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Gestão e Estratégia

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Estratégias de redução de custos adaptadas às necessidades e desafios únicos de cada cliente

A Expense Reduction Analysts analisa anualmente mais de 500 milhões de euros de despesas e gera, em média, poupanças entre 15% e 20%, dependendo do mercado e das rubricas de custos, o que tem um impacto muito significativo sobre o tecido empresarial dos países onde opera. Em Portugal estão a aumentar a notoriedade da marca, a reforçar a sua estrutura e a criar uma maior dinâmica na captação de novos clientes e alargamento do âmbito de atuação.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

Há 15 anos a consultoria internacional Expense Reduction Analysts (ERA), especializada na otimização de custos das empresas, entrou no mercado português. Ao longo deste período, desenvolveram mais de 900 projetos de redução de custos, analisaram mais de 215 milhões de euros em cerca de 120 empresas, e conseguiram uma poupança de 33 milhões de euros. A ERA internacional sentiu que existia potencial no mercado português para expandir o negócio e tratou de dotar a empresa com os recursos necessários para o conseguir. com o trabalho desenvolvido nos últimos anos, a operação portuguesa tornou-se uma referência global para a ERA, tendo sido distinguida por várias vezes. Para João costa, country manager da firma, o principal destaque dos últimos anos em Portugal é “o crescimento que temos sentido no negócio, não só porque alargámos a nossa base de clientes, como porque o âmbito do trabalho está a tornar-se cada vez mais abrangente, com mais categorias de custos em análise”.

ERA trabalha para grupos muito diversificados de empresas, porque, lembram, que “a preocupação com a gestão de custos aplica-se a qualquer setor”. No pós-pandemia verificaram uma procura crescente por parte dos clientes do setor do turismo, por exemplo, com muitas cadeias de hotéis e restaurantes a reabrirem e, em muitos casos, a precisarem de redesenhar partes das suas operações. “A mudança mais importante a que assistimos foi o facto de as empresas se terem apercebido da importância de analisarem em detalhe os seus

custos e de contarem com um parceiro especializado para melhorar a sua gestão”. tem notado, também, um interesse cada vez maior de empresas de maior dimensão. “Atualmente, devido às perturbações de mercado e à grande volatilidade nos preços que parecem estar “fora de controlo”, muitos clientes internacionais e nacionais procuram o nosso aconselhamento especializado em determinadas áreas, nomeadamente no que diz respeito a cadeias de fornecimento, logística internacional e energia”, sublinha. lembra que o acesso a matérias-primas, como o aço ou o plástico,” tornou-se um tema quente, mas a inflação tornou-se um problema em todas as áreas de custos, e somos capazes de acrescentar muito valor na grande maioria dos casos”, pontualiza.

Análise em profundidade da empresa cliente

Sobre os principais passos a seguir para reduzir os custos das empresas, João costa fala de um primeiro análise em profundidade da situação da empresa, para cada uma das categorias de custo englobadas no projeto. “Analisamos mais de 40 categorias de custos, como por exemplo energia, gestão de frota, transportes e material de embalagem. Em seguida, vamos procurar opções de poupança, com base nas interações com os fornecedores de cada uma das categorias e no conhecimento profundo e específico que temos de cada área. Apresentamos estas opções ao cliente que decide qual ou quais é que pretende implementar”, explica o responsável. Só depois dá-se início à sua implementação propriamente dita, em parceria com a equipa de gestão do cliente. “Em seguida, monitorizamos pormenorizadamente as poupanças reais obtidas apresentando relatórios de desempenho”, acrescenta.

João costa reconhece que ainda em muitas empresas a função de procurement tem muito pouco glamour e é pouco reconhecida. “Os cEO’s passam apenas uma ínfima parte do seu tempo com os fornecedores (há quem diga que é 1%). dado que as despesas com fornecedores – o trabalho de procurement– representam mais de metade do orçamento total de uma empresa típica, há aqui qualquer coisa que parece não fazer sentido”, reflete. considera que o cPO e a função de aprovisionamento são marginalizados porque o procurement é uma atividade empresarial profundamente mal compreendida. lembra também que a sua função não só controla mais de metade dos custos de uma empresa, como também determina a qualidade e sustentabilidade dos produtos e serviços de uma empresa. “Afeta a rapidez das operações de uma empresa. tem o potencial de transformar (ou anular) o espírito inovador de uma empresa. E pode proteger uma empresa de riscos ainda desconhecidos na cadeia de fornecimento”, sublinha. Por isso acredita que se os cEO utilizarem sabiamente a sua organização “podem fazer muito mais do que simplesmente conter os custos”. com toda esta transformação contínua que estamos a viver, “existe a oportunidade de alterar a forma como as empresas operam; quem colocar os fornecedores no centro das suas organizações e der poder aos responsáveis de compras para extrair o máximo valor dessas relações com os fornecedores, estará muito mais bem preparado para enfrentar os desafios que se avizinham” acrescenta. Observa que as organizações estão a colocar uma maior ênfase na confiança como um indicador-chave de desempenho e “esta deve ser vista como um ativo tangível, estratégico e crítico, dado o valor real e quantificável que pode trazer a uma organização. Os parceiros de negócios têm de confiar uns nos outros”.

Cadeias de abastecimento

No meio de uma crescente pressão financeira e a volatilidade dos mercados as cadeias de abastecimento estão a tornar-se mais estratégicas do que nunca e a redução de custos é uma prioridade. “O que nós fazemos na ERA é examinar as cadeias de valor de ponta a ponta e identificar alavancas para melhorar os custos e os controlos, agora, mais tarde e mais além. um fator-chave de sucesso é passar de reduções de custos pontuais para poupanças recorrentes e sustentáveis”, afirma o country manager. A rede de especialistas da ERA ajuda a criar estratégias de redução de custos que são adaptadas às necessidades e desafios únicos de cada cliente. “Ao tornar-se uma

extensão do seu negócio, somos capazes de ajudar a fornecer tempo e recursos adicionais, dando-lhe mais flexibilidade para alcançar os seus objetivos. com uma abordagem “no savings, no fees”, a nossa missão é construir uma parceria de confiança com o negócio de cada cliente, conduzindo a mudanças positivas e proporcionando poupanças de custos sustentáveis”. João costa reconhece que a indústria é o setor que mais procura os serviços da consultoria, sendo responsável por 40% da sua base de clientes. O retalho acumula mais de um quarto do total (22%), seguindo-se os setores dos serviços (16%), logística (7%) e saúde (4%). Em relação à distribuição dos clientes no território, o norte do país é a região que mais procura os serviços da ERA, uma vez que é um dos principais pólos industriais a nível nacional. Segue-se a região de lisboa, responsável por cerca de um terço da procura. “O tecido empresarial português é, sobretudo, dominado por pequenas e médias empresas, nas quais ainda existe alguma resistência face a processos de restruturação”, indica o responsável.

Passos a seguir

ERA conta com uma metodologia própria, desenvolvida e aperfeiçoada ao longo destes 30 anos. “As organizações, tal como as pessoas, são diferentes. A estratégia de acompanhamento depende sempre da dimensão da empresa, do volume de faturação e da indústria a qual pertence”, explica João costa. A estratégia é feita à medida, mas algumas diretrizes comuns passam por determinar métricas de redução de custos, consciencializar os colaboradores para a importância de serem parte deste esforço conjunto, fazendo do controlo de custos um pilar da filosofia da empresa, e envolver o topo da hierarquia. “Fazemos sempre uma análise do benefício potencial e esforço necessário por área de custo. tipicamente os custos centrais ou core das empresas já são alvo de uma análise e investimento de recursos e know-how significativos. Existem, no entanto, áreas que por falta de tempo, de competências internas ou de benchmark das melhores práticas de mercado, não são geridas com a mesma profundidade e o mesmo rigor que as áreas mais centrais. uma parte importante da otimização de custos pode vir da gestão aprofundada destas compras”, afirma costa.

A pensar no futuro, a ERA definiu um plano estratégico para Portugal há três anos que está a ser cumprido, “o qual passa pelo aumento da notoriedade da nossa marca, reforço da estrutura, maior dinâmica na captação de novos clientes e alargamento do âmbito de atuação”, sublinha João costa. No mercado nacional, a empresa conta com 13 partners executivos e uma equipa que já excede os 35 colaboradores. 

Dunany prepara investimento para duplicar a capacidade e já exporta 90% da sua produção

Em poucos anos, é já uma das grandes empresas exportadoras da região ribatejana, ao destinar cerca de 90% da sua produção para outros mercados. Depois de ter arrancado em 2020 com a confeção de refeições refrigeradas prontas em Samora Correia (concelho de Benavente), a Dunany Foods faz um balanço muito positivo da sua atividade em Portugal, que em breve irá ter novamente um forte impulso, com a ampliação da atual unidade industrial.

Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

Depois do seu arranque em janeiro de 2020, pouco antes de surgir a pandemia que mudou o mundo, a dunany acabou por conconclui o mesmo responsável. A empresa tem, assim, previsto realizar um novo investimento para aumentar a capacidade produtiva, e que deverá estar concluído no prócentrar todos os seus esforços nesta fase atribulada na procura de soluções e medidas para manter o seu crescimento. Efetivamente, a fábrica de Samora correia, que havia sido adquirida pela empresa espanhola no final de 2019, nunca fechou durante a pandemia e viu as suas vendas aumentarem progressivamente ao longo do ano, tal como outras empresas do setor agroalimentar em Portugal.

Segundo Xavier Pérez, um dos administradores da dunany Foods, a empresa atualmente conta já com “diversos clientes de grande dimensão em Portugal e Espanha – como a Sonae, a Auchan ou o lidl” – e espera “consolidar a base de clientes com o aumento da capacidade produtiva da fábrica, que hoje em dia é insuficiente para a procura que temos”, ximo ano. Xavier Pérez enquadra que depois de um pequeno aumento da área da fábrica em 2021, o novo investimento permitirá “duplicar a capacidade produtiva da unidade” fabril, para satisfazer os pedidos de clientes, não só em Portugal como também em Espanha, salienta ainda. O mesmo responsável adianta que “90% da produção é exportada para Espanha”, existindo atualmente pouca capacidade para expandir a clientela em Portugal. “Somos, assim, um dos grandes exportadores desta região [Ribatejo]”, conclui ainda Xavier Pérez, adiantando que a empresa em 2021 faturou “mais de cinco milhões de euros” e que este ano deverá crescer novamente a dois dígitos. Por outro lado, também a nível das compras das suas principais matérias-primas, a região ribatejana é privilegiada nas escolhas da dunany, que compra essencialmente em Portugal, para “garantir os produtos mais frescos e melhorar a eficiência da cadeia logística”, acrescenta o administrador.

Aumentos de preços afetam matérias-primas e custos energéticos

Por outro lado, a empresa tem trabalhado a pensar nos seus clientes e nos clientes finais, para minimizar o impacto dos aumentos de preços de vários itens que intervêm na sua atividade produtiva, seja desde as matérias-primas destinadas ao fabrico das refeições – desde carnes aos ovos, manteiga ou queijos– e que subiram em torno de “20 a 30%, em termos médios, no primeiro semestre do ano”, até aos custos energéticos– que são relevantes, tendo em conta as necessidades produtivas e ainda de refrigeração dos alimentos após o seu processamento, ou ainda os referentes aos combustíveis usados para o transporte aos clientes (gran-

des superfícies de base alimentar). Segundo Xavier Pérez, “é importante explicar aos clientes estes aumentos de custos e mostrar as medidas que a empresa está a adotar para minimizar o impacto dos mesmos”.

“Responsabilidade das empresas não repercutirem sobre os clientes todos os aumentos de custos”

No entanto, como frisa o mesmo gestor, a dunany tem feito um grande esforço interno para diminuir custos de exploração e melhorar a produtividade, ou ainda “apertar margens comerciais e encontrar eficiências a vários níveis, nomeadamente a nível energético, para diminuir o impacto junto dos consumidores” deste forte aumento de preços que afeta a atividade industrial. “Há uma responsabilidade das empresas em não repercutirem sobre os clientes todos os aumentos de custos, sobretudo nesta vertente dos produtos essenciais”, e que fazem parte da alimentação humana, considera Xavier Pérez.

Por outro lado, a dunany Foods aguarda de “maneira expectante as medidas dos Governos” para o apoio às empresas produtoras.

Quanto às novidades em termos dos produtos concebidos pela empresa, que “se distinguem de outras refeições prontas pela qualidade dos ingredientes”, Xavier Pérez adianta que além das refeições prontas refrigeradas que já coloca no mercado– como lasanhas de carne ou de bacalhau e risottos–, passará a confecionar diversas carnes assadas.

A unidade de Samora correia emprega 70 trabalhadores, número que deverá aproximar-se da centena no próximo ano, após a entrada em funcionamento da nova área produtiva. 

Apoio aos mais carenciados durante a pandemia

A empresa de Samora Correia esteve muito ativa no apoio aos mais carenciados e afetados pela pandemia, entre 2020 e 2022. Xavier Pérez refere que a Dunany Foods procedeu à doação regular de alimentos e refeições a várias entidades públicas, como os hospitais de Vila Franca de Xira e CUF Santarém, ou os bombeiros de Samora Correia. “Também enviámos alimentos para várias fundações de caridade, que estavam se sacrificando para ajudar os mais afetados durante a pandemia”, adiantou o mesmo responsável.

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