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Fazer Bem
Mercadona e iberdrola unem-se pela mobilidade elétrica em Portugal
santander lança 168 bolsas para o programa de aceleração digital da EiA
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AMercadona e a iberdrola uniram-se para promover a mobilidade elétrica em Portugal, através de 40 pontos de carregamento distribuídos pelas 20 lojas da cadeia de distribuição, e que se localizam nos distritos de Aveiro (cinco), Braga (dois), Porto (12) e Viana do castelo, onde os pontos de carregamento disponíveis estão agora integrados na rede de mobilidade elétrica MOBi.E e com uma potência de 22 kW. Em 2021, somam-se oito novas lojas, que também disponibilizarão pontos de carregamento elétricos. “Para aceder a este serviço de mobilidade – um passo importante na estratégia de desenvolvimento para a transição energética das duas empresas – os clientes têm apenas de possuir um cartão de um comercializador de eletricidade para mobilidade elétrica”, adiantam as empresas. desta forma, e a uma tarifa de operação competitiva de 0,02 euros/min, os consumidores podem carregar o seu veículo elétrico enquanto fazem as suas compras. Pedro torres, diretor de Smart Mobility da iberdrola Portugal, frisa que esta parceria permite ir ao encontro das necessidades dos clientes. Para Marta cortizas, diretora Regional de Obras e Expansão da Mercadona Portugal, este novo acordo “permite não só reduzir o impacto ambiental em matéria de sustentabilidade, como também oferecer aos clientes um serviço mais eficaz e cómodo enquanto fazem as suas compras”. A iberdrola e a Mercadona assumem o compromisso com a mobilidade elétrica, ao mesmo tempo que vão ao encontro das necessidades do consumidor, ajudando famílias e empresas no processo de transição energética.
OBanco Santander, através do Santander ceiros globais, como a universidade de no panorama do empreendedorismo e universidades, abriu as candida- Berkeley ou a Google, mas o programa inovação em Portugal. turas para 168 bolsas para a European irá decorrer via online, utilizando as conduzido por prestigiados oradores innovation Academy (EiA), um dos maio- mais avançadas tecnologias e os melhores ligados a temas tecnológicos, mentores res programas universitários de empreen- instrumentos de trabalho cooperativo. e investidores de todo o mundo, que dedorismo e aceleração digital da Europa, “A EiA oferece o maior programa potencializam as habilidades, a menque nesta edição de 2021 se vai realizar de verão de empreendedorismo do talidade e o conhecimento necessários totalmente online, entre 5 e 23 de julho. mundo, sempre com um foco especial para treinar e inspirar os participantes As bolsas são dirigidas a jovens das 21 em inovações digitais. Neste progra- a atingir os objetivos definidos, será um universidades que mantêm convénios ma acelerado, em apenas 15 dias, os momento único de contacto entre as com o Santander, incluindo também estudantes dos 18 aos 28 anos poderão comunidades universitárias mais inova20 bolsas abertas a toda a comunida- transformar uma ideia numa startup. dores e criativas do undo. de académica portuguesa. As inscrições O objetivo deste curso é dar aos alunos O curso é dado num contexto de vida estão abertas até 7 de junho e, para se uma experiência prática e da vida real, real, com os alunos a formarem equicandidatarem, os estudantes só têm de criando uma startup em cooperação pas de cinco e a adquirirem as técniaceder à plataforma digital de bolsas do com alunos de todo o mundo”, enqua- cas e o know-how para desenvolver Santander universidades. dra o Banco Santander. as suas ideias de negócio, desde a fase Os estudantes empreendedores estarão O curso desafia os participantes a ino- conceptual até à chegada ao mercado. sincronizados com os Estados unidos da var, superar obstáculos e a crescer rapi- durante o programa, são orientados na América, num programa dinâmico e em damente, com o objetivo de criar um construção de um modelo de negócio, tempo real, entre as 16h00 e as 20h00. negócio avaliado em 100 milhões de que podem testar ao vivo, recebendo Perante a situação pandémica que ainda euros, ou mais. O curso conta com a o feedback real de potenciais clientes, se vive, foi decidido dar continuidade à presença de mais de 50 mentores e 500 num ambiente de aprendizagem que EiA, sempre com o apoio do Santander, estudantes oriundos das mais prestigia- corresponde a requisitos atuais e futuros mas convertendo-a num formato digital. das instituições do mundo inteiro e tor- do local de trabalho, incluindo equipas Neste sentido, mantêm-se todos os par- nou-se num momento incontornável multifuncionais.
Os gestores das empresas portuguesas antecipam uma aceleração significativa na transição energética das suas frotas nos próximos três anos. Esta é mais uma das conclusões do “Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2021”, estudo realizado pelo Arval Mobility Observatory, em colaboração com os especialistas da Kantar. dados recolhidos de entrevistas por telefone com gestores de 5.197 empresas de 20 países, das quais 250 em Portugal, com informação local obtida entre os dias 5 de novembro e 21 de dezembro de 2020. No início de 2021, apenas 28% das empresas nacionais utilizava viaturas com novas tecnologias, bem atrás da média europeia, que é de 42%. A estimativa para os próximos três anos é de que 76% de empresas portuguesas já utilizem novas tecnologias, uma forte tendência de crescimento, que ultrapassa mesmo as estimativas da média europeia (73%). Reduzir o impacte ambiental é a razão mais assinalada entre as empresas europeias e, particularmente, por cerca de 70% dos gestores nacionais que pretendem iniciar ou já iniciaram a transição energética nas suas frotas. A redução de custos com combustível é outro fator de decisão identificado por mais de 60% das empresas, assim como o acesso a incentivos fiscais, que é assinalado por mais de 50% dos gestores. Mais de 45% dos gestores nacionais veem esta mudança como forma de melhorar a imagem da empresa e pelo cumprimento das suas políticas de responsabilidade social. de sublinhar que mais de 42% manifesta preocupação com acesso a zonas de emissões reduzidas ou de circulação restrita. No mercado nacional, 22% das empresas já tem instalados carregadores elétricos para as suas viaturas e 71% dos gestores nacionais responde que já tem ou que considera instalar carregadores nas suas empresas ainda em 2021. Entre as empresas que utilizam viaturas com carregamento elétrico (100% elétrico e plug-in), 52% ainda não tem carregadores nas suas instalações. No entanto, 27% preveem a sua instalação nos próximos 12 meses. das empresas que já têm carregamento elétrico próprio, 27% assume custo de utilização para os condutores. As empresas portuguesas que ainda não utilizam viaturas 100% elétricas, apontam os seguintes fatores como constrangimento ao uso destes modelos: 49% indicam a escassez de pontos de carregamento público; 25% a impossibilidade de carregamento no escritório; 21% a falta de carregamento em casa do colaborador. Ainda, o facto de o preço de compra das viaturas ser mais alto do que o de uma viatura a combustão interna é também apontado por 49% dos gestores como uma das limitações que têm afastado as empresas à utilização destas viaturas.
Liberty constitui um conselho para a diversidade e inclusão, para enquadrar todos os colaboradores
Aliberty anunciou a constituição do conselho para a diversidade, Equidade e inclusão. com este novo órgão, a empresa quer garantir a diversidade e igualdade de oportunidades de todos os seus colaboradores. Este conselho, do qual faz parte Juan Miguel Estallo, cEO da liberty na Europa, bem como outros 18 colaboradores de diferentes departamentos e perfis, pretende constituir equipas diversificadas capazes de evidenciar as diferenças e semelhanças coletivas a nível cultural, garantir o acesso e a oportunidade de cada uma das pessoas que fazem parte da empresa, evitando distorções ou preconceitos dentro da mesma. colocar as pessoas em primeiro lugar é um dos valores da liberty, reforçado agora por esta iniciativa. “Aspiramos a ser uma empresa na qual os nossos colaboradores e clientes em todo o mundo se sintam incluídos e ouvidos. Valorizamos a diversidade, não apenas nas nossas palavras, mas também nas nossas ações. E acreditamos que, ao enriquecer a nossa cultura, estimulamos a inovação e conseguimos ser uma empresa melhor e mais forte”, explica Beatriz Ortega, responsável pela área de Employee Experience. Nesta primeira etapa do projeto, a empresa terá como foco pessoas com deficiências, uma causa que tem vindo a apoiar ao longo dos últimos anos através de várias ações como o patrocínio, desde 2007, da Equipa Paralímpica Espanhola e do apoio aos seus atletas. irá também continuar a promover a diversidade cultural, que é intrínseca à liberty na Europa, onde trabalham pessoas de 29 nacionalidades, reforçará a inclusão da comunidade lGBtQ+ e irá continuar a tomar medidas para promover a igualdade de género. Este novo órgão vai reunir frequentemente para gerar discussões e colocar em marcha ações sobre estes pontos que permitam continuar a criar um espaço de trabalho diverso, equitativo e inclusivo.
sonae Arauco planta 21.600 pinheiros em projeto de i&d florestal
Whirlpool corporation reforça compromisso de alcançar zero emissões líquidas nos seus centros de operação até 2030
Iniciou-se há poucas semanas a segunda fase do projeto de investigação e desenvolvimento da Sonae Arauco aplicado à floresta nacional, durante a qual se prevê a plantação de 21.600 pinheiros, numa área de cerca de 24 hectares. Os seis locais selecionados para este efeito estão distribuídos pelo norte e centro de Portugal e apresentam diferentes tipos de solo e clima, o que permitirá avaliar que espécies se adequam melhor a cada contexto. Este projeto florestal desenvolvido e financiado pela Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções derivadas de madeira, está em prática desde julho de 2020 e tem como objetivo ajudar os produtores florestais a aumentarem significativamente a sua produção, contribuindo, assim, para inverter a tendência de decréscimo da área plantada no país. Nuno calado, diretor de Sustentabilidade e Floresta da Sonae Arauco, explicou que os 21.600 pinheiros seriam “plantados na Figueira da Foz, em Pombal, Mangualde, Arouca e Ribeira de Pena, em zonas litorais e interiores, em áreas com solos de areias, de xistos e granitos, e com precipitação média que varia entre os 900 e os 1.800 mililitros/ano. teremos 21.600 pinheiros do ensaio, mais cerca de 5.500 plantas de bordadura”. Os locais de plantação foram escolhidos em colaboração com o instituto da conservação da Natureza e das Florestas (icNF). O desempenho dos 21.600 pinheiros – que resultam de uma sementeira realizada no viveiro do Furadouro (Altri Florestal) de mais de 100 mil sementes de espécies de pinheiro-bravo e pinheiro-radiata provenientes de quatro programas de melhoramento genético de Portugal, Espanha, França e chile – será monitorizado e avaliado periodicamente. “A complexidade deste projeto está em parte associada à rastreabilidade de cada espécie e de cada planta. trata-se de uma operação logística bastante minuciosa”, acrescenta o responsável. O processo agora em curso será repetido no próximo ano. O projeto pretende contrariar a tendência de declínio do pinheiro-bravo registada nas últimas décadas, assim como contribuir para alinhar a disponibilidade de matéria-prima com a previsão de uma procura cada vez maior do mercado por soluções sustentáveis, como a madeira.
AWhirlpool corporation acaba de anunciar um compromisso global para atingir uma meta de zero emissões líquidas nas suas fábricas e centros de operação até 2030. O compromisso abrangerá mais de 30 das unidades fabris da Whirlpool corporation e os seus grandes centros de distribuição em todo o mundo, abrangendo todas as emissões relacionadas à energia (Scope 1 e 2). A Whirlpool corporation também se comprometeu com uma redução de 20% nas emissões relacionadas ao uso dos seus produtos em todo o mundo (scope 3) até 2030, em comparação com os níveis de 2016. Essa meta foi aprovada pela iniciativa “Science Based targets” e sustenta a premissa de redução de 60% das emissões da empresa em todas as áreas desde 2005. “A Whirlpool corporation tem um compromisso de longa data com a sustentabilidade, tendo criado o seu primeiro escritório sustentável há mais de 50 anos”, disse Marc Bitzer, presidente e cEO da Whirlpool corporation. “O nosso compromisso zero líquido é um marco importante no nosso esforço contínuo para melhorar a vida em casa, protegendo o nosso planeta e as comunidades”. A Whirlpool corporation alcançará a sua meta de atingir zero emissões nas fábricas e centros de operações até 2030 por meio de iniciativas de sustentabilidade contínuas e aceleradas, incluindo, por exemplo, trabalhar para 100% do uso de energia renovável por meio de uma combinação de fontes eólicas e solares, com base nos baixos níveis de uso de energia e água da empresa por eletrodoméstico fabricado, e ainda através da assinatura de contratos de compra de energia virtual com empresas de energia, para financiar parques eólicos e solares enquanto a empresa trabalha para obter e gerar energia renovável para residências em todo o mundo. O primeiro projeto da Whirlpool corporation neste âmbito surgiu no texas (EuA), em janeiro do corrente ano.
gran tema
Mercado imobiliário mantém-se forte e promissor
Em Portugal, venderam-se menos casas em 2020 do que em 2019, mas o volume de negócios foi superior, alcançando os 26,2 mil milhões de euros, mais 2,4% do que no ano anterior. De acordo com o INE, os preços das casas aumentaram em quase todo o país e em metade dos concelhos esse crescimento foi de dois dígitos. Apenas estagnaram ou desvalorizaram ligeiramente as zonas mais dependentes do turismo. A pandemia impôs condicionamentos ao negócio, mas os operadores revelaram dinamismo e uma boa capacidade de adaptação. Como se vai comportar o mercado daqui em diante? O que procuram os investidores? Que papel jogará a nova construção e a reabilitação na evolução do negócio?
Sabemos que a pandemia despovoou as empresas e congestionou as redes de internet domésticas. O teletrabalho fez das nossas casas sucursais empresariais, muitas vezes em coworking e em coabitação com alunos em telescola. O confinamento forçou as pessoas a repensar a sua relação com a casa, a reequacionar o papel do lugar que habitamos na vida quotidiana e aguçou o apetite por todos os verdes da paleta, mesmo num país onde outrora era frequente fechar varandas para ganhar metros quadrados cobertos. A qualidade de vida redefiniu-se e os consumidores já não querem o mesmo do produto casa. de que forma respondeu o mercado a tudo isto? Até que ponto estava o setor imobiliário dependente do turismo? O que mudou?
Mudou muita coisa, sobretudo no processo de negócio, porém os números não mudaram assim tanto…
Quando os aeroportos se desertificaram temeu-se que a quebra no turismo e a consequente desaceleração dos negócios de alojamento local impusessem uma redução significativa das vendas de casas em Portugal. também as restrições às visitas presenciais dos potenciais compradores aos imóveis ameaçavam congelar o setor. O negócio tremeu, sobretudo no segundo trimestre (primeiro confinamento) mas não cedeu: O instituto Nacional de Estatística (iNE) contabiliza 171.800 habitações vendidas em 2020, menos cerca de 10 mil casas do que em 2019, ano que em se comercializaram 181.478. Antes do confinamento, no primeiro trimestre de 2020, venderam-se 43.532 casas, número muito aproximado das 43.826 vendidas no período homólogo de 2019. A variação maior aconteceu no segundo trimestre do ano passado, altura em que se venderam 33.398, abaixo das 42.590 do segundo trimestre de 2019. No terceiro trimestre de 2020, o mercado recupera para as 45.136 casas vendidas, voltando a revelar uma diferença pequena face às 45.830 do mesmo período de 2019. O quarto trimestre mantém a tendência de crescimento, com 49.734 vendidas, número ligeiramente acima das 49.232 do trimestre homólogo de 2019.
A unidade de Market intelligence da "confidencial imobiliário" aponta para valores similares, como informa Ricardo Guimarães, diretor desta consultora: “As projeções realizadas no âmbito do SiR-Sistema de informação Residencial, revelam um total de 162.200 casas vendidas no país em 2020, o que evidencia uma queda de cerca de 5% face às 170.600 vendas registadas em 2019. tratase de um comportamento notável, considerando o contexto no qual o mercado operou, nomeadamente do surgimento inesperado da pandemia. Já no primeiro trimestre de 2021, as vendas ascendem a cerca de 49.600 unidades, num registo de atividade quase 60% acima do anterior confinamento, nomeadamente o segundo trimestre de 2020. Novamente comprovando a resiliência do mercado. No primeiro trimestre de 2021, o preço médio de venda no país foi de 1.715 euros por metro quadrado.”
A plataforma de anúncios de venda e arrendamento de imóveis "idealista. pt" comparou os dados da oferta e da procura, publicados no "Relatório Anual do Mercado Residencial 2020”, baseado em dados do iNE, da Pordata, do iEFP e do "idealista": "No mercado de venda, a nível nacional, a procura relativa reduziu-se relativamente à oferta na primeira fase da pandemia, recuperando assim que terminou o primeiro confinamento (em meados de maio), tal como se pode concluir a partir do relatório do idealista. Relativamente aos preços, e uma vez que a combinação da procura e oferta se mantiveram estáveis, não se verificou um “efeito substancial” nos valores. Os dados
Remax arranca 2021 com o melhor primeiro trimestre de sempre
A rede Remax em Portugal registou o seu melhor ano de atividade de sempre em 2019, recorda a CEO da imobiliária: “Em 2019 a Remax participou na venda de mais de 29 mil imóveis, envolvendo um volume de preços na ordem dos 5,207 mil milhões de euros. Contando com os arrendamentos, a rede superou todo os recordes, ficando muito próxima da fasquia das 68 mil transações imobiliárias.” A fasquia era elevada à entrada de 2020, porém a pandemia, que “fez estremecer os mercados e as economias nacionais”, também abalou a atividade da imobiliária, reconhece a gestora: “O primeiro impacto foi a estagnação de alguns resultados e só no decorrer dos meses seguintes foi possível superar. O segundo trimestre de 2020 revelou ser o mais fraco do ano, mas já no terceiro se sentiu a renovada confiança e dinamismo, fechando-se, inclusivamente, com o melhor agosto de sempre em 20 anos de história. O quarto trimestre foi pautado pelos resultados práticos de muitas medidas de adaptação que foram tomadas nos meses anteriores e já sem surpresas, registou-se o melhor novembro de sempre e um outubro e um dezembro muito próximos de um novo recorde.” No conjunto do ano de 2020, “a quebra de 8,5% do número de transações e a redução de 9,6% no volume de preços escondem as fortes melhorias registadas no segundo semestre e o renovado otimismo com que se iniciou 2021”. Beatriz Rubio assinala que 2021 não poderia ter começado melhor, revelando-se “o melhor primeiro trimestre de sempre, batendo todos os recordes de períodos homólogos: mais 14,5% de transações face a 2020 (16.509 transações), mais de 10,4% em comissões, mais de 11,4% em volume de preços (1,33 mil milhões de euros), mais 17,8% de consultores ativos (9.821), entre outros indicadores (número de agências, imóveis disponíveis, visitas ao site, etc. etc.)”. Este arranque promissor de 2021 faz a responsável sustentar objetivos ambiciosos: “Este último mês de abril, com crescimentos ainda mais acentuados do que os registados no primeiro trimestre, veio reforçar o objetivo primário da rede Remax para 2021: superar o melhor ano de sempre, com um crescimento a dois dígitos.” Líder na venda de imóveis em Portugal, a Remax, tal como os demais operadores, viu-se forçada a mudar alguns aspetos do processo de negócio, como explica Beatriz Rubio: “A pandemia acarretou um conjunto alargado de constrangimentos, a começar pela dificuldade no contato pessoal com e entre clientes, assim como nas visitas e deslocações. Os próprios eventos internos da marca passaram a ser realizados à distância de um clique, em detrimento das reuniões presenciais que sempre a caracterizaram. Métodos amplamente usados no passado como o de open house ou o 'safari' (mostra de casas à equipa Remax) foram forçosamente reduzidos, o que implicou novas abordagens, mais baseadas na tecnologia e no marketing online. Com efeito, desenvolveram-se políticas internas de desenvolvimento das chamadas visitas virtuais ou visitas multimédia a imóveis, em que o cliente pode antecipar uma possível visita presencial a partir do seu computador, algo que, apesar de não ser revolucionário, catapultou a marca para a vanguarda do que de mais avançado se faz a nível mundial. Através delas é assim possível uma melhor qualificação dos clientes, com claras melhorias na poupança de tempo e de custos para todas as partes, sejam os consultores, sejam clientes, não pondo em risco a segurança sanitária.” Assim, “abrangendo toda esta dinâmica, a marca promoveu a eficiência do teletrabalho, internamente através de reformulação dos conteúdos formativos com dezenas de cursos em formato online e externamente através da realização de webinários para clientes e parceiros”, indica a CEO, acrescentando que
para complementar, “iniciou-se todo um processo de melhoria de gestão dos primeiros contatos (leads), uma vez que muitos passaram a ser realizados online, onde a rápida resposta e o pronto acompanhamento são fatores determinantes de sucesso”. Beatriz Rubio conclui que “a pandemia forçou a digitalização do mercado imobiliário e esta veio para ficar”. No entanto, o negócio é feito de mudança, observa a gestora: “A Remax sabe que a sua liderança do mercado não se manterá com o conforto das soluções que funcionaram no passado ou em alguns momentos do presente, mas com as que se aplicarão no futuro. Na verdade, o futuro garantirá o sucesso a todos os que souberem se adaptar à nova realidade de angariação, promoção e comercialização dos imóveis.” A pandemia também teve impacto na procura e nos hábitos de consumo, de forma transversal nos diversos setores económicos e o imobiliário não foi exceção, nota a líder da Remax Portugal: “No imobiliário foi notório o aumento da procura em zonas semiurbanas, mais próximas do campo ou da praia, ganhando relevo quer moradias quer terrenos para construção.” O crescimento do teletrabalho motivado pela necessidade de confinamento, “fez com que muitos portugueses procurassem uma casa fora dos agregados urbanos, mais afastada do local de trabalho, uma casa que permita uma melhor articulação entre os deveres profissionais e a segurança sanitária”, testemunha a gestora, acrescentando que “mesmo nos grandes centros, assistiu-se a uma procura por habitações mais amplas, com um bom espaço exterior (varanda, terraço, logradouro, quintal) em detrimento dos espaços mais fechados, quase como contrapartida do confinamento que a pandemia exigiu”. Beatriz Rubio aponta alterações também nos espaços empresa-
riais: “A pandemia também comprometeu o sucesso de muitas atividades comerciais, levando ao encerramento de muitas lojas e à diminuição da procura de escritórios, ou, no mínimo, à redução dos espaços administrativos necessários para o funcionamento das empresas.” Na essência, a pandemia alterou a valorização de algumas caraterísticas dos imóveis, sem comprometer significativamente as anteriores opções, que continuam naturalmente válidas nos dias de hoje. No que diz respeito à valorização dos imóveis, “Portugal tem vindo a registar uma evolução natural dos preços, em consequência dos desfasamentos entre a procura e a oferta, entre o mercado de arrendamento e o de compra/venda”, observa a CEO da Remax, detalhando que “se em determinadas cidades como Lisboa e Porto, os preços praticados são mais elevados, muito se deve a uma histórica escassez na oferta que não consegue fazer face a uma procura sempre constante e em determinados momentos, crescente”. Acresce que “o próprio mercado de arrendamento, em muitas zonas do país, é diminuto ou quase inexistente, impondo a aquisição como única opção”. Beatriz Rubio cita os dados do Instituto Nacional de Estatística, que “apontam para um aumento dos preços por metro quadrado e do próprio índice de preços da habitação, como consequência dos desfasamentos existentes”. As últimas informações disponíveis indicam que “o preço metro quadrado no segmento habitacional está nos 1.185 euros em março 2021, uma subida de 6,76% face aos 1.110 euros registados em março de 2020 e de 17,79% face aos 1.006 euros de março de 2019”. Também “o próprio índice de preços da habitação registou um aumento de 8,6% comparando-se o quarto trimestre de 2020 com o de 2019 e por isso, muitos órgãos de comunicação social referem que os preços das casas tiveram esse aumento em 2020”. Isto porque “mesmo nos segundo e terceiro trimestres de 2020 em que mais se sentiu os efeitos da pandemia no mercado, registaram-se crescimentos: As zonas que mais valorizaram “ são as zonas periféricas às grandes cidades, por conta dos elevados preços praticados nos centros urbanos, e, como vimos anteriormente, como consequência das novas tendências de procura e da propagação do teletrabalho”. Pelo contrário, “nas grandes cidades, as zonas
mais afetas ao turismo e/ou com maior disponibilidade de alojamento local ressentiram-se com a diminuição da procura, verificando-se uma maior estabilidade dos preços e até um eventual decréscimo”. Beatriz Rubio sustenta que “a pandemia não impactou significativamente a evolução dos preços, pelo que continuam a ser os critérios de localização do imóvel, as suas acessibilidades, o seu estado de conservação, a sua área e tipologia os que determinam o valor, mais do que quaisquer variáveis derivadas da crise pandémica”. A procura por parte de investidores estrangeiros também existiu, ainda que a níveis mais modestos do que acontecia antes da Covid 19: “Portugal é um país muito aberto ao exterior, com um elevado peso macroeconómico das importações e das exportações, assim como muito sujeito às flutuações do turismo e do investimento internacional. Ao longo dos últimos anos registou contínuos aumentos no número e montantes investidos no imobiliário, por conta da atratividade do setor que a própria subida de preços acarreta, pela enorme segurança no investimento que o país transmite, assim como por diversas iniciativas como o programa dos Golden Visa ou o estatuto fiscal de residente não habitual. Certo é que a pandemia contrariou este ciclo virtuoso de crescimento, assistindo-se a uma quebra drástica do turismo e a uma redução dos fluxos de investimento internacional em 2020. Já nos meses mais recentes de 2021, a evolução muito positiva no controlo da pandemia tem já aberto portas ao regresso dos investidores e do turismo, sendo já antecipados uma renovada procura e um regresso aos valores e números do passado talvez no final do ano ou mais provavelmente em 2022.” A gestora recorda que na Remax, em 2019, “os clientes estrangeiros foram responsáveis por 18,7% das transações, mas como consequência da nova realidade pandémica, este peso situou-se nos 16,7% em 2020 e 15,2% no primeiro trimestre de 2021”. Esta diminuição teve “maior impacto no segmento dos imóveis de luxo, mais apelativo para o investidor internacional, assim como nos negócios de compra/venda mais do que nos de arrendamento”. Por outro lado, “nos últimos meses, a rede tem registado um crescente aumento do número de empreendimentos disponíveis, sinal da vitalidade do setor, não apenas ao nível da construção, mas também da mediação”, revela Beatriz Rubio. Acresce que “a própria remodelação de muitos imóveis ganhará maior notoriedade com o regresso do investimento internacional, não obstante ainda ser o investidor nacional o principal promotor deste tipo de iniciativa”. No primeiro trimestre de 2021, os clientes estrangeiros foram responsáveis por 11% das transações de compra/ venda na rede RE/MAX, enquanto que no trimestre homólogo de 2020 representavam cerca de 15% – são, assim, os clientes nacionais os principais compradores, com cerca de 89% das aquisições. Atualmente, os clientes brasileiros representam 23,9% dos compradores estrangeiros, seguidos pelos ingleses com 8,5%, franceses com 7,9%, angolanos com 7,3%, americanos com 4,8% e chineses com 4,5%. No ranking de compradores estrangeiros, os clientes espanhóis ocupam a 11ª posição com 2,8% das transações realizadas. Sobre o tipo de habitações, Beatriz Rubio esclarece que “tradicionalmente em Portugal, são vendidas sobretudo habitações já existentes”. No quarto trimestre de 2020, por exemplo, “foram vendidas 49.734 habitações, sendo que destas 14,8% (7.362) é que eram novas no mercado”. No entanto, a gestora considera que quer a construção nova, quer a reabilitação apresentam perspetivas bastante risonhas para o futuro: “O mercado potencial para a reabilitação é enorme, atendendo ao grande parque habitacional existente e à relativa antiguidade do mesmo, assim como à elevada procura e rotatividade que se vê no número de habitações vendidas; O mercado da nova construção poderá também perspetivar bons crescimentos, caso corresponda aos critérios de procura que vimos anteriormente. Se a subida dos preços são uma realidade, muito se deve à escassez de oferta disponível para a classe média, a principal aquiridora de habitações. Por outras palavras, a nova construção quando direcionada para a grande fatia da procura dispõe assim de enormes oportunidades de sucesso em 2021 e anos vindouros.”
revelam um crescimento da procura relativa na ordem dos 19% entre o quarto trimestre de 2019 e o quarto trimestre de 2020; um crescimento de 9% em termos de oferta; e 7,7% nos preços."
A pandemia influenciou também o mercado de arrendamento, como informa a plataforma: "A procura relativa manteve uma tendência de queda, mesmo após o fim do primeiro confinamento, ficando a níveis muito baixos se comparada com o cenário de pré-covid-19. Observouse, por isso, uma grande acumulação de stock. No que diz respeito aos preços, verificou-se uma 'queda acentuada' depois do primeiro confinamento, com a recuperação a iniciar-se nos meses de verão, a partir de julho e agosto. Segundo os dados do relatório, a procura relativa caiu 33,6% entre o 4t2019 e o 4t2020, com +91,4% de oferta, e uma redução de preço na ordem dos 0,2%." de acordo com análise dos especialistas da plataforma "idealista", "Portugal enfrentou em 2020 no segmento do arrendamento o fim do ciclo expansivo dos preços e o início do ciclo da desaceleração". Já, "no segmento de venda os preços mantiveram-se no ciclo expansivo". Os dados apurados "mostram que, na venda, a taxa de crescimento interanual veio a reduzir-se desde 2017 e no arrendamento o ajuste teve início um ano antes, em 2016". O idealista constata que "relativamente a 2015, o país teve um crescimento na venda de 88% e 104% no arrendamento, no ano passado".
O citado relatório conclui que "o mercado português tem-se mantido um mercado homogéneo, permanecendo no ciclo em expansão. O mercado de venda teve uma variação gradual, já relativamente ao mercado de arrendamento considera-se um mercado mais dinâmico e com maiores variações."
Já este ano, as vendas continuam a acelerar a avaliar pelos números do primeiro trimestre de 2021. “Foram vendidas cerca de 49.600 casas em Portugal continental, de acordo com as projeções realizadas pela "confidencial imobiliário" a partir da informação reportada pelos mediadores imobiliários ao SiR”. Acresce que estamos a falar dos primeiros meses do ano, em que regressámos ao confinamento, nota a unidade de Market intelligence da "confidencial imobiliário": “O volume de transações neste período que coincide com o segundo confinamento geral fica 57% acima dos cerca de 31.600 fogos vendidos durante o primeiro confinamento, correspondente ao segundo trimestre de 2020. A atividade apresenta ainda uma evolução positiva face ao último trimestre de 2020, registando uma subida de 5% relativamente às 47.200 unidades vendidas nesse período.”
A consultora informa ainda que o desempenho foi transversal a todas as regiões: “Apuraram-se crescimentos trimestrais de 6% das vendas de habitação nas Áreas Metropolitanas de lisboa e do Porto, bem como no Algarve. Face ao período do anterior confinamento, as vendas aumentaram 47% na AM lisboa, 46% na AM Porto e 76% no Algarve. No primeiro trimestre de 2021, estima-se que tenham sido transacionados cerca de 17.150 fogos na AM lisboa, 8.120 na
Ricardo Guimarães, da "Confidencial Imobiliário": as projeções realizadas no âmbito do SIRSistema de Informação Residencial, revelam uma queda de 5% nas casas vendidas em 2020. Já no 1º trimestre de 2021, regista-se uma "atividade quase 60% acima do anterior confinamento"
Savills: a nova construção vai pesar mais na oferta
De origem britânica, a centenária Savills entrou em Portugal quando adquiriu a espanhola Aguirre Newman, em 2018, precisamente no ano em que o mercado imobiliário atingia um pico, lembra Paulo Silva, head of Country do grupo em Portugal: “A venda de habitações em Portugal teve um crescimento em número até 2018, tendo vindo a registar uma diminuição desde então. Por sua vez, quando analisamos o volume de investimento associado, este só registou uma diminuição de 2019 para 2020.” De acordo com a análise feita pela Savills dos números do SIR (Sistema de Informação Residencial), este ano está a inverter essa tendência : “No primeiro trimestre de 2021 foram vendidas 49.608 casas, 57% acima do primeiro confinamento (segundo trimestre de 2020). Por sua vez, estabelecendo uma comparação idêntica a nível regional, as vendas aumentaram 47% na Área Metropolitana (AM) de Lisboa, 46% na AM Porto e 76% no Algarve.” Paulo Silva detalha que “nos últimos dois anos, todos os concelhos da AM Lisboa registaram evoluções de preço positivas”. O concelho de Lisboa foi o que registou “a menor variação de preços com 5.4% entre os anos 2019 e 2020, colocando-se no final da tabela e provando o início de uma trajetória de estabilidade e desaceleração de crescimento de preços”. Isto deve-se ao “aumento de uma maior procura por localizações mais periféricas, com bons acessos ao centro de Lisboa”. Por outro lado, a dificuldade de acesso ao mercado de habitação na cidade de Lisboa conduz a “variações de preços mais expressivas em concelhos como Palmela (+21,9%), Barreiro (+21,4%) Sintra (+17,6%) ou Montijo (+16,5%)”. Dentro do segmento médio-alto, “os concelhos de Oeiras e Cascais têm também observado variações positivas interessantes de 9,7% e 12.2% respetivamente e constituído uma opção muito válida para todos aqueles que procuram aliar qualidade/design das habitações, com qualidade dos espaços exteriores e usufruir também de todos os benefícios de estar próximo da linha costeira”. O gestor sublinha que a procura reflete as novas necessidades das pessoas e das famílias, confinadas às suas habitações: “Verificou-se um aumento exponencial da procura de moradias quer pela necessidade de espaço exterior quer pelo facto de muitas pessoas passarem a trabalhar em modo remoto. A necessidade de estar nos grandes centros urbanos tornou-se menos premente e por isso as zonas periféricas ganharam espaço na preferência dos compradores, onde a relação espaço/preço é mais atrativa”. Se “um dos grandes impactos da pandemia foi ao nível da mobilidade”, o mercado residencial, tradicionalmente, dependente “de visitas presenciais, dado o volume de investimento e o fator emocional que envolve a decisão de comprar casa”, teve que inovar e apostar no digital. “Este processo continuará a evoluir, com mais visitas virtuais, mais e melhor qualidade da divulgação dos imóveis, mas o método tradicional e o papel do consultor imobiliário continuarão a
ser fundamentais”. Na Savills, “os consultores adaptaram-se às condicionantes que os diversos confinamentos trouxeram para continuar a servir os clientes: marcaram inúmeras visitas virtuais, muitas delas que se estão a materializar em visitas presenciais e negócios”. A procura por parte de investidores estrangeiros desceu, acusando as dificuldades de viajar entre diferentes países, observa Paulo Silva: “Em 2019, os não-residentes foram responsáveis por 8,5% das casas vendidas e 13,3% do montante total transacionado. Comparativamente ao ano 2018, assistiu-se a uma descida de 2% no número de casas vendidas. Em 2020, o impacto da pandemia fez-se sentir nas zonas mais centrais de Lisboa, onde se concentra a maior fatia de oferta habitacional de luxo muito atrativa para o mercado internacional. As fortes medidas proibitivas de livre mobilidade e realização de viagens, foram obviamente o principal obstáculo para a concretização de operações, tendo sido estimada uma quebra de 50% entre o primeiro trimestre e o segundo trimestre de 2020 no número de imóveis vendidos.” O head of Country da Savills Portugal sustenta que apesar de “2020 ter sido um ano de desafios inesperados”, o mercado soube responder: “Desde final de março que assistimos a um aumento da procura por parte de compradores internacionais, que com a abertura do espaço aéreo irá intensificar-se. A recente notícia que coloca Portugal na lista verde de países cujos passageiros não necessitam de fazer quarentena no regresso ao Reino Unido é uma excelente notícia. O local que se escolhe para viver tem cada vez maior relevância. Portugal continuará a ser um mercado com preços competitivos e que oferece um estilo de vida diferenciador. Estes dois fatores juntamente com o facto de as empresas estarem hoje a potenciar o trabalho re-
moto, aumentarão a procura por clientes internacionais que escolherão Portugal como um destino preferencial para viver em permanência ou passar longos períodos no nosso país.” O número de solicitações por parte de estrangeiros à Savills começou a aumentar sobretudo a partir do início do segundo trimestre: “Com o aumento da possibilidade de trabalho remoto, há cada vez mais pessoas a escolher Portugal para fixar habitação própria permanente ou segunda habitação. Temos tido clientes de várias nacionalidades, tanto estrangeiros que já habitam em Portugal e querem mudar de habitação, como clientes internacionais que querem vir para Portugal pela primeira vez. Os portugueses, devido às circunstâncias, estiveram muito ativos no mercado para procurarem habitações de maior dimensão e com espaço exterior. No caso dos investidores, existe uma tendência crescente de investir em ativos para arrendamento de longa duração (multifamily). Por um lado, devido aos preços crescentes nos centros urbanos e a oportunidade no mercado de arrendamento de longa duração. Por outro lado, pela quantidade de clientes internacionais que procuram habitações para arrendamento nos grandes centros urbanos, algo que estão habituados e que valorizam.” Reconhecendo que ainda há muito a fazer no domínio da reabilitação do edificado, os responsáveis da Savills avançam que a nova construção será mais dinâmica nos próximos anos: “Basta olhar em nosso redor para concluirmos que o processo de reabilitação ainda está por concluir. No entanto, nos próximos anos, vamos assistir a uma mudança do peso relativo entre a reabilitação e a nova construção. Esta última irá assumir um peso maior na oferta de produto imobiliário.”
Paulo Silva, head of Country do grupo em Portugal: “Em 2020, o impacto da pandemia fez-se sentir nas zonas mais centrais de Lisboa, onde se concentra a maior fatia de oferta habitacional de luxo muito atrativa para o mercado internacional”
AM Porto e 3.900 no Algarve. Nos casos das cidades de lisboa e Porto, em ambas o crescimento trimestral das vendas foi de 6% e o crescimento entre confinamentos de 47%. lisboa registou 3.820 casas vendidas no primeiro trimestre do ano e o Porto 2.250 unidades transacionadas.”
No que diz respeito à valorização dos imóveis, as setas também apontam para cima, o que explica o aumento do volume de negócios em cerca de 600 milhões de euros, verificado em 2020, face a 2019, apesar de se terem comercializado menos imóveis. Em concreto, no ano passado, segundo dados do iNE, as vendas chegaram aos 26.184.534 mil euros, acima dos 25.583.740 mil euros de 2019.
A "confidencial imobiliário" mostra que a tendência de valorização continuou nos primeiros três meses de 2021: “O preço médio de venda das casas em Portugal no primeiro trimestre de 2021 ascendeu a 1.715 euros por metro quadrado, atingindo os 2.232 euros por metro quadrado na AM lisboa, 1601 euros por metro quadrado na AM Porto e os 1.836 euros por metro quadrado no Algarve. Em lisboa as vendas atingiram um preço médio de 3.656 euros por metro quadrado e no Porto de 2.318 euros por metro quadrado.”
Ao contrário do que chegou a projetar-se, na realidade, conforme revela o "Índice de Preços Residenciais" da "confidencial imobiliário", os preços não deixaram de subir, sublinha Ricardo Guimarães: “continuam a subir, embora, obviamente, a situação de pandemia tenha afetado o ritmo de crescimento. No final de 2020, o preço de venda das casas em Portugal continental ficava cerca de 5% acima do final de 2019, sendo ainda de assinalar que entre fevereiro de 2020, o último mês pré-covid, e dezembro, os preços cresceram 1,8%. Em termos mensais, desde março de 2020 que o preço de venda das casas exibe uma tendência de estabilização, num ciclo de variações em cadeia que oscilaram entre -0,2% e 1%. Setembro foi a única exceção a este comportamento ao longo do período pós-pandémico, com o "Índice de Preços Residenciais" a exibir então uma variação mensal de -2,1%. Os meses seguintes confirmaram que setembro foi mesmo uma exceção, regressando a variações mensais positivas. Não obstante, apesar da resistência ao choque pandémico, o comportamento de curto prazo dos preços durante a pandemia evidencia uma desaceleração face ao anterior ritmo do mercado. Em 2019, os preços tinham crescido a uma média de 1,2% por mês, tendência que os dois primeiros meses de 2020 confirmaram. Além disso, neste contexto, naturalmente a valorização homóloga travou de forma clara ao longo de 2020, dando sinais de alguma estabilização já em 2021. Em abril de 2021, a subida homóloga dos preços foi de 3,0%, 14 pontos percentuais menos do que os 17,4% a que os preços subiam em janeiro de 2020.”
Os números não oscilaram significativamente, mas “parece haver uma alteração de paradigma da procura habitacional”, sustenta Ricardo Guimarães, assinalando que se “antes os centros de lisboa e Porto eram o espaço que todos disputavam”, já que com “o emergir de um espírito fortemente cosmopolita, a atração por edifícios com história, assim como a procura por territórios com maior liquidez para investir, são causas e efeitos da dinâmica de reabilitação e valorização verificadas”. No entanto, “este modelo, desde logo em resultado da pressão do aumento de preços, conduziu a uma oferta centrada em edifícios de apartamentos, muitos de tipologias pequenas e de dimensão reduzida”. Já no quadro da conjuntura atual, “o ideal aspiracional das famílias aponta para fogos maiores, idealmente moradias, sendo que, considerando o emergir de soluções como o teletrabalho, esse ideal pode ser alcançado em geografias periféricas, menos valorizadas, em locais onde o espaço público é ‘desconfinado’”. contudo, ressalva o consultor “não é ainda muito visível o impacto deste novo equilíbrio nos números das transações, dada a restrição da procura se ter de conformar com a oferta pré-existente”.
Percebe-se igualmente que as casas usadas continuam a dominar o negócio, indica ainda o diretor da "confidencial imobiliário": “Através do SiR, é possível fazer segmentação entre estado de uso (novo e usado), e não entre se a habitação é nova ou reabilitada/ remodelada. Feita essa ressalva, em 2019 as habitações novas representaram 5% das vendas no país e as usadas os outros 95%. Em 2020, essa estrutura do mercado não se alterou muito.” Porém, “em termos de dados do pipeline imobiliário, o que temos verificado é que no país a construção nova se mantém como predominante, agregando 80% dos fogos submetidos a licenciamento em 2020
(num total de 37.410 fogos)”, revela o gestor, acrescentando que “a reabilitação, gerou os restantes 20% (8.930 fogos)”, em linha com a que “tem sido a tendência dos últimos anos”.
Nos números apresentados na plataforma "idealista", que analisam o mercado desde 2015, "no segmento da venda, o Porto é a capital de distrito que apresenta a maior variação do preço relativamente a 2015 com 117%, seguida de lisboa com 103%, e Setúbal com 92%". Observa-se que "as cidades que estão em recessão são as cidades de Beja e Portalegre, apresentando um decrescimento relativamente ao ano anterior e preços inferiores a 2015". de acordo com os dados idelista, "as restantes cidades estão em expansão", tendo lisboa sido no último trimestre de 2020 a capital de distrito com maior procura, seguida de Évora e Santarém.
Relativamente ao arrendamento, o idealista frisa que os preços subiram em todas as capitais de distrito, quando comparados com os de 2015: "As capitais de distrito passaram por uma fase de expansão durante os últimos anos e a estão a mover-se para o quadrante de desaceleração, que é liderado pela cidade de Viseu, seguida de lisboa e Ponta delgada. Relativamente à procura, Santarém, Beja e Portalegre são as cidades onde a procura no quarto trimestre de 2020 foi maior."
A plataforma também noticia que "a subida dos preços está a abrandar com a pandemia". O idealista cita um relatório divulgado no final de fevereiro de 2021 pela Standard & Poor’s (S&P) que "aponta para um arrefecimento dos preços da habitação na maioria dos principais mercados europeus, cujos valores devem crescer mais lentamente este ano". A agência de rating "estima que os preços em Portugal cresçam 2,6% em 2021, e que recuperem 4,7% em 2022". A mesma instituição, citada pelo "idealista", diz que "os preços em 2020 foram mais dinâmicos que em 2019 devido à forte procura e ao agravamento das restrições de oferta, apesar de se ter registado a maior contração económica em décadas". tal poderá "ser explicado pelas medidas políticas implementadas pelos Governos para combater a pandemia, e que foram provavelmente as mais eficazes para manter a procura no mercado imobiliário".
Acesso ao crédito bancário facilitado
O acesso ao crédito bancário é outro fator favorável, como sublinha o "idealista": "Os analistas bancários consideram que as condições de financiamento continuam favoráveis ao mercado imobiliário", em linha com as conclusões do relatório do "idealista": “As instituições financeiras continuam a conceder crédito, o que, acompanhado com a descida das taxas Euribor que se mantêm em mínimos históricos, apresenta condições muito favoráveis para os compradores”.
Na realidade, os limites recomendados pelo Banco de Portugal (BdP) na concessão de novos créditos à habitação mantêm-se praticamente inalterados desde 2018, ao contrário do que sucedeu com a atribuição de outros tipos de crédito, que conheceu novas restrições. de acordo com dados do BdP, os empréstimos à habitação estão em trajetória ascendente desde dezembro de 2019.
Relativamente à queda de preços verificada no mercado de arrendamento, relacionada com o importante incremento da oferta disponível, o "idealista" salienta que "a explicação para o aumento do stock pode ser atribuída principalmente à paralisação ocasionada pelo confinamento". A plataforma de anúncios sugere que "todo este processo teve um maior impacto nos mercados mais dinâmicos, onde a rotação de casas era muito maior – já os mercados com pouco movimento dificilmente sentiram a paralisação do confinamento". O relatório anual produzido pelo "idealista" sustenta que "apesar da dificuldade de previsão neste segmento de mercados tão voláteis, é provável que a tendência de ajustes de preços continue nas principais capitais até que o stock se dilua". tal como advoga a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, é provável que os preços do arrendamento voltem a subir, assim que o turismo retome o seu dinamismo, esperando-se que o alojamento local volte a acelerar.
Se o setor imobiliário constitui um barómetro da economia, o seu atual dinamismo mostra que esta crise económica não disssuadiu os investidores. Prevalece o otimismo: quer os indicadores, quer a maioria dos profissionais do setor apontam para a continuação do dinamismo do mercado.
Em termos mensais, desde março de 2020 que o preço de venda das casas exibe uma tendência de estabilização, com variações em cadeia entre -0,2% e 1%