Actualidad
Economia ibérica março 2020 ( mensal ) | N.º 273 | 2,5 € (cont.)
Joana Vasconcelos:
criadora, empresária, “embaixadora” de Portugal pág.38
“Gostava muito de ter um comboio de alta velocidade Lisboa-Madrid” pág.. 14
“Há uma urgência de concertação das agendas dos dois países ibéricos” pág. 50
Evolução demográfica ameaça as finanças públicas pág. 54
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Índice
Foto Capa
índice
Sandra Marina Guerreiro
Nº 273 - marco de 2020
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca
Grande Tema 38.
Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro
Joana Vasconcelos: criadora, empresária, “embaixadora” de Portugal
Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org
Editorial 04.
Portugal e os seus embaixadores
Atualidade
As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.
20.
ClarkeModet disponibiliza soluções personalizadas em todo o ciclo de I+D+i
Periodicidade: Mensal
22.
Eurofirms: a tecnologia ao serviço dos recursos humanos
24.
Bynd Venture Capital lança novo fundo para startups ibéricas
26.
SAP, el aliado de la empresa inteligente
Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, António Vieira Monteiro, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Ángel Vaca e Maria Celeste Hagatong
E mais... 06. Apontamentos de Economia 14.Grande Entrevista 30.Marketing 34.Fazer Bem 46. Advocacia e Fiscalidade 48. Setor Imobiliário 50.Eventos 58.Vinhos & Gourmet 60. Setor Automóvel 62.Barómetro Financeiro 64.Intercâmbio Comercial 66.Oportunidades de Negócio 68.Calendário Fiscal 69.Bolsa de Trabalho 70.Espaço de Lazer 74. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
Luso Espanhola MARÇO DE 2020
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Portugal e os seus embaixadores
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turismo continua a acelerar: Portugal ac ol heu 27 milhões de turistas no ano passado, mais 7,3% do que em 2018. Este valor estabelece um novo recorde e fica a dever-se sobretudo à visita de estrangeiros, ainda que o número de turistas portugueses a viajar dentro do seu próprio país também tenha aumentado. Mais turistas, que também representaram melhores receitas: de acordo com o INE, os proveitos totais do setor cresceram para os 4.280 milhões de euros, mais 7,3% do que em 2018. O turismo é o setor que regista maior crescimento em todo o mundo e é um dos principais empregadores, no entanto, este ano, teme-se que a expansão do coronavírus faça recuar muitos viajantes. Portugal, considerado em 2019, pelo terceiro ano consecutivo, “Melhor Destino Turístico do Mundo”, nos World Travel Awards, nem sempre esteve na linha da frente... Em 2007, o Ministério da Economia e Inovação lançava uma campanha internacional sobre a nova imagem de Portugal “West Coast of Europe”. Cristiano Ronaldo, José Mourinho, Nelson Évora, Vanessa Fernandes, Mariza, Miguel Câncio Martins, Maria do Carmo Fonseca e Joana Vasconcelos eram os novos “embaixadores” do país, fotografados pelo britânico Nick Knight. A campanha custou três milhões de euros e pôs Portugal nas páginas de publicações internacionais como a “The Economist”, “Conde Nast Traveller”, “Time”, “Newsweek”, “Vogue”, “Stern”, “Le Monde2”, “Le 4 ACT UALIDAD€
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Fígaro Magazine”, “El País” ou o “El Mundo”. Joana Vasconcelos, cujo percurso e alcance é tema de capa desta edição, era uma das oito “heroínas” deste Portugal moderno, capaz de proporcionar ao mundo grandes desportistas, arquitetos, cientistas e artistas. Isto, ainda antes de bater recordes de bilheteira no palácio de Versalhes (França), onde expôs em 2012, ainda antes de colocar um cacilheiro a navegar na Lagoa de Veneza, em representação de Portugal na Bienal de Arte de 2013, ainda antes de levar 640 mil visitantes ao Guggenheim de Bilbau (foi a 13ª mostra mais visitada, em 2018, a nível mundial). Hoje, a própria Joana Vasconcelos assume essa condição de “embaixadora” de Portugal, bem como a “inevitável” portugalidade das suas obras. Os números confirmam a sua internacionalização: Joana Vasconcelos já participou em mais de 120 exposições, organizadas em mais de 20 paí-
ses. Só este ano, a artista protagoniza sete exposições em nome individual e integrará ainda oito coletivas. No entanto, não é só em matéria de internacionalização, que o Ateliê Joana Vasconcelos dá cartas. É também exemplo de como manter uma equipa motivada (no ateliê há um ginásio e um refeitório para os funcionários) ou de como a cultura pode estabelecer proveitosas parcerias com a indústria. Relação que certamente estará na mira do novo embaixador de Portugal em Espanha, João MiraGomes, empenhado em ter em Madrid uma montra permanente de Portugal. Na “Grande Entrevista” desta edição, o novo embaixador deixa claro que, além dos laços culturais, gostaria também de aproximar Portugal e Espanha pela via dos transportes, nomeadamente através da muito aguardada linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid. E-mail: smarques@ccile.org
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Millennium bcp reforça apoio às empresas no novo sistema de incentivos à inovação do Portugal 2020 Com a a be r tur a da nova fa s e de candidaturas aos incentivos do Por tugal 2020 para a inovação produtiva , o Millennium bcp reforça o seu apoio ao tecido empresarial por tuguês. O M ille n niu m b cp é o ba nc o número um no apoio às empresas, à economia e ao Por tugal 2020, e tem já uma quot a de cer ca de 40% nos projetos candidatados no primeiroº aviso do novo Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva . A atividade do Millennium bcp n o Po r tu g a l 2 02 0 e s t á m a te r ia liz ada em ma is de se is mil projetos domiciliados, cerca de cinco mil milhões de euros de investimento dos nossos clientes, 1.80 0 milhões de euros em financia mento aceite ou contr at ado e cerca de 3.60 0 operações de apoio aos projetos domiciliados no Millennium bcp. “ Um em cada tr ês pr ojetos do Por tug a l 2 02 0, be m como um em cada dois euros aprovados pelas autoridades de gestão, são de clientes do Millennium bcp”,
afiança instituição liderada por produtivo e apoiar as PME . Miguel Maya . Entretanto, o grupo divulgou os Para reforçar este compromisso, s e u s r e s u l t a d o s c o n s o l i d a d o s o Millennium bcp acaba de cele - r e lativos ao a no tr a ns ato, e m brar um protocolo de cooperação que apresentou um “lucro de 302 com um conjunto de empresas m ilhõ e s de e u r os , im pu ls io n a de consultoria , com o objetivo de do pela expansão dos proveitos dis ponibiliz a r soluçõe s dife r e n - core em 6,9% e pela redução das ciadas de apoio ao tecido empre - imparidades e provisões em 9,9% sarial por tuguês. face ao ano anterior ”, revela o Este acordo garante aos clientes grupo. do illennium bcp o acesso a mais De salientar ainda a “evolução uma solução de valor acrescen- favorável do resultado líquido do tado, ajustada ao ciclo de vida grupo, excluindo itens específidos investimentos candidatados cos, apresentando um crescimena apoios e instrumentos financei- to de 11,7%, face ao ano anterior”. ros (nacionais e/ou comunitários), Quanto à “redução significativa concedidos no dos NPE (-1,3 mil milhõ e s de âmbito do Por tugal 2020 e outros euros face ao final de 2018), foi programas de incentivos. de te r m in a d a p e lo de s e m p e n ho As equipas de consultoria assegu- da atividade em Por tugal (-1,6 mil ram o apoio à elaboração e acom- milhões de euros)”. O reforço da panhamento do projeto, cabendo cober tura dos NPE por imparidaao Millennium bcp garantir a ade - des subiu para 58% (52% em 31 quação das soluções de financia- de dezembro de 2018) e cober tumento às necessidades e especi- ra total para 116%. ficidades do investimento e dos O banco salienta ainda o rácio apoios concedidos. Pretende -se, CET1 fully implemented estimado assim, reforçar a capacidade de em 12,2%, melhorando 21 pontosinvestimento -base face a dezembro de 2018.
Novo Banco e startup Alfredo AI fecham parceria para trazer inteligência artificial ao imobiliário O Novo Banco acaba de fechar uma parceria com a startup portuguesa Alfredo AI, com o objetivo de trazer as mais recentes inovações de inteligência ar tificial ao setor imobiliário. Com esta parceria, as equipas de Data Science do Novo Banco e da Alfredo AI (https://www.alfredo. pt/ ) trabalharão em conjunto, utilizando fontes de dados internas e externas ao banco, para melhorar os modelos de previsão do valor de imóveis do banco. Estes
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modelos de machine learning per- venda por metro quadrado, quanmitem conhecer o valor dos imó- tificando o impacto de fatores veis transacionados pelo NOVO muito específicos, tais como o BANCO, processando todos os cer tificado energético, a piscina, dados (estruturados e não estru- a garagem, bairros na vizinhança, turados) disponíveis acerca de um entre outros. imóvel e do seu contexto, incluin- “Este é mais um passo na transdo descrição e fotografias, dados formação digital do Novo Banco, geográficos, estabelecimentos na com o desenvolvimento da mais vizinhança, anúncios online, his- avançada tecnologia para melhotórico de transações. Desta forma, rar as operações do Novo Banco é possível atribuir a cada imóvel e a experiência dos seus clientes”, um valor de forma mais precisa adianta a instituição financeira do que usando o preço médio de liderada por António Ramalho.
Breves Metropolitano de Lisboa assina contrato de modernização do sistema de sinalização O Metropolitano de Lisboa celebrou no mês passado o contrato para a aquisição de um novo sistema de sinalização ferroviária e a aquisição de 14 novas unidades triplas (42 carruagens), ao agrupamento Stadler Rail Valencia, pelo valor de 114,5 milhões de euros. A assinatura do contrato decorre na sequência do concurso público internacional lançado em setembro de 2018 e da adjudicação ocorrida, e publicamente divulgada, no dia 24 de janeiro do corrente ano. O prazo global do contrato é de 77 meses. A aquisição de 14 novas unidades triplas vai melhorar a oferta de comboios e serviços do ML, permitindo mais conforto e acessibilidade para os clientes, bem como um sistema de comunicação com
os clientes que vai permitir informação variável e flexível e sistemas de segurança e vídeo vigilância mais modernos, informou a companhia liderada por Vítor Domingues (na foto, à dir.). O fornecimento das novas carruagens terá entregas faseadas, devendo a primeira unidade tripla ser entregue na segunda metade de 2022, enquanto a entrega da 14ª e última unidade tripla está prevista para final de 2023.
Ardian adquire a Frulact A Ardian, uma das principais sociedades de investimento a nível mundial, anunciou a aquisição da Frulact à família Miranda, com apoio da atual equipa de gestão. A Frulact é uma fabricante inovadora de ingredientes naturais, criados a partir de frutas e plantas para a indústria alimentar e de bebidas. A empresa conta com um vasto portefólio de produtos baseados em preparados de fruta e vegetais para laticínios, gelados, sobremesas, bebidas, aromatizantes e ingredientes alternativos à base de plantas. Com sede na Maia, a Frulact emprega mais de 750 trabalhadores, opera em nove unidades industriais na Europa, África e América do Norte, vendendo os seus produtos em mais de 40 países e registando um volume de negócios perto dos 115 milhões de euros. A empresa, fundada em 1987 pela família Miranda e liderada por João Miranda, tem um histórico robusto de crescimento baseado em evolução orgânica e aquisições criteriosas.
A Ardian irá apoiar a equipa de gestão da Frulact para acelerar o plano estratégico e consolidar a posição do grupo como um dos líderes globais na indústria alimentar, apoiando as atividades já em curso e fortalecendo as competências da Frulact em nichos e ingredientes adjacentes ao negócio. O conhecimento profundo da Ardian sobre a indústria de ingredientes alimentares, a sua rede global e o apoio que pode oferecer enquanto uma das principais sociedades de investimento internacionais fazem desta empresa a melhor parceira para identificar e promover oportunidades de crescimento que permitam transformar a Frulact num líder global. A Frulact é o primeiro investimento da equipa da Ardian Buyout em 2020. Com 50 trabalhadores em sete escritórios na Europa e em Nova Iorque, a equipa de buyout investe em empresas de valor médio e alto com elevada qualidade de forma a transformá-las em líderes globais nos respetivos nichos de mercado.
Energia eólica na Europa em 2019 aquém do Pacto Ecológico Europeu Segundo anunciado pela associação internacional WindEurope, a 17 de fevereiro, a Europa assegurou 15% do seu consumo de eletricidade por recurso à tecnologia eólica, que atingiu em 2019 um total de capacidade instalada de 205 GW. No balanço do ano, destaca-se que em 2019 foram instalados 15,4 GW de nova potência eólica, repartidos por 11,8 GW em onshore e 3,6 GW em offshore. Estes valores representam um aumento de 27% em comparação com 2018. Os países que mais contribuíram para este resultado foram o Reino Unido (2,4 GW), a Espanha (2,3 GW), a Alemanha (2,2 GW), a Suécia (1,6 GW) e a França (1,3 GW). Apesar dos resultados positivos a nível europeu, verificou-se um significativo abrandamento do mercado alemão, que tem sido consistentemente um motor de desenvolvimento do setor, registando o valor de instalações em onshore (1,1 GW) mais baixo desde o ano 2000. Esta crise, que tem culminado numa contínua perda de empregos no setor eólico, advém sobretudo de inúmeras dificuldades ao nível do licenciamento dos projetos, com a inclusão de novas imposições e critérios de distância mínima às habitações cada vez mais restritivos, com uma persecução gravosa em vários projetos. Portugal também registou um fraco progresso, tendo apenas instalado 61 MW de nova potência em 2019, agora totalizando 5,4 GW de capacidade eólica instalada, toda ela em onshore. No que se refere ao desenvolvimento do eólico offshore em Portugal, salienta-se que a primeira plataforma flutuante (8,4 MW) do projeto WindFloat foi ligada à rede ainda no final de dezembro e em 2020 é esperada a ligação das duas restantes plataformas, de um projeto que terá uma capacidade total instalada de 25 MW. Fusões e aquisições ascendem a 2.600 milhões de euros em janeiro O valor movimentado em Portugal nos negócios de fusões e aquisições de empresas disparou 273% em janeiro, quando comparado com o mesmo mês de 2019. Só num mês as transações que tiveram os montantes divulgados totalizaram 2.600 milhões de euros, de acordo com os últimos dados divulgados pelo diretório internacional Transactional Track Record (TTR). Desses mais de dois mil milhões de euros, 800 milhões estão ligados a investimentos realizados por fundos de private equity e 13 milhões a fundos de capital de risco. A compra da OMTEL pela espanhola Cellnex Telecom, por 800 milhões de euros, foi a transação que se destacou, em janeiro.
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Breves No entanto, o mercado transacional português registou apenas 17 negócios (menos 35% em termos homólogos). Segundo o mesmo relatório, em termos de setores o imobiliário foi o mais ativo, com quatro operações de M&A. O TTR esclarece ainda que continua a atualizar os números de 2019, porque alguns negócios se encontravam sob cláusulas de confidencialidade. Neste momento, contabilizam-se 449 negócios anunciados no ano passado, mais 21% em relação à 2018. Certif com atividade em 20 países e mais 160 clientes em 2019 A Certif, líder de mercado na certificação de produtos, angariou em 2019 mais 160 novos clientes, com especial incidência nas áreas de empresas que trabalham com gases fluoretados e de construção. No plano internacional, conta já com clientes em 20 países, os quais “representam 36% da faturação, sendo ainda de salientar que uma grande parte está ligada a produtos que se destinam à exportação”, adianta a associação certificadora. Sendo o core business da Certif a certificação de produtos (em conjugação com a Marcação CE) o volume de negócios desta área representou 76,7% do total, e dentro da certificação de produtos 74% referem-se a produtos de construção. A Certif, que comemorou em 2019 os 20 anos de atividade, destaca ainda que a nível da certificação de produtos e marcação CE, o setor da construção civil continua a ser preponderante para esta atividade, seguindo-se o setor elétrico e das telecomunicações. Uma grande parte destas certificações envolve produtos para exportação, continuando a Certif a desenvolver, em parceria com organismos estrangeiros, processos que se destinam somente à obtenção de certificações indispensáveis ao acesso a esses mercados. 4ª edição do “Índice da Excelência” Foram apresentados no mês passado os resultados da quarta edição do “Índice da Excelência”, um estudo que permite traçar um quadro do clima organizacional nacional e apontar as empresas que mais se destacam no desenvolvimento dos recursos humanos. Os resultados da iniciativa apontam os fatores que permitem potenciar boas práticas de retenção, gestão e desenvolvimento dos colaboradores numa organização. A Servdebt Group (Grandes Empresas), Edge (Médias Empresas) e a Azevedo Brandão e Associados (Pequenas Empresas) foram os vencedores da edição de 2019. O estudo, desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting, em parceria com a “Human Resources Portugal”, a “Executive Digest” e o ISCTE Executive Education,
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EDP investiu 125 milhões de euros em políticas reduzidas em carbono A EDP, empresa liderada por António Mexia, reportou um total de 125 milhões de euros em investimentos “verdes” no ano de 2019, valor que inclui pesquisa e desenvolvimento para novos projetos à base de energias renováveis, de acordo com o relatório intitulado de “Duplicar para baixo: oportunidades de investimento em baixo carbono da Europa”, divulgado recentemente pela tos em capital de baixo carbono e 65 organização sem fins lucrativos, CDP – mil milhões gastos em novas pesquisas Disclosure Insight Action. e desenvolvimento (R&D, sigla angloA Navigator e a Caixa Geral de -saxónica) no ano passado. Depósitos (CGD) são as outras duas A principal produtora de energia de bioempresas portuguesas que constam na massa em Portugal, viu as vendas de eleanálise desta organização que constata tricidade produzida exclusivamente a partir que 882 empresas europeias cotadas de biomassa a totalizarem aproximadanas bolsas europeias reportaram 59 mil mente 22,4 milhões de euros em 2018, ou milhões de euros em novos investimen- 13% do total de vendas de eletricidade.
Congalsa compra a Sulpastéis
A Congalsa, empresa líder na confeção de produtos pré-cozinhados ultracongelados, com sede na localidade galega de A Pobra do Caramiñal (Espanha), formalizou a sua participação como acionista da congénere portuguesa Sulpastéis, sediada em Sarzedo, Arganil (distrito de Coimbra). “Esta operação permitirá que a nossa empresa cresça por via inorgânica e consolide a sua posição a nível internacional, particularmente no mercado português”, afirma Luis Miguel Simarro, diretor-geral da Congalsa. “Simultaneamente, permite-nos ter uma maior solidez económica e as duas empresas em conjunto irão atin-
gir uma faturação anual superior a 100 milhões de euros em 2020”, acrescenta. A Congalsa pretende manter os 125 postos de trabalho das duas unidades de produção da Sulpastéis, onde são confecionados diferentes produtos, “que irão complementar a nossa gama”, adianta Luis Miguel Simarro. Neste sentido, a Sulpastéis é especialista na confeção de pré-cozinhados à base de peixe de produtos tipicamente portugueses, como pastéis de bacalhau, rissóis com variados recheios, folhados, chamuças, bacalhau à Brás, entre muitos outros. Esta empresa, que ultrapassou os 17 milhões de euros de faturação em 2019, tem uma rede de distribuição própria e uma carteira ativa de 450 clientes, centrada exclusivamente no setor horeca, exportando cerca de 15% da sua produção. Por seu lado, a Congalsa é uma das empresas que lidera o setor alimentar na Galiza, com uma faturação de 83 milhões de euros em 2019.
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Breves é o maior estudo de clima organizacional e de desenvolvimento do capital humano, gratuito, em Portugal, e integrou as respostas a questionário de milhares de colaboradores, oriundos de centenas de empresas participantes. As conclusões obtidas possibilitam determinar quais as empresas que apresentam um melhor clima organizacional e que se destacam como entidades de excelência em Portugal, mas igualmente dar a cada empresa participante a oportunidade de adquirir informação relevante para a identificação de áreas fortes e de melhoria na gestão do seu ativo humano e os seus principais fatores de retenção. “Green Gas Mobility Summit” reúne profissionais do setor em Madrid Nos dias 1 e 2 de abril vai decorrer o “Green Gas Mobility Summit”, em Madrid. Organizado pela GASNAM, o evento acontece numa altura em que a sociedade enfrenta dois grandes desafios: garantir uma melhor qualidade do ar e preservar a saúde dos cidadãos; e proteger o planeta face às alterações climáticas. Neste contexto, o uso do gás natural, do biometano e do hidrogénio na mobilidade desempenha um papel essencial na concretização dos objetivos climáticos e da descarbonização dos transportes. Na edição de 2020, a GASNAM promete dois dias com mais de 25 conferências e mesas redondas, a participação de mais de 80 oradores nacionais e internacionais de referência, bem como a presença de líderes mundiais e CEO’s das principais empresas do setor. RGPD gera novos postos de trabalho e aumenta procura por formações de data protection officers A DPO Consulting, consultora portuguesa especializada em privacidade, proteção de dados e segurança da informação, lança duas novas edições do DPO PRO, um programa pioneiro em Portugal na formação de data protection officers, em parceria com a Associação Empresarial de Portugal (AEP). Com duração total de 48 horas em regime pós-laboral, a formação destinou-se a todos os profissionais que sejam ou tenham interesse em assumir o cargo de DPO. O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) e a promulgação da respetiva lei de execução nacional deram origem a um novo quadro legal que veio obrigar todas as organizações a desenvolverem políticas restritas de tratamento e gestão de dados pessoais. Ao abrigo do artigo 37º do RGPD, entidades públicas e privadas necessitam de um responsável que garanta o cumprimento de todas as regras e novas obrigações: um data protection officer (DPO), ou encarregado de proteção de dados. Estima-se que, atualmente, sejam necessários mais de 36 mil profissionais nesta área em toda a Europa.
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Seguros de saúde e automóvel a nível ibérico em debate O tema “Seguros de doença e automó- chega ao novo destino, como enquavel em Espanha e Portugal” foi aborda- draram alguns dos oradores presentes do num pequeno-almoço de trabalho no evento. realizado em Lisboa, organizado pela Algumas companhias de seguros já CCILE, e que contou com a participa- oferecem, todavia, produtos que abarção de diversas seguradoras. cam distintos países. A Asisa, uma O evento, realizado no passado dia das companhias presentes, assegurou 6 de fevereiro, pretendeu promover a que já oferece esta cobertura, sendo troca de ideias sobre as limitações “pioneira” na disponibilização de um com que se deparam as pessoas ao seguro universal de saúde de cobertunível dos seguros de saúde e doença e ra ibérica, segundo afirma a empresa. do ramo automóvel, perante a crescen- Quanto ao ramo automóvel, a situate mobilidade dos cidadãos, nomeada- ção não é muito diferente, tendo sido mente dentro da Península Ibérica. abordado pelos participantes o inteQuanto aos seguros de saúde, um dos resse em acabar com os limites legais constrangimentos decorre do facto de e temporais para a permanência de que quando uma pessoa se desloca um veículo com matrícula estrangeipara outro país ter de realizar novas ra noutro país, pois deveriam perapólices e mudar de companhia se manecer válidos os requisitos legais pretender manter uma cobertura igual estabelecidos aquando da compra à do seu seguro particular desde que do veículo.
Mazars regista “excelente desempenho” a nível internacional A Mazars, empresa internacional de para organizações de todos os tipos, auditoria e consultoria, anuncia hoje não apenas para empresas cotadas”, um volume de negócios de €1.8 mil diz Hervé Hélias, CEO & chairman do milhões referente ao exercício fiscal grupo Mazars. 2018/2019 (de 1 de setembro de 2018 a Para além dos resultados financeiros, 31 de agosto de 2019), um crescimento 2019 assistiu também à assinatura do de 10,4% (excluindo o impacto cambial acordo Mazars North America Alliance, de +0,2%) em comparação com o exer- em julho. A Mazars North America cício anterior. O aumento foi suportado Alliance representa um acordo marpor um forte crescimento orgânico de cante entre a Mazars e cinco empresas 9%, complementado por um cresci- líderes na América do Norte e Canadá mento externo de 1,3%. – BDK, Dixon Hughes Goodman, Moss “Este é o mais elevado valor de cresci- Adams, Plante Moran (EUA) e MNP mento orgânico registado pela Mazars (Canadá). A Mazars North America desde 2011/2012. Este desempenho Alliance representa uma grande extraordinário resulta da combinação mudança para a Mazars, que passa de um alto nível de especialização e do a ter total cobertura na América do forte compromisso das nossas equi- Norte e a disponibilizar aos clientes pas em oferecer aos nossos clientes internacionais acesso a mais de 16.000 uma experiência excelente em todo o profissionais na região. A Mazars mundo, além de um verdadeiro reco- conta agora com 40.400 profissionais nhecimento dos benefícios do modelo em todo o mundo (24.400 fazem parte de partnership integrado da Mazars. do partnership integrado) e 318 escriA Mazars é um parceiro de confiança tórios, em 91 países e territórios.
Gestores
A PortugalFoods apresenta-se com uma nova assinatura que pretende transmitir as especificidades da produção agroalimentar nacional. O conceito foi criado no âmbito da estratégia de internacionalização para o triénio 2019-2021. Sendo a produção nacional uma expressão ímpar da influência Atlântica e Mediterrânica, o conceito “Atlantic meets Mediterranean” permitirá valorizar a oferta do setor agroalimentar. “Além de sermos um país soalheiro e hospitaleiro, possuímos também traços únicos na nossa forma de estar e de produzir devido à nossa posição geográfica privilegiada e às diversas influências culturais que recebemos. Tudo isto, aliado à distinção dos produtos portugueses, fez com que existisse a necessidade de criarmos uma nova assinatura para a PortugalFoods, que exprimisse esta diferenciação, com impacto nas exportações e na internacionalização das empresas”, refere Amândio Santos, presidente da
PortugalFoods. Esta mudança ao nível da imagem e comunicação está integrada na estratégia de internacionalização desenvolvida pela PortugalFoods, que tem como frente principal o crescimento da presença portuguesa nos mercados internacionais. Uma das conclusões da estratégia é a necessidade de comunicar Portugal como país de Dieta Mediterrânica, Património Cultural Imaterial da Humanidade, sobretudo nos mercados onde este conceito é reconhecido e associado a um modo de vida e de consumo. Por outro lado, noutros mercados, será importante comunicar a influência Atlântica na produção agroalimentar portuguesa enquanto fator diferenciador. A PortugalFoods, enquanto ator fundamental na promoção externa do setor agroalimentar, realiza cerca de 30 ações por ano com o objetivo de contribuir para o continuado crescimento das exportações portuguesas.
Sonae Arauco presente na “Maderalia 2020”, em Valência
A Sonae Arauco, um dos maiores produtores mundiais de painéis derivados de madeira, estará presente na FIMMA - Maderalia 2020, Feira Internacional de Tecnologia, Materiais e Componentes para Móveis, Design de Interiores e Projetos de Contracting. A feira, que se realiza de 10 a 13 de março em Valência, Espanha, é um evento de referência para todos os profissionais do setor, incluindo decoradores, designers de interiores
e arquitetos. João Berger, chief of Marketing and sales officer da empresa, afirma que a Sonae Arauco se “esforçou para mostrar aos visitantes da Maderalia todo o seu portefólio. O nosso stand será, sem dúvida, um dos maiores, e terá como foco o design, a criatividade e a sustentabilidade. Foi projetado para que os visitantes possam conhecer as inúmeras possibilidades oferecidas pelos nossos materiais, respondendo a todas as suas necessidades”. O espaço – um dos maiores stands da feira, com 320 metros quadrados – será construído inteiramente com materiais da própria marca, para que os participantes possam vê-los e testá-los no local.
em Foco Foto Sandra Marina Guerreiro
PortugalFoods cria novo conceito para setor agroalimentar
Enrique Hidalgo Miralles é, desde 1 de março, o novo diretor-geral do El Corte Inglés em Portugal. O responsável, que integrava a Direção da cadeia em Portugal desde novembro, assume agora as novas funções, substituindo no cargo Ángel Vaca. Enrique Hidalgo foi, durante mais de 30 anos, o diretor do centro comercial El Corte Inglés Preciados-Callao, em Madrid. Licenciado em Direito, pela Universidad Complutense de Madrid, tem ainda um MBA, pelo IESE Business School, da Universidade de Navarra, e um master em Prática Jurídica, pelo ICADE. A Epson anunciou a mudança do seu representative director e a nomeação de um novo presidente. Yasunori Ogawa (na foto) foi nomeado novo presidente da Seiko Epson Corporation, com efeitos a partir de 1 de abril próximo. O novo presidente, nascido em 1962, é master pela Escola de Engenharia, da Universidade de Tohoku, tendo integrado a Seiko Epson Corporation em 1988. Desempenhou vários cargos dentro da multinacional japonesa, sendo atualmente diretor e managing executive officer. A TÉTRIS contratou Gonçalo Valente (na foto) para liderar o novo Departamento de construção de hotéis, que se junta, assim, aos departamentos de Escritórios e de Retalho. Acompanhando o forte crescimento do turismo em Portugal, a empresa do grupo JLL acaba de lançar uma nova área de negócio direcionada para os projetos hoteleiros e turísticos Gonçalo Valente, que está em funções desde setembro e assume a responsabilidade de implementar a estratégia e coordenar toda a atividade do recém-criado departamento, tem um percurso profissional vasto com mais de 20 anos, tanto a nível nacional (Portugal Continental e Açores), como internacional (República da Irlanda).
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Breves Pamesa compra el 50% de Argenta y es líder del azulejo español Pamesa, el grupo de Fernando Roig, que ya era el mayor fabricante cerámico español, se convierte en el socio de uno de los grupos locales que más ha crecido en los últimos años y que facturó 280 millones en 2019. Pamesa ha anunciado un acuerdo con los dueños de Argenta y Cifra Cerámica para tomar el 50% de ambas firmas azulejeras, una de las empresas locales que aprovecharon la crisis inmobiliaria para abrirse un hueco y crecer ante los problemas de otros fabricantes históricos. Además, Argenta está construyendo junto con un socio local una planta en México, un país desde el que abordar el fuerte desarrollo del negocio en Estados Unidos. Este acuerdo va a permitir a todas las compañías obtener sinergias, economías de escala y ventajas competitivas que se traducirán en mejoras de productividad y resultados. Lidl cierra 2019 con 42 tiendas en España tras invertir 220 millones y crea 500 empleos Lidl cerrará su ejercicio fiscal 2019 (terminado el 28 de febrero de 2020) con 42 tiendas nuevas en España, tras invertir 220 millones de euros y crear 500 empleos. Completada la etapa de renovación de sus supermercados, en 2018 inició un proceso de expansión neta que en 2019 le ha llevado a abrir un total de 42 tiendas, 29 de ellas netas, mientras que las otras 13 corresponden a nuevos puntos de venta que sustituyen a otros que, o bien se habían quedado obsoletos o gozaban de una peor ubicación. Lidl, que cuenta con una cuota de mercado del 5,6%, se mantiene junto a Mercadona como la firma de distribución que más crece en España y que podría asaltar este año la tercera plaza del ranking que ocupa en la actualidad Dia. Alimentaria y CaixaBank, juntas por la internacionalización del sector alimentario “Alimentaria”, el salón internacional de Alimentación, Bebidas y Foodservice, y CaixaBank, la entidad financiera que lidera el negocio con el sector agroalimentario en España, han firmado un acuerdo estratégico de colaboración que apuesta por la innovación y la calidad como vía para reforzar
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Abanca compra el banco portugués Eurobic
Abanca ha anunciado el acuerdo de compra del 95% del capital del banco portugués Eurobic, una adquisición que supondría la quinta operación corporativa de la entidad financiera desde 2014 y la segunda en el país vecino. La operación, cuyo importe no ha sido comunicado, está condicionada a una auditoría y ya se ha comunicado al Banco de Portugal. Según datos aportados por Abanca, a diciembre de 2019 EuroBic gestionaba un volumen de negocio de 11.699 millones
de euros, con un volumen de crédito de 5.198 millones de euros, unos depósitos de 6.148 millones de euros y una tasa de morosidad del 6,4%. Cuenta con 1.482 empleados, 184 oficinas y 266.670 clientes. Actualmente Abanca tiene en Portugal 71 puntos de venta, 500 colaboradores y más de 80 mil clientes. Además de esta operación corporativa de Abanca, desde 2014 se sucedieron la integración del Banco Etcheverría; la compra de Popular Servicios Financieros (2017); la compra a Caixa Geral de Depósitos de su banco en España, Banco Caixa Geral, además de la adquisición del Deutsche Bank PCB (2018).
MAPFRE aumentó su beneficio en más de un 15% MAPFRE ganó el año pasado 609 millones de euros, con un aumento del 15,2%. Sus ingresos se incrementaron un 7,1%, hasta 28.472 millones, de los que 23.044 millones fueron primas. El resultado de la aseguradora se ha visto fuertemente condicionado por los costes de los grandes riesgos, entre ellos los tifones en Japón, lo disturbios de Chile y las Danas en España. Las cuentas de la entidad recogen también el deterioro de los fondos de comercio de su filial MAPFRE
Asistencia. La compañía propondrá el reparto de un dividendo complementario con cargo a 2019 de 0,145 euros brutos, lo que supone un ‘payout’ del 73,3% y una rentabilidad sobre la cotización media del 5,7%. MAPFRE destinará 447 millones de euros con cargo a los resultados de 2019 para pagar a sus accionistas. El negocio de reaseguro de la entidad cayó el año pasado un 65,9%, hasta 57,5 millones, y el de MAPFRE Asistencia arrojó una pérdida de 88 millones de euros.
Heineken se alía con Iberdrola para elaborar sus cervezas con energías 100% renovables en 2020
La empresa cervecera ha firmado un acuerdo de compraventa de energía a largo plazo con la eléctrica, para una planta fotovoltaica en El Andévalo (Huelva), que tendrá el tamaño de 201 campos de fútbol. Heineken España e Iberdrola realizarán este proyecto fotovoltaico en Andalucía, que permitirá a la cervecera elaborar sus productos con energías 100% renovables en 2020. En concreto, este acuerdo
garantizará el suministro de electricidad verde a las cuatro fábricas de la cervecera en España (Madrid, Valencia, Sevilla y Jaén) y a sus oficinas en octubre de 2020 y le permitirá convertirse en una cervecera 100% neutra en carbono en 2023. De esta forma, el acuerdo alcanzado implica la construcción de una nueva planta fotovoltaica en El Andévalo (Huelva), que se usará exclusivamente para elaborar todas las cervezas de Heineken en España y estará plenamente operativa en 2020. El Andévalo (292 MW) es el mayor complejo eólico de Europa Continental, y está promovido y gestionado por Iberdrola desde 2010.
Naturgy bate previsiones al ganar más de 1.400 millones en 2019 Naturgy, primera distribuidora de gas y tercera eléctrica en España, alcanzó un beneficio neto de 1.401 millones de euros en 2019, frente a los 2.822 millones de pérdidas en 2018, producidas por un saneamiento masivo de activos. A efectos comparativos el grupo aumentó su resultado en un 15%, pasando de los 1.245 millones de 2018 a los 1.432 millones de 2019. Naturgy ha logrado así superar las previsiones del consenso de la veintena de firmas de analistas que han participado en su elaboración y que estimaban un promedio de ebitda de 4.487 millones y un beneficio neto de
1.329 millones de euros. Los responsables de Naturgy han explicado que el avance en la cuenta de resultados ha sido posible gracias a la consecución de los compromisos fijados en el plan estratégico. Entre ellos, destacan los “progresos en eficiencia, la reducción del perfil de riesgo y una mejor asignación de recursos”.
Breves la internacionalización de las empresas del sector alimentario. “Alimentaria” tendrá lugar en el recinto Gran Via de Fira Barcelona, del 20 al 23 de abril del 2020. De la mano de un centenar de expertos, este espacio constituirá un “excepcional punto de encuentro con la innovación en el que se potenciarán las oportunidades de negocio, el intercambio de conocimiento y el networking”, con la realización de congresos, ponencias y presentaciones de estudios centradas en seis ejes temáticos: Innovación (I+D+i) + Marcas; Nutrición, Salud y Bienestar; Internacionalización y Globalización; Distribución y Retail; Markteting y Comunicación; y RSC. Acciona se hace con la línea 6 del Metro de Sao Paulo Acciona ha logrado un acuerdo con el Gobierno del Estado brasileño de Sao Paulo para quedarse con la línea 6 del metro, un proyecto estimado en unos dos mil millones de euros, que supone terminar su construcción y asumir su posterior explotación. Con la consecución de este proyecto, el grupo que preside José Manuel Entrecanales regresará al mercado de Brasil en el que en su día acometió precisamente obras de metro. La línea 6 de metro de Sao Paulo está pendiente de terminar su construcción desde que en 2016 el Estado retiró el que entonces tenía un consorcio liderado por Odebrecht ante los problemas en que este grupo local se vio envuelto. En virtud del acuerdo alcanzado, Acciona contará con un plazo de cuatro años para concluir la obra, que el Estado costeará al 50%, detalló el gobernador, según informa la publicación local “Diário do Transporte”. Aena replicará en sus aeropuertos de Brasil su plan fotovoltaico Aena replicará en sus aeropuertos de Brasil el modelo de generación de energía fotovoltaica que prevé desarrollar en parte su red de España, según explicó el presidente de la empresa en una intervención en la Cámara de Comercio España-Brasil, en Madrid. El pasado mes de marzo, la compañía presidida por Maurici Lucena se adjudicó el grupo aeroportuario del nordeste de Brasil, que incluye las infraestructuras de Juazeiro do Norte, Campina Grande, Maceió, Recife, Aracajú y João Pessoa. La operación, de 1.900 millones de reales (404 millones de euros al cambio actual), supuso un paso de gigante para Aena fuera de España. La empresa ya ha comenzado la operación en los tres primeros y, de hecho, ayer fue el estreno en Maceió. La estrategia de Aena es similar a la de España: voluntad de ser lo más autosuficientes posible en el suministro energético – de origen renovable – y eficiencia, al tratarse de una red.
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João Mira-Gomes Embaixador de Portugal em Espanha
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rocou a chamada rigidez alemã pela espontaneidade espanhola. Está satisfeito com esta nova etapa do seu percurso profissional?
Para qualquer diplomata português, ser representante do Estado português em Madrid é sempre um objetivo. Fiquei muito satisfeito quando fui convidado para ser embaixador em Espanha. Estou muito empenhado em trabalhar para a promoção de Portugal em Espanha e reforçar a parceria entre os dois países. Se comparamos Espanha e Portugal com a Alemanha, em termos de eficácia, organização e até em 14 act ualidad€
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alguns setores, somos tão bons ou melhores que os alemães. Há uma imagem que temos que desconstruir quando olhamos do norte para o sul da Europa. Se olhamos para a forma como Portugal e Espanha ultrapassaram a crise financeira, que foi muito grave, demos um bom exemplo dessa capacidade de organização e resiliência. Chega com a estreia do Governo de coligação, depois de um ano difícil na política espanhola...
Na carreira dum embaixador é sempre um desafio quando muda um governo porque se devem res-
tabelecer todos os contactos. E coincidiu com a minha chegada. Para Portugal, independentemente do governo que tiver Espanha, as relações são sempre boas. Tivémos um hiato com o Governo em funções, e na nossa agenda bilateral temos coisas para ser trabalhadas, e devemos recuperar o tempo perdido. Do lado do Governo espanhol, há um grande empenho, já estiveram em visita com ministros portugueses. Estamos muito empenhados em dar o impulso às relações bilaterais, assim como em trabalhar com os países que partilham os nossos interesses.
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“Gostava muito de ter um comboio
de alta velocidade Lisboa-Madrid”
A chegada de João Mira-Gomes como novo Embaixador de Portugal em Espanha coincide com o início do novo Governo espanhol e com uma nova etapa da União Europeia, depois da saída do Reino Unido. A sua experiência como embaixador na Alemanha já faz parte do passado, como revelou na entrevista que nos concedeu em Madrid, cerca de duas semanas depois de chegar à capital espanhola. E um dos seus primeiros desafios nas novas funções será o de impulsionar ainda mais as relações entre os dois países, trabalhando em conjunto questões como o desenvolvimento das regiões transfronteiriças ou o ambiente. Em termos de projetos concretos, a prioridade passa por preparar a próxima cimeira luso-espanhola. Traz novas ideias e espera contribuir para criar uma “montra” permanente de Portugal em Madrid. Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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Também coincide com o início de uma nova etapa da UE sem Inglaterra. Qual deve ser o papel de Espanha e Portugal agora?
Partilhamos muitos interesses da agenda europeia. Temos interesses conjuntos nas questões da união económica monetária, do comércio livre, temas sociais, a importância digital, a agenda ambiental, a interconexão... E oferecemos à Europa uma abertura em relação ao mundo, com contactos privilegiados com outras regiões fora da Europa. Portugal e a Espanha são um valor acrescentado para a Europa e devemos pô-los em relevância. Há uma nova Comissão Europeia, há um novo presidente do Conselho Europeu e um novo Parlamento, e estão todos os desafios que se colocam com a saída de Reino Unido. É muito importante esta concertação entre Portugal e Espanha e alargá-la para outros países. Quais são os grandes desafios desta sua nova etapa como diplomata?
Tendo em conta o grau de relacionamento tão intenso que existe entre 16 ACT UALIDAD€
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“Muitas vezes, Espanha parece o nosso concorrente turístico, mas também pode ser o nosso aliado no turismo” Espanha e Portugal o grande desafio é como poder continuar a fazer mais. Há algumas pistas para isso. Está o desafio das fronteiras, que são regiões menos desenvolvidas e podemos dar uma nova dinâmica às regiões transfronteiriças. Se conseguirmos combater o desafio demográfico, como podemos diminuir as diferenças de desenvolvimento entre o litoral e o interior, no caso de Portugal? Como levar as novas tecnologias...? É um desafio fantástico, e fundamental também para a coesão territorial da Península. Temos igualmente outro desafio conjunto – o do ambiente.
E quais são as suas prioridades concretas?
A minha prioridade agora, além de desenvolver a rede de contactos, é trabalhar na preparação da próxima cimeira luso-espanhola, a trigésima primeira. A última teve lugar em Valladolid, em 2018 – em 2019 houve uma pausa. Esta cimeira vai obrigar todas as áreas a acelerar os contactos e a reanimar as áreas que são tratadas na cimeira... como as questões de segurança interna e de segurança e defesa. Acabaram as cimeiras mais mediáticas, como foram as do anúncio do TGV. É mais difícil preparar este encontro sem grandes medidas para anunciar?
Podem não ser tão interessantes para as primeiras páginas dos jornais, mas para o futuro dos países e dos cidadãos, ainda é importante. Estamos numa fase de transformação e de grande aceleração. É prioritário para ambos os países anteciparmos as evoluções e tentar fazer parte da transformação. É um desafio muito grande.
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Por exemplo, hoje em dia, as cimeiras não servem para facilitar os negócios entre ambos os países, porque tal já acontece. O que temos que ver é como criamos um clima de negócio e uma infraestrutura de apoio a esses negócios para que sejam tão eficazes como possíveis. Temos estruturas de apoio para as empresas, nos dois países, como as Câmaras de Comércio, com uma labor muito importante. Depois das suas primeiras semanas em Espanha, sente que os espanhóis conhecem bem Portugal?
Conhecem cada vez melhor o nosso país. Tal acontece porque há mais empresas espanholas em Portugal e vice-versa, mais exportações e importações cruzadas, mais turistas espanhóis que nos visitam, mais estudantes de português em Espanha... Tudo isto é muito positivo, traz mais conhecimento e é um potencial para crescer mais. Queremos fazer sempre mais e melhor. Também senti que a imagem de Portugal em Espanha é muito boa e positiva. Frequentemente, as pessoas
falam de Portugal porque estiveram e gostaram e porque é um bom exemplo na Europa. Isso é reconfortante para um embaixador. Não devo construir uma imagem, apenas melhorá-la. E, para isso, trabalhamos desde distintas áreas, com a da cultura, com uma iniciativa anual que tem muitos eventos. Saliento ainda que o número de turistas espanhóis em Portugal continua a crescer. Este conhecimento ajuda para melhorar a imagem do país?
Quando conhecem o país, quando “provam” o país, querem conhecer mais. Mas há outra dimensão que devemos ter presente. Portugal e Espanha juntos talvez sejam o maior destino turístico do mundo. Nós como oferta, que é diferente, ganhamos se Espanha tiver mais turistas, cada vez mais visitam primeiro um dos dois países e depois o outro. Muitas vezes, Espanha parece o nosso concorrente turístico, mas também pode ser o nosso aliado no turismo. Por exemplo,
podem-se criar rotas turísticas nas zonas transfronteiriças, toda a parte do Douro, Galiza com o Norte de Portugal... Queremos trabalhar em conjunto estes projetos. Há algum tempo, António Costa reconhecia que o tema do TGV continuava a ser um tema tabu para Portugal. Sente que ainda é ou, com o passo do tempo, o TGV pode voltar a estar nos planos?
Continua a ser um projeto que precisa de um consenso em torno dele. Não tenho dúvidas que, neste momento, é um desafio que não podemos ignorar, o das ligações às redes transeuropeias. Se a Península Ibérica quer estar mais conetada à Europa, deve ter mais ligações. Portugal deve fazer parte das ligações das redes europeias. Pessoalmente, gostava muito de ter um comboio de alta velocidade Lisboa-Madrid. Há projetos em conjunto entre a sua Embaixada e a Embaixada de Espanha em Portugal?
Tenho estado com a embaixadora em várias ocasiões. Só ganhamos MARÇO DE 2020
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grande entrevista gran entrevista em ter abertura nesta conversa cruzada, porque posso promover melhor os interesses de Portugal em Espanha e ela os de Espanha em Portugal. Temos combinado falar frequentemente, trocar informações e contribuir para que os nossos desafios individuais sejam um resultado em comum melhor para ambos. Ao longo dos últimos anos, houve distintos projetos e ideias nas duas embaixadas. Um deles foi a possibilidade de ter um espaço em Madrid onde mostrar Portugal, uma espécie de “Casa de Portugal”. É uma ideia ainda viva?
Eu gostaria de ter uma “montra” de Portugal permanente em Madrid. Temos várias montras, temporárias. Uma das nossas montras é a residência do embaixador, na Castelhana. As pessoas podem ver, mas não entrar. Eu gostava de ter essa montra, que quando saísse de Madrid estivesse sempre essa montra... vamos ver como a construímos. A dificuldade é económica?
Por um lado, é. Mas também se devem conjugar as vontades. Tenho algumas ideias e espero poder realizar alguma. Quando chegamos a destinos novos, temos ilusões, no sentido positivo
espanhol da palavra– como uma esperança... Falou do ensino da língua portuguesa em Espanha. Esperam que aumente?
Vamos continuar a trabalhar com as comunidades autónomas para o ensino do português, que tem números muito expressivos em algumas comunidades, e que em outras está a crescer, como é o caso da Andaluzia, além da Extremadura e Galiza. Queremos continuar a assinar protocolos com universidades espanholas e queremos também juntamente com outros países de língua portuguesa alargar as iniciativas de promoção em Espanha. O português foi designado pela UNESCO como língua universal, o que vai ser celebrado a 5 de maio, com distintas atividades. Faria sentido uma escola portuguesa em Madrid?
Nós não temos tradição de ter escolas
Da vida governativa para a diplomacia Duas semanas depois de chegar à capital espanhola, João Mira-Gomes recebeu na sua residência oficial a “Atualidad€”. Antes, em Lisboa, conheceu as instalações da sede da CCILE, onde foi realizada a sessão fotográfica para a entrevista. Natural de Lisboa, onde nasceu há 61 anos, João Mira-Gomes licenciou-se em Direito, pela Universidade Católica Portuguesa, e ingressou na carreira diplomática em 1983. Depois de passar por diferen-
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tes cargos em distintas embaixadas e ascender a ministro Plenipotenciario de primeira classe em 2005 e foi secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar do XVII Governo Constitucional (2006). Em 2010, ascendeu a embaixador e, nesse mesmo, ano foi nomeado embaixador Representante Permanente na NATO, em Bruxelas. Desde 2015 e até ao início deste ano, foi embaixador de Portugal em Berlim, capital alemã.
portuguesas no estrangeiro, só em países de língua portuguesa, como Moçambique, Angola e Macau. às vezes, há escolas bilingues, onde o ensino é feito nas duas línguas, como acontece na Alemanha, por exemplo, mas integra a oferta educativa dos países. Qual será a sua relação com o coletivo português que mora em Madrid?
Ainda estou a contactar e conhecer os distintos coletivos, como a Câmara de Comércio, o Fórum dos Portugueses ou a Fundação Luso Espanhola. Espero também encontrar portugueses nas distintas Comunidades Autónomas. Estou disponível para falar com todos os portugueses e para aprender com todos sobre o conhecimento que eles têm de Espanha. Também é importante o apoio consular. Temos dois consulados gerais – em Sevilha e em Barcelona –, também consulado em Vigo, onde há um Centro Cultural Português, cônsules honorários em distintas cidades. E personalidades destacadas, como futebolistas portugueses, que também contribuem para a imagem de Portugal.
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ClarkeModet disponibiliza soluções personalizadas em todo o ciclo de I+D+i A ClarkeModet “sensibiliza as empresas para a necessidade de protegerem ativos intangíveis do seu negócio, como sejam as patentes, segredos e outros direitos, protegidos por lei, e que lhes permitem assegurar os seus modelos de I&D” e distinguir-se da concorrência, nomeadamente a nível internacional. Segundo frisa Ana María Morato, diretora-geral da companhia para Portugal, mesmo as PME têm vantagens em estar atentas a esta realidade.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
proteção de direitos liga- para outros mercados, salienta nais”, adianta Ana María Morato. dos à propriedade indus- Ana María Morato (na foto), a “Portugal oferece mais confiança trial deve ser acautelada diretora-geral da ClarkeModet aos investidores estrangeiros”, o pelas empresas, como para Portugal. que leva, também, a uma maior fator de competitividade A responsável frisa que a ativi- aposta nas soluções de defesa da do seu negócio, seja ao nível do dade desta empresa em Portugal propriedade industrial, assegura seu mercado interno como das teve um impulso de 10% em ainda. suas operações no estrangeiro, 2019, e que a área mais signifi- A principal área de atividade salienta a ClarkeModet, líder de cativa continua a ser a da pro- da ClarkeModet em Portugal – mercado na assessoria e gestão teção da propriedade industrial cerca de 50% do seu volume de direitos de propriedade indus- através do registo de patentes. de negócios – é a da assessoria trial. Para as empresas portugue- Esta procura surgiu tanto por para o registo de patentes, sendo sas, esta é uma realidade a que parte dos “clientes nacionais, que este peso tão relevante devido deverão estar particularmente estão mais comprometidos com ao facto de estes serem dos prosensíveis, sobretudo as que esti- as ferramentas de proteção, como cessos mais dispendiosos para as verem interessadas em avançar por parte dos clientes internacio- empresas ou particulares (inven20 ACT UALIDAD€
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tores, investigadores, etc.) em termos das soluções legais de proteção da propriedade industrial decorrente de atividades próprias de I&D, quer a nível territorial ou no âmbito de uma patente europeia. “Somos líderes nesta área da consultoria em patentes, no mercado português, e uma empresa de referência em todos os paises de lingua portuguesa e espanhola”, afirma Ana María Morato. Antes de avançarem para um processo deste ripo, as empresas podem recorrer a serviços de consultoria especializada em proteção dos seus investimentos em inovação e, a partir daí, ver a melhor opção para cada caso de produto/ sistema desenvolvido. Este serviço de aconselhamento, quer à solução de proteção legal a adotar, quer à forma de rentabilizar depois essa patente, marca ou direito registado, constituem outra das áreas de negócio que a ClarkeModet quer continuar a expandir em Portugal. “Nos últimos anos, temos apostado no acompanhamento de todo o ciclo de inovação do cliente, desde a fase de identificação de tendências, vigilância tecnológica”, avaliação de ativos intangíveis (designadamente em processos de transferência tecnológica de centros de I+D ao marcado emprerial internacional), entre outros procedimentos, para “os clientes otimizarem os seus esforços de desenvolvimento e inovação”. Desde 1 de julho de 2019, no âmbito da entrada em vigor do novo Código da Propriedade Industrial, a ClarkeModet começou a disponibilizar um serviço de proteção via segredo comercial, mecanismo legal destinado a proteger o know-how de uma empresa. Este serviço de proteção legal é especialmente útil e de custos acessíveis, afiança
Ana María Morato, dando como plataforma blockchain para fazer exemplos de segredos “desde for- um upload das informações relamulações químicas, desenvolvi- tivas aos seus segredos empremento de software , desenhos e sarias e, assim, ter disponível sempre uma prova de evidência das suas proteções.
Alguns dos principais clientes da ClarkeModet em Portugal são universidades, mas sobretudo empresas que tenham um grande caráter de inovação, como os setores da eletrónica e tecnologia, energia, farmacêutica, mas também do têxtil, por exemplo
metodos do trabalho, até receitas culinárias, tudo se deve proteger, porque, muitas vezes, é aqui que reside o valor de uma empresa”. Para a proteção dos segredos, ClarkeModet desenvolveu uma
Principais clientes são empresas
Os principa is clientes da ClarkeModet em Portugal são empresas – em especial dos setores da eletrónica e tecnologia, energia, farmacêutica–, estando também na carteira de clientes algumas universidades e centros de investigação. O setor têxtil é um dos que se pode destacar pela positiva, “Em Portugal, nos últimos anos, tem havido um esforço muito grande em torno da inovação”, mas ainda falta, nomeadamente, rentabilizar esses esforços, em termos práticos, no mercado, alerta a gestora da ClarkeModet, grupo originário de Espanha e que conta com 140 anos de existência. Efetivamente, se o número de patentes e de modelos de utilidade aumentou em Portugal, no último ano, registou-se, por outro lado, uma diminuição no registo de marcas, assinala a mesma responsável. MARÇO DE 2020
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Eurofirms: a tecnologia ao serviço dos recursos humanos A Eurofirms é uma nova empresa de recrutamento e trabalho temporário a atuar no mercado português e conta com uma forte componente da tecnologia para apoiar os serviços prestados aos clientes e aos candidatos. Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Nacho Urbon
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Eurofirms, uma empresa de recrutamento e trabalho temporário, que começou há seis anos a atuar no mercado nacional, tem como grande trunfo a utilização de soluções tecnológicas para apoio aos seus serviços. Segundo João Silva (na foto), diretor-geral da Eurofirms em Portugal, o modelo de negócio “passa por ser uma empresa tecnológica e comprometida com as pessoas, dando prioridade à gestão por valores”, salienta. Assim, a Eurofirms é a “única empresa em Portugal que possibilita a assinatura eletrónica de documentação”, no seu setor de atividade, além de disponibilizar, através do seu site institucional, áreas privadas para clientes e trabalhadores poderem gerir diversas funcionalidades da sua atividade. Por outro lado, adiantam os responsáveis da empresa, “brevemente, vamos lançar uma app para trabalhadores/ candidatos, e também somos a única empresa em Portugal que utiliza um ERP próprio, o que nos possibilita uma grande flexibilidade”. A empresa tem como “principais serviços a captação, seleção, formação e 22 ACT UALIDAD€
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colocação de trabalhadores em empresas de todos os setores, contando já com mais de três mil trabalhadores ativos. Concentra principalmente as suas atividades nas áreas do trabalho temporário e outsourcing e conta com uma equipa de mais de 100 profissionais”, adianta João Silva. Nas áreas de negócio que a empresa desenvolve em Portugal, de salientar a vertente de recrutamento e seleção especializados, através da marca Claire Joster. No total, a Eurofirms conta, assim, com “mais de três mil trabalhadores colocados”. Em termos dos principais setores clientes, a Eurofirms em Portugal trabalha praticamente com todos os setores, mas tem dado maior destaque à hotelaria e turismo, bem como à indústria e logística. Tendo como lema o princípio de “People first” (“as pessoas primeiro”), a Eurofirms afirma que se “converteu numa referência de qualidade no setor dos recursos humanos, consolidando um modelo empresarial próprio que coloca as pessoas e o seu bem-estar em primeiro lugar, para a obtenção de melhores resultados”.
“Contratamos os mais variados perfis, com diversos graus de especialização, tentando sempre alcançar um fit ideal entre candidato e empresa. Atualmente, verificamos uma maior procura por perfis operacionais, tais como operadores de armazém, operadores de linha e de produção, técnicos de manutenção e eletricistas. No setor da hotelaria e turismo, os perfis mais procurados são os cozinheiros, copeiros, empregados de mesa e rececionistas”, refere ainda João Silva. Sobre a evolução do setor do trabalho temporário em Portugal, adianta que se trata de “um mercado muito dinâmico”, com tendência de crescimento, “embora a um ritmo mais baixo do que nos anos anteriores”, considera o mesmo responsável. A “primeira empresa espanhola de recursos humanos” dispõe de uma vasta rede de delegações, de mais de 130, distribuídas por Portugal, Espanha, Holanda e Chile. Recentemente, foi reconhecida, pelo terceiro ano consecutivo, como uma das mil empresas com maior crescimento da Europa, de acordo com o conhecido ranking do “Financial Times”.
actualidad atualidade
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atualidade actualidad
Bynd Venture Capital lança novo fundo para startups ibéricas A Bynd Venture Capital, sociedade de capital de risco sedeada em Portugal, lançou um novo fundo de venture capital para investidores interessados em participar em startups nascidas na Península Ibérica, com caráter inovador e internacional. O novo fundo tem uma dotação de 10 milhões de euros, para tomar posições minoritárias em cerca de 20 empresas em fase seed.
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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
Bynd Venture Capital lançou o seu terceiro fundo de venture capital a partir de Portugal, para alavancar 20 novos projetos em fase seed (“semente”) e que tenham uma forte componente inovadora e uma atuação ibérica. Este novo fundo, designado FCR BA VF, é o que terá a maior dotação financeira, esperando os líderes da sociedade que sejam subscritos títulos, por parte dos investidores, até ao montante de 10 milhões de euros. Ainda em fase de contactos com outros potenciais investidores, mas tendo já concluído o first closing, o fundo não tem ainda definidas quais as empresas a financiar, seleção que caberá ao conselho de advisors e à equipa da Bynd. Mas serão, como sempre, “projetos em fase seed, de setores com uma forte componente de inovação, como o digital e as ciências da vida”, e estreitamente ligados à Península Ibérica, mas com ambições de se internacionalizar para mercados como o americano ou canadiano, exemplifica Santiago Salazar, partner e administrador executivo da Bynd Venture Capital, durante uma apresentação feita a potenciais investidores, que decorreu no final de janeiro, em Lisboa. Outro fator distintivo dos fundos geridos pela Bynd é que “é dado um apoio muito ativo, ao nível da gestão, às participadas”, como frisa Francisco Ferreira Pinto, administrador executivo da sociedade de venture capital. “Portugal e Espanha estão a demonstrar uma capacidade para 24 ACT UALIDAD€
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atrair talento e empresas de base tecnológica como nunca tivémos no passado”, adianta o mesmo responsável, justificando assim o lançamento de mais um fundo de investimento em startups inovadoras. No primeiro fundo criado pela Bynd, foram apoiados 19 projetos de startups, como o site TTR-Transactional Track Record, a Defined Crowd, a Enging, a Lymphact, a MedicalPort ou a Zaask, entre outras. No total, foram subscritos cerca de 3,8 milhões de euros e que geraram uma rentabilidade “acima do benchmark ”, adianta Santiago Salazar, que é igualmente um dos sócios fundadores da Bynd Venture Capital. O segundo fundo, lançado há quatro anos, o FCR Leading Ventures, tomou igualmente participações minoritárias em empresas nascentes como a Casafari ou a LegalVision, num montante total de
2,4 milhões de euros. Tal como o anterior, este novo fundo de venture capital conta com a supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O capital do fundo será alocado à medida das necessidades das participadas (num horizonte de quatro anos de investimento e de seis anos de desinvestimento), destaca Santiago Salazar. Embora a rentabilidade possa ser alta, e de haver vantagens fiscais face a outros investimentos, há sempre “um elevado risco no venture capital” – assim como noutros investimentos alternativos–, que deve ser tido em conta, alertam os responsáveis da Bynd, sociedade que completou já uma dotação inicial no novo fundo de cerca de 60%. A Bynd foi fundada em 2010, por um grupo de cerca de duas dezenas de business angels e gestores ou ex-gestores, portugueses e espanhóis.
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SAP, el aliado de la empresa inteligente El fabricante alemán de software para empresas SAP ha sabido adaptarse a los cambios y hoy sigue estando entre los líderes del sector. En el 2019 alcanzó los 27.553 millones de euros, un 11,5% más que en 2018, con un crecimiento del 39% de su negocio en la nube, hasta 6.934 millones. El 77% de los ingresos por transacciones del mundo tocan un sistema SAP y cuenta con una base de 437.000 clientes en más de 180 países. El portugués João Paulo da Silva, director general de SAP para el sur de Europa y África francófona, analiza las claves del éxito de la compañía.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
ómo ha sido la transformación de SAP para seguir entre los primeros del mercado?
soluciones que tienen sus propios hemos comprado tenían muchos motores de Inteligencia Artificial clientes, no comenzamos de cero. (IA). Hemos conseguido que la IA En número de usuarios somo el cruce todas las soluciones, rede- número uno, con 215 millones. finiendo procesos de forma dife- EE.UU. Arrancó muy rápido pero rente. en Europa, y en el caso concreto de España, hemos logrado avanzar rápidamente. Somos capaces de ¿Ha sido un camino fácil? Transformar nunca es fácil. Hemos llevarles a la nube, con nuestra incorporado compañías distintas gestión, en asociación con cualcon todo lo bueno y lo malo que quier plataforma ERP que exista. eso implica. Integrar este portfo- En muchos casos el retorno de lio tampoco es fácil, porque no ha inversión es enorme para el cliennacido de raíz. Nosotros somos te final. Somos muy optimistas, expertos en procesos de negocio. ganamos cuota de mercado cada Utilizamos la tecnología para día y tenemos mucha competencia mejorar y ser más ágiles y trata- porque cada solución que tenemos de ver cómo la IA transforma mos implica competidores. Pero al la compañía. Y este paso firme nos final el cliente ve que la trama de ha mantenido muy sólidos a lo una compañía es la complejidad y encuentran en nosotros un socio largo de nuestra historia. f lexible.
Hay unos datos que sirven para ref lejar este cambio. En 2009 teníamos 100 millones de facturación en cloud y terminamos el año pasado con site mil millones de euros. La facturación total de la compañía eran 10.700 millones de euros y el año pasado fue 27.600 millones. ¿Qué ha pasado? Como compañía nos hemos orientado a un mercado en el que no estábamos, en cloud. Queríamos crecer y veíamos que los clientes tenían varias soluciones que necesitaban integrar. Decidimos comprar compañías que eran referente en cada segmento y nos ha permitido crecer mucho. ¿Cómo han acompañado los clienPor otro lado, nuestro portfolio, tes ese paso a cloud? hemos pasado a ser un ERP inte- Nada es fácil pero tampoco ha sido ligente. Hemos ido comprando muy complicado. Las empresas que
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¿En qué nuevos mercados habéis entrado?
Estamos creciendo más en los mer-
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atualidade actualidad cados emergentes. Soy responsable de la región que incluye España, Portugal, Turquía, Israel y el norte de África. Tanto en África como Turquía e Israel estamos invirtiendo, y está creciendo. Hay otros mercados en los que crece SAP como América Latina o Rusia. Pero los mercados consolidados siguen dando fuertes resultados. Tanto EE.UU como Europa están creciendo mucho. Por soluciones, donde invertimos más es en la empresa inteligente y en la gestión de la experiencia. Estamos poniendo el foco de como la experiencia engancha con la empresa inteligente. Y en el caso concreto de España y Portugal, ¿son mercado muy diferentes?
Son diferentes, ya solo por la masa crítica que es muy distinta. En Portugal el tejido empresarial es mediano, que es importante, donde no hay grandes variaciones. El sector del gran consumo, oil & gas, servicios públicos y banca y seguros. Y en España es similar este reparto. Por su dimensión tiene capacidad de mayores proyectos al existir grandes compañías con proyectos internacionales. El cliente típico de SAP es la compañía que piensa internacionalmente para poder tener muchos aspectos resueltos. Portugal ha crecido menos en los últimos años y lo que veo es al sector público más parado. En los años históricos, el 30% de la facturación venía del sector público y en el 2013 era cero. Ahora estamos al 20%, lo cual es un ben crecimiento, pero es algo que no está pasando en Portugal, es su asignatura pendiente. Faltan proyectos más estructurantes en ambos países pero España va dando pasos. ¿Qué ejemplos de innovación están llevando a cabo con las empresas? 28 ACT UALIDAD€
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En Portugal, en el Metro de Lisboa, hay un proyecto muy interesante. La información de la venta de tickets y de los pasajeros no estaba coordinada. Y ahora ofrece muchísima más información. En España estamos ayudando a Navantia con su astillero 4.0. También les hemos ayudado en la parte del aprovisionamiento de compra y en todo el ciclo se ha reducido un 25% y la eficiencia va a aumentar más de un 52%. La Liga de Fútbol ha migrado toda su gestión a la nube con nosotros. Y otro ejemplo es el grupo Fuerte, que tiene 27 compañías, entre ellas El Pozo, y han migrado todo.
Europa es líder en la protección de datos y es importante.
Es posible, pero creo que en este momento es poco probable porque hemos hecho varias adquisiciones importantes que se deben integrar. Seguro que puede haber nichos de empresas pequeñas que puede ser fácil. Nuestra estrategia es integrar muy bien, desarrollar esta empresa inteligente y transformar los procesos de negocio. Eso nos hace únicos porque nadie tiene nuestro portfolio.
¿Cómo se está trabajando en Europa con la inteligencia artificial?
¿Cómo se presenta el 2020 para SAP?
¿La adquisición de nuevas empresas sigue estando encima de la mesa?
Estamos un poco más atrasados Va a ser un año en el que el tema que en EE.UU y ellos mucho más cloud se va a consolidar más. Creo que China, que va a una velocidad que el tema 5G va a acelerar y tremenda porque tiene una ventaja empujar proyectos que son los verpor su tamaño. Todos los datos daderos transformadores digitales. son controlables y tienen una gran Pero hay factores externos que no capacidad de procesar informa- podemos controlar, como es el caso ción. Europa va más lenta aun- del coronavirus. Normalmente que parece que quiere crear una SAP en los años malos sale reforred europea de cloud, donde esta- zado porque las compañías son rá SAP. No vamos tarde porque forzadas a transformarse.
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Marcas portuguesas mantêm-se na liderança das mais reputadas E m 2020, das sete marcas com um índice de reputação de excelência em Portugal, três são portuguesas e duas delas encontram-se no topo da tabela. A Olá lidera o ranking, trocando de posição com a Delta, que se encontrava há dois anos consecutivos na liderança. O top três fica fechado com a Nestlé, que mantém o seu lugar face ao ano anterior. Na quarta posição está a Lego, seguida pela Google e pela Disney. A Luso, no sétimo posto lugar da tabela, mantém-se nos níveis de excelência. As conclusões são do estudo “Global RepScore™, realizado pela OnStrategy, e que avalia o posicionamento e os níveis emocional e racional de reputação, associados a mais de 2.700 marcas a operar em Portugal. Este ano, apesar do ranking com
índices de excelência (mais de 80 pontos) ser mais curto (menos 3 marcas em comparação ao ano passado), houve um aumento muito significativo de marcas que alcançaram o índice reputacional da robustez (entre 70 e 80 pontos). Este crescimento deve-se, essencialmente, ao trabalho consistente e sustentado das marcas. Segundo Pedro Tavares, Partner e CEO da Onstrategy “cada vez mais, o desafio está na correta identificação dos stakeholders mais influentes, auditoria de posicionamento e reputação, seleção dos touchpoints mais eficientes e gestão dos impactos financeiros”. Apesar do aumento das marcas consideradas como tendo índices reputacionais excelentes e robustos, Pedro Tavares refere que “este conjunto
de marcas não chega a representar sequer 5% das marcas que têm notoriedade em Portugal. Portanto, ainda há muito a fazer na gestão das marcas que estão a operar em Portugal, sejam elas nacionais ou internacionais”. Relativamente aos setores analisados, o setor de alimentação é o que se encontra mais bem posicionado, com quatro marcas no top cinco (Olá, Delta, Nestlé e Luso). Além da alimentação, também a tecnologia e soluções para crianças registam maiores indicadores reputacionais; por outro lado, os setores que estão mais expostos às dimensões de serviço e governo societário (utilities, energia, banca, seguros e construção) são os que apresentam os índices mais baixos de reputação.
El Corte Inglés inundado de cor para antecipar a primavera O El Corte Inglés criou, sob o mote #MaisCor, uma campanha que iluminará as lojas, tanto nas fachadas, como no seu interior, com uma atrativa paleta cromática. Na iniciativa, participam mais de 300 marcas. Durante a campanha, as lojas terão também várias propostas pop-up, com uma seleção de artigos originais, marcas com produtos desenhados para esta ocasião e diversas atividades. “Toda a campanha foi desenhada com o objetivo de surpreender e despertar uma explosão de emoções através da cor”, adianta a cadeia de retalho. Até ao próximo dia 15, o El Corte Inglés torna-se uma paleta de pintores, onde cada cor ganha vida e se traduz em sensações, produtos e experiências de todos os tipos. “Antecipar essas emoções que emergem com as cores da primavera é o objetivo de uma iniciativa que promete surpreender, com uma proposta
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que inclui cerca de sete mil referências, de produtos cheias de cores puras, algumas das quais foram desenhadas e criadas pelas marcas especialmente para esta ocasião”. A campanha assenta em seis tons da vasta gama da Pantone. Essas seis cores vestem as lojas com cerca 56 mil esferas
e mais de 20 mil metros de carpetes coloridas que guiam os clientes através deste mapa cromático e experimental, desde montras de lojas, escadas, áreas de acesso, corredores, janelas pop-up a partir do Box Color. “Um universo inteiro de cores que tornará instagramável cada canto das lojas El Corte Inglés”.
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Cortiça portuguesa em destaque numa das principais montras do design mundial A
parceria entre a Corticeira Amorim e o Vitra Design Museum, um dos mais importantes museus de design do mundo, levou até Weil am Rhein, na Alemanha, mais de 3.200 blocos de aglomerado de cortiça produzidos nas instalações da empresa portuguesa. Utilizados na exposição “Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors”, os milhares de blocos permitiram criar estruturas artísticas que envolvem cerca de um terço de toda a mostra. Tais suportes, projetados pelo gabinete italiano de design, arquitetura e investigação Space Caviar, acomodam artigos de design, produtos de decoração e peças de mobiliário. A exposição, a decorrer até 23 de agosto e que explora os temas dominantes do design de interiores, revisi-
tando os espaços pioneiros, é uma viagem no tempo que destaca mudanças sociais, políticas, culturais, urbanas e técnicas que moldaram o design ocidental de interiores nos últimos 100 anos. Uma realidade da qual a cortiça é parte integrante, como sublinha a Corticeira Amorim. A colaboração entre a Corticeira Amorim e o VDM encontra respaldo na missão assumida pelo grupo nacional em acrescentar valor à cortiça de forma diferenciadora, qualitativa e inovadora, nomeadamente, através do apoio a inúmeros projetos artísticos, educativos e científicos. Iniciativas, essas, que difundem a versatilidade, multidisciplinariedade e potencial de inovação desta matéria prima única. Um material tipicamente português, 100% natural, ecológico, renovável,
reciclável e reutilizável. Os blocos de aglomerado utilizados na Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors foram produzidos na Amorim Cork Composites (ACC), reconhecida como uma das mais tecnológicas unidades industriais do universo da Corticeira Amorim. PUB
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Jogador de futebol alemão junta-se à Tribo Cupra A Cupra conta com um novo membro na sua tribo: o futebolista alemão Marc ter Stegen. Considerado um dos melhores guarda-redes do mundo, Marc ter Stegen torna-se embaixador mundial da CUPRA para impulsionar o reconhecimento da Marca em todo o mundo. Desde agosto do ano passado, a CUPRA é o parceiro oficial automóvel e de mobilidade do FC Barcelona. Depois de fechar o ano de 2019 com cerca de 24.700 unidades vendidas, o que representa um aumento de 71,8% em relação ao ano anterior, a marca quer fortalecer esta aliança, associando-se a um dos jogadores mais importantes do clube. “Estamos muito satisfeitos em dar as boas-vindas a Marc ter Stegen na Tribo Cupra. Embora já conhecessemos a sua excelente performance em campo, ficámos impressionados com a sua extraordinária personalidade e decidimos, de imediato, embarcar em grandes projetos juntos. Além disso, visto que a Cupra demonstrará as suas capacidades no mercado com uma forte ofensiva de produto em 2020, contar com um jogador de primeira classe como o Marc, que inspira o mundo a partir da baliza
do FC Barcelona, reforçará a visibilidade da marca em mercados-chave, como a Alemanha ou Espanha”, explica Wayne Griffiths, CEO da Cupra. Marc ter Stegen, de 28 anos, possui uma bem-sucedida carreira no futebol. O jogador profissional conquistou 14 títulos nos últimos cinco anos, incluindo a UEFA Champions League (2015) e quatro ligas espanholas. Também foi 24 vezes internacional na seleção alemã de futebol. A marca Cupra é caracterizada pelo seu espírito desportivo contemporâneo, e Marc ter Stegen é considerado pela maioria como um guarda-redes moderno, ágil e rápido, com grandes reflexos e alta precisão com o pé. A sua forte personalidade faz dele um jogador-chave na formação inicial do F.C. Barcelona, bem como uma figura carismática da cidade, cuja cultura ele sempre apreciou. “Estou muito feliz por ser embaixador
mundial da Cupra, pois identifico-me com os valores de ambição e determinação da marca, e o seu vínculo com o Barcelona. Também partilho a atenção da marca aos detalhes, a exclusividade e o rendimento desportivo. Espero participar ativamente nos próximos projetos da Cupra e conduzir os seus modelos”, declarou, por seu lado, Marc ter Stegen. O jogador foi apresentado como embaixador da marca na estreia da nova família Cupra Leon, por ocasião da inauguração do Cupra Garage, no passado dia 20 de fevereiro, data que coincide com o segundo aniversário da marca.
Accor e Visa anunciam nova parceria global A
Accor e a Visa anunciaram uma parceria global, que irá disponibilizar novas experiências de pagamento a todos os membros do programa de fidelização ALL–Accor Live Limitless. A parceria juntará o programa de fidelização da Accor com os recursos de pagamento global da Visa para criar um novo cartão, o “ALL Visa”. Os membros que solicitem o novo cartão poderão usá-lo para compras diárias em todos os lugares onde for aceite Visa. A Accor vai colaborar com as instituições finan32 ACT UALIDAD€
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ceiras e bancos parceiros da Visa nos mercados-chave da Europa, América do Norte e do Sul, Médio Oriente e Ásia-Pacífico, para emitir o novo cartão. Este oferecerá aos membros recompensas personalizadas com base nas preferências do cliente e na sua capacidade de ganhar mais pontos de fidelização ao ficar em alguma propriedade do grupo Accor, ou ao fazer compras. A Accor conta com um portefólio de marcas fortes e icónicas em todos os segmentos e nos mercados com
maior potencial turístico no mundo. O grupo oferece experiências únicas, através de 39 marcas, em mais de cinco mil hotéis e residências, em 110 países. O lançamento do cartão “ALL Visa” tem como objetivo melhorar o ecossistema de “hospitalidade aumentada” criado pelo grupo Accor para fortalecer a relação com os seus clientes muito além da estadia– através de benefícios líderes no setor, e inovadoras experiências digitais, otimizadas para dispositivos móveis.
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Stand “Made in Portugal Naturally” desperta interesse na “Ambiente 2020” A
mostra de produtos portugueses na “Ambiente 2020”, sob a insígnia “Made in Portugal Naturally”, teve como conceito subjacente a recriação de diversos ambientes de uma casa, suscitou a curiosidade dos visitantes da maior feira internacional de artigos para a casa e decoração de interiores, que decorreu entre 9 e 11 de fevereiro, em Frankfurt, Alemanha. No stand , organizado pela NERLEI, em parceria com a Aicep Portugal Global, os visitantes tiveram a possibilidade de ter um primeiro contacto com a oferta global
de todas as empresas portuguesas expositoras na feira e ainda de, caso assim o desejassem, conhecer melhor a oferta específica de cada uma delas, mediante o seguimento da indicação, presente em todas as peças, do nome/marca de cada empresa e respetivo stand individual onde estavam a expor na feira. Com 112 metros quadrados de área, o stand de Portugal foi concebido e decorado por Miguel Costa Cabral com produtos inovadores, ancorados na tradição portuguesa. Juntou micro, pequenas e médias empresas de renome nacional, de
todo o país, de todos os setores da fileira casa presentes na feira e funcionou como elemento agregador e mobilizador de Portugal no certame. Segundo João Dias, administrador da Aicep Portugal Global presente na feira, “a atuação da fileira casa, na sua missão de criação de valor nos setores que a compõem, assenta a sua atuação pela diferenciação no apoio institucional às diversas entidades que participam no panorama internacional, pela apresentação de soluções complementares”.
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Mercadona é a empresa “Mais responsável” do setor e segunda a nível geral em Espanha A
Mercadona posiciona-se como a empresa mais responsável do setor da distribuição generalista em Espanha e como a segunda empresa a nível geral em Espanha, de acordo com os dados do “Ranking Geral de Empresas Responsáveis e com Governo Corporativo de 2019”, realizado pelo Monitor Espanhol de Reputação Corporativa (Merco). Este estudo contou com mais de 10 mil inquiridos, dos quais 1.282 diretores, 91 especialistas em responsabilidade social corporativa (RSC), 111 jornalistas de informação económica, 103 analistas financeiros, 40 membros governamentais, 84 gestores de redes sociais, 125 responsáveis de ONG, uma centena de membros de
sindicatos e mais 100 de associações de consumidores, assim como 8.289 cidadãos. Adicionalmente, analisou ainda os indicadores de gestão relacionados com a responsabilidade corporativa e de governo de 68 empresas. A avaliação realiza-se em diferentes fases: primeiro, os diretores empresariais respondem ao questionário; depois, os especialistas analisam as empresas e os cidadãos avaliam as companhias, por essa ordem. Com esta informação, obtém-se o ranking provisório, sobre o qual os técnicos de análises e investigação aplicam uma avaliação por méritos de responsabilidade corporativa das empresas. “A Mercadona agradece este reconhecimento por parte da sociedade
e mantém o seu compromisso de contribuir para o seu desenvolvimento e progresso de forma sustentável”. A empresa conta com um “Plano de Responsabilidade Social”, que cumpre a componente social e ética, através de linhas distintas de atuação, que reforçam a sua aposta no crescimento partilhado. O Merco é um dos principais monitores de reputação corporativa de Espanha e da América Latina, que se encarrega de avaliar a reputação das empresas desde 1999. Esta organização não recebe subvenções ou patrocínios públicos ou privados, e a sua única fonte de financiamento é a comercialização de relatórios, adianta o comunicado da Mercadona.
MAPFRE reforça proximidade com clientes e comunidades locais “S egurar Um é Segurar Todos” é o claim para a campanha de comunicação com vertente soli-
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dária que vai marcar presença, de norte a sul do país, em todas as lojas da seguradora durante o ano de 2020, com o objetivo de apoiar 25 associações locais de solidariedade. “Neste momento, dispomos de 100 lojas em todo o território nacional, e esta campanha representa também o esforço que temos vindo a desenvolver na consolidação de uma relação de proximidade com os nossos clientes e com as comunidades locais”, refere Luís Anula, CEO da MAPFRE em Portugal. Com criatividade da agência FunnyHow, a campanha “Segurar Um é Segurar Todos” pretende apoiar diversas instituições nacionais, entre as quais a Associação Focinhos e
Bigodes, em Lisboa, a Associação dos Albergues Noturnos do Porto, a Associação Amicus Canis (AMICA), em Bragança, entre muitas outras, oferecendo 25 mil euros até um valor de mil euros por associação. A campanha é especialmente direcionada para as populações locais, uma vez que usa como suporte todas as lojas da MAPFRE a nível nacional e os protagonistas são clientes, voluntários e colaboradores das instituições, procurando apoiar as dificuldades e necessidades das associações locais do terceiro setor e contribuindo activamente para o seu desenvolvimento. Esta iniciativa vem reafirmar o posicionamento da seguradora enquanto companhia próxima, socialmente comprometida e solidária, o que, dada a sua origem mutualista, vai ao encontro do ADN da marca MAPFRE e da cultura da empresa.
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Amêijoa asiática limpa águas contaminadas S ão invasoras, estão a destruir gradualmente os ecossistemas ribeirinhos nacionais, mas podem ser muito úteis na hora de despoluir águas contaminadas. Chamam-se amêijoas asiáticas e conseguem limpar as águas poluídas por uma das mais poluentes indústrias do sul da Europa: a da produção de azeite. A descoberta é de uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA). “Sabemos que as amêijoas asiáticas conseguem remover metais e compostos orgânicos recalcitrantes, ou seja, não biodegradáveis ou de difícil biodegradação, como os que se encontram nos efluentes da indústria de produção do azeite”, refere Joana Pereira (na foto), investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), uma das unidades de investigação da UA. A cientista responsável pelo estudo sublinha também a capacidade destes bivalves em “remover matéria orgânica no geral, bem como de remover bacté-
rias e vírus potencialmente patogénicos, se integradas em determinadas fases dos processos de tratamento de água”. “Estes efluentes deverão ser tratados, mas os sistemas de tratamento mais eficazes são ainda bastante dispendiosos e difíceis de manter dada a sazonalidade da produção, pelo que a procura de novas soluções de tratamento é um assunto relevante”, aponta a investigadora. No que à indústria do azeite diz respeito, “sabe-se que, todos os anos, a quantidade média de efluentes provenientes da indústria do azeite pelos países mediterrânicos [Espanha, Itália, Portugal e Grécia] equivale a cerca de 30 milhões de toneladas” e que “o
impacte ambiental de um metro cúbico desses efluentes equivale ao impacto de 200 metros cúbicos de efluentes domésticos”. Ainda que o encaminhamento destas águas para tratamento seja feito de forma correta, “como felizmente acontece em muitas unidades”, confirma Joana Pereira, “é fundamental continuar a desenvolver soluções de tratamento eficazes e economicamente e ambientalmente sustentáveis”. PUB
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Investigadores apresentam primeiros resultados sobre incêndios florestais
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o âmbito dos 18 projetos de investigação em curso na área da prevenção e combate a incêndios florestais, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito da “call” de 2017, foram apresentados recentemente as conclusões, no passado dia 14. Tratou-se do “1º Workshop sobre investigação científica e desenvolvimento tecnológico na área da prevenção e combate a incêndios florestais”, que tem como objetivo maximizar os resultados dos projetos em curso e promover siner-
gias entre os vários grupos de investigação a trabalhar nesta área. Entre os projetos que foram apresentados, está o Firestorm, que está a estudar a dinâmica dos grandes incêndios florestais, nomeadamente as condições associadas a eventos extremos em incêndios florestais, com o objetivo de melhorar a compreensão do seu comportamento e evolução, e a capacidade de os prever. Esta investigação é liderada por Domingos Xavier Viegas, pro-
fessor catedrático da FCTUC e coordenador da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), e tem como parceiros o IPMA, a Universidade de Aveiro (UA) e o Instituto de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST). O Firefront, liderado por uma equipa do Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico de Lisboa (ISR/IST), é outro dos projetos que vai ser exposto. No âmbito desta investigação, está ser desenvolvida uma solução de apoio ao combate a fogos florestais através da deteção e seguimento em tempo real das frentes de incêndio e eventuais reacendimentos. Para tal, os investigadores recorrem a veículos aéreos tripulados e não tripulados (drones), equipados com sensores e sistemas de comunicação especializados, que sobrevoam a região afetada. Este projeto tem como parceiros o Instituto de Telecomunicações, a ADAI, a Força Aérea Portuguesa, a empresa UAVision e o Aeroclube de Torres Vedras.
Grupo OLX evita a emissão de 900 mil toneladas de CO2 P ara assinalar o Dia Mundial da Economia Circular, a 7 de fevereiro, e como parte do movimento economia circular, o grupo OLX apresentou um relatório sobre as mais valias ambientais inerentes à compra de produtos em segunda mão através dos portais OLX, Imovirtual e Standvirtual. O relatório detalha a poupança ambiental conseguida pelos utilizadores que optam por comprar produtos em segunda mão ao invés de novos e que evitaram, nomeadamente, a emissão de mais de 900 mil toneladas de CO2. Sempre que um item usado é transacionado nas plataformas
do grupo OLX interrompe ou atrasa a produção de uma nova versão desse mesmo produto, o que ajuda a preservar recursos escassos e a reduzir o nível de emissões nocivas de CO2. Além destas mais valias ambientais, este processo contribui diretamente para estimular o crescimento de uma economia circular. Em 2019, os utilizadores que optaram por comprar produtos nas plataformas do grupo OLX pouparam, a nível ambiental, algo como: com mais de 20 milhões de smartphones em segunda mão a serem transacionados, pouparam-se, por exemplo, 3,8 milhões de quilos
de materiais (incluindo 416 toneladas de minerais de conflito e cobalto - associado ao trabalho infantil) 2,1 milhões de GJ-eq de energia, 2,4 milhões de metros cúbicos de água ou 150 mil toneladas de CO2-eq (equivalente a dióxido de carbono). Com os mais de 2,9 milhões de portáteis em segunda mão transacionados, pouparam-se 4,6 milhões de quilos de materiais (incluindo 138 toneladas de minerais de conflito e cobalto), 11,9 milhões de GJ-eq de energia, 21,7 milhões de metros cúbicos de água e 735 mil toneladas de CO2-eq (equivalente a dióxido de carbono), etc.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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grande tema gran tema
Joana Vasconcelos
criadora, empresária, gestora e “embaixadora” de Portugal Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR/ Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
Planeamento, financiamento, internacionalização, parcerias, recursos humanos, responsabilidade social, motivação… Joana Vasconcelos pode ser citada em todos estes campos da gestão. Eleita pela edição europeia do Politico como a sexta figura mais influente de 2019 na categoria dos “sonhadores”, a artista que levou um milhão e meio de visitantes a Versalhes e 640 mil ao Guggenheim de Bilbau, que pôs um cacilheiro do Tejo a navegar em Veneza e que irá instalar um colossal bolo de noiva na propriedade de orde Rothschild é também a mulher que emprega 52 pessoas e gere uma empresa exportadora, sedeada num armazém junto ao Tejo, em Lisboa. Uma oficina, onde se trabalha em arquitetura, carpintaria, comunicação, costura, cultura, engenharia, eletricidade, finanças, logística, marketing e restauro, havendo ainda espaço para uma cantina e para um ginásio, ao dispor dos funcionários.
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om cerca de 640 mil visitantes, no total, e uma média de 5.600 pessoas por dia, a exposição individual de Joana Vasconcelos "I'm Your Mirror", no Museu Guggenheim em Bilbau (Espanha) foi a décima terceira mais visitada, em 2018, a nível mundial (e a segunda na Europa, onde só perdeu para “Chagall: The Breakthrough Years”, também no Guggenheim de Bilbau), de acordo com a publicação especializada “The Art Newspaper”. Curiosamente, recorda Joana Vasconcelos, foi numa galeria espanhola, que fez a sua estreia internacional. “A primeira vez que eu saio do país como artista foi numa 38 act ualidad€
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exposição em Valência. Recebo uma de duplo espelho. Joana Vasconcelos proposta do galerista Luis Adelantado, é o espelho do sucesso na arte, como logo a seguir à minha participação atestavam, na altura, as palavras do numa exposição coletiva, em Serralves principal curador e conservador do (1999), a convidar-me para expor na Guggenheim Bilbau, Petra Joos, que sua galeria, numa coletiva de jovens organizou a mostra com o curador artistas, que correu muito bem”, conta independente Enrique Juncosa: “Ela Joana Vasconcelos. Isso aconteceu será, seguramente, considerada, no quase duas décadas antes de chegar a futuro, uma forte referência para as Bilbau. "I'm Your Mirror" foi a pri- mulheres artistas, e, esperemos, por meira mostra individual de um artis- todos os géneros de artistas, assim que ta português no Guggenheim, reu- a igualdade entre homens e mulheres nindo mais de trinta obras de Joana seja uma realidade”. Vasconcelos, 14 das quais em estreia, como foi o caso da peça que deu nome A condição feminina Joana Vasconcelos metaforiza isso à exposição, a máscara veneziana, com 2,5 toneladas, feita com 231 molduras mesmo, através das suas “Valquírias”,
peças gigantes que a artista instala nos museus, como se de uma invasão feminina se tratasse, explica Leonor Castro, relações públicas do Ateliê Joana Vasconcelos, enquanto mostra o espaço à equipa da Actualidade: “Os museus foram durante séculos espaços maioritariamente dedicados a artistas do sexo masculino. As Valquírias, inspiradas na mitologia nórdica (as deusas voadoras, que devolvem a vida aos bravos do campo de batalha), são criadas por Joana Vasconcelos em diferentes formas, sempre cheias de tentáculos coloridos, feitos com diferentes materiais que evocam feminilidade, como têxteis de vários tipos e texturas, botões, lentejoulas, missangas, etc”. Esses tentáculos dialogam com o museu, rasgam caminho e trepam pelo espaço. “Joana explorou sempre noções de feminilidade e o seu trabalho refere-se à presença da mulher na sociedade contemporânea, quer na esfera privada quer na pública”, frisa Petra Joos. “Ninguém consegue ser-lhes indiferente”, nota Leonor Castro, à medida que caminhamos pelo espaço de
costura, onde estava a ser ultimada a “Valquíria Mumbet”, que entretanto viajou para o novo MassArt Art Museum (Boston), que acolhe desde 22 de fevereiro a primeira exposição individual de Joana Vasconcelos nos EUA (uma das sete exposições individuais da artista programadas para este ano). “Esta Valquíria monumental homenageia Elizabeth Freeman, conhecida por Mumbet, figura histórica do Estado de Massachusets, onde se distinguiu na luta pelos direitos humanos, vencendo a escravatura”, assinala Joana Vasconcelos, acrescentando que usou muitos tecidos africanos, nomeadamente capulanas de Moçambique, para construir esta peça, fazendo a ponte entre a cultura africana e a lusófona, quase sempre presente na produção artística da escultora. O conceito de Valquíria foi também o eleito da artista quando o Futebol Clube do Porto lhe encomendou uma obra de arte. A "Valquíria Dragão" pode ser vista no Museu Futebol Clube do Porto, mais uma vez evocando a presença feminina num território tradicionalmente
mais masculino. Joana Vasconcelos já fez mais de 30 Valquírias diferentes e na mira está a possibilidade de as ver a todas na Casa do Povo, na Roménia (onde funciona o Parlamento), no entanto não há ainda datas para essa mostra. A condição feminina é evidente nas diferentes Valquírias, mas também em obras como “A Noiva” (2001 e 2005), “Burka” (2002), no stiletto Marilyn (2009) e nos outros sapatinhos que lhe sucederam, todos feitos de panelas, tachos e testos da marca Silampos, e sempre batizados com um nome de uma “heroína”. Além da condição feminina, outro tema que se destaca no portefólio de Joana Vasconcelos é a portugalidade, especialmente em foco em obras como “www.fatimashop” (2002), “Coração Independente” (2005), “Portugal a Banhos” (2010), “Trafaria Praia” (2013) ou “Pop Galo” (2016). “Atribuo bastante importância à portugalidade nas minhas obras porque é uma parte da minha identidade. Eu sou portuguesa. Nasci em França (Paris), mas sou portuguesa. MARÇO DE 2020
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grande tema gran tema Eu posso mudar como olho o expor em Versalhes (2012), onde mundo, mas não posso mudar antes apenas haviam exposto quem sou. Uma pessoa cresce, Jeff Koons e Takashi Murakami. aprende coisas, muda traços da Versalhes teve um efeito trampersonalidade, mas não muda a polim na carreira da artista, que sua essência”, frisa a artista, que chegou a vacilar, quando a minisdiz ser apelidada de “a portuguetra da cultura francesa a impede sa”, comentando que “uma porde expor “A Noiva”, a peça que tuguesa a expor ainda é algo exóa projetou, o seu cartão-de-visita. tico”. Sempre que apresenta a sua Ter decidido fazer a mostra sem obra, representa Portugal: “Eu essa obra provou ao mundo que sou ‘embaixadora’ de Portugal, tinha mais para mostrar e mosda cultura portuguesa. É inevitátrou a 1,6 milhões de visitantes. vel. As pessoas sabem que eu sou De acordo com o jornal Le Figaro, portuguesa.” a exposição da artista portuguesa Por altura da inauguração da em Versalhes foi das mais visitaexposição “I’m your Mirror” em das em Paris nos últimos 50 anos, Serralves (Porto), no ano passaacima das mostras de Koons e do, o Presidente da República Murakami, que não atingiram Marcelo Rebelo de Sousa recorum milhão de entradas. dava uma outra exposição da No ano seguinte, Joana artista no Luxemburgo: "Havia Vasconcelos seria a artista escouma dimensão que ultrapassava lhida para representar Portugal Portugal e que fazia Portugal ser na 55.ª Exposição Internacional maior por ser universal. Essa é a de Arte – la Biennale di Venezia dimensão que ela alcançou, naturalmen(Itália), uma das mais relevantes mostras “Há artistas intete, com tudo aquilo que faz, como se de arte de todo o mundo, que a coloca na não desse trabalho, como se não implimira de programadores e colecionadores. ressantes em todos casse talento. Faz com uma naturalidade A artista projeta “Trafaria Praia, Pavilhão os países. A forma como quem respira. Era esse cruzamende Portugal”, um cacilheiro a lembrar to entre internacional e universal que que foi com caravelas que Portugal descomo o trabalho a tornavam única. Não sou capaz de cobriu o mundo. Parte da embarcação desses artistas é dizer mais sobre a extensão do capítulo foi revestida a azulejos Viúva Lamego que um dia a história escreverá sobre com uma ilustração sobre Lisboa, vista comunicada e a ela. Mas sou capaz, como Presidente da do Tejo, estabelecendo uma relação com forma como os seus a vista que a Lagoa de Veneza também República, de agradecer em nome de Portugal. Porque não sei se ela entrará, à proporciona sobre o casario da cidade respetivos países medida do que me parece justo que lhe italiana. O interior estava povoado com lhes dão relevo é que várias peças da artista feitas com distinseja reconhecido, na história universal, nas áreas que resultaram do seu talento. tos têxteis. Durante a bienal internacioé diferente” Mas na história de Portugal, do Portugal nal, o Trafaria Praia, com capacidade contemporâneo, ela já entrou.” para 275 passageiros, fazia dois cruzeiros Ao lado de Cristiano Ronaldo, José gueses. Do Ateliê Joana Vasconcelos, diários pela Lagoa de Veneza: transMourinho, Nelson Évora, Vanessa Fernandes, junto ao Tejo, têm saído obras para portou mais de 20 mil passageiros e foi Mariza, Miguel Câncio Martins e Maria do exposições em Paris (Versalhes), em visitada por mais de 106 mil pessoas Carmo Fonseca, Joana Vasconcelos foi Londres (Royal Academy), São Paulo, ao longo dos sete meses que esteve em cara da campanha internacional de pro- Macau, entre vários outros destinos. Foi Veneza. Quando regressou a Lisboa, foi moção turística do país "Portugal -West a primeira mulher a representar Portugal adquirido à empresa Douro Azul, que o Coast of Europe", em 2007. na Bienal de Veneza, em 2013, ano pôs a fazer cruzeiros turísticos no Tejo, Juntamente com Paula Rego, Maria em que a mostra internacional foi pela até 2016, tendo posteriormente manifesVieira da Silva, Helena Almeida ou Vhils, primeira vez comissariada por mulheres tado intenção de vender a obra. Joana Vasconcelos está entre os mais na Bienal de Veneza. Um ano antes, a Esta terá sido uma das peças mais internacionais artistas plásticos portu- artista tornou-se a primeira mulher a desafiantes para Joana Vasconcelos, pela 40 ACT UALIDAD€
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logística e valor da operação, que contou com um financiamento estatal de 175 mil euros, mas só foi possível pela angariação de fundos feita pela própria artista: “Na realidade, todas as obras são um desafio antes de se concretizarem. Quando a coisa corre mal, penso sempre que se for para continuar a fazer o que estou a fazer, a solução irá aparecer. Se não aparecer é porque é suposto fazer outra coisa. Nunca recuei e sempre foram aparecendo as condições ou as pessoas certas para resolver os problemas. Acredito sempre que a solução vai aparecer. Como? Não sei porque normalmente surge uma solução que era impossível prever. Há uma cena de um filme do Indiana Jones em que ele tem que dar um passo no vazio e, de repente, surge um caminho. A minha vida está cheia de momentos assim, em que eu não sei bem que chão estou a pisar. Nem sei como estou aqui. Há uma parte do meu processo muito intuitiva.” A artista admite que há projetos na gaveta, o que não significa que tenha desistido deles: “Há coisas que ainda não fiz, porque ainda não foi possível concretizá-las. Tenho na gaveta um projeto com vime, por exemplo. Já tentei fazer um projeto com rendas de Bilros, que também ainda não foi possível. Há tantas coisas em Portugal que quero abordar… há sempre ideias na gaveta…” Do caraté ao talento artístico Enquanto responde às perguntas, Joana Vasconcelos vai colorindo um desenho, explicando que o desenho e os trabalhos manuais sempre fizeram parte da sua vida. “Eu estudei desenho e joalharia. O desenho é uma forma de pensar para mim, é uma forma de estar. Penso desenhando, ou desenho pensando”, comenta, adiantando que tenciona fazer, no futuro, uma exposição apenas com alguns dos seus desenhos. “Sempre usei o desenho como base das minhas obras, mesmo as de joalharia”, diz. No entanto, a carreira artística não foi a sua primeira opção: “Eu estava programada para ter um ginásio e dar
umas aulas de caraté. Se me dissessem que eu ia estar onde estou, não acreditaria. Ainda pensei ir para desporto, mas eu já fazia tanto desporto, que queria experimentar outra coisa diferente. Fui para artes porque sempre desenhei e fiz trabalhos manuais. Frequentei design no IADE, mas correu muito mal e a seguir resolvi apostar na joalharia e no desenho porque também não consegui entrar na ESBAL. Tentei duas vezes, mas não entrei.” Uma lesão nos joelhos determinou o fim da carreira no caraté e desviou-a para o caminho da arte. A artista conta que “aos 17 anos tinha um ateliê no Bairro da Boavista”, onde fez as primeiras experiências. As primeiras peças que expôs, era ainda aluna: “Na verdade, na Ar.Co (o Centro de Arte e Comunicação
Petra Joos, principal curador e conservador do Guggenheim Bilbau: “Ela será, seguramente, considerada, no futuro, uma forte referência para as artistas, e, esperemos, por todos os géneros de artistas, assim que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade”
exposição ‘Mais tempo, menos história’, em Serralves, e integro, na Estufa-fria, uma mostra que junta os alunos da ESBAL (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa) e os alunos do Ar.Co.” A escala fez parte do processo desde o início, revela: “Mesmo no Ar.Co, as peças de joalharia nunca eram pequenas. Os meus colegas faziam anéis e eu fiz uma armadura. Desde cedo me interessei por peças maiores. Nós podemos olhar o mundo tal como ele é ou podemos descontextualizá-lo e criar uma nova dimensão. É um exercício mental. Interessa-me desconstruir a realidade e sugerir uma nova forma de olhar o mundo. A escala é uma forma de o fazer. Sempre fiz peças de grandes dimensões, porém a escala não é o tema da minha obra, é só uma parte do processo. Tenho também muitas peças pequenas. As pessoas conhecem-me porque a escala as surpreende.” O tamanho de muitas das suas criações explica por que razão trabalhou sempre em equipa: “Comecei a fazer adereços para ópera e teatro e senti que precisava de ajuda. Associei-me a uma colega da joalharia, a Clara, que ainda hoje trabalha comigo. Fizemos joias e adereços para “As Troianas” do São Carlos, entre outras coisas. A certa altura, as peças já estavam a ficar demasiado grandes e recorríamos à ajuda de uma equipa de cinema.” Hoje, a equipa do ateliê é constituída por 52 pessoas, de diferentes nacionalidades, que trabalham em áreas como arquitetura, carpintaria, comunicação, costura, cultura, engenharia, eletricidade, finanças, logística, marketing e restauro.
Responsabilidade social Visual, onde estudou desenho e joalhaA responsabilidade social começa denria) fazíamos exposições todos os anos. tro da empresa, nomeadamente com os Algumas das minhas primeiras peças, recursos humanos. Joana Vasconcelos como o ‘Toucadouro’ (1992), são feitas procura manter a equipa motivada e a ainda na escola. A primeira vez que trabalhar nas melhores condições. "Os expus fora da escola ainda era aluna. recursos humanos pesam cerca da “40 a Organizei uma exposição com uns 50%” na estrutura de custos, indica. O colegas, os ’20 000 Minutos de Arte ateliê possui uma cozinha e refeitório e no Técnico’, Instituto Superior Técnico, um ginásio para os funcionários, onde Lisboa. Essa exposição foi em 94 ou decorrem aulas de diferentes modali95. Saio da escola em 96, e participo na dades. O ambiente no ateliê é informal, MARÇO DE 2020
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“Noiva” de várias marcas e empresas Depois de “A Noiva” (2001), o candelabro gigante feito com tampões, que é uma das mais reconhecidas e polémicas obras de Joana Vasconcelos, o tema dos casamentos voltou ao caderno de esboços, onde a artista vai criando e desenhando os seus projetos. Na realidade são já 50 os cadernos, contabiliza a relações públicas do ateliê, Leonor Castro. O mais recente caderninho terá certamente, em detalhe, a “receita” para “O Bolo de Noiva”, uma obra encomendada por Jacob Rothschild, que será apresentada este ano, no Reino Unido. “Trata-se de um bolo de 11 metros, com três andares, revestido a azulejos e com esculturas em cerâmica da Viúva Lamego, que pode ser percorrido por dentro pelo visitante”, conta. A criadora refere-se a este “bolo” como “a obra mais excêntrica”, onde volta a jogar com o conceito de casamento. “A peça ainda não está concluída, mas já está a gerar várias reações, o que é espantoso”, comenta a autora. Com esta peça, Joana Vasconcelos volta a trabalhar com a Viúva Lamego, a secular marca portuguesa de azulejos e cerâmica, que também revestiu o cacilheiro “Trafaria Praia”, a “Pop Galo” ou a Piscina “Gateway”, inaugurada no ano passado em Edimburgo, entre outras. Joana Vasconcelos é uma forte defensora da ligação entre a cultura e o mundo empresarial, advogando que há benefícios claros para ambas as partes. A Viúva Lamego é uma das marcas com quem a artista mais
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"O Bolo de Noiva", a escultura gigante encomendada por Jacob Rothschild, será inaugurada este verão. “A peça ainda não está concluída, mas já está a gerar várias reações, o que é espantoso”, comenta a autora se relaciona, o que tem sido bom para ambas as partes, assinala. Catarina Cardoso, diretora de comunicação e marketing da Viúva Lamego salienta que a ligação ao mundo da arte faz parte do ADN da marca: “Temos colaborado com vários artistas ao longo dos 170 anos de história da marca. Criámos o conceito de ‘casulo’, que consiste em receber artistas para desenvolverem
nas nossas instalações o seu trabalho. A Joana Vasconcelos tem feito vários trabalhos com peças nossas, o que nos deixa muito contentes. O facto de os artistas quererem trabalhar connosco credibiliza e atesta a qualidade do nosso trabalho, que é muito feito por medida”. No caso de “O Bolo de Noiva”, a artista resgatou vários moldes de peças que já não se faziam e que agora voltaram a ser fabricadas: “Nós fazemos sobretudo revestimento (azulejos), mas também peças de cerâmica mais volumosas. O ‘Bolo de Noiva’ veio reanimar o nosso departamento de cerâmica e dar uma nova vida ao nosso património. Estamos a fabricar de novo peças ornamentais de edifícios, que já não se faziam há algum tempo. Contratámos novos funcionários, que estão a aprender com os mais antigos.” A responsável indica que, sendo a arte pública muito importante para a Viúva Lamego vale 60 a 70% do trabalho da marca - “trabalhar com artistas com a visibilidade e o reconhecimento internacional de Joana Vasconcelos é muito importante”. A artista tem tido ligação a várias outras marcas, como as portuguesas Bordallo Pinheiro, Vista Alegre, Topázio, Silampos, Labuta, Green Boots, Esporão, Sagres, CTT e jornal Expresso. No universo internacional, a lista de clientes e/ou parceiros integra nomes como a Toyota, a Swatch, a Johnson’s, a Bayer e, mais recentemente, a Roche Bobois, a Câmara Municipal de Paris e a Dior.
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A marca francesa de mobília Roche Bobois convidou a artista portuguesa a reinterpretar seis das suas peças: duas cadeiras Ava, as poltronas Lady B e Nuage, as mesas de cocktail Sismic e Cute Cut e uma composição do sofá Mah Jong. “A Roche Bobois está particularmente orgulhosa por se associar aos múltiplos talentos de Joana Vasconcelos. A sua ousadia artística, criatividade brilhante e poesia que emanam do seu trabalho conferem uma nova escala às nossas criações, que a artista subverte e reinterpreta brilhantemente”, realçava Gilles Bonan, CEO da marca francesa, no comunicado de apresentação da coleção em Portugal, que aconteceu durante a feira de arte contemporânea ARCO Lisboa, em maio do ano passado, antes de viajar para Genebra, Paris e para a Art Basel Miami 2019. Também no ano passado, a marca francesa de alta-costura Dior desafiou Joana Vasconcelos a recriar a sua icónica carteira “Lady Dior”. A artista inspirou-se em Diana de Gales, considerada “Queen of Hearts” e apreciadora deste clássico da moda mundial. O coração, na tradicional versão portuguesa, forma bem presente em várias obras de Joana Vasconcelos, surge nesta carteira, através de “300 LED que recriam o brilho de missangas e trazem a tecnologia para uma mala inteiramente feita à mão”, reproduzindo “o pulsar do batimento humano”. Outro coração brilha na
Porte de Clignancourt, Tramway T3 Nord, em Paris. Uma obra de arte e de engenharia do ateliê Joana Va s c o n c e l o s , com “3800 azulejos vermelhos Viúva Lamego, cabochões em vidro Vista Alegre, fibra ótica, projetores LED, motorredutor, fibra de vidro, aço galvanizado termolacado, alumínio, alimentação elétrica”. Foi inaugurado no passado dia 14 de fevereiro, o dia de São Valentim.
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grande tema gran tema sem deixar de ser profissional, como descreve Leonor Castro, mostrando-nos a “wall of fame”, onde estão assinalados em fotografia alguns dos momentos marcantes do percurso da artista, bem como do making-of de várias obras. Joana Vasconcelos tem consciência de que não é só uma artista, é também uma gestora e empresária, pelo que teve que se ladear de profissionais de várias áreas e teve que se ir formando também: “É preciso aprender a aprender. Como não estudei gestão fui cometendo alguns erros pelo caminho. Isto não tem sido um mar de rosas. O que é mais desafiante é caminhar por um caminho que não é conhecido. Ou seja, vamos navegando
dade, obtive inúmeras reações estranhas. talação da peça (que gira sobre si própria) Fui percebendo que cada um faz a sua faz-se acompanhar da voz de Amália, a interpretação e que as pessoas são muito cantar o seu “Coração Independente”. É criativas a interpretar. Senti necessidade Portugal ao ouvido. É Portugal à vista. de explicar o que queria comunicar com a peça, mas isso também não ajudou. "A arte não desvaloriza" ‘A Noiva’ ensinou-me que não vale a Sem fornecer informações precisas pena explicar. A única coisa que vale a sobre a faturação e os resultados finanpena é fazer. Acho sempre interessante ceiros do Ateliê Joana Vasconcelos, a quando as pessoas acrescentam coisas artista apenas adianta que o melhor que eu nunca teria pensado na vida e ano até agora foi o de 2016. Assegura isso acontece muitas vezes.” Exposta pela também que tudo é pensado e planeado primeira vez, a convite de Manuel Reis, para que seja exequível, para que cada na discoteca lisboeta Lux (onde a artista projeto seja sustentável, já que de outra trabalhou dois anos como porteira), ‘A maneira não se faz. “A carreira de um Noiva’, o enorme lustre feito com 14 mil artista é imprevisível. Já tenho expositampões (o primeiro de dois), terá sido ções para 2021, mas não sei o que farei
por 'mares nunca antes navegados' e para destinos que não sabemos quais são.” A incerteza é uma particularidade das artes, sustenta: “Eu não chego a um museu e proponho uma exposição e eles aceitam. Não funciona assim. Os artistas não decidem coisa nenhuma, têm que trabalhar o melhor possível, à espera que faça sentido que a sua obra seja exposta. Todo o meu percurso expositivo é feito por convite ou por encomenda.” A escultora explica-nos o que determina o sim ou um não a um desafio: “O ponto de partida é a obra. Eu não trabalho como designer, arquiteta, decoradora ou desenhadora de moda. O meu princípio é perceber se a marca ou o que eu vou fazer estão relacionados com a minha obra ou não. (ver caixa). Na sua atividade, o que gosta menos é de explicar as peças que faz: “Quando fiz "A Noiva", centrada na ideia das tradições do casamento, nomeadamente o uso do vestido branco para simbolizar a virgin-
a peça que mais chamou a atenção para em 2022”, observa, confiante de que o trabalho da artista, mas foi também a história faz a melhor justiça. “A arte uma das mais polémicas. não desvaloriza. Há casos na arte de Joana Vasconcelos já produziu mais artistas que não valorizam muito, mas de 1500 peças, porém diz ter poucas dificilmente desvalorizam. O trabalho em seu poder. “Perdi o rastro a várias dos artistas permanece no tempo e conta porque os colecionadores vendem de a história, a nossa história. Impossível uns para os outros.” O também artista contar a história do nosso país sem falar Pedro Cabrita Reis foi quem primeiro de Fernando Pessoa e de tantos outros comprou uma obra sua, a instalação feita artistas, músicos, escritores… A história de espanadores intitulada “As Flores do da arte encarrega-se de sublinhar esse Meu Desejo”. As suas peças integram património, registando o trabalho dos a coleção António Cachola (Museu de artistas que mudaram alguma coisa, que Arte Contemporânea de Elvas), a de propuseram algo de novo. Não há uma François-Henri Pinault (Palazzo Grassi fórmula de assegurar que eu vou ser - Museu de Arte Moderna de Veneza), reconhecida daqui a dez anos. Eu tenho entre outras coleções. Em 2009, a artista que acreditar e fazer por isso.” estreia-se num leilão na Christie’s, com a Joana Vasconcelos aproveita para valopeça “Coração Independente Dourado”, rizar a importância da comunicação arrematada por 192 mil euros. A obra na e da arte: “Há artistas interessantes é uma reinterpretação dos corações de em todos os países. A forma como o filigrana de Viana do Castelo, feito com trabalho desses artistas é comunicada e uma teia de talheres de plástico, com 3,7 a forma como os seus respetivos países metros de altura e dois de largura. A ins- lhes dão relevo é que é diferente.”
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Em Portugal, há muito a melhorar neste sentido. “Acho que Portugal poderia promover mais do que promove os seus artistas. A política cultural existe, melhorou, mas não é suficiente. Raramente a palavra cultura aparece nos discursos políticos. Este Governo está a fazê-lo, está a discutir um orçamento para a cultura. Porém, esse investimento não pode ser intermitente, tem que ser constante”, defende.
da moda: “Nunca percebi por que é que a moda e indústria têxtil em Portugal não são mais próximas e coniventes. Os industriais não vêm à Moda Lisboa ver o que fazem os criadores. Há barreiras que eu não entendo. A ciência e a indústria já estão mais próximas, o próximo passo é aliar a cultura à indústria. O património, a língua, a música. Tudo isso nos faz ser quem somos.” Joana Vasconcelos gostaria de redimensionar o investimento que se faz em A urgência de investir em arte artes plásticas no país: “Gostaria que os A artista lamenta que o apoio finan- investidores e as pessoas que têm interceiro à cultura cause ainda tanta estra- venção no tecido cultural percebessem nheza e dá um exemplo: “Fiz um jantar a necessidade de se investir em arte, em de fund raising (angariação de fundos) cultura. Ou seja, gostaria de ver mais
a utilizam.” A artista ressalva que não aceitaria um cargo público de gestão cultural: “Para se gerir a pasta da cultura, tem que se ter um conhecimento transversal das diferentes formas de arte, que não possuo. A gestão cultural existe (enquanto curso ou disciplina) porque a cultura tem especificidades diferentes. Eu sou gestora no universo das artes plásticas. O meu lugar é gerir o meu património.” A criadora gere também uma fundação com o seu nome, que, entre outras coisas, atribui bolsas de estudo a jovens aspirantes a artistas. Enquanto consumidora de arte, prefere não eleger nomes: “Há muitos artistas
para o projeto Trafaria Praia e as pessoas patronos de museus e de artistas, como estranharam imenso. Já fui a vários acontece noutros países, onde emprelá fora, cá isso não acontece. Não está sários investem nas alas dos museus, enraizado na nossa forma de estar, mas patrocinam uma escola de dança, ajunão quer dizer que não venha a estar. dam o teatro local, contribuindo para O artista pode ter sucesso, mas, por a sua comunidade. Essa noção de que a vezes, não dá um passo maior se não arte e a cultura é uma parte integrante tiver financiamento. Eu já fui ajudada e importante da sociedade, que faz com por imensa gente. Há um grupo de que se renovem as formas de estar e pessoas que têm essa noção. É pena de pensar, é uma noção adquirida em serem tão poucas. Se as pessoas nas muitos países. Se os nossos empresários, artes fossem mais solidárias e o tecido os nossos gestores, os nossos economisindustrial fosse mais aberto e solidário tas tivessem essa noção, Portugal teria com o tecido artístico, certamente nas- muito mais relevância do que tem no ceriam daí sinergias benéficas quer para contexto internacional e atrairia muito a parte industrial, quer para a cultural. mais públicos. O turismo e a economia, É dessas sinergias que vamos sobreviver. a forma de olhar para o país, mudariam. Economia e artes de costas voltadas Já está a mudar e está muito melhor do não beneficia ninguém. Eu tenho bons que estava, mas é necessário investir-se exemplos de colaboração com a indús- muito mais nos artesãos, nos aspetos tria. Por exemplo, a Viúva Lamego tem- culturais, apoiar as fundações, haver -me ajudado imenso e eu ajudo a marca mais situações de ajuda pro bono, ter a Lei do Mecenato a funcionar. Até temos (ver caixa na pág. 42).” Joana Vasconcelos foca ainda o caso uma boa Lei do Mecenato, mas poucos
de quem eu gosto. Admiro aqueles que me fazem pensar que o mundo é um sítio onde vale a pena viver, ou seja, todos os que o questionam, os que questionam a identidade e a forma de estar no mundo. Eu vou a exposições para me questionar a mim própria, para ver uma obra que me surpreenda, algo que nunca me tenha passado pela cabeça. A arte proporciona o fascínio de ver o mundo por outros olhos e de outra perspetiva. Esses são sempre os grandes artistas, os que nos fazem mudar a forma como olhamos o mundo, os que nos comovem. Sem comoção, não tinha graça.” A oportunidade de nos emocionarmos com as obras de Joana Vasconcelos multiplica-se este ano pelas sete exposições em nome individual que tem programadas e pelas oito coletivas, que contarão com peças suas. Desde o início da sua carreira, já participou em mais de 120 exposições, em mais de 20 países. MARÇO DE 2020
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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CCA e Startup Lisboa estabelecem parceria para apoiar startups
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Startup Lisboa e a sociedade de advogados CCA Law Firm celebraram uma parceria de forma a apoiar startups de forma transversal, com especial foco nas áreas de captação de investimento, tecnologia e corporate. Este apoio vai ser assegurado pela Startinnovation Team, uma equipa multidisciplinar da CCA dedicada ao empreendedorismo. “A Startup Lisboa, como uma das principais dinamizadoras do ecossistema do empreendedorismo em Lisboa, sempre nos mereceu uma grande admiração” e este protocolo resulta de uma “relação
de simbiose entre uma incubadora de excelência e uma equipa legal que presta apoio a muitas startups e scale ups de grande potencial e mérito”, comenta Domingos Cruz, managing partner da CCA, citado pela “Advocatus”. “A CCA, através da Startinnovation Team, quer estar junto dos melhores e mais inovadores, e é justamente o que esta parceria permite”, adiantou o responsável. A CCA passa agora a dar apoio jurídico em office hours e abre também à comunidade da Startup Lisboa os eventos do seu Centro de Conhecimento e Inovação
(CCA On). Desta forma, a sociedade de advogados liderada por Domingos Cruz passa a integrar a rede de parceiros da Startup Lisboa. “Para nós, como incubadora, é muito importante contar com a presença da Startinnovation Team na nossa rede de parceiros e saber que temos equipas especializadas em temas tão relevantes para os nossos empreendedores, como são, por exemplo, o do fundraising e suporte nas dinâmicas de crescimento do negócio”, refere, por seu lado, Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa.
Código de Processo do Trabalho e Legislação Complementar Anotados
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nova obra de Alcides Martins, designada “Código de Processo do Trabalho e Legislação Complementar” já está disponível no mercado de publicações especializadas. “Beneficiando da recente atualização do Código de Processo do Trabalho, reúne-se e anota-se, com coerência, toda a legislação do atual sistema processual sócio laboral português, em
que se inclui, para além do Código, as normas sobre a competência material e internacional dos juízos do trabalho, as leis de acidentes de trabalho e doenças profissionais e do procedimento das contraordenações laborais e da segurança social”, de acordo com a sinopse à obra feita pela editora Almedina. Uma análise em mais de 380 páginas
do advogado e sócio fundador da Alcides Martins, Bandeira, Simões & Associados. Foi professor de várias áreas de direito, como Direito do Trabalho, Direito Internacional do Trabalho e Direito Europeu e Comparado do Trabalho. É ainda formador na área do Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito da Segurança Social.
Advogados portugueses distinguidos nos “Client Choice Awards 2020”
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a mais recente edição dos “Client Choice Awards”, 11 advogados portugueses foram distinguidos nas mais diversas áreas de prática. Os “Client Choice Awards 2020”, da International Law Office (ILO), distinguiram os melhores advogados portugueses em 2019 nas diversas áreas de atuação. A Cuatrecasas, Abreu Advogados e José Pedro Aguiar-Branco Advogados foram as firmas que mais prémios arrecadaram – dois prémios, cada. A entrega de prémios, que decorreu no passado dia 6 de fevereiro, em
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Londres, distinguiu advogados de oito Branco Advogados (com os premiados sociedades portuguesas. Entre as ven- Rui Alves Pereira e José Aguiar-Branco). cedoras, estão as sociedades AFDO Criado em 2005, o “Client Choice” é (com o partner António Fernandes de um prémio internacional atribuído pela Oliveira), a Lança & Associados (com ILO, que reúne mais de 500 especialisa advogada Joana Lança), Costa Pinto tas em mais de 100 jurisdições, e que Advogados (com o advogado Manuel reconhece as firmas e os sócios que Ferreira Mendes), Abreu Advogados se destacam pela ”excelência na dedi(através de António Andrade e Gonçalo cação aos seus clientes e qualidade Malheiro), Alves Pereira, Teixeira de dos serviços prestados”. Os critérios Sousa & Associados (com o prémio que definem esta distinção referementregue a João Marques de Almeida), -se à capacidade que as sociedades Cuatrecasas (Paulo Costa Martins e e os respetivos sócios demonstram Paulo de Cunha e Sá), PLMJ (Sara em acumular valor aos negócios e às Estima Martins) e José Pedro Aguiar- atividades com os seus clientes.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
MLGTSS e VdA premiadas pela Euronext Lisbon
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Euronext Lisbon premiou, no final de janeiro, o papel de relevo de emitentes, intermediários financeiros, jornalistas, outras instituições e pessoas para o mercado de capitais. Na conferência anual Via Bolsa, a empresa dona da bolsa de Lisboa atribuiu os Euronext Lisbon Awards 2020 e debateu o presente e o futuro do mercado de capitais. “O Via Bolsa proporciona um momento único em que os participantes do ecossistema se reúnem no mesmo espaço”, afirmou a fonte oficial da Euronxet Lisbon. “E foi, portanto, o momento certo para evidenciar a relevância do mercado de capitais para uma economia mais robusta, procurando sensibilizar as
empresas para as oportunidades que a bolsa oferece para o financiamento, crescimento e desenvolvimento empresariais”. Finanças sustentáveis foi o tema principal nesta edição, em que os pontos altos foram, por um lado, a conversa de Jorge Moreira da Silva, diretor da cooperação para o desenvolvimento na OCDE, com Isabel Ucha sobre finanças sustentáveis e, por outro, a intervenção no encerramento do secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix. Criadas em 2011, as distinções, referentes ao trabalho realizado em 2019, incluíram este ano novas categorias a premiar. “Este ano
foram apresentados uns Euronext Lisbon Awards revigorados“, explicou. “A Euronext considerou que era o momento certo para revisitar a designação dos prémios, as categorias e as regras existentes, bem como a inclusão de áreas que, até agora, não tinham sido contempladas, tais como sustainable finance, settlement & custody and issuer of the year”. Os nomeados e vencedores da edição de 2020 dos Euronext Lisbon Awards foram, na categoria de “Law Firm Equity”, a Morais Leitão, e na categoria de “Law Firm Bonds” foi premiada a Vieira de Almeida.
Garrigues distinguida como “Intellectual Property Firm of the Year em Portugal”
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Garrigues foi distinguida, nos “Global IP Awards”, como “IP Firm of the Year em Portugal”. A sociedade de advogados recebe, assim, pelo segundo ano consecutivo, este prémio entregue pela World Trademark Review (WTR) e pela Intellectual Asset Management (IAM). Estes prémios reconhecem o trabalho desenvolvido pelo departamento de propriedade intelectual nas suas diferentes
vertentes. Com esta finalidade, a equipa de jornalistas e analistas de ambas publicações, com base nos EUA, Europa e Ásia, tiveram em consideração o ponto de vista dos clientes. “Receber um prémio tão prestigiado como este, pelo segundo ano consecutivo, enche-nos de satisfação e anima-nos a permanecer atentos às necessidades e expectativas dos nossos clientes, para
procurar – com esforço, dedicação e criatividade – as soluções mais adequadas e eficientes para os seus problemas”, explica João Miranda de Sousa (na foto), sócio responsável pela Garrigues em Portugal. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ ccile.org Fotos DR
Em trânsito: » Rita Leandro Vasconcelos (na foto) é a nova partner da Cruz Vilaça Advogados. A advogada transita da Cuatrecasas, onde se encontrava desde 2004. Com cerca de 20 anos de experiência profissional, Rita Leandro Vasconcelos tem centrado a sua atividade em direito da concorrência e direito da União Europeia nos mais diversos setores. É ainda vice-presidente da Associação Portuguesa de Direito Europeu. Foi docente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
» A Antas da Cunha ECIJA acaba de reforçar a sua equipa de Direito Fiscal, com a integração de Margarida Marques Carvalho (na foto), na qualidade de associada sénior. A advogada transita da Abreu Advogados, onde exerceu a sua atividade nos últimos sete anos. Margarida Marques Carvalho desenvolveu e centrou a sua prática na área do contencioso tributário, incluindo a intervenção em processos de arbitragem tributária. Colaborou na execução de projetos legislativos em matéria fiscal nos setores da saúde e do desporto e participou em várias due diligence fiscais a grandes grupos empresariais. Março de 2020
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Savills vende edifício em Lisboa por 22,3 milhões de euros
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Savills assessorou o Banco Santander na concretização da venda do ativo sito na Avenida Miguel Bombarda 4, em pleno CBD de Lisboa, ao fundo
britânico Avignon Capital e York Capital Management, por um total de 22,3 milhões de euros. O edifício, outrora ocupado pelo banco e empresas do grupo Santander, é composto por nove andares acima do solo e cinco subterrâneos, disponibilizando uma área bruta locável de 7.240 metros quadrados e 91 lugares de estacionamento. Este ativo beneficia de excelentes acessibilidades aos principais eixos da cidade e de uma vasta rede de transportes devido à sua localização central da cidade. “Foi com bastante satisfação que concluímos 2019 com a concretização
desta transação que assume um impacto substancial no mercado de escritórios da capital. Lisboa continua a ter uma procura muito acentuada por parte de ocupantes que pretendem escritórios de qualidade e dimensão num momento de escassa disponibilidade de stock, este facto tem contribuído para que os investidores internacionais mantenham a cidade no seu radar e motivem também novos investidores a entrar no nosso mercado, como foi o caso da Avignon Capital”, afirma Alberto Henriques, senior analyst do Departamento de Capital Markets da Savills Portugal.
Sonae Sierra e Mercado Prime assumem concessão do Mercado do Bom Sucesso A Sonae Sierra e a Mercado Prime, empresa do Grupo Luísa Amorim, são os novos gestores do Mercado do Bom Sucesso, um dos edifícios mais emblemáticos da cidade do Porto, propriedade da Câmara Municipal. A nova gestão pretende dar uma nova vida ao Mercado do Bom
Sucesso, melhorando a imagem global e o conforto deste espaço icónico, requalificando a oferta comercial disponível e melhorando a operação, garantindo o estrito cumprimento do caderno de encargos existente. As necessárias adaptações e melhorias para devolver ao Mercado do
Bom Sucesso um papel central na sua zona de influência e comunidade local serão desenvolvidas em total articulação e diálogo com os lojistas, bem como todas outras partes interessadas, como os arrendatários dos espaços de escritórios e o concessionário do Hotel da Música.
JLL vende Fórum Castelo Branco à portuguesa Square AM O mercado de investimento imobiliário arranca o ano com grande dinamismo e regista agora a primeira transação de centros comerciais em 2020, concretizada pela JLL. O departamento de Capital Markets da consultora acaba de concluir o processo de venda do Fórum Castelo Branco, para o qual tinha sido mandatada pelo proprietário do imóvel. O ativo foi adquirido pela gestora de fundos de investimento de imobiliário nacional Square Asset Management, por um valor de 20,35 milhões de euros. “Este negócio prova que o investimento
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em Portugal cada vez menos se restringe a Lisboa e Porto e que, especialmente, no retalho, mais do que a localização, os investidores estão atentos à performance do ativo e à sua capacidade de gerar valor. O Fórum Castelo Branco é o centro comercial de referência na sua região, com uma taxa de ocupação de 100%, um número crescente de visitantes e um enorme potencial de valorização futura. Estes argumentos refletiram-se no sucesso desta operação”, comenta Fernando Ferreira, responsável pela área de Capital Markets da JLL.
Um destino de compras e de lazer incontornável na região de Castelo Branco, este shopping alia um forte tenant mix, à sua excelente acessibilidade e uma arquitetura atrativa, recebendo mais de 2,6 milhões de visitantes por ano. O Fórum Castelo Branco foi inaugurado em 2007 e reúne uma oferta comercial diversificada, com mais de 70 lojas e marcas líderes de mercado, incluindo âncoras como a Zara, a H&M, a Worten, a Sport Zone e o Pingo Doce (excluído da transação). Tem ainda estacionamento com capacidade para 950 viaturas.
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setor imobiliário
RE/MAX conquista seis prémios e reforça índices de notoriedade P resente no mercado nacional há 20 anos e composta por uma rede de 10 mil profissionais, a RE/ MAX Portugal, maior rede imobiliária a operar no país, continua a somar vários prémios, que a confirmam como uma referência e a marca preferida para os consumidores portugueses no setor imobiliário. Em evidência estão prémios como “Escolha do Consumidor”; “Superbrands”; “Marca mais reputada” pelo Marktest Reputation Index; “Prémio Cinco Estrelas”; “Best Team Leaders” - prémio Top Competências e Características Personalidade e “Escolha de Excellentia”. Também um estudo desenvolvido pela Initiative conclui que a RE/MAX regista altos índices de notoriedade, sendo a agência imobiliária mais referenciada e a favorita nas respostas dos inquiridos (55%).
Desde 2015, a RE/MAX é “Escolha do Consumidor”, na categoria Ramo Imobiliário, recebendo esta certificação que atesta o serviço da rede avaliado diretamente pelos consumidores. A marca foi também distinguida como Superbrand 2019, um prémio que, anualmente, reconhece as marcas de excelência escolhidas pelos consumidores. Esta foi a décima segunda vez em quinze edições que a imobiliária é eleita pelos portugueses, obtendo novo selo dourado. A RE/MAX foi igualmente reconhecida como a marca com a melhor reputação no setor imobiliário em Portugal, pelo ranking “Marktest Reputation Index (MRI) 2019”, um estudo no qual são analisados indicadores como admiração, confiança, imagem e familiaridade. Já o “Prémio Cinco Estrelas 2020”, que avalia e certifica as melhores marcas do mercado ao
nível de serviços e produtos, elegeu a RE/MAX, que venceu na categoria “Imobiliárias”. Por outro lado, na edição dos prémios “Best Team Leaders” e “Best Public Leaders”, onde são conhecidos os melhores líderes de equipa e as figuras públicas nacionais de referência que marcaram 2019, destaque para o prémio “Top Competências e Características Personalidade”, na categoria “A que melhor otimiza os recursos”, alcançado por Sandra Baptista, diretora do Departamento de Qualidade da RE/MAX Portugal. Por último, realce para o prémio “Escolha de Excellentia”, a única distinção em Portugal que reconhece as empresas que se destacam pelo seu desempenho em consumer centric, tendo a REMAX obtido 78% no “Índice de Consumer Centric Management”.
Cushman & Wakefield assessora a venda de portefólio de retail parks A
Cushman & Wakefield, atuando em nome do vendedor, concluiu a venda de quatro retail parks pertencentes aos norteamericanos da Blackstone e geridos pela Multi Portugal, numa transação que foi concluída no último mês de 2019 e “cujo valor foi decidido entre as partes envolvidas manter-se confidencial”, realçou a consultora imobiliária. Os ativos Alverca Park, Santarém Retail Park (na foto), Aveiro Retail Park e Lima Retail Park, que totalizam cerca de 80 mil metros quadrados de área bruta locável, foram adquiridos pelos belgas da Mitiska REIM, em representação do fundo First Retail International 2 (FRI2), investidor especializado no segmento dos retail parks, proprietário também em Portugal do Mondego
Retail Park e Focus Park Canidelo. Adquiridos em 2015 (Alverca Park) e 2016 pela Blackstone, os ativos que apresentam no seu tenant mix marcas como Decathlon, Staples, Pingo Doce, Rádio Popular, Toys R Us, entre outras, têm vindo ao longo dos últimos anos a aumentar os seus níveis de ocupação com entradas mais recentes de lojistas como Leroy Merlin, Sports Direct e Jysk. David Lopes, partner do departamento de Capital Markets da Cushman & Wakefield, refere: “estamos muito satisfeitos por ter participado na transação deste portefólio que vem reforçar a confiança existente dos investidores estrangeiros no mercado de retail parks em Portugal. O momento positivo que
vive o mercado ocupacional foi um fator decisivo na captação de interesse por parte de investidores”. Já Francisco Cavaleiro de Ferreira, managing director da Multi Iberia, salienta que “depois de termos, em 2018, realizado a maior transação da história dos centros comercias em território nacional, realizámos, agora, a maior transação do mercado de retail parks em Portugal”.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR MARÇO DE 2020
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“Há uma urgência de concertação das agendas dos dois países ibéricos”
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Para Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, é urgente uma “concertação entre Portugal e Espanha”, sobretudo ao nível da agenda da União Europeia, numa fase decisiva das negociações sobre o novo Quadro Comunitário de Financiamento, mas também ao nível da ação climática, onde as políticas agrícolas são determinantes, frisou, num recente almoço de empresários. Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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concertação entre Portugal e 200 convidados puderam inteirar-se de Espanha, ao nível das políticas alguns dos aspetos relevantes da polítieuropeias, deve ser encarada ca externa nacional, nomeadamente ao como uma prioridade, que irá nível do relacionamento com Espanha beneficiar ambos os países, afirmou o e da estratégia comum que os países ministro Augusto Santos Silva, princi- ibéricos deveriam seguir para defender pal orador do mais recente almoço de os seus interesses no âmbito comuniempresários da Câmara de Comércio tário. e Indústria Luso-Espanhola (CCILE). Como salientou o ministro portuNo evento, realizado no passado dia guês, Espanha é o principal parceiro 19 de fevereiro, em Lisboa, os cerca de comercial de Portugal e Portugal é o 50 ACT UALIDAD€
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quarto maior cliente de bens de Espanha e o seu sétimo maior fornecedor. “Esta integração das duas economias faz-se nos dois sentidos”. A “profunda integração das duas economias já é um dado adquirido”, começou por salientar o ministro, referindo que agora há que consolidar ainda mais também o lado da concertação política e institucional entre os dois Governos. E esta concertação de in-
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teresses deve passar por cinco grandes fundos europeus. São bastante mais Os cenários macroeconómicos e as aspetos, relacionados nomeadamente do que isso, são uma ponte mui- políticas geoestratégicas Outro dos grandes desafios que se com os espaços geopolíticos em que to importante com os restantes 10 Estados-membros da UE” que não apresenta aos países da UE é o quadro ambos os países estão integrados. Começando por abordar a relação fazem parte deste grupo, e podem macroeconómico que envolve a polídos dois países no âmbito da sua contribuir muito para que o próxi- tica monetária e orçamental da Zona integração comunitária, defendeu mo Orçamento Plurianual da UE Euro. A dinâmica cíclica dos pontos uma maior concertação ao nível da tenha clareza nas suas prioridades e que sobressaem na agenda europeia, agenda económica, que passou de- ambição nos seus objetivos futuros, mais ou menos dramatizados, segundo o ministro, processo de reforma da signadamente pela última reunião frisou o ministro português. Em causa, estão novas políticas que União Económica e Monetária (UEM), do Conselho Europeu Excecional, que estava a decorrer nesse mesmo é necessário adotar, tendo em conta de que não se tem falado tanto. Tamdia, em Bruxelas, sobre o próximo os novos desafios que se colocam a bém a este nível, “Portugal e Espanha quadro financeiro plurianual, para o nível global. Desde logo, a questão têm interesses convergentes” e têm feiperíodo de 2021/2027. Negociações da modernização e do reforço da to grandes esforços para seguir a UEM. Tem, assim, cabido ao Banco Central essas que são vitais para os países ibé- Política Agrícola Comum– com o ricos. “Essa é uma urgência de con- objetivo de a tornar mais próxima Europeu o grande papel da implemencertação entre os dois países que eu e amiga do ambiente. Também as tação de medidas de apoio e estímulo à gostaria de salientar”, frisou Augusto políticas da coesão são um impor- recuperação económica. O terceiro pilar de concertação global, Santos Silva. “Portugal e Espanha tante apoio ao investimento regional, pertencem ao grupo habitualmente lembrou, e, deste modo, essenciais de acordo com Augusto Santos Silva, chamado dos ‘amigos da coesão’ da para contribuir para a modernização diz respeito à política comercial com UE”, mas tal não significa que se- tecnológica e digital de cada uma das o Mercosul, em que os dois países ibéricos, juntamente com outros Estados, jam apenas “simples beneficiários de economias. MARÇO DE 2020
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têm procurado delinear um acordo final da UE com esta macrorregião económica. Este mercado, com um potencial de 700 milhões a 800 milhões de consumidores, representa uma oportunidade “geoestratégica e geoeconómica” para os países europeus. Depois de se ter chegado a um “acordo político” no verão passado entre as duas regiões, este acabou por não ser finalizado, devido a “resistências” comerciais por parte de alguns países europeus, mas também devido à instabilidade das políticas de alguns dos principais gigantes do Mercosul, como enquadrou o ministro português. E considerou fundamental uma “convergência luso-espanhola” para que se chegue a um acordo final UE-Mercosul. Os dois países têm também um importante relacionamento extra-UE, como por exemplo com a China, Índia e países de África, trazendo novas e inevitáveis oportunidades para todo o conjunto da UE, considerou. 52 ACT UALIDAD€
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Novos desafios da Política a Coesão para a UE: modernizar a Política Agrícola Comum, com o objetivo de a tornar mais amiga do ambiente e ainda apostar na modernização tecnológica Ao nível da China, segundo referiu o ministro com uma população de 1.400 milhões de pessoas, salvaguardando aspetos com uma grande diversidade geopolítica, como os europeus e os
chineses, “e dos respetivos alinhamentos em matéria de segurança, dos cuidados em matéria de segurança, do controlo das infraestruturas críticas, e do controlo das plataformas de comunicações”, ainda assim, a “relação com a China deve ser descomplexada, capaz de defender os interesses europeus” e aberta nos dois sentidos, defendeu. O quinto ponto em que seria essencial a concertação entre Portugal e Espanha passa pela questão da produção da energia, incluindo a aposta nas fontes renováveis. “Ambos os países têm objetivos muito claros e muito ambiciosos em matéria de transição energética”. Há um “interesse em construir na Europa a União da Energia”, passando pela “diversificação das fontes energéticas para o nosso continente”. Além dos governos, também os agentes económicos têm um contributo essencial neste processo, adiantou o ministro.
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Ángel Vaca despede-se ao fim de 13 anos em Portugal
13 Ángel Vaca foi distinguido no almoço de empresários com um “diploma de mérito”, como forma de assinalar a sua “grande importância na Direção da CCILE, com um apoio extraordinário a esta Câmara”, ao longo dos últimos 13 anos, como realçou Enrique Santos, presidente da CCILE. Esta participação foi feita em representação do El Corte Inglés em Portugal, de que foi o diretor-geral desde 2006, marcando definitivamente a gestão desta cadeia, não só ao nível dos resultados económicos, como ainda ao promover um excelente ambiente profissional para os milhares de colaboradores que trabalham nestes Grandes Armazéns. O gestor, por seu lado, agradeceu o diploma atribuído pela Direção da CCILE, bem como o apoio dado por esta entidade às empresas espanholas em Portugal. O gestor extremenho referiu ainda o prazer que foi trabalhar no país, onde tenciona continuar a viver.
01. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, durante o seu discurso 02. Augusto Santos Silva, com Marta Betanzos 03. Enrique Hidalgo, Annalisa Castaldi, Luisa Cinca, Lourdes Meléndez e Ángel Vaca 04. Maria Celeste Hagatong, Manuel Couto Alves e António Andrade Tavares 05. Manuel Puerta,Francisco Maneiro, Enrique Belzuz, Arturo Manzanares e Pablo Barreiro Blanco 06. Alexandre Teixeira, Armando Oliveira, Monica Ariza, Alejandro Bautista e António Martins Victor 07.Sandra Morgado, Ruth Breitenfeld, Luís Correia Nunes e Marta Cardoso 08.Sandra Morgado, Luis Correia Nunes, Marta Cardoso, Sandra Pardo e Ana Simões 09.Paulo Duarte, Gustavo Paulo Duarte, António Duarte e José Gabriel Chimeno 10.Paula Gaudêncio, Edgar Pais, Isolina Mesquita e Fernanda Nascimento 11.Carlos Sítima, Vítor Fernandes, Enrique Hidalgo e Ruth Breitenfeld 12.Maria Celeste Hagatong, Manuel Ferreira e Paulo Duarte 13.Ángel Vaca, Nuno Ribeiro da Silva, Pedro Barreto e Maria Celeste Hagatong
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Evolução demográfica ameaça as finanças públicas, aponta presidente do Tribunal de Contas
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Vítor Caldeira garante que “o Tribunal de Contas, através do seu serviço independente, fará sempre parte da solução”. O atual presidente da instituição participou num encontro organizado pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola, no passado 29 de janeiro, em Lisboa, onde frisou quais os maiores desafios que se colocam a este organismo secular, bem como da boa articulação com o congénere espanhol. Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
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e mantivesse a designação inicial, empresários organizado pela Câmara de atualmente o Tribunal de Contas Comércio e Indústria Luso-Espanhola, cumpriria 630 anos. Porém, ao no passado 29 de janeiro, em Lisboa. “Asnome Casa dos Contos (criada sim, o Tribunal de Contas é um órgão de no reinado de D. Dinis) sucederam-se soberania, sendo único e autónomo na outros, até que foi substituído pelo Tri- sua ordem, tal como o Tribunal Constibunal de Contas, em 1849, como recor- tucional, constituindo o órgão supremo dou Vítor Caldeira, durante o almoço de de controlo externo e independente da
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atividade financeira, nos domínios das receitas, das despesas e do património públicos, podendo, complementarmente, julgar a responsabilidade financeira. A jurisdição do Tribunal de Contas abrange toda a ordem jurídica portuguesa, tanto em território nacional como no estrangeiro; e engloba, em geral, a Administração
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Pública central, regional autónoma e local, direta e indireta, incluindo também as associações públicas, bem como as entidades do setor público Empresarial e ainda as entidades de qualquer natureza que, a qualquer título, sejam gestoras de valores, património ou dinheiros públicos.” Ao Tribunal de Contas, estão conferidos os poderes de controlo da legalidade e da regularidade, ou controlo de conformidade; e controlo da economia, eficiência e eficácia, ou controlo da boa gestão financeira. Na prática, explica Vítor Caldeira, são “poderes de fiscalização, de controlo e de auditoria (exercidos prévia, concomitante ou sucessivamente, em relação aos atos ou atividades controladas), que se traduzem numa atividade técnica de apreciação da atividade financeira pública consubstanciada em pareceres (p. ex., sobre a Conta Geral do Estado), em relatórios de auditoria (cujos objetivos, âmbito e tipos são muito vastos e em constante desenvolvimento), e na análise e verifica-
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“O acentuar do envelhecimento da população traduz-se numa ameaça à sustentabilidade dos sistemas de segurança social e saúde... o Tribunal pretende intensificar o controlo em diversas áreas sociais quanto ao financiamento, cobertura e qualidade dos serviços”
ção de contas prestadas ao Tribunal por mais de seis mil entidades; poderes jurisdicionais, em especial, de julgamento da responsabilidade financeira, tendo como base, nomeadamente, as contas e os resultados da fiscalização realizada.” Acresce que “o Tribunal de Contas dispõe de competência consultiva relativamente a projetos legislativos em matéria financeira e de competência complementar e instrumental, nomeadamente para aprovar os seus regulamentos e emitir instruções”. O Tribunal de Contas enfrenta hoje “preocupações e múltiplos desafios, associados a uma realidade complexa, os quais obrigam a um permanente esforço de adaptação e modernização”, assinala o responsável do organismo. Os riscos que ameaçam as finanças públicas e a atividade financeira pública estão entre “as prioridades de atuação do Tribunal de Contas e nas suas metodologias de trabalho”. Vítor Caldeira reconhece que alguns desses riscos advêm de probleMARÇO DE 2020
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mas e de tendências globais: “As alterações climáticas e as consequências a elas associadas, como a desertificação e a escassez de água ou o aumento da frequência e gravidade dos fenómenos naturais extremos, constituem novas formas de pressão sobre as finanças públicas nacionais, que exigirão ao Tribunal um empenho direto e visível, designadamente através de auditorias às medidas de mitigação e adaptação às alterações climáticas e à implementação em Portugal da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. No que diz respeito às transformações tecnológicas, o Tribunal prepara-se para dar resposta aos riscos impostos pela cada vez maior digitalização da administração, no âmbito da chamada sociedade digital, que acarretam novos desafios e permanente capacitação, nomeadamente no que respeita ao controlo e auditoria da fiabilidade dos sistemas.” O presidente do Tribunal de Contas também salienta que alguns destes riscos se fazem sentir de forma particularmente 56 ACT UALIDAD€
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acentuada em Portuga: “É o que sucede com a evolução demográfica, em que o acentuar do envelhecimento da população se traduz numa ameaça à sustentabilidade dos sistemas de segurança social e saúde. Por essa razão, o Tribunal pretende intensificar o controlo em diversas áreas sociais quanto ao financiamento, cobertura e qualidade dos serviços. O Tribunal deve ainda estar atento aos riscos especificamente ligados a fatores nacionais, designadamente os inerentes às reformas nos domínios administrativo, orçamental e contabilístico.” Vítor Caldeira acentua “a necessidade de tornar efetiva a reforma prevista na Lei de Enquadramento Orçamental de 2015, cujos objetivos vão ter implicações na ação do Tribunal, designadamente quanto: o novo modelo de controlo orçamental e económico-financeiro; a reforma do sistema de controlo interno e de auditoria, com um modelo de certificação legal das demonstrações orçamentais; a reforma da contabilidade
e das contas públicas, com novos referenciais contabilísticos, incluindo, nomeadamente, a contabilidade de acréscimo e a consolidação de contas.” O Tribunal “deve estar igualmente atento ao previsível aprofundamento da descentralização e do seu impacto nas autarquias locais, em especial ao nível da gestão financeira local”, observa o mesmo responsável. No seu Plano Estratégico para o período 2020-2022, “o Tribunal compromete-se a reforçar a política de transparência e abertura à sociedade, evoluindo para uma abordagem mais integrada e articulada das várias valências do controlo financeiro, que confiram maior relevância, eficiência e eficácia à sua atuação”, adianta Vítor Caldeira, enumerando os objetivos estratégicos para os próximos três anos: contribuir para a confiança dos cidadãos na gestão financeira pública; contribuir para a gestão sustentável das finanças públicas; contribuir para que os gestores de dinheiros e ativos públicos respondam pela sua gestão; reforçar o im-
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pacto do Tribunal, fortalecendo a qualidade, relevância e eficácia da sua atividade. Vítor Caldeira realçou também a importância da cooperação internacional no quadro das Organizações Internacionais de Tribunais de Contas e instituições congéneres, tendo também em vista a concretização da Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Em termos bilaterais, destaque para a cooperação que o Tribunal de Contas de
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Portugal tem mantido com o Tribunal de Vítor Caldeira rematou, assegurando Contas de Espanha: “Como exemplo des- que “o Tribunal, através do seu trabalho ta nossa experiência de cooperação, gos- independente, profissional e rigoroso, será taria de sublinhar a auditoria coordenada sempre parte das soluções que visam a em curso sobre prevenção de incêndios melhoria da gestão pública. Não o proflorestais, os encontro bianuais (a realizar blema! Confiança, sustentabilidade, resem 2020 em Portugal) onde tratamos de ponsabilidade e impacto são dimensõesmatérias de interesse mútuo, bem como -chave que caracterizam os mencionados a peer review ao Tribunal de Contas de objetivos estratégicos, em cujas linhas se Espanha, coordenada pelo Tribunal de projeta o futuro da nossa instituição para Contas português.” os próximos anos.”
01. O presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira
08.Marta Almeida, Ana Simões, Sandra Pardal e Luís Lucas
02. José Tavares, Marta Betanzos, Vítor Caldeira e Enrique Santos 03. Francisco Pérez, Eva de Mingo, Francisco Montalbán e Pedro Moryon 04. Gonçalo Mota Nogueira, Luís Nobre Guedes e Bruno Jesus 05. Luís Meneses, Juan Santos, José Ferreira e André Stock
09.Pedro Dias, Celeste Hagatong e Jose Barroso 10.Frederico da Silva, Fernando Nascimento e Daniel Carvalho 11.Vítor Caldeira, Marta Betanzos, Angel Vaca e Manuel Ferreira 12.Bernardo Pinheiro-Torres, Enrique Hidalgo e Enrique Santos
06. Alberto Laplaine, Angel Vaca e Enrique Santos 07.José Catarino Tavares, Julia Llata, Victor Tavares, Leonor Chastre e Antonio Carmona
13.Vitor Tavares Morais, Julia Llata e José Catarino Tavares 14.Eduardo Serra Jorge, Gabriel Chimeno e Francisco Contreras
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Vinhos & Gourmet
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Produção de Vinho aumenta 7% face à campanha anterior A produção de vinho aumentou 7% face à campanha anterior, de acordo com os dados apurados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que situam a produção em 6,5 milhões de hectolitros, no final de 2019. Este acréscimo representa mais 426 mil hectolitros comparativamente à campanha de 2018/2019. “Em julho, os dados recolhidos junto das regiões previam, na sua maioria, uma colheita de muito boa qualidade assente nas boas condições climatéricas e no bom estado fitossanitário”, refere o IVV. A região do Douro destacou-se, com um aumento de produção superior a 400 mil hectolitros, o que representa mais 33% relativamente à campanha passada. De destacar ainda as regiões de Trás-osMontes, de Terras de Cister, de Terras da Beira e de Terras do Dão, a nível percentual, com aumentos percentuais de produção superiores a 40%. Nas regiões do Minho e da Península de Setúbal o crescimento na produção foi
mais moderado, respetivamente de 7% e 6%, e na Madeira o aumento previsto é de 10%. As maiores quebras verificam-se nas regiões do Algarve (-18%), de Lisboa (-16%), da Beira Atlântico (-11%) e do Alentejo (-9%), face à produção registada em 2018/2019. O Tejo e os Açores verificaram decréscimos de produção ligeiros, respetivamente de -4 e -1%. Tal como verificado nos últimos anos, a produção de vinhos tintos continua a ser predominante, representando 61% do total produzido. O volume dos vinhos brancos – um pouco acima dos 2 milhões de hectolitros – tem um peso de 33% na produção nacional e os vinhos rosados de 6%. A produção de vinhos com aptidão para denominação de origem protegida (DOP) e indicação geográfica protegida (IGP) continua a aumentar e representa, nesta campanha, 88% da produção
nacional. As exportações de vinhos portugueses cresceram 3,6% face ao ano anterior. Mais importante, houve um aumento de 3,9% no preço médio em 2019 face ao ano passado, atingindo um montante superior a 580 milhões de euros. Portugal é, assim, o 9.º maior exportador mundial de vinhos, verificando-se que os cinco principais destinos da exportação nacional são: França, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Alemanha. As exportações para alguns mercados também verificaram um crescimento em valor, como foi o caso dos Estados Unidos (+7,9%), Reino Unido, (+22,4%), e Alemanha (+2,5%). Em 2020, a ViniPortugal pretende investir 6,6 milhões de euros na promoção internacional, dos quais 40% deste valor a ser destinado aos três principais mercados desta estratégia (EUA, Canadá e China), que contabilizam 2,8 milhões de euros.
Ervideira abre lojas em Fátima, Lisboa e Castelo de Vide A
Ervideira dá os primeiros passos fora da sua região natural e, ao fim de mais de 100 anos de história no mundo dos vinhos em Portugal, sai do Alentejo e expande agora a sua atividade de enoturismo a outras cidades do país. A primeira, inaugurada no início de fevereiro, foi a de Fátima. “A abertura desta loja em Fátima tem a ver com o nosso objetivo de querer estar presente em zonas de turismo”, explica Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira., realçando que “só no ano passado, mais de oito milhões de pessoas passaram por aquela localidade. Mais, trata-se de uma região sem grande histórico de produção vínica, o
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que nos permite ter uma vantagem competitiva bastante interessante nesta fase inicial”. Poucos dias depois, foi a vez de abrir uma loja na capital portuguesa, no Restelo, dando a possibilidade aos visitantes de “desfrutar de um vinho alentejano ao final da tarde ou onde vai poder comprar o que de melhor se produz naquela região para levar para casa ou, simplesmente, para oferecer”. O turismo foi outro dos motivos para abrir naquela zona, destaca a empresa. Todas as lojas têm o mesmo estilo e decoração, apostando no minimalismo e em tons claros, à semelhança das anteriores lojas que a empresa tinha (na Adega, em Évora e
em Monsaraz). Nas novas lojas, estarão postos à venda todos os vinhos da Ervideira, assim como os vinhos que são exclusivos do Clube Ervideira e o consumidor terá a possibilidade tanto de comprar uma garrafa como de tomar um copo de vinho acompanhado de um petisco. Em breve abrirá mais uma loja, em regime de franchising, em Castelo de Vide.
vinos & Gourmet
Herdade das Servas apresenta um 100% Carignan D
e ano para ano, a família Serrano Mira continua a surpreender, com múltiplos investimentos na vinha, na adega, na estrutura de enoturismo e com o lançamento de novos vinhos. Isto para além da aposta, em 2018, de se expandir do Alentejo, onde é proprietária da Herdade das Servas, para os Vinhos Verdes, com a compra da Casa da Tapada. O ano de 2020 não é exceção e está já está previsto o lançamento de dois novos vinhos, ambos monocastas: um rosé de Sangiovese e um tinto de Carignan. Este último, um Herdade das Servas Parcela C Carignan Single Vineyard, que acaba de ser apresentado, é um tinto muito especial. “Falamos de uma variedade de uva que necessita de uma região com elevadas horas de insolação e solos pouco férteis, para limitar a sua produção e aumentar a qualidade e longevidade dos vinhos que dão origem. É uma casta vigorosa, com maturação tardia, película grossa e mosto de elevada acidez natural, que dá origem a vinhos frescos e elegantes”, enquadra o produtor alentejano. “Carignan foi uma casta presente num Alentejo vitícola de outrora, quase extinta nos dias de hoje e nunca engarrafada em estreme. Estamos perante uma estreia, num vinho com a assinatura da Herdade das Servas, feita com uvas de uma vinha de 13 hectares, que a família Serrano Mira soube preservar e que tem cerca de 45 anos de idade. Um vinho de terroir, que espelha uma viticultura de precisão e que demonstra a convicção deste produtor em experimentar e arriscar o pioneirismo”, adianta o produtor. A Herdade das Servas procura, com este vinho, mostrar o caráter e a frescura das uvas de Carignan, implementadas numa vinha conduzida em vaso e de baixa produtividade. A primeira edição deste tinto 100% Carignan é de 2016 e vai chegar ao mercado em finais de março. Uma edição limitada, de cerca de 3.500 garrafas. Para melhor enquadrar o Carignan, que será apresentado nas colheitas de 2016 (pré-lançamento), 2017 (em estágio) e 2019 (amostra de cuba), a Herdade das Servas vai adicionar à prova cinco vinhos de Vinhas Velhas, o seu icónico Herdade das Servas Vinhas Velhas tinto de 2005, 2009, 2012 e 2015 e o singular Herdade das Servas Parcela V tinto, do mítico ano de 2011. Nota para o facto de a família Serrano Mira ter um cuidado particular pela preservação do património de vinhas velhas, procurando que se expressem na plenitude em vinhos cuidados e detalhados.
Vinhos & Gourmet
Quinta do Côtto Vinha do Dote, uma homenagem familiar D
epois de uma intensiva reformulação em 2018, a casa Montez Champalimaud consolida no mercado a histórica marca Quinta do Côtto, provando que os grandes ícones nunca se esquecem. Sob a batuta da dupla Miguel Montez Champalimaud, na gestão, e Lourenço Charters, na enologia, chega agora às prateleiras a segunda edição do Quinta do Côtto Vinha do Dote, um vinho que recorda e celebra a história de uma família e sua dedicação secular ao Douro. Fazendo da beleza do terroir a sua identidade, o Quinta do Côtto Vinha do Dote 2016 é proveniente de uma vinha velha de características únicas, localizadas fora do perímetro principal da Quinta do Côtto. Esquecida durante anos, foi redescoberta em 2015 por Miguel e Lourenço que, desde então, se dedicam à regeneração de um field blend, com mais de 20 castas com cerca de 90 anos (plantada anteriormente a 1930), procurando revelar, a partir de uma produção muito reduzida, mas de enorme equilíbrio e qualidade, todo o seu potencial. Antes de se estrear no mercado, o Quinta do Côtto Vinha do Dote 2016 passou por um estágio de 12 meses em barricas usadas de carvalho francês e português e um repouso de 2 anos em garrafa. O resultado é um vinho de cor rubi intenso, com nariz reservado e profundo. O conjunto revela especiarias, pimenta preta, café, fruta madura e amora com algumas notas vegetais a equilibrar. Na boca apresenta bom volume, com frutos silvestres muito presente e expressivos. Um perfil sério, com taninos maduros e texturados, que abrem caminho para um final fresco e persistente. O rótulo conta a história de como esta vinha chegou à família, por via de um dote de Rosa Carolina Pinto Barreiros aquando do seu casamento com António Montez Champalimaud, em 1865. A “avó” Rosa viria a fundar, oficialmente, em 1922, a empresa Montez Champalimaud Limitada. Em sua homenagem, esta vinha velha foi cuidadosamente recuperada e batizada, simbolicamente, como Vinha do Dote. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR MARÇO DE 2020
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Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Audi A6 Allroad vinte anos depois
O Audi A6 allroad quattro chega agora à sua quarta geração, ao mesmo tempo que comemora o aniversario depois da Audi ter estreado esta versão altamente versátil do Avant em 1999.
A
Fotos DR
nova geração chega com um design impressionante, variados e completos pacotes de equipamento, uma ampla gama de tecnologias digitais e excelentes capacidades offroad. Denominada Audi A6 Allroad quattro, esta versão mais arrojada da Audi A6 Avant conta com proteções nos para-choques, nas “saias” laterais e nas cavas das rodas, bem como uma suspensão a ar adaptativa que permite escolher a altura ao solo de acordo com as necessidades da utilização. Em termos de dinâmica de condução e conforto, o Audi A6 allroad quattro é verdadeiramente polivalente. O sistema quattro de tração permanente às quatro rodas garante sempre a melhor e mais eficaz tração, elevado nível de segurança 60 ACT UALIDAD€
MARÇO DE 2020
e agilidade. A tecnologia integrada ana- nologia LED e por barras de tejadilho lisa permanentemente as condições de cromadas. Isto já para não falar no lecondução e distribui o binário do mo- que de 11 cores disponíveis para a cartor, dependendo da situação, entre os roçaria, onde se inclui o “verde gavial”, eixos dianteiro e traseiro. uma cor exclusiva para este modelo e A imagem exterior é ainda marcada que se inspira na A6 Allroad original. pela grelha dianteira singleframe com O interior da Audi A6 Allroad é em barras verticais (e moldura) em alumí- tudo semelhante aos dos restantes Audi nio, por novos grupos óticos com tec- A6, mas isso está longe de ser uma crí-
sector automóvil Setor automóvel
tica, muito pelo contrário. Disponível em três cores distintas (preto, bege ou castanho), o interior destaca-se pelo ecrã de 10,1’’ que serve de terminal para o sistema de infotainment e outro de 8,6’’ para os comandos do sistema de climatização. Em opção, está disponível o Audi Virtual Cockpit, com um display de 12,3 polegadas. Uma vez que se trata de uma versão radical e pensada para um uso mais aventureiro, esta variante conta com vários sistemas de auxílio à condução. Falamos dos sistemas de controlo de descida (velocidade limitada a 30 km/h) e um assistente de ângulo de inclinação denominado Tilt Angle Assist. A oferta em Portugal é repartida entre três níveis de potência do motor 3.0 V6 TDI: 231 cavalos (170 kW), com binário máximo de 500 Nm entre as 1750 e as 3250 rpm, valores suficientes para uma aceleração 0-100 km/h
em 6,7 segundos e uma velocidade máxima de 250 km/h; os valores do consumo combinado WLTP deste A6 45 TDI são de 7,4 l/100 km (emissões combinadas de CO2 de 193 g/ km). No A6 allroad quattro 50 TDI, o motor debita uma potência de 286 cavalos (210 kW) e oferece um binário máximo de 620 Nm entre as 2250 e as 3000 rpm, sendo a aceleração 0-100 km/h de 5,9 segundos e a velocidade máxima de 250 km/h (consumo combinado de combustível de 7,4 l/100 km e emissões combinadas de CO2 de 194 g/km). O motor de topo de gama do novo A6 allroad quattro é o bloco 3.0 TDI com potência de 349 cavalos (257 kW) e um binário máximo de 700 Nm entre as 2500 e as 3100 rpm, enquanto a aceleração 0-100 km/h desta variante 55 TDI é de 5,2 segundos (consumo combinado de combustível de 7,6 l/100 km e emissões com-
binadas de CO2 de 198 g/km). Todas as versões incluem tecnologia mild-hybrid, que torna o carro ainda mais eficiente graças ao sistema elétrico que recupera até 8 kW de energia em travagem e permite circular em “roda livre”, com o motor desligado, entre os 55 e os 160 km/h. A força motriz é transferida a uma transmissão tiptronic de oito velocidades. A tecnologia híbrida Audi mild (MHEV) aumenta ainda mais o conforto e a eficiência de todos os motores no novo A6 allroad quattro. Em condições reais de condução, reduz o consumo de combustível até 0,7 l/100 km. Em todos os casos, o alternador (BAS) funciona em conjunto com uma bateria de iões de lítio. O sistema start-stop funciona entre os sete e os 22 km/h e o motor é reiniciado de forma preventiva assim que o veículo na frente do A6 allroad quattro inicie o andamento. PUB
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MARÇO DE 2020
AC T UA L I DA D € 61
barómetro financeiro
barómetro financiero
Crescimento do PIB português revisto para 2,2%
Foto DR
s dados publicados pelo Instituto O Nacional de Estatística na semana passada dão conta de que a economia
portuguesa cresceu 2,2% em 2019 e não 2%, como avançado anteriormente pelo INE. Isto por causa da revisão dos dados provisórios relativos a 2018, que tiveram implicações positivas também no ano passado. A explicação é de caráter metodológico. "Os dados provisórios de 2018 foram revistos devido sobretudo à incorporação de nova informação da balança de pagamentos", afirma o INE. Assim, "face às estimativas anteriores, os novos
resultados determinaram uma revisão em alta de 0,2 pontos percentuais das taxas de variação do PIB em 2018, para 2,6% em volume". "Esta nova informação implicou também uma revisão em alta de 0,2 pontos percentuais da variação em volume do PIB em 2019, divulgada na estimativa rápida para o quarto trimestre", realça ainda o INE. Como resultado, apesar da economia portuguesa ter abrandado (com um crescimento de 2,2% contra 2,6% em 2018), acaba por crescer bem acima de todas as estimativas das organizações nacionais e internacionais.
Inflação de 1,4% na Zona Euro
Exportações e importações aumentaram 3,6 e 6,6%, respetivamente
Em janeiro de 2020, a taxa de inflação anual no conjunto dos países da Zona Euro foi de 1,4%, mais uma décima do que a taxa registada em dezembro de 2019 (1,3%), de acordo com o gabinete de estatísticas europeu. Portugal registou a terceira taxa mais baixa, embora tenha subido de 0,4% em dezembro de 2019 para 0,8% em janeiro deste ano. Em janeiro de 2019, a inflação em Portugal foi de 0,6%, subindo duas décimas em janeiro deste ano. Entre os países com uma inflação mais baixa estão a Itália (0,4%), Chipre (0,7%) Dinamarca e Portugal (ambos com 0,8%). Em contrapartida, a taxa de inflação anual mais alta foi registada na Hungria (4,7%).
No conjunto do ano de 2019, as exportações e as importações de bens aumentaram 3,6 e 6,6%, respetivamente (+5,1 e +8,1% em 2018), tendo o défice da balança comercial de bens aumentado 2 842 milhões de euros. Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em 2019 as exportações e as importações cresceram respetivamente 4,5 e 7,4% (+5,3 e +7,8% em 2018). O défice da balança comercial excluindo os combustíveis e lubrificantes situou-se em 14.954 milhões de euros, correspondente a um aumento de 2.506 milhões face a 2018. Por outro lado, o INE analisa em destaque o comércio com o Reino Unido, nos últimos cinco anos, atendendo à questão do Brexit, ocorrida a 31 de janeiro de 2020. Assim, "as exportações para o Reino Unido decresceram 0,6% em 2019 face a 2018, contrariando o crescimento de 3,6% registado no total das exportações portuguesas nesse ano. Em 2019, o Reino Unido foi o quarto principal destino das exportações portuguesas, correspondendo a 6,1% do total (-0,3 p.p. face a 2018), superado apenas pela Espanha (24,9%), França (13%) e Alemanha (12%). Analisando as empresas que exportaram para o Reino Unido, verifica-se que apenas uma em cada cinco exportaram mais de 20% dos seus bens para este mercado.
Número de desempregados inscritos no IEFP cai 8,6% O número de desempregados inscritos nos serviços de emprego caiu 8,6% em janeiro face ao período homólogo, mas aumentou 3,2% comparando com o mês anterior, para 320.558, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). De acordo com o IEFP, em janeiro registaram-se, assim, menos 30.214 desempregados inscritos face ao mesmo mês de 2019, mas mais 10.076 comparativamente com dezembro. Fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social destaca, numa nota à Lusa, que “o desemprego registado permanece num patamar
historicamente baixo, ligeiramente acima das 300 mil pessoas”, um nível que só se encontra “recuando até ao início da década de 90”. Por outro lado, o Ministério desvaloriza a subida de 3,2% em cadeia, sendo “habitual o desemprego aumentar na mudança do ano”, tal como acontece desde 1989. “Este aumento de 3,2% está em linha com o aumento médio de 3,4% observado nos últimos 30 anos”, afirma a mesma fonte, acrescentado que a subida em janeiro de 10.076 pessoas desempregadas face a dezembro “está abaixo do acréscimo médio de 15.053 pessoas dos últimos 30 anos”. Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org
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MARÇO DE 2020
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial luso
español en 2019
E
l comercio hispano portugués cerró el año 2019 con una cifra global superior a los 33.329 millones de euros, de los cuales 21.905,3 millones corresponden a las ventas españolas y 11.423,8 millones a las compras a su vecino Portugal. Respecto al conjunto del año anterior, el comercio bilateral registró un ligero incremento del 1,1%, año en el cual el comercio alcanzó los 32.972,6 millones de euros. En 2019, las ventas españolas crecieron un 2,9% respecto a 2018, periodo en el cual las ventas alcanzaron los 21.297,6 millones de euros, y las compras registraron una ligera quiebra del -2,2 % (11.675 millones en 2018). 2019 cierra con un superávit favorable a España de 10.481,5 millones de
euros y una tasa de cobertura del 191,8%. Analizando los cuadros 2 y 3 que recogen la distribución geográfica del comercio exterior español, el mercado portugués consolida su cuarta posición entre los principales mercados clientes de España, con un peso relativo del 7,6% sobre el total de las exportaciones españolas, por delante de Francia, principal mercado cliente de España que representa el 15,1% de las exportaciones totales españolas, seguido de Alemania (10,7%) e Italia (8%), y mantiene la octava posición en el ranking de principales proveedores con un peso relativo del 3,5% sobre el total de las importaciones totales españolas. Los principales proveedores de España son Alemania, Francia y China con pesos relativos del 12,4%, 10,4% y 9%, respectivamente.
La distribución sectorial del comercio hispano portugués que se recoge en los cuadros 4 y 5 la encabeza la partida 87-vehiculos automóviles; tractor cuya cifra de ventas españolas asciende a 2.226,5 millones de euros y de compras a 1.574,1 millones. En el ranking de la oferta española a Portugal se habrá de destacar la partida 84-maquinas y aparatos mecánicos (1.605,5 millones de euros), la 85-aparatos y material eléctricos (1.453,9 millones), 27-combustibles, aceites minerales (1.382,8 millones) y la 39-materias plásticas; sus manufacturas (1.217,3 millones). Este conjunto de cinco partidas representa el 36% del total de las ventas españolas a su vecino Portugal. En la demanda española, destaca la partida 84-maquinas y aparatos mecánicos (871,7 millones de euros), se-
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en 2019 VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
Saldo 18
Cober 18 %
ene
913 960,29
828 775,04
190,68
1 759 581,34
918 651,30
840 930,04
191,54
feb
1 706 821,40
873 899,16
832 922,24
195,31
1 660 128,17
921 547,50
738 580,67
180,15
mar
1 812 053,31
984 166,48
827 886,83
184,12
1 778 171,59
1 034 643,89
743 527,70
171,86
abr
1 810 815,75
906 315,91
904 499,83
199,80
1 704 976,22
975 822,04
729 154,18
174,72
may
1 951 251,80
999 087,41
952 164,40
195,30
1 919 559,04
1 029 751,19
889 807,85
186,41
jun
1 894 918,30
892 750,62
1 002 167,69
212,26
1 790 720,92
1 042 146,08
748 574,84
171,83
jul
1 888 569,00
1 057 136,40
831 432,60
178,65
1 839 232,22
1 078 615,23
760 616,98
170,52
ago
1 572 644,63
694 691,19
877 953,44
226,38
1 563 574,04
829 229,18
734 344,86
188,56
sep
1 809 737,87
1 004 127,43
805 610,44
180,23
1 718 608,61
896 371,49
822 237,12
191,73
oct
2 077 533,09
1 104 109,06
973 424,03
188,16
1 995 244,99
1 024 519,24
970 725,75
194,75
nov
1 868 799,77
1 020 269,73
848 530,05
183,17
1 930 184,44
1 009 961,27
920 223,17
191,11
dic
1 769 405,43
973 285,64
796 119,79
181,80
1 637 626,30
913 713,44
723 912,86
179,23
21 905 285,70
11 423 799,32
10 481 486,38
191,75
21 297 607,87
11 674 971,85
9 622 636,02
182,42
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
64 ACT UALIDAD€
MARÇO DE 2020
Cober 19 %
VENTAS COMPRAS ESPAÑOLAS 18 ESPAÑOLAS 18
1 742 735,34
Total
Saldo 19
Rankings 2.Ranking principales paises clientes de España 2019
guido de la 39-materias plásticas; sus manufacturas (829,8 millones), en la cuarta posición la 27-combustibles, aceites minerales (714,6 millones) y la 72-fundición, hierro y acero (557,7 millones). Este conjunto de las cinco principales partidas tiene un peso importante en el comercio bilateral superando el 40%. Cataluña, en dicho periodo, encabeza la lista de las principales CC.AA. proveedoras del mercado portugués, con un cifra de ventas que supera los 4.846,6 millones de euros (el 22% del total de las ventas españolas a Portugal), seguido de Madrid, con 3.716,5 millones (17%) y la comunidad gallega, con una cifra de ventas de 3.192,4 millones (15%). En el sentido inverso, la comunidad de Madrid encabeza la lista de las principales CC.AA. compradores de productos y servicios portugueses, por valor de 1.957,3 millones de euros (17% del total de las compras a Portugal), Cataluña con 1.890,4 millones (17%) y Galicia en la tercera posición con 1.815,4 M€ (16%). Este conjunto de tres CC.AA. representa más de la mitad (52 %) del comercio hispano portugués. Se habrá de señalar que las provincias españolas que más vendieron a Portugal en 2019 fueron Barcelona (3.739,6 millones de euros), Madrid (3.716,6 millones), Pontevedra (1.680,3 millones), A Coruña (1.226,5 millones), Guadalajara (947,5 millones) y en la sexta posición Valencia, con 760,1 millones. En las compras españolas a Portugal, destacan las provincias de Madrid, con 1.957,3 millones de euros, Barcelona (1.531,8 millones), Pontevedra (988,7 millones), A Coruña (656,8 millones), Valencia (654,5 millones) y Valladolid (557 millones).
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal 2019 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
43 892 878,66
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
2
004 Alemania
31 055 641,84
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
871 657,56
3
005 Italia
23 214 335,54
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
829 763,97
4
010 Portugal
21 905 285,70
4
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
714 572,91
5
006 Reino Unido
19 666 387,42
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
557 723,66
6
400 Estados Unidos
13 739 766,36
6
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
412 411,11
7
003 Países Bajos
9 829 628,57
7
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
395 814,71
8
204 Marruecos
8 516 198,47
8
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
371 294,03
9
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
9
017 Bélgica
8 291 710,11
10
720 China
6 800 772,49
11
060 Polonia
6 181 328,55
12
039 Suiza
5 032 040,25
13
052 Turquía
4 465 595,28
14
412 México
4 295 739,89
15
952 Avituallamiento terceros
3 661 203,94
16
208 Argelia
367 956,93
TOTAL
11 423 799,32
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal 2019 Orden Sector
Importe
2 913 850,17
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
2 226 487,78
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
1 605 481,60
3
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
1 453 876,85
4
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
1 382 744,44
5
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
1 217 284,65
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
811 128,02
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
721 784,20
8
62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO
612 590,23
9
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
17
951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios
2 759 697,87
18
732 Japón
2 724 725,21
19
508 Brasil
2 598 665,68
20
061 República Checa
2 531 954,20
SUBTOTAL
224 077 406,21
TOTAL
290 089 074,08
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
3.Ranking principales paises proveedores de España 2019 Orden País
1 574 076,22
Importe
1
004 Alemania
39 929 355,38
2
001 Francia
33 413 523,59
3
720 China
29 154 505,87
4
005 Italia
20 566 691,33
5
400 Estados Unidos
15 533 633,99
6
003 Países Bajos
13 947 031,64
7
006 Reino Unido
11 808 205,19
8
010 Portugal
11 423 799,32
9
052 Turquía
7 590 647,12
10
017 Bélgica
7 435 493,16
11
204 Marruecos
6 949 065,68
12
060 Polonia
5 692 080,27
13
288 Nigeria
5 659 257,49
14
412 México
4 612 326,96
15
061 República Checa
4 367 710,75
16
732 Japón
4 355 758,70
17
632 Arabia Saudí
4 253 891,92
18
664 India
4 230 905,73
19
208 Argelia
3 906 436,92
20
508 Brasil
3 818 854,12
SUBTOTAL
238 649 175,13
TOTAL
322 068 688,11
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
604 025,32
TOTAL
21 905 285,70
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
6.Evolución del intercambio comercial 2019
7.Ranking principales cc.aa proveedoras/clientes de Portugal 2019 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
Cataluña
4 846 579,62
Madrid, Comunidad de
1 957 287,30
Madrid, Comunidad de
3 716 519,54
Cataluña
1 890 743,54
Galicia
3 192 390,01
Galicia
1 815 367,72
Andalucía
1 974 275,63
Andalucía
1 211 482,95
Castilla-La Mancha
1 625 255,96
Castilla y León
915 563,59
Comunitat Valenciana
1 348 046,65
Comunitat Valenciana
907 351,01
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
MARÇO DE 2020
AC T UA L I DA D € 65
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas de distribución de materiales de construcción, en particular artículos sanitarios
DP190701
Agentes comerciales en el área de moldes y inyección de plástico
DP190702
Empresas españolas fabricantes de hilo acrílico / lana
DP190703
Empresas españolas de material agricola
DP190801
Empresas de fabricación de productos rotomoldeados
DP190802
Empresas fabricantes de utensilios de jardinería domesticos
DP190901
Empresas españolas que puedan aportar tecnologias a la agricultura portuguesa
DP200101
Fabricantes de artículos para fiestas de niños
DP200201
à sua espera
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas fabricantes de cosméticos Empresas portuguesas fabricantes de toalhas Empresas portuguesas de calçado Empresas portuguesas distribuidoras de cafés de Africa, Brasil e Timor Empresas que vendam roupa usada e também panos para limpeza Empresas portuguesas no sector industrial Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa
DE190701 DE190702 DE190801 DE190802 DE191001 DE191002 DE191003
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
66 ACT UALIDAD€
MARÇO DE 2020
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
MARÇO DE 2020
AC T UA L I DA D € 67
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Março Declaração a enviar/Obrigação
Prazo Imposto Até
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em janeiro/2020
Contribuintes do regime normal mensal
10
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de fevereiro/2020
Entidades empregadoras
10
IRS/IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a fevereiro/2020
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
16
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em fevereiro/2020
Sujeitos passivos do IVA
15
IVA
Pagamento do IVA apurado Declaração periódica mensal de ianeiro/2020
20
IRS/IRC/ SELO
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em fevereiro/2020
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a fevereiro/2020
Entidades empregadoras
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em fevereiro/2020
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50 mil euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas
31
IRS
Comunicação da opção pelo regime de contabilidade organizada
Sujeitos passivos de IRS (categoria B)
Através da declaração de alterações
31
IRC
Pagamento especial por conta (PEC)
Sujeitos passivos que exercem a título principal, uma atividade de natureza comercial industrial ou agrícola
1ª prestação (50%) ou a totalidade do PEC
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em janeiro/2020
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
31
IRC
Envio da declaração para opção (ou alterações) pelo regime especial de tributação dos grupos de sociedades
Sociedade dominante
31
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado-membro da UE
Sujeitos passivos do IVA
68 ACT UALIDAD€
MARÇO DE 2020
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE190125
F
BE190126
F
BE190127
M
BE190128
F
BE190129
F
Data de Nascimento Línguas INGLÊS/ ESPANHOL 25/01/1966
24/03/1971
Área de Atividade ASSISTENTE EXECUTIVA
INGLÊS/ FRANCÊS/ ESPANHOL
ADMINISTRATIVA NA ÁREA FINANCEIRA
INGLÊS/ FRANCÊS
ASSISTENTE DE OPERADOR FINANCEIRO
INGLÊS/ FRANCÊS/ ALEMÃO
ENGENHARIA AGRÓNOMA
FRANCÊS/ ESPANHOL
PROFESSORA DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA
BE190130
F
18/12/1992
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS
LOGÍSTICA
BE190131
M
01/11/1982
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS
CONSULTOR DE NEGÓCIOS
16/11/1992
BE190132
F
ESPANHOL/ INGLÊS/PORTUGUÊS
ADMINISTRATIVA
BE190133
F
ESPANHOL/ INGLÊS
TÉCNICO DE RECURSOS HUMANOS
BE190134
F
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS
PEDAGOGA EM RECURSOS HUMANOS
BE190135
F
ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS
JORNALISMO
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 69
espaço de lazer
espacio de ocio
Paco Roncero Restaurante,
cocina de vanguardia donde el producto es la estrella
Con dos estrellas Michelin, Paco Roncero Restaurante es uno de los locales más recomendados de la capital española para disfrutar de una experiencia gastronómica única en un entorno muy especial. Roncero dirige una cocina en la que vuelca las influencias adquiridas en sus viajes por todo el mundo, incluyendo Portugal. La calidad del producto es lo primero para este cocinero que aporta técnica y creatividad entre los fogones.
H
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
ace casi 30 años que Paco Roncero llegó a este restaurante, conocido hasta el año pasado como La Terraza del Casino. Está en lo alto del emblemático Casino de Madrid, un edificio que fue hito arquitectónico del siglo XX, y desde el cual se aprecian emblemáticos inmuebles de la calle Alcalá y Gran Vía. Roncero se incorporó en 1991 como ayudan-
70 act ualidad€
Março de 2020
te de cocina (antes había pasado por Zalacaín y el Hotel Ritz) y en el año 2000 pasó a ser jefe. Un poco antes, en 1998, habían fichado a Ferrán Adrià, otro de los grandes nombres de la gastronomía española. “Con él cambió mi forma de entender la gastronomía y al viajar por el mundo conseguí abrir mi mente”, explica Roncero, natural de Madrid. Su cocina de vanguardia se basa en el produc-
to, “trabajamos con mucho cariño y cuidado y la técnica es muy importante”, añade el cocinero. Para él es una suerte trabajar en la capital porque reciben productos de cualquier parte del país. A lo largo de estas casi tres décadas Roncero ha forjado su identidad en este local y ahora, al adquirir su nombre, ve un sueño hecho realidad ya que ha sido su lugar de crecimiento, aprendizaje, ins-
espacio de ocio
piración y reflexión. Su casa. Su técnica y creatividad se traducen en un estilo de cocina único y también en una forma de ofrecer y entender la gastronomía como una experiencia sensorial. Aprecia el aceite, el queso, las verduras y la carne de Madrid pero cocina con productos de toda España. Por ejemplo, champiñones y trufas de Soria y Guadalajara y carnes de caza de Castilla la Mancha. En el menú apuesta por creaciones donde se fusionan los grandes clásicos de la cocina ta por vinos generosos, espumosos, internacional y se da especial aten- blancos, rosados, tintos y dulces. ción a la materia prima. Ofrece Gran aficionado al running , Paco dos opciones de menús degusta- Roncero logra transmitir toda la ción: ‘Reivindicación’, que cuesta energía que le aporta el deporte 148 euros; y ‘Afirmación’, por un a su cocina y a los muchos proprecio de 185 euros. Existen, ade- yectos que tiene en marcha. Uno más, dos opciones de maridaje de de ellos es su taller donde crea vino, por 85 y 110 euros. Y entre experiencias multisensoriales, un semana, de martes a viernes, el espacio que se ha convertido en menú de mediodía, por 95 euros. un referente mundial en cuanto Algunas de sus propuestas son a creación de nuevos conceptos consomé con infusión de castañas y modelos de gastronomía. Allí y setas, estrella carbonara con experimenta con texturas y temtrufa, milhojas de jurel en escabe- peraturas, mide las posibilidades che, ventresca de merluza al pilpil de nuevos productos y busca sende bilbaína, quisquilla a la brasa y saciones gustativas nuevas y desjugo acidulado y pichón, buñuelo conocidas. Pero a pesar de tener siempre nuevas ideas, su prioride foie-gras y trompetas. De los vinos se ocupa la sumi- dad, junto con todo su equipo, ller María José Huertas, que tra- es la de conseguir lo antes posibaja en este espacio desde 1999. ble la codiciada tercera estrella La bodega cuenta con más de Michelin. 700 referencias nacionales e internacionales que van cambiando, Experiencia en Portugal El pasado mes de julio, Paco rotando, manteniéndose o haciéndose verticales, de tal forma que Roncero cocinó en Anantara los clientes siempre encuentren Vilamoura Algarve Resort, dando novedades. La carta está compues- a conocer su trabajo de Madrid.
espaço de lazer
“Fue una experiencia maravillosa, tuvimos la oportunidad de cocinar allí varios días donde el equipo nos acogió con un cariño inmenso desde el minuto uno y tuvimos la oportunidad de compartir unos gratificantes días”, recuerda el chef. Poco tiempo tuvo para degustar la cocina portuguesa pero el equipo de cocina del hotel les prepararon una cataplana. “La alta gastronomía portuguesa ahora mismo goza de una salud inmejorable, está en el candelero, y espero volver pronto para disfrutar tranquilamente”, resalta. Tal y como ocurre en todos sus viajes, también su paso por Portugal deja huella “de una manera u otra en nuestra cocina, en nuestra manera de analizar y entender la misma”. Está deseando repetir la experiencia.
Paco Roncero Restaurante Calle de Alcalá 15, 28014 Madrid (España) Tel.: (+34) 91 532 12 75 Email: reservas@pacoroncerorestaurante. com
MARÇO DE 2020
AC T UA L I DA D € 71
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“O amor em Portugal na Idade Média”
O livro de Ana Rodrigues Oliveira “O Amor na Idade Média”começa por colocar várias perguntas: “Como se vivenciava o amor na Idade Média? Que significado se atribuía ao casamento? Envolveriam os casamentos medievais amor? Como se entendia o amor entre duas pessoas do mesmo sexo? E entre familiares?” Ao longo do livro, a historiadora ensaia as respostas possíveis, que permitem traçar um retrato do amor no Portugal medieval. “Nesta época, o amor estava enquadrado na legislação civil e canónica - a lei prescrevia quem se devia ‘amar’ (e como) e interditava práticas, pessoas e formas de amar. No entanto, não terá havido na História uma época tão fértil em adultérios e paixões extramatrimoniais quanto a Idade Média. A afetividade e a sexualidade não se conformaram com as austeras disciplinas impostas pela Igreja e pelo poder régio. Ao longo deste livro, veremos que a realidade do amor medieval (e da sexualidade) era menos austera, menos reprimida e menos uniforme do que se pensava.” A autora conclui que a palavra «amor» era plural, já que “abrangia o afeto, a amizade, o desejo, a paixão, o erotismo e a sexualidade (hétero e homo)”. Ana Rodrigues Oliveira é doutorada em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e membro do Instituto de Estudos Medievais da mesma Faculdade, tem dedicado o seu trabalho de investigação à História Medieval (séculos XII-XV), em particular nos domínios da História Cultural e das Mentalidades. Desenvolveu estudos nas áreas da Mulher, da Criança e do Quotidiano medieval e participou em vários seminários e congressos nacionais e internacionais.
72 act ualidad€
Março de 2020
Teatro
“Alma”: em cena o Grande Prémio de Teatro Português 2018 Com “Alma é a história de quatro adolescentes em busca de um futuro que apazigue o vazio dos dias”, sintetiza a sinopse da peça, atualmente em cena no Teatro Aberto, em Lisboa. “- Eles não sabem nada/ Sobre nós não sabem nada/ Não percebem mesmo nada - diz o rapaz, imobilizado numa cama, referindo-se aos adultos. Dois amigos visitam-no e tentam perceber o que se passou. Mas as palavras perdem sentido. As imagens nas redes sociais falam mais alto e mais depressa. Os três guardam segredos, que os afastarão de forma violenta. Até aparecer uma desconhecida, tão isolada quanto eles, que parece deter a palavra mágica para abrir a ‘caverna’”.
Escrito por Tiago Correia, “Alma” foi o texto vencedor da edição de 2018 do Grande Prémio de Teatro Português. A versão dramatúrgica de Cristina Carvalhal e Pedro Filipe Marques conta com as interpretações de Bernardo Lobo Faria, Bruna Quintas, Guilherme Moura e Sofia Fialho.
Até 29 de março, no Teatro Aberto, em Lisboa
Exposição
“Electric”, a realidade virtual em Serralves Com obras do Städelschule Architecture Class (SAC), de Anish Kapoor, R. H. Quaytman, Nathalie Djurberg & Hans Berg, a exposição de realidade virtual “Electric” é comissariada por Daniel Birnbaum e organizada pela Acute Art, “uma organização que junta artistas internacionais, novos meios e tecnologias para produzir obras visuais de grande qualidade e promover exposições em instituições artísticas de renome a nível internacional”. A Acute Art produz e apresenta “obras de realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista que sejam acessíveis, inteligíveis e que possam ser expostas sem ser necessário recorrer a complexas infraestruturas”. A mostra “Electric” inaugurou em maio de 2019 na Frieze de Nova Iorque como mostra coletiva, reunindo obras como “The Third Glass” [O terceiro vidro], “um objeto espaço-digital da SAC baseado na obra seminal de Marcel Duchamp The Large Glass [O grande vidro], é a lente ideal através da qual se podem ver estes diferentes trabalhos, uma metáfora perfeita para as novas possibilidades da arte.” Também integra a mostra “+ x, Chapter 34”, de R. H. Quaytman, que “recorre à imagética oculta da artista Hilma af Klint — concebida para conduzir o observador a diferentes níveis de consciência para além dos que conhecemos do ilusionismo bidimensional e da realidade tridimensional — para criar vislumbres de outro universo”. Em “Electric”, os artistas representados “usam a realidade virtual como forma de levar a sua prática para uma nova dimensão”. Como sublinha a sinopse da mostra, “estas experiências imersivas, construídas a partir de motivos e técnicas recorrentes nas respetivas obras dos artistas, levam o observador por percursos desconcertantes através de mundos fictícios”.
espacio de ocio
Adaptado para Serralves, o projeto integra ainda uma obra de Olafur Eliasson, artista atualmente em exposição no Museu e no Parque de Serralves, e uma obra em Realidade Aumentada de Koo Jeong A, apresentada no Parque de Serralves.
Até 24 de maio, no Museu de Serralves, no Porto
O universo de Tim Burton no Museu de Marionetas O que têm em comum Marte Ataque! (1996), A Noiva Cadáver (2005) e Frankenweenie (2012)? Além de serem três filme realizados por Tim Burton, incluem todos marionetas da Mackinnon & Saunders. A mostra “Tim Burton – As Marionetas de Animação” exibe alguns desses bonecos, bem como armaduras, maquetes, adereços, esboços e pesquisas gráficas de alguns dos filmes de Tim Burton e revela outros detalhes sobre os processos de construção e animação, usados pelo realizador: “Tim Burton iniciou a sua carreira nos estúdios da Disney como animador e é hoje um dos realizadores mais conhecidos do mundo, tendo realizado mais de duas dezenas de filmes, quer em imagem real, quer em animação stop-motion e 3D. O público português
espaço de lazer
poderá encontrar elementos invulgares e intrigantes, que fizeram parte dos processos de produção de Tim Burton, conhecido pelos seus universos fantásticos e góticos, que cruzam os imaginários infantil e adulto.” A exposição acontece no âmbito do festival de cinema Monstra, que terá este ano a sua vigésima edição. “Estamos a mostrar trabalhos de um dos mais geniais realizadores de sempre e que iniciou a sua atividade ainda enquanto estudante de animação e que tem no sangue o “bichinho” da animação tal como nós. E depois o trabalho das marionetas é fabuloso. Cada marioneta é uma obra de relojoaria. Vamos poder ver os mecanismos interiores das cabeças e dos corpos e perceber que, por debaixo de cada imagem que vemos no ecrã, há uma estrutura de uma grande complexidade, que permite aos animadores dar as mais complexas expressões e movimentos a cada “ator”, afirma Fernando Galrito, director artístico da Monstra.
Até 19 de abril, Museu da Marioneta, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Design português em destaque no Palácio de São Bento O primeiro-ministro Antóniio Costa volta a abrir as portas da sua residência ofiicial ao público, desta vez para mostrar algumas peças marcantes do design em Portugal. A exposição “Design em São Bento – Traços da Cultura Portuguesa” percorre a história do design português, através de uma seleção de 85 peças de 41 artistas. A mostra tem a curadoria de Bárbara Coutinho, diretora do Museu do Design e da Moda (MUDE). “A intervenção curatorial nas principais salas da Residência Oficial teve como princípio transformar este espaço de soberania e representação num epicentro do design nacional, do património e da cultura portuguesa, amplificando a voz de diferentes gerações e épocas do nosso país, colocando em diálogo uma seleção de peças de mobiliário, luminária, têxteis e objetos do século XII ao século XXI. A integração das artes decorativas e dos ofícios populares, apresentados como exemplos de racionalidade, economia de recursos, engenho, beleza e funcionalidade expressa um conceito mais abrangente de design enquanto capacidade inata do homem, provando a pertinência dos saberes tradicionais como fonte de inspiração, educação e desenvolvimento, e eviden-
ciando o valor do design como alicerce de um modelo de desenvolvimento sustentado. Esta iniciativa inédita representa os vários setores nacionais de produção, demonstrando a importância do design como fator estratégico de inovação e competitividade que consubstancia a marca Portugal”, explica o comunicado do MUDE.
Até 30 de junho de 2021, no Palácio de São Bento, em Lisboa março de 2020
ac t ua l i da d € 73
espaço de lazer
espacio de ocio
últimas
últimas
Statements Para pensar
“O IFRRU 2020 é um sucesso. Estamos em plena fase de implementação. É um programa que já provou que respondia a uma necessidade do mercado, a sua utilidade para o apoio ao investimento, que é um programado adequado para diferentes entidades de beneficiários (...) é um programa que apoia o investimento em todas as regiões do país e não só nas áreas metropolitanas. Já provou que é um instrumento que permite financiar o setor da indústria, a criação de emprego e o desenvolvimento das nossas cidades” Ana Pinho, secretária de Estado da Habitação, a fazer o balanço sobre os dois primeiros anos de implementação em Portugal do programa Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU 2020), sublinhando que se trata de “uma forte aposta na promoção pública de habitação, mas também na criação de condições e incentivos para que o setor privado pudesse também investir em habitação acessível”, “O Jornal Económico”, 13/2/20
“O meu sonho é que possamos estar aqui no próximo ano a dizer que o IFRRU 2020 é o instrumento campeão no apoio ao investimento para a reabilitação na habitação acessível em Portugal. O IFRRU 2020 há de ser o principal instrumento de financiamento da reabilitação para a habitação acessível” Idem, ibidem
“[A Comissão Europeia assinala que, apesar do crescimento potencial português estar acima da média da Zona Euro] isso não se traduziu numa convergência nos rendimentos com Estados-membros mais avançados, já que o rendimento per capita de Portugal em paridade de poder de compra permanece à volta de 77% da média da União Europeia” Relatório da Comissão Europeia, analisando a economia portuguesa,, no âmbito do pacote de inverno do semestre europeu, “DN.pt”, 26/2/20
74 ACT UALIDAD€
“Este desenvolvimento difere significativamente de outras economias em recuperação [já que] o rendimento per capita em paridade de poder de compra para os dez países que se juntaram à UE em 2004 já está ao mesmo nível que Portugal, ultrapassando uma diferença de cerca de 17 pontos percentuais em 15 anos” MARÇO DE 2020
Idem, ibidem