridades futuras”. Na página do projeto, lê-se ainda que “a originalidade da ideia surge da forma como as ciclovias estão assinaladas, tendo por base princípios de eficiência e conveniência objetiva e de fácil seguimento, nas deslocações dentro da cidade”. A Vodafone promove desde 2013 o concurso Big Smart Cities, de modo a fomentar “a criação de tecnologias que contribuam para melhorar a vida de quem habita, trabalha e/ou visita a cidade, tornando-a mais inteligente”. Desta terceira edição resultaram 15 finalistas, “que apresentaram projetos nas categorias de Smart Energy, Smart Mobility, Smart Living e Smart Tourism”. Além do prémio principal, foram ainda entregues três menções honrosas: Projeto Archpaths - Prémio do Público: projeto mais votado pelo público; Projeto CoolFarm - Redes Nova Geração: para o projeto que melhor explora o potencial das Redes de Nova Geração da Vodafone e Projeto Visualfy - Internet of Things: atribuído ao projeto que melhor enquadrar esta tendência. A final do concurso aconteceu no âmbito da conferência sobre Human Smart Cities Beyond 2020, que contou com a presença de Martin Ratcliffe, Senior Manager da Vodafone na área de Strategy & Innovation. O orador “reforçou a visão Machine-to-Machine da Vodafone: ligar cada máquina para transformar vidas e negócios”. O grupo de telecomunicações Vodafone clarifica que o conceito do Big Smart Cities nasceu em 2013, no âmbito do Vodafone Power Lab, com a denominação de Lisbon BIG Apps. O Vodafone Power Lab é um programa de incentivo à inovação e de apoio ao empreendedorismo, que tem como objetivo fomentar a criação de projetos tecnológicos, através de mentoring, workshops e formações, entre outras condições que possibilitem o desenvolvimento das novas empresas. 

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Techstars Metro nasce para acelerar start-ups no setor da restauração

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grupo alemão Metro, detentor da rede Makro uniu-se à Techstars, primeira incubadora tecnológica nos EUA, para criar a Techstars Metro Accelerator, “um projeto desenvolvido a nível mundial com o objetivo de “incubar”startups tecnológicas que apoiem a indústria da gastronomia, hotelaria e restauração”. Pretende-se assim “apoiar soluções inovadoras nas diversas áreas de negócio “Horeca” e em toda a cadeia de valor alimentar”. A incubadora quer acelerar start-ups que, “tragam valor acrescentado em tecnologia financeira, aplicações móveis, tecnologia a l i m e nt a r, inovações logísticas e em big data”, entre outras pos sibi l id ades. As inscrições estão abertas até 3 de agosto de 2015 em: https://www. f 6 s .c om /t e chstarsmetroprogram/ apply. Para já serão as 10 start-ups seleccionadas, que iniciarão a in-

cubação de três meses a 12 de outubro, em Berlim. As 10 start-ups finalistas beneficiarão da possibilidade de serem participadas com um capital inicial que pode chegar até aos 120.000 euros. Também terão “acompanhamento de altíssimo nível durante os três meses em que os projetos permanecem em Berlim, e ainda acesso à infraestrutura e rede de contactos do grupo Metro” e poderão “participar num Demo Day em janeiro de 2016 para investidores”, bem como integrar a rede de alunos Techstars e Metro para toda a vida. 

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Enel e Endesa promovem ideias de negócio para área da eficiência energética O programa Incense, promovido pelo grupo Enel e Endesa e que conta com fundos comunitários, disponibiliza 6,2 milhões de euros para projetos de start-ups e PME que desenvolvam soluções inovadoras no domínio da eficiência energética. Uma empresa portuguesa da área da domótica foi uma das selecionadas na primeira fase do programa.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

programa Incense-Internet Cleantech Enablers Spark acaba de abrir a segundafase de apoios às start-ups e PME ligadas a projetos inovadores na área da energia elétrica, nomeadamente em termos de eficiência e de fiabilidade energéticas. No total, o programa, gerido pela Enel/ Endesa e que conta com fundos comunitários, prevê a disponibilização de um total de 6,2 milhões de euros para acelerar as ideias de negócio de um máximo de 42 empresas. Na última edição, uma das empresas selecionadas foi a Geratriz, que concebeu e desenvolveu um sistema de gestão para edifícios, baseado numa aplicação web que integra

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todos os serviços de commodities (eletricidade, água e gás) e dados externos (condições climatéricas e outras), numa ferramenta que permte a monitorização, gestão, diagnóstico e previsão de consumo e da produção ligada a estes serviços. A Geratriz foi uma das 14 start-ups que receberam cada uma 150 mil euros, além de um programa de aceleração de ideias de negócio, durante seis meses, que inclui ações de coaching , mentoring , apoio em matéria legal, fiscal, proteção da propriedade intelectual, etc. “A segunda convocatória termina a 15 de setembro e os promotores esperam apoiar mais 28 start-ups, que receberão também um apoio até aos 150 mil euros e beneficiarão de um

programa de aceleração similar”, explica Javier Garrido, da Direção de Inovação da Endesa. Podem candidatar-se ao Incense qualquer PME que desenvolva um projeto baseado na tecnologia FIWARE (internet do futuro) e que seja aplicável ao universo da eficiência energética, domótica, energias renováveis, mobilidade elétrica, armazenamento de energia, redes inteligentes, digitalização de energia, etc. O Incense é um dos 16 Internet Accelerators do programa comunitário FIWARE, que prevê apoiar empreendedores a captarem oportunidades ligadas à nova vaga da digitalização, com vista a colocar a Europa na vanguarda da chamada economia da Internet. 


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Europa llega a un acuerdo para acabar con el roaming En junio de 2017 se pondrá fin al roaming dentro de la Unión Europea. Los ciudadanos europeos podrán usar su móvil cuando viajen por cualquier otro de los 28 Estados miembros sin cargos extra en la tarifa que tengan contratada en su país. Será tanto para las llamadas como para los datos de navegación por internet.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR

porque no da una solución a los residentes que viven en las áreas transfronterizas y que están sujetos al roaming sin desearlo ni necesitarlo. Eixo Atlántico y RIET han remitido una carta al Consejo para insistir en que se busque una alternativa a este problema que afecta a miles de ciudadanos. Las organizaciones transfronteri-

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an sido años de duras ne- estricta de la garantía de acceso iguagociaciones y finalmente el litario a la red, mientras que el Conesfuerzo de los europeos se sejo consiguió introducir una concepha visto recompensado. La ción más flexible que da más margen Comisión y el Consejo Eu- a las operadoras a la hora de reservar ropeo, bajo la presión del Parlamento, ciertas partes de sus redes para prohan acordado poner fin al roaming veer algunos servicios. Aunque las dentro de la UE, bajo ciertos lími- compañías tendrán que garantizar la tes: estancias cortas en el extranjero calidad general en el acceso a Internet y uso responsable. Hasta esa fecha, sin ningún tipo de condicionante. se introduce un régimen transitorio por el que las operadoras tendrán que reducir un 75% los actuales recargos en abril de 2016. “Los europeos han estado pidiendo y esperando el final de los cargos de roaming y han sido escuchados”, declaró en un comunicado el vicepresidente comunitario de Mercado Único Digital, Andrus Ansip. La propuesta contempla una rebaja en abril de 2016 de las actuales tarifas de itinerancia de forma que el recargo máximo que puedan aplicar Áreas transfronterizas las operadoras sea de cinco céntimos El Eixo Atlántico y la RIET (Red por minuto en las llamadas, de dos Ibérica de Estados Transfronterizos) céntimos en los SMS y de cinco cén- fueron los promotores de la campatimos por megabyte en Internet mó- ña ciudadana Zero Roaming, junto vil. El otro gran punto del acuerdo y a las asociaciones de consumidores el que generó mayor conflicto en la de España y Portugal. Satisfechos fase final de las negociaciones, es el con la decisión tomada por las insreferente a la neutralidad de la red. El tituciones europeas, consideran que Parlamento abogaba una defensa más el acuerdo alcanzado es insuficiente

zas han agradecido el apoyo de los ciudadanos europeos a la campaña de recogida de firmas, lanzada en nueve países y apoyada por 113.000 personas en tan solo un mes. “La voz de los consumidores se ha oído con fuerza en estas negociaciones, lo que ha ayudado a impedir la moratoria hasta 2018”, explican en comunicado.  37


grande tema gran tema

O caminho para novos mercados A internacionalização é, cada vez mais, o caminho seguido por muitas empresas portuguesas para crescerem. Espanha é um dos mercados naturais de crescimento, mas algumas têm conseguido avançar também para destinos mais longínquos, ou por via de operações diretas nesses mercados ou através da exportação dos seus produtos ou serviços. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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gran tema grande tema

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nternacionalizar a atividade é uma opção ou uma quase obrigação, hoje em dia, de uma grande parte do tecido empresarial português. Apesar da maior capacidade de financiamento e de alavancagem das grandes companhias, também as pequenas e médias empresas (PME) estão a apostar no avanço para mercados externos, por vezes mesmo para geografias mais longínquas, mas com maior potencial de crescimento. Outra tendência visível é a da internacionalização precoce, ou seja, pouco tempo depois das empresas serem criadas. De acordo com um estudo da Informa D&B, "quando olhamos para os mercados alvo das start-ups e das novas empresas, vemos como alguns empresários deram o passo que conseguiu transformar a necessidade numa excelente oportunidade. São cada vez mais as novas empresas que exportam, um perfil que se revela logo à nascença, já que muitas delas exportam logo no seu primeiro ano de vida. Em 2013, já eram 10% as empresas que exportavam no primeiro ano de vida, mais dois pontos percentuais do que em 2007", salienta Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B (ver caixa na pág. 43). Para muitas empresas, o primeiro mercado de expansão internacional continua a ser Espanha (ver também artigo na pág. 6), tendo em conta a proximidade geográfica e cultural, mas outros destinos mais longínquos estão também a ser desbravados, nomeadamente pelas PME. Vivafit avança para Ásia e Extremo Oriente Uma das empresas que se tem evidenciado pelo seu projeto de expansão internacional é a Vivafit, cadeia especializada em fitness e bem estar/ nutrição vocacionada para o segmento feminino. Pedro Ruiz (na foto), CEO da cadeia de ginásios femininos Vivafit, encarou a internacionalização como uma das bases do crescimento desde o início da constituição da empresa. "Iniciámos o nosso processo de internacionalização em Espanha em 2007, abrindo a pri-

Pedro Ruiz: "Espanha, pela proximidade e ainda por razões culturais – nomeadamente, o facto de ter um comportamento de compra muito idêntico ao de Portugal – funciona quase sempre como teste e ponto de partida da internacionalização" meira operação em 2008. Para todas as companhias portuguesas – e o Vivafit não foi exceção – Espanha, pela proximidade e ainda por razões culturais – nomeadamente, o facto de ter um comportamento de compra muito idêntico ao de Portugal – funciona quase sempre como teste e ponto de partida da internacionalização". A empresa tem contado, neste processo, com o apoio da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de

Portugal. A entrada no mercado vizinho foi, deste modo, apoiada por aquela agência pública, que cedeu à Vivafit um escritório no centro de Madrid. Quanto ao investimento realizado no exterior, a empresa refere que "em Espanha, investimos cerca de 500 mil euros de capitais próprios", enquanto nos restantes países, o investimento tem sido assegurado pelos masters franchises e investidores locais que lançam ginásios da marca portuguesa. Assim, nesses mercados, "o nosso investimento tem sido em propriedade intelectual e marketing, uma vez que o que partilhamos é a marca e o modelo de negócio. Por outras palavras, o investimento em ativos físicos é da responsabilidade dos nossos masters, franchisados e sub franchisados. Estimamos que até à data a marca tenha investido aproximadamente sete milhões de euros", adianta Pedro Ruiz, co-fundador da empresa, juntamente com a empresária Constance Ruiz, a presidente da companhia. Mais tarde, a Vivafit começou a entrar também na Ásia e Médio Oriente, mas com uma nova estratégia. "Inicialmente, abrimos lojas próprias, mas nos últimos seis anos, a nossa expansão internacional tem decorrido através de franchising", completa Pedro Ruiz. Recentemente, a Vivafit assinou ainda um contrato para entrar na Polónia com 22 ginásios, num investimento de cerca de dois milhões de euros. 39


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Esta estratégia de crescimento através de parceiros locais tem permitido à empresa portuguesa acelerar, nos últimos anos, a sua internacionalização. A Vivafit conta já com mais de 60 ginásios em Portugal, Espanha, Índia, Singapura, Indonésia, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Polónia, Cazaquistão, Uruguai e Omã, e, este ano, está a entrar nos restantes países do Golfo Pérsico. A companhia tem ainda intenções de continuar a sua expansão na Ásia, Europa e ainda na América Latina e América do Norte.

Américo Duarte: a Efapel investiu, em média, na internacionalização, nos últimos cinco anos, "cerca de 12% das vendas do mercado externo"

Internacionalização determinante na cionais e outra dedicada exclusivamente visão das empresas à expansão internacional. Também os Questionado sobre a organização responsáveis pelas áreas de marketing, interna da equipa responsável pela in- IT e financeira pensam e dão suporte à ternacionalização, Pedro Ruiz salienta área internacional", refere o empresário, que "neste momento, quase toda a nossa que também é um dos elementos vitais equipa colabora na internacionalização. do desenvolvimento desta área. Temos uma pessoa dedicada exclusivaA internacionalização já faz parte do mente a apoiar os franchisados interna- modus living da empresa, mas também

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da própria visão de negócio da Vivafit, que já é líder em Portugal, em número de unidades, as quais, no entanto, apenas representam um terço do total dos ginásios que fazem parte da cadeia. "Já ultrapassámos a fase de criar processos, manuais, software para Portugal e depois traduzir ou adaptar; atualmente, tudo é criado para o mercado internacional em inglês e depois adaptado e afinado para Portugal, tal como para qualquer outro país. Esta alteração do paradigma na estrutura da companhia e, sobretudo, da mentalidade global do support team da Vivafit, tem-se vindo a revelar um processo demorado, que dura há mais de oito anos e que está sempre em atualização". Pedro Ruiz destaca que apesar da visão da empresa estar já focada nos negócios fora de portas, teve de haver alguma adaptação dos seus funcionários para a nova estratégia global. "Acredito que o facto de toda a equipa falar inglês e da presidente ser americana ajudou muito. No entanto, mudar 180 graus, para um approach “think global, act local”, foi – e é ainda – um processo duro e progressivo, e difícil de inverter, dado tratar-se de uma companhia líder de mercado, já que o normal é tender a mantermo-nos na zona de conforto". E como é feita a prospeção de novos mercados? "A prospeção inicial é realizada através de advertising digital, nomeadamente Google, Linkedin e Facebook ads. No entanto, temos já experiência de que o word of mouth funciona e funciona muito bem"comenta Pedro Ruiz, adiantando outras formas de pesquisa de novos mercados para firmar novos contratos com master franchises nesses países. "Numa segunda fase, estamos presentes em feiras internacionais de franchising e convenções da indústria de health clubs.


gran tema grande tema

As constantes visitas ao estrangeiro dos potenciais parceiros são também indispensáveis", revela ainda o empresário. "A ajuda da AICEP tanto em Portugal como através das suas delegações em todo o mundo, os embaixadores de Portugal, e o próprio Governo têm-se revelado uma mais valia, não só para obter negócio como também para assinar contratos", reconhece Pedro Ruiz, salientando nomeadamente a importância das missões empresariais levadas a cabo pela AICEP. O volume de negócios da rede Vivafit no estrangeiro é de quase 10 milhões de euros e representa já mais de 50% da faturação total do grupo. Efapel: entrada direta em Espanha concretizou-se em 2015 Com clientes em todo o mundo, e sempre a procurar aumentar os seus mercados de exportação, a Efapel é outro caso de sucesso, mas na indústria (foto na pág. ant.). Líder nacional na produção de material elétrico de baixa tensão, a empresa de Coimbra assenta a sua estratégia de crescimento nos mercados externos, por forma a compensar a quebra de negócio em Portugal e a gerar condições para sustentar a sua necessidade de crescimento. Questionado sobre como tem evoluído este processo da empresa, o administrador Américo Duarte frisa que a primeira abordagem internacional surgiu com um cliente na Grécia, em 1988. "Numa feira internacional europeia, surgiu este contacto e a Efapel, através deste cliente, passou a vender os seus produtos e a promover a sua marca nesse país", recorda o administrador e fundador da empresa 100% portuguesa. "Em média, o valor investido no mercado externo, nos últimos cinco anos, corresponde a cerca de 12% das ven-

Fernando Amaral: “A entrada em novos mercados é sempre criteriosamente planeada, exigindo um levantamento minucioso de variáveis que nos permitam tomar uma decisão consciente e informada” das" realizadas no estrangeiro, adianta, frisando que a empresa já exporta para

mais de meia centena de mercados em diversos continentes. Já este ano, a empresa consolidou o seu processo de internacionalização, entrando diretamente no mercado vizinho, onde criou uma subsidiária, a Efapel - Soluciones Eléctricas. A constituição desta empresa, localizada em Salamanca, pretende reforçar as vendas neste mercado estratégico para o grupo português. Esta "opção decorre do ambiente económico favorável vivido neste momento em Espanha, e também do bom desempenho da Efapel nos últimos anos neste mercado", para o qual vende um terço de toda a sua exportação, adianta Américo Duarte. Para já, o objetivo é "reforçar a quota de mercado", através desta nova delegação comercial da empresa. A Efapel está a estudar também a

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grande tema gran tema

possibilidade de lançar uma fábrica na América Latina, mas o projeto ainda não tem data para avançar. A exportação tem sido, para já, o foco do seu rápido crescimento global. "A estratégia de internacionalização da Efapel passa sobretudo pela procura de parceiros certos de negócios (preferencialmente grossistas/ distribuidores de material elétrico), que tenham conhecimento do mercado, uma boa reputação, uma rede de distribuição abrangente e uma boa carteira de clientes internos, resumidamente, que tenham experiência e implantação no mercado", explica Américo Duarte, que é o principal responsável pela vertente da internacionalização da empresa. Para o mercado de Espanha em concreto, a Efapel possui uma equipa de delegados comerciais, que reportam ao diretor comercial de Espanha. Esta equipa, por seu turno, dá apoio aos clientes da Efapel em todo o território espanhol. Nos restantes mercados, os clientes da empresa são acompanhados por uma equipa de vendedores. Quanto à prospeção de novos mercados, esta é efetuada através de contactos estabelecidos em feiras internacionais, ou ainda por pesquisas na Internet, ou ainda através de informações existentes nas câmaras de comércio e na AICEP, ou mesmo por visitas a potenciais mercados. As vendas da exportação representam um terço da faturação da Efapel, que rondou os 26,5 milhões de euros em 2014. 42

ternos públicos ou privados. Sem revelar os valores de investimento já realizado nestes mercados externos, Fernando Amaral refere apenas que "as necessidades específicas de cada mercado, como a moeda ou processos administrativos específicos, por exemplo, mostram como cada empresa se deve adaptar às realidades locais e, neste contexto, a Sendys investiu já mais de 11 mil horas nos ajustes do seu software, o que se traduz num investimento avultado". Além de Moçambique, Angola e Cabo Verde, a Sendys está também no Brasil, depois de ter adquirido uma congénere em S. Paulo, no ano passado. "A prospeção de novos mercados assenta essencialmente no crescimento e segurança da empresa. No caso da Sendys, temos já uma presença forte e consolidada em muitos mercados externos, o que nos permitiu ir construindo uma ampla rede de contactos, bem como conhecer e contactar muitas empresas com uma larga presença internacional. Também participamos em feiras e eventos corporativos que são, de facto, uma excelente ferramenta de networking. Não obstante, a entrada em novos mercados é sempre criteriosamente planeada, exigindo um levantamento minucioso de variáveis que nos permitam tomar uma decisão consciente e informada", enquadra Fernando Amaral, adiantando que, posteriormente, "prosperar nos mercados externos implica compreender e adaptarmo-nos à cultura e práticas negociais existentes, conhecer as empresas, as pessoas, os seus valores e necessidades". "Os mercados externos representam 40% do total da faturação da Sendys e prevemos crescer, até ao final do ano, na totalidade dos mercados". A empresa fechou o exercício de 2013 com um volume de negócios de 4,3 milhões de euros e conta com 110 pessoas ao serviço, a maioria dos quais programadores e consultores.

Sendys aposta nos PALOP O processo de internacionalização da Sendys começou há dez anos, implantando-se em Maputo (Moçambique) e Luanda (Angola), "como um passo natural para o desenvolvimento da empresa", recorda Fernando Amaral, managing partner desta software house portuguesa. "A expansão da Sendys sustentou-se numa lógica de integração e acompanhamento de alguns dos nossos clientes, que iniciaram atividade em mercados de expressão portuguesa e pediram-nos apoio nesse processo. Ao verificar as potencialidades que decorreram não só da cooperação com os nossos clientes, mas também a nível interno, pelo potencial de crescimento dos mercados nos países emergentes, a Sendys resolveu avançar com parcerias locais. No entanto, hoje temos já a nossa própria presença física", comenta o gestor. Um dos mercados de maior aposta tem sido o moçambicano, onde a empresa emprega uma equipa de 12 pessoas, distribuídas por três escritórios, já que recentemente abriu também escritórios em Tete e na Beira. Este mercado representa 35% do volume de negócios da PME portuguesa. "2015 está a ser o melhor ano de sempre nesse mercado, com um crescimento no primeiro semestre na ordem dos 13%", adianta o mesmo responsável. Expansão através do franchising O crescimento internacional tem sido Já na área do comércio, destaque para feito com recurso a capitais próprios, não os casos de duas PME recentes que têm tendo beneficiado de financiamentos ex- registado um forte crescimento dos seus


gran tema grande tema

negócios fora de portas, a Nata Lisboa e a Pelcor. A primeira, lançada há três anos, conta já com 30 lojas em Portugal e no estrangeiro, sendo que a grande maioria é ainda em território nacional. Espanha foi a primeira etapa de expansão internacional, em 2013, seguindo-se a outros países europeus e os Emirados Árabes Unidos. "A nossa expansão tem sido muito rápida, face ao sucesso das unidades existentes e à maturidade comprovada do conceito de produto e do modelo de gestão", frisa João Cunha, diretor de Marketing da Nata Lisboa, realçando que "a marca está presente em Espanha, França, Áustria, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Bélgica num total de 30 unidades. Atualmente, em Espanha, a Nata Lisboa conta já com três unidades franchisadas – Barcelona, Bilbau e Pamplona (a abrir no próximo mês)". Os valores de investimento na expansão das unidades ficam a cargo dos franchisados e variam entre os 60 mil e os 120 mil euros. "A marca Nata Lisboa não contou com quaisquer apoios financeiros" públicos ou privados, embora as unidades franchisadas tenham beneficiado de financiamento "por parte de fundos de apoio ao desenvolvimento do comércio e microempresas". O objetivo é duplicar o número atual de lojas, dando prioridade às principais cidades de Espanha e França, pela proximidade geográfica, existindo ainda contactos para a sua expansão na Europa Central, também em regime de franchising. "O projeto Nata Lisboa foi estruturado desde o primeiro dia numa vertente internacional, assente em parcerias estabelecidas mediante a capacidade dos mesmos de fornecimento e gestão do mercado internacional", sublinha o mesmo responsável. João Cunha destaca ainda que "a generalidade dos parceiros fornece também as lojas internacionais, garantindo o produto português de qualidade. Desta forma, ajudamos também alguns produtores nacionais a internacionalizarem os seus produtos num modelo de sinergias entre todos".

sido assegurada através das redes sociais e da "mediatização da marca nos mass João Cunha: media, e a dinâmica das unidades existentes têm assegurado o processo de ex"O projeto Nata Lisboa pansão". foi estruturado desde "O peso da exportação ainda é inferior ao do mercado nacional representando o primeiro dia numa de 25% de um total de faturação vertente internacional, cerca estimada para 2015, de cinco milhões de assente em parcerias" euros", frisa João Cunha. Também a Pelcor, empresa de acessórios de moda em pele de cortiça de alta Quanto ao modelo de funcionamento qualidade, começa a ganhar relevo no da empresa para a vertente internacional, plano internacional, mas no campo da refere que "a marca tem uma equipa moda. Recentemente, abriu o primeiro de expansão para a internacionalização escritório internacional da insígnia, em do modelo de franquia e uma equipa Nova Iorque. O objetivo anunciado pela de gestão para assegurar o negócio das empresa algarvia é de ainda este ano unidades em funcionamento em todas abrir uma loja naquele mercado. as suas vertentes. Numa primeira fase, Com lojas já em diversos mercados de arranque, a marca intervém na defi- europeus e ainda na Ásia, em concreto nição do espaço comercial, na obra, no no Japão, os planos passam ainda por layout e na implementação dos equipa- expandir a Pelcor noutros pontos do mentos e, numa segunda fase, na gestão mundo, nomeadamente no Dubai, ou com unidades próprias ou através do corrente do negócio". A grande notoriedade da marca tem franchising da marca. 

Novas empresas apostam logo na globalização As novas empresas que têm sido criadas em Portugal começam a apostar mais cedo na internacionalização, conclui um estudo da Informa D&B. De acordo com o estudo "O Empreendedorismo em Portugal entre 2007 e 2014", que analisou as start-ups (empresas com um ano de existência) criadas naquele período em Portugal, grande parte dos empreendedores revela logo uma visão a pensar nos mercados externos como forma de expansão rápida da empresa recém-criada, dando assim um "passo que conseguiu transformar a necessidade numa excelente oportunidade". "São cada vez mais as novas empresas que exportam, um perfil que se revela logo à nascença, já que muitas delas exportam logo no seu primei-

ro ano de vida. Em 2013, já eram 10% as empresas que exportavam no primeiro ano de vida, mais dois pontos percentuais do que em 2007", destaca Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B. "No período que analisámos, e se considerarmos apenas as start-ups exportadoras, cerca de metade do volume de negócios do primeiro ano de vida tem origem nas exportações. Em 2013, este indicador deu um salto para 67%, a taxa mais alta desde 2007, enquanto a média das exportações passa de 138 mil euros em 2007 para 145 mil euros em 2013", conclui a consultora, num artigo de opinião publicado nesta revista (ver edição nº 216), com base no mesmo estudo.

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

Exención fiscal para trabajadores desplazados:

una comparativa ibérica

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l desplazamiento laboral es, desde hace tiempo, moneda corriente en las empresas, tanto dentro de la Península Ibérica como de aquí hacia mercados externos. Encontrar trabajadores que respondan a ese perfil se ha convertido en una necesidad en muchos sectores que, afectados por la crisis, tuvieron que asumir como una prioridad vender fuera. La especialización que este tipo de puestos exige va acompañada de una retribución acorde al lugar de destino, duración del desplazamiento y otras circunstancias personales del trabajador. Por ello, muchos países han optado por incentivar la internacionalización de sus empresas ofreciendo beneficios fiscales a los trabajadores desplazados. Ese beneficio se traduce, en la mayor parte de los casos, en aplicar una exención a determinados rendimientos percibidos por el trabajador. En el caso de España, tenemos, por un lado la exención del artículo 7.p) de la Ley del IRPF y el régimen de excesos del artículo 9.A.3.b).4.º del Reglamento del IRPF. En el primer caso, estará exenta de imposición la retribución devengada por el trabajador durante su estancia en el extranjero hasta los 60.100 euros/ año por aquellos trabajos prestados en favor de una entidad no residente. Además, se requiere que en el país de destino exista un impuesto análogo al IRPF; si existe convenio para evitar la doble imposición se considera cumplido el requisito. En el segundo caso queda exenta

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Por Antonio Viñal Menéndez-Ponte*

la retribución percibida como un de superar la diferencia entre el exceso (de ahí el nombre) respecto montante anual de retribuciones de la retribución “normal” si el tra- percibidas por el trabajador sujetas bajador no hubiera sido desplazado. a impuesto y el montante de retriLas dos opciones son incompati- buciones regulares percibidas en bles, por lo que habrá que analizar el año fiscal anterior (excluyendo en cada supuesto cuál de ellas es la aquí la compensación por motivos más favorable a nuestra situación. de desplazamiento); en segundo En Portugal hasta la Ley 82- lugar, la ley establece un límite absoluto de 10 mil euros. También se exige un requisito formal: la exención depende de un acuerdo escrito entre el empresario y el trabajador en el que se especifique el destino y período de desplazamiento, la remuneración total a pagar y la propia compensación por desplazamiento. Por último, hay un requisito temporal: el trabajador debe pasar fuera un mínimo de 90 días, de los cuales 60 deberán ser necesariamente seguidos. Observamos diferencias importantes entre los regímenes de los dos países: más generoso y sin requisitos temporales el español; el portugués, en cambio, no limita el tipo de entidad a la que el trabajador E/2014, de 31 de diciembre, que puede prestar su trabajo, ni exige la añadió un artículo, el 39-A, al Es- existencia de un impuesto similar al tatuto de los Beneficios Fiscales, no IRPF en el país de destino. En todo existía una exención similar a las caso, ambos países ofrecen una hereseñadas. En virtud de este artícu- rramienta de gran utilidad para las lo, los rendimientos exentos al abri- empresas, que facilita su internago de la norma son aquéllos que se cionalización y les permite aplicar pagan, exclusivamente, a título de una política salarial atractiva. En compensación por el desplazamien- el futuro deberá aumentar el núto y permanencia en el extranjero mero de aquéllas que incorporen la que exceda los límites legales con- exención a su estrategia ya que, por templados en el Código del IRS lo general, sigue siendo un recurso (equivalente al IRPF español). poco utilizado.  No obstante, dicha exención está * Partner da Antonio Viñal & Co. Abogados. sujeta a un doble límite: en primer Lisboa lugar, el importe exento no pue- E-mail: lisboa@avinalabogados.com


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fazer bem Hacer bien

Nino y Nina enseñan a los más pequeños a conocer y entender sus sentimientos La asociación portuguesa Prevenir ha llevado su programa de intervención temprana a 30 colegios españoles y ha trabajado con 1700 alumnos. Oviedo y Tenerife han sido las primeras ciudades en unirse a la promoción de habilidades psicosociales que ya ha llegado a otros lugares de Canarias y quiere dar el salto a todo el país. Logran dar respuesta a diversos problemas asociados con la gestión emocional que los niños y niñas demuestran en su día a día y que afectan el desarrollo saludable de los mismos. Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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a ha pasado más de una década desde que la socióloga canaria Lorena Crusellas crease en Lisboa la asociación Prevenir, una ONG para la prevención y la promoción de la salud. Han trabajado con miles de niños de distintas edades en colegios de todo el país para demostrar que si desde pequeños aprenden a controlar y entender sus sentimientos es más difícil que desarrollen en un futuro comportamientos desajustados y de riesgo como el consumo de drogas, violencia, problemas de salud mental o abandono escolar. Junto a su reducido equipo de especialistas creó un ambicioso programa de intervención que ha ido creciendo con los años. Comenzaron trabajando en el 2002 con los más pequeños y en muchos casos les han acompañado hasta la adolescencia e incluso tienen otro proyecto para trabajar con la tercera edad. Y ya son varios los premios y reconocimientos cosechados por su labor en el sistema educativo portugués. En el 2014 crearon una filial en España, donde esperan poder llevar sus programas que tan buenos resultados están teniendo en Portugal. “Después de varios años de investigación en Portugal intentando prevenir comportamientos más desajustados o de riesgo en una fase de la vida muy temprana, teníamos la necesidad de llevarlo a España”, explica Lorena Crusellas, la presidente de Prevenir. “No tenía sentido ir a España para 46

duplicar programas ya existentes en el ámbito de prevención de la salud y de comportamientos de riesgo. Pero como no hay casi nada en infantil era una buena oportunidad trabajar sobre todo en el mundo de las emociones”, añade. Primero aceptaron la propuesta del gobierno local de Oviedo para trabajar con el programa y después Prevenir lo presentó en Canarias, donde está teniendo también muy buena acogida. Inteligencia emocional “La experiencia está siendo muy buena aunque como es lógico el programa se ha tenido que adaptar al sitio”, reconoce la socióloga. Cree que tanto en Portugal como en España, los pro-

fesores necesitan que se les ayude a enseñar a controlar los problemas que no te enseña el currículo escolar. “Si un niño empieza a tener un comportamiento poco natural puede deberse a algún problema en la familia o en sus emociones y todo repercute en la clase”, advierte Lorena. “El programa te da instrumentos fáciles para que el profesor pueda trabajar. No es algo que hayamos descubierto pero logramos que los profesores trabajen los problemas de forma diferente, de forma positiva, y los resultados están siendo muy buenos”. En España Prevenir ha sabido aprovechar la falta de un programa estructurado sobre inteligencia emocional para edades tempranas, tal y como en un co-


Hacer bien

mienzo hizo en Portugal. “Nino y Nina: Programa de Habilidades”, parte del principio de “intervención temprana” por el que se intenta actuar antes de que los padrones de comportamiento desajustado y de riesgo se instalen en los individuos. “Este programa surge como respuesta a las dificultades reveladas por el profesorado en la gestión da la clase como la falta de autocontrol y aceptación/cumplimiento de normas, los atrasos en el aprendizaje y la falta de habilidad social y de hábitos de vida saludables”, explica la presidente de Prevenir. Además intervienen ante diversos problemas asociados con la gestión emocional que los niños y niñas demuestran en su día a día y que “afectan al desarrollo saludable de los mismos, aumentando la probabilidad del desarrollo futuro de comportamientos desajustados y de riesgo como: consumo de drogas, violencia, problemas de salud mental, abandono escolar, etc...” Apoyo público y privado Tras este primer salto a España, la presidenta de Prevenir cree que el programa es fácilmente adaptable a otros países, “las sesiones son muy prácticas se puede reformular”. Con el paso de los años, “el programa ahora es más dinámico, ha dado el salto para la animación y quién sabe si un

día llega a la tele, algo que nos encantaría”. El programa se ha aplicado a todo tipo de colegios, públicos y privados, y en algunos casos, por pedido de las empresas patrocinadoras, en barrios más conflictivos. “Es muy gratificante saber que gracias a nuestro acompañamiento psicológico de los alumnos se ha podido derivar a muchos de ellos al sistema nacional de salud para que se les pueda acompañar en determinados problemas”, cuenta Lorena. En el caso de un colegio, de 101 niños acompañados un total de 83 fueron derivados a diferentes tratamientos. “Sin este apoyo

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muchos de ellos nunca hubiesen ido al logopeda, psicólogo o a la especialidad requerida porque era difícil detectar el problema sin la ayuda de un especialista”. Este año en Canarias, por ejemplo, el programa ha ayudado a superar un caso de duelo en una familia de los escolares, que perdió a un hijo. Para el nuevo curso Prevenir seguirá trabajando con más colegios españoles, en varias ciudades de las Islas Canarias y están negociando con el País Vasco. Esperan entrar en Madrid y poco a poco en el resto de Comunidades. 

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fazer bem Hacer bien

Re-Food cria núcleo nacional para gerir 20 locais F

oi definida a constituição do Núcleo Nacional da Re-food, uma estrutura que fará a articulação dos 20 núcleos abertos de norte a sul do país e dos 35 que estão em fase de desenvolvimento. Para além da movimentação de comida entre núcleos (haverá sempre excessos em alguns núcleos e falta noutros) este núcleo centrará a sua atividade em serviços gerais, nomeadamente na gestão de escritório, armazém, frota, eventos, parcerias, comunicação, àrea finan-

ceira, entre outros. Hunter Halder, presidente de Re-food, acredita que “a necessidade da criação do Núcleo Nacional espelha o quanto os portugueses se reconhecem e estão recetivos a aderir a este projeto. É com enorme alegria que verificamos que os portugueses de Norte a Sul, de forma individual ou institucional, estão conscientes do absurdo que é deitar fora excedentes de comida quando há fome, e querem activamente combater a fome e o desperdício, oferecendo o

seu tempo e talento à Re-food ou a outras instituições.” Na Re-Food há também oportunidades de parceria para empresas que podem providenciar serviços essenciais e facilitar o crescimento do serviço. Tal como a PLMJ, na área jurídica, a KPMG, em auditoria, a BA&N, em comunicação, entre outros, A Re-food necessita de momento de parceiros nas áreas da contabilidade, informática, comunicação, logística, e outras. 

Santander Totta investiu 5,6 milhões de euros em responsabilidade social O Santander Totta investiu em 2014 um total de 5,6 milhões de euros em matéria de responsabilidade social. O relatório de sustentabilidade do Santander Totta relativo ao ano passado reflete as ações desenvolvidas pelo banco ao longo do ano e incorpora a nova cultura corporativa, que pretende tornar o Santander num banco cada vez mais simples, próximo e justo. O Santander Totta pretende ser um Banco responsável e comprometido com a comunidade, desenvolvendo a sua actividade com a preocupação de contribuir para o progresso económico e social. Neste enquadramento, definiu uma política de responsabilidade social e ambiental assente em quatro eixos: apoio ao ensino superior, proteção do meio ambiente, ação social e gestão de risco ambiental e social. O impulso ao ensino superior, à inves-

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tigação e ao conhecimento continua a ser a principal marca da identidade de responsabilidade social do Santander Totta, com 90% do investimento a ser dedicado a esta área. O Banco continua a alargar os seus convénios com instituições de Ensino Superior portuguesas, tendo actualmente mais de 45 acordos, através dos quais apoia importantes iniciativas para a comunidade universitária. É o caso do Programa de Bolsas de Estágios, que o Banco lançou em 2014, e que vai

proporcionar a 1.500 jovens realizar um estágio remunerado numa PME, nos próximos três anos. O Santander Totta organizou também conferências sobre emprego nas Universidades. De lembrar que o Banco Santander lidera a lista “Global Fortune 500” como a empresa que mais investe em responsabilidade social empresarial (RSE) relativa à educação, segundo o primeiro estudo global, publicado pela Fundação Varkey, em colaboração com a Unesco. 


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setor imobiliário

sector inmobiliario

El comercio mueve 4.000 millones en seis meses

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n el primer semestre de 2015 el sector inmobiliario comercial atrajo cerca de 4.000 millones de euros en España, lo que supone un crecimiento del 69% interanual hasta junio, según datos de la consultora inmobiliaria Cushman & Wakefield. De enero a junio se han cerrado 86 operaciones por un valor medio de 46 millones de euros, mejorando la media de los últimos 10 años. El sector de retail lideró las inversiones con un 41% de las opera-

ciones (1.600 millones), mientras los activos de oficina alcanzaron el 27% y los de Hospitality un 25% hasta un total de 3.954 millones. “El crecimiento no sólo se debe al cierre de grandes operaciones, sino a un comportamiento al alza generalizado en todo el mercado inmobiliario español”, según afirmó Rupert Lea, socio director de Capital Markets Group de Cushman & Wakefield. Las mayores operaciones han sido la compra del centro comercial Plenilunio en Madrid por la compañía francesa Klepierre por 375 millones de euros, y la venta del portfolio de hoteles de Barceló por Hispania Activos Inmobiliarios por 339 millones de euros. 

San José cede su parte inmobiliaria E l grupo San José, presidido por Jacinto Rey, ha culminado su proceso de refinanciación de deuda que pactó a finales de 2014 con sus bancos y que supone ceder a estas entidades la localidad de su división inmobiliaria, un negocio valorado en 1.400 millones de euros. El pacto contempla también la posibilidad de que San José tenga que aportar a un grupo de seis bancos acciones de la empresa representativas de hasta el 35% de su capital social para capitalizar un préstamo de 100 millones de euros en caso de que no lo haya pagado antes de su vencimiento, fijado para octubre de 2019. Las entidades con las que tiene suscrito este préstamo son Banco Popular, Barclays Bank, Bank of América Merrill Lynch, Deutsche Bank y KutxaBank. 

Sareb promueve 1.200 viviendas L a Sociedad de Gestión de Activos procedentes de la Reestructuración Bancaria, más conocida por su acrónimo Sareb ha comenzado a desarrollar 42 promociones inmobiliarias que representan en el mercado 1.200 viviendas, repartidas por Madrid, Cataluña, Andalucía, Comunidad Valenciana, Galicia y Cantabria. La entidad presidida por Jaime Echegoyen tiene como objetivo mantener un ritmo de venta de inmuebles cercano a los 15.000 al cierre de este año. Estas promociones en curso forman parte del total de 600 que recibió de las antiguas cajas de ahorro rescatadas. La entidad ha decidido terminarlas porque ya se encontraban en un avanzado grado de ejecución. 

Reyal Urbis alquila los 11.000 metros cuadrados del Edificio Torrelaguna L a inmobiliaria Reyal Urbis ha puesto en alquiler los 11.000 metros cuadrados del Edifico Torrelaguna, en la mayor operación de oficinas registrada en el segundo trimestre de 2015 en este mercado a nivel nacional. El edificio situado en la calle Torrelaguna 75, en la salida de Madrid por Avenida de América, vuelve a reactivar esta zona de la capital castigada durante la crisis y que actualmente está acogiendo a empresas como Iberia, BNP Paribas o Alstom, entre otras. “Los pronósticos de mejora en el

mercado de oficinas comienzan a ser una realidad. La tendencia de demandas de grandes superficies se va confirmando y pone de manifiesto esta recuperación”, según Íñigo Enrich, director de Oficinas de CBRE España, consultora que ha asesorado la operación. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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sector inmobiliario

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Villa Magna muda de mãos Venda de casas em Portugal continua a crescer O O

empresário português Pedro Queiroz Pereira vendeu o hotel de luxo Villa Magna, localizado em Madrid, a o empresário colombiano Jaime Gilinski, que pagou cerca de 190 milhões de euros pela propriedade, localizada no bairro de Salamanca. Jaime Gilinski, que é o maior acionista do Banco Sabadell, ofereceu 10 milhões de euros mais do que o preço inicial de compra. O hotel foi adquirido em 2001

pela Sodim, holding do presidente da Semapa, Pedro Queiroz Pereira. Na altura, gastou 15 milhões de euros na aquisição do hotel aos japoneses da Shirayama, tendo, posteriormente, investido 50 milhões em obras de renovação. O negócio agora concretizado foi coordenado pela consultora JLL. O novo proprietário está, entretanto, em conversações com os grupos Marriott e Starwood para fechar um acordo com vista à gestão do hotel, que conta com 150 quartos, entre os quais suites de 30 a 290 metros quadrados. Até há dois anos, o hotel foi explorado pelo grupo hoteleiro Hyatt. 

mercado imobiliário residencial continua a recuperar em Portugal, com os preços das casas em alta e o número de transacções também a subir. Enquanto o número de venda de casas em segunda mão aumentou 46,7%, para as 20.162, a vendas de casas novas aumentou 14,6%, para as 5.554. Estes números mostram uma recuperação sustentada do mercado imobiliário residencial, já que o número de casas vendidas atingiu o nível mais elevado desde o último trimestre de 2010, quando foram superadas as 30 mil casas vendidas. Um crescimento que estará também relacionado com as menores restrições que os bancos estão a apresentar na concessão de crédito à habitação. 

Bairros Imobiliária espanhola compra municipais requalificados edifício da Novabase A A

Câmara Municipal de Lisboa vai investir 25 milhões de euros na reabilitação de 21 bairros municipais até 2017. As obras de requalificação serão feitas pela empresa municipal que gere os bairros sociais de Lisboa, a Gebalis, cujos técnicos fizeram um diagnóstico à situação destas zonas e, juntamente com a análise feita por juntas de freguesia e as reclamações dos moradores, definiram quais as áreas prioritárias. Em Lisboa, há 70 bairros municipais. Entre os bairros que vão sofrer intervenções estão o da Ameixoeira, Padre Cruz, Quinta do Cabrinha e o 2 de Maio, por exemplo. Os maiores investimentos serão feitos nos bairros do Condado, da Horta Nova e da Alta de Lisboa. 

imobiliária espanhola Merlin Properties anunciou a aquisição do edifício de escritórios que está arrendado à Novabase, num investimento de 18 milhões de euros, que é o primeiro que a companhia espanhola faz em Portugal. O edifício, que está localizado na Avenida Dom João II, foi construído em 2007 e projetado pela Broadway Malyan. Tem uma área bruta locável de 6.740 metros quadrado, apresentando uma zona comercial e mais sete pisos. “O preço de aquisição supõe uma rentabilidade bruta inicial de acordo com as recomendações

da EPRA (European Public Real Estate Association), de 7,7% (liquida de 7,4%)”, refere um comunicado da companhia, que diz ter em análise uma “carteira de projetos de aproximadamente 2.400 milhões de euros, entre os quais se encontram diversos ativos em Portugal, que poderão somar-se ao adquirido agora, em Lisboa”. Acrescenta que esta “aquisição representou um investimento de 18 milhões de euros, integralmente realizado por fundos próprios, e acrescenta rendas à carteira de ativos da Merlin da ordem dos 1,4 milhões de euros”. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Mapfre compra edificio por 82 millones de euros

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apfre ha formalizado la compra del edificio situado en el número 6 de la Plaza de la Independencia de Madrid, la de la Puerta de Alcalá, por un importe de 82 millones de euros a la Mutualidad Notarial. El inmueble, en una zona de lujo, se dedicará al alquiler de oficinas. El edificio tiene una superficie total superior a los 12.000 metros cuadrados, de los que 4.000 son tres plantas subterráneas con más

de 100 plazas de garaje. Los 8.100 metros cuadrados sobre rasante se distribuyen entre los dos locales comerciales existentes (uno situado en plena Plaza de la Independencia y el otro en la calle Alcalá), la entreplanta y las ocho plantas restantes. Mapfre reformará y acondicionará el edificio y luego lo pondrá en alquiler. Esta inversión patrimonial se enmarca dentro de la política de rotación de activos de la compañía, que tiene una cartera inmobiliaria cuyo valor contable es de alrededor de 2.400 millones de euros, el 4,9% del total de las inversiones del grupo. Mapfre tiene otros edificios en zonas destacadas de la capital, como los situados en el Paseo de Recoletos 23 y 25, o en la zona de Castellana (Avenida de General Perón y Calle Sor Angela de la Cruz). 

Aumento precio de casas C

ataluña y la Comunidad de Madrid son las únicas comunidades autónomas donde los precios registran en el segundo trimestre del año una subida interanual del 1,3% y del 0,6% respectivamente, según la estadística de precios de la tasadora Tinsa. El mercado residencial, inmerso en un proceso de estabilización desde el segundo semestre de 2013, empieza a mostrar indicios puntuales de recuperación, impulsado por las locomotoras tradicionales, las ciudades de Madrid y Barcelona, apuntan. El precio medio en España todavía registra una caída del 2,9% en comparación con el segundo trimestre de 2014. 

Villar Mir vende Hispania adquiere dos su rascacielos edificios de oficinas Grupo Villar Mir ha puesto a la a Socimi Hispania ha adquirido a Equelventa Torre Espacio, el rascacielos L Deka dos edificios de oficinas en Matiene en el norte del Paseo de drid, propiedad de sendos fondos gestiola Castellana de Madrid. El precio del inmueble, situado en la antigua ciudad deportiva del Real Madrid, podría superar los 500 millones de euros. Torre Espacio, de 230 metros de altura y 57 plantas, cuenta con una superficie total alquilable de 60.142 m2, además de 1.173 plazas de aparcamiento. Actualmente el 55% de la superficie del edificio está ocupada por compañías del propio grupo Villar Mir, titular de la torre a través de su división Inmobiliaria Espacio. La corporación que controla y preside Juan Miguel Villar Mir seguirá en las oficinas en el rascacielos en régimen de alquiler. 

nados por la entidad alemana. El precio de la transacción ha ascendido a un total de 54,5 millones de euros, desembolsados íntegramente con fondos propios. El edificio Foster Wheeler se localiza en la calle Gabriel García Márquez, número 2, en Las Rozas, al noroeste de Madrid. Cuenta con una superficie bruta alquilable de 11.058 metros cuadrados distribuidos en tres plantas y 544 plazas de garaje y se encuentra ocupado al 100% como sede por la compañía Foster Wheeler mediante contrato de alquiler. El Edificio 4B Cristalia se encuentra situado en el Parque Empresarial Cristalia, en el nordeste de Madrid, y su superficie bruta alquilable es de 10.928 metros cuadrados distribuidos en siete

plantas y cuenta con 202 plazas de garaje. Estas dos adquisiciones encajan con la estrategia de la compañía en el segmento de oficinas en zonas consolidadas de la capital española. Además la firma ha comprado el Gran Hotel Atlantis Bahía Real, de categoría 5 estrellas Gran Lujo y 242 habitaciones, y el Suite Hotel Atlantis Fuerteventura Resort, de categoría 4 estrellas Superior y 382 habitaciones, localizados en las Islas Canarias. Ha invertido un total de 105 millones de euros. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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sector inmobiliario

setor imobiliรกrio

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Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Paço do Conde alarga oferta premium de vinhos Propriedade da família Castelo Branco, os vinhos Herdade Paço do Conde contam com mais duas propostas para o segmento premium: Reserva Branco 2014 e Winemaker Selection 2011, apresentadas em Lisboa, no passado dia 24 de junho. Vinhos a comercializar em Portugal e no mercado externo, que já absorve 70% da produção.

J

osé António Castelo Branco provém de “uma família com uma forte ligação à agricultura”, mas foi com ele à frente do grupo Paço do Conde que o negócio de vinho e azeite prosperou, tendo alcançado um volume de negócios de sete milhões de euros, no ano passado. Atualmente, o grupo Paço do Conde explora 4.500 hectares de área agrícola no baixo Alentejo, detendo 2.700 hectares do total explorado. A plantação de vinhas arrancou em 1995, sendo em 2002 criada a Sociedade Agrícola Encosta do Guadiana (SAEG) como produtora de vinhos do Sul do Alentejo. “Com a entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE), houve apoios para o cultivo de vinhas no Alentejo”, lembra José António Castelo Branco, frisando que o potencial era enorme: “Encontrámos terrenos, antes usados para pastoreio com condições excelentes e tivemos uma boa surpresa em 2002, o primeiro ano em que engarrafámos vinho. 54

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

O terroir tem vindo a aprimorar-se de ano para ano.” O grupo planta já 160 hectares de vinha, produzindo 1,7 milhões de litros de vinho. Com as vinhas que plantaram recentemente, a produção deverá chegar aos 2,2 milhões.

A adega produz 1,7 milhões de litros de vinho e o lagar seis milhões de litros de azeite por ano José António Castelo Branco informa que entre 70 a 80% da produção é exportada, sobretudo para países como Canadá, EUA, Suíça, Brasil, Holanda, Dinamarca e China (Hong Kong, Macau e Pequim). A adega, comandada pelo enólogo Rui Reguinga, produz as marcas “Herdade Paço do Conde” e “Herdade

das Albernoas”. No passado dia 24 de junho, o grupo apresentou os seus mais recentes vinhos, no restaurante lisboeta Eleven: o Herdade Paço do Conde Reserva Branco 2014 e Herdade Paço do Conde Winemakers Selection 2011. “Dois vinhos inéditos, personalizados e dirigidos ao segmento mais exigente e qualificado do mercado que, à semelhança da Herdade Paço do Conde Reserva tinto 2011, lançado no ano passado, representam também o que de melhor se faz na Herdade”, salienta o grupo em comunicado. O Herdade Paço do Conde Reserva Branco 2014 “é um vinho com personalidade, que revela toda a paixão pelo terroir único da Vidigueira que lhe deu origem”. Zona de excelência da casta Antão Vaz, como explica o enólogo Rui Reguinga. Este vinho nasce “da seleção das melhores uvas da casta Antão Vaz e da fermentação em barricas novas de carvalho francês com estágio de nove meses com bâtonnage”. Tratase de reserva, que “apresenta aroma exuberante e complexo, a par de uma


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elegância notável evidenciando um final longo, firme e persistente”. Por seu lado, o Herdade Paço do Conde Winemakers Selection 2011, “cuja vivacidade se prolonga no tempo”, foi “produzido a partir de uma criteriosa seleção de uvas da casta Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah”, tendo estagiado durante cerca de 14 meses em barrica de carvalho francês. A adega acrescenta ainda que este vinho “apresenta cor granada profunda com um perfil de aroma intenso e complexo, com notas balsâmicas, de ameixa e cereja preta”, sendo “um vinho que se revela elegante e soberbo de textura com final longo e persistente”. Os vinhos Herdade Paço do Conde Reserva Branco 2014 e Herdade Paço do Conde Winemaker Selection 2011 já estão disponíveis nos habituais canais de distribuição e grandes garrafeiras por um P.V.P. recomendado de 12 euros e 25 euros, respetivamente. Os dois novos produtos da adega foram servidos num almoço com um menu especialmente pensado pelo chefe do Eleven, Joachim Koerper, para harmonizar com os vinhos apresentados. Presente estava também o azeite virgem extra Herdade Paço do Conde. A produção de azeite é outra área relevante no grupo. O olival começou em 1998, sendo os Castelo Branco a

família portuguesa com maior área de olival em Portugal, chegando aos 1250 hectares. A produção de azeite ronda atualmente os seis milhões de litros, sendo o mercado externo o seu principal destino. Quer no que diz repeito ao vinho, que ao azeite, “a preocupação máxima é com a qualidade e com a sustentabilidade”, realça José Castelo Branco. Assim, na Herdade Paço do Conde utiliza-se a irrigação gota a gota e produz-se as variedades de azeitona Galega, Cobrançosa, Azeiteira, Frantoio, Arbequina e Picual. “A procura de alta qualidade motivou a introdução das variedades referidas. A fraca precocidade e produtividade de algumas variedades é compensada pela superior qualidade obtida”. José Castelo Branco explica que colhem a azeitona verde, o que faz com que a produção de azeite seja baixa, mas acautela a oxidação. “Produzo menos, mas com mais qualidade”, garante. Relativamente às vinhas houve a preocupação de escolher criteriosamente os solos, a exposição solar e as castas: “A vinha com 150 hectares em solos franco-argilosos de xisto, com exposição solar a sul, está dividida em parcelas de declives suaves. Foram selecionadas as castas tintas Aragonez, Trincadeira, Castelão, Touriga Nacional,

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Syrah, Merlot, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. Para os brancos, as variedades Antão Vaz, Arinto, Verdelho e Viognier são a nossa oferta.” A adega informa que “toda a área é regada com sistema gota a gota, que permite um equilíbrio perfeito na maturação das uvas face a verões longos, muito secos e quentes” e que “a vindima é feita à noite para que as uvas sejam colhidas nas melhores condições, a temperaturas consideravelmente mais baixas que de dia, onde chegam a atingir 35 a 40º C”. Como “a vindima é quase exclusivamente mecânica, permite colher rapidamente as uvas no ponto ótimo indicado pelas análises de controlo de maturação”. A Herdade Paço do Conde diz ter “propostas adequadas a cada gosto e momento, como o confirmam os mercados, os concursos e a imprensa especializada por todo o mundo, e oferece, com diferentes níveis de complexidade e estilos, desde os vinhos de lote aos monovarietais, opções mais acessíveis como o Herdade das Albernoas, a vinhos exclusivos como o Herdade Paço do Conde Winemakers Selection”.  55


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Conservas portuguesas no roteiro de verão lisboeta A

té ao final de agosto ainda pode conhecer “Um roteiro cheio de lata” na senda da centenária indústria de conservas portuguesas. Esta viagem arranca no Lisbon Story Centre, em plena Praça do Comércio, em Lisboa, onde “é oferecido aos visitantes uma lata de conservas vazia e um voucher a ser utilizado nos outros pontos da Rota das Conservas”. No centro onde é contada a história de Lisboa, poderá também ver a exposição “Latas de conserva de outros tempos”, que corresponde à “mais completa coleção privada de latas de conservas portuguesas, cerca de 300 latas das mais variadas marcas e empresas icónicas, cedidas temporariamente pelo Centro de Artes Culinárias de Lisboa, uma verdadeira viagem no tempo através das latas de conservas de diferentes épocas”.

A coleção pertence a Maria Proença e reúne o espólio da irlandesa residente em Portugal Carole Garton. Os visitantes do Lisbon Story Centre poderão ainda ver uma peça candidata ao Guiness World of Records: “uma sardinha em crochet e tricot em tamanho XXL, embaixadora da cultura portuguesa e símbolo de uma comunidade ativa”. O projeto, liderado pelas artesãs Vera Ferreira Correia, Ana Carrilho, Dina Gama e Margarida Macedo, contou também com a participação de crocheteiras e tricotadeiras de todo o país e ultrapassou a fasquia dos 1000 quadrados de 15x15 cm, ficando com oito metros de comprimento e 1,60m de altura. A Rota das Conservas prevê também

a possibilidade de criação de uma lata de conserva (mediante a apresentação do voucher) fechada a cravadeira, no Quiosque das Conservas, situado nos Armazéns do Chiado. O percurso passa ainda pela “Loja das Conservas” (rua do Arsenal), a maior do país, onde estão representadas marcas de 18 empresas do setor conserveiro português (mais de 700 referências), bem como pelo restaurante Can the Can (Praça do Comércio), especialista em pratos confecionados com o melhor das conservas nacionais. 

Renovada a sala de provas da Vini Portugal em Lisboa L

ocalizada na renovada Praça do Comércio, o coração da baixa lisboeta, a Sala Ogival foi também renovada, com o objetivo de atrair mais visitantes nacionais e internacionais e reforçar o conhecimento dos vinhos de Portugal. A inauguração do melhorado espaço, explorado pela Vini Portugal, órgão oficial de promoção dos vinhos portugueses, contou com José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura. “Com uma aposta na promoção de um programa mais alargado com maior oferta de

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provas temáticas ao fim-de-semana, a renovada Sala Ogival estimulará o maior contacto entre o visitante e o vinho, ao mesmo tempo que uma vasta coleção de livros e revistas estarão ao dispor dos enófilos para assim melhor poderem conhecer o Portugal vinícola, as suas regiões e sua história”, explica a Vini Portugal, em comunicado, adiantando também que “abrir mais o espaço à cidade e aos turistas foi o alvo primordial da renovação que procurou tornar o espaço mais acolhedor e funcional, proporcionando aos visitantes

um ambiente mais convidativo à prova de vinhos”. O designer Eduardo Aires/White Studio, responsável pela reestruturação e renovação do espaço, diz que “procurou criar um espaço como biblioteca, sem ser uma biblioteca, uma adega, sem ser adega e uma taberna, sem ser taberna”. O espaço de biblioteca da renovada Sala Ogival utilizou nos pavimentos e revestimentos derivados de cortiça oferecidos pela Corticeira Amorim simbolizando a forte ligação entre estes dois produtos: a cortiça e o vinho. 


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Sogrape considerada melhor Xavier Santana produtora vinícola do mundo 2012 no top 10 mundial dos moscatéis O

A

maior exportadora portuguesa de vinhos, a Sogrape, foi considerada a melhor produtora vitivinícola do mundo em 2015, de acordo com o ranking da World Association of Writers and Journalists of Wines and Spirits (WAWWJ). Entre os critérios de análise está a avaliação dos prémios conquistados por cada produtor num conjunto selecionado de concursos internacionais realizados ao longo do ano. A Sogrape somou 131 prémios em 10 dos 75 concursos avaliados, o que lhe deu mais de 3.000 pontos, calculados de acordo com a importância das medalhas em causa, colocandoa no primeiro lugar da lista da WAWWJ. “É com grande satisfação e orgulho que recebemos esta distinção, que mostra o reconhecimento internacional pelo caminho que temos prosseguido nos últimos anos para ser uma referência ibérica de vinhos de qualidade”, comentou Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape. Em Portugal, a Sogrape Vinhos acaba de ser considerada Golden Company nos Investor Relations

& Governance Awards (IRG Awards), iniciativa criada há 28 anos pela consultora Deloitte e que criou este ano esta nova categoria. Os IRG Awards visam distinguir “o que de melhor se faz no mercado financeiro português”. Em comunicado, o grupo assinala que “com uma história de mais de 70 anos, e que desde o primeiro momento se caracterizou por fortes valores na construção de um futuro sólido e cada vez mais ambicioso”, vê este prémio como “uma importante homenagem à cultura empresarial que fez da Sogrape a principal empresa de vinhos em Portugal”. O grupo, fundado em 1942 por Fernando van Zeller, e detentor de marcas como Gazela, Sandeman e Casa Ferreirinha, tem outro motivo de celebração, já que viu pelo terceiro ano consecutivo o seu Mateus Rosé a ser distinguida como uma das 50 marcas de vinho mais admiradas do mundo de acordo com o ranking publicado pela prestigiada publicação Drinks International. A Mateus Rosé foi a única marca portuguesa deste ranking.

Moscatel de Setúbal Xavier Santana 2012 é o único moscatel português a figurar no TOP 10 de 2015 dos Melhores Moscatéis do Mundo, apurado na mais recente edição do Concurso Internacional Muscat du Monde, que decorreu nos dias 1 e 2 de julho, na cidade de Frontignanla-Peyrade, em França. “Considerado um dos melhores eventos internacionais de vinhos moscatel, pela representatividade e pelos rigorosos métodos de avaliação”, este concurso que teve a sua 5ª edição, elegeu as 10 melhores classificações dos moscatéis que receberam medalha de ouro. No certame foram ainda distinguidos o Moscatel de Setúbal Superior 2005 - Casa Ermelinda Freitas, com medalha de ouro, e com medalha de prata o Moscatel de Setúbal 2013 – Adega de Palmela e o Moscatel do Douro Doc Adega de Favaios 1980. Portugal, com quatro medalhas, foi depois da França e de Espanha, o país mais medalhado. Em prova estiveram 209 moscatéis de 22 países. O júri internacional atribuiu 69 medalhas, 24 de ouro e 45 de prata. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Alfa Romeo Giulia

Novo sem esquecer o passado Denomina-se Giulia, estará à venda em 2016 e traz consigo um objetivo ambicioso. A Alfa Romeo pretende sextuplicar as suas vendas até 2018, atingindo as 400 mil unidades por ano.

E

Fotos DR

ste novo modelo da marca italiana é o primeiro após a formação da FCA (agrupamento das marcas Alfa Romeo, Fiat, Ferrari, Maserati, Jeep, Chrysler e Dodge). A versão Quadrifoglio, a mais potente da gama, possui um motor de 6 cilindros biturbo de 510 cavalos elaborado pela Ferrari. Esta versão é para concorrer diretamente com o BMW M3, Mercedes C63 AMG ou Audi RS4. A plataforma tem origem na utilizada no Maserati Ghibli e possui tração traseira, existindo versões de tração integral. 58

O Giulia conta com um nível de mecânica avançado, baseada numa base totalmente nova e global, que pode criar modelos com tração traseira ou integral e com motores de quatro ou seis cilindros em linha ou V6, que podem variar a potência de 180 a mais de 500 cavalos. Nesta nova cartada da Alfa Romeo – este novo familiar desportivo – está inerente a

força para se renovar. Não é por acaso que a data do lançamento coincide com o aniversário dos 105 anos do fabricante. Logo de início nota-se a tentativa da marca italiana de se basear na


sector automóvil Setor automóvel

sua história com o uso do nome Giulia. O batismo original era de uma berlina da empresa dos anos 1960 e 70 que ajudou a disseminar a veia desportiva da Alfa Romeo. O “resgate” é uma ponte entre os anos dourados e a nova direção. Em termos estéticos, os designers da marca tentaram e conseguiram criar algo novo sem esquecer o passado. A grelha ostenta o logótipo recentemente modernizado, que não abandonou as raízes ao manter a cruz e a serpente. Os faróis de corte irregular lembram o Audi, ainda que tenham a ver com o que a empresa comercializou nas últimas décadas. Já o acabamento das tomadas de ar e os vincos do capô têm muito dos coupés 4C e 8C.

Nas laterais, os vincos marcantes reforçam a imagem desportiva, principalmente as saídas de ar das caixas de roda. As portas dianteiras lembram os BMW, enquanto as traseiras contam com um corte irregular. Atrás, as óticas seguem como forte característica da Alfa Romeo, agora compostas por LED. Os conjuntos óticos, porém, remetem à Audi quando unidos à tampa do porta-malas, especialmente no ressalto superior do espaço da placa e do para-choque. As duas saídas de escape duplas e o difusor traseiro mostram que o Giulia é um desportivo de respeito. Neste momento ainda não temos informação de todas as versões que vão ser lançadas para o mer-

cado, mas a versão de topo Quadrifoglio, que irá ser lançada no início de 2016 usa um V6 a gasolina biturbo com injeção direta, desenvolvido em parceria com a Ferrari e Maserati, que gera 510 cavalos e que pode fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos. Conforme os seus “primos” da Maserati, o Giulia tem uma distribuição de peso perfeita: 50% para cada eixo, o que aumenta brutalmente a eficiência dinâmica, sobretudo numa condução mais desportiva. Os preços ainda não estão disponíveis, mas devem rondar os valores dos seus principais rivais, claro, dependendo da versão. 

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Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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barómetro financeiro

barómetro financiero

Setor da construção em Portugal volta a cair

Foto DR

A

produção da construção voltou a cair em Portugal, em maio, enquanto aumentou 0,3% no conjunto da Zona Euro, comparativamente a igual período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat. Este setor conheceu, assim, o primeiro crescimento em quatro meses. Na União Europeia, o aumento foi

de 0,5%, o que também representa o maior crescimento desde janeiro. Portugal contrariou este crescimento e registou uma queda de 1,4%. Em queda estiveram também a produção do setor da construção em França (-2,8%), Itália (-2,5%) e Eslovénia (-9,9%). O maior aumento homólogo, dentro da Zona Euro, foi registado pela Holanda (16,4%).

Atividade económica estagna em maio

Importações crescem mais que exportações pelo 3º mês consecutivo

O consumo privado teve um crescimento homólogo mais modesto em maio, tendo o investimento registado mesmo uma diminuição, de que resultou uma estagnação do indicador de atividade económica, embora o indicador de clima económico (qualitativo) tenha continuado a crescer para máximos de 2008. No que diz respeito ao consumo duradouro, a venda de automóveis, que vinha a crescer a um ritmo muito forte, teve uma variação homóloga ligeiramente menor em junho (30,1%, contra 32,7% em maio). Já o consumo corrente, depois de ter estabilizado em abril, desacelerou em maio. Em contrapartida, o indicador qualitativo do INE, que se baseia em opiniões dos empresários do comércio e do retalho, atingiu em junho o valor mais elevado desde 2002, enquanto o indicador de confiança dos consumidores "diminuiu ligeiramente nos últimos três meses".

A venda de bens ao exterior cresceu 3,5% em maio, quando comparado com o mesmo período de 2014. Todavia, as importações aumentaram 6,2%, no mesmo período, adianta o INE. As exportações cresceram devido à venda de carros e combustíveis, as importações graças ao material de transporte e também à compra de carros. Em termos das variações homólogas mensais, em maio de 2015 as exportações aumentaram 3,5%, devido ao comércio intracomunitário (em especial devido aos veículos e outro material de transporte e aos combustíveis minerais), dado que se registou uma redução no comércio extra-UE, de acordo com a mesma nota do INE. "As importações aumentaram 6,2%, em resultado da evolução tanto do comércio intraUE como do extra-UE, refletindo sobretudo o acréscimo registado nos veículos e outro material de transporte. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em maio de 2015 as exportações aumentaram 1,1% e as importações aumentaram 6,4% (respetivamente +5,3% e +13,1% em abril de 2015)", adianta o INE.

Ouro cai para mínimos de cinco anos

Inflação mantém tendência de queda na União Europeia em junho

No final de julho, o ouro sofreu uma forte desvalorização, tendo atingido o valor mais baixo desde 2010. No passado dia 20, o ouro caiu um máximo de 4,2%, para 1.086,18 dólares (998,2 euros) por onça, uma queda de mais de 40 dólares, e que representou o valor mais baixo desde março de 2010. A expetativa de que um aumento das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) dos EUA ocorra em breve está a provocar uma queda nos preços dos metais preciosos, em particular do ouro. Uma subida dos juros contribui para valorizar o dólar, diminuindo, assim, a atratividade do investimento de refúgio como os metais preciosos face a outros ativos. Adicionalmente, a China, o maior produtor mundial de ouro, revelou recentemente um ganho nas reservas deste metal precioso inferior ao estimado pelos analistas. Além do ouro, também a prata, o paládio e a platina registaram desvalorizações no mesmo período.

A inflação na Zona Euro caiu, em junho, para 0,2%, enquanto no conjunto da União Europeia os preços oscilaram ainda menos – apenas 0,1%. Desde que o BCE avançou, em março, com o programa de expansão monetária, com a compra mais alargada de ativos, que a inflação tinha deixado de cair na Zona Euro e na União Europeia. Mas essa subida foi invertida no mês de junho. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, a inflação da Zona Euro em junho fixou-se nos 0,2%, o que compara com 0,3% em maio. Também na União Europeia, a inflação no sexto mês do ano foi de 0,1%, caindo face aos 0,3% de maio. Do lado dos países que viram os preços crescerem, Portugal é dos que maior inflação registou em junho, com o indicador a fixar-se em 0,8%. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero-mayo de 2015

L

os últimos datos estadísticos hechos públicos recientemente por el Estacom del Instituto Español de Comercio Exterior referentes a los cinco primeros meses del año reflejan el dinamismo que vive el comercio hispano portugués, verificándose crecimientos en ambas direcciones. Las ventas españolas a Portugal arrojaron un valor que supera los 7.210,7 millones de euros frente a 7.207,3 millones de euros alcanzados en igual periodo de 2014, lo que significa un aumento del 4,7%. Por lo que a las compras españolas se refiere el incremento fue más significativo habiendo alcanzado los 8,4%, pasando de los 4.063,9 millones de euros en 2014 a los actuales 4.404,8 millones. Si analizamos la evolución en términos mensuales mayo fue el periodo en el que se verificó el mayor aumento en las com-

pras españolas a Portugal habiendo su- caída de dos posiciones del mercado perado los 936,3 millones de euros fren- portugués dando paso a los mercados te a los 890,6 millones de euros en el de Italia y Reino Unido. Estos dos mermes de abril, y ocupa la segunda posi- cados tradicionalmente secundaban el ción en lo que a las ventas españolas se mercado portugués. Es posible que esterefiere, con una cifra que supera los mos ante una situación puntual y que a 1.485,2 millones de euros, frente a los lo largo del año vaya recuperando su 1.483,5 millones registrados en el mes posición de tercer mayor cliente de España. En términos globales, el mercado anterior. El comercio entre los dos países ibéricos portugués representó el 5,4% del coha generado un superávit favorable a Es- mercio exterior global español, que repaña de 2.805,9 millones de euros y una presentó una cifra de 215.267 millones de euros. tasa de cobertura que ronda los 163,7% Por lo que a la distribución sectorial En los cuadros 2 y 3 que recogen la distribución geográfica del comercio ex- del comercio bilateral se refiere (cuaterior español, Portugal se sitúa en la dros 4 y 5) la demanda española estuvo quinta posición entre los principales encabezada por los vehículos automóclientes de España con un peso relativo viles; tractor con 534,5 millones de del 7% y la octava posición en el ran- euros que representan el 12,1% del toking de principales proveedores con un tal de las compras españolas a su vecino Portugal, seguido de los combustibles, peso relativo del 3,9%. Se habrá de señalar en el cuadro 2 la aceites minerales con 499 millones de

Balanza

1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-mayo 2015 VENTAS ESPAÑOLAS 15

COMPRAS ESPAÑOLAS 15

Saldo 14

Cober 14 %

1.273.065,27

787.297,60

485.768

161,70

1.394.797,28

779.497,73

615.300

178,94

feb

1.424.674,66

881.040,78

543.634

161,70

1.338.884,15

766.810,74

572.073

174,60

mar

1.544.255,54

909.551,96

634.704

169,78

1.454.677,19

822.211,81

632.465

176,92

abr

1.483.478,88

890.593,70

592.885

166,57

1.532.349,96

782.847,71

749.502

195,74

may

1.485.269,66

936.319,08

548.951

0,00

1.486.578,30

912.595,57

573.983

162,90

jun

0,00

0,00

0

0,00

1.482.773,80

871.005,17

611.769

170,24

jul

0,00

0,00

0

0,00

1.570.348,08

879.267,89

691.080

178,60

ago

0,00

0,00

0

0,00

1.364.765,16

687.959,14

676.806

198,38

sep

0,00

0,00

0

0,00

1.697.509,98

875.454,32

822.056

193,90

oct

0,00

0,00

0

0,00

1.799.843,69

918.444,34

881.399

195,97

nov

0,00

0,00

0

0,00

1.426.480,47

867.186,35

559.294

164,50

dic

0,00

0,00

0

0,00

1.464.870,06

845.054,06

619.816

173,35

7.210.744,02

4.404.803,13

2.805.941

163,70

18.013.878,11

10.008.334,83

8.005.543

179,99

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

62

Cober 15 %

VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 14 ESPAÑOLAS 14

ene

Total

Saldo 15


Rankings 2.Ranking principales paises clientes de España enero a mayo 2015

euros (11,3%) y en la tercera posición las materias plásticas; sus manufacturas con 251,0 millones (5,7%). En la oferta española el sector de los vehículos automóviles; tractor encabeza, asimismo, la lista con una cifra que supera los 735,8 millones de euros (10,2% sobre el total de las ventas) seguido de las máquinas y aparatos mecánicos con 460,1 millones de euros (6,4%) y en la tercera posición las materias plásticas; sus manufacturas con 457,9 millones de euros (6,4%). En la distribución geográfica por comunidades autónomas destaca Cataluña que sigue liderando el ranking de los principales proveedores de Portugal con una cifra de ventas que supera los 1.810,8 millones de euros, seguido de la CC.AA. de Madrid con 1.115,2 millones de euros y Galicia con 929,9 millones. En dicho periodo la principal partida de las ventas catalanas a Portugal fueron los vehículos automóviles, tractores con 259,1 millones de euros, en la CC.AA. de Madrid destacan las máquinas y aparatos mecánicos con 138,2 millones de euros y en el caso de Galicia el primer puesto lo ocupa los pescados, crustáceos, moluscos con 97,2 millones de euros. En el sentido opuesto, Galicia encabeza la lista de los principales clientes de Portugal, con una cifra de 788,5 millones de euros, seguido de la CC.AA. de Madrid, con 765,4 millones de euros, y Cataluña, con 721,6 millones de euros. Las prendas de vestir, de punto con 126,1 millones de euros encabeza la lista de las compras gallegas a Portugal, en el caso de la CC.AA. Madrid la demanda está liderada por la partida de tabaco y sus sucedáneos, con 92,1 millones de euros, y en la CC.AA de Cataluña la lista está encabezado por los combustibles, aceites minerales, con una cifra de compras que supera los 87,2 millones de euros. 

Orden País

Importe

1

001 Francia

16.125.686,41

2

004 Alemania

11.221.286,18

3

005 Italia

7.855.422,90

4

006 Reino Unido

7.565.450,25

5

010 Portugal (d.01/01/86)

7.210.744,02

6

400 Estados Unidos

4.522.374,62

7

003 Países Bajos

3.301.690,60

8

017 Bélgica (d.01/01/99)

2.602.757,72

9

204 Marruecos

2.431.890,93

10

052 Turquía

2.088.393,60

11

060 Polonia

1.935.903,77

12

720 China

1.779.591,26

13

412 México

1.729.155,83

14

039 Suiza (d.01/01/95)

1.596.171,71

15

208 Argelia

1.365.001,47

16 17 18 19 20

632 Arabia Saudí 952 Avituallamiento terceros 508 Brasil 732 Japón 030 Suecia SUBTOTAL TOTAL

1.333.291,42 1.198.508,71 1.189.837,00 1.086.093,07 909.098,30 79.048.349,78 102.916.334,08

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

3.Ranking principales paises proveedores de España enero a mayo 2015 Orden País

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero a mayo 2015 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

534.541,17

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

498.984,76

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

250.992,27

4

61 PRENDAS DE VESTIR, DE PUNTO

250.987,92

5

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

172.374,66

6

24 TABACO Y SUS SUCEDÁNEOS

172.054,43

7

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

168.695,21

8

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

151.792,52

9

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

142.696,31

TOTAL

4.404.803,13

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero a mayo 2015 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

735.777,31

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

460.135,83

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

457.932,88

4

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

369.814,99

5

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

369.484,80

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

289.418,40

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

238.001,03

8

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

211.482,93

9

62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO

195.235,22

TOTAL

7.210.744,02

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

Importe

1

004 Alemania

14.550.070,35

2

001 Francia

12.701.667,78

3

720 China

9.275.538,38

4

005 Italia

6.908.266,71

5

400 Estados Unidos

5.523.764,88

6

006 Reino Unido

4.708.487,94

7

003 Países Bajos

4.531.648,27

8

010 Portugal (d.01/01/86)

4.404.803,13

6.Evolución del Intercambio Comercial Portugal-España 2015

9

017 Bélgica (d.01/01/99)

2.887.515,92

10

208 Argelia

2.686.011,16

11

204 Marruecos

2.028.085,77

12

060 Polonia

1.960.891,35

13

052 Turquía

1.910.031,79

14

288 Nigeria

1.749.690,19

15

412 México

1.490.704,14

16

061 República Checa (d.01/01/93)

1.490.356,54

CC.AA.

17

632 Arabia Saudí

1.452.200,22

Cataluña

1.810.842,21

Galicia

788.453,64

18

007 Irlanda

1.324.666,17

Madrid, Comunidad de

1.115.185,50

Madrid, Comunidad de

765.387,12

19

664 India

1.322.035,40

Galicia

929.906,86

Cataluña

721.591,09

20

075 Rusia (d.01/01/92)

1.315.548,01

Andalucía

762.844,00

Comunitat Valenciana

419.265,28

Comunitat Valenciana

430.363,32

Andalucía

407.944,96

Castilla-La Mancha

409.167,20

Castilla y León

261.826,76

SUBTOTAL TOTAL

84.221.984,10 112.350.703,95

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

7.Ranking principales cc.aa proveedoras/clientes de Portugal enero a mayo 2015 VENTAS ESPAÑOLAS 15

COMPRAS ESPAÑOLAS 15

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

63


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Empresas españolas fabricantes de vidrio templado de 19 mm de espesura y 2400 mm de diámetro

DP150502

Empresa portuguesa de equipamientos médicos, busca empresas españolas del sector interesadas en comprar productos médicos y hospitalar de esterilización y desinfección

OP150401

Empresa portuguesa de logística busca empresas portuguesas que exporten para España

OP150402

Empresa portuguesa de logística busca importadores españoles de tejidos para toallas; algodón rizado y felpa

OP150403

Empresa portuguesa fabricantes de equipos en inox busca empresas españolas del sector para presentar sus productos

OP150404

Empresa portuguesa de comercialización de sistemas de digitalización 3D busca contactos de empresas españolas para presentar sus productos

OP150405

Empresa portuguesa del sector de la metalurgia busca empresas españolas fabricantes de semirremolques, compresores, generadores, máquinas de embalaje y máquinas y equipamientos eléctricos para presentar sus servicios

OP150406

Empresa portuguesa del área de la distribución de bricolaje y afines busca socio español para aumentar la distribución de sus productos

OP150407

Empresa portuguesa de asesoría busca empresas españolas de transporte de mercancías en Galicia, Cataluña y Madrid para presentar sus servicios

OP150501

Empresa portuguesa distribuidora de café busca empresas españolas interesadas en representar sus productos

OP150502

Empresa portuguesa del sector textil busca empresas españolas del mismo sector para una relación comercial

OP150503

Empresas españolas importadoras de fruta

DP150504

Empresas españolas fabricantes de máquinas para la producción de hielo seco

DP150505

Empresas españolas fabricantes de biscotes

DP150506

Empresas españolas de metalúrgia

DP150601

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas fabricantes de tubos de aço com solda helicoidal

DE150506

Empresa espanhola do setor das ferramentas industriais procura empresas portuguesas que trabalham com madeira e metais para apresentar os seus produtos

OE150401

Empresa espanhola procura distribuidores de artigos sanitários para distribuir os seus produtos em Portugal

OE150402

Empresa espanhola do setor da alimentação procura empresas portuguesas que importem vitelo ou cordeiro em carcaça/canal

OE150403

Empresa espanhola do setor dos móveis procura empresas portuguesas do setor da bricolagem (distribuição) para apresentar os seus produtos

OE150404

Empresa espanhola do setor da biotecnologia procura fabricantes de testes de diagnóstico de doenças infecciosas em Portugal para apresentar os seus produtos

OE150405

Empresa espanhola fabricante de elementos logísticos de plástico procura empresas portuguesas importadoras de paletes de plástico

OE150406

Empresas importadoras portuguesas

DE150508

Empresas portuguesas importadoras/distribuidoras de puericultura têxtil

DE150509

Clínicas de medicina estética em Portugal

DE150510

Empresas portuguesas de contabilidade

DE150511

Agente comercial para o mercado português, além de fabricantes de peças de malha e camisolas

DE150601

Empresas portuguesas fabricantes de dobradiças de aço inoxidável para assentos de WC

DE150602

Empresas portuguesas fabricantes/ exportadoras de roupa (pijamas, roupões e camisas de dormir)

DE150603

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

64


oportunidades de negocio

oportunidades de neg贸cio

65


calendário fiscal calendario fiscal >

S

T

Q

Q

S

S

D

S

T Q

Q

S

S

D

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 F 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Agosto Prazo

Imposto

Até

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

10

IVA

Declaração mensal e pagamento do IVA apurado, relativamente às operações efetuadas em junho/2015

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Declaração mensal de remunerações relativa a julho/2015

Entidades empregadoras

17

IVA

Declaração periódica trimestral e pagamento do imposto apurado, relativamente às operações efetuadas no 2º trimestre de 2015

Contribuintes do regime normal trimestral

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a julho/2015

Entidades empregadoras

20

IRS/IRC/ SELO

Pagamento das retenções de IRS, IRC e Imposto do selo, referente a julho/2015

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

20

IVA

Declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em julho/2015, localizadas noutros Estados membros

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

25

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em julho/2015

Sujeitos passivos do IVA (pessoas singulares ou coletivas)

31

IRS/IRC

Declaração mod 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em junho de 2015

Entidades pagadoras dos rendimentos

31

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado noutro Estado membro ou em País terceiro

Sujeitos passivos do IVA (exceto os abrangidos pelo regime de isenção do artº 9º do CIVA, artº 53º ou 60º), que tenham suportado o IVA no estrangeiro no ano de 2014.

Observações

A declaração deve ser acompanhada dos anexos - relação de clientes, fornecedores e regularizações, em caso de pedido de reembolso

A declaração deve ser acompanhada dos anexos - relação de clientes, fornecedores e regularizações, em caso de pedido de reembolso

- Por transmissão eletrónica de dados, em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T (PT), através do Portal das Finanças - Por recolha direta no Portal das Finanças.

Desde que o montante a reembolsar seja igual ou superior a 50€.

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66

Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 www.portugalespanha.org


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

Área de Atividade

BE140265

F

24/10/1980

ESPANHOL / INGLÊS / ITALIANO / ALEMÃO/ PORTUGUÊS

COMÉRCIO INTERNACIONAL

BE140266

M

30/12/1990

INGLÊS / FRANCÊS / ESPANHOL

GESTÃO DE CLIENTES / ADMINISTRATIVO

BE140267

F

06/02/1984

INGLÊS/ ESPANHOL

ASSISTENTE DE VENDAS

BE140268

F

16/04/1982

FRANCES / INGLÊS / ESPANHOL

ADMINISTRATIVA

BE140269

F

03/10/1973

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS

JORNALISMO

BE140270

M

INGLÊS / PORTUGUÊS

GESTÃO

BE140271

M

INGLÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

24/07/1991

BE140272

F

INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

VETERINÁRIA

BE140273

M

PORTUGUÊS / ESPANHOL

GESTÃO AMBIENTAL

BE140274

M

18/02/1977

PORTUGUÊS / ESPANHOL / INGLÊS

ENGENHARIA CIVIL

BE140275

M

04/04/1992

INGLÊS / ESPANHOL

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

BE140276

F

23/04/1973

INGLÊS / FRANCÊS / ESPANHOL

MARKETING E COMERCIAL DE EQUIPA DE VENDAS

BE140277

M

ESPANHOL / INGLÊS / FRANCÊS

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

BE140278

M

29/08/1984

INGLÊS

SETOR BANCÁRIO

BE140279

M

22/02/1979

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

ÁREA FINANCEIRA E CONSULTORIA IMOBILIÁRIA

BE140280

F

INGLÊS

GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

BE140281

F

ESPANHOL / PORTUGUÊS / INGLÊS

CRIMINOLOGIA

BE140282

M

ESPANHOL / PORTUGUÊS

CERAMISTA

BE140283

M

PORTUGUÊS / FRANCÊS/ INGLÊS / ESPANHOL

MARKETING E CONSULTORIA

novembro de 2014

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ac t ua l i da d € 67


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espacio de ocio

Quadro de Bosch inspira “Las Tentaciones de Lisboa”, de Luis María Marina O diplomata e escritor Luis María Marina, em Lisboa desde 2010, apaixonou-se pela cidade e pela obra “As Tentações de Santo Antão” de Hieronymus Bosch, nela guardada. No momento que se despede da capital portuguesa, lança um livro que homenageia ambos e que propõe uma análise sobre o que nos humaniza e o que nos aproxima da transcendência.

A

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

sala 61 do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), possivelmente uma das que mais apetite gera aos visitantes da instituição, habitual lugar de contemplação, alojou também a palavra para apresentar o livro “Las Tentaciones de Lisboa” (As Tentações de Lisboa) de Luis María Marina. A obra resulta da análise que o diplomata e escritor faz do tríptico “As Tentações de Santo Antão”, obra maior de Hieronymus Bosch, exposta nessa mesma sala. Este óleo do pintor holandês gerou desde o primeiro momento encantamento no autor de “Las Tentaciones de Lisboa”: “Perto deste tríptico passei alguns dos melhores momentos que Lisboa me reservou. E não é que faltem atrativos a esta cidade, nem que não aprecie a companhia dos que me rodeiam, que tornou mais leve estes anos de trabalho, mas necessitados como estamos, por momentos, de lugares que restabeleçam os nossos vínculos com a

transcendência, encontrei aqui o meu, rina diz ter aprendido muitas coisas: sempre que o procurei. Um oásis, ou “Por exemplo, sobre como é tão pouco melhor, um desses promontórios no apropiada a palavra ‘espetador’ para meio do deserto egípcio, para onde definir o vínculo que nos une à obra se retiravam os eremitas e, mais tarde, de arte que amamos, o que nos aconos cenobitas, seguindo o exemplo do tece cada vez que a contemplamos; ou santo que está retratado nas nossas de como o museu moderno procura justamente fazer de nós ‘espetadores’ costas, Santo Antão.” Com este tríptico, Luis María Ma- e da contemplação da obra uma experiência assética e, por assim dizer, de produção em serie, e assim desprovida do único sentido verdadeiro da (2014) y la plaquette “Nueve poemas arte: mudar a vida de quem a observa a Sofía” (2014). O autor publicou (uma tendência da qual é muito mais também livro de ensaio “Limo y luz. fácil escapar num museu como o de Estampas luminosas de la ciudad de Arte Antiga de Lisboa, que continua México” (2012) e um volume de diáa ser, paradoxalmente, humano). Mas, rios, “El cuento de los días” (2015). sem dúvida, que o que mais aprendi Luís Marina traduziu para español perante estas tábuas de Bosh foi sobre vários poetas de língua portuguesa, mim mesmo e da dor que produz a como António Ramos Rosa, Alberverdadeira solidão.” to de Lacerda, Nuno Júdice, Daniel O tríptico “As Tentações de Santo Faria e Rui Knopfli. Antão”, que terá sido pintado entre 1495 e 1500, é uma das principais

Diplomata e escritor Luis María Marina nasceu em Cáceres, em 1978. Veio para Portugal em 2010, para trabalhar como conselheiro diplomático na Embaixada de Espanha, em Lisboa, Funções que irá desempenhar noutro país. À diplomacia, acrescenta a escrita, tendo já vários títulos publicados, sobretudo em poesia: “Lo que los dioses aman” (2008), “Continuo mudar” (2011) y “Materia de las nubes”

68


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obras do espólio do MNAA, e uma das mais relevantes de Hieronymus Bosch. Trata-se de uma obra “que teoriza sobre o mal”, pintada por um artista “magistral”, e que expõe um mundo em desordem, criando outra ordem”, como a definiu o diretor do MNNA, António Filipe Pimentel, no dia da apresentação do livro de Luis María Marina, que contou igualmente com as notas introdutórias do presidente do Instituto Cervantes de Lisboa, Javier Ruiz, e dos escritores Nuno Júdice e Eduardo Lourenço. Sobre o que o levou a escrever “As Tentações de Lisboa”, Luis María Marina diz que os mestres, como Bosh, apesar do que se diz, “exibem poucas certezas”, sendo mais fácil encontrar com eles perguntas: “Surgiram-me muitas ao longo dos anos em que contemplei estas três tábuas e das dobradiças do que foi ou pretendeu ser um altar portátil (isto é, transcendência para ser transportada connosco, de um lugar para o outro). Perguntas que têm que ver com o nosso lugar no mundo; com as melhores, e também, as piores potencialidades que o homem encerra. Como resposta a todas essas perguntas apenas obtive uma intuição: o quanto é superficial o conhecimento, mesmo que o mais

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arte verdadeira, ser nestes tempos de indigência, essa “luz pequenina” que ilumina a certeza de que, como escreveu Jorge de Sena, ‘nenhum mundo, que nada nem ninguém/ vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la./ É isso o que mais importa - essa alegria’”. Sobre o livro, Eduardo Lourenço, disse tratar-se de “uma meditação vasta, ambiciosa e profunda”, relativamente a uma obra pintada nas “vésperas da contestação radical da igreja católica”. Bosh “foi um homem do fim da Idade Média (viveu entre 1450 e 1416)” lembra o filósofo e professor, acrescentando que este tríptico “é um mise-en-scène de um conflito entre as pulsões mais decisivas da nossa humanidade” e que “Bosh ilustra de forma satírica homens que não são profundo, face à impressão que causa donos do seu próprio destino”. Por sua vez, Nuno Júdice, que recora obra de arte, mesmo a mais simples. Foi por isso que me aventurei a es- da as visitas ao MNAA, como uma crever estas divagações, que falam de boa memória de infância, “já que era Antão, o eremita, de Jerónimo (Hie- o único sítio onde se podia ver arte ronymus), o flamenco, de Flaubert ou em Lisboa”, propôs um paralelismo de Pessoa, de Meliès ou de Tarkovski, entre o tríptico exposto em Lisboa mas que falam, lamento, sou poeta, e as tentações da própria cidade, por fundamentalmente de mim. Da im- oposição ao tríptico “Jardins das Depressão duradoira que na minha alma lícias”, também de Bosh, exposto no deixaram as personagens da obra. Museu do Prado, em Madrid. “PrefiQue falam do facto de a arte, toda a ro “As Tentações”, disse. 

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VIVAFIT RECRUTA PARA REDE MUNDIAL

O grupo Vivafiit está a recrutar diversas instrutoras de Fitness, Personal Trainers e Gerentes para os centros de Abu Dhabi, Oman, Singapura, Dubai e Índia. A marca portuguesa oferece um pacote salarial atractivo e uma oportunidade de carreira numa marca prestigiada internacionalmente. As candidaturas devem ser feitas enviando o CV em inglês para recrutamento@ vivafit.pt com, colocando no assunto a função a que se candidata seguida do país que pretende. Ex: Instrutora, Dubai A marca portuguesa, com mais de 60 ginásios em Portugal, India, Singapura, Indonésia, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Omã, e Espanha, está a entrar em 2015 nos restantes países do Golfo Pérsico e pretende continuar a expansão na Ásia e na Europa. 69


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Agenda cultural Livros “Ser Surfista – Manual de Iniciação e Alta Performance”

Da autoria dos surfistas João Macedo e Pedro Monteiro, “Ser Surfista – Manual de Iniciação e Alta Performance” é baseado no “Método de Treino de Surf 7” da Portugal Surf Academia e conta com a participação de Nic Von Rupp, Garrett McNamara e Tiago Pires. O manual “pretende ajudar surfistas e não surfistas a conhecer e melhorar a sua técnica de surf, desenvolver o à vontade em mares maiores, incutir o respeito pela natureza e pelas regras de segurança na água com outros surfistas e sobretudo promover o divertimento nas ondas – o feeling que só um surfista conhece!” O “Método de Treino de Surf 7”, no qual se baseia o livro, “é inspirado nas experiências e histórias de alunos e alunas da Portugal Surf Academia – das mais antigas e experientes escolas de surf de Portugal, que produziu e continua a apoiar talentos como o Nic Von Rupp, Tomás Valente, Pedro Pinto e João Guedes”. O leitor “é convidado a mergulhar no mundo fascinante do surf, sempre com um apelo a viver e sentir o mar e o oceano”. O livro usa fotos de ação de conceituados profissionais de fotografia e inclui uma história de BD de João Macedo, com ilustrações de artista plástico Mário Belém. Nesta história, o jovem surfista imaginário, Kai Naspuma, ilustra uma vida dedicada à evolução técnica, física e mental do surfista.

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Música

Orquestras em digressão por Portugal

Chama-se “Estação das Orquestras” o programa de verão, que até ao dia 30 de setembro, véspera do dia mundial da música, somará 100 concertos, a distribuir por 30 localidades. Na iniciativa, da responsabilidade da Secretaria de Estado da Cultura, participam 20 orquestras portuguesas, entre as quais a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Casa da Música/Orquestra Sinfónica do Porto, a Orquestra Jazz de Matosinhos, a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Clássica de Espinho e a Orquestra Filarmonia das Beiras. Este mês, destaque para os concertos da Orquestra de Jazz de Matosinhos, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, a 1 de agosto, às 21h30. A 5 de setembro, à mesma hora, a Avenida dos Aliados, no Porto, acolherá a Orquestra Sinfónica do Porto/Casa da Música. Ainda em setembro, no dia 27,atua a Orquestra Metropolitana de Lisboa, no Palácio Nacional da Ajuda, pelas17h00.

Até 30 de setembro

Exposições

Vila Nova de Cerveira volta a acolher a bienal de arte mais antiga do país

Realiza-se desde 1978 e vai já na 18ª edição. A Bienal de Cerveira está cada vez mais empenhada em “consolidar as relações transfronteiriças com a Galiza, com base numa estratégia cultural concertada, chamando a atenção da Europa e do mundo para a importância histórica destas regiões na construção da cultura europeia e para as expressões culturais e artísticas contemporâneas”. Assim, o programa é concertado com a vizinha Galiza e o Ensino Superior a nível Europeu. Além do concurso/mostra internacional, que elege trabalhos de artistas contemporâneos, haverá representações de universidades, escolas superiores e politécnicos das áreas artísticas, com apresentação dos departamentos de investigação artística e as produções de alunos e professores. Estarão expostos também artistas nacionais e estrangeiros convidados com curadorias nacionais e internacionais, bem como artistas homenageados. Estão previstos espetáculos de luz e som interiores e exteriores, conferências e debates até novembro, ateliers e workshops, visitas guiadas, entre outras iniciativas. Entre os artistas convidados destaque para a grega Danae Stratou. O arquiteto Alcino Soutinho, autor do projeto desenvolvido nos anos 70 para a transformação da Cidadela e do antigo aglomerado de Vila Nova de Cerveira na Pousada D. Dinis, será um dos homenageados.

Até 19 de setembro, em Vila Nova de Cerveira


espacio de ocio António Cruz traz a “luz do Porto” à Gulbenkian

No documentário “O Pintor e a Cidade”, de 1956, o realizador Manoel de Oliveira debruçou-se sob a forma como António Cruz captava nas suas obras a luz do Porto, a cidade em que ambos nasceram. A mesma luz que podemos apreciar em boa parte das 86 obras deste pintor agora expostas na galeria de exposições temporárias da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. António Cruz viveu entre 1907 e 1983 e dedicou-se sobretudo à pintura de aguarelas, “técnica em que é considerado renovador, inigualável na transposição para o papel da luminosidade da sua cidade natal”, como frisa a nota de imprensa da Fundação Gulbenkian. A mostra, com curadoria de Laura Soutinho, acontece oito anos depois da grande exposição antológica que esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, e exibe até 19 de outubro 80 aguarelas e seis óleos do pintor portuense.

Até 19 de outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa

Teatro

“Don Giovanni, ou O Imorigerado Imortal”, pela Yellow Star Company

Só em Espanha, Don Giovanni terá seduzido 1003 mulheres! Na realidade seduziu também escritores, músicos, leitores e espetadores do mundo inteiro. A personagem Don Juan, criada por Tirso de Molina na obra “El burlador de Sevilla”, ganhou notoriedade com a ópera Don Giovanni de Mozart, na qual também se baseou José Saramago, questionando o fim da personagem principal. “Don Giovanni, ou o O Imorigerado Imortal” prepara-se para seduzir o público lisboeta, através da versão da Yellow Star Company, que estará em cena no Teatro Thalia, até 6 de setembro. Trata-se de uma adaptação de Paulo Sousa Costa a partir das obras de Lorenzo da Ponte, Tirso de Molina, Molière, António Patrício, José Saramago e Natália Correia, onde serão interpretadas músicas ao vivo de Amadeus Mozart, da obra homónima.

espaço de lazer

A história é conhecida: “Don Juan tem a vida que sempre sonhou. Sedutor irresistível, ateu convicto, semeia sem dó um amor infértil, deixando milhares de mulheres a suspirar por uma paixão que nunca será correspondida. Leporelo, o seu, cada vez menos, fiel aio tem reprovado insistentemente a vida de Don Giovanni, criticando os seus costumes, prevendo-lhe um final infeliz, caso não mude de atitude perante as mulheres, perante a vida, perante Deus.” A ação começa com a notícia do assassinato do Comendador: “A sua filha, D. Ana, jura vingança e pede a D. Otávio, seu fiel noivo, que a ajude a encontrar o criminoso que ceifou a vida do seu pai. Há rumores que o autor do assassinato poderá ter sido Don Giovanni, surpreendido numa das suas investidas noturnas pelos quartos das doces donzelas. Leporelo tem quase a certeza de que não será apenas um rumor, mas tudo faz para encobrir a alegada culpa do seu amo, apesar de o ter confrontado várias vezes com o assassinato. Sem nunca assumir o crime, Don Giovanni diverte-se na vida libertina, soma e segue conquistas, levando D. Elvira à loucura, que nunca superou a traição do seu amado. Desde que o ímpio a abandonou, D. Elvira nunca mais falou, passando apenas a cantar a sua desgraça e jurou um dia vingar-se do homem que “matou” o seu coração. O cerco vai-se apertando a Don Giovanni até ao dia em que será confrontado com os seus crimes… de amor. Mas uma revelação inesperada irá mudar o rumo dos acontecimentos, mostrando um sedutor que poucos imaginavam…!” Ângelo Rodrigues, Liliana Santos, António Machado, Júlia Belard, Tiago Costa e Sérgio Moura Afonso dão vida a Don Giovanni, D. Ana, Leporelo, Zerlina, Maseto, D. Otávio e D.Elvira, respetivamente. Ana Paula Rocha assina a cenografia e os figurinos.

De 5 de agosto a 6 de setembro, de quarta a domingo, às 21h30, no Teatro Thalia, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Vhils, Amália e os calceteiros Perca-se por Alfama e encontre Amália Rodrigues, que é o mesmo que dizer o trabalho de um dos mais reconhecidos artistas portugueses de arte urbana, Alexandre Farto ou Vhils, como assina. Além de homenagear a fadista, a peça também “evoca o fado, a cidade que Amália tanto souber cantar, assim como os próprios calceteiros, os mais antigos artistas urbanos desta cidade, que desenvolveram uma arte decorativa que faz parte da identidade visual de Lisboa e do resto do país”, como frisa Vhils. O trabalho, feito em calçada portuguesa e com a colaboração da “fantástica equipa de calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa”, surge numa parede da Rua de São Tomé. Em dias de chuva, Amália fará chorar as pedras da calçada, terá comentado o artista. A ideia foi do realizador Ruben Alves, autor do filme “Gaiola Dourada”, na sequência do convite de uma editora para dirigir um disco de homenagem a Amália Rodrigues, que conta com a mesma ilustração de Vhils na capa.

Em Alfama, Lisboa DE ZA egm o bs rt o d e 2 0 1 35

ac t ua l i da d € 71


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Comer e brindar à Champanheria da Baixa Bistrô, no Porto

Uma árvore, com tronco de magnólia e folhas de acer, previamente secas e coladas nos ramos uma a uma, colocada no centro da Champanheria da Baixa Bistrô não deixa ninguém indiferente. Além da decoração e da generosa carta de espumantes e champanhes, a chefe Irene Soares, que obteve 20 valores no estágio no estrelado restaurante galego Pepe Vieira, assina várias outras razões para conhecer este espaço portuense.

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

e o tradicional mercado do Bu- inspirou-os a abrir um restaurante, a versão lhão já é um íman para os turistas Bistrô, em maio do ano passado, num edifíe um motivo de orgulho para os cio de esquina, vizinho do Bolhão. A açoriana Irene Soares, que assumiu as locais, muito se espera da carismática estrutura depois da proje- rédeas da cozinha da Champanheria no tada reabilitação. “Já vêm muitos turistas a passado mês de novembro diz que o balanesta zona da cidade, que se está a renovar”, ço é muito positivo. “Estamos empenhados conta a chefe Irene Soares, que comanda a em deixar uma marca de qualidade na cicozinha da Champanheria da Baixa Bistrô. dade e sinto que as pessoas gostam de vir Tal como os donos do espaço, Rui Botelho e aqui. O nosso ambiente é bastante informal Bruno Gomes, a chefe acredita que o movi- e descontraído, mas vejo que as pessoas se mento vai aumentar quando a renovação do produzem para vir cá e sentem-se vaidosas. mercado se tornar realidade (ainda sem data E regressam. Vemos o restaurante crescer definida). Olho para o negócio não parece todos os dias.” Sem esconder o entusiasmo pelo projeto, faltar à dupla, que em 2012 abriu no Porto um bar especializado em espumantes e Irene Soares admite que adora o que faz: champanhes, a Champanheria da Baixa, no “Sou apaixonada pela minha profissão.” A chefe está no Porto desde o tempo em Largo de Mompilher. O sucesso do espaço

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que estudava na faculdade de Farmácia, área em que chegou a trabalhar durante nove anos. “Percebi que quando chegava a casa e começava a cozinhar, a criar novos pratos, era mais feliz”, conta, acrescentando


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Sugestões Restaurante Chefe Cordeiro reabre renovado

Situado nas arcadas de uma das praças mais emblemáticas da cidade de Lisboa, a Praça do Comércio, o Restaurante Chefe Cordeiro reabriu com uma nova decoração “em tons de ousadia e elegância”. A Cozinha está à vista do cliente, mantém-se um mezanino e a ampla esplanada. O espaço pretende ser “um monumento às raízes gastronómicas do chefe e de Portugal”, com uma carta repleta de sabores tradicionais portugueses, não esquecendo um tributo à cidade de Lisboa”. Recorde-se, que o chefe Cordeiro já recebeu o prémio Melhor Chefe de Cozinha da Academia Portuguesa de Gastronomia, em 2005. Em 2011 e em 2012, o chefe obteve uma estrela Michelin. que foi isso que a levou a matricular-se no é conhecido pelas suas “croquetas de rosecurso de Gestão e Produção de Cozinha na lito” e Irene quis homenageá-las através da Escola de Hotelaria do Porto. Concluiu-o sua versão, que leva um creme de queijo. Irene Soares informa que a carta inclui com média de 18, para a qual muito contribuiu a nota 20 que arrebatou no estágio sempre pratos de bacalhau, como o de bade três meses no restaurante galego Estrela calhau assado com molho holandês, “que Michelin Pepe Vieira: “Foi muito intenso, lhe dá cremosidade”, acompanhado da aprendi muito, fiz muito catering para casa- “típica cebola e batata a murro”. A chefe mentos e outros eventos. Na cozinha havia alerta que este prato é dos mais pedidos, pessoas de diferentes nacionalidades e isso sobretudo pelos turistas. Já a escolha da permitia-nos aprender técnicas de diferentes chefe, que adora pratos de marisco, recai países. No final, éramos quase responsáveis sobre o risoto asiático com camarão tigre de Moçambique, grelhado na brasa. pela cozinha. Foi extraordinário.” Para quem optar pela carne, fica a suCom este currículo, foi fácil arranjar emprego. Trabalhei primeiro em catering e gestão da “perna de cordeiro assada lentadepois surgiu a oportunidade de integrar mente com uma mistura de especiarias e a equipa da Champanheria. Irene Soares servida com molho de ervas e pistácio”. revela que a base da sua cozinha é gastro- A chefe adianta que entre as sobremesas nomia tradicional portuguesa, que é “ri- “há duas winners (vencedoras)”: a caniquíssima”, mas vai “buscar influências de lha (língua da sogra), que é muito fresca todo o mundo”. e servida com uma redução de maracujá; Da carta atual, a chefe começa por realçar a outra sugestão é a mousse de caramea entrada de atum marinado, com creme lo, com avelã tostada e framboesas, uma de feijão preto e espuma de hortelã. “Um receita de raíz açoriana e inspirada na da prato muito giro, que criei para um jantar mãe e da avó. Tudo isto pode ser acomviníco da Amorim e que resultou tão bem, panhado com espumante, champanhe, que mantivemos na ementa”, conta. vinho, ou uma das várias sangrias de viOutra entrada que refere é a que mais re- nho, espumante ou champanhe da casa. verencia a comida espanhola e evoca o seu Os jarros de sangria têm um intervalo de estágio na Galiza: o restaurante Pepe Vieira preços entre os 18 e os 85 euros. Se pedir a

copo,tem várias possibilidades a partir dos cinco euros. O preço médio da refeição na Champanheria da Baixa Bistrô ronda os 35 euros. O espaço divide-se pelo rés-do-chão, onde a árvore resultante do casamento de uma magnólia com as folhas vermelhas de um acer é a figura central do bar com balcão circular, em torno do qual se distribuem as mesas. Uma escadaria conduz para o mezanino, mais reservado, que dá a volta a todo o espaço. A Champanheria tem também uma elegante esplanada, onde pode petiscar e saborear um flûte de espumante, ou o que a vontade lhe ditar. 

Champanheria da Baixa Bistrô Rua de Sá da Bandeira, 467, Porto Tel: 22 323 5254

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Statements Para pensar

“A verdade é que as patentes ainda são um tabu para muitas pessoas. Pessoalmente, não conheço mais nenhuma solução para desenvolver a economia na Europa sem ser a inovação” Mario Moretti Polegato, presidente do grupo Geox, “Público Online”, 6/7/15

“Confirmando-se esta tendência de crescimento até ao final do ano, estima-se que a receita do IVA do setor da restauração e similares deverá aproximar-se dos 700 milhões de euros até ao final do ano de 2015” Ministério das Finanças, enquadrando, assim, o aumento esperado das receitas com o IVA da

restauração, de 612 milhões em 2014 para 700 milhões em 2015, ou seja, mais 451 milhões do que em 2011, o ano anterior ao agravamento do IVA de 13 para 23% neste setor, “Público” 21/7/15

“Deste aumento de cerca de 450 milhões de euros da receita do IVA do setor da restauração, cerca de 242 milhões de euros [54%] é explicado pelo aumento de eficiência fiscal [combate à economia paralela, sendo os restantes 46% resultado do aumento da taxa]” Idem, ibidem

”As previsões do secretário de Estado apontam para um aumento de receita. Isso pressuporia crescimento económico do setor, dado que a simples alteração de taxa induziria um crescimento da receita de IVA de 77%. Ora, de acordo com o INE, o índice do volume de negócios do setor caiu, até maio de 2015, 15,6%. Sem dados oficiais, é difícil percebermos como pode a receita de IVA crescer, com a atividade económica do setor a cair” Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp), contestando as estimativas do Governo, “Público”, 21/7/15

“Refer e Estradas de Portugal juntas estão melhor do que separadas”

António Ramalho, presidente da Infraestruturas de Portugal, nova empresa resultante da fusão entre a Refer e a Estradas de Portugal e que ajudou a relançar estas empresas públicas, “Jornal de Negócios”, 22/7/15

“Há três anos, estávamos a falar de dois enormes problemas, hoje estamos a falar de uma extraordinária oportunidade” Idem, ibidem




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