Actualidad
Economia ibérica
Desafios
Oportunidades
abril 2019 ( mensal ) | N.º 262 | 2,5 € (cont.)
Indústria portuguesa
do vidro na linha da frente Repsol Portuguesa posiciona-se como companhia multienergia pág. 14
pág. 38
Ministra da Cultura quer aprofundamento de parcerias com empresas pág. 56
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Índice
Foto de capa
índice
BA Glass
Nº 262 - abril de 2019
Actualidad
54.
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro
El vino portugués despierta interés entre los españoles
Grande Tema
Indústria do vidro: as oportunidades e os desafios
38.
Colaboraram neste número Carla Rebelo e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org
Editorial 04.
O copo ainda está meio vazio?
Opinião
E mais...
06.
08. Apontamentos de Economia 14.Grande Entrevista 28.Marketing 32.Fazer Bem 46. Advocacia e Fiscalidade 50. Setor Imobiliário 54.Vinhos & Gourmet 56.Eventos 60. Setor Automóvel 62.Barómetro Financeiro 64.Intercâmbio Comercial 66.Oportunidades de Negócio 68.Calendário Fiscal 69.Bolsa de Trabalho 70.Espaço de Lazer 74. Statements
As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.
Vivemos momentos positivos, com uma contratação mais inclusiva e consolidação das apostas na eficiência e inovação - Carla Rebelo
Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Maria Celeste Hagatong
Atualidade 20.
La incertidumbre en los mercados no frena las inversiones en la Península Ibérica
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Ciclo de conversas sobre percurso profissional arranca no Palácio Palhavã
Câmara de Comércio e Indústria
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editorial editorial
O copo ainda está meio vazio?
Foto Sandra Marina Guerreiro
A
notícia e a imagem da sas embalagens não são recicladas não é suficiente, já que fica muito baleia encontrada morta e vão parar ao mar, acabando por vidro de fora e mesmo o que chega com 40 quilos de plástico matar a vida marinha, como acon- aos vidrões nem sempre está em conno estômago, na costa das teceu com a baleia encontrada nas dições de ser reciclado. Para incentivar a reciclagem está a ser estuFilipinas, no passado mês Filipinas. A pressão sobre o consumo de dada a possibilidade de remunerar de março, voltou a acionar a sirene da consciência ambiental mundial plástico descartável deverá inspirar quem recicla (em vales de compras). Outro obstáculo ao processo de para a necessidade de baixar o a busca por alternativas, no universo consumo mundial de plástico des- da indústria de embalagens. O vidro reciclagem tem a ver com a vocaé uma das alternativas em vigor, ção exportadora desta indústria em cartável. A mesma sirene que a revista tendo a seu favor o facto de ser feito Portugal (o mercado externo repreNational Geographic fez soar em de matérias-primas naturais e de senta mais de 70% das vendas totais junho do ano passado, quando poder ser reciclado na totalidade e de vidro de embalagem), o que faz colocou na capa a imagem do “saco infinitamente, sem alterar as suas com que a taxa de retorno em vidro de plástico icebergue”, criada pelo propriedades iniciais. Os primei- reciclado seja consideravelmente infeartista mexicano Jorge Gamboa, ros vidrões apareceram em Portugal, rior ao vidro produzido (já que muipara ilustrar o artigo em que se em 1983 e a indústria vidreira cedo tas embalagens são exportadas). Todas estas questões que deixam alertava para a perspetiva de o percebeu que poderia ganhar com a “o copo meio vazio”, estão a ser anaoceano, em 2025, poder passar a reciclagem… O processo de fabrico de vidro a lisadas pelos protagonistas do setor conter uma tonelada de plástico por cada três toneladas de peixe. partir de outros vidros gasta menos do vidro. A boa notícia é que há Se nada for feito para travar o energia, consequentemente liberta potencial para melhorar e é nisso consumo de plástico descartável menos dióxido de carbono e fica que estão a trabalhar as empresas e a poluição dos mares, em 2050, mais barato. A reciclagem de vidro do setor, como poderá verificar os oceanos terão mais plástico do é hoje incontornável e alimenta a através do tema de capa desta que peixes. No artigo lia-se ainda própria indústria, funcionando como edição. Aumentar a reciclagem de que cada minuto que passa, um matéria-prima de uma parte da pro- vidro é um dos grandes objetivos, milhão de garrafas de plástico são dução de vidro, já que os fabricantes a par com a inovação no sentido compradas no mundo. Muitas des- são também recicladores. No entanto, de criar embalagens de vidro mais leves, bem como aumentar o peso da energia elétrica no processo de produção, face a outras formas de energia mais poluentes. Também a “atacar” várias frentes está a Repsol em Portugal. Na “Grande Entrevista” deste mês, Armando Oliveira, novo administrador-delegado da Repsol Portuguesa, explica quais são essas frentes. Sendo a sustentabilidade uma preocupação mundial, a companhia a apostar em energias de baixas emissões, como o autogás e a eletricidade para veículos.
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E-mail: smarques@ccile.org
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opinião opinión
Por Carla Rebelo*
Vivemos momentos positivos, com uma contratação mais inclusiva e consolidação das apostas na eficiência e inovação
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ma contratação mais rá a mostrar sinais de vitalidade inclusiva foi um dos aspe- enquanto os investidores considetos positivos que marca- rarem que Portugal tem vantagens ram o emprego em 2018. Antecipamos que 2019 será um ano de consolidação de apostas “2018 foi exigente para na eficiência e inovação e alerta todos os players do para algumas ameaças. O ano de 2018 foi exigente para nosso setor de RH. Dos todos os players do nosso mercado setores da indústria aos e especificamente do nosso setor de recursos humanos. Dos setores da serviços, praticamente indústria aos serviços, praticamente todas as empresas de todas as empresas de norte a sul do país sentiram e experienciaram norte a sul do país sengrandes necessidades de contratação. tiram e experienciaram Em algumas zonas do nosso país, o crescimento do número de grandes necessidades vagas subiu e alcançou mesmo os de contratação. 20%. Mas também assistimos a muitas substituições, por ter sido Em algumas zonas, o maior a rotatividade dos colabocrescimento do número radores, quando comparado com o ano de 2017. de vagas subiu e alcanAs diferenças salariais e o ambiençou mesmo os 20%” te de trabalho (sobretudo no que respeita a qualidade da liderança e das chefias intermédias) foram os dois pontos que mais contribuíram competitivas. Contudo, demasiadas para rescisões da parte dos colabo- e prolongadas reivindicações, sem radores, salientando uma rotativi- demonstrar capacidade de diálogo, dade transversal a vários setores de convergência ou vontade de traçar atividade, mas com maior destaque planos de ação conjuntos, começam na indústria e na distribuição. a agitar demasiadas águas e a trazer O setor de indústria continua- à tona discussões sobre destinos
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alternativos a Portugal. Esta será a principal ameaça para 2019, que pode e deve ser controlada internamente. Quanto ao setor de retalho, assistimos a um começo mais lento em 2019 e a uma minimização dos tempos de contratação em épocas de sazonalidade, o que, se por um lado otimiza os indicadores imediatos de eficiência económica, coloca em risco a possibilidade de garantir a colocação dos recursos necessários num momento em que os mesmos escasseiam, além de prejudicar o serviço ao cliente, por diminutos períodos para formação e acompanhamento das equipas de reforço, que se traduzirá inevitavelmente em perdas de vendas futuras. Registamos com agrado uma evolução no que se refere à recetividade e valorização por parte das empresas quanto a colaboradores de faixas etárias superiores, conseguindo-se uma contratação mais inclusiva. E esperamos que o ano de 2019 seja de consolidação de apostas na eficiência e inovação fazendo com que todas as funções ligadas à tecnologia continuem a ter grande procura. * Diretora-geral da Adecco Portugal E-mail: carla.rebelo@adeccogroup.com
opinión Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE)
opinião
Com o Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE), as Câmaras de Comércio em Espanha, em conjunto com a CCILE, irão ajudá-lo a encontrar talento jovem na procura ativa de oportunidades de trabalho ou estágios na União Europeia. Poderá integrar na sua equipa de pessoal jovens com: • Um elevado nível em idiomas. • Uma formação e experiência adaptadas às suas necessidades. • Uma atitude e motivação para empreender uma nova aventura no estrangeiro. • Competências profissionais necessárias para desempenhar as suas tarefas e funções de forma profissional. Como funciona As Câmaras de Comércio encarregam-se de selecionar os perfis que mais se adequam às necessidades da sua empresa e oferecem uma formação virada para a mobilidade. Além disso: • Através da plataforma-Câmaras a nível europeu, a sua empresa terá entre os jovens uma projeção e reconhecimento internacionais. • Facilitamos-lhe o contacto com candidatos selecionados, possuidores de qualificações e competências necessárias para se integrarem num novo trabalho. • Realizamos um acompanhamento exaustivo da estadia do jovem na sua empresa. • Colocamos à sua disposição uma pessoa de contacto na Câmara que o ajudará durante o processo de acolhimento dos jovens. • Como empresa colaboradora, poderá obter o Selo de Empresa Comprometida com o Emprego Jovem. Para mais informações: www.programapice.es Contactos: Maria Luisa Paz mpaz@ccile.org / 918 559 614
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
BFF Banking Group estabelece parceria com BBVA em Portugal para factoring sem recurso A BFF Banking Group, companhia especializada no fornecimento de serviços financeiros a operadores europeus na área dos serviços de saúde e Administração Pública, e o BBVA – grupo financeiro global – assinaram um acordo de parceria para estender os serviços de factoring sem recurso fornecidos pelo BFF Banking Group a clientes daquele banco em Portugal. “Este protocolo vai contribuir para prestar um maior apoio às empresas nas suas relações comerciais com a Administração Pública, concedendo-lhes liquidez e melhorando os seus índices financeiros através dos serviços de factoring ”, esclarece o BFF Banking Group. Nuno Francisco, branch manager do
BFF Banking Group em Portugal, refere que no âmbito desta parceria “o BFF Banking Group poderá facilitar ainda mais as relações comerciais entre as empresas e a Administração Pública”. O BFF Banking Group, cotado na Bolsa de Milão, é o banco líder no mercado da gestão e aquisição sem recurso de créditos comerciais sobre entidades da Administração Pública na Europa. O grupo opera nos mercados de Itália, Polónia, República Checa, Eslováquia, Espanha, Portugal, Grécia e Croácia. Em 2018, o BFF Banking Group atingiu um resultado líquido ajustado consolidado de 91,8 milhões de euros, com um rácio de 10,9% CET1 do grupo em dezembro de 2018.
Corticeira Amorim abre nova fábrica nos EUA
A líder mundial do setor corticeiro inaugura, a 2 de abril, uma nova fábrica nos EUA, num investimento superior a oito milhões de euros, revelou o “Dinheiro Vivo”. Esta unidade em Napa Valley (Califórnia) será a nova sede da Portocork América, onde irão ser concentrados todos os serviços da subsidiária, que foi fundada em 1982 e que é uma das 52 empresas de distribuição que a Corticeira Amorim tem espalhadas pelo mundo. A Portocork America comercializa as rolhas naturais “de alta qualidade” da Amorim nos EUA, que tradicionalmente era o maior mercado da Corticeira, mas que no ano passado foi destronado pela França.
Garland antecipa que exportações nacionais para os EUA aumentem após guerra comercial
O comércio internacional, no qual as empresas de transportes desenvolvem um papel fundamental, está em mudança. Sejam as guerras comerciais lançadas pelo Presidente dos Estados Unidos, a revolução tecnológica ou o que ainda estará por vir, como o Brexit – são vários os fatores que atualmente determinam os negócios no mundo. Nascida há pouco mais de um ano de uma reestruturação no seio do Grupo Garland, a Garland Transport Solutions já viu aumentar os movimentos de mercadorias de Portugal para os Estados Unidos, uma realidade impulsionada pela guerra comercial entre os norte-americanos e a China. Recorde-se que, cumprindo uma das suas promessas eleitorais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou em setembro do ano passado com a imposição das taxas alfandegárias mais altas de sempre sobre 200
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mil milhões de dólares de importações da China, cerca de metade. Esta foi a mais forte ofensiva de um conflito que começou em março de 2018, mas que tem subido de tom de ambos os lados. “O conflito entre os Estados Unidos e a China está já a fazer aumentar as exportações portuguesas para a América para compensar a ausência de produtos chineses em setores como têxtil, calçado, cerâmica, entre outros. Para responder a esta tendência de mercado, a Garland Transport Solutions assinou recentemente uma parceria com uma transportadora norte-americana, que marca presença em todos os Estados Unidos”, explica Peter Dawson. O presidente do Grupo Garland está expectante: “Acreditamos que as exportações portuguesas para os Estados Unidos terão condições para continuar a crescer no próximo ano”.
Crescimento de 4% e novos serviços Cerca de um ano e meio após o seu lançamento, a Garland Transport Solutions registou em 2018 um crescimento de 4%, terminando o ano com um volume de negócios a rondar os 53,4 milhões de euros. Segundo Peter Dawson, este incremento é notório em todas as áreas dos transportes, mas as vias marítima e aérea têm registado um crescimento superior à terrestre. Desde o início do ano, a Garland Transport Solutions arrancou com uma série de novos serviços em mercados estratégicos, nomeadamente, o espanhol, disponibilizando, no âmbito da parceria com a Palletways, dois serviços diários de e para Madrid, um outro diário de ida e volta para a Galiza e, por último, um serviço três vezes por semana de e para Barcelona. Outros mercados estratégicos são o Japão, a Alemanha e a Itália.
Breves Sonae aumenta lucros para 222 milhões de euros em 2018 A Sonae SGPS fechou 2018 com um resultado líquido de 222 milhões de euros, valor que representa um aumento de 33,7% face ao exercício anterior. A empresa coliderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério tirou partido da evolução positiva dos indicadores operacionais (receitas e EBITDA) das principais áreas de negócio. A Sonae Sierra passou a ser integrada totalmente nas contas, que no quarto trimestre incluem um impacto positivo de 39 milhões de euros com venda de ativos. As receitas aumentaram 8,1% para 5.951 milhões de euros, com o retalho a crescer a dois dígitos (10,1%). O EBITDA subjacente aumentou 8,4% para 372 milhões de euros e o EBITDA total subiu 26,7% para 483 milhões de euros, o que corresponde a uma melhoria da margem em 1,2 pontos percentuais, para 8,1%. Ângelo Paupério destaca em comuni-
cado que “2018 foi um ano de sucesso para a Sonae, que cresceu significativamente, melhorou rentabilidade e concluiu uma importante fase do seu desenvolvimento estratégico”. A Sonae destaca que a unidade de retalho alimentar, a Sonae MC, alcançou um “crescimento recorde da última década”, com as 1.085 lojas da companhia a gerarem um volume de negócios de 4.158 milhões de euros (+7%), o que gerou um aumento do EBITDA subjacente para 228 milhões. Ainda no retalho, a Worten superou os mil milhões de euros de volume de negócios (+7,6%), com as vendas comparáveis a crescerem 5,6% e o EBITDA a estabilizar nos 35 milhões de euros. Na Sonae S&F (artigos de vestuário e desportivos) as receitas aumentaram 1,9%. A Sonae Retalho aumentou as receitas em 10,1% e registou um crescimento de 8,6% no EBITDA.
Grupo Moldtrans inicia serviço de transporte marítimo com o México
O grupo Moldtrans, destacado operador ibérico de transporte terrestre internacional, marítimo, aéreo, de distribuição nacional e de logística, iniciou um serviço de transporte marítimo entre Portugal e México (com consolidação em Valência), em colaboração com a empresa mexicana Gain Soluciones Logísticas. Este novo serviço marítimo está pensado para facilitar as trocas comerciais entre as empresas de ambos os países, que se têm estado a consolidar. Os envios são feitos entre os por-
tos de Valência (na foto) e de Veracruz, México, com um tempo de trânsito de 18 dias, aproximadamente. Atualmente, o México é o maior sócio comercial de Espanha na América Latina; a Espanha, por sua vez, é o segundo maior destino comercial mexicano na União Europeia. De acordo com o Icex, as exportações espanholas para o México subiram 12,3% em 2017, para os 4.598 milhões de euros. As importações espanholas de produtos mexicanos ascenderam a 4.059 milhões de euros, um aumento de 18% face a 2016. Portugal, que registava uma quebra desde 2011 até 2015, começa a manter uma relação mais interessante, crescente, e este serviço procura dar resposta a tal mercado emergente, com o objetivo de alimentar as possíveis trocas comerciais entre Portugal e México, adianta o grupo transportador.
Bosch investe mais 38 milhões de euros para expandir instalações de Braga A multinacional alemã Bosch expandiu as suas instalações industriais em Braga com dois novos edifícios que representam um investimento de 38 milhões de euros. A empresa inaugurou as novas instalações da Bosch Car Multimedia, que representa o principal pólo industrial e de inovação da Bosch, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Os dois novos edifícios aumentam em 21 mil metros quadrados os 54 mil metros quadrados já edificados no complexo e servirão cerca de 3.700 trabalhadores, sendo que esta expansão permitirá à Bosch chegar aos quatro mil colaboradores ainda este ano. O administrador técnico da Bosch em Braga e representante do grupo em Portugal, Carlos Ribas, citado em comunicado, afirma que “a Bosch vê um enorme potencial em Portugal e vai continuar a investir no país. Vamos continuar com uma aposta clara na criação de conhecimento crítico e soluções inovadoras nas áreas da mobilidade autónoma e conetada”. O novo edifício, que conta com uma área de produção de dez mil metros quadrados, servirá para produzir “sistemas inovadores de infotainment e painéis de instrumentação digitais marcas automóveis de renome a nível mundial”. Em Portugal, a Bosch emprega cerca de 5.800 pessoas. BPI e Agência Nacional de Inovação formalizam parceria no âmbito dos Prémios Empreendedor XXI O BPI estabeleceu uma parceria com a Agência Nacional de Inovação (ANI), através do “Programa Born from Knowledge”, para apoiar as empresas portuguesas que concorreram à segunda edição dos Prémios Empreendedor XXI. Um total de 300 startups de Portugal candidataram-se, este ano, aos Prémios Empreendedor XXI, uma iniciativa organizada pelo BPI e pelo DayOne, divisão do CaixaBank especializada para empresas tecnológicas inovadoras e respetivos investidores. Os Prémios Empreendedor XXI contam também este ano com o alto patrocínio do Ministério da Economia. As empresas vencedoras dos dois prémios territoriais em Portugal serão conhecidas nos dias 3 (Lisboa, Sul e Ilhas) e 4 de abril (Norte e Centro). Cada um dos vencedores receberá cinco mil euros atribuídos pelo BPI e pelo DayOne. No âmbito da parceria agora firmada, a ANI, através do programa “Born from Knowledge” (BfK), irá premiar o melhor candidato nacional “nascido do conhecimento científico e tecnológico”, com um prémio monetário de cinco mil euros e uma peça de arte “Árvore do Conhecimento”, da autoria do artista Leonel Moura. Os prémios setoriais serão atribuídos a 14 de maio, em Madrid, durante o DayOne Innovation Summit. A estes prémios concorrem empresas portuguesas e espanholas em cada um dos seis setores destacados, desde o agro tech, ao health tech.
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Breves Sonae Sierra aumenta lucros de 2018, para os 110 milhões de euros A Sonae Sierra manteve o foco no desenvolvimento da sua estratégia de longo prazo: reciclagem de capital, crescimento da sua atividade de prestação de serviços e desenvolvimento de novos projetos, o que resultou num desempenho operacional sólido e num nível robusto de capital reciclado. Em 2018, a Sonae Sierra vendeu perto de €600 milhões de valor bruto de ativos em centros comerciais com ganhos significativos, viu o EBIT dos serviços crescer 11% face ao ano anterior, investiu mais de €165 milhões em expansões, como a do NorteShopping, no desenvolvimento de dois outlets centres em Espanha e na Grécia, e na construção de um novo centro comercial na Colômbia, que abriu em fevereiro de 2019. O EBIT cresceu 2,8%, refletindo a melhoria no desempenho do seu portefólio na Europa e no Brasil, bem como a melhoria no desempenho da área de serviços. O portefólio da Sonae Sierra na Europa registou um aumento de 2,1% nas vendas dos lojistas face a 2017. Destaca-se um crescimento significativo em Espanha e na Roménia, onde as vendas dos lojistas cresceram 10,8% e 11,5%, respetivamente, em resultado do aumento do portefólio em Espanha e da melhoria operacional do Parklake, na Roménia. Certif consolida liderança e reforça atividade no exterior A Certif manteve, em 2018, a rota de constante crescimento e consolidação da posição de liderança na certificação de produtos e serviços e na marcação CE nos produtos de construção. As relações internacionais ocupam um espaço relevante na atividade da Certif, que aumentou a sua faturação no exterior de 35 para 36,5%, sendo ainda de salientar que uma grande parte da sua atividade está ligada a produtos que se destinam à exportação. Com o objetivo de chegar às necessidades dos seus clientes e fabricantes nacionais, a Certif tem procurado desenvolver novos esquemas de certificação e acreditar-se ao abrigo de novas normas, por forma a poder apoiar as empresas, essencialmente, nos seus processos de exportação. Em 2018, e sendo o core business da associação a certificação de produtos (em conjunto com a marcação CE), esta representou 78,5% do volume de negócios, dos quais 66% se refere aos produtos de construção. Na área da certificação de serviços, foram emitidos em 2018 mais de 160 novos certificados. A certificação de sistemas de gestão manteve-se como uma atividade complementar, com interesse para clientes com certificação de produto ou serviço, e entre outros, foram certificados 91 sistemas de gestão da qualidade e 12 sistemas de gestão ambiental. Na área da certificação de pessoas, foram emitidos 112 novos certificados.
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Produção automóvel dispara 33% em fevereiro
A produção automóvel em Portugal continua a aumentar. Só em fevereiro, o crescimento foi de 33% face a igual período de 2018. Já no primeiro mês do ano o crescimento homólogo tinha sido da ordem dos 26%. Os dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (Acap) indicam que, em termos acumulados, nos primeiros dois meses do ano as fábricas instala-
das em território nacional produziram 62.778 veículos automóveis, um aumento homólogo de 27,6%. A maior parte da produção (97,3%) vai para os mercados internacionais. A Europa continua a ser o destino líder nas exportações, com 98,5% – com a Alemanha (21,4%), Itália (15,4%), França (13,5%) e Reino Unido (10,9%) no topo do ranking.
António Pires de Lima é senior advisor do Bank of America O gestor e antigo ministro da Economia António Pires de Lima foi contratado pelo Bank of America Merrill Lynch como consultor para o mercado por tuguês. António Pires de Lima irá exercer funções de senior advisor, tendo como principais incumbências reforçar relações com clientes chave da instituição, bem como ajudar o banco a crescer em Por tugal, adianta o jornal “Público”. De acordo com o “Jornal de Negócios”, a atividade do Bank of America Merrill Lynch em Por tugal é gerida a par tir de Madrid, mas António Pires de Lima estará sediado em Lisboa. O responsável
estará em contacto permanente com a equipa ibérica. O responsável, que irá prestar a consultoria através da empresa que fundou em 2017, a Best Anchor, vai “trabalhar com as estruturas da instituição em Londres e Madrid”, de forma a “fazer aumentar a base de clientes do banco” em Por tugal, revela ainda o “Público”. António Pires de Lima confirmou à mesma publicação ser o único consultor do Bank of America em Por tugal e que vai substituir no cargo o advogado António Vitorino. O ex-ministro da Defesa de António Guterres, é, desde outubro, diretor-geral da Organização Internacional das Migrações.
A Finerge, empresa de exploração de energias renováveis detida por capitais australianos, comprou duas centrais eólicas em Portugal – que eram detidas em 50% pela Martifer –, por 23 milhões de euros. As centrais contam com uma potência instalada total de 18,9 megawatts (MW) e ficam localizadas em Vila Franca de Xira (12,6 MW) e em Baião (6,3 MW). “Esta aquisição está alinhada com a nossa estratégia de crescimento e é uma prova do nosso empenho em continuar a investir em Portugal. Espelha também o nosso contínuo contributo para apoiar os esforços do país no caminho para neutralidade carbónica”, disse em comunicado o presidente executivo da Finerge, Pedro Norton. A Martifer explicou que detinha 50%
de cada uma das sociedades detentoras dos parques eólicos e que a alienação se “insere na estratégia do grupo de rotação de ativos, cristalização de valor e redução da dívida”. Os outros 50% do capital eram detidos pela Sociedade de Produção de Energia Eólica (SPEE). Num outro comunicado, a Finerge explicou que os parques eólicos de Vila Franca de Xira e de Baião estão em operação desde 2009 e que a sua aquisição “está alinhada” com uma “estratégia de crescimento”, que prova o “empenho em continuar a investir em Portugal”. A Finerge é a segunda maior produtora de energia eólica em Portugal, contando no seu portefólio de 43 centrais eólicas, com uma capacidade instalada de 908,1 MW.
Santos e Vale abre 17ª plataforma logística em Portugal
A Santos e Vale inaugurou no passado dia 11 de março um novo centro logístico, em Viseu, que irá reforçar a sua capacidade numa região com uma dinâmica empresarial cada vez maior. Esta nova plataforma logística está inserida na estratégia de crescimento da empresa e vem reforçar a capacidade de recolha, tratamento e entrega dos envios dos clientes da região Centro/Norte de Portugal. “Com esta plataforma estamos mais próximos do mercado e dos nossos clientes da região Centro/Norte. No ecossistema atual, que exige cada vez
mais rapidez, proximidade e flexibilidade, as nossas operações têm que estar também mais próximas dos centros económicos e de decisão.”, referiu Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale. Com mais de um milhar de metros quadrados de área de armazém, num total de três mil metros quadrados de área total, esta nova plataforma, conta com os mais recentes equipamentos logísticos e transporte para que as mercadorias dos clientes sejam tratadas rapidamente e em total segurança. Além desta nova plataforma, a Santos e Vale conta com uma rede de mais 16 plataformas distribuídas pelo território nacional, as quais, garantem uma cobertura completa de todo o território ibérico, assegurando assim, a realização de serviços rápidos e fiáveis com preços competitivos e a máxima segurança.
em Foco Foto Sandra Marina Guerreiro
Finerge compra duas centrais eólicas à Martifer e SPEE
Gestores
Ana Carvalho (na foto) foi nomeada administradora executiva da Cosec, assumindo os pelouros Comercial e de Marketing e Comunicação, cargo em que sucede a Berta Dias da Cunha. Ana Carvalho foi, nos últimos 10 anos diretora de Desenvolvimento de Negócio de Empresas no BPI, tendo mais de 20 anos de experiência profissional na banca, no segmento business to business. Começou a sua carreira na Direção de Empresas do BPI e também integrou a equipa de Capital de Risco deste grupo. Participou ainda no lançamento da Cotec Portugal, integrou as equipas de parceiros do IAPMEI e do Turismo de Portugal, que anualmente estruturam os programas PME Líder e PME Excelência, desenvolveu o Prémio Nacional de Agricultura em estreita parceria com os seus restantes promotores e participou na organização e lançamento do primeiro fundo de private equity português, a contar com o investimento do Fundo Europeu de Investimento, entre outras iniciativas. Manuel Álvarez (na foto), presidente da Remax Portugal, é o novo presidente da Associação Portuguesa de Franchising (APF), cargo que ocupará até 2022. De acordo com os útimos dados do estudo “Censo do Franchising”, realizado anualmente pelo grupo IFE, a atividade de franchising representava, em 2017, em Portugal, cerca de 2,84% do PIB nacional, gerando um volume de negócios de 5,5 mil milhões de euros, 129 mil postos de trabalho no país e com 40 novas marcas a operar em Portugal. O ano passado, a APF registou 15 novos associados, tendo atualmente cerca de 80 marcas associadas de 21 áreas de negócio distintas. Rafael Pérez Peña (na foto) foi eleito novo Decano do Corpo Consular em Málaga. O novo Decano é Cônsul Honorário de Portugal em Málaga, desde 2003. É ainda vogal da Câmara Hispano Portuguesa (CHP). Autor de numerosas publicações, foi agraciado com diversos reconhecimentos, ao longo da sua carreira profissional, como sejam a Medalha de Prata de Mérito do Colégio de Economistas de Granada (Andaluzia), a Cruz de Mérito Policial, ou ainda a Medalha de Prata da Ordem Militar de Malta.
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Breves Solo dos de cada diez pymes españolas venden por Internet Solo el 19,61% de las compañías del país con más de diez empleados hacen ventas por comercio electrónico, según el informe “La digitalización como palanca de competitividad de la pyme” de la Comisión de Digitalización de la Cámara de España. Esto supone que, a pesar del auge del comercio electrónico, solo dos de cada diez pymes comercializan ya sus productos por internet. En este indicador de uso del comercio digital por parte de las pymes influye notablemente el tamaño de las empresas. En el caso de las empresas más pequeñas, con menos de diez empleados, solo el 4,95% venden por internet, porcentaje que se eleva en las pymes con una plantilla de 10 a 49 trabajadores (17,22%) y en aquellas con entre 50 y 249 profesionales (29,22%), y el 40,48% de las que disponen de más de 250 empleados, o cuatro de cada diez, venden por internet. Thermomix abrirá su primera tienda física en España Thermomix – la marca estrella de Vorwerk – ha presentado un nuevo modelo, el TM 6, que saldrá a la venta en España. Además la multinacional alemana añadirá novedades en el canal de ventas con la previsión de
abrir este año su primera tienda física en España, que estará ubicada en Bilbao y donde se ofertarán tanto robots de cocina como dispositivos de limpieza de la enseña. El año pasado, España adelantó a Italia y se situó como el tercer país donde se venden más robots de cocina de Vorwerk con un total de 154.746 unidades, una cifra que supuso un crecimiento de casi el 5% frente a la caída de otros grandes mercados como Francia, Alemania e Italia. “Los mercados emergentes son los que más están contribuyendo al crecimiento total, especialmente China, que triplica ventas año tras año”, afirma el director general de Thermomix España, Fernández-Simal. Para el año en curso, se han marcado como objetivo vender aquí 167 mil unidades, una cifra que esperan conseguir gracias a las recomendaciones de los que ya son clientes y al lanzamiento de la nueva máquina.
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EDP impulsa sus resultados con España El negocio de EDP en España fue decisivo para impulsar las cuentas del grupo luso el pasado año, tal y como se confirma en los resultados del 2018 presentados por la compañía en Londres. EDP es la primera eléctrica en Portugal y la cuarta en España donde tuvo un beneficio neto recurrente de 263 millones en 2018, frente a los 217 millones un año antes. España es, tras Portugal, el país que más aporta al beneficio neto recurrente del grupo, que creció un 3% el pasado año, hasta los 797 millones. España solo es superada por
el crecimiento de EDP en Brasil, donde EDP ganó un 29% más, pero este país solo aportó 111 millones a la cuenta de resultados. La distribución de luz sigue siendo una de las mayores partidas en los beneficios de EDP en España. En redes eléctricas, EDP tuvo un EBITDA de 145 millones de euros en España, en 2018, un 3% más do que en 2017.
Mercadona eleva un 6% sus ventas y un 84% sus beneficios El presidente de Mercadona ha presentado los resultados de la cadena de supermercados correspondientes al ejercicio de 2018 y las previsiones para 2019, en la que ha dado a conocer la situación actual y futura de la empresa. Mercadona ha elevado sus ventas un 6% en 2018, hasta alcanzar los 24.305 millones de euros y ha registrado un beneficio neto de 593 millones, lo que supone un crecimiento del 84% respecto al ejercicio anterior, tras realizar un esfuerzo inversor de 1.504 millones de euros para continuar con el proceso de transformación que emprendió hace dos años. Las ventas online, que se pusieron en
marcha en mayo de 2018 en Valencia por medio de la ‘colmena’ como punto de distribución, han alcanzado los 2,2 millones de euros al mes, con un aumento de pedidos del 120%. El próximo 12 de junio está previsto que se ponga en marcha este servicio en Barcelona y a finales de año o principios de 2020 en Madrid.
Iberdrola prevé crear unos 20.000 empleos en España hasta 2022 El presidente de Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, ha informado que la compañía creará 20.000 empleos en España hasta el año 2022 gracias a las inversiones de 8.000 millones de euros que tiene previsto llevar a cabo para impulsar la transformación energética. Por otro lado, Iberdrola ha traspasado los derechos de uso de su red de fibra óptica a Lyntia -antigua Ufinet España-, la empresa de fibra óptica controlada por
el fondo francobritánico Antin. La operación, valorada en 260 millones de euros, supone que Lyntia se hace con el 57% de la capacidad de la red de Iberdrola, prácticamente a perpetuidad, ya que el acuerdo establece un periodo mínimo de 50 años y un máximo vinculado a la vida útil de la infraestructura, en la que se podrán realizar, por parte de Lyntia, todas las actuaciones de renovación y mantenimiento que considere necesarias.
Breves Naturgy invertirá 955 millones de euros para crecer en renovables en España
La multinacional energética invertirá en el período 2018-2019 un total de 955 millones de euros en el desarrollo de renovables en España, lo que hará que esta compañía aumente este ejercicio un 82,8% su potencia instalada en renovables con respecto a 2018. El director de Desarrollo Renovable de Naturgy en España, Carlos
González Samano, ha avanzado que el grueso de estas inversiones se sustanciarán durante este año de 2018. Estos fondos se usarán para poner en operación este año un total de 962 megavatios en España, 712 de ellos eólicos – 45 del llamado cupo canario y 667 MW en la Península Ibérica – y otros 250 fotovoltaicos. En la junta general de accionistas el presidente de esta multinacional, Francisco Reynés, aseguró que Naturgy invertiría a nivel global 2.000 millones este año, un 70% de ellos en España, y avanzó que se pondría foco en aumentar la generación renovable de la compañía.
Las grandes eléctricas alcanzan un acuerdo para prorrogar la vida de la central de Almaraz Iberdrola, Endesa y Naturgy han alcanzado un acuerdo para la renovación de la licencia para explotar la central nuclear de Almaraz que vencía en junio de 2020 y las empresas propietarias disponían hasta el 31 de marzo para solicitar la prórroga. Han tardado meses en lograr un acuerdo sobre los compromisos que están dispuestas a firmar a cambio de la ampliación de la vida útil de entre siete y ocho años más. El principal punto del acuerdo alcanzado consiste en proyectar unas inversiones de 400 millones de euros, con la horquilla de oscilación arriba y abajo del 50%. Las tres grandes eléctricas comparten la propiedad de la central extremeña, encabezadas por Iberdrola (controla el 53%), seguida de Endesa (36%) y Naturgy (11%). Al final, el acuerdo permite alargar la vida de los dos reactores nucleares de Almaraz hasta 2027 y 2028, respectivamente. Además, garantiza el empleo en la central durante 20 o 25 años por la ampliación de la vida útil más los trabajos de desmantelamiento. Lidl es la segunda cadena de súper que más gana en España La cadena de supermercados alemana Lidl continúa con
Cepsa ganó el año pasado 753 millones de euros Cepsa obtuvo el año pasado un beneficio neto ajustado, excluyendo los elementos no recurrentes y calculando la variación de inventarios a coste de reposición, de 753,7 millones de euros, lo que supone un 14,7% menos que los de 2017. Aplicadas las normas internacionales de información financiera (NIIF) y teniendo en cuenta la citada variación de inventarios, el resultado neto de la compañía se situó en 830,2 millones de euros, un 12% superior a ese mismo resultado en 2017 y el más alto de la última década. La cifra de negocio de la compañía propiedad de Mubadala, fondo soberano de Abu Dabi, alcanzó los 24.712
millones de euros, un 19% superior al año anterior. Las inversiones, por su parte, ascendieron a 2.255 millones de euros y la deuda neta a 3.089 millones, con un ratio deuda neta/EBITDA de 1,8. Entre aquellas inversiones, destaca el acuerdo alcanzado con Adnoc en virtud del cual Cepsa ha obtenido una participación del 20% de un contrato de concesión offshore en Abu Dabi.
su imponente ritmo de crecimiento en España. En el ejercicio 2017 la compañía obtuvo un beneficio de 150 millones de euros, un 23% más que un año antes y más de cinco veces por encima de lo que ganó en 2013. Con ese resultado neto, Lidl fue ese año la segunda compañía del sector de los supermercados que más ganancias registró, solo superada por Mercadona, que obtuvo entonces unos beneficios de 322 millones. Lidl ha logrado este particular sorpaso en beneficio y ascender hasta el segundo escalón del podio del sector con una red de tiendas más reducida que la de la competencia. Como consta en sus cuentas, finalizó 2017 con 553 tiendas, por las 1.627 que alcanzó Mercadona ese año, las más de siete mil de Dia y las casi mil de los diferentes formatos de Carrefour.
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Armando Oliveira Administrador delegado da Repsol Portuguesa
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posiciona-se como companhia multienergia A rede de estações de serviço da Repsol conta, atualmente, com 465 pontos de venda, espalhados por “todos os distritos do país”, realça Armando Oliveira, o novo administrador delegado da empresa de abastecimento de combustíveis e serviços energéticos. Neste âmbito, a empresa destaca ainda “a conquista, através de concurso, de uma área de serviço na A2 em Grândola, numa autoestrada onde não tínhamos presença”. Com as atividades industrial e de gás do grupo autonomizadas em Portugal, a Repsol pretende ser cada vez mais uma companhia “multienergia”, que aposta desde já na área das energias de baixas emissões, como o autogás e a eletricidade para veículos, através de postos de carregamento rápido, adianta Armando Oliveira.
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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
uais as áreas de crescimento em Portugal e respetivo volume de negócios?
O comportamento do mercado dos combustíveis líquidos é historicamente influenciado por vários fatores, estando entre os mais importantes: a economia, o preço e a eficiência energética. O ano de 2018 foi um ano bom, já
que a economia cresceu razoavelmente e os preços, apesar da elevada carga fiscal, mantiveram-se relativamente estáveis. Assim, com a dinamização económica e o nível de preços registados, o volume de negócios da Repsol Portuguesa foi superior a dois mil milhões de euros, 15% acima do ano anterior. Estes valores deverão colocar-nos num lugar próximo da 10ª maior empresa portu-
guesa e, no que ao nosso setor de atividade diz respeito, em segundo lugar no ranking. Somos líderes ibéricos e isso permite-nos o desenvolvimento de uma oferta peninsular muito forte, bem como uma segurança de abastecimento superior à dos nossos concorrentes. Temos vindo a desenvolver, ao mesmo tempo, uma rede de ABRIL DE 2019
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grande entrevista gran entrevista parcerias muito vasta, que potencia a oferta da nossa marca e as marcas dos nossos parceiros. Como está a rede de estações de serviço, estão a expandir-se?
A rede de estações de serviço da Repsol conta agora com 465 pontos de venda e é a segunda maior rede nacional. Temos presença em todos os distritos do país e somos a “Escolha do Consumidor”, pelo terceiro ano consecutivo, um reconhecimento dos clientes à nossa qualidade de atendimento. Destaco também a conquista através de concurso, de uma área de serviço na A2 em Grândola, numa autoestrada onde não tínhamos presença. O preço dos combustíveis tem estado a aumentar em Portugal. Este fator está a afetar as vossas vendas?
Nós somos uma empresa comercial e, naturalmente, que gostamos de clientes satisfeitos. No mercado dos combustíveis os preços elevados geram insatisfação junto dos clientes e isso não é bom para uma empresa comercial. Em Portugal, temos uma carga fiscal acentuada e quando os preços são elevados isso provoca uma retração no consumo. Apesar disso, 2018 foi um bom ano. Estimamos que a nossa quota de mercado tenha subido ligeiramente. Relativamente à questão do incentivo à substituição de diesel e adoção de veículos híbridos ou elétricos, que impacto isso poderá ter, a médio prazo, nas operações da Repsol?
A eficiência energética é como anteriormente mencionado, um fator que influencia o mercado dos combustíveis líquidos. Os novos motores são mais eficientes e os veículos com as motorizações alternativas que refere, são ainda mais eficazes. Apesar disso, em 2018, o seu impacto não foi significativo. A médio prazo, seremos cada vez mais uma empresa de multienergia e iremos assistir a esta diversificação energética, comercializando um leque variado de energias. Hoje 16 ACT UALIDAD€
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em dia, para além dos combustíveis mais eficientes – Repsol Neotech –, comercializamos, na área das energias de baixas emissões, o autogás e a eletricidade para veículos, através de postos de carregamento rápido.
“A rede de estações de serviço da Repsol conta agora com 465 pontos de venda e é a segunda maior rede nacional. Temos presença em todos os distritos do país (...) Destaco também a conquista através de concurso, de uma área de serviço na A2 em Grândola, numa autoestrada onde não tínhamos presença” Que outros constrangimentos prejudicam a vossa atividade a nível de comercialização de combustíveis?
Cabe-nos transformar constrangimentos em oportunidades de negócio, tal como fizemos com a introdução dos combustíveis simples, ao promover a escolha dos combustíveis Repsol Neotech indo ao encontro das necessidades dos veículos mais recentes e com menores emissões. No futuro próximo iremos ter a fatura detalhada, que se for bem-feita poderá ser uma forma de dar mais informação ao cliente final. Esta funcionalidade terá de ser feita de forma eficiente, não acrescentando mais custos ou uma “fatura de metro”, como vemos em alguns setores, totalmente desalinhada com a mensagem da sustentabilidade.
Quais são os outros negócios do grupo Repsol em Portugal?
Em Portugal, estamos em negócios comerciais, onde, para além da Repsol Portuguesa, operamos no negócio do gás GPL, com a Repsol Gás Portugal; estamos ainda na área industrial, com a Repsol Polímeros, uma das maiores exportadoras nacionais, e temos participação no consórcio Windplus, para geração elétrica offshore. Ao nível dos recursos humanos, qual a perspetiva de evolução, valorização e de crescimento do vosso efetivo?
As pessoas são a parte mais importante, sobretudo aquelas que dão a cara aos nossos clientes. Fazemos mais de um milhão de transações por semana e são todos aqueles colaboradores que representam a Repsol aos nossos clientes que nos permitem ser a Escolha do Consumidor em 2019 e que posicionam a marca Repsol enquanto melhor marca estrangeira, em termos de reputação, na área da energia e utilities. Na Repsol, temos uma grande diversidade de pessoas e, por exemplo, na operação própria de estações de serviço, uma profissão associada a trabalho masculino, a maioria dos colaboradores são mulheres. Também nessa operação de mais de 500 colaboradores, 3% são pessoas de capacidades diferentes com algum tipo de deficiência física ou cognitiva. Relativamente à evolução ou crescimento do efetivo de pessoal, saliento que o número de colaboradores tem acompanhado as necessidades de negócio, havendo uma aposta na contratação de quadros jovens. E ao nível dos cargos de chefias, também existe essa preocupação de diversidade?
Sim, na equipa de direção, um terço são mulheres. Ainda não temos paridade, mas seremos, certamente, um bom exemplo no panorama das grandes empresas portuguesas.
gran entrevista grande entrevista Fundo de Empreendedores para aceleração de startups e outros projetos inovadores Recentemente a Repsol promoveu o Fundo de Empreendedores para aceleração de startups. Como correu?
Sim, trata-se de um programa da Fundación Repsol para aceleração de startups nas áreas da energia, mobilidade, economia circular e desenvolvimento de novos materiais. Trata-se de um programa internacional, e nos últimos três anos o número de candidaturas portuguesas tem crescido e algumas foram efetivamente aceleradas: Inanoenergy, C2C Newcap e Fuelsave.
“A médio prazo, seremos cada vez mais uma empresa de multienergia (...) [e que aposta atualmente] na área das energias de baixas emissões – o autogás e a eletricidade para veículos, através de postos de carregamento rápido” No campo da mobilidade elétrica, a Repsol tem uma parceria com a EDP para o carregamento de veículos elétricos. Vão desenvolver mais algum projeto no âmbito desta parceria ou algum projeto próprio?
Nesta altura, temos quatro PCRs (postos de carregamento rápido) e, naturalmente, que essa oferta irá crescer com a dinamização do mercado dos carros elétricos. Quais os desafios que se colocam à vossa atividade em termos ambientais?
Na nossa indústria sempre houve um ABRIL DE 2019
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grande entrevista gran entrevista grande foco em questões de segurança e ambiente. Agora as preocupações são muito mais latas quando falamos em sustentabilidade. Relativamente à questão concreta do ambiente, temos compromissos relativamente ao nosso negócio atual, com combustíveis cada vez mais limpos e mais verdes e também através do investimento na geração renovável em Portugal. Esta indústria sempre soube desenvolver um sistema de segurança que nos permite, por exemplo transportar enormes quantidades de matérias perigosas (os combustíveis) de maneira segura com muitos baixos índices de sinistralidade. A nível da produção energética, quais as expetativas para o projeto WindPlus, o projeto do primeiro parque eólico marítimo em Portugal, liderado pela EDP e em que a Repsol participa com 20%?
A Repsol, no seu plano estratégico, assumiu objetivos ambiciosos para o negócio de gás e eletricidade com baixas emissões, dando, assim, mais um passo para o seu compromisso de transição energética. O projeto Windfloat faz parte desses objetivos e representa compromisso da Repsol com as energias renováveis.
Carreira de 27 anos no grupo Repsol Armando Augusto Oliveira é, desde janeiro, o novo administrador delegado da Repsol Portuguesa. Após desempenhar várias funções de direção em áreas comerciais no grupo Repsol em Portugal e Espanha, Armando Oliveira passou a liderar a Repsol Portuguesa, empresa de comercialização de combustíveis e outros produtos, com uma faturação aproximada de dois mil milhões de euros anuais e lucros
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de cerca de 50 milhões de euros. Ao longo da sua carreira de 27 anos no grupo Repsol, liderou equipas comerciais nas áreas de Lubrificantes, Cartões de Frota, Campsared em Espanha, Vendas Diretas e Estações de Serviço, uma rede que conta atualmente com 465 postos. A Repsol Portuguesa é hoje uma das maiores empresas nacionais e a maior empresa de distribuição de combustíveis em Portugal, logo atrás do refinador na-
cional. Dos 700 colaboradores da Repsol Portuguesa, 500 estão ligados à operação própria de estações de serviço. O grupo Repsol detém mais duas empresas em Portugal: a Repsol Polímeros, do setor petroquímico, que conta com mais de 450 trabalhadores, e a Repsol Gas Portugal, de distribuição de GPL, com cerca de 50 colaboradores. No total, as empresas do grupo Repsol em Portugal empregam 1.200 pessoas.
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La incertidumbre en los mercados no frena las inversiones en la Península Ibérica
Los expertos en movimientos de capital esperan un gran dinamismo para el 2019 y la consolidación de las operaciones en el sector inmobiliario. En el 2018 se registraron un total de 2.454 transacciones por un valor de 115.912 millones de euros, un 19% más que el año anterior. EE.UU continúa siendo el mayor inversor de capital en el mercado español.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
l Brexit, la guerra comercial entre China y EE.UU, los síntomas de agotamiento en economías como la de Alemania o Italia o el fin previsto de los bajos tipos de interés no tienen por qué tener efectos negativos en las inversiones de capital en la Península Ibérica. El año pasado, según los datos recopilados por la platafor-
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ma tecnológica financiera TTR- garon de Italia (19.108 millones, Transactional Track Record, en gracias a la OPA sobre Abertis de España y Portugal hubo operacio- Atlantia, junto con Hochtief, filial nes por un total de 115.912 millo- de ACS), y Alemania (17.693 millones de euros, un 19% más que en nes), según TTR. El dinero que fue 2017. El peso el sector inmobiliario, de España a Estados Unidos alcancon 702 operaciones, un 103% zó los 3.647 millones de euros, más, fue decisivo. Las inversiones también la mayor cuantía, seguida procedentes de Estados Unidos en de la de los inversores portugueses, España sumaron 21.660 millones con 2.348 millones de euros. de euros, seguidas de las que lleEnrique Gutiérrez, socio director
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del área de Financial Advisory de Deloitte en España, recuerda que el 2018 “fue un año muy bueno para el capital privado y en el 2019 se espera una dinámica parecida”, según explicó durante su intervención en el evento “El Capital Opina”, organizado por TTR (foto en la pág. 20). Entre los datos a destacar del 2018, el 45% de las operaciones corporativas fueron internacionales con un volumen de inversión muy superior al que España hace fuera. “Se mantuvieron las tendencias de los años anteriores, fundamentalmente quien invierte son EE.UU, Reino Unido, Francia y Alemania. De Alemania vienen inversiones con perfil más tecnológico. Seguimos sin recibir inversión de países de Asia y la inversión china que se está imple-
El director general de Cerberus Real Estate en España, Gonzalo Gallego, espera también que 2019 sea un buen año, “de consolidación para el real estate, veremos más operaciones corporativas. Hay un gran potencial de crecimiento en el mercado de alquiler”
mentando no está recalando en España”, indica Enrique Gutiérrez. Las inversiones españolas fuera se centran en Portugal, y en EE.UU, en sectores tecnológicos. “Tenemos presencia en economías latinoamericanas como Brasil o México pero seguimos invirtiendo poco en países de la UE”, añade. Mercado inmobiliario
El director general de Cerberus Real Estate en España, Gonzalo Gallego, espera también que 2019 sea un buen año, “de consolidación para el real estate, veremos más operaciones corporativas. Hay un gran potencial de crecimiento en el mercado de alquiler y el sector logístico va a ser un gran desafío”, indicó durante su participación en el referido evento. Para este grupo, PUB
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Fonte: “El capital opina”, de Deloitte
su oficina en España es la segunda más importante en el mundo y ven el país con un enorme potencial. Las fusiones y adquisiciones
El importe de operaciones de fusiones y adquisiciones (M&A, por sus siglas en inglés) en España se incrementó un 19% en 2018, hasta los 115.912 millones de euros, según un informe elaborado por TTR y Deloitte. El mercado transaccional cerró 2018 con un total de 2.454 fusiones y adquisiciones, un 6% más que al cierre de 2017, de acuerdo con el estudio de TTR. En términos sectoriales, el inmobiliario fue el más activo a lo largo del año, con un total de 702 transacciones, seguido por el tecnológico, con 312, y el de salud, higiene y estética, con 183 operaciones. Por lo que respecta al mercado cross-border, a lo largo de 2018 las empresas españolas escogieron como principales destinos de sus inversiones a Portugal, con 49 operaciones, y a Estados Unidos y Reino Unido, con 46 y 28 operaciones, respectivamente. En términos de importe, Estados Unidos fue el país en el que España ha realizado un mayor desembolso, con un importe valorado en 3.646,66 millones de euros. Todavía, el ranking de mayores operaciones está liderado por la 22 ACT UALIDAD€
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Por lo que respecta al mercado cross-border, las empresas españolas escogieron como principales destinos de sus inversiones a Portugal, con 49 operaciones, y a Estados Unidos y Reino Unido, con 46 y 28 operaciones, respectivamente
Fonte: “El capital opina”, de Deloitte
adquisición del negocio minorista del Deutsche Bank en Portugal por Abanca, la entidad bancaria gallega que desembolsó 1.379 millones de euros para cerrar el negocio. Por otro lado, Estados Unidos (159), Reino Unido (111) y Francia (90) fueron los países que mayor número de inversiones han realizado en España. Por importe agregado, destacó Estados Unidos, con 21.660,57 millones de euros. En el transcurso de 2018 se contabilizaron 267 operaciones de private equity, de las cuales 85 tienen un importe no confidencial agregado de 31.892,06 millones de euros. Es decir, hubo un incremento del 6% en el número de operaciones y un descenso del 30% en el importe de las mismas con respecto a 2017. Por su parte, en el mercado de ‘venture capital’ se llevaron a cabo 434 transacciones, de las cuales 348 tuvieron un importe no confidencial agregado de 2.093,63 millones de euros. En este caso, el incremento con respecto a 2017 fue del 19% en el número de operaciones, así como hubo un crecimiento del 43% en el importe de las mismas. Durante 2018, en el mercado de capitales español se cerraron 24 salidas a bolsa y 46 ampliaciones de capital.
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Foto Sandra Marina Guerreiro
Ciclo de conversas sobre percurso profissional arranca no Palácio Palhavã
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er e estar no mundo profissional” é o mote que inspirará um ciclo de debates sobre os diversos desafios ao longo do percurso profissional, através da partilha de experiências e de vivências de vários profissionais, oriundos de distintas áreas de atividade, em diferentes fases do processo de amadurecimento profissional. A iniciativa, promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola (CCILE) e pela
Embaixada de Espanha, começa no próximo dia 4 de abril, com um pequeno-almoço de trabalho a realizar das 9h00 as 11h00, no Palácio de Palhavã (Lisboa). O encontro é dirigido a jovens estudantes universitários em final de curso ou estudantes de mestrado e estagiários/ recém-licenciados que trabalhem ou estagiem em empresas associadas da CCILE. Carla Rebelo, CEO da Adecco em Portugal e membro da Junta
Diretiva da Câmara, será a moderadora desta conversa dedicada ao tema “De estudante a profissional”, que contará com a presença de estudantes e com a participação de Clara Raposo, presidente do ISEG, Nuno Amado, chairman do BCP, Bernardo Marçal, da Adecco, e Sara Santos, da Pricewaterhouse Coopers. O encontro “representa uma oportunidade para fortalecer o elo de união entre os jovens profissionais e as empresas, com base nas experiências representadas pelos empresários presentes na CCILE”, adianta a organização, esclarecendo que se pretende, igualmente, “que os intervenientes abram o seu leque de perspetivas sobre a forma de estar e estudar o mercado de trabalho, a escolha da vida profissional, entre outros aspetos, através da partilha de experiências e vivências pessoais e que esta partilha facilite o processo de integração dos jovens que estão a iniciar o seu percurso profissional”.
Eduardo Serra Jorge nomeado cônsul honorário de Espanha E duardo Serra Jorge (na foto) acaba de ser nomeado cônsul honorário de Espanha no Algarve. O advogado, com escritórios em Lisboa e Faro, e membro da Comissão Executiva da Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola Espanhola (tesoureiro da Direção tem mantido, ao longo dos últimos 30 anos, uma forte ligação a Espanha). Eduardo Serra Jorge tem-se destacado, nomeadamente, no âmbito do fortalecimento das relações institucionais e empresariais entre
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as regiões transfronteiriças do Alentejo e Algarve com as congéneres espanholas da Extremadura e Andaluzia, através da promoção de diversos seminários e outras ações de divulgação e esclarecimento de oportunidades de negócio bilateral, sendo este o culminar de uma carreira em que tem pontificado a especial dedicação aos mais altos interesses de Espanha no âmbito das suas relações com Portugal. Ao nível da sua carreira como advogado, é sócio fundador
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atualidade actualidad e administrador executivo da Eduardo Serra Jorge & Maria José Garcia-Sociedade de Advogados e, mais recentemente assumiu funções como vice-presidente do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola. Consultor jurídico de várias embaixadas e câmaras de comércio e indústria bilaterais, entre outras associações empresariais, bem como de empresas, nacionais e estrangeiras, da mais variada dimensão e cobrindo os principais sectores da economia, bem como
a outro tipo de entidades parassociais, de caráter cooperativo e associativo, principalmente nas áreas dos direitos civil, comercial, laboral, administrativo e do direito do urbanismo e, ainda, do direito fiscal, sendo, igualmente, formador na área do direito comercial e do direito laboral. É, ainda, diretor das seguintes Câmaras de Comércio e Indústria bilaterais: Luso-Argentina (tesoureiro); Luso-Checa (tesoureiro); Lu so-Mex ic a na (tesoureiro); e, ainda, Luso-Polaca (vogal). Anteriormente, foi cônsul hono-
rário do México no Algarve e ocupou cargos de gestão nas seguintes Câmaras de Comércio e Indústria bilaterais: Luso-Britânica (vogal da Direção); Luso-Chinesa (secretário-geral); Luso-Sul Africana (pre sidente); Lu so -Na m í bia (tesoureiro); e, ainda, na LusoVenezuelana (tesoureiro). Por fim, é ainda diretor da AFPOP- Association of Foreign Property Owners in Portugal e membro das organizações internacionais de Advogados A EAInternational Lawyers Network e LexLegal.
Millennium bcp e Cosec assinam protocolo de distribuição de seguros de crédito O Millennium bcp e a Cosec - Companhia de Seguros de Crédito acabam de assinar um protocolo de distribuição de seguros de crédito nas redes comerciais do Millennium bcp. A sessão de assinatura do protocolo decorreu no passado dia 11 de março, em Lisboa. O acordo foi assinado por Miguel Maya e João Nuno Palma, respetivamente presidente e vice-presidente da comissão executiva do Millennium bcp, e, por parte da Cosec, pela sua presidente, Maria Celeste Hagatong, e pela administradora Ana Carvalho. Através do estabelecimento desta parceria com a seguradora líder em Portugal nos ramos do seguro de crédito e caução, o Millennium bcp coloca à disposição dos seus clientes mais um produto financeiro, os seguros de crédito da Cosec, que permite a gestão do risco de crédito em condições mais seguras, cobrindo os prejuízos decorrentes do não pagamento das vendas a crédito de bens e serviços, em Portugal e no estrangeiro. Miguel Maya afirmou, na mesma sessão, que “a relação entre o Millennium bcp e a Cosec sai reforçada com este
protocolo. A nossa oferta de produtos e serviços para as empresas fica mais completa, sobretudo para as empresas exportadoras, demonstrando, uma vez mais, que o Millennium bcp se assume como um parceiro das empresas. O Millennium bcp afirma-se como o banco líder das empresas, e, nesse âmbito, como banco escolhido pelas empresas exportadoras”, realçou o responsável. Maria Celeste Hagatong realçou, por seu turno, que “este protocolo é mais
um importante marco no relacionamento das duas instituições e proporcionará, sem dúvida, o acesso a mais empresas ao seguro de crédito Cosec, importante mitigante do risco das suas vendas a crédito em Portugal e no exterior”. Adicionalmente, o seguro de créditos facilita a gestão da tesouraria das empresas, uma vez que possibilita acesso a operações de crédito de antecipação de receitas garantidas com o endosso de seguros.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Santander inaugura primeiro Work Café em Portugal
“aposta em novos formatos, que compatibilizam o serviço personalizado com a oferta digital” levou o Banco Santander a criar o primeiro Work Café em Portugal, um novo modelo de balcão, que é simultaneamente uma cafetaria. Com um layout moderno e sofisticado, o Work Café distingue-se por ser um balcão com um horário alargado de funcionamento, onde os clientes do banco podem realizar várias operações ou ser atendidos pelo gestor de conta, ao mesmo tempo que incorpora um espaço de co-working, para empreendedores ou o público em geral poder
trabalhar, tomar um café, estudar ou realizar uma reunião de trabalho. O novo espaço, localizado em Lisboa, “representa uma inovação em termos de relação bancária, ao criar uma nova experiência no público em geral, com espaços acessíveis a todos”, refere o banco, em comunicado. De realçar que o espaço está ainda adaptado para pessoas com mobilidade reduzida. Em modo open space, o Work Café agora inaugurado está a funcionar já há alguns meses, e tem sido procurado sobretudo por “não clientes”, referiu o administrador Miguel Belo de Carvalho (na foto, à esq. de António
Vieira Monteiro). Na cerimónia de inauguração do novo espaço, estiveram ainda presentes o chairman do Banco Santander em Portugal, António Vieira Monteiro, e o presidente executivo, Pedro Castro e Almeida, assim como o CEO da Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, já que este grupo assegurou o serviço da área de cafetaria. Nesta cafetaria, são privilegiados produtos alimentares também de elevada qualidade, numa ótica saudável e gourmet. António Vieira Monteiro agradeceu à Delta ter embarcado nesta “ideia arrojada”, que pretende “atrair mais clientes ao banco”. Por seu turno, Rui Miguel Nabeiro (na foto, entre Vieira Monteiro e Pedro Castro e Almeida) referiu que a ideia desta parceria surgiu de uma conversa mantida com os responsáveis do Santander durante um almoço de empresaários promovido pela CCILE. Em 2019, está prevista a abertura de mais Work Cafés noutras cidades, como Coimbra, Espinho e Porto, anunciou Pedro Castro e Almeida, explicando ainda que o Santander tem vindo a tornar os seus balcões mais atrativos e digitais, estando ainda a apostar nos Balcões SmartRed, que integram novas formas de interrelação com os clientes, procurando atrair nomeadamente os “pequenos negócios” para o universo de clientes.
El Corte Inglés tem um novo serviço que promete agilizar os pedidos online. O Click & Express permite entregas de encomendas ao domicílio em apenas duas horas ou no horário escolhido pelo cliente. “O Click & Express foi criado a pensar no cliente e na necessidade que, por vezes, este tem de fazer compras urgentes devido a imprevistos ou outras situações”, indicam os grandes
armazéns. Os imprevistos podem ir desde uma travessa que se partiu a um convite inesperado que requer um novo vestido. De acordo com o El Corte Inglés, trata-se de um serviço premium, que abrange mais de 100 mil produtos das categorias de informática, eletrónica, pequenos eletrodomésticos, moda, acessórios, decoração, perfumaria, bebés, brinquedos, videojogos,
papelaria e desporto. As entregas em duas horas podem ser pedidas tanto em Lisboa como em Gaia-Porto e têm um custo de 6,90 euros. Os clientes podem acompanhar o processo em tempo real, através de email ou SMS. O novo serviço pretende dar resposta a um dos desafios para os retalhistas com presença online , o de dar maior celeridade aos pedidos.
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El Corte Inglés faz entregas em duas horas O
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Embalagem da Barbocril Plus D7 apresenta novos selos informativos A fácil leitura das embalagens por parte dos consumidores é um fator determinante para a Barbot. Por isso, a lata da tinta Barbocril Plus D7 surge com novos selos informativos. A Barbot não só aposta no rebranding das embalagens dos produtos, como também na atualização da informação que seja de fácil leitura para os consumidores. Nesse sentido, a embalagem da Barbocril Plus D7, que foi renovada no ano passado, surge agora com novos selos e com mais informações sobre as suas características. A nova lata apresenta a classificação em relação à permeabilidade. Quanto à permeabilidade ao vapor de água a BarboCril Plus D7 tem uma classificação V2, o que significa que este produto apresenta uma média permeabilidade ao vapor da água
impedindo o empolamento da tinta de acabamento. Já no que diz respeito à permeabilidade à água líquida, apresenta uma classificação W3, ou seja este produto oferece uma baixa permeabilidade à água líquida, evitando infiltrações. “Além de manter a imagem dos nossos produtos atualizada e apelativa no
ponto de venda, também é importante que as características dos produtos sejam percetíveis ao consumidor, para que este perceba quais as características de cada produto e escolher o correto de acordo com as necessidades. A Barbot tem melhorado as informações e selos, para que o consumidor não tenha dúvidas sobre o que está a comprar”, referiu Sofia Miguel, diretora de Marketing da marca portuguesa de tintas e vernizes. De salientar que a Barbocril Plus D7 é uma tinta mate 100% acrílica, indicada para a pintura de fachadas, pois oferece ótima resistência à alcalinidade, resistência da cor e uma excelente durabilidade e cobertura, impedindo o desenvolvimento de fungos e algas na película. Disponível em três capacidades: um litro, cinco litros e 15 litros.
Brasmar participou no maior evento norte-americano dedicado aos produtos do mar
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oceano que separa a Brasmar, na Trofa, do Centro de Convenções e Exposições de Boston, nos Estados Unidos da América, ficou mais curto, entre os dias 17 e 19 de março, quando a empresa portuguesa participou na “Seafood Expo North America”, o maior evento do setor realizado na América do Norte. A feira recebe, anualmente, mais de
1.300 empresas de 49 países e mais de 22 mil profissionais da área. Razões suficientes para a Brasmar ter apostado em “estar entre os inúmeros importadores e exportadores, restaurantes, supermercados e até hotéis representados neste evento internacional. Para além disso, esta é uma oportunidade para a empresa alargar a rede de contactos neste continente”, adiantou a empresa do grupo Vigent. Este ano, a Brasmar esteve a apresentar, uma vez mais, a qualidade dos seus produtos, destacando, sobretudo, dois deles: o Polvo Limpo Ultracongelado e o Polvo Cozido Ultracongelado. De recordar que estes dois produtos foram distinguidos, em Portugal, com o selo
“Sabor do Ano 2019”. No caso do Polvo Cozido Ultracongelado, este tem a particularidade de precisar de apenas cinco minutos para estar pronto e brilhar em qualquer mesa. Na “Seafood Expo North America”, a qualidade, o sabor e a textura do polvo da Brasmar estiveram também mostrados através de showcookings promovidos pela empresa, com a colaboração de alguns dos melhores chefes da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. De salientar que a Brasmar tem uma aposta estratégica na área dos cefalópodes, onde o polvo se destaca, com uma venda média anual de 2.500 toneladas de polvo. “Assumindo atualmente a posição de líder nacional no setor alimentar de produtos do mar congelados”, a Brasmar “é também um importante player na transformação e comercialização de bacalhau”. ABRIL DE 2019
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BPI é o “Banco de Confiança” dos portugueses pelo 6º ano consecutivo O BPI foi eleito, pelo sexto ano consecutivo, a marca bancária de maior confiança em Portugal no estudo “Marcas de Confiança”, uma iniciativa das “Selecções do Reader’s Digest”, que elege anualmente as “Marcas de Confiança” dos portugueses, em 60 categorias de produtos e serviços. Os portugueses avaliaram atributos como a qualidade do serviço, relação custo-benefício e serviço ao cliente. Na 19.ª edição do estudo, o BPI obteve a preferência de 45% dos inquiridos, consolidando uma liderança significativa face às restantes marcas bancárias – a entidade que ficou em segundo lugar registou 23% das preferências. O estudo revela também que o BPI lidera na preferência das “famílias com crianças”, responsáveis por
57% dos votos no banco (de acordo com o estudo tratam-se de lares em que é referida a presença de crianças e jovens até aos 15 anos). O BPI lançou recentemente uma nova campanha denominada BPI Family, que vai englobar os produtos e serviços da banca de particulares. A campanha pretende posicionar o BPI como “Um banco na vida de todas as famílias”, inspirando-se nos laços de confiança que refletem as relações familiares. Dos inquiridos que preferiram o BPI, 83% referiram ser clientes do banco, o que revela uma forte proximidade com o banco e satisfação com os serviços prestados. Os resultados do inquérito também mostram que a média de idades dos inquiridos que votaram no BPI é de 45 anos, cerca de 10 anos abaixo
da média de idades dos inquiridos que votaram nos restantes bancos – um indicador de que o BPI regista resultados positivos de uma forma transversal às diferentes gerações. Criado em 2001, o estudo “Marcas de Confiança” tem como objetivo medir o grau de confiança que os consumidores depositam nas marcas, uma avaliação que permite às empresas perceberem a forma como os clientes percecionam os seus negócios e, em simultâneo, aferir o seu índice de fidelidade. O estudo foi realizado entre 17 de setembro e 30 de novembro de 2018, a partir de um inquérito de pergunta aberta aos leitores das “Selecções Reader’s Digest”, numa amostra de 12 mil lares. A taxa de resposta foi de 8,1% e a margem de erro de 2,9%.
Marina de Vilamoura distinguida como “Marina Internacional do Ano 2018/2019” A
Marina de Vilamoura, no Algarve, foi premiada com o título de “Marina Internacional do Ano de 2018/2019”, pela Yacht Harbour Association, na categoria de “Marinas Internacionais”. Este prémio vem reforçar o sucesso de uma marina que, nos anos 2015, 2016 e 2017, conquistou o Título Internacional “Marina of Distinction”, que também foi atribuído pela The Yatch Harbour Association. A votação é realizada, exclusivamente, por proprietários de embarcações que visitam as marinas classificadas com cinco “Âncoras”, categoria máxima no sistema de classificação atribuído a marinas. A Marina de Vilamoura foi construída em 1974 e foi pioneira em
Portugal. Nas últimas quatro décadas, a oferta da marina evoluiu e melhorou bastante, passando a ter 825 postos de amarração, um estaleiro totalmente equipado e funcional e um centro de treinos de vela profissional. A Marina de Vilamoura recebe ainda vários eventos internacionais de prestígio.
A propósito do prémio agora recebido, Isolete Correia, diretora da Marina de Vilamoura, disse que “é com enorme orgulho que recebemos esta distinção. Este prémio é o reconhecimento dos nossos clientes e um testemunho do serviço de excelência que nos orgulhamos em oferecer”.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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OHficina ensina a reutilizar materiais do dia a dia
Duas educadoras de infância, Joana Quadros e Maria Peres, lançaram um inovador projeto de oficina de manipulação e experimentação de materiais, aberto a todos, em Cascais. Graças a esta OHficina, as caixas de ovos e outros resíduos domésticos – e ainda resíduos industriais – podem ganhar uma nova forma. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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ntegrado num dos ambientes mais verdes de Cascais, o Parque Marechal Carmona, encontra-se um dos mais criativos espaços de aprendizagem e interação meio ambiental da região de Lisboa. Na OHficina-Laboratório de Materiais Improváveis, as duas jovens empreendedoras Joana Quadros e Maria Peres (foto em cima) ensinam e motivam novos e menos novos a reutilizar desperdícios do dia a dia, como caixas de cartão, sacos ou mesmo conchas e a fazer nascer um objeto artístico verdadeiramente original. Sejam garrafas de plástico, botões de roupa, fitas de plástico, cartão, caixas, tubos das canetas de feltro (ver lista na pág. seg.) e muitos outros materiais que utilizamos no dia a dia ou desperdícios de lojas ou fábricas poderão ganhar outra vida, tornando-se num novo objeto decorativo, impedindo que acabem cedo demais no lixo ou nos depósitos de reciclagem previstos. “Através destas ofi-
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cinas, e da manipulação e mistura destes objetos improváveis podemos obter um resultado supreendente”, explica Maria Peres, que juntamente com a também educadora de infância Joana Quadros desenvolvem ateliês de trabalhos manuais para crianças, bebés ou pessoas de qualquer idade fazerem estas experiências. “Estimular sensorialmente os sentidos e aguçar a criatividade, através da reutilização de coisas do dia a dia” são os grandes objetivos deste projeto de educação, sustentabilidade ambiental e artes, lançado no concelho de Cascais há cerca de um ano e que funciona num espaço envidraçado junto à biblioteca daquele parque. Joana Quadros adianta que a ideia surgiu depois de, há algum tempo, ter visitado a cave de uma escola em Toronto (Canadá) onde se armazenavam
e trabalhavam diversos tipos de materiais de desperdício, que deram origem a um projeto local designado Arts Junktion. A educadora portuguesa resolveu, assim, criar um projeto semelhante e, em conjunto com Maria Peres, criaram a associação OHficina, nome que remete o “oh de espanto, de fazer descobrir outras coisas. A oficina é também o local para explorar e construir outras coisas”, completa Maria Peres. “Começámos por querer criar um
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Fotos OHficina
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armazém de materiais” para as atividades educativas que desenvolviam com as crianças, nas suas respetivas escolas. A partir daí, e contando com diversos apoios ligados ao concelho – e ligados nomeadamente à proteção do meio ambiente –, desenvolveram o conceito da Ohficina, onde “as pessoas tentam criar soluções a partir do lixo existente” no espaço. Uma forma de "desenvolver competências transversais ao modelo de ensino tradicional", incorporando, simultaneamente, soluções para o exces-
so de lixo urbano que todos nós produzimos, afirmam as duas empreendedoras. “O produto final acaba por ser bonito, mas não é tanto esse o objetivo, mas sim o processo de execução em si”, concluem. Misturar é a regra, e “fazer um jogo com o contraste entre materiais naturais e os industriais”, por exemplo, entre a argila e um pedaço de pneu, é uma das sugestões destes ateliês. Uma forma de aprendizagem que “implica um tempo de qualidade, para desenvolver a criatividade. Temos essa capacidade
criativa, enorme sobretudo nas crianças, mas não lhes dedicamos esse tempo”, comenta Joana Quadros, explicando que este tipo de projeto traz muitos benefícios também para as crianças com necessidades educativas especiais. Estas sessões destinam-se a grupos (escolas, ATL e outros) ou famílias (podem frequentar os workshops temáticos) e devem ser agendadas com a associação. Os participantes têm vindo não só do concelho de Cascais, mas também de outros pontos do país.
Lista de materiais que podem ser reutilizados na OHficina A Ohficina aceita a doação de diversos materiais por parte da comunidade, quer para os trabalhos da sua transformação pelos seus formandos, quer simplesmente para o armazenamento temporário desse material. Em contrapartida, oferece também à comunidade de escolas, etc. alguns dos materiais recolhidos junto de empresas e outras instituições. Estes materiais e equipamentos, que devem estar limpos, podem ser os mais diversos, incluindo: - botões - agulhas e alfinetes - cartões de visita - calendários - revistas
- selos - amostras de tecido, papel de parede, catálogos, etc. - mosaicos - frascos - plástico bolha - embalagens de plástico - caixas de ovos - placas de acrílico - placas de k-line - placas de sinalética - vinil - CD’s e discos de vinil - stencils - tinturas para tecidos - palitos de gelados - rolos de filme - latas - pregos e parafusos - luzes de natal - pedaços de madeira - feltro e outros tecidos - vitrais
- blocos de espuma e esferovite - molduras - cassettes - tubos e outros plásticos industriais - tubos hospitalares - berlindes - corda - flores artificiais - dossiês e outro material de escritório. Por outro lado, a associação frisa que entre os materiais não aceites para os seus trabalhos se inclui roupa, almofadas, objetos pessoais usados, eletrodomésticos, móveis, brinquedos de plástico ou bonecas, exemplificam as responsáveis da Ohficina, solicitando que os contactos para oferta de material sejam feitos previamente por email (ohficina.pt@gmail.com).
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Fundación Cepsa doa 50 mil euros a quatro associações portuguesas O rganizados pela Fundación Cepsa, os Prémios ao Valor Social distinguiram este ano quatro associações de solidariedade social, num total de 65 candidaturas de projetos de promoção da inclusão e bem-estar de grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade. As candidaturas vencedoras foram selecionadas por um júri composto por personalidades institucionais que trabalham no setor da ação social, por representantes da Cepsa Portuguesa e presidido por Conceição Zagalo, vereadora na Câmara Municipal de Lisboa (na foto, com Cristina Maltês, coordenadora do apoio domiciliário do Banco de Bebé, e Francisco Soares, padrinho solidário da Cepsa Portuguesa). Os jurados distribuíram um donativo de 50 mil euros pelos projetos apresentados pela Associação de Ajuda ao Recém-Nascido Banco do Bebé, Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais, Agência Piaget para o Desenvolvimento e pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados, que se destacaram pelas suas iniciativas de apoio domiciliário a recém-nascidos com complicações clínicas, terapias sensoriais e de educação para crianças
com deficiência mental, desenvolvimento integrado para crianças e jovens institucionalizados e capacitação socioprofissional de migrantes e refugiados. À semelhança das edições anteriores, os prémios contaram com o apadrinhamento dos projetos pelos colaboradores da Cepsa, que acompanham todas as fases de evolução do programa. Na cerimónia de entrega dos donativos, relaizada no passado dia 26 de fevereiro, estiveram presentes ainda Ruth Breitenfeld, vice-presidente da
Cepsa Portuguesa, bem como outros convidados institucionais, entre os quais, Marta Betanzos, embaixadora de Espanha em Portugal, Cecílio Oviedo, conselheiro económico e comercial na Embaixada de Espanha, Enrique Santos, presidente da CCILE, ou António Comprido, secretário-geral da Apetro. “Há três anos que a Fundação Cepsa foi criada e o seu percurso tem sido fortemente frutífero, tendo promovido ações nas áreas da cultura, ciência e educação, desporto e apoio social”, destacou, por seu lado, Marta Betanzos.
Papiro estabelece protocolo com Quercus para campanha de reflorestação A Papiro, empresa especializada em gestão de processos de negócio (BPO) e serviços de gestão documental, estabeleceu um protocolo com a Quercus para a realização de atividades conjuntas de conservação e defesa do ambiente em geral. Ao abrigo deste acordo, a Papiro avança agora com uma iniciativa que tem como objetivo ajudar à reflorestação das áreas ardidas em Portugal, e compromete-se a plantar uma árvore por cada tonelada de resíduos
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recolhidos através dos seus contentores de destruição confidencial, no final de cada ano civil. A campanha “Por cada tonelada de resíduo recolhido, plantamos uma árvore” pretende ajudar a reflorestar as zonas afetadas, melhorar a qualidade do ar e proteger os solos. “A Papiro segue uma política ambiental que assenta na diminuição do consumo de recursos naturais e no correto tratamento e reciclagem dos resíduos decorrentes da
sua atividade”. Para Francisco Mendes, presidente da Papiro, esta ação “demonstra a preocupação que a empresa tem para com o meio ambiente, numa campanha que também visa sensibilizar o tecido empresarial português para a diminuição do consumo de recursos naturais”. No final de cada ano civil, cada cliente recebe um certificado que atesta o seu contributo na proteção do meio ambiente.
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Sogrape avança na resposta às alterações climáticas C iente do impacto das alterações climáticas no setor vitivinícola, a Sogrape investe desde há mais de 10 anos em projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) pioneiros, que lhe permitem antecipar as circunstâncias que mais afetam a sua atividade e integrar medidas de adaptação. Conhecer para antecipar tem sido o foco da estratégia da Sogrape para fazer face aos desafios impostos ao setor vitivinícola em virtude das alterações climáticas que já se fazem sentir. A desregulação das estações do ano – responsável por invernos demasiado quentes ou verões muito chuvosos – tornou evidente a inevitabilidade da adaptação do setor à nova realidade e deu novo sentido ao trabalho que a Sogrape tem desenvolvido nos últimos 20 anos, com um
investimento mais significativo na última década. “A Sogrape implementou há muito um conjunto de práticas sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde a vinha e a adega até ao consumidor, num ciclo virtuoso de aumento da resiliência que protege a atividade da empresa e o valor dos seus vinhos até aos consumidores”. Deste leque de iniciativas, fazem parte ações de mitigação do impacto da sua atividade no planeta – por exemplo, a quase total reciclagem de resíduos (superior a 99%), a captura e armazenagem da água da chuva para uso industrial, a instalação de centrais fotovoltaicas, ou a redução das emissões de gases com efeito de estufa através da redução do peso das garrafas e do aumento da eficiência energética nas suas instalações – mas também de adaptação às
suas consequências, através de diversos investimentos no aumento da resiliência dos sistemas de produção (como a conservação da diversidade dos recursos genéticos da videira, ou o aumento da eficiência no uso de água em processos vitícolas e industriais). Segundo António Graça, diretor de I&D da Sogrape, “a nossa responsabilidade enquanto player de referência do setor vitivinícola passa também pelo forte investimento na monitorização dos processos de enologia e viticultura, desenvolvendo e testando novos sensores e sistemas de controlo”. Um trabalho que conta com colaborações também de instituições e empresas, “como acontece com os projetos i-GRAPE, PORVID ou MED-GOLD, dos quais se hão de extrair ensinamentos para todo o setor”, adianta.
Fundação Gulbenkian e UniLoop lançam projeto inovador para público universitário
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Uniloop Rewards, um projeto apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, vai premiar os alunos universitários que adotem comportamentos sustentáveis e saudáveis no seu dia a dia, como a mobilidade partilhada, a atividade física e o consumo responsável. Através de uma aplicação móvel, serão dados benefícios aos mais empenhados. À semelhança do que acontece com 36 ACT UALIDAD€
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os tradicionais programas de vantagens de supermercados e restaurantes, que premeiam o consumo, este projeto visa incentivar os jovens universitários a adotarem atitudes benéficas para si e para o ambiente, oferecendo benefícios atribuídos por parceiros como supermercados, restaurantes, ginásios, bibliotecas ou outras empresas ou serviços que fazem parte do dia a dia dos estudantes. O UniLoop Rewards surge, então, como um programa de fidelização dos jovens à sustentabilidade e à saúde, que por cada atitude positiva atribui pontos ao utilizador, que podem ser levantados em dinheiro, transferidos para a conta bancária ou convertidos noutros benefícios de saúde e bem-estar.
Luís Lobo Xavier, diretor do Programa Gulbenkian Sustentabilidade, explica a aposta: “A tecnologia, aliada aos princípios da economia comportamental, está a abrir novas oportunidades de intervenção nas áreas da sustentabilidade e da saúde que poderão inclusivamente vir a influenciar políticas públicas. A Fundação Gulbenkian quer testar a reação das novas gerações a programas de incentivo com vista à promoção da sustentabilidade, como alternativa às mais clássicas abordagens repressivas de proibição, sanção ou tributação”. O programa foi lançado com a UniLoop, plataforma dedicada ao mundo universitário, para reutilização de livros e outras iniciativas que facilitem a vida estudantil, que chegará ao mercado em breve.
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Alfaces-do-mar removem metais pesados de águas contaminadas N a vulgar alface-do-mar pode estar a solução para limpar águas contaminadas pela indústria e pelo consumo doméstico. Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) descobriu que esta alga tem uma grande capacidade para remover elementos potencialmente tóxicos da água, a maior parte deles perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente. “A remoção alcançada com a alga que temos testado para remover da água, entre outros elementos, arsénio, mercúrio, cádmio e chumbo, é muito elevada”, congratula-se Bruno Henriques, o investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Química (DQ) da Academia de Aveiro, que garante que, comparativamente a outros materiais, naturais ou sintéticos, usados hoje correntemente para o mesmo efeito, a taxa de sucesso da alface-do-mar “é superior”. Por isso, o investigador considera que “estas algas são uma alternativa eficiente, pois removem percentagens elevadas de contaminantes
num período curto de tempo, a metodologia é económica e mais ecológica do que os métodos ‘clássicos’ para a remoção destes elementos, que são menos eficazes e, muitas vezes, mais caros, o que se traduz em baixo custo-benefício”. O estudo da UA indica que cada grama de alga consegue remover em simultâneo 120 microgramas de mercúrio, 160 de cádmio, 980 de chumbo, 480 de crómio, 660 de níquel, 550 de arsénio, 370 de cobre e dois mil microgramas de manganês. Estes elementos químicos, explica o investigador, apesar de se denominarem de ‘clássicos’ continuam a ser atualmente “muito usados por várias indústrias e a sua presença no ambiente causa impactos negativos, tais como toxicidade, observada mesmo para concentrações muito baixas”. O segredo da grande capacidade de
limpeza pela alga explica-se através da sorção, processo através do qual a alface-do-mar consegue incorporar nos seus tecidos os contaminantes. O rápido crescimento destas algas, adianta Bruno Henriques (na foto, ao lado das investigadoras Eduarda Pereira, Joana Almeida e Paula Figueira), “contribui para que se consigam remover os contaminantes em cada vez maior quantidade, pois o crescimento da alga aumenta o número de locais de superfície aos quais estes elementos tóxicos se podem ligar”.
Lacovale renova frota para veículos elétricos A
Lacovale - Technology and Innovation, empresa metalomecânica com sede em Gondomar (distrito do Porto), renovou a sua frota automóvel passando a contar com oito veículos 100% elétricos (modelo Nissan Leaf), num investimento em regime de renting, junto da Nissan Business Finance. Com esta medida, inserida na sua política de sustentabilidade ambiental, a empresa espera diminuir significativamente a sua pegada ecológica, reduzindo as emissões de CO2 para a atmosfera. “A renovação de frota é mais um passo evolutivo na política de sustentabilidade ambiental que temos vindo a desenvolver. O aumento da nossa frota
operacional - agora com nove veículos elétricos -, permitirá reduzir significativamente o uso das viaturas a gasóleo. Com esta medida, a Lacovale pretende, não só, reduzir a sua pegada ecológica, ao diminuir a emissão de gases com efeito de estufa, como também, apoiar o setor da mobilidade elétrica, setor onde se integram alguns dos nossos clientes”, refere Carla Soares, diretora-geral da Lacovale. A sustentabilidade ambiental tem sido uma das maiores bandeiras da Lacovale. Para além dos seus produtos serem quase todos recicláveis, a educação ambiental é uma prática interna da empresa ao instruir os seus colabo-
radores a adotarem comportamentos que visam contribuir para a redução da pegada ecológica. “A atestar a preocupação ambiental da Lacovale, estão várias ações de incentivo à redução do consumo de papel; à redução do consumo de garrafas de plástico através da oferta – a cada colaborador – de uma garrafa reutilizável para consumo de água; à reciclagem de resíduos em todos os departamentos e à gestão responsável do uso da energia”, sublinha Carla Soares, anunciando ainda que estará para breve o aumento do número de painéis solares, “de forma a sermos, cada vez mais, autossuficientes em consumo energético”.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR ABRIL DE 2019
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Indústria do vidro: as oportunidades e os desafios
O grupo de origem portuguesa BA Glass é o quinto maior do mundo no domínio das embalagens de vidro para bebidas e alimentação. Facto inspirador, num setor que ganha protagonismo mundial e dimensão em Portugal, à medida que endurece a guerra ao plástico descartável. Feito de matériasprimas naturais e 100 % reciclável, o vidro tem muito a ganhar com os desafios impostos pela sustentabilidade, assim saiba superar as suas próprias fragilidades: aumentar a reciclagem, produzir embalagens mais leves, baixar os custos de produção e reduzir as emissões de dióxido de carbono emitido durante o processo de produção. A sustentabilidade é simultaneamente uma oportunidade e um desafio para os protagonistas desta indústria de origem milenar… Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos BA
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abe-se que os egípcios já sopravam peças de vidro por volta do ano 1500 a.C., porém a produção de vidro terá começado há pelo menos três mil anos antes de Cristo, algures, na região do Médio Oriente, Egipto e Mesopotâmia. Em Portugal, há registo de produção artesanal de vidro a partir do século XV, mas é no século XVIII, que na Marinha Grande, esta atividade se torna uma prática industrial, beneficiando da proximidade do Pinhal de Leiria, fornecedor da lenha que alimentava os fornos usados para fundir as matérias-primas que compõem o vidro: areia, calcário, barrilha (carbonato de sódio), alumina (óxido de alumínio) e corantes ou descorantes. O Marquês de Pombal foi um dos principais impulsionadores desta atividade, atribuindo-lhe subsídios e isenções. A Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande foi
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uma das pioneiras no fabrico do cristal. O saber dos mestres vidreiros da Marinha Grande tem sido devidamente passado de geração em geração, ao ponto de a indústria vidreira portuguesa estar na linha da frente do setor em termos mundiais, seja ao nível do vidro para decoração, seja para embalagens. De salientar que o grupo Vista Alegre (dona da marca de produtos de vidro Atlantis) é um dos quatro únicos produtores do mundo de cristal de vidro superior e que o grupo de origem portuguesa BA Glass é o quinto maior do mundo no domínio das embalagens
de vidro para bebidas e alimentação (entrevista nas páginas 42, 43 e 44). De acordo com dados fornecidos pela Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) e pela Associação de Reciclagem dos Resíduos de Embalagens de Vidro (CERV), “a indústria de embalagem em Portugal tem um peso entre 3% e 4% do PIB (Produto Interno Bruto), o que representa o dobro da média mundial, assente nos 1,5%”. Beatriz Freitas é a porta-voz das duas associações e explica que a produção de vidro e a reciclagem estão interligadas,
já que os produtores de embalagens fazem também vidro a partir de vidro usado (resíduos de vidro de embalagem), ou seja os fabricantes são também recicladores. No domínio das embalagens, o vidro tem um peso significativo, ainda que inferior ao do papel, como esclarece Beatriz Freitas, recordando os números mais recentes do contexto português: “No nosso país, o mercado de embalagens, em 2014, tinha uma estimativa total de um milhão e 600 mil toneladas, entre os vários materiais (cartão/papel, vidro, plástico e metais), ABRIL DE 2019
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Cidadãos que reciclam vão ser remunerados em vales de compras Beatriz Freitas, representante da AIVE e da CERV: “Os embaladores e importadores aderentes a uma das entidades gestoras (SPV, Novoverde e Amb3E), pagam uma contrapartida financeira, denominada Valor Ponto Verde (VPV), para suportar custos da recolha das embalagens que colocam no mercado nacional, depois de usadas. Posteriormente, as entidades responsáveis pela recolha do casco para posterior reciclagem, como forma de compensação por es-
sendo que o mais utilizado era o papel/ cartão, com um peso de 45%, seguido do vidro (25%) e dos plásticos (24%). Se a contabilização for feita por unidades e não por peso, o plástico ganha, uma vez que o cartão é mais pesado.” Além da BA Glass, operam no setor de vidro de embalagem em Portugal as empresas Vidrala e Verallia. A produção anual ronda 1,5 milhões de toneladas e distribui-se por seis unidades fabris (2000 trabalhadores), gerando um volume de negócios de 600 milhões de euros. “Diariamente, saem dos fornos de fusão de vidro, em Portugal, mais de seis mil milhões de embalagens para a indústria alimentar”, frisa Beatriz Freitas, acrescentando que a maioria se destina à exportação: “O mercado externo representa mais de 70% das vendas totais de vidro de embalagem (vendas diretas das embalagens vazias e vendas indiretas de embalagens já cheias com produto). As vendas diretas têm como principais países de destino, a Espanha, a França e a Itália, que no seu total são responsáveis por mais de 90% destas vendas. Os principais utilizadores das embalagens de vidro são o sector dos vinhos e das cervejas, que no seu conjunto absorvem cerca de 74% do vidro de embalagem vendido. Os restantes 26% 40 ACT UALIDAD€
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tes custos, recebem da entidade gestora através da qual encaminham o casco, uma contrapartida financeira, denominada Valor de Contrapartida (VC), desde que a qualidade do material respeite as especificações técnicas definidas. As empresas do vidro de embalagem, que recebem o casco para o reintroduzirem nos fornos, depois de tratado e dar assim origem a novas embalagens de vidro, pagam à entidade gestora responsável, uma contrapartida financeira denominada Valor de
são distribuídos pelas águas minerais e pelos refrigerantes, pelos sumos de frutos e outros produtos alimentares.” O consumo nacional ronda as 400 mil toneladas, contabiliza Beatriz Freitas, concluindo que “num país onde a produção de embalagens de vidro é quase quatro vezes superior às suas necessidades em termos de consumo, a competitividade tem forçosamente de ser um dos seus fatores diferenciadores”. Acresce que “qualquer das empresas do vidro de embalagem em Portugal está internamente sujeita a uma concorrência significativa, quer das demais empresas fabricantes destas embalagens, quer de outros fabricantes de embalagens, em materiais tão distintos como o plástico, o alumínio ou as embalagens cartonadas”. As empresas portuguesas deste setor assumiram a globalização, como objetivo de mercado, assinala: “Além do mercado da União Europeia, que por tradição é também o mercado do vidro de embalagem, assistimos, nos últimos anos, a uma diversificação de investimentos, na sua grande maioria efetuados através de compra de outras instalações industriais, dentro e fora do mercado europeu; o que demostra a grande preocupação em participar no movimento do mercado global.
Retoma (VR). A ideia do cidadão que entrega as suas embalagens de vidro depois de usadas, para reciclagem ser remunerado, já está em curso. Vai arrancar ainda este ano, um projeto-piloto em vários supermercados de todo o país, onde o consumidor recebe de volta uma recompensa, quando devolve a garrafa de plástico, vidro ou a lata. De acordo com o previsto, a devolução não será em dinheiro vivo, mas sim em vales de compras.
Assim sendo, não existem fronteiras, a concorrência é também global, e nenhum empreendedor, na sua estratégia de crescimento, pode deixar de ter isso em consideração. As empresas têm uma orientação para o cliente e o contributo das iniciativas de diferenciação, no sentido de poder acrescentar mais valor ao cliente, têm hoje um grande peso, em todas as empresas.” No caso português, “tendo em conta a vertente exportadora deste setor”, um dos obstáculos prende-se com “a falta de casco de vidro (material usado) para utilização na produção de novas embalagens, uma vez que a maioria das embalagens de vidro produzidas saem do país”. Além da questão da sua disponibilidade, tanto no mercado interno, como no externo, outro problema é a contaminação do vidro recolhido para reciclagem: “Em muitas zonas do nosso país, o casco de vidro recolhido -ecopontos, porta-a-porta, ecocentros, etc.- tem uma qualidade muito baixa, devido ao excesso de contaminantes, o que obriga à remoção de todos os materiais não vidro, numa unidade industrial especializada. A deterioração da qualidade do casco obriga a um esforço adicional no tratamento deste resíduo para posterior reciclagem, assim como
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a um aumento do volume de refugos contaminantes que se encontram depositados com o casco e que têm que ser retirados e posteriormente colocados em aterro a um custo elevado.” Em termos do processo de tratamento do casco de vidro, para posterior reciclagem “prevê-se a evolução dos processos tecnológicos para deteção de partículas não transparentes e a possibilidade de utilização de contaminantes até 2mm, de modo a garantir uma maior utilização das fracções contaminadas”, informa a mesma especialista. Importa informar que “em relação ao vidro reciclado que é utilizado pela indústria portuguesa, a taxa de incorporação é de 50%, ou seja, do total de vidro fundido, o vidro pós-consumo que é reintroduzido no forno (normalmente denominado casco de vidro).” Beatriz Freitas salienta que o setor foi pioneiro na recolha das suas embalagens vazias para reciclagem: “Em 1983, por iniciativa da AIVE e das câmaras municipais que tiveram interesse em aderir a este projeto, apareceram os vidrões. Posteriormente, com o aparecimento de legislação europeia sobre embalagens e seus resíduos e com a adesão de Portugal à UE, todo o trabalho passou a ser desenvolvido, pela sociedade gestora, entretanto criada, a SPV, e pelas câmaras municipais organizadas em Sistemas Multimunicipais, os SMAUT´s.” A crescente consciencialização da necessidade de substituir o plástico por outros materiais sempre que possível no nosso quotidiano, de modo a reduzir a quantidade de plástico que vai parar aos oceanos, poluindo e minando a cadeia alimentar, representa uma oportunidade para o setor do vidro, que “é o único material de embalagem que pode ser infinitamente reciclado sem alterar as suas propriedades iniciais e que, dadas as propriedades naturais da suas matérias-primas, se confunde com a natureza”, sublinha Beatriz Freitas, acrescentando que “é também
o material mais saudável, preservando vidro, na compra dos seus alimeno sabor dos alimentos e garantindo tos e bebidas (Consumer Barometer, que não existe qualquer nível de con- Friends of Glass -April 2018)”. Se é verdade que não faltam argutaminação dos alimentos”. O Ministro do Ambiente, João Pedro mentos a favor do uso do vidro, Matos Fernandes, anunciou o objetivo importa também esclarecer que o de Portugal reduzir o uso de plástico setor tem ainda bastante margem descartável e quer, pelo menos, erradi- para melhorar a sua competitividade, como evidencia a porta-voz da AIVE cá-lo da Administração Pública. Beatriz Freitas reconhece que esta e da CERV: “Atualmente os principais conjuntura poderá favorecer o uso do desafios para as empresas do vidro vidro: “É provável que existam alguns de embalagem, em Portugal, são as segmentos nos ramos alimentares e matérias-primas, o consumo energénas bebidas que voltem a optar pelo tico e as emissões de CO2. Estes vidro como material de embalagem três desafios estão interligados e têm como ponto comum a sustentabilidade ambiental.” Beatriz Freitas, Por outras palavras, a quantidade de vidro produzido a partir de vidro representante da AIVE e reciclado terá que aumentar e pesar da CERV: "Diariamente, mais na produção total. Isto porque “a incorporação de casco de vidro, saem dos fornos de no processo produtivo é uma forma fusão de vidro, em de redução da pegada ambiental do setor, fechando o ciclo”, nota Beatriz Portugal, mais de Freitas, acrescentando que reciclar é seis mil milhões de mais barato e polui menos, já que “o casco necessita de menos energia para embalagens para a atingir o ponto de fusão do que as indústria alimentar... matérias-primas virgens”, logo o processo emite menos CO2. O mercado externo A energia é um dos mais incisivos representa mais de fatores de competitividade, observa a mesma interlocutora: “As empresas 70% das vendas" do setor têm no preço da energia um ponto crítico. Assim estão constanpara os seus produtos, à semelhança temente à procura de soluções que do que já aconteceu no passado. De lhes garantam uma melhor eficiência qualquer forma é nossa convicção que energética do seu processo, como é o as embalagens de vidro continuarão caso da utilização das energias renoa liderar o segmento premium. As váveis e dos investimentos feitos nas questões referentes à segurança alimen- chamadas tecnologias limpas. tar do consumidor, contaminação dos A adaptação às exigências impostas alimentos, contaminação de águas e pela UE, que não contemplam as solos, etc, fazem-nos acreditar, que no diferenças existentes entre os países futuro a embalagem de vidro ir-se-á norte/sul é outro dos desafios permanter como a embalagem de con- manentes. É o caso da produção de fiança não só para os sectores clientes energia em que cada país definiu a sua como também para o consumidor. De própria política e das preocupações acordo com um estudo independente com os consumos de água do procesda Federação Europeia de Vidro de so.” Beatriz Freitas considera que o Embalagem, 78% dos consumidores setor “tem conseguido transformar as europeus escolhem a embalagem de potenciais ameaças em oportunidades” ABRIL DE 2019
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BA Glass: a sustentabilidade ambiental é o grande desafio do setor O quinto maior produtor mundial de embalagens de vidro para a indústria de bebidas e alimentação resulta da evolução do grupo Barbosa e Almeida, fundado em 1912, no Porto. Atualmente, com a designação de BA Glass, o grupo detém 12 fábricas, espalhadas pela Europa, que respondem pela produção anual de cerca de 10 mil milhões de garrafas e embalagens de vidro. Este fabricante de origem portuguesa fechou o ano passado com um volume de negócios de 853 milhões de euros e resultados líquidos de 96,6 milhões de euros. Saldo positivo, que permitirá ao grupo continuar a investir em inovação e sustentabilidade, como explica a CEO da BA Glass, Sandra Santos. Que fatores foram decisivos para a longevidade e crescimento do grupo? Acreditamos na excelência como a base para o nosso trabalho. Só com o foco na excelência poderemos continuar a crescer de forma sustentada. Na BA Glass, sabemos que podemos ir para além da produção de garrafas e embalagens de vidro e, por esse facto, temos fomentado parcerias de inovação com os nossos clientes. Queremos trabalhar perto dos nossos clientes nos processos de criação de valor e de inovação tendo como objetivo final dar aos consumidores experiências únicas. O crescimento orgânico e por aquisição é também um dos pilares estratégicos do grupo. Acreditamos que existe espaço para criar valor aplicando estratégias já testadas e
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bem sucedidas. O crescimento é também a forma de atrair talento e criar carreiras para as pessoas que connosco trabalham. Tudo isto alicerçado no nosso ADN, um conjunto de valores que tem sido a base de todo o crescimento do grupo. Este ADN tem evoluído ao longo do tempo, mas tem sido fiel a cinco grandes valores: humildade, emoção, ambição, rigor e transparência. Neste momento, estamos presentes em sete países, com 12 fábricas: três fábricas, em Portugal; duas em Espanha, na Polónia e na Bulgária; uma na Alemanha, na Roménia e na Grécia. Empregamos 3.800 pessoas, espalhadas por estas diferentes geografias.
Pretendem comprar mais alguma fábrica e/ou alargar a capacidade de produção das
atuais unidades? Que investimentos estão previstos? Pretendemos continuar a investir nas unidades de produção existentes, particularmente nas recentemente adquiridas no Sudeste Europeu, melhorando o seu desempenho e respondendo a necessidades de mercado. O impacto ambiental da nossa actividade é também um ponto crítico, pelo que todos os novos investimentos prevêm medidas de redução desse impacto. Um dos mais recentes projectos é a cobertura dos telhados da fábrica de Villafranca de los Barros (sul de Espanha), com páineis fotovoltaicos, um investimento que ultrapassa os cinco milhões de euros. No ano passado, os investimentos de modernização da nossa plataforma industrial e a construção de
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um novo forno em Espanha representaram um valor acima dos 90 milhões de euros. Continuamos a estudar possíveis aquisições. Em 2018, acabámos por não concretizar nenhuma, mas acreditamos que o faremos brevemente.
Que peso têm as exportações e quais são os principais mercados a que se destinam? As vendas para os nossos mercados de exportação (países onde não temos unidades de produção) representam hoje 24% do volume total da BA, que, em 2018, foi de 853 milhões de euros. Os nossos resultados líquidos foram de 96,6 milhões de euros. Continuamos a expandir a nossa carteira de clientes, sendo que os 25 principais clientes representaram 45% das vendas da BA. Para além dos países onde temos unidades de produção, os nossos principais mercados são França e Itália.
Quais são os segmentos de negócio com mais sucesso e quais os mais promissores? Os principais segmentos de consumo continuam a ser: alimentação32%; cervejas - 23%; vinho e espirituosos 31% e refrigerantes 14%. Em 2018, o principal crescimento chegou através dos segmentos da alimentação e da cerveja.
Quais são os principais desafios que a BA Glass enfrenta? Os grandes desafios do sector prendem-se com as matérias-primas, o consumo energético e as emissões de CO2. Estes três desafios estão interligados e têm como ponto comum a sustentabilidade ambiental, que é um dos nossos eixos estratégicos. A redução da pegada ambiental é uma das nossas grandes preocupações. Há mais de 20 anos que co-
meçamos a investir em estações de tratamento do vidro recolhido para o reintroduzir (reciclar) no nosso processo produtivo. Hoje em dia temos uma das mais modernas estações de tratamento de recolha de vidro, em Avintes, e uma segunda, em Villafranca de los Barros (Espanha). Investimos, nos últimos anos, vários milhões de euros, na compra de tecnologias mais amigas do ambiente. Estamos hoje a investir em energias renováveis com a implantação de painéis fotovoltaicos numa das nossas unidades de produção.
"Acreditamos que todos os países terão que trabalhar arduamente para que a taxa de recolha de resíduos seja mais eficiente e efetiva, permitindo-nos aumentar a substituição de matérias-primas virgens por vidro reciclado"
A produção de embalagens mais leves e amigas do ambiente faz já parte da rotina de todos os projectos de desenvolvimento de novas embalagens. Estamos conscientes do nosso impacto ambiental e, em 2018, decidimos ser um dos membros fundadores da iniciativa Porto Protocol, lançada em julho desse ano com a Climate Change Leadership Summit, evento em que Barack Obama mar-
cou presença como orador. Nesse momento, assumimos o compromisso público relativamente a objetivos ambientais a atingir até 2030, que passo a enunciar: usar no mínimo 70% de eletricidade com origem em fontes renováveis; reduzir a utilização de gás natural em 10%, substituindo-o por eletricidade; reduzir em 75% o uso de água; aumentar a utilização de casco (vidro reciclado) pelo menos na mesma percentagem do aumento da taxa de recolha; diminuir as emissões de CO2, pelo menos, para os níveis definidos pela UE; trabalhar em conjunto com os nossos clientes e fornecedores para reduzir a quantidade de embalagens secundárias utilizadas no produto final. Na BA, temos estado empenhados em transformar o nosso processo numa operação eco-friendly e isso é comprovado pela melhoria do nosso desempenho em cada uma das métricas de performance. Estes são sem dúvida os grandes desafios ao nível da sustentabilidade. Obviamente, que ao aumentarmos o nível de vidro recolhido estamos, por um lado, a garantir que o vidro é reciclado (e pode sê-lo de forma infinita), mas também a contribuir para a redução dos níveis de CO2. A utilização do vidro reciclado na produção de novo vidro permite, por um lado, reduzir o consumo de energia dos fornos (o chamado “casco” - vidro reutilizado funde a uma temperatura mais baixa do que as matérias-primas virgens), e por outro baixar as emissões de CO2, tanto devido ao menor consumo de gás natural como ao menor uso do carbonato de sódio como matéria-prima. Acreditamos que todos os países terão que trabalhar arduamente para que as taxas de recolha de resíduos seja mais eficiente e efe-
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tiva, permitindo-nos aumentar a substituição de matérias-primas virgens por vidro reciclado. A indústria do vidro de embalagem continua a desenvolver projetos no sentido de melhorar a sua performance ambiental, sendo o mais ambicioso a criação de um forno que utiliza energia de fontes renováveis.
Em concreto, em que projetos de inovação estão a traballhar? Em termos do setor, acreditamos que o próximo passo é a criação
de um forno elétrico. No âmbito da Federação Europeia de Vidro, temos trabalhado em conjunto com outras empresas do setor, na elaboração de estudos e no desenvolvimento de ideias com o objetivo de encontrar um forno que seja, pelo menos híbrido, mas bastante mais elétrico do que é hoje em dia. Temos a certeza que isso será o futuro da indústria, só falta saber de quanto tempo precisaremos para concretizar esse sonho. A BA tem procurado, também, investir na redução do peso das
garrafas, tornando-as mais leves. O nosso grande desafio é fazer uma garrafa mais leve e, ao mesmo tempo, mais resistente. Com o avanço tecnológico, vai ser possível criar garrafas bastante mais leves, sem grandes limitações e sem condicionar o branding da garrafa. Naturalmente que este trabalho requer a colaboração dos nossos clientes, algo que tem sido a base de todas as inovações. Hoje procuramos desenvolver embalagens que suportem as necessidades dos consumidores, em estreita parceria com os nossos clientes. É nosso objetivo potenciar as vendas e a marca dos nossos clientes e tornar o vidro a embalagem de eleição dos consumidores. O vidro é o único material de embalagem que pode ser infinitamente reciclado sem alterar as suas propriedades iniciais e que, dadas as propriedades naturais da suas matérias-primas, se confunde com a natureza. É também o material mais saudável, preservando o sabor dos alimentos e garantindo que não existe qualquer nivel de contaminação dos alimentos.
e “há mais de 20 anos, que existe a no mesmo período também diminuiu mais leves (através de eco design e melhoria do processo produtivo), mas preocupação de analisar a performan- 30%. ce ambiental –com o apoio do Centro Beatriz Freitas defende que “a pos- também mais resistentes, sempre em Tecnológico da Cerâmica e do Vidro sível grande evolução tecnológica, no estreita colaboração com o cliente, é feita a consolidação dos dados de fabrico de embalagens de vidro é para assim conseguir responder às desempenho ambiental das empre- passar da atual fusão a fuel ou a gás, necessidades dos consumidores”. sas”. Desta forma, “é possível avaliar para fusão elétrica. A industria está De uma forma geral, conclui Beatriz os melhores desempenhos e definir a trabalhar nesse sentido, tentando Freitas, “em Portugal a preocupação investimentos individuais nesta área”. introducir “fornos mais híbridos que do vidro de embalagem está sempre Ainda assim, em dez anos (entre os atuais, com objetivo de aumentar a associada à sustentabilidade do setor e do seu cliente, pelo que os seus desa2007 e 2017) as emissões de CO2 eletricidade utilizada”. (ton. CO2/ ton. vidro) baixaram 17%. As investigações em curso visam fios passam sempre pela aposta na efiO consumo de água no processo de também a produção de embalagens ciência do seu processo, na inovação produção entre 1994 e 2017 reduziu- mais leves e amigas do ambiente: “O das suas embalagens e na melhoria do -se em 52% e o consumo energético, grande desafio é produzir embalagens serviço ao cliente”. 44 ACT UALIDAD€
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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Aguiar-Branco & Associados: advocacia societária em Portugal e no estrangeiro A Aguiar-Branco & Associados – Sociedade de Advogados atua ao nível do chamado direito comercial e das sociedades, sobretudo para clientes nacionais, alguns dos quais com interesses em diversos outros países, mas conta ainda com clientes de outras nacionalidades. Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR
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A g u i a r - Br a n c o & Associados desenvolve a sua atividade preferencialmente no chamado direito comercial e societário, apoiando os seus clientes em Portugal e no estrangeiro, adianta Augusto Aguiar-Branco (na foto), sócio fundador, que atualmente dirige o escritório. “Os principais clientes da AguiarBranco & Associados são portugueses que atuam em diversos setores, nomeadamente no financeiro, na indústria, comércio e serviços”, refere Augusto AguiarBranco. A origem do escritório, remonta a 1949, quando Fernando AguiarBranco iniciou a sua prática profissional como advogado. Só mais tarde então, o advogado portuense viria a fundar uma sociedade de 46 ACT UALIDAD€
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advogados, a primeira a surgir no país, juntamente com o seu filho Augusto Aguiar-Branco. A Aguiar-Branco & Associados caracteriza-se pelo seu grau de “exigência própria”, e, também, com vista a “satisfazer o melhor possível as solicitações dos seus clientes, pela preocupação constante da competência, rigor, independência, integridade, ética irrepreensível, idoneidade, celeridade e inovação”, frisa Augusto AguiarBranco. O especialista em direito bancário e financeiro e em direito societário e comercial resume quais as principais áreas de atuação da sociedade: “a Aguiar-Branco & Associados presta serviços a entidades públicas, a pessoas singulares e a pessoas coletivas, nacionais e estrangeiras, nas diversas áreas
comerciais, industriais, financeiras, civis, publico-administrativas, fiscais, laborais, do imobiliário, urbanismo, turismo, ambiente, das tecnologias da informação, digital, proteção de dados e propriedade intelectual”. A Aguiar-Branco & Associados é constituída por cinco sócios (Augusto Aguiar-Branco, Bernardo Aguiar-Branco, Celestina Maia, Paulo Silva Cunha, e José Carmo Teixeira), e 15 advogados. A Aguiar-Branco & Associados presta serviços jurídicos a todo o tipo de empresas a atuar em Portugal, desde as PME às corporações de maior dimensão, “acompanhando-as nas diversas matérias e assuntos decorrentes da sua atividade. Neste sentido, e atendendo à proximidade e importância do mercado espanhol, é, também, interessante para o nosso escritório acompanhar as empresas espanholas que, sob diversas formas, atuam em Portugal”, comenta Augusto Aguiar-Branco, que considera fundamental uma maior aposta das empresas portuguesas no mercado vizinho. Este é um dos mercados externos onde a sociedade de advogados pode dar o seu contributo para o desenvolvimento e implementação de planos de internacionalização, seja ao nível do investimento direto como de projetos de exportação, adianta o mesmo responsável.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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Azeredo Perdigão & Associados em destaque em diretório internacional
A Azeredo Perdigão & Associados dos, como recognised practitioner , foi destacada, em 2019, na área de na área de tax”, refere a sociedade litax, pela Chambers & Partners, dire- derada por Miguel Azeredo Perdigão. tório internacional de referência de “Como sabemos que a inclusão da sociedades de advogados. Com efei- Azeredo Perdigão & Associados – Soto, “foi na sequência de uma ação de ciedade de Advogados neste prestiresearch pormenorizada, rigorosa e giado diretório internacional de sociedetalhada, levada a cabo pelos mem- dades de advogados (precisamente bros que integram a equipa da Cham- neste ano de 2019, em que comemobers & Partners, que fomos destaca- ramos o nosso centenário), se deve,
mais uma vez e exclusivamente, ao feedback positivo e à confiança que os nossos clientes conferem ao nosso trabalho e à nossa marca e que transmitiram à equipa de research da Chambers & Partners, vimos, num gesto de devido reconhecimento, agradecer a vossa contribuição para esta nova e gratificante distinção”, refere a mesma sociedade.
CCA Ontier lança coletânea jurídica sobre jogo A Área de Prática de Jogo Online da CCA Ontier, liderada pelo sócio Filipe Mayer, acaba de lançar uma coletânea dedicada ao tema do Jogo em Portugal. Uma obra que procura reunir num único volume todos os diplomas legais e regulamentares aplicáveis à atividade dos jogos de fortuna e azar, aos jogos sociais e às apostas desportivas e hípicas. “A grande maioria das normas apli-
cáveis a este setor está dispersa por vários diplomas, o que não facilita à compreensão do quadro normativo. Tal, alicerçado à vasta experiência da CCA na área do Jogo e enquanto utilizadores de toda essa legislação e regulamentação, obrigou-nos a coligir esta coletânea que decidimos colocar sob a forma de livro. Um produto que contamos que seja de grande utilidade não só para os nossos clientes, mas
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também para os demais operadores desta área”, refere Filipe Mayer. O advogado refere ainda que “temos consciência que alguma da legislação coligida está em permanente mudança, em particular a que respeita ao jogo online ”, mas acrescenta que “esse facto não invalida a utilidade da obra agora publicada; será uma boa oportunidade para uma segunda edição desta coletânea”, adiantou.
Ariana Pires Cardoso transitou » A BAS - Sociedade de Advoda Servdebt – Capital Asset gados integrou na sua equipa dois novos advogados assoManagement onde exerceu ciados, Diogo Moreira Ramos, advocacia e passou pela JFN – que vem reforçar as áreas de Sociedade de Advogados, R.L., de direito imobiliário, societário como advogada estagiária. A e direito da imigração, e Ariaadvogada é licenciada em Dina Pires Cardoso, para a área reito, pela Faculdade de Direito de contencioso civil (ambos na da Universidade de Lisboa, e tem um Mestrado em Direito foto). do Trabalho pelo Instituto SuDiogo Moreira Ramos transitou da sociedade Belzuz Abogados tendo, anterior- perior de Ciências do Trabalho e da Empresa. mente exercido advocacia no Departamento Jurí- Os dois novos elementos da equipa resultam da dico da L’Oréal Profissional e na NDR – Neville de aposta da BAS em áreas estratégicas, por um lado, Rougemont & Associados. O advogado tem licen- o direito da imigração, pelos novos desafios relaciatura em Direito e mestrado em Ciências Jurídi- cionados com o imobiliário, o turismo, os golden co-Forenses, pela Faculdade de Direito da Univer- visa, e os RNH, onde a sociedade apresenta já uma sidade de Lisboa, e está a frequentar na mesma ampla experiência e, por outro lado, o contencioso instituição uma pós-graduação em Proteção de civil e a recuperação de créditos, onde se verifica Dados e Empresas. uma crescente procura por parte dos clientes.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
Blockchain e drones em destaque na terceira edição do Cuatrecasas Acelera A
aplicação Blocktac e o projeto FuVex foram os vencedores da terceira edição do Cuatrecasas Acelera, uma aceleradora de iniciativas empresariais. A Blocktac é uma aplicação baseada em tecnologia blockchain, que permite detetar falsificações de documentos oficiais e produtos de diversa natureza. Já a FuVeX é um projeto que pretende fornecer a instituições e empresas um serviço de drones para monitorização ou transporte de mercadorias, voando grandes distâncias de forma segura, fácil e legal. A concurso estiveram seis startups, que propuseram ideias inovadoras no campo tecnológico e jurídico, e que tiveram a oportunidade de apresentar os projetos num pitch e no DemoLab, um espaço que foi criado para a ocasião, perante investidores e business angels. O “Demo Day” realizou-se em fevereiro, nos escritórios da Cuatrecasas em Barcelona. Os vencedores foram escolhidos por um júri, que teve em conta o grau
de inovação, originalidade da ideia, dedicação da equipa, viabilidade e escalabilidade do negócio. Entre os membros do júri esteve Ricardo Torgal, partner da empresa portuguesa Indico Capital Partners, que gere o recém-constituído fundo da capital de risco sedeado em Lisboa e vocacionado para investimentos na área tecnológica. Durante o “Demo Day” houve ainda uma mesa redonda sobre o “blockchain como ferramenta de inovação”, e na qual se analisaram as principais tendências em relação a esta tecnologia, colocando em foco o aumento da adoção de tecnologia em ambiente de negócios, o uso de inteligência artificial, de forma a tornar os smartcontracts mais inteligentes, a pressão crescente para adaptar o ambiente regulatório, e como a ética e a privaci-
dade terão cada vez mais peso nestas matérias. O Cuatrecasas Acelera é um programa da Cuatrecasas e da Telefónica Open Future. Através de acordos com o Microbank e a Netmentora, os projetos têm acesso facilitado a financiamento e acesso gratuito a um programa de acompanhamento e uma rede de mentores internacional. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ ccile.org
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setor imobiliário
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Mercado de escritórios incorpora mais quase 10 mil metros quadrados N o final do mês de janeiro de 2019, a área de escritórios contratada somou um total aproximado de 9.400 metros quadrados, revelando um decréscimo residual na ordem dos 3% comparativamente ao período homólogo de 2018. “O ano 2019 arranca com um ligeiro atenuar da atividade de ocupação já esperado pela falta de oferta no mercado e que irá marcar os resultados deste ano. Ainda assim o mercado registou três operações acima dos mil metros quadrados, que vieram elevar uma lista de ocupações maioritariamente dominada por ocupações de espaços abaixo dos 500 metros quadrados”, frisa Alexandra Portugal Gomes, analista do Departamento de Research da Savills Portugal.
Ao longo do mês de janeiro de 2019, registaram-se 12 operações, menos seis do que no mesmo mês de 2018. A zona 2 (CBD) destacou-se como a zona com melhor desempenho, num total de 5.494 metros quadrados de espaços absorvidos, para a qual contribui uma operação de 3.579 metros quadrados realizada pela Savills Portugal. Nas restantes zonas de mercado, foi registada uma descida generalizada da atividade de ocupação com a zona 4 (zona secundária), a zona 6 (Corredor Oeste) e a zona 7 sem registo de ocupação neste primeiro mês de 2019. Os setores de atividade serviços a empresas e TMT e utilities foram os mais ativos, tendo ocu-
pado 4.691 metros quadrados e 2.007 metros quadrados, respetivamente. Segundo destaca Rodrigo Canas, diretor do Departamento de Escritórios da Savills Portugal, estes dois setores de atividade têm sido “os grandes impulsionadores do mercado de escritórios de Lisboa e prevê-se que mantenham os seus níveis de dinamismo. Apesar da oferta escassa que este ano se fará sentir com maior intensidade, o mercado de Lisboa continuará na lista de preferências de localização de um leque variado de empresas internacionais. A questão que se coloca prende-se com o timing de entrada dos projetos novos, que não será tão célere quanto as necessidades de ocupação”, comenta ainda o mesmo responsável.
Preço das casas no Algarve sobe abaixo da média nacional O preço de venda das casas no Algarve subiu 13% no terceiro trimestre de 2018, em termos homólogos, evoluindo abaixo dos 15,6% registados na média nacional no mesmo período, de acordo com o “Índice de Preços Residenciais (IPR)”, da “Confidencial Imobiliário”. Este indicador monitoriza a evolução dos preços de venda da habitação em todo o país, sendo a mais longa série sobre imobiliário em Portugal. Este é o terceiro trimestre consecutivo em que o IPR para o Algarve revela uma performance homóloga abaixo da registada para o total do país. No quarto trimestre de 2017, os preços da habitação subiam 17,6% na região, comparando então com os 12,8% observados para
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o mercado nacional. Embora mantendo-se em terreno claramente positivo, a subida dos preços residenciais no Algarve vem exibindo, deste então, um comportamento mais errante, alternando entre abrandamentos e acelerações, que resultou na perda acumulada de 4,5 pontos percentuais (p.p.) entre o final de 2017 e o terceiro trimestre de 2018. A nível nacional, no mesmo período, o percurso de subida consistente permitiu ao índice acelerar em 2,8 p.p. e manter uma evolução homóloga posicionada acima do mercado regional. A explicação para a maior volatilidade deste mercado, segundo Ricardo Guimarães, diretor da “Confidencial Imobiliário”, reside no facto de haver uma maior
“exposição do mercado residencial algarvio ao turismo (maior e mais prolongada que a registada em Lisboa ou Porto), com predominância dos compradores britânicos entre o público internacional”, e uma vez que “este é um mercado em que os preços tendem a responder a racionais de investimento e turismo, ao invés de a fatores estritos relacionados com a procura de habitação pelas famílias”, comenta ainda. No período em análise, as regiões de Albufeira, Loulé e Tavira registavam as valorizações homólogas mais intensas (de 17%, 16,1% e 15,1%, respetivamente) do Algarve. Já Portimão, que é o mercado com maior dinâmica de vendas a nível regional, registou no trimestre em análise uma subida homóloga de 11,6%.
sector inmobiliario
setor imobiliário
Cinco District, o mega projeto imobiliário a nascer em Carnaxide com escritórios e hotel O novo complexo imobiliário Cinco District vai nascer em Carnaxide, às portas de Lisboa, que junta uma torre (com 80 metros de altura e 20 pisos) e outros dois edifícios de escritórios, um hotel do Grupo Marriott, jardins (interiores e exteriores) e uma praça para receber eventos. Trata-se de um projeto conjunto do grupo português The Edge Group e da Ceetrus, empresa de imobiliário do grupo Auchan, num investimento de 80 milhões de euros. “Com duração de construção de 22 meses, a abertura do Cinco District está prevista para o segundo semestre de 2021”, revelam as empresas em comunicado, salientando que a comercialização do projeto está a cargo das consultoras JLL e Worx. Com uma área
bruta de construção de cerca de 38 mil metros quadrados, o Cinco District “vai criar um espaço singular para todos aqueles que pro-
curam um espaço de experiência e partilha”. “Um lugar para trabalhar, viver e estar”, lê-se no documento.
André Jordan Group e Oaktree investem mais de 500 milhões no Belas Clube de Campo
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André Jordan Group fechou uma parceria com a Oaktree Capital Management, para um investimento superior a 500
milhões de euros no crescimento do Belas Clube de Campo. Em comunicado, o André Jordan Group adiantou que esta parceria,
com “uma das maiores gestoras de investimentos alternativos a nível mundial” tem previsto “um investimento superior a 500 milhões de euros” e “enquadra-se na estratégia de crescimento do empreendimento, que tem em curso uma nova fase composta por apartamentos, townhouses e lotes para construção de moradias, num total de 1.400 unidades”. Na mesma nota, o presidente executivo do grupo, Gilberto Jordan, referiu que “o investimento da Oaktree vai permitir dar resposta à crescente procura colocando no mercado cerca de 100 unidades por ano, e tornar o empreendimento num dos locais de maior qualidade para viver numa capital europeia”. ABRIL DE 2019
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setor imobiliário
sector inmobiliario
Novo Banco comercializa portefólio de uma dezena de edifícios de escritórios em Lisboa O Novo Banco mandatou as consultoras JLL e Worx para comercializar um portefólio composto por uma dezena de edifícios de escritórios localizados na Grande Lisboa. O objetivo da GNBGA FII - Sociedade gestora de Fundos de Investimento Imobiliário do Grupo Novo Banco é “aumentar a ocupação e performance dos imóveis e dos fundos que os detêm”, refere o comunicado da Worx. Desta forma, a GNBGA FII mandatou, em regime de co-exclusividade, as duas consultoras para promover e comercializar os dez ativos em questão, que incluem o Beloura 1 (na foto), Beloura 13, Edifício Monsanto, Edifício Oriente, Parque Oriente, Taguspace – Da Vinci, Taguspace – Einstein e edifício Orange/Berry/Green. A maioria dos imóveis localiza-se no corredor
Oeste, “o eixo mais ativo para a instalação de empresas no mercado de Lisboa”, sendo as excepções o
Parque Oriente, em Sacavém, e o Edifício Oriente, no Parque das Nações.
Espanhola Merlin quer duplicar ativos em Portugal para dois mil milhões O grupo espanhol Merlin, empresa de imobiliário que tem como principal acionista o Santander, pretende chegar ao horizonte de 2022/2023 com ativos em Portugal no valor de dois mil milhões de euros. Já eram conhecidas as intenções da Merlin de liderar o mercado de escritórios em Lisboa, bem como de duplicar a sua presença no mercado nacional, mas mais recentemente. e de acordo com uma notícia do “Cinco Días”, foi anunciado o objetivo concreto de crescer dos mil milhões de euros de ativos detidos atualmente, para os dois mil milhões de euros, dentro de quatro anos.
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No curto prazo, o objetivo da empresa imobiliária passa por chegar aos 1,5 mil milhões de euros em ativos. Em Lisboa, a Merlin controla 100 mil metros quadrados em espaços imobiliários, estando na terceira posição do ranking nos escritórios, atrás da Norfin e do Castle Group. No que diz respeito a receitas, a atividade em Portugal pesou 9% nos 499 milhões de euros alcançados no ano passado, sendo que a meta (sem prazo definido) passa por chegar aos 15%. Os escritórios que a Merlin tem em Portugal representam 6% da carteira da empresa espanhola, enquanto o peso dos centros comerciais é bastante
superior (21%), devido ao Almada Forum. Em julho do ano passado a cotada espanhola já tinha revelado o objetivo de liderar o mercado de escritórios na capital. Em 2018 a empresa pagou 33 milhões de euros pela Torre Zen, um edifício na zona da Expo com mais de 10 mil metros quadrados onde estão localizadas várias companhias, como a francesa Danone. O Santander é o principal acionista da Merlin, empresa cotada na bolsa espanhola e que tem em carteira vários edifícios conhecidos, como a Torre Sacyr, em Madrid, e a Torre Glòries, em Barcelona.
sector inmobiliario
setor imobiliário
Colonial invierte 30 millones de euros en espacios coworking A
FundColonial acelera en su apuesta por los centros de coworking a través de su filial Utopicus, empresa que controla desde 2017. La inmobiliaria prevé invertir 30 millones de euros hasta el año para alcanzar 13 de estos espacios en Madrid y Barcelona, desde los siete con los que cuenta actualmente. Utopicus pondrá así en el mercado 36.000 m2 de espacio flexible repartidos en 13 centros —cuatro en Barcelona de 9.000 m2 y nueve en Madrid para otros 27.000
metros cuadrados. La firma cuenta actualmente con cinco centros en Madrid (Duque de Rivas, Orense, Príncipe de Vergara, Colegiata y Conde de Casal) y dos en Barcelona (Plaza Cataluña y Clementina). El primero de los nuevos espacios se ubicará en el número 4 de la Gran Vía madrileña, en un edificio en el que es copropietaria la familia Riberas (dueños de Gestamp). Contará con cinco mil metros cuadrados distribuidos en cuatro plantas, un club y el primer restaurante Vinitus en Madrid, uno de los
restaurantes con bastante éxito en Barcelona.
Telefónica venderá su edificio histórico de Barcelona T elefónica ha puesto a la venta un edificio histórico construido en 1928 y ubicado en el corazón de Barcelona, en la Plaza Catalunya, con una superficie total de 8.530 metros cuadrados, distribuidos en once plantas sobre rasante y un sótano. La multinacional presidida por José Álvarez-Pallete ha decidido tras-
pasar la propiedad del inmueble, por unos 110 millones de euros, lo que supondría una de las operaciones del año en el segmento de oficinas. El activo, ubicado en la calle Fontanella esquina con Portal de L’Ángel, está ocupado en su totalidad por Telefónica, que seguirá como inquilino del edificio tras una
operación que en el sector se conoce como sale & leaseback (venta con posterior alquiler), lo que permite a la operadora hacer caja en un momento de gran apetito por parte de los inversores por los activos inmobiliarios, sin necesidad de trasladar al personal ni abandonar el inmueble.
Aqua atesora el alquiler de oficinas más caro de Valencia E l mercado de oficinas de Valencia cerró 2018 con operaciones de contratación que sumaron 40.274 metros cuadrados, un 2% más que el año anterior, según un informe elaborado por BNP Paribas Real Estate. Aunque aún está lejos de los 57 mil metros cuadrados que se alcanzaron en 2007 antes de la crisis, es el mejor registro en la última década. Curiosamente, según señala el informe, el principal motor de la nueva demanda de oficinas es el sector de la construcción, con los
niveles más altos en toda la década, por delante del sector servicios. La torre de oficinas del complejo Aqua ha alcanzado los 14,5 euros
por metro cuadrado y es el techo en el mercado local. Según los datos de la consultora inmobiliaria, pese a este mayor movimiento, el parque inmobiliario de oficinas en Valencia se ha reducido en un 5,8%, hasta 728.430 metros cuadrados. Un recorte que sumado a la mayor demanda ha reducido la tasa de disponibilidad hasta el 9,5%, con lo que se vuelve a situar por debajo del 10% como era habitual antes de la crisis.
Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR ABRIL DE 2019
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Vinhos & Gourmet
vinos & Gourmet
El vino portugués despierta interés entre los españoles
Fieles a los vinos de su región, los españoles están dando una oportunidad a los vinos lusos. Las ventas se han incrementado en los últimos años y aumenta el interés de los sommeliers por formarse. El año pasado llegó a España la Academia de los vinos de Portugal y este año se ha celebrado la III edición de Portugal Decanta, con la participación de más de 40 bodegas lusas. El vino de Oporto sigue siendo el más solicitado.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
n el periodo 2014/2018 las exportaciones de vino portugués para España crecieron por encima de la media del sector: 13,5% de media al año frente al 2,6%. El vino de Oporto representó el 23,1% de los vinos portugueses expedidos para España el año pasado. Estos datos, facilitados por AICEP, reflejan el mayor interés que existe por el vino luso en el mercado español. Prueba de ello es también la tercera edición de Portugal Decanta, que tuvo lugar el pasado 25 de marzo en Madrid (fotos al lado y en la pág. seg a la der.), donde participaron más de 40 bodegas portuguesas procedentes de doce denominaciones de origen diferentes. Portugal Decanta es una iniciativa que puso en marcha en 2015 Rui Fernandes, cofundador y CEO de Terras de Portugal, empresa especializada en la importación y distribución de vinos portugueses en España y Andorra. En 2003 constituyó la empresa, junto con otro socio, para vender vino portugués entre sus amistades pero pronto se dio cuenta del potencial que existía. Ahora representa los vinos de 34 bodegas, con 180 referencias, que llegan a las dos centenas si se tienen en cuenta algunos vinos especiales. Su empresa está creciendo anualmente un 25/30% y este año espera llegar al millón de euros de facturación. ¿Cómo se explica este aumento del interés por los vinos portugueses en España? “El español es muy fiel a los vinos de su región”, comienza por recordar Rui Fernandes. No obstante, en los vinos más transversales, como
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son el Ribera del Duero y el Rioja “se muestra más abierto a probar otras cosas, tiene interés en conocer”, añade. Y si a eso le juntamos el hecho de que Portugal esté de moda en España, “hay una buena oportunidad para los vinos portugueses”. Los distribuidores deben tener una gran variedad de referencias, “se trabaja mucho con cada cliente”, reconoce, pero la gran ventaja del mercado español es la concentración que existe de restaurantes y de personal formándose en gastronomía y vinos. “Se generan muchos contenidos muy positivos en lengua latina que después ayuda a las bodegas a vender en mercados latinoamericanos, por ejemplo”. Para el CEO de Terras de Portugal, los vinos portugueses que más salida y más futuro tienen son los verdes, blancos y fortificados. “Con los tintos es más complicado porque en España
hay muchos, buenos y a buen precio. Algo que no pasa tanto con los otros”. De las bodegas que representa algunas han conseguido un rápido crecimiento en los últimos años. Por volumen de ventas destacan Soalheiro, Quinta do Crasto, José Maria da Fonseca, Andresen, Justino´s y Esporão. “Y existe mucho interés por los vinos viejos. En Portugal hay muchos y es otro mercado que se puede trabaja”. Terras do Portugal vende sobre todo en Barcelona, Madrid, Pontevedra, Valencia, Alicante, Bilbao, San Sebastián y Gijón. En el 2015, se superaron todas las expectativas y se juntaron más de 350 personas en el evento, que se celebró en la Embajada de Portugal en Madrid. Para la segunda edición de la gran prueba de vinos portugueses en España, en 2017, se contó con la participación de Verema.com, el club líder de vino y gastronomía en el mundo
vinos & Gourmet
de lengua española. Verama volvió a estar este año presente en la organización que contó con el apoyo de AICEP Portugal Global y ViniPortugal y donde participaron otros distribuidores portugueses. De 12 a 21 horas, las bodegas provenientes de doce denominaciones de origen dieron a conocer al sofisticado mercado español la calidad del vino luso. Un encuentro que reunió a profesionales del mundo del vino y gastronomía (sommeliers, distribuidores e importadores). Además de la presentación y de la prueba de vinos se celebraron master classes conducidas por Luis Ramos Lopes.
demia de los Vinos de Portugal (foto arriba), una iniciativa puesta en marcha por el Instituto de la Viña y del Vino y por ViniPortugal en varios países. “En España se optó por esta formación como respuesta a la demanda del interés de los sommeliers”, explica Sara Peñas, profesora oficial de la Academia de los Vinos en España. Sin que España sea uno de los principales mercados para ViniPortgal (muy centrado en América y Asia) se ha querido dar respuesta a ese interés creciente “con el objetivo de formar y que se venda más”, explica Sara Peñas. En las formaciones se da a conocer la realidad de los vinos portuguese: tipos de vinos, Academia de los vinos de Portugal castas, regiones, climas y suelos, entre En 2018, comenzó en España la Aca- otros. Los sumilleres cuentan con un
Vinhos & Gourmet
papel fundamental en aconsejar y recomendar vinos a los profesionales de la hostelería y restauración. El año pasado se impartieron 10 clases, aproximadamente una por mes, en las Escuelas Superiores de Turismo, dirigidas a sommeliers y a asociaciones de sommeliers. “Este año hay un recorte de presupuesto y se darán siete clases, con 30 alumnos en cada una, como el año pasado”, añade. La primera clase tuvo lugar el pasado mes de enero, en Madrid, esta vez con 60 alumnos, sommeliers del Instituto de Formación de Empresas de la Cámara de Comercio de Madrid, donde tuvo lugar la formación a la que asistió la secretaria de Estado de Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho.
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Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 Mail: ccile@ccile.org Site: www.portugalespanha.org ABRIL
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Ministra da Cultura defende aprofundamento de parcerias com empresas
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A área cultural é uma das vertentes onde pode existir uma interação ibérica, para um maior desenvolvimento económico de ambos os países, nomeadamente com a participação também das empresas, desafiou a ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, num recente almoço de empresários. Por outro lado, a governante alertou para a necessidade de combater “populismos e nacionalismos”, relembrando como estes afetaram tão negativamente os dois países há algumas décadas, frisou.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
Governo português vai avançar com a autonomia financeira dos museus públicos até ao final deste ano, revelou a ministra da Cultura, Graça Fonseca. Esta é uma reivindicação antiga das direções dos museus, que será finalmente satisfeita, podendo estas entidades obter número fiscal e passar a gozar de “autonomia
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de receitas e de contratações”, revelou a governante, num almoço-debate, realizado no passado dia 12, em Lisboa. No evento, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), estiveram presentes cerca de 150 convidados, entre gestores, empresários e outras personalidades de ambos os países ibéricos, para ouvir a mi-
nistra reafirmar a importância de consolidar as parcerias público-privadas, e ainda uma maior interação entre os dois países na área cultural. Questionada, na sessão de perguntas e respostas, sobre a polémica levantada por alguma comunicação social em Espanha sobre a paternidade da primeira viagem de circum-navegação realizada por Fernão de Magalhães, no século
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05 XVI, Graça Fonseca desvalorizou o assunto, que considerou uma “polémica artificial”, e apontou baterias à necessidade de Portugal e Espanha reunirem esforços conjuntos para “afastar os populismos e os nacionalismos” que proliferam, sobretudo em ano de eleições, referiu. “Não vou comentar”, referiu a ministra, adiantando apenas que o programa das comemorações está a ser tratado pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros de ambos os países. Sublinhou, assim, existir um bom relacionamento bilateral “para falar e para preparar melhor o futuro”. A polémica envolve a candidatura conjunta, dos dois países, da primeira viagem de circum-navegação a património da humanidade da Unesco. “Há um percurso conjunto que
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liga Portugal e Espanha numa evo- não ganhem terreno”, afirmou lução política, económica e social, Graça Fonseca. que talvez devesse levar os países a colocar os populismos e naciona- A importância de Espanha nas ini-
Ministério da Cultura quer ter mais parcerias com entidades privadas, nomeadamente ao nível de espaços para exposições
ciativas do Programa de Ação Cultural Externa
No âmbito das relações externas promovidas pelo Governo português, a cultura faz também parte desta “aposta central”, que se pretende continuar a “reforçar até ao final do mandato” e, se possível, manter no futuro, referiu a ministra. Graça Fonseca realçou a importância do Programa de Ação Cultural Externa, que envolve uma cooperação entre os ministérios da Cultura e dos Negócios Estranlismos de parte e a falar bilateral- geiros, e que tem em curso uma mente sobre o que deveríamos es- segunda edição, envolvendo divertar a fazer para o futuro, para que sas iniciativas de âmbito cultural o populismo e os nacionalismos a promover fora de Portugal. Este ABRIL DE 2019
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programa, que quer envolver também os embaixadores de diversos países, tem como grande objetivo o aprofundamento do conhecimento de outras culturas: “aproximar culturas e, de alguma maneira, chegar às pessoas, às empresas e às organizações” relevando os pontos de semelhança e não as diferenças culturais. “O segundo objetivo é alargar o mercado, fundamentalmente para Portugal, país geograficamente pequeno, mas com uma enorme riqueza cultural”. Assim, “precisamos de abrir o mundo, outros territórios, aos artistas nacionais”, considerou, exemplificando com o caso da Feira Internacional do Livro de Guadalajara de 2018, que teve Portugal como país convidado de honra e, no qual, além de literatura portuguesa, marcaram presença também outras expressões artísti58 ACT UALIDAD€
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a cultura e o “papel fundamental naquilo que devem ser as estra“[A polémica sobre tégias de crescimento económico a viagem de circum- de todo os países”. Neste cruzamento, se inclui o “diálogo com navegação]é artifias empresas”, não só a nível de cial [e não deve ser apoio financeiro e mecenato. Nesse sentido, a ministra lançou um valorizada]” repto às empresas: “existem muitos espaços e equipamentos neste cas nacionais, como música, teatro país que são extraordinários, mas e bailado, “para abrir portas à cul- não têm programação, e, se calhar, tura nacional e aos nossos artistas”, podiam ter mais quadros expostos nomeadamente visando o mercado para as pessoas poderem visitar e conhecer”. E há muitas empresas espanhol. Pela proximidade territorial, Es- com coleções de arte e outros bens panha é o país com o qual Portugal culturais, que nem sempre estão tem mais interação no âmbito da visíveis às pessoas. Podemos fazer Ação Cultural Externa, adiantou a este casamento entre quem tem obras de arte e quem tem espaços”, governante socialista. Graça Fonseca destacou ainda por exemplo, empresas com espauma “segunda dimensão” da Ação ços desaproveitados. A ministra Cultural Externa, que consiste no afiançou, assim, que entre março e “cruzamento entre a economia e abril seriam lançados alguns proje-
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tos neste âmbito, sendo esta “uma crianças e os jovens adultos. Para Outra frente de intervenção do das apostas para os próximos dez tal, a ministra apontou a necessi- Ministério tem sido a reabilitaanos”. dade de fazer esse “cruzamento”, ção de algum património cultuOutro desafio para a área cul- sugerindo que, através dos traba- ral-arquitetónico que se encontural e o seu desenvolvimento lhadores das empresas se chegue a tra degradado. “O património futuro é a preparação dos públi- esses novos públicos, numa “estraté- cultural é um ativo económico”, cos consumidores de atividades gia conjunta”, para alargar o público sublinhou a ministra no mesmo culturais do futuro, ou sejam, as que acede a iniciativas culturais. evento. 01.A ministra da Cultura, Graça Fonseca
08.Ángel Vaca, Marta Betanzos e Luz Torrico
02.Graça Fonseca, com a embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos, e Ángel Vaca
09.Leonor Chastre, Julia Llata, Lourdes Meléndez e Miguel Ángel García
03.Conceição Zagalo, António Martins Victor e Ana Simões
10.Maria da Luz de Sousa, Cristina Marinho e Julia Nieto
04.Luís Lucas, Ana Santana Lopes e Manuel Ferreira
11.Manuel Ferreira, Pedro Rebelo de Sousa e Bernardo Pinheiro-Torres
05.Jenaro López, Luisa Cinca, Raul Fernández e Adolfo Abascal 06.Maria Celeste Hagatong, Antonio Carmona e Tatiana Marcelino 07.Antonio Pena, Francisco Dezcallar e Ángel Aguayo
12.Alexandre Patrício Gouveia, José Pena do Amaral e Inês Oom 13.Natalia Briales, Cecilio Oviedo, Francisco Dezcallar e Eduardo Serra Jorge 14.Susana Santos, José Catarino Tavares e Leonor Chastre
Patrocínios:
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Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
LEXUS ES300h Sétima geração
O ES é o sedan mais vendido da Lexus, sendo o segundo automóvel mais valioso para a marca, logo a seguir ao RX. Contando com todas as tecnologias atuais, este executivo com perfil de coupé oferece um interior requintado, onde se destacam materiais de qualidade, montados com perícia artesanal.
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m 1989, quando a Lexus se apresentou ao mundo lançou dois modelos, o ES e o topo de gama LS, automóveis que continuam a fazer parte da oferta de modelos da marca japonesa. Em rotura com as gerações anteriores, o design apresenta uma linha de tejadilho inclinada que enfatiza o visual mais baixo deste modelo, bem como a sua aerodinâmica. A extremidade traseira é despida de vincos e esculpida com lâmpadas LED que envolvem os painéis na lombada para gerar uma linha de estilo contínua independentemente do ângulo em que o carro seja observado. As versões F Sport adicionam um spoiler traseiro, logótipos e uma faixa inferior mais escura para dar mais des60 ACT UALIDAD€
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taque ao visual. Estão disponíveis mas também acolhedora. Outras três diferentes tipos de jantes de opções incluem Black, Chateau e 17 e 18 polegadas para os ES de sé- Topaz Brown. rie, enquanto as versões F SPORT O ponto de partida foi a nova utilizam jantes de 19 polegadas de plataforma GA-K. Um chassis aldesign semelhante às do coupé Le- tamente rígido de tração dianteira xus LC. que rivaliza com a plataforma de As opções de cores interiores in- tração traseira GA-L, usada para o cluem uma nova combinação que coupé LC e sedan LS em termos reflete o tema de design “elegân- de rigidez torsional. A utilização cia provocante”. A opção Rich Cream combina estofos em creme com um forro do teto em castanho para conferir ao habitáculo uma aparência moderna,
sector automóvil Setor automóvel
de vários tipos de aço de alta rigidez reduziu o peso em comparação com as plataformas anteriores, enquanto melhorias como o novo design de suspensão traseira multibraços, direção elétrica com montagem na cremalheira e suporte em “V”, atrás do assento traseiro, proporcionaram aos engenheiros a flexibilidade necessária para afinar o ES com uma superior precisão. O ES 300h está equipado com um novo sistema eletrificado self-charging hybrid de quarta geração que garante uma eficiência de combustível, resposta imediata e emissões mínimas. Acopla um motor a gasolina de quatro cilindros Atkinson de 2,5 litros a um motor elétrico mais leve, mais compacto e mais denso em potência. A potência total do sistema é de 218 cavalos/160 kW e a economia de combustível, em ciclo combinado, é de 4.7 l/100 km. O motor de 2,5 litros é totalmente novo e incorpora a tecnologia de combustão de queima rápida que o torna um dos motores com mais alta eficiência térmica. O resultado é uma potência mais elevada sem aumento das emissões ou do consumo de combustível. Os recursos incluem condutas de admissão direitas, aumento dos
ângulos de válvulas e assentos de válvulas revestidos a laser . No que toca ao sistema de info-entretenimento, este continua a ser o calcanhar de Aquiles da Lexus, com a utilização, principalmente em movimento, a revelar-se mais difícil do que o desejável. Ainda há muito trabalho a fazer neste capítulo, espero ver melhorias nos próximos modelos da marca. O sistema de som de alta fideli-
dade da Mark Levinson leva nota alta – se dá valor a uma boa banda sonora, este sistema é imprescindível no seu Lexus ES. A gama nacional do ES resume-se à motorização híbrida 300h, disponível em seis versões. Business, Executive, Executive Plus, F Sport, F Sport Plus e Luxury. Os preços iniciam-se nos 61.317,57 euros, para o Business, até aos 77.321,26 euros do Luxury. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
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barómetro financeiro
barómetro financiero
Atividade económica melhora, mas consumo privado trava indicador coincidente de ativiO dade económica melhorou, em fevereiro, para um crescimento de
2,1%, o que representa o melhor nível desde maio de 2018, de acordo com o Banco de Portugal. Já o indicador sobre o consumo privado continua a registar sinais de deterioração, já que o aumento de 1,7% verificado no mês em análise corresponde ao pior ritmo de expansão desde julho de 2016. Estes dados apontam, assim, para uma melhoria da atividade económica do país, ainda que o contributo
Taxa de inflação recupera para 0,9%
das famílias possa estar a abrandar. Estes dados comparam, no entanto, de forma positiva com os indicadores de outros países, que apontam para uma travagem mais acentuada da economia da Zona Euro. O PMI da Zona Euro, indicador divulgado pelo IHS Markit, está num dos níveis mais baixos desde 2014, refletindo essencialmente a deterioração da produção industrial nas principais economias. Deste modo, o indicador PMI aponta para a contração da atividade económica de França e para uma travagem maior da Alemanha.
Exportações abrandam e importações avançam
Os preços no consumidor subiram 0,9% em As exportações de bens aumentaram 4,1% em janeiro, desacelerando em fevereiro deste ano, de acordo com a estimativa termos homólogos, e as importações dispararam 16,6% em igual período, rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). principalmente devido à compra de aviões, divulgou o Instituto Nacional de Após quatro meses de travagem, a inflação Estatística. acelerou face a janeiro (0,5%) e está em máximos De acordo com a mesma fonte, as importações aumentaram 16,6%, depois desde outubro do ano passado. da subida de 8,1% em dezembro de 2018, destacando-se os acréscimos Excluindo os produtos energéticos e produtos de material de transporte em 36,2%, que contribuíram em 5,8 pontos peralimentares não transformados – cujo preço é centuais para a taxa de variação homóloga, em resultado principalmente da historicamente mais volátil pela maior exposição aquisição de outro material de transporte (maioritariamente aviões e suas a choques temporários –, a inflação subjacente partes). fixou-se nos 1% em janeiro, mais do que os 0,8% Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram registados no mesmo mês de 2018. 4,7% e as importações cresceram 19%, depois dos aumentos de 9,1% e Os combustíveis recuperaram, mas continuam 9,5%, respetivamente, em dezembro de 2018. com uma variação negativa. "A taxa de variação O défice da balança comercial de bens, por sua vez, totalizou os 1,996 mil homóloga do índice relativo aos produtos milhões de euros em janeiro de 2019, mais 794 milhões do que no mês energéticos terá aumentado de -2,3% em janeiro homólogo de 2018. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança copara -0,8% em fevereiro", assinala o INE. mercial atingiu um saldo negativo de 1,471 mil milhões de euros.
Número de desempregados registados volta a cair em fevereiro
O número de desempregados registados nos centros de emprego em Portugal era de 342.702 em fevereiro deste ano, uma quebra de 15,3% face ao mesmo mês do ano passado e de 2,3% contra o primeiro mês deste ano. De acordo com os dados do IEFP, a descida de fevereiro interrompe uma série de três meses seguidos de aumentos mensais no número de inscritos, o que permitiu o regresso a valores inferiores a 350 mil. O mínimo desde que estes dados começaram a ser recolhidos (2003) foi atingido em julho do ano passado em 330.587. O IEFP assinala que o desemprego registado "diminuiu em
todas as regiões do país, destacando-se, com as descidas percentuais mais acentuadas, as regiões Norte (-17,4%), Lisboa Vale do Tejo (-16,6%) e Alentejo (-16,0%)". Entre os desempregados inscritos com menos de 25 anos, o IEFP registou em fevereiro 36.585 casos, o que corresponde a menos 8.461 do que o número contabilizado em fevereiro de 2018. Relativamente aos desempregados de longa duração (que têm esta classificação por estarem sem trabalho há pelo menos 12 meses), a queda homóloga foi de 22,9% havendo agora 146.551 pessoas nesta situação. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
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intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial
luso español en el mes de enero de 2019
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l comercio entre Portugal y España sigue dando muestras de dinamismo según las últimas estadísticas que Datacomex de la Secretaria de Estado de Comercio de España acaba de hacer público y a los que esta Cámara ha tenido acceso. Las ventas españolas en este mes de enero superan los 1.742,7 millones de euros y las compras 914 millones, lo que representa un aumento del 0,01% y del 0,03%, respectivamente. Estas cifras han generado un saldo positivo de 828,8 millones de euros y una tasa de cobertura del 190,7%, frente a los 195,1% al-
canzados en enero de 2018. Por lo que a la distribución geográf ica se ref iere, Portugal mantiene la cuarta posición entre los principales mercados clientes de España, con un peso relativo de 7,7%, y la sétima posición entre los principales proveedores del mercado español, con un peso relativo de 3,4%. Se habrá de indicar que Francia y A lemania siguen siendo los principales socios comerciales de España y representan el 24,5% del total, exportaciones más importaciones, del comercio exterior español. Adentrándonos en el análisis geográf ico por CC.A A. destaca
en la oferta española el peso de Cataluña con una cifra de ventas superior a los 394,5 millones de euros (23% del total de las ventas españolas), seguido de Madrid, con 298,9 millones (17,2 %), y Galicia, con 248 millones (14,2%). En el sentido contrario, lideran el ranking la Comunidad de Madrid, con compras de productos y ser vicios por valor de 179,7 millones de euros (19,7%), seguido de Galicia, con 143,5 millones (15,7%), y Cataluña, con 134,5 millones (14,7%). Este conjunto de tres comunidades representa el 52,7% del comercio hispano portugués en
Balanza
1.Balanza comercial de España con Portugal en enero de 2019 VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
Saldo 18
Cober 18 %
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913 960,29
828 775,05
190,68
1 724 280,06
883 855,16
840 424,90
195,09
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1 619 549,72
907 007,03
712 542,69
178,56
mar
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1 772 798,36
1 024 557,96
748 240,40
173,03
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1 660 720,07
972 023,11
688 696,95
170,85
may
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1 870 420,80
1 012 520,48
857 900,32
184,73
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1 768 703,00
1 056 754,24
711 948,77
167,37
jul
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1 792 110,10
1 050 599,30
741 510,80
170,58
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1 659 938,34
841 414,54
818 523,80
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1 719 811,59
899 423,91
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VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 18 ESPAÑOLAS 18
1 742 735,34
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Saldo 19
Rankings 2.Principales países clientes de España enero de 2019
este primer mes del año. Respecto a la distribución sectorial del comercio bilateral, las compras españolas a Portugal (cuadro 4) están encabezadas por la partida 87: Vehículos automóviles; tractor (133,6 millones de euros); 27: Combustibles, aceites minerales (78,4 millones) y la partida 84: Máquinas y aparatos mecánicos (69 millones). De seña lar que este grupo de tres partidas representa el 30,7% del tota l de las compras españolas a Portuga l y en el sentido opuesto (cuadro 5) encabezan la lista la partidas, 87: Vehículos automóviles; tractor (170,6 millones de euros); seguido de la partida 84:Máquinas y aparatos mecánicos (130,9 millones) y la 27:Combustibles, aceites minera les (123,6 millones). El conjunto de estas tres partidas representa el 24,4% del total de las ventas españolas al mercado portugués.
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero de 2019 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
3 358 216,99
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
2
004 Alemania
2 632 367,21
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
78 364,66
3
005 Italia
1 788 981,82
3
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
68 962,41
4
010 Portugal
1 742 735,34
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
63 668,08
5
006 Reino Unido
1 644 381,55
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
48 690,67
6
400 Estados Unidos
930 852,41
6
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
35 417,84
7
003 Países Bajos
706 607,56
7
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
31 751,29
8
204 Marruecos
703 042,36
8
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
30 393,62
9
017 Bélgica
601 526,05
9
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
10
060 Polonia
498 418,01
133 574,03
29 516,45
TOTAL
913 960,29
11
720 China
495 878,21
12
039 Suiza
381 125,38
13
412 México
326 049,90
14
052 Turquía
291 021,91
15
208 Argelia
280 325,98
16
952 Avituallamiento terceros
251 812,95
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
170 600,07
17
038 Austria
207 641,58
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
130 897,85
18
732 Japón
202 233,06
3
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
123 574,02
200 457,40
4
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
110 862,71 105 123,86
19
030 Suecia
20
061 República Checa
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero de 2019 Orden Sector
Importe
199 089,08
5
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
SUBTOTAL
17 442 764,75
6
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
59 983,76
TOTAL
22 525 343,53
7
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
50 861,94
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
8
62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO
48 514,90
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURAS
3.Principales países proveedores de España enero de 2019 Orden País 004 Alemania
3 284 443,93
2
001 Francia
2 858 470,11
3
720 China
2 790 503,93
4
005 Italia
1 519 055,99
5
400 Estados Unidos
1 257 329,01
6
003 Países Bajos
978 920,65
7
010 Portugal
913 960,29
8
006 Reino Unido
852 448,51
9
052 Turquía
618 125,10
10
017 Bélgica
617 183,93 576 201,00
11
204 Marruecos
12
208 Argelia
443 967,05
13
664 India
435 268,45
14
060 Polonia
429 462,77
15
075 Rusia
409 878,12
16
412 México
396 630,70
1 742 735,34
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T. y elaboración propia
Importe
1
44 823,81
TOTAL
6.Evolución del Intercambio Comercial 2019
7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero de 2019 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 18
COMPRAS ESPAÑOLAS 18
17
632 Arabia Saudí
386 056,01
Cataluña
394 507,90
Madrid, Comunidad de
179 677,05
18
732 Japón
374 645,89
Madrid, Comunidad de
298 917,23
Galicia
143 470,57
19
061 República Checa
360 544,33
Galicia
247 983,77
Cataluña
134 542,77
20
288 Nigeria
357 514,73
Andalucía
162 643,05
Andalucía
110 603,19
SUBTOTAL
19 860 610,50
Castilla-La Mancha
125 677,78
Comunitat Valenciana
83 361,82
TOTAL
27 008 619,40
Castilla y León
104 508,00
Castilla y León
76 010,04
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
ABRIL DE 2019
AC T UA L I DA D € 65
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas distribuidoras de material informático
DP180601
Empresas españolas de distribuición de ropa
DP180602
Empresas españolas distribuidoras de gel para ultrasonido
DP181001
Sociedades de abogados en Ayamonte
DP181101
Empresas españolas de construcción de piscinas
DP181201
Empresas de distribuición en la área de la tele asistencia
DP190201
Empresas españolas com actividad en el sector agrícola
DP190202
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas de limpeza Empresas portuguesas distribuidoras de produtos alimentares. Empresas portuguesas produtoras de têxtil Empresas portuguesas distribuidoras de bacalhau Empresas portuguesas de limpeza Empresas de produtos alimenticios bio orgânicos Empresas de distribuição de conservas
DE181201 DE190101 DE190102 DE190103 DE190201 DE190202 DE190203
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
66 ACT UALIDAD€
ABRIL DE 2019
oportunidades de negocio
oportunidades de negĂłcio
ABRIL DE 2019
AC T UA L I DA D â‚Ź 67
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 F 26 27 28 29 30
Abril Prazo Até
Imposto
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em fevereiro/2019
Contribuintes do regime normal mensal
10
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de março/2019
Entidades empregadoras
10
IRS/IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a março/2019
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
22
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em março/2019
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
22
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a março/2019
Entidades empregadoras
22
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em março/2019
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas
22
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no 1º trimestre/2019
Contribuintes do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens não tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas
22
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em março/2019
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação electrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
30
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em fevereiro/2019
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
30
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado em 2017 noutro Estado-membro da UE
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
68 ACT UALIDAD€
ABRIL DE 2019
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE190101
F
BE190102
M
BE190103
F
BE190104
F
BE190105
F
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
06/09/1991
PORTUGUÊS/ INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
PORTUGUÊS
COMERCIAL
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL
DIETÉTICA/ NUTRIÇÃO
PORTUGUÊS/ ITALIANO/ INGLÊS
FINANÇAS E CONTABILIDADE
ESPANHOL/ GALEGO/ INGLÊS/ ITALIANO/ ALEMÃO/PORTUGUÊS
COMERCIAL
14/09/1989
24/10/1980
BE190106
M
ESPANHOL/ INGLÊS/ ALEMÃO/ PORTUGUÊS
GESTOR DE PROJETOS
BE190107
M
ESPANHOL/ PORTUGUÊS
INFORMÁTICA
BE190108
F
21/07/1994
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO/ FRANCÊS
SECRETARIADO DE DIREÇÃO
BE190109
M
02/11/1976
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS
FISCALIDADE E CONTABILIDADE
BE190110
M
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ POLACO
ECONOMIA E FINANÇAS
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 69
espaço de lazer
espacio de ocio
A ciência que Artur Gomes traz ao Erva
Seis meses na cozinha e no laboratório do dinamarquês Noma, a trabalhar em fermentação de alimentos e nas receitas que estas técnicas potenciam, transformaram Artur Gomes num cozinheiro apaixonado por ciência. O resultado poderá ser provado no restaurante Erva, no Corinthia Hotel de Lisboa.
A
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
rtur Gomes foi surpreendido com um convite para participar na mais recente edição de Sangue na Guelra (evento organizado por Ana Músico e Paulo Barata que convoca jovens cozinheiros emergentes a exibir o seu talento em diferentes restaurantes lisboetas), quando estava prestes a terminar o seu estágio de seis meses no dinamarquês Noma, de René Redzepi (considerado por quatro vezes o melhor do mundo na lista The World’s 50 Best Restaurants), e no Noma Lab (laboratório de experiências de fermentação deste restaurante de Copenhaga): “Não estava à espera, mas aceitei o desafio e numa noite criei os dois pratos que apresentei, baseado em ideias que já tinha em rascunho.” O jantar aconteceu em novembro, no restaurante Erva. Artur Gomes apresentou um xerém de berbigão sobre uma 70 ACT UALIDAD€
ABRIL DE 2019
base também feita de milho, que homenageia o Algarve, onde trabalhou antes de viajar para Dinamarca, e um fígado de tamboril, servido frio, coberto com folhas de trevo e cogumelos. “O primeiro prato nasceu da preocupação em evitar o desperdício”, explica, referindo-se ao fígado do tamboril “que não é fácil de agradar”, mas “servido frio, sabe bem”. Suspeitamos que quem provou também achou o mesmo, já que, semanas depois, Artur Gomes recebeu outra proposta: comandar a cozinha do Erva. O chefe também foi convidado a continuar no Noma, mas achou que era o momento de regressar a Portugal e de liderar um projeto. “Gostei do
ambiente do Erva, da equipa, do projeto, do conceito e da postura da direção, que escuta o que eu tenho para dizer”, sublinha. Artur Gomes tem agora muito mais para dizer, depois da experiência de trabalhar no Noma:
espacio de ocio
espaço de lazer
“Aprendi muito. Nos primeiros dois meses estive a trabalhar com a brigada na cozinha do Noma. Nos restantes, trabalhei no Noma Lab, sob a orientação de David Zilber, o responsável pelo laboratório de fermentação, e aprendi imensas técnicas. Estudava química, física quântica… O nível é muito exigente porque a ideia é preservar tudo e usar os produtos na totalidade, ou pelo menos, minimizar o desperdício tanto quanto possível. Fiz um garum de esquilo (molho originalmente feito a partir das vísceras de peixes fermentadas datado do tempo da ocupação romana), que acabou por integrar a carta. O Noma
feito de algas fumadas e com um toque são pouco usadas, mas com as quais escandinado dado pelo katsuobushi quero trabalhar”, indica, revelando (flocos de carne seca) de rena. Artur que se irá socorrer da ciência, já que Gomes conta que provou o vinagre está a consultar o trabalho de uma que antes existir e não gostou. “Então investigadora portuguesa nessa área desafiaram-me a melhorá-lo e foi o para averiguar que vegetais comesque eu fiz”, diz acrescentando que tíveis não convencionais poderá também é dele um molho de ervilhas, usar. Dá alguns exemplos: “Podemos inspirado no molho de soja. comer todas as espécies de trevos, O Noma não é o único nome todas as rosas. Todas as flores onde as sonante do currículo de Artur Gomes, abelhas pousam são comestíveis.” que depois de estudar na Escola de A nova carta, já assinada por Artur Hotelaria de Faro, integrou as equipas Gomes, estreia-se este mês. O chefe do Belcanto, de José Avilez. “Foi fun- abre-nos o apetite com duas sugesdamental para interiorizar regras de tões: “Arroz Carolino e gamba da organização e disciplina numa cozinha Costa - arroz cozinhado num caldo profissional, bem como contacto com de peixe e terminado com um jus,
tem 20 armazéns em Copenhaga, onde se guardam os alimentos conservados no laboratório. Não há limites.” Artur Gomes considera que o Noma lhe proporcionou uma aprendizagem que irá, sem dúvida, influenciar o seu trabalho: “Além da impressionante visão de produto que eles têm, também me tocou a simplicidade e a forma como descomplicam o serviço e o contacto com o cliente, que é muito mais informal do que em Portugal. O Noma ocupa um antigo bunker da segunda guerra mundial e tem um corredor de 120 metros, de onde saem todos os pratos. O sentido de equipa e a hierarquia é fulcral (há 13 subchefes). A língua de trabalho é o inglês, já que têm cozinheiros de todo o mundo. Todas as receitas têm um método científico e as coisas têm que funcionar para que os pratos saiam sempre da mesma maneira. No entanto, há espaço para todos e todos podem criar. Artur Gomes contribuiu para a carta do Noma com um vinagre de dashi,
clientes, quando o Belcanto ainda era uma cozinha pequena, onde se operavam milagres”, comenta Artur Gomes, destacando da sua experiência também a passagem pelo restaurante catalão “El Celler de Can Roca”, atualmente na segunda posição do The World’s 50 Best Restaurants, ranking que já chegou a liderar: “No Celler aprendi sobretudo técnicas novas e um enorme respeito pelos produtos.” O trabalho de Artur Gomes no Erva deverá refletir toda esta aprendizagem: “Iremos manter o conceito que já antes existia de preocupação com a sustentabilidade e com a comida orgânica. Quero usar religiosamente os produtos da época, trabalhar de perto com os produtores, simplificar o que for possível simplificar.” Ainda que o nome o possa sugerir, o Erva não servia nem servirá apenas ingredientes vegetais. No entanto, Artur Gomes destaca essa componente, onde quer surpreender. “Há muitas ervas e flores comestíveis que
feito a partir das cabeças e cascas da gamba da costa, complementado com gamba cozinhada a baixa temperatura e um crocante feito com as caudas da gamba; Aipo e ragout de cereais portugueses - aipo laminado em camadas entre um mil folhas e uma empanada folhada, recheada com um ragout de cereais portugueses (aveia, cevada, trigo e arroz) e terminado com um jus completamente vegetal. Maria Joao Galante, responsável pelo marketing e relações públicas do Corinthia Hotel Lisbon, acrescenta que o conceito que inspirou o Erva vai manter-se, apenas a carta mudará com este novo chefe: “Continuará a ser um restaurante moderno e vibrante, que acompanha o atual ritmo da cidade de Lisboa, com um ambiente descontraído e cosmopolita.” Erva Corinthia Hotel Lisbon, Av. Columbano Bordalo Pinheiro nº105, Lisboa Telefone: 21 7236363
ABRIL DE 2019
AC T UA L I DA D € 71
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“Bárbaros e Iluminados, Populismo e Utopia no século XXI”
A eleição de Trump e de Bolsonaro, os coletes amarelos, a saída de Angela Merkel e o Brexit são alguns dos temas abordados por Jaime Nogueira Pinto na nova edição de “Bárbaros e Iluminados, Populismo e Utopia no século XXI”. Na obra, o autor “descreve a crise profunda que afeta o mundo liberal globalizado e analisa as razões da crescente rebelião dos povos contra a elite internacional no poder”. Por outro lado, “recorrendo à História e à história do pensamento político, traça o perfil e o percurso da ideologia hegemonizante dos ‘iluminados’ que nos têm governado e dos ‘bárbaros’ que se lhe têm vindo a opor”. A obra question: “Quem são então os Bárbaros e quem são os Iluminados? Em que medida é que estes conceitos de direitas ou esquerdas «populistas e nacionais» contra um centrão «universal, moderado e racional» são reconduzíveis à dicotomia Bárbaros e Iluminados? Quais são os valores ético políticos de uns e de outros? E quais os modos e formas de estar na política que os identificam? O que se passa nas Américas do Norte e do Sul é reproduzível na Europa? Até que ponto a utópica febre de igualização daHumanidade, o laboratorial aniquilamento de identidades e fronteiras, a homogeneização e imposição do modelo político ideológico da democracia e da supremacia dos mercados sobre os Estados são mais «civilizados», e até mais «ilustrados», do que o respeito pelas raízes e pelas tradições e a defesa da liberdade das nações e da independência das identidades político culturais?”
72 act ualidad€
abril de 2019
Exposições
“A metade do ceú”: o trabalho de 61 artistas portuguesas no Museu Vieira da Silva No ano em que se comemora um quarto de século da abertura ao público do Museu celebra o vigésimo quinto aniversário, além das obras de Maria Helena Vieira da Silva, uma das mais internacionais pintoras portuguesas de sempre, o museu Arpad Szenes – Vieira da Silva vai expor até 23 de junho o trabalho de mais 61 artistas plásticas portuguesas, capazes de fazer justiça à expressão de Mao Tsé-Tung “A metade do ceú”. Esta exposição é uma proposta expositiva do também artista plástico Pedro Cabrita Reis: “O artista propõe uma exposição coletiva inteira e declaradamente liberta de qualquer condicionalismo temático, desprovida de uma narrativa curatorial e que se quer, aliás, alheia ao artifício discursivo.” Pedro Cabrita Reis quis antes “que fosse, muito simplesmente, um modo de revelar o pensamento, o olhar e a prática criativa d’A metade do ceú – aquela que, segundo Mao TséTung, toda e qualquer mulher sustent a”. A sinopse da m o s t r a explica que “é a partir d e s t a expressão, achada num texto atribuído ao líder chinês, que o artista concebe e desdobra o projeto expositivo”, lembrando, “que a arte foi e será sempre avessa e imune à ideologia”. Desta seleção de Pedro Cabrita Reis, fazem parte obras de Josefa de Óbidos (século XVII) e várias artistas contemporâneas como Graça Morais, Helena Almeida, Paula Rego e Joana Vasconcelos. O objetivo é precisamente celebrar o contraste, o princípio da divergência, especifica o texto que introduz e a exposição: “A metade do céu instaura um território de confronto – e, desde logo, pelo seu carácter pluridisciplinar, convocando o desenho e a pintura, a escultura e a instalação, a fotografia e o vídeo. Contudo, a demanda pela alteridade está para lá da dimensão formal. Interessa o conflito, tanto ou mais que o consenso. Há que atentar, muito particularmente, no conflito que lateja em cada trajetória, contrariando uma visão padronizante eventualmente alimentada pela (ou por alguma) história da arte. Pois que esta exposição perscruta o lado lunar de cada artista, dando a ver, sempre que possível, o que menos se espera dela – uma ou outra obra não tão frequentemente mostrada, talvez até desfasada, de algum modo inusitada. É o caso de Menez, Ana Hatherly ou Helena Almeida. A metade do céu traduz uma certa ânsia pelo estremecimento do desvio epifânico, dessa queda absolutamente primordial. Por certo, mesmo a mais ilustre e estudada artista é aqui apresentada para e na iminência de ser redescoberta, uma e outra vez, pelo olhar contemporâneo. Há que trazer a natureza morta de Josefa de Óbidos à luz da produção artística atual – mais não seja, em busca desse assombro. É justamente na tangência, algures no interstício, que se cumpre o desígnio da exposição.”
Até 23 de julho, no Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva, em Lisboa
espacio de ocio Gravuras de Nelson Mandela, em Evoramonte A “House of Mandela Art”, com o patrocínio da marca Delta Cafés, traz pela primeira vez a Portugal duas séries de desenhos e pinturas – Série Luta e Série Ilha Robben – realizadas por Nelson Mandela entre 2001 e 2005. Os trabalhos podem ser vistos em cinco espaços em Evoramonte (Estremoz): a Torre/Paço, no castelo, a galeria de arte Silveirinha, no primeiro piso dos antigos Paços do Concelho, a loja de artesanato Celeiro Comum, as instalações da empresa de animação turística e cultural Andar a Monte, e o alojamento local The Place at Evoramonte. A Série Luta (Struggle Series) corresponde às suas primeiras obras e é constituída por cinco desenhos que sintetizam a história da sua vida: “o Punho Cerrado, que representa os anos de luta; a Prisão – as suas mãos atadas que simbolizam o seu encarceramento durante 27 anos, a Liberdade – o partir os grilhões; a Unidade – Nelson Mandela não se limitou a unir a sua nação e continente, tendo estendido a sua mão de amizade a todo o
espaço de lazer
mundo; e a Mão – a sua mão estendida na direção da mão de uma criança, refletindo a sua crença nos mais jovens.” Em 2002, Nelson Mandela regressou a Robben Island para criar uma série de gravuras que evocam o tempo que lá passou, “usando cores garridas, numa série de trabalhos intitulados a A cela, A janela, A igreja, O farol e O porto”. Sobre estas obras, Nelson Mandela terá dito: “Posso transmitir tanta coisa com estes simples desenhos à base de linhas. Por que é que escreveria outro livro, quando posso contar histórias nos meus desenhos?”. A mostra integra 36 imagens que abordam o percurso do líder político sul-africano. A inauguração agendada para o dia 9 de abril contará com a presença da embaixadora da África do Sul em Portugal, Mmamokwena Gaoretelelwe.
De 9 de abril a 31 de maio, em Evoramonte Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
“Rottweiler”, do espanhol Guillermo Heras, no palco do Teatro Municipal Sá de Miranda
“Não existe verdade. Apenas versões”, terá argumentado o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Também o autor espanhol Guillermo Heras se debruça sobre a verdade e a mentira na peça “Rottweiler”, escrita em 2006 e agora levada a cena pelo Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana: “Fake-news. Em português, notícias falsas. Afinal, para que serve uma notícia verdadeira? Uma mentira pode ser difundida como sendo verdade para todo o mundo e para milhões de pessoas, de
forma instantânea. O próprio termo mentira tornou-se politicamente incorreto, mediaticamente proibido, interpessoalmente deselegante. Agora chama-se pós-verdade. E uma verdade que é “pós”, pode ser qualquer coisa. Até uma mentira embrulhada em papel de verdade. Difundida até ao infinito. Até à náusea. Até um Rottweiler”. A sinopse da peça dá-nos outras pistas sobre o que se vai passar em palco: “O recurso à violência por parte de pessoas relacionadas com a extrema-direita. A gestão informativa de programas televisivos. Um homem cognominado Rottweiler. Um jornalista. Um direto.” A peça estreou no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, no passado dia 27 de março, Dia Mundial do Teatro. Ricardo Simões, diretor artístico da companhia vianense, assina a encenação a partir do texto original de Guillermo Heras, com tradução de Alexandra Moreira da Silva, O autor madrileno é também professor e encenador, tendo já vencido alguns prémios nessa categoria e encenado peças no Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana.
Até 13 de abril, de quarta a sábado, no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo abril de 2019
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Statements Para pensar
“O preço das comunicações preocupa-nos” João Cadete de Matos, presidente da Anacom-Autoridade Nacional das Comunicações,
defendendo, nomeadamente, uma maior partilha dos custos de infraestrutura entre operadores, por forma a poupar custos e, assim, beneficiar os clientes, num país onde os preços das comunicações “são superiores à média da União Europeia”, “Expresso”, 23/3/19
“Numa altura em que a economia global introduz enormes fatores de incerteza, verificamos que, felizmente, continuamos a ter uma trajetória de atração e reforço de investimento (...) [destacando-se o facto do último concurso de incentivos ao investimento ter tido] mais de 2.800 milhões de euros de investimento candidatado por mais de uma centena de entidades” António Costa, primeiro-ministro, que falava na unidade da Bosch, em Ovar, durante a cerimónia de assinatura de dois novos protocolos de inovação da multinacional alemã com as Universidades do Minho e do Porto, que representam um investimento de cerca de 50 milhões de euros até 2022, “Jornal Económico”, 25/3/19
“[Portugal deve continuar a investir no conhecimento científico, para criar] mais e melhor emprego [sendo fundamental] alinhar as políticas públicas com as políticas das universidades e as estratégias empresariais” Idem, ibidem
[As previsões macroeconómicas indicam que o país conseguirá em 2019 continuar a crescer acima da média europeia, tal como nos dois anos anteriores, mas a ambição governamental] é de ter uma década sustentada e continuada de crescimento acima da média europeia (...) Só assim conseguiremos recuperar a década que ficou perdida” Idem, ibidem
“O défice de 2018, reportado no âmbito da primeira notificação do procedimento dos défices excessivos, deve vir alinhado com as declarações públicas mais recentes do Governo, ou seja, deverá ser entre 0,4 e 0,6% do PIB (...) Esse resultado é positivo, tendo em conta o abrandamento do crescimento económico em 2018” João Borges de Assunção, professor da Universidade Católica, em declarações à Lusa, que, tal 74 ACT UALIDAD€
como outros economistas, antecipam que o défice se tenha fixado em torno dos 0,6% do produto interno bruto (PIB) em 2018, como antecipou o ministro das Finanças, Mário Centeno em fevereiro, “Negócios.pt”, 25/3/19 ABRIL DE 2019