Actualidade Economia Ibérica - nº264

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Actualidad

Economia ibérica junho 2019 ( mensal ) | N.º 264 | 2,5 € (cont.)

Reputação

 uma questão de competitividade pág. 38

produtos e serviços performance da empresa capacidade de inovação condições de trabalho governance liderança cidadania

“O processo de expansão da Mercadona costuma ser rápido” pág. 14

Países ibéricos devem unir esforços para “fazer parte da indústria europeia da defesa” pág. 50


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Índice

Ilustração de capa

índice

Sandra Marina Guerreiro

Foto DR

Nº 264 - junho de 2019

Actualidad

68. Cabárceno, un enclave

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Helena Faria, Nuno Almeida Ramos e Teresa Patrício da Silva Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787

Grande Tema

Reputação, uma questão de competitividade

38.

Editorial 04.

06.

46.

Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________

Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Maria Celeste Hagatong

Formação, pessoas e empresas: três variáveis de uma mesma equação - Helena Faria

Periodicidade: Mensal

Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa

Estima, admiração, confiança e impressões positivas

Opinião

Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

natural único con 140 especies en semilibertad

O Arrendamento Urbano para fins Não Habitacionais – questões práticas - Teresa Patrício da Silva

Atualidade 20.

ICC Lavoro cresce no segmento militar e consolida mercado espanhol

22.

El mapa electoral de España

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14.Grande Entrevista 26.Marketing 32.Fazer Bem 46. Advocacia e Fiscalidade 50.Eventos 58. Setor Automóvel 60.Barómetro Financeiro 62.Intercâmbio Comercial 64.Oportunidades de Negócio 66.Calendário Fiscal 67.Bolsa de Trabalho 68.Espaço de Lazer 74. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola JUNHO DE 2019

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editorial editorial

Estima, admiração, confiança e impressões positivas

O

s sentimentos mais cobiçados do mundo corporativo, os que as empresas querem semear em todos os que com elas interagem dão título a este texto e boa reputação às empresas que os inspiram. Talvez deva perguntar se a sua empresa inspira estima, admiração, confiança e impressões positivas aos respetivos stakeholders? Que é como quem diz, o que pensam sobre a sua empresa clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes, jornalistas, influencers… toda a comunidade à qual chega o impacto da atividade da empresa? Somados os pontos a favor e subtraídas as opiniões negativas, chega-se ao valor da reputação, um resultado capaz de multiplicar os resultados futuros da sua empresa, ou de os encolher... Como sugere o vice-presidente da sucursal ibérica do Reputation Institute, no tema de capa desta edição, a reputação de uma empresa é uma emoção: “É a nossa perceção de como a empresa opera no mercado. Isso é medido com quatro perguntas: eu estimo, admiro, confio e gera-me uma boa impressão? Como acontece com a reputação das pessoas, quanto mais reputação (confiança, admiração, respeito, etc.) tem uma empresa, maior é a nossa disposição para comprar os seus produtos, recomendar a empresa, etc. Naturalmente, um bom produto é fundamental. Na verdade, é o que mais pesa quando se trata de construir uma reputação de

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uma empresa, mas é essa perceção que nos predispõe a comprar os seus produtos. Sem essa predisposição, não haveria o ato de compra em si.” O produto ou serviço estará sempre no topo da avaliação, mas para a reputação contribuem também a performance (os resultados), a governance (a forma como é gerida), a liderança, a capacidade de inovação, as condições de trabalho da empresa e cidadania (a forma como interage com a comunidade e o ambiente). No tema de capa desta edição ficamos a saber quais são as empresas que gozam de melhor reputação no mercado português e como algumas delas alcançaram esse estatuto. Já exposta ao julgamento dos stakeholders portugueses está a Mercadona, que abre a sua primeira loja em Portugal, no dia 2 de julho, em Vila Nova de Gaia (Canidelo). A Actualidade conversou com Elena Aldana, a responsável pela retalhista espanhola em Portugal,

e procurou antecipar a estratégia da empresa para conquistar os “chefes” (assim se designam os clientes no universo da Mercadona) portugueses. Nesta edição, destaque ainda para as palavras do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, durante um almoço promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, no passado dia 17. O governante salientou que, em Portugal, estão a crescer os negócios em torno do cluster aeronáutico e aeroespacial, designadamente em parceria com congéneres de Espanha e de outras nacionalidades, assim como a área naval, das comunicações e vigilância do espaço, dos têxteis, informática e outros “nichos de excelência”, de indústrias não letais. João Gomes Cravinho advoga que Portugal e Espanha se unam para contribuir mais significativamente para a indústria europeia de defesa.  E-mail: smarques@ccile.org


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opinião opinión

Por Helena Faria*

Formação, pessoas e empresas: três variáveis

de uma mesma equação

À

semelhança do que aconteceu em muitos momentos da nossa história, a evolução tecnológica tem um papel central nas alterações do mercado de trabalho, hoje com um ritmo muito mais acelerado, dir-se-ia mesmo alucinante. A crescente presença da inteligência artificial (IA) em muitos domínios profissionais faz com que a forma como hoje conhecemos muitas funções vá desaparecer muito em breve, mudando de forma significativa os processos, as ferramentas e as metodologias de trabalho. A medicina irá sofrer mudanças inevitáveis com a IA, com um elevado impacto na precisão de diagnósticos. Na área dos recursos humanos, existem algoritmos que já são capazes de otimizar processos e conseguir resultados mais precisos no recrutamento e avaliação de pessoas, na avaliação de desempenho, etc. Começam a surgir exemplos práticos de como a IA pode ser aplicada no ensino e no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando o ensino personalizado, de acordo com as necessidades e capacidades de cada aluno, a criação automática de livros personalizados, com uma forma e complexidade ajustada ao perfil de aprendizagem de cada aluno, a automação de tarefas mais rotineiras e administrativas dos Docentes, libertando-os mais para o ensino e investigação. Enfim, um pouco por todas as áreas funcionais 6 ACT UALIDAD€

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encontramos exemplos de mudança que vêm com a tecnologia. No futuro próximo, mais do que presente, a estagnação dos profissionais terá consequências enormes, podendo mudar drasticamente a vida dos que se deixarem parar e não assumirem a “rédea” das suas carreiras. Durante a última crise económica portuguesa entre 2011/2014 muitos profissionais que perderam o seu emprego não conseguiram reentrar no mercado ou tiveram de encontrar alternativas profissionais para continuar ativos. Refiro-me aos que percorreram uma vida de trabalho, fazendo sempre o mesmo sem grande preocupação em aprender algo de novo, em desenvolver novas competências, apenas focados em continuar o seu dia a dia de forma mecânica e rotineira. Confrontados com o desemprego e uma economia a renascer, percebeu-se a presença de um aparente desajuste entre as necessidades do mercado e a oferta de qualificações por parte de muitos portugueses. Hoje, quem não se preocupar e apostar continuamente na sua formação e desenvolvimento, a empregabilidade estará fortemente comprometida num futuro próximo. Sem compreendermos como o nosso trabalho poderá mudar com a IA, a automação generalizada e outras ferramentas tecnológicas, sem nos prepararmos com a aquisição continuada de novos conhecimentos e competências e com

a atitude certa face à mudança, poderemos não ter lugar no mundo do trabalho, pelo menos na forma como idealizamos a continuação da nossa carreira. As universidades e todas as organizações ligadas à formação têm neste contexto um papel fundamental, na produção e promoção contínua do conhecimento. Precisam de estar alinhadas nas suas estratégias, conteúdos e metodologias de ensino com o mundo empresarial, para que possam formar e “reciclar” pessoas que sejam facilmente empregáveis num futuro próximo, sendo aqui importante a exposição a uma base tecnológica e quantitativa de formação. As empresas, por sua vez, têm um papel crítico na exposição dos seus recursos a novos desafios e projetos, não alimentando a estagnação e promovendo um desenvolvimento contínuo de competências. A última variável desta equação, as pessoas, têm de ser pró-ativas, demonstrar espírito de iniciativa, abertura aos desafios, capacidade para lidar com o risco, com a mudança e com a adversidade, tudo isto associado a uma atitude de contínua superação e de não acomodação. Só com este jogo “a três” garantirá a satisfação das necessidades de um mercado complexo, exigente, competitivo e em permanente mutação.  * Head of Career Office do ISEG - Lisbon School of Economics & Management E-mail: hfaria@iseg.ulisboa.pt


opinión

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Sonae Sierra compra 50% de empresas do grupo Luís Malheiro

A Sonae Sierra adquiriu 50% de três empresas do grupo Luís Malheiro, numa nova parceria para ampliar a sua ofer ta de ser viços a clientes nas áreas de gestão de projetos de engenharia e gestão e manutenção de edifícios. Estão em causa as empresas LMSA, especializada em projetos de instalações técnicas de engenharia, a LMGE, especializada em gestão da manutenção, operação e manutenção de edifícios, auditorias técnicas e eficiência energética, e a LMIT, que se dedica ao desenvolvimento de software para a otimização de consumos de energia e água. A Sonae Sierra vai passar a oferecer aos seus clientes “uma gama

mais completa de ser viços” em todas as áreas de engenharia e arquitetura, “com mais know-how e capacidade de apresentar soluções integradas para os mais variados desafios de qualquer projeto imobiliário, contando com uma equipa de profissionais especializados com competências muito diversificadas”, de acordo com o comunicado emitido pela Sonae Sierra. Entretanto, o grupo de gestão de centros comerciais quer ampliar a car teira de imóveis fora de Por tugal e, para isso, prevê desenvolver um plano de investimento em Espanha de até 260 milhões de euros, que deverá ficar concluído até 2020. Isto de acordo com uma notícia do “El Economista”, que revela que o plano passa pela aber tura de novos centros comerciais e por melhorias noutros já existentes no seu por tefólio, onde se incluem centros como o Gran Casa, em Saragoça, ou o complexo Plaza Mayor, em Málaga.

Visabeira vende carteira imobiliária e reforça na Vista Alegre Atlantis A Visabeira colocou à venda ativos imobiliários no valor de 70 milhões de euros, revelou o “Jornal de Negócios”. Depois de ter alienado o negócio da saúde, por 22,8 milhões de euros, o grupo de Viseu tem 70 milhões em ativos imobiliários para venda. Quanto à participação na Pharol, pretende “mantê-la” e esperar que “valorize”, adianta a mesma publicação. Entretanto, a Visabeira reforçou a sua participação no grupo de cerâmica e porcelana Vista Alegre Atlantis, passando a deter 90,514% do capital da Vista Alegre Atlantis (VAA), depois de ter adquirido 3.835 ações da companhia, em abril e maio deste ano, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

EDP Brasil aumenta lucros em 38% no primeiro trimestre O lucro da EDP Brasil no primeiro trimestre do ano cresceu 38% face ao mesmo período de 2018, alcançando 295,6 milhões de reais (67,22 milhões de euros), informou a elétrica portuguesa. O presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, explicou que o retorno dos investimentos em transmissão de energia e o aumento do volume de energia consumida das distribuidoras foram os elementos mais relevantes para o crescimento do lucro. “Este é o primeiro trimestre em que tivemos um resultado significativo [no segmento] de transmissão. Houve uma variação de 44 milhões

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de reais [10 milhões de euros] na geração de caixa, que diz respeito aos resultados das transmissões”, afirmou ainda Miguel Setas. “O segundo elemento foi o aumento do lucro das distribuidoras (...). Tivémos este ano um aumento de 5,1% do volume [de energia] distribuído em São Paulo e no Espírito Santo. Isto, por sua vez, teve muita relação com o aumento da temperatura”, acrescentou. Segundo Miguel Setas, a distribuição de energia foi responsável pela geração de caixa de 48 milhões de reais (10,9 milhões de euros) nos resultados da EDP no primeiro tri-

mestre do ano. No geral, a empresa portuguesa do setor elétrico obteve um EBITDA (lucro antes de taxas, impostos, depreciação e amortização) de 705,6 milhões de reais (160,5 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2019, uma subida de 9,4% em relação aos três primeiros meses do ano passado. No balanço divulgado pela EDP, é reforçado que em 2019 a empresa prevê fazer investimentos de 2,9 mil milhões de reais (660 milhões de euros) no Brasil, montante duas vezes maior do que o realizado em 2018.


Breves Novo Banco eleito “Best Subcustodian Bank 2019” em Portugal O Novo Banco foi novamente nomeado o melhor banco na prestação de serviços de custódia de títulos em Portugal 2019, pela revista internacional “Global Finance”. A equipa da “Global Finance” baseou-se nas contribuições de especialistas desta área de atividade, em research especializado sobre mercados e na informação disponibilizada pelos diversos bancos para selecionar os melhores prestadores de serviços de custódia em sete regiões e mais de 80 países. Esta seleção foi feita considerando as instituições que, de forma segura e consistente, prestam os melhores serviços de custódia em mercados locais.

De entre os principais critérios de seleção utilizados, destacam-se: o relacionamento com clientes, a qualidade dos serviços prestados, eficiência no tratamento das operações, o conhecimento da regulamentação e das práticas do mercado local, tecnologia, o âmbito da oferta, a competitividade do preçário e a aposta continuada no desenvolvimento desta linha de negócio. Esta nomeação representa “o reconhecimento internacional das competências e do desempenho do Novo Banco nesta importante área de negócio”, adianta o banco. Em termos históricos, o banco obteve esta distinção em 14 dos 17 anos em que a revista a atribuíu, destaca ainda o Novo Banco.

Medway reforça presença em Espanha ao passar para diário o serviço de Sevilha

O serviço da Medway que arrancou em abril do ano passado com o objetivo de fazer uma ligação ferroviária entre Sevilha e o Porto de Sines passou para uma rotação diária (seis vezes por semana). Segundo Carlos Vasconcelos, presidente da Medway, esta operação acabou por se tornar “um serviço com demasiada procura, pela forte

necessidade de transação entre ambas as localidades, otimizando tempos de trânsito das mercadorias entre as zonas sul e ocidental de Espanha, tanto à exportação como à importação”. A Medway é um operador logístico terrestre a atuar em Portugal, resultante da privatização da CP Carga – Logística e Transportes Ferroviários de Mercadorias, pertencendo à MSC, um líder global no transporte de contentores. Com uma frota de 68 locomotivas (34 elétricas e 34 a diesel) e 2.917 vagões, cobre grande parte do território por tuguês através da rede ferroviária nacional.

SmartPayments Congress debate inovações e trendências dos meios de pagamento O “SmartPayments Congress”, organizado anualmente pela IFE by Abilways, regressa em 2019 para a sua 17ª edição, desta vez com o tema “Shaping the Future”. O congresso, marcado para 4 de junho, em Lisboa, vai abordar os temas mais revelantes do universo dos pagamentos, incluindo a nova regulamentação do setor (PSD2), cibersegurança, open banking, eWallets e blockchain. Entre os oradores encontram-se CEO, diretores e representantes das entidades mais relevantes do setor dos smartpayments, como as empresas Visa, Mastercard, Lydia e várias entidades bancárias, que procurarão enquadrar os desafios digitais dos meios de pagamento, para responder às necessidades dos consumidores, numa edição que conta com a presença de mais de 150 participantes e especialistas. “Autenticação Forte e Cibersegurança” e “Transformação Tecnológica” são as duas grandes temáticas do SmartPayments Congress 2019, que conta com a partilha de casos práticos, mesas redondas e apresentação das mais relevantes e atuais soluções e tendências do universo dos smartpayments e dos circuitos transacionais. A nova Diretiva dos Serviços de Pagamento revista (PSD2), adotada pelo Parlamento Europeu em 2015 e transposta para a legislação portuguesa em 2018, é um dos temas do “Spartpayments Congress”. O grupo Moldtrans inicia novo serviço de transporte marítimo consolidado com o Médio Oriente O grupo Moldtrans iniciou um serviço de transporte marítimo entre a Península Ibérica e o Médio Oriente. O serviço encontra-se operacional desde o início de maio e liga semanalmente os portos de Valência e de Barcelona ao Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A partir de lá, é gerida a distribuição das mercadorias até aos principais portos dos países vizinhos: Kowait, Jordânia, Arábia Saudita e Paquistão. A nova rota de transporte marítimo está disponível na modalidade de grupagem com consolidação própria, em colaboração com a empresa OFS Cargo Services LLC. “As relações comerciais entre a Península Ibérica e o Médio Oriente intensificaram-se na última década, graças a fatores que incluem a participação de empresas portuguesas e espanholas em diversas áreas da economia: no setor da construção, no setor alimentar, e até no fitness. O Dubai é um hub estrategicamente importante: só em

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Breves 2018, 15 milhões de TEUs passaram por lá”, adianta o grupo Moldtrans. Na Península Ibérica, o serviço é operado desde os Portos de Valência (na foto) e de Barcelona, sendo que qualquer ponto poderá ser acedido para recolha e entrega através do serviço de transporte rodoviário do grupo Moldtrans. O porto de Dubai, por sua vez, é o porto de entrada das mercadorias nos Emirados Árabes Unidos, de onde se fará a gestão para a distribuição nos países vizinhos. A distribuição local é coordenada pela empresa OFS Cargo Services LLC. Oeiras investe 400 milhões de euros no Silicon Valley português Oeiras Valley é o nome escolhido para um novo ecossistema que junta negócios, ciência e tecnologia no município de Oeiras. Pretende ser o Silicon Valley português e, para isso, serão investidos cerca de 400 milhões de euros até 2026, envolvendo a dinamização económica, educação, habitação, ambiente e inteligência territorial, de acordo com um comunicado citado pelo “Dinheiro Vivo”. O programa Oeiras Valley tem como objetivo favorecer a instalação de empresas de base tecnológica, farmacêutica, nanotecnológica e de investigação no município, captando investimento e postos de trabalho. “O lançamento do programa Oeiras Valley é a concretização da nossa visão para um município mais moderno, mais inteligente, mais desenvolvido, mais internacional, mas também mais inclusivo”, comentou, por seu lado, Isaltino Morais, presidente da autarquia. Movimento ferroviário cresceu 33% no Porto de Aveiro No ano passado, o movimento ferroviário no Porto de Aveiro alcançou as 256.584 toneladas, o que representou um crescimento de 33,6% em relação a 2017. De acordo com o Ministério do Mar, “os fluxos de mercadorias incluíram a receção de cimento, pasta de papel e produtos metalúrgicos destinados à exportação, e o envio de granéis sólidos alimentares para Espanha”. O acesso ferroviário do Porto de Aveiro foi percorrido por 612 comboios. De acordo com a mesma fonte, “além do incremento da competitividade, o impacte ambiental no transporte de mercadorias de e para o Porto de Aveiro foi altamente reduzido, uma vez que em função da utilização da ferrovia foi possível retirar das estradas cerca de 10.250 camiões”.

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Santander simplifica financiamento online para empresas Os clientes do segmento empresarial taxa de juro do empréstimo está indedo Santander, em Portugal, já podem xada à Euribor a 12 meses e o spread obter financiamento de forma sim- do mesmo varia entre 3,75 e 5,75%. ples, utilizando apenas o NetBanco “Este produto inovador vem ao enconEmpresas. O CrediSimples Negócios, tro do objetivo do banco em tornar-se a nova solução online de contratação cada vez mais um banco digital, e ser de crédito e apoio à tesouraria das cada vez mais simples, próximo e justo empresas, pode ser usado para mon- nos seus processos e na sua tantes de 2.500 a 25 mil euros, pelo relação com os clientes”, afiança a período de entre 12 a 36 meses, no instituição liderada por Pedro Castro máximo. e Almeida. Com um processo de formalização Este é mais um produto lançado pelo simples, os clientes simulam o seu Santander com vista a aumentar a crédito, escolhendo o montante e o inovação e digitalização dos seus serprazo pretendidos. Posteriormente, e viços, disponibilizando já um conjunto caso o cliente reúna as condições defi- de facilidades tecnológicas aos seus nidas pelo banco, são apresentadas as clientes, como são exemplo o wi-fi condições do crédito e respetiva docu- em todos os balcões, a abertura de mentação. O banco esclarece ainda conta por tablet. “Estas inovações têm que “após aprovação e aceitação do tido uma boa aceitação por parte dos cliente, o montante do financiamento clientes do banco”, que conta já com fica disponível na conta à ordem. A mais de 730 mil aderentes digitais.

Vivafit abre novo centro em Oeiras

A Vivafit abriu mais uma unidade em Portugal, desta vez em Oeiras. Esta nova unidade Vivafit, vai substituir o Ginásio HIIT, situado perto do centro comercial Palmeiras. A empresária Ticiana Gonçalves escolheu a Vivafit para fazer crescer o seu negócio: “tomei a decisão de fazer parte da Vivafit, porque fui colaboradora da marca durante cerca de oito anos, como instrutora e consultora comercial e identifico-me com a sua

missão e valores. Gosto de trabalhar em equipa e sei que com a Vivafit terei, assim como o meu staff, a confiança, o apoio e a segurança necessários para desenvolvermos um trabalho ainda melhor e mais consistente no ginásio feminino do qual sou gerente e sócia há dois anos. Trabalhamos para as pessoas que treinam connosco e tendo a Vivafit uma larga experiência ao nível operacional, formação, marketing, técnico e com modalidades próprias em constante evolução, estou certa de que iremos proporcionar às nossas sócias experiências ainda melhores nos seus treinos e será um projeto de sucesso”, afirmou. O espaço vai ser adaptado ao modelo Vivafit, mas para já haverá um tempo de transição até o Ginásio HIIT ficar 100% Vivafit, com a introdução progressiva de aulas exclusivas da marca.


Santos e Vale apresenta novo serviço para Barcelona “É uma excelente oportunidade para estarmos em contacto com as principais empresas do maior país fornecedor de Portugal. Iremos apresentar o nosso novo serviço Espanha-Portugal, que permitirá às empresas espanholas terem as suas mercadorias entregues diretamente ao seu cliente, ou terem A Santos e Vale vai estar presente, a oportunidade de as armazenar no nos dias 25 a 28 de junho, na “SIL hub da Santos e Vale mais próximo, Barcelona”, uma das maiores feiras de se assim o entenderem. Desta forma, logística e transportes da Europa, com poderão gerir stocks locais de menor os objetivos de posicionar a sua marca quantidade com o máximo rigor e cone lançar um novo serviço de distribuição trolo”, referiu Joaquim Vale, administradesde Espanha para Portugal. dor da Santos e Vale. Na sua 21ª edição, a “SIL Barcelona” A empresa vai contar com um stand conta já com a presença confirmada personalizado, que permitirá aos viside 650 empresas expositoras. Depois tantes conhecerem melhor o funcionados “18 mil visitantes na edição de 2018, mento da rede de operações e todas as a organização espera um crescimento ferramentas que neste momento estão acentuado para este ano”, adianta a disponíveis para os clientes da Santos e Santos e Vale. Vale, bem como futuros serviços.

Economia do mar acelera entre 2015 e 2018 O crescimento da economia do mar está em elevada aceleração ao longo do quadriénio correspondente à última legislatura (2015-19). De acordo com a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar, as exportações de bens do setor do mar em 2018 registaram um aumento de 25% relativamente a 2015. No último ano, o setor azul registou mais de 2.100 milhões de euros em exportações, quase 500 milhões a mais do que o valor alcançado em 2015 (1.754 milhões de euros). O crescimento da economia azul nacional verifica-se também no VAB das empresas do setor. De acordo com uma análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar, em 2017, este valor representava 3,4% do VAB das empresas nacionais em termos globais. Para efeitos de comparação, em 2015 o mesmo indicador fixava-se 2,86%, denotando, assim, um aumento da ordem dos

30%, em dois anos, e perto do dobro quando comparado com a legislatura anterior. A meta estabelecida pelo ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, previa atingir em 2020 uma contribuição de 5% do setor do mar para o VAB da economia nacional. Com efeito, a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar demonstra uma rota de crescimento sustentado: a taxa de crescimento do VAB das empresas da economia azul em 2017 fixa-se, de resto, em 15%, praticamente o dobro da taxa de crescimento do VAB das empresas da economia nacional (7,85%) e da taxa da legislatura anterior, bem representativo da pulsão de desenvolvimento que o setor do mar em Portugal tem conhecido desde 2015, fruto das políticas de fomento da capacitação da economia azul, onde se destacam as energias renováveis oceânicas, a aquacultura e a marinha mercante.

Gestores

em Foco

Juan Francisco Montalbán é o novo ministro conselheiro da Embaixada de Espanha em Portugal. Licenciado em Direito e Ciências Políticas, pela Universidade Complutense de Madrid, e com um master em Relações Internacionais, pela London School of Economics do Reino Unido, e doutorado em Ciência Política, ingressou na carreira diplomática, em 1985. Foi diretor-geral de Cooperação para a Ibero-América na Agência Espanhola de Cooperação Internacional e embaixador de Espanha em El Salvador, Bolívia e Cuba. Assumiu responsabilidades em áreas políticas e consulares nas embaixadas de Moçambique, Nicarágua e México, além de ter sido Representante Permanente Adjunto de Espanha na OCDE, em Paris. Trabalhou ainda em diversas funções do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha, no âmbito da cooperação entre a UE e a América Latina, África, Caraíbas e Pacífico. Pedro Amaral Jorge (na foto) é o novo presidente da Direção da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis. O responsável, que era até agora vice-presidente da APREN, formou-se em Engenharia Mecânica, no Instituto Superior Técnico, e possui ainda um EMBA com vertente de Finanças e Operações, pelo IESE/AESE. Na sua anterior experiência profissional, desempenhou funções de especialista em estruturação e financiamento de projetos na vertente de investimento do setor privado para o African Development Bank (AfDB), nas áreas de Infraestruturas, Energia e Água e Saneamento em África, com foco na região subsaariana. A CBRE, consultora imobiliária internacional, nomeou Luís Arrais para coordenador de Gestão de Centros Comerciais, dando, assim, continuidade à estratégia de crescimento da empresa. Licenciado em Engenharia, pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, e com um Executive MBA, pela AESE/ IESE – University of Navarra, Luís Arrais tem desenvolvido, desde 2005, a sua atividade profissional na área dos Centros Comerciais na Multi Portugal, onde desempenhou funções de Operations Manager no Forum Aveiro, de Shopping Centre Manager, ou no Forum Coimbra, desde 2013, como Head of Operations para Portugal.

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Breves La dueña de Brico Depôt activa la venta de sus tiendas en España y Portugal El gigante británico Kingfisher acelera la venta de las tiendas de Brico Depôt en España y Portugal. Para ello ha contratado a EY, que ha empezado a buscar comprador para su treintena de tiendas en España. Ya a finales del año pasado la matriz británica anunció, en su presentación de resultados, su decisión de abandonar sus operaciones

en España, Portugal y Rusia. Esto afecta de forma directa a las 31 tiendas que la cadena de productos de bricolaje tiene en la península ibérica, 28 de ellas en España y en las que trabajan cerca de 1.500 empleados. Según explican fuentes de la empresa, la decisión de Kingfisher no conlleva el cierre de estos puntos de venta ni, como consecuencia, el despido de sus trabajadores. La intención de la matriz ha sido desde el principio encontrar un operador que adquiera sus centros y se haga cargo de su plantilla, un proceso que se extenderá durante los próximos meses, aunque la firma espera poder cerrarlo antes de que acabe 2019. Correos lanza una plataforma para la venta de productos artesanales Correos ha creado una plataforma de comercio en línea especializada en productos artesanales, un proyecto que la compañía enmarca en su compromiso de afrontar el reto demográfico en el ámbito rural y con el que quiere ayudar a generar nuevas oportunidades laborales a emprendedores locales. “El objetivo de Correos ha sido siempre dar servicio a ciudadanos y empresas, estén donde estén, vertebrando el territorio gracias a la capilaridad de su red y Correos Market –nombre de la nueva plataforma– es la última expresión de este compromiso”, ha destacado en un comunicado el responsable de Soluciones Digitales de la entidad postal, Sergio Peinado. Según la misma fuente, Correos Market cuenta con un sistema que permite acreditar la calidad de productos procedentes de

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Bankia alcanza un acuerdo con ING para acceder a sus pymes en España Bankia ha alcanzado un acuerdo de colaboración con ING para ofrecer a las 110 mil pymes que trabajan con el grupo holandés en España condiciones especiales en los productos y servicios de empresa. El pacto, que no supone la cesión de esta cartera de negocio, abre la puerta para que la entidad presidida por José Ignacio Goirigolzarri capte los clientes de ING. El grupo holandés anunció el pasado mes que se retiraba de la actividad de empresas en España para concentrar recur sos en otros segmentos. Los dos grandes bancos, Santander y

BBVA, han lanzado en las dos últimas semanas sendas campañas de publicidad y marketing para intentar hacerse con los clientes de ING. Con el pacto, ING, que no recibirá ninguna contraprestación, persigue facilitar la transición y búsqueda de un nuevo proveedor bancario a sus actuales clientes. En Bankia, mantendrán las mismas condiciones que en ING.

Telefónica lanza Movistar Car, para conectar el coche a Internet Telefónica ha comenzado a comercializar Movistar Car, el servicio que conecta el coche a Internet para hacerlo más seguro e inteligente y que está dispo-

nible para todos los usuarios de telefonía móvil, independientemente de que sean o no clientes Movistar. Funciona gracias a un dispositivo de fácil instalación y a una aplicación que se gestiona

desde el teléfono móvil. La SIM que incorpora el dispositivo crea una red wifi exclusiva sobre 4G para el coche (con 3GB al mes, incluidos en el precio), a la que pueden conectarse hasta cinco dispositivos a la vez para navegar sin consumir datos de la tarifa móvil del cliente. Puede localizar el vehículo en todo momento y configurando alertas de movimiento, o accediendo al histórico de viajes. Además, el conductor podrá dirigirse a los destinos que seleccione o tenga almacenados como favoritos a través del navegador que incluye la aplicación, evitando situaciones de tráfico difíciles o incómodas.


Breves El Corte Inglés abrirá un centro comercial inspirado en las calles de Madrid

El Corte Inglés transformará su actual gran almacén de Arroyosur, en Leganés (Madrid), en MAD-FD Fashion District, un novedoso concepto comercial inspirado en las calles más emblemáticas de Madrid. Así, el nuevo establecimiento contará con una gran avenida con tiendas a su alrededor inspirada en la Gran Vía, una calle de lujo llamada Serrano, una zona de ocio y música inspirada en Callao, una parte con marcas de vanguardia a imagen

de Malasaña, otro espacio llamado Atocha con una gran plaza central que confluye restauración, oferta comercial y servicios, y otro denominado Sol, con zona de descanso con cuatro restaurantes, entre otros espacios. Además, habrá un gran invernadero inspirado en el parque del Retiro. “No hay ninguna propuesta similar ni en España ni en el mundo con estos cuatros pilares de moda, gastronomía, entretenimiento y ocio. Queremos traer al mercado las últimas tendencias y la máxima innovación en el retail y damos un paso más a una innovación que no se verá en otros sitios. No se trata de poner marcas y firmas, sino de crear experiencias “, ha explicado Eduardo Sotillos, director de Compras de El Corte Inglés.

Abengoa construirá una desaladora en Emiratos Árabes por 216,5 millones Abengoa construirá la mayor planta desaladora de ósmosis inversa del mundo en Emiratos Árabes Unidos, un proyecto valorado en más de 625 millones de euros de los cuales la multinacional española invertirá 216,5 millones de euros en los próximos tres años. La planta se ubicará en el complejo de generación de energía y agua de Taweelah, a 45 kilómetros al norte de Abu Dhabi, y tendrá capacidad para tratar 909.000 metros cúbicos al día de agua de mar, garantizando el suministro de agua de Abu Dhabi durante todo el año, según ha informado la compañía. La multinacional española, en consorcio con la empresa de ingeniería y construcción SEPCOIII, ha recibido ya la orden de inicio de trabajos previos para la ingeniería, suministro y construcción

del proyecto por parte de la compañía de plantas de generación de energía y de producción de agua desalada ACWA Power. Según ha informado Abengoa, se tratará de la primera planta desaladora del emirato a gran escala que combinará la producción de agua potable con la generación de energía limpia, gracias a la instalación de un campo solar fotovoltaico de más de 40 MWp de potencia, por lo que conseguirá disminuir de forma sostenible la demanda energética de la planta desaladora.

productores locales y artesanos mediante el “Sello de Calidad de Correos Market” e integrarlos con su plataforma de paquetería. Penguin Random House adquiere Ediciones Salamandra El grupo editorial Penguin Random House ha firmado la adquisición de Ediciones Salamandra, creada en octubre de 2000 por Pedro del Carril y Sigrid Kraus, según ha informado el grupo editorial en un comunicado. La adquisición de Ediciones Salamandra permite a Penguin Random House unir a su catálogo a autores como J.K. Rowling, Antoine de Saint-Exupéry, Andrea Camilleri, Jonathan Franzen, Jonas Jonasson, entre otros. El grupo editorial, líder mundial en la edición de publicaciones generales, considera que con esta compra “consolida su liderazgo e incrementa su cuota en el mercado en lengua española, tanto en España como en América Latina en el segmento de libro adulto, libro infantil y juvenil, camino que inició en 2014 con la adquisición de Santillana Ediciones Generales, seguido en 2017 por la de Ediciones B”. Sareb lanza el proyecto Esparta para dar un vuelco a su modelo de negocio Sareb, el conocido como “banco malo” ha lanzado el proyecto Esparta a través del cual pretende crear subcarteras en las que clasificar sus activos; renegociar los contratos con sus servicers para recuperar servicios cedidos a ellos; retrasar ventas y asumir el stock de activos para generar valor añadido; crear centros territoriales; y dotarse de infraestructura tecnológica propia. Todo ello con la idea de profesionalizar la venta y potenciar el valor de los activos. Así se detalla en el informe de gestión de sus cuentas anuales de 2018, recién publicado. En él, Sareb explica con detalle por primera vez su vuelco estratégico. Para poder acometer esta segmentación necesita modificar la estrategia en cuanto a los servicers con los que trabaja. La Sociedad de Gestión de Activos procedentes de la Reestructuración Bancaria está pendiente de renegociar los contratos que le unen a Haya, Altamira, Solvia y Servihabitat para recuperar algunas de las atribuciones cedidas a estos gestores de su cartera.

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“O processo de expansão da Mercadona costuma ser rápido” Portugal foi o país escolhido pela Mercadona para iniciar a sua internacionalização. O processo arrancou em 2016 e soma, até ao momento, um investimento de 160 milhões de euros. A cadeia de supermercados espanhola começa a faturar no mercado português no dia 2 de julho, data em que abre a sua primeira loja, em Vila Nova de Gaia. Elena Aldana, a responsável pelo grupo em Portugal, revela a estratégia deste retalhista para conquistar o “chefe” (cliente) português.

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

riada em 2016, a sociedade Irmadoña Supermercados S.A., com sede no Porto, é a “irmã” portuguesa da espanhola Mercadona, uma cadeia de supermercados fundada em 1977, em Valência, e que somava, no final do ano passado, 1636 lojas, todas em Espanha. A primeira loja, em Portugal, abre a 2 de julho, no Canidelo (Gaia). Também em julho, abrirão as lojas de Matosinhos, Maia e Gondomar. Seguir-se-ão, entre setembro e dezembro, Barcelos, Braga, Ovar, São João da Madeira e Porto (Boavista). A dar apoio a estas lojas está já a funcionar a plataforma logística de 50 mil 14 ACT UALIDAD€

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metros quadrados, construída na Póvoa de Varzim. Elena Aldana, diretora de assuntos europeus e relações externas de Portugal na Mercadona, explica-nos quais os planos do grupo para o mercado português... Recentemente, o CEO da Mercadona (Juan Roig) projetou a abertura de 150 a 200 lojas em Portugal… Quando pretendem alcançar esses números?

Não temos datas definidas. O que sei é que a partir do momento em que a Mercadona começa, o processo de expansão costuma ser rápido. Consideramos que o país tem potencial para abrirmos entre 150 a 200 lojas, mas iremos avaliar

a evolução e ajustar a oferta em função dessa evolução. Por agora, estamos focados em abrir várias lojas no norte e depois iremos começar a expandir também para o centro e sul do país, mas não sabemos quando vamos chegar a Lisboa. Estamos já à procura de uma área nos arredores de Lisboa capaz de alojar outra plataforma logística. A que condições obedece a abertura de uma loja Mercadona?

Queremos lojas localizadas dentro da cidade, com bons acessos e numa área de cerca de 10 mil metros quadrados (m2 ) porque só o edifício (loja e arma-


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Elena Aldana Diretora de Assuntos Europeus e Relações Externas de Portugal na Mercadona junho de 2019

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grande entrevista gran entrevista preferências e necessidades dos clientes. Quando esse produto existe, basta procurar um fornecedor especialista nesse produto e que consiga garantir qualidade e estabilidade no fornecimento. Por vezes, concluímos que o produto que procuram ainda não existe e tentamos criá-lo nós. Essa é a parte mais divertida: a inovação disruptiva. Através das marcas próprias?

zém) ocupa três mil m2. Queremos entre 120 a 200 lugares de estacionamento de apoio à loja, se possível ao nível do chão. O espaço comercial tem que ter pelo menos 1800 m2, sendo a restante área de armazém. As lojas que estamos a abrir têm cerca de 1900 m2.. O que traz a Mercadona de novo ao setor do retalho em Portugal? O que levará os consumidores à Mercadona?

A Mercadona é diferente porque criou o seu próprio modelo, o modelo de gestão “qualidade total”, que obedece a cinco componentes chave, todos importantes, mas com uma hierarquia: em primeiro o chefe, nome que damos ao cliente; depois o trabalhador; em terceiro, o fornecedor; em quarto, a sociedade e em quinto o capital. Ou seja, sempre que tomamos uma decisão na empresa, priorizamos esta ordem. Não colocamos o lucro em primeiro lugar porque o lucro é a consequência de fazermos bem o nosso trabalho. As nossas lojas são sempre lojas de proximidade. Não temos hipermercados, nem lojas de conveniência. Não somos apenas distribuidores, não nos limitamos a colocar os produtos nas prateleiras e vender, mas trabalhamos com uma dinâmica diferente. Para isso, criámos centros de coinovação. Em Portugal 16 ACT UALIDAD€

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“Em Portugal está já a funcionar um centro de coinovação em Matosinhos... Trata-se de um macro-laboratório, através do qual convidamos os potenciais clientes a participar no processo de melhoria contínua da loja.” está já a funcionar um centro de coinovação em Matosinhos, que ocupa cerca de mil m2. Trata-se de um macro-laboratório, através do qual convidamos os potenciais clientes a participar no processo de melhoria contínua da loja. Com eles fazemos testes, provas cegas, visitamos as suas casas para conhecer os seus gostos e hábitos, para ver como armazenam os produtos e como os utilizam. Toda essa informação é enviada ao departamento de compras para que procure produtos que correspondam às

Sim. Há um mito de que as marcas próprias não inovam, mas nós inovamos. Com este modelo conseguimos um rácio de sucesso (um produto novo permanecer na prateleira durante mais de um ano) com marcas próprias superior à média (segundo os dados de Nielsen) que é de 24%. O nosso rácio é de 82%, porque estudamos as necessidades do consumidor antes de lançar novos produtos. Que percentagem das vendas se deve às marcas próprias da Mercadona?

Comercializamos mais de 500 marcas próprias, mas aparece sempre o nome do fabricante. Para nós é muito importante que todo o processo seja transparente. Os nossos rótulos, mesmo das marcas próprias, identificam o nome dos fornecedores. Nós colocamos nas prateleiras o melhor produto, independentemente da marca. Se a melhor qualidade vem de uma marca de um fabricante, é essa que pomos. Se não encontramos essa qualidade no mercado, criamos nós esse produto de raiz. As marcas próprias permitem uma maior diferenciação entre retalhistas, bem como amortecer a guerra de preços. As marcas próprias são uma das razões do sucesso da Mercadona, dada a nossa qualidade. Quem são esses clientes que colaboram no processo de inovação?

Não temos uma amostra fixa. São “chefes apaixonados”: um cliente que é apaixonado por um determinado produto, que vai à procura desse produto. Se uma pessoa nota a diferença de um produto, sem ver a marca (porque muitas vezes a marca condi-


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ciona), então é um apaixonado, um especialista sobre esse produto. São essas as pessoas que procuramos para colaborar connosco. Em Espanha, temos colaboradores nos corredores das lojas a ver o comportamento dos clientes e fazem perguntas a alguns deles. Consome este produto? Por que razão consome este, em particular, e não outro? Se percebe que está perante um cliente apaixonado convida-o a integrar a equipa de testes. Trata-se de uma colaboração gratuita. Em Portugal, o processo teve que ser diferente porque ainda não temos clientes. Começamos com amigos de amigos, com pessoas que estavam perto do centro… Aos poucos estamos a construir a nossa base de especialistas. A Mercadona não faz promoções, ao contrário do que é habitual no setor, em Portugal… Como vão convencer o consumidor português de que possuem uma boa relação qualidade preço?

A nossa política é de preços sempre baixos, o que faz com que o preço seja estável o ano todo. Conseguimos isso porque somos eficientes e produtivos em toda a cadeia e eliminamos os intermediários. No setor agroalimentar, encurtámos a cadeia, já que o departamento de compras trabalha diretamente com os produtores e conhece toda a realidade da cadeia agroalimentar. Procuramos saber que problemas tem o fornecedor, o que está a correr menos bem. Se o custo das matérias-primas disparou, negociamos com ele e chegamos ao melhor preço, que também não o prejudique. Se um fornecedor tem problemas financeiros, para nós também é um problema, já que pode desaparecer e um fornecedor especialista tem que ser valorizado. Só um fornecedor especialista pode garantir qualidade máxima todos os dias nas nossas prateleiras. Procuramos promover uma cadeia alimentar sustentável, ou seja, pagamos um preço justo a quem produz porque eliminamos

“Já compramos cerca de 88 milhões de euros a fornecedores portugueses, atualmente, o que representa um aumento face a 2016, altura em que a Mercadona comprava a Portugal o equivalente a 56 milhões de euros” os intermediários. O lucro fica com ele. Isto faz com que tenhamos produtos mais frescos e permite aos produtores ter margem financeira para se concentrarem em investir e inovar, para melhorar o produto, já que isso também faz com que ele se venda melhor. Tanto nós como os fornecedores nos esforçamos por sermos competitivos em todos os passos do processo para reduzir custos, beneficiando da economia de escala, e mantermos

uma relação estável. Só assim conseguimos ter qualidade máxima ao melhor preço. Conseguimos preços competitivos porque os nossos custos são reduzidos e o nossos custos são reduzidos porque somos competentes e trabalhamos todos na sustentabilidade de toda a cadeia do produto. Não fazemos promoções, nem temos cartões de fidelização. Os nossos clientes não têm que andar preocupados a consultar folhetos e a “caçar” promoções porque podem contar com o mesmo preço o ano todo. O cliente sente que é mais barato quando vê a soma total das compras que faz. Pode confiar que vai comprar qualidade a um preço competitivo. Foi sempre essa a estratégia da Mercadona?

Esta política de preços existe desde 1993. Antes também fazíamos promoções, mas estudamos vários modelos de retalho no mundo inteiro, vimos como outras marcas faziam e percebemos que este modelo representava uma oportunidade de fazer a diferença e de tornar todo o processo mais eficiente. As promoções provocam tensões em toda a cadeia. Torna-se mais difícil controlar stocks, corJUNHO DE 2019

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rendo o risco de acumular produto, o que vai afetar negativamente a gestão. Sabemos que em Portugal cerca de 50% das vendas, ou mais, resultam de artigos em promoção. Temos que educar o consumidor no sentido de comprar em função da qualidade e estar atento à soma final. É aí que somos competitivos. O cliente que compra promoções num supermercado, e outros produtos, acaba por pagar parte da promoção através do preço dos outros produtos. Como sintetiza o conceito de experiência de compra Mercadona?

A ideia é que a compra na Mercadona seja confortável. Os corredores são amplos. Pode-se ir às compras de carro ou a pé. Os carrinhos de compras pequenos possuem o cesto mais elevado para maior comodidade do cliente. Mudámos os móveis de frio para assegurar melhor qualidade. Estamos sempre a estudar como tornar a compra mais agradável, mas também queremos conforto para os nossos colaboradores. A ergonomia das cadeiras dos caixas foram estudadas para serem mais confortáveis. Tam18 ACT UALIDAD€

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bém alterámos as caixas, alterámos o sistema informático das lojas. Os diretores de loja possuem todos um ipad para controlar toda a loja a partir daí. O armazém também foi reconfigurado. Desenvolvemos um sistema logístico para garantir que as lojas recebem exatamente o que vão vender, para que os armazéns nunca estarem cheios. Os nossos colaboradores, que são o segundo pilar do nosso modelo de gestão, têm um contrato sem termo desde o primeiro dia, conhecem o seu horário atempadamente, têm dois dias de folga consecutivos. Queremos colaboradores sorridentes, felizes e capazes de dar uma atenção de topo ao cliente. Temos também uma linha de atendimento ao cliente gratuita. Que ganhos já obtiverem com este novo modelo da loja eficiente?

Este modelo entrou em 2016 e já chegou a 400 lojas. Já nos permitiu uma poupança energética na ordem dos 40%, face a uma loja tradicional. Conseguimos verificar que os colaboradores estão mais contentes no seu posto de trabalho com as mudanças de que falava, o que se reflete no tra-

tamento ao cliente. Conseguimos também aumentar as vendas [o grupo faturou 24.305 milhões de euros, em 2018, mais 6% do que em 2017]. Que outras inovações planeiam?

Estamos a desenvolver o serviço de pronto a comer, que em Portugal está muito desenvolvido. Em Espanha, os nossos concorrentes tinham, mas nós não tínhamos. Detetámos a oportunidade, mas a Mercadona quando entra numa nova área é em profundidade. Queremos conhecer bem todo o processo. Se vou vender um produto na minha loja com a minha marca tem que ter uma qualidade espetacular. É isso que estamos a fazer. Se queremos, por exemplo, vender pescada panada, teremos que a fazer na loja, pelo que temos que encontrar a máquina que garanta que essa pescada vai ser fabulosa. Estamos também focados em desenvolver o mercado online, um projeto que começámos a investigar em 2017. Temos armazéns específicos para alimentar as vendas online e carrinhas específicas para garantir a frescura dos alimentos. Vamos arrancar em


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Barcelona agora, e em Madrid até ao fim deste ano ou no início do próximo. Em Portugal, não será para já. Teremos envio ao domicílio, mas não vendas online. O que considera mais desafiante no mercado português?

Há muitas diferenças. Temos que respeitar o facto de ser outro país. O consumo é diferente, os hábitos são diferentes, muitos dos produtos preferidos também são diferentes, os sabores preferidos são diferentes (há mais variedade de sabores de iogurtes e de sumos, por exemplo), a legislação também é diferente, em alguns casos. Obviamente que as nossas lojas em Portugal terão um canto generoso dedicado ao bacalhau. Em Portugal, no ano passado, abriram quatro supermercados ou minimercados por semana. Podemos chegar a um ponto de excesso de oferta?

Acredito que na Europa Ocidental chegaremos a um ponto de saturação. Está a acontecer em Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. Suponho que vai acontecer também em Portugal o facto de as lojas de uma mesma cadeia se canibalizarem umas às outras. O mercado tende a equilibrar-se. Abrem umas lojas e fecham outras. A Mercadona já fechou lojas. Quando iniciámos o novo modelo de loja, como as que abriremos em Portugal, em alguns casos percebemos que tínhamos que fechar porque essa loja não se adequava ao que queríamos: não tinha área suficiente ou tinha maus acessos ou estava mal localizada. Estamos a analisar toda a rede de 1.630 lojas em Espanha, nesse sentido. Quanto é que uma loja deve faturar para ser rentável? Quanto espera faturar em Gaia?

Não temos esse número. No início haverá curiosidade, mas assim que estabilize é que veremos quanto vai vender a loja. O nível de preços em Portugal é diferente do de Espanha. Alguns produtos vão ser mais caros e

A coordenadora da internacionalização da Mercadona Economista de formação, a madrilena Elena Aldana viu nas relações internacionais a sua paixão. Antes de vir, em 2016, liderar a operação de entrada em Portugal da Mercadona, a gestora viveu em Espanha, França, Polónia e Brasil, o que lhe permitiu “desenvolver uma capacidade de adaptação e integração a

diferentes meios e culturas”. É voz ativa em diversas instituições, nacionais e europeias, “a favor de um setor da distribuição mais coeso, que acrescente valor a todos os intervenientes da cadeia: do cliente ao produtor”. Atualmente, frequenta o seu terceiro master (em Digital Business).

outros mais baratos. Não sei qual é o mix ainda. Esse mix depende da concorrência, do volume de compras que teremos, que está relacionado com o número de lojas. Se comprarmos um produto a um fornecedor português será também para os supermercados de Espanha, para toda a cadeia, conseguindo um preço muito melhor devido à economia de escala.

tar, certamente, este valor. Há grandes fornecedores, como a Delta, Sovena, Compal e outros que não conhecíamos e percebemos que eram especialistas nos produtos que vendiam, e, por isso, passámos a trabalhar com eles para vender também para Espanha. Têm que ser capazes de manter o nível de qualidade, a capacidade de resposta, os preços, inovar, investir...

Qual é a percentagem de marcas portuguesas com que estão a trabalhar?

O retalho está a mudar e a tirar partido da tecnologia. A Mercadona também?

A nossa política é apoiar o setor primário e é isso que estamos a fazer em Portugal, junto dos produtores, nomeadamente com os produtos frescos, perecíveis. Produtos como a fruta (frutos vermelhos, quivi e tomate, sobretudo), alguns queijos (Serra da Estrela ou dos Açores), vinhos (o vinho do Porto também já se vende em Espanha), peixe, carne alentejana, leite… O leite que venderemos em Portugal será todo português e o leite de Espanha deve ser espanhol, na lógica de apoiar o setor primário de cada país. O azeite também é 100% português. O departamento de compras da Mercadona Portugal visitou mais de mil fornecedores. Já compramos cerca de 88 milhões de euros a fornecedores portugueses, atualmente, o que representa um aumento face a 2016, altura em que a Mercadona comprava a Portugal o equivalente a 56 milhões de euros. Iremos aumen-

O retalho está a ter um desenvolvimento muito rápido. O setor está a testar muitas tecnologias diferentes: realidade virtual, inteligência artificial, etc. Tudo isto ainda está a ser testado. Talvez estas coisas cheguem a todos os clientes no futuro, ou apenas a alguns. A loja da Amazon sem caixas registadoras funciona na sua sede. Não imagino a minha avó a fazer compras desta forma. Penso que há muito que se pode fazer também pela geração de consumidores séniores, que têm poder de compra: os rótulos deveriam ser adaptados, alguns produtos deveriam ser adaptados. Estamos atentos a todas estas mudanças. O mais importante de tudo isto são os dados que conseguimos recolher, sobre toda a cadeia, incluindo o cliente. São eles que nos permitem decidir que modelos ou tecnologias poderão funcionar com os nossos clientes.  JUNHO DE 2019

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atualidade actualidad

ICC Lavoro cresce no segmento militar e consolida mercado espanhol A ICC Lavoro está a postar cada vez mais no calçado para o segmento militar e de forças de segurança, estando em fase de testes também para lançar vestuário para este segmento profissional. A nova aposta destina-se ao mercado nacional, mas a empresa de Guimarães mantém uma forte estratégia internacional, para mercados europeus e outros mais longínquos. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

específicos para as forças de segurança, não só a nível de calçado, mas também de vestuário (ver caixa). Este segmento do calçado profissional não é tão dinâmico como o da moda, sendo assegurado em Portugal por apenas dois fabricantes, ambos localizados em Guimarães – a ICC Lavoro e a ToWorkFor. Ainda assim, a empresa enfrenta maior concorrência no mercado vizinho, adianta o responsável por este mercado da ICC Lavoro, frisando que o objetivo da empresa é aumentar a notoriedade das suas marcas e segmentar a oferta em termos de qualidade e preço, refutando a produção para terceiros. Foco no setor militar

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empresa de calçado de conforto ou de segurança ICCIndústria de Comércio e Calçado está a consolidar a sua presença em Espanha, onde, apesar da forte concorrência, tem conseguido distinguir-se em diversos nichos de mercado. A empresa de Guimarães, que exporta 80% da sua produção, produz anualmente cerca de 500 mil pares de sapatos, esperando realizar uma faturação da ordem dos 16 milhões de euros, no final deste ano, e chegar aos 20 milhões no próximo. Segundo Rui da Silva, coordenador de vendas ligado ao mercado espanhol, este é um dos principais destinos das 20 ACT UALIDAD€

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vendas da companhia dentro do continente europeu, estando a crescer a um ritmo de 25 a 30% ao ano. Alemanha, Suíça, Bélgica e Irlanda são outros dos destinos de exportação dentro da Europa. Fora da Europa, África, Médio Oriente e América Latina são as outras regiões que também calçam botas e sapatos das marcas da empresa. A principal marca é a Lavoro, mas a Portcal, a No Risk e a Go Safe são outras das marcas criadas para diferentes segmentos de produção definidos pela empresa vimaranense, que conta com 33 anos de atividade no fabrico de calçado de conforto ou de segurança, para uso profissional, e que está a apostar também em produtos mais

A Lavoro integrou um consórcio com o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve), para desenvolver para o exército português um novo equipamento para estas forças (roupa e calçado, tendo a parte referente a novo equipamento de proteção sido desenvolvido por um outro consórcio, liderado pela Universidade do Minho). “A nova bota militar está a ser testada pelo exército português no Iraque”, referiu Rui da Silva, que é o responsável da ICC Lavoro também pelo segmento militar. As botas de combate desenvolvidas pela ICC Lavoro estão certificadas pelo exército português, estando destinadas ao mercado interno. A começar no mercado interno, mas com potencial para crescer também externamente, a ICC Lavoro está a con-


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Equipamentos para bombeiros em teste Com o objetivo de acrescentar valor à produção de calçado profissional, a ICC – Indústria de Comércio de Calçado avançou também para o desenvolvimento de calçado e outros acessórios destinados à proteção individual, por exemplo, para bombeiros ou forças de segurança. Neste sentido, a empresa liderada por Teófilo Leite estabeleceu uma parceria com a Universidade do Minho, no âmbito da qual estas entidades irão apurar, através de um estudo antropométrico aos bombeiros portugueses, onde serão feitas durante seis meses digitalizações a três dimensões do corpo inteiro, para tirar medidas e se determinarem padrões médios para a produção de vestuário de proteção específico para os bombeiros. A parceria foi apresentada durante o “Segurex 2019 - Salão Internacional de Segurança e Proteção”, realizado em Lisboa há alguns dias, e os produtos finais deverão estar prontos dentro de um ano.

“Numa primeira fase”, disse, será desenvolvido vestuário de proteção para bombeiros, “mas aproveitando este estudo, que no fim de contas representa a população portuguesa, poderá ocorrer também o desenvolvimento de vestuário profissional para outras atividades”, salientou Teófilo Leite à agência Lusa. A Lavoro desenvolveu já para os bombeiros a bota Fénix, indicada para “minimizar os riscos associados ao combate aos fogos florestais e mitigar os casos em que os bombeiros colocam em risco a sua integridade física por utilização de calçado profissional inadequado”. A Fénix foi o culminar de vários ensaios realizados pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF), associado à Universidade de Coimbra, e está a ser utilizada pelos bombeiros portugueses na sequência de uma parceria com a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP).

ceber uma linha de produtos, designada como Spodos, que desenvolve calçado profissional corrigido ergonómica e biomecanicamente (por exemplo, com palmilhas feitas à medida). Para este desenvolvimento, contou com a contribuição de duas universidades de Espanha e agora serão feitos testes com a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Com 220 trabalhadores, a Lavoro tem uma fábrica em Guimarães e um centro logístico na Póvoa do Lanhoso.  PUB

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El mapa electoral de España

Foto Agencia EFE

atualidade actualidad

El PSOE fue el ganador de las elecciones generales del pasado mes de abril logrando el 28,7% de los votos con los que suma 123 diputados. Una victoria que le deja lejos de la mayoría absoluta (176) pero con la posibilidad de formar Gobierno pactando con otros partidos.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

l mapa político español ha ciclo con 24 escaños. A pesar de la dado un giro más hacia la clara victoria del PSOE, lejos de izquierda, tras los resultados la mayoría, serán necesarios pactos de las elecciones generales del para gobernar o al menos para la pasado 28 de abril. El PSOE, investidura. de Pedro Sánchez, fue el vencedor El PP registró el peor resultado de de la noche electoral, tras sumar 123 su historia en las primeras elecciones escaños de los 350 del Congreso de de Pablo Casado como líder. De los los Diputados. 137 escaños (33,03%) de las eleccioCasi 7,5 millones de españoles nes de 2016 pasa a 66 escaños, un depositaron su confianza en el parti- 16,7% de las papeletas, de casi ocho do socialista que logró 38 diputados millones de votos a algo más de 4,3 más que en los últimos comicios. millones. Diez meses después de la El PP de Pablo Casado quedó en moción de censura queda un partisegunda posición, con 66 escaños, do dividido y a punto de ser superaseguido de Ciudadanos, con 57 y do por Ciudadanos. Albert Rivera, Unidas Podemos, con 42. Vox ha por su parte, ha conseguido para entrado por primera vez en el hemi- Ciudadanos pasar de los 32 a los

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57 escaños en tres años, sumando 4, 1 millones de votos y reivindica el liderazgo de la oposición. Unidas Podemos con Pablo Iglesias al frente pasa de 71 a 42 escaños, con 3,7 millones de papeletas. Vox irrumpe en el Congreso como quinta fuerza, con 24 diputados y más 2,6 millones de votos (10,26%). El partido ultraderecha ha pasado de tan solo 47.182 votos – el 0,2% de las papeletas– en las elecciones generales de junio de 2016 a conseguir 2.677.139 apenas tres años después, impulsados por la sorpresa que supuso su irrupción en el Parlamento andaluz el pasado mes de diciembre, con cerca de 400 mil votos (10,96%)


actualidad atualidade

y 12 escaños decisivos que permitieron a PP y Ciudadanos desalojar al PSOE de la Junta tras casi cuarenta años de hegemonía. Esquerra Republicana de Catalunya, con más de un millón de votos, sube en seis escaños su presencia en el Congreso de los Diputados, pasa de nueve a 15 mientras que su principal rival político, Junts per Catalunya, se queda con siete, un diputado menos respecto a los últimos comicios. También han conseguido presencia en el Congreso de los Diputados el Partido Nacionalista Vasco (PNV), con 6, los independentistas del País Vasco y Navarra EH Bildu, 4, los canarios CCA-PNC, 2, los valencianos de Compromís, 1, y los cántabros PRC, que se estrenan en el hemiciclo con un diputado.

Elecciones generales: La participación alcanza el 75,5%, casi nueve puntos más que la de 2016 Resultados de las elecciones 2019 en cada comunidad autónoma

Lugo, Ourense y Melilla) y el resto se las reparten entre ERC y el PNV. Unidas Podemos, Ciudadanos y Vox no obtienen mayoría en ningún territorio, con un 99,92% escrutado. Destaca la situación en Barcelona, la única provincia catalana donde no ha ganado ERC. El PSC-PSOE ha pasado de cinco a nueve, mientras el PP, que contaba con cuatro, se queda con uno y algo más de 150.000 votos. Es la única representación que han obtenido los de Pablo Casado en esta comunidad autónoma.

El Partido Socialista ha sido la Las generales en cada municipio fuerza más votada en estas elecAnalizando los resultados de los ciones generales en 39 provincias comicios generales en todos los más la ciudad autónoma de Ceuta, municipios españoles, el partido de mientras el Partido Popular sólo ha Pedro Sánchez ha sido la fuerza más ganado en cinco (Salamanca, Ávila, votada en 3.991 municipios, casi la PUB

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atualidade actualidad mitad del total. Ha multiplicado por más de tres el resultado que obtuvo en los comicios de 2016, cuando consiguió vencer en 1.242. El PP ha logrado la victoria en 2.444 localidades, cuando en las elecciones de 2016 la formación de Pablo Casado consiguió hacerse

con 5.390 municipios. En el tercer puesto figura ERC, que ha sido la más votada en 739 pueblos y ciudades. Le sigue el PNV, con victorias en 156 municipios. EH Bildu, por su parte, ha ganado en 147 localidades. La coalición Navarra

Popular, con Dolors Montserrat como número 1, se quedó en un 20,13% de apoyos que se traducen en 12 eurodiputados, cuatro menos que en la anterior cita. Ciudadanos pasa de tener dos a siete eurodiputados, con el 12,17% de los votos frente al 3,2% de los comicios europeos anteriores. Podemos, por su parte, aumenta en escaños y porcentaje de voto (cinco y un 8% de apoyo en 2014 y siete y un 10% en 2019), pero se sitúa por detrás de Ciudadanos y se agranda su distancia respecto al partido socialista. Vox ha logrado entrar en la Eurocámara, con tres escaños y un 6,2% de los votos, casi cuatro puntos menos que hace solo un mes.

Suma (NA+), en 118. Ciudadanos ha sido el más votado en 115 municipios, mientras que Podemos ha vencido en 73 localidades. En 125 casos se han producido empates. Los 2,6 millones de votos que ha obtenido Vox en toda España se traducen también en que hay 72 municipios en los que la formación de Santiago Abascal se ha convertido en la fuerza más votada. De ellos, la localidad más poblada es El Ejido (más de 45 mil personas censadas), en Almería. La capital de provincia con más voto a Vox es Murcia, con un 18,6% (es la cuarta fuerza). Le sigue Almería, con un 16,5% (cuarta fuerza). 

Fonte elpais.com

Las encuestas pronosticaban una repetición a grandes rasgos de los resultados de las elecciones generales y es lo que ha sucedido. El PSOE revalidó su victoria del 28-A y mejora el porcentaje de voto, seguido de un PP que también gana puntos respecto a esa misma cita, además de evitar una vez más el «sorpasso» de Ciudadanos. En el lado opuesto, tanto Podemos como los de Rivera empeoran sus resultados y la irrupción de Vox es también más débil que hace un mes. La lista encabezada por Josep Borrell obtuvo 20 diputados y un 32,84% de los votos, lo que supone seis actas y casi diez puntos porcentuales más que en las anteriores elecciones europeas de 2014. El Partido

Fonte eldiario.es

Elecciones europeas en España

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Millennium bcp lança campanha de posicionamento “Geração Millennium”

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Millennium bcp lançou uma nova campanha institucional de posicionamento, onde se apresenta como um banco de uma geração muito própria e única – a “Geração

Millennium”. Uma geração com um estilo de vida jovem mas que não tem idade; uma geração de pessoas práticas, mais informadas e tecnologicamente avançadas. Uma geração que agora dispõe de uma nova aplicação – a app Millennium. “A criatividade da campanha assenta na apresentação desta Geração Millennium e no conjunto de comportamentos digitais tipicamente classificados como coisas de millenniums, transversais a idades e classes sociais”, adianta o banco. É este o insight criativo e o mote da nova Campanha Institucional do Millennium. Fazendo uso de um atributo de que apenas o Millennium bcp dispõe – o qualificativo geracional – o Millennium aposta numa campanha de posi-

cionamento que apresenta, paralelamente, uma nova solução financeira, que vai muito além de uma nova versão de app. A nova app do Millennium encerra em si uma nova visão de fazer banca, com funcionalidades únicas e exclusivas, centradas no cliente e nas suas necessidades. “A Geração Millennium é a geração de todos nós – desde os menos convencionais e mais sociais; os menos conservadores e mais conversadores; aos que fazem tudo com o telemóvel e que nunca deixam de gostar do que é novo.Atento, moderno e disruptivo, o Millennium bcp continua a inovar e a reinventar-se”, afirma o banco liderado por Miguel Maya. A campanha teve início há cerca de duas semanas, mantendo uma forte presença multimeios, desde a televisão à rádio, meios digitais, cinema e espaço de sucursal, sendo de destacar a aposta na vertente digital e em ações de branded content diferenciadoras, bem como em iniciativas nas redes sociais. 

MAPFRE inaugura nova loja em Lisboa A

MAPFRE acaba de inaugurar uma nova loja em Entrecampos, Lisboa, no âmbito do seu plano estratégico de expansão da rede própria. O projeto será liderado por Alexandre Costa, agente que colabora com a MAPFRE desde o ano de 2007. Com este novo espaço, a seguradora passa a disponibilizar mais de 90 lojas em todo o país, sendo que a zona de Lisboa vê agora reforçada a presença da marca com quase uma dezena de lojas. 26 ACT UALIDAD€

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“Estas aberturas ilustram a nossa aposta no crescimento da rede própria de lojas a nível nacional como principal canal de distribuição, continuando a investir no desenvolvimento dos nossos parceiros exclusivos. Procuramos garantir maior proximidade com os nossos clientes, o que, aliado à presença de profissionais experientes e dedicados, permite-nos prestar um serviço diferenciador”, como sublinhou Luis Anula, o CEO da MAPFRE em Portugal. 


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App da Iberia já permite medir bagagens A

Iberia introduziu uma nova funcionalidade na sua app que permite que os passageiros possam medir as suas malas com o smartphone e ter a certeza de que a bagagem cumpre as medidas em vigor para transporte na cabina. De acordo com um comunicado da companhia aérea, a nova funcionalidade permite fazer um scan da mala e ter a certeza de que a bagagem pode ser transportada na cabina do avião, ainda antes dos passageiros se deslocarem até ao aeroporto. “Apenas é necessário aproximar o telemóvel da mala e fazer um scan. A app informa no momento se tudo está correto ou, pelo contrário, se será

necessário pagar a bagagem”, explica a companhia aérea espanhola, em nota à imprensa. A nova funcionalidade está disponível para smartphones com o sistema IOS e foi desenvolvida com base no sistema de realidade aumentada deno-

minado Ark.it. 

A grande família Gelpeixe é feita de muitas famílias que lhe dão nome

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Gelpeixe, nome de referência no setor nacional dos congelados, volta a dar rosto ao seu verdadeiro ADN: os seus colaboradores, que, “com o seu trabalho, empenho, dedicação e partilha, contribuem para o seu crescimento, permitindo sonhar cada vez mais alto”. “Para a Gelpeixe, as pessoas são o seu bem mais valioso e, foi com este foco em mente que, em 2018, se desenvolveram cinco vídeos tendo por base o tema ‘Heróis Gelpeixe’, onde se deu voz e rosto a alguns colaboradores que, em áreas diversas contribuem, diariamente, para engrandecer e divulgar o nome da

Gelpeixe”, frisa a empresa. Em 2019, a empresa volta a focar-se no que a move e na sua força maior, centrando-se naquilo que verdadeiramente a define: a família e a sua história, lançando uma nova mini-série “A Nossa Grande Família”, de cinco episódios, em vídeo, com a duração de dois minutos, também direcionados para as redes sociais, onde mostra diferentes famílias Gelpeixe, de várias gerações, que trabalham na empresa e que dela fazem parte (na foto). O primeiro vídeo foi publicado a 15 de maio, assinalando o Dia Internacional da Família, com o testemunho da família Pedro, e terminará a 2 de novembro com a versão da família Tarré, data especial que assinala o aniversário do seu funda-

dor, Francisco Tarré. Pelo meio, será ainda a vez de dar rosto e voz à família Rodrigues, à família Catarino e à família Marques, gerações que possuem vários elementos a trabalhar na empresa. Para a Gelpeixe, os valores familiares fazem parte da sua espinha dorsal e vão muito além de meras palavras. São fulcrais no dia a dia da empresa e definidores da sua gestão, modus operandi e forma de estar. Como frisa Lídia Tarré, administradora da Gelpeixe, “todos os nossos colaboradores são família, alguns deles conhecem-me desde menina, são mais do que meros colaboradores. São a nossa história e o nosso orgulho. Estes vídeos servem para lhes reconhecer valor, mas também para mostrar ao mundo que uma empresa é feita de pessoas, que têm um rosto, uma voz e um papel importantíssimo dentro da nossa organização”.  JUNHO DE 2019

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Super Bock patrocina festival na Suíça, que recebe 250 mil pessoas A Super Bock vai patrocinar o Montreux Jazz Festival, da Suíça, durante os próximos três anos. Em 2019 o evento decorre entre 28 de Junho e 13 de Julho. A marca passa a ser a cerveja oficial do festival que recebe em média 250 mil pessoas em 380 espetáculos. Nos 16 dias de festival, a marca contará

com dois bares próprios, para além da presença nos 30 bares do festival, onde a Super Bock Original e as cervejas especiais Super Bock Coruja e Super Bock Seleção 1927 vão estar disponíveis. “Temos a oportunidade de levar a melhor experiência cervejeira até um dos mais icónicos festivais do mundo e ter uma presença ainda mais ampla na Suíça, um dos nossos principais destinos de exportação. Ao longo de 16 dias, vamos voltar a estar perto da melhor música autêntica com a nossa cerveja de excelência”, comenta Rui Lopes Ferreira, CEO do Super Bock Group. 

Portal de Indicadores de Consumo da SIBS disponibiliza milhões de indicadores A SIBS acaba de disponibilizar um novo Portal de Indicadores de Consumo, que permite consultar mais de mil milhões de indicadores sobre o consumo em Portugal, acessíveis de forma simples, em diversos formatos, tais como gráficos, mapas e infografias. Este portal complementa o lançamento do serviço SIBS Analytics. Com este serviço de business intelligence, as estatísticas SIBS passam a estar disponíveis nomeadamente para estudos académicos ou para suporte à formulação de decisões de negócio empresariais. O Portal de Indicadores de Consumo, acessível em Sibsanalytics.com, é baseado em informação recolhida através dos pagamentos eletrónicos e acesso a numerários processados pela SIBS nos últimos dois anos. Proporciona, de forma macro, agregada e aproximada, uma visão 360º sobre o consumo e as características dos consumidores portugueses e estrangeiros em Portugal, através

de um conjunto selecionado e representativo de dados relativos a operações de pagamentos eletrónicos e numerário. Estes indicadores estão organizados por itens como a caracterização do consumo agregado - número e valor transacionado, de forma segmentada por setores de atividade e geografia – e pela caracterização do consumidor português e estrangeiro em Portugal, por grupos de consumo e períodos de estadia, respetivamente. Em paralelo, a SIBS lança também o novo serviço SIBS Analytics, orientado a empresas ou instituições, que

passam a poder ter acesso a relatórios e análises customizados, baseados nos dados reais, agregados e despersonalizados, processados pela SIBS, informação relevante para suportar decisões de negócio. Através deste novo serviço de business intelligence, a SIBS reforça a sua contribuição às entidades que pretendam desenvolver a sua atividade com informação credível e atual. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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BBVA renueva su identidad y su logotipo

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l banco BBVA ha anunciado la unificación de su marca en todos los países en los que opera y ha presentado el nuevo logotipo de la entidad. El banco operará a partir de ahora con la denominación BBVA, lo que supondrá prescindir de las marcas locales con que ha venido funcionando

en Argentina (Francés), Estados Unidos (Compass), México (Bancomer), y Perú (Continental). La única excepción en este sentido es Garanti, la franquicia turca del grupo, que cambiará su marca a Garanti BBVA. El nuevo logotipo del banco ha sido desarrollado por un equipo

de diseño interno que ha contado con la colaboración de Landor, empresa de diseño e identidad de marca propiedad de WPP. El logo ahora presentado se limita, como el anterior, a las cuatro letras que identifican al banco y conserva el color azul de la marca, aunque en un tono más oscuro que el símbolo precedente. Asimismo, la tipografía más redondeada de este se ha sustituido por otra más afilada. La nueva identidad, señala el banco en una nota de prensa, “es un reflejo de los valores de BBVA, especialmente el de “Somos un solo equipo”, que enfatiza la importancia de las personas que trabajan en el grupo, así como su compromiso con el proyecto que es BBVA. El cambio también pone de relieve el objetivo de BBVA de ofrecer una propuesta de valor única y una experiencia de usuario homogénea, propias de una compañía digital”. 

El Real Madrid, marca de fútbol más valiosa y más fuerte del mundo E l Real Madrid retoma la corona como la marca de fútbol más valiosa del mundo, según el último informe de Brand Finance: con un valor de marca de 1.646 millones de euros, el club está por delante de un exclusivo grupo de 6 con más de 1.000 millones de euros que incluye al Manchester United (1.472 millones de euros), Barcelona (1.393 millones de euros), Bayern Munich (1.314 millones de euros), Manchester Ciudad (1.255 millones de euros) y Liverpool (1.191 millones de euros). El Real Madrid volvió al primer puesto después de casi una década desde la última vez que obtuvo el

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título en 2010. El valor de la marca del club ha aumentado un 27% desde el año pasado, un aumento en parte debido a que el club ganó por cuarta vez en 2018 Liga de Campeones de la UEFA en los últimos cinco años. Se convirtió el primero en el mundo en romper la barrera de 750 millones de euros en ingresos en 2017-18. Sus fondos comercia-

les alcanzaron los 356 millones de euros, cerca del 50% de los ingresos totales, lo que lo convierte en el mayor generador de efectivo de este flujo de ingresos. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR


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Fundação La Caixa, BPI e Nova SBE lançam Iniciativa para a Equidade Social

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Fundação La Caixa, o BPI e a Nova School of Business & Economics lançaram no final do mês passado a Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria que visa impulsionar o setor social em Portugal com uma visão de longo prazo. No âmbito da parceria, a Fundação La Caixa e o BPI vão disponibilizar 2,2 milhões de euros ao longo de um período inicial de três anos, como reconhecimento da relevância que o setor social tem para o país em termos de número de organizações,

recursos humanos, impacto na sociedade, despesas e apoios sociais. Entre os projetos que formam a Iniciativa para a Equidade Social, destacam-se o lançamento do relatório anual “Balanço social do país”, contendo um retrato socio-económico das famílias portuguesas, com ênfase nas situações de privação e exclusão e, quando possível, no acesso às respostas sociais existentes em Portugal; a criação de uma base de dados pública com o objetivo de consolidar informação, atualmente dispersa, sobre as organizações do setor social em Portugal, visando facilitar o conhecimento e a intervenção das diversas partes interessadas do setor; dois programas de capacitação dirigidos à área social. O primeiro, conce-

bido em moldes mais tradicionais de formação em sala, está direcionado a dirigentes de entidades do setor social. O segundo consiste numa iniciativa pioneira que pretende fazer o diagnóstico e acompanhamento de instituições do setor social em diferentes áreas da gestão, envolvendo a comunidade da Nova SBE (alunos, alumni, professores e parceiros) ao longo de todo o prazo inicial da iniciativa. Presente no evento, o presidente da Fundação La Caixa, Isidro Fainé, anunciou ainda que a iniciativa, que inclui cinco prémios destinados a apoiar projetos de instituições de solidariedade social, no valor global de 3,75 milhões de euros em 2019, “é uma das parcerias mais relevantes e ambiciosas que a Fundação estabeleceu em Portugal, desde a sua chegada ao país, há pouco mais de um ano”. No total, a Fundação irá investir, este ano, 20 milhões de euros para apoiar projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. 

Fundação da Juventude promoveu Roteiros e Oficinas do Empreendedorismo D irigidos a jovens estudantes do ensino superior, os Roteiros e Oficinas do Empreendedorismo estão incluídos no projeto Gera Talentos, um programa estruturante de apoio ao empreendedorismo qualificado e criativo, promovido pela Fundação da Juventude e cofinanciado pelo FEDER – Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Regional, através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização 2014-2020, do Acordo de Parceria Portugal 2020. Os Roteiros do Empreendedorismo

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têm como objetivo promover o desenvolvimento de competências empreendedoras, o desenvolvimento do espírito de iniciativa e a motivação pelo empreendedorismo, através de sessões de capacitação dinamizadas por agentes de capacitação e consultores especializados Nestas sessões de 90 minutos cada, os jovens são motivados e informados sobre as possibilidades e a oferta de serviços de apoio ao empreendedorismo, e de diferentes formas de inovação e de empreender ao longo da vida. As Oficinas de apoio ao

Empreendedorismo vão trabalhar na capacitação dos jovens empreendedores para os passos necessários à criação de uma empresa e dotá-los de ferramentas de gestão empresarial desde a fase da validação da ideia até à definição do business plan. No mês de maio, realizaram-se um pouco por todo o país algumas destas sessões, onde foram ainda abordados temas específicos da gestão das PME, relacionados com fornecedores, clientes, recursos humanos, comunicação e marketing, financiamento, propriedade intelectual, entre outros. 


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Há cada vez mais portugueses a fazer voluntariado ambiental A aplicação móvel da Associação Patrulheiros regista um crescimento médio de uma centena de voluntários por dia. Este dado acaba de ser divulgado pela Associação Patrulheiros, que em menos de três meses já conta com mais de dois mil utilizadores da sua exclusiva app Patrulheiros, uma ferramenta que permite detetar e enviar ocorrências de atentados ao ambiente, em qualquer parte do país e que rapidamente são direcionadas para as entidades responsáveis de cada região. Dos 308 Municípios portugueses 280 já têm utilizadores registados e ativos, sendo que 70% das ocorrências enviadas são geradas fora da área de residência do utilizador. Prevê-se que até ao final de 2019 existirão Patrulheiros em todo o país, onde atualmente a média de

crescimento tem sido de 100 novos utilizadores por dia. “Já os municípios não são tão céleres a reagir às ocorrências, com apenas 35% a dar resposta e intervindo para uma rápida resolução das mesmas. No entanto é notório uma evolução após detetarem a validade desta ferramenta que une autarquias e munícipes” confessa José Nuno Amaro, presidente da Associação Patrulheiros. O relatório aponta também para alguns dados interessantes sobre os distritos com maior atividade com o Porto a liderar, seguido por Lisboa e Setúbal com o maior número de ocorrências registadas. No top do tipo de ocorrências, está o entulho (60%), o lixo florestal (20%), o abandono de animais domésticos, ninho de vespas asiáticas e pisos em

mau estado (15%) e, finalmente, os focos de poluição em zonas lagunares, rios e ribeiros (5%). Sinalizar todos os pontos de poluição existentes em Portugal é uma das apostas dos Patrulheiros, que irá disponibilizar no final deste ano um mapa com os todos os pontos negros e respetivos dados. “Queremos demonstrar que além do trabalho que estamos a desenvolver para antecipar problemas maiores no combate à preservação do Ambiente, também estamos a poupar milhões de Euros aos contribuintes com a deteção prematura de focos de poluição fáceis de solucionar e não deixando que se transformem em custos para todos nós”, aponta José Nuno Amaro como sendo uma das maiores apostas dos Patrulheiros para 2019. 

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Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 Mail: ccile@ccile.org Site: www.portugalespanha.org

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Mercadim incentiva a Póvoa de Varzim a ser mais sustentável

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Mercadim, organizado e produzido pela Verdim - Associação Ambiental, é o mercado ecológico e vegan, que pretende sensibilizar e aproximar a Póvoa de Varzim para uma vida mais consciente, a nível ambiental e social. A Verdim - Associação Ambiental está a organizar o primeiro mercado ecológico, sustentável e vegan, que aconteceu nos dias 25 e 26 de maio, no espaço Fortaleza da Nossa Senhora

da Conceição, na Póvoa de Varzim. A primeira edição do Mercadim contou com mais de 15 comerciantes de diferentes categorias de serviços e produtos – desde produtos alimentares a produtos de cuidados pessoais e domésticos, que se enquadram nos conceitos do evento: sustentabilidade e veganismo. Com o objetivo de promover estilos de vida e de consumo alternativos e mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e social, a Verdim pretende, ainda, sensibilizar o concelho para a promoção do vegetarianismo e veganismo como opções de uma

alimentação mais sustentável e consciente. A primeira edição do Mercadim contou com a realização de diversas atividades didáticas e de animação para todas as idades. Além disso, a comunicação do Mercadim foi desenvolvida e estruturada tendo em vista a coerência com a política sustentável do próprio mercado. Neste sentido, os diversos suportes utilizados têm, por base, materiais reutilizados e reciclados – caixas de cartão e posters usados. Com efeito, o Mercadim apoia, de forma integrada, atitudes e uma visão de futuro mais ecológica e sustentável. Para este evento, a Verdim recebeu o apoio da Fortaleza da Nossa Senhora da Conceição, da Junta da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, entre outras entidades comerciais e recreativas. 

WWF e Jerónimo Martins unem-se para proteger espécies emblemáticas A WWF - World Wide Fund for Nature e o grupo Jerónimo Martins uniram-se para apoiar a proteção de algumas espécies animais emblemáticas, como forma de comemorar três datas simbólicas para a conservação ambiental. Esta parceria concretiza-se numa campanha de angariação de fundos, através da venda de vales nas lojas Pingo Doce, em Portugal, Ara, na Colômbia, e Biedronka, na Polónia, e irá decorrer até ao final de julho. O valor angariado reverterá na íntegra para a protecção de três espécies endógenas de cada um

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destes países. Em maio, estiveram disponíveis nas caixas de pagamento de todas as lojas do Pingo Doce vales de um, dois e três euros, que serão aplicados em projetos de proteção de cavalos-marinhos, linces e lobos ibéricos. Estas espécies, cuja presença no ecossistema português se encontra comprometida, são o foco de alguns dos projetos de conservação levados a cabo pela ANP|WWF em Portugal. O cavalo-marinho é uma das espécies mais frágeis do mundo devido a causas como, por exemplo, a pesca ilegal, a poluição e as alterações

climáticas. No nosso país, a população diminuiu drasticamente nos últimos 10 anos, tendência que a ANP|WWF pretende reverter, através do projeto “Cavalos Marinhos Desconhecidos”. O lince-ibérico, espécie endógena de Portugal e Espanha, é o felino mais ameaçado, existindo atualmente apenas 589 membros no mundo. Esta espécie e o lobo ibérico, cuja população em Portugal não excede os 300 elementos, são o foco do projeto “Grandes Carnívoros da Europa”, que visa a cooperação e a troca de informação transfronteiriça. Em junho, para comemorar o Dia Mundial do Ambiente, os vales estarão à venda nas lojas Ara, na Colômbia, o segundo país com maior biodiversidade do mundo. 


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SEAT quer reduzir os seus resíduos em 60% até 2025 N o Dia Mundial da Reciclagem, celebrado a 17 de maio, a SEAT anunciou que este ano as suas ações de melhoria ambiental estão orientadas para a redução de resíduos. Durante os últimos oito anos, a SEAT tem conseguido produzir menos 34% de resíduos nas suas instalações, e nos próximos meses irá implementar medidas destinadas a melhorar este indicador até aos 60% nos próximos seis anos. Entre outras iniciativas, a SEAT estará focada em prevenir a produção de resíduos e otimizar a separação para permitir maior reciclagem e reutilização dos resíduos de produção. Também atuará nos resíduos que são produzidos em diferentes momentos no processo de produção, como laterais de pintura e aplicação de massas. Durante os últimos oito anos, a empresa conseguiu melhorar, em média, 34% a sua pegada ambiental de produção. Desde 2010, quando lançou a sua ofensiva ambiental com o nome “Ecomotive Factory”, a SEAT diminuiu o seu consumo de energia e de água em 21,6 e 30,9%, respetivamente. Além disso,

diminuiu a emissão de CO2 para a atmosfera em 63,3%, produziu menos 34,2% de resíduos e diminuiu a emissão de compostos orgânicos voláteis em 21,4%. Christian Vollmer, vice-presidente de Produção e Logística da SEAT, afirma a este propósito que o objetivo é “continuar a melhorar para sermos uma empresa modelo em todos os aspetos: pela qualidade e eficiência produtiva das nossas fábricas, e também por darmos respostas à mudança de paradigma que enfrentamos nas empresas e na sociedade, onde a reciclagem, a redução de emissões e o cuidado com o ambiente têm um peso cada vez mais relevante”. Em 2018, a SEAT investiu 16 milhões de euros em iniciativas ambientais ligadas à área de produção. O próximo marco na estratégia ambiental da SEAT é melhorar os seus indicadores em 50% até 2025. A empresa tem tra-

balhado em sistemas adicionais, como um destinado a recuperar e reaproveitar o calor das chaminés da fábrica de Martorell, que economizaria o equivalente ao consumo anual de 760 casas ou deixar de emitir em termos de CO2 o equivalente à absorção deste gás de 250 mil árvores. Além disso, a SEAT ampliará o uso de tintas à base de água em todo o processo de pintura, utilizando-as também no processo de impressão. Esta iniciativa permitirá evitar a emissão de compostos voláteis equivalentes a 38 mil carros pintados com tinta à base de solventes. 

Continente pondera acabar com sacos de plástico para frutas e legumes

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Continente quer “disponibilizar aos seus clientes opções sustentáveis ao uso do plástico nas suas lojas” e, para isso, promove agora alternativas aos sacos plásticos para as frutas e legumes. A decorrer desde o final do mês de março, o projeto-piloto permite ao consumidor decidir entre trazer os

seus sacos de casa ou optar por sacos reutilizáveis feitos em algodão disponibilizados no Continente. As lojas oferecem ainda um cartão feito de papel reciclado para que os clientes possam colar as respetivas etiquetas de preço e código de barras das frutas e legumes que adquirirem. Além deste piloto, o Continente está a equacionar alterar os sacos da secção de padaria habitualmente compostos por papel e por uma janela transparente de plástico, substituindo o plástico por fibras naturais de papel, que permitirão que os sacos do pão sejam 100% recicláveis.

Estes projetos estão a decorrer nas lojas Continente Vasco da Gama, Continente Marechal Gomes da Costa, nos hipermercados do grupo em Valongo e Lousada e no Continente Gaiashopping. Esta é apenas mais uma das iniciativas da marca no âmbito do “Compromisso para o uso responsável do plástico” e está em total sintonia com um conjunto alargado de objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), propostos pelas Nações Unidas, bem como com as apostas europeias e nacionais rumo à chamada economia circular. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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Reputação, uma questão de competitividade

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O que faz melhorar ou piorar a reputação? “Tudo”, será a resposta mais próxima da verdade, já que todas as variáveis relacionadas com o universo de uma determinada empresa condicionam o resultado final da “equação” a que chamamos reputação. O “braço” ibérico do Reputation Institute acaba de divulgar quais as empresas mais bem reputadas no mercado português. A Actualidade conversou com alguns dos seus responsáveis para perceber como alcançaram essa posição e como ela condiciona o presente e o futuro da empresa.

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

e, em última análise, o que mais interessa numa empresa são os resultados, importa ter em conta que os resultados variam também em função da reputação. Não é menos verdade que uma sólida reputação pode servir de almofada, quando os resultados desiludem, ou quando alguma coisa corre mal… Mas afinal de que falamos quando falamos de reputação corporativa? Produtos, serviços, marca, comunicação, liderança, resultados, inovação, condições de trabalho dos colaboradores, relação com os fornecedores, impacto ambiental e social da atividade em causa, mercados, etc. Tudo isto, como sugere Charles Fombrun, autor do livro “Reputação” e fundador do Reputation Institute (1999) ao definir a reputação corporativa como “uma representação da perceção motivada

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pelas ações de uma empresa e pelas expectativas futuras que ela gera”, acrescentando ainda que a reputação “descreve o poder de atração geral da empresa sobre os seus principais stakeholders quando comparada com a concorrência”. O tema esteve em discussão na conferência realizada em Lisboa, no passado dia 10 de abril, pela sucursal para a Península Ibérica e América Latina do Reputation Institute. Enrique Jonhson, vice-presidente desta sucursal, sintetizou a definição: “A reputação de uma empresa explica o que os diferentes stakeholders sentem relativamente à mesma”. A boa notícia é que estes sentimentos podem ser medidos e traduzidos em números. Essa é a proposta do Reputation Institute, que mede a reputação das empresas em vários países, nomeadamente em Portugal (ver caixa na pág.

ao lado), elaborando o que chamou de Rep Trak Pulse. Para concluir em que ponto está a reputação de uma empresa, há que analisar, por um lado, o impacto pessoal que o emprego, os produtos, o investimento ou a atenção ao cliente têm nos stakeholders inquiridos, por outro, o impacto da comunicação (branding, publicidade, relações públicas e ações de marketing) e ainda as perspetivas de terceiros (internet, media, social network e as considerações de líderes de opinião). O vínculo emocional entre a empresa e os seus stakeholders manifesta-se através da “estima, admiração, confiança e sentimento positivo”, assinala Enrique Johnson. O Reputation Institute sustenta que a reputação assenta em sete pilares: produtos e serviços, performance, governance, liderança, inovação, condições de


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trabalho e cidadania. O que faz a empresa nestas áreas (os atributos da empresa) determinará o parecer dos stakeholders. No caso dos produtos e serviços, estamos a falar de atributos como a qualidade, a relação entre o preço e a qualidade ou adequabilidade do produto às necessidades dos clientes. No domínio da performance, interessa se os resultados são bons, se superam as expetativas e quais as perspetivas de crescimento. Atributos como a ética, a transparência e a leal concorrência dizem respeito ao capítulo da governance (governo da - O Top 10 das empresas com melhor reputação em Portugal, de acordo com o Rep Trak Pulse do Reputation Institute*: 1º Nestlé, empresa). Na liderança, analisam-se 2º RFM, 3º Rádio Comercial, 4º Sony, 5º Delta, 6º Microsoft, 7º atributos como a visão e a capacidade Luso, 8º Lidl, 9º Porto Editora e 10º BMW. de inspirar do líder ou líderes, bem - Os setores que gozam de melhor reputação, em Portugal, são os dos como a sua capacidade de organização bens de consumo, tecnologia e alimentar (F&B), atingindo valores de e de gestão. Quando se analisa a inoreputação considerados bons. Os setores financeiro, de transportes vação de uma empresa, consideram-se e de telecomunicações são os que apresentam a média mais fraca. a sua capacidade de propor novos - Entre os melhores, nos bens de consumo, lidera a Renova; na tecprodutos ou serviços, bem como a sua nologia, a Microsoft; F&B: Nestlé; Automóvel: BMW; Retalho: capacidade de adaptação ao mercado. Lidl; Indústria: Siemens; Informação e Média: RFM; Serviços: As condições de trabalho medem-se ACP; Setor aéreo: TAP; Energia: Repsol; Telecomunicações: através do bem-estar dos colaboradoVodafone res, da justiça salarial e da igualdade - Os melhores em cada um dos pilares da reputação: Produtos e serviços: de oportunidades. Por último, os atriNestlé; Inovação: Google; Governance: Delta; Workplace: Microbutos relacionados com a cidadania, soft; Cidadania: RFM; Liderança: Google; Performance: Microsoft conferem qual o impacto social e ambiental que a atividade da empresa *O estudo é baseado num painel de consumidores online, sobre um conjunto de emproduz, bem como o maior ou menor presas selecionadas da seguinte forma: 1. Em todos os estudos, há uma pergunta grau em que a empresa apoia a susque pede ao inquirido que refira três empresas com boa reputação e três com uma tentabilidade e a comunidade em que má reputação. Isso permite gerar uma longa lista de empresas "nomeadas" 2. Desta se insere. lista, elegem-se as empresas com um nível suficiente de nomeações (varia um pouEnrique Jonhson sublinha que atualco de ano para ano) 3. A partir dessa seleção, os consumidores são questionados sobre o grau de familiaridade que possuem com essas empresas (grau de conhecimente “70% a 80% do valor de mermento sobre o que a empresa está a fazer). No caso de Portugal, foram selecionadas cado de uma empresa provém de empresas com um grau de familiaridade superior a 50%. ativos intangíveis”, pelo que “as organizações são especialmente vulneráveis a qualquer aspeto que prejudique experiências dos clientes com a empre- trabalhar de modo a melhorar esses a sua reputação”. A revolução digital sa condicionam as perceções, ou seja o comportamentos de apoio. Enrique em curso corresponde a um ponto grau de estima, admiração, confiança Johnson realça que “há uma relação de inflexão estratégica global: “A e sentimentos positivos sobre a empre- forte entre a reputação e os comportainternet das coisas, os sistemas físicos sa. Essa reputação, por sua vez, condi- mentos de apoio”. A sucursal do Reputation Institute, cibernéticos, a inteligência artificial, o ciona os chamados comportamentos ambiente, a tensão do comércio mun- de apoio relativamente à empresa, o sedeada em Espanha, tem feito esse dial, a mudança dos valores humanos que poderá interferir nos resultados. trabalho de medição no mercado espae o desejo de conetividade alimentam Logo, as empresas têm todo o inte- nhol, onde opera desde 2005, recorda essa mudança. Há um risco aumenta- resse em promover comportamentos Enrique Johnson: “Trabalhamos com do para as empresas.” de apoio dos seus stakeholders. Para a maior parte das grandes compaO que a empresa comunica ou faz, o tal, devem medir a sua reputação para nhias em Espanha”. O gestor avança que outros dizem sobre a empresa, as perceber em que áreas precisam de que o objetivo é trabalhar também

As empresas mais bem reputadas em Portugal

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grande tema gran tema de forma consistente com o mercado português e para tal associou-se com a consultora de comunicação portuguesa Lift. Dessa parceria resultou já o primeiro estudo de reputação no mercado português (caixa nesta página). O especialista assinala que o Reputation Institute nasceu pela mão de dois académicos, Charles Fombrum e Cees Van Riel, os primeiros a escrever livros sobre Reputação Corporativa: “Esta componente académica mantém-se no Reputation Institute. Todos os anos, o nosso estudo mede cerca de 7.000 empresas, em 40 países. Esse investimento permite-nos conhecer muitas das tendências mundiais de reputação corporativa em todo o mundo e partilhar esse conhecimento”. Na apresentação que fez, em Lisboa, Enrique Johnson perguntou aos gestores presentes se as empresas que representam estão preparadas para o desafio da reputação. O especialista

considera que a maioria das empre- que é a área em que as empresas, em sas têm ainda muito que fazer a este regra, mais investem e se dedicam nível: “Em todo o mundo e Espanha a comunicar”; em segundo lugar, a e Portugal não são uma exceção, 85% integridade: “a ética e a transparência das empresas estão dentro das três sobre o que a empresa faz e comunica primeiras fases (de cinco fases) no que pesa 15,9% da construção da reputachamamos de Jornada de Reputação. ção das empresas em Portugal”; em Estas três primeiras fases contem- terceiro lugar vem a cidadania: “o plam a compreensão da importância trabalho que as empresas fazem em da reputação, a reputação torna-se termos de melhorar a sociedade e o uma prioridade para a organização ambiente pesa 13,6%”. Logo de seguiem todos os seus departamentos e da, surgem a liderança (13,3%), a percomeça-se a ligar a reputação aos formance (13,2%), a inovação (13,2%) resultados económicos. Isso significa e as condições de trabalho (13%). que as empresas ainda precisam tra- Também é verdade que “em todo o balhar em muitos aspetos antes de mundo, há setores que normalmente serem consideradas prontas para gerir são percebidos com uma pior repue trabalhar a reputação.” tação” e são justamente “as empresas No caso português, Enrique Johnson desses setores as que mais trabalham destaca três pilares que sustentam em termos de reputação”, nomeadaa reputação, do ponto de vista das mente, empresas de “utilities, bancos e empresas. Primeiro, “a oferta de pro- do setor de energia tendem a ser as que dutos e serviços, que pesa 17,8% da mais trabalham e medem sua repureputação das empresas em Portugal”. tação”. No entanto, “a comparação Valor modesto, “se tivermos em conta de empresas entre diferentes setores

Estratégias para ganhar vantagens competitivas De acordo com um estudo desenvolvido pelo Reputation Institute a nível mundial, estas são as 10 macro tendências que orientam a reputação corporativa e que podem ajudar as empresas a melhor se posicionarem face ao julgamento dos stakeholders: 1- As empresas devem ter um propósito superior e agir em conformidade com o mesmo, fortalecendo assim o vínculo emocional com os seus stakeholders. 2- A segurança de dados deve ser uma das prioridades de uma empresa, já que os riscos de violação de privacidade colocam em causa a confiança dos stakeholders. Em caso de fuga de informação, a empresa deve agir com rapidez e transparência. 3- Os influencers: a capacidade de

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uma empresa se aliar aos influenciadores de mercado certos é uma arma poderosa a favor da reputação, gerando retornos muito positivos. 4- Empresas onde se quer trabalhar: as boas condições de trabalho não só favorecem a reputação como atraem os melhores talentos, favorecendo a competitividade da empresa. 5- O ativismo dos CEO alinhado com os valores e posicionamento da empresa é uma mais-valia para a reputação. 6- Transparência e coerência: numa altura em que a confiança é minada pela proliferação da falsa informação, é imperioso que a comunicação das empresas seja transparente e as suas ações coerentes e tangíveis. 7- As empresas com dimensão ou ambição internacional devem

saber pensar global e agir local, privilegiando a genuinidade. 8- A polaridade política representa um risco, pelo que as empresas devem evitar as agendas políticas e dar prioridade a políticas públicas e questões sociais globais. 9- As empresas devem liderar a mudança de mentalidades e materializar a igualdade de oportunidades, bem como ter tolerância zero ao assédio sexual em contexto laboral. 10- O (in)direto impacto na reputação da empresa da perceção relativa à soberania do país de origem dessa empresa. A empresa deve ser capaz de equilibrar a visibilidade da sua origem, de modo a proteger-se dos efeitos colaterais que a reputação do seu país possa ter noutros mercados.


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Nestlé, a inovação ao serviço do sabor, da saúde e da sustentabilidade O estudo do Reputation Institute em Portugal coloca a Nestlé como a empresa mais bem cotada (84,0), com pontuações excelentes nas categorias de produtos, inovação e performance e boas nas categorias de liderança, condições de trabalho, governance e cidadania. Gonçalo Granado, diretor de comunicação e marketing do grupo em Portugal, considera que “este é o reconhecimento por parte dos consumidores portugueses de que a Nestlé está a dar um valioso contributo para a melhoria da sua qualidade de vida e das suas famílias, partilhando simultaneamente valor com a sociedade”. Há 96 anos em Portugal, a Nestlé registou um volume de vendas de 500 milhões de euros, em 2018, revela o gestor, explicando como se alcançam estes resultados: Na base deste sucesso está, como é habitual na Nestlé, a inovação e, em especial, todos os esforços para oferecer aos consumidores escolhas mais saborosas e saudáveis, porque é este o papel de uma companhia como a Nestlé, que tem o propósito de melhorar a qualidade de vida dos portugueses e contribuir para um futuro mais saudável. É para nós um motivo de orgulho ver reconhecido o trabalho das nossas pessoas com o mais alto nível de reputação corporativa. Este reconhecimento é um valioso prémio de confiança e uma renovada responsabilidade para a companhia em Portugal.” Gonçalo Granado frisa que a Nestlé procura “permanentemente, escutar as necessidades dos consumidores portugueses”, fazendo “um investimento contínuo nas suas operações em Portugal, nomeadamente nas suas fábricas de Avanca e do Porto de onde saem marcas muito acarinhadas pelos consumi-

dores como Cerelac, Nestum, Chocapic, Estrelitas, Mokambo, Brasa, Bolero, Buondi, Sical, entre muitas outras”. Marcas que “fazem parte da história das famílias portuguesas, que com elas vão evoluindo na sua ligação emocional, um atributo também associado por este estudo às marcas da Nestlé”. Os bons resultados não significam que todo o trabalho está feito, esclarece o responsável de comunicação em marketing da Nestlé: “O maior desafio que temos pela frente é o de continuar o nosso trabalho a favor dos consumidores, oferecendo-lhes as soluções nutricionalmente adequadas aos seus estilos de vida e mantendo as mesmas características organoléticas que tanto apreciam nos nossos produtos. Esta é uma das áreas de maior investimento da companhia, quer a nível global, através dos centros de in-

vestigação científica de que dispõe, quer a nível local (nacional), através do desenvolvimento de novos produtos e novas receitas nas nossas fábricas de Avanca e do Porto." A sustentabilidade é outro grande desafio, acrescenta Gonçalo Granado: "O contínuo cuidado com a sustentabilidade das nossas operações, em particular a nossa preocupação com as questões ambientais e com a redução da utilização de plástico. A este respeito a Nestlé anunciou no ano passado o compromisso de tornar as suas embalagens 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025. Resultados deste compromisso podem já ser vistos no mercado, exemplo disso foi o lançamento, já este ano, da primeira embalagem em papel da Nestlé, no Nesquik All Natural que Portugal foi um dos cinco primeiros mercados a receber.”

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Delta Cafés e Renova: grupos portugueses que apontam o caminho

Quando se começou a falar de responsabilidade social corporativa e de sustentabilidade (uma das suas componentes), em Portugal, os nomes Delta e Renova figuravam quase sempre como exemplo. Estratégia que não abandonaram, como se confirma através dos resultados do estudo do Reputation Institute, que coloca o grupo Delta Cafés no quinto lugar, do índice geral, com 81,7 pontos e a Renova em 15º, com 79,2 pontos. Acresce que a Delta lidera a categoria de Governance e integra o Top 10 das restantes seis categorias que avaliam reputação (performance, liderança, cidadania, workplace, inovação e produtos). Com forte presença internacional, o grupo Nabeiro-Delta Cafés tem vindo a crescer em resultados e em reputação. Com origem na década de 60, o grupo fundado por Rui Nabeiro registou em 2018 um volume de negócios de cerca de 400 milhões de euros e apresentou recentemente a sua

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estratégia para continuar a crescer sustentavelmente, aprofundando os seus “compromissos nas vertentes económica, social e ambiental, com o objetivo de reforçar o seu papel na construção de um mundo cada vez mais sustentável”. O grupo apresentou a nova cápsula de café Delta Q (na foto), 100% orgânica e biodegradável, desenvolvida pelo Diverge (Centro de Inovação do Grupo Nabeiro), em conjunto com parceiros externos e centros de investigação nacionais e a lançar no mercado no 2º semestre de 2019: “É uma cápsula com 0% plásticos, 0% micro-plásticos e 0% alumínio. É feita de BioPBS, ou seja, de um material de base biológica e vegetal, constituído por cana-de-açúcar, mandioca e milho.” Também a embalagem deste produto é feita em cartão totalmente reciclável. Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo Nabeiro – Delta Cafés, disse na apresentação que “o caminho de sustentabilidade é priori-

tário para o grupo e para todas as suas marcas. Com estas iniciativas damos continuidade ao trabalho que desenvolvemos na área social e em prol da comunidade. Pretendemos continuar com um papel ativo na construção de valor para a sociedade, contribuindo para a adoção de comportamentos mais responsáveis, acrescentando simultaneamente valor aos vários momentos de consumo e de partilha proporcionados pelo café.” Esta conduta está na base da boa reputação do grupo, confirmada pelo estudo do Reputation Institute. À Actualidad€, Rui Miguel Nabeiro destaca um trabalho alicerçado há cinco décadas: “A melhoria nos resultados da reputação, apenas reflete a confiança que os clientes e consumidores sempre tiveram na Delta. E é essa confiança que nos dá força para continuarmos a crescer, investindo continuamente em produtos e serviços de excelência mantendo sempre o foco no consumidor. Queremos continuar a desenvolver um trabalho focado e objetivo todos os dias para levarmos o melhor dos cafés aos nossos consumidores. Esta é a base da confiança que nos motiva para fazer todos os dias mais e melhor, proporcionando novos momentos de consumo, por via da forte aposta do grupo em inovação, qualidade e expertise." A coerência e a autenticidade ajudam a explicar o sucesso do grupo: "O nosso modelo de gestão, assente na autenticidade das relações com as partes interessadas, contribui para uma relação contí-


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nua de proximidade e de confiança com os clientes e parceiros. É assente nestes pilares que acreditamos todos os dias que conseguimos contribuir para uma maior sustentabilidade da marca. Somos uma marca portuguesa em que os consumidores confiam diariamente. E queremos continuar a merecer a sua confiança. São mais de 50 anos de história e crescimento. Para isso trabalhamos todos os dias, com a qualidade que nos caracteriza. Este é o maior compromisso que podemos levar a todos os nossos parceiros, desde clientes a consumidores, reforçando esta nossa forte ligação e constante preocupação em acrescentar valor ao seu dia a dia.” No estudo por setores, a Renova destaca-se à frente do setor de bens de consumo, tendo as pontuações mais elevadas nas avaliações de produtos, inovação e cidadania. Luís Saramago, diretor de Comunicação da Renova, assinala que é para isso que o grupo trabalha: “a reputação está muito ligada à confiança na organização e na marca e essa confiança resulta do facto de cumprirmos os compromissos que assumimos com todos os stakeolders: respeito pelos recursos naturais, transparência e resposta às necessidades, não defraudar as expetativas. Estamos nisto desde 1939 e temos vindo a construir essa relação de confiança. A reputação tem que ser alimentada, ou seja, tem que ser mantida, tem que haver coerência, transparência e respeito pelos agentes económicos. O que aparentamos tem que

coincidir com a realidade. Gastamos as nossas energias em manter a boa reputação e em ir cada vez mais ao encontro das expetativas da sociedade em geral.” O grupo sempre apostou na “globalização pela diferenciação”, assente “no conhecimento do que interessa às pessoas e na transformação dessa informação em produtos e serviços, que criam uma ligação forte e apaixonada com os clientes”, nota Luís Saramago, evidenciando que “é preciso arriscar e estar sempre aberto a absorver o que é importante para as pessoas”. Uma das mais recentes novidades

consiste em “embalagens de papel para rolos de papel higiénico e rolos de cozinha” (na foto) , em vez de plástico, o que tem sido “muito bem recebido pelos consumidores

em Inglaterra, Portugal e em Espanha”. Luís Saramago recorda que a sustentabilidade está entre as prioridades do grupo, nomeadamente através da reciclagem (55 mil toneladas de papel por ano), no tratamento de toda a água utilizada na produção, bem como na energia usada (cogeração). A Renova foi a primeira empresa do setor, na Península Ibérica, a merecer em alguns dos seus produtos a Ecolabel, atribuída pela Comunidade Europeia. Os resultados também são favoráveis: no ano passado, o grupo faturou perto de 170 milhões de euros, crescendo, face a 2017. “Mais de 50% da faturação deve-se ao mercado internacional”, salienta Luís Saramago, sublinhando que a boa reputação do grupo também ultrapassa fronteiras. “Os nossos stakeholders sabem que não vão ter problemas comerciais, financeiros, de fiabilidade ou relacionados com o ambiente, com os nossos produtos”, observa, acrescentando que os grupos com quem a Renova se relaciona (Sonae, El Corte Inglés, Carrefour, Walmart ou Tesco, entre outros) “obrigam ao cumprimento de normas que são em si mesmas garantia de confiança para outros potenciais clientes”.

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não é a mais adequada”, ressalva este responsável do Reputation Institute: “Há sempre setores que geralmente têm uma reputação melhor do que outros. Os setores tecnológico, de alimentos e de retalho, por norma, têm uma boa reputação. O que distingue as empresas com boa ou má reputação não é tanto a comparação entre setores, mas sim ver como as empresas do mesmo setor estão em termos de reputação. Isso nos dá uma medida mais adequada.” No entanto, a relação entre reputação e resultados pode ser surpreendente, como sucedeu com o caso do grupo Facebook, que apesar de envolto em polémica relacionada com falhas de segurança e de privacidade e com falsa informação, anunciou um volume de negócios de cerca de 48 mil milhões de euros, relativo a 2018, o que traduz um aumento de 38% face ao ano anterior, e um crescimento dos lucros de 39%. Como Enrique Johnson esclarece, a reputação é uma emoção: “é a nossa perceção de como a empresa opera no mercado. Isso é medido com quatro perguntas: eu estimo, admiro, confio e gera-me uma boa impressão? Como acontece com a reputação das pessoas, quanto mais reputação (confiança, admiração, respeito, etc.) tem uma empresa, maior é a nossa disposição para comprar os seus produtos, recomendar a empresa, etc. Naturalmente, 44 ACT UALIDAD€

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um bom produto é fundamental. Na verdade, é o que mais pesa quando se trata de construir uma reputação de uma empresa, mas é essa perceção que nos predispõe a comprar os seus produtos. Sem essa predisposição, não haveria o ato de compra em si.” O especialista acrescenta que “as empresas com boa reputação, em termos gerais, sabem trabalhar os diferentes pilares que constroem a reputação”, ou seja trabalham “produtos e serviços e aspetos relacionados com a cidadania e integridade”. Relativamente à Península Ibérica, Enrique Johnson comenta que “as empresas em Portugal e em España estão em linha com os restantes países no que concerne à preocupação com temas relacionados com a reputação”, admite porém que “em Espanha, as empresas já trabalham há mais tempo estes temas”. O estudo feito em Portugal também revelou algumas particularidades do mercado, salienta Enrique Johnson: “A primeira coisa que nos chamou a atenção é que metade das 10 maiores empresas em Portugal são portuguesas. Isso nem sempre acontece em todos os mercados. Outra questão que nos chamou a atenção é o quanto são valorizados os produtos e serviços das empresas e, ao contrário, a fraca perceção sobre o que as empresas estão a fazer em termos de cidadania e integridade, sendo dois dos três

Enrique Johnson: "Quanto mais reputação (confiança, admiração, respeito) tem uma empresa, maior é a nossa disposição para comprar os seus produtos, recomendar a empresa, etc." principais motores na construção da reputação.” Enrique Johnson acredita na crescente recetividade do mercado português às questões envolvidas na reputação corporativa: “O Reputation Institute, enquanto líder na medição e gestão de reputação, procura sempre parcerias com empresas líderes em todos os mercados. É por este motivo que decidimos associar-nos à Lift, uma vez que é uma das poucas empresas em Portugal que entende o processo de gestão de reputação. Juntos, poderemos trabalhar melhor, no sentido de ajudar as empresas em Portugal. Com esta parceria, esperamos crescer no mercado para níveis semelhantes aos de Espanha e posicionar o mercado português como referência no mundo da medição e posterior gestão da reputação.” A Lift Consulting, na qualidade de representante do Reputation Institute lançou uma plataforma online, a Rep. Circle - The Reputation Platform (https://repcircle.com), para dinamizar a discussão e o estudo da reputação corporativa em Portugal. A primeira iniciativa está a decorrer e consiste num questionário online sobre "O presente e o futuro da reputação corporativa em Portugal". 


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Padel VI Torneio Ibérico de

CCILE 08 de Junho 2019 Rackets Pro EUL

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opinião opinión

O Arrendamento Urbano para fins Não Habitacionais –

Por Teresa Patrício da Silva*

– questões práticas

N

o seguimento das alterações a nível de arrendamento concretizadas pela “Lei Cristas” e da aprovação pelo Parlamento do “Pacote Habitação”, foi aprovada, nomeadamente, a Lei n.º 13/2019, de 12 de fevereiro, que aprova medidas destinadas a corrigir situações de desequilíbrio entre arrendatários e senhorios, a reforçar a segurança e a estabilidade do arrendamento urbano e a proteger arrendatários em situação de especial fragilidade, vem proceder, entre outras, a várias alterações no regime do arrendamento, designadamente no âmbito do arrendamento urbano para fins não habitacionais. Este tipo de arrendamento urbano caracteriza-se pela liberdade contratual das partes, ao ser-lhes conferida autonomia no âmbito da duração, denúncia (caso se trate de um contrato sem termo) e oposição à renovação (caso se trate de um contrato a termo) dos contratos, pelo que torna-se particularmente relevante a regulação destas matérias pelas partes. Acontece que, não obstante, veio o legislador densificar o normativo legal sobre esta matéria. Com efeito, nos contratos de arrendamento a termo para fins não habitacionais, a renovação opera automaticamente no seu termo por períodos sucessivos de, pelo menos, cinco anos, salvo estipulação em contrário ou se se tratar de um contrato para fins especiais transitórios conforme estipulado na lei. O legislador estipulou ainda outra novidade, que acentua o vinculismo

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arrendatício ao limitar a vontade do senhorio durante os primeiros cinco anos de vigência do contrato. De facto, nos contratos a termo, independentemente do prazo que tenha sido estipulado pelas partes, o senhorio não poderá opor-se à renovação nos primeiros cinco anos após o início do contrato. No que respeita aos contratos de arrendamento sem termo para fins não habitacionais, foi aditado um artigo especializado a regular a denúncia destes contratos. O legislador vem novamente imiscuir-se na vontade das partes, retirando-lhes autonomia por oposição ao que vigorava anteriormente, ao determinar que o senhorio apenas pode denunciar o contrato para (i) demolição ou realização de obras de remodelação ou restauro profundos que obriguem à desocupação do locado, desde que não resulte local com características equivalentes às do locado, onde seja possível a manutenção do arrendamento, ou (ii) mediante comunicação ao arrendatário com antecedência não inferior a cinco anos sobre a data em que pretenda a cessação. A este propósito, será importante considerar que estas motivações, que também servem de base legal à denúncia do senhorio nos contratos de arrendamento para fins habitacionais, foram também elas alvo de intervenção legislativa. Efetivamente, agora não bastará justificar a denúncia para demolição ou obras no locado, como será também necessário comprovar que não resulta

local com características equivalentes às do locado, sendo possível a manutenção do arrendamento. Por outro lado, a comunicação da denúncia passou a ter de ser notificada ao arrendatário com uma antecedência mínima de cinco anos, ao invés dos anteriores dois anos. Acresce que a denúncia efetuada pelo senhorio nestes termos implica a obrigação de indemnizar não só o arrendatário como também os trabalhadores do estabelecimento, com base nos prejuízos que resultem da cessação do contrato de arrendamento. A indemnização só será devida ao arrendatário se o estabelecimento não tiver sido objeto de trespasse nos três anos anteriores. Além disso, ao valor da indemnização devida ao arrendatário será deduzido o valor devido ao abrigo do Regime Jurídico das Obras em Prédios Arrendados, correspondente, no mínimo, a dois anos de rendas. Mais inovações em matéria de arrendamento deverão ocorrer com a aprovação da Lei de Bases da Habitação, que se encontra na sua reta final. Este processo legislativo está a ser desenvolvido na Assembleia da República pelo grupo de trabalho da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades, contando com projetos de lei apresentados pelo PS, PCP e BE. A votação indiciária estava prevista para 28 de maio de 2019, e a votação final para 31 de maio de 2019.  * Partner da Teresa Patrício & Associados Email: teresa.patricio@palaw.com.pt


aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

Garrigues distinguida como a melhor firma ibérica na área do direito fiscal A

Garrigues foi reconhecida como a “melhor firma fiscal” em Espanha e em Portugal, pela International Tax Review (ITR), no âmbito dos “European Tax Awards”. Os prémios foram entregues em Londres e reconhecem todos os anos os melhores escritórios de advogados europeus em matéria fiscal. O escritório ibérico recebeu ainda um terceiro prémio pela sua participação na aquisição, por parte da Blackstone, dos ativos imobiliários do Banco Popular, catalogada pela ITR como a “operação de impacto do ano”. Acumulando já várias distinções,

a nível da fiscalidade, de entre os escritórios de advocacia da Península Ibérica, a firma garante que “estes reconhecimentos valorizam o trabalho de todo o Departamento Fiscal e consolidam-

-nos como uma sociedade de referência no direito internacional de negócios”, como afirmou Fernando Vives (na foto), presidente da sociedade de advogados espanhola e que tem presença também em Portugal, citado em comunicado. A experiência da equipa liderada por Eduardo Abad foi um dos aspetos preponderantes na avaliação feita pelo júri da ITR, que também teve em conta a inovação do escritório, a sua expansão internacional – em especial para a América Latina –, bem como a dimensão da equipa, o que permite à Garrigues participar em grandes operações transfronteiriças, adianta o jornal “Eco”.  PUB

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

BAS escreve sobre legislação laboral em Portugal e em Moçambique A BAS e a Legalline Moçambique contribuíram para a edição de 2019 do guia digital “The International Comparative Legal Guide” dedicado ao direito laboral e do trabalho. Publicada pelo Glogal Legal Group, a edição inclui informação especializada sobre legislação e regulamentação do direito laboral e do trabalho em 41 jurisdições em todo o mundo com base em capítulos assinados por equipas de referência na área de atuação.

Os advogados da sociedade Dália Cardadeiro e Alexandra Almeida Mota são responsáveis pelo capítulo dedicado a Portugal, enquanto Pedro Madeira de Brito assina o capítulo de Moçambique e conjunto com a advogada da Legalline Lara Taciana dos Mucudos Macamo. Este guia compila temas sobre direito de trabalho e emprego e regulamentação, incluindo discriminação, licença de maternidade, business sales, proteção de dados e privacidade la-

boral, entre outros. Constituída em 2010, a BAS Sociedade de Advogados conta com uma equipa de 25 advogados e um total de 34 profissionais. Além dos escritórios em Lisboa e Porto, a BAS tem presença internacional através das parcerias e associados em Angola, Brasil e Moçambique. Em 2019 a sociedade conta na equipa de managing partners com os advogados e sócios Artur Filipe da Silva, Cláudia Monge e Miguel Salvador.

Morais Leitão premiada na área de contencioso

A Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados venceu no mês passado, em Londres, dois prémios europeus atribuídos pela “Benchmark Litigation”, um diretório especializado do grupo Euromoney. A Morais Leitão foi distinguida como melhor sociedade de advogados portuguesa ( Firm of the Year ) e o seu sócio Francisco

Cortez (na foto) foi premiado pelo diretório como melhor advogado de contencioso em Portugal ( Lawyer of the Year ). Esta é a primeira vez que a Benchmark Litigation atribui prémios europeus, numa expansão gradual deste ranking para os mercados asiáticos e atlânticos. A avaliação é baseada

Em trânsito:

em recomendações e entrevistas de pares e clientes de cada advogado, assim como numa densa pesquisa e análise ao mercado respetivo e a processos que tenham protagonizado. Na primeira edição, foram considerados 134 sociedades e 660 advogados, com inquéritos a 1.534 clientes. No mercado português, a sociedade Morais Leitão e o partner Francisco Cortez receberam as mais elevadas distinções entre os nomeados.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

» Paula Ferreira Borges é a nova diretora-geral da sociado na PLMJ e na SRS Advogados. A profissional chega do Novo Sérvulo, irá igualmente Banco, onde assumia os cargos de diretora de Caintegrar a Cuatrecasas pital Humano e Fit and Proper Officer, para desemna mesma área. penhar um novo papel na sociedade lisboeta. Com 20 anos de expePaula Ferreira Borges conta com mais de 20 anos riência profissional, Pede experiência no setor financeiro, tendo iniciado dro Marques Bom era a sua carreira na KPMG. Entrou, depois, no grupo desde 2013 diretor-geBanco Espírito Santo, onde foi diretora e assessora ral de Investigação da da Coordenação do Departamento de Operações, AdC, em acumulação entre outros cargos. com as funções de diretor do Departamento Jurídico e de Contencioso, sendo responsável por toda » Pedro Marques Bom (na foto), diretor-geral de a área operacional da AdC. Investigação da Autoridade da Concorrência (AdC) Anteriormente, entre 2009 e 2013, integrou a até fevereiro último, acaba de integrar a Cuatreca- PLMJ, e antes dessa data exerceu outras funsas como sócio coordenador da área de Direito Eu- ções como jurista, na AdC e no Serviço de Deferopeu e da Concorrência. Já em abril, também Luís sa da Concorrência da Entidade Reguladora da Bordalo e Sá, jurista da AdC, e anteriormente as- Saúde. 48 act ACT ualidad€ UALIDAD€

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opinión

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eventos eventos

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Países ibéricos devem unir esforços para “fazer parte da indústria europeia da defesa”

A Europa vai aumentar os investimentos na área militar e de segurança, criando oportunidades no âmbito da chamada indústria europeia da defesa, destacou o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, num recente almoço de empresários, realizado em Lisboa.

O

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

crescente movimento de aumento da capacidade militar na Europa irá criar oportunidades na área económica, referiu João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, num almoço de empresários, realizado no passado dia 17, em Lisboa. No evento, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), o ministro foi o convidado de honra, tendo começado por frisar perante uma plateia de cerca de 150 convidados, entre gestores, empresários

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e outras personalidades de ambos Iraque, acrescentou o ministro. os países ibéricos, que no domínio Outra frente de intervenção conda defesa, os dois Estados já man- junta das forças armadas dos dois têm uma “relação profunda, em países ibéricos realiza-se ao nível todos os níveis”. “Os nossos mili- da cooperação transfronteiriça, tares estão em contacto frequente, que “é intensa”, afirmou o minisregular e organizado com os seus tro. homólogos espanhóis. Fazemos Aos desafios mais convencionais, exercícios conjuntos do exército, onde se destacam “a proliferação da marinha e da força aérea, esta- nuclear” ou ainda “os conflitos mos ambos no mesmo enquadra- geoestratégicos entre grandes mento de alianças na União Euro- potências” que ainda subsistem, peia e na NATO, estamos juntos somam-se novos desafios de seguem missões das Nações Unidas em rança e defesa. Estes últimos, que, várias partes do mundo”, seja no segundo o ministro, se prendem Golfo da Guiné, no Mali ou no com “a natureza aberta e demo-


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04 crática de ambas as sociedades – que é necessário garantir” –, relaciona-se nomeadamente com as situações decorrentes da ciberealidade e da tecnologia, que podem aumentar a insegurança dos cidadãos, mas ainda com a ameaça do terrorismo, entre muitos outros. ”Espanha é um parceiro muitíssimo próximo”

“As ameaças que Espanha tem são exatamente as mesmas que Portugal enfrenta”, salientou João Gomes Cravinho, considerando portanto que a capacidade de resposta deve ser renovada e coordenada. “Espanha é, para nós, um parceiro muitíssimo próximo”, garante, alertando que os dois países devem atuar num cenário de uma “Europa que está em mu-

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defesa”, quando antes este não era um assunto de preocupação para Portugal e Espanha os europeus. Tendo em conta este novo enmantêm uma estreiquadramento, Porugal aprovou ta colaboração no recentemente uma nova Lei de Programação Militar, com “recurcampo da defesa, sos substancialmente superiores”, quer a nível dos destinados à compra de equipadesafios tradicionais, mentos militares, para os próxi12 anos, na ordem dos 4.740 quer a nível de novas mos milhões de euros. Paralelamente à atuação das ameaças à segurança forças oficiais, existe já uma significativa base tecnológica e intação”. As relações transatlânticas dustrial de defesa, mas ainda estão a mudar e revestem-se de dominada por PME, e que está grandes incertezas, sendo, assim, a ser alvo de uma profunda res“natural que na Europa tenha sur- truturação, com vista a torná-las gido a preocupação de um maior mais competitivas e, assim, fazer investimento em matéria de defe- face a novas oportunidades de nesa”, estando a definir-se a criação gócio no plano da União Europeia do chamado “mercado europeu da (UE). O investimento europeu JUNHO DE 2019

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em defesa prevê a aplicação de 500 milhões de euros por ano, até 2021, através da Agência Europeia de Defesa, para apoio às indústrias de defesa e para projetos de cooperação transnacionais. Entre 2021 e 2027, este valor aumentará para 13 mil milhões de euros, a injetar no âmbito do Fundo Europeu de Defesa, um novo fundo em criação na UE. Cerca de 10 a 20% desse valor deverá ser destinado a projetos de parceria que envolvam pelo menos três países, revelou ainda o ministro português, incentivando as empresas portuguesas e espanholas, e em parceria com as forças armadas, a juntarem-se para absorver parte desse valor que será atribuído no próximo ciclo de investimentos em defesa. O ministro salientou ainda os 6,5 mil milhões de euros des52 ACT UALIDAD€

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tinados ao Connecting Europe, um instrumento dedicado à área da mobilidade militar, mas que poderá ser transferido e adaptado para utilização civil. Finalmente, referiu o montante de 100 mil milhões de euros destinados a I&D do futuro programa Horizonte Europa e que destinará uma parte à área da defesa. “A Comissão Europeia é o quarto maior investidor na Europa na área da defesa, depois da França, Alemanha e Reino Unido e, muito rapidamente, isso vai crescer substantivamente”. Uma alteração profunda da chamada Europa civil, mas que se prepara para eventuais desafios geopolíticos que obriguem a uma maior capacidade militar. Em Portugal, estão a crescer os negócios em torno do cluster

aeronáutico e aeroespacial, designadamente em parceria com congéneres de Espanha e outras nacionalidades, assim como a área naval, das comunicações e vigilância do espaço, dos têxteis, informática e outros “nichos de excelência”, de indústrias não letais– já que Portugal não produz equipamentos letais–, e que podem depois ser transpostos para o mundo civil, salientou o mesmo governante. E esta aposta deve ser mais articulada com Espanha, apresentando ambos projetos futuros que venham a beneficiar de investimento comunitário, defendeu. No evento do passado dia 17 de maio, foi feita uma homenagem de despedida a Álvaro Sebastián de Erice, que nos últimos 12 anos exerceu os cargos de embaixador e de ministro conselheiro


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Despedida de Sebastián de Erice

Uma longa carreira dedicada à causa diplomática marcou o percurso profissional de Álvaro Sebastián de Erice, que recentemente exercia em Portugal as funções de ministro conselheiro da Embaixada de Espanha em Portugal, um dos mais importantes cargos da carreira diplomática espanhola. O embaixador agora reformado recebeu das mãos de Enrique Santos um Diploma de Honra, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-

-Espanhola pela “relação próxima, grande apoio e colaboração” que manteve ao longos dos últimos 12 anos com esta instituição. O diplomata afirmou, num comovido discurso de despedida, que irá manter um “vínculo especial a Portugal”. E incentivou os empresários presentes no almoço a juntar-se: “essa força comum é absolutamente necessária para o futuro comum no campo internacional”.

12 01.O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, a discursar 02.Jose Acer Castillo, Jose Fernández Otero, Álvaro Sebastián de Erice e Francisco Pérez Paz 03.Agustín Galán, Marta Almeida, Luís Lucas e Julia Nieto 04.Eduardo Dequidt, Jose Ignacio Mongé e Francisco Pérez Paz 05.Francisco Dezcallar, Margarita Hernández, Sadayoshi Takagawa, Antonio Carmona, José Catarino Tavares e Julia Llata 06.Eduardo Brás, Ana Rodrigues, Ana Santos e André Ferrão 07.Rui Matias, Emanuel Freitas e Luís Vieira 08.Susana Santos, Luisa Cinca, Monica Ariza e Leonor Chastre 09.Sónia Alves, Joaquim Amaro, Filipe Roque e Nuno Ferreira 10.O ministro João Gomes Cravinho, Jose Ignacio Mongé, Miguel Belo de Carvalho e Luís Vieira

de Espanha em Portugal, e que se reformou recentemente (ver caixa). 

11.Bernardo Pinheiro-Torres, Paulo Lourenço, Susana Santos e Pedro Barreto 12.Crispin Stilwell, Emanuel Freitas, Manuel de Mello Champalimaud e Sadayoshi Takagawa

PUB Patrocínios:

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Comunidade Valenciana quer atrair mais turistas portugueses Com um mercado de 28 milhões de turistas no último ano, a comunidade valenciana lidera o ranking do crescimento de visitantes estrangeiros em Espanha, mas o potencial de crescimento do turismo externo é “ainda enorme”, como salientou à “Actualidad€” Francesc Colomer, secretário de Estado regional do Turismo da Generalitat Valenciana. Para os responsáveis do Governo autonómico de Valência, existem muitas vertentes onde se pode intensificar a cooperação com as autoridades portuguesas e ainda com os operadores turísticos – e não só – para fomentar o turismo de Portugal para aquela região espanhola.

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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

turismo é um dos setores com maior potencial de crescimento a nível global e a Comunidade Autónoma de Valência não é exceção. Nesta comunidade espanhola, que atraíu, em 2018, cerca de 28 milhões de turistas, dos quais nove milhões eram estrangeiros, o potencial turístico mantém-se elevado. A comunidade conta com uma costa de cerca de 500 quilómetros, com algumas das praias mais famosas do país vizinho, como Benidorm, além de muitos outros pontos de atração turística. Estes nove milhões de turistas catapultam Valência “para o primeiro lugar do ranking das comunidades onde o turismo internacional mais cresce”. Quem o garante é Francesc Colomer, secretário de Estado regional do Turismo da Generalitat Valenciana, que recentemente liderou uma delegação empresarial daquela comunidade autónoma que se deslocou a Portugal para estreitar laços com o país vizinho, quer a nível institu-

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A Comunidade Valenciana, que conta com uma extensão de mais de 500 quilómetros de praias, está a apostar também no turismo cultural cional como empresarial. “A nossa intenção é reforçar Portugal como mercado emissor de turistas para a comunidade”, realçou o mesmo responsável. Em 2018, as dormidas em hotéis de turistas portugueses cresceram 13%, um pouco acima das pernoitas médias registadas na região – de cerca de 9%”, adiantou Francesc Colomer, no final de uma apresentação feita pela delegação na sede da Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola, em Lisboa, no passado dia 9. A CCILE é, assim, uma das entidades que poderão vir a colaborar nesta missão promovida pelas

autoridades valencianas para promover a região a nível turístico, assim como a embaixada de Espanha em Portugal. As câmaras de comércio espanholas serão, de resto, o veículo para manter um “contacto regular” entre o governo regional e as empresas para fomentar esta dinâmica, como salientou ainda o mesmo responsável, no final da apresentação e do almoço de trabalho, em que participaram diversos gestores e ainda membros da Junta Diretiva da CCILE, naquele que foi um dos primeiros atos institucionais promovido pela missão valenciana na sua deslocação a Portugal, no mês passado. Neste vento estiveram ainda presentes os presidentes das Câmaras de Comercio de Valência e representantes de empresas a operar em Portugal mas com fortes relações com aquela comunidade autónoma. O presidente da Câmara de Comércio de Valência e líder do Conselho Regional de Câmaras de Comércio desta comunidade, Jose Vicente Morata, destacou a importância das relações comerciais e empresariais entre Valência e Portugal, apontando para os dados que situam aquela comunidade como sexto maior parceiro comercial de Portugal, entre as 17 comunidades espanholas, com um volume de transações que superam os 2.190 milhões de euros (dados de 2018), dos quais 1.249,4 milhões correspondem às exportações valencianas e o restante às vendas portuguesas. Apesar deste números, Jose Vicente Morata considerou que este comércio bilateral está ainda longe


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do verdadeiro potencial económico dos dois mercados. No que respeita à vertente do investimento direto, de destacar os investimentos originários da Comunidade Valenciana, como são os casos da Mercadona, Porcelanosa, Font Salem, etc. e, no sentido contrário, os investimentos portugueses em Valência, por parte de empresas como a Progelcone, Revigrés, grupo Sonae ou a Frezit, cujos representantes também marcaram presença neste almoço. Reforçar relações com agências e operadores turísticos portugueses

“Pensamos que, pela proximidade geográfica e pelas conexões aéreas, com Lisboa e o Porto, de aeroportos de Valência e Alicante”, e de acordo com o perfil dos turistas portugueses – interessados em lazer e cultura, ou ainda no turismo de negócios –, a nossa comunidade pode oferecer muitas oportunidades” de visita, referiu no final Francesc Colomer. Para os responsáveis do Governo autonómico de Valência, existem muitos pontos de cooperação que podem ser desenvolvidos e aprofundados ao nível bilateral, pois além da área do turismo, as duas partes podem beneficiar das infraestruturas que têm sido feitas dos dois lados da fronteira, como salientou também José Vicente Morata, presidente do Conselho de Câmaras da Comunidade Valenciana,

uma das entidades que se deslocou a Lisboa na referida comitiva. A comunidade oferece mais de um milhar de pontos de interesse histórico-cultural, onde se salientam nove monumentos reconhecidos como Património da Humanidade da Unesco, assim como 22 parques naturais, adianta o governante, frisando ainda que o número de bandeiras azuis nas praias aumentou este ano. Valência quer capitalizar também o potencial turístico da chamada “Nova Rota da Seda”, assumindo-se como “Capital da Rota da Seda”, um papel que nem sempre foi reconhecido em termos históricos. De facto, a antiga rota estabelecida por Marco Polo, que provinha do Extremo Oriente, não acabava em Veneza, como muitas vezes se considerava na história, mas estendeu-se também a Valência, bem como a Portugal e ainda à América Latina. De salientar que, de acordo com dados da autoridade portuária, atualmente, quase 50% do comércio exterior entre Espanha e a China passa pelo Porto de Valência. Na visita feita a Portugal, a delegação da Comunidade Valenciana manteve cerca de 80 reuniões bilaterais com congéneres portugueses, envolvendo algumas dezenas de operadores turísticos e agências de viagens de ambos os países. Questionado pela “Actualidad€” sobre as principais vantagens da comunidade

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autónoma face a outras regiões espanholas, Francesc Colomer salientou a capacidade aeroportuária da comunidade, onde sobressaem três aeroportos (um em cada província), bem como o Porto de Valência, “um dos mais importantes do Mediterrâneo”, a nível de mercadorias e de turismo de cruzeiros, frisou, destacando ainda o Porto de Alicante. A região está envolvida ainda no projeto do chamado “Corredor Mediterrâneo”, de ligações em alta velocidade, que liga Valência a Madrid em apenas uma hora e meia. O mesmo responsável salienta que a autoestrada que atravessa o Levante vai passar dentro de pouco tempo novamente para exploração pública, deixando ser cobradas portagens aos veículos que a atravessem. “As infraestruturas na nossa comunidade são uma vantagem competitiva”, com boas ligações aeoprotuárias e rodoviárias, considera o mesmo governante. Mas a promoção e desenvolvimento do turismo da região está a beneficiar também de investimentos das autoridades oficiais a nível tecnológico. Projetos de inteligência artifical aplicada ao turismo, para melhorar a experiência turística. “Valência é uma comunidade que me parece que alia muito bem a tradição e a essência mediterrânicas com a inovação, a tecnologia e a modernidade”, resume o mesmo governante.  JUNHO DE 2019

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Mercado marroquino desperta interesse a empresas ibéricas As oportunidades de negócio no mercado marroquino, para empresas portuguesas e

espanholas vão desde os setores da agricultura e pescas até à aeronáutica e indústria automóvel. Mas, para realizarem os seus investimentos naquele mercado, as empresas devem procurar um parceiro financeiro, para ver a melhor forma de investir.

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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

s oportunidades comerciais e de investimento e os desafios do mercado marroquino estiveram em análise numa recente sessão de trabalho promovida pelo BPI e Caixabank, em Lisboa. Na apresentação “Mercado marroquino – A porta de entrada para um continente em expansão”, cerca de duas dezenas de PME a atuar em Portugal puderam inteirar-se dos setores com maior potencial para o investimento ou para a atividade exportadora, e onde se podem destacar os setores têxtil, farmacêutico, a indústria de componentes automóveis, ou a indústria aeronáutica, bem como a construção civil, a agricultura ou as pescas, adiantou Ignácio Pino, country manager do Caixabank em Marrocos. As empresas presentes no evento do passado dia 14 de maio, que atuam nas áreas de transportes, calçado, formação, indústria de papel, combustíveis, equipamen56 ACT UALIDAD€

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tos logísticos, publicidade, entre muitos outros, foram, por outro lado, alertadas para as dificuldades que se podem fazer sentir no maior mercado do Norte de África e um dos mais pujantes daquele continente. A questão da segurança e da morosidade dos pagamentos, bem como as implicações fiscais das principais formas de constituição das empresas no país, ou as políticas de expatriação de lucros, foram também abordados pelos responsáveis do Caixabank presentes, que salientaram a importância das empresas procurarem serviços de assessoria e um parceiro financeiro para esta entrada numa outra geografia, garantindo não só financimento para as suas operações, como ainda prevenindo eventuais riscos de investimento, como salientou Ignácio Pino, bem como Ester Mora, diretora comercial do Caixabank em Marrocos, que referiu, nomeadamente, como este banco pode ajudar as empresas portuguesas ou espanholas a certificar

os seus investimentos naquele mercado, para, deste modo, facilitar a expatriação de lucros, ou ainda a apoiar a antecipação de pagamentos de futuros clientes das empresas que ali invistam. Este mercado caracteriza-se por dispor de boas infraestruturas para operações empresariais, como o Porto de Tânger ou a rede viária. Entre outros dados de relevo do país, saliente-se que possui 75% das reservas mundiais de fosfatos, além de ter ainda muitos atrativos turísticos, o que deverá trazer a Marrocos, em 2020, cerca de 20 milhões de turistas. De salientar ainda que tem vindo a aumentar o número de empresas portuguesas que exportam para aquele mercado, para cerca de 1.300, sendo Marrocos o 11º maior cliente de Portugal. A nível de setores, as maiores vendas ocorrem nos setores de combustíveis minerais, metais, maquinaria e plásticos. 


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Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

BMW X7

O SUV topo de gama da marca germânica O novo BMW X7, o SUV de topo da marca que chegou o mês passado ao mercado nacional, promete levar o “luxo a um nível mais alto”.

O

Fotos DR

novo BMW X7 posiciona-se acima de X5 e X6, desde logo com as dimensões a denunciá-lo. A partir de uma distância entre eixos recorde na gama X de 3,105 m, mais 13 centímetros do que a do X5, com 5,151 metros de comprimento, 1,805 metros de altura e dois metros de largura, não vai faltar espaço para os seus passageiros. Estas dimensões permitem-lhe levar até sete pessoas distribuídas por três filas de bancos sem deixar de oferecer espaço para bagagens, com as três filas montadas a bagageira tem 326 litros de capacidade. Ainda por dentro do X7, o SUV conta de série com interior forrado a pele, 58 ACT UALIDAD€

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controlo de temperatura de quatro zonas, teto panorâmico em vidro e ainda o BMW Live Cockpit Professional. O habitáculo dispõe de três filas de assentos para sete lugares, sendo possível optar por uma configuração mais exclusiva de seis lugares, apenas com dois assentos na fila central. Todos os bancos dispõem de regulações elétricas. Outra particularidade é a de as portas traseiras serem maiores do que as da frente, que na prática melhora o acesso dos passageiros às duas filas correspondentes. As jantes em liga leve têm medidas de 20 polegadas, de série, e 21 e 22 polegadas como opção, corroborando o tamanho e as proporções

do modelo, assim como o impacto visual sugerido, quer pela enorme grelha dianteira, quer pela carroçaria alongada. Na frente, destaca-se a grelha em forma de duplo rim, imagem de marca da BMW, ladeada por faróis em LED, que são também os mais finos que a marca já desenhou. No interior, destaque para o painel de instrumentos totalmente digital, volante multifunções e ecrã central sobredimensionado de 12,3 polegadas. Como não podia deixar de ser, o BMW X7 conta com diversos sistemas de ajuda à condução como o cruise control adaptativo com função Stop & Go, proteção contra colisão, avisos de mudança de faixa,


sector automóvil Setor automóvel

assistente de estacionamento com câmaras entre outros equipamentos que visam tornar a condução mais segura e fácil. Os níveis de segurança, conforto e tecnologia associados a estes BMW X7 são tudo o que a marca alemã dispõe de melhor, sendo a lista de opcionais infindável. Tenha o cliente vontade de comprar equipamento opcional e terá muito por onde escolher. Vai estar dotado, também, com uma suspensão a ar, que reduz a altura do chassis por 20 milímetros a partir dos 140 quilómetros por hora, e que pode variar a altura manualmente de forma a aumentar a distância ao solo em 40 milímetros. Em matéria de motorizações, este novo SUV da BMW vai surgir equipado com três blocos, um a gasolina, o X7 xDrive40i de 340 cavalos e 450 Nm, que vai estar disponível a partir dos 112 mil euros, o mesmo preço para a versão de acesso à gama diesel, o X7 xDrive30d de 265 cavalos e 620 Nm. Já X7 M50d, de 400 cavalos e 760 Nm, vai estar disponível a partir dos 145 mil euros. O X7 conta sempre com o sistema de tração às quatro rodas, o xDrive, e com a caixa automática de oito velocidades.

Vão ainda estar disponíveis um diferencial eletrónico M Sport, apenas na versão M50d, e um pack

off-road, que oferece quatro modos de condução específicos para fora de estrada.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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barómetro financeiro

barómetro financiero

PIB cresce 1,8% no primeiro trimestre

Foto Arquivo

economia portuguesa cresceu 0,5% A nos primeiros três meses do ano face ao final de 2018, o que levou a uma subi-

da do PIB de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a estimativa rápida do INE. Os números saíram acima do previsto pelos economistas. No final de 2018, a economia avançou 0,4% na taxa de variação em cadeia e 1,7% em termos homólogos. Em abril, o Governo reviu em baixa a previsão de crescimento para 2019, dos anteriores 2,2% para 1,9%. O ministro das Finanças acredita que a econo-

mia no primeiro trimestre tem revelado alguns sinais de estar a resistir ao abrandamento mundial. O INE revela que o “contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou, refletindo uma aceleração significativa do investimento”. “Em sentido contrário, o contributo da procura externa líquida foi mais negativo que o observado no trimestre anterior, em resultado da aceleração mais intensa das importações de bens e serviços do que das exportações de bens e serviços”, acrescenta o instituto oficial de estatísticas.

Desemprego em Portugal Importações aceleram até março atinge os 6,8% “No primeiro trimestre de 2019, as exportações e as importações de bens aumenNo primeiro trimestre de 2019, a taxa de taram, respetivamente, 4% e 13,4% face ao primeiro trimestre de 2018”, denodesemprego foi de 6,8%, superior em 0,1 pontos tando uma aceleração das importações e uma desaceleração das exportações percentuais (p.p.) à do trimestre anterior e inferior face à variação verificada no mês de fevereiro, revela o INE. Nos primeiros três em 1,1 p.p. à do período homólogo. A população meses do ano anterior, as exportações tinham crescido 5% e as importações desempregada, estimada em 353,6 mil pessoas, 11,6%. aumentou 1,3% (4,5 mil) em comparação com o No que diz respeito especificamente ao mês de março, registou-se em termos trimestre anterior e diminuiu 13,8% (56,5 mil) em homólogos uma subida de 3,8% das exportações e de 12,1% das importações, relação ao trimestre homólogo de 2018. o que representa em ambos os casos uma desaceleração. Na população empregada, cerca de 4.880 mil “O défice da balança comercial de bens totalizou 1.895 milhões de euros em marpessoas, foi observado um decréscimo trimestral ço de 2019, correspondente a um aumento de 573 milhões de euros face ao mês de 0,1% (2,8 mil) e um acréscimo homólogo de homólogo de 2018", adianta a mesma fonte, indicando, assim, um agravamento 1,5% (73,5 mil). significativo da balança comercial. A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) No terceiro mês do ano e do lado das exportações, o INE salienta o contributo situou-se em 17,6%, o valor mais baixo da série positivo das vendas de material de transporte para a variação homóloga. “Em iniciada em 2011, tendo diminuído 2,3 p.p. e 4,3 sentido contrário, destaca-se o decréscimo nos combustíveis e lubrificantes p.p., respetivamente, em relação aos trimestres (-21,0%), ainda justificado em parte pelas manutenções ocorridas nas refinarias anterior e homólogo. nacionais”.

Portugal tem a segunda taxa de inflação mais baixa da Europa, em abril

Em abril, Portugal registou a segunda taxa de inflação anual mais baixa da Europa: 0,9%, abaixo da média registada na Zona Euro (1,7%) e na União Europeia (1,9%), de acorco com o Eurostat. A inflação anual em Portugal fica, assim, acima dos 0,3% do mesmo mês de 2018 e dos 0,8 de março deste ano. O gabinete de estatísticas da Comissão Europeia indica ainda descidas da taxa de inflação em seis Estados-membros, mas só a Croácia teve uma inflação mais baixa do que a portuguesa (0,8%). A Dinamarca, com um registo de 0,9%, igualou os

valores verificados em Portugal. Em sentido contrário, as maiores subidas foram protagonizadas pela Roménia (4,4%) e Hungria (1,4%). Comparativamente a março, a inflação baixou em seis países, manteve-se em dois e aumentou nos outros 19. Na Zona Euro, a taxa de inflação anual aumentou para 1,7% em abril, contra os 1,2% homólogos e aos 1,4% de março. A UE registou uma taxa de inflação de 1,9% em abril, o que representa uma subida face aos 1,5% homólogos e aos 1,6% de março, e também em cadeia (1,6% em março). Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org

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Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE)

Com o Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE), as Câmaras de Comércio em Espanha, em conjunto com a CCILE, irão ajudá-lo a encontrar talento jovem na procura ativa de oportunidades de trabalho ou estágios na União Europeia. Poderá integrar na sua equipa de pessoal jovens com: • Um elevado nível em idiomas. • Uma formação e experiência adaptadas às suas necessidades. • Uma atitude e motivação para empreender uma nova aventura no estrangeiro. • Competências profissionais necessárias para desempenhar as suas tarefas e funções de forma profissional. Como funciona As Câmaras de Comércio encarregam-se de selecionar os perfis que mais se adequam às necessidades da sua empresa e oferecem uma formação virada para a mobilidade. Além disso: • Através da plataforma-Câmaras a nível europeu, a sua empresa terá entre os jovens uma projeção e reconhecimento internacionais. • Facilitamos-lhe o contacto com candidatos selecionados, possuidores de qualificações e competências necessárias para se integrarem num novo trabalho. • Realizamos um acompanhamento exaustivo da estadia do jovem na sua empresa. • Colocamos à sua disposição uma pessoa de contacto na Câmara que o ajudará durante o processo de acolhimento dos jovens. • Como empresa colaboradora, poderá obter o Selo de Empresa Comprometida com o Emprego Jovem. Para mais informações: www.programapice.es Contactos: Maria Luisa Paz mpaz@ccile.org / 918 559 614


intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial

luso español en el primer trimestre de 2019

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ecientemente se han hecho públicas las estadísticas oficiales del comercio exterior español referentes al primer trimestre del año y que se recogen en los cuadros que se publican a continuación. Se mantiene un volumen de transacciones importante a pesar de la ligera quiebra en la demanda española de productos y serviços a Portugal. La oferta española en el primer trimestre de 2018 se situó en los 5.116,6 millones de euros y este año superó los 5.261,6 millones, lo cual significa un incremento del 2,8%. A su vez, las compras españolas en el primer trimestre de 2018 arrojaron 2.815,4 millones de euros y este año bajaron ligeramente hasta los 2.772.0 millones (-1,5%).

Conforme indicamos anteriormente, Francia y Alemania mantienen sus en términos generales, es decir com- posiciones como principales socios copras más ventas, la evolución ha sido merciales de España y juntas represenpositiva habiendo alcanzado los tan una cuarta parte del comercio ex8.033,6 millones de euros frente a los terior español. En los cuadros 4 y 5 que reflejan la 7.932 millones del año pasado, lo cual distribución sectorial del comercio birepresenta un aumento del 1,3%. Los cuadros 2 y 3 que recogen la dis- lateral se mantiene el liderazgo de la tribución geográfica del comercio exte- partida 87: vehículos automóviles; con rior español el mercado portugués ventas a Portugal tanto en las ventas mantiene sus posiciones relativas habi- (369,8 millones de euros) como en las tuales, la cuarta posición entre los compras (263,2 millones). Otras importantes partidas de la principales clientes del mercado español con un peso relativo del 7,4% sobre oferta española a Portugal son la 84: el total de las exportaciones españolas, máquinas y aparatos mecánicos (258 que alcanzaron los 71.013,4 millones millones de euros) y la 27: combustide euros, y la octava posición entre los bles, aceites minerales (229,6 milloprincipales proveedores, con un peso nes). En las compras españolas, destarelativo del 3,4% sobre las importacio- can igualmente la partida 84: máquinas y aparatos mecánicos (149,2 mines españolas (80.477 millones).

Balanza

1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-marzo de 2019 VENTAS ESPAÑOLAS 19

COMPRAS ESPAÑOLAS 19

Saldo 18

Cober 18 %

ene

913 960,29

828 775,05

190,68

1 724 280,06

883 855,16

840 424,90

195,09

feb

1 706 821,40

873 899,16

832 922,24

195,31

1 619 549,72

907 007,03

712 542,69

178,56

mar

1 812 053,31

984 166,48

827 886,83

184,12

1 772 798,36

1 024 557,96

748 240,40

173,03

abr

-

-

-

-

1 660 720,07

972 023,11

688 696,96

170,85

may

-

-

-

-

1 870 420,80

1 012 520,48

857 900,32

184,73

jun

-

-

-

-

1 768 703,00

1 056 754,24

711 948,76

167,37

jul

-

-

-

-

1 792 110,10

1 050 599,30

741 510,80

170,58

ago

-

-

-

-

1 659 938,34

841 414,54

818 523,80

197,28

sep

-

-

-

-

1 719 811,59

899 423,91

820 387,68

191,21

oct

-

-

-

-

1 974 638,16

1 020 896,56

953 741,60

193,42

nov

-

-

-

-

1 927 320,92

964 117,13

963 203,79

199,91

dic

-

-

-

-

1 595 440,58

928 133,49

667 307,09

171,90

5 261 610,05

2 772 025,93

2 489 584,12

189,81

21 085 731,70

11 561 302,91

9 524 428,79

182,38

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

62 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019

Cober 18 %

VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 18 ESPAÑOLAS 18

1 742 735,34

Total

Saldo 19


Rankings 2.Principales países clientes de España enero-marzo de 2019

llones de euros) y la 39: materias plásticas; sus manufacturas (131,4 millones).Este conjunto de cuatro partidas representa el 21,4% del comercio entre los dos países. En el ranking de la distribución geográfica por CC.AA., Cataluña se mantiene a la cabeza entre los principales proveedores de Portugal, con más de 1.189,4 millones de euros, seguido de Madrid (896,7 millones) y Galicia (761,5 millones). En la demanda española, la Comunidad de Madrid, con 472,7 millones de euros lidera este ranking, seguido de Galicia (456,3 millones) y la Comunidad Autónoma de Cataluña, con 427,7 millones. Desglosando la distribución geográfica por provincias, Barcelona, con 928,4 millones de euros, aparece en la primera posición, seguido de la provincia de Madrid (896,7 millones) y la provincia de Pontevedra (427,8 millones). En el sentido contrario, encabezan la lista de las ventas españolas a Portugal la provincia de Madrid (472,7 millones de euros), la provincia de Barcelona (356,6 millones) y la provincia de Pontevedra (260,2 millones). 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-marzo de 2019 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

10 674 636,69

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

263 285,03

2

004 Alemania

8 009 104,70

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

149 210,12

3

005 Italia

5 708 789,50

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

131 412,18

4

010 Portugal

5 261 610,05

4

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

115 692,95

5

006 Reino Unido

5 203 171,49

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

95 420,03

6

400 Estados Unidos

3 287 585,27

6

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

67 619,98

7

003 Países Bajos

2 470 067,11

7

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

65 039,57

8

204 Marruecos

2 091 189,28

8

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

62 230,04

9

017 Bélgica

1 909 859,77

9

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

10

060 Polonia

1 572 491,05

57 144,21

TOTAL

2 772 025,93

11

720 China

1 496 545,63

12

039 Suiza

1 244 125,25

13

412 México

985 266,68

14

052 Turquía

972 714,00

15

208 Argelia

863 028,90

16

952 Avituallamiento terceros

796 476,38

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

17

038 Austria

640 667,45

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

257 987,41

18

061 República Checa

629 170,39

3

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

229 598,01

19

728 Corea del Sur (Rep. de Corea)

627 767,83

4

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

222 779,22

20

732 Japón

624 602,04

204 485,42

SUBTOTAL

55 068 869,46

TOTAL

71 013 423,42

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

3.Principales países proveedores de España enero-marzo de 2019 Orden País

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-marzo de 2019 Orden Sector

004 Alemania

10 183 169,75

2

001 Francia

8 607 056,90

3

720 China

7 126 883,72

4

005 Italia

5 025 243,71

5

400 Estados Unidos

3 790 808,91

6

003 Países Bajos

3 153 748,83

7

006 Reino Unido

2 927 091,29

8

010 Portugal

2 772 025,93

9

052 Turquía

1 989 998,62

10

204 Marruecos

1 841 099,53 1 792 680,63

11

017 Bélgica

12

060 Polonia

1 407 556,18

13

288 Nigeria

1 325 681,72

14

208 Argelia

1 318 212,96

15

664 India

1 182 876,98

16

732 Japón

1 144 664,42

369 819,01

5

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

6

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

111 708,56

7

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

106 114,30

8

62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO

93 631,81

9

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

90 852,86

TOTAL

5 261 610,05

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Importe

1

Importe

6.Evolución del intercambio comercial 2019

7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero-marzo de 2019 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 18

COMPRAS ESPAÑOLAS 18

17

412 México

1 135 684,32

Cataluña

1 189 467,54

Madrid, Comunidad de

472 718,31

18

061 República Checa

1 109 608,32

Madrid, Comunidad de

896 713,67

Galicia

456 390,68

19

632 Arabia Saudí

1 070 247,54

Galicia

761 548,16

Cataluña

427 747,42

20

039 Suiza

987 790,05

SUBTOTAL

59 892 130,31

TOTAL

80 477 046,01

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Andalucía

505 815,53

Andalucía

286 915,29

Castilla-La Mancha

361 084,03

Comunitat Valenciana

234 995,13

Castilla y León

314 270,94

Castilla y León

229 958,05

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

JUNHO DE 2019

AC T UA L I DA D € 63


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Empresas españolas distribuidoras de material informático

DP180601

Empresas españolas de distribuición de ropa

DP180602

Empresas españolas distribuidoras de gel para ultrasonido

DP181001

Sociedades de abogados en Ayamonte

DP181101

Empresas españolas de construcción de piscinas

DP181201

Empresas de distribuición en la área de la tele asistencia

DP190201

Empresas españolas com actividad en el sector agrícola

DP190202

Empresas españolas de distribuición de velas

DP190401

Empresas españolas distribuidora de productos alimenticios gourmet/ delicatessen

DP190402

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas de limpeza Empresas portuguesas distribuidoras de produtos alimentares Empresas portuguesas produtoras de têxtil Empresas portuguesas distribuidoras de bacalhau Empresas portuguesas de limpeza Empresas de produtos alimentícios bio orgânicos Empresas de distribuição de conservas Empresas portuguesas de transporte no norte de Portugal Empresas que compram carne de coelho em Portugal

DE181201 DE190101 DE190102 DE190103 DE190201 DE190202 DE190203 DE190301 DE190401

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

64 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019


oportunidades de negocio

oportunidades de negĂłcio

JUNHO DE 2019

AC T UA L I DA D â‚Ź 65


calendário fiscal calendario fiscal >

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Junho Prazo Até

Imposto

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

11

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em abril/2019

Contribuintes do regime normal mensal

11

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de maio/2019

Entidades empregadoras

11

IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a maio/2019

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

15

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em maio/2019

Sujeitos passivos do IVA

21

IRS/IRC/ Selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em maio/2019

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

21

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a maio/2019

Entidades empregadoras

21

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em maio/2019

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estadosmembros quando tais operações se considerem aí localizadas

30

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em abril/2019

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente

30

IRC/IRS/IVA/ Selo

IES /Declaração Anual, referente ao exercício de 2018

Sujeitos passivos do IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil e sujeitos passivos do IRS com contabilidade organizada

Pode ainda ser enviada até 15 de julho

30

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2018 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

66 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

BE190104

F

Data de Nascimento Línguas

BE190105

F

BE190106

M

BE190107

M

BE190108

F

21/07/1994

BE190109

M

02/11/1976

BE190110

M

BE190111

F

BE190112

M

24/10/1980

11/03/1977

Área de Atividade

PORTUGUÊS/ ITALIANO/ INGLÊS

FINANÇAS E CONTABILIDADE

ESPANHOL/ GALEGO/ INGLÊS/ ITALIANO/ ALEMÃO/PORTUGUÊS

COMERCIAL

ESPANHOL/ INGLÊS/ ALEMÃO/ PORTUGUÊS

GESTOR DE PROJETOS

ESPANHOL/ PORTUGUÊS

INFORMÁTICA

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL/ ALEMÃO/ FRANCÊS

SECRETARIADO DE DIREÇÃO

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

FISCALIDADE E CONTABILIDADE

PORTUGUÊS/ INGLÊS/ POLACO

ECONOMIA E FINANÇAS

INGLÊS/ ESPANHOL/FRANCÊS

SECRETÁRIA / TÉCNICA ADMINISTRATIVA

INGLES/ FRANCÊS/ESPANHOL

GESTOR DE MERCADO EXTERNO

BE190113

M

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

AUDITOR FINANCEIRO

BE190114

F

15/12/1978

INGLÊS/ ESPANHOL

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

BE190115

M

05/08/1973

FRANCÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL

CONSULTOR / GESTÃO

BE190116

F

ESPANHOL/ INGLES

ADVOCACIA

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 67


espaço de lazer

espacio de ocio

Cabárceno, un enclave natural único con 140 especies en semilibertad Abierto desde 1990, en el Parque de Naturaleza de Cabárceno se pueden admirar diversas especies de animales en un entorno privilegiado. Pasan por él más de 600 mil personas al año.

E

Texto e Fotos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org

l Parque de Naturaleza de Cabárceno no es un zoológico convencional, tampoco es un safari. En este privilegiado entorno natural conviven en semilibertad más de mil animales pertenecientes a más de 140 especies de los cinco continentes. Es el más grande del mundo en extensión y alberga la mayor reserva europea de oso pardo punto de visita obligatoria para todos (unos 80) o la comunidad más grande aquellos que llegan a la capital cántabra. de elefante africano fuera de su con- No solo por su riqueza de fauna sino tinente, con 20 nacimientos en casi también por la flora y porque todo su tres décadas. Ello lo han convertido en conjunto permite conocer y entender un centro puntero en la reproducción mejor este protegido ámbito. Está situade esta especie amenazada. Además, do en una antigua mina de extracción es uno de los recintos de gorilas más de hierro, en la localidad de Cabárceno, grandes de Europa, cuya familia de del municipio de Penagos, y además de primates se ha visto aumentada en los ser un espacio para visitar se desarrolla cinco últimos años con varios ejempla- en él trabajos de investigación relacionados con la conservación de especies en res nacidos en la instalación. La proximidad con Santander, a esca- peligro de extinción así como trabajos sos 17 kilómetros, lo convierten en de educación ambiental. Entre los pro-

68 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019

yectos más destacados se encuentran los centrados en el elefante africano. Otros programas destacados son los dedicados al control del celo en hembras de león y tigre y el centrado en la reproducción asistida en el Oso del Cantábrico. En este parque hay alrededor de 20 kilómetros de caminos y senderos cuyo recorrido te permiten conocer lagos naturales, figuras rocosas y desfiladeros. Se puede recorrer en coche, en autobús, en bicicleta, andando o en teleférico o incluso combinando las distintas formas. La senda de los tejos, alcornoques y nogales (alrededor de los tigres) es una de las rutas ajardinadas más atractivas y mejor cuidadas y en su recorrido se pueden ver además bambúes, abedules, robles, castaños de indias, higueras, plátanos, madroños, cedros del atlas, ginko, agracejo, celinda... Otra opción es la ruta de los abedules, tilos y hayas (alrededor de hienas y lobos), la de


espacio de ocio

los laureles, saúcos, tilos y hayas o la ruta de los castaños y pinos (alrededor de los recintos de leones y bisontes). Cada día se pueden disfrutar de varias demostraciones en el recinto de leones marinos o el vuelo de aves rapaces. Elefantes, hipopótamos, avestruces, camellos, tigres, cebras, rinocerontes, leones, osos, búfalos, hienas... Y entre los nuevos inquilinos del parque están tres nuevas jirafas que se han incorporado en las últimas semanas. Una llegada muy esperada tras el incendio de enero de 2018 que calcinó el edificio y mató a los tres animales de esta especie que vivían en él. Los nuevos animales del parque son tres jóvenes hermanas (Sahira, Lluna y May) nacidas dentro del grupo reproductor de Bioparc, Valencia. La pretensión del parque es formar un grupo reproductor e incrementar la escasa población de esta especie en cautividad que, actualmente, apenas supera los 300 individuos. Los gorilas son también grandes atractivos para los visitantes, a los que se les ha acondicionado el recinto más grande que existe en España dedicado a esta especie y uno de los mejores de Europa. Esta familia puede disfrutar de un espacio exclusivo de 14.500 metros cuadrados que comparte con monos de braza. Los ejemplares viven

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Visita Salvaje Una de las propuestas para conocer este entorno es la de la Visita Salvaje, que incluye la posibilidad de entrar en el interior de los recintos de animales. Se realiza en grupos de dos a cuatro personas y siempre acompañados por personal especializado. Esta forma de visita más individualizada permite conocer cuál es la filosofía de Cabárceno. Además de las explicaciones sobre la vida y costumbres de los habitantes del parque, esta vista incluye un recorrido observando la parte geológica de la antigua mina sobre la que se asienta este espacio único en Europa. Comienza con la visita a los elefanen un “hogar” de más de 800 metros tes, quienes disfrutan de una de las cuadrados y con amplias cristaleras mejores y mayores instalaciones que que facilitan observar a los animales hay en cautividad en el mundo. Tiene en su vida cotidiana, mientras que el 25 hectáreas y cuenta con un gran exterior tiene zonas rocosas y árbo- establo de más de mil metros cuales que les permite sentirse en un drados y una piscina con capacidad hábitat cómodo y familiar. La visita para más de cinco millones de litros al recinto se completa con un gran de agua. La siguiente parada lleva al espacio expositivo y didáctico que recinto de osos y posteriormente al acerca al visitante al conocimiento hábitat de los bisontes, cebras, tigres de las costumbres y formas de vida y gaures, donde se les puede dar de de esta especie, así como con una comer, entre otras sorpresas. Con reproducción de la cabaña en la que los gorilas se puede disfrutar de los trabajaba la zoóloga norteamericana pequeñines del grupo y observar cómo Dian Fossey. sus madres cuidan de los mismos.  JUNHO DE 2019

AC T UA L I DA D € 69


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Sabor a Nós: a poesia está no prato

Há muito de Portugal na carta do Sabor a Nós. A chefe Virgínia Silva está empenhada em recuperar sabores e ingredientes esquecidos, em revisitar receitas tradicionais das nossas mães e avós. Este novo espaço, em Alcântara, propõe-se a comprovar que poesia rima com gastronomia.

P

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

ara Virgínia Silva, a cozinha é “uma paixão, que foi amadurecendo” e chegou a ser um “refúgio inconsciente” para onde se evadia, sem ter a noção do seu “efeito terapêutico”. Há uns anos viu-se desempregada e foi na cozinha que encontrou não só uma forma de se sustentar, como também “uma fonte de bem-estar”, conta-nos a chefe e dona do restaurante Sabor a Nós, que abriu em novembro de 2018, em Alcântara (Lisboa). “Cozinhava por encomenda e percebi que a cozinha me realizava”, frisa Virgínia Silva, acrescentando que a sua cozinha sempre foi “intuiti-

70 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019

va” e que “cozinha com amor”. No entanto, fez questão de saber mais e decidiu fazer formação na área para “aprender novas técnicas”. Ao curso, somou-se um estágio no Pestana Palace, no restaurante Valle Flor, com o chefe Pedro Marques. Entretanto, a chefe aventurou-se em nome próprio e comprou o espaço que alberga agora o Sabor a Nós. O nome sintetiza o conceito: “Imaginei um espaço onde pudesse cozinhar as receitas de que mais gosto, ir buscar os sabores que representam Portugal, de norte a sul, e os lugares por onde os portugueses passaram. Para mim, é importante que os pratos tenham algo nosso, genuíno. Estou sempre


espacio de ocio

à procura de pratos que são difíceis de encontrar nos restaurantes.” Para isso, a chefe socorre-se dos livros e da oralidade de quem ainda sabe, como a sua mãe, transmontana, que lhe vai passando muitas dicas e receitas, que caíram em desuso. Por exemplo, o arroz de entrecosto em vinha d’alhos, inspirado na forma como antigamente se preservava a carne nos potes de barro. “Eu faço-o com apenas 24 horas de vinha d’alhos”, refere a chefe. Entre as raridades, encontra no Sabor a Nós a cabeça de xara (patê feito com as partes moles da cabeça do porco), que “é um petisco alentejano económico e muito saboroso”. Da carta, consta também outro petisco raro, o rabo de boi: “É uma carne muito saborosa, que é estufada durante três horas. Algumas pessoas mais idosas ainda mantêm este prato na sua alimentação, quer em Portugal, quer em Espanha. Penso que está relacionado com as touradas.” Virgínia Silva resgatou também o xerém, feito com milho no Algarve e no norte de Portugal. No Sabor a Nós, costuma acompanhar peixe braseado. A chefe utiliza muitas ervas aromáticas, que sobressaem em pratos como o bacalhau à Brás ou na caldeirada de peixe à fragateiro. Usa igualmente condimentos que refletem a história de Portugal, como a canela, que se deteta, por exemplo, em pratos como as bochechas de porco.

espaço de lazer

No Sabor a Nós há também o culto dos petiscos tradicionais portugueses, como os caracóis ou o pica-pau (carne servida aos pedaços para picar). O bitoque lisboeta também está sempre na ementa. As sobremesas também combinam tradição portuguesa com inspi- aprendizagem constante. A chefe rações de lugares por onde os portu- considera que cozinhar pode ser gueses passaram. Virgínia Silva des- também uma forma de poesia: taca o leite-creme com fava tonca; as “Quando explicamos ao cliente um farófias feitas no forno, com limão prato, contamos-lhe uma história da e fava tonca; o queijo do céu (doce forma mais lírica que conseguimos. conventual feito com massapão de O xerém resulta da sêmola hidratada amêndoa recheada com doce de e perfumada com coentros. A descriovos), entre outras iguarias. ção mais literária também embeleza As primeiras semanas foram de afi- e aguça o carinho pelo prato.” nação, para decidir o que poderia ter A literatura sempre fez parte da vida lugar cativo na carta, que vai sendo de Virgínia Silva, que é licenciada ajustada às estações do ano e aos em línguas e literatura moderna. A gostos dos clientes. Virgínia Silva diz chefe quer continuar a “casar” as que está a correr bem: “A evolução duas paixões no Sabor a Nós, onde é positiva. Quem cá vem gosta por- pretende organizar jantares temátique encontra aqui genuinidade.” A cos: “Tenho muita vontade de fazer localização não é a mais central, mas jantares queirosianos, quero fazer essa pode ser uma vantagem para tertúlias dedicadas a temas literários, quem quiser escapar ao frenesim e que serão sempre acompanhados de à especulação de preços das zonas petiscos.”  mais turísticas. Sabor a Nós A chefe admite que “a cozinha é um Rua do Cruzeiro 1, Lisboa sorvedouro de adrenalina viciante” Telefones: 219 010 757 / 964 106 837 e simultaneamente uma fonte de JUNHO DE 2019

AC T UA L I DA D € 71


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Agenda cultural Livro

Antologia de poesia erótica e satírica, recolhida por Natália Correia

Organizada por Natália Correia e lançada pela primeira vez em 1965, a “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica” foi agora reeditada pela Ponto de Fuga. “Finalmente num único livro, a poesia maldita dos nossos poetas”, “as cantigas medievais em linguagem atualizada”, “dezenas de inéditos” e “a revelação do erotismo de Fernando Pessoa”, lia-se na cinta que acompanhava a primeira edição desta obra que foi imediatamente proíbida pela ditadura vigente e levou Natália Correia ao tribunal, que condenou a escritora, o editor Fernando Ribeiro de Mello e alguns dos poetas representados, por considerar a publicação “ofensiva dos costumes”. Esta reedição reproduz a original, incluindo as ilustrações de Cruzeiro Seixas, e acrescenta novos textos e reproduções de documentos que procuram contextualizar a obra e o que a marcou. Natália Correia viveu entre 1923 e 1993. Foi poetisa, ficcionista, contista, dramaturga, ensaísta, editora, jornalista, cooperativista, deputada à Assembleia da República e “foi uma das vozes mais proeminentes da literatura e da cultura portuguesas na segunda metade do século XX, tendo resistido estoicamente ao Estado Novo e à deriva radical do pós-25 de Abril”, como se lê na sua biografia, na página web da Ponto de Fuga. A editora refere-se à escritora como sendo uma pessoa “ecuménica e eclética, filantropa e idealista, anteviu um novo tempo, que garantisse a dignidade humana, a justiça social, a diferença e a paz como raízes indeléveis da democracia”. 72 act ualidad€

junho de 2019

Exposições

“Balenciaga e a pintura espanhola” no Thyssen-Bornemisza Até que ponto se inspirou o estilista Cristóbal Balenciaga na “tradição da pintura espanhola dos séculos XVI a XX, ou seja, nas vestes que surgiam retratadas nestes quadros? A resposta surge em forma de exposição e pode ser vista durante todo este verão no Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, em Madrid. A mostra, comissariada por Eloy Martínez de la Pera, reúne uma seleção de 55 pinturas de grandes nomes da história da arte espanhola e coloca-a em diálogo com 90 peças de roupa da autoria do estilista basco, procedentes do Cristóbal Balenciaga Museo de Getaria e do Museu del Disseny de Barcelona, bem como de coleções particulares. Destaque para os quadros de El Greco, Velázquez, Murillo, Carreño de Miranda, Zurbarán, Goya, Madrazo ou Zuloaga. A sinopse da exposição assinala que as referências à arte e cultura espanhola no trabalho de Cristóbal Balenciaga estiveram sempre presentes: “Linhas simples e minimalistas dos hábitos religiosos ou o volume arquitetónico desses tecidos são constantes em muitas de suas peças. O ar do casaco de cauda de uma dançarina de flamenco que se vislumbra nas rendas de alguns vestidos, os brilhos do fato de luzes de um toureiro, traduzido com maestria no colete bordado de uma jaqueta de bolero, ou a estética do vestuário da corte dos Austrias refletido nos tecidos pretos e aveludados, adornados com plumagem nas suas criações, são apenas alguns exemplos”. Balenciaga fez “uma contínua revisão da história da arte” e, dada “a sua forte personalidade e estilo, manteve essas influências até no seu período mais avant-garde, recuperando obras históricas e reinterpretando-as em versões modernas”.

Até 22 de setembro, no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid

Gravuras de Picasso, no Palácio das Artes, no Porto “Pablo Picasso. Suite Vollard”, uma coleção de 100 gravuras da autoria do pintor espanhol poderão ser vistas pela primeira vez em Portugal, no Palácio das Artes, no Porto. A mostra, comissariada por Charlotte Crapts, viaja até ao Porto devido à parceria entre a casa de vinho do Porto Taylor’s e o Museu da Misericórdia do Porto. As obras foram produzidas por Pablo Picasso entre 1930 e 1937 e pertencem à coleção de arte da Fundação Mapfre, sendo considerada uma das mais importantes coleções de gravuras do século XX. Originalmente criada para o marchand de arte Ambroise Vollard, devido à sua morte inesperada num acidente, a coleção esperou vários anos até ser exibida ao público.

Até 11 de setembro, no Palácio das Artes, no Porto


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Teatro

Asta propõe “Lano Kaj Ne”, uma peça inspirada em “A Lã e a Neve” de Ferreira de Castro Na obra “A Lã e a Neve” há referências à língua esperanto, através da personagem Marreta, que “representa a busca dos ideais progressistas que Ferreira Castro subliminarmente insere”, explica a companhia de teatro Asta, justificando o nome “Lano kaj Ne”, escolhido para o espetáculo baseado nesta história do escritor português. “A Lã e a Neve” é “uma referência da literatura nacional” e “um símbolo para a identidade social e cultural da região da Beira Interior”, onde a Asta está sedeada. A peça, resulta de uma criação de Miguel Pereira para a Asta, e “acompanha o percurso de Horácio, de pastor em Manteigas, ansiando um dia reunir as condições financeiras para poder ter a casa que sonha para viver com a sua família, até se tornar tecelão numa fábrica na Covilhã e confrontar-se com a dura realidade do operariado”. O romance transporta-nos para “os anos 40 do séc. XX, durante o período da Segunda Guerra Mundial e com a ditadura em Portugal como pano de fundo” para nos direcionar o olhar “para a serra isolada e para as condições precárias em que vivem aqueles serranos”. A Covilhã vivia anos de grande dinamismo têxtil e era palco de reivindicações sociais: “Ferreira de Castro coloca-nos perante a busca incessante dos homens e das mulheres por melhores condições de vida, esperando que um dia chegue esse tal ‘mundo novo’ a que todos aspiram.” A peça já foi apresentada na Covilhã e estará em digressão

nas próximas semanas. A Mala Voadora (Porto) recebe o espetáculo no dia 1 de junho. No dia 7, a peça estará no palco do Cine Teatro Pax Júlia, em Beja. No dia 9, será a vez do Espaço A Bruxa Teatro, em Évora, e no dia 14, também de junho, a Asta apresenta “Lano Kaj Ne” no Teatro Municipal da Guarda.

Em digressão, por várias cidades do país Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Mostra Espanha 2019 chega a 21 localidades portuguesas Alcobaça, Almada, Belmonte, Bragança, Caldas de Rainha, Cascais, Coimbra, Estoril, Évora, Fundão, Guarda, Guimarães, Lagoa, Lisboa, Maia, Porto, Penacova, San Martinho das Amoreiras, Serpa, Setúbal, Torres Vedras e Vila Franca de Xira são as moradas da ediação deste ano da Mostra Espanha, um programa de atividades culturais organizado pela Direcção Geral de Indústrias Culturais e Cooperação do Ministério espanhol de Cultura e Desporto em colaboração com a Ação Cultural Espanhola (AC/E)e a Embaixada de Espanha em Lisboa. A Mostra arranca dia 14 de junho, no Teatro Rivoli, no Porto, com um espetáculo de dança: “Rocío Molina mostra a raiz do flamenco, ao mesmo tempo que a faz colidir com outros vocabulários, consciente de que, na sua mais profunda essên-

cia, o flamenco é uma expressão de liberdade e não pode nem deve ser domesticado. Este trabalho é uma celebração da mulher, imersa num sentido trágico da festa. Acompanhada pelos seus músicos, o baile de Molina é uma queda livre que, ao invés de nos remeter para a imagem invertida do anjo caído da Divina Comédia de Dante, nos faz aterrar num paraíso escuro e denso, cheio de um corpo camaleónico e poderoso.” No dia 19, em Bragança atua Uxía Senle, uma das maiores embaixadoras da música e da poesia galegas, acompanhada por Sergio Tannus. No dia 25, Ana Alcaide dá um concerto de música sefardita, em Belmonte. A programação continuará até ao fim do ano e pode ser consultada em www.mostraespanha.org junho de 2019

ac t ua l i da d € 73


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últimas

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Statements Para pensar

“É estrutural aproximar por ferrovia Lisboa e Porto” Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, falando

na audição pública sobre o Programa Nacional de Investimentos (PNI 2030), ”Transportes em Revista”, 24/4/19

“[Apesar de] ser tabu falar de alta velocidade, podemos falar de 300 km/hora (...) Já é tremendo se o país conseguir isso [ligação rápida]. Estamos a falar de outro país, da forma como trabalhamos e como as empresas se podem relacionar” Idem, ibidem

“É preciso atrair novas gerações de talento para o calçado nacional” Luís Onofre, presidente da Confederação Europeia de Indústrias de Calçado, “Eco”, 24/5/19

“Teremos de aprofundar o esforço de penetração em novos mercados e consolidar as marcas portuguesas nos mercados externos [devendo] reforçar a abordagem a mercados de elevado potencial de crescimento, como os EUA e Canadá, Japão, China e América Latina ou Austrália” Idem, ibidem

“O que nós vemos em todas as previsões disponíveis é que após a desaceleração do crescimento económico [em Portugal], se vai seguir uma fase de aumento, aceleração desse mesmo crescimento económico” Mário Centeno, ministro das Finanças, adiantando que a economia portuguesa está a convergir novamente com a média da área do euro e que o ritmo de convergência “acelerou nos últimos meses”, “Negócios.pt”, 23/5/19

“É preciso continuar o processo de reformas da área do euro” Idem, ibidem

74 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2019




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