Adventist World Portuguese - December 2019

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O P R I M E I R O M I S S I O N Á R I O /// O F U N D A M E N T O D A F É /// C E L E B R A Ç Ã O D O N A T A L /// I N F L U Ê N C I A E S P I R I T U A L

Exemplar avulso: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50

DEZEMBRO 2019

LINHAGEM CELESTIAL SINTONIA COM DEUS

O NASCIMENTO DE CRISTO RESGATA NOSSA FILIAÇÃO DIVINA EM MEIO A TANTOS RUÍDOS, ENCONTRE A FREQUÊNCIA CERTA

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Editor(a)

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EDITORIAL

REPRESENTANTE DA NOVA HUMANIDADE, JESUS UNE O CÉU E A TERRA MARCOS DE BENEDICTO

No princípio, Deus; depois, a humanidade. Para quem examina os capítulos 1 e 2 de Gênesis com atenção, fica claro que o autor pintou dois painéis magníficos. O primeiro (Gn 1:1–2:3) apresenta um cenário transcendente e grandioso, destacando Deus e a perspectiva do Céu; o segundo (Gn 2:4-25) descreve um panorama mais imanente e intimista, enfatizando o ser humano e o ponto de vista da Terra. Avançando na história e no cânon bíblico, o que encontramos? O mesmo enquadramento teológico. No princípio, a Palavra; depois, a Palavra encarnada. Quem analisa o prólogo do evangelho de João em detalhe também percebe que o autor se inspirou no início de Gênesis e pintou dois quadros sublimes. O primeiro retrata o Filho como divino, na eternidade; o segundo descreve Cristo como humano, na história. “O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, declarou João (1:1). “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós”, ele acrescentou (v. 14). Ao falar desses dois aspectos, o escritor sagrado quis apresentar Jesus como o elo indissolúvel entre a humanidade e Deus, a Terra e o Céu, o passado e o futuro. Ele é Deus em forma humana. Sucessor de Adão, rei do planeta, Jesus veio como o Homem definitivo, o Herói da nova humanidade. Semente prometida, Descendente destinado a destruir o mal, descrito como Filho de Deus e Filho do Homem, Ele é o Conquistador que redimiu a raça.

TER O FILHO É TER A VIDA E PODER CELEBRAR O NATAL E TODOS OS DIAS DO ANO

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

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R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

No 1352

De

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Pu­bli­ca­çã

Órgão Ge­ral da Igre­j

“Aqui está a pa­ciê guar­dam os man­d

E­di­tor: Marcos De Bened

E­di­to­res As­so­cia­dos: Má

Conselho Consultivo: Ted Kalbermatter, Marlon Lop Marlinton Lopes, Mauríci Alan Caxeta e Stanley Ar

Projeto Gráfico: Eduardo Ilustração da Capa: Adob

Adventist World é uma sede mundial da Igrej mensalmente na África Áustria, Brasil, Core

Editor: Bill Knott Editores associados: Lae

Editores-assistentes: Sa Jordache, Wilona Karima Chun, Jae Man Park, Hyo Tradutora: Sonete Costa

Arte e Design: Types & S

Gerente Financeiro: Kim

Gerente Internacional de

Gerente de Operações: M

Conselheiros: Mark A. Fin

Comissão Administrativa Chun, Karnik Doukmetzia Lust, Ray Wahlen, Juan P

CA­SA PU­BLI

Edi­to­ra da Igre

Ro­do­via Es­ta­dual SP 127 Cai­xa Pos­tal 34; CEP 1827 Fone (15) 3205-8800 – Fa

SERVIÇO DE ATENDIMENT LIGUE GRÁTIS: 0800 9790 Segunda a quinta, das 8 Sexta, das 8h às 15h45 /

Diretor-Ge­ral: José Carlos

Diretor Financeiro: Uilson

Re­da­tor-Che­fe: Marcos D

Ge­ren­te de Produção: Re

Ge­ren­te de Ven­das: João

Chefe de Arte: Marcelo d

Não se devolvem origina

As versões bíblicas usad e a Nova Versão Internac

E­xem­plar avul­so: R$ 2,9

Nú­me­ros atra­sa­dos: Pre Foto: Adobe Stock

O REI

Embora seja Rei do Universo, Cristo é apresentado como Filho. Essa metáfora, que encerra um mistério que será objeto de estudo pela eternidade afora, se tornou ainda mais relevante no contexto da guerra cósmica entre o bem e o mal. Na condição de Filho, Ele foi atacado no Céu e na Terra, vencendo em ambos os territórios. Na compreensão de Ellen White, Lúcifer invejou e questionou a autoridade do Filho, não do Pai. “Foi por buscar exaltar-se acima do Filho de Deus que Satanás pecou no Céu” (O Desejado de Todas as Nações, p. 129). Lúcifer e seus anjos “­rebelaram-se contra a autoridade do Filho” (História da Redenção, p. 15). Não por acaso, em todos os principais momentos de Sua vida, Cristo foi definido e afirmado como o Filho de Deus: no nascimento (Lc 1:35), no batismo (Lc 3:22), na transfiguração (Lc 9:35), no julgamento (Lc 22:70) e na ressurreição (Rm 1:4). E esse Filho tem que ser exaltado. Porque é o C ­ riador. Porque é único. Porque amou até transformar a morte em vida. Embora o título “filho de Deus” fosse usado na antiguidade para designar governantes apontados pelos deuses, só há um verdadeiro Filho de Deus. Que Jesus é o novo Rei da humanidade, o qual veio para reconstituir/ corrigir a história de Adão e resgatar o domínio perdido pelo primeiro rei, está muito claro na narrativa escatológica da Bíblia. A questão é o que faremos em relação a Ele. Os “Seus” não O receberam, comenta João (1:11) com um toque de dramaticidade. Não ser aceito por estranhos é desagradável, mas não ser recebido pela própria família é trágico! Felizmente, muitos aceitaram o novo Rei na monarquia do coração e foram “feitos filhos de Deus” (v. 12). Você está entre eles? Ter o Filho é ter a vida (1Jo 5:12). E ter a vida, mais do que respirar oxigênio, é poder celebrar o Natal e todos os dias do ano e da eternidade.]

Todos os direitos reserva ou parcial, por qualquer do autor e da Editora.

Tiragem: 146.000


Dezembro 2019

Ano 114

www.revistaadventista.com.br

Publicação Mensal – ISSN 1981-1462 Órgão Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil “Aqui está a paciência dos santos: Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.” Apocalipse 14:12 Editor: Marcos De Benedicto Editores Associados: Márcio Tonetti e Wendel Lima Conselho Consultivo: Ted Wilson, Erton Köhler, Hiram Kalbermatter, Marlon Lopes, Alijofran Brandão, Leonino Santiago, Marlinton Lopes, Maurício Lima, Moisés Moacir da Silva, Sérgio Alan Caxeta e Stanley Arco

hite, utopor o de Céu” 129). cona da

Adventist World é uma publicação internacional produzida pela sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia e impressa mensalmente na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos e México v. 15, no 12 Editor: Bill Knott Editores associados: Lael Caesar, Gerald Klingbeil, Greg Scott Editores-assistentes: Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Costin Jordache, Wilona Karimabadi (Silver Spirng, EUA); Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo-Jun Kim (Seul, Coreia do Sul) Tradutora: Sonete Costa Arte e Design: Types & Symbols Gerente Financeiro: Kimberly Brown

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O Filho de Deus

Centro de gravidade

O incomparável Cristo

A vivência espiritual equilibrada é aquela que se centraliza em Jesus

O legado e o contexto da assembleia mundial de 1888

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Devemos celebrar o Natal?

Vá agora!

Influenciadores espirituais

A resposta de Ellen White pode surpreender alguns

Gerente Internacional de Publicação: Pyung Duk Chun Gerente de Operações: Merle Poirier

SUMÁRIO

12 Cristo é o modelo da nova humanidade

Projeto Gráfico: Eduardo Olszewski Ilustração da Capa: Adobe Stock

prinristo ilho ), no ação e na tem ador. ansra o o na naná um

O telefonema que precisava de uma resposta imediata

Cause um impacto positivo ao seu redor

Conselheiros: Mark A. Finley, John M. Fowler, E. Edward Zinke Comissão Administrativa: Si Young Kim, Bill Knott, Pyung Duk Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Yutaka Inada, German Lust, Ray Wahlen, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

umatuir/ gatar o rei, catoque eus” 1:11) Não adáópria

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34; CEP 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900

28 VIDA ADVENTISTA

38 SAÚDE

4 CANAL ABERTO

32 DEVOCIONAL

39 IGREJA

5 BÚSSOLA

33 BOA PERGUNTA

40 INSTITUCIONAL

34 NOVA GERAÇÃO

44 EM FAMÍLIA

35 PRIMEIROS PASSOS

46 MEMÓRIA

22 NISTO CREMOS

36 BEM-ESTAR

48 ESTANTE

24 VISÃO GLOBAL

37 INTERNACIONAL

50 ENFIM

O preço do conhecimento

A opinião de quem lê

Diretor-Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Uilson Garcia Redator-Chefe: Marcos De Benedicto

Luz sobre o passado

Chefe de Arte: Marcelo de Souza Não se devolvem originais, mesmo não publicados. As versões bíblicas usadas são a Nova Almeida Atualizada e a Nova Versão Internacional, salvo outra indicação. Exemplar avulso: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50 Números atrasados: Preço da última edição.

Tiragem: 146.000

Colheita ousada

Estou indo...

8 PAINEL

Datas, números, fatos, gente, internacional

A máquina do tempo

Presentes invisíveis

Minha justiça

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Templo pioneiro

Nada a temer

6 ENTREVISTA

Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra

Combate ao vício

Outro Jonas

O espírito do Natal

Gerente de Produção: Reisner Martins

Foto: Adobe Stock

2 EDITORIAL O Rei

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE LIGUE GRÁTIS: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h Sexta, das 8h às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

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Dez. 2019

No 1352

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Dormiram no Senhor Para começar bem o ano

Diagnóstico favorável

Salvação que restaura

Mulher submissa

Segurança alimentar

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CANAL ABERTO

BÚS

A reportagem de capa de novembro me saltou aos olhos porque tive o privilégio de servir num curto período na capelania hospitalar, mas por mais tempo como capelão escolar em internatos. Independentemente de credencial ou especialização acadêmica, Deus me abençou nesse ministério, sendo que algumas das milhares de pessoas que batizei no meu pastorado foram fruto da minha atuação como capelão. Creio que qualquer pessoa apaixonada pela conquista de vidas para Cristo também pode contribuir na capelania, seja oferecendo atendimento em hospitais, lares ou após tragédias naturais. Samuel Kettle / Sumaré (SP)

ZONA DE CONFORTO

O editorial de novembro ressaltou um ponto muito importante a respeito da experiência cristã: Deus é nosso Consolador. Realmente, a presença Dele nos enche de satisfação e consola. Porém, precisamos sempre relembrar que a missão nos impulsiona a sair da zona de conforto. Como diria o ditado: “A vida começa quando a zona de conforto acaba”. Creio que o conforto de Deus é apenas uma força que temos para continuar a árdua caminhada cristã até que Jesus volte. Adolfo Victor Tito Rojas / São Paulo (SP)

DOCUMENTO SOBRE ABORTO

Espero que esse documento seja lido com sabedoria e sensibilidade pelas lideranças e membros da igreja. Achei que o texto é bíblico, honesto e não procura inventar regras que não existem. Acima de tudo, essa declaração conclama a igreja a ser o que Deus idealizou: uma comunidade que revela Seu amor. Suellen Nicolau / Via Facebook

VENTOS DE DOUTRINA

A matéria de capa e o editorial de outubro mostram que o adventismo,

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em vez de temer as crises, aprendeu a encontrar nesses momentos difíceis um motivo para revisitar as bases bíblicas de sua fé. Enquanto alguns lamentam as crises, outros veem nelas a ruptura necessária para abertura de horizontes mais amplos. É no mar revolto que nosso Timoneiro demonstra toda a Sua habilidade. Marcos O. Schultz / Teófilo Otoni (MG)

SATURAÇÃO DO TEMA

artigos teológicos, orientações para a família, notícias e temas espirituais.

O RUGIDO DE DEUS

Pela primeira vez fiquei chocado com um título de uma matéria publicada por vocês. Trata-se da reportagem: “O rugido de Deus”, na edição de outubro. No meu entendimento, seres humanos não rugem; essa é uma habilidade de animais. Por isso, penso que a palavra “rugido” ficou muito inapropriada ao ser usada em relação a Deus. Roberval da Fonseca Leal / Sete Lagoas (MG)

Gosto muito da Revista Adventista e a tenho assinado por diversos anos. Porém, tenho ficado descontente com os temas abordados nos últimos meses. A parte nacional tem trazido muitas matérias que giram em torno de crises, dissidência e apostasia. Desculpe minha sinceridade, mas penso que vocês precisam repensar o rumo da revista.

A POLÍTICA DA RELIGIÃO

Juliana Coutinho Oliveira / Por e-mail

Gerson Pires de Araújo / Sobral (CE)

Obrigado pelo seu comentário! No fundo, nós também preferiríamos não ter que falar sobre temas relacionados a dissidentes, críticos e perfeccionistas, entre outras categorias. Infelizmente, essa é a realidade da igreja no momento. Nosso objetivo é apresentar uma revista equilibrada e que combine

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Sua crítica é bem-vinda, mas não tem fundamento bíblico. Primeiro, porque a Bíblia reserva a metáfora do leão monárquico para Deus, diferentemente do que ocorria no Antigo Oriente Próximo, em que reis humanos eram chamados de leões e retratados artisticamente como tais. Segundo, porque há várias passagens que atribuem rugido diretamente a Deus e à Sua voz, não só como símiles, mas como metáforas (ver Am 1:2; 3:8; Jr 25:30; Ap 5:5; 10:3). Com o uso dessa linguagem figurada, a intenção do autor foi destacar o poder e a grandiosidade da voz/revelação de Deus, que causa impacto e deve ser ouvida.

APR ERTO

Em virtude da greve dos correios, recebemos a revista de setembro somente no fim de outubro. Foi muito oportuno o artigo “A política da religião”, do pastor Marcos De Benedicto, pois serve de preparo da igreja para o cumprimento da profecia de Apocalipse 13. Louvado seja Deus por fazer da Revista Adventista uma fonte de alimento espiritual!

Expresse sua opinião. Escreva para ra@cpb.com.br. ou envie sua carta para Revista Adventista, caixa postal 34, CEP 18270-970, Tatuí, SP.

Os comentários publicados não representam necessariamente o pensamento da revista e podem ser editados por questão de clareza ou espaço.

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A PRESENÇA QUE FAZ DIFERENÇA

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BÚSSOLA

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O ESPÍRITO DO NATAL

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APROVEITE CADA OPORTUNIDADE DO FIM DO ANO PARA COMPARTILHAR JESUS ERTON KÖHLER

Foto: Adobe Stock

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O NATAL NÃO EXISTE PARA A SATISFAÇÃO PESSOAL, MAS PARA A ADORAÇÃO A DEUS

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Natal é uma das ocasiões mais esperadas e felizes do ano. Mas há um grupo de pessoas que têm encontrado apenas razão para conflito e sofrimento por insistir numa interpretação equivocada de sua comemoração. Essas pessoas acreditam na importância do nascimento de Cristo, mas não aceitam a escolha do dia 25 de dezembro. Há muitas evidências de que Jesus não nasceu nessa data, especialmente porque esse é um período frio na região da Judeia e os pastores não teriam passado a noite ao lado de seus rebanhos, como aconteceu na anunciação (Lc 2:8-20). A data verdadeira tem sido buscada há séculos e deu origem a muitos estudos e teorias. O mais provável é que 25 de dezembro tenha relação com o aniversário do deus Sol, celebrado pelo mitraísmo. Nos dias do imperador romano Aureliano, quando foi oficializada a adoração ao Sol Invictus, muitos cristãos identificavam Jesus como o “Sol da Justiça” (Ml 4:2) e adotaram a mesma data para o Natal. No entanto, isso não impede a celebração. Não consideramos o Natal um dia santo e muito menos dedicado à adoração de um ídolo ou divindade pagã. É tão-somente uma oportunidade para recordar o nascimento do Salvador a quem aceitamos, adoramos, seguimos e esperamos receber em breve nas nuvens do

céu. O mais importante é o sentimento em relação a Jesus. Ellen White escreveu: “Conquanto não saibamos o dia exato do nascimento de Cristo, queremos honrar esse acontecimento sagrado. Não permita Deus que alguém seja tão curto de vistas que passe por alto esse acontecimento por haver incerteza a respeito do tempo exato” (Este Dia com Deus, p. 377). Não podemos gastar tempo e energia discutindo a data enquanto deixamos o real motivo da celebração perder seu significado para as tradições seculares e o materialismo. Duas simples sugestões podem ajudar a mudar essa situação.

▪ Priorize o verdadeiro Aniversariante. No livro Christmas Is Not Your Birthday [O Natal Não é o Seu Aniversário] (Abingdon, 2011), que comprei no ano passado, Mike Slaughter faz uma reflexão contundente sobre o verdadeiro significado do Natal e analisa a incoerência de celebrarmos o aniversário de Jesus, mas comprarmos presentes e fazermos festas para nós mesmos. Toda a sedução da mídia aponta nessa direção, estimulando festas mais elaboradas, presentes mais caros e maiores expectativas nas crianças. O objetivo é valorizar os interesses pessoais e excluir Jesus de Seu legítimo papel como o centro da celebração. Presentes mais simples e celebrações mais modestas são importantes para resgatar o espírito natalino e colocar os olhos no Salvador. Também ajudam no uso fiel dos recursos e na compreensão de que há uma razão maior para mudar o valor dos presentes. ▪ Entregue um presente de segunda mão. Sei que ninguém gosta de receber presentes “reciclados”, daqueles que você ganha e depois repassa. Por mais que pareça falta de consideração, aproveite este Natal para entregar o que você recebeu, não pode guardar e sabe que abençoará a vida de familiares e amigos. Estou sugerindo que você ofereça Jesus de presente, transformando sua celebração numa oportunidade de salvação. Você pode fazer isso substituindo o cartão de Natal pelo livro missionário A Maior Esperança. Pode ainda organizar uma comemoração mais espiritual, que apresente Jesus a seus amigos, ou convidar sua comunidade para um programa especial na igreja. Aproveite o Mutirão de Natal para oferecer mais do que alimentos e roupas. Decida, com sua família e amigos, oferecer algo especial às pessoas carentes e não uns aos outros. ] ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

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ENTREVISTA

N AT H A N BRO W N

Gilbert Valentine

Depois de retratar W. W. Prescott para a Série dos Pioneiros Adventistas, nos últimos dez anos o doutor Gilbert Valentine se dedicou a um projeto ainda mais ousado: a biografia de John N. Andrews. O resultado foi um livro de 728 páginas, publicado pela Pacific Press em 2018. Nesta entrevista, concedida originalmente ao site da Adventist Record (bit.ly/33ltnS7), revista da igreja na Austrália, e reproduzida aqui de maneira resumida, ele revela detalhes de sua exaustiva investigação e discute a relevância da pesquisa histórica para a igreja.

LUZ SOBRE O PASSADO AUTOR DE NOVA BIOGRAFIA DE JOHN ANDREWS FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE ENTENDERMOS DE MANEIRA MAIS AMPLA E CONTEXTUALIZADA A HISTÓRIA DA IGREJA

O que chamou sua atenção em John N. Andrews? Um dos aspectos que me impressionaram foi como Andrews vivenciou a iminência do advento, como isso concentrou nitidamente seu senso de dever em tudo o que fazia, mas também gerou um sentimento permanente de culpa de que ele nunca havia feito o suficiente.

Parece haver um ânimo renovado entre os historiadores adventistas. O que motivou esse fenômeno? Em tempos recentes, uma grande quantidade de material novo se tornou acessível ao historiador adventista, e algumas cartas que antes eram consideradas reveladoras, ou sensíveis demais para os pesquisadores, agora também estão disponíveis. Além disso, nossas editoras hoje estão mais dispostas a publicar os resultados de estudos que contam a história de nossa igreja de modo a desafiar a compreensão tradicional do nosso 6

Qual foi a sua descoberta mais surpreendente? Talvez as ideias mais reveladoras tenham sido sobre Ellen e Tiago White como colegas próximos de Andrews. Ver Tiago White lutando com o que parece ter sido um transtorno de humor bipolar, conforme sugiro no livro, é esclarecedor. Além disso, foi possível compreender melhor suas lutas e a razão de a pioneira ter vivenciado períodos de depressão, à medida que seu esposo se tornou cada vez mais disfuncional, em resultado de sucessivos derrames. Andrews é frequentemente elogiado como o primeiro missionário adventista estrangeiro, mas

parece que seu trabalho duro e seus melhores esforços tiveram pouco sucesso. Ele morreu na Suíça com uma sensação de fracasso. Os líderes da igreja na década de 1870 acreditavam que poderiam simplesmente pegar o que chamavam de “modelo americano” de evangelismo, colocá-lo para funcionar na Europa e ser bemsucedidos. Nesse período, a igreja fez pouca ou nenhuma análise do impacto do choque cultural e das dificuldades de comunicação intercultural. Andrews ajudou a denominação a aprender a fazer a missão como ele próprio havia aprendido. Qual é a contribuição mais significativa dele para o adventismo? Embora esteja um pouco desatualizado, o trabalho de Andrews sobre a história do sábado foi uma contribuição notável. Ele foi pioneiro em ensinar sobre o valor das “notas de rodapé” e da cuidadosa pesquisa histórica na busca e defesa da verdade. Por que a história de nossos pioneiros é tão importante? A história não se resume a eventos e datas, guerras e descobertas. É sobre pessoas e feita por pessoas. Mas do que qualquer outra coisa, biografias podem contar nossa história com mais detalhes, revelando quem éramos e quem somos. ] R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

Foto: Andrews University

passado, que às vezes se mostra incompleta. Isso pode nos ajudar a preencher lacunas, corrigir mitos e mal-entendidos, abrir perspectivas mais amplas sobre fenômenos complexos e revelar nossos antepassados de novas maneiras.


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Foto: Andrews University

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Você não pode controlar sua idade nem seu perfil genético, mas pode controlar suas escolhas relacionadas ao estilo de vida, a melhor defesa que temos contra o mal de Alzheimer.

Dean Sherzai e Ayesha Sherzai, casal de médicos que atuam como codiretores do programa de prevenção de Saúde Cerebral e Alzheimer da Universidade de Loma Linda (EUA), no site da instituição (leia mais em: bit.ly/32QQmnD)

Pela primeira vez em 63 anos de existência, o ministério norte-americano It Is Written (Está Escrito) funcionará em sede própria. Inaugurada no dia 22 de novembro em Collegedale, Tennessee (EUA), a nova estrutura levou dois anos para ser construída. O espaço de 3,8 mil metros quadrados conta com escritórios, estúdios e depósitos.

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A rede de ensino adventista na América do Sul terá uma nova identidade visual. O logo ficou mais moderno, mas o significado e a identidade da marca foram mantidos. No ambiente digital, as mudanças serão imediatas. Porém, no caso dos uniformes, o prazo para readequação será de três anos, e no caso das fachadas, de cinco anos.

30,6 mil

Pelo terceiro ano, o Centro Médico e o Hospital Infantil da Universidade de Loma Linda foram reconhecidos nacionalmente pela implementação de um padrão elevado de atendimento a adultos e crianças que sofreram parada cardíaca ou AVC. Em 2019, eles receberam troféus em quatro categorias do prestigiado “Get With The Guidelines”, prêmio concedido pela American ­Heart Association e a American Stroke Association.

universitários estudam, atualmente, nas 12 instituições de ensino superior adventistas espalhadas pela América do Sul.

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13.000 pessoas

se reuniram no CCM Kirumba Stadium, em Mwanza (Tanzânia), no dia 21 de setembro, para celebrar os 49 anos do Clube de Desbravadores no país. A programação foi marcada pelo batismo de cem integrantes do clube. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

Fotos: Renata Paes / Gustavo Leighton / Jéssica Guidolin / Alonso Dávila

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Fotos: Matt Disbro-ItIsWrittenMinistries / Gustavo Leighton / Adventist Review / Loma Linda University Health

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Fotos: Renata Paes / Gustavo Leighton / Jéssica Guidolin / Alonso Dávila

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Fotos: Matt Disbro-ItIsWrittenMinistries / Gustavo Leighton / Adventist Review / Loma Linda University Health

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A programação da emissora adventista agora está disponível em sinal aberto para cerca de 7 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana da capital mineira. No dia 3 de novembro, mais de mil pessoas se reuniram no Centro Adventista de Treinamento e Recreação (CATRE) de Belo Horizonte para comemorar o início das transmissões por meio do canal 39. A programação foi marcada pelo batismo de três pessoas que conheceram a mensagem adventista por meio da TV Novo Tempo.

Realizado no Centro Adventista de Treinamento e Recreação (CATRE), em Santa Catarina, nos dias 15 a 18 de novembro, o encontro do 1o Encontro Mundial do AMM (Adventist Motorcycle Ministry) reuniu 600 integrantes do Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Bolívia, Hungria, África do Sul e Estados Unidos. Entre os que vieram ao Brasil esteve Juan García, um dos fundadores desse ministério, que há cerca de 12 anos tem incentivado a missão sobre duas rodas.

40 ANOS DA FADBA ATUALIZAÇÃO DO APLICATIVO Lançado em 2018, o app 7me tem diversas funcionalidades. Por meio da ferramenta, o usuário pode ter acesso a seus dados cadastrados na secretaria da igreja, solicitar transferência de congregação, bem como efetuar doação de ofertas e devolução de dízimos. A novidade é que agora o aplicativo também funcionará interligado com a Escola Sabatina, proporcionando aos alunos maior discrição no registro da presença e envolvimento nas atividades da classe. Os líderes terão à disposição formas mais eficientes para gerenciar as informações do departamento.

Cerca de 4 mil pessoas, entre funcionários, colaboradores de todas as épocas, alunos e ex-alunos da Faculdade Adventista da Bahia (Fadba), se reuniram em Cachoeira (BA), no fim de outubro, para celebrar a data. Um dos destaques da programação foi a inauguração da Praça da Bíblia e a montagem de um espaço com a linha do tempo da instituição, que servirá de protótipo para o museu previsto para ser aberto em 2020. Conhecido inicialmente como Instituto Adventista de Ensino do Nordeste (IAENE), o internato baiano começou oferecendo educação básica, mas hoje disponibiliza doze cursos de graduação, mais de 30 opções de pós-graduação (nas modalidades presencial e a distância), mestrado em Teologia e caminha para se estabelecer como centro universitário. 9

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GENTE

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ELEIÇÕES

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De Flávio André Nunes dos Santos, que deixa a função de tesoureiro da União NorteBrasileira para dirigir a Superbom. Graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em gestão financeira, ele substituirá Adamir Alberto, que passa a atuar na Adventist Risk Management (ARM) como assistente de gerenciamento de riscos.

Do pastor Maurício Lima como presidente da União Central Brasileira (sede administrativa adventista para o estado de São Paulo), em substituição ao pastor Domingos Sousa, que permaneceu por 16 anos na função.

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BODAS DE OURO (50 ANOS) De Aramis Galego e Cleusa Galego, em cerimônia realizada pelo pastor Paulo Dresh na Igreja Adventista do Portão, em Curitiba (PR). Adventistas desde 1969, eles têm quatro filhos e sete netos.

Do pastor Hiram Kalbermatter, que liderava a igreja na Bolívia, como presidente da União Sudeste Brasileira, sede da denominação para Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Ele substitui o pastor Maurício Lima.

Mais de 2,5 bilhões de pessoas

ajudaram um estranho na última década, segundo a edição comemorativa do CAF World Giving Index. No entanto, a disposição para doar recursos e tempo vem apresentando tendência de queda, de acordo com o levantamento que avaliou o índice de generosidade de 143 países. 10

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De Ilza Maciel Camilio e Elizeo Camilio da Silva, em cerimônia realizada pelo pastor Alexandre de Souza no salão de atos do Unasp, campus Hortolândia (SP). O casal, que serviu à igreja durante muitos anos e hoje está aposentado, tem dois filhos e dois netos.

D ATA 14 E 15 DE DEZEMBRO

Culto de gratidão e formatura da centésima turma de pastores que se graduarão na Faculdade de Teologia (FAT) do Unasp, campus Engenheiro Coelho. O grupo é formado por 67 brasileiros, um peruano e um africano de Cabo Verde. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

Com

Fotos: divulgação / Adventist Review

Do pastor José Hadson Gomes de Araújo como secretário executivo da União Noroeste Brasileira (Unob). Ele substitui o pastor Waldony Fiuza, que passou a presidir a igreja na região central do Amazonas.

Durante 45 anos, o enfermeiro Dexter Emoto, da Universidade de Saúde de Loma Linda, nos Estados Unidos, já doou centenas de litros de sangue. Por essa razão, uma empresa de assistência médica global especializada em tecnologias para infusão, transfusão e nutrição clínica o colocou no “Hall da Fama da Doação”, no início de novembro. Considerado um dos maiores doadores de sangue do oeste dos Estados Unidos, Emoto já beneficiou cerca de 1,5 mil pacientes com esse gesto de solidariedade.

Fotos: Anne Seixas / arquivo pessoal

De Rogério Sousa como diretor financeiro da sede administrativa da Igreja Adventista para o Pará, Amapá e Maranhão (União NorteBrasileira). Ele era tesoureiro do escritório administrativo da denominação para o estado de Goiás.

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INTERNACIONAL

DOCUMENTÁRIO

A vida de Radim Passer é uma história de sucesso, mas também de transformação. Depois da conversão, ele passou a dedicar seu dinheiro e tempo para pregar a mensagem adventista e apoiar projetos assistenciais. O milionário e filantropo tcheco é o personagem do documentário intitulado Radim’d: Rags, Riches and Redemption. Com duração de uma hora, a produção foi gravada em Praga, capital da República Tcheca, pela equipe da Adventist Review e será disponibilizada no seguinte endereço: artvnow.com.

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Do pastor e administrador Robert Kloosterhuis, no dia 3 de novembro, aos 87 anos, na Flórida (EUA). Antes de exercer a função de vice-presidente na sede mundial adventista por 15 anos (1985-2000), ele foi o primeiro presidente da Divisão ÁfricaOceano Índico em Abidjan, na Costa do Marfim, território administrativo que deu origem à atual Divisão Centro-Oeste Africana. Além disso, liderou a Associação de Illinois e presidiu o Seminário Adventista Franco-Haitiano. Após a aposentadoria, o norteamericano, filho de holandeses, continuou colaborando com as missões mundiais. Conhecido por ser alguém à frente do seu tempo, o pastor Kloosterhuis foi também um ousado evangelista. Certa vez, em um ano, levou mais de 3 mil pessoas ao batismo no Haiti. Ele deixa a esposa, Ruth, e os dois filhos, David e Robert.

5.000 é o número de “embaixadores espirituais”, grupo que envolve funcionários de um dos principais hospitais adventistas da Flórida (EUA), o AdventHealth Orlando, e outros voluntários que, desde 2002, oferecem apoio espiritual aos pacientes e seus familiares.

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venezuelos já foram atendidos pela ADRA sul-americana por meio de 51 projetos, em seis países do continente.

milio pelo salão olângreja apotos.

476.807

Número de membros que abandonaram a igreja na América Central nos últimos quatro anos e meio.

Como uma igreja construída inteiramente em torno da geografia responderá a uma época em que as comunidades não geográficas são a norma? Como uma igreja que é quase inteiramente dirigida pelo texto se comunicará em uma época em que o símbolo é dominante? O que a religião da encarnação tem a dizer Fotos: divulgação / Adventist Review

a uma cultura que relativiza o corpo humano? Fotos: Anne Seixas / arquivo pessoal

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NOTA DE FALECIMENTO

Andrew Graystone, produtor e locutor da BBC, em uma palestra no Newbold College (Inglaterra), em outubro, sobre os efeitos e dilemas éticos da era digital

Ma do par com

Colaboradores: Andrews University News, Ann Muder, Anne Seixas, Cassandra Wagner, Cassie Matchim Hernández, Gerllany Amorim,

Heather Jackson, Helen Pearson, Janna Quetz, Jefferson Paradello, Jéssica Guidolin, João Cândido Martins, Lake Union Conference, Loma Linda University Health, Márcio Tonetti, Northern Tanzania Union Conference, Paulo Lopes, Penny Brink, Rebecca Denis, Trisney Bocala, Vanessa Arba e Wendel Lima

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O NATAL É UM BOM MOMENTO PARA VISLUMBRARMOS O MAGNÍFICO PROPÓSITO DE DEUS PARA A HUMANIDADE NA FIGURA DE CRISTO Adriani Milli

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ma das experiências mais marcantes da vida é o nascimento de um filho ou filha. Presenciamos, de forma palpável, o milagre encantador da criação divina. Mas o espetáculo de sua chegada não termina com o nascimento. Pela graça de Deus, o impacto continua na transformação que a presença desse filho ou filha exerce, abrindo novos e belos horizontes para a família. Em essência, a chegada de um filho significa nova vida não apenas para aquele que nasceu, mas também para aqueles que o recebem. Ao celebrarmos o Natal, nos lembramos do nascimento mais especial do mundo. O nascimento do Filho de Deus não foi uma experiência singular apenas para o lar de José e Maria; ele mudou profundamente a realidade da família humana. Obviamente, o Filho já existia antes de Seu nascimento na cidade de Belém. Em Sua existência eterna, Ele agiu na criação e sustentação de todas as coisas (Jo 1:1-3; 1Co 8:6; Cl 1:16, 17; Hb 1:2, 3). Mas Seu nascimento terrestre marca o início de uma nova criação, no qual o eterno Filho de Deus Se fez carne (Jo 1:14) para participar da família humana e transformá-la em família de Deus. Nessa perspectiva do nascimento do Filho de Deus, é instrutivo observar como a linguagem de filiação divina é utilizada na Bíblia para pessoas dos tempos do Antigo Testamento. O CONCEITO DE FILIAÇÃO A noção de filiação divina aparece na Bíblia para pessoas dos tempos do Antigo Testamento, especialmente com referência a Adão, o povo de Israel e o rei davídico. A genealogia de Jesus no evangelho de Lucas é particularmente interessante. Diferente da sequência geneaológica de descendência empregada pelo evangelho de Mateus, que se inicia com Abraão e termina com Jesus Cristo (Mt 1:2-16), a genealogia de Lucas segue uma sequência de ascendência, que se inicia com Jesus e termina com Deus (Lc 3:23-37). É interessante notar que, no fim dessa sequência genealógica, Adão é chamado de “filho de Deus” (Lc 3:38). Além de Adão, na sequência da história do povo de Deus, o A EXPRESSÃO “FILHO povo de Israel é coletivamente DE DEUS” APLICADA A considerado filho de Deus. Ao ser chamado por Deus para liderar a JESUS REVELA QUE EM saída do povo de Israel do Egito, Moisés foi divinamente instruCRISTO DEUS CUMPRE ído para dizer a faraó: “Assim SEUS IDEAIS PARA A diz o Senhor: Israel é Meu filho, Meu primogênito. Digo-te, pois: HUMANIDADE COMO deixa ir Meu filho, para que Me sirva; mas, se recursares deixá-lo UM TODO ir, eis que matarei teu filho, teu primogênito” (Êx 4:22, 23). Note

que há aqui uma comparação entre o filho de Deus, Israel, com o filho de faraó. Nessa comparação, a posição de primazia é retratada pela linguagem de primogênito. Israel não é considerado primogênito de Deus porque nasceu primeiro que outros povos, mas porque ele tem posição de primazia sobre outros povos. Biblicamente, essa primazia não se expressa no sentido de ser melhor ou superior aos outros (Dt 7:6-8), mas no sentido de ser um canal escolhido para abençoar os outros (Gn 12:1-3). De fato, essa linguagem de filiação divina para o povo de Israel é reforçada em Oseias 11:1: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho.” Avançando do momento histórico da saída do Egito para a constituição de Israel como uma nação em seu próprio território, encontramos a linguagem de filho de Deus no contexto da aliança divina com a monarquia davídica. No belo texto que retrata a aliança de Deus com Davi, o Senhor promete um reino eterno para a monarquia davídica: “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao Meu nome, e Eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele Me será por filho” (2Sm 7:12-14). No contexto dessa aliança divina, o rei de Israel é chamado de filho de Deus. É interessante notar que esse conceito marca a linguagem dos salmos de entronização do rei messiânico. No Salmo 2, por exemplo, a entronização ou constituição do rei é descrita pela linguagem metafórica da geração do filho de Deus: “Eu, porém, constituí o Meu Rei sobre o Meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele Me disse: Tu és Meu Filho, Eu, hoje, Te gerei” (Sl 2:6, 7). Curiosamente, o Salmo 89 comenta a aliança que Deus fez com Davi para estabelecer o seu “trono de geração em geração” (vs. 3, 4), ecoando as palavras de filiação encontradas em 2 Samuel 7:12-14: “Ele Me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação. Fálo-ei, por isso, Meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra” (Sl 89:26, 27). Mais uma vez, por meio da linguagem da filiação divina, o estabelecimento do rei é descrito no sentido de Deus fazendo dele o Seu filho primogênito, o rei que tem primazia. Embora a Bíblia utilize a linguagem de filiação divina para diferentes pessoas, em diferentes momentos históricos, essas referências podem ser combinadas em um conceito comum, ao identificarmos a noção de personalidade corporativa. O filho de Deus é tanto o povo de maneira coletiva 13

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SÍMBOLO DA COLETIVIDADE Quando a Bíblia chama Jesus de Filho de Deus, isso não diz respeito apenas à Sua condição de Cristo encarnado, mas também à Sua condição divina entre as pessoas da Trindade. No pensamento bíblico, falar de Deus Filho e de Deus Pai não implica uma hierarquia intrínseca da Divindade, em que o Pai seria superior e o Filho inferior, mas uma igualdade. De acordo com João 5:18, os líderes judaicos queriam matar Jesus porque Ele “dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Eles corretamente entenderam as implicações das declarações de Jesus (Ele é Deus), mas, por não aceitarem Sua divindade, eles equivocadamente consideraram a linguagem de filiação divina como blasfêmia. Contudo, além do significado essencialmente divino da linguagem de filiação como vemos no evangelho de João, boa parte das 14

referências bíblicas a Jesus como Filho de Deus diz respeito ao Cristo encarnado no contexto da salvação da humanidade, e é nesse sentido que as informações sobre a filiação divina nos tempos do Antigo Testamento e a ideia representativa de personalidade coletiva se tornam úteis para nós. Em primeiro lugar, Jesus representa Israel. No evangelho de Mateus, a fuga de Jesus para o Egito e o Seu retorno de lá são interpretados à luz de uma declaração de Oseias 11:1: “Do Egito chamei o Meu filho” (Mt 1:15). Por ocasião de Seu batismo, Jesus é chamado de filho de Deus (Mt 3:17) e logo na sequência da narrativa essa afirmação de filiação será questionada na tentação do deserto (“Se és Filho de Deus”, Mt 4:3, 5). Além do período de 40 dias de privação de Jesus no deserto (Mt 4:1) ecoar o período de 40 anos de Israel no deserto, que foi ameaçado pelo risco das privações características da vida no deserto, todas as três respostas de Jesus ao tentador citam versos de Deuteronômio (8:3; 6:16, 13) que tratam da experiência de Israel no deserto e ensinam a importância de Israel confiar em Deus, vivendo em completa dependência Dele em meio aos desafios e provações da vida. Como Filho de Deus, Jesus é o novo Israel que passa pelo deserto e sai vencedor, afirmando Sua filiação divina por meio de Sua completa dependência do Pai. Em segundo lugar, Jesus é o rei messiânico davídico. Essa ênfase é clara desde o início dos evangelhos. Visto que Jesus é o Filho de Davi (Mt 1:1), os sábios do oriente vão adorar o novo rei que acaba de nascer, e Herodes toma medidas drásticas para não perder o trono (Mt 2). Na explicação do nascimento de Jesus que o anjo Gabriel oferece R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

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quanto o líder que o representa. Em outras palavras, a figura do rei é, em certo sentido, a corporificação individual da coletividade que ele representa. Note que nas recomendações divinas para os reis de Israel em Deuteronômio 17:14-20 há uma preocupação com o perigo de ensoberbecimento do rei. Por isso, as advertências para que “o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos” (Dt 17:20). Em seu comprometimento com Deus, o rei não deveria se esquecer de que ele pertence a um povo e o representa. Esse princípio de representação coletiva também pode ser identificado na figura de Adão. Aqui não temos apenas a representação de um líder em relação a uma nação específica, como no caso do rei de Israel, mas a representatividade do primeiro ser humano em relação à coletividade da humanidade. Embora Adão não seja explicitamente chamado de rei em Gênesis, a linguagem de domínio é bastante sugestiva. No relato da criação do homem e da mulher, é enfatizada a ideia de que eles são criados à imagem e semelhança de Deus. Essa ideia é bastante ampla, incluindo entre outros aspectos, a capacidade derivada de ter domínio sobre o resto da criação (Gn 1:26-28). Um dos exemplos desse domínio foi a atividade de Adão ao nomear os animais (Gn 2:19, 20), o que demonstra autoridade. Esse conceito de domínio da criação parece ser ecoado no Salmo 8, em que o ser humano é coroado com glória e honra (Sl 8:5). Uma comparação entre esse salmo e o relato da criação em Gênesis sugere que o ser humano foi criado com o propósito de reinar sobre a criação, e esse reinado se inicia na figura representativa da coletividade humana em Adão. Nos escritos paulinos, a ideia da CRISTO SENTE PRAZER EM representatividade coletiva de Adão se torna bastante explíNOS TRANSFORMAR cita (Rm 5:14; 1Co 15:22, 45). Ao desenvolver o tema do pecado, EM FILHOS DE DEUS o apóstolo Paulo ressalta que “em Adão todos morreram” (1Co 15:22). Essas informações sobre a filiação divina nos tempos do Antigo Testamento e a ideia de personalidade coletiva constituem o pano de fundo necessário para a nossa compreensão do nascimento de Jesus Cristo e Sua identidade como o Filho de Deus encarnado.

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Além do novo Israel, Jesus é também o novo Adão. Essa ideia é trabalhada com profundidade pelo apóstolo Paulo em Romanos 5:12-20 e 1 Coríntios 15:20-28, 45-49, textos que falam do primeiro Adão e de Cristo como o segundo ou “último Adão” (1Co 15:45). Assim como em Adão a humanidade veio à morte, em Cristo a humanidade recebe a vida (1Co 15:22).

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a Maria, ele salienta que o Filho que irá nascer “será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, Lhe dará o trono de Davi, Seu pai; Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o Seu reinado não terá fim” (Lc 1:32, 33). Em Romanos 1:1-4, o apóstolo Paulo enfatiza o clímax da concretização dessa promessa messiânica davídica em relação à ressurreição de Jesus, sendo “designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos” (Rm 1:4). Curiosamente, Atos 13:33 e Hebreus 1:5 aplicam o salmo de entronização real, que afirma “Tu és Meu filho, Eu, hoje, Te gerei” (Sl 2:7), no contexto da ressurreição e ascensão de Cristo ao Ele Se assentar à direita do Pai no trono celestial (Hb 1:3, 5-13; At 2:32-35). De fato, Hebreus (1:5, 6) afirma esse cumprimento em Cristo ao relacionar várias passagens davídicas do Antigo Testamento (2Sm 7:14; Sl 2:7; 89:27). Finalmente, Jesus é o novo Adão. É curioso notar que, enquanto Hebreus 1 afirma o reinado de Cristo à luz de muitas referências ao reino messiânico davídico, Hebreus 2 fala da coroação de Cristo (Hb 2:8, 9) à luz da referência do Salmo 8:4-6 à coroação da humanidade na criação (Hb 2:6-8), vista especialmente na afirmação do domínio de Adão na narrativa da criação em Gênesis 1 e 2. Se o relato da tentação no evangelho de Mateus enfatiza Jesus como Israel passando vitoriosamente pelas tentações de desconfiança de Deus no deserto, esse mesmo relato no evangelho de Lucas tem conotações adâmicas. Diferentemente da sequência narrativa de Mateus, em que a experiência no deserto vem logo após o batismo de Jesus, o evangelho de Lucas insere entre o relato do batismo e da tentação a genealogia de Jesus, que termina com “Adão, filho de Deus” (Lc 3:38). É com esse tom adâmico que somos introduzidos à leitura da tentação em Lucas 4. Assim, além de ecos da experiência de Israel no relato da tentação de Jesus, temos também ecos da experiência de Adão. Onde Israel e Adão falharam ao vacilarem na sua dependência de Deus, Jesus venceu por Sua total confiança no Pai e dependência Dele.

A FAMÍLIA DE DEUS Ao compreendermos a linguagem de “Filho de Deus” aplicada ao Cristo encarnado à luz da noção de filiação de Israel, do rei davídico e de Adão, percebemos que em Jesus Deus cumpre Seus­ ideais para a humanidade como um todo. Ao olharmos para o Filho de Deus, vislumbramos o cumprimento do plano de Deus para o ser humano. Mas, além desse vislumbre magnífico, temos a oportunidade de nos tornarmos filhos de Deus por meio do Filho (1Jo 3:1, 2). É nessa perspectiva que o apóstolo Paulo interpreta o nascimento de Jesus em Gálatas 4:5: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Esse foi e ­continua sendo o propósito divino para a humanidade. Deus “nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo” (Ef 1:5). A linguagem de adoção é utilizada em Paulo porque, antes de Cristo em nossa vida, somos “filhos da desobediência” neste mundo pecaminoso e, “por natureza, filhos da ira” (Ef 2:2, 3). Nesse sentido, é o Filho quem nos faz filhos, isto é, nos faz “herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo” (Rm 8:17). Embora Cristo seja o Filho de Deus em um sentido singular e incomparável (Jo 3:16; Hb 1:1-4), Ele sente prazer em nos transformar em filhos de Deus. Na linguagem de Hebreus 2:10-12, “Ele não Se envergonha de lhes chamar irmãos” ao conduzir “muitos filhos à glória”. Neste Natal, ao pensarmos no nascimento do Filho de Deus, temos a oportunidade de vislumbrar o magnífico propósito de Deus para a humanidade na figura de Cristo Jesus. Esse propósito precisa ser real em nossa vida, na medida em que o Filho nos transforma em filhos. Assim, o Natal deve ser não apenas a celebração do nascimento do Filho de Deus na forma humana, mas também a celebração e oportunidade de nosso novo nascimento como filhos na família de Deus, por meio do Filho. ] ADRIANI MILLI, doutor em Teologia Sistemática pela Universidade Andrews (EUA), é professor e coordenador do curso de Teologia do Unasp, em Engenheiro Coelho (SP)

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AINDA QUE VOCÊ SEJA EMPURRADO PARA VÁRIAS DIREÇÕES, NÃO SE ESQUEÇA DE QUE SEU PONTO DE EQUILÍBRIO É CRISTO

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la esticou o braço, empurrou o brinquedo e riu. O brinquedo merece o nome que tem: João Bobo. Ele é redondo, pesado na parte de baixo e, não importa quão forte você o empurre, ele se move para frente e para trás até centralizar-se outra vez. Em alguns momentos, a vida se parece com o movimento desse brinquedo, porque perdemos o equilíbrio ao sermos empurrados em várias direções. Com regularidade, é importante lembrar qual é o nosso centro de gravidade, aquele ponto fixo com base no qual todas as coisas alcançam equilíbrio. O centro de gravidade dos cristãos é Cristo. Quando Ele está no centro, nossa vida é equilibrada. Porém, se a teoria é simples, a prática nem tanto.

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VIVER O CRISTIANISMO É FUNDAMENTALMENTE UMA QUESTÃO DE COMPANHEIRISMO COM DEUS

COMPANHEIRISMO COM DEUS Às vezes reduzimos nossa caminhada de fé ao cumprimento de uma lista de regras. Sim, a obediência é importante. Adão e Eva descobriram isso por meio da dor. No entanto, não somos salvos pela obediência; somos salvos pelo que Jesus fez por nós. Ele não morreu para Si mesmo e sim pela humanidade. E é por isso que obedecemos a Ele por amor. É imprescindível perceber essa diferença. Viver o cristianismo é fundamentalmente uma questão de companheirismo com Deus. Um relacionamento cujo centro de gravidade é o amor. Um amor tão maravilhoso e abrangente que transforma nosso ser. Nesse processo, o egoísmo deixa de ser nossa força motivadora, dando lugar a um companheirismo com Deus e nosso próximo. Evidentemente existem regras, mas elas existem para nos orientar a viver esse novo estilo de vida.

MOEDA INCALCULÁVEL WATSON MBIRIRI

Quando vejo um banco comercial, muitas vezes penso no santuário. Como instituição financeira, o banco é parte integral da estrutura das economias modernas. É o centro nevrálgico das transações comerciais. No coração de todas essas transações está o princípio contábil da dupla entrada. O valor que entra numa conta saiu de alguma outra conta. O mesmo princípio rege o serviço do santuário, “instituição” que é o centro universal das transações salvíficas. Imagine Adão e Eva no Éden. Eles se tornaram culpados. Mergulharam a cabeça na vergonha e no medo. Por esse ato de desobediência ao seu Criador, contraíram uma dívida que eles e sua posteridade jamais poderiam pagar. A misericórdia se interpôs, prometendo-lhes que Alguém viria pagar o que era impagável (Gn 3:15). Podemos pensar nessa promessa como um cheque prédatado assinado pela Divindade em favor da humanidade, que seria descontado somente no Calvário. No entanto, até a cruz, o cheque devia ser mantido diante de Israel por meio dos símbolos dos serviços do santuário. Os pecadores que, a qualquer momento, compareciam ali com um saldo devedor e reconhecendo seu fracasso espiritual recebiam um crédito imediato que saía da conta do Cordeiro (Jo 1:29; Mt 1:21). Ao aceitá-Lo hoje, reconhecemos nossa falência. Ao nos receber, Ele credita Sua justiça em nossa conta e debita dela nossa injustiça. Nosso saldo devedor Foto: Marcelo Moreira

é pago pelo saldo credor Dele. Na transação da salvação, Jesus é a moeda de valor eterno. Por isso, pergunto: qual é o saldo da sua conta? ]

WATSON MBIRIRI, PhD em Antigo Testamento, trabalha em Harare, no Zimbábue, África

VIDA ÍNTEGRA O amor de Cristo precisa permear cada aspecto de nosso ser: pensamentos, atitudes, crenças e relacionamentos. Simplificando, devemos viver de modo íntegro e justo, tendo Jesus como modelo. Essa não é uma opção fácil, pois requer atitudes que sempre estão fora de moda, porque contrariam nossa natureza pecaminosa: humildade, pureza, honestidade, imparcialidade, coragem, perdão e resistência. De fato, o amor de Cristo age em nós, transformandonos no melhor ser humano possível; entretanto, essa mudança não é instantânea, mas obra de uma vida. O que ocorre é que todos os dias acontecem coisas que tentam nos afastar de Cristo, nosso centro de gravidade. Sejam pequenas irritações, como ficar preso no trânsito; ou eventos trágicos, como o diagnóstico de uma doença séria ou a perda de alguém querido. Essas circunstâncias têm o potencial de nos fazer esquecer que o amor e a bondade de Deus são o centro gravitacional do Universo. A experiência nos ensina que, não importa quantas vezes caiamos ou falhemos, se mantivermos os olhos em Cristo, Seu amor continuará a nos puxar de volta para um relacionamento restaurador com Ele. Contudo, Ele nos atrai e restaura por meio de hábitos relacionais, como a oração e o estudo da Bíblia. SENSO DE COMUNIDADE Embora professemos amor por Cristo, muitas vezes nosso comportamento pode ser tudo, menos uma demonstração de amor por aqueles que se assentam ao nosso lado nos bancos da igreja. Todos já expressamos o pior da nossa natureza ou testemunhamos isso vindo de alguém. As mesmas virtudes que buscamos desenvolver individualmente devem encontrar sua expressão coletiva na igreja. O que aconteceria se ouvíssemos com atenção o que os outros dizem? E se refletíssemos antes de agir ou responder? O que aconteceria se demonstrássemos humildade genuína, colocando os outros em 17

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HIST primeiro lugar? E se tivéssemos a coragem de confrontar nossas falhas e as dos outros como Cristo faria? Há mais ou menos 25 anos, eu me envolvi num grande projeto literário. Nos estágios iniciais desse processo, foi necessário reunir mais de 80 escritores ao longo de três semanas. Vindo de várias partes do mundo e de diversas culturas, o que vimos ali foi a soma de expectativas e habilidades diferentes. A tarefa dificílima de coordenar essa equipe foi confiada à falecida Patricia Habada. Era enorme a chance de aquele projeto ter naufragado. Parecia que Pat nunca se aborrecia com alguém. Porém, vimos que ela era alguém normal quando, na metade daquele período de reuniões, ela parou próximo ao grupo no qual eu estava para descarregar sua frustração com um dos líderes do processo. No entanto, no dia seguinte, ficamos chocados quando ela reuniu o grupo e o líder que ela havia criticado para pedir desculpas públicas a ele. Ela explicou como e por que havia se ressentido e se comportado como um cristão não deveria fazer. Ao demonstrar respeito por todos, Pat ilustrou o que é viver centrada em Cristo no contexto da comunidade local.

PLANO PERFEITO

PERSPECTIVA GLOBAL A maneira de nos relacionarmos com as pessoas diariamente e em nossa igreja local também tem que ver com nossa postura em relação à denominação em nível global. Nos últimos nove anos, tenho sido privilegiado em servir à Igreja Adventista na Divisão Transeuropeia, participando assim também dos processos decisórios da sede mundial da igreja. É fácil ignorar o fato de que o adventismo é um movimento global e se surpreender com a complexidade de lidar com uma igreja mundial. Nossa denominação está relacionada com inúmeros idiomas, culturas e sistemas políticos e econômicos. Por causa dessa diversidade de costumes e expectativas, não é difícil imaginar que existam ruídos de comunicação e atritos em nossas reuniões internacionais. Isso é inevitável, pois até os apóstolos Paulo e Pedro se desentenderam. Os líderes são humanos. Contudo, com base em minha experiência, percebo que os líderes de nossa igreja têm sido homens e mulheres justos. A maioria coloca a vontade e os propósitos de Deus acima dos sentimentos e interesses pessoais. Eles trabalham e oram pela unidade e demonstram respeito uns pelos outros. Os enormes desafios globais para o avanço da

em Baraton, no Quênia

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MARTHA MAMBO

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Mamãe havia tricotado um lindo suéter para minha irmãzinha Rhonda. Era uma peça exclusiva, um belo trabalho artístico. Olhar para ele me comunicava aconchego e calor. Era simplesmente adorável! O suéter de Rhonda não era do tipo para ser usado “todos os dias”, mas reservado para o sábado e ocasiões especiais. Certo dia, não encontramos essa peça de roupa e procuramos por ela durante vários dias, com tristeza e sem sucesso. Se minha mãe tivesse encontrado o suéter com alguém, estava

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disposta até mesmo a comprá-lo. Numa escala muito maior, talvez Deus tenha sentido algo semelhante quando a humanidade, a peça central da criação, fugiu de Seus braços. Longe Dele, Adão e Eva ficariam vulneráveis e enfrentariam consequências de sua decisão (Rm 6:23). Por isso, Ele colocou em execução o plano de reconciliação que havia elaborado. Enquanto o inimigo de Deus, Satanás, comemorava por ter roubado o futuro da humanidade, o Senhor chorava a perda da Sua obra-prima.

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O plano devia ser executado. A lei que previa as consequências do pecado ainda estava em vigor. Sem derramamento de sangue não haveria perdão (Hb 9:22). A lógica era a seguinte: os pecadores transferiam seus pecados para um cordeiro inocente. O animal morria. Os pecadores eram perdoados e justificados pelo sangue do cordeiro. Cada pecador trazia seu próprio animal, a fim de que seus pecados e de sua família fossem perdoados. Deus também enviou Seu cordeiro, como se Ele também tivesse pecado. O Filho de Deus tomou nossos pecados sobre Si para que não experimentássemos a morte

eterna. Assim, Deus comprou de volta Sua obra prima (Jo 19:30; 2Co 5:21). ] MARTHA MAMBO é professora na Universidade do Leste da África,

AUDREY ANDERSSON, natural da Irlanda, é o secretário executivo da Divisão Transeuropeia e vive em St. Albans, no Reino Unido

PARA SABER MAIS Virtuous Minds: Intellectual Character Development (InterVarsity, 2013), de Philip E. Dow “Virtuous thinking”, de Frank M. Hasel, na Adventist Review, de 5 de janeiro de 2018

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Foto: Minneapolis, Minnesota, U.S.A., 1885 – Library of Congress, Geography and Map Division

mensagem adventista neste mundo confuso e mau só poderão ser enfrentados mediante o apoio das orações diárias dos membros pelos líderes de sua igreja. Para todos os que desejam viver como Cristo, Jesus deixou uma ordem bem clara: amem uns aos outros como Eu os amei, pois assim todos saberão que vocês são Meus discípulos (Jo 13:34, 35). ]

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Revis


HISTÓRIA DA IGREJA

O incomparável Cristo

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AS DISCUSSÕES EM TORNO DO EVANGELHO E DA LEI NA ASSEMBLEIA DE 1888 PODEM SER MAIS BEM ENTENDIDAS À LUZ DOS EMBATES INTERNOS E EXTERNOS DA IGREJA

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DENIS KAISER

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assembleia mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia realizada em 1888, na cidade de Mineápolis (EUA), permanece como um paradigma para muitos outros desafios na história da denominação. No embate entre Ellet J. Waggoner, jovem editor da revista Signs of the Times (Sinais dos Tempos), e George I. Butler, então presidente da sede mundial da igreja, a respeito da natureza da lei em Gálatas 3:24 e 25, podemos refletir acerca das personalidades humanas, resolução de conflitos e como se dá a salvação. A dinâmica desse embate se repete muitas vezes ainda hoje.

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Foto: Minneapolis, Minnesota, U.S.A., 1885 – Library of Congress, Geography and Map Division

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evangelho, mas um ataque apaixonado contra o legalismo adventista da época e as dúvidas, medos e incertezas que decorrem naturalmente dele. Essas mensagens da pioneira foram publicadas na Review and Herald de 4 de março a 22 de julho de 1884. Aquilo que alguns entenderam que seria uma “nova luz” defendida por Waggoner e Jones, Ellen White defendeu cinco anos antes da assembleia de 1888, como um contraponto à dificuldade de pastores e membros entenderem e compartilharem os “encantos incomparáveis de Cristo”.

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DIFERENTES VISÕES SOBRE A LEI Desde 1846, os adventistas têm proclamado as três mensagens angélicas, enfatizando que, no tempo do fim, o povo de Deus guarda os mandamentos e tem a fé de Jesus (Ap 14:6-12). No entanto, apesar de ter existido entre eles um consenso a respeito da perpetuidade da lei, houve divergência sobre o papel dos mandamentos no processo da salvação. Por exemplo, enquanto José Bates considerava a obediência um pré-requisito para a aceitação do evangelho (A Seal of the Living God: A Hundred Forty-four Thousand, of the Servants of God Being Sealed in 1849, p. 60-66), Tiago White enfatizava que arrependimento, perdão e obediência só eram possíveis por meio da aceitação do evangelho (The Present Truth, agosto de 1849, p. 16). Durante a década de 1850, as interpretações sobre a natureza da lei em Gálatas 3 estabeleceram a base das discussões da década de 1880. Vários escritores adventistas, como J. N. Andrews, argumentaram que Gálatas 3 apresentava a lei moral (os Dez Mandamentos) como um espelho para os pecadores, o qual mostrava a eles que precisavam

NOVA TEOLOGIA? Alguns consideram aquela reunião de 1888 um momento decisivo na história do adventismo, no qual os adventistas se tornaram verdadeiramente cristãos. Como não há atas dessa assembleia, o que facilitaria muito entender o que foi discutido ali, algumas pessoas estudaram os escritos de Waggoner e seu associado A. T. Jones, a fim de reconstituir esse capítulo da nossa história. Pouco depois da assembleia, quando perguntaram a Ellen White o que a pioneira achava da “nova luz” apresentada por aqueles jovens ministros, ela respondeu que nos 45 anos anteriores à reunião ela vinha apresentando os “inigualáveis encantos de Cristo” (Manuscrito 5, 1889, em Sermons and Talks, v. 1, p. 116, 117). Na visão de Ellen White, aquela mensagem não era uma nova teologia. Na assembleia mundial de 1883, por exemplo, ela havia pregado 14 sermões, que não eram apenas uma apresentação clara do

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de um Salvador (Review and Herald, 16 de setembro de 1851, p. 29, e Thoughts on the Sabbath, and the Perpetuity of the Law of God, p. 22, 25). Essa comparação da lei a um espelho era parecida com a argumentação de muitos protestantes, que, diferentemente dos adventistas, sustentavam que Gálatas 3 falava sobre a abolição dos mandamentos. Em contraponto aos protestantes, Stephen Pierce se posicionou enfaticamente, afirmando que Paulo tratou da abolição da lei cerimonial e não da moral (Review and Herald, 8 de outubro de 1857, p. 180, 181). A argumentação dele se tornou a posição vigente no adventismo nas três décadas seguintes. De fato, ao longo do tempo, os pastores adventistas se tornaram especialistas em debater com os ministros protestantes sobre as crenças distintivas da denominação. Pelo fato de conhecerem bem a Bíblia, os pastores adventistas costumavam ganhar esses debates que valorizavam mais as peculiaridades do adventismo do que suas semelhanças com o cristianismo. Esses enfrentamentos geraram conversões entre os observadores dos debates; porém, é provável que os que abraçaram a fé adventista por meio desse método entenderam que a salvação se dava por guardar o dia certo e por fazer as coisas de maneira correta. A DÉCADA DE 1880 Desde 1884, Waggoner e Jones ensinavam na revista Signs of the Times e na antiga Faculdade de H ­ ealdsburg (atual Pacific Union College) a inicial interpretação adventista a respeito da lei em Gálatas 3: que há distinção entre as funções da lei cerimonial e moral, e que a segunda é que leva o ser humano a Cristo. Contudo, a década de 1880

VIDA ETERNA POR MEIO DELE HANA GREENFIELD

não foi o momento ideal para apresentar essa interpretação aos adventistas. O contexto religioso e político dos anos 1880 era de pressão de grupos protestantes para a promulgação e imposição de uma lei dominical em nível nacional nos Estados Unidos. Muitos cristãos da época viam esse movimento como um esforço de resgate da moralidade norte-americana. Segundo Woodrow W. Whidden, quando o cardeal James Gibbons usou sua influência para apoiar uma legislação desse tipo, muitos adventistas acreditaram que as profecias de Apocalipse 13, que tratam da marca da besta e da perseguição religiosa, estavam prestes a se cumprirem (E. J. Waggoner: From the Physician of Good News to Agent of Division [Review and Herald], p. 92-94). Pelo fato de a interpretação de Waggoner sobre a lei em Gálatas se parecer muito com a visão geral dos protestantes da época, pode-se entender por que Butler se opôs à “nova” interpretação de Waggoner, considerando-a um desvio e equívoco. Em razão de enxergar a posição de Pierce sobre Gálatas 3, publicada em 1857, como um marco doutrinário, Butler sentiu que precisava lidar com o assunto. Primeiro, ele pediu o apoio de Ellen White, para que a pioneira compartilhasse uma carta que ela havia escrito 30 anos antes para o pai de Waggoner. Ellen White respondeu que não sabia onde estava a carta e que, ainda que soubesse, não teria dado para Butler. Nessa correspondência, a profetisa aconselhava Waggoner pai a não causar agitação pública sobre o assunto da lei. Butler entendeu que essa recusa era a justificativa para que ele publicasse o livro The Law in the Book of Galatians [A Lei no Livro de Gálatas], em

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Jesus comparou a morte ao sono (Jo 11:11; Mc 5:39), durante o qual o morto nada sabe (Ec 9:5). Essa linda filha de Deus estava dormindo. Sua vida de dor, provações e desafios intransponíveis era agora definida como alegria, propósito, perdão, comemoração e

Já era tarde da noite quando o telefone tocou. Ela havia partido.

amor. Embora o pecado leve a humanidade à morte (Rm 6:23), Deus

Foi inesperado, muito triste e definitivo. Corremos para sua casa a

promete vida eterna aos que creem em Jesus (Jo 3:16).

LA

WA

fim de reunir a família. Entrei no quarto silencioso onde ela estava

Cantamos o hino preferido dela, “Bendita Segurança” (HASD, 240),

Qu

deitada, como se dormisse. Toquei seu rosto ainda quente. Suas mãos

ao lado da sua sepultura. Pensei no inexplicável amor de Deus, que

no

estavam entrelaçadas num descanso sereno. Estar assim tão perto

enviou Jesus à cruz, à sepultura e para fora da tumba. Esse amor

“se

da morte era surreal e triste. Um sentimento se instalou como uma

permanece conosco na vida e na morte e torna possível a eternidade.

fog

nuvem escura, pesada e espessa, matizada de arrependimentos,

Quando a melodia do hino silenciou, gentilmente coloquei um único

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roubando toda a alegria e ofuscando a esperança.

lírio branco sobre aquele monte de terra e sussurrei: “Mana, nos

Je

O corpo dela descansava em casa e os amigos e familiares a visi-

vemos quando Jesus voltar!” ]

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taram prestando sua derradeira homenagem. Durante uma semana, foi catártico o luto que se instalou ao redor do seu caixão. Ouvimos

HANA GREENFIELD mora em Auckland, na Nova Zelândia, com seu esposo

Cri

histórias sobre sua vida de fé, e Deus transformou numa grande

e cinco filhos. Ela estuda aconselhamento familiar e mantém um blog

or

esperança nossa sensação de fatalidade.

sobre relacionamentos, cura e discipulado

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1886. Nessa obra, que ele divulgou entre os delegados da assembleia mundial da igreja no mesmo ano, Butler se opunha às ideias de Waggoner. Ele concluiu que sua visão era correta quando D. M. Canright, importante pastor adventista da época, aparentemente havia se tornado “vítima” da interpretação de Waggoner, ao rejeitar a perpetuidade da lei, dois meses após a assembleia de 1886. Para desgosto de Butler, Ellen White o repreendeu pela sua postura e disse que seria justo que Waggoner também tivesse a chance de explicar a própria posição. Waggoner fez isso em 1888 por meio do livro The Gospel in the Book of Galatians: A Review [O Evangelho no Livro de Gálatas: Uma Revisão]. Por fim, na assembleia de Mineápolis foi concedida a Waggoner e a Jones a oportunidade de apresentar seu ponto de vista a respeito da lei em Gálatas. Butler, que não pôde comparecer à reunião devido a uma doença, preparou seus aliados para se oporem àquela suposta heresia. Ellen White viu que o verdadeiro problema do encontro não era tanto a divergência teológica, mas o espírito irreconciliável e hostil dos aliados de Butler. Aquela atitude “não era o espírito de Cristo” (Carta 50, 1889, em The Ellen G. White 1888 Materials, v. 1, p. 295). No ano seguinte, a pioneira escreveria que a mensagem pregada pelos dois jovens pastores havia revelado a “preciosa compreensão” sobre a justiça de Cristo “imputada a nós não devido a qualquer mérito de nossa parte, mas como um dom gratuito de Deus”. Ela argumentou que Satanás não queria que aquela interpretação fosse apresentada, pois, caso os adventistas a aceitassem, o poder do diabo seria vencido (Review and Herald, 3 de setembro de 1889, p. 546).

CERIMONIAL E MORAL Muitas vezes não conseguimos pensar além dos parâmetros apresentados por alguém no início de uma discussão. Frequentemente, esses próprios parâmetros formam uma falsa dicotomia. Isso ocorre porque, quando nos apaixonamos por um tema, podemos não reconhecer a futilidade do debate. Por muitos anos, os pastores adventistas viram somente duas interpretações oposPARA ELLEN tas a respeito do papel da lei em Gálatas WHITE, A FÉ EM 3, e entendiam que havia uma distinção JESUS É A CONFIANÇA entre os códigos cerimonial e moral. ConDE QUE ELE TEM A tudo, mais de uma década depois de 1888, HABILIDADE DE NOS Ellen White fez um comentário que lançou SALVAR AMPLA, nova luz sobre o tema. Ela observou que “o COMPLETA professor que nos leva a Cristo” é “tanto E INTEIRAMENTE o código cerimonial quanto o moral dos Dez Mandamentos” (Manuscrito 87, 1900, disponível em Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 233). Enquanto a lei moral mostra que somos pecadores e necessitados de um Salvador, a cerimonial explica como e por meio de quem Deus Se livra do problema do pecado. Pouco tempo depois da assembleia de 1888, Ellen White escreveu que os adventistas haviam pregado sobre “os mandamentos de Deus”, mas o mesmo não havia ocorrido a respeito da “fé de Jesus”. Os adventistas até falavam acerca da fé, porém não a compreendiam. Afinal, o que é a fé em Jesus? Ellen White responde: Trata-se da “fé na habilidade de Cristo para nos salvar ampla, completa e inteiramente” (Manuscrito 24, 1888, disponível em Manuscript Releases, v. 12, p. 193). ] DENIS KAISER, PhD, é professor-assistente de História da Igreja na Universidade Andrews (EUA)

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No fim dos mil anos, a Nova Jerusalém descerá do Céu, e Satanás,

LADO A LADO COM JESUS

então liberto de sua prisão circunstancial, convencerá a multidão de ímpios ressuscitados de que ele, não Cristo, é o legítimo príncipe deste

WALTER STEGER

mundo. Segundo Ellen White, naquele momento, Cristo aparecerá

0),

Quando pensamos na doutrina do milênio (Ap 20), costumam vir à

acima de Seus inimigos, sentado num trono, cercado por súditos

ue

nossa mente frases como “poço sem fundo”, “Satanás acorrentado”,

de todos os tempos e receberá a coroação final como Filho de Deus

or

“segunda ressurreição”, “Deus e Magogue”, “julgamento” e “lago de

(O Grande Conflito, p. 665, 666).

de.

fogo”. Na verdade, podemos até dar um estudo bíblico completo sobre

Talvez nossa visão acerca do milênio esteja muito centrada

co

o milênio sem sequer mencionar Cristo. Onde então encontramos

na desolação do planeta e no julgamento dos ímpios. Melhor

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Jesus no ensino bíblico sobre os mil anos?

seria concentrar nossa atenção no fato de que viveremos mil

oso

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Apesar de geralmente passar despercebido, um dos principais aspectos dessa verdade é que o povo de Deus viverá e reinará com

anos no Céu com Cristo, nosso Salvador e Rei. E certamente nada superará isso. ]

Cristo por mil anos (Ap 20:4). De fato, o relato sobre o milênio descreve o reinado de Cristo no Céu, em preparação para o estabelecimento

WALTER STEGER é pastor e editor de livros e revistas na Associación Casa

do Seu reino eterno sobre a Terra renovada.

Editora Sudamericana, na Argentina

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NISTO CREMOS

O Minha justiça O PROCESSO DA SALVAÇÃO ENVOLVE ACEITAR O QUE DEUS FEZ POR NÓS E TORNAR-SE MAIS SEMELHANTE A CRISTO

A foi i Sua obra mort N faze poss E co meio notíc é um

JUSTIÇA E MISERICÓRDIA O plano da salvação inclui três elementos: justificação, santificação e glorificação. Após a queda de Adão e Eva, Deus teve três escolhas. Primeira: Ele poderia ter deixado que morressem. Isso seria justiça sem misericórdia. Segunda: Poderia simplesmente tê-los perdoado. O que seria misericórdia sem justiça. Contudo, pelo fato de Deus não ser apenas justo, mas também misericordioso, Ele escolheu o terceiro caminho: combinar justiça e misericórdia. Ao condenar os pecadores à morte, Deus é justiça. Ao morrer a morte deles na pessoa de Jesus, Deus é misericórdia. Cristo morreu pela humanidade a fim de que todos os Seus filhos pudessem viver (Jo 3:16). Essa é a boa-nova! Deus não vem a nós com exigências, mas com um presente: o dom do perdão, também chamado de justificação (Fé e Obras, p. 103). Fé é a mão com a qual aceitamos esse presente. Fé é o recurso escolhido por Deus para nos creditar a justiça de Cristo, ou seja, Sua perfeição, vida sem pecado e morte substitutiva.

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Foto: Geetanjal Khanna

GERHARD PFANDL

texto de Romanos 3:28 é chave para a compreensão da carta que Paulo enviou aos cristãos da capital do império: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” Embora a palavra “somente” não se encontre no texto grego, conforme Martinho Lutero colocou em sua tradução dessa passagem para o alemão, teologicamente a ideia do acréscimo é correta. Para Lutero, justificação ou o princípio de sola fide (somente pela fé) era o próprio evangelho. Penso que também deveria ser para nós. Se a igreja não pregar essa mensagem, falhará em sua missão. Em 1889, Ellen White escreveu: “Nem um em cem entende [...] a verdade bíblica sobre este assunto, tão necessário ao nosso bem-estar presente e eterno” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 360). O que a pioneira diria de nós hoje?

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HUM Isso nada temo luta som cuid “um nos Deu men (Ap alice entr A cruz sem statu Poré nós, pelo Deu

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Assim, quando digo que a justiça de Cristo foi imputada a nós, quero comunicar que: (1) Sua vida é considerada nossa vida; (2) Suas boas obras são consideradas nossas obras; e (3) Sua morte é considerada como se fosse nossa morte. Nesse processo, existe algo que precisamos fazer? Sim, temos apenas que aceitar. Não é possível acrescentar nada à justiça de Cristo. E como se aceita esse inigualável presente? Por meio de arrependimento e confissão (1Jo 1:9). A notícia maravilhosa é que até o arrependimento é uma obra de Deus em nós (Rm 2:4). CRISTO E A LEI Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). Portanto, “Deus tornou pecado por nós Aquele que não tinha pecado, para que Nele nos tornássemos justiça de Deus” (2Co 5:21). Qual é a justiça de Deus? Sua vida correta, porque Ele é perfeito (Mt 5:48). Consequentemente, apenas a obediência perfeita da lei é aceitável a Deus. O ponto é que nenhum ser humano pode oferecer isso a Ele, somente Cristo, o Homem-Deus. Por ter vivido sem pecado, tanto em palavras, pensamentos e ações, Ele era a oferta adequada. Essa obediência perfeita – Sua justiça, a única que pode ser aceita por Deus – nos é dada se crermos. Logo, desse modo nos tornamos justos aos olhos de Deus.

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Foto: Geetanjal Khanna

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HUMANIDADE E SALVAÇÃO Isso significa dizer que não temos que fazer nada no plano da salvação? Isso mesmo! Não temos, pois não podemos acrescentar absolutamente nada ao dom da justiça de Cristo, somente aceitá-lo pela fé. Contudo, é preciso cuidar para não cair no engano de pensar que, “uma vez salvo, salvo para sempre”. A Bíblia nos alerta que é possível deixar o presente de Deus escapar. Repetidamente o Novo Testamento nos aconselha: “conserva o que tens” (Ap 3:11; cf. Hb 3:14; 1Co 15:1, 2) e “continuem alicerçados e firmes na fé” (Cl 1:23). É aí que entra a obediência. A justificação é a obra de Cristo por nós na cruz e no santuário celestial. É algo realizado sem o nosso envolvimento; é uma mudança de status, que nos qualifica como filhos de Deus. Porém, a santificação é uma obra de Cristo em nós, por meio do Espírito Santo. É o processo pelo qual nos tornamos mais parecidos com Deus, pois passamos pela transformação de

AO CONDENAR OS PECADORES À MORTE, DEUS É JUSTIÇA. AO MORRER A MORTE DELES NA PESSOA DE JESUS, DEUS É MISERICÓRDIA

hábitos, desejos e caráter. Na santificação, o Espírito Santo nos recria e nos torna aptos para o Céu. “É imputada a justiça pela qual somos justificados; aquela pela qual somos santificados é comunicada. A primeira é nosso título para o Céu; a segunda, nossa adaptação para ele” (Mensagens aos Jovens, p. 35). A justificação responde à pergunta: Como nos tornamos filhos de Deus? Resposta: “Esse é um dom de Deus.” A santificação responde à pergunta: Como permanecemos filhos de Deus? A resposta é: “Sendo obedientes a Jesus.” Ele age em nós. É em nossa consciência e corpo que se trava o bom combate; é onde acontece a batalha entre o espírito e a carne, o velho e o novo homem. A justificação e a santificação são componentes igualmente importantes no plano da salvação. Todo aquele a quem Deus justifica, Ele também santifica. Uma não existe sem a outra. Portanto, somos salvos somente pela fé, mas a fé que salva não está sozinha, porque produz frutos de justiça: as boas obras. EXEMPLOS PRÁTICOS Na parábola em Lucas 18:10-14, o fariseu dependia da justiça própria, enquanto o publicano reconheceu seus pecados e foi justificado por Deus. Um exemplo mais moderno de justificação e santificação pode ser observado na vida de John Newton, um marinheiro inglês que viveu no século 18. Ele trabalhava como traficante de escravos e levou muitos homens ao pecado. Por algum tempo, ele mesmo viveu como escravo na África. No pior momento de sua vida, Deus tocou seu coração. John Newton se tornou cristão, um ministro do evangelho que escreveu vários livros e hinos. Ele é mais conhecido pelo hino “Graça Excelsa” (HASD, 208), que expressa sua experiência pessoal: “Oh, graça excelsa de Jesus! Perdido, me encontrou! Estando cego, me fez ver; Da morte me livrou.” Essa era a mensagem de John Newton no século 18, de Paulo no 1º século e nossa hoje no século 21: o amor de Deus, Sua graça, o dom de justiça Dele, que podem ser nossos pela fé. ] GERHARD PFANDL, natural da Áustria, serviu como pastor, professor de Teologia, secretário de campo e diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da sede mundial da igreja

PARA SABER MAIS adventistas.org/pt/institucional/crencas/

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VISÃO GLOBAL

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A MENSAGEM ADVENTISTA PARA OS ÚLTIMOS DIAS DA HISTÓRIA DA TERRA PRECISA SER VIVIDA E PREGADA SEM DISTRAÇÕES TED WILSON

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A INTERCESSÃO DE CRISTO Para possibilitar vida eterna a nós, Jesus não apenas morreu, mas ressuscitou e ministra intercessoriamente pela humanidade no lugar santíssimo do santuário celestial. Temos junto ao Pai Alguém que Se compadece de nossas fraquezas e, por meio Dele, podemos nos achegar ao “trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno” (Hb 4:15, 16). O que a Bíblia revela é que Cristo nos oferece Sua maravilhosa e restauradora salvação. Como Sumo Sacerdote celestial, Ele abriu um “novo e vivo caminho” para o Céu. Por causa de Sua atuação, podemos desenvolver fé e um coração puro. Cabe a nós perseverarmos nas promessas Dele e incentivarmos uns aos outros no amor e na prática das boas obras (Hb 10:19-24). Esse texto bíblico é uma alusão ao processo de santificação. Quando aceitamos esse maravilhoso poder e Seu manto de justiça, somos habilitados a fazer boas obras. Esse é um lindo conceito sobre o que está acontecendo, neste momento, no santuário celestial. E essa R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Dezembro 2019

Foto: TanyaSid

SALVAÇÃO QUE RESTAURA

s nuvens se acumulavam, deixando o céu muito escuro e anunciando que algo assustador aconteceria. De repente, um terremoto rachou o solo com tanta violência que abriu os túmulos. Pendurado na cruz estava o Doador da vida. Aquele que a ofereceu em nosso lugar. Pela fé, vislumbre o Filho de Deus suspenso entre o céu e a terra, humilhado, nu, sofrendo física e mentalmente, “tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:8). Poucos minutos antes, um dos ladrões tinha zombado de Jesus: “Você não é o Cristo? Salve a Si mesmo e a nós também” (Lc 23:39, NVI). Porém, o criminoso que estava cruficado à direita de Jesus inicialmente se calou, mas voltando-se para o Mestre suplicou: “Jesus, lembre-Se de mim quando Você vier no Seu Reino” (v. 42, NVI). A resposta de Cristo foi assegurar-lhe, naquele momento, que ele estaria com o Salvador no Paraíso (v. 43). Isso é justificação. Algo imediato. Contudo, a justiça de Cristo não termina na justificação. Ela continua ao aceitarmos o poder santificador do Espírito Santo, que comunica a nós tanto a vontade quanto o poder para fazer a vontade de Deus (Fp 2:13).

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verdade não é apenas para os pastores, anciãos ou especialistas na doutrina do santuário, e sim para todos. Ellen White escreveu: “O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a toda pessoa que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até ao final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos investiguem acuradamente estes assuntos, e possam dar resposta a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles há” (O Grande Conflito, p. 488).

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Foto: TanyaSid

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VESTES NUPCIAIS Jesus contou uma história interessante: “o Reino dos Céus é semelhante a um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho” (Mt 22:2, NVI). Ele enviou seus servos para que chamassem os convidados (v. 4). Porém, os convidados não vieram. Pior ainda, maltrataram e mataram os mensageiros (v. 6). O rei ficou furioso e enviou seu exército para destruir os assassinos e queimar a cidade deles. Pelo fato de a festa estar pronta e por não achar convidados dignos dela, ele mandou que outros mensageiros fossem pelas encruzilhadas convidando quem encontrassem pelo caminho, fossem bons ou maus. Resultado: “a sala do banquete ficou cheia de convidados” (v. 8-10, NVI). Note: ambos os grupos vieram, pessoas boas e más. Não devemos ministrar somente para aqueles que julgamos ser pessoas de bem, mas somos chamados a trabalhar por todos. Além disso, até que trigo e joio sejam separados, teremos na igreja os que amam e os que não amam a Deus. Então o Senhor salvará os que realmente estiverem ligados a Ele. Porém, nunca devemos nos afastar de ninguém, “condenando” essa pessoa à perdição. Na parábola contada pelo Mestre, um homem compareceu sem as vestes nupciais. O rei perguntou: “amigo, como você entrou aqui sem veste nupcial?” (v. 12). O homem ficou sem palavras. Então o rei disse aos seus servos: “Amarrem os pés e as mãos dele e atirem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes” (v. 13). Ao comentar essa parábola de Jesus, Ellen White apresentou uma bela explicação: “Pela veste nupcial da parábola é representado o caráter puro e imaculado que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão. […] A justiça de Cristo e Seu caráter imaculado é, pela fé,

comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal. […] Somente as vestes que Cristo proveu podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Essas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a todos os que se arrependerem e crerem” (Parábolas de Jesus, p. 310, 311). Esse manto de justiça é a justificação oferecida pela vida perfeita de Cristo em lugar de nossa vida pecaminosa. Ao aceitarmos a obra do Espírito Santo em nós, imediatamente a justiça de Cristo começa a trabalhar para nos fazer novas criaturas. Somos salvos pela graça, nos apropriamos desse dom de Deus por meio da fé e tudo isso resulta na prática de boas obras (Ef 2:8-10). GRAÇA TRANSFORMADORA Deixe-me compartilhar uma história poderosa sobre o que a graça transformadora de Deus fez na vida de um assassino confesso. Donnie Edward Johnson matou brutalmente a esposa, Connie, em 1984, e foi executado recentemente pelo estado do Tennessee, por ter sido condenado à pena de morte. Don se tornou cristão na prisão e, mais tarde, ancião da Igreja Adventista naquela cadeia. Por muitos anos ele foi amigo de uma família adventista e de outras pessoas que o incentivaram a se tornar um testemunho poderoso no presídio. Deus transformou Don de assassino num humilde servo. Ele foi executado com uma injeção letal no dia 16 de maio de 2019. No dia de sua morte, Don abriu mão de sua última refeição, pedindo que aquela comida fosse dada a algum morador em situação de rua. Testemunhas contam que ele permaneceu calmo enquanto era amarrado. Sua última oração audível foi: “Entrego minha vida em Tuas mãos. Seja feita a Tua vontade. Oro em nome de Jesus, amém!” Enquanto recebia na veia as drogas letais, ele cantou sobre sua esperança de ver muito em breve o Rei. Ele é um testemunho contemporâneo da salvação restauradora que Deus deseja realizar em toda a humanidade. Ao nos aproximarmos do fim da história do mundo, esta é a mensagem que os adventistas do sétimo dia devem viver e pregar. Precisamos renovar nossa visão e priorizar a missão, evitando que qualquer distração desvie nosso foco da exaltação de Cristo. Esse artigo é uma adaptação do sermão apresentado em 12 outubro de 2019 no Concílio Anual da sede mundial da Igreja Adventista, em Silver Spring, Maryland (EUA). ]

DEUS

TRANSFORMOU NUM HUMILDE

SERVO DONNIE

EDWARD JOHNSON, ALGUÉM QUE ASSASSINOU

BRUTALMENTE A

PRÓPRIA ESPOSA

TED WILSON é o presidente mundial da Igreja Adventista. Você pode acompanhar o líder por meio das redes sociais: Twitter (@pastortedwilson) e Facebook (fb.com.br/pastortedwilson)

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DOM DE PROFECIA

Devemos comemorar o Natal?

TALVEZ A RESPOSTA DE ELLEN WHITE O SURPREENDA WILLIAM FAGAL

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Foto: Alisha Williams

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ual foi o conselho de Ellen White a respeito de celebrar ou não o Natal? Algumas pessoas esperam que, com base em sua autoridade profética, ela tenha condenado essa prática. Essas pessoas costumam associar o Natal às influências católicas e pagãs que atribuíram a data de 25 de dezembro ao nascimento de Jesus. Os que assim pensam não encontram na Bíblia nenhuma referência ou orientação sobre a celebração do Natal, e questionam se o modo de ser comemorado esse feriado hoje se harmoniza com os valores cristãos. Ellen White tinha consciência dessa inquietação sobre o Natal. Embora reconhecesse que “a Bíblia não nos informa a data precisa” (O Lar Adventista, p. 477) do nascimento de Jesus e ainda que “não haja nenhuma santidade divina no dia 25 de dezembro” (Review and Herald, 9 de dezembro de 1884), ela não nos aconselha a ignorar essa data. Ao contrário, ela acreditava que o Natal poderia ser “utilizado para um bom propósito” e incentivou os pais a voltar “a mente e as ofertas dos filhos” para Deus, Sua causa e a salvação de pessoas (O Lar Adventista, p. 478). Poucas semanas antes do Natal de 1884, a pioneira escreveu o seguinte: “Que todos tenham sabedoria para torná-lo [Natal] um período precioso. Que os membros mais antigos da igreja se unam, alma e coração, com seus filhos nessa diversão inocente e recreação, na concepção de formas e maneiras de mostrar o verdadeiro respeito a Jesus, ­t razendo-Lhe presentes e ofertas. Que cada um se lembre das reivindicações de Deus. Sua causa não pode avançar

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sem sua ajuda. Que os presentes que geralmente vocês têm dado uns aos outros sejam colocados no tesouro do Senhor” (Review and Herald, 9 de dezembro de 1884).

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TROCA DE PRESENTES Isso significa que não devemos trocar presentes entre familiares, amigos ou até desconhecidos? Não necessariamente. “Irmãos e irmãs, enquanto vocês estão planejando dar presentes uns aos outros, desejo lembrar-lhes nosso Amigo celestial, para que não passem por alto Suas reivindicações. Ele Se agradará se mostrarmos que não O esquecemos” (O Lar Adventista, p. 480). Ela via um propósito em ambas as maneiras de presentear: reconhecer o valor de nossos familiares e amigos, sem desonrar o Salvador (O Lar Adventista, p. 479). No mesmo contexto, ela ainda aconselhou: “Devemos dar nossos presentes de tal maneira que se provem um real benefício ao que recebe. Eu recomendaria determinados livros que fossem um auxílio na compreensão da Palavra de Deus ou que aumentem nosso amor por seus preceitos.” Ellen White parecia estar preocupada com a utilidade do presente e que evitasse qualquer tipo de glutonaria, futilidade, extravagância e ostentação (O Lar Adventista, p. 480). A visão de Ellen White sobre a troca de presentes no Natal é claramente uma alternativa ao costume da época, e acaba sendo ao de hoje também. Ela escreveu que deveríamos priorizar Jesus e Sua missão, o que poderia significar reduzir o número de presentes ou o valor deles. “Venham, irmãos e irmãs, venham com seus filhos, mesmo os bebês de colo, e tragam ofertas a Deus, segundo suas possibilidades. Cantem ao Senhor em seu coração, e esteja em seus lábios o Seu louvor” (O Lar Adventista, p. 480).

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ELLEN WHITE NOS DESAFIA A TORNAR O SALVADOR O CENTRO DA FESTA, RESERVANDO PARA ELE NOSSOS MELHORES PRESENTES

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Foto: Alisha Williams

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ENSINE AS CRIANÇAS As crianças não ficarão desapontadas se fizermos essas mudanças? Ellen White, mãe sábia e experiente, também pensou nisso. “Há muita coisa que pode ser planejada com bom gosto e muito menos custo do que os desnecessários presentes que são tão frequentemente oferecidos a nossos filhos e parentes”, ponderou a profetisa. Segundo ela, os pais podem explicar aos filhos que estão fazendo uma celebração mais econômica ou reduzindo o valor dos presentes a fim de que as pessoas que mais necessitam e o progresso da causa de Deus sejam beneficiados. “Como os magos do passado, vocês podem oferecer a Deus seus melhores dons e mostrar a Ele, por meio de suas ofertas, que vocês apreciam Seu dom por um mundo pecaminoso. Levem os pensamentos de seus filhos através de um canal novo, altruísta, motivando-os a apresentar ofertas a Deus pelo dom do Seu Unigênito Filho” (O Lar Adventista, p. 481).

A ÁRVORE DE NATAL Ellen White não foi contra a montagem da árvore de Natal; ao contrário, até incentivou a colocar esses enfeites na igreja, decorados com arranjos especiais. No período em que muitas das congregações adventistas lutavam para adquirir seu próprio prédio, ela escreveu: “Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto.” Mas “que seus galhos estejam carregados com o fruto de ouro e prata da beneficência de vocês, e apresentem isso a Deus como seu presente de Natal. Sejam suas doações santificadas pela oração” (O Lar Adventista, p. 482). Esse princípio também pode ser aplicado para auxiliar outras frentes de ação da missão de Deus, como o cuidado pelos mais necessitados. Ela acrescenta na mesma página: “As festividades de Natal e Ano-Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar.” Por outro lado, alguns podem ler o texto de Jeremias 10:1-5 e entender que ele trata de uma proibição para se cortar árvores e decorá-las. Contudo, a análise do texto nos mostra que a condenação ali era para a obra do artífice, que construía ídolos aos quais os israelitas não deviam adorar nem temer. Jeremias se referiu aos falsos deuses da época e não às árvores de Natal. Portanto, qual seria o melhor modo de celebrar essa data? Ellen White nos desafia a fazer do “Aniversariante” o centro de tudo, reservando nossos melhores presentes para Ele. Se assim agirmos, seremos abençoados. ] WILLIAM FAGAL se aposentou em 2015 como diretor associado do Ellen G. White Estate, após 31 anos de serviço à Igreja Adventista

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VIDA ADVENTISTA

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O PASTOR EGÍPCIO QUE SUPEROU MUITAS BARREIRAS PARA ESTUDAR E SE TORNAR UM PROFESSOR NO SEMINÁRIO TEOLÓGICO MICHAEL CHESANEK

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Nascido numa família cristã egípcia, Youssry Guirguis foi criado na tradição ortodoxa copta. Quando completou dois anos de idade, seus pais o levaram para um monastério a fim de receber a tatuagem de uma cruz no pulso direito, sinal público de fé na cultura egípcia. Um cristão sem essa marca muitas vezes é tratado com desprezo pelos seus irmãos coptas. No entanto, um garoto visivelmente identificado como cristão numa escola muçulmana nem sempre tem vida fácil. Sem condições de receber uma educação cristã, Youssry teve que frequentar o colégio público, onde sofreu bullying e discriminação. Ao andar pelos corredores da escola e ruas próximas, ele temia constantemente ser espancado e até morto. Na sua casa, os pais de Youssry o ensinavam sobre o Deus da Bíblia, mas no sistema público 28

de ensino ele aprendia a respeito do Alcorão e do Islã. Isso tudo gerou conflitos espirituais nele. INFÂNCIA DIFÍCIL Youssry morava num bairro pobre na província de Asyut. E com apenas quatro anos de idade ele começou a trabalhar na construção de casas, na empresa da família. Sua tarefa era assentar tijolos e preparar a mistura de cimento. No seu primeiro dia de trabalho, ­Youssry sentiu falta de casa. Ele estava ajudando a construir a residência de uma família adventista do sétimo dia. Vendo a inquietação do menino, o pai da família lhe ofereceu biscoitos e algo para beber.

Youssry com o filho, Benjamin, e a esposa, Joan: luta da família para custear os estudos

Youssry ficou agradecido com a generosidade daquele homem e sentiu que ele tinha algo diferente. Depois disso, Youssry ficou ansioso para trabalhar naquela construção outra vez. Três anos depois, Youssry voltou a trabalhar na casa de outra família adventista, amigos dos seus familiares. Um dos filhos deles havia frequentado a mesma escola pública que o irmão de Youssry frequentava; porém, mais tarde, ele havia sido transferido para o Nile Union Academy, um internato adventista no Cairo. Quando Youssry soube que naquele colégio havia aulas em inglês, ele também quis estudar lá. Seu sonho era se tornar guia turístico e, para isso, precisava aprender bem o inglês. No entanto, a família não tinha condição financeira para pagar seus estudos. Quando Youssry terminou o ensino médio na escola pública, ele ainda sonhava em ser guia turístico. Determinado a se tornar fluente em inglês, ele decidiu frequentar a Nile Union Academy e repetir dois anos do ensino médio somente para assistir às aulas no idioma que gostaria de aprender. Youssry tinha poupado algum dinheiro com seu trabalho na

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YOU INC SEU AC DEU AB TRA PAR UM CRI Fotos: arquivo pessoal

O preço do conhecimento

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construção, de modo que podia pagar a mensalidade escolar sem sobrecarregar a família. OPOSIÇÃO Poucos meses após ter se mudado para o dormitório do internato, Youssry enfrentou oposição. O líder da igreja que sua família frequentava esporadicamente soube da sua mudança para o colégio adventista e convenceu seus pais a tirá-lo de lá. A justificativa era que o internato seria uma influência espiritual negativa para ele. Lamentavelmente, Youssry teve que deixar a escola e voltar para casa. Um ano mais tarde, o jovem foi aceito numa faculdade de turismo e hotelaria no Cairo e, finalmente, conseguiu se matricular no programa de inglês da Nile Union Academy. Ele faria os dois cursos paralelamente. Mike Munsey, diretor do internato naquele período, sempre orava por Youssry

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YOUSSRY INCENTIVA SEUS ALUNOS A CONFIAR EM DEUS, ESTUDAR A BÍBLIA, ORAR E TRABALHAR DURO PARA CUSTEAR UMA EDUCAÇÃO CRISTÃ

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Fotos: arquivo pessoal

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e o convidava a ir aos cultos. Eles estudaram juntos a Bíblia na casa do diretor. Discretamente, o Espírito Santo começou a convencer Youssry de algumas coisas. MENSAGEM DE SAÚDE Durante a infância, Youssry havia tido algum conhecimento quanto ao vegetarianismo devido aos rituais dietéticos da tradição copta. Contudo, quando estudou na Nile Union Academy, ele aprendeu a razão de o internato adotar uma dieta sem carne e quais são os argumentos bíblicos para seguir um estilo de vida saudável. Logo se deparou também com o livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen G. White, o qual leu quatro vezes. Youssry começou a acreditar na mensagem adventista. Ele pediu mais estudos bíblicos a Munsey e, nove meses mais tarde, foi batizado. Após mais um ano letivo, Youssry desistiu da graduação em Turismo porque não estava conseguindo conciliar a realização de exames com a guarda do sábado. Foi então que ele visitou o presidente da Igreja Adventista no Egito e lhe disse que queria estudar Teologia. Era a primeira vez que um egípcio decidia ser pastor adventista. Inicialmente, ele passou a trabalhar como colportor e, mais tarde, serviu por três anos como pastor auxiliar no Egito e Sudão. No ano de 2000, Youssry matriculou-se no curso de Teologia na Universidade do Oriente Médio, uma instituição adventista localizada em Beirute, capital do Líbano. Três anos depois, ele foi estudar na Universidade Solusi, outra instituição da igreja, mas no Zimbábue, no sul da África. Ali, ele trabalhou em todo tipo de serviço para pagar seus estudos e teve grandes dificuldades para conseguir o estipêndio. Mas Deus sempre providenciou recursos para ele. Enquanto cursava a universidade, Youssry conheceu sua futura esposa, Joan. Em 2006, ele se graduou em Teologia e, no ano seguinte, nasceu o primeiro filho do casal: Benjamin. DETERMINADO A SERVIR Ao terminar seu curso, Youssry aceitou o chamado para trabalhar como pastor associado da Igreja da Universidade Solusi e como professor de hebraico bíblico no seminário local. Ele continuou seus estudos cursando um mestrado em religião, o qual concluiu em 2008. Youssry se tornou professor em tempo integral na área de Antigo Testamento. Servir no Zimbábue foi difícil, pois o país estava enfrentando uma fome severa e inflação exorbitante. No entanto, Youssry continuou

Depois de concluir o doutorado nas Filipinas, o pastor egípcio foi chamado para lecionar hebraico na Universidade Internacional Ásia-Pacífico, na Tailândia

trabalhando ali, fielmente, até 2014, quando se mudou com a família para as Filipinas, a fim de fazer o programa de doutorado no Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados (AIIAS, na sigla em inglês). Para pagar seus estudos e sustentar a família, Youssry trabalhou em vários empregos. Durante os dois últimos anos, ele recebeu da sede mundial da igreja a bolsa de estudos “Chan Shun”, que cobriu suas despesas acadêmicas. Em janeiro de 2018, ele defendeu com sucesso sua tese doutoral. No mesmo mês, ele aceitou o chamado para trabalhar como professor no departamento de religião na Universidade Internacional Ásia-­ Pacífico, em Saraburi, na Tailândia. Youssry incentiva seus alunos que enfrentam dificuldades financeiras para custear uma educação cristã a confiar em Deus, estudar a Bíblia, orar e trabalhar duro. “Esse é o cristianismo prático”, define ­Youssry. “Só o poder de Deus pode nos capacitar a fazer as obras de Cristo e elas são a chave para apresentarmos as boas-novas sobre quem é Deus a este mundo deteriorado.” ]

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<legend Foto 1:

MICHAEL CHESANEK serviu como professor de inglês no Líbano e editor de publicações adventistas

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MINHA HISTÓRIA

Vá agora!

O TELEFONEMA QUE FEZ COM QUE UM RAPAZ ATRAVESSASSE O PAÍS VIAJANDO DE CARRO

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ahlon estava começando no novo trabalho como diretor do departamento de raio X no Hospital de Cape Cod, em Massachusetts (EUA). Ele estava muito animado com o emprego, por trabalhar com novos colegas e feliz por estar a apenas 32 quilômetros de distância da casa de Feryl, sua namorada. Sua vida ia bem. Alguns dias mais tarde, quando voltava do trabalho para casa, Mahlon ouviu seu telefone tocar. Era daquelas ligações insistentes, que tocam, tocam e tocam. “Acho que atendi porque fiquei zangado com o barulho irritante que estava estragando meu dia”, lembra-se Mahlon. “Alô! Aqui é o Mahlon. Em que posso...” A voz do outro lado interrompeu sua introdução. “Você ainda quer ir para a Califórnia?” E Mahlon respondeu: “Audrey, acabei de 30

começar num novo emprego aqui em Cape Cod e não posso ir para a Califórnia, especialmente se tiver de ir imediatamente.” Audrey era a irmã de Feryl. “Faça sua mala e diga ao seu chefe que você vai precisar se ausentar por duas semanas. Problema de família. Você vai agora mesmo para a Califórnia!”, ordenou a voz do outro lado da linha. “Não posso”, ele retrucou. “Claro que pode! E, sim, você vai, precisa ir! Feryl e a mamãe tiveram que se mudar da casa delas para a casa do diretor da escola. R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Dezembro 2019

Foto: IakovKalinin

DICK DUERKSEN

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Papai disse que a próxima vez que se encontrar com elas vai matá-las. E você conhece meu pai”, explicou Audrey. Mahlon ouviu impressionado. Ele conhecia o temperamento forte do pai da sua namorada, mas não estava acreditando que seu futuro sogro poderia ir tão longe. Enquanto escutava, sentiu medo e um calafrio na coluna. “Por favor, vá imediatamente! Vá à casa do diretor da escola, pegue Feryl e a minha mãe, leve-as para visitar seus pais em Vermont [estado vizinho] por uns dois dias. Quando as coisas se acomodarem um pouco, viajem de carro para San Diego, no outro lado do país, onde mora a irmã do diretor. Você precisa ajudá-las a encontrar um lugar para morar lá.” “Mas estou começando num novo emprego e não posso ir para a Califórnia agora”, ele hesitou. “Mahlon saia agora. Esta noite. Agora!” SOB A NEVASCA Finalmente, Mahlon concordou. Despediu-se e ligou para seu chefe. Uma hora mais tarde, ele estava em seu carro, dirigindo os 32 quilômetros em direção ao norte para a casa do diretor da Greater Boston Academy, uma escola adventista. Quando estava chegando, a neve começou a cair, e ele sabia que a viagem para Vermont seria um desafio. Com Feryl, sua namorada, e Emily, a mãe dela, dentro do carro, Mahlon dirigiu para o meio de uma nevasca monstruosa. A neve caía como um manto, e o vento soprava com a força de um furacão. Era fevereiro, inverno no hemisfério norte, e a neve era pesada e molhada, cobrindo rapidamente a estrada e o para-brisa do carro como um balde de cola branca. “Aqui”, disse Mahlon a Feryl, “você assume o volante. Vou andar do lado de fora do carro e indicar o caminho até sairmos da tempestade.” Não havia outros carros na estrada. Nenhum. Mahlon caminhava: com uma mão ele tentava limpar um círculo no para-brisa, enquanto com a outra segurava o parapeito da janela e dava instruções para sua namorada. Emily se sentou no banco de trás aterrorizada. Ela estava com muito frio e se enrolou em todos os cobertores que conseguiu encontrar, fechou os olhos e se encolheu tanto quanto podia. Finalmente, eles chegaram à casa dos pais de Mahlon às 3h da manhã. Àquela altura, a neve já tinha congelado as portas do carro e Feryl e sua mãe tiveram que sair pela janela do automóvel. Eles ficaram em Vermont por vários dias, preparando a mãe de Feryl para enfrentar a viagem à Califórnia e cuidando para que o pai de sua namorada não soubesse onde estavam, nem o que pretendiam fazer. Com a permissão do chefe, Mahlon viajou de carro 4.800 quilômetros, de uma costa à outra dos Estados Unidos, para levar Feryl e sua mãe em segurança até San Diego, na Califórnia.

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Foto: IakovKalinin

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QUEM FEZ A LIGAÇÃO? “Já pensei sobre aquela viagem tantas vezes”, lembra-se Mahlon. “É assustador receber uma ligação e alguém lhe

“PAPAI DISSE QUE A PRÓXIMA VEZ QUE SE ENCONTRAR COM ELAS VAI MATÁ-LAS. E VOCÊ CONHECE MEU PAI”

dizer para fazer algo tão drástico e tão rápido. Porém, fico feliz por ter respondido imediatamente.” “Algum tempo depois Feryl e eu nos casamos e hoje vivemos uma vida maravilhosa juntos. Sou muito grato porque ela e sua mãe puderam seguir a vida com segurança em San Diego.” Essa é uma boa história sobre fazer o bem numa situação muito difícil. Mas, quando Mahlon acabou de me contar sua experiência, acrescentou uma informação surpreendente. “Decidi contar essa história e, enquanto eu a escrevia, senti que devia ligar para Audrey, a fim de ter certeza de que estava relatando corretamente o que ela havia me dito. Liguei para ela, expliquei o que eu estava fazendo e pedi para que repetisse o que havia dito no telefonema urgente daquela noite. Sua resposta me tirou o fôlego.” “Que ligação?”, perguntou Audrey. “Não liguei para você naquela noite. Nem disse para você deixar seu emprego, ir para Vermont e depois viajar de carro para a Califórnia com a mamãe e a Feryl. Eu não liguei para você. Aliás, sempre quis saber por que você fez aquela viagem de maneira tão repentina.” ] DICK DUERKSEN é pastor e mora em Portland, Oregon (EUA)

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DEVOCIONAL

JESUS COMPAROU PEDRO AO PROFETA FUJÃO DO ANTIGO TESTAMENTO GERALD A. KLINGBEIL

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onas é um nome familiar para as três principais religiões monoteístas. Judaísmo, cristianismo e islamismo contam a história um tanto cômica do profeta renegado que tentou fugir de Deus. Ao longo da história, vários artistas têm ilustrado a experiência dele na barriga do grande peixe. Livros infantis, mosaicos caros e pinturas em paredes demonstram a história de um homem que chegou a um beco sem saída no fundo do mar. Jonas ganhou uma segunda chance (Jn 3), embora tenha sido necessário muito mais que um sepultamento debaixo d’água para que ele se tornasse receptivo à graça e compaixão de Deus. Há ainda outra história de segunda (ou terceira) chance na Bíblia. Com base no melhor manuscrito grego, conforme os teólogos Barclay M. Newman e Eugene A. Nida (A Translator’s Handbook on the Gospel of John, p. 45), a maioria das traduções para o português diz que o nome do pai de Simão Pedro era João (Jo 1:42). Isso ocorre, por exemplo, na NVI, ARA, NAA e NTLH. Por sua vez, a versão ARC traduz esse trecho como “filho de Jonas”, talvez por ter levado em conta manuscritos que ­procuram harmonizar João 1:42 com Mateus 16:17. Cristo tinha um relacionamento especial com esse discípulo, via seu potencial e o havia incluído em Seu círculo mais íntimo. O contexto de Mateus 16 é a declaração de Pedro de que Jesus era o Messias. E o Mestre elogiou Seu discípulo por isso (v. 17).

DEUS É ESPECIALISTA EM CONCEDER SEGUNDAS CHANCES. ELE VÊ POTENCIAL ONDE VEMOS APENAS DECEPÇÃO 32

No entanto, poucos minutos depois, após Jesus prever Seu sofrimento, morte e ressurreição como Messias, Pedro chamou o Mestre em particular e O repreendeu com sinceridade, mas firmeza (v. 22). A expressão grega utilizada nesse verso é um termo bem forte que exige obediência. “Pare de falar assim, Jesus!” talvez fosse uma boa tradução. A reação de Cristo também foi bem enérgica: “Para trás de mim, Satanás!” (v. 23). “Não aja como o tentador, Pedro”, foi o que Jesus quis diser. Segundo Kevin J. Youngblood, o texto de Mateus parece indicar a intenção de Jesus de relacionar Pedro com Jonas, o profeta “apostatado” (Jonah: Exegetical Commentary on the Old Testament, p. 127). O fato de Pedro ter negado Jesus três vezes se assemelha a Jonas em sua luta contra o chamado de Deus. Ele não quis seguir Jesus até a cruz, pois, para Pedro, a cruz não era o caminho. Porém, tal qual o profeta do Antigo Testamento, o apóstolo do Novo Testamento recebeu uma nova chance depois da ressurreição do Mestre (Jo 21:15-17). Mais tarde, quando Deus disse a Pedro que pregasse aos gentios (outra ligação com a história de Jonas), o apóstolo precisou ouvir as instruções divinas por três vezes para então obedecer (At 10:16). De fato, Deus ama os Jonas, Tomés, Pedros e Martas deste mundo. O Senhor é especialista em conceder segundas chances. Ele vê potencial onde vemos apenas decepção. Ele oferece novos começos onde vemos somente becos sem saída. E quando tentamos fugir Dele, pacientemente Ele nos lembra de que Sua bondade e misericórdia nos “seguirão” todos os dias de nossa vida (Sl 23:6). ] GERALD A. KLINGBEIL é editor associado da Adventist World

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OUTRO JONAS

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BOA PERGUNTA

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ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ

Foto: Dusan Smetana

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POR QUE A EXPRESSÃO “TEMOR DO SENHOR” APARECE TANTAS VEZES NA BÍBLIA?

asicamente, o temor é uma reação humana a uma ameaça real ou imaginária. E quando se trata de uma ameaça sobrenatural, que esteja além do controle humano, o medo se manifesta como desespero, o que pode ante-

cipar a morte. 1. Temor natural a Deus. Em relação a Ele, depois da queda moral no Éden, o medo é a resposta humana natural à Sua presença e ações. Quando Deus desceu ao monte Sinai, o povo ficou aterrorizado pelo que viu, ouviu e sentiu, além de temer pela própria existência (Êx 20:18-20; 19:21). Mesmo quando Deus Se revelou em sonhos, isso causou medo (Gn 28:17). De fato, qualquer manifestação sobrenatural pode gerar a sensação de ameaça à vida (Jó 4:12-16). Até os atos de Deus na história aterrorizavam o povo (Jr 32:21; Dt 26:8). Quando os seres humanos sentiam medo da presença de Deus, eles tremiam (Êx 20:18; Is 19:16) e ficavam em estado de choque (Is 33:14; At 7:32). Esse medo, um sentimento íntimo que se expressava em reações corporais, era o resultado de eles terem enxergado a natureza humana. Por isso, o impulso natural deles foi ambivalente: vontade de correr para longe de Deus ao mesmo tempo em que reconheceram que Ele era o único capaz de preservar a vida. 2. Aprenda a temer o Senhor. A solução não é eliminar o temor, porque os seres humanos, pecadores

por natureza, temem a Deus. A solução é manter sob controle as reações provocadas pelo medo. Consequentemente, o Senhor decidiu ensinar o povo a expressar seu temor por Ele de maneira capaz de desenvolver um relacionamento significativo. Assim surgiu uma expressão positiva encontrada em toda a Bíblia: “o temor do Senhor”, como uma característica daqueles que eram piedosos. Baseia-se na compreensão positiva de Deus como Alguém amoroso e misericordioso (Êx 34:6, 7) que procura dar vida, e não tirar, que é o Redentor do Seu povo (Is 43:1, 5). Essa nova compreensão não é natural; portanto, precisa ser aprendida (Sl 34:11). O temor do Senhor se aprende sendo leal à aliança com Deus, firmada por meio de Sua lei (Dt 14:23; cf. 4:10; 17:19; Sl 34:11-14); através da obediência à Sua vontade (Lv 19:14, 32; Ne 5:9, 15) e adoração submissa a Ele (Dt 6:13, 14). Quando confrontado pelo Senhor, aquele que teme a Deus se afasta do mal (Pv 3:7; 16:6; cf. At 10:35), porque temê-Lo é amá-Lo (Dt 6:2-5). Portanto, aqueles que temem a Deus, quando andam na presença do Todopoderoso, não se angustiam por causa de sua finitude, mas vivem plenamente, impulsionados pelo amor e bondade do Senhor (Sl 147:11). O temor de Deus não se expressa em terror e tremor, mas em esperança, fidelidade e misericórdia. Não é mais o medo da morte, mas a fonte e o caminho da vida (Pv 14:27; 19:23). Por isso, Deus já não é considerado o inimigo que destrói o p ­ ecador, mas Aquele que preserva a vida do redimido (Sl 33:18, 19). ] ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ, pastor, professor e teólogo aposentado, foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica

OS QUE TEMEM A DEUS JÁ NÃO O CONSIDERAM O INIMIGO QUE DESTRÓI O PECADOR, MAS AQUELE QUE PRESERVA A VIDA DO REDIMIDO 33

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NOVA GERAÇÃO

SUA PARTICIPAÇÃO NA MISSÃO DE DEUS COMEÇA ONDE VOCÊ ESTÁ CAROLINA RAMOS

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O profeta Isaías ouviu o chamado de Deus e estava disposto a ser enviado (Is 6:8). No entanto, tenho certeza de que ele já estava ocupado servindo ao Senhor em algum lugar. Ele foi chamado para uma nova missão, mas já era um missionário. Ele já estava “indo”. Há muito tempo senti que Deus estava me chamando para a missão transcultural, mas concluí que, antes de Ele me mandar para fora do meu país, eu precisava ser missionária onde eu estava. Li na página 195 do livro O Desejado de Todas as Nações, de Ellen White, que “todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário”. Por isso, entendi que essa viagem na qual embarquei com meus amigos para o Peru também poderia ser uma experiência missionária. Não foi fácil fazer isso, pois me distraí e perdi o foco algumas vezes ao longo do caminho. Além disso, conversar sobre Deus com pessoas desconhecidas não é algo tão espontâneo assim. Quando cheguei ao congresso deste ano, mesmo reafi rmando que irei aonde Deus me mandar, percebi que conjugar esse verbo no futuro requer que eu viva o chamado Dele para mim já no presente. As coisas melhoraram após o evento, e meus amigos e eu pudemos testemunhar mais sobre nossas crenças para pessoas com as quais nos encontramos durante o retorno para casa. Encontramos inclusive alguns ex-adventistas que nunca haviam pensado em ser voluntários, mas que passaram a cogitar essa possibilidade por causa do nosso testemunho. Às vezes, confundimos os tempos verbais e as coisas se complicam. Aprendi que a intenção precisa ser correta, a convicção e o entusiasmo devem ser reais, mas não pode faltar a entrega diária para o compromisso que abraçamos. Se nossa missão não começar em casa, podemos perder o foco ao longo da caminhada. Todos os dias quero dizer: “Eu vou.” ] CAROLINA RAMOS estuda tradução, ensino da língua inglesa e educação musical na Universidade Adventista Del Plata, na Argentina

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Ilustração: Xuan Le

PARA CONJUGAR O VERBO “IR” NO FUTURO É PRECISO VIVER O CHAMADO DE DEUS JÁ NO PRESENTE

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Foto: arquivo pessoal

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u já estava indo para algum luga r qua ndo disse pela primeira vez a Deus que aceitaria o novo chamado Dele para mim. Isso foi há oito anos. Alguns amigos que participavam do clube de missão da Escola de Saúde da Universidade Adventista Del Plata, na Argentina, tinham o sonho de organizar um encontro internacional que reunisse palestrantes do mundo todo que pudessem inspirar jovens ao compromisso missionário. Na primeira edição, as coisas começaram pequenas, como sempre acontece. Eu fazia parte da equipe organizadora e participei apaixonadamente do evento, junto com outras centenas de universitários. Em setembro, estive com mais de 3 mil pessoas na Universidad Peruana Unión, próximo à capital Lima, onde novamente fui inspirada ao ouvir experiências de pessoas que estão servindo ao redor do planeta. No 5º Congresso I Will Go, muitos universitários tomaram a decisão de ser luz do mundo. Eu já estava indo para algum lugar quando disse pela quinta vez a Deus que aceitaria um novo chamado Dele para mim. Junto com alguns amigos, viajamos com nossas mochilas nas costas do norte da Argentina até o Peru para participarmos do congresso missionário. No caminho, passamos pela Bolívia e as ilhas flutuantes do Lago Titicaca. Na volta do evento, visitamos as famosas ruínas de Machu Picchu, já do lado montanhoso do Peru.

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PRIMEIROS PASSOS

PRESENTES INVISÍVEIS PODEMOS ESTAR RODEADOS DE BÊNÇÃOS SEM PERCEBER WILONA KARIMABADI

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Ilustração: Xuan Le

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Foto: arquivo pessoal

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s noites de terça-feira eram horríveis, principalmente às 19 horas. Por volta das 18 horas eu já começava a ter uma sensação esquisita no estômago. Era pavor. Por volta das 18h30, quando começávamos nossa viagem, eu contava todos os semáforos do caminho, sentindo grandes nós retorcendo na minha barriga. Era o dia da minha aula de piano com Ludmilla Berkwick, e isso era terrível. A casa dela, onde eram ministradas as aulas, era meio assustadora para uma menina de 9 anos de idade. Era escura e parecia não ter sido redecorada fazia um século. Seus gatos sempre ficavam roçando nas minhas pernas enquanto eu tocava, com muitos erros, as minhas lições. A senhora Berkwick não era muito mais alta do que eu, e sempre usava vestidos e colares longos – inclusive um preso aos seus óculos. Seus dedos eram curtos e gordos e seus anéis pareciam nunca ter deixado suas mãos. A senhora Berkwick começava as aulas com bom humor. “O que temos para hoje?”, perguntava ela com seu sotaque polonês. Mas, pouco depois de eu começar a “tocar” minhas peças, ela colocava a cabeça entre as mãos e a sacudia. “Ah, não, não, não!”, murmurava. Aqueles 30 minutos de aula pareciam horas, para mim e para ela.

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tg 1:17, NVI)

Justiça seja feita, as coisas poderiam ter sido melhores se eu tivesse me esforçado para aprender a tocar piano. Porém, eu detestava estudar e deixava para praticar em casa pouco antes de ir para a aula. Era por isso que eu me sentia tão mal no caminho para a aula. Muitos anos mais tarde, bem depois de eu já ter me livrado das aulas de piano, eu me lembrei da minha professora. Pesquisei seu nome no Google e, para minha surpresa, descobri muita coisa sobre ela que gostaria de ter conhecido antes. Ela nasceu na Rússia e foi uma criança-prodígio no piano. Tornou-se uma famosa concertista de piano na Polônia, interpretando as músicas do compositor polonês Frédéric Chopin. Contudo, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, quando descobriram que o pai de Ludmilla era judeu, a vida dela ficou em perigo. Ela acabou se escondendo na Alemanha até o fim da guerra e se mudou depois para os Estados Unidos. A senhora Berkwick nunca mais conseguiu recomeçar sua carreira e passou a dar aulas de piano. Se eu tivesse compreendido que ela era uma pianista tão especial e extremamente talentosa, talvez tivesse me esforçado mais e feito valer a pena as aulas com ela. Provavelmente ao nosso redor existam pessoas colocadas por Deus para compartilhar com a gente seus incríveis dons. O problema é que costumamos não prestar atenção nisso. Caso aproveitássemos melhor as oportunidades, poderíamos nos esforçar e aprender mais. Ao se aproximar de 2020, ore para que Deus o ajude a manter seus olhos bem abertos para ver os presentes que Ele tem colocado ao seu redor: pessoas especiais para abençoar você. ] WILONA KARIMABADI é editora da KidsView Magazine

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BEM-ESTAR

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A ADOÇÃO DE UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL FAZ DIFERENÇA, POIS PODE ALTERAR ATÉ MESMO NOSSA GENÉTICA

PETER N. LANDLESS E ZENO L. CHARLES-MARCEL

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câncer de mama é m a i s c omu m em mulheres, tanto nos países desenvolvidos como nas nações em desenvolvimento. Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que em 2011 essa doença tenha matado 508 mil mulheres. O índice mais baixo de câncer de mama é entre as mulheres do leste da África, mas a incidência dessa enfermidade tem aumentado ali. Nos países ricos, embora a expectativa de vida seja maior hoje do que décadas atrás, têm aumentado também os casos de câncer de mama. Esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores: a urbanização, o sedentarismo e o aumento do consumo de álcool e de alimentos refinados, gordurosos e muito calóricos. No caso dos países mais pobres, o aumento da incidência também se explica pelo diagnóstico tardio da doença. Os fatores de risco para o câncer de mama já estão bem documentados. Conheça os principais: 1. Histórico familiar. A presença da mutação genética (genes 36

danificados ou alterados) como os denominados BRAC1, BRAC2 e p53. Eles aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da doença, mas são relativamente raros. 2. Exposição prolongada ao estrógeno. O hormônio feminino vinculado à ovulação é produzido pelo corpo (endógeno) desde a primeira menstrução até a menopausa. O maior risco decorre de menstruar precocemente ou ter o primeiro filho e/ou passar pela menopausa em idade avançada. O mesmo pode acontecer com quem consome hormônios (estrógeno/ progesterona), como contraceptivos orais e terapias de reposição hormonal, após a menopausa. 3. Estilo de vida. Cerca de 20% das mortes por câncer de mama podem ser atribuídas ao uso de álcool, obesidade e sedentarismo. Esses fatores de risco são principalmente associados ao estilo de vida dos países mais industrializados, onde o sobrepeso e a obesidade são mais comuns; e nos países mais pobres, onde a falta de atividade física é um elemento importante.

PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial adventista em Silver Spring, Maryland (EUA); ZENO CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor associado desse mesmo ministério

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Foto: ADRA Quênia

SAIBA COMO REDUZIR OS RISCOS DO CÂNCER DE MAMA

Foto: Monkeybusiness

DIAGNÓSTICO FAVORÁVEL

Por sua vez, podemos recorrer aos fatores protetores. São eles: (1) amamentar; (2) fazer atividade física regular, o que pode modificar até o risco genético, segundo artigo publicado na revista acadêmica Clinical Cancer Research, em maio; e (3) manter um bom IMC (Índice de Massa Corporal), ou seja, uma relação saudável entre peso e altura. É importante lembrar que essas medidas não dispensam cuidados também preventivos, como o autoexame e exame clínico periódico. Se algum caroço for encontrado nas mamas, é essencial procurar ajuda imediata. Qualquer secreção anormal no mamilo (especialmente sangue), rigidez anormal, vermelhidão ou sensibilidade na mama deve ser relatada imediatamente ao médico e investigada adequadamente. As consultas regulares ao médico também são fundamentais, pois a mamografia e o raio X são os únicos exames que comprovadamente ajudam a salvar vidas. Eles devem ser conduzidos por profissionais de saúde qualificados, porque não devem ser usados de maneira inadequada ou excessiva. Por fim, vale lembrar que a adoção de um estilo de vida cuidadoso e consciente pode fazer a diferença. Lembre-se de que Deus prometeu estar com você em todas as circunstâncias, mesmo diante de um diagnóstico preocupante. ]

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INTERNACIONAL Técnicas de cultivo de alimentos e crédito facilitado têm ajudado famílias quenianas a sobreviver à seca e à pobreza

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SEGURANÇA ALIMENTAR

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Projeto garante a sobrevivência de famílias em região da África atingida pela seca COM INFORMAÇÕES DA ADVENTIST REVIEW E ADRA CANADÁ

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Foto: ADRA Quênia

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Foto: Monkeybusiness

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“A ADRA realizou muito trabalho por aqui”, diz Rahama, uma entre os mil participantes do projeto da agência humanitária adventista na região. “Eles treinaram as mulheres e a comunidade em geral quanto ao cultivo de alimentos em pequenos espaços, como jardins”, ela afirma. Segundo Rahama, alguns dos que receberam o treinamento da ADRA têm compartilhando o conhecimento. Assim, o projeto das hortas tem se expandido. A ADRA também tem fornecido alimentos para órfãos e famílias carentes através de um sistema de vale-produtos. Os beneficiados usam seus comprovantes na loja para comprar comida e outros suprimentos. A agência humanitária da igreja auxilia ainda viúvas e divorciadas, mostrando que elas podem igualmente produzir alimentos no quintal de casa. “A ADRA forneceu sementes e treinamento e nos ajudou a trazer produtos ao mercado para vender”, ela relata. Esse projeto faz parte de um programa mais amplo que já beneficiou cerca de 40 mil agricultores, segundo informa o site da ADRA Quênia. Miram Maria Mutunga foi uma das beneficiadas. Depois da morte do marido, o desafio de sustentar a casa se tornou ainda maior. O que era produzido na pequena propriedade da família não gerava mais do que 3 dólares por semana, quantia insuficiente para garantir a refeição dos filhos. “Felizmente, em novembro do ano passado, a ADRA identificou nosso grupo para treinamento em agricultura”, ela relata no site da agência humanitária. Além das técnicas de cultivo de alimentos e avicultura, foram construídos pequenos reservatórios de água na propriedade. “Estou usando o novo conhecimento adquirido para cultivar melhor, controlar pragas e irrigar usando a água da ‘barragem de areia’. Agora eu ganho mais de 35 dólares por semana com a venda de vegetais e tenho sido capaz de empregar dois trabalhadores de tempo integral”, comemora a queniana. Ela comemora o fato de o modelo estar motivando outros moradores da localidade a produzir o próprio alimento. “Estou ansiosa pelo dia em que nossa vila produzirá tantos vegetais que poderemos fornecer à cidade de Mwingi e para outras na região. Sou muito grata à ADRA, que me trouxe esperança. Quem imaginava que eu pudesse ser uma agricultora que fornece legumes para uma vila inteira? Vi os frutos do meu trabalho e minha vida melhorou”, Miram conclui. ]

os últimos cinco anos, o condado de Mandera, no Quênia, foi atingido por uma seca devastadora. Os moradores, que tradicionalmente se dedicam à atividade pastoril, viram o gado e os meios de subsistência sucumbirem à fome e à sede. Sem um meio de suprir suas necessidades, a população sofre de desnutrição aguda. A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) trabalha na região desde 2011 com uma variedade de projetos que fornecem segurança alimentar, regeneração de pastagens e treinamento para o cultivo de hortas usando técnicas de permacultura. Também chamado de “cultura permanente”, esse modelo dá ênfase no manejo correto dos recursos naturais, a fim de criar ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza. Mais recentemente, a ADRA também tem facilitado o acesso ao crédito, visando ajudar as famílias a economizar dinheiro, identificar oportunidades de negócios e ter acesso aos recursos necessários para empreender. Isso ajudou na diversificação da renda da comunidade.

BETTINA KRAUSE é diretora de comunicação do Departamento de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa na sede mundial da Igreja Adventista

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SAÚDE

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Parceria anunciada no fim de outubro por Tim Cook (ao centro), presidente do AdventHealth Altamonte Springs, Todd Husty (à dir.), diretor de Serviços Médicos de Emergência do Condado de Seminole, e o xerife Dennis Lemma (à esq.) possibilitará o atendimento a pessoas que fazem uso abusivo de apioides

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ADVENTHEALTH NEWS

or meio de uma parceria com autoridades policiais e médicas da Flórida, nos Estados Unidos, o AdventHealth, sistema de saúde adventista, desenvolverá um programa inédito de combate ao uso abusivo dos chamados opioides, medicamentos desenvolvidos a partir da papoula (ópio). Muito utilizados no tratamento da dor, esses potentes analgésicos (naturais, sintéticos ou semissintéticos) têm sido cada vez mais utilizados com fins não terapêuticos. O crescente uso indiscriminado dessas substâncias psicoativas, amplamente disponíveis no mercado, tem preocupado autoridades no mundo todo.

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Diante desse problema de saúde pública, o novo centro de recuperação de dependentes químicos, previsto para ser inaugurado no início do ano em Sanford, fornecerá tratamento e suporte clínico. É a primeira vez na Flórida que um sistema de saúde e autoridades policiais se unem para abrir uma instalação desse tipo. “Infelizmente, as pessoas com problemas de opioides foram presas em um ciclo de ‘pegar, tratar, liberar’”, disse Dennis Lemma, xerife do Condado de Seminole, durante o anúncio oficial do programa no dia 24 de outubro. “Essa parceria e um novo modelo de tratamento nos ajudarão a quebrar esse ciclo. A expansão do tratamento para dependentes químicos na região garantirá que as pessoas 38

recebam os cuidados e apoio necessários depois que elas saírem do hospital”, ele acrescentou. Previsto para ser inaugurado no início do ano, o novo centro de recuperação de dependentes terá capacidade para atender 40 homens e dez mulheres e fornecerá até 30 dias de assistência noturna. Além da saúde mental e do tratamento assistido por medicamentos, os pacientes receberão apoio através de serviços que atendam às suas necessidades educacionais, vocacionais, comportamentais e de moradia após a alta. Os pacientes podem ser encaminhados diretamente do AdventHealth, da prisão ou da comunidade. As condições na região central da Flórida refletem a crise de ­opioides que se espalhou pelos

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Foto: Amilton Werlich

Em parceria com autoridades policiais e serviços de emergência médica da Flórida, nos Estados Unidos, igreja desenvolverá novo programa de recuperação de dependentes químicos

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Foto: AdventHealth News

COMBATE AO VÍCIO

Estados Unidos. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, em 2017 foram relatadas mais de 47 mil mortes envolvendo uso de opioides, um aumento de 45% em relação a 2016. No Advent Hea lt h A lta monte Springs (anteriormente denominado Florida Hospital Altamonte), somente no mês de setembro foram tratados mais de 100 pacientes que faziam uso abusivo de opioides. Nessa região, o sistema adventista de saúde recebe diariamente 17 pessoas, em média, com esse tipo de dependência. A parceria prevê que um coordenador de abuso de substâncias ficará na ala de emergência do ­AdventHealth Altamonte Springs para ajudar a orientar o atendimento a pacientes que precisam de tratamento para dependentes químicos. O coordenador acompanhará os pacientes durante a internação no hospital e, em seguida, por 30 dias após a alta, para garantir o sucesso do tratamento e acesso aos recursos da comunidade. Além disso, o escritório do xerife está oferecendo treinamento e educação sobre abuso de opiáceos para a equipe de emergência do ­AdventHealth Altamonte Springs. A ideia é que os socorristas estejam preparados para lidar com viciados em opioides e para encaminhá-los ao hospital. “O AdventHealth está comprometido com a saúde integral das pessoas, cuidando do corpo, da mente e do espírito. Os distúrbios causados pelo abuso de substâncias precisam ser vistos e tratados com o mesmo vigor com que tratamos de problemas como diabetes e doenças cardíacas”, disse Tim Cook, CEO do AdventHealth Altamonte Springs. O plano é que a parceria e os serviços prestados sejam ampliados no futuro. ]

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IGREJA

TEMPLO PIONEIRO

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Fundada há 70 anos, a Igreja de Lages teve papel fundamental na expansão do adventismo no oeste de Santa Catarina BETINA PINTO

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uem vê atualmente a Igreja Adventista Central de Lages, na serra catarinense, talvez nem imagine a riqueza de sua história e como foi sua trajetória. Em 2019, essa comunidade adventista, instituída em 1949, completa 70 anos de existência. Na verdade, pode-se considerar que todo o processo para que isso se tornasse realidade começou quase uma década antes, quando, em 1938, o gaúcho Ernesto Ranzolin, um dos pioneiros da congregação, mudou-se para Lages e ouviu pela primeira vez sobre a volta de Jesus. Mas foi em São Paulo, sete anos depois, quando se mudou para a capital com a esposa, Itamyra, e os filhos, que a semente da mensagem adventista começou a germinar. Primeiro, no coração da esposa de Ernesto, quando foi presenteada com uma Bíblia por Vitória Bassi, esposa do proprietário da farmácia da qual eram clientes. Por ser de uma família de denominação tradicional, Ranzolin foi resistente e não estava interessado no aprendizado de uma “nova religião”.

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BETINA PINTO é jornalista e atua como gerente de comunicação na sede da Igreja Adventista para a

Foto: Amilton Werlich

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Foto: AdventHealth News

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Em 1948, Ernesto encontrou Vitória e um senhor chamado João Zillo indo em direção à sua casa para ministrar estudos bíblicos a Itamyra. A intenção de Ranzolin era ir a um estabelecimento comercial, mas ele foi surpreendido por uma voz que o mandava ir para casa, aprender tudo o que ensinariam e voltar para Lages, terra que tinha deixado anos antes. Assustado, o homem retornou para a residência e pediu explicações sobre a Bíblia. A partir daí, recebeu estudos bíblicos diariamente e ficou impressionado com tudo o que descobria. Meses depois, Ernesto e Itamyra foram batizados. E, no ano seguinte, a família voltou a Lages. Dessa vez, com um propósito claro: levar a mensagem adventista a todos. O trabalho começou com o apoio de materiais impressos pela Casa Publicadora Brasileira (CPB) e a orientação do pastor Alfredo Barbosa, enviado ao município para orientá-los sobre como iniciar essa jornada. A primeira reunião da Escola Sabatina, realizada no dia 23 de abril de 1949 na casa da família Ranzolin, oficializou uma história que renderia muitos frutos. Novas famílias foram sendo convidadas e passaram a frequentar as reuniões. Os frequentadores do grupo realmente abraçaram a ideia de pregar. Como resultado, no primeiro batismo 16 pessoas tomaram a decisão de seguir a Cristo e se uniram à nova congregação. Daí em diante, progressos aconteceram: após três anos na residência dos Ranzolin, os cultos passaram a ser na casa da família Heiden; depois desse período, o primeiro pastor do grupo chegou, em 1953, para liderá-los; o novo templo começou a ser construído; uma série de conferências aconteceu por três meses; e, finalmente, o templo foi inaugurado em 1956. Ouvir a voz revelada no passado direcionou o que hoje é a Igreja Adventista não somente em Lages, mas em toda a serra catarinense, com seus 2.067 adventistas distribuídos em cinco igrejas e três grupos organizados. A influência de Ernesto Ranzolin não se limitou a Santa Catarina. O legado foi espalhado ao redor do mundo por meio do filho mais velho, o pastor Léo Ranzolin, que serviu à sede mundial da igreja por 33 anos. “A Igreja Central de Lages tem deixado suas marcas na história, tanto através do estabelecimento de igrejas na região quanto no envio de pastores e missionários para outras regiões do país e do mundo. Deus seja louvado pelos pioneiros e pelas novas gerações que continuam escrevendo capítulos repletos de milagres e vitórias”, comemora o pastor Marlinton Lopes, líder da União Sul-Brasileira. ]

região Sul do Brasil

No templo septuagenário (em foto de 2010) congregam cerca de 200 pessoas 39

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INSTITUCIONAL

Líderes celebram resultado histórico do Batismo da Primavera de 2019

Reunião anual mais importante da igreja na América do Sul ressalta os frutos que a denominação tem colhido nas diversas frentes de evangelismo FELIPE LEMOS

figura da colheita de frutos foi a principal analogia utilizada no Concílio Anual da Divisão SulAmericana da Igreja Adventista, que reuniu mais de 180 delegados nos dias 8 a 12 de novembro em Brasília (DF). A comparação teve por objetivo destacar a importância do preparo daqueles que decidem seguir a Cristo e se unem à igreja todos os anos. Duas ideias foram bem trabalhadas nesse sentido. A primeira delas teve que ver com a importância de observar atentamente o momento de efetuar a colheita. Já a segunda foi relacionada a um sonho de Ellen White sobre a necessidade de ousadia e determinação para identificar e colher os frutos. Um alerta para quem, muitas vezes, não consegue enxergar oportunidades para pregar o evangelho a quem está perto. No encerramento do Concílio Anual, a jovem Sandiene Santos foi batizada. Em maio de 2019, ela se encontrou de maneira inusitada

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com os pastores Erton Köhler, Luís Gonçalves e o quarteto Arautos do Rei. Em meio a uma distribuição do livro missionário, durante as horas do sábado em frente a um movimentado shopping, a jovem, que chegou a ser desbravadora quando tinha 11 anos de idade, recebeu um exemplar. Foi o ponto de partida para que, passados alguns meses, ela resolvesse retornar aos caminhos de Deus. A colheita, associada a uma forte expansão das congregações, tem sido registrada sistematicamente há pelo menos 120 anos, com importante crescimento. Em 1899 já existiam 25 igrejas. Hoje, segundo dados apresentados pela Secretaria Executiva da sede sul-americana da denominação, são 28.363 congregações em oito países e mais de 2,5 milhões de membros. Um crescimento impressionante em mais de um século, conforme o relatório apresentado pelo secretário executivo, pastor Edward Heidinger. FIDELIDADE APESAR DOS DESAFIOS Mas qualquer colheita enfrenta desafios e imprevistos. Como foi ressaltado na reunião administrativa, as crises econômicas e políticas enfrentadas por vários países da América do Sul têm trazido várias dificuldades para a pregação do evangelho. Além disso, outro fator que tem influenciado negativamente as finanças da Igreja Adventista é a queda na arrecadação de dízimos. Até setembro, as entradas de dízimos tiveram uma redução de 9,77% (cálculo do valor em dólares), em relação ao mesmo período de 2018. Mesmo assim, segundo o tesoureiro da Divisão SulAmericana, pastor Marlon Lopes, 90,79% do total dos dízimos recebidos nesse território nos últimos nove anos foram revertidos para o evangelismo direto, ou seja, pregações públicas, plantio de novas igrejas e atividades relacionadas R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

Fotos: Gustavo Leighton

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Concílio sul-americano foi encerrado com o batismo de Sandiene Santos, jovem que decidiu retornar para a igreja depois de um encontro inusitado

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Fotos: Gustavo Leighton

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aos diferentes ministérios com ênfase diretamente no preparo de pessoas para tomar decisões em favor de Cristo. Por outro lado, também houve redução de custos. Nos primeiros nove meses deste ano, várias adequações ocorreram na Igreja Adventista para garantir otimização dos recursos financeiros. Os custos administrativos caíram 45,40% neste período. As despesas com eventos foram reduzidas em 48,40%, pelo fato de a igreja ter enxugado o calendário e optado, em alguns casos, pelo uso de materiais e treinamentos digitais. Além disso, a fidelidade foi a palavra-chave nas abordagens do Concílio Anual. O pastor Josanan Alves apresentou uma estratégia para criar um conceito mais amplo de mordomia cristã fundamentado na comunhão, no relacionamento e na missão. O plano inclui visitação e capacitação sistemática dos membros e prioridade no atendimento dos novos conversos. A ideia, segundo o líder de Mordomia Cristã da Divisão Sul-Americana, é desenvolver materiais específicos para ajudá-los na compreensão do tema. Na prática, quem mostrou que a fidelidade a Deus ajuda no cumprimento da missão foi o paraense Kenedy Boy, que hoje dedica a maior parte do tempo ao plantio de igrejas. Ele e outros adventistas da cidade de Parauapebas sistematizaram um plano chamado “10x10”. A ideia é simples, mas resultou em mais de 80% dos membros da cidade doando 10% de sua renda na forma de ofertas, além do dízimo regular. Como resultado, em seis anos, foram

estabelecidas 63 novas congregações no município de aproximadamente 200 mil habitantes que até há pouco tempo tinha menos de 20 templos adventistas. Ainda tendo em mente a analogia com a colheita, a agenda do Concílio Anual, como ocorre sempre, incluiu a apreciação e aprovação de documentos com orientações para a caminhada espiritual. É i mportante frisar que o concílio costuma receber membros voluntários e pastores distritais em um sistema rotativo de participação. Neste ano, um dos que tiveram essa oportunidade foi o pastor distrital Zenivalter Silva. “Quem vem a uma reunião destas não volta mais o mesmo para o distrito”, ressaltou, ao falar sobre a alegria de acompanhar a principal reunião anual da igreja no continente. Durante o concílio, importantes decisões foram tomadas e documentos registrados. Um deles foi a nova declaração votada em outubro pelos delegados do Comitê Executivo da sede mundial, que reforça a posição da igreja sobre o valor da vida e implicações em caso de aborto. Os delegados sul-americanos também aprovaram dois documentos: um sobre abuso e assédio sexual (para saber mais, acesse: bit. ly/2O8s9E9) e outro com diretrizes para o trabalho dos pastores (veja mais em: bit.ly/32MUe9b). Na ocasião, foi ainda apresentada a nova identidade visual da Rede de Educação Adventista. O logo ficou mais moderno, mas mantém seu significado e identidade. Ao fim da reunião administrativa, os líderes adventistas de oito países da América do Sul se comprometeram a motivar os adventistas a estudar a Bíblia Sagrada com mais de 1,2 milhão de pessoas no próximo ano. A partir desse movimento, espera-se que as próximas colheitas sejam ainda maiores. ] FELIPE LEMOS é jornalista e gerencia a equipe da Assessoria de Comunicação da sede sul-americana da Igreja Adventista

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COMPORTAMENTO

EM VEZ DE SER VÍTIMA DO PODER AVASSALADOR DAS MÍDIAS SOCIAIS, PROCURE TRANSFORMAR SEU AMBIENTE MARCELO ESTEVES DE ANDRADE

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uando Chad Hurley Meredith e Steve Chen criaram, em 2005, a plataforma de vídeos YouTube, eles provavelmente não imaginassem o poder de influência que esse meio digital passaria a ter na vida das pessoas. Atualmente, o YouTube possui mais de 1,8 bilhão de usuários ao redor do mundo e aproximadamente 100 milhões só no Brasil, um dos países que mais consomem vídeos da plataforma. Em termos de mídia, o YouTube exerce um gigantesco poder de influência. O usuário brasileiro passa em média 19 horas por semana assistindo a vídeos nos diversos canais disponíveis. Uma pesquisa feita pelo instituto Provokers, em 2018, mostrou que, em quatro anos, o aumento no consumo de vídeos cresceu 135%, enquanto no mesmo período a televisão teve 42

apenas 13% de crescimento. Essa popularização fez surgir uma nova figura na mídia de internet, os chamados “influenciadores digitais”, também popularmente conhecidos como “YouTubers”. Se você acompanha vídeos no YouTube, já está acostumado a ouvir frases como “se inscreva no canal”, “ative o sininho” ou “deixe seu like”. A meta desses influenciadores digitais é obter o maior número possível de seguidores e também de visualizações, o que torna seu canal mais famoso e mais rentável, já que a plataforma tem uma forma de monetização por meio dos acessos. Os temas dos canais são os mais variados, incluindo gastronomia, finanças, política, estilo de vida, humor e entretenimento. Ganha a corrida aqueles que têm mais likes, visualizações e inscritos. O YouTube, de fato, tem revolucionado a forma pela qual os conteúdos são produzidos e está influenciando comportamentos e até a política. Em agosto de 2019, o site do jornal The New York

O PODER DA INFLUÊNCIA O poder da influência não é algo novo. Ao longo da história, a influência tem sido uma força tanto para o bem quanto para o mal em diversos contextos. Grandes e pequenas decisões são e foram tomadas devido à influência exercida. No grande conflito também podemos ver esse poder quando Lúcifer conseguiu influenciar a terça parte dos anjos a se rebelar R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

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Influenciadores espirituais

Times publicou uma matéria intitulada “Como o YouTube radicalizou o Brasil” (nyti.ms/2OJAwX1). Em uma declaração reproduzida ao jornal, Zeynep Tufekci, um ­a cadêmico da área de mídias sociais, o chama de “um dos mais poderosos instrumentos de radicalização do século 21”. Entretanto, o universo dos influenciadores digitais não se restringe ao canal de vídeos. Há muitas outras mídias sociais utilizadas com finalidades parecidas. De acordo com o site Statista (2DbWInv), estima-se que o número de usuários do Facebook no Brasil chegará a 82,9 milhões em 2020. No cenário global, o Facebook tem 2,2 bilhões de usuários ativos. Segundo a pesquisa “Global Digital 2019”, o Brasil concentra 140 milhões de usuários das redes sociais, gastando nelas, em média, 3 horas e 34 minutos por dia. No mundo, 3,48 bilhões de pessoas marcam presença nas mídias sociais.

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contra o próprio Deus (Ap 12:4). A história bíblica mostra exemplos do exercício do poder da influência como bênção e maldição na vida de muitos de seus personagens. O fato é que esse poder jamais pode ser minimizado. Nosso comportamento, atitude e até valores são por vezes moldados pelas influências que recebemos. Como somos uma geração que vive em constante conexão digital, precisamos sempre vigiar e guardar nossas avenidas da alma, evitando tudo que possa gerar uma influência negativa em nossa vida. Jesus chama nossa atenção para o fato de que, na questão da influência, não podemos ter uma atitude passiva, apenas nos “defendendo” da influência negativa do mundo. Como cristãos, somos desafiados a exercer uma influência positiva. Quando Ele falou sobre ser o sal da Terra e a luz do mundo (Mt 5:13, 14), estava enfatizando o papel central da influência. Não se trata de algo secundário ou marginal. Assim como o sal e a luz são imprescindíveis em nossa vida física, a influência espiritual se faz necessária num contexto em que imperam o pecado, o erro e as trevas. No Antigo Testamento, vemos exemplos de israelitas que, mesmo em terras estrangeiras, puderam testemunhar de Deus por meio de sua influência positiva. Podemos mencionar José no Egito, Daniel na Babilônia e Ester na ­Pérsia. O contexto não lhes era favorável. Ao contrário, era hostil e discriminatório em relação aos estrangeiros. Isso sem falar nas práticas comuns de paganismo e idolatria. Mesmo assim, eles foram decisivos. Nos dias de hoje, muitos vivem em contextos que, por vezes, também são hostis ao cristianismo. Um desses ambientes é a universidade, que frequentemente representa um desafio aos que creem em Deus. Nossos jovens precisam não só estar presentes nesses ambientes e sair ilesos das influências negativas, como também devem ser o sal e a luz ali. Apesar do grande impacto das redes sociais e das plataformas digitais hoje, devemos nos lembrar de que a influência pessoal dos relacionamentos ainda exerce grande poder para impactar a vida de outros, especialmente para a salvação. Nos escritos de Ellen White está bastante presente o conceito de influência como ferramenta missionária. No livro Mensagens aos Jovens (p. 23), ela declarou: “Uma pessoa salva levará, por sua piedosa influência, outras ao conhecimento da salvação, e assim a obra se multiplicará, e só as revelações do dia do juízo tornarão manifesta a extensão dessa influência.”

Em nosso círculo de amigos, em nossas relações pessoais, no trabalho, na universidade ou na família, temos o poder de influenciar as pessoas para o bem e para a salvação Em Parábolas de Jesus (p. 328), a autora afirmou que mesmo os mais simples discípulos de Cristo poderão exercer “um poder que falará aos corações”, se estiverem sob a influência do Espírito Santo. Um pouco à frente (p. 339), ela continuou: “A vida de Cristo foi uma influência sempre crescente e ilimitada; influência que O ligava a Deus e a toda a família humana. Mediante Cristo, Deus conferiu ao homem uma influência que lhe torna impossível viver para si mesmo.” Pela nossa influência, devemos procurar promover a felicidade dos outros. “Toda mente está circundada de uma atmosfera própria, que pode estar carregada do poder vivificante da fé, do ânimo, da esperança, e perfumada com a fragrância do amor. Ou pode estar pesada e fria com as nuvens do descontentamento e do egoísmo, ou intoxicada com o contato mortal de um pecado acariciado. Pela atmosfera que nos envolve, toda pessoa com quem nos comunicamos é consciente ou inconscientemente afetada.” A mensageira foi ainda mais longe ao enfatizar: “Nossas palavras, nossos atos, nosso traje, nosso procedimento, até a expressão fisionômica tem sua influência.” Geralmente, somos inclinados a pensar que o trabalho de evangelização seja uma responsabilidade dos grandes pregadores e missionários, mas não entendemos

que, como membros do corpo de Cristo, temos também uma parte a fazer na obra, mesmo que pareça pequena aos nossos olhos. Assim como pequenos tijolos são colocados um a um para se construir uma grande casa, a obra de evangelização também é feita pessoa por pessoa. Ao final, todos os esforços se somam, e a influência que cada um exerce em seu círculo de ação contribui para o resultado. Um ponto que precisa ficar claro é que esse poder de influência não vem de nós e não está em nós. Primeiro, precisamos ser influenciados e transformados pela graça salvadora de Cristo para que nossas boas obras possam influenciar outros. O texto de Mateus 5 que fala sobre ser o sal da Terra e a luz do mundo é um dos blocos do famoso Sermão do Monte e vem exatamente após as bem-aventuranças, em que Jesus deu as características daqueles que são nascidos no reino de Deus: humildade, mansidão, pureza e justiça. O que podemos concluir aqui é que primeiro precisamos ser transformados por Deus para depois podermos influenciar. Um ativismo sem a presença do Espírito Santo em nós será de pouco resultado. O mundo precisa ser impactado com a mensagem de esperança sobre o evangelho eterno (Ap 14), mas a maioria dos pregadores e evangelistas jamais terá acesso às pessoas que estão em contato conosco todos os dias em nossos ambientes. É aí que nossa influência poderá fazer a diferença na pregação do evangelho. Dessa forma, mesmo que não sejamos YouTubers famosos, faremos algo que está muito acima disso e que terá resultados eternos. Este é o desafio de Deus para nós: sermos influenciadores espirituais. ] MARCELO ESTEVES DE ANDRADE, licenciado em Física, mestre em Ensino de Física e doutorando em Ensino de Ciências, é diretor do Ministério Pessoal da Igreja Adventista Central de Paulínia (SP)

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EM FAMÍLIA

A MÁQUINA DO TEMPO EMBORA SEJA GRATUITO E DISPONÍVEL PARA TODOS, ELE É FINITO E SEM POSSIBILIDADE DE REPOSIÇÃO TALITA CASTELÃO

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minutos por dia resulta em aprendizado, seja de um novo idioma ou de habilidades profissionais. Prova disso é que o que você já alcançou no presente também requereu investimento de tempo no passado. Portanto, é importante prestar atenção na coerência entre o tempo gasto nas atividades atuais com seus objetivos futuros. Não espere para realizar amanhã o que pode ser feito hoje. Se for preciso, reavalie suas prioridades ou remaneje sua agenda. Não adianta caminhar numa direção se você deseja seguir em outro sentido. O fato é que a chegada de um novo ano marca a abertura de um novo ciclo em que somos presenteados com mais uma porção de tempo. O que você fará com essa oportunidade é uma decisão completamente sua. Mas se você aceita uma sugestão, aqui vai uma: elimine da sua rotina o que for fútil e sem sentido. Gaste tempo com amigos, família, boas leituras, contato com a natureza, lazer de qualidade, cuidados com a saúde e serviço ao próximo. Valorize cada segundo da sua existência e aceite o desafio de viver cada dia como se fosse o último. Isso certamente fará grande diferença! ] TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências

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h, se a máquina do tempo existisse! Talvez dezembro seria o mês em que mais recorreríamos a ela. Algumas pessoas o fariam para ganhar mais dias e terminar seus afazeres do ano. Outras para reeditar o que viveram e não gostaram. E ainda outras para acelerar o período de férias. Se ela existisse realmente, você faria o que com a máquina do tempo? O tempo ou a falta dele é um tema comum nas conversas cotidianas. Esse recurso, embora gratuito e disponível para todos, é finito e sem possibilidade de reposição. Daí a necessidade de usá-lo com sabedoria. Tem gente que parece conseguir fazer tudo com o tempo que possui. Por outro lado, muitos culpam o tempo por não conseguir fazer o que afirmam querer. A diferença está em como organizamos o tempo e estabelecemos prioridades. Até já sabemos disso, mas quando vemos já passou mais tempo do que queríamos, podíamos e devíamos na frente da TV ou nas mídias sociais. Porém, é importante lembrar que o tempo é a matéria-prima da vida e que seu uso define quem somos. Tudo que fazemos, sem exceção, consome nosso tempo, e, depois de gasto, não dá para voltar atrás no relógio. Assim, para realizar projetos, sonhos ou simples desejos, precisamos planejar. Se, em tese, o tempo é disponibilizado para todas as pessoas na mesma quantidade, qualidade e formato, aqueles que conseguem realizar o que querem devem estar agindo de forma diferente daqueles que não conseguem realizar o que “querem”. Priorizar certas atividades é abrir mão de outras. Então, antes de abraçar um novo projeto, é preciso avaliar se terá tempo para isso ou se precisará deixar de fazer algo. Tendo decidido em que vai investir seu tempo, não desanime, pois os resultados irão chegar. A conta é simples: exercício físico diário gera mais satisfação com o próprio corpo; estudo sistemático de alguns

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MEMÓRIA

Adelina de Jesus Cabrobó, aos 81 anos, vítima de infecção generalizada. Batizada havia mais de 50 anos, era membro da Igreja de Tapera do Lima, em Itapicuru (BA). Deixa o esposo, Clemente, quatro filhos, seis netos e quatro bisnetos. Adriano Rafael Torquato, aos 96 anos, em Uruburetama (CE), vítima de choque hipovolêmico. Contribuiu ativamente para a construção de quatro igrejas no Ceará. Deixa a esposa, Cesarina, nove filhos, netos e bisnetos. Altair Magalhães Luzin, aos 69 anos, em Goiânia (GO), vítima de câncer. Foi pioneira da Igreja de Jardim Europa, onde frequentou por mais de 40 anos. Trabalhou por mais de dez anos na Escola Sabatina e por 12 anos no ministério infantil. Além de ter servido como promotora da literatura denominacional e dos escritos de Ellen White na sua igreja local. Mãe, avó e esposa amada, deixa o marido, dois filhos e quatro netos. Amara dos Santos Lima, aos 79 anos, em Ribeirão Preto (SP), vítima de infarto. Batizada havia 50 anos, foi uma das pioneiras e membro da Igreja de Parque dos Servidores. Viúva de Jorge João de Lima, que morreu dois meses antes 46

dela, teve oito filhos, 19 netos e dois bisnetos. Jorge João de Lima, aos 88 anos. Frequentava a Igreja de Parque dos Servidores, mas mantinha sua carta de membro no Nordeste, onde foi um missionário ativo. Antonio Figueredo Sobrinho, aos 102 anos, em Barra Mansa (RJ), vítima de falência de múltiplos órgãos. Por 45 anos viveu a fé adventista, servindo em vários ministérios da igreja. Foi um dos pioneiros do adventismo em Barra Mansa e destacou-se por ministrar estudos bíblicos e levar várias pessoas ao batismo. Deixa a esposa, Arleme, quatro filhos, dez netos e dez bisnetos. Delfina Antônia de Paiva, aos 97 anos, em Cascavel (PR), vítima de traumatismo. Batizada em 1962, na cidade de Francisco Alves (PR), foi membro da Igreja do Jardim Nova Itália desde o início da congregação. Uma de suas características mais marcantes era a preocupação com o bemestar das pessoas. Sempre simpática, procurava motivar seus irmãos na fé. Deixa dois filhos, seis netos, 13 bisnetos e seis trinetos. Dirceu Prates dos Reis, aos 76 anos, em Campo Grande (MS), vítima de AVC. Graduado pelo antigo IAE, atual Unasp, campus São Paulo, ele dedicou 35 anos

ao ministério adventista, trabalhando nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Foi um dos primeiros líderes do Ministério Jovem e de Desbravadores da Associação Sul-Mato-Grossense. Natural de Santo Antônio da Patrulha (RS), iniciou seu ministério na cidade gaúcha de Uruguaiana, em 1974, e aposentou-se em 2009, em Campo Grande, onde exerceu os últimos 15 anos de seu pastorado. Casou-se com Olga, com quem teve dois filhos, que também trabalham como funcionários da Igreja Adventista. Deixa também três netos. Eduardo Linden, aos 64 anos, vítima de infecção generalizada. Batizado em 1980, era membro da Igreja do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS), em Taquara (RS). Por 25 anos serviu como diácono. Deixa a esposa, Lires, e dois filhos. Eléia Alves de Melo, aos 83 anos. Mulher cristã e de muita fé, testemunhou de seu amor a Cristo por toda a vida. Era membro da Igreja de Americanópolis, em São Paulo (SP), onde serviu nos ministérios da música e da assistência social. Diariamente lia a Bíblia, os escritos de Ellen White e ouvia o quarteto Arautos do Rei. Viúva do pastor José Rogério de Melo, com quem foi casada por 61 anos, deixa cinco filhos, seis netos e dois bisnetos.

Ellse Silvana Zulske Rosa, aos 85 anos, em São Gabriel da Palha (ES), vítima de parada cardiorrespiratória. Filha do pioneiro adventista Guilherme Zülske, fazia a tradução simultânea dos sermões de seu pai do alemão para o português. Também foi tesoureira da Igreja de Farturinha por mais de 30 anos. Destacou-se por sua fidelidade a Deus e inabalável esperança na volta de Jesus. Viúva, não teve filhos. Deixa dois irmãos e sobrinhos. Giosué de Luca Filho, aos 66 anos, em Vinhedo (SP), vítima de infarto. Era membro da Igreja do Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP). Destacou-se por sua generosidade para com os menos favorecidos. Deixa a esposa, Jaciara, e uma irmã. Hildegard Geisler, aos 91 anos, vítima de falência de múltiplos órgãos. Nascida num lar adventista em Benedito Novo (SC), foi batizada na mesma cidade. Por vários anos foi diaconisa na Igreja do Capão Redondo, São Paulo (SP), onde apreciava ornamentar o templo. Ultimamente era membro da Igreja de Jardim América, em Mafra (SC). Teve três filhas com o esposo Ernesto Geisler; uma delas é falecida. Jandira Meira, aos 93 anos, em Guanambi (BA), vítima de pneumonia aspirativa e infecção. Natural de Jequié (BA),

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converteu-se ao adventismo ainda jovem, na década de 1940, ao assistir a uma série de evangelismo do pastor Gustavo Storch. Foi uma das pioneiras do adventismo em Guanambi, e ao longo da vida trabalhou como regente de coral, colportora e professora de música e de corte e costura. Disciplinada estudante da Bíblia e dos escritos de Ellen White, chegou a decorar o livro Vida de Jesus e vários capítulos de O Desejado de Todas as Nações. Foi a líder espiritual de seu lar e uma dedicada missionária. Deixa três filhos e uma filha, netos e bisnetos. Jessy Mattos Rodrigues Dantas, aos 81 anos, em Curitiba (PR), vítima de parada cardiorrespiratória. Natural de Presidente Prudente (SP), aos 10 anos de idade foi morar no bairro de Vila Galvão, em Guarulhos (SP), onde conheceu a mensagem adventista na adolescência por influência da família Feldkischer. Foi uma fiel adventista e se destacou por compartilhar simpatia e literatura da igreja. Trabalhou como técnica de enfermagem e, depois de se aposentar, foi morar em Tatuí (SP), a fim de estar mais perto de seus irmãos. Viúva, deixa sobrinhos e familiares. Juremy Preuss Olm, aos 94 anos, em Taquara (RS), vítima de complicações de saúde em decorrência de ter fraturado o fêmur. Nena, como era

conhecida, nasceu em Cachoeira do Sul (RS) e foi batizada na adolescência pelo pastor Siegfried Kümpel. Em 1950, ela se casou com Ernesto Alípio Olm, neto do pioneiro adventista de Gaspar Alto (SC), Augusto Olm. Foi membro da Igreja Central de Taquara por quase 70 anos, servindo ali como diaconisa-chefe, professora da Escola Sabatina infantil e diretora do ministério de assistência social. Deixa dois filhos e duas netas. Leonida Augusta Gomes Quevedo, aos 84 anos, em Taquara (RS), vítima de problemas cardíacos. Era membro da Igreja do Instituto Adventista de Ensino Cruzeiro do Sul (IACS). Viveu para servir e destacou-se por sua amabilidade, generosidade, alegria, paciência, humildade e abnegação. Marlene Thomaz Alvarenga de Souza, aos 75 anos, em São Paulo (SP), vítima de parada cardíaca. Por muitos anos foi membro da Igreja de Ponte Rasa. Ultimamente era membro da Igreja de São Miguel Paulista. Destacou-se por atuar durante 30 anos no ministério musical. Gravou dois LPs de música religiosa e viajou pelo Brasil, se apresentando cerca de 1.100 vezes em igrejas adventistas e cristãs. Chegou a cantar em séries de conferências

dos pastores Roberto Rabello e Alcides Campolongo. Deixa o esposo, Marcos, com quem foi casada por 55 anos, uma filha, um casal de netos e uma bisneta. Pedro Gonçalves dos Santos, aos 76 anos, em Vilinha (PR), vítima de infarto. Conheceu a mensagem adventista quando criança, juntamente com seus pais. Foi um dos pioneiros da Igreja de São Brás, em Curitiba. Deixa a esposa, Ely Alves dos Santos, quatro filhos, sete netos e três bisnetos. Raimundo de Andrade Lima, aos 100 anos, em Teresina (PI). Pioneiro do adventismo no Piauí e em algumas regiões do Maranhão e Ceará, ele foi um incansável pregador sobre a volta de Jesus. Batizado em 1950, Raimundo se destacou por seu grande conhecimento da Bíblia e dos escritos de Ellen White. Apesar de ter cursado até o ensino fundamental 2, tinha muitos textos de memória e os recitava com lógica em seus sermões. Homens e mulheres letrados e iletrados, profissionais de diversos segmentos e líderes de igrejas foram evangelizados por ele. Apaixonado pelo que fazia, chegou a construir 13 igrejas e fez incontáveis viagens com fins missionários. Seu diligente ministério serve de inspiração para as novas gerações de adventistas. Viúvo, deixa seis

filhos, dez netos, 20 bisnetos e oito trinetos. Silvana Priske Cusso, aos 43 anos, em Jaraguá do Sul (SC), vítima de tumor na mama e no fígado. Querida por muitos e comprometida com a oração e a pregação do evangelho, ela trazia uma atmosfera celestial ao culto quando conduzia o louvor congregacional. Foi secretária da igreja, gostava de cantar e acompanhar o marido nas visitas aos lares. Deixa o esposo, Edson, e três filhas. Teodolino Costa Souza, aos 88 anos. Trabalhou por 37 anos no antigo IAE, atual Unasp, campus São Paulo. Serviu por vários anos como diácono na Igreja do Capão Redondo, na capital paulista. Era membro da Igreja de São Jacinto, em Teófilo Otoni (MG). Deixa a esposa, Emília (com quem foi casado por 61 anos), três filhos e dois netos. Valdomiro Fernandes Fraga, aos 94 anos, em Limeira (SP), vítima de falência de múltiplos órgãos. Natural de Santo Antônio da Patrulha (RS), morava em Engenheiro Coelho e foi sepultado na cidade vizinha de Artur Nogueira. O pastor Fraga exerceu seu ministério em vários estados do Brasil, sempre no setor financeiro da igreja. Viúvo, deixa um casal de filhos.

“ B E M - AV E N T U R A D O S O S M O R T O S Q U E , D E S D E A G O R A , M O R R E M N O S E N H O R ”

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ESTANTE

PARA COMEÇAR BEM O ANO

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FIDELIDADE NA PERSEGUIÇÃO, LIBERDADE DE ESCOLHA E O LUTO NA ADOLESCÊNCIA SÃO OS PONTOS DE PARTIDA DOS LIVROS DO CLUBE DE LEITURA DE 2020 ADRIANA SERATTO, GLAUBER ARAÚJO E NEILA OLIVEIRA

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m tempos de excesso, seja de informações e produtos, você já deve ter se convencido que, ainda que tivesse mais tempo e dinheiro, seria impossível ler todos os livros que gostaria ou memo assistir todos os filmes que lhe interessam. Por isso, ganha relevância em nossos dias o papel da curadoria. Ou seja, o serviço daqueles profissionais que selecionam para você, seguindo critérios com os quais você concorda, o que gostaria de ler, ouvir e assistir. Por exemplo, os editores de livros cumprem esse papel há muito tempo, e os clubes de leitura servem de ferramenta para que eles recomendem a determinado público uma lista de obras selecionadas. O que você conhecerá a seguir é a lista de títulos da CPB selecionados pela Igreja Adventista para várias faixas etárias. Esses materiais poderão ser uma boa companhia para adventistas de todas as idades em 2020. a garota encontrou um Caderno de Objetivos. Entre eles, apenas um não havia sido alcançado... e tinha a ver com a própria Violeta. E agora? Será que ela cumpriria o último desejo daquela amiga tão querida? O Último Objetivo é um emocionante livro sobre amizade, transformação e esperança, escrito também por uma adolescente, Giulia Marucci Valim, de 16 anos, que mora em Campanha (MG).

O ÚLTIMO OBJETIVO (10 A 15 ANOS) Quando Violeta perdeu sua melhor amiga, não tinha ideia de como isso poderia mudar sua vida... Parecia injusto uma pessoa tão especial como Elaray morrer em um acidente automobilístico. Certo dia, a mãe de Elaray chamou Violeta e lhe deu de presente uma caixa com pertences da amiga. Nela, 48

PERSEGUIDO NA CHINA (JOVENS) O livro retrata o testemunho inspirador de um missionário que, mesmo preso, não ousou desistir de sua missão. Em 1960, Chen era apenas um rapaz muito jovem, que havia sido ensinado pelo pai a ser fiel a Deus em qualquer circunstância. Em 35 capítulos, Bradley Booth, autor de vários livros da CPB,

PARA OS AVENTUREIROS

Resenhado na Revista Adventista de outubro (p. 49), o livro A Casa de Bruno e Nina será a leitura oficial do Clube de Aventureiros em 2020. Crianças de 6 a 9 anos vão aprender com a educadora Dalva Amélia, por meio de uma história interessante, os princípios da obra Orientação da Criança, de Ellen G. White.

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PERSEGUIDO NA CHINA RETRATA O TESTEMUNHO INSPIRADOR DE UM MISSIONÁRIO QUE, MESMO PRESO, NÃO OUSOU DESISTIR DE SUA MISSÃO retrata não apenas as lutas enfrentadas pelo pastor adventista para pregar o evangelho, mas também os danos que um casamento em jugo desigual pode acarretar. Com grande sensibilidade, a obra Perseguido na China (2019, 184 p.) descreve como Chen se reergueu diante da traição e da injustiça, tornando-se uma fiel testemunha do poder de Deus. Seja vivendo entre os monges do alto da montanha como punição pela sua desobediência ao juiz da cidade ou seja entre os companheiros de cela na terrível prisão de Wu Xi por recusar-se a negar o nome de Cristo, Chen aprendeu que seu campo missionário era onde ele estava.

TRECHOS

“Ele estava com dor por causa das feridas feitas pelas algemas em seus pulsos, e os roncos de seu estômago vazio o incomodavam. Mas aquele era o lugar em que Deus queria que ele ficasse, e isso era o suficiente para Chen” (Perseguido na China, p. 107). O livro Liberdade Real (2019, 168 p.) também descreve como, pelo uso consciente e correto do livre-arbítrio, Cristo conseguiu restaurar a tão almejada liberdade e concedê-la a todos os que desejam trocar a escravidão do pecado pela submissão à vontade de Deus. O autor argumenta que, assim como o grande conflito entre o bem e o mal foi iniciado pelo mau uso do livrearbítrio, a resolução desse problema também tem que ver com o exercício da liberdade humana em resposta à providência divina. ]

“Deus criou seres livres para fazer escolhas, mas essas escolhas geram ações que nem sempre terminam em mais liberdade. Se uma das inúmeras leis que regem o Universo for violada, a consequência será ruim, nunca boa; trará o mal, não o bem” (Liberdade Real, p. 24).

ADRIANA SERATTO é revisora, GLAUBER ARAÚJO e NEILA OLIVEIRA são editores de

LIBERDADE REAL (UNIVERSITÁRIOS) Em seu quarto livro pela CPB, o pastor Fernando Beier discute o significado da verdadeira liberdade e o papel que o livre-arbítrio tem nas escolhas que a humanidade faz. Por ser Alguém que intenciona Se relacionar, Deus deseja amar e ser amado, e admirar Sua criação se desenvolvendo em harmonia e paz. No entanto, com a mesma liberdade que milhares de criaturas escolheram seguir Seus preceitos, um grupo decidiu seguir o próprio caminho, descobrindo posteriormente as implicações fatais disso.

livros na CPB

PARA TODA A FAMÍLIA

Muito mais que um abrigo físico, o lar se define pela qualidade das relações entre pessoas que compartilham o mesmo sangue e ideais. Como deveria viver uma família que professa se preparar para o retorno de Cristo? A leitura de O Lar Adventista, de Ellen G. White, vai ajudar a igreja a revisitar esse tema.

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R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

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40791 – RA Dez2019

26|11|2019 2:16

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C. Q.

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ENFIM

MULHER SUBMISSA

SAIBA COMO O APÓSTOLO PAULO LIDOU COM AS RELAÇÕES DESIGUAIS DE SEU TEMPO NORMAN YOUNG

ão apenas duas palavras! Mas elas têm justificado abusos ao longo do tempo e acusações mais recentes de que Paulo teria sido misógino, ou seja, odiava as mulheres. “Submeter” e “cabeça” aparecem juntas em Efésios 5:22 e 23. Porém, o verbo “submeter” não está nos manuscritos gregos, mas a ideia é corretamente assumida no verso 21 por meio do termo “sujeitar” (ver Cl 3:18). Esse versículo marca uma transição na argumentação de Paulo e afirma que a sujeição/submissão deve ser mútua, ainda que expressa em diferentes formas. Na Antiguidade, especialmente na cultura greco-romana, há várias evidências de que havia desigualdade de gêneros, conforme isso é entendido hoje. De modo geral, o esposo governava a casa e a esposa o obedecia. O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) reflete esse pensamento (Política, 1.1260a;

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1.1254b) e Plutarco (46-120 d.C.) também, com a ressalva de que o domínio do homem sobre a mulher não deveria ser como de um dono sobre sua propriedade (Advice to the Bride and Groom, 142E). Judeus contemporâneos de Paulo, como Filo de Alexandria (20 a.C.-50 d.C.) e Flávio Josefo (37-100 d.C.) ecoavam a visão helenista a respeito das mulheres. Filo entendia que a esposa deveria servir o esposo, não coagida por violência, mas para cumprir seu papel (Hypothetica 7.3). Por sua vez, Josefo escreveu que em todos os aspectos a mulher é inferior ao homem e que deve se sujeitar a ele, pois Deus deu ao marido o direito de governar (Contra Apion, 2.201). Ao ler essas declarações, podemos imaginar que Paulo tenha reproduzido acriticamente o pensamento de seu tempo. Porém, a leitura atenta do texto nos mostra que não. O significado dos ­versículos 21 a 24 e 25 a 33 é modelado pela menção frequente de Cristo e Seu relacionamento com a igreja. Em ambas as seções, a maneira pela qual Cristo ministrou à igreja é como o marido deve tratar sua esposa e vice-versa. Como comentou Ellen White, pioneira adventista, se o marido é grosseiro, egoísta e opressor, não deve ser respeitado como o “cabeça” do lar,

pois não lidera com o espírito de Cristo (O Lar Adventista, p. 117). Quando nos voltamos para as orientações de Paulo aos maridos, várias coisas se destacam. Primeiro, 131 palavras são dirigidas aos esposos e apenas 48 às esposas. O apóstolo se concentrou em advertir os que detinham o poder no seu tempo. Segundo, ele menciona “amor” seis vezes nos versos 25 a 33. Terceiro, o exemplo de Cristo define a natureza desse amor. Jesus Se doou por Sua igreja, a fim de torná-la santa e sem defeito. O argumento de Paulo é que o marido deve amar seu próprio corpo (a esposa), e dela cuidar assim como Cristo nutre e mantém o corpo Dele (a igreja). Ao relacionar a esposa com o corpo do marido, o apóstolo enfatizou a unidade orgânica do casal (ver Gn 2:24), como se a mulher fosse o “alter ego” do esposo (v. 28). Conforme mencionou o teólogo John McVay no fórum da revista Spectrum em 2017, se Paulo quisesse ter enfatizado o domínio/ chefia do homem sobre a mulher, teria usado os verbos “governar” ou “obedecer”, que não ocorrem em Efésios 5:21-33; e poderia ter citado o texto de Gênesis 3:16 em vez de Gênesis 2:24. Por fim, com base na definição que Paulo dá para amor em 1 Coríntios 13, como uma atitude paciente, altruísta, não violenta e humilde, é razoável concluir que ele confrontou as relações desiguais entre esposos e esposas de seu tempo com os valores de Cristo. Não deveríamos fazer o mesmo? ] NORMAN YOUNG é teólogo e professor emérito do Avondale College, na Austrália

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Dezembro 2019

Foto: Adobe Stock

PAULO NÃO REPRODUZIU ACRITICAMENTE A VISÃO DA SUA ÉPOCA SOBRE AS MULHERES


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