EM FAMÍLIA
QUEM ME ROUBOU DE MIM?
O QUE FAZER QUANDO VOCÊ MESMO SABOTA SEUS PLANOS E SE VITIMIZA? TALITA CASTELÃO
Ilustração: Adobe Stock
O
ano está apenas começando e com certeza você tem muitos planos e metas. A gente sempre espera que as coisas melhorem no aspecto financeiro, na área espiritual, nos relacionamentos, na saúde, no trabalho, nos estudos e na qualidade de vida. Aí o ano passa e, como tudo continuou mais ou menos do mesmo jeito, a gente fica com a sensação de ano perdido, como se alguém houvesse nos roubado de nós mesmos e de nossos projetos. Será possível fazer de 2019 um ano diferente? É importante planejar e saber aonde se quer chegar. Gosto de ir a casamentos e imaginar como os noivos pensam que sua vida será a partir daquele “sim”. Com certeza, eles pensam em mudanças boas. Mas também recebo casais no consultório que em menos de um ano de casamento se sentem completamente perdidos, como se tivessem sido roubados de si mesmos. Não se entendem e normalmente cada qual responsabiliza o outro pela mudança na vida, por não mais fazerem as coisas que gostavam de fazer antes do casamento, e assim por diante. É verdade que tanto na vida a dois como em outras situações muita coisa muda, mas às vezes muda demais. E muda tanto que nos perdemos no caminho e nos esquecemos de quem somos e do que gostamos. Quando desejamos realizar projetos, precisamos seguir algumas etapas. A primeira é definir exatamente uma meta alcançável, no prazo de tempo e com as possibilidades reais que se tem. É muito importante estabelecer prazos. Isso ajuda a não perder o foco e não ficar paralisado. A segunda coisa é saber que você é a pessoa que precisa cuidar do seu projeto. Não adianta ficar responsabilizando o outro pelas coisas que você deseja alcançar. Costumamos culpar as pessoas do entorno pela nossa procrastinação. Mas na grande maioria das vezes somos nós que nos acomodamos e não queremos pagar o preço de investir numa realização que dá trabalho. Por último, é preciso driblar as barreiras que aparecem e não desanimar na primeira dificuldade. Não é o seu pai, mãe ou cônjuge que lhe impede de fazer algo. Normalmente é você mesmo R e v i s t a A d ve n t i s t a // Março 2019
QUEM NÃO VIVE OS PROJETOS QUE IDEALIZA SIMPLESMENTE RESPIRA, MAS NÃO TEM VIDA
que se sabota e se vitimiza. Então, se não deu certo por um caminho, tente outro e outro, até chegar ao seu destino. Claro que no percurso você pode ter a interferência de alguém ou de algo. Porém, muitas vezes por conta de uma interferência, você deixa de fazer até o que poderia fazer sozinho e abandona todo o plano. Outro perigo mais grave ainda é abandonar a si mesmo. É ir deixando de se cuidar, de fazer as coisas de que se gosta e estar com as pessoas com quem se quer estar de verdade. Então, para evitar tudo isso, seja a prioridade na sua agenda. Muitos foram para tão longe de si mesmos que até acham estranha a ideia de gastar tempo consigo. Não se trata de egoísmo nem falta de empatia, mas é indubitavelmente um ato de sobrevivência. Pois quem não vive a própria vida e os projetos que idealiza simplesmente respira, mas não tem vida. Por isso, seja qual for a situação, dê um tempo para si. Faça uma lista de tudo que deseja realizar e não desanime. É fazendo as coisas de um jeito diferente que a gente alcança novos resultados. ] TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências
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