Actualidad
Economia ibérica maio 2017 ( mensal ) | N.º 239 | 2,5 € (cont.)
Conservas na onda do turismo PÁG. 38
Seines espera que Espanha represente 30% da faturação em 2020 pág. 08
Grupo Agrinda expande Agriloja e comércio de combustíveis
“Portugal e Espanha acreditam profundamente na Europa”
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Índice
índice
Foto de capa: DR
Nº239 Actualidad
Economia ibérica
Propriedade e Editor: CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Comissão Executiva: Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Berta Dias da Cunha
para entender 70. Ella camino obra Guernica
Grande Tema
Conservas na onda do turismo
38.
Direção de Informação (interina): Belén Rodrigo Coordenação de Textos: Clementina Fonseca Redação: Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk: Beatriz González, Joana Silva Santos e Laura Dominguez Fotografia: Sandra Marina Guerreiro Publicidade: Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas: Laura Couselo (laura@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte: Sandra Marina Guerreiro
Editorial 04.
Tirar partido do crescimento do turismo
Paginação: Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número: Aureliano Neves, Cláudia Conceição Marques, João de Mascarenhas, José-Benigno Pérez Rico, José Silva Jorge e Nuno Ramos Contactos: Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Tel:. 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: ccile@ccile.org Redação: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org NIPC: 501092382 Impressão: What Colour is This? Unipessoal Lda. Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem Martins Distribuição: Distrinews II, SA Rua 1º Maio – Centro Empresarial da Granja - Junqueira 2625-717 Vialonga Depósito Legal nº 33152/89 autorizado pela Direção Geral de Correios e Telecomunicações de Portugal Nº de registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social: 117787
O Estatuto Editorial da Actualidad€-Economia Ibérica está disponível no site www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios da Câmara, do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares
Câmara de Comércio e Indústria
Luso Espanhola
Opinião 06.
Benefícios fiscais para as empresas - José Silva Jorge e Cláudia Conceição Marques
32.
El brexit no favorece a nadie - José-Benigno Pérez Rico
44.
O compliance nas empresas ibéricas - João de Mascarenhas
50.
Mas Portugal vai ganhar! - Aureliano Neves
Atualidade 24.
Emprendedores internos para movilizar y evolucionar las empresas
26.
La española Rebeca Minguela, representante del Foro de Jóvenes Líderes Mundiales
E mais...
08.Grande Entrevista 14. Apontamentos de Economia 28.Marketing 34.Fazer Bem 44. Advocacia e Fiscalidade 48. Setor Imobiliário 52.Vinhos & Gourmet 54.Eventos 60. Setor Automóvel 62.Barómetro Financeiro 64.Intercâmbio Comercial 66.Oportunidades de Negócio 68.Calendário Fiscal 69.Bolsa de Trabalho 70.Espaço de Lazer 74. Statements
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editorial editorial
Tirar partido do crescimento do turismo
É
uma realidade inquestionável: o crescimento do turismo está a catapultar a imagem de Portugal no estrangeiro e da própria economia. As razões para atrair turistas estrangeiros vão além do sol e das bonitas praias da longa costa portuguesa. O custo de vida relativamente acessível para uma grande parte dos mercados e a qualidade da gastronomia portuguesa são também referenciados. À boleia desta realidade, as empresas industriais e de comércio de produtos alimentares têm apostado em alargar a sua oferta de produtos, a sua visibilidade junto dos locais mais turísticos, para assim aumentar as suas ven-
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das no mercado nacional. Este foi o caso de algumas empresas do setor das conservas de peixe, entrevistadas no Grande Tema deste mês. Embora seja um setor tradicionalmente exportador, as empresas viram nesta recente vaga de turismo interno uma oportunidade para aumentar os seus negócios e a sua notoriedade. Os turistas que visitam Portugal podem ainda levar para os seus países algum do bom peixe das águas nacionais em forma de conserva. Gerando um volume de negócios da ordem dos 340 milhões de euros, o setor conserveiro está a mostrar sinais de grande vitalidade, depois de uma fase mais negativa, com a ameaça de fecho de algumas empresas. As oportunidades e o input que o turismo e outros setores económicos estão a dar à economia nacional, nomeada mente na relação com o mercado espanhol, são salientadas também num artigo de opinião de Aureliano Neves, gestor e membro da Direção da CCILE, e que é publicado na página 50 desta edição. Há boa s notícias também a nível macroeconómico, com a conf irmação em abril de uma melhoria dos indicadores no último ano, revelando, assim, a consolidação da tão esperada reto-
ma do país. A nível do PIB, o Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou o crescimento de 1,4% do PIB português, para os 185.035 milhões de euros, um valor que ficou acima até das previsões de Bruxelas e do próprio Governo português. De salientar que no quarto trimestre de 2016, o crescimento da economia portuguesa atingiu quase os 2%. Recentemente, o Banco de Portugal reviu em alta as suas perspetivas para o crescimento da economia portuguesa entre 2017 e 2019, apontando para uma subida do PIB de 1,8% este ano, 1,7% em 2018 e 1,6% em 2019. Por outro lado, as estimativas para o valor do défice orçamental de 2016 foram também revistas para dados mais favoráveis, de 2,1% do produto interno bruto (PIB), e para 2017, a previsão do INE é que se situe nos 1,6%. Uma melhoria relevante, que permite a Portugal estar otimista quanto ao encerramento do procedimento por défices excessivos (PDE) aplicado a Portugal desde 2009.
Correção Na última edição, na página 55, a legenda da foto nº 11 continha um nome a mais, sendo que os cinco gestores da imagem são, efetivamente, Vítor Fernandes, Tiago Ferreira, Cristina Melo Antunes, Ángel Vaca e Celeste Hagatong. Aos leitores e aos visados, as nossas desculpas pelo lapso ocorrido.
* Email: actualidade@ccile.org
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Benefícios fiscais para as empresas
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ara fazer crescer o produto económico em Portugal é preciso «investir», ou seja, é necessário que as empresas renovem ou aumentem a sua capacidade de produzir através de mais e melhores recursos humanos e de mais e melhores equipamentos e sistemas. As decisões de investimento não se baseiam apenas em questões fiscais, mas o sistema fiscal possui o seu peso na decisão de investir. E, de facto, quando os países pretendem tornar-se mais atrativos ao investimento, nacional e estrangeiro, normalmente reforçam os chamados benefícios fiscais. Os benefícios fiscais permitem, por um lado, diminuir o imposto a pagar pelas empresas, e, por outro, incentivar os empreendedores a “investir”, mesmo que o seu retorno seja inferior ao desejável. Em Portugal, os benefícios estão previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais, no denominado Código Fiscal do Investimento, e ainda em normas não enquadradas em códigos. Identificámos como mais interessantes para as empresas industriais sete benefícios, embora alguns deles também possam ser aproveitados por empresas comerciais ou de serviços. Vejamos então quais esses sete principais benefícios fiscais disponíveis para as empresas. Benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo É um sistema contratual pelo qual as empresas podem, designadamente, aceder à dedução à coleta de IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas) de uma percentagem (entre 10 e 25%) do valor investido em certas aplicações relevantes desde que o projeto seja realizado
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Por José Silva Jorge e Cláudia Conceição Marques*
em setores de atividade pré-definidos, crie ou contribua para manter postos de trabalho, o investimento seja de montante igual ou superior a três milhões de euros e seja realizado até final de 2020. Este regime também concede benefícios em IMT, IMI e imposto do selo, relevante
“Identificámos como mais interessantes para as empresas industriais sete benefícios, embora alguns deles também possam ser aproveitados por empresas comerciais ou de serviços”, desde o Regime Fiscal de Apoio ao Investimento, aos benefícios fiscais ao investimento produtivo para a aquisição de imóveis necessários à instalação da empresa e ao financiamento do investimento. Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI) Quem não celebre um contrato de investimento, pode, em alternativa, obter um incentivo ao investimento em ativo fixo tangível e intangível acessível a todas as empresas e que consiste numa dedução, à coleta do imposto sobre lucros (IRC), de
uma percentagem dos investimentos realizados e que varia em função da região onde os investimentos são realizados: para as regiões menos desenvolvidas, 25% para o investimento até 10 milhões de euros e 10% para a parcela de investimento que exceda os 10 milhões, e para os investimentos nas regiões mais desenvolvidas apenas 10% do investimento realizado. Nos casos de empresas existentes há mais de três anos, o valor acumulado anual do benefício tem um limite máximo de 50% da coleta de imposto. Em qualquer dos casos, o saldo do benefício não utilizado pode ser reportado para períodos seguintes até 10 anos. Dedução de lucros retidos e reinvestidos (DLRR) A DLRR aplica-se apenas a micro, pequenas e médias empresas (na definição da UE) e consiste num incentivo que concede uma dedução à coleta de IRC de 10% dos lucros não distribuídos, desde que esses lucros sejam investidos em aplicações relevantes no prazo de dois anos após o final do período de tributação a que correspondam esses lucros retidos. Este benefício tem limites máximos de cinco milhões de euros de investimento e de 25% da coleta de IRC e pode ser acumulado com os dois anteriores desde que não se ultrapassem os limites máximos definidos para os mesmos. Criação líquida de emprego Este benefício que integra o EBF há muitos anos é aplicável a qualquer empresa que aumente o volume de emprego jovem, designadamente de pessoas entre 16 e 35 anos de idade, e de desempregados de longa duração. O benefício consiste numa dedução de 50% do gasto salarial anual desses novos empregados durante
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cinco anos, mas com um máximo anu- a apresentação de uma declaração de al de 14 vezes o salário mínimo nacional substituição da liquidação de IRC após a (atualmente 7.798 euros por ano e por receção da aprovação do dossiê. empregado). A aplicação deste benefício é facilitada pela sua operação através de Remuneração convencional do capiautoliquidação pelos contribuintes docu- tal social Este incentivo consiste na dedução de mentada no dossier fiscal e eventualmente controlada a posteriori, mas requer que os um juro convencionado de 7% do valor empregados sejam contratados sem termo. de aumento de capital social realizado em dinheiro ou por conversão de suprimentos ou empréstimos dos sócios até ao valor de SIFIDE II O SIFIDE II consiste num incentivo à base de dois milhões de euros. Esta deduinvestigação e desenvolvimento nas em- ção ocorre no ano das entradas de capital e presas que durará até 2020 e que permite nos cinco períodos de tributação seguintes. a dedução à coleta de IRC de uma percentagem das despesas com a investiga- Benefício fiscal à instalação de emção e o desenvolvimento de produtos ou presas no interior Este último benefício consiste na tributaserviços. O sistema de incentivos pode conceder majorações em caso de incre- ção à taxa de 12.5% dos primeiros 15 mil mentos das despesas de I&D e em caso euros da matéria coletável das PME que se de despesas realizadas por PME. O aces- instalem em regiões interiores de Portugal. As empresas não criam valor sem pessoso a este regime de incentivos depende de aprovação do dossier de candidatura as, pelo que nesta sede, é também imporrespetivo pelas autoridades públicas com- tante referir o regime fiscal dos residentes petentes pelo que frequentemente requer não habituais (RNH), criado para atrair
para Portugal profissionais qualificados em áreas de elevado valor acrescentado. O regime dos RNH permite que os rendimentos dos novos residentes (estrangeiros ou nacionais que tenham estado ausentes nos últimos cinco anos) que venham trabalhar em Portugal em áreas de elevado valor acrescentado (os quadros superiores de empresas são disso exemplo) sejam tributados a uma taxa de IRS de 20%, isentando outros rendimentos obtidos no estrangeiro em determinadas condições. De facto, para que um negócio funcione é necessário ter pessoas em posições estratégicas pelo que aliar uma tributação atrativa do rendimento dessas pessoas, ou pelo menos da pessoa responsável pelo negócio ou pelo investimento em Portugal, a um conjunto de benefícios fiscais disponíveis para o investimento em si, poderá ter um peso fundamental na escolha de Portugal como destino para investir. *Tax managers da Mazars * Emails: jjorge@mazars.pt e cconceicao@mazars.pt
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Seines espera que o mercado espanhol represente 30% da faturação em 2020
Com 34 anos de atividade em Portugal, o grupo Seines acaba de abrir um escritório em Madrid. Francisco Dezcallar, presidente do grupo, conhece bem os dois mercados e acredita que em 2020 Espanha seja já responsável por 30% do volume de negócios do grupo.
O
Textos Susana Marques smarques@ccile.org
que vos levou a abrir uma filial em Madrid, nesta altura? Que retrato traça do mercado espanhol? Em que difere do mercado português?
O processo de internacionalização do grupo Seines em Espanha, com a abertura de um novo escritório em Madrid, justificou-se principalmente pelo facto de existirem clientes importantes com presença nos dois países. 8 act ualidad€
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Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
Relativamente ao investimento, pesou a forte recuperação da economia espanhola durante os últimos anos em relação aos demais países da União Europeia, assim como a grande oportunidade que representa entrar num mercado com mais de 40 milhões de habitantes. Quais são os objetivos do grupo para o mercado espanhol? Quanto valia o
mercado antes da abertura da filial para o grupo e quanto poderá valer dentro de três anos?
O objetivo principal é ajudar a agilizar o processo de integração das empresas em ambos os países do espaço ibérico, fornecendo uma solução global de serviços. Num plano geral, as ligações económicas entre Portugal e Espanha sempre foram fortes, contudo acredita-
Francisco Dezcallar Presidente do grupo Seines
mos que ainda existe a oportunidade para se melhorarem fatores específicos nomeadamente processuais, burocráticos, legais, etc. Até 2015, o mercado espanhol era quase nulo para o grupo Seines, no entanto após a abertura de escritório em Madrid, a expetativa é que em 2020 possa ascender aos 30% da faturação total. Quanto investiram para abrir a filial?
O plano de investimento foi projetado para três anos, tendo a operação iniciado no segundo semestre de 2016. As empresas são os seus colaboradores, pelo que, nesta fase inicial, a
prioridade é formar uma equipa profissional e sólida, que possa dar as garantias da qualidade que o grupo Seines tem estabelecido para a prestação de serviços aos seus clientes. Em que serviços vão apostar no mercado espanhol e como planeiam abordar potenciais novos clientes?
A estratégia assenta na oferta de uma solução que englobe serviços na área de recursos humanos (gestão administrativa), na área financeira (contabilidade) e fiscal. Ponderam comprar alguma empresa congénere, já a atuar no mercado espanhol? Planeiam abrir escritório em
mais algum ponto de Espanha (onde e quando)?
Em 2014, o grupo Seines esteve perto de adquirir uma empresa congénere, mas o negócio acabou por não avançar. Nesta fase, a opção é um crescimento orgânico próprio. Será um processo mais longo, mas também mais seguro e com maior identificação com a casa mãe. O critério para abrir um novo escritório em Madrid centrou-se basicamente por ser a cidade com maior concentração de empresas espanholas com representação em Portugal (Lisboa), e também o lugar preferencial das empresas portuguesas com representação em Espanha maio de 2017
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grande entrevista gran entrevista sos clientes fecharam ou diminuíram o seu volume de negócios, o que teve implicações nos serviços contratados. O que foi decisivo para ultrapassar esses obstáculos?
As crises servem para as empresas se reinventarem e agarrarem novas oportunidades, e foi exatamente o que fizemos com a nova aposta no mercado ibérico. Apostámos em investigação e desenvolvimento (I&D) para potenciar novas soluções, de forma a poder garantir um melhor serviço aos nossos clientes. Que oportunidades e desafios se apresentam atualmente à Seines? E o que poderá ser mais crítico para o grupo?
(Madrid). Para já não estará previsto abrir novos escritórios noutros locais. Quanto pesa cada uma das áreas de negócio para o grupo?
O peso de cada área de negócio no grupo Seines está em consonância com a sua área de atividade. Como prevê que evolua cada uma das áreas, quer na forma de trabalhar, quer em valor para o grupo?
A economia portuguesa está a melhorar, pelo que somos otimistas quanto à evolução das nossas áreas de negócio. Durante 2017, daremos destaque à oferta de serviços na área de gestão de recursos humanos e gestão financeira. Como valor acrescentado, investimos no desenvolvimento de tecnologia e plataformas online, de forma a ajudar as empresas clientes a implementarem uma gestão administrativa mais eficiente. Quanto faturou o grupo em 2016, no total?
Em 2016, o grupo Seines faturou um milhão e meio de euros. 10 act ualidad€
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Em 2016, o grupo Seines faturou um milhão e meio de euros De que forma foi a atividade e os resultados do grupo afetada pela crise? Têm gerado sempre lucros?
Tal como na maioria das empresas, a crise afetou significativamente o grupo Seines, pois alguns dos nos-
O grande desafio é conseguir demonstrar às empresas ibéricas a oportunidade e as vantagens que os serviços em outsourcing poderão proporcionar, facilitando principalmente uma maior integração de muitos dos processos que realizam na área administrativa. Um bom exemplo neste sentido poderá passar pela centralização a nível ibérico do processamento de salários de forma a uniformizar processos e procedimentos nos quadros existentes nos dois países, potenciando igualmente a integração do capital humano.
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grande entrevista gran entrevista dos nossos colaboradores, pois estes são elementos fulcrais para a dinâmica da empresa e da qualidade dos serviços prestados. Como tem evoluído o grupo Seines em Portugal? Que marcos têm sido decisivos para o crescimento do grupo?
É incrível como o tempo passa rápido. O grupo Seines orgulha-se de estar no mercado português há cerca de 34 anos, entre períodos bons e menos bons, concluímos que a evolução tem sido positiva. Como momentos altos, em 1997 investiu-se na área de recursos humanos, e posteriormente, a partir de 2000, investiu-se na área financeira. Quantas pessoas emprega o grupo? Que tipo de profissionais procuram para integrar a vossa equipa?
Em que investem mais? Tecnologia? Formação? Quanto investem por ano?
Nos últimos anos, o grupo Seines tem investido bastante em I&D.
Em 2017 prevê-se um investimento a rondar os 4% da faturação. Relativamente à formação, sempre que possível investimos na qualificação
O grupo Seines orgulha-se de, na totalidade das suas áreas de negócio, reunir uma equipa formada por 49 colaboradores, sendo que cerca de 80% são quadros qualificados.
Contabilidade e recusos humanos são também fortes apostas do grupo Com sede em Linda-a-Velha (Oeiras), a Seines foi fundada em 1983 por Francisco Dezcallar, assumindo-se como “uma plataforma de serviços informáticos entre Portugal e Espanha”, com o objetivo de acompanhar “a crescente necessidade das empresas ibéricas em externalizar os processos de negócio”. O grupo “especializou-se no desenvolvimento de soluções de business process outsourcing (BPO), fundamentalmente na área do negócio bancário”, concebendo, implementando e gerindo “soluções à medida que permitem às organizações, otimizar os processos internos, reduzir os seus custos, e elevar padrões de qualidade para que se possam
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concentrar naquilo que é verdadeiramente o seu negócio”. O grupo Seines integra a empresa de gestão de recursos humanos Blanes e a empresa Audite,
que atua nas áreas de gestão financeira, financiamento de projectos e empresas, auditorias e constituição, alteração e dissolução de empresas.
Centro de Formação CCILE Gestão do Tempo Lisboa, 03 de maio 09h00-18h00
O tempo é o recurso mais precioso de que dispomos e por isso é imprescindível utilizá-lo da melhor maneira possível. O planeamento estratégico, eficiente e profissional do trabalho diário é essencial para que se tire o máximo partido do tempo disponível!
Dispositivos Móveis enquanto Ferramenta de Produtividade Lisboa, 4 de maio 14h00-18h00
Aprenda de uma maneira simples e prática, a tirar partido dos seus dispositivos móveis. Neste workshop vamos ensinar-lhe como organizar-se e aumentar a sua produtividade utilizando uma ferramenta que tem sempre à mão!
Liderança e Coaching (2 sessões)
Lisboa, 10 e 25 de maio 09h00-18h00
Aprenda a obter o máximo de rendimento no seu trabalho e aumente a sua capacidade de liderança junto da sua equipa de trabalho através de modelos de gestão e métodos de definição de objetivos individuais e coletivos do coaching.
Presença nos Motores de Busca Lisboa, 11 de maio 09h00 –18h00
Na hora de implementar uma estratégia de marketing digital, o posicionamento nos motores de busca é um dos pontos fulcrais a contemplar. Afinal, estudos recentes demonstram que a grande maioria dos portugueses utilizam os motores de busca para
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tomar decisões, o que os torna no local online por excelência para estar.
Gestão de Conflitos e Reclamações (2 sessões)
Lisboa, 12 e 29 de maio 09h00-18h00
Em todas as empresas é crucial saber prevenir à conflitualidade comportamental a relacionada com a dinâmica do trabalho. Está preparado para atuar face às situações mais exigentes de insatisfação, conflitos e reclamações por parte de clientes? Conhece, utiliza e aplica já as ferramentas e técnicas adequadas da forma mais assertiva?
Principais Obrigações Legais das Empresas Lisboa, 18 de maio 09h30-13h30
No quotidiano de administração de uma empresa é essencial dominar conceitos e ter como adquiridos os usos obrigacionais legalmente previstos para as mesmas. A celebração de contratos de trabalho, as respetivas formas de cessação, notificações e afixações obrigatórias, tal como a gestão dos tempos de trabalho e férias do quadro de pessoal, permitirão a correcta, fácil e eficiente gestão das obrigações da sua empresa.
Geral de Proteção de Dados e fazer a gestão da segurança da informação na internet? No rescaldo do primeiro grande evento da Web Summit em Portugal esta é uma temática que não deve perder.
Segurança e Saúde no Trabalho para Representante do Empregador ou Trabalhador Designado
Lisboa, 29 a 31 de maio e 06 e 07 de junho 1ª sessão: 29 de maio 2ª sessão: 30 de maio 3ª sessão: 31 de maio
Para que seja possível aplicar o disposto na legislação, é necessário formar todos os intervenientes na ação preventiva: trabalhadores ou os seus representantes, o empregador ou os trabalhadores por ele designados e outros profissionais para o exercício de funções na área da Segurança no Trabalho. Pretende-se que os participantes adquiram as competências básicas em matéria de segurança, saúde, ergonomia, ambiente e organização do trabalho necessárias ao exercício da atividade de representante do empregador/ trabalhador designado.
Start-ups Tecnológicas Lisboa, 24 de maio 09h30-13h30
Quais os principais aspetos legais associados à constituição e ao desenvolvimento da atividade de novos negócios de perfil tecnológico? Como regular as relações entre os sócios, os clientes e os seus trabalhadores? Como angariar financiamento? Como preparar a empresa para o novo Regulamento
Departamento de Formação Anaís Hernández Tel. 213509310/6 • E-mail: anais@ccile.org
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Atividade e resultados do grupo Novo Banco melhoram em 2016
Os resultados do grupo Novo Banco melhoraram, refletindo “o esforço de consolidação operacional prosseguido durante o exercício de 2016, tendo o resultado operacional atingido 386,6 milhões de euros (mais 209% do que o valor registado no período homólogo do ano anterior, que ascendeu a 125 milhões de euros), determinado pela melhoria do produto bancário e pela redução dos custos operativos. O produto bancário situou-se em 977,5 milhões de euros (mais 11,1% do que
em 2015), para o qual contribuiu o comportamento do resultado financeiro (um crescimento de 14,2%) e dos resultados de operações financeiras (mais 25,2%). Os custos operativos situaram-se em 590,9 milhões de euros, evidenciando uma redução de 163,8 milhões (menos 21,7% do que no ano anterior). “O comportamento dos custos operativos permitiu a melhoria expressiva do rácio de eficiência, com o cost to Income a evoluir para 60,4%, que compara favoravelmente com 85,8% em dezembro de 2015”. Por outro lado, o montante afeto a provisões, no valor de 1.374,7 milhões de euros, representa um acréscimo de 316,8 milhões em relação ao ano anterior. As imparidades incluem
672,6 milhões de euros para crédito, 315,9 milhões para títulos e 98,2 milhões para custos de restruturação. “O elevado nível de provisionamento (1.374,7 milhões de euros) conduziu a um resultado líquido negativo de 788,3 milhões de euros, o qual compara favoravelmente com o prejuízo de 929,5 milhões em 2015”, adianta a instituição liderada por António Ramalho. Em linha com a prossecução do processo de desalavancagem do balanço, especialmente na carteira internacional, o crédito a clientes registou, no exercício de 2016, uma quebra de 3.700 milhões de euros (parte importante relacionada com a transferência para ativos em descontinuação do BESV e do NB Ásia). No último trimestre do ano o crédito a clientes reduziu-se em 400 mil euros, com o crédito à habitação e o outro crédito a particulares a manterem-se ao nível do registado no final do terceiro trimestre.
El Corte Inglés prevê abrir 45 pontos de restauração em dois anos O El Corte Inglés vai investir 12 milhões de euros este ano, para impulsionar a área da restauração, com a abertura de novos conceitos comerciais e de dois novos Gourmet Experience, um dos quais em Lisboa, o primeiro espaço do género em Portugal, revela a revista “Grande Consumo” na sua edição online. No ano passado, o grupo espanhol investiu 20 milhões de euros neste domínio e conta já com quase 400 espaços dedicados à restauração e gastronomia. Nos próximos dois anos, prevê abrir 30 a 45 novos pontos de
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venda, o que irá criar 600 a 700 empregos. De acordo com Guillermo Arcenegui, diretor de restauração do El Corte Inglés, o peso da hotelaria e restauração tem aumentado no grupo, mas ainda está abaixo dos 5%. Espaços como o Gourmet Experience têm vindo a trazer um elevado valor acrescentado. “Trata-se de um formato interessante que integra a restauração e a loja”, explica o mesmo responsável. Atualmente, são
oito os pontos de venda mas, com a abertura em Lisboa e nas Canárias, chegará a uma dezena.
Breves Saba reforça-se em Portugal com três novas operações A Saba, líder global no desenvolvimento de soluções de mobilidade urbana e gestão de parques de estacionamento, está a reforçar a presença em Portugal e, neste momento, é responsável pela gestão de 30 parques, de norte a sul do país, correspondentes a 17 mil lugares de estacionamento. As conquistas mais recentes, no final do ano passado e início de 2017, foram a renovação da concessão do parque de estacionamento do Estádio Universitário de Lisboa, com um total de 373 lugares de parqueamento, o parque Eça, com 553 lugares de estacionamento e o parque de superfície da Lota, que dispõe de 174 espaços de parqueamento. As três novas operações representam um total de 1.100 novos lugares de estacionamento. Com estes novos contratos, a Saba passa a gerir 35 parques, correspondentes a 17 mil lugares de estacionamento, distribuídos por 15
cidades portuguesas. “Portugal é um mercado estratégico para a Saba e estas três novas operações são reflexo disso. Estamos determinados em continuar a crescer e, também, em melhorar o serviço ao cliente”, frisou Marco Martins, diretor geral da Saba em Portugal. Em 2015, a Saba formalizou a operação de aquisição da CPE -Companhia de Parques de Estacionamento, a quarta maior empresa portuguesa de parques de estacionamento, o que lhe permitiu duplicar o número de parques de estacionamento.
Sonae compra supermercados Brio A Sonae comprou a Brio, a primeira rede de supermercados biológicos lançada em Portugal, em 2008, e que atualmente conta com seis espaços na zona metropolitana de Lisboa. O valor do negócio não foi divulgado. Em comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, no passado dia 26 de abril, a dona do Continente informa que através da sua participada Sonae MC chegou a acordo com os acionistas da Brio, o The Edge Group (de Miguel Pais do Amaral), para a aquisição de 100% do capital social da empresa. Esta aquisição acontece alguns meses depois do grupo co-liderado por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério ter adquirido 51% da Go
Well, que detém os restaurantes Go Natural. O segmento saúde e bem-estar tem estado no topo das apostas da Sonae que, além destas recentes compras, também decidiu abrir no final do ano passado um supermercado inteiramente dedicado à alimentação biológica e saudável, com a insígnia Go Natural. A compra da Brio “permitirá à Sonae MC acelerar a sua posição na avenida estratégica de crescimento health & wellness , em particular no segmento de alimentação saudável, beneficiando da rede de lojas da Brio, do elevado grau de especialização das equipas e de uma alargada rede de fornecedores”, sublinha a empresa.
Indaqua ganha projeto de 3,5 milhões de euros em Angola A VistaWater, empresa angolana detida pela portuguesa Indaqua em 45%, ganhou o concurso para a exploração e gestão do sistema de abastecimento de água no Sumbe, cidade do sul de Angola, pelo período de um ano, no valor aproximado de 3,5 milhões de euros. O contrato foi celebrado com a agência governamental DNA, do Ministério da Energia e Águas, tem a duração de 12 meses e vai assegurar a exploração e gestão de todas as infraestruturas de abastecimento de água da cidade, que inclui uma estação de tratamento de águas, seis reservatórios e uma rede de distribuição com seis mil ligações e 210 fontes. A VistaWater vai disponibilizar uma equipa no terreno de 27 operadores e técnicos. “Estamos muito satisfeitos com o reforço da nossa operação em Angola, uma vez que se trata de mercado estratégico para o desenvolvimento internacional da Indaqua”, referiu Enrique Castiblanques, CEO da Indaqua. Porto de Setúbal com recorde na movimentação de carga contentorizada O porto de Setúbal bateu o recorde de carga contentorizada no primeiro trimestre de 2017, com mais 9% em relação ao período homólogo de 2016 e um aumento de 3% em TEU, consolidando o seu crescimento neste segmento de mercado. Também na carga ro-ro há a destacar o aumento de 45% de toneladas movimentadas neste porto, à carga e à descarga, correspondente a 82.842 toneladas (57.221 no trimestre homólogo do ano passado). Nestes números, o destaque vai para o crescimento das exportações na carga contentorizada face a 2016, em termos homólogos: 16% (324.530 toneladas versus 279.617 em 2016) e 32% na carga ro-ro (31.845 toneladas em 2017 e 24.062 em 2016), que contribuíram para o posicionamento do Porto de Setúbal como um porto marcadamente exportador. O movimento de carga total do porto no trimestre foi cerca de 1,75 milhões de toneladas, menos 4,9% face a 2016, sobretudo devido aos granéis. Contudo, a evolução da carga contentorizada confirma a tendência que se tem vindo a verificar de uma mudança estrutural da tipologia das cargas movimentadas no Porto de Setúbal, com um crescimento das cargas de valor acrescentado,
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Breves nomeadamente contentores, relativamente a outras tipologias associadas a cargas industriais pesadas. ASM Energia faz novo investimento na área da produção de eólicas A ASM Energia – com sede e produção em Sever do Vouga, que é o maior produtor português de torres eólicas, e o único que também produz para utilização offshore (ou seja, em pleno mar)–, prepara-se para inaugurar uma nova linha de produção, um investimento de cinco milhões de euros que permitirá aumentar a produção em 40% e criar 30 novos postos de trabalho. Adelino Costa Matos, CEO da ASM Industries, que detém a ASM Energia, explica que “esta é uma área em que Portugal tem claramente muito para crescer, e a ASM está muito empenhada em manter este rumo de crescimento”. Portugal é um dos “dez maiores na Europa” nesta área, reforça o mesmo responsável. A ASME faturou em 2016 mais de 13 milhões de euros em torres eólicas, e prevê, ainda em 2017, chegar aos 20 milhões de euros de faturação, e aos 50 milhões em 2020, mais do que triplicando a faturação em quatro anos. A ASM Energia produziu, desde 2006, mais de 3.500 secções metálicas para torres eólicas, especialmente para os mercados europeu e sulamericano. Fusões e aquisições no primeiro trimestre já ultrapassam valores de 2016 O número de fusões e aquisições no mercado português foi de 95 operações no primeiro trimestre de 2017, um volume 32% maior que o conquistado nos três primeiros meses do ano anterior e superior ao alcançado em 2015. De acordo com o “Relatório Transacional do Mercado Ibérico” da TTR, em colaboração com a Intralinks, 38 transações revelaram valores que somam 8.378 milhões de euros, um crescimento de 315%. O montante total somado na abertura de 2017 já supera todo o valor registado no ano 2016 inteiro. Durante o período analisado, foram contabilizadas sete operações consideradas de grande porte – cujo valor é igual ou maior que 250 milhões de euros. O subsetor que mais se destacou no mercado de M&A português neste primeiro trimestre, assim como nos dois anos anteriores, foi o imobiliário, com o registo de 16 transações, um salto de 45%. Seguem-se os setores da distribuição e retail e o financeiro e segurador. As empresas portuguesas continuam na mira do investimento estrangeiro e, a nível de nacionalidades, destacam-se os espanhóis, com a aquisição de 13 negócios em Portugal.
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Europac vende operador logístico do porto de Viana do Castelo O grupo Europac (Papeles y Cartones de Europa) chegou a acordo para vender a Europac Logística, sociedade que presta serviços de transporte marítimo no porto comercial de Viana do Castelo. A sociedade foi adquirida pela Servinoga, pertencente ao grupo Nogar, por 2,7 milhões de euros, o que representa uma mais valia de 2,3 milhões de euros para a Europac. Esta alienação responde à vontade da Europac de desinvestir em ativos não estratégicos, enquanto o comprador aumenta a presença na área da sua especialidade. A Servinoga assinou um contrato de longo prazo com descontos pro-
gressivos sobre os preços atuais da Europac Kraft Viana. O contrato garante ainda à fábrica de papel kraftliner do Grupo Europac a prestação de serviços de operador, consignação de embarcações e prestação de serviços portuários que até agora eram realizados pela Europac Logística. Cerca de 90% da produção de papel kraftliner da fábrica portuguesa destina-se à exportação e o porto de Viana do Castelo é o ponto de partida de mais de 150 mil toneladas por ano, cujos principais portos de destino são Bremen (Alemanha), Terneuzen (Holanda) e Livorno (Itália).
Produção de viaturas automóveis recupera em março A produção automóvel registou no mês de março um comportamento positivo em todos os tipos de veículos. Em março foram produzidas 14.293 novas viaturas, o que representa um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado, o qual suplanta o crescimento acumulado no trimestre e que se situou em 7%. Em termos acumulados, no primeiro trimestre de 2017, verificaram-se acréscimos nos ligeiros de passageiros (9%) e nos veículos pesados (69,7%), enquanto que a produção de veículos comerciais ligeiros apresentou uma queda de 2,6%. Os números apurados em março confirmam o peso que as exportações representam para o setor automóvel já que 96,6% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o
mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a economia nacional. A Europa continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional – com 78,8 por cento – com a Alemanha (19,2%), Espanha (15,4%), França (10,4%) e Reino Unido (8,7%) no topo do ranking. Em termos geográficos, o mercado asiático, encabeçado pela China (11,3%), mantém o segundo lugar nas exportações de automóveis fabricados em Portugal.
Portugal será menos afetado pelo brexit do que outros países O prazo de dois anos definido para as negociações entre a União Europeia e o Reino Unido para o brexit é demasiado ambicioso para que se estabeleçam os acordos de saída e de comércio livre – o mais provável é que se defina um acordo de transição que dispense determinados setores de impostos, chegandose a um consenso final em 2021, depois das eleições gerais britânicas”, conclui o mais recente estudo do grupo Allianz/ Euler Hermes, acionista da COSEC. A 29 de março, o Governo do Reino
Unido invocou o artigo 50.º do Tratado de Lisboa que inicia o processo de saída da União Europeia. Neste estudo sobre o Brexit, o acionista da COSEC estabelece três cenários possíveis para as negociações, que vão desde a possibilidade das negociações Reino UnidoUE terminarem em 2019 e não se assinar nenhum acordo de comércio livre (20% de probabilidade), até à hipótese da UE e o Reino Unido concordarem em prolongar as negociações para além de 2019 e chegarem a um acordo de comércio livre limitado em 2021 (55% de probabilidade). Neste último cenário – o mais provável –, os bens transacionados seriam sujeitos a uma taxa de entre 2 e 3%, e o custo dos serviços subiria 10%. A libra esterlina depreciaria entre cinco e 7%, resultando numa subida dos custos com importações e emagrecendo os lucros das empresas
britânicas. Este contexto provocaria um aumento progressivo do número de insolvências de empresas, que seria de 9% em 2019. Ainda que se espere um abrandamento da economia britânica (crescimento de apenas 0,3% em 2021), esta não deverá entrar em recessão. No total, o estudo estima perdas de 12 mil milhões de libras (14.124 milhões de euros) nas exportações de bens, ou seja, 2% do total, e de 14 mil milhões (16.478 milhões de euros) nos serviços, só em 2021. Tendo ainda em conta o cenário mais provável– um acordo de comércio livre limitado a alguns setores– estima-se que o impacto em Portugal seja mais moderado do que noutros países. No período entre 2017 e 2021, o país sofrerá um decréscimo de 300 milhões de euros nas exportações de bens e de 200 milhões nas exportações de serviços; o investimento direto estrangeiro abrandará em 100 milhões, enquanto o PIB cairia 0,3 pontos percentuais, adianta o estudo. A Holanda, Irlanda, Bélgica, Alemanha, França e Espanha serão os parceiros comerciais do Reino Unido mais afetados pelo brexit, por ordem de impacto. Os três países mais afetados são a Holanda, a Irlanda e a Bélgica, cujo PIB cairia 1,8 pontos percentuais, 1,2 pontos percentuais e um ponto percentual, respetivamente. Os Países Baixos perderiam quatro mil milhões de euros nas exportações de bens e 8.200 milhões no investimento direto estrangeiro. Alemanha (quebra de 0,4 pontos percentuais no PIB), França e Espanha (ambas -0,3 pontos percentuais no PIB) sofreriam um impacto mais moderado. Entre 2017 e 2021, a Zona Euro poderia registar perdas de 24,6 mil milhões de euros em exportações de bens, e de 5,5 mil milhões em exportações de serviços (ver tabela do impacto acumulado do brexit por país no período 2017-2021, considerando o cenário mais provável).
Gestores
em Foco
Francisco Nogueira de Sousa (na foto) foi distinguido como melhor general manager do grupo Marriott na Europa. Os prémios “Marriott Excellence Award for Europe 2016” foram atribuídos pela Marriott International, num evento mundial que distingue os melhores profissionais e equipas da cadeia em todo o mundo. Francisco Nogueira de Sousa, que tem vindo a liderar, desde 2014, o projeto de reestruturação do Praia D’El Rey Golf & Beach Resort, destacou-se pelo trabalho desenvolvido neste resort, ainda a recuperar de um complexo processo de insolvência, mas que começou já a mostrar bons resultados a nível de satisfação de clientes, de resultados financeiros e ao nível de engagement com as equipas e a marca. José Luís Simões (na foto), presidente do conselho de administração da Luís Simões, foi distinguido no mês passado com o “Prémio Kaizen”, que visa reconhecer pessoas ou entidades que se destacam pela adoção de métodos de melhoria contínua como fator estratégico. A estratégia de melhoria contínua da Luís Simões converteu-se num aumento da eficiência de processos, redução de custos operacionais e melhoria aos níveis de serviço e satisfação do cliente, com um impacto significativo nos últimos anos. Já em 2016, a Luís Simões tinha vencido um prémio na categoria “Excelência na Produtividade”, com o desenvolvimento do Projeto T4T – Trucks 4 Terminals, que tornou a operação de transporte de pasta de papel entre a unidade da Altri na Leirosa (Celbi) e o Porto Marítimo da Figueira da Foz mais eficiente e sustentável.
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Breves El Grupo Farga compra La Menorquina con apoyo financiero de Black Toro La firma de inversión Black Toro Capital ha invertido 40 millones de euros en el Grupo Farga, fabricante de helados con la marca Farggi, que le permitirán entrar en el capital de la firma alimentaria catalana y comprar el negocio de helados del Grupo Kalise, La Menorquina, en la Península Ibérica y Baleares. Esta adquisición incluye las instalaciones industriales, la red de distribución y las delegaciones comerciales de GKM, la mayor red de comercialización de helados de España. Con esta operación, Black Toro ha invertido el 78% de su fondo II, mientras que el proceso de integración se llevará a cabo de forma progresiva y bajo el respaldo e implicación del fondo, que mantendrá presencia en el consejo de administración de Farga. Tras esta compra se unen dos marcas de helado como Farggi y La Menorquina, muy valoradas por el consumidor y con un gran potencial de desarrollo, que verán potenciada y desarrollada su estrategia. Antolin dispara sus ventas un 50% e invertirá 380 millones este año El fabricante español de componentes para automóviles Antolin alcanzó unas ventas el pasado ejercicio de 5.247 millones de euros, frente a los 3.506 millones del ejercicio anterior, tras consolidar por completo la filial de interiores de Magna, adquirida a finales de 2015. El beneficio operativo bruto (EBITDA) del grupo Antolin se situó en 521 millones de euros, con un aumento del 34%, y el ebit fue de 339 millones de euros, un 27% más. La empresa tiene en marcha un plan de inversiones para los próximos años, que acelerará una vez complete la venta del negocio de asientos a la estadounidense Lear por 286 millones de euros, operación anunciada a principios de años. Este ejercicio invertirá 380 millones de euros, un 48% más respecto a 2016. Estados Unidos se llevará buena parte de ese dinero con 100 millones de euros, de los que 61 se destinarán a una nueva planta en Michigan. El grupo español Pamesa se convierte en proveedor internacional de Leroy Merlin El grupo español Pamesa, formado por las empresas Ecoceramic, Geotiles y Tau y proveedor nacional de Leroy Merlin desde 2013, se convierte ahora también en proveedor internacional de la compañía en productos cerámicos. En este sentido, el director general de Leroy Merlin España, Ignacio Sánchez Villares, ha visitado las instalaciones de la empresa industrial Pamesa en Castellón con el objetivo de mostrar su apoyo a
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Banco Santander lanza una versión para jóvenes de su “Cuenta 1, 2, 3”
La entidad financiera presidida por Ana Botín ha decidido crear una versión especial para millenials de su cuenta remunerada y con bonificaciones, la “Cuenta 1, 2, 3”, que lanzó hace dos años y es su principal producto. La nueva cuenta, llamada “Cuenta 1, 2, 3 Smart”, se podrá contratar en dos modalidades, una gratis y otra premium con más bonificaciones. El
producto puede ser contratado por jóvenes de entre 18 a 31 años. En la versión gratuita, el usuario no pagará comisiones y dispondrá de una tarjeta de débito sin coste de emisión ni renovación. En la modalidad superior, que implica una comisión mensual de dos euros, además de la tarjeta de débito gratis el cliente tendrá una serie de bonificaciones por los pagos que haga con sus tarjetas: el 1% de las compras en comercios físicos, el 2% de las compras por internet y el 3% de los pagos hechos a través de Santander Wallet y Apple Pay, con un máximo en conjunto de 120 euros al año.
Abengoa construirá en Arabia Saudí su mayor desaladora El grupo energético y tecnológico Abengoa se ha adjudicado el desarrollo y construcción de una planta desaladora en Arabia Saudí, proyecto valorado en 240 millones de euros. La planta desaladora, la mayor construida por Abengoa hasta la fecha, será desarrollada en consorcio con la empresa italiana Fisia Italiampianti, gracias al contrato adjudicado por la compañía saudí Acwa Power, que ejecutará el proyecto para el cliente final, la compañía estatal de conversión de agua salina Saline Water Conversion Corporation (SWCC). La planta tendrá una capacidad de 250 mil metros cúbicos por día y podrá desalar
hasta 400 mil metros cúbicos por día, el agua equivalente a cuatrocientas piscinas olímpicas, lo que la convertirá en el mayor centro de desalación del mundo. Con este contrato, la SWCC pretende aumentar la capacidad de desalación de Arabia Saudí de 5,1 millones de metros cúbicos por día a 7,3 millones de metros cúbicos por día en 2020, para satisfacer la creciente demanda.
Breves Las ventas de Seat subieron un 14% en el primer trimestre
Seat vendió 117.300 coches en todo el mundo durante el primer trimestre del año, un 14% más respecto al mismo periodo del año anterior, lo que representó el mejor dato desde el año 2001. El incremento de las ventas en España fue del 16,6%. Según ha informado la compañía, en marzo, Seat entregó 53.200 coches, lo que supone una subida del 14,4% respecto al
mismo mes del año pasado, y el volumen de vehículos vendidos en marzo es el mayor en un solo mes en los últimos 17 años, desde marzo del 2000. España encabezó las entregas en el primer trimestre del año, con 24.700 vehículos vendidos, un 16,6% más. Las matriculaciones en el canal de particulares avanzan alrededor de un 50% en lo que va de año y, en marzo, el Ateca fue el vehículo más vendido en este canal, mientras que el Ibiza y el León también se situaron entre los cinco primeros.
Gas Natural Fenosa invirtió más de 59 millones en innovación en 2016 Gas Natural Fenosa invirtió un total de 59,2 millones de euros en innovación en 2016, dentro del plan en esta materia de la compañía, que acompaña a la hoja de ruta del grupo hasta 2020. Con este plan, el grupo ha indicado que busca implantar mejoras operativas y adoptar aquellas tecnologías que aportan un mayor valor a los negocios de la empresa. En concreto, el plan de innovación se estructura en cinco grandes áreas de trabajo: generación eléctrica, redes, clientes, gas natural licuado (GNL) y robótica e inteligencia artificial. Destaca el
área del cliente, en la que la compañía trabaja en nuevos productos y servicios de valor añadido, como el proyecto europeo GrowSmarter, en el que colabora con el Ayuntamiento de Barcelona y otros socios y que busca aplicar diferentes tecnologías para el ahorro energético, la disminución del impacto ambiental y la mejora de la calidad de vida.
la internacionalización de proveedores españoles para que exporten a otras enseñas de Adeo (grupo al que pertenece Leroy Merlin). Sánchez Villares declaró que Pamesa “ofrece productos de una calidad extraordinaria y se sitúa como referente en diseño e innovación”, de ahí que hayan ampliado su colaboración a nivel internacional. Leroy Merlin impulsa la internacionalización de sus proveedores facilitando su contacto con otras enseñas de Adeo, proporcionándoles de esta manera nuevos mercados globales donde expandir sus negocios incrementando su competitividad. Inerco crece un 25% en España Inerco, compañía de tecnología y consultoría de ámbito internacional, ha cerrado 2016 con un volumen de negocio de 51,2 millones de euros, cifra que supone un mantenimiento de los niveles alcanzados en 2015. El pasado año fue un ejercicio marcado por el repunte del mercado nacional (un 25% más con respecto a 2015), lo que refrenda el posicionamiento de Inerco en áreas clave de servicios avanzados para el sector industrial. José González Jiménez, consejero delegado de Inerco, destaca la excelente respuesta del mercado español, “que ha avalado nuestra posición como referentes en los campos de la consultoría en Medio Ambiente, Seguridad Industrial y Prevención de Riesgos Laborales”, así como la pujanza del área tecnológica de soluciones ambientales, “con proyectos de calado en materia de eficiencia energética y reducción de emisiones para los principales operadores del sector energético o en áreas como la acústica industrial”. Zara fabricará en Rusia ropa y artículos para el hogar La cadena española de tiendas de moda Zara fabricará ropa y artículos para el hogar en Rusia, según ha anunciado Víctor Yevtújov, viceministro ruso de Comercio e Industria. “Ya se han firmado dos contratos: para Zara Home y para la fabricación de ropa”, aseguró Yevtújov, informa la agencia TASS.También adelantó que la compañía Inditex, propietaria de Zara, enviará “en breve” especialistas a Rusia para “examinar” y seleccionar a las empresas con las que colaborarán. “Le hemos presentado una lista (de empresas), de las cuales cogerán las que necesiten”, precisó. A su vez, aseguró que Zara tiene intención de multiplicar su producción en este país, cuya economía crecerá este año tras dos años de recesión. “En 2017 se proponen vender en torno al millón de artículos fabricados en nuestro país”, apuntó. El funcionario ruso consideró muy positivo que empresas extranjeras quieran establecer su producción en Rusia, aunque aseguró que lo importante es que las compañías rusas satisfagan los requisitos de calidad.
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atualidade actualidad
Grupo Agrinda expande Agriloja e distribuição de combustíveis AAgrinda, holding que agrupa 60 empresas ligadas à agricultura e outros
interesses, está a reforçar a vertente da distribuição, quer a nível da cadeia Agriloja quer no campo dos combustíveis, com a marca Agripower. A cadeia Agriloja, com 19 unidades, representa dois terços das vendas do grupo, que no total ascendem a cerca de 60 milhões de euros.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
Agrinda SGPS, holding -se em Portugal Continental e uma que agrupa dezenas de localiza-se nos Açores. “A perspeempresas ligadas à agri- tiva é aumentar o número de lojas cultura e outros interesses, está a reforçar a verA maior área de negótente da distribuição, quer a nível das lojas de retalho especializado cios do grupo está quer no campo dos combustíveis. ligada à Agriloja, uma Segundo Nuno Carvalho (foto na pág. seg.), presidente do conrede de lojas dediselho de administração do grupo cadas à agricultura, sedeado no Cadaval (norte de Lisboa), a abertura de novas lojas pecuária, bricolagem, da conhecida cadeia Agriloja prosentre outras segue a bom ritmo, ascendendo já às 19 unidades. Destas, 18 situam20 act ualidad€
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nas localizações onde ainda não temos ou temos pouca presença”, como o nordeste transmontano e a Bairrada (a curto prazo) ou o Algarve (a médio prazo), adianta o mesmo responsável. A Agriloja representa o maior negócio do grupo e é responsável por cerca de 66% da faturação da Agrinda, que ascende aos 60 milhões de euros. A Agriloja dedica-se ao comércio de produtos para as áreas da agricultura, jardim, pecuária, animais de estimação, bricolagem e casa. “É um formato de retalho especia-
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Central de compras em Espanha com 500 fornecedores Uma das novas áreas de negócios do grupo liderado por Nuno Carvalho foi lançada em Espanha e chama-se Agricor. Esta central de compras, que atua nas mesmas áreas – produtos para a agricultura e afins – conta já com cerca de 500 fornecedores e 50 mil referências. Tendo como principais clientes as empresas de retalho de Espanha, a central irá em breve disponibilizar o seu portefólio também via online. Ao aderirem à Agricor, os “retalhistas independentes podem adquirir os produtos a preços como seria normal se fizessem as competitivos, sem ser necessário compras a nível individual, realça comprarem grandes quantidades“, José Fontes, diretor executivo da
Foto Sandra Marina Guerreiro
lizado, para o cliente ‘Faça você mesmo’, com ligação à agricultura, jardinagem ou animais”.
Agricor, salientando que a empresa quer aumentar o número de aderentes espanhóis.
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atualidade actualidad Por enquanto, a central está mais presente na região norte, mas a intenção é expandirse por todo o território espanhol. “Somos a única central de compras nestas áreas da agricultura e pecuária, em Espanha”, adianta o mesmo responsável. Nova área de combustíveis com marca Agripower Há cerca de um ano e meio, a Agrinda lançou uma nova área de negócios, dedicada à exploração de postos de abastecimento de comO grupo lançou a bustível, sob a marca Agripower. “É uma marca que se está a afirmar, de Agripower, que explora gasolina e gasóleo com aditivos, de três postos de abastealta performance, mas a preços competitivos”, garante Nuno Carvalho. cimento de combustíAtualmente, um dos pontos fortes vel, e que deverá triplida empresa é a comercialização de gasóleo agrícola, rodoviário e de car as suas unidades aquecimento ao domicílio. até 2022 A nível comercial, salienta que a Agripower mantém acordos com algumas instituições de solidariedade social que garantem uma tos de abastecimento. O próximo fidelização crescente a estes pos- passo prevê a realização de ações de
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cross selling entre os clientes desta empresa e da Agriloja. A intenção é “abrir dois postos por ano, durante os próximos cinco anos”, que se somarão aos três postos de combustível atuais, adianta o gestor. Os três postos situam-se em Torres Vedras, Lourinhã e Beja, sendo o objetivo expandir-se para localizações onde haja “uma boa oportunidade de negócio”, sublinha Nuno Carvalho. Exploração vinícola com Encosta da Vila O grupo Agrinda conta no total com 60 empresas sob a sua gestão, onde se pode destacar ainda a Encosta da Vila, que se dedica à exploração e comercialização de vinhos. A empresa herdou as marcas Porão Velho, João Santarém e Casal Corado, da antiga Adega Cooperativa de Torres Vedras, que são comercializadas junto de grossistas e do canal horeca . Alguns destes vinhos, que são certificados pela CRV de Lisboa, receberam já prémios internacionais em diversas áreas, salienta Nuno Carvalho. O grupo Agrinda possui no total cerca de 400 colaboradores.
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atualidade actualidad
Emprendedores internos para movilizar y evolucionar las empresas El intraemprendimiento ayuda a las compañías a detectar nuevas oportunidades de negocio y activar iniciativas que acaban extendiendo su portfolio de productos y servicios.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR
rabajadores más motivados empresa Indra con dimensión global y más comprometidos con para sus profesionales de todo el sus empresas y generar ideas mundo. La iniciativa de Indra surgió como innovadoras y disruptivas son dos de los objetivos de parte de un nuevo modelo de innolas compañías que ponen en marcha proyectos de intraemprendimiento. Emprender desde dentro es una La primera edición herramienta cada vez más usada por de esta iniciativa se las empresas que está dando muy buenos resultados en el desarrollo lanzó el año pasado y de nuevas líneas de innovación. “El participaron más de objetivo es sacar el máximo provecho de nuestro talento interno, promo13 mil profesionales, ver la creatividad y la innovación, con un total de 466 aflorar el talento latente proclive a la innovación, dar respuesta a los propuestas profesionales con inquietudes en este ámbito, identificarlos y alentarlos creando una comunidad de inno- vación, más ligado a las necesidades vadores, y reforzar la capacidad de del negocio, abierto, ágil y flexible, Indra para atraer y retener talento”, “implantado por Indra recientemente explica David Pascual, responsable y que, a través de Indraventures prede Indraventures, proyecto de la tende ampliar y reforzar la conexión
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de Indra con los ecosistemas tecnológicos de innovación a nivel global”. Para lograr ese objetivo la compañía española se apoya en tres pilares: las startups y emprendedores; los grupos de investigación y spinoffs de las universidades y centros tecnológicos que están experimentando con tecnologías emergentes; y los “Innovators”, los propios profesionales de la compañía, expertos multidisciplinares de todo el mundo que pueden ser una valiosa fuente de ideas. Indra tiene además previsto identificar posibles nuevas tecnologías y líneas de investigación mediante el desarrollo de una comunidad de innovadores, con profesionales con un perfil más proactivo e innovador; crear un grupo de visionarios y grupos de trabajo internos multidisciplinares creados ex profeso para el desarrollo y conceptualización de nuevas líneas de innovación. La primera edición de
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esta iniciativa se lanzó a finales del meses: “No se les limita a la hora año pasado y participaron más de 13 de presentar sus proyectos pero sí se mil profesionales de los 34 mil que proponen los retos más estratégicos tiene Indra en todo el mundo. El de la compañía como puede ser, entre total de propuestas recibidas fue de otros, la seguridad, la privacidad o el 466 y se contabilizaron más de diez conocimiento del cliente”, explica el mil votos. Las propuestas abordaron máximo responsable de innovación ámbitos como el control y la neutra- de la compañía, Gonzalo Martínlización de drones, la telemedicina, Villa. Los participantes presentan la inteligencia artificial, la movilidad su plan de negocio, reciben una urbana inteligente o la realidad vir- orientación y una formación básica sobre los pasos más importantes para tual, entre otros. presentar un proyecto de emprendimiento y defienden sus ideas ante un Talento interno Telefónica es una de las empresas jurado compuesto por representantes pioneras en la apuesta por el talen- del más alto nivel de cada área invoto interno y la innovación de sus lucrada. La compañía involucra a expertos de empleados. Este año, aprovechando la experiencia adquirida desde las áreas las diferentes tecnologías y negocios de I+D de la empresa, Telefónica (hasta 50 en la última convocatoria) ha lanzado “In_prendedores” (en la para hacer una selección de las mejores foto), que se diferencia de las anterio- ideas “y los elegidos tendrán entre tres y res iniciativas porque tiene un marco cuatro meses para desarrollarla contanglobal que permite la participación do con ayuda tanto interna como exterde cualquier empleado en cualquier na o incluso, si así lo desean, de desapaís que esté interesado en participar rrollarla dentro de la propia área global bajo unos mismos criterios y con una de innovación de Telefónica”. Tal y metodología común de ideación. Ya como subraya Gonzalo Martín-Villa, se ha hecho una experiencia piloto participan trabajadores con perfiles en Telefónica España y ahora el muy diferentes, “algunos llevan años objetivo es ganar una dimensión con una idea en la cabeza y se deciden más global. Todos los trabajadores a presentarla gracias a esta oportunide Telefónica tienen la posibilidad dad”. Desde las áreas de RR.HH. de la de presentar sus ideas, durante dos compañía, aseguran que gracias a este
tipo de iniciativas “aumentan los niveles de compromiso de los trabajadores y su motivación”. Además con ello se contribuyen a detectar oportunidades y empujar iniciativas que acaban extendiendo el portfolio de productos y servicios de la compañía. Otro ejemplo de este tipo de propuestas es el de la farmacéutica Chiesi España que por segundo año consecutivo ha lanzado el programa WeStart con el que se trata de buscar y formar a sus intraemprendedores. Chiesi libera a los participantes del 25% de su jornada laboral y sus responsabilidades y está dirigido a todas las personas de la compañía. En la primera edición, logró que un 20% de los colaboradores se inscribiesen a la iniciativa en la que Chiesi colocó varios retos relacionados con la salud y un quinto de temática libre. En la segunda se han centrado en proponer soluciones para aportar más valor a los pacientes. “Estamos convencidos del potencial innovador del talento interno de nuestros empleados”, asegura Giuseppe Chiericatti, director general de Chiesi España. “Sabemos que la innovación que aportan las ideas y proyectos de nuestros empleados en el programa WeStart puede tener un enorme efecto transformador en la organización”, añade. maio de 2017
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La española Rebeca Minguela, representante del Foro de Jóvenes Líderes Mundiales
La joven segoviana Rebeca Minguela ha sido premiada por su trayectoria profesional en la que ha mostrado su fuerte compromiso con la creación de valor social y huella positiva en el mundo. Su último proyecto, Clarity, permitirá a los inversores y consumidores entender el impacto social de las empresas.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR
urante los próximos cinco años, Rebeca Minguela será uno de los cien representantes del Foro de Jóvenes Líderes Mundiales. Natural de Cuéllar (Segovia), ha logrado a sus 35 años este galardón por su trayectoria profesional en el que se ha valo-
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rado tanto su liderazgo al frente de varios proyectos como sus servicios a la sociedad. En este nuevo cometido la joven española aportará su experiencia profesional y social para tratar de disminuir la desigualdad. Rebeca Minguela se trasladó a Madrid para estudiar Ingeniería de Telecomunicaciones en la Universidad Politécnica. “Acabé en esta carrera por casualidad, tenía buenas notas y parecía que tenía más salidas”, afirma la joven. Sus padres, ambos profesores, y sus abuelos, carniceros, fueron ejemplos a seguir en la entrega y dedicación profesional y contó con su apoyo para dedicarse a lo que más le gustaba, sin poner ningún tipo de obstáculos. Tras licenciarse se marchó a la Universidad de Stuttgart para continuar sus estudios y posteriormente realizó un MBA en la Harvard Business School. Trabajó como ingeniera en IBM, Siemens o la Agencia Aeroespacial Alemana, como consultora de alta gestión en varios países y en fondos de inversión en Londres antes de saltar al mundo emprendedor de la tecnología. Hace cinco años creó Blink, una aplicación de reserva de hoteles de último minuto que creció rápidamente hasta ser líder en su categoría en menos de un año. “Conseguimos 4,3 millones de euros de financiación y en año y medio logramos 800 mil descargas y tres mil hoteles”, cuenta la propia Rebeca. Groupon contactó con Rebeca Minguela “a
través de Linkedin, y en tres meses ya les había vendido la empresa”. Así consiguió dinero para invertir en un nuevo proyecto personal pero antes de ponerlo en práctica asesoró al Banco Santander para quien diseñó su transformación digital. Clarity nació hace menos de un año. Es una empresa que trata de maximizar el impacto social y disminuir la desigualdad, utilizando soluciones basadas en big data y algoritmos de inteligencia artificial. “Nuestra misión es poder incluir la dimensión social de las empresas en el mercado”, subraya la joven segoviana. Tiene un equipo de más de 20 personas y oficina en Nueva York, donde reside, y en Madrid, ciudad que visita al menos una vez por mes. Rebeca Minguela reconoce que dedica muchas horas al trabajo porque le gusta lo que hace. “No se llega a ninguna parte por casualidad”, reflexiona. En su trayectoria profesional abundan las “equivocaciones” y ha aprendido gracias a los fracasos. “Me hizo falta esfuerzo, persistencia y ser curiosa, escuchar mucho para tomar mis propias decisiones”, reconoce. Los planes de esta nueva joven líder mundial pasan por seguir desarrollando su start up y colaborar, como lleva años haciendo, con iniciativas de ONGs, aportando la parte tecnológica de los proyectos. En toda su carrera ha mostrado su fuerte compromiso con la creación de valor social e impacto positivo en el mundo. Su papel en el Foro estará centrado en disminuir la desigualdad.
Padel IV Torneio Ibérico de
CCILE 03 de Junho 2017 Rackets Pro EUL
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Redecorar a casa com a inovadora Infinity da Barbot A primavera é uma época propícia à renovação e à redecoração da casa, para, assim, surpreender o resto da família. E o Dia da Mãe, que se celebra esta semana, pode ser um ótimo pretexto para
dar um novo ambiente e uma pintura à divisão preferida da progenitora, com a tinta Infinity. Este produto, com o selo de qualidade da Barbot, destaca-se por ser o mais inovador na categoria
de tintas. Isto porque se adapta na perfeição a inúmeras superfícies, respondendo a qualquer desafio, com a máxima eficácia e com o mínimo esforço. Funciona como primário e acabamento que se adapta na perfeição a qualquer superfície, no interior ou exterior. Disponível em acabamento mate ou brilhante, a Barbot Infinity é, deste modo, ideal para quem pretende pintar várias superfícies da mesma divisão– paredes, caixilharia, rodapés, portas, etc.– com a mesma cor e o mesmo acabamento. Assim, a Infinity é a escolha ideal para “mimar” as mães, sugere a Barbot.
Efacec Handling Solutions passa a designar-se Consoveyo D epois da aquisição, em setembro passado, pela Körber, a Efacec Handling Solutions (EHS) passou a integrar a área de negócios de Sistemas Logísticos daquele grupo alemão. Já em abril último, a empresa com sede no Porto passou a designar-se Consoveyo, assumindo todas as áreas de atuação da EHS e dando, por isso, resposta aos mercados onde já operava, nomeadamente a Europa e a Ásia. “Como empresário e como empregador, estou convicto que integrar um grupo estrategicamente forte dá à Consoveyo perspetivas de um crescimento sustentado para o futuro. É uma relação de reciprocidade: nós beneficiamos da rede internacional de clientes e de todo o know-how das empresas que compõem a Körber Logistics Systems e, por outro lado, reforçamos esta cadeia de valor com os nossos produtos e as nossas relações comerciais já estabelecidas”, comenta
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Jorge Couto, diretor comercial da Consoveyo. O novo nome – Consoveyo – deriva das palavras portuguesas “aconselhar”, “consenso” e “consolidar”, mas também recolhe influências da palavra inglesa “convey”, numa alusão ao transporte de produtos, à comunicação e à consultadoria. Com base nes-
tas raízes, este renaming quis sublinhar a origem portuguesa da empresa, criando ao mesmo tempo laços com as restantes entidades do grupo, numa lógica de coerência e espírito de equipa – valores caros à Körber. Todas as subsidiárias da Consoveyo na Europa e na Ásia assumem também, a partir deste momento, este novo nome.
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Bankinter quer que portugueses mudem de banco “por tudo e por nada” O Bankinter acaba de lançar uma nova campanha de publicidade no mercado nacional para desafiar os clientes bancários portugueses a mudarem para este banco. Criada pela Contrapunto BBDO, a campanha tem como mote “há dois bons motivos para mudar para o Bankinter: por tudo e por nada”. Para esta Campanha foi produzido um novo filme, cujas filmagens decorreram no Príncipe Real e na Agência Bankinter de Benfica, em Lisboa. O filme centra-se num diálogo entre dois amigos sobre a oportunidade de mudar para o Bankinter. Simultaneamente, com um registo descontraído e humorado, foram criados três spots de rádio que apelam à mudança de banco. Os três spots , de 25 segundos, serão transmitidos nas rádios de forma alternada. “Lançada no mês do primeiro aniversário do Bankinter em Portugal, a nova campanha pre-
tende estimular a captação de novos clientes e reforçar o posicionamento do Bankinter como um banco diferente - um banco que se diferencia dos demais, porque decididamente disponibiliza produtos muito competitivos e serviços inovadores”, refere Vítor Pereira, diretor de Marketing e Produtos do Bankinter em Portugal. A campanha tem, assim, uma mensagem muito forte de apelo à mudança e, para os particu-
lares, promove também os produtos “Conta Mais Ordenado Bankinter” e o serviço “Mude Fácil” – um serviço que facilita a transferência de débitos diretos. Para as empresas, a campanha tem também mensagens específicas, comunicando a vertente de financiamento às empresas. A nova campanha, que foi produzida em Portugal, tem como plano de meios uma forte presença em televisão, na rádio e em comunicação digital.
Essilor apresenta as lentes de “proteção na era digital” N uma altura em que os ecrãs são parte integrante do nosso dia a dia, a Essilor, marca reconhecida pela qualidade das suas soluções, inova uma vez mais, e cria as lentes Essilor Eyezen. Concebidas, especificamente, para proteger e descansar os olhos, as lentes Eyezen são a escolha ideal para a visão na era digital. Esta solução foi criada para ser protecção diária dos olhos contra os UV e a luz azul-violeta nociva, emitidos pela cada vez maior exposição
aos ecrãs digitais. Fruto de décadas de investigação e inovação, as lentes Essilor Eyezen, dispõem de dois tipos de tecnologia que permitem descansar os nossos olhos e protegê-los, seja no esforço que é necessário fazer para focar, reduzindo a fadiga visual, seja porque filtram a luz azul nociva e evitam o brilho e reflexo dos ecrãs, melhorando o contraste e a nitidez. Para quem está muitas horas concentrado frente aos ecrãs dos aparelhos digitais, como Smartphones,
tablets, computadores e televisores, exigindo um grande esforço ocular, as novas lentes Essilor Eyezen, para uso permanente ou intermitente, defendem os olhos no presente, face aos efeitos nocivos dos ecrãs digitais e protegem a saúde ocular no futuro. As Lentes Eyezen adaptadam-se às necessidades de cada um, conforme a utilização que fazemos dos diferentes ecrãs. “Até para quem não precisa de óculos”, garante a marca de ótica. maio de 2017
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Porto é o palco da nova campanha global da Heineken A nova campanha da UEFA Champions League, que será difundida em 98 países, tem como cenário a cidade do Porto e como protagonista o treinador José Mourinho. Com o mote “No More Barriers”, o novo vídeo da Heineken retrata com humor a forma como a marca ajuda os amantes de futebol a ultrapassarem os obstáculos que os impedem de assistir aos jogos a meio da semana. “Termos um vídeo global da Heineken filmado em solo nacional deixa-nos felizes e orgulhosos. Esta escolha foi motivada pela visibilidade crescente do Porto como destino turístico de eleição e também pela forte aposta que a marca está a fazer nesta região do país. Além disso, é o desfecho ideal para uma campa-
nha que teve um português, José Mourinho, como protagonista. Embora o conceito da campanha Champion The Match seja global, a história deste filme está adaptada à realidade portuguesa e mostra por que razão a Heineken é a parceira ideal para juntar os amigos a meio da semana e desfrutar dos jogos da mais prestigiada competição de futebol do mundo”, explica Sílvia Rebelo, responsável de marketing das marcas premium da SCC. A Heineken tem ainda a decor-
rer uma promoção no Heineken StarClub, o programa de fidelização da marca, através da qual os consumidores poderão ganhar vários prémios, entre os quais uma viagem e bilhetes para assistir ao vivo à final da UEFA Champions League em Cardiff, no País de Gales.
Second Hand Luxury reforça aposta no retalho com espaços em Lisboa e Porto A P55-Second Hand Luxury, marketplace que negoceia bens de luxo em segunda mão, acaba de abrir um novo espaço em Lisboa. Fine arte, personal luxury e design furniture são as categorias em que a P55 tem apostado desde o início e que traz agora para Lisboa, mais concretamente para o segundo piso da Embaixada, no Príncipe Real. A empresa planeia para breve a abertura de uma nova loja no Porto, no Aviz. Com um valor de vendas de mais de cinco milhões de euros nos últimos três anos e tendo como principais destinos de venda China, Dubai e Estados Unidos da América, a P55 pretende agora democratizar o acesso a este mercado em Portugal. Adicionalmente à consolidação do ne-
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gócio em território nacional, a P55 pretende ainda reforçar a sua visão global através do e-commerce. “Defendemos os princípios da economia circular com uma forte aposta no conceito Green – reciclar, reutilizar e comprar o que já foi produzido, sem existir a necessidade de estar constantemente a produzir novos produtos principalmente quando nos referimos a produtos de luxo cuja qualidade é inquestionável”, começa por explicar Aníbal Pinto de Faria, CEO da P55-Second Hand Luxury. “Vamos trazer para Lisboa uma vertente da P55 muito interessante: leilões com obras de arte de artistas como Picasso, Andy Warhol, Miró, Paula Rego, Júlio Resende, entre outros. Isto além da venda de bens de luxo em segunda
mão, desde mobiliário nórdico de autor, relógios Cartier ou Rolex, joias, e muito mais. Com a abertura destes espaços estamos a apostar numa estratégia omnicanal. Acreditamos que o retalho nos vai potenciar uma maior ligação e confiança com os nossos clientes; por outro lado, acreditamos ainda que o site nos vai permitir chegar a um maior número de pessoas e alargar a nossa gama de produtos”. Com a abertura das duas novas lojas, a P55 pretende revolucionar a experiência de compra neste setor, permitindo a todos os clientes a possibilidade de verem as peças ao vivo e de as comprarem em loja ou através do website P55.pt. Em ambos os casos, a entrega é feita de forma imediata ao domicílio.
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Covirán lança marca própria de leite sem lactose O s clientes da Covirán já podem encontrar nestes supermercados uma gama de leites sem lactose com esta marca. Uma novidade que aumenta o leque de oferta dos consumidores portugueses intolerantes à lactose em algum grau. Agora, mais do que uma dieta restritiva, recomenda-se reduzir a ingestão de lactose para adequá-la ao nível de intolerância que apresenta cada pessoa em particular. A redução do consumo de leite pode levar a um maior risco de carência de cálcio e, portanto, um maior risco de osteoporoses, fraturas, etc., sublinha a Covirán. Por isso, no caso dos intolerantes à lactose, recomenda-se continuar a consumir leite, mas de marcas que garantem na sua embalagem que são sem lactose. A Covirán coloca à disposição dos seus clientes trêss tipos de leite da sua marca própria – gordo, meio gordo e magro sem lactose. “Na Covirán, queremos que os nossos clientes possam disfrutar do sabor e das propriedades do leite, inclusive
das pessoas intolerantes à lactose, uma vez que este alimento contém nutrientes necessários para a saúde, como o cálcio e as vitaminas. Acreditamos nos benefícios de uma dieta equilibrada e participamos ativamente neste objetivo”, destaca Luis Osuna, presidente
da Covirán (ver também entrevista deste responsável na edição nº 238). De destacar que a cadeia disponibiliza várias referências de alimentos sem lactose e quase duas centenas de produtos sem glúten da sua marca própria.
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Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 Mail: ccile@ccile.org Site: www.portugalespanha.org maio de 2017
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opinião opinión
Cartas de Madrid El brexit no favorece a nadie e a c a ba de celebrar el 60 aniversario de la construcción política europea. Nadie podía imaginar en 1957 que el proyecto europeo que en aquel entonces se iniciaba podría llegar a ser abandonado por algún país, hasta que, con el inesperado referéndum del Brexit, el auge de los populismos en algunos países europeos, y en otros fuera de Europa, ponen en duda la viabilidad de la Unión Europea. Se desconocen todavía las consecuencias negativas que el Brexit pueda ocasionar a futuro para el Reino Unido y para Europa, si bien entre los británicos ya se han conocido determinados desacuerdos protagonizados por Escocia e Irlanda del Norte que desean permanecer en Europa; las diferentes formas de pensar entre la sociedad metropolitana y la rural, que generan crispación, y la discrepancia generacional entre jóvenes y mayores. A estas preocupaciones del Gobierno británico se une la incómoda situación en la que va a quedar Gibraltar. La salida de Europa obliga a establecer fronteras que ponen en peligro el mercado libre de bienes, personas y capitales, y genera una gran incertidumbre para los más de 1.2 millones de británicos residentes en los 27 países de la Unión, de los que un tercio (330 mil) residen en España. Preocupa el acceso a la educación, a la sanidad y en cómo pueden quedar las pensiones para los trabajadores europeos que trabajan actualmente en el Reino Unido y para los británicos que lo están haciendo en Europa. Por otra parte, sigue sin cuantificarse el
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Por José-Benigno Pérez Rico *
coste económico que también habrá de ser significativo y muy perjudicial para los británicos. Para la Unión Europea, la salida del Reino Unido también podrá tener sus consecuencias. Tras el Brexit, se convierte en un socio a nivel comercial menos atractivo y perderá, sin duda, poder internacional. Existen dudas sobre el proyecto de futuro y crea inestabilidad en los mercados que harán ralentizar la situación económica. A Europa le deben preocupar los más de 3.3 millones de ciudadanos residentes en el Reino Unido, de los que 138 mil son españoles. En el proceso de negociación, que según parece tendrá una duración de dos años, es imprescindible que se aborde este delicado asunto con suma delicadeza, entre ambas partes, con el fin de no perjudicar los intereses de este gran colectivo humano. La retirada de los británicos, ojalá sirviera para obligar a los políticos europeos a emprender, desde ya, reformas de calado. Deberían convencerse de que el proyecto europeo deberá avanzar hacia un horizonte de mayor consolidación en lo político, en lo social y en lo económico. La carcasa del edificio europeo está hecha, pero se encuentra en un proceso excesivamente lento el acondicionamiento en su interior. En este caso, lo urgente no es detenerse en la espera, sino avanzar en la construcción de una Europa que ofrezca mayor solidez y fortaleza. * Ex-vicepresidente de la Cámara de Comercio e Industria Luso Española E-mail: jbperezrico@hotmail.com
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APLL e Delta Cafés promovem campanha de angariação de fundos
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á arrancou a mais recente campanha da Delta Cafés, criada em parceria com a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) e que tem como objetivo a angariação de fundos para a Associação que se dedica ao apoio dos doentes hematooncológicos e familiares. A campanha consiste na criação e distribuição de oito saquetas de açúcar distintas, cada uma com a inclusão de pequenos excertos da obra “Somos Todos
Heróis” – livro publicado pela APLL para assinalar os 15 anos de atividade da associação e que integra testemunhos de doentes portadores de doença maligna do sangue. Em cada pacote será possível encontrar, ainda, o número de identificação bancária da Associação, para que todos aqueles que pretendam ajudar possam fazer os seus donativos. Através desta campanha, a APLL pretende reunir verbas que permitam manter apoio psicológico, social e financeiro aos doentes que sofrem de patologias como leucemia, linfoma ou mieloma múltiplo. Refira-se que, ao longo dos últimos 15 anos, a APLL desenvolveu a sua missão, dando apoio aos doentes hemato-oncológicos e seus familiares, envolvendo-se
em campanhas de prevenção e tratamento e, ainda, no acompanhamento personalizado. A campanha assumese, também, como uma forma de a APLL se fazer ouvir, transmitindo conhecimentos à sociedade civil. A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas é uma associação sem fins lucrativos, constituída por doentes e familiares, profissionais de saúde e voluntários. A APLL apoia os doentes e os seus familiares (apoio psicológico e financeiro); divulga informação sobre a doença junto da sociedade civil e colabora com instituições afins (Life Beyond Limits, Alianza Latina, Myeloma Patients Europe, CML Advocates Network, EurordisRare Diseases Europe) e participa em reuniões e congressos e divulgar conhecimentos.
Adecco Portugal ultrapassa congéneres internacionais na retenção de talento O grupo Adecco, líder mundial de soluções de recursos humanos, acaba de divulgar o seu relatório anual de responsabilidade social corporativa. Além de vários dados sobre a sua atividade de negócio, a empresa divulga também o trabalho desenvolvido e os compromissos assumidos em prol de uma sociedade mais equilibrada do ponto de vista social e laboral. “Estamos conscientes da responsabilidade que as grandes empresas têm na construção de uma sociedade mais justa. Isso significa que além do foco na gestão do negócio, as organizações devem também contribuir com ações concretas em torno de temas chave. O grupo Adecco está focado, por exemplo, em assuntos como a igualdade de género, a entrada dos jovens no mercado de trabalho e a taxa de retenção dos colaboradores nas empresas. Consideramos que estes são alguns dos temas mais decisivos no que
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respeita à evolução das nossas comunidades”, frisou Carla Rebelo (na foto), diretora-geral da Adecco. Do ponto de vista do trabalho desenvolvido na faixa etária dos 15 aos 24 anos, o relatório demonstra que o grupo Adecco tem uma percentagem de colocação de jovens no mercado de trabalho que é superior à percentagem média. A Adecco Portugal é um dos países citados como referência, onde cerca de 25% de jovens profissionais fazem parte da empresa. Já
o mercado português, na sua globalidade, conta apenas com cerca de 9% de jovens integrados no mercado de trabalho, existindo ainda uma taxa de desemprego jovem superior a 30%, segundo os dados mais recentes do Eurostat. No que respeita à taxa de retenção de colaboradores contratados pela Adecco ao fim de dois anos, Portugal encontra-se muito perto dos 80%, uma percentagem superior a países como a Finlândia, Suíça ou até mesmo Alemanha. De recordar que a estabilidade dos trabalhadores é um dos indicadores mais revelantes no mercado laboral. Já no que respeita à distribuição de género, a taxa de colocação de mulheres no mercado de trabalho, através da Adecco Portugal, situa-se nos 59%, um número ligeiramente superior aos 58% registados no mercado de trabalho português em geral.
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AccorHotels impulsiona desenvolvimento sustentável nos seus hotéis
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s unidades do grupo AccorHotels em Portugal assumem um papel cada vez mais ativo no programa Planet 21, com a implementação de novas ações que visam melhorar o impacto ambiental das unidades e a maior proteção do meio ambiente. A maioria dos hotéis da Ibis (na foto), Mercure, Novotel e Sofitel em Portugal já plantou a sua própria horta urbana e implementou várias ações que visam a diminuição do desperdício alimen-
tar, o consumo mais sustentável de água e energia e a promoção da re-agroflorestação. Até 2020, irão chegar aplicações e ferramentas digitais inovadoras aos hotéis do grupo a nível nacional, que prometem revolucionar a forma de atuação da hotelaria mundial, e que já estão a ser testadas em outros hotéis do grupo no mundo. Arnaud Herrmann, diretor do Desenvolvimento Sustentável da AccorHotels, sublinha: “um ano depois da renovação do nosso programa Planet 21, quero destacar a mobilização excecional dos nossos hotéis em 2016, no que diz respeito a questões de desenvolvimento sustentável. O ano passado mostra que
o nosso compromisso “Acting Here” é uma realidade: as equipas acreditam que podem mudar as coisas, desenvolvem iniciativas locais de grande valor acrescentado para os nossos clientes, comunidades e nossos parceiros. A luta contra o desperdício alimentar, a agro-florestação ou ainda a transição energética, graças a um processo “testar e aprender”, permitiu-nos experimentar novas ferramentas inteligentes que nos fizeram progredir mais rápido para atingir os nossos objetivos”. A AccorHotels comprometeu-se a contribuir no desenvolvimento da agricultura urbana e a plantar mil hortas até 2020. Alguns meses depois do anúncio deste compromisso, já mais de 500 hortas foram plantadas no mundo, entre Lisboa, Paris, Roma, São Paulo, etc. Em Paris, a AccorHotels assinou, em março, a Carta “Objetivo 100 hectares”, que apoia o desenvolvimento de 100 hectares de telhados e muros vegetalizados.
CDP distingue EDP, Galp, CGD e Inapa por resposta às alterações climáticas A
EDP, Galp, Caixa Geral de Depósitos e Inapa foram distinguidas pelas suas ações e estratégicas de resposta às alterações climáticas pelo CDP e pela Euronext Lisbon. A EDP - Energias de Portugal e a Galp Energia integram a “Climate A List” do CDP, ranking que inclui as empresas que obtiveram classificação A pela implementação de ações para responder às alterações climáticas em 2015 – e foram reconhecidas como “Portuguese Climate Leaders”. A Caixa Geral de Depósitos foi distinguida como “Best Voluntary Responder Portugal” e a Inapa como “Best Newcomer Portugal”.
A CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos, que providencia um sistema global de medição, reporte e gestão de informação sobre o desempenho ambiental de empresas, cidades, estados e regiões a 827 investidores institucionais que gerem ativos no valor de cem biliões de dólares. Na edição ibérica do “CDP Climate Change Report 2016”, são analisadas as principais empresas portuguesas e espanholas por capitalização bolsista – 40 portuguesas e 85 espanholas – ao nível da gestão de emissões de carbono e das ações e estratégias de resposta às alterações climáticas. O relatório ibérico
do CDP conclui que cerca de 60% das maiores empresas em Portugal e Espanha reduziram a intensidade carbónica das operações em 2016. Contudo, o total de emissões reportado pela amostra do CDP tem vindo a aumentar, pondo fim à tendência global de diminuição das emissões dos anos anteriores. O relatório conclui também que a maioria das empresas ibéricas continuam a investir em renováveis como um meio para reduzir a pegada carbónica, sendo que 78% das empresas portuguesas reportam investimentos em tecnologias de baixo carbono.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR maio de 2017
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Primeiro sistema de carregamento universal para autocarros elétricos A
Hamburger Hochbahn AG colocou três novos autocarros elétricos em serviço na linha 109 - a linha da inovação. Os autocarros elétricos serão carregados pelas mesmas estações de carregamento que alimentam os híbridos-elétricos plug-in, em serviço em Hamburgo desde 2014. A Siemens é, portanto, a primeira fornecedora mundial de uma infra-estrutura de carregamento para autocarros elétricos, que garante a interoperabilidade para veículos de diferentes fabricantes. Cada um dos dois terminais desta linha está equipado com duas estações de carregamento, com uma capacidade de 300 kW cada. As estações conseguem fornecer aos autocarros energia suficiente para garantir a circulação durante todo o dia utilizando o
tempo de embarque e desembarque dos passageiros nas paragens, uma vez que cada carregamento demora apenas cerca de seis minutos. “Neste projeto a Siemens foi responsável tanto pela infraestrutura de carregamento como pela tecnologia associada a bordo do veículo, tendo sido o Centro de Competência para a área dos autocarros elétricos, da Siemens Portugal, o responsável pelo desenvolvimento e instalação destes componentes” explicou Manuel Nunes, diretor da divisão Mobility da Siemens em Portugal. O controlador instalado é capaz de recolher e processar toda a informação relevante do veículo, utilizando depois comunicação wireless para enviar os dados para o carregador, sendo
assim responsável por todas as decisões relevantes que são tomadas relativamente ao procedimento de carga. O processo de carregamento cumpre os standards internacionais CEI 61851 e ISO 15118, que constituem a base para sistemas de carregamento de autocarros elétricos.
Climex recebe prémio europeu de inovação e sustentabilidade
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Climex foi recentemente premiada nos European Cleaning & Hygiene Awards, que distingue as melhores práticas de inovação e sustentabilidade das empresas europeias de limpeza. Sendo a única empresa portuguesa a participar neste concurso europeu, a Climex alcançou em Barcelona o segundo lugar, na categoria “Melhor Uso de Tecnologia no Programa de Limpeza”, com a sua aplicação Climex Mobile System (CMS). O CMS é uma ferramenta de gestão 100% nacional (pensada, desenhada e produzida em Portugal) que reinventa a forma como
se prestam serviços de limpeza e higiene em Portugal e na Europa. Com o CMS todos os procedimentos que envolvem o serviço de limpeza - desde a contratação à monitorização - são digitais e integrados numa única plataforma acessível a partir de qualquer aplicativo com ligação à internet. Trata-se de uma solução de gestão em tempo real que permite planear, organizar e monitorizar de forma eficiente todo o serviço de limpeza. É uma ferramenta intuitiva onde se registam todas as tarefas realizadas nas instalações do cliente, com a informação a ficar de imediato disponível para consulta 24h/7d. Todas as atividades são geolocalizadas, garantindo assim a viabilidade e precisão da informação. Através do CMS, a Climex oferece um serviço mais transparente, rápido e eficiente, que agiliza todas as questões burocráticas, ao diminuir a troca de correspondência em papel, o número de deslocações, o tempo de espera, etc., alcançando assim uma ges-
tão mais eficaz, através de uma supervisão em tempo real e de forma remota, ajustando estratégicas e gerindo possíveis avarias de equipamentos on time. Aos clientes é possível acompanhar em tempo real o serviço de limpeza contratado, assumindo um papel ativo no processo, mas ficando com mais tempo disponível para se focar no seu core business. Com um investimento de 150 mil euros, e um ano de implementação, os resultados falam por si. O envolvimento dos clientes tem sido crescente e o índice de satisfação aumentou. No processo de avaliação de satisfação registou-se um crescimento de 92,5% nas taxas de respostas. A celeridade da informação permitiu à Climex melhorar a produtividade em algumas atividades entre 80 e 100%. Em apenas seis meses, a empresa conseguiu ainda diminuir o consumo médio de combustível em 13,5%, contribuindo para a redução da sua pegada ecológica.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Conservas na onda do turismo
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As conservas de peixe portuguesas estão na moda, estando a crescer em Portugal, onde têm beneficiado do fenómeno do turismo, um dos motores de crescimento económico interno. Algumas conserveiras estão a aproveitar esta tendência para aumentar as vendas no país, sendo, no entanto, a exportação uma das maiores alavancas do setor.
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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
uma das mais antigas e tradicionais indústrias do país, com empresas com dezenas de anos, mas que se tem reinventado para ir ao encontro dos novos gostos e necessidades do consumidor. O setor atravessou grandes dificuldades, sobretudo devido à concorrência internacional, obrigando muitas empresas a fechar as portas, mas nos anos mais recentes cerca de uma vintena de empresas tem conseguido modernizar-se e surgir com uma imagem e com marcas fortes no mercado. Assim, é de sublinhar que a indústria conserveira portuguesa se afirma, cada vez mais, a nível internacional, pela qualidade dos seus produtos, onde se destacam as exportações de sardinha, que representam cerca de um terço do total das conservas exportadas. Nos últimos dois anos, também o mercado interno tem sido dinamizado pelo boom do turismo, que tem beneficiado também estas empresas. Carlos Costa, consultor de Mercado Externo da Cofaco, que acompanha o setor há cerca de 40 anos, refere que apesar da diminuição do número de empresas produtoras do setor a que se assistiu, "tem havido uma evolução muito positiva de todo o setor" a vários níveis. Para a Cofaco, empresa que tem a sua atividade concentrada nos Açores por causa da matéria prima – produz, essencialmente, conservas de atum – a afirmação da sua estratégia comercial tem sido conseguida "pela qualidade" do peixe e dos seus produtos, tendo, por isso, algumas das marcas líderes de
mercado de conservas de atum (ver Radiografia de um setor exportador caixa na pág. seg.). Em Portugal, são produzidas cerca Uma das formas de atingir este patamar mais elevado passa, desde de 85 mil a 90 mil toneladas de logo, pela escolha dos mares aço- conservas de peixe, crustáceos e reanos, onde passa a rota do peixe moluscos. Atualmente, a indústria e pela sustentabilidade da pesca de conservas produz mais de 600 do atum que ali se realiza, man- referências, utilizando 16 espécies tendo o equilíbrio das espécies. "A entre peixes e moluscos. "Segundo os dados de que dispomos, o consumo de conservas tem aumentado, tanto no mercado interEm Portugal, são no, como na exportação. No merproduzidas perto de cado interno há que ter em conta o do grande consumo e o 90 mil toneladas de segmento segmento gourmet, sendo que ambos conservas de peixe, têm aumentado", apesar deste último "ainda representar uma pequegerando um volume na fatia das vendas de conservas e não obstante ter contribuído para a de vendas de inovação, sobretudo nas embalagem quase 340 milhões e nas espécies utilizadas, que este setor tem vindo a empreender há já de euros, dos alguns anos", destaca Narciso Castro quais 219 milhões e Melo, secretário geral da ANICPAssociação Nacional dos Industriais provenientes da de Conservas de Peixe. exportação "Os investimentos neste setor têm sido avultados, sobretudo nos últimos anos, tanto nas construção de pesca que fazemos nos Açores é novas unidades industriais, como na uma garantia de sustentabilidade. modernização das existentes. A nossa Pescamos à cana, ou seja, o atum é indústria de conservas é, hoje em pescado um a um", destaca Carlos dia, uma indústria moderna, muito Costa. atualizada", sendo de destacar que Para a empresa, assim como para a "inovação está sempre presente, outras do setor, a somar a estes comandando toda a sua atividade", fatores, destaca-se a boa imagem adianta o mesmo responsável. que os mercados internacionais têm Os principais mercados de destido produto português. "A conserva no das nossas conservas são França, portuguesa faz a diferença", explica Reino Unido, Itália, Benelux, Grécia, Carlos Costa, salientando o facto Dinamarca, Suécia, Áustria, Polónia, dos produtos irem para fora com Estados Unidos, Canadá, Brasil, "um selo de qualidade e segurança". Angola, Moçambique, África do 39
grande tema gran tema
Cofaco mantém liderança nas conservas de peixe
A Cofaco é uma das maiores conserveiras portuguesas, gerando uma faturação anual de cerca de 60 milhões de euros. Mais de 30% desse valor corresponde a exportações, para um total de 32 países. O principal destino da exportação da Cofaco é Angola, mas outros países clientes são Moçambique, França, Luxemburgo, Suíça, ou seja "países de língua portuguesa ou do mercado da saudade na Europa", destaca Maria João Oliveira, Adjunta da Administração para o Mercado Externo. Produzindo mais de 50 milhões de latas de conservas por ano, a Cofaco emprega cerca de 600 trabalhadores, dos quais dois terços na área produtiva, ou seja, nas duas unidades que a empresa tem nos Açores. É neste arquipélago que a Cofaco pesca parte do atum que depois é transformado nas fábricas. Dona da famosa marca Bom Petisco, líder de conservas de pei-
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xe em Portugal há mais de 20 anos, a Cofaco afirma que este é um produto "essencial à mesa dos portugueses, sobretudo pela necessidade de preparar refeições rápidas, mas ricas e equilibradas do ponto de vista nutricional", como refere Maria João Oliveira.
Aposta no setor da grande distribuição Apostando, em Portugal, no canal da grande distribuição, a Cofaco comercializa quatro marcas com grande implantação: Bom Petisco (atum), que representa a maior parte da faturação da empresa, Tenório (filetes de atum), Líder (sardinhas) e Pitéu (especialidades de peixe).
A empresa tem apostado também na modernização da sua atividade produtiva, bem como dos seus produtos, apresentando com regularidade novos produtos, quer no mercado interno quer externo, como é o caso das mais recentes inovações ao nível dos sabores originais da Bom Petisco e da Tenório, destaca a Cofaco. Carlos Costa, consultor de Mercado Externo da empresa sublinha que "os últimos anos, em termos de exportações, para nós, têm sido francamente melhores. No geral, há uma trajetória de crescimento" do setor, enquadra o responsável. O objetivo da empresa açoreana é continuar a crescer à conquista de novos mercados e clientes estratégicos, como as cadeias de retalho internacionais, entrando diretamente na grande distribuição. A Cofaco sublinha ainda "a boa imagem das conservas portuguesas no mundo" e, por outro lado, como o turismo tem beneficiado as vendas destes produtos, mesmo apesar da empresa Cofaco não estar muito dependente das vendas em pequenas lojas da especialidade. "O verão e o turismo ajudam sempre esta indústria" salientam, todavia. A Cofaco nasceu em Vila Real de Santo António, no litoral algarvio, mas pouco depois, com a escassez de atum nos mares algarvios, mudou-se para o arquipélago dos Açores, local priviligiado de passagem do atum nas suas rotas migratórias através dos oceanos. Tem duas fábricas, uma em S. Miguel e outra no Pico.
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Sul, Timor, Argélia, Israel, Palestina, mentos desta indústria, "prendem-se Singapura, Japão, China, Austrália, principalmente com o abastecimento entre muitos outros. de matéria prima e com a concorrên"Ao longo dos mais de 160 anos cia internacional". Por um lado, "a da sua existência, esta indústria tem indústria de conservas necessita de sido um verdadeiro embaixador de ter abastecimento regular de matériaPortugal no mundo. Cerca de 65% prima e a preços industrialmente comda produção portuguesa de conservas patíveis e, por outro lado, sendo uma é destinada à exportação", conclui o indústria fundamentalmente exportaresponsável. dora, debate-se com a concorrência de Assim, em 2016, exportaram-se produtos semelhantes, mas não iguais, mais de 56 mil toneladas de conser- provenientes de países terceiros, com vas de peixe, no valor de cerca de 219 milhões de euros, sendo que o volume de negócios do setor ascenderá já aos Os principais mercerca de 340 milhões de euros. cados de destino As 19 empresas produtoras em Portugal, que empregam cerca de das conservas são 3.500 pessoas, transformam sobretuFrança, Reino Unido, do sardinha, sendo também muito utilizado o atum ou a cavala. O peixe, Itália, Benelux, Grécia, proveniente de águas portuguesas Dinamarca, Suécia, ou importado, ao chegar à fábrica é processado e enlatado, selado e esteÁustria, Estados rilizado. Este tratamento térmico da Unidos, Canadá, Brasil, esterilização das conservas de peixe possibilita a obtenção de produtos Angola, Moçambique, com toda a segurança higiénica, manIsrael, Palestina, tendo um elevado valor nutricional. A maior parte das conservas de peixe são Singapura, Japão, ao natural, em azeite, em óleo vegetal China, Austrália, entre ou em tomate com ou sem picante adicionado. muitos outros As conservas de peixe, muito utilizadas na cozinha mediterrânica, acabam por satisfazer de forma simples muitas das necessidades alimentares dos con- custos de produção mais baixos, pois sumidores, pois tratam-se de refeições não cumprem as mesmas exigências de peixe com alto valor nutricional, que nos são impostas e, por isso, torricas em vitaminas, ómega 3 e outros nam-se mais competitivos no preço sais minerais, e que permitem ajudar a final, ou seja, há aqui uma manifesta, gerir de forma prática a preparação de mas consentida, concorrência deslerefeições por parte das famílias e outros al”, comenta Castro e Melo. consumidores, pois já se encontram Um dos entraves internacionais que cozinhadas. A facilidade de preparação as empresas do setor agroalimené uma das características mais pro- tar poderão enfrentar será o brexit curadas pelos consumidores quando e ainda eventuais medidas protecompram produtos agroalimentares, cionistas que venham a ser tomaatualmente, devido à falta de tempo das num dos maiores mercados do mundo, que são os Estados Unidos das famílias (ver caixa na pág. 43). da América, como salientaram responsáveis do setor agroalimentar Constrangimentos internacionais Quanto aos principais constrangi- participantes no 6º Congresso da
Indústria Portuguesa Agroalimentar, promovido pela federação do setor, a FIPA. Na abertura do evento, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, garantiu que o Governo está disponível para manter o diálogo com o setor agroalimentar, que tem manifestado, nomeadamente, a sua apreensão pelo aumento de impostos que tem incidido sobre o setor, que representa 2,3% do emprego nacional. Luís Capoulas Santos relembrou ainda que o Executivo mantém o objetivo de alcançar o "equilíbrio da balança agro-alimentar, em valor, até 2020". Apostas na estratégia comercial A empresa Comur-Fábrica de Conservas da Murtosa fez uma viragem estratégica em 2015, com a mudança de acionista, passando a apostar também na vertente da venda direta ao público, através de uma rede de lojas próprias (ver caixa na pág. 42). Atualmente, a empresa tem já duas lojas em Lisboa – prevendo abrir em breve uma terceira, no aeroporto–, uma no Porto e outra em Vilamoura (Algarve), adianta Nuno Pauseiro, gerente da empresa industrial da Murtosa, no distrito de Aveiro. O "investimento significativo" feito pelo grupo nesta nova estratégia comercial "tem tudo a ver com o turismo nestas cidades", reconhece o gestor. Na área industrial, esta é a única conserveira a processar enguias, cuja origem é portuguesa e francesa. Já as sardinhas, um dos produtos de diversificação em que a empresa apostou, provêm dos mares nacionais (ver foto também na pág. 4). Nuno Pauseiro considera que as conservas de sardinha ainda têm muito potencial de crescimento no mercado português, sendo já um produto muito vendido fora de portas. Quanto ao eventual impacto do brexit, esta empresa não é afetada, maio de 2017
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Comur: das enguias à sardinha em conserva para conquistar novos consumidores A Comur-Fábrica de Conservas da Murtosa é uma empresa surgida em 1942 que se dedica à produção de conservas de enguias (foto ao lado). Da produção original, que se continua a realizar manualmente, a empresa foi evoluindo a oferta de produtos e atualmente embala também, entre outros, sardinhas e linguado com azeite em conservas de qualidade. A empresa garante que utiliza "o melhor peixe e moluscos e o melhor azeite, para lhe dar o sabor ancestral das conservas portuguesas", sendo de destacar ainda o processo de pré-cozedura do peixe antes do embalamento. "Somos a única empresa de enguias em conserva em Portugal", adianta Nuno Pauseiro, gerente da Comur. Para garantir a qualidade dos seus produtos, a Comur dispõe de um laboratório equipado com moderna tecnologia e um quadro de pessoas com experiência e conhecimento na área alimentar. As conservas de sardinha da Comur estão certificadas pelo MSC e a empresa obteve o eco-rótulo azul do "Marine Stewardship Council", certificação que assegura o recurso exclusivo a produtos de uma pesca ambientalmente sustentável, como a arte nacional de cerco da sardinha.
Renovação da imagem e aposta em rede de lojas em locais turísticos Os principais clientes da empresa são lojas especializadas em produtos gourmet ou de elevada qualidade. A empresa, que em 2015 foi adquirida pelo grupo Patrimus, desenvolveu desde então uma nova estratégia, com uma "aposta co-
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mercial mais agressiva, virada para novos conceitos comerciais", apresentando desde logo "uma imagem renovada". Com quatro lojas de rua, distribuídas em zonas estratégicas, em termos turísticos, de Lisboa, Porto e Algarve, a Comur pretende, desta forma, aumentar a sua visibilidade junto do grande público e dos turistas que visitam Portugal (foto em cima). Um dos novos conceitos lançados no mercado foi a coleção "Valor do Tempo", em que cada lata de sardinhas apresenta um ano do último século (entre 1916 e 2017) com uma pequena descrição de um acontecimento relevante ocorrido nesse ano, nomeadamente o nascimento de pessoas famosas a nível mundial. Para os turistas, esta é uma forma de "levar uma recordação
com um sabor bem português". Também os apreciadores das enguias fritas em molho de escabeche desta empresa podem comprar numa das lojas de Lisboa latas deste produto exclusivo. Uma lata que faz referência ao ano de fundação da empresa – 1942. A Comur, que não produz enlatados de marca branca, lança-se assim numa aposta comercial que não é comum neste setor. "Abrir com lojas próprias é raro em Portugal", refere Nuno Pauseiro. A empresa, que faturou aproximadamente 3,4 milhões de euros em 2016, exporta cerca de 85% da sua produção. Para este ano, o nível de exportações deverá atingir os 2,5 milhões de euros, de um total de faturação de cinco milhões. Segundo Nuno Pauseiro, os principais mercados de exportação da Comur são a Suíça, a Alemanha e os Estados Unidos, exportando ainda para Espanha (conservas de sardinha). Na mira, estão também os mercados do Médio Oriente, bem como, a Austrália, o Japão e o norte da Europa, ou seja, mercados com um poder de compra mais elevado.
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Inovação de produto e tendências de consumo no setor agroalimentar Existe um “novo consumidor” português, mais racional, conetado à internet, que possui maior informação sobre os produtos alimentares e exige, por isso, cada vez mais dos produtos que consome e das empresas da indústria alimentar. As conclusões são do estudo “Análise das Tendências de Consumo Alimentar”, realizado pela Deloitte, em parceria com a FIPA, e apresentado durante o 6º Congresso da Indústria Portuguesa Agro-Alimentar, realizado no passado dia 4 de abril. As principais tendências que estão a redefinir os hábitos alimentares nacionais resumidas no estudo resultam de uma evolução no contexto social, económico e tecnológico, levando a que haja "hoje uma maior preocupação com a gestão do orçamento familiar, com a saúde, a origem e a sustentabilidade dos alimentos”. “A mudança dos hábitos de consumo deve ser vista pelas empresas não como uma ameaça ao seu modelo de negócio, mas como uma oportunidade para se reposicionarem e, proativamente, tirarem partido de novos segmentos de mercado que permitam expandir a sua base de clientes e aumentar a penetração das suas marcas”, considera a Deloitte. De acordo com o estudo, realizado a partir de entrevistas a consumidores, produtores alimentares e outros participantes na cadeia de valor do setor, as cinco tendências que estão a mudar os padrões de consumo dos portugueses e, em
pois este não é um dos seus mercados alvo. Caso diferente são os EUA, para onde a Comur exporta a uma taxa de crescimento ao ano a rondar os 10%. "Ainda não sofremos contrariedades
consequência, a atuação da indústria alimentar são: - o smart shopping: consumo menos impulsivo e mais ponderado, em que os consumidores estão mais sensíveis ao preço e adotam práticas de consumo mais contidas, conscientes, responsáveis e sustentáveis. O planeamento, a escolha racional e o esforço por reduzir a compra por impulso evidenciam-se no peso crescente das vendas em promoção; - a saúde e bem-estar: 60% dos portugueses afirma que a preocupação com a sua saúde e bem-estar se reflete muito no seu quotidiano e nas suas escolhas, adotando hábitos de vida saudáveis, privilegiando alimentos de maior valor nutricional e apostando em alimentos biológicos ou funcionais; - confiança: 45% dos portugueses diz estar disposto a pagar mais por produtos e serviços prestados por empresas comprometidas em ter um impacto social e ambiental positivo, tendo cada vez mais em atenção o impacto dos produtos consumidos e a conduta das empresas que os produzem e distribuem; - conveniência: 36% dos inquiridos afirma ter dispersado as suas compras, indo a mais lojas. O novo consumidor procura soluções de compra e consumo que se ajustem à sua rotina e hábitos alimentares e que libertem tempo para as atividades que lhe dão prazer. O ritmo de vida acelerado impulsiona a procura por produ-
tos e serviços mais práticos e flexíveis, como o e-commerce e o take-away; - experiência: o consumidor valoriza cada vez mais os elementos de interação e experiência transmitidos ao longo da jornada de compra. Entre os elementos mais apreciados estão a imagem do ponto de venda, a utilização inovadora de canais de comunicação e a criação de novos momentos de interação com as marcas.
Inovação no setor das conservas Algumas destas tendências devem ser analisadas também em concreto pelo setor conserveiro. No campo da inovação, de acordo com um estudo da ANICP, as empresas devem apostar, cada vez mais, nos seguintes aspetos da sua atividade: - embalagem: embalagens com uma imagem renovada (por exemplo, embalagens de produtos gourmet); embalagens mais amigas do ambiente; embalagens mais fáceis de utilizar (alumínio flexível e de abertura fácil) - inovação no target e nichos a atingir (por exemplo, crianças e gourmet; - inovação no conceito, acompanhando sempre uma boa nutrição e baixo valor calórico e sem conservantes; - inovação nas receitas: utilização de novas espécies de peixe, assim como novos ingredientes; - inovação nos estudos de avaliação nutricional sustentados por artigos científicos.
nos EUA, mas estamos apreensivos", aos mercados norteamericano e canacomenta Nuno Pauseiro. diano, a empresa reconhece algum Também para a Cofaco, as implica- receio de alterações de legislação, ções comerciais de um futuro brexit, nomeadamente a nível de exigências estão por determinar. Já relativamente de rotulagem dos produtos. maio de 2017
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O compliance
nas empresas ibéricas
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á cerca de uma década, eram escassas as empresas que se preocupavam com a sua exposição ao risco. Hoje, por força da legislação aplicável em alguns setores regulados, a prevenção e deteção atempada dos riscos, precavendo a comissão de ilícitos, tornou-se uma prioridade legislativa (veja-se a recente proposta de lei com vista à transposição da Diretiva n.º 2015/849 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro e das atividades e profissões especialmente designadas para efeitos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo, e que vem reforçar a importância dos mecanismos de compliance, não só para as instituições financeiras mas, agora, também a determinadas entidades não financeiras). No entanto, e mesmo após os recentes escândalos ocorridos em algumas empresas multinacionais (os casos Enron, Parmalat, Siemens, Toshiba, Volkswagen, Petrobras, etc.), as empresas portuguesas não parecem – ainda – estar viradas para a adoção e implementação de mecanismos internos de compliance. Definimos a cultura de compliance como o conjunto de medidas implementadas internamente numa entidade coletiva, concertando o conjunto de pessoas que a compõe a cumprir com a legislação em vigor (entre elas, a criação de um órgão independente encarregue de fazer cumprir as medidas preventivas, os códigos de conduta destinados aos trabalhadores, canais de denúncia, formações contínuas dirigidas aos trabalhadores, etc.). Se nos debruçarmos sobre o caso
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espanhol, rapidamente verificamos que, nos últimos dois anos, a procura por serviços jurídicos em matéria de compliance incrementou exponencialmente junto dos profissionais especializados em Direito Penal da Empresa. Os denominados “Corporate Compliance Programs” tornaram-se numa verdadeira prioridade para toda e qualquer empresa que pretendeu ver mitigada a sua responsabilidade criminal, apercebendose que as condutas dos seus trabalhadores poderiam colocar a empresa em xeque. Tal facto deveu-se, em muito, à alteração ao Código Penal espanhol em 2015 e, sobretudo, aos recentes acórdãos do Tribunal Supremo Espanhol em matéria de responsabilidade penal das pessoas coletivas. Esta recente jurisprudência espanhola sublinha a importância da implementação de mecanismos preventivos, no seio das empresas, para afastar a sua responsabilidade criminal. Se atentarmos para o modelo de responsabilidade penal das pessoas coletivas contemplado no Código Penal português, instintivamente observamos que a sua construção e o seu modelo de imputação são bastante similares ao disposto no artigo 31.º Bis do Código Penal espanhol. Contudo, ao contrário do que sucede em Espanha, é importante referir que o Código Penal português não faz menção expressa à relevância jurídica dos programas de compliance para o afastamento da responsabilidade penal. Não obstante este vazio legal, é inevitável que tal venha a suceder. Por outro lado, existe uma panóplia de empresas multinacionais, com sociedades constituídas em Portugal, que se limitam a “confiar” nos mecanismos de compliance implementa-
Por João de Mascarenhas*
dos a nível internacional. No entanto, a verdade é que, se adotarmos o critério estabelecido na atual redação do artigo 31Bis do Código Penal Espanhol, estes mecanismos têm que ser verdadeiramente eficazes na prevenção de ilícitos. Ou seja, os referidos mecanismos têm que ser desenhados e adaptados à legislação aplicável do país onde a empresa se encontra e, sobretudo, prevenindo as condutas suscetíveis de integrar a prática de eventuais crimes ou contraordenações. Neste sentido, os mecanismos existentes nesse tipo de organizações empresariais acabam por se traduzir em verdadeira “letra morta” quando (e se) apresentados a um juiz em Portugal. Assim, e à imagem do que sucedeu em Espanha, resulta essencial consciencializar as empresas portuguesas para a importância e utilidade de uma cultura preventiva. De facto, as empresas não têm que depender de uma alteração legislativa para alterarem os seus procedimentos internos e recorrerem a uma assessoria legal em matéria de compliance. Isto, porque a sua finalidade é precisamente a de evitar a comissão de ilícitos. Melhor prevenir do que remediar. Por outro lado, nunca é demais lembrar que às pessoas coletivas, que caso sejam criminalmente condenadas, podemlhes ser aplicadas penas de multa ou, mesmo, de dissolução, para além de avultadas coimas e sanções acessórias altamente prejudiciais para o exercício da atividade empresarial. Tudo isto sem esquecer nos danos que um processo-crime pode causar à reputação de uma empresa... * Advogado da CCA ONTIER E-mail: jmm@cca-ontier.com
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F. Castelo Branco apoia investimento empresarial nos mercados lusófonos A sociedade de advogados F. Castelo Branco & Associados aposta no acompanhamento de empresas portuguesas e de outras nacionalidades nos seus investimentos em mercados externos, com privilégio dos mercados lusófonos.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
sociedade full service F. Castelo Branco & Associados (FCB), incentiva as empresas a avançarem para a internacionalização, nomeadamente para os mercados emergentes de língua portuguesa, que além de potenciarem a diversificação geográfica, apresentam ainda um grande potencial de crescimento económico, segundo frisam Gonçalo da Cunha e Rodrigo Almeida Dias (na foto), managing partners da sociedade, que conta no total com nove sócios. Gonçalo da Cunha sublinha que a sociedade tem registado um aumento de clientes desde que iniciou a sua atividade em Angola e Moçambique, onde atua com parceiros locais. “Fomos para esses
países para acompanhar os nossos clientes e acabámos por conquistar novos clientes nesses mercados, nomeadamente da área oil & gas ”, alguns dos quais trouxeram ainda investimentos para Portugal, adianta Rodrigo Almeida Dias. Além destes dois mercados de língua portuguesa, a FCB está já presente noutro mercado africano, a Argélia, e prepara ainda a entrada em Marrocos. Ambos os advogados trabalham diretamente com empresas de diversas nacionalidades, sobretudo de origem americana, inglesa, espanhola, francesa e alemã. Um dos objetivos da sociedade é reforçar a clientela em Espanha, através do escritório na capital daquele país, sendo uma das principais áreas de interesse para aquelas empresas o investi-
mento direto nos mercados lusófonos, incentivam. Por outro lado, “há um grande interesse no mercado espanhol”, para atrair empresas espanholas para o mercado português e multinacionais que adotam uma abordagem ibérica do mercado, adianta Rodrigo Almeida Dias, acrescentando que no médio prazo a sociedade de advogados conta abrir escritório também em Barcelona. A FCB, com cerca de 80 advogados, presta todo o tipo de serviços jurídicos ao segmento empresarial, com destaque para o corporate e M&A, fiscal, administrativo, imobiliário, laboral e contencioso e arbitragem. A sociedade foi fundada em 1989 por Miguel Castelo Branco, que se mantém como sócio e presidente do conselho de administração. maio de 2017
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SRS firma parceria com inRES para acelerar startups A SRS Advogados anunciou o estabelecimento de uma parceria com o programa inRes - Entrepreneurship In Residence, que promove o aceleramento de startups em Portugal. Trata-se de um programa de aceleração de negócios na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC), promovido pelo Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal)
e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Com o objetivo principal de acelerar a criação de startups em Portugal, a SRS Advogados apoiará os participantes do inRes nos procedimentos jurídicos associados às primeiras etapas do lançamento e desenvolvimento de novos negócios de base tecnológica. A sociedade de advogados
será representada pelo sócio do departamento Comercial e responsável pela área de StartUps da sociedade, Paulo Bandeira (na foto). As candidaturas ao programa estão abertas até 4 de maio.
“Código de Processo Civil” reunido por Miguel Andrade Mesquita A Almedina publicou a 16ª edição do “Código de Processo Civil”, da autoria de Luís Andrade Mesquita. O professor au-
xiliar da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra reúne nesta obra o Código de Processo Civil, acompanhado de diplomas que lhe servem de legislação complementar. Entre os temas abordados nesta obra de mais de 1.100 páginas, incluem-se, nomeadamente o acesso ao direito e
aos tribunais; o processo de inventário; a ação declarativa especial e o procedimento de injunção; a ação de despejo; a ação executiva; a ação popular ou a mediação e a arbitragem voluntária. A obra foi publicada em março de 2017.
Em trânsito: » A ABBC anunciou a contratação de Paulo Anjo e Joana Oliveira Pratas para reforçar, respetivamente, o Departamento de Imobiliário e o Departamento de Registos e Notariado. Com 12 anos de experiência profissional em sociedades de advogados portuguesas e ibéricas, Paulo Anjo é licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tem uma pós-graduação em Arrendamento Urbano pela mesma Universidade e um LLM em Law in a European and Global Context pela Católica Global School of Law. Por sua vez, Joana Oliveira Pratas é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e possui um mestrado em Ciências Jurídico-Forenses. Tem quatro anos de experiência profissional no mercado português.
mento, gestão de ativos e financiamento de operações sobre imóveis. Jorge Salvador Gonçalves transita da Jardim, Sampaio, Magalhães e Silva & Associados, tendo antes liderado a equipa de direito imobiliário da Linklaters em Portugal.
» A Cuatrecasas nomeou 12 novos sócios e cinco consultores. Em Portugal, foram nomeados sócios Pedro Vidal Matos, da área de Direito Fiscal, e Ricardo Bordalo Junqueiro, da área de Direito Europeu e da Concorrência, e foram nomeadas consultoras Marta Pereira da Silva, da área de M&A, e Tânia de Almeida Ferreira, da área de Direito Fiscal. » Jorge Salvador Gonçalves (na foto) é o novo sócio Com estas nomeações, a Cuatrecasas passa a contar da Garrigues. O advogado tem uma vasta experiên- globalmente com mais de 200 sócios, 28 dos quais cia no setor imobiliário, focada nas áreas do investi- em Portugal.
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Grupo Dom Pedro adquire campos de golfe de Vilamoura e apresenta nova imagem
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grupo Dom Pedro tornou-se a maior empresa turística de Vilamoura, ao adquirir os cinco campos de golfe deste destino: Victoria, The Old Course (na foto), Millennium, Pinhal e Laguna. “Considerados os melhores campos de golfe do Algarve, estes destacamse pela qualidade e diversidade do layout dos percursos, as condições de manutenção, o serviço prestado e pela concentração de campos no mesmo resort, tornando Vilamoura
no mais procurado destino de golfe europeu”, frisou o grupo, liderado por Stefano Saviotti. Na sequência desta expansão, o grupo junta à sua marca esta nova área de negócio, passando, deste modo, a ter uma nova designação: Dom Pedro Hotels & Golf Collection, consolidando ainda a sua presença neste destino, onde conta já com três hotéis: Dom Pedro Marina, Dom Pedro Portobelo e Dom Pedro Vilamoura, este último remodelado recentemente. Com o objetivo de valorizar a localização privilegiada e identificar o posicionamento de cada hotel, as oito unidades hoteleiras do grupo passaram a ter uma nova designação, que inclui as estrelas de cada hotel. De salientar ainda a recente reabertura do Dom Pedro Vilamoura
- Hotel Resort & Golf, após uma completa remodelação dos quartos, restaurantes e lobby. As intervenções tiveram como objetivo principal conferir à unidade um maior conforto e ainda um caráter mais contemporâneo. A melhoria do produto, é um dos grandes objetivos para 2017, estando previstos investimentos em remodelações de outras unidades. O grupo apresenta ainda um nova imagem, que mantém as cores identificativas da marca (dourado, bordeaux e preto), com uma nova conjugação entre o símbolo e o lettering. O objetivo é fortalecer a identidade, devolvendo à marca o crescimento do grupo e transmitindo simultaneamente o seu amadurecimento com uma visão mais contemporânea e atual.
Sede da GS1 Portugal vence “Prémio Nacional do Imobiliário”
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sede da GS1 Portugal foi o grande vencedor do Prémio Nacional do Imobiliário. O edifício, cuja obra foi totalmente executada pela Tétris, foi duplamente premiado nesta iniciativa que todos os anos distingue os melhores projetos imobiliários em Portugal, tendo sido eleito pelo júri o Melhor Empreendimento do Ano 2017 e arrecadado o prémio para o Melhor Edifício de Escritórios. Os vencedores desta iniciativa promovida pela revista Magazine Imobiliário foram conhecidos numa cerimónia que reuniu cerca de 200 profissionais no Palacete do Hotel Tivoli, em Lisboa. Além do Melhor Empreendimento do Ano e de Escritórios, foram também distinguidos os melhores projetos nas categorias de habitação, comércio, turismo, equipamentos coletivos e reabilitação. 48 act ualidad€
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Localizado no Campus do Lumiar, a nova sede e Centro de Inovação e Competitividade da GS1 Portugal ficou concluída no ano passado, após um projeto de renovação que apostou numa arquitetura arrojada e que tem na sua fachada um dos elementos mais marcantes, com a sobreposição de facetas em betão pré-fabricado que revelam uma composição artística assinada por Vhils. A obra de remodelação do edifício foi integralmente executada pela Tétris, empresa do grupo JLL para a área de arquitetura e construção de interiores, dando vida ao projeto do arquiteto Pedro Appleton, do ateliê Promontório. O edifício com uma área total de aproximadamente 1.800 m² foi alvo de uma intervenção profunda ao nível dos espaços interiores e exteriores, com o objetivo de fazer convergir
uma nova arquitetura com elementos artísticos, ao mesmo tempo que integra padrões tecnológicos e de eficiência ocupacional de última geração. “Este foi um projeto desafiante, mas muito compensador para toda a nossa equipa que teve aqui a oportunidade de dar vida a um dos mais diferenciadores e audazes edifícios de escritórios em Portugal, no qual a tecnologia é uma peça chave. É por isso com muito orgulho que vemos agora esse trabalho ser duplamente distinguido pelo júri do Prémio Nacional do Imobiliário”, comenta o diretor-geral da Tétris, João Marques.
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Blue Boutique Hostel & Suites distinguido pela Travelmyth
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motor de busca Travelmyth.com acaba de distinguir o Blue Boutique Hostel & Suites, no Estoril, como um dos “Top10 Accommodations in Estoril”, de entre vários estabelecimentos, incluindo hotéis de luxo, daquela importante zona turística da linha de Cascais. “Este prémio da Travelmyth vem reforçar o conceito de Boutique Hostel que este hostel situado no Estoril quis oferecer aos seus clientes que procuram umas férias num sítio paradisíaco, a preços acessíveis, sem prescindir da qualidade e conforto!”, frisa Juan Matias, gerente do Blue Boutique Hostel & Suites. O Travelmyth.com é um motor de pesquisa de hotéis, no qual se podem encontrar recomendações para os melhores hotéis com base nos interesses e preferências de quem procura. Esta ferramenta responde a pesquisas avançadas de hotéis e recomenda os melhores alojamen-
tos e só depois compara os preços dos maiores canais de venda online para cada hotel. Neste momento, detêm 1,1 milhões de hotéis em 47 categorias. Com três anos de existência, este hostel já foi premiado pelo prestigia-
do jornal britânico “The Guardian“, como um dos 10 hostels mais elegantes da Europa, mantendo desde a sua abertura as classificações mais elevadas na localização nos diversos canais de venda online, como a Booking. com e o TripAdvisor.
Empresas ocupam mais de 38 mil metros quadrados de escritórios até março
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o primeiro trimestre do ano, foram colocados 38.921 metros quadrados de escritórios em Lisboa, um aumento de cerca de 15% face a igual período do ano passado. Nestes três primeiros meses, foram registadas 52 operações, maioritariamente motivadas pela mudança de edifício. As zonas com maior volume de absorção foram o “corredor Oeste”, onde foram colocados 12.830 metros quadrados, e o “ prime CBD”, com 10.591 metros quadrados. A zona histórica da cidade destacou-se pelo maior aumento do
take-up deste período, consequência do maior dinamismo da zona ribeirinha da cidade. De acordo com o relatório “WAction”, divulgado pelo departamento de Research & Consulting da Worx, esta performance mostra “o dinamismo já sentido ao longo de 2016” no mercado. No trimestre em análise, destacamse os setores das farmacêuticas e saúde, com uma área tomada de 8.700 metros quadrados, das consultoras e escritórios de advogados, com 7.500 metros tomados, ou os serviços financeiros, com sete mil metros quadrados.
Pedro Salema Garção, head of agency da Worx, comenta que “apesar da dinâmica que é verificada no mercado, é importante salientar que muitas das operações já estavam previstas desde o ano anterior, sendo que as nossas previsões de absorção do mercado para este ano conduzem a valores idênticos aos observados em 2016. No que diz respeito à escassez de oferta, é de esperar que o início do desenvolvimento de novos projetos em 2018 venha a contribuir para a inversão desta tendência a médio/ longo prazo”, explica ainda, em comunicado de imprensa.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR maio de 2017
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opinião opinión
Mas Portugal
vai ganhar!
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em a propósito a ideia de usurpar o refrão de uma feliz série de versos que João Gobern concebeu para uma música de Tózé Brito, por ocasião do último Europeu de Futebol, os quais, por sinal, não tiveram o devido relevo. Elaborados em situações de autêntico improviso, rapidamente adequados a cada um dos próximos, mas sempre inesperados, adversários da seleção portuguesa, descreviam com enorme oportunidade, lúdica e cultural, as características do país opositor. De uma forma empolgante, terminavam sempre com o maior otimismo para a lusa formação... e Portugal ganhou! Gostei do mote e penso que o posso adotar para uma luta que travo há muito, quase só, contra o que acho ser um imperdoável descuido de importante parte da economia portuguesa, no que se refere à divulgação em Espanha dos nossos produtos, talentos e progressos. Claro que sabemos que há repetidas visitas empresariais, com assinalável repercussão mediática. É verdade que, muito principalmente, Madrid e Barcelona recebem com frequência iniciativas de divulgação do que se faz em Portugal. Mas, na Espanha profunda, em Albacete, de Cória a Sória, de Múrcia a Santander, de Burgos a Pamplona, de Saragoça a Tarragona, perguntem lá o que é um queijo de Azeitão ou da Serra, ovos moles de Aveiro, umas compotas de Trancoso, alheiras de Mirandela, ou mesmo a ginja de Alcobaça ou uns verdascos de Monção. Totalmente desconhecidas estas e outras jóias da gastronomia portuguesa, como diversas outras realidades de distintos fins e aplicações, que 50 act ualidad€
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Por Aureliano Neves* se justificaria encontrar, tanto por consumo como por divulgação. De Portugal, na Espanha mais escondida, Cuenca, Oviedo, Avilez e tantos outros importantes centros, só associarão, possivelmente, o reputadíssimo vinho do Porto e, provavelmente, algum galo de Barcelos.
Culpa dos espanhóis? Claro que não! Se a divulgação concertada do Portugal de hoje não se faz chegar regularmente às chamadas províncias espanholas, é por responsabilidade exclusiva de Portugal. Esquecemo-nos amiúde de que o nosso primeiro cliente tem uma centena de cidades com mais de 80 mil habitantes, à distância de um depósito de combustível de Portugal, que poderiam experimentar, comprar e consumir muitos dos nossos excelentes produtos, que teriamos, de facto, de lhes fazer lá chegar. De contrário, são-lhes indiferentes, como acontece ao que ignoramos. Levará alguns anos a espalhar pelas
carreteras do nosso principal parceiro comercial, a realidade e a qualidade do made in Portugal, mas daqui a uma geração, terá valido a pena termos metido os pés por esses caminhos. A Espanha já nos compra muito, mas tem condições para nos comprar muito mais. Portugal gasta, ou melhor, investe, como é natural, elevadas verbas em ações de promoção, poderá assim aproveitar de forma muito objetiva as vastas oportunidades que lhe são possibilitadas pelo ambiente acolhedor que vem sendo revelado pelo consumidor espanhol. A nova onda de turismo, bastante descentralizado tanto nos destinos como nas origens, tornará cada vez mais conhecidos na geografia espanhola, grande parte dos produtos descobertos pelos grupos de turistas que cada vez mais nos visitam. Ao mesmo tempo que frequentam sítios em Portugal onde tradicionalmente nunca apareciam turistas, também são provenientes de zonas de Espanha donde historicamente não nos chegavam visitantes. Esta é a realidade de hoje que há que aproveitar para disseminar a oferta no país vizinho, tornando-lhes acessível aquilo que tão confessadamente apreciam nas estadias em Portugal. Para se comprar português seja onde for, têm de lá existir os produtos. Esta é a nossa responsabilidade e a nossa obrigação como agentes económicos, seja qual for o patamar em que estivermos colocados. Pode custar, pode demorar tempo, mas Portugal vai ganhar! *Gestor e membro da Assembleia Geral da CCILE E-mail: aureliano.neves@outlook.pt
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“Tesouros de Origem Portuguesa” ou como tirar partido da diversidade O território português é pequeno, mas multifacetado, graças à especificidade do clima e dos solos de cada região. Daí a diversidade de produtos de qualidade que o escritor e especialista em gastronomia Fortunato da Câmara encontrou em Portugal Continental e nas ilhas. Chamou-lhes TOP – Tesouros de Origem Portuguesa e dedicou-lhes um livro. Só falta dar-lhes mais destaque no comércio e na restauração, advoga o autor.
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abia que o açafrão, a mais cara especiaria do mundo, também cresce à beira do Tejo? “Para se obter um grama desta preciosidade, são necessários 160 estigmas da planta Crocus sativus”, lê-se no livro “TOP – Tesouros de Origem Portuguesa”, de Fortunato da Câmara, lançado em março pela editora Esfera dos Livros. Na mesma obra, o autor dá exemplos de vários “tesouros”, como a anona da Madeira, descrita no século XVIII, como a “obra-prima da natureza”, ou o Capão de Freamunde, informando-nos que “o costume de se caparem frangos em Portugal remonta ao sécu52 act ualidad€
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
lo XII, quando os capões já eram altamente valorizados atendendo a que eram aceites como pagamento de impostos...”. Outra carne de referência é a do touro bravo do Ribatejo: “Touros recentemente corridos, bois charnequeiros e vacas manadias e velhas, todos têm um aroma peculiar e um sabor herbáceo...”. Entre os “Tesouros de Origem Portuguesa” encontra ainda raridades como a cherovia da Covilhã, que “além de afrodisíaca, era considerada um bom antipirético”, os chícharos de Leiria ou o kiwi de Famalicão, que é do tamanho de uma cereja. Poderá surpreender-se também com
o limão galego dos Açores: “Um pequeno citrino travestido de tangerina, onde se conjugam a acidez do limão, o aroma cativante de uma lima e o suco aparentado ao de uma laranja”. Não menos exótica será a Salicórnia que cresce nos arredores das salinas e que é, maioritariamente, “exportada para Espanha, Itália, França, Holanda e outros países”. O gastrónomo Fortunato da Câmara quis mostrar que apesar da pequena dimensão de Portugal, o país é muito rico em diversidade de produtos”. Na realidade, Portugal é “o quarto país da União Europeia entre os 28 Estadosmembros com mais produtos certifi-
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cados DOP (denominação de origem protegida) e IGP (indicação de origem protegida). Alguns destes produtos e outros que Fortunato da Câmara inclui no livro como autênticos “tesouros de origem portuguesa” são, todavia, pouco conhecidos inclusivamente pelos portugueses. Este livro pretende contrariar isso, como explica o autor: “a ideia é fazer perceber a diversidade que há no território português e estimular a procura por esses diferentes produtos, mas sem que haja necessidade de massificar a produção.” Como observa o autor na introdução do livro, “não temos que ver a competitividade da agricultura apenas com o objetivo de ter grandes volumes de produção”, defendendo que “valerá também a pena investir na diferença, produzindo com alta qualidade produtos raros e de exceção, ao mesmo tempo que consumimos as nossas culturas autóctones de pequenos produtores sem cair na monotonia”. Desta forma, “muitos destes produtos estimulam a pequena economia local, além de preservarem e diversificarem a gastronomia de Portugal.” Alguns dos exemplos abordados são de produtos à beira da extinção, como a maçã do Minho ou o pêssego rosa de Colares. “Há poucas árvores e a produção é mínima, o que é uma pena porque são frutas com um sabor excelente”, lamenta Fortunato da Câmara. O escritor considera que o comércio pode ajudar neste campo: “as cadeias de supermercados e de hipermercados poderiam dar uma ajuda, fazendo, por exemplo, uma semana de promoção dedicada a determinado produto. É importante que quem vende saiba bem o que vende para defender estes produtos, informar os consumidores e estimular o cultivo de diferentes produtos. Isto também é uma boa oportunidade de diferenciação para quem vende.” Fortunato da Câmara reconhece que a restauração está mais sensibilizada para esta oportunidade, já que alguns chefes apostam em produtos locais em
cada micro-estação: “o pêssego rosa por nascer em chão de areia pode chegar a pesar 600 gramas. Imagine-se as possibilidades que um chefe tem com apenas um exemplar deste fruto.” Os produtores optam pelo que conhecem, pelo mais seguro. Há um caminho a percorrer, leva tempo, exige mais trabalho, mas pode ser muito compensador. Exemplos disso são produtos como o azeite algarvio Monterosa, resultante do empenho do sueco Detlev Rosen (falecido em 2016), que contrariou os que diziam que as oliveiras não se davam bem no Algarve. Pesquisou, experimentou e conseguiu produzir um azeite entretanto já premiado em concursos internacionais. De salientar que o livro de Fortunato da Câmara dá exemplos de todas as regiões de Portugal, já que todas são ricas em produtos e pratos de qualidade. No entanto, o escritor destaca os Açores, pelo seu potencial ainda por explorar: “os Açores são uma região tesouro por si só, com um solo e clima irreproduzíveis. Penso que estão a tirar partido de apenas 10 ou 20% da sua capacidade. Têm muitos produtos com uma qualidade acima da média, que podem beneficiar a economia local”. O escritor ressalva que deixou muitos produtos de qualidade de fora do livro. Em alguns casos porque “não foi possível encontrar informação suficiente ou colocar as pessoas a falar”. Depois de percorrer o país em produtos, a conclusão mais evidente que Fortunato da Câmara avança é a de que “ainda estamos na infância da gastronomia portuguesa”, ou seja, “há ainda muito trabalho a fazer, muitos produ-
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tos para explorar e divulgar”. Importa “fazê-lo de forma bem pensada”. Tratase de um trabalho que requer a atenção das universidades, dos produtores, do comércio, da restauração, do turismo.
Fortunato da Câmara indica que o trabalho que está a ser feito com o peixe português constitui um bom exemplo, porém a nossa gastronomia possui outros argumentos que ainda não mereceram a devida atenção: “Da mesma forma que o Chile conseguiu passar a história do ceviche e atualmente encontra-se ceviche em vários pontos do mundo, nós podemos fazê-lo com o arroz, por exemplo. O arroz é um produto que nós cultivamos, é um produto que não tem glúten e isso deve ser potenciado. Depois tem muitíssimas utilizações na gastronomia portuguesa, com variadíssimas receitas: pode ser uma guarnição, um prato composto ou uma sobremesa.” maio de 2017
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Ministro da Cultura: “Portugal e Espanha acreditam profundamente na Europa”
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Luís de Castro Mendes sublinha a influência global que Portugal e Espanha têm tido no mundo, o que favorece o diálogo com outras culturas. Num almoço de empresários promovido pela CCILE, o ministro da Cultura português lembrou alguns dos bons exemplos de cooperação ibérica a nível cultural.
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Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
ortugal e Espanha são mais importantes do que aparenta a historiografia sobre os dois países”, assinalou Luís Filipe de Castro Mendes, orador convidado num almoço de gestores e empresários promovido no passado dia 22 de março, pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), em Lisboa. O ministro da cultura lembrou o papel
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dos portugueses e dos espanhóis no que festejada através da programação de Lisatualmente se entende por globalização, boa Capital Ibero-americana de Cultura. um caminho iniciado com os DescobriPara o ministro da cultura, importa mentos. A língua portuguesa e a língua destacar a capacidade de diálogo que espanhola são as mais evidentes heranças Portugal e Espanha têm, sobretudo que Portugal e Espanha espalharam pelo nesta altura em que a “Europa está mundo, porém a influência cultural ibé- cada vez mais ameaçada”. Luís Casrica é muito rica e multidisciplinar. Por tro Mendes observa que “Portugal outro lado, Portugal e Espanha também e Espanha estão virados para o Sul “beberam” da cultura dos sítios por onde e sabem dialogar com o mundo expassaram portugueses e espanhóis. Essa traeuropeu”, acrescentando que, salvo reciprocidade está patente e é atualmente em alguns casos isolados, “não temos
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xenófobos de extrema-direita e isso é de valorizar”. O titular da pasta da cultura assinala que além das ameaças externas, há ameaças internas que também ferem a União Europeia: “Portugal e Espanha acreditam profundamente na Europa, na União Europeia tal como ela é na sua origem de solidariedade e não numa Europa de credores e de devedores.” À plateia, o ministro falou também da
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admiração que sente por Espanha, onde cultural ibérica”. O ministro saudou o exerceu atividade diplomática, tendo bom trabalho desenvolvido por orgapassado “inesquecíveis momentos” e vi- nismos como o Instituto Cervantes e o vido com entusiasmo a “movida madri- Instituto Camões, bem como a crescente lena dos anos 80”, o movimento cultu- cooperação entre museus como sucede ral que se seguiu ao fim da ditadura em com o português Museu Nacional de Espanha. Arte Antiga e o espanhol Museu do PraConsciente dos laços culturais que do, que têm emprestado reciprocamente unem os dois países, Luís de Castro Men- algumas das usas obras. des afirmou que o ministério da Cultura Lembrando que Portugal será o país quer “continuar a apoiar a cooperação convidado da 76ª edição da Feira do
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Livro de Madrid, que decorrerá entre nalar a internacionalização da Arco Madrid bém no domínio das artes plásticas é os dias 26 de maio e 11 de junho, o mi- para Lisboa. A segunda edição desta feira a Bienal Internacional de Arte de Vila nistro, que também é escritor, considera de arte contemporânea, organizada pela Nova de Cerveira, cuja programação tem que isto “é um motivo de orgulho para Ifema em Lisboa, acontecerá também este sido alargada à Galiza. A XIX edição da Portugal e uma oportunidade para di- mês, entre os dias 18 e 21, na Cordoaria mais antiga bienal de arte organizada em vulgar a literatura portuguesa numa das Nacional, e contará com a participação de Portugal decorrerá entre os dias 15 de jumaiores feiras do setor livreiro”. 50 galerias (nacionais e estrangeiras). lho e 16 de setembro. No domínio das artes plásticas é de assiExemplo de cooperação ibérica tamNo Alentejo, destaca-se a cooperação
A coleção portuguesa que a Arco premiou A primeira obra que António Cachola adquiriu é uma pintura “sem título” de Fernando Calhau, que “nunca chegou a ser mostrada no projeto expositivo da coleção Cachola”. António Cachola explica que a sua coleção é composta por “artistas com trabalho válido que começaram a expor a partir dos anos 80 e Fernando Calhau começou antes, sendo um artista determinante, que influenciou muito outros, nomeadamente porque foi um precursor do minimalismo”. Com o objetivo de valorizar a arte contemporânea feita por portugueses, António Cachola iniciou a coleção no início da década de 1990 e atualmente conta com “mais de 650 peças”, todas de artistas portugueses, em vários suportes e em diferentes escalas. A coleção, alojada desde 2007 no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, integra pintura, escul-
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tura, fotografia, desenho, vídeo e instalações. António Cachola adianta que o objetivo é continuar a alargar a coleção: “As obras existentes também determinam as aquisições futuras, já que reclamam alguma vizinhança ou diálogo com outras peças, bem como com as expetativas dos públicos da coleção. A decisão de compra é muito partilhada com artistas e galeristas.” O colecionador reconhece que a coleção tem tido “um papel relevante no lançamento de artistas emergentes” e pretende continuar a incluí-los. Cerca de 30% das obras da coleção são de mulheres, uma percentagem que António Cachola quer dilatar, já que “as mulheres portuguesas têm qualidade para ter uma maior representatividade”. Outro objetivo é divulgar o trabalho destes artistas fora de Por-
tugal, assume o colecionador: “Gostaríamos de abrir a coleção a projetos expositivos que coloquem as obras da coleção em diálogo com outros artistas estrangeiros, sempre com o objetivo final de dar relevância à arte portuguesa. No ano passado a Fundação Arco atribuiu à Coleção António Cachola o prémio “A“ na categoria de colecionismo privado. Contente com a distinção, António Cachola vê com muito entusiamo a realização da Arco Lisboa: “Estou muito otimista e muito satisfeito pela Arco insistir em Lisboa. Na edição do ano passado aquiri uma peça a uma galeria dos EUA para mostrar aos galeristas estrangeiros que vale a pena participarem em feiras portuguesas, porque há portugueses a comprar. Penso que os galeristas internacionais começam a sentir que a energia cultural em Portugal é forte.”
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cultural entre Elvas e Badajoz, com ex- Mendes, apelou ao apoio financeiro dos posição de parte das obras da coleção resi- contribuintes, através da consignação de dente do Museu de Arte Contemporânea 0,5% da liquidação do imposto sobre o de Elvas na cidade vizinha espanhola (ver rendimento de pessoas singulares (IRS) a caixa na pág. 56). determinadas entidades culturais. Trata-se A crise afetou significativamente as ver- da primeira vez que a lista de beneficiários bas públicas destinadas à cultura, pelo que da consignação de IRS inclui entidades urge encontrar novas formas de financia- culturais. mento. Recentemente, Luís de Castro Em comunicado, o ministro sublinhou
que esta é “uma medida muito importante para aproximar os cidadãos da cultura”, que transforma “todo o contribuinte que o queira num mecenas”. Para Luís de Castro Mendes, a entrega desses 0,5% representará um “apoio muito importante” para os agentes culturais. A lista de entidades de beneficiários da consignação de IRS está disponível no portal das Finanças.
01.O ministro da Cultura, Luís de Castro Mendes
08.Susana Santos, Paulo Dias e Andreia Madeira
02.Luís de Castro Mendes recebeu uma lembrança da CCILE, das mãos do embaixador de Espanha em Portugal, Juan Manuel de Barandica
09.Fernando Nogueira, Luís Bento dos Santos e Miguel Roballo
03.Jose C. Fernández Otero, José González e Juan Manuel de Barandica
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10.António Cachola, Celeste Hagatong e Enrique Santos
04.Rosa Cullell, Joaquim Gomes da Costa e Nazaré Vilar
11.Pedro Prata, Dulce Mota, Joaquim Gomes da Costa e José Jesus Costa
05.Elísio Summavielle, Catarina Vaz Pinto e Celeste Hagatong
12.Berta Dias da Cunha, Nuno Guilherme e Francisco Descallar
06.Elena Aldana, Cecílio Oviedo e Katalin Gönczy
13.Jorge Leonardo, José Galvão Teles, José Catarino Tavares e Eduardo Serra Jorge
07.António Cachola, António Samuel, Fátima Dias e Fernando Nogueira
14.Begoña Íñiguez, Liliana Pardal, José González e Julia Nieto
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Eleitos novos corpos sociais da CCILE até 2021
Foram eleitos os novos corpos sociais da Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola (CCILE), para o período entre 2017 e 2021. Enrique Santos renovou o seu mandato como presidente da Câmara, tendo como vice-presidentes da Junta Diretiva António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida e Ruth Breitenfeld. Nuno Amado, que presidiu à Mesa da Assembleia da reunião, foi confirmado como presidente da Assembleia Geral, e o ex-ministro António Pires de Lima continuará, por seu turno, a presidir ao Conselho Fiscal da Câmara.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
oram eleitos, no passado dia 20 de abril, os novos corpos sociais da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), para o período entre 2017 e 2021. A lista única candidata à presidência, encabeçada por Enrique Santos, ganhou a votação por unanimidade, numa cerimónia onde marcaram presença a maioria dos elementos da Direção da CCILE e ainda alguns sócios. A votação da única lista apresentada foi realizada por voto secreto e deu um resultado de 40 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, pelo que foi aprovada por unanimidade de todos os presentes. Nuno Amado, que presidiu à
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Mesa da Assembleia da reunião, e Sandra Carvalho Dias, na foi confirmado como presidente Assembleia Geral. Como vem sendo normal em da Assembleia Geral, onde constam ainda, como vice-presiden- atos eleitorais anteriores, a lista tes, Carlos Álvares e Christian da Junta Diretiva da CCILE foi apresentada sem cargos, tendo Torrell. Enrique Santos mantém- estes numa reunião posterior já -se como presidente da Junta sido atribuídos. Enrique Santos frisou, após Diretiva, assim como os três vice-presidentes: António Vieira a sua eleição, o empenho da Monteiro, Luís Castro e Almeida Câmara em continuar a dinamizar as iniciativas necessárias e Ruth Breitenfeld. O gestor e ex-ministro António para promover o comércio entre Pires de Lima continuará, por Portugal e Espanha e o bom relaseu turno, a presidir ao Conselho cionamento institucional entre os dois países. Fiscal da Câmara. Por outro lado, afirmou que Entre os novos membros diretivos da Câmara, encontram-se nos próximos meses iria passar a Juan Matias, Jorge Vieira e Nuno liderança da Câmara a um outro Ramos, na Junta Diretiva, Ángel membro da Direção, abandonanAguayo, Elena Aldana e Luís do assim a presidência ao fim de Sobral, no Conselho Consultivo, quase 20 anos.
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Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Opel Insignia Grand Sport Rival de peso
É com dois modelos completamente novos que a Opel se prepara para reforçar a sua presença no segmento D. Nova plataforma, design mais consensual, conteúdos tecnológicos e de segurança reforçados, mais espaço no interior e uma maior eficiência são alguns dos trunfos com que a marca alemã se vai bater pela liderança no segmento.
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Fotos DR
om características superiores ao seus concorrentes do mesmo segmento, nomeadamente ao nível da dinâmica e da habitabilidade, o novo Insignia é uma excelente opção para aqueles que ambicionam ter um produto premium a um preço inferior ao do mercado. A segunda geração Insignia tem por base uma arquitetura totalmente nova. A berlina de cinco portas, denominada Grand Sport, pesa menos 175 kg do que o modelo anterior, dependendo das versões. Na variante station wagon Sports Tourer, a redução pode ir até 200 quilogramas. Esta diminuição substancial de peso e o novo sistema de direção, extremamente preciso, são fatores decisivos para que o novo Insignia revele qualidades superiores no plano da dinâmica em estrada. As linhas do novo Insignia exibem uma certa inspiração no concept car 60 act ualidad€
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Monza, conseguindo um magnífico coeficiente aerodinâmico de 0,26. O aumento da distância entre eixos permitiu aumentar em 25 milímetros o espaço para pernas dos passageiros de trás, enquanto a capacidade da mala se reduziu um pouco, podendo variar entre os 490 e os 1.450 litros. O habitáculo, mais espaçoso, foi todo re-
feito, com destaque para o tabliê com um visual mais horizontal, como sucedeu na remodelação do Astra. O grande ecrã tátil domina o centro de uma consola com poucos botões e bastante intuitiva. Em relação à evolução tecnológica, inclui o sistema de infoentretenimento IntelliLink, com CarPlay e
sector automóvil Setor automóvel
Android Auto, sistema Open&Start, travão de estacionamento elétrico e câmara dianteira Opel Eye, entre outros. A câmara dianteira possui funções como o aviso de saída de faixa com correção automática de direção, deteção de peões, alerta de colisão iminente e travagem automática de emergência. Fazem parte também do “pacote” tecnológico, o serviço OnStar da Opel, que transforma o Insignia num hotspot WiFi 4G a que se podem conetar até sete dispositivos, além de garantir serviços como chamada de emergência em caso de acidente, localização e bloqueio do carro, em caso de roubo, ou coisas mais triviais como um assistente que pode procurar e reservar o hotel mais próximo do local onde se encontra. Quanto à gama de motores, o novo Insignia Grand Sport inicia-se com uma opção a gasolina, 1.5 Turbo com duas versões de potência. A opção de 140 cavalos, 250 Nm de binário e com consumos que rondam os 5,7 l/100 Km, surge na base da gama, sendo a versão mais potente, com 165 cavalos, aquela que deverá reunir a preferência da maioria parte dos compradores. Também está em evidência o motor a gasolina topo de gama. Trata-se do 2.0 Turbo de 260 cavalos de potência e 400 Nm de binário máximo. Este motor de quatro cilindros pode ter acoplada
a nova caixa automática de oito velocidades. A linha de motores Diesel é constituída pelo popular turbodiesel 1.6 CDTI, que surgirá ainda mais refinado e cuja oferta passará por versões de 110 cavalos e 136 cavalos e ainda um turbodiesel 2.0 CDTI com 170 cavalos de potência, que foi alvo de novas melhorias ao nível do refinamento e da suavidade de funcionamento. Estando disponível no mercado nacional a partir de junho, os preços
iniciam-se em 28.680 euros para o Insignia Grand Sport 1.5 Turbo de 140 cavalos, ou 30.980 euros para o Grand Sport 1.6 D de 110 cavalos. Já na variante station wagon, a Insignia Sports Tourer 1.5 Turbo de 140 cavalos é proposta a partir de 30.030 euros e a Sports Tourer 2.0 Turbo D a partir de 41.330 euros. Mais tarde, a carrinha ficará disponível com os motores 1.6 Diesel. Ainda não temos o preço para a versão mais potente e desportiva.
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barómetro financeiro
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Portugal em nono lugar a nível de emprego na UE Eurostat revelou que Portugal O teve em 2016 uma taxa de emprego de 70,6%, contra 69,1% em 2015.
Há, assim, mais pessoas empregadas em Portugal, embora ainda abaixo do objetivo nacional de 75%, que se pretende atingir até 2020. No conjunto dos 19 países da Zona Euro, Portugal surge na nona posição. Já numa comparação entre os 28 Estados-membros da União Europeia, Portugal é o 14º dos países com maior taxa de emprego, situando-se entre o Luxemburgo, que tem 70,7% de taxa de emprego, e a França, que tem 70,4%. Na análise por sexos, na popula-
ção masculina portuguesa a taxa de empregabilidade em 2016 era de 74,2% o que compara com 72,6% em 2015 e nas mulheres fixou-se em 67,4%, quando no ano anterior tinha sido de 65,9%. Em 2016, a taxa de emprego da população com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos na União Europeia (UE) situou-se em 71,1%, acima da taxa de população empregada em 2015 (70,1%) e do pico anterior registado em 2008 (70,3%), anuncia o gabinete europeu de estatística. Sete Estados-membros já atingiram os objetivos de 2020, revela o Eurostat.
Atividade económica cresce Exportações de bens crescem menos ao ritmo mais rápido desde que as importações final de 2015 As exportações de mercadorias subiram 9% em fevereiro, acumulando O indicador de atividade económica acelerou um crescimento de 13,8% nos dois primeiros meses de 2017 em relação em março, de acordo com o Banco de Portugal. ao mesmo período do ano anterior, revelam dados do INE. No conjunto O indicador coincidente de atividade económi- dos dois meses, as vendas para o exterior cresceram abaixo da subida ca cresceu 2%, em março, o ritmo mais céle- registada pelas importações de bens (15,4%). re desde o final de 2015, apontando para um Analisando apenas o mês de fevereiro, as exportações subiram 9% e as crescimento do PIB que poderá ter atingido os importações 8,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em ambos 2,4% nos primeiros três meses deste ano. os casos, acontece uma desaceleração face ao que aconteceu em janeiro, Os dados oficiais do PIB (estimativa rápida) só quando as vendas para o exterior aumentaram 19,1% e as compras 22,4%. serão divulgados pelo Instituto Nacional de Es- "O défice da balança comercial de bens situou-se em 746 milhões de euros tatística (INE) no próximo dia 15. em fevereiro de 2017, representando um aumento de 58 milhões de euros O Banco de Portugal também revelou o indica- face ao mês homólogo de 2016", revela o INE. Olhando para os valores dor coincidente do consumo privado, reportan- acumulados até fevereiro, o défice da balança comercial fixou-se em 1.708 do um aumento de 2,3%, uma evolução idênti- milhões de euros, mais 331 milhões de euros do que o défice acumulado ca à de fevereiro. no mesmo período do ano anterior.
Economia da Zona Euro acelera para máximo de seis anos O ritmo de crescimento da economia da Zona Euro voltou a aumentar em abril, alcançando máximos de 72 meses, de acordo com a estimativa preliminar dos gestores de compras da Markit Economics. O índice PMI, que agrega dados dos serviços e da indústria, subiu de 56,4 pontos em março, para 56,7 em abril, superando as estimativas dos economistas. Ainda de acordo com a Markit, a criação de emprego na região alcançou um máximo de quase 10 anos, sinalizando que a recuperação da economia europeia está a ganhar força e é sustentável.
O instituto adianta que o abrandamento do crescimento na Alemanha está a ser compensado pela expansão mais forte noutras economias, com destaque para a França, onde a atividade económica está a crescer ao ritmo mais elevado desde maio de 2011. Mesmo na Alemanha, o ritmo de crescimento está próximo de máximos de seis anos, enquanto nos restantes países está no nível mais elevado desde julho de 2007. O FMI reviu recentemente em ligeira alta a previsão para a evolução do PIB da Zona Euro neste ano, para 1,7%, tendo mantido inalterada em 1,6% a relativa a 2018. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
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os últimos datos publicados tribución geográfica del comercio por la Secretaría de Estado exterior español y de ellos se desde Comercio (Datacomex- prende que el mercado portugués estadísticas del comercio ex- mantiene la quinta posición entre terior español) relativos a los los principales clientes españoles dos primeros meses del año confir- con un peso relativo del 6,8% soman la tendencia al alza en el co- bre el total de las exportaciones mercio hispano portugués. Las españolas y la octava posición enventas españolas crecieron 7,9% tre los principales proveedores de (2.964,0 millones actuales frente a España con un peso relativo supe2.730,8 millones alcanzados en rior al 3,5% sobre el total de las 2016) y las compras un 10,1% importaciones españolas. Los cuadros 4 y 5 conforman la (1.760 millones actuales frente a distribución sectorial del comercio 1.582,1 millones en 2016). De igual modo se constatan cre- bilateral con recurso a la nomencimientos importantes en la evolu- clatura TARIC (clasificación aranción mensual del mes de febrero celaria integrada de los países corespecto al mes de enero. En las munitarios) en los cuales las partiventas españolas el aumento fue das de los vehículos automóviles; del 2,0% y en las compras del tractor (280,4 millones de euros), las máquinas y aparatos mecánicos 6,7%. Los cuadros 2 y 3 recogen la dis- (202,5 millones de euros) y las ma-
terias plásticas; sus manufacturas (193,7 millones de euros) encabezan el ranking de la oferta española y en su conjunto estas tres partidas representan el 25% del total de las ventas españolas a su vecino Portugal. En el sentido contrario, la lista está encabezada por las partidas vehículos automóviles; tractor (215,0 millones de euros), los combustibles, aceites minerales (127,8 millones) y las materias plásticas; sus manufacturas (109,5 millones) y juntas representan un volumen de compras superior a los 452,3 millones de euros (3% sobre el total de las compras españolas a Portugal). Se mantiene el importante peso del sector vehículos automóviles en el comercio bilateral (sin incluir muchos subsectores ligados directa
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1.Balanza comercial de España con Portugal en febrero de 2017 VENTAS ESPAÑOLAS 16
COMPRAS ESPAÑOLAS 16
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VENTAS Cober(%) 16 ESPAÑOLAS 17
COMPRAS ESPAÑOLAS 17
Saldo 17
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827.300,47
637.891
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1.497.298,88
908.400,89
588.898
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1.561.949,47
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587.954
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0,00
0,00
0
0,00
jun
1.612.563,57
935.179,29
677.384
172,43
0,00
0,00
0
0,00
jul
1.567.605,41
940.868,83
626.737
166,61
0,00
0,00
0
0,00
ago
1.390.294,43
756.495,36
633.799
183,78
0,00
0,00
0
0,00
sep
1.623.011,96
955.459,47
667.552
169,87
0,00
0,00
0
0,00
oct
1.589.508,93
882.210,88
707.298
180,17
0,00
0,00
0
0,00
nov
1.603.921,81
960.943,67
642.978
166,91
0,00
0,00
0
0,00
dic
1.505.480,32
823.968,22
681.512
182,71
0,00
0,00
0
0,00
18.188.862,55
10.607.996,48
7.580.866
171,46
2.963.967,85
1.760.015,02
1.203.953
168,41
Total
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
64 act ualidad€
maio de 2017
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España febrero de 2017
o indirectamente al sector automóvil) que representa aproximadamente el 10,5% del comercio bilateral. Cataluña mantiene su liderazgo en la oferta española según las comunidades autónomas con una cifra de ventas que se sitúa en los 725,4 millones de euros y las compras se situaron en los 277,8 millones de euros, seguido de la Comunidad de Madrid con ventas por valor de 417,8 millones de euros y compras de 261,2 millones de euros. Galicia mantiene el liderazgo de la demanda española (321,5 millones de euros) y 404,8 millones de euros de ventas. Este conjunto de tres Comunidades Autónomas representa el 51% del comercio entre los dos países ibéricos. Para finalizar este breve comentario, hacemos referencia a unos datos recientemente publicados por la OMV que dan cuenta de la posición de España en el comercio mundial publicado recientemente y referentes a 2015. Indica que el mercado español ocupa la 18ª posición en el ranking de los principales exportadores mundiales de comercio de mercancías (1,71% sobre el total de las exportaciones mundiales de mercancías) y la 11ª posición en el ranking de los principales exportadores mundiales de comercio de servicios (2,47% sobre el total de las exportaciones mundiales de servicios). A la cabeza de la oferta mundial de mercancías surgen China y Estados Unidos con pesos relativos del 13,8% y 9,13%, respectivamente. A su vez la oferta mundial de servicios está liderada por los Estados Unidos y el Reino Unido con 14,52% y 7,26%, respectivamente.
Orden País
Importe
1
001 Francia
6.850.051,26
2
004 Alemania
4.996.044,16
3
005 Italia
3.730.949,21
4
006 Reino Unido
3.261.544,29
5
010 Portugal (d.01/01/86)
2.963.967,85
6
400 Estados Unidos
1.795.171,98
7
003 Países Bajos
1.474.799,84
8
017 Bélgica (d.01/01/99)
1.425.144,85
9
204 Marruecos
1.183.657,05
10
720 China
969.916,22
11
060 Polonia
895.879,15
12
052 Turquía
815.929,32
13
039 Suiza (d.01/01/95)
697.476,76
14
412 México
624.764,71
15
030 Suecia
402.235,16
16 17 18 19 20
732 Japón 038 Austria 508 Brasil 208 Argelia 061 República Checa (d.01/01/93)
388.756,92 387.856,68 371.579,67 370.589,70 370.341,15
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal febrero de 2017 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
215.048,50
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
127.774,85
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
109.496,63
4
61 PRENDAS DE VESTIR, DE PUNTO
102.688,29
5
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
93.549,63
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
87.447,94
7
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
76.789,46
8
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
67.875,15
9
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
58.793,20
TOTAL
1.704.056,11
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal febrero de 2017 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
280.380,66
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
202.452,32
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
193.711,68
4
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
169.841,00
5
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
147.736,86
6
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
93.039,71
SUBTOTAL
33.976.655,92
7
15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA
90.740,58
TOTAL
43.515.707,42
8
62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO
90.041,79
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
9
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
3.Ranking principales países proveedores de España febrero 2017 Orden País 1
004 Alemania
6.Evolución del Intercambio Comercial Portugal-España 2017
6.233.538,81
2
001 Francia
5.241.900,01
720 China
4.245.047,17
4
005 Italia
3.021.922,09
5
400 Estados Unidos
2.228.685,10
6
006 Reino Unido
2.119.502,54
7
003 Países Bajos
1.937.394,83
2.728.907,27
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
Importe
3
83.963,27
TOTAL
8
010 Portugal (d.01/01/86)
1.760.015,02
9
017 Bélgica (d.01/01/99)
1.190.865,85
10
204 Marruecos
1.148.546,85
11
208 Argelia
931.949,93
12
052 Turquía
912.183,99
13
060 Polonia
840.819,20
14
412 México
751.035,44
15
288 Nigeria
735.629,57
16
061 República Checa (d.01/01/93)
713.673,57
CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 17
17
632 Arabia Saudí
659.475,96
Cataluña
725.356,96
Galicia
321.534,18
18
732 Japón
652.817,57
Madrid, Comunidad de
417.815,94
Cataluña
277.788,57
19
664 India
620.007,70
Galicia
404.758,45
Madrid, Comunidad de
261.211,74
20
075 Rusia (d.01/01/92)
593.521,89
Andalucía
348.569,86
Andalucía
167.013,84
7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal febrero 2017 COMPRAS ESPAÑOLAS 17
SUBTOTAL
36.538.533,10
Castilla-La Mancha
198.442,75
Comunitat Valenciana
159.817,82
TOTAL
49.256.438,66
Comunitat Valenciana
176.325,21
Castilla y León
126.854,37
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
maio de 2017
ac t ua l i da d € 65
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Fabricantes españoles de test de embarazo, tensiómetros digitales de muñeca, termómetros y suero fisiológico
DP170106
Empresas españolas del sector industrial en Madrid, Barcelona, Bilbao y Galicia
DP170107
Fabricantes españoles de dispensadores de papel higiénico INOX, platos y vasos de cartón
DP170301
Fabricantes españoles de productos de cosmética para vender en tienda online portuguesa
DP170302
Distribuidores españoles de vino
DP170303
Empresas españolas proveedoras de loza para restaurantes
DP170401
Fabricantes españoles de equipamientos de extracción de humos para claraboyas
DP170402
Empresas exportadoras del País Vasco para Portugal
DP170403
Proveedores españoles de hojas de papel de aluminio para decorar tartas Agencia de publicidad portuguesa busca agencias de publicidad en Madrid para ofrecer sus servicios de outsourcing Empresas españolas de los sectores químico, alimentación, papel-cartón, plásticos, en las regiones de Castilla y la Mancha, Castilla y León, Madrid, Navarra y País Vasco para ofrecer sus servicios logísticos Empresas españolas de los sectores químico y petroquímico para poder ofrecer materias primas (productos químicos de limpieza, higiene y desinfección)
DP170404
Empresas españolas del área de las artes gráficas y fotografía para presentar sus servicios
OP170401
OP170103 OP170201 OP170301
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas de tratamento de superfícies com cromo duro
DE170201
Fabricantes portugueses de meias Empresas portuguesas do setor da eletrónica/telecomunicações Empresas em Lisboa que compram sucata
DE170202 DE170301 DE170302
Fábricas de calçado em Portugal
DE170401
Empresas portuguesas importadoras e distribuidoras de suplementos alimentares Empresas portuguesas do setor das caldeiras industriais Empresa espanhola fabricante de embalagens metálicas procura agente comercial para Portugal Empresas portuguesas produtoras de azeite, vinho, detergentes, cosméticos, molhos, lácteos, sumos e bebidas espirituosas para apresentar os seus produtos (embalagens plásticas) Empresa espanhola produtora de plástico como matéria prima procura sócios e agentes comerciais em Portugal Empresa espanhola do setor dos congelados procura agente comercial para Portugal Empresa espanhola representante de marcas e produtos relacionados com a medicina desportiva/ortopedia e puericultura, procura profissionais de vendas com experiência no setor farmacêutico
DE170402 DE170403 OE160601
Empresa espanhola especializada em decoração e no setor infantil procura agentes comerciais para Portugal
OE170305
OE170102 OE170301 OE170302 OE170304
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
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oportunidades de negocio
oportunidades de negĂłcio
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calendário fiscal calendario fiscal >
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Maio Prazo
Imposto
Até
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Declaração periódica e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em março/2017
Contribuintes do regime normal mensal
10
Segurança Social
Declaração de remunerações relativas a abril/2017
Entidades empregadoras
10
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a abril/2017
Entidades devedoras de rendimentos
15
IVA
Declaração periódica e pagamento do IVA apurado, relativo às operações efetuadas no 1º trimestre/2017
Contribuintes do regime normal trimestral
16
IRS
Declaração anual de rendimentos mod. 3, do ano de 2016
Sujeitos passivos do IRS
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas às remunerações de abril/2017
Entidades empregadoras
20
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções de IRS e IRC efetuadas ou Imposto selo liquidado em abril/2017
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
20
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em abril/2017
Sujeitos passivos do IVA (pessoas singulares ou coletivas)
Comunicação a efetuar por uma das seguintes vias: - Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), através do portal da AT; - Por recolha direta no portal da AT
22
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em abril/2017, que se consideram localizadas no Estado membro do adquirente
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50 mil euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É ainda aplicável aos sujeitos passivos do IVA, isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços que se considerem localizadas noutros estados membros da UE
31
IRC
Declaração periódica mod. 22 do IRC, referente ao exercício de 2016
Sujeitos passivos do IRC
Período de tributação igual ao ano civil
31
IRS
Declaração anual de rendimentos mod. 3, do ano de 2016
Sujeitos passivos do IRS
Quando hajam recebido rendimentos das categorias A (Trabalho) e H (Pensões) e restantes categorias
31
IRC
Declaração mod 30 – rendimentos pagos ou colocados à disposição de sujeitos passivos não residentes, em março de 2017
Entidades pagadoras dos rendimentos
Obtenção de nº fiscal especial para o não residente
31
IRC
Pedido de restituição do IVA suportado em 2016 noutro Estado membro da UE
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
31
IRC
Comunicação da informação financeira e fiscal dos grupos multinacionais ou da entidade reportante do grupo, referente a 2016
Sujeitos passivos do IRC, que integrem um grupo multinacional
68 act ualidad€
maio de 2017
Rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (incluindo os rendimentos isentos ou excluídos da tributação)
Quando hajam recebido rendimentos de diversas categorias do IRS
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
BE170124 BE170125
M
09/03/1991
INGLÊS
GESTÃO ADMINISTRATIVA
M
12/10/1996
PORTUGUÊS/ ESPANHOL
TEATRO
BE170126
M
1959
PORTUGUÊS
DIRETOR F&B
BE170127
F
30/10/1983
FRANCÊS/ INGLÊS
TÉCNICA DE REPARAÇÃO DE COMPUTADORES
BE170128
M
30/12/1978
INGLÊS
GESTÃO
BE170129
M
02/04/1981
INGLÊS/ ESPANHOL
COORDENADOR DE ESTRATÉGICAS DE MARKETING
BE170130
F
22/12/1981
INGLÊS/ FRANCÊS
PSICÓLOGA
BE170131
M
11/01/1968
INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL
COMERCIAL
BE170132
M
INGLÊS
COORDENADOR GERAL DE LOGÍSTICA
BE170133
M
26/07/1966
BE170134
F
23/12/1967
INGLÊS/ FRANCES
SECRETARIADO/ ASSESSORIA DA ADMINISTRAÇÃO
BE170135
F
14/04/1983
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
TURISMO, RECECIONISTA, COORDENADORA DE EVENTOS F&B
BE170136
F
27/01/1976
INGLÊS/ ITALIANO/ ESPANHOL
SECRETÁRIA/ ADMINISTRATIVA
BE170137
F
13/06/1978
BE170138
F
13/04/1979
BE170139
F
GRÁFICO
EMPREGADA DE BALCÃO/ MESA/ COZINHA ESPANHOL/ INGLÊS/ POLACO
PROFESSORA DE ESPANHOL
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ GALEGO/ INGLÊS
JORNALISMO
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
n o v e mmbari o d e 2 0 1 47
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ac t ua l i da d € 69
espaço de lazer
espacio de ocio
El camino para entender la obra Guernica El Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía expone hasta el 4 de septiembre “Piedad y terror en Picasso. El camino a Guernica”. Esta exhibición coincide con el 80 aniversario de la creación del Guernica (1937) y la llegada a sus salas hace 25 años. A través de un conjunto de obras se pretende explicar la transformación artística del pintor español y cómo compuso una de las obras más icónicas de la historia del arte.
P
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
icasso recibió el encargo de realizar una obra por parte del Gobierno español republicano para la Exposición Internacional de París. Con ella debía denunciar la guerra civil española y el pintor decidió hacerlo de una forma muy diferente a lo habitual (con monumentos de y para militares). Picasso introdujo el dolor y el sufrimiento de los civiles, convirtiéndose en el primer anti monumento de la historia. Tras varios años de trabajo de investigación, el Reina Sofía presenta ahora una exposición que narra las circunstancias personales e históricas y la radical transformación artística que experimentó Picasso a
70 act ualidad€
maio de 2017
espacio de ocio
partir de finales de los años 20 para llevarle a componer el mural y cómo finalmente lo hizo. En esta muestra, distribuida en diez salas, el Guernica es el epicentro alrededor del cual orbitan otras piezas anteriores y posteriores de Picasso que aportan las claves precisas para analizar las transiciones artísticas y vitales del artista y para alcanzar la conclusión de que no habría existido esta obra sin los singulares experimentos anteriores. En total se reúnen cerca de 150 obras del artista pertenecientes a 30 instituciones diferentes. Destacan obras como Las tres bailarinas (1925), de la Tate de Londres, o la escultura Mujer en el jardín (1930), del Museo Picasso de París. Venidas desde Nueva York, pueden contemplarse Mujer peinándose (1940), del MoMA; Desnudo de pie junto al mar (1929), del MET; o Mandolina y guitarra (1924), del Museo Salomon R. Guggenheim, y Monumento: Cabeza de mujer (1929) de una colección particular. La metamorfosis de Picasso Según destacan los comisarios de esta exhibición, Timothy James Clark y Anne M. Wagner, a través de éstas y de otras muchas piezas claves de la época comprendida entre finales de los 20 y mediados de los 40, se muestra la metamorfosis que experimentó el arte de Picasso desde el inicial optimismo e intimismo del cubismo hasta la búsqueda de una nueva imagen del mundo– entre la belleza y la monstruosidad– en un momento de gran convulsión como fueron los años 30, marcados por acontecimientos como el fascismo o la Guerra Civil española y con la II Guerra Mundial en ciernes. Picasso sufre diversas crisis artísticas al mismo tiempo que ve surgir nuevas corrientes en las que no participa, como el surrealismo de Dalí, Buñuel o Miró. Dieciocho meses antes de pintar Guernica, Picasso entra en una fase
de dudas e, incluso, de cierto bloqueo artístico. En este período apenas hace grandes pinturas, lo que contrasta con la vitalidad de otros momentos. Piedad y terror Para varias generaciones de todo el mundo, el Guernica se ha convertido “en la escena trágica de nuestra cultura”, según subraya Timothy James Clark. El comisario sugiere también que el artista afronta el momento de la existencia en que un individuo o un grupo reconocen, demasiado tarde ya, la muerte y la vulnerabilidad. Y el subsiguiente derrumbamiento que experimentan hacia una mortalidad desguarnecida no sólo despierta horror en quienes lo contemplan, sino piedad y terror, en una mezcla que asusta pero fortalece. Guernica es, fundamentalmente, la defensa universal del humanismo. El Guernica no se mueve del Reina Sofía De vez en cuando surgen voces que reclaman este cuadro para el Museo del Prado. Con motivo de esta exposición el director del Reina Sofía, Manuel Borja-Villel, insiste que esta pieza no se moverá de su actual ubicación. “Está muy bien donde
espaço de lazer
está, pues este museo se construyó a partir de esta obra, y no se va a mover. Este es un museo de arte moderno y contemporáneo, no de arte antiguo”, explica el director. Por otra parte, la historia no se puede cortar, aunque haya momentos de cambios y rupturas, y este cuadro está contextualizado. No puede, además, viajar”, añade. Borja-Villel recuerda además que Picaso nunca dijo que quería que la obra estuviese en el Prado, “solo que regresara a España cuando hubiera libertades democráticas. A los artistas les gusta estar junto a sus amigos y él está aquí rodeado de ellos, pues está con Miró, Alberto, Julio González, Renau...”. Para el director de este museo en esta exposición “analizamos esa capacidad que tiene de convertirse en símbolo, miramos dentro de él, un artista que empieza a hacer el gran big bang del siglo XX”. Recuerda también el hecho de que Picasso se da cuenta de que existe una generación de jóvenes “que trabaja en otro tipo de cosas, que hablan del inconsciente, de una realidad utópica de la que él se siente fuera”. La exhibición aporta muchas claves para entender el icono del siglo XX en la muestra más importante del año para este museo. maio de 2017
ac t ua l i da d € 71
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Agenda cultural “Papa Francisco, a revolução imparável”
No mês em que Fátima receberá a visita do Papa Francisco (dias 12 e 13), sai o livro “Papa Francisco, a revolução imparável”, de António Marujo e Joaquim Franco. Os dois jornalistas portugueses seguem a atualidade religiosa e procuram nesta obra lançar “um olhar interpretativo sobre a forma como o Papa escuta o mundo, a ideia de revolução da ternura que ele já propôs, o desprendimento da atitude, o papel do discernimento, o cuidado da Criação, o caráter insubstituível do diálogo, a prioridade do combate à pobreza ou a reabilitação da política para se sobrepor à ditadura da estatística e do dinheiro”. A sinopse da obra sublinha que “a eleição de Jorge M a r i o Bergoglio como Papa correspondeu a uma espera e a uma esperança”. O livro questiona: “Será que a revolução do P a p a Francisco é imparável? Os obstáculos são muitos, mas há uma revolução em marcha, que, mesmo que venha a ter retrocessos, será difícil de ser travada nas suas intuições mais importantes. É verdade que talvez a elevada fasquia colocada pelas circunstâncias de uma Igreja e de um mundo em crise condene o pontificado a não satisfazer toda a gente, tais foram as expetativas criadas. Mas Francisco já mostrou que entende esses problemas e insiste naquilo que, para ele, continua a ser essencial: a busca de Deus, as relações interpessoais baseadas no acolhimento e na justiça, a liberdade do Evangelho.”
maio de 2017
A galeria Millennium exibe algumas das fotos que Nuno Cera fez das obras do arquiteto Álvaro Siza Vieira, em Portugal. A convite da editora A+A Books, Nuno Cera “percorreu o país numa viagem de inverno”, para captar imagens de obras do arquiteto Álvaro Siza, selecionadas pelo próprio, tendo em vista a publicação do Guia de Arquitetura Álvaro Siza Projetos Construídos em Portugal agora lançado. Neste livro, “as fotografias de Nuno Cera são como que um ensaio à liberdade de poder captar o traço do arquiteto e também o de conduzir o olhar do utilizador à sua sensibilidade, àquilo que uma obra de arquitetura sempre transmite, testemunho também do génio humano, sobretudo quando construída segundo projeto de um dos arquitetos mais admirados internacionalmente”. A exposição “A Pressão da Luz - Álvaro Siza por Nuno Cera” evoca “a viagem que o livro propõe através das fotografias nela expostas, algumas de recortes poéticos em relação a um espaço, outras recortes de formas sobre a matéria e o lugar”.
Até 26 de maio, na Galeria Millennium, em Lisboa
Philippe Parreno transforma Serralves: “A Time Coloured Space”
As obras do artista francês Philippe Parreno tomaram conta de todas as 13 salas e auditório do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, com “A Time Coloured Space” [Um espaço da cor do tempo]. Trata-se da primeira mostra deste artista em Portugal e é comissariada por Suzanne Cotter, diretora do Museu. De acordo com o comunicado do museu, a exposição “é estruturada segundo o modelo matemático da fuga e concebida em torno da ideia de contraponto, ou ritournelle, um princípio segundo o qual uma determinada passagem é repetida em intervalos regulares numa peça ou arranjo musical, para dar significado à composição”. Assim, “regendo-se por um método semelhante, A Time Coloured Space é determinada não pelos seus ‘objetos’, mas pela cadência e o ritmo do aparecimento destes”. No percurso estão expostos “alguns dos trabalhos mais emblemáticos de Parreno, criados desde os anos 1990 até aos nossos dias, assim como obras recentes concebidas especificamente para este contexto”. Entre eles, Speech Bubbles (1997 até à atualidade), balões de hélio com a forma de balões de fala da banda desenhada: “Vazios de palavras, juntam-se e pairam no teto do espaço que ocupam”. A exposição inclui também Fraught Times: For Eleven Months of the Year it’s an Artwork and then December it’s Christmas (2008 -2016), uma série de esculturas em alumínio, moldadas como árvores de Natal, bem como mais de 200 desenhos a tinta criados por Parreno entre 2012 e 2016 e o conjunto de serigrafias intitulado Fade To Black. Ocasião para apreciar “uma obra recentemente incorporada na coleção de arte contemporânea do Museu de Serralves — o espetacular trabalho de luz Marquee (cluster)— no foyer do auditório”. Parreno destaca-se por procurar redefinir “a experiência da exposição, explorando as possibilidades desta como um “objeto” coerente e um meio em si próprio, e não uma mera coleção de obras individuais”. Para isso, “Parreno concebe as suas exposições como um espaço com um guião, no qual se desenrolam eventos”. No Museu de Serralves, constatará que “cada uma das 13 salas da exposição é uma recorrência da anterior, diferenciando-se apenas pelas variações de cor e de
Foto Nuno Cera
A volta a Portugal em obras de Álvaro Siza Vieira
Livro
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Exposições
espacio de ocio disposição”, numa referência ao conceito filosófico de Gilles Deleuze expresso em Différence et répétition [Diferença e repetição] (1968): “Parreno leva o princípio do ritournelle para além do seu entendimento musical, transportando-o para aquilo que Deleuze descreveu como “uma repetição da diferença”.
Até 7 de maio, no Museu de Serralves, no Porto
Teatro
“Quem tem medo de Virgina Woolf?”
“O inferno pode ser uma sala de estar confortável e um casal insatisfeito”, terá dito Edward Albee, autor da peça “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”. Poderemos confirmá-lo agora no Teatro da Trindade, onde Alexandra Lencastre e Diogo Infante interpretam o tal “casal insatisfeito”: Martha e George.
O casal regressa a casa, depois de uma festa na universidade onde George dá aulas e preparam-se para receber um outro casal, que acabam de conhecer. “Quando os convidados chegam, George e Martha discutem. No início, o jovem casal manifesta algum desconforto, mas à medida
espaço de lazer
que a noite avança, e o álcool começa a surtir efeito, deixam-se envolver no mundo tumultuoso e perturbador dos anfitriões. O que começa como uma noite de jogos e brincadeiras transforma-se num monstruoso duelo psicológico entre George e Martha, com inevitáveis repercussões nos convidados.” O clássico, escrito pelo norte-americano Edward Albee em 1962, é uma das mais representadas peças de sempre, tendo também sido adaptada para cinema em 1966, por Mike Nichols.
Até 11 de junho, no Teatro da Trindade, em Lisboa
Festival Panos regressa à Culturgest
Aliar a nova escrita para teatro ao teatro que é feito para adolescentes é o objetivo do Panos, que decorre entre os dias 19 e 21 deste mês, na Culturgest. Em cena estarão três peças originais: “Aos Poucos”, de Tina Satter, retrata um grupo de pessoas com idades, géneros e identidades sexuais diferentes; em “Atalhos”, de Joana Craveiro, cinco jovens percorrem a sua memória mediática dos últimos anos para falarem deles próprios; “Ode Inacabada”, de Cláudia R. Sampaio, é uma odisseia em busca de uma identidade, um diálogo que dá voz à descoberta do nosso verdadeiro “eu”.
De 19 a 21 de maio, na Culturgest, em Lisboa
Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
As “Histórias e Segredos” de Paula Rego A Casa das Histórias, que alberga boa parte das obras de arte produzidas pela artista portuguesa Paula Rego, expõe agora “Histórias e Segredos”. A mostra “parte assumidamente do registo íntimo e pessoal explorado no filme do realizador britânico Nick Willing sobre Paula Rego, sua mãe”, sendo “uma exposição de caráter biográfico e que introduz a espacialização das memórias e referências identitárias da artista”, explica a sinopse. Percorrendo oito salas de exposição “recuamos aos tempos de infância e à sua aprendizagem artística na Slade School of Fine Art (Londres), de 1952 a 1956, apresentando-se fotografias, cartas, livros que pertencem desde a infância a Paula Rego e até uma pequena pintura da sua mãe”. Todos estes elementos “revelam um genuíno e precoce interesse pela prática artística, também incentivado no seio familiar, e remontam na sua maioria a uma fase anterior à sua formação artística formal.” A mostra inclui objetos pessoais, “testemunhos do ambiente familiar e privado que é permanentemente evocado na produção da artista”. Destaque ainda para as referências ao companheiro de Paula Rego, o artista Victor Willing: “Era a pes-
soa que conhecia o meu trabalho melhor do que qualquer outra pessoa no mundo. Bastava-lhe olhar para o meu trabalho e sabia o que eu queria dizer, e não há nada mais especial do que isso. Quando alguém compreende bem o nosso trabalho, essa pessoa compreende-nos bem a nós”. A exposição apresenta pela primeira vez em Portugal a série Depressão: “Estas poderosas imagens permaneceram escondidas durante dez anos e exploram a dimensão paradoxal da depressão psicológica.” Sobre elas, a pintora terá dito: “Deveriam ser postas numa gaveta para nunca mais serem vistas, porque eu sentia vergonha de estar tão deprimida”. A força destas obras “reside sobretudo no facto de ter depositado nestas imagens a esperança para encontrar o caminho de saída, lê-se na sinopse da exposição, que conta com a curadoria de Catarina Alfaro e de Nick Willing. O vínculo entre a arte e a vida é inegável no caso de Paula Rego: “É preciso confiar na pintura porque ela é que nos diz o que está dentro de nós e isso nem sempre é agradável. É descobrir quem somos”.
Até 17 de setembro, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais Maio de 2017
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Statements Para pensar
“Enquanto o resto do país [Inglaterra] goza de uma recuperação na maioria das regiões, com os preços em novos máximos, algumas partes do mercado imobiliário de Londres ainda estão a sofrer um reajustamento nos preços (...) Os imóveis e as zonas mais caras têm que atrair os investidores com preços mais acessíveis que lhes compense a subida do imposto de compra cobrado” Miles Shipside, diretor e analista da consultora imobiliária Rightmove, explicando que o mercado imobiliário londrino está a sofrer uma “bolha”, sobretudo desde o início de 2016, devido a sobreavaliações dos imóveis, especialmente após o novo contexto surgido com o referendo que ditou o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e depois da subida de impostos que atingiu os investidores, “O Jornal Económico”, 24/4/17
“Apenas 17,7% das PME portuguesas apresentam um elevado nível de digitalização, o que contrasta com 35,5% das PME finlandesas, e de 25,3% das espanholas”
• Assessoria ao Comércio Externo • Missões Empresariais • Serviço de Tradução e Intérprete • Recuperação de IVA • Seminários / Conferências • Almoços de empresários • Revista Actualidad€ Economia Ibérica • Torneio Ibérico de Golfe e Padel • Eventos sociais • Formação
Interlocutor Privilegiado nas Relações Bilaterais Portugal / Espanha www.portugalespanha.org Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º Piso, 1050-155 Lisboa Tel Geral: (+351) 213 509 310, e-mail: ccile@ccile.org
Estudo da PwC, apresentado no seminário “Desafios da Indústria em Portugal”, promovido pela ALF – Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting, concluindo que só por volta de 2025 as PME nacionais irão ultrapassar o atual nível de Espanha, sendo ainda que o número de indivíduos que utilizam a internet para interagir com serviços públicos online atingiu os 45% em Portugal, o que compara com a média de 50% da UE e os 48% de toda a Europa, “O Jornal Económico”, 26/4/17
”El teletrabajo ha hecho mucho daño. Las organizaciones no han entendido el concepto y lo han utilizado mal, por eso algunas han dado marcha atrás en los modelos que habían implantado. Ahora deben apostar por el smartworking” Andrés Ortega, Head of Talent en ING, defiendiendo el trabajo inteligente, o sea cuando una empresa es capaz de crear un ecosistema que permita a los profesionales decidir en función de su ocupación dónde van a llevar a cabo cada tipo de tarea, “El País.es”, 27/4/17
“De esta manera las compañías crecen en eficacia y productividad a través de la tecnología: poniendo el poder en manos de sus trabajadores (...) Debemos flexibilizar la autonomía de las personas más que los propios horarios, y para eso necesitamos dejar de penalizar al empleado que trabaja desde casa y de premiar al que esté calentando la silla” Idem, ibidem