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Livros “O Mundo Não Tem de Ser Assim”, a biografia autorizada de António Guterres

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O atual secretário-geral da ONU, António Guterres, garante que jamais escreverá as suas memórias porque prefere ocupar-se do futuro. No entanto é possível conhecer a história de vida e o que estrutura o pensamento desta personalidade através da biografia autorizada de António Guterres, “O Mundo Não Tem de Ser Assim”, escrita por Pedro Latoeiro e Filipe Domingues. Recentemente editada pela Casa das Letras, esta biografia baseia-se em mais de 120 entrevistas – a antigos chefes de Estado e de Governo, altos funcionários da ONU e amigos do ex-primeiro-ministro português – e pretende ser o retrato mais completo do percurso político e humanitário do atual secretário-geral das Nações Unidas. A Guterres, os autores fizeram quatro entrevistas: “Foram, na realidade, mais conversas livres do que propriamente entrevistas, durante as quais o biografado respondeu sempre a tudo. Adicionalmente, deu-nos acesso ao seu arquivo fotográfico pessoal e foi também, a nosso pedido, o primeiro leitor deste livro”. O livro parte do “despertar da consciência política” de Guterres ao trabalho enquanto primeiro-ministro do governo português, depois Alto Comissariado para os Refugiados e a eleição para o cargo de secretário-geral da ONU e a relação de António Guterres.

Exposições Gulbenkian com exposição dedicada a 40 artistas portuguesas

Aurélia de Sousa (autora do autorretrato na foto), Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Fernanda Fragateiro são algumas das artistas representadas na exposição “Tudo o que eu quero — Artistas portuguesas de 1900 a 2020”. O título foi inspirado por uma das figuras mais notáveis no campo da reimaginação do lugar das mulheres no espaço social, intelectual, sexual e amoroso dos últimos séculos: Lou AndreasSalomé, assim situando o lugar das artistas selecionadas no espírito de subtileza, de afirmação e de poder. Com curadoria de Helena de Freitas e de Bruno Marchand, a mostra reúne cerca de duas centenas de obras de pintura, escultura, desenho, objeto, livro, instalação, filme e vídeo, produzidas por 40 mulheres artistas portuguesas, desde o início do século XX até aos nossos dias: “o conjunto de obras, aqui reunido, constitui um documento em si mesmo da luta das suas autoras pelo pleno direito à sua voz”. Em comunicado, a Gulbenkian assinala que “o icónico autorretrato de Aurélia de Sousa, pintado em 1900, é o ponto de partida para uma reflexão sobre um contexto de criação que durante muitos séculos foi quase exclusivamente masculino”. Isabel Mota, presidente da Fundação, declara que, “além de contribuir para reparar algumas injustiças no contexto historiográfico nacional, esta exposição procura compreender o papel de destaque que as artistas portuguesas assumem na segunda metade do século XX, nomeadamente no plano internacional, muitas delas com uma longa ligação à Fundação, enquanto bolseiras em Portugal e em cidades como Paris, Londres ou Munique.” A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, destaca a importância de “aumentar a visibilidade das mulheres no setor cultural e criativo, uma das prioridades políticas da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, promovendo a representação igualitária das obras das mulheres em exposições, museus, galerias, teatros, festivais e concertos. Esta é a única forma de sair dos papéis rígidos e confinados do género”. A mostra resulta de uma iniciativa do Ministério da Cultura com produção executiva e projeto curatorial da Fundação Gulbenkian, incluída no Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Inicialmente programada para inaugurar a 25 de fevereiro em Bruxelas, no Palácio de Belas-Artes (Bozar), foi deslocada para Lisboa depois de um incêndio no início do ano ter inviabilizado a sua apresentação nesse espaço. Em 2022, a exposição será apresentada no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, integrada no programa geral da Temporada Cruzada Portugal-França.

De 2 a 23 de agosto, no Museu da Fundação Gulbenkian

A escultura de Alberto Giacometti e a fotografia de Peter Lindebergh no Museu e Igreja da Misericórdia, no Porto

“Capturar o Invisível” é a expressão que dá nome e fundamenta a mostra que junta no Museu e Igreja da Misericórdia do Porto (MMIPO) “as fotografias inéditas das obras de Alberto Giacometti, realizadas por Peter Lindbergh a uma seleção dos trabalhos de Giacometti, entre bronzes e desenhos, selecionados por Lindbergh que serão apresentados ao lado das fotografias”. Como sugere a sinopse da exposição, “esse confronto dar-nos-á a oportunidade de mostrar o diálogo muito íntimo que ocorreu entre o fotógrafo e as obras do escultor, ao mesmo tempo que revela inúmeras semelhanças nas suas formas de apreender a representação da realidade”. Fascinado desde jovem pelo trabalho e pela personalidade de Alberto Giacometti, Peter Lindbergh foi convidado, em 2017, a fotografar na Fundação Giacometti em Paris: “Se me perguntassem quais foram os cinco dias mais bonitos da minha vida, aquele com as esculturas de Giacometti seria certamente um dos primeiros três”. O resultado deu origem à exposição conjunta atualmente patente no MMIPO. Esta iniciativa “é também um tributo ao lendário fotógrafo de moda que morreu prematuramente em setembro de 2019 e que esteve totalmente envolvido no processo de trazer a exposição para o Porto”. António Tavares, Provedor da Misericórdia do Porto, detentora do MMIPO, realça: “esta exposição é a concretização de uma das últimas projeções de Peter Lindbergh, onde, aquando da sua visita ao Porto, procurou conhecer mais sobre a cidade, sobre nós, enfim, sobre o espaço e as gentes que iriam acolher esta exposição. Agora, num entorno tão peculiar, cabe-nos a nós cumprir este momento artístico, certos que a cidade e as nossas pessoas o irão saber celebrar e concretizar.” A mostra, com mais de 110 obras, detém-se nos detalhes, que seduziram a lente de Lindebergh: “Com forte ênfase em close-ups e impressões grandes, Lindbergh descobre, através da fotografia, aspetos das esculturas de Giacometti impossíveis de perceber a olho nu. Associando obras de diferentes períodos nas suas composições, o fotógrafo estabelece um diálogo através de períodos e estilos. Nesta exposição, o nosso olhar cruza-se entre as fotografias de um artista e as esculturas e desenhos de outro, dando-nos a oportunidade de descobrir a obra de Giacometti sob outro ângulo. Sob a lente da câmara de Lindbergh, as esculturas parecem tornar-se vivas, revelando os seus detalhes e texturas.”

Até 24 de setembro, no Museu da Misericórdia do Porto

Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Obras de Francis Bacon, na WOW

Depois do sucesso da exposição em Serralves, em 2003, Francis Bacon está de regresso ao Norte do país, desta vez através de uma exposição em Gaia, que inaugurou a Galeria WOW, no centro do quarteirão do projeto World Of Wine, situado na zona histórica de Vila Nova de Gaia. A mostra exibe “as obras gráficas emblemáticas de Francis Bacon”, que “revelam a expressividade pictórica com que ele redefiniu a arte figurativa do séc. XX, mas também mostram as tragédias pessoais dos seus últimos 40 anos de vida”. Francis Bacon nasceu em Dublin, em 1909, e morreu em Madrid, em 1992 Madrid), sendo considerado “um dos pintores mais preponderantes e perturbadores do século XX”. Reconhecido no período após a II Guerra Mundial, o pintor “ateu viu a imagética cristã ser o seu maior aliado e arma num percurso artístico em que este tema consegue ser traçado do seu primeiro ao último quadro”, como sublinha a nota informativa sobre a exposição. O artista “destacou-se por transformar compulsões inconscientes em formas figurativas e grotescas, revelando-se obcecado pelo horror da existência e vulnerabilidade do ser humano”. Bacon “pintava os seus amigos, um dos quais Lucian Freud”. Contudo, “preferia sempre pintar a partir das fotografias”, já que “a ausência do modelo permitia-lhe moldar e deformar com maior virtuosidade”.

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