Actualidade Economia Ibérica - nº 242

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Actualidad

Economia ibérica agosto 2017 ( mensal ) | N.º 242 | 2,5 € (cont.)

A geração da emoção PÁG. 34

Indústria exportadora impulsiona trabalho temporário pág. 12

Air Europa espera acelerar negócio com futuro aeroporto do Montijo pág. 16

De Madrid a Aranjuez en el Tren de la Fresa pág. 60


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Índice

índice

Foto de capa: BQ

Nº242 Actualidad

Economia ibérica

Propriedade e Editor: CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Comissão Executiva: Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Berta Dias da Cunha

Resort busca 44.Troia propietarios españoles

Grande Tema

O que procura a geração da emoção e da partilha

34.

__________________________________________ Direção de Informação (interina): Belén Rodrigo Coordenação de Textos: Clementina Fonseca Redação: Belén Rodrigo, Claudia Ballester (estagiária), Clementina Fonseca, Sofía González (estagiária) e Susana Marques

Copy Desk: Beatriz González, Joana Silva Santos e Laura Dominguez Fotografia: Sandra Marina Guerreiro Publicidade: Rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

Editorial

Assinaturas: Laura Couselo (laura@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte: Sandra Marina Guerreiro

04.

O que esperar da “Geração Z”

Paginação: Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número: Joaquim Pena, Miguel de Azeredo Perdigão e Nuno Ramos Contactos: Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Tel:. 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: ccile@ccile.org Redação: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org NIPC: 501092382 Impressão: What Colour is This? Unipessoal Lda. Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem Martins Distribuição: Distrinews II, SA Rua 1º Maio-Centro Empresarial da Granja - Junqueira 2625-717 Vialonga Depósito Legal nº 33152/89 autorizado pela Direção Geral de Correios e Telecomunicações de Portugal Nº de registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social: 117787

Opinião 40.

Subsídio de desemprego e estágios profissionais

- Miguel de Azeredo Perdigão

Atualidade 20.

Virtualteorema: formar cidadãos no mundo da tecnologia digital

22.

Unit4 apuesta por el mercado ibérico donde trabaja el 20 % de su plantilla mundial

24.

Little Buddha: 2017 será decisivo para ampliar o negócio em Portugal

O Estatuto Editorial da Actualidad€-Economia Ibérica está disponível no site www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios da Câmara, do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares

E mais...

08. Apontamentos de Economia 12.Entrevista 26.Marketing 28.Fazer Bem 40. Advocacia e Fiscalidade 44. Setor Imobiliário 46.Vinhos & Gourmet 48.Eventos 50. Setor Automóvel 52.Barómetro Financeiro 54.Intercâmbio Comercial 56.Oportunidades de Negócio 58.Calendário Fiscal 59.Bolsa de Trabalho 60.Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola

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editorial editorial

O que esperar da “Geração Z”

Foto BQ

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aber o que pretendem e nascida em plena generalização parte das marcas de grande cono que move a nova gera- da internet e marcada por alte- sumo, que assim chegam rapidação de consumidores que rações socio-económicas profun- mente a milhões de utilizadores sucede aos millenials . das, que mudaram as prioridades em cada país e até a nível interEsta é uma das áreas sociais face à geração anterior. nacional, embora a maioria das de estudo a que se têm dedicado São crianças e jovens com total campanhas tenha uma abranos especialistas em marketing e acesso à informação veiculada gência apenas nacional. Para este publicidade, para definir o novo pela televisão, pelos média e público mais jovem, as mensapúblico jovem, que começa agora pelas redes sociais, onde cada vez gens publicitárias têm de surgir a revelar as suas preocupações, mais as pessoas se concentram, de forma diluída e não explícita desejos e dilemas sobre o futuro por diversas razões, nomeada- – introduzidas nas plataformas onde estão os jovens e com as e que em breve irá integrar o mente lúdicas. A facilidade de comunicação informações escritas reduzidas, mercado de trabalho e a ter poder nas redes sociais tem facilitado privilegiando em troca as imade compra. Os jovens “Z” são uma geração a divulgação de conteúdos por gens apelativas. A mensagem deve também induzir a momentos de experiência e diversão e não ser uma apresentação formal do produto. A Actua lidad€ explica, nas páginas 34 a 39, quais as motivações que têm, em Portugal, as crianças e jovens da chamada “Geração Z” e como as marcas e empresas podem despertar a sua atenção e inf luenciar as suas decisões de compra. Os desafios da mudança digital nas empresas são também abordados noutros artigos desta revista (ver páginas 20/21 e 48). Outros temas em destaque nesta edição são os planos da Adecco Portugal para continuar a crescer. A empresa está a registar um crescimento de dois dígitos este ano, face ao mesmo período do ano passado, como revela em entrevista a diretora geral da empresa, Carla Rebelo. A Air Europa é outra das companhias internacionais que está a ter bons resultados em Portugal, como se pode ler no artigo das páginas 16/18. 

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*Email: actualidade@ccile.org

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opinión

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opinião

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Santander Totta e BEI contratualizam empréstimo de 150 milhões de euros O Banco Europeu de Investimento (BEI) vai conceder um empréstimo de 150 milhões de euros ao Banco Santander Totta para proporcionar financiamento às PME, empresas de média capitalização (mid-caps) e entidades do setor público em Portugal. Román Escolano, vice-presidente do BEI, e António Vieira Monteiro, presidente da Comissão Executiva do Banco Santander Totta, assinaram no final de junho o contrato de financiamento em Lisboa. Este instrumento financeiro de 150 milhões de euros é a última tranche de um empréstimo intermediado, no montante total de 500 milhões, concedido ao BST para facilitar o financiamento de projetos de pequena e média dimensão. Graças ao empréstimo do BEI, o Banco Santander Totta continuará a apoiar investimentos promovidos sobretudo por PME e empresas mid-cap. O Banco Santander Totta transferirá para os beneficiários finais as vantagens do financiamento do BEI, tanto em termos de maturidades como de taxas de juro. Até 30 % do montante do empréstimo poderá ser usado para

financiar pequenos projetos realizados por autarquias ou outras entidades do setor público. Trata-se da sexta operação do BEI realizada com o Banco Santander Totta destinada a PME e empresas mid-cap. A primeira e a segunda tranches do empréstimo de 500 milhões de euros aprovado para o Banco Santander Totta foram assinadas em novembro de 2015 e em dezembro de 2016, respetivamente, tendo proporcionado financiamento a mais de dois milhares de empresas e projetos diferentes em

Portugal. O acordo agora assinado, ”proporcionará crédito às PME portuguesas, que representam cerca de 80 % do total do emprego em Portugal. Por conseguinte, a capacidade de financiamento adicional proporcionada pelo BEI, através deste empréstimo em condições vantajosas, continuará a promover o crescimento a longo prazo e a criar emprego no país, dada a importância destas empresas para a economia portuguesa”, afirmou Román Escolano, na cerimónia de assinatura.

Millennium bcp afirma liderança do Portugal 2020 O Millennium bcp financiou cerca de 30% das empresas que recorreram ao Programa de Incentivos Portugal 2020, de acordo com o mais recente Barómetro de Serviços Financeiros para empresas do DataE. O Estudo incide sobre um universo de 350.603 empresas do território continental dos vários setores de atividade. O estudo revela também que o Millennium bcp é o banco preferido das Empresas exportadoras, sendo utilizado por 33,9% do universo, e como Banco principal de 19,5% destas Empresas. Relativamente à ima-

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gem, o Millennium bcp é referido como o “Banco mais inovador” para as empresas, com 11,9% das referências totais. É igualmente o mais mencionado como “banco mais próximo dos clientes” e como banco que globalmente apresenta “produtos mais adequados às empresas”. Conceição Lucas, administradora executiva do Millennium bcp, afirma que “ao longo dos últimos anos, o banco tem vindo a desenvolver diversas iniciativas para se aproximar das empresas e dos empresários portugueses, nomeadamente daque-

les com bons projetos, rentáveis e sustentáveis. A liderança no financiamento às empresas no âmbito do Portugal 2020, bem como o reconhecimento do Millennium bcp com o banco mais próximo, mais inovador e com os produtos mais adaptados a empresas a atuar no nosso país são provas de que estas foram apostas ganhas. As empresas Portuguesas podem continuar contar com o Millennium bcp como um parceiro de negócio de excelência capaz de apoiar o seu crescimento e desenvolvimento”, adianta a responsável.


Breves Novo Banco eleito “Best Securities Services Provider 2017” em Portugal O Novo Banco foi novamente, em 2017, eleito o melhor banco na prestação de serviços de títulos e custódia em Portugal pela revista norte-americana “Global Finance”. Esta é a 12ª vez que o Novo Banco obtém esta distinção, nos 15 anos em que a revista a atribuiu. Os editores da Global Finance basearam-se em research especializado sobre mercados, nas contribuições de especialistas desta área de atividade e na informação disponibilizada pelos diversos bancos para selecionar os melhores prestadores de serviços de custódia em 81 países. Esta seleção foi feita considerando as instituições

que, de forma segura e consistente, prestam os melhores serviços de custódia em mercados locais. De entre os principais critérios de seleção utilizados, destacam-se: o relacionamento com clientes, a qualidade dos serviços prestados, o conhecimento da regulamentação e das práticas do mercado local, tecnologia, o âmbito da oferta, a competitividade do preçário e a aposta continuada no desenvolvimento desta linha de negócio. As nomeações dos vários bancos premiados a nível mundial serão publicadas na edição da revista “Global Finance” de julho/ agosto de 2017.

SEAT investe 900 milhões de euros no novo Ibiza e Arona O grupo SEAT alocou 900 milhões de euros para investimentos e despesas de I&D nos novos modelos Ibiza e Arona. O presidente da SEAT, Luca de Meo, fez este anúncio recentemente, explicando que o montante total dos investimentos e despesas de I&D foi maioritariamente destinado ao desenvolvimento de ambos os modelos e à adaptação da fábrica de Martorell (Espanha). O valor de 900 milhões de euros é parte do investimento global de 3.300 milhões de euros anunciado em setembro de 2015 para o período de 2015-2019. Desenvolvido exclusivamente em Barcelona, o novo Ibiza está a ser produzido na Linha 1 de Martorell, a fábrica que produz o maior número de

veículos em Espanha, o qual vai coexistir alguns meses com a quarta geração do veículo. Construído utilizando a nova plataforma MQB A0, o novo Ibiza aspira a marcar um ambicioso ponto de viragem em termos de segurança, design, performance e conforto. Esta mesma linha de produção está já a acolher a montagem do novo SEAT Arona, o novo crossover compacto da marca espanhola.

Siemens e Landis+Gyr vão fornecer contadores inteligentes a Portugal A Siemens Portugal e a Landis+Gyr juntaram-se para fornecer à EDP Distribuição Energy Boxes, que serão instalados, em 2017 e 2018, nas residências dos consumidores finais portugueses. Este projeto faz parte do universo InovGrid, uma iniciativa inovadora da EDP Distribuição, que visa dotar a rede elétrica de equipamentos inteligentes capazes de automatizar a gestão da energia, melhorando a qualidade do serviço e a informação disponibilizada aos consumidores, diminuindo os custos, e aumentando a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental. A nível mundial, a Siemens já interligou mais de 70 milhões de contadores, de diferentes marcas. Aicep Global Parques e Clover Venture Partners iniciam parceria A aicep Global Parques e a Clover Venture Partners assinaram, no passado dia 23 de junho, um acordo de parceria para o desenvolvimento da atividade logística na ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines. Aproveitando a experiência da empresa nesta área, a aicep Global Parques associar-se-á sempre que relevante, às atividades desta empresa, para a dinamização da Zona de Atividades Logísticas da ZILS. Esta parceria, que poderá ser realizada com outras empresas que atuem na mesma área, visa potenciar fortemente a ZILS como uma solução, com claras vantagens competitivas, no sector logístico. “A situação geográfica privilegiada, junto de um porto de águas profundas, a disponibilidade de lotes infraestruturados com todas as utilidades necessária, as boas acessibilidade e os recursos humanos qualificados da região fazem da ZILS um ativo singular merecedor de ampla divulgação para um reforço da sua posição ainda maior na economia portuguesa”, conforme referiu o CEO da aicep Global Parques Francisco Mendes Palma, no momento da assinatura. Indústria da cortiça bateu recorde de exportações em 2016 O setor da cortiça bateu todos os recordes em 2016, com um total de 937,5 milhões de euros em exportações, o que representou um crescimento de 4% face ao ano

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Breves anterior, de acordo com a Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor). A indústria exporta 90% daquilo que produz para 133 países, sendo que a rolha se mantém como produto premium, com um peso de 72% no total das exportações, face aos materiais de construção (25%), e outros produtos (3%), com as novas aplicações a apresentar um elevado potencial de crescimento. “Este recorde é o resultado de mais uma etapa do processo iniciado pela cortiça já há alguns anos, no sentido de se afirmar não só no mundo do vinho, no qual quer continuar a provar que é o melhor vedante, como também através de uma busca incessante de novas aplicações”, explica João Rui Ferreira, presidente da Associação Portuguesa da Cortiça. “Para o presente ano, o objetivo é chegar aos mil milhões de euros de exportações. E vamos continuar atentos àqueles que consideramos os três grandes pilares da nossa cadeia de valor, com uma aposta clara no mercado, na evolução da indústria e na proximidade com a produção, para que possamos ter mais e melhor cortiça em Portugal”, adianta o mesmo responsável. Vodafone assegura comunicações das câmaras municipais de Cascais e Lisboa A Vodafone Portugal vai garantir a prestação dos serviços de comunicações da Câmara Municipal de Lisboa, através de uma solução global desenhada à medida das necessidades do município. O contrato celebrado prevê o fornecimento de infraestruturas de fibra ótica de última geração e de alto débito para a rede de dados da Câmara, acessos à internet, serviços de voz fixa, extranet e serviços de envio e receção massivos de SMS. Selecionada no âmbito de um concurso público, a Vodafone assegurará por esta via mais um projeto de elevada amplitude, reforçando o seu posicionamento empresarial enquanto operador global e com um serviço verdadeiramente integrado. Desde o início do ano, a Vodafone Portugal está a assegurar também a prestação dos serviços de comunicações fixas, móveis e de dados à Câmara Municipal de Cascais, através de uma solução global e convergente desenhada à medida das necessidades desta autarquia. O projeto engloba a Câmara e todo o universo empresarial da autarquia e assenta na migração deste universo de sociedades da Câmara para a plataforma Vodafone One Net, uma central de comunicações completa, avançada, segura e flexível que integra na Cloud o serviço fixo e móvel. Este projeto tem por base uma rede de fibra ótica de última geração, que chega hoje a mais 2,6 milhões de lares e empresas.

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MAPFRE renova seguro multirriscos habitação A MAPFRE renovou o MAPFRE Casa, um seguro que pode ser utilizado de imediato para situações simples e comuns, tais como pequenas tarefas de bricolage ou reparações urgentes. O inovador Serviço de Bricolage e Reparações Urgentes é ideal para resolver imprevistos do dia a dia, como pequenos arranjos e decorações em casa, substituição de torneiras, ou urgências, como janelas partidas, roturas de canalizações ou falhas de eletricidade. Este seguro possui quatro módulos de proteção com garantias específicas e um leque muito abrangente de coberturas opcionais para uma proteção construída à medida das

necessidades e disponibilidade financeira de cada cliente. Além das habituais coberturas de proteção base como furto ou roubo, incêndio, raio ou explosão, inundações, proteção por desemprego, hospitalização e incapacidade por acidente ou doença, entre outras, existem ainda proteções específicas para senhorios que cobrem danos causados pelo inquilino, perda de rendas, responsabilidade civil proprietário e responsabilidade civil locador. O MAPFRE Casa reembolsa as despesas de IMI e quotas de condomínio em caso de desemprego, hospitalização e incapacidade por acidente ou doença.

Medway introduz novas locomotivas para serviço Portugal-Espanha

A Medway dispõe de quatro novas locomotivas Euro4000 a diesel, que estarão a operar a partir de setembro e que serão fundamentais nas ligações entre Portugal e Espanha. Este investimento de 15 milhões de euros representa a entrada oficial da Medway no mercado espanhol, um passo estratégico anunciado aquando da privatização da empresa e agora concretizado. “Aumentar os eixos de atuação e a oferta de serviços, de acordo com as necessidades dos nossos clientes, foram objetivos traçados de início, a ser alcançados através da aposta na modernização do equipamento e na

inovação, para levar este projeto alémfronteiras, ganhando competitividade no mercado. Continuamos, por isso, a garantir o crescimento do nosso projeto, através de investimentos internos e da manutenção das relações de trabalho e colaboração profícuas que temos com os nossos parceiros espanhóis”, afirmou Carlos Vasconcelos, presidente da Medway. Construídas em Valência, as locomotivas permitem a realização de comboios entre Portugal e Espanha sem terem de mudar de tração, uma vez que estão equipadas com o sinal de rádio comum a Portugal e Espanha. Estes equipamentos de sucesso comprovado no mercado ibérico, permitem ainda baixas emissões de CO2 na atmosfera, o que contribui para o cumprimento das metas de redução de gases de efeito de estufa traçadas pela União Europeia. A Medway tem agora uma frota de 68 locomotivas.


Gestores

em Foco

Com o objetivo de ajudar a Administração Pública a reduzir a brecha fiscal, a Indra desenvolveu a iFRA, uma solução baseada na utilização de modelos preditivos, capaz de detectar qualquer conduta fraudulenta que tenha como consequência final um impacto sobre as receitas ou despesas da Administração Pública. Suportada por tecnologia Big data e com possibilidade de estar na Cloud, a iFRA permite operar sobre dados internos e enriquecê-los com fontes de dados externas, incluindo informação de Redes Sociais para melhorar as suas capacidades. Através de dados de aprendizagem e recorrendo a uma metodologia própria, a solução detecta padrões de comportamento que ajudam a Administração Pública a melhorar a sua eficácia fiscal António Ventura, diretor do mercado

de Administração Pública, da Indra em Portugal, refere “este tipo de soluções baseia-se em algoritmos preditivos que são obtidos a partir da modelagem dos dados introduzidos no sistema. Deste modo, é possível criar algoritmos de regras de associação que permitem determinar quais são as características partilhadas entre os registos fraudulentos; de regressão, para prever o montante de fraude associado a uma operação detectada; ou da importância de atributos, que identifica as variáveis decisivas por ordem de prioridade ao determinar uma fraude, entre outros”. A identificação de perfis de risco dos contribuintes a partir da segmentação da população ou os mapas de relações entre pessoas e/ou sociedades que intervêm nos processos tributários constituem outras das mais valias desta solução.

Hartmann conclui aquisição da marca P&G na Península Ibérica

O grupo Hartmann, um dos principais fornecedores internacionais de produtos médicos e sanitários, concluiu a operação de aquisição da Lindor- Procter & Gamble (P&G). Com esta operação, a Hartmann torna-se um dos principais fornecedores de produtos para incontinência de adultos na Península Ibérica, possuindo, neste momento, todos os ativos P&G associados à carteira de

produtos Lindor, incluindo a propriedade intelectual, os contratos com funcionários e a fábrica de 25 mil metros quadrados em Montornès del Vallès (Espanha). “Esta operação irá expandir o nosso conhecimento local no setor, ao mesmo tempo que nos concede a oportunidade de criar sinergias a nível de grupo no que diz respeito a operações, produção e cadeia de fornecimento”, referiu Marc Perez, diretor regional do grupo na Europa Ocidental. Um estudo recente realizado pelo Instituto Nacional de Estatistica de Espanha revela que a percentagem de população com 65 anos e mais está atualmente em 18,7% e chegará aos 25,6% em 2031.

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Indra lança solução para a Administração Pública

Julio Arce (na foto) é, desde o passado dia 1 de julho, o novo membro do Comité Executivo do grupo Schindler. Com esta nomeação, Javier Catalina, atual diretor financeiro da Schindler para Espanha e Portugal, vai ocupar o cargo deixado por Julio Arce e assumirá a Direção Geral da Schindler Ibéria. O conselho de administração do grupo Schindler decidiu que Julio Arce, atual CEO da Schindler Ibéria e Área Manager para Marrocos e noroeste de África, passe a integrar o Comité Executivo mundial como diretor técnico. Luís Monteiro (na foto) é o novo diretor geral do Altis Grand Hotel e Altis Suites. Iniciou a sua carreira no Hotel Le Meridien, tendo passado por diferentes áreas em unidades Hoteleiras em Lisboa e no Algarve, até ser nomeado Diretor do Grande Real Villa Itália em Cascais e Diretor Geral do Hotel Real Palácio em Lisboa. No final de 2015 foi nomeado Diretor Geral de Hotel do Marriott Praia D’El Rey Golf & Resort, em Óbidos. Com uma experiência de 30 anos no setor da hotelaria, desempenha funções de gestão há mais de 15. A SAP anunciou a nomeação de Nuno Saramago (na foto) como Diretor de Soluções da SAP Portugal. Com uma larga carreira desenvolvida no setor das tecnologias de informação, Nuno Saramago assume em Portugal a liderança da equipa de soluções, que integra e direciona todo o portefólio de soluções da SAP para a criação de valor nas organizações portuguesas, em projetos marcados pela inovação e sofisticação tecnológica. As soluções da SAP estão orientadas para 25 indústrias, 12 áreas de negócio e são distribuídas via cloud ou instaladas nos próprios servidores dos clientes.

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Breves Essilor producirá en España sus lentes más avanzadas Essilor, líder mundial en el mercado de lentes oftalmológicas, apuesta por España. La firma ha seleccionado su laboratorio en Madrid como uno de los tres – los otros están en Francia y Polonia– que producirán en Europa sus lentes más avanzadas, las Varilux X Series, que la empresa lanzó al mercado en abril. Las primeras unidades ya han empezado a salir de su fábrica de Fuencarral, a un ritmo de 1.500 lentes al día. “Tenemos 650 empleados en España y esto nos va a permitir consolidar los 400 vinculados a la actividad industrial”, afirma Pedro Cascales, country manager de Essilor en España. En concreto, supondrá la continuidad de los 165 puestos de trabajo del laboratorio de Madrid -Essilor tiene otros en Barcelona y Canarias- y contribuirá a reducir la exposición de la producción y el empleo a los ciclos de trabajo que se producen durante el año en la industria. Además, se crearán 10 nuevos empleos. Grifols se hace con el 44% de la estadounidense GigaGen La compañía catalana de hemoderivados Grifols ha pagado cerca de 31 millones de euros por GigaGen, con sede en San Francisco. Se trata de una compañía que se dedica a la investigación preclínica de medicamentos bioterapéuticos que emplea células humanas B, que son las células del sistema inmunitario especializadas en la producción de anticuerpos para capturar toda la diversidad genética de estos anticuerpos y transformarla en terapias para el tratamiento de enfermedades graves. Grifols ha realizado esta adquisición a través de su filial Grifols Innovation and New Technologies Limites (Giant) al 100%, compañía en la que se agrupan todas sus inversiones de I+D+i externas. El fundador de Pronovias vende el grupo a un fondo por 550 millones de euros La empresa familiar líder en moda nupcial ha llegado a un acuerdo con la firma de capital riesgo con sede en Londres BC Partners, que pagará 550 millones de euros por el 100% de la empresa de Alberto Palatchi. La sede se mantendrá en Barcelona y Palatchi recomprará, cuando esté cerrada la operación, un 10% para mantener un asiento en el consejo de administración. La falta de relevo entre sus hijos le llevó a buscar un socio con experiencia en adquisición en negocios familiares. Alberto Palatchi continuará en la presidencia de Pronovias hasta

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Cepsa compra 23 estaciones de servicio en España

Cepsa ha adquirido 23 estaciones de servicio en España propiedad de los grupos Villanueva, Mateo y Paz, de las que veinte están situadas en la Comunidad de Madrid y tres en la provincia de Toledo, lo que supone “una de las operaciones de compra de estaciones de servicio más relevantes” registrada en el país en los últimos años.

En un comunicado, la empresa señala que esta adquisición es “uno de los principales hitos de la compañía en 2017 en el mercado ibérico” y supone “una nueva apuesta de Cepsa por este negocio en España”, tras la adquisición en 2012 de 60 estaciones de servicio en Canarias (la totalidad de la filial de Chevron en España). Las estaciones de Cepsa dan servicio en la actualidad en la Comunidad de Madrid a más de 1,7 millones de clientes, que realizan un consumo medio anual de 1.023 litros de combustible, un 17% más que el consumo medio en el resto de España.

Vidrala compra la Santos Barosa Vidros por 250 millones de euros La empresa alavesa Vidrala ha suscrito un acuerdo de intenciones para la adquisición de la sociedad portuguesa Santos Barosa Vidros por aproximadamente 250 millones de euros, una cifra que puede variar moderadamente en función de la deuda que se asuma en el momento en el que se cierre la transacción, según la información que remitió la compañía a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV). Se trata de la segunda operación de compra de calado que pone en marcha la empresa con sede en Llodio en los

últimos dos años, después de que en enero de 2015 comprara la británica Encirc Limited, por 408,6 millones de euros, con lo que ganó posiciones en el mercado británico y de Irlanda del Norte. Se espera que la operación esté totalmente ultimada durante el tercer trimestre de este año 2017.


Breves Hard Rock invertirá 600 millones de euros en su primer ‘Hotel & Casino’ Hard Rock International (HRI) invertirá más de 600 millones de euros en la primera fase del nuevo Bcn World, bautizado ahora como Hard Rock Entertainment World, dentro de un proyecto global que asciende a unos 2.000 millones. Se estima que la construcción del primer Centro Turístico Integrado (CTI), Hard Rock Hotel & Casino Tarragona, ubicado junto a PortAventura World, generará más de 11.500 empleos directos e indirectos y un impacto económico para la región de más de 1.300 millones de euros. Este espacio incluirá una colaboración con PortAventura para el desarrollo de un hotel familiar de al

menos 500 habitaciones y una zona de shopping, gestionada por Value Retail en un área de lujo de aproximadamente 10.000 metros cuadrados con más de 75 tiendas. El hotel, con forma de la icónica guitarra de Hard Rock, será el epicentro del complejo con aproximadamente 100.000 metros cuadrados.

Correos Express logra ventas récord por el tirón de Amazon El comercio electrónico para particulares (B2C) y en especial el aumento de las ventas a través de Amazon en España ha disparado la cifra de negocio de Correos Express, la filial de paquetería urgente de Correos que entró en beneficios en 2016 después de varios años con pérdidas. La empresa cerró 2016 con unas ventas de 166 millones de euros, lo que supuso un crecimiento del 16%. La actividad en términos de

envíos describe una trayectoria aún más positiva, ya que el crecimiento fue del 26%, hasta alcanzar unos 40 millones de envíos en un año. Las perspectivas para 2017 son aún mejores: se espera terminar el año con una cifra de ventas de 200 millones, lo que representa un incremento de la actividad de entre el 25% y el 30%. Express representa el 10% de la facturación de grupo Correos (1.600 millones de euros).

Granier compra la cadena ‘La Provence’ de Miami para crecer en Estados Unidos La empresa Granier ha adquirido la cadena de panaderías ‘La Provence’ en Miami (Estados Unidos), con lo que pasa de 2 a 6 establecimientos en la ciudad en el marco de su estrategia de crecer en el país norteamericano. En un comunicado, la compañía, que cuenta con más de 350 panaderías en régimen de franquicia en toda España, ha asegurado que Florida es su puerta de entrada en el mercado americano, donde aterrizó hace 4 años. Granier ha invertido hasta ahora en Miami

un total de 3,5 millones de euros para la compra de sus establecimientos. Con una facturación neta en 2016 de 45,6 millones de euros, prevé crecer en Estados Unidos de los 1,1 millones actuales hasta los 4,5 millones, al tiempo que cuenta con reforzar también todo su negocio internacional. El negocio fuera de España de la compañía, que cuenta con 16 tiendas repartidas en Londres (6), Roma (2), Lisboa (2) y Miami (6), supone en estos momentos un 12% de su facturación global.

que se oficialice la compra, sujeta a las habituales autorizaciones por parte de competencia. Después de ello, tomará el mando Jean-Baptiste Wautier, parte del equipo del fondo BC Partners. “La alianza permitirá a Pronovias impulsar su crecimiento”, explicó el fundador en un comunicado. La compañía mantendrá la sede social en Barcelona y Andrés Tejero continuará como consejero delegado tras tres años al frente de la gestión. Telepizza pone el foco en América Latina y abrirá 500 locales en México Telepizza se encuentra inmersa en un ambicioso plan de expansión internacional con América Latina bajo los focos, y tras su entrada en Paraguay este mismo año ya trabaja en llegar a México en 2018, donde su proyecto pasa “por no tener menos de 500 establecimientos” para ser un referente. La nueva directora regional del grupo Telepizza para el área, la portuguesa Ana Diogo, controla las operaciones de la firma en los nueve países latinoamericanos donde ya está presente y prepara el “salto” a nuevos mercados. La compañía española opera actualmente en Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador, El Salvador, Guatemala, Panamá, Paraguay y Perú, con más de 450 restaurantes en total. El próximo objetivo de cara a 2018 es México, país en el que Telepizza volverá a probar suerte después de cerrar con pérdidas su actividad en 2003, cuando poseía más de un centenar de locales. “Queremos hacer una apuesta fuerte, con una presencia relevante en México. Para ello llevamos tiempo trabajando en encontrar a los socios adecuados; no queremos entrar en un mercado tan competitivo y desarrollado en una posición de partida frágil”, explica Ana Diogo. Eroski invertirá 100 millones de euros anuales en la apertura de nuevas tiendas Eroski inició el nuevo ciclo de apertura de tiendas con la inauguración en julio de un nuevo establecimiento en San Sebastián, un apartado al que tiene previsto destinar en torno a 100 millones de euros anuales, después de varios años en los que ha impulsado las franquicias. Las nuevas aperturas se concentrarán en la zona norte y este, desde Galicia hasta Cataluña y las Islas Baleares, regiones donde la compañía cuenta con un 18% de la cuota de mercado, ha informado el grupo distribuidor en un comunicado. En los últimos ejercicios Eroski ha impulsado el desarrollo de franquicias y ha concentrado sus inversiones principalmente en la remodelación de sus establecimientos al nuevo modelo comercial “contigo”, al que pertenecen 500 supermercados e hipermercados de nueva generación. El establecimiento de la capital guipuzcoana ha generado 43 puestos de trabajo y ha contado con una inversión de 1,7 millones de euros.

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entrevista entrevista

Indústrias exportadoras impulsionam trabalho temporário O mercado do trabalho temporário em Portugal continua a crescer a bom ritmo, impulsionado pelos principais setores económicos, como os serviços e a indústria, sendo de destacar, neste caso, o crescimento da atividade das empresas exportadoras, comenta Carla Rebelo, diretora geral da Adecco Portugal. A empresa está a crescer acima do mercado, salienta ainda a responsável.

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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org

uais as áreas em que a Adecco Portugal está a apostar?

Estamos em Portugal há mais de 30 anos. Temos uma longa tradição e conhecimento na área do trabalho temporário; temos também a área de outsourcing, de recrutamento e seleção e ainda a área de formação. Todas estas áreas de negócio registam crescimentos acima de dois dígitos face ao ano passado. Relativamente aos nossos clientes, vemos uma grande procura por tudo o que tem a ver com perfis temporários no que tem que ver com as áreas que caracterizam a economia portuguesa: mais a norte, temos a área industrial, e aqui a procura existe, muitas vezes, para satisfazer a exportação. Na região de Lisboa, essencialmente serviços e também muito as áreas da logística e distribuição. Hoje em dia, registamos, assim, muita procura em relação à atividade produtiva/ indústria e os serviços.

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Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

Está a aumentar a procura de trabalho temporário na indústria?

Está a aumentar, de um modo geral, porque o crescimento económico assim o exige. É assim nos países onde existe crescimento económico – o trabalho temporário é uma das formas de permitir que esse crescimento seja feito de uma forma equilibrada, e que atenda às variabilidades dos próprios ciclos económicos – as empresas precisam de ter soluções que lhes permitam ir doseando as suas necessidades de mão de obra com a procura dos clientes. A indústria – ao ser a área com maior atividade, por causa do crescimento da exportação –, está a recorrer mais ao trabalho temporário. Os serviços também recorrem bastante. Portanto, todas as indústrias, todos os setores de atividade precisam de trabalho temporário. Então as indústrias exportadoras estão a puxar um pouco por esta atividade...?

Sem dúvida.

E na questão dos quadros especializados, como está a atividade da Spring?

Nós temos a marca Spring para a seleção e o recrutamento especializados – quadros médios e superiores com mais de três a cinco anos de experiência, consoante a função. Esta área também está a crescer, como as restantes áreas de recrutamento. O conceito da Spring baseia-se no recrutamento especializado: assim, nós temos consultores especializados em engenharia para contratar engenheiros, consultores especializados em tecnologias de informação, que contratam pessoal de TI, pessoal formado em finanças que contrata pessoas de finanças. Este modelo de negócio faz com que o conhecimento profundo daquele perfil apresente muito pouca margem para erro, portanto, o cliente quando recorre à Spring sabe que está a obter um serviço mais elaborado… e, normalmente, refere-se a um recrutamento para funções mais estratégicas. Se estou a contratar um diretor financeiro para aminha empresa, a margem de erro


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Carla Rebelo Diretora-geral da Adecco Portugal Agosto de 2017

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entrevista entrevista Que serviços concretos oferecem às empresas clientes?

tem de ser muito pequena, porque um erro implicaria um impacto muito grande para a minha empresa. Por isso, prefiro contratar através de um especialista, que garante um serviço mais fidedigno…. O outsourcing é utilizado em que áreas?

No outsourcing, nós além de recrutarmos as pessoas certas, em trabalho temporário, ainda adicionamos a variável de serviço – nós fazemos a gestão do processo do cliente. O cliente quando contrata a Adecco Outsourcing contrata um determinado serviço, um determi-

nado resultado. Nós temos justamente que ajustar e gerir os profissionais no “terreno” – gerindo desde as suas rotas, os seus tempos de permanência em loja, desde a forma como organiza os seus processos, o tempo em que realiza cada tarefa… Todas estas componentes são de responsabilidade da Adecco quando estamos num contrato de outsourcing com um cliente. Temos clientes na área comercial/ vendas e marketing, industrial e logística e office (receções ou departamentos de cobranças) – são estas as áreas principais.

Da consultoria estratégica à gestão de recursos humanos Carla Rebelo conta com mais de 25 anos de experiência profissional, em diversas áreas, desde a consultoria financeira e estratégica, à consultoria e gestão de recursos humanos em grandes multinacionais, nomeadamente na vertente de trabalho temporário. A gestora iniciou o seu percurso profissional nas áreas da contabilidade, gestão financeira e reporting em diversas mutinacionais, como foi o caso da Nestlé Waters. Tem ainda vasta experiência na área da consultoria em recursos humanos e consultoria estratégica, podendo destacar-se a

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sua passagem na Hays e, mais tarde, as funções de diretora financeira da Deloitte Portugal, que ocupou entre 2000 e 2002. Regressaria à Hays em 2013, para assumir o cargo de diretora geral da Hays Brasil, onde esteve até 2015. Anteriormente, foi diretora geral da Kelly Services Brasil e senior group controller da Randstad Holding, na Holanda, CFO da Randstad Portugal e ainda finance manager da Akzo Nobel Portugal. É diretora geral da Adecco Portugal desde novembro de 2015.

Na área do trabalho temporário, nós temos de tudo. Conhecemos o tecido empresarial português transversalmente e profundamente. Ou seja, conhecemos todos os setores de atividade – temos mais de 1.500 clientes que trabalham connosco todos os dias, de norte a sul do país –, portanto, significa que conehcemos bem todos os setores, assim, o nosso papel de advisers para as empresas é, como calcula, também muito poderoso, porque podemos aconselhar e explicar a uma empresa qual é a tendência do seu setor, aconselhá-lo a posicionar-se face aos concorrentes, de uma determinada área, o que é que deve seguir, que práticas deve seguir naquele momento específico do mercado para conseguir ter os melhores trabalhadores, ou até conseguir – como se fala hoje em dia – ajustar as suas políticas salariais ao momento do mercado, em cada região. Esse é um serviço de consultoria?

Nós não somos uma agência de emprego, somos uma empresa de consultoria em recursos humanos. Isto envolve não só recrutar a pessoa certa, mas também aconselhar os nossos clientes sobre quais devem ser as formas de captar os recursos, onde deve ser feita a captação. Nós temos equipas locais nas nossas 17 delegações espalhadas pelo país, que conhecem muito bem a força de trabalho local nas diversas regiões, porque, por exemplo, o mercado de trabalho em Faro é completamente diferente do mercado de trabalho em Viana do Castelo, nomeadamente a nível salarial, ou das preferências das populações em termos de mobilidade profissional, etc. Isto é conhecimento do mercado, trata-se por isso de um serviço de consultoria às empresas. E o setor da construção civil?

Essa é uma área onde, estrategicamente, nunca estivemos presentes. Conheço bem o mercado de trabalho temporário – há 15 anos que trabalho neste setor – e, na minha opinião técnica, a construção civil é um setor que tem


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de ser visto com muito cuidado ao nível da questão do trabalho temporário, por causa dos perigos que apresenta e da sinistralidade… Nós somos uma empresa que preza muito a segurança do nosso trabalhador – é uma segurança efetiva, fazemos visita aos locais onde temos os nossos trabalhadores colocados para garantir que eles têm condições de trabalho seguras, que têm equipamentos de proteção e que têm formação suficiente. Por isso, a construção não se enquadra no nosso modelo de negócio. Estamos, sim, focados na indústria, produção metalomecânica, logística, distribuição, turismo… ... no turismo, que oportunidades é que há para os profissionais nesta área?

O turismo e o imobiliário são dois setores que emergiram em força, nos últimos tempos. De uma forma estrutural, achamos que o turismo veio para ficar, é um dos vetores estratégicos – já nos anos 80, o Michael Porter veio a Portugal e avisou que o turismo era um setor estratégico e hoje começa-se a perceber que sim. É, de facto, um setor muito interessante, precisamente pela escassez de recursos que se verifica – num cenário de crescimento económico, não temos tanta gente disponível quanto a necessária – é um setor de atividade que necessariamente vai ter de pensar “fora da caixa”. Precisam de ter recetividade para ir buscar pessoas de outros setores de atividade que possam ter também uma carreira na área da hotelaria e turismo. Há muitos hotéis que estão a abrir, outros a expandir-se… E quais as funções procuradas?

Há de tudo, desde as funções mais operacionais, às funções mais comerciais, mais estratégicas, de marketing… é um setor importantíssimo, que vai continuar a crescer. O outro setor a destacar é o imobiliário, também está a registar um crescimento, sobretudo na parte comercial. Em qualquer setor de atividade, as empresas procuram muito profissionais para a área administrativa, de vendas, e no imobiliário é a mesma coisa. O crescimento destes dois setores veio

compensar outros, que estão a contrairse. É o caso da banca, que está com muita contração e restruturação, e os seus profissionais estão a ser reconvertidos para a área imobiliária, por exemplo… A nível do fenómeno da emigração, ainda se verifica a saída de profissionais?

Curiosamente, agora é um pouco ao contrário: a experiência que temos é que as pessoas começam a regressar, o nosso país é muito atrativo, até para os portugueses, que depois de saírem veem as vantagens de viver e trabalhar em Portugal. Até porque para quem esteve muito tempo fora do país e regressa pode usufruir de um regime fiscal mais favorável (regime fiscal para não residentes). Começam a deixar de existir as razões para ir para fora, a menos que queiram ter uma experiência internacional. Depois, temos o contrário: receber refugiados, também é uma oportunidade. Se estas pessoas aprenderem o português, podem integrar a sociedade e o mercado de trabalho, porque fazem falta. De qualquer modo, o desemprego está a diminuir. No vosso setor também se nota isso?

Sim. Há uma recuperação do emprego, porque é preciso não esquecer também que em 2009 foram feitas reformas estruturais no Código do Trabalho, que estão agora a fazer-se sentir. A flexibilização ou a liberalização de algumas medidas, em convergência com o resto da Europa – que foram feitas até pela ocasião do memorando da troika – começam agora a ter retorno. As empresas e os investidores estrangeiros têm, agora, mais segurança para investir. Assistimos, agora, a muitas empresas a transferir para Portugal os seus centros de serviços compartilhados ou a consultar Portugal como destino possível para tal. Isto porque os custos de trabalho são mais atrativos, as pessoas estão bem preparadas e falam várias línguas, as infraestruturas são boas e a acessibilidade é ótima – estar em Lisboa é estar no centro do mundo…

Em que consiste o vosso serviço de formação?

Há duas vertentes, uma é a da formação obrigatória e que está incluida nas nossas áreas de trabalho temporário e de outsourcing – damos formação aos nossos colaboradores, a nível de segurança e higiene do trabalho, de trabalho em equipa, noções de liderança. Como sabe, as entidades patronais são obrigadas a dar formação aos seus trabalhadores. Temos cerca de oito mil colaboradores colocados nos nossos clientes em todo o país. Por outro lado, temos a Adecco Formação, uma unidade de negócio focada em oferecer aos nossos clientes soluções à medida para a formação das equipas deles, nomeadamente a nível de competências emocionais, como as inteligências, a vertente comportamental e de desenvolvimento pessoal, o coaching, mindful leadership, programas à medida de team building, entre outras, à medida das necessidades dos clientes.  Agosto de 2017

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Air Europa espera acelerar negócio com futuro aeroporto do Montijo

Com uma trajetória ascendente em Portugal, a Air Europa aguarda o anunciado aeroporto do Montijo para acelerar o negócio no país. Jose Minguez, administrador da companhia espanhola no mercado português, frisa que está em curso a renovação da frota, assente em aviões mais rápidos, mais confortáveis e equipados com tecnologia de ponta, o que é igualmente decisivo para aumentar e fidelizar os clientes.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

ortugal está a perder tempo, o que significa que está a perder negócio, em várias áreas”, alerta Jose Minguez, diretor da Air Europa em Portugal. O gestor considera que “o aeroporto de Lisboa está a perder competitividade face aos de outras cidades europeias” e que quanto mais se adiar a construção de um novo aeroporto mais oportunidades perderá o país. “Para Portugal crescer e acompanhar o ritmo da procura de turistas, de investidores e de empreendedores tem que ter boas infraestruturas”, argumenta, acrescentando que “o Governo português não está a ser capaz de dar resposta à procura”, o que não só trava os negócios em

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torno do turismo, como noutros setores. “Portugal poderia ainda ser mais competitivo e atrair mais investidores, mas Lisboa não se pode, atualmente, equiparar a outras cidades europeias, que dispõem de melhores infraestruturas, como Barcelona ou Madrid, por exemplo”. Jose Minguez (foto na pág. seg.) acredita que, para a Air Europa, o novo aeroporto iria permitir um crescimento mais expressivo da transportadora detida pela Globalia no mercado português: “A construção de um novo aeroporto no Montijo é determinante para a evolução de companhias como a Air Europa, já que permitirá deslocar para lá os voos das low-cost, de modo a que as outras possam efetuar mais voos de e para Lisboa.

A Bélgica, por exemplo, rende-nos mais do que Portugal. Com o novo aeroporto, Lisboa facilmente passaria dos atuais 25 milhões de passageiros anuais para os 50 milhões, em consonância com o que se passa com outros aeroportos europeus”. A crescer em Portugal Mesmo sem o novo aeroporto, a Air Europa tem protagonizado uma trajetória de crescimento em Portugal, nota Jose Minguez: “Todos os anos temos crescido, em volume de negócios, em Portugal. Alcançámos os 20 milhões de euros, em 2016, e, este ano, prevemos chegar perto dos 24 milhões de euros. Isto porque temos mais rotas. O que tem aumentado é sobretudo o número de clientes para o longo curso, quase todos para o Brasil”.


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O country manager sublinha que os passageiros no mercado português voam com a Air Europa quer em lazer quer em negócios, acrescentando que “90% do negócio de venda de viagens na transportadora a partir do mercado português ainda vem das agências de viagens, contrariamente ao que se passa na maioria dos restantes países europeus”. Estamos a falar de “clientes com idade superior a 35 anos, que apreciam o contacto humano, no momento de tratar da sua viagem”. Além das quatro ligações diárias Lisboa-Madrid e das duas diárias Porto-Madrid, os clientes da Air Europa beneficiam das ligações de Madrid a outros destinos, nomeadamente às cidades brasileiras de São Paulo e Salvador da Baía. A partir de maio do próximo

Lisboa e 80% a partir do Porto vão para a América do Sul”, informa Jose Minguez. O gestor sublinha o peso do Brasil no mercado português, adiantando que em 2016, os voos para São Paulo geraram 13,5 milhões de euros e para o Rio de Janeiro 10,9 milhões de euros, com 288.370 e 249.215 passageiros, respetivamente, transportados a partir de Lisboa.

ano deverão iniciar os voos para o Rio de Janeiro. “60% dos clientes que voam com a Air Europa a partir de

Nova frota Boeing Jose Minguez realça que a companhia está a renovar a sua frota, com aviões mais modernos, rápidos e cómodos, o que contribui para a preferência dos clientes. Com esta renovação, iniciada em 2016, pretende-se ficar com uma frota totalmente Boeing. O grupo Globalia já adquiriu oito Dreamliner (Boeing

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atualidade actualidad a sensação de que estão a voar mais baixo, diminuindo as consequências da despressurização. Num voo de várias horas pode ser a diferença entre terminar ou não a viagem com os pés inchados.” Além de voar para 60 cidades europeias e 23 na Ásia e Médio Oriente, a Air Europa soma 20 destinos no continente americano, ligando Madrid a Caracas, Lima, Santa Cruz de la Sierra, Salvador da Baía, São Paulo, Bogotá, Montevideu, Assunção, Buenos Aires, Córdova, Honduras, Santo Domingo, Havana, Nova Iorque, Miami, São João de Porto Rico, Cancún, Punta Cana e a mais recente, Boston.

787-8), que estão a operar em rotas norte-americana. de longo curso, “convertendo-se na Ainda para renovar a frota de longo primeira companhia aérea espanho- curso, a partir do próximo ano e la a contar com este avião de última até 2022, a Air Europa vai incorpogeração”, fabricado pela empresa rar de forma progressiva 14 Boeing 787-9. No que se refere às rotas de média e curta distância, a companhia contará até ao final do próximo ano com seis novos Boeing 737-800 Fundada em 1986, a Air EuroNG. O primeiro já integra a frota pa pertence ao grupo espanhol e vem equipado com serviços wi-fi Globalia. gate-to-gate e streaming, bem como Tal como no mercado portuped-power USB em todos os lugares. guês, as receitas de exploração Finalmente, a partir de 2020, a Air totais da companhia aérea têm Europa irá receber, também de forma aumentado sucessivamente. progressiva, 20 Boeing 737 Max, 2012: 1348,64 milhões de euros cujo modelo está já a ser fabricado 2013: 1.578,26 milhões de euros em Seattle. 2014: 1.739,88 milhões de euros Além da rapidez e dos serviços 2015: 1.683,12 milhões de euros tecnológicos, Jose Minguez salien2016: 1.790 milhões de euros. ta a comodidade dos novos modelos: “Estes novos aviões transmitem

Receitas aumentam

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Parceria com a Ryanair já dá frutos Nas suas ligações de longo curso para a América e para Tel Aviv, a Air Europa conta, desde maio, com um aliado de peso, a Ryanair, com quem estabeleceu uma parceria. A companhia aérea de origem irlandesa passou a poder comercializar na sua página web voos de longo curso da Air Europa, a qual beneficia, assim, da rede de 130 milhões de clientes da sua congénere lowcost . A Air Europa faz, para já, um balanço positivo da parceria, destacando o elevado número de visitas ao seu website . A aliança prevê incluir, de forma progressiva, a comercialização de novos destinos, bem como ligações dos voos da Ryanair através de Madrid aos de longo curso da Air Europa. A união permitirá somar mais 53 cidades europeias aos destinos da Air Europa. Como referiu Javier Hidalgo, diretor executivo da Globalia, “a parceria reforça a competitividade da Air Europa” e consolida-a como a companhia que disponibiliza a melhor opção preçoqualidade entre a Europa e a América”. 


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Virtualteorema: formar cidadãos no mundo da tecnologia digital As pessoas e as empresas devem aproveitar as potencialidades do mundo digital. A empresa Virtualteorema procura dar solução aos problemas digitais mais comuns, com uma visão jovem, inovadora e empreendedora, centrada em proporcionar aos seus clientes ferramentas de produtividade e o domínio das novas tecnologias móveis digitais.

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Texto Claudia Ballester cballester@ccile.org Fotos DR

um mundo cada vez mais digitalizado, onde existe a necessidade de adaptar as novas tecnologias ao ambiente de trabalho, há, todavia, muitas pessoas e empresas que se defrontam com dificuldades em saber como utilizar ou tirar partido das ferramentas digitais disponíveis. A Virtualteorema é uma nova empresa de formação e consultoria, especializada em tecnologia móvel digital, que procura “ajudar as empresas a serem em tudo produtivas e éticas e a fazerem o melhor uso das tecnologias móveis digitais. Temos a visão de querer ser a melhor empresa de formação e uso prático das tecnologias móveis digitais e de desenvolvimento e adaptação destas às necessidades dos nossos clientes”, comenta André Bento Santos, partner da empresa. “A Virtualteorema quer contribuir para a criação de riqueza baseada no conhecimento digital em Portugal, possibilitando a cada pessoa e a cada empresa sua cliente um decisivo salto qualitativo para o seu sucesso pessoal, profissional, e empresarial”, adianta o consultor, frisando, a título de exemplo, que “as pessoas aproveitam menos de 5% do potencial do seu telefone móvel, que hoje em dia é um mini-computador”. Criada há três anos por este empreendedor, a Virtualteorema dá cursos de formação a clientes individuais, nas suas instalações

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da Parede, e a clientes empresariais, nas instalações desta ou através de e-learning. “Em 2015, a nossa atividade foi praticamente empresarial, tornámo-nos formadores profissionais e em 2016 obtivemos a certificação da DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho). Em 2017, começámos a implementar a formação à distância para vários pontos do país através da nossa plataforma de e-learning ”, acrescenta o consultor. “A Virtualteorema está especializada em formação em tecnologias digitais móveis. Estamos capacitados para dar formação, por um lado, naquilo que é mais eficaz para melhorar desde já a produti-

vidade das empresas, e por outro, no que é mais interessante para o desenvolvimento do conhecimento digital e fundamental para que os quadros das empresas não se tornem dispensáveis pela sua iliteracia digital ou incapacidade de acompanhar esta revolução”. Deste modo, os trabalhadores de uma empresa podem utilizar de forma mais eficiente e produtiva o seu smartphone ou tablet , dispensando menos tempo em usos sociais destes dispositivos, garante o mesmo responsável. Nomeadamente, os utilizadores irão aprender a enviar emails em muito menos tempo do que habitualmente, a partir do smartphone da empresa, a digitalizar documentos com o telemóvel, bem


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como a ter todas as informações que necessita num só local digital, exemplifica André Bento Santos. A formação para as empresas No caso das empresas, o tipo de formação vai depender muito da dimensão da organização e dos conhecimentos em tecnologias digitais dos seus colaboradores. “Normalmente, começamos por realizar uma formação base, através de sessões presenciais, de modo a criarmos uma plataforma médiaalta de conhecimento e know-how digital. Nestas sessões, são ensinados hábitos digitais, que visam, de uma forma simples e eficaz, aumentar a produtividade de cada colaborador, e torná-lo autodidata, num mundo que é cada vez mais digital. Depois, se a dimensão da empresa o justificar, avançamos para uma formação mais específica, presencial ou através de e-learning ”. “Todas as matérias teóricas e práticas que ensinamos são utilizadas por nós no nosso dia a dia. É o que nos permite melhorar constantemente e identificar novas utilizações e diferentes perspetivas. O conteúdo destes cursos é adaptado consoante o diagnóstico de necessidades de formação, que ditará a natureza do curso, se mais teórico, se mais prático”. André Bento Santos sublinha ainda a vantagem do e-learning. “É um método cada vez mais utilizado, pois permite que a formação seja feita em tempos mortos, ou na altura que cada colaborador entenda ser a mais adequada. Por outro lado, a Virtualteorema garante com este método que o investimento da empresa valeu a pena, pois só passa quem souber, o que significa que a empresa pode controlar e gerir o nível de conhecimento operacional dos seus colaboradores, tendo em vista vencer os desafios digitais”.

Empresa e formadores certificados pela DGERT Atualmente, as soluções de fomação da Virtualteorema são únicas no mercado. “Os nossos serviços resultam de dois anos de investigação, e criámos um diversificado conjunto de operativas digitais, que são proprietárias”. André Bento Santos frisa ainda a “vantagem da certificação, quer da empresa, quer dos formadores” pela DGERT como “garantia de qualidade, que facilita a penetração no mercado potencial, e por outro, ser condição indispensável para o acesso das empresas ao financiamento dos nossos cursos por via de incentivos à formação, quando aplicáveis, nomeadamente o programa 20/20. A Virtualteorema ajuda as empresas a definir uma estratégia digital, que “é fundamental, para gerir e minimizar os elevados riscos digitais, e que podem ser operacionais, de perda de mercado atual e potencial, ou reputacionais”. Como exemplo, refere os “riscos operacionais derivados dos ataques de hackers”, a sabotagem informática ou o colapso do sistema informático ou das redes digitais da empresa, entre muitos outros. “Quanto aos riscos de mercado, as empresas sem literacia e cultura digi-

tais estarão vulneráveis face aos concorrentes que acompanhem a rápida evolução dos hábitos e necessidades dos consumidores digitais do negócio ou atividade em que operam, e que exploram as novas oportunidades decorrentes por exemplo do marketing digital, da Internet of things, da automação ou da inteligência artificial”, alerta o responsável. Finalmente, “o risco reputacional é cada vez mais importante e omnipresente, e tem que ver com tudo o que se referiu acima, acrescido do risco de mal entendidos e mismanagement das redes sociais”. Quanto a prioridades na definição de uma estratégia digital, André Bento Santos sublinha que o sucesso destas é como noutras áreas da empresa, mais dependente da alta direção da companhia do que da área tecnológica. A empresa deve criar um “ecossistema centrado nos novos hábitos digitais dos consumidores modernos”, sem descurar questões importantes como a segurança informática, considera. “Progressivamente, e à medida que a empresa se torna digital friendly, desenhar uma estratégia de criação de produtos digitais no sistema agile, e completá-la com uma estratégia inteligente de marketing digital”, acrescenta o responsável pela Virtualteorema.  Agosto de 2017

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Unit 4 apuesta por el mercado ibérico donde trabaja el 20% de su plantilla mundial Unit4 Ibérica, antiguo Centro de Cálculo Sabadell, ha hecho una apuesta clara por sus centros de I+D y de atención al cliente en la Península Ibérica. En Barcelona, Granada y Lisboa trabajan cerca de 600 profesionales. Es la única empresa que desarrolla y fabrica íntegramente software de gestión empresarial para compañías nacionales.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR

spaña y Portugal se han convertido en mercados vitales para el desarrollo del negocio de la multinacional Unit4 que en el 2007 adquirió el Centro de Cálculo Sabadell (empresa española fundada en 1963). Tras esta fusión la compañía optó por invertir en España, creando un nuevo centro I+D en Granada, y en Portugal, con un centro de atención al cliente en Lisboa. Tal y como subrayan desde la compañía, “en Lisboa ya trabajan 100 consultores, con la previsión de llegar a 250, lo que con los 400 en España repartidos en las delegaciones y los centros de I+D de Barcelona y Granada llegaremos a 650, un 18% de

los 4.300 de todo el mundo”. En los últimos tres años han superaUnit4 ofrece soluciones ERP a las do los ingresos por suscripciones a los empresas, sobre todo a las PYMES, y que tenían por licencia. La entrada del fueron pioneros con el servicio de la grupo multinacional permitió planinube. “Desde el 2002, instalamos a ficar las decisiones estratégicas «justo los clientes en la nube y entregamos las antes de la crisis, tener un socio de mismas funcionalidades en las instala- referencia nos dio otra visión», reconoce ciones del cliente que en cloud, algo que el consejero delegado. Su estrategia pasa ahora por extender nuestros competidores no son capaces de hacer”, resalta Juan Fernández Benito “nuestra propuesta comercial a una red (en la foto, con Stephan Sieber, CEO de partners que nos complementa en la de Unit4.Centro Lisboa), consejero franja de pequeñas empresas con entre delegado de Unit4 Ibérica. “Diseñamos 10 y 50 empleados. Hemos crecido un un software que permitiese utilizar las 20% en los últimos cinco años gracias a mismas funcionalidades para que cada esta red”. Dan servicio a 4.000 empreempresa pase a la nube a su estilo, ritmo sas y en su red de socios esperan llegar a y comodidad”, matiza. tener, en un plazo de tres a cinco años, un total de 70 firmas. Un nuevo producto cada año y medio En el mercado español, la unidad de negocio de Unit4 que está más implantada es “ekon”, que se caracteriza por su fácil integración, su gran agilidad postimplementación y la total libertad en su despliegue. Se utiliza en sectores como la industria, la construcción, la salud, la distribución mayorista, el comercio y los despachos profesionales. “Cada año y medio sacamos un producto nuevo y ahora estamos trabajando para el primer trimestre de 2018, que tendremos “ekon” integrando funcionalidades con inteligencia artificial”, avanza el responsable. En el caso de Portugal, se venden otras soluciones ERP bajo la marca “Unit4 Business World On!”, productos globales más orientados a grandes corporaciones de servicios. Los sectores en los que trabaja en el mercado luso son educación, servicios profesionales y sector público. 

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Little Buddha: 2017 será decisivo para ampliar o negócio em Portugal A crescer a um ritmo de dois dígitos por ano, a espanhola Little Buddha deve ao mercado externo 30% da sua faturação. Em Portugal, a agência especializada em brand design já conquistou clientes como o grupo Sonae.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

ara crescer, o lema da Little sumo. Já estivemos no lugar do cliente, Buddha tem sido reinvestir os sabemos ler as suas necessidades, estalucros em recursos humanos belecer uma relação próxima e falar qualificados. A confiança na a mesma linguagem das equipas de qualidade do serviço a prestar marketing, o que facilita o trabalho tem sido um pilar desde que a empresa das equipas criativas e de design.” nasceu, em Barcelona, em 2007, assiA Little Buddha opera no âmbito da nala Ana Higuera (foto na página 25), criação, estratégia e desenvolvimendiretora de estratégia da agência para to das marcas (naming, branding, o mercado português: “Sem dúvida, o identidade corporativa), packaging ponto mais crítico e desafiador foi a e design de produto e comunicação criação da agência em 2007, em plena gráfica da marca (o que inclui ativacrise económica em Espanha, e quando ção no ponto de venda). muitas agências estavam em procesIgualmente desafiante, de acordo so de reestruturação. O fator decisivo com Ana Higuera, tem sido adaptar para conquistar clientes foi termos na a estrutura da empresa ao crescimento: equipa profissionais de marketing que “Passámos de uma equipa de quatro transitaram de empresas de grande con- pessoas, em 2007, para mais de 25, em

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2017, prevendo crescer mais 15% este ano. A evolução da agência desde a sua criação tem sido positiva, registando crescimentos de dois dígitos por ano. Desde o início, a agência investe os seus lucros para financiar o próprio crescimento, contratando os melhores profissionais e, procurando consolidar a sua presença europeia com a abertura de escritórios em vários países.” O processo de internacionalização “iniciou-se de forma muito natural com clientes internacionais como Henkel, Revlon, Gallina Blanca e Danone”. A empresa “está presente no Reino Unido (por ter grande potencial e por ser um mercado onde os clientes valorizam o design), em Portugal e em França”.


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No mercado português, o trabalho desenvolvido pela Little Buddha conquistou clientes como o grupo Sonae, para quem fizeram o design do Livro de Inovação no Retalho Sonae (foto nesta página): “O projeto do Livro de Inovação da Sonae permitiu-nos trabalhar em equipa com pessoas comprometidas e altamente competitivas nas suas áreas de gestão. Para nós foi importante este contacto com a cultura empresarial portuguesa.” potenciais clientes”, conclui a gestora. A nível internacional, a Little Buddha Ana Higuera sublinha “o nível de Ana Higuera considera que 2017 será trabalha com marcas como Henkel satisfação” da Sonae com o produto um ano de evolução da empresa no (Sonasol), Nutrexpa (bolachas), Affinity final e “a confiança”, já que a empresa mercado português: “Trabalharemos (Ultima), Sonae, Sogevinus Fine Wines, atribuiu à Little Buddha o design de para que Portugal seja um dos nossos Bref Korea, ITLV Rusia (azeite) La mais três projetos (em articulação com mercados mais fortes, juntamente com Compagnie (França), Jumbo África.” a equipa de inovação da Sonae), e que França. Este ano será decisivo.” Questionada sobre as tendências ao serão publicadas em breve. “Sem dúvida, A Little Buddha espera “fechar este nível do brand design, a gestora aponter a Sonae na nossa carteira de clientes ano com uma faturação de 1,5 milhões ta o foco para as questões relacionatraduz-se numa excelente oportunidade de euros”. Atualmente, “a faturação das com a identidade corporativa: de crescimento e de desenvolvimento de projetos realizados fora de Espanha “Atualmente os clientes procuram uma para a agência em Portugal. Este proje- corresponde a 30% do total”. Em identidade corporativa timeless, que to é uma carta de apresentação notável alguns casos o cliente pode ter sede saiba adaptar-se à linguagem das novas e que resulta muito interessante para os em Espanha e filiais noutros países”. plataformas como as redes sociais, por exemplo”. Importa “manter a mesma marca, reconhecer a mesma marca independentemente do estilo que tenha de adotar nas diferentes redes (Linkedin, Instagram, Pinterest…)”. A aposta mais expressiva no packaging é também uma tendência: “Na Europa, a atomização da comunicação (a força da TV por exemplo está a ser questionada), obriga as empresas a investir necessariamente no packaging. Além disso, o pack deve transmitir de forma inequívoca o posicionamento da marca, inclusivamente na compra online. Este exercício, por exemplo, tem sido muito relevante na Coreia, país em que o canal de venda online tem um peso muito importante.”  Agosto de 2017

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“Espanha é parte de ti” Quatro filmes e 20 cartazes materializam a nova campanha internacional do Turismo de Espanha, no ano em que o país espera bater um recorde de visitantes. De acordo com o relatório “Country RepTrak 2017”, Espanha é o 13º país com melhor reputação do mundo. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

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Governo espanhol quer que os turistas “mantenham em si um bocadinho de Espanha” quando regressam ao seu país de origem: “Espanha é parte de Ti” é o slogan da nova campanha internacional de promoção do destino Espanha. Isto, num ano em que se espera um novo recorde de visitantes estrangeiros, ou seja, ultrapassar os 80 milhões de turistas. Nos cinco primeiros meses do ano, o número de visitantes já é 11,6% superior ao período homólogo de 2016, chegando perto dos 28 milhões, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha. Nestes cinco primeiros meses, o Reino Unido liderou a tabela de proveniência dos turistas, com 6,4 milhões de visitantes. A Alemanha é o segundo mercado emissor de turistas para Espanha, com 4 milhões e França é o terceiro, come 3,9 milhões. No referido período, a Catalunha foi a região mais visitada, ao receber 6,6 milhões de turistas, seguida das Canárias, com 5,9 milhões. A Andaluzia foi o terceiro destino mais visitado em Espanha, superando os 4 milhões de turistas. Madrid recebeu 2,7 milhões de visitantes, sendo a região que mais cresceu face ao ano passado (+19,3 %). A nova campanha do Turismo de Espanha não poupa argumentos para convencer os potenciais visitantes sobre as virtudes das diferentes regiões de Espanha, comunicando produtos como a gastronomia, a arte e cultura, o turismo urbano, o relax nas zonas

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costeiras, destinos rurais, itinerários, compras, turismo de negócios, desporto e natureza, turismo náutico, golfe, eventos, turismo halal, entre outros argumentos. Ao todo, a campanha inclui quatro filmes e 30 cartazes (traduzidos para diferentes línguas e adaptados às diferenças culturais). Com o slogan “Espanha é parte de ti”, pretende-se “verbalizar o facto de que qualquer turista gosta de se deixar contagiar um pouco pelo país que visita”, explica a Turespaña em comunicado. A campanha procura sublinhar a diversidade e a qualidade da oferta do destino Espanha, afirmando-se como uma “experiencia única”. O organismo estima que a mensagem alcance um público de mais de 500 milhões de pessoas. A Turespaña quer que o novo slogan se dirija maioritariamente aos turistas com um perfil cosmopolita, com eleva-

do poder de compra, vocacionado a gastar generosamente no destino em que viaja e com grande afinidade por compras, enogastronomia, arte, cultura, rotas rústicas e visita a cidades. Além do perfil cosmopolita individualista, a Turispaña criou comunicação específica para os turistas que viajam em família, para o segmento sénior (terceira idade) e para os turistas provenientes de mercados distantes. O Alto Comissariado para a Marca Espanha divulgou recentemente um estudo de reputação, que coloca Espanha como o 13º país com melhor reputação no mundo. De acordo com o relatório “Country RepTrak 2017”, Espanha figurava na 17ª posição em 2016, tendo melhorado em variáveis como o bem-estar social e a envolvente económica, qualidade de vida, segurança e respeito internacional. 


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Portugal no top 10 mundial na organização de congressos e incentivos N o relatório da Associação Internacional de Congressos e Incentivos - ICCA, relativo a 2016, Portugal sobe dois lugares no ranking mundial dos países que mais recebe e organiza congressos e convenções, o que classifica o nosso país no 10.º lugar desta lista. A nível europeu, Portugal mantém a sétima posição - ICCA Country & City Rankings. Na classificação das cidades, Lisboa manteve-se no “top ten“ europeu e mundial. Encontra-se assim em oitavo lugar na tabela europeia e, em nono, a nível mundial. O Porto subiu quatro posições, em termos europeus, figurando agora na 20.ª posição. Na classificação mundial, a subida foi de 11 lugares, para o 31.º lugar. Destaque ainda para Cascais, que sobe dois lugares na tabela

da Europa, para a 73ª posição. Coimbra sobe 75 lugares na classificação europeia e 155 na mundial, para os lugares 116 e 218 respetivamente. “Estes resultados vêm ao encontro dos objetivos do Turismo

de Portugal, que tem desenvo l v i d o e s f o rç o s n o s e n t i d o de captar eventos por todo o país promovendo, desta forma, a desconcentração da procura turística”, adianta aquele instituto. 

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Empresas e outras instituições apoiam vítimas de Pedrógão Grande O Governo português está a criar um fundo de apoio aos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. O objetivo é gerir os donativos de privados e usá-los para revitalizar as áreas afetadas pelo incêndio que deflagrou e fustigou a região durante alguns dias, em meados de junho, e que prevêem garantir a reconstrução de habitações ou o apetrechamento de mobiliário e eletrodomésticos. Empresas como a Worten, Samsung, Visabeira, Fnac e Ikea, foram algumas das que já se disponibilizaram para dar uma contribuição em géneros, enquanto outras, como a Repsol, estão a contribuir também com donativos financeiros para ajudar as populações ou os bombeiros. Depois da abertura de contas solidá-

rias por parte de instituições financeiras, como a CGD, o Millennium bcp, o BPI, a Fundação La Caixa, o Montepio, o Novo Banco, o Santander, entre outros, para reunir donativos de particulares, estes serão canalizados para o fundo de apoio para os concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira e Figueiró dos Vinhos. Este instrumento terá uma gestão tripartida, liderada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) e contará com a participação das respetivas autarquias e associações locais do setor solidário e social, de acordo com o “Jornal Económico”. Os donativos recolhidos pelos bancos portugueses, que participaram também com a sua contribuição, ultrapassam já os 3,6 milhões de euros.

O Banco Central Europeu completará um donativo previsto também pelo Banco de Portugal, para as famílias das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, prevendo ainda reunir outros contributos individuais. O incêndio na zona de Pedrógão Grande foi o mais devastador em termos de vítimas mortais no país, além de ter consumido mais de 53 mil hectares de floresta e destruído dezenas de casas e de instalações fabris, gerando uma onda de mobilização nacional. Foram decretados três dias de luto nacional. Uma das iniciativas de solidariedade realizadas incluiu um concerto solidário, designado “Juntos por Todos”, com dezenas de artistas portugueses, que recolheu mais de um milhão de euros. 

Todos são vencedores da Copa Alma 2017 A

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edição de 2017 da Copa Alma, um torneio internacional de futebol infantil, organizado pelo Real Madrid e apoiado pela Endesa, trouxe a Lisboa mais de uma centena de crianças de seis países, que disputaram uma competição assente nos mais importantes valores desportivos. As equipas portuguesas foram vencedoras dos prémios “Respeito dentro

e fora de campo”, atribuído à escola Sócio Desportiva de Guimarães; “Igualdade”, para a escola de Manique; “Autoestima”, para a escola do Funchal, e finalmente o troféu da “Tolerância”, atribuído à escola de Vila Real de Santo António. Já a escola da Roménia arrecadou o prémio de “Companheirismo”, a equipa de Marrocos ganhou em ”Motivação” e o prémio relativo a “Hábitos saudáveis” foi alcançado por um conjunto de escolas sócio desportivas de Espanha. As restantes equipas espanholas conquistaram o troféu “Responsabilidade”. Para a Hungria foi o prémio “Autonomia” e o troféu da “Solidariedade” foi atribuído pelos os alunos que vieram da Rússia.

A Copa Alma da Fundação Real Madrid, conta pelo segundo ano consecutivo com o apoio da Endesa, que conseguiu reunir uma vez mais em Portugal, os alunos das escolas sócio desportivas de Espanha, Portugal, Hungria, Roménia, Rússia e Marrocos. Durante três dias, um total de 123 meninos e meninas, de 12 e 13 anos, disfrutaram de uns dias de convívio, partilhando o seu entusiasmo pelo futebol. A educação de valores através do desporto é a chave da Copa Alma, como prolongamento da metodologia “Por uma educação Real: Valores e desporto” que se aplica em todas as Escolas da Fundação Real Madrid. Os valores que se adquirem nos treinos devem ser aplicados tanto dentro das quatro linhas como foras delas e são fundamentais para as classificações finais. 

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Lisboa recebeu a maior competição de aplicações para resolver problemas sociais A Câmara Municipal de Lisboa (CML) recebeu a maior competição de aplicações criada por jovens para resolver os distintos problemas sociais. O programa App for Good pretende que jovens utilizem a tecnologia para mudar e resolver problemas ligados com a sustentabilidade do mundo. O encontro aconteceu no Pavilhão Desportivo do Casal Vistoso, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa que contou com a presença de vários membros do executivo autárquico,

como a vereadora da Educação da CML, Catarina Albergaria, e o diretor do Departamento de Educação da CML, Paulo Agostinho, entre muito mais. Na competição, participavam equipas de jovens entre os 10 e os 18 anos, onde demostravam o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo, apresentando as suas ideias, as Apps for Good, que solucionam problemas reias. Representa um novo modelo educativo mais intuitivo, colaborativo e prático através da

utilização da tecnologia. O objetivo do programa é o desenvolvimento para a resolução de problemas relacionados com a sustentabilidade do mundo em que vivemos. As escolas que participam devem passar por duas fases: Encontro Regionais, nas semifinais em que todos os alunos são convidados a fazer o seu pitch, e o evento final, agendado para setembro na Fundação Calouste Gulbenkian, onde são premiadas as melhores soluções. 

Luís Simões desenvolve parcerias na área da sustentabilidade A Luís Simões (LS) lançou o seu mais recente “Relatório de Sustentabilidade”, relativo ao ano de 2016, onde se destaca o desempenho da frota renovada, os projetos de formação focados no desenvolvimento de pessoas e equipas e ainda o projeto Change, desenvolvido em parceria com a Heineken, um dos seus clientes. O projeto de sustentabilidade do grupo, desenvolvido no âmbito da eficiência ambiental da nova frota, desempenho dos motoristas, iniciativas de requalificação ambiental e projetos da melhoria da sustentabilidade e segurança das suas operações são o resultado da contribuição de cada elemento da Luís Simões no dia a dia. Em 2016, foram também realizadas mais de 29 mil horas de formação, com uma média de 17 horas de formação por colaborador. Os objetivos das ações prendem-se com a capacitação de práticas mais seguras e eficientes, a nível dos

processos e do consumo de energia. É dado como exemplo as práticas de condução da frota LS, a qual apresentou em 2016 uma redução de 3.4% nas emissões de gases de efeito de estufa. ”Acreditamos que o futuro passa por soluções mais eficientes, seja no transporte ou na logística. É nessa realidade que queremos posicionar

a Luís Simões. É gratificante verificar que temos conseguido alcançar bons resultados nos últimos anos. Para isso, têm sido fundamentais as parcerias que temos com as várias entidades da sociedade e que resultam em projetos que nos ajudam a ser uma empresa mais sustentável”, refere José Luís Simões, presidente da LS. 

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Europac investe 6,5 milhões de euros em sustentabilidade O grupo Europac investiu 6,5 milhões de euros em sustentabilidade em 2016, superando já os 20 milhões de euros nos últimos quatro anos, para reduzir o impacte da sua atividade, valorizar os resíduos produzidos e aumentar a eficiência energética. O último ano representou um recorde para a empresa de embalagem, dado que conseguiu o valor mais baixo no consumo de eletricidade nas suas instalações. Além de ter conseguido reduzir as emissões gasosas em 78%, baixou o consumo de eletricidade em 48%. A Europac tem um modelo de economia circular integrada, que se baseia na utilização de matérias-primas recicladas e renováveis. O produto final é biodegradável e reciclável, como as caixas de

cartão. Todos os produtos finais seguem um processo de transformação sucessivo, onde cada elo da cadeia de valor é a matéria prima do seguinte. Os resultados obtidos garantem uma melhor eficiência energética e aproveitamento dos recursos utilizados pela Europac. Nas comemorações do Dia Internacional

do Ambiente, celebrado em junho, a empresa recordou o seu compromisso com a sustentabilidade e com objetivo de reduzir as emissões, gerir e valorizar os resíduos gerados durante o processo de produção, ao mesmo tempo que pretende impulsionar iniciativas relacionadas com a eficiência energética. 

Covirán assina um acordo de colaboração com as Aldeias Infantis SOS

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Covirán “mantém um compromisso constante com a infância em Portugal e Espanha. A infância é o futuro e a ela se dedicam muitos esforços de responsabilidade social da Covirán”, destaca a cooperativa de origem granadina. Neste âmbito, a empresa grossista estabeleceu um protocolo de colaboração, assinado em Portugal, com as

Aldeias Infantis SOS, um compromisso que permite garantir um lar a crianças desfavorecidas e impulsionar a sua integração na sociedade, em igualdade de oportunidades com os restantes cidadãos. Um programa que nos próximos dois anos terá como objetivo e destinará os seus esforços para alterar o destino de crianças e jovens que vivem em

situação de vulnerabilidade, dando de novo o equilíbrio e bem-estar físico e emocional, para que possam viver plenamente a sua infância e o seu futuro. Este compromisso da Covirán com as Aldeias Infantis SOS iniciou-se em 2008 em Espanha, país que é “Construtor de Futuro” da entidade e onde igualmente a infância sofre as consequências de desigualdades sociais e económicas e que mantêm devido à importância do cuidado da infância nas suas linhas de atuação. “Agora, este acordo amplia-se a Portugal, onde a Covirán pretende devolver à sociedade parte dos benefícios atingidos na sua gestão. É uma mostra clara da política que realiza a cooperativa de contribuição ativa e voluntária, que persegue uma melhoria social, envolvendo-se em pleno no compromisso com os mais desfavorecidos”, esclarece a Covirán. 

Textos Sofia González sgonzalez@ccile.org Fotos DR

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O que procura a geração da emoção e da partilha

Foto: Joaquim Pena

A geração dos jovens entre os oito e os 23 anos, que já é conhecida como a "geração Z", corresponde à próxima vaga de profissionais que estão a entrar ou vão integrar, dentro de poucos anos, o mercado de trabalho, enquanto os mais novos representam um grupo de consumidores que os marketeers e especialistas em consumo querem influenciar. É uma geração marcadamente influenciada pelas tecnologias digitais, que permitem um acesso rápido e imediato à informação. A nova geração digital é uma geração da "emoção" e da "partilha". Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org, com Claudia Ballester cballester@ccile.org e Sofia González sgonzalez@ccile.org Fotos DR

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ão muito jovens, mas já sabem o que querem. Os nascidos no período entre 1994 e 2009 integram a chamada "geração Z", que sucede à geração do "milénio", uma designação dada por marketeers para enquadrar o target mais jovem e procurar as tendências que estes seguem. No mundo do marketing, a comunicação das marcas com estes jovens é cada vez mais tecnológica e interativa. "Autodidatas, criativos e sobreexpostos à informação, são as características principais desta nova geração. O conhecimento para eles tornou-se plano, sem hierarquias nem compartimentos. A sua personalidade está de acordo com uma sociedade líquida, diversa. Com a chegada dos jovens Z, vai ocorrer uma mudança geracional muito mais radical do que a que foi protagonizada pelos millenials", descreve Ana Margarida Ximenes, presidente da Atrevia Portugal, consultora de comunicação e marketing que analisa tendências de mercado e que recentemente participou num estudo ibérico sobre esta faixa etária. Esta geração dá por “desaparecido o conceito de trabalho fixo, vê com naturalidade a mudança de emprego, setor, categoria profissional e até desterra completamente o conceito de educação formal para se dedicar a projetos de aprendizagem mais vocacional", completa. Para muitos destes jovens, que atualmente estão a fazer programas Erasmus ou a terminar as suas licenciaturas, o objetivo de vida não é propriamente encontrar um emprego e ter uma vida confortável, financeiramente, como esperavam as gerações anteriores, de acordo com o estudo da Atrevia – realizado com uma amostra essencialmente baseada em Espanha, mas com alguns contributos também de jovens portugueses com idades entre os 14 e os 23 anos. O "Resumo Executivo Geração Z" é um estudo qualitativo e quanti-

tativo exaustivo acerca da primeira geração verdadeiramente digital, procurando analisá-la nas três vertentes: enquanto consumidores, trabalhadores e como cidadãos. Antes do final do ano deverá sair uma nova edição, com maior contributo de jovens portugueses, onde se procurará igualmente desenhar o perfil e avaliar o desenvolvimento e crescimento dos jovens entre os 14 e 23 anos numa era digital, onde os dispositivos móveis fazem parte da

Ana Margarida Ximenes: “São críticos, são autodidatas, é uma geração muito disruptiva. E difícil de convencer (...) São muito informados. Não quer dizer que tenham melhor informação, mas têm mais informação” realidade circundante, bem como os dilemas profissionais que enfrentam, ao terem de optar entre um trabalho escolhido pelos pais ou abraçar novos desafios profissionais, como é que absorvem a comunicação feita pelas marcas de grande consumo, entre outros aspetos. Motivações e comportamentos de consumo “A realidade retratada é a de Portugal e de Espanha, com predominância de Espanha, mas nesta questão as tendências são globais”, nomeadamente a nível dos grandes comportamentos de consu-

mo e presença digital, enquadra Ana Margarida Ximenes. O estudo aborda "a transversalidade no consumo da informação", em ambos os mercados. “Há coisas distintas nos dois mercados, ao nível do consumo, mas no que toca ao acesso à informação, às necessidades de integração e de identificação com a cultura da empresa, todas essas questões são mais geracionais do que culturais, portanto, há coisas comuns nos dois mercados. Até porque nós temos sistemas de ensino e universitários parecidos, temos lógicas de entrada no mercado de trabalho parecidas", conclui a responsável. “Os comportamentos desta geração nas redes sociais, na internet em geral, são muito semelhantes. São críticos, são autodidatas, é uma geração muito disruptiva. E difícil de convencer. São diferentes, porque são muito informados. Não quer dizer que tenham melhor informação, mas têm mais informação”, refere Filipa Primo, diretora da área de Marcas e coordenadora da área digital da Atrevia Portugal. Outra visão sobre este target de consumidores é partilhada por Sérgio Gonçalves, sócio e responsável pela gestão de projetos digitais da Live Content, a agência líder em Portugal na gestão e execução estratégica de campanhas em redes sociais. Este responsável considera que apenas algumas marcas deveriam apostar neste segmento, uma vez que se tratam de consumidores ainda com pouco poder de compra. "O consumo mundial centra-se nas pessoas com mais de 35 anos", enquanto "cerca de 75% do investimento publicitário que existe", a nível global, se destina à geração mais nova, que ainda não compra de facto muitos produtos por si própria. "A publicidade atual não dá valor 35


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às pessoas mais velhas, que são as cas que querem conhecer melhor que gastam mais dinheiro", consi- e chegar mais perto dos desedera o mesmo especialista. jos e preferências das crianças e Ainda assim, são muitas as mar- jovens que determinam algumas

Características da "Geração Z" Os jovens que pertencem à chamada "geração Z" têm entre oito e 23 anos e são os sucessores da geração "Milénio". Pode-se afirmar que nasceram, cresceram e aprenderam com um instrumento digital à sua volta, um smartphone ou um tablet. Estes jovens reúnem uma série de capacidades e qualidades únicas, fruto do complexo contexto social político e económico que encontraram. Esta geração, ao abordar o mercado de trabalho, reclama uma ocupação laboral onde possa desenvolver as suas competências: • são autodidatas, porque cresceram num contexto digital e aprendem por si próprios. Adaptam-se com facilidade a todas as trocas de informação na internet e nas redes sociais; • mais aventureiros, propensos a assumir riscos, ambiciosos e acostumados a viver experiên-

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cias diárias; • têm um espírito empreendedor, com ideias disruptivas para criar novas oportunidades de negócio; • são impacientes, porque desejam resultados imediatos. Cresceram num ambiente fortemente marcado pelas redes sociais, que veiculam a informação de forma rápida, eficaz e imediata; • valorizam o trabalho em equipa sobre o individual; • gostam de ser informados de uma maneira visual, inovadora e atrativa, já que fazem uma leitura rápida das notícias ou informações; • procuram novas maneiras de ganhar dinheiro, porque são mais independentes a nível económico; • têm um caráter rebelde e exigente, representando um consumidor crítico e difícil de convencer.

das decisões de compra em casa. Ou, quando muito, as marcas procuram retratar as suas realidades para que os mais velhos se possam identificar com estilos de vida mais jovens, consideram outros especialistas. Então como se comporta a camada etária mais jovem? A lém do fácil acesso à informação, é de salientar que estes jovens querem “partilhar a informação com os outros”, pelo que são menos centrados em si, sendo, deste modo, “mais conscientes e participativos", a nível social e político. No estudo, conclui-se que das pessoas com idade para votar que responderam ao inquérito, 78% votou em eleições. “Tudo isso faz parte da transformação digital” que ocorre em todo o mundo. Ana Margarida Ximenes frisa que, neste sentido, “estes perfis podem querer saber primeiro as ligações das empresas a marcas comerciais" e, caso não concordem com o posicionamento corporativo de uma marca, irão rejeitá-la, quer ao nível do consumo quer mesmo para integrar profissionalmente uma companhia – “os seus valores pessoais estão acima dessa necessidade de emprego, isto é algo novo”. "Para esta geração, a profissão é encarada como uma lição de vida, alinhada com os seus valores e a sua visão do mundo, que permita o seu crescimento, e não como um fim em si mesmo”, conclui a responsável da Atrevia Portugal. Quanto à fidelização a marcas, "são fiéis, ainda que rompam com as pautas de consumo tradicionais. Colocam o foco na necessidade imediata. São consumidores 'empoderados'. Estão habituados a


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usar a internet para conhecer plenamente os produtos que desejam comprar, as suas funcionalidades, utilidades, e querem saber como se adequam às suas necessidades. São incrédulos de atitude e contrapõem toda a informação que recebem das marcas, comparando com outras opções e partilhando opiniões com os amigos", destaca Filipa Primo. Os próprios motores de busca utilizados mais frequentemente estão também a mudar. Há um recurso crescente ao Youtube, em detrimento do Google, por exemplo. “É a geração dos youtubers”. Youtube e a inf luenciadores para “Eles são autodidatas, aprendem comunicarem com este público, sem manual, veem os vídeos no se o grupo mais jovem for o Youtube de como se fazem deter- seu principal target , já que este minadas coisas. Passam o tempo consumidor não quer publicidade no Youtube”, frisa ainda a diretora da área de Marcas da agência de comunicação. Sérgio Gonçalves: As tendências de moda, etc, "O nosso trabalho são marcadas pelos “ youtubers , pelos bloggers , pelos inf luencers consiste em dar (inf luenciadores)”. notoriedade a marA atenção dada à informação visual, seja de vídeos ou outra cas por categorias navegação na web , é feita de de produtos", coloforma rápida, com pouca retenção da atenção, ao contrário da cá-las entre as duas informação transmitida na forma ou três primeiras de escrita. A informação provém de blogues, redes sociais, como o um segmento/ Twitter, Facebook, Pinterest, ou categoria a serem da televisão diferida, sendo consumida de forma rápida e instanreconhecidas tânea. “As empresas, ao comunicarem para esta geração de consumido- pura, quer, sim, seguir alguém res, têm de identificar as platafor- que já tenha experimentado o mas onde estes estão e transmi- produto. tir informações rápidas, sucintas, A imagem e o vídeo agilizam a como, por exemplo, o Twitter ao assimilação da informação. Neste nível dos 140 caracteres, atrativa sentido, a rede Instagram deve visualmente, não pode ser uma ser equacionada numa estratégia informação massiva e aprofunda- comercial de algumas empresas, da”, refere Filipa Primo. sobretudo as que pertencem ao É, assim, inevitável as marcas, setor do grande consumo. É uma sobretudo a dos produtos de rede social que funciona baseada grande consumo, recorrerem ao no conceito de generated content

(conteúdo gerado por utilizadores e partilhado com as comunidades online . É uma forma de transformar a apresentação comercial do produto e torná-lo mais "atrativo". As marcas podem contar ainda com os reviews / comentários dos sites online para "validar a informação e torná-la mais realista e produtiva”. Os setores do consumo, da moda e vestuário, ou das telecomunicações são alguns dos que adaptam a sua comunicação para atingir este público mais jovem. O conteúdo da mensagem comercial tem de ser também muito relevante, pois a atenção dos jovens divide-se por vários dispositivos, ligados em simultâneo – PC, telemóvel, tablet ... As opções de compra devem estar presentes, deste modo, em vários canais/ plataformas, nomeadamente virtuais. "Estes jovens vivem experiências novas, querem participar em iniciativas inéditas, propostas pelas marcas, para depois as partilharem com outros”. O próprio processo de compra é, assim, uma experiência para eles. A internet mudou radicalmente o mundo do trabalho. “O trabalho para toda a vida acabou, e para esta geração ainda mais. Eles gostam de realizar uma experiência numa empresa, durante um certo Agosto de 2017

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Sumol e Paez juntam-se numa campanha digital para o verão A marca portuguesa de refrigerantes Sumol e a marca argentina de alpercatas Paez juntaram-se numa coleção limitada, a “Fruit of Choice by Sumol”. Uma campanha inspirada nas frutas laranja, ananás, maçã e maracujá, os quatro sabores dos refrigerantes Sumol, que surgem agora representados nas alpercatas Paez, mas ainda fatos de banho femininos e masculinos, um quimono, uma sweatshirt, entre outras peças de roupa para o segmento jovem. Da coleção, destacam-se as alpercatas Paez, com o padrão de ananás criado pela agência Brandkey, únicas no mundo, e os fatos de banho femininos com os padrões de maracujá e ananás, desenhados e produzidos pela designer Juliana Cerdeira, da marca Miau Frou Frou. A campanha, desenvolvida pela Sumol, decorre num ambiente de moda e lifestyle próprio dos jovens, entre cenários de atividades ao ar livre, como passeios e surf. A campanha foi publicada nas redes sociais Facebook e Instagram, no mês de junho. As duas marcas, que falam a mesma linguagem digital, procuram, as-

período de tempo, mas são pessoas que querem viajar pelo mundo todo e não ficar só num sítio”, conclui Ana Margarida Ximenes. A futura geração de trabalhadores quer, em muitos casos, lançar o seu próprio negócio, sendo que muitas das profissões dos próximos anos serão ligadas à internet 38 act ualidad€

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sim, que o público jovem se sinta identificado. Através das redes sociais, a comunicação da marca é feita de modo a envolver o público, com mensagens próximas dirigidas aos jovens, incentivando a sua participação. As publicações online combinamse com os produtos e procuram envolver o seu público-alvo: • o conteúdo é muito visual, com uso das fotografias atrativas e coloridas; • transmitem os valores da amizade, otimismo e felicidade; • o caráter dos jovens é alegre, descontraído, irreverente e com bom ambiente;

• aparecem grupos de colegas divertindo-se e desfrutando das coisas boas do verão; • os cenários escolhidos são praias, caravanas modernas, bares de praia ou o passeio perto do mar. Como salientou Bruno Oliveira, brand manager da Sumol, “a Sumol, como love brand , pretende explorar o seu lado mais irreverente e wearable , tornando-se uma marca mais próxima e com maior atitude junto dos seus fãs. A coleção Fruit of Choice by Sumol fala de escolha, variedade e, sobretudo, da fruta, que faz parte do ADN da Sumol”.

e, nomeadamente, à análise de dados na internet.

transformação digital atinge os mais novos: no início da faixa etária dos jovens, “as pessoas de 14 anos são nativos digitais puros” e, apesar de não terem capacidade financeira própria, já decidem sobre os produtos que querem consumir. Todavia, em termos de medição do retorno da publicidade, esta ava-

Mudanças internas nas organizações A transição para a atual geração começou nos anos 90 do século passado, com a generalização progressiva da internet. Atualmente, a


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liação é mais difícil, porque o que conta é a perceção e não o advertising value equivalent, ou seja, o impacto de uma informação face ao espaço equivalente em publicidade a preços de tabela. Para as empresas, as novas tecnologias digitais permitem também melhorar diversas vertentes funcionais, nomeadamente ao nível da comunicação interna. É o caso da comunicação através de aplicações móveis (apps), que podem substituir com grande eficácia as intranets. Uma das situações onde podem ser muito vantajosas é, por exemplo, na gestão de situações de crise, mas também podem servir para gerir equipas de colaboradores, onde estes podem inclusivamente dar as suas sugestões de melhoria ou de criação de novos produtos para a empresa, etc. A Atrevia tem um serviço de gestão de crise digital. Através de uma app, o comité de crise de uma organização pode consultar todos os procedimentos para gerir este tipo de situações, em vez de recorrer a um manual em papel. Os colaboradores e chefias devem por isso estar preparados para se adaptarem a sistemas de comunicação e redes colaborativas mais modernos. Por outro lado, quanto à captação de informações pessoais dos utilizadores de apps, é preciso ter em conta que a partir de maio do próximo ano haverá um novo regulamento ao nível da proteção de dados e vão existir multas elevadas para quem não cumprir com a lei, salienta Ana Margarida Ximenes. O mercado do e-commerce irá continuar a expandir-se, sendo cada vez mais essencial estender a loja física para o telemóvel, com a devida adaptação da informação disponibilizada a um ecrã pequeno. As apps, que se destinam a facilitar a compra, “têm uma taxa muito grande de adesão, mas também têm uma taxa muito elevada de desistência”, adverte, por seu lado, Filipa Primo.

Para o especialista em marketing e publicidade digitais Sérgio Gonçalves, as apps apenas devem ser usadas em eventos muitos específicos ou de curta duração, porque assim trazem mais valias para os utilizadores e estes têm realmente interesse em navegar na aplicação. "O nosso trabalho consiste em dar notoriedade a marcas por categorias de produtos", ou seja, divulgar uma marca por forma a ser reconhecida entre as duas ou três primeiras de um segmento/ categoria, contextualiza Sérgio Gonçalves. As empresas devem igualmente ter presente, quando definem uma estratégia comercial digital (a qual pode ser articulada com plataformas convencionais como a televisão), que a predisposição para ver publicidade está mais orientada para tempos de descanso e de lazer, sendo nessa altura que deve ser proposta, e não quando o consumidor está a trabalhar. Conhecer esses ritmos e os websites onde os consumidores (em Portugal ou noutros países) navegam é fundamental. A aposta da Live Content é o Facebook, devido ao número de utilizadores – a rede afirma ter atingido já os dois mil

milhões de utilizadores em todo o mundo –, mas também pelo facto de ser uma plataforma integradora, com muito potencial a nível de informação. "O Facebook é a grande plataforma digital, tudo o resto é repetição" ou sobreposição de anúncios comerciais a transmitir, salienta Sérgio Gonçalves. Outras plataformas digitais com milhões de utilizadores, como o Google ou o Youtube, podem ter também interessantes para determinadas campanhas, adianta. Esta agência já realizou campanhas digitais para os mais variados setores de atividade, como telecomunicações, software informático, banca, vestuário, viagens, ou alimentação e bebidas. O seu trabalho pretende gerir a notoriedade de uma marca, para que esteja "no topo da categoria da memória das pessoas" e, ainda, gerir "ações de estima" ou de interação do consumidor com a marca, como seja, a gestão de respostas, através de uma rede social a pedidos de consumidores num determinado evento de massas. As campanhas projetadas pela agência podem ocorrer em diversas línguas além do português, incluindo o castelhano e o inglês.  Agosto de 2017

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Subsídio de desemprego e estágios profissionais

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regime jurídico de proteção social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem foi alterado. O diploma altera as regras para o cálculo da redução do valor do subsídio de desemprego e entrou em vigor no dia 1 de junho. Segundo a lei, desde 2012 que o montante diário do subsídio de desemprego é reduzido em 10% após seis meses de concessão. Esta regra é agora alterada, passando a prever-se um valor mínimo mensal assegurado ao desempregado, cujo valor é o do indexante de apoios socias (IAS). Assim, a redução de 10% no montante diário do subsídio de desemprego opera quando o seu montante mensal seja de valor superior ao IAS, mas desta redução não poderá resultar a atribuição de um montante mensal inferior àquele indexante, ou seja, atualmente 421,32 euros. O objetivo é garantir a subsistência das pessoas que recebem subsídio de desemprego. A nova regra aplica-se desde 1 de junho às prestações em curso e aos requerimentos que estejam pendentes de decisão por parte dos serviços competentes. Nos termos das novas regras, após 180 dias de concessão, o montante diário do subsídio de desemprego cujo montante mensal seja superior ao valor do IAS terá uma redução de 10%, sendo que da aplicação da redução não pode resultar um montante mensal inferior ao valor do IAS, enquanto referencial determinante na fixação e atualização das prestações de segurança social. A remuneração de referência diária é definida por R/180, em que R é igual à soma das remunerações registadas nos primeiros seis meses civis que prece-

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dem o segundo mês anterior ao da data do desemprego. Os desempregados a receber subsídio de desemprego podem também ter acesso ao programa de estágios profissionais, desde que reúnam os requisitos de acesso, no âmbito da Medida de Estágios Profissionais que foi criada e que constitui apoio à inserção de jovens no mercado de trabalho ou à reconversão profissional de desempregados. As prestações de desemprego dos desempregados que se candidatem aos estágios profissionais devem ser suspensas durante todo o período de estágio, recebendo o estagiário apenas o valor da bolsa de estágio e retomando a prestação de desemprego no fim do estágio. A primeira fase de candidaturas deste ano à nova Medida de Estágios Profissionais, tem 18.800 milhões de euros para apoiar quatro mil estágios promovidos no Continente, por pessoas singulares ou coletivas, de natureza jurídica privada, com ou sem fins lucrativos, destinados a desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Foto Telmo Miller

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Por Miguel de Azeredo Perdigão* Durante o período de candidatura, é ainda possível formalizar o pedido de Prémio ao Emprego, apoiando a celebração de contratos de trabalho sem termo, com ex-estagiários. A avaliação dos pedidos – e do montante a atribuir – depende da análise de seis critérios: • localização dos estágios; • estagiários empregados após o estágio; • ex-estagiários contratados pelos promotores; • contributo do estágio para a integração no mercado do trabalho; • a experiência do orientador de estágio; • o número de trabalhadores da entidade. As candidaturas recebem mais pontos quando sejam apresentadas por (i) entidades mais pequenas, (ii) em territórios economicamente desfavorecidos, (iii) com orientadores mais adequados e (iv) que mostrem que o estagiário ganhará competências facilitadoras da sua entrada no mercado de trabalho. Entidades com bom historial de contratação de ex-estagiários também recebem boa pontuação ou as que tenham boa percentagem de estagiários integra-


opinião

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dos no mercado de trabalho. Por região, a dotação afeta às candidaturas para o primeiro período foi a seguinte: - Norte: € 7.200.000; - Centro: € 3.500,00; - Lisboa LVT: € 6.100.000; - Alentejo: € 1.150.000; - Algarve: € 850.000. O primeiro período de candidaturas decorreu de 16 de maio a 16 de junho, o segundo período irá abrir em agosto e o terceiro em dezembro, sendo as mesmas apresentadas pela entidade promotora no portal NetEmprego, na sua área pessoal. Os estágios não podem consistir na ocupação de postos de trabalho e, enquanto decorrerem, os estagiários estão proibidos de exercer qualquer tipo de atividade profissional, por

conta própria ou de outrém, salvo no caso de trabalho independente decorrente de regime de estágio para acesso a profissão regulada. O valor da bolsa atribuída aos estagiários é variável conforme a sua qualificação e a comparticipação financeira do IEFP aos promotores dos estágios faz-se por mês e por estágio. A bolsa de estágio tem uma comparticipação de 80%, quando a entidade promotora seja pessoa coletiva de natureza privada sem fins lucrativos, casos de estágios enquadrados no âmbito do regime especial de interesse estratégico e casos de primeiro estágio desenvolvido por promotor com 10 ou menos trabalhadores, referente à medida e desde que não tenha já obtido condições de apoio mais favoráveis noutro estágio financiado pelo IEFP e de 65%

de comparticipação nos restantes casos. O valor da alimentação é o fixado para os trabalhadores em funções públicas, isto é, de € 4.52/dia entre 01.01.2017 até 31.07.2017 e de € 4.77/dia, a partir de 01/08/2017. O prémio de seguro de acidentes de trabalho é de € 13,89 e o transporte para estagiários que sejam pessoa com deficiência e incapacidade é de €42,13. A candidatura pode incluir também um prémio ao emprego, concedido à entidade promotora quando seja celebrado com o estagiário um contrato de trabalho sem termo, no prazo máximo de 20 dias úteis a contar da data de conclusão do estágio.  * Partner da Azeredo Perdigão & Associados E-mail: geral@azeredoperdigao.pt

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

MLGTS Legal Circle participa em guia internacional sobre o setor do jogo A MLGTS Legal Circle, rede de parcerias da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, participou na elaboração do guia sobre o setor do jogo publicado pela Lex Mundi, a principal associação internacional de sociedades de advogados independentes. Intitulado “Lex Mundi Global Gaming Law Guide”, este guia apresenta informação preparada por advogados especializados em 27 jurisdições. Trata-se de um setor objeto de abordagens regulatórias muito diferentes, em distintos quadros legais e que

geram questões transfronteiriças, particularmente tendo em conta o seu desenvolvimento por via online. Estando organizado num formato simples de 16 perguntas, o guia oferece uma resposta clara sobre os temas mais comuns e é disponibilizado gratuitamente numa versão digital interativa que permite a comparação entre as várias jurisdições. A MLGTS Legal Circle assina os quatro capítulos dedicados a Portugal, Macau, Angola e Moçambique. Para João Alfredo Afonso, que coordena a área em Portugal

com Bernardo Almeida Azevedo, “este é um setor cada vez mais relevante, que se caracteriza pela internacionalização e multidisciplinaridade. Com os quatro escritórios da nossa rede, apresentamos uma equipa com uma experiência muito abrangente, que acompanha os investimentos dos clientes nas várias jurisdições”. Os capítulos de Macau, Angola e Moçambique foram preparados, respetivamente, pela MdME, ALC Advogados e Henriques, e Rocha & Associados, membros da rede MLGTS Legal Circle.

PLMJ Network assina parceria em São Tomé e Príncipe A PLMJ Network assinou um acordo de parceria com uma sociedade de advogados de São Tomé e Príncipe, a SVNF e Associados, que tem como sócios fundadores diversos responsáveis do mundo político daquele país. Com um profundo conhecimento da realidade africana, pela presença e anos de experiencia adquiridos em Angola e Moçambique, PLMJ aposta agora também “em São Tomé e Príncipe, que começa, finalmente, a ser alvo de grande atenção por parte dos investidores inter-

nacionais, sobretudo, nas áreas do turismo e infraestruturas”. A sócia da PLMJ responsável pela coordenação executiva, Maria da Conceição Cabaços. salienta que “o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, pela sua localização geográfica estratégica e estabilidade política e paz social que tem vindo a sedimentar, é uma inevitabilidade a muito curto prazo”. Com uma posição privilegiada no Golfo da Guiné, dotada de muitos recursos naturais, este país está estrategicamente localizado junto de um mercado potencial de

cerca de 300 milhões de consumidores. Com esta nova parceria, que se sucede à recente associação com uma sociedade de advogados da Guiné-Bissau, a PLMJ pretende reforçar o seu posicionamento nos PALOP e assegurar que os serviços aos seus clientes chegam a mais um país, através de uma equipa de advogados que congrega o conhecimento da cultura e enquadramento jurídico local e experiência no terreno com um nível de serviço de padrões internacionais assegurado pela PLMJ Network.

Em trânsito: » A BHLP | Advogados anunciou a integração da advogada Marlene Pinto Morais (na foto) no seu escritório de Lisboa. Licenciada em Direito, pela Universidade de Coimbra, estagiou em Portugal na sociedade de advogados ABBC - Azevedo Neves, Benjamim Mendes, Abreu, Cardigos e Associados, tendo ainda colaborado com a sociedade de advogados António Vicente Marques e Associados, antes de desenvolver a sua atividade em Angola, no escritório de advogados CFRA - Carlos Feijó e Raúl Araújo. Foi igualmente diretora do departamento jurídico de um grupo de empresas. “Esta entrada insere-se num esforço contínuo de internacionalização da BHLP| Advogados e no reforço 42 act ualidad€

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da estrutura jurídica de apoio a clientes na jurisdição angolana”, refere a BHLP | Advogados. » A Pares Advogados promoveu a sócios os advogados Sandra Severino, Pedro Carreira Albano e António Juzarte Rolo. A sociedade passa, assim, a contar com nove sócios, num total de 27 advogados. Sandra Severino tem experiência nas áreas de contencioso, recuperação e insolvência, direito laboral e segurança social. Pedro Carreira Albano integra a área de contencioso e arbitragem. Já António Juzarte Rolo desenvolve a respetiva atividade nas áreas de comercial, societário, bancário e financeiro.


aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Troia Resort busca propietarios españoles

Troia Resort presenta en Madrid su oferta inmobiliaria en uno de los destinos turísticos más exclusivos de Europa. Ya se han vendido 400 unidades a propietarios de 28 nacionalidades diferentes, entre los que se encuentran nueve españoles. Texto Belén Rodrigo brodrigoeca@ccile.org Fotos DR

67.200 camas para esta zona. “Con nuestro plan logramos pasar a 15 mil camas porque la naturaleza es algo muy importante”. Troia Resort se define por su baja densidad, “con dos principales productos: las Villas Atlánticas, tan sólo 96 villas de lujo y parcelas con vistas al campo de golf y a primera línea de playa, algo completamente inusual en esta península”, explica la compañía. Por otra parte, las Ocean Village, “90 villas adosadas y pareadas (divididas por su tipología entre Land Beach Houses, Light Beach Houses y Time Beach Houses), ofrecen cuidadas zonas comunes con un paisajismo donde la mano del hombre a penas a ada vez son más los españo- de Portugal. En total se han vendido intervenido”. El precio del metro cuadrado oscila les que caen rendidos a los 400 unidades y están a la venta otras encantos de la Península de 110 de las cuales 50 son apartamentos entre los 3.000 y los 4.500 euros, “con Troia. Un paisaje único crea- y 60 casas adosadas, todas ellas equi- propiedades con dimensiones amplias”. do por el océano Atlántico, padas y listas para utilizar. El 55% de Se pueden comprar parcelas a partir de el Parque Natural de Arrábida y el los clientes son portugueses y el 45% 359.00 euros y las townhouses desde estuario del Sado, rodeado de 15 kiló- restante está muy repartido entre las 494.000 euros. En el caso de las villas metros de playas vírgenes y con una 28 nacionalidades representadas. En el que rondan el millón y medio de extensión que alcanza las 486 hectá- caso de España, hay nueve propietarios. euros, los propietarios pueden elegir reas. El mercado español representa ya “Es un buen momento para invertir. La su diseño siempre que se respeten los el 8% del total de turistas que visitan localización es muy buena, próximo de principios establecidos.  Troia. “En 2016 el número de turistas Lisboa, y cuenta en el Troia Resort ascendió a 170.000 con muchos serde los cuales 14.000 eran españoles, vicios”, recuerda afirma João Pedro Madeira, director Madeira. Sonae quiso general de Troia Resort. El año pasado, el turismo español en Troia creció un destacar el cam31% en comparación con el año 2015. bio realizado en Una tendencia en alza ya que, desde el proyecto urba2008, el crecimiento medio de turistas nístico de Troia españoles en la zona ha sido del 28%. ya que antes de El grupo Sonae (propietario de este aprobarse este proyecto) presentó en Madrid su línea proyecto existía de negocio en este paraíso “eco-chic” otro que preveía

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sector inmobiliario

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Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Quando as uvas brancas geram um Pinking Começou por ser encarado como um problema, mas os enólogos António Madeira e Jenny Silva intuíram que poderia ser uma oportunidade. O fenómeno foi investigado até que se chegou a uma nova categoria de vinhos. Chama-se Pinking, é produzido pela Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo e estreou-se no mercado este verão.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

sub-região de Castelo Rodrigo “é bastante conhecida e procurada pelos seus vinhos brancos frescos e aromáticos”, frisa a enóloga Jenny Silva. Porém, sendo a Síria a rainha das castas brancas nesta zona, representando “cerca de 80% do encepamento das uvas de castas brancas”, nem sempre é branco o vinho que produz, nota a enóloga da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. “Os vinhos brancos vinificados dessa casta apresentavam o chamdo Pinking”, ou seja “um fenómeno natural de aparecimento de uma cor

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rosa-salmão em vinhos produzidos de uvas de castas brancas”. Jenny Silva lembra que “a casta Síria é uma casta portuguesa” e explica que “existem outras castas que poderão apresentar este fenómeno natural, mas o desconhecimento da sua origem tem levado os produtores a tratá-lo como uma instabilidade e não como uma oportunidade”. António Madureira, atual presidente da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, que já se deparava com a problemática do Pinking desde o ano 2000, desafiou Jenny Silva a investigar a origem do fenómeno para encontrar a solução. A enóloga, na altura estudante na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), apresentou o tema aos orientadores de mestrado (Fernando Nunes e Fernanda Cosme), “que acharam desde início um tema muito interessante”. A investigação avançou e os ensaios foram feitos em conjunto, pela UTAD e pela Adega de Figueira de Castelo Rodrigo Adega, que é proprietária de um pedido de patente macional do Pinking. Foi assim que partiram para a produção e comercialização do Pinking, apresentando-o como um vinho de uma nova categoria. “É único no mundo pois não existe neste momento mais ninguém a produzi-lo, sendo a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo a primeira a fazê-lo”, sublinha Jenny Silva. Isto porque “não existia até ao momento nenhuma categoria de vinho, que sendo vinificado a partir de uvas brancas, apresentasse uma coloração final rosa-salmão”, nota, justificando a nova categoria.

Lançado no passado mês de julho, “o vinho Castelo Rodrigo Pinking foi vinificado com 100% de uvas brancas da casta Síria e tem um teor alcoólico de 13% (v/v)”, informa a enóloga. Sendo “um vinho com um perfil semelhante ao dos vinhos brancos da Beira Interior, apresenta uma cor rosa-salmão” e “diferencia-se dos vinhos rosés, que são elaborados com uvas de castas tintas”. Acresce que “como é um vinho bastante fresco e aromático, exuberante no nariz, com aroma a frutos tropicais e boca persistente, acompanha bem pratos de peixe, marisco e carnes brancas”. Jenny Silva observa que “o aparecimento do Pinking não apresenta a mesma intensidade em todos os anos vinícolas”, já que “está relacionado com as condições climáticas, nomeadamente a temperatura média nos dez primeiros dias do mês de outubro, período coincidente com o final do processo de maturação das uvas brancas na região”. Ainda assim, a enóloga acredita que haverá Pinking todos os anos, “mas a intensidade da cor pode variar, consoante o ano vinícola”. A enóloga da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo adianta que “foram produzidas 7.000 garrafas de Vinho Castelo Rodrigo Pinking”. As garrafas estão à venda na loja física e online da adega, assim como, em Lisboa, Porto e Viseu através dos distribuidores. “Gostaríamos de aumentar a produção e comercialização deste tipo de produto, mas sabemos que estamos sempre condicionados pelas condições climáticas”, ressalva Jenny Silva. 


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eventos eventos

Como é que as empresas devem avançar para a criação de startups e como realizar a sua adaptação tecnológica

Como criar uma startup tecnológica e como adaptar o ambiente da empresa às novas realidades tecnológicas foi o mote do pequeno-almoço temático que decorreu nas instalações da CCILE, em Lisboa, no passado dia 30 de junho. De acordo com Sergio Negri, docente de Inovação Digital do IE Business School, as empresas devem definir um ambiente digital e disruptivo se querem ter sucesso. A equipa é também fundamental, tanto quanto a ideia de negócio, sublinhou o especialista. Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

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adaptação tecnológica das empresas portuguesas e espanholas às novas realidades tecnológicas, nomeadamente à crição de startups foi o mote do pequeno-almoço temático realizado em Lisboa, nas instalações da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), no passado dia 30 de junho. A apresentação, intitulada “Como passar de uma ideia e colocar em prática um negócio digital com êxito”, foi organizado pela IE Business School. Sergio Negri, docente desta instituição de ensino, enquadrou e desenvolveu o tema, abordando questões como a análise da atratividade dos projetos, como realizar a implementação de novos negócios digitais, como coordenar e motivar os colaboradores para as mudanças necessárias para o novo ambiente tecnológico, bem como quais os diferentes instrumentos de apoio fi48 act ualidad€

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nomeação de um gestor de sistemas para coordenar todo o processo de mudança e garantir que os objetiA importância da equipa para o vos são alcançados. “Mudar o paradigma” e ter uma equipa com boas sucesso do projeto Sergio Negri, professor da discipli- ligações a outras empresas são duas na de Inovação Digital do IE Busi- vertentes fundamentais, resumiu o ness School, salientou a importância especialista, que está ligado também da motivação da equipa a realização a uma empresa de base tecnológica. Neste sentido, o empreendedor da mudança para o negócio digital de uma startup, sendo este fator, no não deve trabalhar uma ideia de seu entender, mais determinante negócio por ser do seu agrado, mas do que a própria ideia de negócio a sim “para resolver um problema criar. “É difícil ser disruptivo, mui- existente numa determinada área”, tos dos sistemas de tecnologias de recomendou Sergio Negri. O evento serviu ainda como forinformação (TI) fracassam não por razões tecnológicas, mas porque as ma de networking entre os 25 partipessoas não se adaptam aos novos cipantes presentes, alguns dos quais sistemas”, concordou o especialista, criadores de startups de âmbito quando questionado pela audiência tecnológico ou de consultoria que sobre as dificuldades de adaptação quiseram adquirir mais alguns codas pessoas a novos sistemas, que se nhecimentos para a gestão do seu fazem sentir em algumas empresas. negócio e que partilharam também Por isso, Sergio Negri aconselhou a a sua experiência.  nanceiro ao êxito do negócio digital, entre outros.


eventos

eventos

Almoço da comunidade empresarial espanhola no Estoril

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ealizou-se, no passado 27 de junho, no Estoril, mais um almoço de empresários e gestores espanhóis residentes na linha do Estoril. Estes almoços são promovidos entre a comunidade empresarial espanhola para debater temas do interesse desta comunidade residente naquela zona de Lisboa, e são co-organizados pelo gestor bancário

Miguel Seco e pela CCILE. Esta foi a quarta vez, este ano, em que a comunidade da linha se reuniu para conversar e celebrar a união da comunidade espanhola. A ocasião serviu ainda para a despedida de quatro amigos, membros da Embaixada de Espanha em Portugal de diferentes Conselherias: Juan Díaz del Rio, agregado de Defesa, Pilar

Masegosa, conselheira de Cultura, Nicolás el Busto, conselheiro diplomático, e Ángel García Sainz, conselheiro de Educação. Durante o almoço, não faltaram palavras de agradecimento e reconhecimento ao trabalho desempenhada por todos eles, alguns dos quais voltam alguns a Espanha e outros a novos destinos. 

CCILE participa em torneio Expresso BPI A

Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola participou, com uma equipa, nas provas de qualificação regional do torneio Expresso BPI Golf Cup 2017, que se realizaram entre os dias 20 e 22 de junho. A equipa constituída por Gabriel Chimeno, Luís Sobral, Vítor Santos e João Potier (na foto) esteve uma vez mais a representar a Direção da CCILE no maior torneio empresarial de golfe do país. Foram 64 as equipas, num total de 128 jogadores, que marcaram presença nos três primeiros dias das Qualificações Regionais de Lisboa, realizadas no Belas Clube de Campo, em Sintra.

Mais uma vez, a equipa da CCILE teve uma excelente prestação, que mesmo assim não foi suficiente para passar à fase seguinte. As equipas apuradas irão disputar as meias-finais regionais, agendadas para setembro. A final nacional contará com um mínimo de 16 equipas (apuradas das qualificações regionais), a realizar na Ilha Terceiram, nos Açores, em no-

vembro, e a finalíssima será disputada pelas quatro equipas melhor classificadas na final nacional e decorre a 16 e 17 de dezembro, no Vidago Palace Golf Course. 

Textos e Fotos Actualidad€ actualidade@ccile.org Agosto de 2017

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Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Audi A8 – Sofisticação e luxo

O mais sofisticado dos Audi chega ao mercado nacional em novembro. Semiautónomo e dotado de uma panóplia de tecnologias inovadoras, este novo modelo da marca alemã anuncia-se como uma verdadeira montra tecnológica.

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Fotos DR

epois de ter anunciado a intenção de lançar três novos modelos equipados com tecnologia e-tron até 2020, ao mesmo tempo que estima que, até 2025, 30% das suas vendas sejam de veículos 100% elétricos ou híbridos, com este novo A8, a Audi, dá início a esse processo. O novo A8 contará com um sistema elétrico de 48 volts e, portanto, adotará uma série de tecnologias avançadas, incluindo um sistema de suspensão eletromecânico, sendo o primeiro automóvel no mercado a oferecer condução autónoma de nível 3. Logo à partida, é o primeiro modelo especialmente desenvolvido a pensar 50 act ualidad€

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sector automóvil Setor automóvel

na inclusão de soluções de autocon- uma grelha cromada. Na retaguarda, dução. Até aos 60 km/h, por exemplo, faróis LED que incorporam uma barra o Audi AI traffic jam pilot, assume o de luz a toda largura da parte traseira. controlo do arranque, da aceleração, No geral, o design do novo A8 não é da direção e da travagem, permitindo tão revolucionário quanto o do Prologue, que o condutor se “desligue” da tare- mas rivaliza sem dúvida com o Mercefa de condução e faça outras coisas, des-Benz Classe S e BMW Série 7. como ver televisão a bordo. No interior, o modelo da Audi mais Tudo isto é possível graças a um sofisticado conta ainda com um sistecomplexo sistema, que analisa os ma de infoentretenimento MMI que dados fornecidos por vários sensores pode ser configurado com seis perfis de radar e ultrassónicos, pela câmara diferentes com 400 funções distintas. dianteira e por um laser, o primeiro A este, juntam-se mais dois ecrãs, o utilizado em automóveis. do painel de instrumentos e o da cli-

chegar aos 0,7 litros aos cem em condições reais de trânsito. No que diz respeito a motorizações, numa primeira fase, o modelo será animado por dois motores V6 sobrealimentados profundamente revistos: 3.0 TDI a gasóleo, com 286 cavalos e 3.0 TFSI a gasolina, com 340 cavalos. Mais tarde, chegarão as unidades V8: 4.0 TDI de 435 cavalos e 4.0 TFSI de 460 cv. A que seguirá, mais tarde, a motorização de topo 6.0- W12. Todos os motores estão associados ao sistema quattro, de tração integral,

Em termos de design, o A8 é inspirado no Prologue Concept (coupé de luxo e de duas portas, apresentado em 2014) e inaugura uma nova linguagem de design da Audi, tendo sido criado por Marc Lichte. Na frente, a Audi integrou um conjunto de faróis horizontais finos com luzes LED diurnas incorporadas, e

que pode ser complementado pelo diferencial autoblocante desportivo traseiro e o sistema dinâmico de direção integral, com eixo traseiro direcional, para facilitar as manobras e o comportamento em curva. Em relação a valores de mercado, para o mercado português, ainda não são conhecidos. 

matização. O desenho é simples, mas refinado e harmonioso. Vão existir duas versões. O A8 e o A8 L (Large). Todas elas contam com um sistema híbrido de 48 volt que permite desligar o motor, sempre que possível, a velocidades de cruzeiro, até uma velocidade de 160 km/h. A Audi diz que a redução no consumo pode

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Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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barómetro financeiro

barómetro financiero

FMI revê crescimento português para 2017 e 2018

Foto DR

Fundo Monetário Internacional O (FMI) reviu em alta a previsão de crescimento português para 2,5% este

ano e para 2% em 2018. A instituição internacional sublinha que a perspetiva de curto prazo da economia portuguesa "melhorou consideravelmente” e foi por isso que reviu as projeções de 1,7 para 2,5% em 2017 e de 1,45 para 2% em 2018. O FMI considera, ainda, que Portugal realizou “um progresso louvável” ao lidar com os riscos de curto prazo. A missão do Fundo considera ainda que a meta de défice orçamental de 1,5% do PIB é exequível, graças à atual dinâmica de crescimento económico e “ao forte empenho” do Governo para conter a

despesa pública, considerando mesmo que a meta pode ser atingida "confortavelmente". Foi este esforço que permitiu a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo, sublinha o relatório da organização. Também as previsões para a dívida pública foram revistas em baixa. No documento publicado esta sexta-feira, o FMI aponta, agora, para um rácio da dívida no PIB de 125,8% em 2017. A melhoria do quadro macroeconómico deveu-se a um forte crescimento do turismo – que regista um quarto ano de crescimento em quase dois dígitos – e da construção a ele associado, adianta o relatório.

Desemprego em Portugal cai para 9,4%

Exportações e importações aceleram em maio

O desemprego no conjunto dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) manteve-se nos 5,9% em maio, com Portugal no quinto lugar na lista dos países com mais desemprego. Em Portugal, há 485 mil desempregados, o que levopu a taxa de desemprego a baixar de 9,5% em abril, para os 9,4% em maio. Na Zona Euro, o desemprego manteve-se nos 9,3% em maio. A taxa de desemprego jovem (entre os 15 e os 24 anos) baixou na média dos países da OCDE em maio para os 12,0%, dos 12,1% observados em abril. Em Portugal, no entanto, a taxa de desemprego entre os jovens subiu dos 23,8% observados em abril para os 24,6% em maio, enquanto na zona euro se manteve nos 18,9%.

As exportações de bens aumentaram 15,4% e as importações subiram 22,4% em maio face ao período homólogo, o que se traduziu num agravamento do défice da balança comercial para 1.438 milhões de euros. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 1.074 milhões de euros, correspondente a um aumento de 344 milhões em relação ao mesmo mês de 2016. Face ao mês anterior, as exportações cresceram 17,4% em maio de 2017, sobretudo devido ao comportamento do comércio intraUnião Europeia (UE), enquanto as importações aumentaram 16,2%, reflexo essencialmente da evolução verificada nas transações intraUE. Tendo em conta os principais países de destino em 2016, em maio deste ano, os maiores aumentos, em termos homólogos, registaram-se nas exportações para França e Espanha (17,4 e 7,5% respetivamente).

Inflação desacelera para menos de 1% A inflação em Portugal voltou a desacelerar no mês de junho, atingindo o valor mínimo do ano. No mês de junho, o índice de preços ao consumidor registado pelo INE fixou-se nos 0,9%, em desaceleração acentuada aos valores de abril, quando a inflação atingiu os 2% graças à Páscoa e ao turismo. De abril para maio, já se registara uma forte desaceleração homóloga, de 2% para 1,5%. Em junho, volta, assim, a registarse uma desaceleração significativa. O índice harmonizado dos preços ao consumidor, que é usado para comparar a inflação entre os diferentes países europeus,

também se fixou em apenas 1%, uma redução de 0,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior. É um nível inferior, assinala o INE, do que o estimado pelo Eurostat para o total da Zona Euro, enquanto em maio a inflação portuguesa lhe fora superior. O INE assinala que o que mais pesou nesta desaceleração foi a redução no setor dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, cujos preços desaceleraram significativamente, de 2,1% para 0,2%, e também na área dos restaurantes e hotéis, onde a queda foi de 4,9% para 3,5%. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero-abril de 2017

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la hora de elaborar este texto que dedicamos mensualmente al comercio hispano portugués se acababan de hacer públicos los últimos datos estadísticos relativos al primer cuatrimestre del año. En dicho periodo las ventas españolas arrojaron una cifra superior a los 6.316 millones de euros frente a 5.770 millones alcanzados en igual periodo de 2016, lo que representa un aumento del 9,5%. Por lo que a las compras españolas se refiere, la evolución ha sido igualmente positiva habiéndose superado el 9,4% (3.414 millones en 2016 frente a los actuales 3.736 millones). La tasa de cobertura se sitúa en los 169% y un saldo positivo de 2.580,3 millones de euros. Observando la evolución mensual,

el mes de abril registra una quiebra tanto en las ventas (-11,9%) como en las compras (-7,7%), respecto al mes de marzo. Portugal mantiene la quinta posición entre los principales países clientes de España (un peso relativo del 6,9%) y la octava posición en el ranking de los principales proveedores con un peso relativo del 3,7% conforme se observa en los cuadros 2 y 3. Las exportaciones españolas dirigidas a la Unión Europea (66,6% del total) crecieron un 8,8% en los cuatro primeros meses del año. Las ventas a la zona euro (52,2% del total) se incrementaron un 9,5% y las destinadas al resto de la Unión Europea (14,4% del total) subieron un 6,2%. La recuperación en los países emer-

gentes explica que las ventas a terceros destinos (33,4% del total) subieran un 12% interanual, con aumentos generalizados de las exportaciones a todas las zonas: Asia excluido Oriente Medio (16,8%), América del Norte (13,5%), América Latina (12%), Oceanía (10,4%), África (7,7%) y Oriente Medio (1,4%). Por países, destacan los aumentos de ventas a mercados con gran potencial como China (25,4%), Canadá (21,1%), México (20,8%), Marruecos (17,7%) y Estados Unidos (12,5%). Mientras, cayeron las ventas a Argelia (-11,1%), Chile (-6,4%) y Arabia Saudí (-5,5%). Las comunidades autónomas con mayores crecimientos en sus exportaciones fueron Baleares (134,6%), Canarias (51,4%) y Murcia. Los únicos descensos se dieron en Casti-

Balanza

1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-abril de 2017 VENTAS ESPAÑOLAS 16

COMPRAS ESPAÑOLAS 16

Saldo 16

VENTAS Cober(%) 16 ESPAÑOLAS 17

COMPRAS ESPAÑOLAS 17

Saldo 17

Cober (%) 17

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1.265.646,00

754.840,44

510.806

167,67

1.466.668,97

851.614,13

615.055

172,22

feb

1.465.191,08

827.300,47

637.891

177,11

1.497.298,88

908.400,89

588.898

164,83

mar

1.561.949,47

932.848,80

629.101

167,44

1.782.642,64

1.027.991,04

754.652

173,41

abr

1.477.756,94

899.902,04

577.855

164,21

1.570.079,36

948.408,69

621.671

165,55

may

1.525.932,63

937.979,01

587.954

162,68

0,00

0,00

0

0,00

jun

1.612.563,57

935.179,29

677.384

172,43

0,00

0,00

0

0,00

jul

1.567.605,41

940.868,83

626.737

166,61

0,00

0,00

0

0,00

ago

1.390.294,43

756.495,36

633.799

183,78

0,00

0,00

0

0,00

sep

1.623.011,96

955.459,47

667.552

169,87

0,00

0,00

0

0,00

oct

1.589.508,93

882.210,88

707.298

180,17

0,00

0,00

0

0,00

nov

1.603.921,81

960.943,67

642.978

166,91

0,00

0,00

0

0,00

dic

1.505.480,32

823.968,22

681.512

182,71

0,00

0,00

0

0,00

18.188.862,55

10.607.996,48

7.580.866

171,46

6.316.689,85

3.736.414,75

2.580.275

169,06

Total

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

54 act ualidad€

Agosto de 2017


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-abril de 2017

lla y León (-3,9%) y la Comunidad Valenciana (-0,8%). Se habrá de señalar que la Comunidad Autónoma de Cataluña lidera las ventas españolas a Portugal, por valor de 1.514,8 millones de euros, seguido de la la Comunidad de Madrid con 951,1 millones de euros y de Galicia con 850,8 millones de euros. Respecto a la oferta española, la Comunidad Autónoma de Madrid lidera la lista de la demanda española con 691,3 millones de euros, seguido de Galicia con 646,8 millones y Cataluña con 550 millones. El conjunto de estas tres comunidades autónomas representa el 52% del comercio bilateral. En los cuadros 4 y 5 se recogen los datos de la distribución sectorial del comercio exterior hispano luso con recurso a la clasificación “taric” y de los mismos se desprenden el peso de la partida 87-vehículos automóviles; tractor que representa el 10% de este comercio, seguido de la partida 27-combustibles y aceites minerales con el 8,2% y en la tercera posición la partida 39Materias plásticas; sus manufacturas con el 6,4%. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

1

001 Francia

14.091.044,42

2

004 Alemania

10.214.612,59

3

005 Italia

7.713.986,06

4

006 Reino Unido

6.555.468,96

5

010 Portugal (d.01/01/86)

6.316.689,85

6

400 Estados Unidos

4.010.049,35

7

003 Países Bajos

3.118.197,40

8

017 Bélgica (d.01/01/99)

2.830.683,94

9

204 Marruecos

2.637.487,03

10

720 China

1.979.042,58

11

060 Polonia

1.839.029,02

12

052 Turquía

1.793.672,94

13

412 México

1.490.608,10

14

039 Suiza (d.01/01/95)

1.416.707,39

15

952 Avituallamiento terceros

16 17 18 19 20

208 Argelia 038 Austria 632 Arabia Saudí 732 Japón 061 República Checa(d.01/01/93) SUBTOTAL TOTAL

855.638,52 846.414,70 814.852,68 814.677,62 812.567,35 793.372,92 70.944.803,41 91.537.738,23

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

3.Ranking principales países proveedores de España enero-abril 2017 Orden País 1

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-abril de 2017 Orden Sector 87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

399.365,45

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

397.585,55

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

233.180,75

4

61 PRENDAS DE VESTIR, DE PUNTO

193.301,18

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

189.993,20

6

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

186.335,48

7

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

159.588,28

8

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

147.559,82

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

12.778.188,11 10.978.769,15

2

001 Francia

3

720 China

7.882.553,87

4

005 Italia

6.441.628,95

5

400 Estados Unidos

4.513.428,53

6

006 Reino Unido

4.009.970,90

7

003 Países Bajos

3.939.465,32

120.815,53

TOTAL

3.643.728,81

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-abril de 2017 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

583.509,94

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

449.298,10

3

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

424.792,07

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

411.576,23

5

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

298.671,34

6

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

190.715,80

7

62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO

185.966,00

8

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

182.603,79

9

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

177.257,97

TOTAL

5.783.599,17

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia

Importe

004 Alemania

Importe

1

6.Evolución del Intercambio Comercial Portugal-España 2017

8

010 Portugal (d.01/01/86)

3.736.414,75

9

017 Bélgica (d.01/01/99)

2.552.431,55

10

204 Marruecos

2.349.185,17

11

052 Turquía

1.968.430,00

12

208 Argelia

1.790.547,21

13

060 Polonia

1.712.066,89

14

288 Nigeria

1.501.998,04

15

412 México

1.461.161,62

16

061 República Checa (d.01/01/93)

1.438.611,68

CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 17

17

728 Corea del Sur (Rep. de Corea)

1.403.211,43

Cataluña

1.514.785,51

Madrid, Comunidad de

691.307,13

18

664 India

1.338.318,89

Madrid, Comunidad de

951.062,20

Galicia

646.799,55

19

732 Japón

1.295.725,94

Galicia

850.809,54

Cataluña

550.029,36

20

632 Arabia Saudí

1.285.296,42

Andalucía

719.647,44

Comunitat Valenciana

326.262,76

7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero-abril 2017 COMPRAS ESPAÑOLAS 17

SUBTOTAL

74.377.404,43

Castilla-La Mancha

415.798,80

Andalucía

315.663,17

TOTAL

99.935.854,38

Comunitat Valenciana

378.865,66

Castilla y León

238.446,38

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Agosto de 2017

ac t ua l i da d € 55


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Fabricantes españoles de equipamientos de extracción de humos para claraboyas

DP170402

Empresas exportadoras del País Vasco para Portugal

DP170403

Proveedores españoles de hojas de papel de aluminio para decorar tartas

DP170404

Empresas españolas fabricantes de pañales para bebés

DP170601

Empresas de contabilidad en Vigo

DP170602

Empresas españolas fabricantes de elástico entrenzado de 3 cm para fabricar cinturones de hombre

DP170603

Fabricantes españoles y portugueses de paper honeycomb

DP170701

Contactos de restaurantes españoles en Lisboa, Oporto y Algarve

DP170702

Empresas españolas de inyección de plástico Empresas españolas de los sectores químico y petroquímico para poder ofrecer materias primas (productos químicos de limpieza, higiene y desinfección)

DP170703

Empresas españolas del área de las artes gráficas y fotografía para presentar sus servicios

OP170401

Agentes comerciales en España Empresas españolas interesadas en representar el proyecto "My Perfect Way" (paquetes turísticos de senderismo y montañismo)

OP170601

OP170301

OP170602

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas de contabilidade e assessoria fiscal

DE170602

Empresas portuguesas importadoras de produtos de limpeza para a indústria automóvel Matadouros portugueses de suínos homologados para a Coreia Fábricas portuguesas de cerâmica decorativa

DE170603 DE170604 DE170605

Fabricantes portuguesas de fatos de noivo e parkas na zona de Porto e arredores

DE170606

Fábricas em Portugal de papel, celulose e guardanapos Empresas portuguesas do ramo da injeção de plásticos e da indústria automóvel Fábricas em Portugal de confeção de roupa para senhora Empresa espanhola do setor dos congelados procura agente comercial para Portugal Empresa espanhola representante de marcas e produtos relacionados com a medicina desportiva/ ortopedia e puericultura, procura profissionais de vendas com experiência no setor farmacêutico Empresa espanhola especializada em decoração e no setor infantil, procura agentes comerciais para Portugal Empresas portuguesas importadores/ distribuidoras em Portugal, para apresentar os seus produtos (vinhos e cervejas) Empresas portuguesas de venda online de tecnologia para apresentar a sua empresa (do mesmo setor) para expansão em Portugal

DE170607 DE170608 DE170701 OE170302 OE170304 OE170305 OE170601 OE170602

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

56 act ualidad€

Agosto de 2017


oportunidades de negocio

oportunidades de negĂłcio

Agosto de 2017

ac t ua l i da d â‚Ź 57


calendário fiscal calendario fiscal >

S

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 F 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Agosto Prazo

Imposto

Até

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

10

IVA

Declaração mensal e pagamento do IVA apurado, relativamente às operações efetuadas em junho/2017

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Declaração mensal de remunerações relativa a julho/2017

Entidades empregadoras

16

IVA

Declaração periódica trimestral e pagamento do imposto apurado, relativamente às operações efetuadas no 2º trimestre de 2017

Contribuintes do regime normal trimestral

21

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a julho/2017

Entidades empregadoras

21

IRS/IRC/ SELO

Pagamento das retenções de IRS, IRC e Imposto do selo, referente a julho/2017

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

21

IVA

Declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em julho/2017, localizadas noutros Estados membros

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000€ no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

21

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em julho/2017

Sujeitos passivos do IVA

31

IRS/IRC

Declaração mod 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em junho de 2017

Entidades pagadoras dos rendimentos

31

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado noutro Estado membro ou em país terceiro

Sujeitos passivos do IVA (exceto os abrangidos pelo regime de isenção do artº 9º do CIVA, artº 53º ou 60º), que tenham suportado o IVA no estrangeiro no ano de 2016

58 act ualidad€

Agosto de 2017

Observações

É ainda aplicável aos sujeitos passivos do IVA, isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços que se considerem localizadas noutros estados membros da UE Comunicação por:

- transmissão eletrónica de dados, em tempo real, através do Webservice da AT; - envio do ficheiro SAF-T (PT), através do Portal das Finanças - recolha direta no Portal das Finanças

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

Área de Atividade

BE170138

F

BE170139

F

13/04/1979

ESPANHOL/ INGLÊS/ POLACO

PROFESSORA DE ESPANHOL

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ GALEGO/ INGLÊS

JORNALISMO

BE170140

M

24/03/1972

BE170141

M

22/07/1954

INGLÊS

ÁREA COMERCIAL E APOIO AO CLIENTE

BE170142

F

09/10/1988

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

BE170143

F

07/12/1984

INGLÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

COMUNICAÇÃO SOCIAL

BE170144

F

17/06/1981

FRANCÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EVENTOS

BE170145

F

POLACO/ INGLÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO/ PORTUGUÊS

SECRETARIADO E REGISTO MERCANTIL

BE170146

F

02/12/1981

FRANCÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL

SECRETARIADO/ GESTÃO DE MARCAS INTERNACIONAIS

BE170147

M

10/04/1979

FRANCES/ INGLÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO

GESTOR DE NEGOCIOS INTERNACIONAIS

BE170148

F

15/12/1992

INGLÊS/ ESPANHOL

PLANEAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

BE170149

F

INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

BE170150

M

INGLÊS/ FRANCÊS

CONSULTORIA INFORMÁTICA

BE170151

F

BE170152

M

BE170153

M

14/11/1975 1983

INGLÊS/ FRANCÊS/ RUSSO

CONTABILIDADE E GESTÃO DE TESOURARIA

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ENGENHARIA MECÁNICA

INGLÊS

TECNOLOGIA MECÂNICA

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

n o vAegmobsrt o d e 2 0 1 47

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ac t ua l i da d € 59


espaço de lazer

espacio de ocio

De Madrid a Aranjuez en el Tren de la Fresa

Este tren histórico une desde hace 33 años Madrid y Aranjuez ofreciendo un programa de ocio cultural. Las cuatro rutas disponibles permiten conocer uno de los rincones más emblemáticos de la región.

V

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

isitar Aranjuez a bordo de una locomotora histórica se ha convertido en una de las propuestas más solicitadas por los turistas que pasan por la capital española y quieren dar un salto a este municipio madrileño cuyo paisaje cultural está clasificado como Patrimonio de la Humanidad por la Unesco. El tren histórico turístico cumple 33 años de existencia y ya es el decano de este tipo de trenes en España. Esta temporada se han incorporado nuevas rutas para ofrecer diversas opciones a los turistas. Es una propuesta diferente, muy atractiva para todas las edades y cómoda. 60 act ualidad€

Agosto de 2017


espacio de ocio

espaço de lazer

Un trayecto en tren que incluye un “salto” al pasado, con las azafatas vestidas de época que ofrecen fresones a los viajeros en el interior, un homenaje a la fruta más característica de la localidad madrileña. El viaje parte de la estación de Príncipe Pío y encabeza la composición la locomotora eléctrica 289-015, una máquina histórica de los años 70 perteneciente al Museo del Ferrocarril. Forma parte de este tren un coche de viajeros de segunda clase perteneciente a una de las primeras series de coches metálicos encargados por Renfe entre 1947 y 1953. La composición del tren la complerealizar una visita guiada al Palacio Real de Aranjuez, una visita libre al Museo de Falúas, visitas guiadas a los Jardines del Príncipe y de la Isla o un viaje a bordo del Chiquitrén o en el barco turístico por las aguas del Tajo. Desde que se pusiera en marcha este tren turístico ya han viajado en él más de 170.000 pasajeros.

tan los tradicionales cuatro coches de madera denominados “Costa”, construidos entre 1914 y 1930, que cubrían los servicios de cercanías de la compañía MZA (MadridZaragoza-Alicante), un vagón y un furgón de los años 60 destinado en su origen al Jefe de Tren. Después de una primera fase de trayectos que fue de finales de abril a finales de junio, los viajes se retoman tras el parón veraniego el 23 de septiembre hasta el 29 de octubre. Un total de 29 trayectos este año, los sábados y domingos. Según los programas elegidos es posible

Curiosidades de la línea El Tren de la Fresa rememora la puesta en marcha del primer ferrocarril de Madrid que unió la capital con el Real Sitio de Aranjuez. Ese primer tramo de apenas cincuenta kilómetros era en realidad un planteamiento estratégico que nacía “buscando el mar” y que se pudo consolidar gracias al tesón y a la osadía de su promotor, el marqués de Salamanca. En un principio, la línea MadridAranjuez fue considerada como un medio para el divertimento de la Corte, pero también sirvió para abastecer al mercado de Madrid de las frutas y hortalizas regadas por el río Tajo. Desde que comenzó a funcionar el servicio de esta segunda línea peninsular, contó con gran aceptación entre la población, fundamentalmente por el envío de los productos de la huerta ribereña a Madrid, destacando la emblemática

fresa, producto por excelencia del Real Sitio que da nombre al Tren. Antes del camino de hierro MadridAranjuez, el desplazamiento duraba alrededor de seis o siete horas, con una única diligencia al día de no más de veinte viajeros. Después hubo tres trenes diarios con capacidad de hasta 690 personas, con una duración de hora y media aproximadamente. 

Datos de interés • Horarios: 23, 24 y 30 de septiembre / 1, 7, 8, 14, 15, 21, 22, 27, 28 y 29 de octubre. Tren de salida a las 09.50 y tren de regreso a las 18.30 h. • Precios: Adultos, de 23 a 30 euros (según itinerario elegido). Niños (de 4 a 12 años), de 9 a 15 euros (según itinerario elegido). Menores de 4 años que no ocupen una plaza, entrada gratuita. • Venta de entradas: Estaciones de ferrocarril que dispongan de venta anticipada. Agencias de viajes. Renfe: 902 320 320 (venta telefónica) / www.renfe.com (venta internet).

Agosto de 2017

ac t ua l i da d € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

A terceira vida do Leopold, por Tiago Feio Mantém-se o nome, Leopold, que nasceu numa cozinha de Viena, passou pela

Mouraria e agora está no Palácio Belmonte, perto do Castelo de São Jorge. Tiago Feio continua a chefiar a cozinha, fazendo desfilar vários pratos, num menu apenas servido ao jantar, em ambiente intimista.

H

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro

á um cartaz do museu Leopold (Viena), que reproduz um auto-retrato do Egon Schiele, aludindo à maior coleção do pintor austríaco, que é detida pela instituição. O artista morreu aos 28 anos, vítima da peste espanhola, mas a arte que produziu impressionou o colecionador Rudolf Leopold, que comprou muitos dos seus trabalhos, atualmente expostos no museu com o mesmo nome. Ana Cachaço, mulher do chefe Tiago Feio, adquiriu o cartaz quando viveu em Viena. “Estava exposto na cozinha de Viena e depois passou para a de Lisboa”, recorda o cozi-

62 act ualidad€

Agosto de 2017

nheiro, acrescentando que quando sem exaustor. “Isso forçou-nos a adapdecidiram os dois abrir um restauran- tar a cozinha às restrições e a sermos te, o nome Leopold foi o escolhido: mais criativos”, explica Tiago Feio. “Queríamos reproduzir o ambiente Neste primeiro restaurante serviam de conforto e intimidade da nossa pratos simples, cozinhados a vácuo cozinha no restaurante e o cartaz foi connosco. Continua connosco e o nome mantém-se porque continuamos a querer o mesmo neste novo Leopold. O espírito pessoal mantém-se.” O primeiro Leopold funcionava num espaço pequeno, na Mouraria, em Lisboa, sem fogão e


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ou através de técnicas alternativas ao uso do fogão. Tudo se passava à vista dos clientes e à mesa chegava comida experimentalista, que privilegiava os sabores originais dos produtos, na maioria biológicos. Um dos clientes, Frédéric Coustouls, dono do Palácio Belmonte (construído, originalmente, em 1449, e recuperado para se transformar em alojamento de luxo), gostou da comida e do conceito, ao ponto de desafiar Tiago Feio a comandar o restaurante que queria abrir nos domínios do Palácio. O chefe aceitou: “O projeto agradou-me porque está separado do hotel, que tem cozinha própria. Também temos independência criativa e de gestão.” A proposta aconteceu no início de 2016 e o novo Leopold abriu em abril deste ano. Pelo meio, enquanto aguardava que ficasse tudo pronto para funcionar na nova morada, o Leopold foi saciando os clientes num espaço pop up, que trabalhou só no verão. Com entrada pelo Pátio de Dom Fradique, o Leopold ocupa um espaço

térreo, anexo ao palácio. A cozinha aberta mantém-se, porém agora dotada das condições de trabalho necessárias a uma cozinha profissional. Dali sai um menu composto por sete, oito ou nove pratos, para degustar ao longo de um jantar sem pressas. A sazonalidade e a disponibilidade de produtos frescos ditam as mudanças a operar no menu, que custa 45 euros. Entre os primeiros pratos poderão estar ostras com folhas e flores, espargos, túbaros com especiarias e pão com manteiga de ovelha e algas. Também encontrará ovo com cogumelos shitake e trigo sarraceno. Há sempre um prato de peixe cru, servido com plantas da Ria Formosa. No que diz respeito à carne, o chefe não prescinde do novilho dos Açores, servido com algas e mizuna. Na altura em que visitámos o Leopold, as estrelas da sobremesa eram as cerejas, em creme, acompanhado de “areia” de cogumelos boletus do Alentejo e cubos de beterraba macerada em açúcar. O escanção Olavo Rosa também

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integra a equipa, elegendo para a adega sobretudo marcas de vinhos de pequenos produtores. A preocupação de Tiago Feio é proporcionar “uma refeição rica em sabores e diferentes texturas”, assente na “qualidade de produtos locais”. O chefe, natural do Porto, começou a interessar-se pela cozinha enquanto estudava arquitetura e trabalhava num restaurante para ajudar a pagar as contas: “Era um restaurante de Matosinhos onde aprendi a respeitar os produtos. O peixe chegava à cozinha duas horas depois de morto. A qualidade e o sabor era uma prioridade. Depois comecei a estudar por minha conta, a ler livros técnicos, livros de química, …” Mais tarde, foi trabalhar com o chefe Miguel Castro e Silva no restaurante Largo. “No Largo aprendi muito também”, remata o chefe. 

Restaurante Leopold Pátio de Dom Fradique, 12, Lisboa Telefone: 21 8861697

Agosto de 2017

ac t ua l i da d € 63


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Agenda cultural Livro

“Assassinos da Lua das Flores”

Sabia que “nos anos 1920, a população mais rica per capita não era a parisiense ou a nova-iorquina”, mas sim “a dos índios Osage, no Oklahoma, graças à descoberta de uma imensa jazida de petróleo nos seus territórios”. A riqueza da tribo foi largamente noticiada na imprensa da época. A certa altura, “misteriosamente, os Osage começaram a ser assassinados, e a comunidade mais rica do planeta passou a ser também a que registava o índice mais elevado de vítimas de homicídio”. Na sinopse recorda-se que “muitos dos que tentaram investigar estes crimes encontraram um destino semelhante”. Isto porque “desesperados, os Osage viraram-se então para o Federal Bureau of Investigation (FBI), criado recentemente — e o seu caso tornou-se um dos primeiros a ser investigado sob a tutela de J. Edgar Hoover”. Destes factos parte o livro “Assassinos da Lua das Flores”, de David Grann, que procura relacionar, quase um século depois, “a matança dos índios Osage e o nascimento do FBI”, como sugere o subtítulo. David Grann, escritor e jornalista da revista New Yorker, “passou quase metade de uma década a investigar esta história sinistra e dramática, que envolveu todas as áreas da sociedade: médicos que tratavam os índios e que realizavam as autópsias, advogados que forjavam e falsificavam testamentos, xerifes da região e políticos”.

64 act ualidad€

Agosto de 2017

Teatro

Alice, a louca empreendedora Durante uma investigação sobre a história da prostituição no Cais do Sodré, em Lisboa, Roger Mor recolheu inspiração para a sua primeira peça de teatro, o monólogo “Alice no País dos Bordéis”. A história coloca-nos no dia 19 de setembro de 1962, a data em que “Salazar proíbe a prostituição, ordena o fecho dos bordéis e acaba com o estatuto das matriculadas em Portugal (o exercício da profissão era legal desde que a meretriz fizesse inspeções médicas semanais e tivesse a prova na sua cédula)”. Como apurou Roger Mor, “desde 1949 que se tentava impor a proibição, mas a lei aprovada nesse ano não surtira qualquer efeito e só em 1962, depois de muita pressão da igreja, o Estado Português, com o decreto-lei 44579, decide acabar com a mais velha profissão do mundo”. A proibição desencadeia “um alvoroço nos bordéis e o medo instala-se”. É neste contexto que conheceremos Alice, a quem chamam de “Louca”, “devido ao seu comportamento imprevisível”. A protagonista “vê nesta mudança uma oportunidade e decide dar um novo rumo à sua vida”, revelando uma outra faceta, a de empreendedora. A peça centra-se na personagem de Alice, interpretada, ora pela atriz Sofia Portugal, que também encenou o espetáculo, ora pelo ator Francisco Beatriz, em distintas sessões. “Os segredos da má-vida de Alice vão deixar muitos de boca aberta, mas a sensual meretriz depressa vai ensinar como a fechar para que algo mais rentável se abra”, lê-se na sinopse do espetáculo, que garante também: “Mistério, intriga, crime e paixão num discurso arrebatador que ajuda a viajar até à Lisboa dos anos 60 e a conhecer algumas das incríveis histórias das meninas que habitaram a mais amorosa das pensões.” A sinopse explica ainda que se trata de “um espetáculo intimista para maiores de 18, não recomendado a adultos sensíveis à crueza da realidade”. A peça dura 25 minutos, podendo ser prolongada com um jantar, onde é servido um menu de degustação da responsabilidade do chefe Guilherme Spalk: “Os corajosos podem ir mais fundo e aceitar o convite de Alice para a sua sala secreta, onde ensina a fechar as pernas e a abrir a boca para descobrir o verdadeiro sabor da vida.”

Até 31 de agosto, na Pensão Amor, em Lisboa

Exposições

Guerreiros de Xian, em terracota, “invadem” Cordoaria Nacional Descoberto por acaso, em 1974, na China, por agricultores, o chamado exército de terracota integra mais de 8.000 figuras de guerreiros, cavalos, carruagens e armas (em dimensões reais) feitos de terracota. O conjunto faz parte do mausoléu do primeiro Imperador da China, Qin Shi Huang, considerado pela UNESCO Património da Humanidade. Na Cordoaria Nacional, pode ver mais de 150 reproduções em tamanho real do exército de terracota, oportunidade para conhecer melhor a cultura militar chinesa. A mostra já percorreu diversas cidades europeias e inclui


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também um filme onde é documentada a história da descoberta do célebre Exército de Terracota dos Guerreiros de Xian.

Até 10 de Setembro, na Cordoaria Nacional, em Lisboa

Serralves recebe representação da Bienal de São Paulo ”Incerteza viva: Uma exposição a partir da 32ª Bienal de São Paulo” traz ao Porto trabalhos de 14 artistas e coletivos: Gabriel Abrantes, Jonathas de Andrade, Sonia Andrade, Cecilia Bengolea /Jeremy Deller, Alicia Barney, Lourdes Castro, Öyvind Fahlström, Priscila Fernandes, Carla Filipe, Leon Hirszman, Grada Kilomba, Lais Myrrha, Vídeo nas Aldeias, Bárbara Wagner / Benjamin de Burca. A mostra resulta de uma colaboração entre a Fundação Bienal de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e foi “organizada tendo em vista um entendimento comum sobre a importância das relações entre Brasil e Portugal no plano artístico”. A iniciativa “procura ampliar o impacto e a abrangência da Bienal e evidencia o compromisso de ambas as instituições com a difusão da arte contemporânea a nível global” Para a apresentação no Parque de Serralves foram encomendados cinco pavilhões a ateliês de jovens arquitetos do Porto

(depA, Diogo Aguiar Studio, Fahr, fala atelier e Ottotto). Estas estruturas, distribuídas por vários locais do Parque, vão apresentar obras de Gabriel Abrantes, Jeremy Deller / Cecilia Bengolea, Priscila Fernandes, Barbara Wagner / Benjamim de Burca e Jonathas de Andrade. Ainda no Parque, Carla Filipe irá apresentar uma obra construída a partir da recolha de plantas comestíveis não-convencionais (PANCS), Alicia Barney mostrará o Vale de Alicia e estará também patente uma obra sonora de Öyvind Fahlström. No Museu, serão mostradas obras de Lais Myrrha, Lourdes Castro, Vídeo nas Aldeias, Leon Hirszman, Grada Kilomba e uma instalação de Sonia Andrade na Galeria Contemporânea.

Até 1 de outubro, em Serralves, no Porto Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

”Viriato” e Ana Moura no Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida A decorrer desde 5 de julho, a 63.ª edição do Festival de Teatro Clássico de Mérida irá prolongar-se até 27 de agosto. A atual edição conta com sete peças: Orestíada, de Esquilo; Calígula, de Albert Camus; Troianas, de Eurípides; Séneca, de Antonio Gala; A Bela Helena, de Jacques Offenbach; A Comédia das Mentiras, de Pep Anton Gómez e Sergi Pomermayer, a partir de la obra de Plauto; e Viriato, de Florián Recio.

a avareza, a cegueira para a misericórdia são o motivo pelo qual a história do homem na guerra seja a norma e a paz a exceção”. O festival é um dos mais antigos no domínio do teatro clássico, tendo sido realizado pela primeira vez em 1933 na monumental cidade espanhola de Mérida, rica em património arquitetónico testemunho da passagem dos romanos pela Península Ibérica.

A programação inclui também um concerto com a fadista portuguesa Ana Moura, que atuará a 17 de agosto num espetáculo com o agrupamento Novas Vozes Búlgaras. A presença portuguesa faz-se sentir também através do espetáculo sobre o herói lusitano “Viriato”. A peça “é uma reflexão sobre as guerras” e sobre “como a luta pelo poder,

Além das peças de teatro, o festival prevê também várias intervenções espalhadas por zonas icónicas de Mérida como o Templo de Diana, o Pórtico do Foro e as Termas da rua Pontezuelas, “devolvendo a estes privilegiados cenários a cultura clássica greco-latina” durante o verão.

Até 27 de agosto, em Mérida Agosto de 2017

ac t ua l i da d € 65


últimas

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Statements Para pensar

“Em comparação com a última missão, a situação económica e financeira de Portugal, a curto prazo, melhorou. A recuperação continuou a intensificarse e foram realizados progressos importantes na resposta aos riscos a curto prazo. De um modo geral, o ajustamento económico de Portugal, assente também no programa de ajustamento macroeconómico, tem sido louvável. Para o futuro, o desafio consiste em manter esta dinâmica. A este respeito, são essenciais reformas ambiciosas”

Comissão Europeia e Banco Central Europeu, sobre a situação económica em Portugal, “Expresso”, 5/7/2017

• Assessoria ao Comércio Externo • Missões Empresariais • Serviço de Tradução e Intérprete • Recuperação de IVA • Seminários / Conferências • Almoços de empresários • Revista Actualidad€ Economia Ibérica • Torneio Ibérico de Golfe e Padel • Eventos sociais • Formação

“Prossegue as suas discussões com as autoridades portuguesas sobre um plano de reestruturação que garanta o regresso à viabilidade a longo prazo do Novo Banco”

Comissão Europeia, sobre aprovação de compra do Novo Banco pela norte-americana Lone Star, “Expresso”, 10/7/2017

“No passado recent e, o défice no primeiro trimestre tem vindo a revelar-se superior ao registado nos restantes trimestres do ano. O resultado obtido pode, assim, ser considerado como uma indicação positiva para o cumprimento da meta fixada pelo Governo para o défice orçamental: 1,6% do PIB no Orçamento do Estado para 2017 e 1,5% no Programa de Estabilidade”. ” Conselho das Finanças Públicas (CFP), sobre o análise de execução orçamental do primeiro trimestre deste ano, “Jornal de Negócios”, 12/07/217

Interlocutor Privilegiado nas Relações Bilaterais Portugal / Espanha www.portugalespanha.org Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º Piso, 1050-155 Lisboa Tel Geral: (+351) 213 509 310, e-mail: ccile@ccile.org

“Futuro da CP passa por operar vários destinos em Espanha [através de um acordo com a Renfe]” Manuel Queiró, ex-presidente da CP, “Expresso”, 1/7/2017




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