DEVOCIONAL
JESUS COMPAROU PEDRO AO PROFETA FUJÃO DO ANTIGO TESTAMENTO GERALD A. KLINGBEIL
J
onas é um nome familiar para as três principais religiões monoteístas. Judaísmo, cristianismo e islamismo contam a história um tanto cômica do profeta renegado que tentou fugir de Deus. Ao longo da história, vários artistas têm ilustrado a experiência dele na barriga do grande peixe. Livros infantis, mosaicos caros e pinturas em paredes demonstram a história de um homem que chegou a um beco sem saída no fundo do mar. Jonas ganhou uma segunda chance (Jn 3), embora tenha sido necessário muito mais que um sepultamento debaixo d’água para que ele se tornasse receptivo à graça e compaixão de Deus. Há ainda outra história de segunda (ou terceira) chance na Bíblia. Com base no melhor manuscrito grego, conforme os teólogos Barclay M. Newman e Eugene A. Nida (A Translator’s Handbook on the Gospel of John, p. 45), a maioria das traduções para o português diz que o nome do pai de Simão Pedro era João (Jo 1:42). Isso ocorre, por exemplo, na NVI, ARA, NAA e NTLH. Por sua vez, a versão ARC traduz esse trecho como “filho de Jonas”, talvez por ter levado em conta manuscritos que procuram harmonizar João 1:42 com Mateus 16:17. Cristo tinha um relacionamento especial com esse discípulo, via seu potencial e o havia incluído em Seu círculo mais íntimo. O contexto de Mateus 16 é a declaração de Pedro de que Jesus era o Messias. E o Mestre elogiou Seu discípulo por isso (v. 17).
DEUS É ESPECIALISTA EM CONCEDER SEGUNDAS CHANCES. ELE VÊ POTENCIAL ONDE VEMOS APENAS DECEPÇÃO 32
No entanto, poucos minutos depois, após Jesus prever Seu sofrimento, morte e ressurreição como Messias, Pedro chamou o Mestre em particular e O repreendeu com sinceridade, mas firmeza (v. 22). A expressão grega utilizada nesse verso é um termo bem forte que exige obediência. “Pare de falar assim, Jesus!” talvez fosse uma boa tradução. A reação de Cristo também foi bem enérgica: “Para trás de mim, Satanás!” (v. 23). “Não aja como o tentador, Pedro”, foi o que Jesus quis diser. Segundo Kevin J. Youngblood, o texto de Mateus parece indicar a intenção de Jesus de relacionar Pedro com Jonas, o profeta “apostatado” (Jonah: Exegetical Commentary on the Old Testament, p. 127). O fato de Pedro ter negado Jesus três vezes se assemelha a Jonas em sua luta contra o chamado de Deus. Ele não quis seguir Jesus até a cruz, pois, para Pedro, a cruz não era o caminho. Porém, tal qual o profeta do Antigo Testamento, o apóstolo do Novo Testamento recebeu uma nova chance depois da ressurreição do Mestre (Jo 21:15-17). Mais tarde, quando Deus disse a Pedro que pregasse aos gentios (outra ligação com a história de Jonas), o apóstolo precisou ouvir as instruções divinas por três vezes para então obedecer (At 10:16). De fato, Deus ama os Jonas, Tomés, Pedros e Martas deste mundo. O Senhor é especialista em conceder segundas chances. Ele vê potencial onde vemos apenas decepção. Ele oferece novos começos onde vemos somente becos sem saída. E quando tentamos fugir Dele, pacientemente Ele nos lembra de que Sua bondade e misericórdia nos “seguirão” todos os dias de nossa vida (Sl 23:6). ] GERALD A. KLINGBEIL é editor associado da Adventist World
R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Dezembro 2019
Foto: Adobe Stock
OUTRO JONAS
Foto: Dusan Smetana
BOA
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