Revista Saneas ed. 71

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ENTREVISTA

Tecnologia e meio ambiente: Por Suely Melo

Prof. Maurício Pazini Brandão aborda as iniciativas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

N Maurício Pazini Brandão Engenheiro aeronáutico, formado pelo ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, onde atua como professor desde 1979. É militar, cientista, com mestrado e doutorado. Carreira militar, científica e de gestão na área de Tecnologia e Inovação.

a escala mundial de inovação, com

forte centrada na pessoa do brasileiro. O MCTIC é o

129 países, o Brasil ocupa a 66ª po-

único ministério que tem um poder de ação transversal,

sição e uma forma de mudar este ce-

que atua em todas as áreas. Podemos colaborar com

nário é criando produtos inovadores

qualquer ministério. O nosso papel não é resolver pro-

com selo brasileiro e alcance global. É com esta

blemas e sim gerar soluções que os outros ministérios

visão que o MCTIC - Ministério da Ciência, Tecno-

podem empregar para resolver problemas. Colocadas

logia, Inovações e Comunicações MCTIC trabalha,

essas três políticas do ministro Marcos Pontes, uma das

hoje, em 5 startups “que vão mudar o mundo. Vão

novas secretarias que foram criadas é a do Planejamen-

gerar produtos brasileiros em escala global e que

to, cujo objetivo é gerar estratégias (como executar a

irão trazer riquezas de bilhões de dólares e dinhei-

política). Nessa estratégia, serão gerados programas e

ro novo para o Brasil”. As afirmações são de Mau-

projetos que não vão ser executados pelo MCTIC, mas

rício Pazini Brandão, engenheiro aeronáutico, que

por todas unidades vinculadas às instituições de Ciência

integra o ministério, formado pelo ITA - Instituto

e Tecnologia - públicas e privadas -, por todos os órgãos

Tecnológico de Aeronáutica (há 42 anos), onde

do país que têm interesse na área. Esta secretaria busca

atua como professor desde 1979.

o Funding [captação de recursos para investimento] pú-

Com carreira militar, científica e de gestão na área

blico ou privado. Para isso, existem instituições e meca-

de Tecnologia e Inovação, além de ser empreendedor

nismos em todos os estados, as Fundações de Amparo

e inovador, o professor é Diretor Regional Sul/ Sudes-

à Pesquisa: FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos),

te do MCTIC. Na entrevista a seguir, ele fala sobre o

CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien-

panorama do Brasil em relação à tecnologia e às ino-

tífico e Tecnológico), EMBRAPII (Empresa Brasileira de

vações voltadas às questões ambientais, bem como

Pesquisa e Inovação Industrial); CAPES (Coordenação

outros temas que o novo ministério abrange. O espe-

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); BN-

cialista destaca, entre outros tópicos, as tecnologias

DES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

disruptivas, avanços em Inteligência Artificial e iniciati-

Social), falando em termos de governo. E tem todas as

vas que visam solucionar o problema hídrico da região

entidades privadas que podem investir também. A Se-

Nordeste, como a dessalinização.

cretaria vai atrás do Funding para ajudar os programas

Leia a entrevista na íntegra.

e projetos avançarem, e também coleta os resultados, que são indicadores para serem acompanhados ao lon-

Revista Saneas: Quais os planos do governo para

go do tempo. Não temos uma estatística muito clara

ampliar as oportunidades de inovação no país? Que

da mortalidade das startups brasileiras, por exemplo.

setores estão mais avançados nesta questão?

Então, este é um indicador que está sendo criado. Va-

Prof. Maurício Pazini Brandão: O MCTIC tem por po-

mos dizer que no futuro, daqui há uns 10 anos, iremos

lítica um tripé baseado em produzir conhecimento, ge-

ver a evolução disso. Se a mortalidade caiu é porque

rar riqueza e melhorar a qualidade de vida do brasileiro.

estamos fazendo um bom trabalho, mas enquanto não

O produzir conhecimento faz um elo do nosso trabalho

tivermos números para criar um gráfico, não vamos ter

com a área da educação. O gerar riqueza nos liga à área

uma percepção se estamos fazendo um bom trabalho

econômica e o melhorar a vida do brasileiro nos liga

ou não. Isso não existia, esse trabalho está começando

com o poder psicossocial do país. Há uma preocupação

agora no Governo Bolsonaro. Então, veja, nós estamos

Janeiro a Março de 2020

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