Actualidad
Economia ibérica Agosto 2019 ( mensal ) | N.º 266 | 2,5 € (cont.)
Gastronomia, um acelerador da economia pág.34
BERD fatura 20 milhões com soluções de “ponta” para a construção pág. 14
Corredor Sudoeste Ibérico: uma iniciativa “sem freios” entre Espanha e Portugal pág. 51
2 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Índice
Fotomontagem
índice
Sandra Marina Guerreiro
Nº 266 - agosto de 2019
Actualidad
62.El
Economia ibérica
Monasterio de Piedra, la gran joya aragonesa
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca, Olga Hernández (estagiária) e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro
Grande Tema
Como pode a gastronomia acelerar a economia
34.
Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém
Editorial 04.
Gastronomia, o trunfo que Portugal quer pôr na mesa
E mais...
Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.
Atualidade 14.
BERD fatura vinte milhões com soluções de “ponta” para a construção
Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382
18.
Un nuevo puente para internacionalizar las empresas en el mercado ibérico
Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa
20.
Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________
Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Maria Celeste Hagatong
La F.P. Dual busca un modelo sencillo y amigable que ayude a las empresas a reducir el paro juvenil en España
24.
Grandmadreams, la moda infantil personalizada
06. Setor Automóvel 08. Apontamentos de Economia 26.Marketing 30.Fazer Bem 44. Advocacia e Fiscalidade 46. Setor Imobiliário 50.Eventos 54.Barómetro Financeiro 56.Intercâmbio Comercial 58.Oportunidades de Negócio 60.Calendário Fiscal 61.Bolsa de Trabalho 62.Espaço de Lazer 66. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
Luso Espanhola AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 3
editorial editorial
Gastronomia, o
trunfo que Portugal quer pôr na mesa
4 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
uma estratégia e colocá-la em prática transversalmente: as políticas nacionais e locais têm que trabalhar de forma articulada com os agentes privados. Temos embaixadores seculares como os vinhos do Porto e da Madeira, por exemplo, que colocaram o nome de Portugal nas mesas de reputados restaurantes, mas podemos ter muitos mais. Como observava o mítico chefe do El Bulli, Ferran Adrià na sua recente visita a Lisboa: “Portugal tem também produtos extraordinários, parecidos com os produtos espanhóis”,ou seja, temos a matéria-prima de qualidade, temos talento, falta divulgar esse talento e saber vendê-lo. A importância da gastronomia ultrapassa o impacto no turismo. Como sustenta o chefe José Avillez (duas estrelas Michelin pelo
Belcanto) pode ser o motor da economia, já que dinamiza a agricultura, a indústria agroalimentar e contagia vários outros setores de atividade. Se o no segmento de topo, se está a trabalhar bem, falta os chamados restaurantes de comida tradicional darem o salto e melhorarem o serviço, recomenda o chefe Ricardo Costa (duas estrelas Michelin pelo The Yeatman). Uma das áreas a melhorar é a do serviço relacionado com os vinhos, nota Beatriz Machado, diretora de vinhos do The Yeatman. “A inovação culiná ria em Espanha mudou completamente o setor e a imagem de Espanha no turismo mundial”, referiu Ferran Adrià, que não tem dúvidas que o mesmo poderá acontecer em Portugal. E-mail: smarques@ccile.org
Foto DR
H
á mais de um século que a Michelin avalia a gastronomia portuguesa (interrompeu entre 1940 e 1973). O primeiro Guia Michelin Ibérico data de 1910, dez anos depois da primeira edição francesa, mas as primeiras estrelas só chegaram a Portugal em 1929 (uma para o Santa Luzia (Viana do Castelo)e outra para o Hotel Mesquita (Vila Nova de Famalicão). Na gala de 2018, realizada em Lisboa, em novembro, ficou a saber-se que na edição de 2019 do guia, Portugal passou a ter seis restaurantes com duas estrelas e vinte com uma estrela. Se pensarmos que na gala de 2008 foram apenas sete os restaurantes distinguidos percebe-se o salto qualitativo da gastronomia portuguesa. No entanto, como se percebe através do tema de capa desta edição, há muito a melhorar. Ainda que seja difícil encontrar um português que não se orgulhe da gastronomia do seu país, ou um turista que não aponte a gastronomia como uma das razões para voltar a Portugal, a verdade é que Portugal ainda não chegou ao pódio mundial neste domínio. Ainda que sejam cada vez mais os restaurantes e os chefes premiados, falta concertar
editorial
AGOSTO DE 2019
editorial
AC T UA L I DA D € 5
Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Ford Focus ST
Familiar mais radical O novo Ford Focus ST surge com características mais desportivas, mas também com capacidade para transportar família e muita bagagem.
P
Fotos DR
ela primeira vez na histó- que emite o seu escape. Ambos ria da Ford, a assinatura estão acoplados a caixa manual ST surge associada a um de seis velocidades. motor turbo diesel. Tra- A motorização a gasolina é alita-se de um 2.0 litros de mentada por um bloco EcoBoost cilindrada com 190 cavalos, que, de 2,3 litros e 280 cavalos (mais graças ao sistema de distribuição 30 cavalos do que o seu antecesvariável Twin-independent Variable Cam Timing e à injeção direta common rail , reclama um consumo médio de 4,2 litros/100 kms. Embora menos explosivo que o Ecoboost, o TDCi tem a capacidade de manter as sensações desportivas em alta, tanto em termos de prestações puras como pelo som 6 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
sor), números que permitem que este novo Focus passe dos zero aos 100 km/h em menos de seis segundos. Aplicada ao turbocompressor, a tecnologia do tipo twin-scroll contribui para um valor de binário líder do segmento, de 420 Nm, numa resposta mais imediata às solicitações do acelerador, enquanto um inovador sistema anti-lag garante uma entrega mais imediata da potência. A capacidade de passagens de caixa a partir da transmissão de seis velocidades e o Launch Control também permitem otimizar a
sector automóvil Setor automóvel
performance em arranque parado. Esta é a versão mais radical e agressiva do novo Ford Focus, fica visível a partir de qualquer ângulo. O look exterior é marcado por uma carroçaria vincadamente mais desportiva, com destaque para o novo para-choques dianteiro com maiores entradas de ar, o para-choques traseiro com um difusor mais proeminente e com uma dupla saída de escape, pelas saias laterais mais pronunciadas e por um ligeiro spoiler traseiro que ajuda a prolongar a linha do tejadilho. Com 4,36 metros de comprimento, 1,82 de largura, e 1,49 de altura, o ST mantém as medidas do seu antecessor, exceto a altura, onde se reduziram 13 centímetros no caso da berlina e 19 na carrinha. Exteriormente, a frente beneficia de um novo “olhar”, graças aos grupos óticos com embelezadores a preto, capô com linhas mais marcadas e faróis de nevoeiro de design retangular. Para distinguir esta versão
dos restantes, o kit de carroçaria é completado com logótipos “ST Design” e pneus Michelin. De igual forma, a carroçaria pode vestir-se com duas novas cores: cinzento escuro (“Stealth”) e azul (“Deep Impact Blue”). Ao abrirmos a porta, o primeiro elemento que nos chama a atenção, em relação à geração anterior, é o notável aumento do tamanho do ecrã tátil de oito polegadas, associado ao sistema de infoentretenimento SYNC 2. Como é tradição, o condutor tem à sua mercê três mostradores no topo da consola central, com informações relativas à pressão do turbo, temperatura do óleo do motor e
a pressão do mesmo. Um novo volante em couro de três raios e os excelentes bancos desportivos, assinados pela Recaro, ajudam a recriar o ambiente desportivo. Como seria de esperar, este novo Ford Focus ST está equipado com as mais recentes tecnologias de segurança e ajuda à condução da marca e conta com vários truques na manga, entre eles um diferencial eletrónico de deslizamento limitado. A estreia no mercado europeu só vai acontecer no final deste Verão, altura em que o novo Focus ST será colocado à venda nas carroçarias hatchback de cinco portas e familiar SportBreak. AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 7
apontamentos de economia apuntes de economÍa
El Corte Inglés em Portugal atinge vendas recorde de 506 milhões de euros O El Corte Inglés – Grandes Armazéns alcançou um volume de negócios de 506 milhões de euros no exercício terminado a 28 de fevereiro de 2019. Este valor é, para a empresa, em atividade em Portugal há 17 anos completos, o mais alto de sempre e representa uma subida de 5,6% face ao ano anterior, conforme o relatório e contas consolidado do grupo, recentemente divulgado em Madrid. O resultado bruto de exploração (EBITDA) cresceu 12%, atingindo os 57 milhões de euros, e os resultados, depois de pagos 11,3 milhões de euros em impostos, cresceram para os 29 milhões. Os custos e as despesas de exploração fixaram-se nos 448 milhões de euros, o que representa um aumento de 4,7% face ao exercício anterior. “Estes resultados, que a empresa considera muito positivos, resultam de uma contínua e crescente aposta na modernização e melhoria dos espaços bem como do alargamento de serviços e oferta”, frisa a instituição liderada por Ángel Vaca.
A renovação e criação de marcas próprias em Moda Mulher, bem como a abertura de novos espaços dedicados a marcas internacionais de prestígio são alguns dos fatores aos quais se atribuem o sucesso deste exercício, assim como a consolidação da marca própria de casa e decoração Room; o posicionamento vanguardista no que diz respeito à tecnologia e gadgets tendo sempre disponíveis as últimas novidades do mercado; ou a contínua modernização dos espaços de restauração; sem esquecer a aposta na omnicanalidade, com o desenvol-
vimento e inovação do negócio digital, que integra mais artigos e categorias de produtos, com tempos de resposta e entrega cada vez mais curtos e que tem sido responsável pela captação e fidelização de novos segmentos; a consolidação de serviços como o Click&Car, Click&Collect e o novo Click&Express e a dinamização das lojas de Lisboa e Gaia Porto através de eventos culturais diários como cursos, conferências, entre outros, adianta a companhia. O El Corte Inglés em Portugal continua empenhado em reforçar a presença multicanal, apostando tanto nos clientes nacionais como estrangeiros. Ao mesmo tempo, pretende continuar a afirma-se como local de eleição para os produtos portugueses de qualidade e a montra preferencial para as principais marcas de luxo internacionais. A nível consolidado, no exercício em análise, o grupo El Corte Inglés aumentou em 28% os seus resultados, com as vendas a crescer 1,1%, para os 15.783 milhões de euros.
Abanca e Crédit Agricole Assurances juntam-se para desenvolver seguros não vida em Portugal e Espanha O Abanca e o Crédit Agricole Assurances apresentaram na sede de Madrid do banco espanhol o acordo que vai unir as duas entidades durante os próximos 30 anos, para operar no mercado segurador não vida em Portugal e Espanha. O Crédit Agricole Assurance e o Abanca criaram uma joint-venture que “vai oferecer ao mercado produtos inovadores apoiados em soluções tecnológicas assentes numa diferenciadora experiência do cliente”, revelaram as duas entidades. Na conferência de imprensa estiveram presentes Frédéric Thomas e
8 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Guillaume Oreckin, CEO e Head of cio de seguros na Europa, pelo seu International Insurance do Crédit conhecimento dos produtos, pelo Agricole Assurances respetivamen- seu expertise digital e a pela prediste, Juan Carlos Escotet e Francisco posição que demonstra em explorar Botas Ratera, presidente e CEO do novas oportunidades de negócio”, Abanca, e Álvaro García Diéguez, assegurou o presidente do Abanca. diretor-geral do Abanca Seguros. “O acordo entre o Crédit Agricole “Tínhamos muito claro que para cum- Assurances e o Abanca, que é um prir os nossos objetivos de cresci- banco que privilegia a inovação, é o mento necessitávamos de um par- exemplo perfeito do nosso modelo de ceiro da industria seguradora, um bancassurance, que pode ser posto parceiro forte que complementasse em prática no âmbito internacional as valências que temos no conheci- através de alianças com entidades mento dos clientes. O Crédit Agricole fora do grupo, como já fizemos no Assurances é o parceiro ideal pela passado”, concluiu Frédéric Thomas, sua posição de referência no negó- CEO do Crédit Agricole Assurances.
Breves SEAT Portugal com crescimento de vendas 10,2% até junho
A SEAT Portugal continua a consolidar a sua posição no mercado e, no período acumulado entre janeiro e junho de 2019, registou um aumento de vendas de 10,2%, num momento em que o mercado regista um recuo de 4,4%. A marca totaliza, no referido período, 6.249 viaturas entregues no mercado português (contra 5.669 automóveis no mesmo período de 2018). Segundo João Borrego, diretor de Vendas da SEAT Portugal, “este crescimento tem vindo a acontecer de
forma sólida, apesar do ambiente económico complexo, e a SEAT continua a ganhar quota de mercado, graças à sua ofensiva de produto, em especial à gama SUV – Arona, Ateca e Tarraco”. Membro do grupo Volkswagen, a multinacional tem a sua sede em Martorell (Barcelona), exportando 80% dos seus veículos, estando presente em 80 países dos cinco continentes. Em 2018, a SEAT vendeu 517.600 automóveis, o maior registo nos 68 anos de história da marca, alcançado um lucro após impostos de 294 milhões de euros. O grupo SEAT emprega mais de 15 mil profissionais nos seus três centros de produção: Barcelona, El Prat de Llobregat e Martorell, onde fabrica o Ibiza, o Leon e o Arona. Em Portugal, a marca produz o Alhambra, na Volkswagen Autoeuropa.
Garland abre centro logístico em Aveiro O elevado número de solicitações que a Garland tem vindo a receber por parte do seus clientes que, não tendo presença logística no Centro do país, procuram expandir as suas operações à região, conduziu a empresa a abrir um moderno centro logístico para servir esta zona. Com 14 mil metros quadrados, capacidade para 21 mil paletes e 15 cais desnivelados, as novas instalações da Garland em Aveiro, junto à zona industrial e à A25, começam já a ser pequenas e a empresa está a estudar a possibilidade de as alargar em mais 10 mil metros quadrados, tendo adquirido os terrenos anexos para o efeito. “Esta plataforma é de extrema importância estratégica para as operações da Garland já que, além de se encontrar próxima das principais zonas industriais
da zona Centro do país, o que permite entregas e recolhas mais rápidas para importadores e exportadores, funciona como um interface entre os nossos Centros Logísticos da Maia e de Cascais, aponta Ricardo Sousa Costa, administrador responsável pela Logística do grupo Garland. Em 2018, o grupo Garland faturou 120 milhões de euros, registando um crescimento de 4,9% face a período homólogo para os mesmos negócios.
Siemens inaugura núcleo tecnológico no Porto A Siemens Portugal inaugurou no mês passado dois novos centros de apoio ao desenvolvimento de projetos nas áreas da digitalização e dos edifícios inteligentes, localizados nas suas instalações no Freixieiro, no distrito do Porto, que completaram 25 anos.
A aposta da Siemens na criação de centros de experimentação e de laboratórios aplicacionais, através destes novos i-Experience Center 4.0 e Solutions & Service Center, tem como objetivo fomentar a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias nas áreas da indústria e tecnologias para edifícios. Estas duas estruturas tecnológicas fazem parte do plano de investimento que a Siemens anunciou no ano passado e que previam a disponibilização de 25 milhões de euros dedicados à digitalização do país até 2020. Além disso, a concretização do i-Experience Center 4.0 é mais uma medida entregue pela empresa no âmbito do programa do Governo Indústria 4.0. “O núcleo tecnológico ambiciona ser um espaço de co-criação e ideação que vai impulsionar as parcerias com empresas, academia e startups locais e disponibilizar tecnologia de simulação para que possam ser desenvolvidos projetos de valor acrescentado para o país”, adianta a companhia de origem alemã. Liberty Seguros concilia negócio com Espanha e Irlanda sob uma única entidade A Liberty Seguros concretizou a consolidação das atividades de seguros das suas operações em Portugal, Espanha e Irlanda numa entidade única regulada em Espanha – a Liberty Seguros. A seguradora opera em Portugal desde 2003 e vai manter a forte aposta neste mercado. Com esta operação, a Liberty Seguros pode oferecer um melhor serviço aos seus clientes e agentes, através da criação de uma entidade mais eficiente e melhor capitalizada, salienta a companhia, que se torna, assim, a maior operação da Liberty Mutual, em termos de volume de negócios fora dos Estados Unidos, com €1,25 mil milhões de euros em valor bruto de prémios em 2018, e ainda com cerca de dois mil colaboradores, 2,5 milhões de clientes e cinco mil agentes. Em Portugal, Rogério Bicho assume o cargo de branch manager e de diretor de Distribuição Tradicional para os três mercados. Tom McIlduff é o CEO da nova entidade legal.
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 9
Breves Tecnologias e indústria 4.0 só terão sucesso se as empresas obtiverem reais benefícios As chamadas tecnologias e indústria 4.0 só terão sucesso se as empresas conseguirem obter reais benefícios, defendeu Mário Maciel Caldeira, associate partner da Deloitte Inovação durante o simpósio “Aveiro 4.0 | O futuro da Tecnologia, Indústria 4.0, Marketing Digital e Inovação”, uma iniciativa da AIDA CCI – Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro, realizada no passado dia 11 de julho, em Oliveira de Azeméis. O evento reuniu cerca de duas centenas de gestores, empresários e profissionais de empresas e organizações nacionais para debater temas como a “Tecnologia e competitividade regional”, a “Indústria 4.0 e tecnologias do futuro”, ou a “Transformação Digital e o futuro do marketing”. Fernando Paiva de Castro, presidente da AIDA CCI, realçou a inevitabilidade da modernização através da transformação digital, frisando que a evolução de tecnologias, como a internet of things, big data e a inteligência artificial apontam já para o que se pode apelidar de “indústria 4.1”. Na opinião do especialista, a evolução em Portugal, no entanto, está ainda nos 3.7 ou 3.8. Internet of thought, interpersonal intelligence e big business são os grandes desafios do 4.1, explicaram ainda os oradores. Ministério do mar avança com investimento de mais dois milhões de euros em dragagens A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos está a avançar com um investimento de dois milhões de euros em dragagens, nos portos de Lagos, Peniche, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, respondendo, assim, às necessidades de intervenção para salvaguarda da segurança no acesso a embarcações e melhoria das condições de navegabilidade nestes portos. Os portos de Lagos e de Peniche vão ser objeto de investimentos em dragagens, tendo sido aberto, no passado mês de junho, o respetivo concurso público com os dois lotes, no montante de 413 mil euros em Lagos e prazo de execução de três meses, e de cerca de 792 mil euros€em Peniche, com um prazo de execução de quatro meses. Igualmente em Vila do Conde, já foi aberto o respetivo procedimento concursal, e em relação à dragagem do porto de Póvoa de Varzim, foi já adjudicada e os trabalhos iniciaram-se em julho, e representa um investimento de 500 mil euros. Com estas decisões, o Ministério do Mar responde assim às necessidades de investimento de salvaguarda das medidas de operacionalidade no acesso aos referidos portos de pesca.
10 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Mercadona abriu já quatro supermercados em Portugal
A Mercadona acaba de inaugurar o seu quarto supermercado em Portugal, desta feita em Gondomar, sucedendo assim às lojas de Matosinhos, da Maia e da loja de Canidelo (Gaia). Até ao final deste ano, a Mercadona pretende abrir um total de 10 lojas em Portugal, nos distritos do Porto, Braga e Aveiro, naquele que é o primeiro projeto de internacionalização da capital, entre 2021 e 2022. fora de Espanha. A cadeia de super- O arranque da Mercadona em Portugal mercados espanhola, tem em curso aconteceu no passado dia 2 de julho um plano de investimentos superior (ver entrevista na edição nº 264 da a 260 milhões de euros, no período Actualidad€), com a abertura da loja do compreendido entre 2006 e 2019. Canidelo. No dia anterior, na visita instiO presidente do grupo, Juan Roig, tucional realizada a este supermercado, já anunciou que a Mercadona pre- Juan Roig (na foto, à dir.) salientou que tende ter um total de, pelo menos, “hoje é um dia histórico para a Mercadona, 150 lojas em Portugal, assumindo o pois tornámos realidade o nosso sonho objetivo de investir num novo centro de internacionalizar a empresa num país logístico na área da Grande Lisboa, vizinho com o qual temos importantes após o que irá abrir também super- laços emocionais e culturais, como é o mercados na região metropolitana caso de Portugal”.
Altran investe 12 milhões no seu Global Engeneeiring Center em Portugal
A multinacional francesa Altran assinou, recentemente, um contrato de investimento com o Governo português, através da AICEP, por 12 milhões de euros, o que permitirá a criação de 260 novos postos de trabalho, dos quais 200 altamente qualificados, principalmente nos seus Global Engeneeiring Centers. Destinado à criação de novos empregos diretos e qualificados no Fundão e em Vila Nova de Gaia, o novo investimento faz parte da expansão do Global Engineering Center da Altran e irá permitir o desenvolvimento de projetos inovadores em todo o mundo nas áreas de intelligent coding (aplicação da tecnologia de Inteligência Artificial aos processos associados aos serviços de engenharia de software) e connected things (desenvolvimento de soluções de integração de sistemas inteligentes direcionados a setores de relevância, como o automóvel,
dispositivos médicos e connected white goods). Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto e da Economia, afirmou que “o novo investimento da Altran está alinhado com a aposta na qualidade da engenharia, ciência dos computadores que Portugal tem vindo a concretizar. Todos nos devemos congratular com a confiança que investidores nacionais e estrangeiros têm depositado no nosso sistema científico e tecnológico e na qualificação e na qualidade das nossas pessoas”. Por sua vez, Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, adiantou que esta “é uma aposta clara na inovação e no talento português. É um projeto que acrescenta valor, que cria postos de trabalho altamente qualificados e por isso é muito importante para a região em causa e para o país como um todo”.
Fundos europeus para novas rotas turísticas em Portugal e Espanha
As invasões napoleónicas da Península Ibérica são a base de um projeto apresentado no mês passado, no Luso, Mealhada, que visa criar novas rotas turísticas e culturais na região Centro de Portugal e na província espanhola de Castela e Leão. “O projeto NAPOCTEP pretende transformar o património da época das invasões francesas num produto turístico único, capaz de criar riqueza e emprego em regiões de Portugal e de Espanha que vivem confrontadas pelo despovoamento e pelo envelhecimento das populações”, resumiu o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, durante a apresentação que decorreu no Museu Militar do Bussaco, no distrito de Aveiro. Com uma duração prevista de dois anos, o projeto NAPOCTEP foi aprovado recentemente pelo programa de cooperação transfronteiriça Interreg EspanhaPortugal (POCTEP), representando um
investimento total de 711 mil euros. O projeto transfronteiriço, que pretende criar um produto turístico diferenciado em torno do imaginário das invasões francesas lideradas por Napoleão no início do século XIX, recebe um apoio do FEDER (Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional) que ascende a cerca de 533 mil euros. A Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra vai liderar o NAPOCTEP, que envolve a participação de parceiros portugueses (Turismo do Centro, CIM Beiras e Serra da Estrela e Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres Vedras) e espanhóis (Fundación Siglo para el Turismo y las Artes de Castilla y León, Fundación Santa María la Real del Patrimonio Histórico, Sociedad Mercantil Estatal para la Gestión de la Innovación y las Tecnologías Turísticas SEGITTUR e Fundación Finnova).
Mota-Engil entre as 100 maiores construtoras do mundo As receitas das 100 maiores construtoras cotadas do mundo aumentaram 10% no ano passado, para um valor acumulado de 1,39 biliões de dólares, de acordo com um estudo publicado recentemente pela consultora Deloitte, que coloca apenas uma empresa portuguesa no ranking. A Mota-Engil surge, assim, em 74º lugar deste ranking, ao faturar 3.327 milhões de dólares (2.968 milhões de euros, ao câmbio atual) em 2018. A este valor corresponde um aumento de 14%, pelo que a construtora obteve um crescimento acima da média. De acordo ainda com a notícia divulgada pelo site “Negócios.pt”, o ranking da Deloitte é dominado por companhias chinesas, que ocupam as quatro primeiras posições. As que constam no pódio
são as únicas que fecharam 2018 com receitas acima de 100 mil milhões de dólares. São elas a China State Construction Engineering, a China Railway Group e a China Railway Construction. Estas três companhias representam perto de 29% das receitas, mas apenas 13% do valor de mercado. As empresas europeias estão representadas em maior número (44). A francesa Vinci surge depois das companhias chinesas e é a primeira europeia do ranking, surgindo de seguida a ACS (7.ª posição geral). A empresa espanhola é a líder nas receitas obtidas fora do seu país. Dado que o ranking é composto apenas por empresas cotadas em bolsa, o relatório da Deloitte mostra que a capitalização bolsista agregada baixou 12% no ano passado.
Gestores
em Foco
Marta Álvarez (na foto) foi nomeada, no passado dia 10 de julho, presidente do conselho de administração do grupo El Corte Inglés. “O El Corte Inglés reforça, desta forma, o seu compromisso com as melhores práticas de governo corporativo. O Grupo El Corte Inglés iniciou a sua restruturação há um ano”, a qual foi concluída a 10 de julho, “com a adoção de uma nova estrutura, que garante a estabilidade a longo prazo”. Marta Álvarez é licenciada em direito e integra o grupo há mais de 20 anos. Em conjunto com a sua irmã Cristina Álvarez, através da Carteira IASA, é a maior acionista individual do El Corte Inglés e surperviosionará as funções dos dois CEO do grupo, Jesús Nuño de la Rosa e Víctor del Pozo, indica ainda a companhia. Daniel Gómez Maroto (na foto) foi nomeado novo diretor-geral da Covirán. O gestor de 47 anos é natural de Madrid, e licenciado em Ciências Económicas, pelo CEU Luis Vives (Universidade de Alcalá de Henares-Madrid), e conta com um MBA, pelo Instituto de Empresa. Até ao momento, desempenhava o cargo de diretor-geral da Asprodibe, empresa onde estava incorporado desde 2008. Até este dia era o máximo responsável da gestão desta cooperativa com 30 anos de antiguidade dedicada à distribuição no canal Horeca. Da sua experiência no setor da distribuição, consta ainda as funções na área da logística desempenhadas no grupo Carrefour, designadamente do Departamento de Logística, ou no grupo Ahold Supermercados, em Espanha. Sonsoles Fernández Ludeña (na foto) foi nomeada diretora da Tejo Energia (empresa participada da Endesa). A nova gestora substituiu no cargo Manuel Felices, que regressou à Endesa em Espanha. Sonsoles Fernández Ludeña é licenciada em engenharia industrial e esteve durante 12 anos ligada ao setor siderúrgico e, depois, 11 anos no setor energético, tanto no âmbito nacional como internacional. Atualmente, estava a liderar a Direção Técnica da Tejo Energia.
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 11
Breves Renfe se lanza a competir con el AVE en Francia El operador público español ha solicitado capacidad a las autoridades galas para prestar servicios de alta velocidad en el país vecino. Renfe va a constituir una filial en ese país con el objetivo de explotar servicios ferroviarios de pasajeros. Entre los primeros destinos solicitados figuran las conexiones de Montpellier con Lyon y Marsella. La intención, en una segunda fase, es conectar con París. Francia forma parte de la estrategia de internacionalización de Renfe incluida en el plan estratégico. La compañía quiere llegar a 2028 con el 10% de la facturación procedente del exterior. Entre las ventajas del grupo español es que podría arrancar de inmediato sus servicios en Francia, ya que dispone de trenes homologados Correos gana 50,8 millones de euros hasta junio, ocho veces más que en 2018 Correos logró un beneficio neto de 50,8 millones de euros entre enero y junio, ocho veces más que un año antes, y facturó 1.226,2 millones, un 15,1% más. Con
ello, la entidad postal cerró su mejor primer semestre en facturación desde 2011, pese el descenso del negocio de paquetería en el segundo trimestre. El resultado bruto de explotación (ebitda) se duplicó, hasta los 90,8 millones de euros, según los resultados publicados por Correos, en los que asegura que continúa “en la senda” de cumplir con su objetivo de cerrar 2019 con unas pérdidas brutas de 17 millones. Según la misma fuente, los buenos resultados vinieron impulsados por la mejora de los ingresos de explotación, y el negocio de paquetería siguió siendo el motor de crecimiento, con un incremento de los ingresos del 18% y 75 millones de envíos (+18%), en el conjunto de los seis primeros meses del año. Sacyr se adjudica proyectos ferroviarios en España Sacyr, a través de Sacyr Neopul, filial especializada en la electrificación y mantenimiento de vías ferroviarias, ha ganado cuatro nuevos proyectos en España e Irlanda que suman un importe de 99,8 millones de euros. Según in-
12 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Cepsa compra más estaciones de servicio en España La petrolera española, cuyo dueño es el fondo soberano de Abu Dabi Mubadala, ha comprado cinco estaciones de servicio a la compañía salmantina Grupo Prieto, según ha confirmado la propia Cepsa. Se trata de cuatro estaciones de servicio en la provincia de Salamanca y otra más en Ávila. Una está en Carbajosa de la Sagrada, muy próxima a la capital charra. Otras dos se encuentran en la carretera de Valladolid a Salamanca. Dos en Pedrosillo (una en cada sentido
de la carretera) y otra en la localidad de Castellanos de Moriscos. La quinta se encuentra en la carretera que une Madrid con Salamanca a la altura de Ávila, concretamente en el municipio de Muñogrande. Además, esta última estaba abanderada por Repsol, que a partir de ahora pasará a lucir la cartelería de Cepsa y a servir sus combustibles. La operación incluye la compra de la compañía Europea de Petróleos, que administra varios de los activos.
Endesa estrena el metanero Adriano Knutsen, el mayor barco con bandera española El primer buque metanero de Endesa para transportar gas natural licuado (GNL), con capacidad para 180.000 metros cúbicos (lo que equivaldría a la demanda de gas de un día en toda España) zarpó el mes pasado del astillero de Hyundai-Hi en Ulsan (Corea del Sur) rumbo a Catar y se espera que llegue al puerto de Barcelona a finales de agosto. El metanero Adriano Knutsen, es el mayor barco con bandera española, tiene 300 metros de eslora (longitud),
48 de manga y 26,4 metros de puntal. El metanero de Endesa cuenta con un sistema de relicuefacción total a bordo y transportará principalmente los dos millones de metros cúbicos de GNL del proyecto de terminal de licuefacción de Corpus Christi, en Texas -Estados Unidos-, cuya operación comercial se inició en 2019. Anualmente el metanero podrá realizar desde el puerto de Corpus Christi doce viajes en el Atlántico o seis transoceánicos al Pacífico.
Técnicas Reunidas firma contratos de 2.677 millones de euros en Arabia Saudí La multinacional española Técnicas Reunidas se ha hecho con varios contratos en Arabia Saudí para la recepción, almacenamiento y compresión del gas y la recuperación y fraccionamiento del gas natural licuado en la nueva planta de Saudí Aramco en Tanajib, propiedad de la compañía estatal petrolera del reino árabe Saudí Aramco. Como ha informado la compañía a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), los contratos tienen una duración de 44 meses y un valor conjunto aproximado de unos 2.677 millones de euros y abarca desde
la ingeniería, el suministro de equipos y materiales y la construcción e instalación hasta la terminación mecánica. Las nuevas instalaciones servirán para la provisión de gas a la red estatal de Arabia Saudí, reinyección en campos en alta mar y producción de etano, butano, propano, pentano y demás productos asociados. Técnicas Reunidas trabaja en Arabia Saudí desde 2003 y ha contribuido al desarrollo de 19 inversiones relevantes para el país, como los campos de desarrollo de gas y petróleo Berri, Qatif, Abqaiq, Hawiyah, Khursaniyah, Hasbah y Haradh.
Breves Santander completa la integración del Popular, que desaparece como marca tras 93 años de historia
Banco Popular, fundado en 1926, desaparece como marca después de que Santander haya completado la integración de toda la red de la entidad en el grupo, tras llevar a cabo la migración tecnológica de las oficinas de Andalucía. Con la integración tecnológica de las casi 1.600 oficinas que el Popular tenía
distribuidas por todo el territorio nacional y que el grupo presidido por Ana Botín adquirió en junio de 2017, se pone fin a la histórica marca desde el punto de vista comercial, pues su desaparición jurídica se produjo en septiembre de 2018. Así, ha finalizado la migración de 3,5 millones de clientes activos a la plataforma de Santander, que ahora pueden acceder a más de 7.500 cajeros de Santander en España y 30.000 terminales en todo el mundo sin costes ni comisiones con su tarjeta de débito del banco.
formó la compañía en un comunicado, en consorcio con Lantania y Comsa, Sacyr realizará para ADIF las obras de electrificación del tramo del AVE entre Plasencia y Peñas Blancas, a lo largo de 125 kilómetros de vía doble, de la línea Madrid-Frontera Portuguesa. El importe del contrato es de 25 millones de euros y el plazo de ejecución es de 18 meses. El segundo proyecto, adjudicado a Sacyr Neopul y CAF Signalling, consiste en la construcción de cuatro nuevas vías en la terminal ferroviaria de mercancías de Vicálvaro (Madrid) por importe de 15,5 millones de euros y en un plazo de 18 meses. El tercer contrato adjudicado por la compañía se desarrollará en la Red Ferroviaria Vasca (ETS). Sacyr Neopul y Sacyr Infraestructuras, junto a Mariezcurrena y Zubieder, realizarán la fase 2 del tramo Hernani-Astigarraga. El proyecto consiste en la construcción de un tramo de plataforma en viaducto para el AVE incluida la reformulación del ferrocarril convencional en el entorno. Este contrato tiene un importe de 38,3 millones de euros y un plazo de ejecución de 41 meses. Aldi amplía capital en 80 millones para crecer en España La compañía de origen alemán ha realizado una ampliación de capital de 80 millones de euros en Aldi Supermercados SL, situando el capital total de la compañía en 621 millones de euros, según la información recogida en el Registro Mercantil.
Repsol crea un fondo de 50 millones para invertir en empresas sociales La Fundación Repsol ha lanzado un fondo de inversión social dotado con 50 millones de euros, que destinará al desarrollo de una cartera de empresas sociales, que en 2025 podrían llegar a facturar entre 15 y 20 millones y emplear a entre 1.500 y 1.800 personas en riesgo de exclusión social. Los beneficiarios de esos empleos serán personas discapacitadas, jóvenes en situación de vulnerabilidad, mujeres víctimas de violencia de género, drogodependientes en tratamiento y refugiados. El presidente de la petrolera y de la Fundación Repsol, Antonio Brufau, y el director de la Fundación, Antonio Calzada, han presentado este fondo
que gestionará la empresa Repsol Impacto Social. Estas empresas participadas, con un marcado carácter social, están enfocadas a la transición energética e inclusión de colectivos vulnerables, en un principio sólo en España. Brufau ha asegurado que en los próximos seis o siete años el fondo estará totalmente invertido y generando valor, y ha señalado que ya se han firmado preacuerdos con algunas ‘startups’.
La cifra suscrita es la mayor ampliación realizada por Aldi en España desde que la empresa aterrizó en el mercado nacional en 2001 (empezó a operar un año después). La cadena ha utilizado esta fórmula para dotar de músculo financiero a su filial de forma reiterada desde su aterrizaje en España. En sus 18 años operando en el mercado nacional, Aldi Supermercados ha realizado 31 ampliaciones de capital. La diferencia con el pasado es que el ritmo está acelerándose en los últimos años. Si Aldi recibió fondos por un total de 159,5 millones en sus primeros cinco años en España (2001-2005), la cifra bajó a 135 millones en el siguiente lustro (2006-2010) y volvió a subir hasta 150 millones en el periodo comprendido entre 2011 y 2015. En cambio, en los últimos cuatro años (2016-2019), las aportaciones de capital de Aldi a su filial española han aumentado a 176 millones de euros.
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 13
atualidade actualidad
BERD fatura 20 milhões com soluções de “ponta” para a construção Há 12 anos, nascia a BERD, como startup especializada no desenvolvimento de soluções e métodos inovadores para a construção, designadamente de pontes e viadutos, que fornece, com o recurso a alguns parceiros internacionais, “produtos integrados com a máxima qualidade”. “Dependendo do projeto, as soluções e os sistemas são fabricados em Portugal ou em mercados externos estratégicos”, explica Pedro Pacheco, CEO da empresa de engenharia, que este ano espera faturar cerca de 20 milhões de euros, quase exclusivamente com clientes no estrangeiro.
Q
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
uais são as grandes vantagens das soluções para construção de pontes da BERD?
interação entre projeto, método construtivo e construção. A ação da BERD está focada na pesquisa e desenvolvimento de A construção de pontes e novas soluções em metodologias de viadutos é o foco da nossa atividade, construção de pontes, que, aliada tendo a BERD como visão ser líder a um intenso e sistemático estudo mundial na área de soluções e méto- de métodos construtivos, permite, dos para a construção de pontes e em cada caso, minimizar os custos viadutos e estando presentemente no e tempo de construção, bem como Top 3 desta área de atuação. aumentar a eficiência e garantir Em grande parte dos projetos, a padrões elevados de segurança. BERD desenvolve a solução e coor- A BERD diferencia-se essencialmendena o projeto e operação. Apresenta te por pensar todas as vertentes da e propõe uma solução integrada aos engenharia de pontes de uma forma seus clientes, que consiste numa transversal e inovadora. Através do
14 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
serviço integrado 360° (projeto; método construtivo; construção), utiliza os conhecimentos e o know-how de projeto e construção de pontes para prestar serviços de consultadoria altamente qualificados e de grande valor acrescentado para os seus clientes. São sistemas inovadores face à concorrência em Portugal? Os sistemas são depois fabricados por que empresa?
Para a BERD, o mercado português é residual, representando menos de 3% de faturação histórica.
actualidad atualidade
Saliento ainda que a inovação está no ADN da BERD, que investe 25% dos custos fixos em I&D. A BERD conseguiu afirmar-se no Top 3 a nível mundial, competindo com os principais players internacionais. O desenvolvimento de soluções e métodos para a construção está associado a uma política de parceria com os líderes mundiais no fornecimento em cada área, afim de criar produtos integrados com a máxima qualidade. Dependendo do projeto, as soluções e os sistemas são fabricados em Portugal ou em mercados externos estratégicos, onde a BERD tem parceiros e fornecedores. Tanto a nível internacional como nacional, a BERD está focada na Em 12 anos de inovação e, nesse sentido, está a atividade, a BERD trabalhar em novas soluções para otimização de contrução de pontes. desenvolve as suas O sistema OPS (organic prestressing operações nos cinco system), que esteve na génese da empresa, continua a ser diferenciacontinentes, com dor e muito inovador, potenciando clientes na Alemanha, inúmeras vantagens ao nível dos modelos construtivos. Bélgica, Brasil, Peru, Destaco o M1-90-S, único no Colômbia, Egito, mundo, constituindo o maior cimbre autolançável para múltiplos vãos Espanha, entre muitos de sempre. Antes do M1, apenas outros países eram executados, com este método construtivo, vãos até 78 metros. A sua utilização é particularmente indicada para a execução de pontes plo muito positivo desta sinergia, com grandes vãos (acima dos 70 dado que o OPS (organic presmetros). Graças ao OPS integrado, tressing system) – um sistema de os equipamentos podem ser mais pré-esforço inteligente, internacioleves e maiores e o M1 representa nalmente patenteado – foi criado uma inovação tecnológica que per- por um grupo de investigação da mite novos limites à construção de FEUP - Faculdade de Engenharia tabuleiros de pontes e viadutos. da Universidade do Porto. Já nos últimos quatro anos, a BERD Como desenvolveram a vossa tecno- fez um forte investimento de inveslogia modular (investigação e desen- tigação e desenvolvimento, que atrivolvimento, parcerias, etc.)? buiu um cariz fortemente inovador Defendemos as parcerias entre à área de pontes modulares. Os empresas e as academias, conside- primeiros resultados já estão à vista, rando que ambas as partes têm com um enorme impacto na faturamuito a ganhar no estabelecimento ção de 2019. de colaborações para impulsionar No ano de 2018, a BERD entrou a inovação. A BERD é um exem- na área das pontes modulares, ao
vencer o concurso internacional no valor de 17 milhões de dólares [cerca de 15,1 milhões de euros], lançado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações peruano. Um projeto que potencia à BERD oportunidades em novos mercados, no segmento das pontes modulares. As pontes modulares serão entregues nos meses de julho e agosto [de 2019], assegurando uma poupança de cerca de 25% ao Governo peruano em relação aos concursos anteriores. O concurso internacional abrange o fornecimento de 125 pontes modulares, com vãos entre os 15 a 60 metros. Neste momento, a BERD já está a fazer um investimento considerável para desenvolver soluções de pontes modulares com vão até 120 metros. Além do Peru, venderam as vossas recém-lançadas pontes modulares para outros países?
A BERD prevê um crescimento interessante do fornecimento de pontes modulares, numa primeira fase nos países em desenvolvimento, em especial nas regiões da América do Sul e África. Paralelamente, a empresa portuguesa encontra-se a desenvolver diversas parcerias comerciais e industriais, que permitam facilitar a sua entrada e presença em alguns destes mercados. A BERD tem, neste momento, o foco na concretização do primeiro negócio e do respetivo fornecimento. Estando esse fornecimento já numa fase muito avançada e com ótimos indicadores, a BERD irá iniciar o ataque a novos mercados a partir do último trimestre deste ano. Quais os mercados-alvo?
A internacionalização foi definida como prioritária para a atividade da BERD, desde a sua génese. A empresa foi criada numa altura em que o mercado português estava saturado de métodos construtivos de pontes e viadutos. Para o sucesso AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 15
atualidade actualidad da estratégia internacional, houve uma forte preparação do core business da empresa, dado que a BERD nasceu para explorar comercialmente o OPS e a sua aplicação a cimbres autolançáveis. Ao fim destes 12 anos, a BERD desenvolve a sua atividade já em cinco continentes, tendo clientes ou projetos em países como a Alemanha, Bélgica, Brasil, Colômbia, Egito, Eslováquia, Espanha, França, México, Peru, República Checa e Turquia, entre outros, devendo a área geográfica do globo com presença BERD continuar a aumentar com apoio do cimbre MSS M30significativamente nos próximos I. Cumpriu o desafio da aposta anos. na inovação e utilização de novas tecnologias, ficando marcada pela E em Portugal, quais são os clientes? primeira aplicação do sistema OPS Os projetos em Portugal têm sido à escala real. pontuais, designadamente desenvol- Outro projeto desenvolvido em vidos em conjunto com parceiros Portugal foi o Viaduto do Corgo, nacionais. É exemplo o projeto exe- em Vila Real, entre 2011 e 2012, em cutado no Rio Sousa, em Lousada, parceria com a CAET XXI (consórdesenvolvido com a Mota-Engil, em cio formado pela Soares da Costa 2005, que construiu o tabuleiro e FCC/ Ramalho Rosa Cobetar). de dois viadutos paralelos, com o Graças ao MSS M60-I, com sistema comprimento total de 450 metros, OPS integrado, a obra foi realizada
em 63 semanas, tendo sido possível uma construção rápida, industrializada e operacionalmente facilitada. A qualidade de construção foi muito elevada, devido à diminuição e controlo de deformações. O sistema OPS permitiu a betonagem do caixão em duas fases, sem o perigo de haver fissuração. Foram atingidos ciclos de nove dias para construção de vãos de 60 metros, o que é um prazo invulgarmente rápido para tabuleiros largos (cerca de 25 metros).
Empresa quer sextuplicar volume de negócios em 10 anos Há quase 13 anos, engenheiros formados na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) lançaram a BERD, uma spin-off criada a partir de uma tese de doutoramento, onde foram estudadas bioestruturas, e em particular a eficácia do músculo humano para aplicar os seus princípios às estruturas de grande vão. A startup nasceu, assim, para explorar comercialmente o sistema OPS (organic prestressing system) e a sua aplicação a cimbres autolançáveis. O OPS é um sistema de pré-esforço inteligente, internacionalmente patenteado, criado por um grupo de investigação da FEUP.
16 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Mais tarde, a empresa começou a lançar os seus primeiros projetos, atuando em vários países. Embora esteja sedeada em Matosinhos, a BERD centra a sua atividade no mercado internacional. “O processo de internacionalização continuará associado à sua conquista dos mercados externos, dado que esta é a base de mais de 97% de exportações desde a origem da empresa. O volume de investimentos em I&D tem sido cerca de 25% dos custos fixos da empresa”, adianta Pedro Pacheco. A empresa prevê encerrar o ano corrente com uma faturação de “20 milhões de euros, aumentan-
do cerca de 20 vezes o volume de negócios de 2009”. Um crescimento exponencial, que deverá continuar, preconiza o mesmo responsável. “Na próxima década, a BERD tem o objetivo de aumentar seis vezes o volume de negócios, tendo por base a aposta nas novas áreas de negócio. Os indicadores são promissores e os planos de negócios ambiciosos mas realizáveis, tal como os desenvolvidos até agora”, assevera. Quanto ao número de efetivos, a BERD conta com 45 colaboradores em Portugal, a maioria da área da engenharia e mais de 95% com formação superior, mestrado ou doutoramento.
actualidad atualidade
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 17
atualidade actualidad
Un nuevo puente para internacionalizar las empresas en el mercado ibérico Susana Queirós Business & Consulting presenta su nuevo proyecto en el mercado ibérico. Una empresa de consultoría especializada en la prestación de servicios de apoyo a la gestión para compañías españolas que entran en Portugal y viceversa. Ofrece un servicio integral y personalizado adaptado a las necesidades de cada cliente. Su lema, «ser un socio de negocio de total confianza, basado en la excelencia».
“E
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
l mercado ibérico es cada lita la entrada de empresas españolas vez más crucial para los en Portugal ofreciendo un servicio dos países. Las relaciones integral (contabilidad, gestión, fiscacomerciales son fuertes y lidad, recursos humanos, representacon tendencia creciente», ción e intermediación comercial, traexplica Susana Queirós quien cuen- ducciones) «con un único interlocutor ta con 17 años de experiencia en el que habla su idioma», subraya Susana mundo empresarial en la dirección de Queirós. De igual forma, va a ayudar varias áreas. Después de trabajar en a las empresas lusas a entrar en el merPortugal, Inglaterra y España, enten- cado español, buscando socios comerdiendo las necesidades de las empresas ciales en diversos sectores, «ayudando extranjeras que trabajan en Portugal, en su integración y en su desarrollo del esta profesional no tiene dudas de que negocio», añade. La consultora quiere una empresa de consultoría tiene un igualmente «intermediar negocios ibéenorme potencial presente y futuro. ricos, aprovechando mi experiencia en «Después de diez años en Portugal y ambos países». Para aquellas compañías españolas ocho en España de experiencia en el mundo empresarial, sentí la necesidad que quieren comenzar a operar en de crear mi propio proyecto, inten- territorio luso, Susana Queirós contando ser un puente para las empresas sidera muy importante, teniendo en que se quieran internacionalizar en el cuenta la especificidad de la legislación portuguesa, «tener una adecuada mercado ibérico”. Esta nueva consultora, Susana asesoría en las áreas de contabilidad, Queirós Business & Consulting, faci- fiscalidad, derecho laboral y societa-
18 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
rio, principalmente». Además aconseja «realizar una correcta planificación de la localización, de la red de transportes y de comunicaciones y de la logística, teniendo siempre en cuenta los aspectos culturales y costumbres de los portugueses». Y es que ya sea Portugal o cualquier otro país, no preparar bien la entrada de una empresa, teniendo en cuenta todos los condicionantes, puede suponer el fracaso. Cuando se trata de hablar de empresas portuguesas que pasan al territorio español, es decir, de un mercado pequeño a un mercado mucho mayor, «el mayor problema es cuando se entra en un sector que en España sea fuerte y organizado», indica Susana Queirós. Debido a la dimensión muy superior de las empresas españolas, «generalmente encontramos dificultades de competencia», añade. Lo ideal para un tejido empresarial mucho más pequeño como el portugués, «es buscar sectores
actualidad atualidade
en el que seamos más competitivos o que tengamos por la calidad un factor diferenciador», puntualiza la consultora. Las compañías portuguesas suelen preparar bien su salto a España pero a pesar de todo, «conozco algún caso de fracaso». En estos primeros comienzos está recibiendo sobre todo pedidos para la creación de empresas en Portugal, servicios en el área de contabilidad, fiscalidad, recursos humanos, derecho laboral, administrativo y societario, intermediación comercial y traducciones. En su mayoría se trata de «pymes con sede en España». Metodología de trabajo En Susana Queirós Business & Consulting existe una metodología de trabajo con el desarrollo de tres fases bien diferenciadas: diagnóstico, estrategia y ejecución. Para el diagnóstico, «lo más importante es el conocimiento de la empresa y de sus procesos para poder añadir valor», indica la consultora. Evalúan las necesidades, definen los procedimientos y flujo de información y establecen un cronograma de trabajo. En lo que se refiere a la estrategia, «con base en los objetivos de negocio del cliente lo más importante es definir
Susana Quierós aconseja a las empresas españolas que quieren entrar en Porugal, teniendo en cuenta la especificidad de la legislación portuguesa, «tener una adecuada asesoría en las áreas de contabilidad, fiscalidad, derecho laboral y societario, principalmente». una estrategia enfocada en la innovación, eficiencia y en la capacidad de crear soluciones diferenciadoras», puntualiza Susana Queirós. Ya para ejecutar dicha estrategia, lo que mueve a la consultora es «el éxito de mis clientes». Para ellos preparan información financiera y de gestión a través de soluciones innovadoras de outsourcing. Su propuesta de valor se basa en
5 aspectos que considera esenciales: confianza, excelencia, especialización, compromiso y agilidad de procesos. La confianza «es la base de cualquier relación, sea personal o profesional. Este valor asume aún más importancia cuando lidiamos con países y lenguas que no son los nuestros». Al hablar de excelencia, Susana Queirós asegura que intenta siempre «ser excelente, profesional e íntegra en el desempeño de mis funciones, ya que son pilares fundamentales en mi forma de estar en la vida». Al hablar de especialización, «mi experiencia y mi amplia formación que es continua, me permite ofrecer servicios con un elevado nivel de calidad que añaden valor a la consecución de los objetivos del negocio de mis clientes». Sobre el compromiso, la consultora asegura que «procuro encontrar siempre la mejor solución para la resolución de sus problemas y necesidades. Como socio de negocio, quiero hacer parte de su cadena de valor». Y por último, ofrece un trato con sus clientes «ágil, cercano y personalizado. Mis procesos de trabajo son ágiles y flexibles, adaptados a las necesidades de cada cliente. Yo soy el único interlocutor con mis clientes, en portugués, español o inglés».
PUB
Av. Marquês de Tomar, Nº 2, 7º, 1050-155 Lisboa Tel: 213 509 310 Fax: 213 526 333 Mail: ccile@ccile.org Site: www.portugalespanha.org
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 19
atualidade actualidad
La F.P. Dual busca un modelo sencillo y amigable que ayude a las empresas a reducir el paro juvenil en España
En los últimos años ha crecido en España el número de alumnos que optan por seguir un grado en la Formación Profesional Dual, aquella que combina la enseñanza teórica con la práctica en la empresa. Pero sigue siendo un porcentaje muy pequeño de esta modalidad de enseñanza no universitaria. España está diseñando su propio modelo que se adapte a las peculiaridades de su tejido empresarial y que resulte más atractivo para los jóvenes
E
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
n España 23.000 alumnos cursan estudios de Formación Profesional (FP) Dual frente a los 1,3 millones de estudiantes que optan por ir a la Universidad. Se trata de una modalidad de la F.P. que se realiza en alternancia entre el centro educativo y la empresa con el fin de ayudar a los alumnos a conocer más de cerca el sector en el que van a trabajar y facilitar su futura incorporación al mercado de trabajo. Un modelo que en países como Alemania
20 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
está muy bien implementado y que de arrancar en España y del que se en España está buscando todavía su espera resuelva parte del problema marco de desarrollo, que “atendiendo a del paro juvenil. Tal y como recuerla realidad empresarial del país, permi- da Clara Sanz, “España, a diferencia ta de forma progresiva ir haciendo más de otros países, como es el caso de atractivo el modelo dual a las empre- Alemania, tiene un tejido productivo sas y, consecuentemente, también de basado en la microempresa y dedicado forma progresiva ir incorporando más fundamentalmente al sector servicios. alumnado”, indica Clara Sanz, direc- Eso hace que la implementación de un tora general de Formación Profesional modelo de F.P. Dual como el alemán, que se sustenta en la producción y en del Ministerio de Educación y F.P. Mucho se ha hablado y escrito sobre grandes empresas, no pueda hacerse de este modelo de formación que no acaba forma directa, y requiera de un marco
actualidad atualidade
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 21
atualidade actualidad singularidad en este modelo, “mejora sustancialmente la inserción laboral, y eso no podemos ignorarlo. Pero el reto es hacer que todos los estudiantes de Formación Profesional, sea cual sea la modalidad que cursen, tengan una formación en las empresas y los centros de trabajo que dé respuesta a la calidad formativa que requiere el mercado laboral”. Según los datos que maneja el ministerio sobre la empleabiespecífico, extraordinariamente flexi- ría y el turismo, o la imagen personal, lidad de los alumnos de F.P. Dual, ble”. A su entender, el modelo debe ser entre otros, son ámbitos que presentan basados en diversos estudios y artísencillo y amigable para las empresas, enormes diferencias en el tamaño y en culos especializados, se habla de una lo que permitirá a cada sector acoger el modelo empresarial, y eso se traslada empleabilidad oscilante entre el 75% al alumnado en esta modalidad de a su capacidad para colaborar en la F.P. y el 96%, dependiendo de los sectores, ámbitos territoriales y ciclos formativos oferta sin que ello cause problemas y Dual”. garantizando una adecuada formación En relación al mercado de trabajo, de que se trate. “Indudablemente, la que dé respuesta a los resultados de la directora general de F.P asegura estancia del alumnado en las empresas aprendizaje que deben alcanzar los que esta formación “es una solución es una vía directa para los empresarios alumnos. Puntualiza que se debe tener más, junto con el resto de modalida- de selección de personal, y la mejor en cuenta que no todos los sectores des de Formación Profesional, y en el garantía para la contratación, razón pueden absorber la misma cantidad marco de una estrategia nacional que por la cual, cuando la empresa tiene de alumnos, y que tampoco el modelo concilia políticas económicas, educati- la capacidad de absorber al alumnado en que se desarrolle el aprendizaje vas, formativas y laborales”. Reconoce que está formando, lo hace”, afirman dual tiene por qué ser el mismo. “La que la cercanía del alumnado a las desde el ministerio de Educación y automoción, la edificación, la hostele- empresas, que adquiere una especial Formación Profesional. El número de alumnos en Formación Profesional (FP) Dual, en el curso 2016/2017 (último curso del que existen datos detallados) ascendió a 20.357, de los cuales 414 se matricularon en Formación Profesional Básica, 7.422 en Ciclos Formativos de Grado El Grupo Antolín (la multinacio- que están homologados, pornal española que diseña y fa- que necesitaba a profesionales Medio y 12.521 en Ciclos Formativos brica componentes y módulos cualificados en unas competende Grado Superior. “Estos datos, que para el interior del coche) ha cias muy determinadas que los corresponden a estadísticas oficiales, reforzado su apuesta por la F.P. títulos oficiales no daban, como se proyectan hacia un número estiDual con la apertura en el 2017 es la de técnicos y operarios en mado para el presente curso que rondel Centro de Burgos, pionero inyección de plásticos. Se tradaría los 24.000”, indican fuentes del en el sector en España tras una taba de perfiles muy complicaMinisterio de Educación y F.P. En el inversión de 2,5 millones de eu- dos de encontrar”, subraya la curso académico 2012/2013, primero ros. Según explica la compañía multinacional. de los cursos en que se implementaron el centro nació con el objetivo El centro ha puesto en marcha programas de F.P. Dual, el número de convertirse en un referente ya dos promociones en las que alumnos fue de 4.292. El siguiente en la formación de tecnologías se han formado 11 alumnos curso, 2013/2014, prácticamente se de Grupo Antolin y núcleo de como operarios de inyección había duplicado, alcanzando los 9.801, la innovación del futuro, contri- y 8 jóvenes como técnicos de y ha ido creciendo todos los años buyendo de ese modo a la ge- inyección, que ya han acabado hasta alcanzar los 20.357 del curso neración de empleo cualificado. su ciclo formativo y están tra2016/2017. En España sigue existiendo “El Grupo Antolin decidió crear bajando en plantas de la comla F.P. en sus distintas modalidades de sus propios títulos formativos, pañía. oferta, es decir, “en régimen ordinario, a distancia, oferta parcial y oferta
El Grupo Antolin refuerza su apuesta por la F.P. Dual
22 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
actualidad atualidade
modular”. Para el presente curso académico el número estimado de alumnado, en todas las ofertas de Formación Profesional, asciende a 824.612. “La F.P. Dual, que es una más de las modalidades de oferta, distinta y singular, pero con los mismos contenidos y requerimientos que la oferta ordinaria, se sitúa actualmente en, aproximadamente, un 3% del alumnado”, informan fuentes del Ministerio. En Ciclos Formativos de Grado Medio el total de oferta en modalidad dual, para el curso 2016/2017, ascendió a 777, siendo los ciclos formativos correspondientes a la familia de Administración y Gestión, con 100 ofertas, los más solicitados, seguidos de los ciclos formativos de la familia de Transporte y Mantenimiento de Vehículos, con 98 ofertas. Para los Ciclos Formativos de Grado Superior continúan siendo los más demandados los ciclos correspondientes a la
familia profesional de Administración y Gestión, con 164 ofertas, seguidos de los pertenecientes a la familia profesional de Informática y Comunicaciones, con 145 ofertas. Desequilibrio La tasa de paro de los jóvenes entre 16 y 24 años se sitúa en casi el 35% permita adaptar la formación que recihabiendo llegado a superar el 55% en ben los jóvenes a la realidad, incorpore los peores momentos de la crisis. Y a materias y habilidades que en estos pesar de todo, hay empresas que se van momentos resultan imprescindibles a buscar trabajadores fuera de España pero que no figuran en los planes de porque no encuentran dentro perso- estudios, garantice la igualdad de opornas con las competencias específicas tunidades y facilite la incorporación para cubrir determinados puestos. Para al mercado laboral con garantías de corregir este desequilibrio, el Instituto acceder a empleos de calidad”, según de Empresa Familiar (IEF) propone un palabras de su presidente, Francisco plan estratégico de la educación “que Riberas.
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 23
atualidade actualidad
Grandmadreams, la moda infantil personalizada Madre e hija lanzan Grandmadreams, la marca de ropa de bebés y niños personalizada. Entre Oporto y Madrid surge esta propuesta de moda infantil que pretende ser una referencia en los ajuares de bebés y en trajes y vestidos para ocasiones especiales.
S
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
ão Calvário aprovechó el nacimiento de sus nietos para poner en práctica toda su destreza en el diseño y confección de ropa de bebé. De Oporto, empresaria con trayectoria en el sector bancario ya jubilada, siempre le han gustado las manualidades y el hecho de crear. Pero fue su hija Marta, que reside en Madrid, quien hizo realidad el sueño de su madre, “una abuela que diseñaba y personalizaba los ajuares de sus nietos con un enorme amor y cariño”. Y así juntas se embarcaron en 2016 en una aventura empresarial. Grandmadreams “es el reflejo de una gran cumplicidad entre madre y hija que se mantiene y se hace más fuerte cada dia a pesar de la distancia entre Madrid y Oporto”, asegura Marta Calvário. Marta, también economista, es madre de dos niñas (María y Marta) y disfrutó de sus licencias de maternidad en su ciudad, Oporto. Aprovechó esos meses para diseñar el modelo de negocio y profesionalizar lo que hasta
24 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
entonces había sido una afición de su madre. Poco a poco fueron dando forma al proyecto con el cual pretenden “personalizar cada ocasión especial de nuestras vidas ya sea si la vivimos en familia, con amigos, con los que más queremos, empezando por el nacimiento, ese momento único en que una nueva vida viene al mundo”, matiza la fundadora. Una ocasión especial, “por eso nos dedicamos a personalizar cada prenda, cada detalle”, añade. Trabajan con tejidos portugueses apropiados para la confección infantil, tejidos 100 % algodón, algunos linos, encajes y bordado inglés. “Buscamos proveedores de calidad especializados en el segmento infantil”, indican las empresarias. Sin tienda física, aunque participan en pop-up y ferias, Grandmadreams recibe encargos de muy distintos países a través de su página web y de Facebook. Sus creaciones ya han llegado a países como Inglaterra, Suiza, Italia, Panamá, sin olvidar España y Portugal. “Queremos seguir expandiendo la marca, dando a
conocer lo que es una marca made in Portugal” cuenta Marta Calvario. Realizan la personalización de las prendas a través del bordado, “algo tan tipico de nuestro país y tan apreciado un poco por todo el mundo”. Madre e hija tienen claro que este tipo de ropa no pretende competir con otras marcas. Ellas pretenden dar servicio a sus clientes para ocasiones especiales como pueden ser los nacimientos, bautizos, comuniones o Navidad. “Vestimos a juego a primos y hermanos para estas ocasiones, son fechas de mucho movimiento”, puntualiza. Uno de los encargos más habituales es el conjunto para recién nacidos, con muselinas y porta chupetes personalizados, así como las sábanas y la ropa para vestir los carritos. Además del lado empresarial Grandmadreams realiza también una labor social dedicando una parte de las ventas a instituciones de solidariedad relacionadas con niños tal y como ocurrió en la ultima campaña de Navidad.
Plano de Mobilidade do Programa actualidad Integral de Qualificação e Emprego (PICE)
atualidade
Com o Plano de Mobilidade do Programa Integral de Qualificação e Emprego (PICE), as Câmaras de Comércio em Espanha, em conjunto com a CCILE, irão ajudá-lo a encontrar talento jovem na procura ativa de oportunidades de trabalho ou estágios na União Europeia. Poderá integrar na sua equipa de pessoal jovens com: • Um elevado nível em idiomas. • Uma formação e experiência adaptadas às suas necessidades. • Uma atitude e motivação para empreender uma nova aventura no estrangeiro. • Competências profissionais necessárias para desempenhar as suas tarefas e funções de forma profissional. Como funciona As Câmaras de Comércio encarregam-se de selecionar os perfis que mais se adequam às necessidades da sua empresa e oferecem uma formação virada para a mobilidade. Além disso: • Através da plataforma-Câmaras a nível europeu, a sua empresa terá entre os jovens uma projeção e reconhecimento internacionais. • Facilitamos-lhe o contacto com candidatos selecionados, possuidores de qualificações e competências necessárias para se integrarem num novo trabalho. • Realizamos um acompanhamento exaustivo da estadia do jovem na sua empresa. • Colocamos à sua disposição uma pessoa de contacto na Câmara que o ajudará durante o processo de acolhimento dos jovens. • Como empresa colaboradora, poderá obter o Selo de Empresa Comprometida com o Emprego Jovem. Para mais informações: www.programapice.es Contactos: Maria Luisa Paz mpaz@ccile.org / 918 559 614
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 25
marketing
marketing
Iberia es la “Mejor Aerolínea del Sur de Europa” E n 2017, Iberia consiguió las 4 estrellas Skytrax, y ahora es reconocida como “Mejor Aerolínea del Sur de Europa”, un premio que otorgan los clientes. El presidente de Iberia, Luis Gallego, y la directora de Clientes y Loyalty, María Jesús López, han recibido el reconocimiento de Skytrax como la “Mejor Aerolínea del Sur de Europa”. Ha sido durante la feria aeronáutica de Le Bourget, que se celebró en París hasta el 23 de junio, y les ha entregado el premio Edward Plaisted, CEO de Skytrax (en la foto). Skytrax, que celebra su 30º aniversario, organiza estos premios que, este año, son el resultado de una encuesta realizada entre septiembre de 2018 y mayo de 2019, en la que han participado más de 21 millones de clientes de 100 nacionalidades diferentes y donde se ha evaluado a 300 aerolíneas sobre su servicio a bordo y en el aeropuerto. El presidente de Iberia, Luis Gallego, comentaba “desde que recibimos
la cuarta estrella Skytrax hemos continuado trabajando para mejorar nuestro producto. Este premio es mérito de los empleados de la compañía que cada día se esfuerzan para ofrecer nuestro servicio al cliente”. La inclusión de Iberia en el ranking cuatro estrellas de Skytrax supuso el reconocimiento a un alto y consistente estándar tanto de su producto y de sus niveles de calidad, como del servicio y atención que ofrece su personal a bordo y en la T4 del aeropuerto de Madrid, donde Iberia ha desarrollado su hub. Por su parte, María Jesús López afirmaba: “en estos dos años hemos hecho grandes avances en la calidad de nuestro servicio: hemos introducido la nueva cabina Turista
Premium en gran parte de nuestros vuelos con América; hemos transformado completamente los espacios de las Premium Lounges Dalí y Velázquez de la T4 del aeropuerto de Madrid, y la llegada a nuestra flota de los Airbus A350/900 de última generación nos están permitiendo ofrecer a nuestros clientes una nueva experiencia en los vuelos transatlánticos. Este premio es muestra de la buena aceptación por parte de nuestros clientes de todas estas mejoras”.
Retail Ready, la herramienta de Nielsen que predice futuras ventas y clientes La división de innovación de Nielsen, BASES, ha desarrollado la herramienta Retail Ready. Se trata de una solución tecnológica para ofrecer a la distribución una predicción del comportamiento de sus nuevos productos en tienda, y así conocer qué y cuánto aportará a su negocio. Esta herramienta es un cambio de paradigma a la hora de gestionar la entrada de una innovación en los lineales del punto de venta, ya que aporta información al distribuidor sobre si ese producto logrará una venta incremental en su categoria,
26 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
si será perjudicial para su propia marca, o si bien atraerá nuevos compradores. Todo ello de manera predictiva, simulando el comportamiento en venta a partir de condiciones reales, por lo que el retailer tiene información fidedigna, objetiva y transparente. La responsable de Innovación de Nielsen España, Cristina Rojo, ha destacado que “gracias a la tecnología, lanzar un producto ya no tiene que ser un tiro al aire y a ver qué pasa. Ahora los fabricantes pueden construir una historia muy potente y hacer ver a los retailers que su
nuevo producto no se va a limitar a sustituir otro, sino que trae consigo una propuesta de valor para atraer a nuevos compradores y hacer crecer la categoría con la garantía de un análisis predictivo”. En la actualidad, a su juicio, en la industria pesa la velocidad a la hora de lanzar una referencia y se tiende a tomar decisiones en la fase de despliegue del producto sin los análisis necesarios porque se cree que puede retrasar el lanzamiento, si bien con Retail Ready, “la novedad sale al mercado con garantías para el fabricante y el distribuidor”.
marketing
marketing
BBVA recibe el Gran Premio de Marketing L a Asociación de Marketing de España ha premiado a la marca BBVA con su mayor distintivo: el Premio Nacional de Marketing. Y es que BBVA ha priorizado, con el objetivo de liderar la transformación en el sector, su propósito como marca para la creación de oportunidades. Los Premios Nacionales de Marketing, creados y organizados por la Asociación de Marketing de España, constituyen un reconocimiento público a las empresas, instituciones y profesionales que alcanzan con sus estrategias de marketing excelentes resultados. El jurado ha destacado a BBVA por “haber remodelado toda su estructura de negocio para situar al cliente en el centro del mismo, redefiniendo productos y servicios de valor que le faciliten la vida, incluso en ámbitos no específicos del tradicional
negocio bancario y financiero, por el desarrollo de una verdadera estrategia 360º, por la solidez de sus estrategias en reputación de marca y por sus notorios resultados en términos de valoración de marca, de reconocimiento en el mercado y de negocio”. El acto, celebrado en Madrid, contó con otras grandes marcas y acogió a más de 800 directivos de la industria en torno a unos premios que han reconocido las mejores estrategias de marketing del año. Este premio coincide con el
lanzamiento del nuevo logotipo de la entidad a nível mundial y con el anuncio de la unificación de su marca en todos los países en los que opera con la denominación BBVA, prescindiendo de sus marcas locales.
Abre en Madrid la tienda más grande del mundo de Huawei
H
uawei acaba de inaugurar la tienda más grande del grupo en el mundo, en plena Gran Vía madrileña. La tienda en cuestión, bautizada como Espacio Huawei, está en el centro de Madrid, desde 5 de julio.
Tiene una superficie de 1.100 metros cuadrados, una cifra que la convierte en la tienda más grande del mundo de la marca. Su s dos plantas cuentan con multitud de dispositivos de la marca; sin embargo, Espacio Huawei es algo más que una tienda. La compañía ha habilitado lugares en los que podrán realizarse presentaciones de nuevos productos o
exposiciones de diferente índole. Asimismo, en Espacio Huawei los usuarios podrán ver cómo el servicio técnico repara productos a través de una cristalera. Una experiencia que, sin duda, puede resultar interesante ya que así se podrá ver cómo se desarrolla todo el proceso. Cada vez más marcas de telefonía se suman a esta moda iniciada por Apple de contar con majestuosas tiendas en las que exhibir sus productos. De hecho, hace cerca de un año fue Xiaomi la que abrió una Mi Store a escasos metros de la Apple Store de Puerta del Sol de Madrid.
Textos Olga Hernández olga@ccile.org Fotos DR AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 27
marketing
marketing
Teatro EDP Gran Vía vence prémio de inovação
O
sistema que mede a energia gerada pelos aplausos, convertendo-a em kWh para doar a projetos solidários, no Teatro EDP Gran Vía, valeu à
EDP em Espanha duas distinções: a Melhor Inovação em Conteúdo Patrocinado, pelo Publifestival 2019 ( Fe s t i v a l Internacional de Pu b l i c i d a d e Social), e o prémio Bronze da EventoPlus 2019, na categoria de Melhor Evento Promocional. Trata-se de um sistema pion e i ro , q u e a E D P t a m b é m implementou recentemente em
Portugal, no palco EDP Fado Cafe no NOS Alive. A tecnologia baseia-se numa rede de microfones distribuídos por toda a sala, explica a EDP, em comunicado: “Os sons gerados pelo público e pelo elenco são captados e depois analisados por um sistema que mede os decibéis do espetáculo e o momento exato em que foram produzidos. É possível saber quais os períodos em que o público mais se emocionou ou reagiu de forma mais efusiva.”
Joalharia portuguesa quer deixar um legado A joia portuguesa como um legado, um testemunho da passagem do tempo e da ligação entre gerações. É este o mote da nova campanha internacional promovida pela AORP–Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, que celebra a essência da arte, recuperando as técnicas e desenhos tradicionais. “Portuguese Jewellery Legacy” é a nova campanha internacional do setor da joalharia portuguesa, que visa a valorização da joia como um legado. Um legado de arte, de valores, de memórias, passado de geração em geração, num ciclo eterno. A campanha remete para os valores da eternidade e intemporalidade das joias portuguesas, recuperando as técnicas e desenhos tradicionais, que atravessam o tempo. Entre estes estão o colar de grilhão, os brincos barrocos ou o fio de trancelim. Por detrás de cada peça está uma história que faz parte do imaginário coletivo português e que a AORP quer agora dar a conhecer ao mundo.
28 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Segundo Nuno Marinho, presidente da AORP, “fizemos um profundo trabalho de identificação das técnicas e das empresas especializadas em cada técnica, que na sombra das suas oficinas, preservam o legado de arte e tradição, que nos caracteriza e diferencia em todo o mundo. Paralelamente fomos ao encontro das marcas contemporâneas que transpõem estas mesmas técnicas para o novo contexto de consumo global, através do design e da comunicação com um novo público ávido de peças com identidade e história”. Ao mesmo tempo que pretende valorizar a tradição, a campanha faz a apologia dos valores de sustentabilidade, comércio justo e consumo responsável. O objetivo é mostrar como a joalharia – com um longo ciclo de produto, que pode ir até à eternidade, contraria a tendência insustentável do mer-
cado de consumo. “As joias são eternas. Feitas à base de matérias-primas nobres, como a prata, o ouro ou a platina, as joias têm grande resistência e perdurabilidade no tempo. Além disso, os metais são altamente flexíveis e moldáveis e podem ser reciclados continuamente, fechando o ciclo.”, acrescenta Nuno Marinho.
marketing
marketing
Verão com cortiça na praça do CCB
S
ão um total de 1.900 blocos de aglomerado de cortiça expandida que materializam os Jardins de Pedra, uma criação do Atelier Barbas Lopes para o programa “Uma Praça no Verão” do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. Pelo terceiro ano consecutivo, a cortiça é o material eleito para transformar o pátio exterior do Centro Cultural de Belém numa Praça no
Verão. A Garagem Sul do CCB, em parceria com a Corticeira Amorim, apresenta a intervenção concebida pelo Atelier Barbas Lopes intitulada “Jardins de Pedra”. Jardins de Pedra transforma a praça do Centro Cultural de Belém, conferindo-lhe uma topografia inquieta, materializada num projeto de chão que reconfigura os modos como habitamos o edifício e abre ao público lugares que ainda são desconhecidos. No âmbito desta parceria, a Amorim Isolamentos forneceu os 1.900 blocos de aglomerado de cortiça expandida utilizados nesta composição, na qual as características únicas da matéria-prima 100% natural e sustentável são exploradas de forma dinâmica, através da textura, do cheiro e da densidade.
Através desta obra, a arquiteta Patrícia Barbas desenvolveu uma ligação criativa entre os vários espaços do edifício, tirando partido do conforto e do calor acolhedor da cortiça para construir diversos jardins que dialogam com o lugar. A cortiça modelada no chão cria lugares para relaxar e usufruir da vista sobre o Jardim das Oliveiras e o rio Tejo, ou simplesmente descontrair e olhar o Céu, dando corpo a um espaço lúdico de recreio entre as formas geométricas construídas. A obra arquitetónica conta ainda com um auditório onde será exibido o Ciclo de Cinema “Os Meus Pais/My Parents” ao ar livre nas noites quentes de Verão. A partir de um material singular e de um exercício de composição e rigor geométrico, “Jardins de Pedra” conjuga várias funções numa forma, várias formas numa unidade, muitas possibilidades num programa de transformação.
MSC Cruzeiros parte à descoberta e preservação da Ocean Cay A
pouco menos de três meses da Ocean Cay MSC Marine Reserve receber os seus primeiros viajantes, a MSC Cruzeiros, maior companhia privada de cruzeiros do mundo revelou mais detalhes sobre a experiência única que se encontra à espera dos viajantes. A visão para a ilha é que os hóspedes mergulhem na beleza natural dos arredores das Bahamas, tendo a “Ocean Cay sido criada com base num profundo compromisso para com os princípios ecológicos”, desde ao nível dos locais que foram construídos até à forma como a ilha é gerida, ou às atividades disponibilizadas na ilha. Os trabalhos continuam em desenvolvimento de modo a criar oportunidades para que os viajantes aprendam, através de programas de entretenimento dedicados, sobre a proteção dos oceanos e a importância
de preservar os recifes de coral, assegura o operador turístico. “As Bahamas são reconhecidas pelas suas maravilhosas águas azuis e praias de areia branca, enquanto os oceanos nesta parte do mundo acolhem um ecossistema especial e diversificado que precisa de ser preservado para o futuro. Como parte do desenvolvimento da Ocean Cay, a MSC Cruzeiros está a trabalhar para estabelecer o plano de restauração dos recursos marinhos, incluindo habitats e espécies existentes na região. Isto vai incluir a restauração de corais ameaçados e a implementação de outros programas de conservação e pesquisas”, adianta a companhia. A ilha está situada em áreas protegidas e abrange 165 quilómetros quadrados, mas a ambição é ampliar ainda mais, de modo a garantir um
impacto ainda maior. “Os viajantes da MSC Cruzeiros terão uma oportunidade incrível para descobrir as maravilhas do oceano nesta parte especial do mundo”. Para entender melhor as necessidades de conservação e delinear as principais iniciativas ambientais, a MSC Cruzeiros encomendou uma avaliação ecológica rápida (rapid Ecological Assessment) que disponibilizou uma visão geral a curto prazo acerca das águas em redor da Ocean Cay.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 29
fazer bem Hacer bien
Repsol lança um fundo de investimento de impacto social no valor de 50 milhões de euros A
Repsol lançou, através da sua Fundação, um fundo de investimento social, com 50 milhões de euros, que serão destinados ao investimento e desenvolvimento de uma carteira de empresas sociais focadas na transição energética e inclusão de grupos vulneráveis em Espanha. O fundo, gerido através da empresa Repsol Impacto Social, prevê destinar, antes de finalizar este ano, cinco milhões de euros ao seu desenvolvimento inicial e ao investimento nas primeiras startups sociais. O objetivo é entrar numa fase inicial do desenvolvimento destas empresas e ajudá-las a crescer e a serem rentáveis, aproveitando o apoio e as forças da Repsol.
“O objetivo é que todas as startups sociais sejam economicamente sustentáveis por si mesmas no tempo e que possam assim reinvestir os resultados gerados”, destaca a Repsol. Como parte deste projeto, foi assinada uma aliança com a Fundação Ship2B e a Open Value Foundation, entidades de referência em Espanha no investimento de impacto social, assim como com as primeiras startups nas quais vai investir, com o fim de impulsionar os seus planos de crescimento. A Repsol e a sua Fundação vão envolver-se na gestão das empresas nas quais terão participação para ajudá-las a crescer e, deste modo, gerar mais oportunidades para grupos vulneráveis. A Repsol
compromete-se a reinvestir os resultados positivos que possam ser gerados no crescimento destas e outras startups sociais, no que representa a principal iniciativa do denominado investimento de impacto social em Espanha até à data. Através deste fundo, a Repsol e a sua Fundação entram no setor do investimento de impacto social, até agora pouco desenvolvido em Espanha, e consolidam-se como referências no investimento social no país, onde ainda há 8,5 milhões de pessoas em risco de exclusão. Com um investimento previsto de 50 milhões de euros, o fundo nasce com a ambição de contar com uma dezena de empresas participadas no ano de 2025.
Projeto educativo da Fundação La Caixa e do BPI com mais de 12 mil visitantes O projeto educativo Creactivity, da Fundação La Caixa e do BPI, que desde 2018 já passou por mais de 50 cidades em Portugal, contou com um total de mais de 12.700 visitantes só no primeiro semestre de 2019. O Creactivity é um autocarro que se converte numa unidade móvel, desenhado para despertar o engenho, a destreza e a criatividade das crianças e jovens. Neste momento, o projeto está a percorrer o Algarve e em agosto desloca-se para os Açores. O Creactivity tem por objetivo estimular a capacidade de conceção e o desenvolvimento de soluções originais para problemas simples. Os jovens em idade escolar participam em atividades com
30 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
materiais do quotidiano e ferramentas com diferentes graus de tecnologia para dar vida às suas próprias ideias. O Creactivity ganha forma dentro de um autocarro que se converte numa unidade móvel totalmente adaptada para pessoas com mobilidade reduzida, facilitando tanto o acesso como a participação nas diversas atividades. O espaço divide-se em quatro áreas: Mecânica, Vento, Eletricidade e Luz. Em cada um deles os visitantes poderão usufruir de diferentes experiências que envolvem a ciência, a tecnologia, a engenharia, a arte e a matemática. De uma forma lúdica e colaborativa, o Creactivity permite explorar os materiais, planear, criar
novos desenhos, utilizar materiais comuns e dar-lhes novas funções, através de propostas abertas e interdisciplinares. Também se trabalham outras competências mais transversais, como hábitos de aprendizagem cooperativos, autoconhecimento para a aprendizagem e a criação e realização de projetos. O sistema de aprendizagem do projeto Creactivity inspira-se no movimento Tinkering Exploratorium, que combina tecnologias digitais e físicas para o design criativo e a construção e personalização de objetos com um objetivo lúdico e utilitário. Trata-se de um novo paradigma que coloca a criatividade e o desenho num plano central.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
Hacer bien
fazer bem
Santander assina compromisso para o financiamento sustentável em Portugal O Santander assinou no passado dia 8 de julho, juntamente com outras instituições, a Carta de Compromisso para o Financiamento Sustentável em Portugal. A cerimónia, realizada em Lisboa, contou com a presença do ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que preside à Conferência “Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 - O papel do financiamento sustentável”. A missão deste grupo é um alinhamento entre todas as áreas do setor financeiro em Portugal para a identificação de obstáculos e soluções que permitam acelerar o financiamento sustentável em Portugal, com a intenção de assegurar a transição energética e exponenciar novas oportunidades para a economia. Esta Carta de Compromisso vem ao encontro dos desafios assumidos pelo Santander, nomeadamente no que diz respeito ao crescimento sustentável, promovido através do financiamento à utilização de energias renováveis, à adoção de infraestruturas inteligentes e à implementação de novas tecnologias agrícolas e produtivas, mais efi-
cientes e sustentáveis, com o objetivo de contribuir para uma economia de baixo carbono. Reforçando este posicionamento, o banco disponibiliza a Linha de Crédito para a Descarbonização e Economia Circular, que tem uma dotação máxima de 100 milhões de euros. Esta linha destina-se a microempresas e PME certificadas pelo IAPMEI, com sede em território nacional. Com taxas bonificadas, o prazo máximo das operações é de 10 anos. Na mesma Conferência foi, ainda, divulgado o relatório “Linhas de orientação para acelerar o financiamento sustentável em Portugal”, que resulta do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Reflexão, coordenado pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética, que, em parceria com os ministérios das Finanças e da Economia, teve por objetivo desenvolver um diálogo estruturado com o setor financeiro nacional, de forma a promover e acelerar as práticas de investimento sustentável em Portugal. “O setor financeiro tem aqui que
assumir o seu papel, incorporando nas políticas de investimento e ofertas de novos produtos financeiros os objetivos adequados à neutralidade carbónica. É essencial chamar o setor financeiro português a este desafio”, afirmou Joao Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, na conferência. O ministro adiantou que este é um “desafio à escala mundial no qual Portugal não quer perder a liderança”. Para atingir o objetivo, serão necessários cerca de mil milhões de euros, acrescentou. Ainda na mesma conferência, o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, alertou para a transferência de custos de investimentos “que deviam ser suportados pelas gerações presentes” para as gerações futuras. Já sobre a interligação entre a sustentabilidade ambiental e financeira, Carlos Costa afirmou que “só é possível estabelecer ponte entre os dois se a política regulatória e a política em geral espelharem os balanços e as externalidades” ambientais, sociais e de governo.
Pingo Doce lança detergente com embalagem de plástico dos oceanos A
cadeia de distribuição Pingo Doce lançou, no passado dia 8 de junho, e para comemorar o Dia Mundial dos Oceanos, um detergente de loiça com uma embalagem que incorpora plástico proveniente do meio marinho, recolhido pela Waste Free Oceans (WFO). A embalagem do Detergente Concentrado Oceano Ultra Pro é feita com 11% de resíduos marinhos, sendo os restantes 89% provenientes de plástico reciclado pós-
-consumo. “Os 11% de plástico da garrafa Ultra Pro são recolhidos no meio marinho, reduzindo a poluição por plástico nos rios, mares e oceanos. Esta recolha é feita pela WFO, através de parcerias com pescadores que utilizam redes para o efeito. Dos materiais recolhidos, é o PET reciclado das garrafas de plástico que utilizamos na nossa garrafa Ultra Pro”, afirma a marca do grupo
Jerónimo Martins. Esta embalagem segue, desta forma, os princípios da economia circular. A marca portuguesa garante ainda que “em 300 mil garrafas produzidas pelo Pingo Doce, foram utilizados mais de 7.500 quilogramas de plástico reciclado, em que cerca de 825 quilogramas foram recolhidos do meio marinho”.
Textos Olga Hernández olga@ccile.org Foto DR AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 31
fazer bem Hacer bien
UE apoia projeto para reduzir impactos do uso de pesticidas C ientistas, empresários, produtores e associações de agricultores de seis países (Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália e Portugal) juntaram-se em consórcio, com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras que permitam reduzir os impactos negativos do uso de pesticidas no cultivo de fruta e vegetais. O projeto europeu OPTIMA (Optimised Pest Integrated Management to preci-
sely detect and control plant diseases in perennial crops and open-field vegetables), que envolve uma dezena de investigadores das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Economia (FEUC) da Universidade de Coimbra, obteve 3,5 milhões de euros de financiamento do programa comunitário Horizonte 2020. Os cientistas da equipa de Coimbra integram três grupos de investigação (na foto). Com esta verba, o consórcio liderado pela Universidade de Agricultura de Atenas (Grécia) está a desenvolver uma abordagem integrada e holística para a gestão do problema dos pesticidas, avaliando todos os aspetos críticos relacionados com a sua utilização no cultivo de fruta e vegetais, assente em
quatro pilares: previsão, deteção, seleção e aplicação. Ou seja, pretende-se “melhorar o tipo de pesticidas disponíveis no mercado e a forma como eles são aplicados na agricultura, introduzindo novos biopesticidas (bio-PPPs, substâncias produzidas a partir de microorganismos ou de produtos naturais para o controlo de pragas) e técnicas inteligentes de pulverização, para aumentar a segurança alimentar e reduzir os impactos para a saúde humana e ambiente”, explica Fausto Freire, coordenador da equipa portuguesa e docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC. A primeira fase do estudo tem a duração de três anos e tem como enfoque a investigação e avaliação de pesticidas biológicos e sintéticos, bem como o seu uso combinado para maximizar o sucesso no controlo de doenças e pragas.
Zippy participa na limpeza das praias portuguesas A
Zippy uniu-se recentemente à Bandeira Azul, no movimento “Trash Tag Challenge”, para promover a limpeza das praias portuguesas, tendo desenvolvido uma ação de team building de caráter social com os seus colaboradores. O objetivo da ação é sensibilizar e consciencializar a comunidade para as questões ambientais e para a importância deste tipo de iniciativas na manutenção da sustentabilidade e na preservação do património natural. O desafio foi lançado a cerca de uma centena de colaboradores da Zippy que realizaram uma ação de recolha de lixo na praia de Leça da Palmeira, uma praia considerada limpa. Durante esta ação de limpeza, a equipa da Zippy recolheu essencialmente garrafas de plástico, plásticos de pequenas dimensões, redes e artigos de pescas, e 32 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
variados resíduos sólidos. “Dentro do universo Sonae, onde se inclui a Zippy, temos vindo a perceber que, cada vez mais, os nossos colaboradores se preocupam com estas questões e promovem muito proativamente algumas iniciativas internas. Esta foi uma delas e vamos continuar a desenvolver este tipo de ações, que contribuem também para um fortalecimento da nossa cultura interna”, revela Joana Ribeiro da Silva, administradora da Zippy. A nova iniciativa da Zippy segue-se ao recente anúncio da marca de um conjunto de medidas de sustentabilidade no sentido de eliminar cerca de 1,7 milhões de sacos de plástico por ano em Portugal, substituindo-os de forma gradual, até 2021, por sacos e envelopes de papel reciclado. A preocupação da Zippy com a sua sustentabilidade tem sido também visível
pela melhoria da sua eficiência energética, procurando otimizar os consumos de energia das suas lojas. O projeto “Plano de Poupança Energética”, lançado em 2017 pela marca, implicou a monitorização em tempo real do consumo das lojas, a introdução de alterações nos procedimentos e comportamentos dos colaboradores em loja e a renovação da iluminação de lojas para tecnologia LED. Com este projeto, a empresa conseguiu reduzir em 13% o consumo energético em base comparável.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR
Hacer bien
AGOSTO DE 2019
fazer bem
AC T UA L I DA D € 33
grande tema gran tema
Como pode
a gastronomia acelerar a economia
O potencial da gastronomia portuguesa é tão consensual como a certeza de que há ainda muito caminho a percorrer para o concretizar. A fileira da gastronomia vale cerca de 20% do PIB, mas acredita-se que o seu contributo para a riqueza nacional poderá ser mais generoso. Em que sentido deverá evoluir a gastronomia? Que erros ainda se cometem? O que falta fazer? Até que ponto pode a gastronomia solidificar a identidade portuguesa, acelerar a economia e elevar a fasquia de qualidade da restauração e do turismo, em Portugal? O antigo chefe do espanhol El Bulli, Ferran Adrià, os chefes detentores de duas estrelas Michelin José Avillez (Belcanto) e Ricardo Costa (Yeatman) e a responsável de vinhos do complexo hoteleiro Yeatman avaliam o setor e dão algumas pistas sobre como o alavancar.
A
Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
comida emociona, interpela todos os sentidos, resgata memórias e é matéria-prima de novas memórias. Sem qualquer hesitação José Avillez admite já ter-se emocionado com a sua versão da couve do cozido à portuguesa. Ricardo Costa elege a sua recriação do leitão à Bairrada, uma região que o chefe de Aveiro, conhece bem. Ferran Adrià desmonta o jogo de sensações que a gastronomia favorece: “O ato de comer ou beber é o processo sensorial e percetivo mais complexo que existe. A degustação e o sexo são as únicas atividades humanas que usam os cinco sentidos, no entanto a comida é muito mais complexa, pela variedade de produtos e de combinações. 34 act ualidad€
agosto de 2019
A este poder de mexer com cada um de nós individualmente e ao poder de nos nutrir, acresce o poder de mexer transversalmente com a economia, de "alimentar" . Um bom exemplo disso é Espanha. “A inovação culinária em Espanha mudou completamente o setor e a imagem de Espanha no turismo mundial”, disse também Ferran Adrià, na sua mais recente visita a Portugal, no passado dia 17 de junho, para protagonizar o Estrella Damm Gastronomy Congress 2019. O lendário chefe do restaurante distinguido com três estrelas Michelin El Bulli, encerrado em 2011, "por ter atingido o seu máximo de criatividade" (quando tinha uma lista de espera de meio ano e depois de ter sido declarado cinco vezes como
o melhor restaurante do mundo, de acordo com a The 50 World’s Best Restaurants), não tem dúvidas de que Portugal tem tudo para chegar a um patamar semelhante. “Em 2002, em Lisboa havia a cozinha tradicional portuguesa ou arte culinária francesa”, recorda o cozinheiro, realçando que “o que sucedeu nos últimos cinco anos é incrível”. Ferran Adrià considera que “Espanha tem os melhores produtos do mundo” e que “Portugal tem também produtos extraordinários, parecidos com os produtos espanhóis”. À qualidade da matéria-prima, Portugal alia “tradição e história”, pelo que a chave é colocar “os criativos a dialogar com a tradição, sempre com a qualidade como prioridade”, argumenta o chefe catalão,
gran tema grande tema
frisando que “o turismo de qualidade quer gastronomia e variedade”. Importa também saber vender todo o pacote: “Se não te vendes como te vão comprar? Se os portugueses são fantásticos têm que pensar porquê e em quê? Que vantagens tem a gastronomia portuguesa? Os portugueses inventaram a tempura japonesa. Como não há nenhum restaurante de tempura em Portugal? É incrível a História de Portugal e a influência que os portugueses têm no mundo. Portugal tem esta oportunidade. Não existe nenhum museu importante de restauração e gastronomia. Pode estar em Lisboa. É preciso fazer um estudo de marketing sério para chegar a essas respostas. Tem que haver coragem e eficiência.” O chefe acredita que se Portugal seguir esta receita, dentro de pouco tempo chegará a um nível muito alto: "Vocês têm as bases para crescer. Apenas terão de acreditar e de saber vender-se (aspeto fundamental). Terão de ser ambiciosos e confiar. Com a vossa história e com
os produtos que têm ao vosso dispor, terão certamente um futuro incrível. Toca a trabalhar!” Durante a sua apresentação (ver caixa da página 36), o antigo cozinheiro catalão deixou vários conselhos sobre restauração, gastronomia e gestão. A Actualidade procurou somar a esta outras opiniões de algumas das figuras com maior representatividade na gastronomia portuguesa sobre o papel que o setor ocupa, bem como sobre a melhor forma de concretizar o seu potencial. A gastronomia interceta o setor primário, o industrial e o dos serviços e beneficia da crescente massa crítica que o boom do turismo tem trazido ao país, pelo que é cada vez mais um motor essencial da economia portuguesa. Ferran Adrià foi um dos responsáveis pelo pódio que a cozinha espanhola atualmente ocupa: “Todos, no El Bulli, sabíamos que estávamos a fazer uma coisa importante. O El Bulli era a nossa prioridade, dedicávamo-nos a criar, a abrir caminhos
para outros entrarem e explorarem. Passaram muitas pessoas por lá, que hoje são figuras de proa na cozinha dos seus países. O mais importante sucesso do El Bulli foi ter posto milhares de pessoas a pensar. Fazer pensar é a coisa mais importante que existe. Para criar e inovar é preciso pensar.” Ferran Adrià integra o grupo de cozinheiros que operaram “uma verdadeira revolução na gastronomia espanhola”, ganhando reconhecimento e notoriedade mundiais. “Em Barcelona, no ano 1985, havia cozinha tradicional catalã e arte culinária francesa”, recorda o chefe, consciente de que o que se passou depois foi fundamental para colocar a gastronomia espanhola no topo. Na gala ibérica do reputado guia de restauração Michelin, que decorreu em Lisboa, em novembro do ano passado, Espanha viu 206 restaurantes a serem distinguidos com estrelas, sendo o quinto país com mais estrelas em todo o mundo, numa lista liderada pelo Japão. França é o AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 35
grande tema gran tema
Ferran Adrià: "Se não te entendem é porque já estás inovar"
Na sua passagem por Portugal, Ferran Adrià, tratou de pôr a gastronomia na devida perspetiva e lembrou-nos que o ato de comer ou beber “é o processo sensorial e percetivo mais complexo que existe”. Ferran Adrià acrescentou que a “degustação e o sexo” são as únicas atividades humanas que usam os cinco sentidos”, no entanto “a comida é muito mais complexa, pela variedade de produtos e de combinações”. Se é verdade que não existiria humanidade sem alimentação, já a atividade da restauração é recente, observa o chefe catalão: “Os restaurantes gastronómicos no Ocidente só tem 240 anos. O primeiro livro de um cozinheiro que teve um restaurante é de 1825. Antes o que havia era a cozinha das cortes.” A expressão “alta cozinha” também é “uma modernice”, já que “antes se falava de arte culinária”. Ferran Adrià considera fundamental conhecer a história da cozinha e continuar a registá-la: “Se tens um restaurante e não conheces os 12 cozinheiros mais importantes da história, algo falha. Convém conhecer aquilo a que nos dedicamos. A criação gastronómica não foi universitária. Estes estudos vão sendo feitos. No vinho há grandes conhecedores, mas não
36 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
uma grande enciclopédia sobre o vinho. Sobre os cocktails, além das receitas, há pouco conhecimento.” Preencher esta lacuna de conhecimento é a missão a que se dedica Ferran Adrià desde que decidiu fechar o El Bulli. Para tal criou a Fundação El Bulli (elBullifoundation), cujo objetivo é “estudar a gastronomia de uma forma holística”. O projeto começará a ganhar forma no verão de 2020, adianta: “Num espaço de seis mil metros quadrados teremos um arquivo e um museu. Marcel Duchamp é quase tão importante como Picasso na arte, mas não tem museus e por isso é menos conhecido. Vamos refletir, experimentar e investigar sobre inovação na gastronomia. A linguagem primária é a cozinha, mas tocará tudo o resto. Sabem como funciona o cérebro num restaurante? Os sistemas básicos e complexos. Trabalhamos com a atenção e concentração; depois com a sensação e perceção e por último a memória. No pensamento, entram a inteligência e a linguagem. Tudo o que fazemos nesta vida é com estes processos cognitivos.” Autodidata, homem de negócios, durante muitos anos considerado o melhor cozinheiro do mundo, Ferran Adrià mostrou o vídeo do último
jantar que o El Bulli serviu, um jantar festivo: “Dois milhões de pessoas à espera, cinco vezes melhor restaurante do mundo e fechas. Acharam que estávamos arruinados, que os sócios se tinham zangado. Nada disso. Na vida temos que saber quando é o fim. Dedicávamo-nos a abrir caminhos, a romper com o estabelecido, a isto chama-se vanguarda. E para isso temos que estar sempre no limite e chega um dia que sentirmos que atingimos o limite. Mas deixamos sementes. O El Bulli não ganhava dinheiro porque não queria ganhar dinheiro. Poderíamos cobrar o que quiséssemos. As pessoas pagariam dois mil euros, mas o menu só custava 225 euros porque o nosso modelo de negócios estava baseado em termos outros negócios e o restaurante ser o mais puro possível. Recebemos ofertas de um milhão de dólares para cozinharmos ao domicílio e não fomos. Estávamos loucos, mas creditávamos em alguma coisa. O mais importante não era a cozinha, mas a sua filosofia. Éramos uma equipa. Os cozinheiros levavam o seu tabuleiro à sala porque eram apenas mais um. Reuníamos todos os dias. Adotámos o modelo americano. Fizemos muitas coisas inovadoras e disruptivas e outras adaptámos. Os biberões dos molhos foram introduzidos por nós nas cozinhas, inspirados nos EUA. As pinças eram usadas por nós para comer. Não poderíamos comer com pauzinhos se não diriam que estávamos a fazer comida japonesa e então criámos as pinças. O El Bulli foi o primeiro atelier de cozinha do mundo. Eu pensei que se as empresas tem I&D por que não poderíamos ter também. Se as pessoas não te entendem já estás a inovar. Vocês também o podem fazer. Sonhem e consegui-lo-ão. Simplesmente há que ser honesto. Tínhamos muitos
gran tema grande tema
defeitos, mas fizemos um mundo maravilhoso com grandes cozinheiros. Alguma coisa se passava ali. Todos sabíamos que estávamos a fazer uma coisa importante. Para criar e inovar é preciso pensar. É o que tenho feito nos últimos anos da minha vida. Todos gostaríamos de ter tempo para pensar. Em vez de comprar Ferraris ou um iate, preferi ter tempo para pensar.” O antigo chefe advoga que a sua fundação possa ser um espaço para pensar, que permita inovar. Ferran Adrià tem consciência de que o negócio de restauração é muito duro: “50% dos restaurantes não duram mais do que cinco anos. E dos que funcionam, 20% não dura mais de oito anos. Se estamos a falar de negócios temos que saber porque falham.” Se no início a equipa está muito motivada, esse nível vai descendo, sobretudo quando o líder se descuida e se preocupa mais com o seu próprio umbigo do que com o negócio e a equipa, alerta. O fator paixão também é determinante no negócio: “Será que os jovens têm a paixão que tínhamos. É tudo mais mediático. Aconselho-os a ver o vídeo do último jantar do El Bulli cinco vezes por ano. Isto é acreditar em alguma coisa.” O antigo chefe adianta não voltará a ter outro restaurante, mas não se foi embora, simplesmente apaixonou-se por outro projeto: “Íamos fazer um ‘Ferrari’ e agora estamos a fa-
zer um ‘Boieng’ transatlântico. Uma fundação é para todos, para que as gerações futuras sejam melhores do que fomos. Não temos que ter medo que os jovens sejam melhores que nós. Eu acho que já são melhores que eu. Eu não falo inglês e quero que todos os jovens falem inglês. Eu não sabia nada da história da cozinha e quero que eles saibam para não serem manipulados e para que sejam eles a decidir o que fazer e quando o querem fazer. Livros de cozinha como o de Michel Guérard (um dos fundadores da nouvelle cuisine), que li na década de 80, mudaram a minha vida.” Para que possam aprender e estagiar em, boas cozinhas, os jovens deveriam beneficiar do apoio da indústria alimentar, sustenta Ferran Adrià: “Sou muito crítico com a indústria da alimentação. Os consumidores compram, as empresas faturam e o que devolvem ao mercado? Gasta-se muito dinheiro com a alimentação. Quantas bolsas há em Portugal para financiar estágios nesta área? Não há. Seria simples. O setor alimentar deveria financiar estágios na gastronomia Quando deixei o restaurante, deixei todos os negócios para me concentrar na fundação. Mantive poucas relações e uma delas foi com a Estrella Damm e o motivo principal é porque cuidam da gastronomia, ganham dinheiro e devolvem, ajudando muito os jovens no setor da restauração.”
"Os portugueses inventaram a tempura japonesa. Como não há nenhum restaurante de tempura em Portugal? É incrível a História de Portugal e a influência que têm no mundo. Portugal tem esta oportunidade."
segundo país com mais restaurantes estrelados, seguida da Alemanha e da Itália. Com 13 dos seus restaurantes entre os melhores do mundo, de acordo com a avaliação “The 50 World’s Best Restaurants” (três dos quais entre os dez primeiros), Espanha é o país com mais restaurantes na referida lista, sendo uma inequívoca potência gastronómica no mercado internacional. O relatório “A gastronomia na economia espanhola”, publicado este ano pela consultora KPMG, informa que a fileira da gastronomia (que inclui a produção agrícola, a distribuição e a restauração e hotelaria) é responsável por 388.000 milhões de euros, o equivalente a 33% do Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha, e gera emprego para 3,73 milhões de trabalhadores (18% do total). A consultora acrescenta que “os produtos alimentares representam 17% do total do comércio externo espanhol” e “15,5% dos gastos realizados pelos turistas internacionais quando visitam Espanha”. A gastronomia espanhola é sem dúvida um dos maiores trunfos do país, um dos seus bastiões de identidade, autenticidade e genuinidade. Já em Portugal, a fileira gastronómica valia, em 2015, o correspondente a 20% do PIB nacional, à época (terá sido Miguel Poiares Maduro, na qualidade de ministro do Desenvolvimento Regional, do anterior Governo, que encomendou o estudo). Para dilatar este valor e, eventualmente, o seu contributo para o PIB nacional, o que falta fazer? Ou seja, antes de percebermos o que a gastronomia pode fazer pela economia portuguesa, temos que perguntar o que devemos fazer pela gastronomia. As palavras de Ferran Adrià apontaram alguns dos possíveis caminhos a seguir para elevar a restauração e a gastronomia (ver caixa da página 36). Também falámos com AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 37
grande tema gran tema
José Avillez: "Não há nenhum país que tenha crescido
Em 2001, “os estrangeiros consideravam a comida portuguesa boa, mas pouco excitante, diziam que que não era bonita, nem sexy”. A esta conclusão chegou José Avillez, que entrava na cozinha por via da investigação, com uma tese de licenciatura (em Comunicação Empresarial) sobre a identidade e a imagem da gastronomia portuguesa. Esse estudo, que contou com a orientação da gastrónoma Maria de Lourdes Modesto, daria hoje resultados diferentes, não duvida. Para essa mudança contribuíram chefes como o próprio José Avillez, que passou da tese à prática, em restaurantes como o da Fortaleza do Guincho (Cascais), bem como na Quinta do Monte d'Oiro do gastrónomo e vitivinicultor José Bento dos Santos. Internacionalmente, estagiou nas cozinhas de Alain Ducasse, Éric Fréchon e Ferran Adrià: “Este estágio mudou a minha vida. Aprendi a pensar mais além do que está à nossa frente.” A primeira estrela surge ao serviço do restaurante Tavares, em 2009. Volta a ser distinguido em 2012, já no Belcanto, que ganhou a segunda estrela em 2014 e en-
38 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
trou recentemente para a lista dos The 50 World’s Best Restaurants, ocupando a 42º posição. A par do Belcanto, o chefe lançou e gere outros espaços de restauração, em Lisboa, no Porto, em Cascais e no Dubai. Bagagem mais do que suficiente para avaliar o atual estado da gastronomia em Portugal: “Passámos a ser conhecidos como país e o país é relacionado com a boa cozinha tradicional. Antes não tínhamos massa crítica. Foi muito importante o turismo, que já não se limita a Lisboa. O Porto, o Douro o Alentejo e as outras regiões são também muito procuradas. Por um lado, a gastronomia deixou-se contagiar por ingredientes e influências de outros países, mas também é verdade que a boa cozinha procura ser cada vez mais uma cozinha feita com ingredientes locais, frescos e que não precisam de frigorífico. Perto da cidade temos bons ingredientes. Essa sempre foi a vantagem da cozinha tradicional portuguesa. Um tomate perde metade do sabor depois de ir ao frigorífico.” A cozinha evoluiu porque os chefes evoluíram, advoga José Avillez:
“Não há nenhum país que tenha crescido gastronomicamente sem ter sido impulsionado pelos seus chefes. Espanha é um excelente exemplo disso. Nós, individualmente, não somos piores que Espanha, mas coletivamente, os espanhóis trabalham melhor do que nós. Unem-se em torno de objetivos comuns porque acreditam que há um bem maior a proteger.” O cozinheiro também reconhece que há mais chefes e com melhor qualidade porque há mais clientes: “Abriram muitos restaurantes, mas também fecharam muitos. O ritmo de abertura acalmou, com a especulação no mercado imobiliário. Penso que o turismo não esticará muito mais. Este ano já se sentiu mais a sazonalidade." O chefe nota que começámos a ser reconhecidos internacionalmente: "Sinto muito isso, até pelos convites internacionais que recebo. Há uma maior atenção sobre Portugal e também sobre a gastronomia portuguesa.” É verdade que talvez não haja ainda um prato português reconhecido no mundo, como a paelha espanhola, ou a lasanha italiana, porém o chefe considera que também se deve ter cuidado com os clichés: “A cozinha viaja mal. Até a água é diferente de região para região, mesmo dentro do próprio país e isso interfere com o resultado final.” Para elevar a notoriedade positiva da gastronomia portuguesa, em Portugal e no resto do mundo seria necessário mais trabalho de equipa, sustenta José Avillez: “Estamos a fazer o que é preciso, mas não temos um grande apoio estatal. A melhor forma de promover a gastronomia portuguesa é promover os chefes portugueses. Ninguém viaja para comer num
gran tema grande tema
gastronomicamente sem ter sido impulsionado pelos seus chefes" restaurante de comida tradicional portuguesa, mas eu sei que viajam para vir ao Belcanto. Os chefes são os grandes embaixadores de gastronomia do mundo inteiro. Veja-se o caso do Noma, que pôs a cozinha escandinava no mundo. Não há uma estratégia concertada entre as diferentes entidades que têm responsabilidades nesta matéria, quer a nível local, quer a nível nacional. Todos estão a trabalhar, mas não de uma forma organizada e pensada como um todo. Não há uma verdadeira compreensão de que a gastronomia pode ser o motor do turismo de qualidade que queremos ter e, consequentemente, do crescimento da economia. O surf traz cá muita gente, o golfe também e todos essas pessoas comem. Associar a gastronomia de qualidade a estas atividades é fundamental. Eu estive num safari em Zamzibar e tudo aquilo é fantástico, mas comia-se mal. Não quero lá voltar. A comida marca. Em Portugal, já existem chefes com bons projetos e é fundamental que isso contagie toda a restauração. É preciso fazer crescer isto em bloco para ter mais força.” O chefe diz que temos o mais importante, produtos de qualidade: “Nós produzimos vinhos em todas as regiões do país, mas os consumidores estrangeiros não sabem disso, desconhecem a nossa diversidade. Não temos escala para produzir em quantidade, mas temos a possibilidade de produzir produtos com elevada qualidade, produtos de topo, destinados a nichos. Aí é que podemos fazer a diferença.” Outra área que carece de reformulação, na opinião de José Avillez é a formação: “Eu não fiz o curso tradicional, fui fazendo várias formações, a maioria delas práticas,
como aconteceu no El Bulli. Apesar de reconhecer o bom trabalho de várias pessoas na área, como o chefe Nuno Diniz, por exemplo, não acredito no atual modelo de escola. O ideal seria intercalar teoria/estágio/teoria. Tal como disse Ferran, é preciso saber técnica, mas também é preciso conhecer a história da gastronomia, saber matemática, gestão, falar outros idiomas.” O chefe constata que o mais grave “é a iliteracia de muitas das pessoas” que lhe passam pelas mãos: “Falta-lhes muita curiosidade. Temos uma cultura de facilitismo, a ideia de que
"O inconformismo é maior nos espanhóis e nos brasileiros, por exemplo. Procuram investir mais em viagens para descobrir outras gastronomias, para evoluírem como cozinheiros. Não vejo os portugueses a fazerem tanto isso” é fácil chegar ao topo. É impossível ser muito bom sem sacrifício. Tudo tem um preço. Em 10 anos, passei duas passagens de ano em família. Adoro o que faço, mas também faço sacrifícios. Quem vem para esta vida tem que ter presente que nós trabalhamos quando os outros se estão a divertir. Não tem nada de glamoroso fazer a mesma coisa todos os dias. Porém a arte de bem servir gera um feedback impagável. É um alimento
diário. A sensação de criar algo novo é a melhor do mundo. Tenho muita esperança nas gerações mais jovens, mas queria ter mais certezas. Falta-nos força e mais conteúdo e massa crítica. Queria ver os chefes mais novos muito descontentes com o que já conseguiram, mais exigentes, com mais garra e determinação. Eu lia um livro de gastronomia por semana, os clássicos. Sinto que o inconformismo é maior nos espanhóis e nos brasileiros, por exemplo. Procuram investir mais em viagens para descobrir outras gastronomias, para evoluírem como cozinheiros. Não vejo os portugueses a fazerem tanto isso.” Sobre o seu próprio percurso, o chefe diz que o objetivo é sempre trabalhar melhor. A terceira estrela é claramente um objetivo: “Acho que com o que fazemos atualmente, o Belcanto já é um três estrelas. Penso que a terceira estrela vai acontecer.” Quanto à expansão da marca José Avillez e dos seus restaurantes, o chefe e gestor avança que não alargará muito mais geograficamente porque já passa demasiado tempo no avião. O projeto “Tasca”, no Dubai resultou de um convite e o chefe reconhece que é importante lá estar: “O Dubai é atualmente um dos mais relevantes clusters de gastronomia do mundo, é uma montra mundial de negócios, a par com Nova Iorque e Londres. É um mercado muito difícil, onde fecham e abrem muitos restaurantes, onde estão as grandes cadeias internacionais. É importante para a gastronomia portuguesa estarmos lá. Servimos cozinha portuguesa contemporânea. Servimos cerca de 30 quilos de ameijoas à Bulhão Pato por semana. Não conheciam o carabineiro e têm a oportunidade de o consumir no nosso espaço, assim como o polvo à Lagareiro.”
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 39
grande tema gran tema
Ricardo Costa: "Os restaurantes de comida tradicional podem melhorar" Natural de Aveiro, Ricardo Costa põe a sua recriação do leitão à Bairrada entre as suas melhores obras. Conhece bem a excelência do prato e do produto e garante que o seu "usa uma técnica diferente, mas sabe a leitão à Bairrada". O chefe é um "entusiasta da gastronomia portuguesa, formou-se na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, tendo passado por hotéis e restaurantes em Portugal Continental, Madeira, Espanha e Inglaterra. Foi chefe de partida no "El Girasol”, com o chefe Joachim Koerper; subchefe no Sheraton Porto Hotel & Spa, com o chefe executivo Jerónimo Ferreira e foi chefe de cozinha no restaurante "The Portal”, em Londres, durante dois anos. Ganhou a sua primeira estrela Michelin, no restaurante Largo do Paço, na Casa da Calçada (Amarante), em 2009, e manteve-a em 2010, altura em que passa a chefiar a equipa de gastronomia do hotel e do restaurante The Yeatman. No ano seguinte chega a primeira estrela do The Yeatman, que se mantém até 2017, ano que em que o restaurante ganha as duas estrelas, renovadas na última edição do guia. “A primeira estrela foi fundamental para mim, deu-me a conhecer e fez-me chegar ao The Yeatman. Tem sido
uma experiência ótima porque o
The Yeatman é um palco internacional. O Guia Michelin é muito importante e penso que é feito de forma credível”, comenta o chefe, que gostaria de ver o país com mais restaurantes distinguidos pelo guia: “O país precisa de uma base mais sólida para continuar a amealhar estrelas. Há muitos segmentos da restauração estagnados e que precisam de evoluir. A Tailândia tem restaurantes de rua com estrelas. O nosso país não tem uma estratégia política concertada. Estamos a beneficiar do crescimento do turismo, mas ainda não nos sabemos vender, em termos gastronómicos.” Ricardo Costa concorda que “a
José Avillez, detentor de duas estre- tora de vinhos, Beatriz Machado las no Guia Michelin, no seu restau- (caixa da página 42). rante Belcanto (Lisboa), e criador e dono de vários outros projetos Porto acolherá Melting Gastronomy de restauração (caixa página 38). Summit, em novembro Quisemos ainda saber a opinião de O futuro da gastronomia tamdois dos responsáveis pelo sucesso bém vai estar em debate no Melting do hotel vínico de cinco estrelas The Gastronomy Summit, agendada para Yeatman (Gaia), nomeadamente o os dias 14, 15 e 16 de novembro chefe executivo do restaurante duas de 2019, no Edifício da Alfândega estrelas Michelin do hotel, Ricardo do Porto. A cimeira é organizada Costa (caixa da página 40), e a dire- pela Associação para a Promoção
da Gastronomia e Vinhos, Produtos Regionais e Biodiversidade. António Sousa Cardoso, presidente da AGAVI, explica quais os objetivos do evento: “Queremos que Portugal ganhe o poder de convocatória internacional para reunir de dois em dois anos os agentes mais importantes da gastronomia e vinhos a nível mundial. Tanto chefes de cozinha, como enólogos, escritores, críticos, importadores, distribuidores, empreendedores
40 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
"Há muitos
segmentos da restauração estagnados e que precisam de evoluir. A Tailândia tem restaurantes de rua com estrelas. O nosso país não tem uma estratégia política concertada"
gran tema grande tema
gastronomia portuguesa melhorou bastante nos últimos anos”, ao que não será alheio o boom de restaurantes, que se tem verificado. “Temos história, temos bons produtos, temos muito potencial. Podemos fazer mais e solidificar as nossas bases”, diz o chefe, apontando o caso dos restaurantes mais tradicionais: “Os restaurantes de comida tradicional podem melhorar. Não são devidamente valorizados e não se valorizam o suficiente. Em Portugal, temos ainda poucas estrelas. Temos muitas marisqueiras, mas nenhuma com estrela. O mesmo acontece com os restaurantes de leitão, na Bairrada. Os produtos são de excelência, mas alguma coisa falha. Penso que falha o serviço, falha o cuidado com os detalhes, com o espaço, com a louça. O serviço de vinhos pode melhorar muito. No entanto, como o negócio se calhar fatura bem e alguns destes espaços são muito lucrativos, acabam por se acomodar e não investem na melhoria do serviço.” O chefe sustenta que no segmento de topo, se está a trabalhar melhor: “Os chefes procuram reunir-se, fazer coisas em conjunto, aprender uns com os outros. No campeonato abaixo, talvez haja mais rivalidade ou menor capacidade associativa.” A visibilidade e a avaliação da gas-
de todo o tipo. Queremos que daqui partam para o mundo um conjunto de novas ideias que antecipem o que se vai passar no setor: as novas tendências, os novos negócios – aquilo que as novas gerações realmente ambicionam. O evento apela ao que de melhor os portugueses fizeram no mundo. Unir continentes abrindo novas 'rotas de especiarias' que permitam trocar experiências e pôr em contacto culturas que se aproveitem
tronomia portuguesa no mundo também está aquém do que poderia estar, julga Ricardo Costa: “Falta-nos mais projeção a nível mundial. Há erros que ainda se cometem, mas penso que está a acontecer uma evolução natural.” O chefe dá exemplos dos países que estão a trabalhar melhor: “Viajo muito, experimento muito e sou muitas vezes surpreendido. Espanha continua a fazer um bom trabalho. A geração anterior deixou bases muito sólidas para a gastronomia espanhola e os novos cozinheiros estão a ser capazes de a manter no topo. Outro bom exemplo é a cozinha escandinava. Os nórdicos têm apresentado propostas muito diferentes e mudaram completamente a perceção que o mundo tinha da comida nórdica. A Ásia também é uma grande referência. Venho sempre de lá com imensa informação.” O chefe reconhece que ao nível da formação que é dada em Portugal também é preciso subir o patamar: “As pessoas chegam muito verdes. Escolhemos pelo caráter, pelo potencial, pela ambição e não pelo que sabem ou pela experiência que têm e damos-lhes a formação aqui. Se transpuséssemos esta realidade para a medicina, seria catastrófico. Há muito a melhorar ao nível da formação que é dada.”
e acrescentem. Fomos nós que levamos a tempura para o Japão, o chá para Inglaterra, o vindaloo (vindalho ou vinha d’alhos) para a Índia ou a feijoada para o Brasil, para dar exemplos mais conhecidos.” O mesmo responsável faz “uma avaliação muito positiva” do atual momento da gastronomia portuguesa: “Os chefes de cozinha portugueses foram dos que mais cresceram no mundo em termos de estrelas
Michelin. Os vinhos portugueses dos que mais distinções mundiais têm recebido e o setor agroalimentar, no seu conjunto, tem subido sustentadamente nos últimos 10 anos. As exportações, no mesmo período, subiram 60%, para um valor superior a cinco mil milhões de euros.” A notoriedade também tem vindo a crescer, sublinha António Sousa Cardoso: “Depois de Portugal, há mais de 500 anos, ter ajudado a descobrir o mundo é o mundo hoje que descobre Portugal com curiosidade e entusiasmo. O facto de sermos um país quase milenar sublinha o interesse por um conhecimento e uma experiência dos nossos produtos e o contacto com um receituário antigo que cruza a dieta mediterrânica com a dieta oceânica. Isso faz da gastronomia portuguesa e ibérica uma gastronomia única no mundo.” Há margem para crescer, assim haja “um programa público forte e aspiracional de promoção internacional do melhor da nossa gastronomia e vinhos”, defende o responsável da AGAVI, dando como exemplos “Espanha e mais recentemente o Peru”, que “fizeram isso bem e recolheram bons resultados desse investimento, projetando a sua gastronomia e vinhos a nível mundial, e com ela a indústria de turismo, que é também determinante”. António Sousa Cardoso lamenta que “na agricultura continuemos mais prisioneiros dos desígnios da PAC do que verdadeiramente apostados na revalorização do território e no aproveitamento do clima, dos terroirs e da imensa biodiversidade que temos”. A comunicação nas diferentes disciplinas políticas não é articulada da melhor forma, diz: “Começa a haver uma consciência de integração deste conjunto de políticas que não existia no passado. Ainda hoje o que é da agricultura comunica pouco com o que é da economia, do turismo ou da indústria do Mar. Ou com o que é da educação, da formaAGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 41
grande tema gran tema
Beatriz Machado: "O vinho é um excelente fio condutor para conhecer
A primeira diretora de vinhos de um hotel vínico de cinco estrelas em Portugal é responsável por “uma cave com 25.000 garrafas, que engloba uma coleção excecional de vinhos de mesa portugueses e vinhos do Porto”. Mestre em Viticultura e Enologia, pela Universidade da Califórnia em Davis, Beatriz Machado abraçou mais um projeto relacionado com o universo vínico: o World of Wine (WoW), que arrancará em Gaia no próximo ano, nos terrenos contíguos ao The Yeatman. O projeto, também detido pelo grupo Fladgate Partnership, (donos do The Yeatman e das marcas de vinho Taylor’s, Croft, Fonseca e Krohn) custará 100 milhões de euros e ocupará 30 mil metros quadrados. Nesta área, estão previstos uma escola de vinhos, um museu sobre o vinho, outro da cortiça (em parceria com a Amorim), um espaço sobre a evolução dos recipientes usados para beber, 12 restaurantes, lojas, um museu de moda e design (em parceria com a Selectiva Moda) e um museu sobre a história do Porto. Beatriz Machado confia que o projeto será um dos exemplos do que
42 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Com a futura escola de vinhos do World of Wine “pretende-se que cada pessoa seja capaz de saber que vinho deve provar, qual é o seu próprio perfil de vinho" pode ser feito para alavancar o turismo de excelência em Portugal e a imagem que Portugal terá aos olhos do mundo. “O vinho é um excelente fio condutor para conhecer Portugal”, afirma, antecipando que no final da visita à escola de vinhos “pretende-se que cada pessoa seja capaz de saber que vinho deve provar, qual é o seu próprio perfil de vinho”. Na opinião de Beatriz Machado, é desse objetivo que devem tentar aproximar-se todos os profissionais que trabalham com vinho em restauração: “É importante perceber que estilo de vinho o cliente gosta. A maioria dos profissionais
do setor comunica o vinho de forma complicada. O sommelier ou escanção é uma figura muito invasiva em Portugal. Tem que ser um fantasma que só deve aparecer, se as pessoas quiserem que ele apareça. O cliente não pode sentir que está a ser avaliado, nem que do outro lado está uma pessoa arrogante e julgadora. As pessoas não têm que perceber de vinhos, mas sabem se gostam ou não de um vinho.” Beatriz Machado considera que a gastronomia avançou a uma velocidade superior à do mundo dos vinhos: “Penso que a gastronomia está à frente do vinho, sobretudo no que concerne ao serviço. De uma forma geral, num restaurante, o serviço de vinhos é mau. As temperaturas a que os vinhos devem ser servidos raramente são respeitadas. Os copos nem sempre são os adequados. O vinho deve ter um custo inferior ao do prato, porque o não é produzido no restaurante. As pessoas que vendem o vinho não podem ganhar mais do que as pessoas que o produzem.” Acresce, que também a montante, ao nível da produção, há arestas a limar, aponta a especialista: “As garrafas também nem sempre são as adequadas. As garrafas das adegas portuguesas não respeitam a linguagem tida como universal do mundo dos vinhos. Isso faz com que os consumidores fiquem confusos, no momento de comprar o vinho. Um tinto leve, de verão, não pode ser engarrafado numa garrafa de Bordéus. Convencionou-se que determinados estilos de vinho devem estar em determinadas garrafas. Os franceses criaram essa tipologia, que é respeitada nos EUA, em Espanha, na Itália, na Austrália, mas em Portugal não. França continua a ser uma referência e deve ser
gran tema grande tema
Portugal” seguida porque é o país com mais conhecimento no setor.” Relativamente à relação qualidade preço também se observam injustiças: “Nos supermercados encontro vinhos com preços ridículos. O preço só é adequado se numa prova cega conseguimos justificar esse valor. No entanto, também me chegam vinhos pelos quais estou disposta a pagar mais do que eles custam. Provo muitos vinhos no estrangeiro e concluo que muitos vinhos portugueses custariam mais se estivessem numa prateleira de um supermercado em Londres, por exemplo. Há uma grande falta de rigor porque as pessoas não sabem avaliar o valor do vinho.” A formação no setor também é fraca, opina Beatriz Machado: “Há muita formação e interesse pelo setor dos vinhos, porém a maioria dos cursos são inconsequentes. A maioria dos que ensinam não sabem fazer. Quem dá formação tem que dar provas ao mercado e ter experiência. Quantas cartas de vinhos fez, qual é o conceito por detrás de uma carta. No The Yeatman fazemos formação interna. Acabo por contratar pela motivação que vejo na pessoa, pelo gosto que tem pelo setor, pela vontade de aprender e de trabalhar. Gostaria de encontrar pessoas com sentido de urgência, capazes de alocar o tempo ao que é preciso.” Beatriz Machado insiste que “o vinho ainda não está a par da evolução da gastronomia”, no entanto “temos um potencial enorme”. A diretora de vinhos do The Yeatman defende um roteiro à volta do vinho: “Entender cada microcosmos do vinho, perceber qual é a narrativa de cada região. Se o solo for de granito, os vinhos vão ter mais acidez. Normalmente acompanham
melhor comida com mais gordura. Está tudo associado. Gostaria de mudar a forma como as pessoas entendem o vinho. Quero ouvir as pessoas dizerem do que gostam e do que não gostam em vez de dizerem que não percebem nada.” A mesma responsável constata que as pessoas gostam de simplicidade e genuinidade: “As pessoas vêm ao Porto para comer a comida local. Quando se chega a um nível de sofisticação, quer-se viver uma experiência autêntica. As pessoas procuram o que é genuíno, o que cria uma memória, da qual não se vão esquecer. Temos que ouvir as raízes, respeitar as estações do ano e perceber o ciclo natural das matérias-primas. É a isto que temos que voltar. O sabor do que é local é melhor. Em alta cozinha o que se faz é valorizar a qualidade da matéria-prima. Mais do que as técnicas, importa não contaminar a matéria-prima e apresentá-la da melhor forma possível. O Ricardo Costa faz uma coisa espetacular com peixe que tem uma textura semelhante à do peixe cru, estando o peixe cozinhado. Esse é o nível de sofisticação que temos que ter agora. Isso não há nos EUA. As coisas têm que ser pensadas para contar a história do que se está a comer.” A gastronomia e os vinhos são cada vez mais uma das razões que levam os turistas a eleger determinada região. Isso é um trunfo a favor de Portugal: “O turismo também se move pela gastronomia. Cada vez mais. No entanto, as pessoas não vão todos os dias a um restaurante estrelado ou de alta cozinha. Querem comer também comida de conforto, comida tradicional, comida de rua. Há espaço para tudo e deve haver a preocupação de qualidade em todos estes segmentos.
ção e da qualificação; ou, finalmente com o que é do território, do seu planeamento e contínua valorização, ou do ambiente e da necessidade premente que temos de promover o seu equilíbrio e regeneração. As novas gerações serão sempre contra o desperdício alimentar, a pegada de carbono, ou outras realidades que hoje têm que fazer parte da equação, numa política que promova sempre o alimento justo, limpo e bom. Julgo que era saudável que fosse a classe política e associativa a descobrir esta necessidade de integração e de equilíbrio, antes de terem que reagir ao que as novas gerações vão querer que determine o seu futuro coletivo.” Já na restauração, importa “fazer uma aposta ainda maior no serviço perante a esperada qualificação e aumento do turismo”. O presidente da AGAVI nota que “não temos chefes de sala ou sommelliers, por exemplo, ao nível daquilo que pode realmente ser uma das mais surpreendentes gastronomias do mundo”. Ainda “falta a qualificação dos nossos serviços”. Temos “a atitude e o sorriso, que nasceu connosco e ajuda muito”, mas precisamos de melhorar “a formação e o rigor para oferecermos a quem nos visita, uma experiência única”. A AGAVI está a trabalhar no projeto de “uma grande academia que qualifique profissionais de todo o mundo português para que em Portugal e no mundo a restauração portuguesa possa ter um serviço tão inspirador como a sua gastronomia e vinhos”. Também preocupados em defender e elevar o valor da gastronomia portuguesa, os organizadores do Festival Internacional de Gastronomia Sangue na Guelra deram a conhecer no passado dia 5 de maio o Manifesto para a Cozinha Portuguesa 0.0,. Trata-se de um compromisso de vários chefes em torno de uma bandeira gastronómica: "O grande objectivo é inspirar, apoiar a interdisciplinaridade na gastronomia e o seu enriquecimento conceptual e promover a identidade da cultura gastronómica nacional." AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 43
ADVOCACIA E FISCALIDADE
aBOGACÍA Y FISCALIDAD
“Guia Prático do Arrendamento Urbano” esclarece dúvidas com toda a legislação O “Guia Prático do Arrendamento Urbano“ tem em vista “tornar mais compreensível a intrincada legislação do arrendamento urbano, pelo que tem como seus destinatários não apenas os profissionais do direito, que diariamente se debatem com a sua interpretação, como também ao público em geral, que se vê muitas
vezes confrontado com situações complicadas relativamente às quais poderá encontrar aqui um precioso auxílio”, enquadra o autor, o advogado Amadeu Colaço. Não se trata, pois, de uma obra académica. Não obstante, e sem perder o necessário rigor técnico, possui uma forte componente prática, com especial
incidência na resolução dos mais correntes e principais problemas do arrendamento urbano, com a apresentação das correspondentes minutas. A completá-la, segue a principal legislação do arrendamento urbano, devidamente atualizada e comentada, de acordo ainda com a informação resumida disponibilizada sobre a obra, que se reparte por cerca de 700 páginas.
Rui Patrício lança livro sobre presunção de inocência
O advogado Rui Patrício abordou o tema “A presunção da inocência em processo penal – Alguns problemas” na sua mais recente obra. O sócio da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados inicia esta nova obra por uma reflexão sintética e crítica sobre alguns dos traços mais marcantes do panorama processual penal português nas décadas mais recentes, “dentro” e
“fora” dos processos.Enquanto ensaio jurídico, reeditado, aborda essencialmente o princípio da presunção da inocência do arguido, especialmente na audiência de julgamento. Expõe os contornos, o alcance e os corolários deste princípio, explorando ainda a problemática da “pré-compreensão” na decisão judicial, e aponta e analisa falhas ou ataques diretos ou indiretos ao mesmo princípio.
Em trânsito:
» Soraya Sáenz de Santamaría (na foto, ao centro) acaba de integrar a Cuatrecasas como sócia da área de mercantil para liderar a prática de corporate governance. A nova sócia e membro do conselho de administração da Cuatrecasas é licenciada em Direito, e até agora exercia funções como advogada a Administração Pública espanhola. Agora, vai liderar e desenvolver a área de prática de Corporate Governance e Compliance da sociedade de advocacia ibérica. A nova sócia da Cuatrecasas retoma a sua carreira profissional depois de ter cumprido todos os trâmites exigidos pela normativa aplicável aos altos cargos e ao pessoal ao serviço das administrações públicas.
44 act ACT ualidad€ UALIDAD€
Ag a Go Os S tT o O d De E 2019
O evento vai contar com a abertura de José Manuel Galvão Teles, sócio honorário da Morais Leitão, seguindo-se as presenças do advogado José António Barreiros e a jornalista Maria João Avillez na apresentação da obra, no plano jurídico e mediático, respetivamente. O evento é encerrado pelo autor, Rui Patrício.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ ccile.org Fotos DR
» Ricardo Henriques e César Bessa Monteiro Jr. são os novos sócios da Abreu Advogados, reforçando as áreas de tecnologias de informação e de propriedade intelectual. Os dois advogados têm estado ligados a diversos projetos de relevo nacional e internacional de consultoria para as áreas de proteção de dados, da tecnologia da informação, de transações, entre outros, “conferindo-lhes destaque nos principais diretórios do setor e permitindo uma maior ligação entre a Abreu Advogados e esta área de prática”, destaca a sociedade. Ricardo Henriques integrou a Abreu Advogados como advogado principal e passou a sócio contratado em 2018. Ao longo da sua carreira tem vindo a desenvolver a sua atividade para as áreas de propriedade intelectual e tecnologias de informação, compliance, direito do desporto, direito da concorrência, regulação e União Europeia.
Faça um
aBOGACÍA Y FISCALIDAD
ADVOCACIA E FISCALIDADE
holeno in one seu negócio XXIV Torneio Ibérico de Golfe CCILE 2019 12 de Outubro • Tróia Golf Championship Course
Patrocinador Oficial
Junte-se a nós. Patrocine!
Organização
Media Partner
Para mais informações contactar: Tel. 213 509 310 AGOSTO DE 2019 e-mail: ccile@ccile.org / rpinto@ccile.org
AC T UA L I DA D € 45
setor imobiliário
sector inmobiliario
Investimento imobiliário aumentou 77% em 2018
O mercado de investimento voltou a ter um volume recorde de investimento histórico em 2018, superando os três mil milhões de euros, de acordo com um relatório da consultora Savills Portugal, que confirma o momento pujante do setor a nível nacional.
O
Texto Olga Hernández olga@ccile.org Foto DR
mercado de investimento voltou a ter um volume recorde de investimento histórico em 2018, superando os 3,2 mil milhões de euros, de acordo com um relatório da consultora Savills Portugal, recentemente apresentado em Lisboa. No seu estudo “Spring Market Study 2018 – Trend 2019”, a consultora imobiliária analisa os vários segmentos do mercado imobiliário em Portugal, no ano de 2018, apresentando ainda as principais tendências e perspetivas para 2019, sobretudo nas áreas de escritórios, retalho, indústria e logística, investimento, residencial, development e turismo. Assim, em 2018, pelo segundo ano consecutivo, e registando um novo recorde histórico, Portugal afirmou-se como destino escolhido para as estratégias de investimento de players internacionais de várias partes do mundo, com elevados níveis de liquidez, sendo maioritariamente direcionado para prime assets. Em 2018 foi registado um volume de investimento em imobiliário de 3,2 mil milhões de euros, representado um aumento significativo de 77% em comparação com o volume de investimento registado em 2017. Cerca de 90% do investimento registado em 2018 é internacional, com destaque para as nacionalidades espanhola e inglesa. Por segmentos, e considerando o mercado em 2019, “a oferta no mercado de escritórios vai ser escassa face à elevada procura que sem tem vindo a sentir-se”, adianta a consultora. Este ano conta apenas com
46 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
31.508 metros quadrados de espaços de escritórios disponíveis, uma queda da disponibilidade face aos 34.488 metros quadrados de 2018. No entanto, prevê-se uma inversão desta tendência no início da nova década, duplicado o número de metros quadrados de oferta disponível. O mercado dos centros comerciais não registou qualquer nova abertura em 2018, nem no primeiro trimestre deste ano. Neste mercado, Portugal apresenta um stock total de 4,2 milhões de metros quadrados, dos quais 3,7 milhões estão dedicados a centros comerciais. Este segmento foi mais uma vez marcado pelo dinamismo do comércio de rua, que tem tido uma tendência sólida de crescimento, atraindo diariamente novos retalhistas e promovendo a abertura de novos conceitos que contribuíram em grande parte para a transformação dos principais centros urbanos. O primeiro trimestre de 2019
sentiu uma quebra acentuada nos volumes de absorção, apenas 7.154 metros quadrados face aos 55.783 metros quadrados do período homólogo, descida sentida num período de elevada procura mas baixa disponibilidade de espaços com a área e exigências técnicas desejadas. Em 2019 tem-se sentido uma maior estabilização e consolidação dos preços, além da promoção de projetos direcionados para o segmento prime, que manter-se-á em alta. Este ano regista também a tendência de introdução de novas formas de regimes habitacionais que refletem novos estilos de vida, começando a trazer à luz do dia modelos habitacionais assentes em conceitos de economia partilhada e coabitação. Futuramente, poder-se-á assistir a um surgimento de cerca de 520 mil metros quadrados destinados a projetos de habitação na região de Lisboa. Em 2018, o mercado residencial
sector inmobiliario
em Portugal continuou a registar um comportamento de crescimento positivo. De acordo com o INE, no ano passado, foram vendidas 178.691 habitações, das quais 85,2% foram habitações usadas. As marcas hoteleiras internacionais continuam a demonstrar interesse no mercado nacional, sendo que o pipeline de novas aberturas para os próximos anos situa-se em 109 novas unidades hoteleiras. A AML recebeu, em 2018, 6,3 milhões de visitantes e 14,5 milhões de estadias, um crescimento ligeiro de quase 2% e 1,1%, respetivamente, em comparação com 2017. Relativamente ao Porto, o norte do país registou um total de 4,3 milhões de visitantes em 2018, mais 4,6% que em 2017. Já o Algarve, registou 4,2 milhões de visitantes em
2018, o que representa um crescimento contínuo de 5% desde 2016. Destaque para o facto de a grande maioria dos turistas em Portugal serem de nacionalidade brasileira, francesa e espanhola, com a prevalência das nacionalidades britânica, holandesa e alemã no Algarve. Lisboa, o novo business hub Os preços competitivos do mercado de escritórios de Lisboa, em conjunto com os bons resultados económicos, segurança e o mediatismo que tem sido concedido a Portugal em termos turísticos, promoveram a chegada de grandes multinacionais, como a Google, a Uber, o BNP Paribas ou a Teleperformance, que, em conjunto, já ocupam cerca de 134 mil metros quadrados. Organizações como a Uber, Glovo,
setor imobiliário
Ebay ou MBway procuram investir em classes de ativos alternativos. Estas alternativas associam-se a novas tendências do setor, como o student housing , o co-living , o co-working ou os serviced apartments, que estão a tornar-se as novas “estrelas” do mercado de investimento. O student housing e o co-living e tendências como o built-to-rent, ou o senior living , co-working e híbridos – que tendem a reunir várias das tendências num único espaço – estão também a ganhar cada vez mais adeptos, colocando desafios aos profissionais do mercado imobiliário no sentido de criar uma nova oferta que permita o acesso a estes segmentos alternativos, oferta ainda embrionária no mercado imobiliário nacional, estando a maioria dos projetos ainda em desenvolvimento. PUB
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 47
setor imobiliário
sector inmobiliario
Habitação de luxo cresce no Porto
A
Avenue, em colaboração com a Predibisa, e com o apoio da Câmara Municipal do Porto (CMP), apresentou um estudo sobre o mercado residencial na cidade do Porto. Este levantamento exaustivo da oferta dos últimos três anos, com cerca de 2.900 frações analisadas em cinco zonas diferentes, visa retratar o estado
do mercado imobiliário residencial nesta cidade. O estudo conclui, por exemplo, que o valor médio por metro quadrado no concelho do Porto é de 3.617 euros, com uma maior incidência de oferta de T1: cerca de 35% das habitações tem esta tipologia. A análise feita indica também que o mercado residencial da cidade capta apenas 16% de compradores internacionais. Ou seja, a maior parte dos compradores são nacionais. Relativamente à caracterização das diferentes regiões da Invicta, o Centro é a zona que concentra mais oferta de empreendimentos residenciais (47%). O coração do centro, circun-
dante à Avenida dos Aliados, apresenta o valor médio mais elevado, com 4.977 euros/ metro quadrado, seguido da zona ocidental, com um preço médio de 4,790 euros/ metro quadrado, e da Riverside, que regista 4.203 euros/metro quadrado. O centro concentra 85% de todo o investimento estrangeiro no Porto. “Estamos a assistir ao alargamento do centro de gravidade do segmento alto da Foz para o Centro e para a Riverside. Estas zonas mais caras ganharam novo dinamismo porque se reinventaram. O ‘Innovation District’ é a zona emergente de destaque, que poderá dar uma resposta adequada à procura futura. É também uma das zonas prioritárias de desenvolvimento da CMP”, adianta Aniceto Viegas, diretor-geral da Avenue.
Alameda Shop & Spot termina processo de renovação O centro comercial Alameda Shop&Spot (na foto) sofreu um amplo projeto de refurbishment, que envolveu uma nova marca, intervenção de todas as zonas estratégicas do centro e a criação de um novo conceito de zona de restauração. Com a assinatura da arquitetura e gestão de projetos da CBRE, a intervenção no centro envolveu um investimento de mais de 10 milhões de euros da DWS Investments, a sociedade gestora de fundos do Deutsche Bank e proprietário do Alameda Shop&Spot. Para responder às exigências do consumidor do Alameda Shop & Spot, situado nas classes A e B, todo este processo de renovação foi também acompanhado por uma estratégia de atualização do mix comercial do centro, que contou com cerca de 65 operações. Foram fechados contratos com 17 novas marcas, como a H&M, Mc Donalds, Fitness Hut e Pré-Natal, e
47 lojas renovaram a sua imagem, localização e até mesmo a sua dimensão, das quais se destaca a renovação profunda do hipermercado Continente e a abertura do Deborla. Em 2018, o Alameda Shop & Spot apresentou um crescimento de footfall na ordem dos 10% e a taxa de ocupação do centro obteve uma expressiva subida, alcançando os 95%. O Páteo, a nova zona de restauração do Alameda, viu as suas vendas crescer em mais de 30%. Carlos Manunbens, asset manager da DWS Investments, reforça que “num mercado maduro e exigente como é o do Porto, foi decisivo investir num centro icónico, como é o Alameda Shop&Spot. Hoje, é um centro que apresenta coerência na sua oferta, no
seu ambiente e nos seus espaços, estando alinhado com as tendências de consumo Portugal que, aliás, continua a ser um mercado estratégico e com grande potencial no que se refere a centros comerciais”. O objetivo agora é “continuar neste caminho e na procura permanente de oportunidades de investimento em Portugal, com um foco principal no nosso core: escritórios, logística e, claro, os nossos centros comerciais”, conclui.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
48 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
sector inmobiliario
setor imobiliário
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 49
eventos eventos
Secretário de Estado para a União Europeia do Governo espanhol recebe os membros diretivos da CCILE no Palácio de Palhavã
C
om motivo da visita a Lisboa do Secretário de Estado para a União europeia, Marco Aguiriano, para um encontro com a sua homóloga portuguesa, Ana Paula Zacarias, no passado dia 11 de julho, este alto cargo do Governo espanhol recebeu na residência oficial da Embaixada de Espanha em Lisboa, no Palácio de Palhavã, os membros dos órgãos sociais da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), na sua grande maioria empresas espanholas que operam
50 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
no mercado português. A anfitriã do encontro a atual embaixadora de Espanha, Marta Betanzos, deu início ao pequeno-almoço de trabalho agradecendo a presença do Secretario de Estado e dos membros da Câmara, tendo lançado algumas importantes ques-
tões da agenda europeia e da política externa espanhola, como, por exemplo o Brexit ou a situação politica da Catalunha. Na sua longa intervenção o Secretario de Estado espanhol transmitiu com grande minucia as ideias e a posição do governo espanhola em matéria europeia, tendo destacado a decisão do governo espanhol de construir um bloco de defesa dos interesses dos países do sul da Europa, acordo que conta já com o apoio claro dos governos de França, Espanha e Portugal. Aliás, por diversas ocasiões o Secretario de Estado enalteceu a sintonia que existe entre estes três governos e a necessidade de se criar uma única mensagem com varias vozes respeitando a diversidade socio cultural da Europa, princípios que sempre nortearam a sua génese e o processo de construção em curso. Foi igualmente transmitido a todos os participantes, durante a reunião, que a participação do Governo português neste acordo tripartido foi uma exigência do Executivo espanhol e do seu presidente, Pedro Sánchez, dado o papel e o peso de Portugal no bloco europeu. Outros assuntos relevantes do-
eventos
minaram a intervenção do secretário de Estado, como as possíveis consequências de uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia e todo o “emaranhado” e imprevisíveis soluções que se esperam acerca deste tema nos próximos meses. Temas como o Marco Financei-
ro Plurianual nomeadamente na defesa da política agrária comum, os fundos de coesão e o financiamento das regiões ultraperiférica de Portugal e Espanha, nomeadamente os Açores, a Madeira, as Canárias e as Baleares, também foram abordadas, assim como a situação criada pelo Governo da
eventos
Catalunha, com o processo ilegal de referendo, assunto que preocupa a politica externa espanhola e o papel da diplomacia, por forma a minimizar a suas consequências. Após a intervenção de Marco Aguiriano. seguiu-se um animado período de diálogo com os participantes.
Corredor Sudoeste Ibérico: uma iniciativa “sem freios” entre Espanha e Portugal O Corredor Sudoeste Ibérico, uma plataforma económica e cultural impulsionada por empresas da Extremadura e Portugal, nasce da necessidade de criar infraestruturas adequadas para conetar dois países vizinhos com elevadas capacidades sinérgicas, como explicam os seus promotores. O projeto tem uma série de ações e objetivos para alcançar essa parceria benéfica, com a intenção de transformá-lo num novo eixo de desenvolvimento europeu. “É um objetivo que não está presente em nenhum dos dois Estados e é uma grande oportunidade para os dois países”, afirmou Antonio García Salas, coordenador do Corredor Sudoeste Ibérico, durante a apresentação oficial desta plataforma na capital portuguesa, no último dia 12 de julho. Esta proposta é apresentada como uma ferramenta para “pôr fim aos freios” entre Espanha e Portugal, como explicou ainda Antonio García Salas continuou. A principal iniciativa prevista pelo Corredor Sudoeste Ibérico é criar um serviço ferroviário entre Lisboa e Madrid, que se torne um desenvolvimento potencial e uma trajetória de crescimento económico e social do território entre estas duas capitais europeias – Madrid e Lisboa. Para isso, Antonio García Salas sublinhou que, seria necessário não só que as Administrações Públicas dos dois países assinassem um compromisso conjunto, mas também
que realizassem uma série de ações concretas para o conseguir. E há muitas razões para as entidades e agentes económicos dos dois países apoiem a futura criação do Corredor Ibérico Sudeste, tais como: a otimização de recursos, a geração de riqueza, o baixo custo envolvido e a sua alta rentabilidade, a promoção das exportações, a diminuição das importações, a atração de novos investimentos, entre muitas outras razões, como sublinharam algumas das apontadas por entidades presentes, como a ADRAL-Agência para o Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Fundação Alentejo ou a Fundación CB. Além disso, este projeto não visa apenas lançar um comboio em alta velocidade que interligue ambas as capitais, mas pretende também criar um cenário composto por 21 corredores temáticos de possibilidades ilimitadas e
englobados no território entre Lisboa e Madrid (ver mapa). Entre eles, está o Corredor Mundial da Unesco, que liga os diferentes enclaves declarados Patrimônio da Humanidade dos dois países; o Corredor Gastronômico, uma rota única para desfrutar dos produtos típicos em diferentes municípios; o Corredor Natural, o nexo de união dos diferentes lugares naturais que podem ser encontrados; e ainda, um Corredor Logístico, que conecta diferentes hot spots de abastecimento incluídos no dito território. Durante a apresentação também foi feita referência ao seu desafio mais próximo, para o primeiro trimestre de 2020, que é o lançamento de uma poderosa rede ferroviária entre Madrid e Badajoz, para “acabar com o incompreensível isolamento ferroviário da Extremadura”, como disse Antonio Garcia Salas. AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 51
eventos eventos
Reunião de Junta Diretiva da CCILE com atos importantes A
Junta Diretiva e o Comité Executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola (CCILE), reunidos no passado dia 25 de junho, em Lisboa, aprovaram as contas relativas aos primeiros quatro meses do ano, e que se traduziram num saldo positivo superior a 135 mil euros. Segundo Enrique Santos, presidente da Junta Diretiva da CCILE, no período em análise, os resultados líquidos subiram 13%, graças sobretudo a uma descida significativa das despesas realizadas pelos diversos departamentos da Câmara, já que ao nível das receitas houve uma pequena quebra. Além da aprovação, por unanimidade, da demonstração de resultados e balanço financeiro até 30 de abril, entre outros dados financeiros apresentados, os elementos da Junta Diretiva e do Comité Executivo presentes puderam ainda inteirar-se do plano de atividades que a Câmara pre-
52 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
vê desenvolver até final do ano, e onde se pode destacar a realização de mais um Torneio Ibérico de Golfe promovido pela CCILE junto dos seus associados e parceiros. A 24ª edição deste torneio irá realizar-se no próximo dia 12 de outubro, no Troia Golf Course, em Grândola. Também em outubro, se irão
realizar várias conferências com o apoio da CCILE. Neste âmbito, de destacar que de 17 a 20, a CCILE vai participar no GreenFest, o maior evento sobre sustentabilidade que se realiza em Portugal. Na reunião do passado dia 25 de junho, realizada na sede do BBVA, os diretivos da CCILE quiseram ainda fazer uma homenagem de despedida a Cecilio Oviedo (foto ao lado), o ex-conselheiro de Economia da Embaixada de Espanha em Portugal, que terminará brevemente funções, ao fim de vários anos ao serviço da Administração Pública de Espanha em Portugal. Enrique Santos salientou, na ocasião, o “importante trabalho que desenvolveu enquanto conselheiro Económico e Comercial em Lisboa, assim como todo o esforço em prol do trabalho das câmaras de comércio espanholas no exterior, durante o tempo em que foi responsável pelas mesmas no Ministério da Economia e da Competitividade”. A próxima reunião da Junta Diretiva está agendada para o próximo mês de setembro, nas instalações do BPI em Lisboa.
eventos
eventos
Julia Nieto condecorada com Cruz da Ordem de Isabel a Católica
J
ulia Nieto, responsável pelo Departamento de Relações Institucionais da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e adjunta do presidente desta entidade, foi agraciada com a condecoração da Cruz da Ordem de Isabel a Católica, tendo recebido a respetiva condecoração numa cerimónia realizada no passado dia 25 de junho, em Lisboa. Este prémio, que é atribuído pelo rei de Espanha, pretende reconhecer o contributo dos visa-
dos para o desenvolvimento das relações comerciais ou culturais de âmbito ibérico. Marta Betanzos salientou na altura o grande contributo de Julia Nieto (nas fotos, acompanhada da família e ainda da embaixadora de Espanha) para a aproximação e para as relações económicas e empresariais entre os dois países ibéricos. Julia Nieto foi, desta forma, distinguida pelo seu percurso prof issional, de mais de 20 anos, e pelo seu contributo para o de-
senvolvimento das relações entre Portugal e Espanha. Assinale-se ainda que a atual responsável pelas Relações Institucionais da CCILE tem desempenhado diversas funções nesta instituição ao longo das últimas décadas, onde se iniciou no Departamento de Comércio Exerno, tendo ainda passado pelos departamentos de Formação, Publicações, Traduções, entre outros. Julia Nieto é formada em direito, pela Universidade de Direito de Granada (Espanha).
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 53
barómetro financeiro
barómetro financiero
Investimento empresarial deverá crescer 3,7% em 2019
Foto Arquivo
e acordo com as intenções manifesD tadas pelas empresas no "Inquérito de Conjuntura ao Investimento de abril
de 2019" (com inquirição entre 1 de abril e 25 de junho), o investimento empresarial em termos nominais deverá aumentar 3,7% em 2019 (abaixo dos 4,4% estimados no inquérito de outubro de 2018). Os resultados deste inquérito apontam ainda para um crescimento nominal de 4,7% do investimento em 2018, revendo em alta o resultado apurado no inquérito de outubro (1,9%). Entre os objetivos do investimento, perspetiva-se, entre 2018 e 2019, um
aumento do peso relativo do investimento orientado para a racionalização e restruturação e para a extensão da capacidade de produção, com a consequente diminuição da importância relativa do investimento para outras finalidades e de substituição, continuando este último a ser, no entanto, o objetivo mais referido. O principal fator limitativo do investimento empresarial identificado pelas empresas em 2018 e 2019 foi a deterioração das perspetivas de venda, seguindo-se, em ambos os anos, a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos.
Taxa de inflação mantém-se nos 0,4%
Exportações e importações aceleram em maio
A variação homóloga do índice de preços no consumidor foi de 0,4% em junho de 2019, taxa idêntica à do mês anterior. O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) acelerou em junho, para uma variação homóloga de 0,6%, taxa superior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) à registada em maio. A variação mensal do IPC foi nula (0,1% no mês precedente e em junho de 2018). A variação média dos últimos doze meses foi de 0,9%, taxa inferior em 0,1 p.p. à registada no mês anterior. O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português registou uma variação homóloga de 0,7%. O IHPC registou uma variação mensal de 0,4% e uma variação média dos últimos 12 meses de 1%.
As exportações portuguesas de bens e as importações aumentaram em maio. Além do crescimento homólogo, ambos os indicadores aumentaram também relativamente a abril, divulgou o INE. De acordo com as "Estatísticas do Comércio Internacional" do INE, a evolução de 8,7% das exportações deveu-se sobretudo à evolução registada no comércio intra-UE, sendo de destacar o aumento nas exportações de material de transporte (+21,9%), categoria que teve um contributo de +4,1 pontos percentuais para a taxa de variação homóloga total, "principalmente devido à exportação de outro material de transporte (maioritariamente aviões)". Já as importações aumentaram 14,7%, em resultado da evolução registada em ambos os tipos de comércio, sendo de destacar o aumento das importações de material de transporte (+27,4%), em resultado principalmente da aquisição de outro material de transporte (sobretudo aviões) e de combustíveis e lubrificantes (+43,2%), contribuindo com +4,7 pontos percentuais e +4 pontos percentuais, respetivamente, para a taxa de variação homóloga. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em maio as exportações aumentaram 9,9% e as importações cresceram 11,8% em termos homólogos (+4,6% e +10,7%, respetivamente, em abril de 2019).
Desindustrialização e terciarização ganham peso em Portugal As atividades ligadas ao setor da energia, em particular eletricidade e combustíveis, e as atividades promotoras da digitalização da economia estão a ganhar peso na economia portuguesa, de acordo com uma análise do Millennium bcp e da EY, que elaboraram um scoreboard que identifica e ordena setores económicos em função de quatro dimensões representativas da sua competitividade (desempenho setorial recente, relevância setorial atual, qualificação produtiva e económica e solidez financeira). O "Scoreboard Millennium bcp - EY" encontra-se assente no índice de competitividade setorial (ICS). “A criação desta
ferramenta estratégica baseou-se na valorização do potencial competitivo dos setores, combinando a qualificação produtiva e a solidez financeira enquanto mecanismos potenciadores da produtividade, e na combinação entre dimensão e evolução para determinar um ranking global equilibrado da competitividade setorial”, refere Hermano Rodrigues, principal da EY-Parthenon. Além das atividades ligadas à energia, que apresentam o score mais elevado, destaque para as atividades promotoras da digitalização da economia (TIC), as atividades ligadas ao turismo (hotelaria, alojamento de curta duração) e ao imobiliário (construção, comercialização de imóveis, arrendamento imobiliário). Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
54 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial entre Portugal y España en el periodo enero y mayo de 2019
L
as últimas cifras oficiales españolas referentes a los cinco primeros meses del año, hechas públicas recientemente por la Secretaria de Estado de Comércio (Datacomex), dan cuenta de un ligero aumento en las ventas españolas a su vecino Portugal del 4,3 % (8.647,8 millones de euros, en 2018, frente a los actuales 9.023,7 millones de euros) y de una ligera quiebra en las compras españolas del -2,6 % (4.800,0 millones de euros, en 2018, frente a los actuales 4.677,4 millones de euros). La tasa de cobertura se sitúa en los 192,9 % y el saldo acumulado en estos cinco meses del año ya supera los 4.346,4 millones de euros.
La distribución geográfica del comercio exterior español mantiene a grandes rasgos sus posiciones, y Portugal mantiene la cuarta posición entre nuestros los principales clientes con un peso relativo del 7,4 % sobre el total de las exportaciones españolas, que en este periodo superó los 122.469,6 millones de euros, y la octava posición entre los principales mercados proveedores (cuadro 3) con un peso relativo del 3,5 % (135.648,6 millones de euros). Respecto a los cuadros 4 y 5 que recogen la distribución sectorial del comercio hispano portugués se mantiene el peso muy importante de la partida 87 (vehículos automóviles; tractor) que representa el 12,0 % del comercio entre los dos países, segui-
do de la partida 84 (máquinas y aparatos mecánicos) con el 7,4 % del total del comercio bilateral , la partida 39 (materias plásticas; sus manufacturas) con el 7,0 % y en cuarta posición la partida 27 (combustibles, aceites minerales) con un peso relativo del 6,6 %. Se habrá de destacar que este conjunto de cuatro partidas suma una cifra de transacciones de 4.508,8 millones de euros y representa el 33,0 % del total del comercio entre Portugal y España. Por lo que a la distribución geográfica por Comunidades Autónomas se refiere y refiriéndonos concretamente a estos primeros cinco meses del año, Cataluña mantiene el liderazgo en la oferta española con 2.027,6 millones
Balanza
1.Balanza comercial de España con Portugal en enero-mayo de 2019 VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
Saldo 18
Cober 18 %
ene
913 960,29
828 775,05
190,68
1 724 280,06
883 855,16
840 424,90
195,09
feb
1 706 821,40
873 899,16
832 922,24
195,31
1 619 549,72
907 007,03
712 542,69
178,56
mar
1 812 053,31
984 166,48
827 886,83
184,12
1 772 798,36
1 024 557,96
748 240,40
173,03
abr
1 810 815,75
906 315,91
904 499,84
199,80
1 660 720,07
972 023,11
688 696,96
170,85
may
1 951 251,80
999 087,41
952 164,39
195,30
1 870 420,80
1 012 520,48
857 900,32
184,73
jun
0,00
0,00
0,00
0,00
1 768 703,00
1 056 754,24
711 948,76
167,37
jul
0,00
0,00
0,00
0,00
1 792 110,10
1 050 599,30
741 510,80
170,58
ago
0,00
0,00
0,00
0,00
1 659 938,34
841 414,54
818 523,80
197,28
sep
0,00
0,00
0,00
0,00
1 719 811,59
899 423,91
820 387,68
191,21
oct
0,00
0,00
0,00
0,00
1 974 638,16
1 020 896,56
953 741,60
193,42
nov
0,00
0,00
0,00
0,00
1 927 320,92
964 117,13
963 203,79
199,91
dic
0,00
0,00
0,00
0,00
1 595 440,58
928 133,49
667 307,09
171,90
9 023 677,60
4 677 429,25
4 346 248,35
192,92
21 085 731,70
11 561 302,91
9 524 428,79
182,38
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
56 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
Cober 18 %
VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 18 ESPAÑOLAS 18
1 742 735,34
Total
Saldo 19
Rankings 2.Principales países clientes de España enero-mayo de 2019
de euros, seguido de Madrid (1.530,6 millones de euros) y la tercera posición Galicia (1.313,9 millones de euros). En el sentido inverso Madrid sigue siendo la Comunidad que más productos y servicios compra a Portugal (818,2 millones de euros) seguido de la Comunidad de Galicia (755,9 millones de euros) y Cataluña en la tercera posición con 743,2 millones de euros. Desglosando esta distribución geográfica por provincias, encabeza la lista de la oferta española a Portugal la provincia de Barcelona (1.581,7 millones de euros), seguido de Madrid (1.530,6 millones de euros), Pontevedra (724,1 millones de euros), A Coruña (468,1 millones de euros), Guadalajara (351,5 millones de euros) y en la sexta posición la provincia de Valencia (301,8 millones de euros). En la demanda española destacan las provincias de Madrid (818,2 millones de euros), seguido de Barcelona (621,0 millones de euros), Pontevedra (420,3 millones de euros), Valencia (292,8 millones de euros), A Coruña (267,4 millones de euros) y Valladolid (218,3 millones de euros).
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-mayo de 2019 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
18 362 424,29
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
668 842,61
2
004 Alemania
13 772 131,66
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
368 880,46
3
005 Italia
9 876 973,11
3
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
352 725,47
4
010 Portugal
9 023 677,60
4
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
294 068,74
5
006 Reino Unido
8 420 717,25
5
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
268 307,87
6
400 Estados Unidos
5 709 702,45
6
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
165 770,40
7
003 Países Bajos
4 341 717,97
7
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
165 622,81
8
204 Marruecos
3 633 635,53
8
62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO
164 501,97
9
017 Bélgica
3 361 397,42
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
10
060 Polonia
2 687 203,53
11
720 China
2 610 350,38
12
039 Suiza
2 180 098,63
147 146,93
TOTAL
4 677 429,25
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-mayo de 2019
13
412 México
1 803 596,27
14
052 Turquía
1 754 261,14
15
952 Avituallamiento terceros
1 495 506,38
16
208 Argelia
1 483 841,58
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
977 539,50
17
061 República Checa
1 086 841,29
2
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
679 302,68
18
038 Austria
1 086 828,96
3
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
639 367,37
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
553 830,01
Orden Sector
Importe
19
009 Grecia
1 085 752,37
4
20
951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios
1 070 523,89
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
539 177,77
6
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
287 879,52
7
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
266 046,26
8
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
247 456,62
9
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
SUBTOTAL TOTAL
94 847 181,70 122 469 552,58
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
3.Principales países proveedores de España enero-mayo de 2019 Orden País
Importe
1
004 Alemania
17 176 906,80
2
001 Francia
14 243 387,57
3
720 China
11 813 328,96
4
005 Italia
8 624 562,56
5
400 Estados Unidos
6 364 678,70
6
003 Países Bajos
5 483 846,82
7
006 Reino Unido
4 719 573,87
8
010 Portugal
4 677 429,26
9
052 Turquía
3 412 517,04
10
204 Marruecos
3 165 483,69
11
017 Bélgica
3 000 191,54
12
060 Polonia
2 386 715,11
13
288 Nigeria
2 139 825,06
14
412 México
2 012 993,21
15
732 Japón
1 921 343,66
16
664 India
1 910 875,12
17
061 República Checa
1 875 336,14
18
632 Arabia Saudí
1 836 298,48
19
208 Argelia
1 700 799,13
20
959 Países y territorios no determinados.Intraco.
1 671 698,36
233 611,20
TOTAL
9 023 677,60
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
6.Evolución del intercambio comercial 2019
7.Ranking principales CC.AA. proveedoras/clientes de Portugal enero-mayo de 2019 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 18
COMPRAS ESPAÑOLAS 18
Cataluña
2 027 643,43
Madrid, Comunidad de
818 230,48
Madrid, Comunidad de
1 530 639,23
Galicia
755 877,21
Galicia
1 313 945,85
Cataluña
743 182,42
Andalucía
874 199,56
Andalucía
466 498,29
SUBTOTAL
100 137 791,06
Castilla-La Mancha
619 086,25
Comunitat Valenciana
395 150,31
TOTAL
135 648 641,55
Comunitat Valenciana
548 491,22
Castilla-León
357 644,33
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 57
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas de distribuición de velas
DP190401
Empresas españolas distribuidoras de productos alimenticios Gourmet/Delicatessen.
DP190402
Empresas portuguesas exportadoras para Barcelona
DP190501
Empresas españolas de calzado
DP190502
Universidades Españolas
DP190503
Empresas españolas que produzcan vasos de plástico
DP190504
Empresas portuguesas que producen piezas de inyección de aluminio
DP190505
Empresas españolas de equipamiento industriales en la zona de Galicia
DP190506
Empresas españolas de inyección de plástico
DP190507
Empresas españolas que fabrican ropa de lino
DP190601
Empresas españolas de distribución de materiales de construcción, en particular artículos sanitarios
DP190701
Agentes comerciales en el área de moldes e inyección de plástico
DP190702
Empresas españolas que necesiten un agente comercial en el área de la construcción
OP190701
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas de limpeza Empresas portuguesas distribuidoras de produtos alimentares. Empresas portuguesas produtoras de têxtil Empresas portuguesas distribuidoras de bacalhau Empresas portuguesas de limpeza Empresas de produtos alimenticios bio orgânicos Empresas de distribuição de conservas Empresas portuguesas de transporte no norte de Portugal Empresas que compram carne de coelho em Portugal Empresas de artigos de puericultura textil para bebés Comprador de escritório no Porto
DE181201 DE190101 DE190102 DE190103 DE190201 DE190202 DE190203 DE190301 DE190401 DE190601 OE190701
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
58 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 59
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 F 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Agosto Prazo Até
Imposto
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
12
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em junho/2019
Contribuintes do regime normal mensal
12
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de julho/2019
Entidades empregadoras
12
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a julho/2019
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
15
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em julho/2019
Sujeitos passivos do IVA
16
IVA
Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 2º Trimestre de 2019
Contribuintes do regime normal trimestral
20
IRS/IRC/ SELO
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em julho/2019
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a julho/2019
Entidades empregadoras
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em julho/2019
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados Membros quando tais operações se considerem aí localizadas.
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em junho/2019
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
31
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado em 2018 noutro Estado membro da EU
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
31
IMI
Pagamento da 2.ª prestação do IMI, referente a 2018, quando o seu montante seja superior a € 500.
Sujeitos passivos de IMI
60 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT.
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE190117
F
BE190118
M
30/05/1974
INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL
KEY ACCOUNT
BE190119
M
25/05/1993
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
FRANCÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL
ACCOUNT 6 MARKETING
04/09/1991
INGLÊS/ FRANCÊS/ ÁRABE/ ESPANHOL
ADMINISTRATIVA / CONSULTORIA IMOBILIÁRIA
BE190120
M
BE190121
F
Data de Nascimento Línguas ESPANHOL / INGLÊS
Área de Atividade ARQUITETURA/ GESTÃO DE NEGÓCIO
BE190122
M
INGLÊS/ FRANCÊS
AUDITOR
BE190123
F
ESPANHOL/ INGLÊS
ASSESSORIA JURÍDICA E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
BE190124
M
INGLÊS FRANCÊS/ PORTUGUÊS/ ITALIANO
PROFESSOR DE DIREITO INTERNACIONAL
BE190125
F
INGLÊS/ ESPANHOL
ASSISTENTE EXECUTIVA
BE190126
F
BE190127
M
25/01/1966
INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL
ADMINISTRATIVA NA ÁREA FINANCEIRA
INGLÊS/ FRANCÊS
ASSISTENTE DE OPERADOR FINANCEIRO
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
PUB
novembro de 2014
ac t ua l i da d € 61
espaço de lazer
espacio de ocio
El Monasterio de Piedra, la gran joya aragonesa
Impresionantes cascadas, lagos de aguas cristalinas, grutas que te harán sentir en un entorno de cuento, y todo ello, enmarcado en el Monasterio de Piedra, ubicado en el município zaragozano de Nuévalos.
E
Texto Olga Hernández olga@ccile.org Fotos DR
l Monasterio de Piedra es hoy uno de los destinos turísticos más visitados de España. Y no solo por la historia que entraña el antíguo convento cisterciense, sino también por el insólito escenario natural que ha ido moldeando el rio Piedra y su exuberante flora. En la actualidad, este enclave natural, cultural e histórico tiene tres lugares ineludibles: el Monasterio Cisterciense Santa María de Piedra, el Parque Natural y el Museo del Vino. Ubicado en la comarca de Calatayud, y cercano a la ciudad de Zaragoza, el Monasterio de Piedra fue en su origen una fortaleza musulmana conocida como el Castillo de Piedra Vieja. Ya
62 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019
en el siglo XII, tras la reconquista, el rey Alfonso II lo cedió a la Orden del Cister de Santa María de Poblet para así consolidar la fe cristiana. Casi 700 años después, debido a la desamortización de Mendizabal. el monasterio fue abandonado y con ello su uso religioso. Ya en 1843, Don Pablo Muntadas Campeny se hizo con el control del monasterio tras una subasta pública, y fue su hijo, Don Juan Federico Muntadas, quien inició el proceso de tranformación, convirtiéndo la huerta del monasterio en lo que es ahora, un jardín paisajístico, y las dependencias conventuales, en una instalación hostelera e hidroterápica. Durante la visita al monasterio, se
espacio de ocio
puede contemplar la arquitectura de la Orden, el Gótico Cisterciense, caracterizado por un estilo sobrio, luminoso, austero y sencillo. El recorrido se compone del claustro, de la sala capitular, del altar barroco que antecede a la antigua abadía y de las diferentes estancias monacales como la cocina, el refectorio, el calefactorio y la cillería o almacén. Es en la cocina monacal donde actualmente se puede visitar la exposición de la historia del chocolate. Según cuenta la historia, fue un monje de Piedra quien, acompañanando a Hernán Cortés en su conquista de México, trajo el cacao al monasterio. Y fue aqui, a mediados del siglo XVI, donde el chocolate fue cocinado por primera vez en Europa, descubriendo así su tan apreciado sabor. Por otro lado, en los almacenes monacales, se ubica el Museo del Vino de la Denominación de Origen de Calatayud. Y es que los monjes cistercienses fueron unos magníficos enólogos. A finales del siglo XIII, los monjes del Monasterio de Piedra promovieron la plantación de la vid en esta zona, y sus bodegas dan fe de la importancia que tuvo la producción de vino en las tierras de su entorno. En dichas salas se encuentran antiguos aperos de labranza que utilizaban en las viñas, diverso material vinicola, aparatología para medir los caldos y diversos recetarios para poder elaborar el vino. Declarado como Bien de Interés Cultural en la categoría de Monumento
en 2009, el Monasterio de Piedra cumple también hoy la función de hotel y spa. Ubicado en el claustro nuevo, edificado en el siglo XVII junto al antiguo claustro, cuenta con más de 60 habitaciones, las cuales ocupan las antiguas celdas de los monjes. Ofrece además una piscina al aire libre, restaurantes, varios salones de descanso y diferentes salas de reuniones. El Parque Natural Lo que fue la antigua huerta de los monjes, hoy en día es un impresionante escenario natural digno de ser contemplado, catalogado como Jardín Histórico en el año 2010. En un recorrido de algo más de cuatro kilómetros, los visitantes pueden conectar con la naturaleza disfrutando de espectaculares grutas naturales, cascadas infinitas, lagos de agua cristalina, árboles centenearios, y todo ello, moldeado durante siglos por el rio Piedra y su flora. Este paseo también incluye la visita a la primera piscifactoría que se fundó en España hace 150 años, creada aqui por la gran calidad de sus aguas y su rica biodiversidad. Entre las localizaciones más asombrosas del parque podemos encontrar
espaço de lazer
muy cerca del vergel Juan Federico Muntadas, en referencia al descubridor de esta maravilla natural, una de las primeras cascadas, el Baño de Diana. Asimismo, de una belleza admirable, es la cascada La Caprichosa, considerada por muchos visitantes como la más preciada del parque, debido a su caudal y su envergadura. Y cabe destacar, como enclave protagonista, la cascada de la Cola de Caballo. Este salto de agua puede ser maravillado desde diferentes perspectivas; mediante la gruta que la naturaleza ha conformado en su interior; desde lo mas alto de ella, a través de su mirador; y desde el exterior, donde se puede disfrutar de su espectacular caída de 50 metros. Asimismo, durante los diferentes senderos que recorren el parque, también se puede descubrir los diferentes estancamientos del rio Piedra, como por el ejemplo, el Lago de los Patos o el Lago del Espejo; o bien, las misteriosas cuevas y grutas naturales, como la Gruta Iris, la más espectacular de todas ellas. Un fenómeno de la naturaleza que cuenta con una serie de túneles y escaleras para disfrutar de las estalactitas y del hermoso lago que conforma su recorrido, hasta llegar al final de la gruta con la imponente Cola de Caballo. También dentro del parque, y durante primavera y verano, este enclave visitado cada año por más de 300 mil personas, da la oportunidad de completar este día en plena naturaleza con una exhibición de vuelo libre de rapaces. AGOSTO DE 2019
AC T UA L I DA D € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“A Queda do Muro de Berlim”
“A 9 de novembro de 1989, o mundo assistiu a um dos acontecimentos históricos mais importantes da era contemporânea: a Queda do Muro de Berlim. Assim desaparecia a grande fronteira do mundo moderno.” Quase a assinalar os 30 anos deste acontecimento, o historiador Ricardo Martín de la Guardia propõe uma reflexão sobre o mesmo: “Quem foram os protagonistas deste acontecimento que mudou o mapa político europeu? Como se efetuou a reunificação da Alemanha e quais as suas consequências imediatas? Como reagiu a Europa e o Mundo? Trinta anos depois, os ideais resultantes da queda do Muro mantêm-se?” O fim da Guerra Fria e o Apogeu de um Novo Mundo”, é o sub-título do mais recente livro de Ricardo Martín de la Guardia, que é professor de História Contemporânea na Universidade de Valladolid, tendo sido diretor do Instituto de Estudos Europeus (Centro de Excelência Jean Monnet) entre 2009 e 2013. Visitante Sénior e Membro Associado Sénior do Centro de Estudos Europeus do Colégio Saint Antonys, da Universidade de Oxford, e, em várias ocasiões Membro do Ministério da Educação e Cultura do Instituto Universitário de Florença. Entre os seus livros conta-se “A União Soviética, Da Perestroika à desintegração” (1995), “Europa Báltica, Das Repúblicas Soviéticas à integração na União Europeia” 1994-2004 (2010), “Chechênia, o inferno dos Balcãs” (2012), “1989, O ano que mudou o mundo” (2012), “O Europeísmo, Um desafio permanente para a Espanha” (2015), “Konrad Adenauer, Artífice de uma nova Alemanha, promotora de uma Europa unida” (2015), “Conflitos Pós-Soviéticos, Da secessão da Transnístria ao desmembramento da Ucrânia” (2017) e “A União Soviética perante o espelho das Comunidades Europeias”. “Da Europa sovietizada à “casa comum” europeia” (2017).
64 act ualidad€
agosto de 2019
Exposição
“Cais Urbana” assinala 25 anos da revista Cais ±MaisMenos±, Aheneah, AkaCorleone, André da Loba, Daniel Eime Draw & Contra , Fahr 021.3, Catarina Glam, Godmess Halfstudio, Kruella d’Enfer, Hugo Makarov, GonçaloMar, Margarida Fleming, Mariana a miserável, Mariana Rio, Mário Belém mynameisnotSEM & Mariana PTKS Monk, Mosaik, Tamara Alves, TheCaver, Third, Tiago Galo e Vhils produziram 27 obras, que estão espalhadas por outras tantas localizações, para assinalar os 25 anos da revista Cais: “São 25 anos de história de homens e de mulheres, de pessoas social e economicamente vulneráveis, mas também de 25 anos de reflexão e de identificação de soluções sociais adequadas à realidade e às exigências do mundo atual. A Cais evoluiu ao longo dos seus 25 anos em termos de identidade e posicionamento e, acima de tudo, solidificou a sua intervenção, onde ninguém é excluído, onde todos contam. Fruto das alterações sociais ocorridas ao longo dos últimos anos, a Cais adaptou a sua atuação a novas realidades socioeconómicas, sempre com o foco na sua missão de promover a integração social de pessoas em situação de pobreza e/ou exclusão social, através de metodologias de capacitação para a sua aproximação, ou regresso, ao mercado de trabalho, ajudando-as a recuperar a autoestima, competências e o seu lugar de direito na sociedade.” A Exposição “Cais Urbana” é o resultado de um desafio lançado pela Associação Cais à Mistaker Maker, uma plataforma de intervenção artística que fomenta a produção e a promoção de exercícios e projectos de Arte Contemporânea, em todas as suas formas de expressão. “De desafio em desafio, 27 das principais referências nacionais, juntaram-se a esta causa, e de uma base comum deram asas à sua criatividade na construção de peças únicas que aqui apresentamos.” Uma delas chama-se precisamente “Cais, 2019” e foi feita por Vhils. A peça “fala-nos de dignidade e de visibilidade. De valorização e de inclusão. De positividade e de renovação de oportunidades. Da missão de capacitação e empoderamento que a CAIS tem empreendido junto daqueles que mais necessitam, assim como da cidade onde tem actuado, da esperança que surge por entre o ambiente entrópico que esta gera, da luz que brilha por entre as sombras da desigualdade que esta sustenta. Tendo por base uma técnica de gravura a laser sobre tinta branca (sobre MDF), a peça retrata dois vendedores da revista que a associação publica, em representação das inúmeras pessoas que têm encontrado na Cais um porto de abrigo. Procurando evidenciar o facto simples, mas frequentemente esquecido ou ignorado, de que todos contam”. A obra vai ficar exposta na bilheteira na Casa da Arquitectura (Matosinhos) até novembro. As restantes peças estão expostas em diversos locais, nas cidades de Lisboa (onze locais), Porto (nove locais), Coimbra (três locais) e Almada (dois locais). Em novembro, as peças serão licitadas e o valor das mesmas irá reverter para a Associação Cais.
Até 30 de novembro, em Almada, Coimbra, Lisboa Matosinhos e Porto
espacio de ocio
espaço de lazer
Gulbenkian mostra um século de arte feita por mulheres São mais de 100 obras alinhadas num percurso temático na Coleção Moderna, que “destaca obras de artistas mulheres, apresentando pinturas, desenhos, ilustrações, têxteis, fotografias, vídeos, esculturas e instalações”. A mostra está organizada cronologicamente, de 1916 a 2018, e por tipologia: “No ano em que se assinalam os 50 anos das eleições legislativas de 1969 em Portugal, que permitiram pela primeira vez o voto sem restrições às mulheres, este percurso destaca o período anterior e posterior à Revolução de 25 de abril de 1974 através de artistas que de alguma forma combateram a política conservadora do Estado Novo. Paula Rego, Clara Menéres ou Ana Hatherly preconizam esta vontade nas suas obras.” A sinopse da exposição sublinha as recentes aquisições da coleção: obras de Ângela Ferreira ou Grada Kilomba e também obras de Mily Possoz ou Ofélia Marques, grande parte desconhecidas do público. Além de artistas consagradas, o acervo inclui também jovens como Sara Bichão, Mariana Gomes, Ana Cardoso, Luísa Jacinto, entre outras. Acresce que “numa sala inteiramente dedicada aos seus desenhos e bordados, a artista Maria Antónia Siza, prema-
turamente desaparecida, é mostrada pela primeira vez em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian”. Podem ainda ser apreciadas “ilustrações para livros e revistas pertencentes à Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, realizadas sobretudo nas décadas de 1920 e 1930 por artistas mulheres”. O percurso “lança também pistas e propõe encontros tão diversos com temáticas que passam pela autorrepresentação, a representação da mulher e de crianças, a explosão da cor, a poesia visual, o corpo e a ausência.”
Até 31 de dezembro, no museu da Fundação Calouste Gulbenkian Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
“Rethink”, alerta Xico Gaivota Uma sanita cheia de cotonetes, todos apanhados nas praias por Ricardo Ramos. O artista assina como Xico Gaivota as esculturas e as instalações que podem ser vistas no Reservatório da Mãe D’Água das Amoreiras, em Lisboa até ao dia 6 de outubro. A exposição chama-se “Rethink” e pretende precisamente pôr o visitante a pensar ou repensar a sua relação com os plásticos que utiliza e com a Natureza, neste caso, os oceanos. As esculturas de Xico Gaivota são feitas com o lixo de plástico retirado das praias e das arribas de Portugal. Ricardo Ramos nasceu no ano de 1978, em Lisboa, e “iniciou o percurso artístico um pouco por acaso ao recolher
materiais nas praias que depois transformava, juntamente com os seus filhos, realizando pequenos trabalhos materiais”. O artista “rapidamente se apercebeu que as praias estavam cheias de lixo, principalmente plástico resultante de atividades humanas” e foi assim que começou a aventura de transformar o “lixo” em arte. “O meu trabalho não é só aquilo que se vê. É essencialmente aquilo que não se vê”, sublinha Xico Gaivota.” O que vai parar ao mar e às praias é o impacto do que consumimos e não reciclamos. “É preciso repensar tudo isto e depressa”, alerta o escultor.
Até 6 de outubro, no Reservatório da Mãe D’Água das Amoreiras, em Lisboa agosto de 2019
ac t ua l i da d € 65
espaço de lazer
espacio de ocio
últimas
últimas
Statements Para pensar
“Significa que, beneficiando de razões externas, o que é facto é que os mercados de fora veem de forma positiva a situação o [económica] em Portugal” Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, após as previsões da Comissão Europeia que estimam um crescimento do português de 1,7% este ano e em 2020, “RTP”, 10/7/19
”Ou seja, que por essa via [do consenso entre partidos políticos] se consensualizem estratégias estruturais, a governação não tenha de gerir à vista da costa com acordos pontuais e o sistema não fique debilitado por falta de imprescindível alternativa (...) [Além de que é fundamental ver] se matérias de consenso inevitáveis podem finalmente ser encaradas – da qualificação e inovação às novas formas de trabalho, da demografia à segurança social e à solidariedade social e territorial efetiva, mas realista, da globalização no investimento e nas exportações aos reptos climáticos” Idem, ibidem
“Podemos falar se há mais uma décima, menos uma décima, mas continuamos a entender que os números que vamos conhecendo nos permitem estar seguros na previsão que o Governo fez de 1,9% de crescimento para este ano” Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto e da Economia, à margem do “8.º Congresso dos Economistas”, realizado em Lisboa, “Correio da Manhã”, 10/7/19
“Las tasas de crecimiento [del PIB en 2019] siguen siendo muy superiores a las de nuestros países de alrededor” Nadia Calviño, ministra da Economia e Negócios, depois da Comissão Europeia ter revisto duas décimas acima, para 2,3%, a previsão de crescimento do PIB espanhol para 2019, “Onda Cero”, 11/7/19
66 ACT UALIDAD€
AGOSTO DE 2019