GUIA
COMO PRESERVAR A IMAGEM DA IGREJA
SAIBA O QUE FAZER QUANDO A NOSSA REPUTAÇÃO É AMEAÇADA MÁRCIO TONETTI
U
ma denominação do tamanho da Igreja Adventista, com tantos templos, escolas, clínicas, hospitais e projetos que envolvem milhares de pessoas, naturalmente está mais susceptível às crises. Por isso, além de mapear possíveis riscos e investir na prevenção, a liderança da denominação na América do Sul tem se preocupado em profissionalizar o processo de gerenciamento de situações que possam manchar a reputação da igreja e comprometer sua pregação. Veja a seguir como a igreja trabalha para atenuar o efeito das crises de imagem e resolver o problema.
o pastor do distrito (no caso dos membros de uma igreja local); ou para a liderança da sede administrativa mais próxima (no caso dos pastores distritais).
DECISÕES ESTRATÉGICAS
Hoje, alguns níveis administrativos da igreja
A NATUREZA DAS CRISES
fissional preparado para gerenciar cri-
contam com o Comitê de Gestão de Crise,
ses de imagem. No entanto, a postura
formado por representantes de várias áreas.
inicial de quem está no palco do pro-
Além de se reunir para discutir o assunto, ele
Diferentes situações
blema é determinante para que a si-
direciona as ações para o público externo e
podem desencadear crises de imagem
tuação seja administrada da melhor
interno. Esse grupo define o que será dito,
perante a opinião pública, desde um
forma possível e seja menor seu impacto
emite notas para a imprensa, monitora a
acidente na escola, a morte de alguém
nos meios de comunicação. A primeira
repercussão do caso, informa a administração
em um evento da igreja, um problema
ação, por exemplo, de um professor que
e prepara o porta-voz. Ali também se discute
administrativo ou mesmo um comentário
presenciou um acontecimento grave na
a necessidade de ações administrativas e
polêmico na web. Aliás, hoje muitas
escola deve ser reportar o problema à
jurídicas, se for o caso, bem como o atendi-
crises começam na internet e se espa-
pessoa certa. Por isso, é importante
mento às vítimas.
lham rapidamente pela rede, chegando,
estar bem informado e não pular eta-
muitas vezes, a virar notícia nos meios
pas. No olho do furacão, o desespero
de comunicação tradicionais. Em cada
e a falta de informação muitas vezes
caso, aspectos como o tipo de crise, a
levam a ações que podem piorar o caso.
mídia envolvida, o público alcançado
mento de uma crise não
levados em conta na hora de avaliar as ações da igreja em resposta ao ocorrido.
PÓS-CRISE
O processo de gerencia-
e o grau de repercussão precisam ser
acaba quando a imprensa
REAÇÕES
deixa de falar sobre o tema. Depois da tor-
Três formas equivo-
menta, é importante preparar relatórios,
e ética. Não adianta tentar “tapar o sol
cadas de reagir às
analisar o que funcionou e o que não fun-
com a peneira” nem “empurrar a sujeira
crises são: (1) tentar
cionou e propor mudanças na forma de agir
Mas em todas as circunstâncias é preciso agir com transparência, profissionalismo
para debaixo do tapete”.
resolver tudo sozinho; (2) menosprezar
nas crises seguintes.
Ilustrações: Adobe Stock
o problema ou ignorá-lo; e (3) reportar a situação à pessoa errada. A decisão mais aconselhável é encaminhar o caso
MÁRCIO TONETTI, editor associado da Revista
PRIMEIRA AÇÃO
primeiramente ao gestor imediato. Ou
Adventista, é jornalista e tem especialização
seja, para seu chefe, se você trabalha
em Comunicação Corporativa (com
Hoje a igreja conta
em uma escola, hospital, clínica ou
informações da Assessoria de Comunicação da
com um corpo pro-
qualquer outra instituição da igreja; para
Divisão Sul-Americana)
R e v i s t a A d ve n t i s t a // Março 2019
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