Revista Quartier

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exemplar gratuito - venda proibida

quartier Entrevista

emannuelle junqueira

“a moda tem aquela história que se repete, tem as tendências, e você cumpre um calendário, e essa não é minha essência”

Tipo exportação

Musicais ganham roupagem abrasileirada e caem no gosto dos paulistanos

Shapes sedutores

os looks sofisticados e inspirados no glamour dos anos 50

A sua referência nos Jardins ano 2 / edição 7

SE7E E

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Carta do Editor

JARDINS MULTICULTURAL

O

uso dizer que os Jardins é o bairro mais completo, cultural e moderno de São Paulo. Se fosse para elencar os porquês, começaria pelas inúmeras exposições que são realizadas por aqui, mas, mais do que isso, pela variedade de espaços que há para levá-las ao público, como a Zipper Galeria, a Casa das Rosas, o Conjunto Nacional, o Itaú Cultural, o MuBE, a Galeria Marília Razuk, o Centro Cultural Fiesp, o Caixa Cultural e o patriarca de todos, o Masp, e tantos outros. Tais lugares resgatam histórias, personalidades, artistas de várias partes do mundo e de séculos distintos que chegam ao nosso conhecimento, sem que seja necessário nos locomovermos para pontos tão distantes de onde estamos. Aproveite as terças-feiras no Masp, cuja entrada é gratuita, e visite a exposição Deuses e Madonas – A Arte do Sagrado.Trazemos nesta edição apenas uma pincelada do que a história da arte tem para nos contar. Em seguida, me vem à cabeça a diversidade gastronômica. Desse ponto da cidade pode-se viajar à Itália, à França, ao Japão, à Arábia etc., por meio dos restaurantes e cafés que aqui estão instalados, numa sobreposição de sabores e de culturas, que trazem raízes preservadas. A cada pesquisa que realizamos para construir uma nova edição da Quartier nos surpreendemos com a rica e criativa gastronomia que esse charmoso bairro abriga. E, por falar em charme, como não trazer um bate-papo com Emannuelle Junqueira, a estilista dos mais incríveis e personalizados vestidos de noiva que está instalada em um bucólico espaço na Peixoto Gomide. É impossível entrar na romântica loja e sair de lá sem que se queira casar, só para vestir uma de suas criações. Inspirados por esse clima de romance e moda, clicamos no Havana Club, bar do Renaissance São Paulo Hotel, o editorial de Namorados. Com pitadas dos anos 50, os looks cosmopolitas fogem dos modismos das passarelas e lançam um shape prático, porém sofisticado. Além disso tudo, aproveite a estada em nosso Quartier e vá assistir ao mais novo gênero teatral que tem fisgado a atenção dos paulistanos: os musicais. Com superproduções, os espetáculos têm surpreendido a plateia com a tecnologia e a magnitude desse tipo de show. É praticamente um pedaço da Broadway nova-iorquina em terras paulistanas. Explore este número que você tem em mãos, ela é a prova de que, nos Jardins, há sempre um lugar a ser conhecido,garimpado,pronto para entreter aqueles que chegam por aqui.

Walquiria Botaro

walquiria@editorase7e.net

www.twitter.com/revistaquartier www.facebook.com/quartier

SE7E E d i t o r a

Diretor EXECUTIVO DOUGLAS MARQUES

Diretora Editorial WALQUIRIA BOTARO

A sua referência nos Jardins

Redação Diretora de redação WALQUIRIA BOTARO (walquiria@editorase7e.net) Diretor de criação douglas marques (douglas@editorase7e.net) Diretora de arte lygia lyra (lygia.lyra@editorase7e.net) editor especial carlos costa (carlos@editorase7e.net) CRIATIVE RETOUCH FURIA Designer patricia mello Jornalistas AnDrea ROMANOV, FELIPE HENT e roDRIGO FAVRE Assistente-executiva beatriz dos santos silva Colaboradores fabiana marques, Janaina pereira, JAQUELINE JANUZZI E MARCUS TRINDADE STYLIST paula lang

Publicidade núcleo de VENDAs kika orienrac Para anunciar Ligue (11) 2614-4710 / 2613-6140 e-mail (publicidade@editorase7e.net) Para se corresponder com a redação (quartier@editorase7e.net) Gráfica intergraf Você quer receber a Quartier em casa ou no trabalho, gratuitamente? Mande um e-mail com seu endereço para quartier@editorase7e.net Quartier é uma publicação bimestral da E ditora S e7e (www.editorase7e .net) Av. Paulista 2.006, cj. 1108 , Bela Vista, São Paulo (SP), cep 01310-200 Tel . (11) 2614-4710


sumário

07 gourmet

4 Montado na hora: o mil-folhas do Amorim Chéri Bistrô 4 Criatividade e recheios exóticos no Pastifício Pissani 4 Cheers: os deliciosos drinques de nosso Quartier 4 A gastronomia brasileira do Na Cozinha

12 CONVERSA

A personalidade e a maneira de criar vestidos de noivas e festas da estilista Emannuelle Junqueira

17 MANUAL

4 Compactas: as carteiras que são essenciais no universo masculino 4 Moda: o estilo sedutor do shape dos anos 50

27 diversão

4 Exposição: Deuses e Madonas – A Arte do Sagrado no Masp 4 Telona revisitada: a continuação dos clássicos do cinema 4 Underground: descontração ao som do rock no Dj Club Bar 4 Adornos históricos: joias do século 19 e 20 no Centro Cultural Fiesp

30 A VEZ DOS

4 Revista Quartier

foto: hugo toni

MUSICAIS

O grande sucesso desse gênero dentro e fora do nosso Quartier



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Gourmet ➥ docerias

/ / C a f é s / / r e s t au r a n t e s / / B a r e s / / pa da r i a s

Lambe-Lambe

Doce tentaçAo foto: tadeu brunelli

Mil-folhas montado na hora é de ‘comer com os olhos’

Massa folheada (a primeira camada é caramelizada com açúcar), delicioso creme pâtisserie de baunilha, calda de frutas vermelhas e frutas vermelhas frescas, tudo montado na hora! Ficou com água na boca? Pois essa deliciosa combinação se transforma no Mil-folhas do Amorim Chéri Bistrô e Pâtisserie. A sobremesa, uma das mais pedidas na casa, faz parte de um cardápio voltado para a culinária francesa. Comandado pela chef Flávia Amorim – formada pela Le Cordon Bleu, especialista em doces –, o bistrô é agradável e aconchegante, com o clima dos fins de tarde dos elegantes cafés parisienses. / Amorim Chéri Bistrô e Pâtisserie | R. Augusta, 2321 | Tel. (11) 3061-3283

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Clássico

foto: tadeu brunelli

Gourmet

Raízes Italianas

Spaguetti com polvo alla nonna Angela, uma das especialidades da casa

Os aficionados da clássica cozinha italiana ganharam, há quase um ano, novo ponto de encontro: o Santovino Ristorante. Em um dos endereços mais badalados dos Jardins, a casa é o espaço perfeito para apreciar os tradicionais sabores da itália. Prezando pelo frescor e pela qualidade dos ingredientes e com uma cozinha estruturada para a produção própria de itens como pão e massas, o cardápio é uma grande homenagem ao receituário da Itália. A casa serve pratos como polenta cremosa com queijo taleggio, espinafre e pancetta crocante, spaghetti com polvo alla nonna Angela, nhoque de batata com ragú de coelho levemente trufado e com mix de cogumelos e o ravióli de brie com tomate rústico, fatias de presunto Parma e aspargos. / Santovino Ristorante | Al. Lorena, 1821 | Tel. (11) 3061-9787

HORA DO CAFEZINHO

/ Il Barista | Al. Lorena, 1731 – 2º Piso –

dentro da Livraria da Vila | Tel. (11) 3297-9355

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Massas com personalidade Imagine um lugar onde você pode personalizar suas massas e escolher os mais exóticos recheios... No Pastifício Pissani isso é possível, com toda a criatividade e maestria de Carlos Pissani, um engenheiro civil de formação que se entregou à paixão familiar, que já dura quatro gerações. Formatos, texturas, cores e recheios aguçam a curiosidade de experimentar cada uma das criações desse chef. A começar pelo perfumado e refrescante agnolotti com recheio de burrata com lascas de limão-siciliano, que encanta o paladar e pode ser servido apenas com azeite extravirgem. Se quiser dar personali-

dade e estilo a um jantar entre amigos, sirva tortellini de camembert, um típico queijo francês que combina perfeitamente com nozes de macadâmia. Entre os recheios que merecem sua atenção estão o brie com alcachofra ao tartufo, o de queijo negro e o de abacaxi caramelizado com emmenthal. Para finalizar, surpreenda seus convidados com a miniflor de chocolate recheada de chocolate branco e frutas vermelhas. A massa é um pouco mais densa que as demais, até por levar chocolate em sua preparação, mas vale a experiência. / Pastifício

Pissani Artigianale | Al. Franca, 1413 | Tel. (11) 3081-6847

fotos: divulgação

O Il Barista Ice, carro-chefe da butique de cafés especiais Il Barista, é um cappuccino com sorvete de creme de leite coberto com chantili e lascas de chocolate meio amargo. Refrescante, saboroso e irresistível.


cheers

Gourmet

Para bons vivánts Pura ou em drinques, a vodca, embora seja apontada como a bebida nacional da Rússia, é da Polônia que vem algumas das marcas mais conhecidas desse famoso destilado. Selecionamos alguns tipos que valem sua moderada apreciação.

Xenia Direto da Suíça é uma das estrelas entre as vodcas importadas. Possui tripla destilação em alambique de cobre que garante leve sabor.

/ Venews | Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2460 | Tel. (11) 3214-2009 | R$ 31 (garrafa 700 ml)

Em Dobro

Coloridos e elaborados

Double drinks é a proposta da Cervejaria Devassa, de segunda a sexta feira, das 17 às 20 horas, horário da happy hour em nosso . E, a cada dia da semana, a promoção é válida para uma bebida diferente. A segunda é dia de margarita; na terça é a vez do mojito; na quarta, a atração é o chope; na quinta, a caipiry; e, na sexta, aproveite a caipisakê. Todos os drinques fazem parte da nova carta elaborada pelo consultor de bebidas Vinicius Melo. / Cervejaria Devassa | R. Bela Cintra, 1579 | Tel. (11) 3081-6081

Refrescantes

Novas queridinhas No Mestiço, as famosas caipirinhas ganharam novas versões: com frutas verdes – kiwi, limão, uva Itália – e vermelhas - framboesa, amora. A base da escolha fica a gosto do freguês, podendo ser entre saquê, cachaça e vodca. Experimente todas!

/ Mestiço | R. Fernando

de Albuquerque, 277

Stolichnaya Produzida com uma seleção dos mais refinados cereais de Tambov, na Rússia, e a mais pura água artesanal, essa vodca é destilada e engarrafada na Letônia. / Casa Santa Luiza | Al. Lorena, 1471 | Tel. (11) 3897-5000 | R$ 67,90 (garrafa de 1)

Level De origem sueca, é destilada centenas de vezes e em pequenos lotes, assegurando um produto com suavidade. Possui um sabor sutil de frutas cítricas e ervas. / Marvi | R. da Consolação, 2590

| Tel. (11) 3129-8385 | R$ 139,20 (garrafa de 750 ml)

Wyborowa Triplamente destilada e elaborada com ingredientes nobres. Seu sabor é levemente adocicado, remetendo à sua principal matériaprima - o centeio. É considerada a rainha das vodcas polonesas... / Bacco´s | R. Sergipe, 568

| Tel. (11) 3661-7898 | R$ 28,50 (garrafa de 500 ml)

| Tel. (11) 3256-3165

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Gourmet

by chef carlos ribeiro e flor de sal

Tempero milenar

caio kenji tateyama

Um dos produtos mais usados pelos principais chefs de cozinha, a Flor de Sal é rica em magnésio, cálcio, cobre, zinco e potássio e possui uma característica exclusiva: realça o sabor natural dos alimentos, principalmente de grelhados e saladas. Produzido artesanalmente há mais de 2 mil anos, a Flor de Sal

começou a ser extraída pelos povos celtas e é, até hoje, colhida manualmente. Para se ter uma ideia de quão nobre é esse condimento, são necessários cerca de 80 quilos de sal marinho bruto para produzir 1 quilo dos caríssimos cristais de Flor de Sal, considerado o “caviar” no mundo do sal marinho. Após ser colhido,

o produto é embalado em seguida e não sofre nenhum tipo de processo químico e industrializado, favorecendo uma alimentação saudável.

Modo de preparo: 1. Bata o creme de leite fresco com 25 g de açúcar até virar chantili. Reserve. 2. Separe as claras das gemas. Bata as claras até o ponto em neve. Reserve. 3. Junte as gemas ao chantili e misture bem devagar, para não desmontar. Depois, junte as claras em neve. 4. Esquente o leite com o doce de leite, mexendo até homogeneizar. Após

esfriar, adicione o creme de chantili e os ovos e misture. 5. Unte forminhas para petit gâteau com óleo e coloque o creme. 6. Leve ao congelador por 6 horas. Desenforme a sobremesa e salpique uma farofa doce* por cima. 7. Finalize com um fio de azeite de oliva extravirgem, uma folha de hortelã e pulverize delicadamente com a Flor de Sal.

Com diversos prêmios conquistados, é no restaurante Na Cozinha que se pode degustar o apetitoso picadinho de carne, preparado pelas mãos do chef paraibano Carlos Ribeiro. O prato, com cara de refeição preparada pela mãe, leva ingredientes simples, como filémignon, alho, manteiga, colorau, salsinha, molho inglês, Flor de Sal e pimenta a gosto, porém, o sabor que toda essa combinação resulta é de um requinte sem igual. Para acompanhar o picadinho, o chef sugere arroz, farofa, uma saladinha de tomates, ovo frito ou pastéis, e deixa a dica: “Para que a carne fique macia, certifico-me de que a frigideira esteja bem quente. Uso primeiro os temperos secos, e o sal sempre por último, pois ele é água em estado sólido. Durante os 3 primeiros minutos de fritura da carne não mexo, assim evito que a carne fique dura”, revela Carlos. / Na Cozinha | R. Haddock Lobo, 955 | Tel. (11) 3063-5377

Geladim Ingredientes • 100 g de doce de leite • 100 ml de leite • 300 ml de creme de leite • 3 ovos • 50 g de açúcar • 10 ml de óleo • Azeite de oliva extravirgem

* Para fazer a farofa, basta misturar 200 g de leite em pó com 100 g de gergelim torrado e triturado, mais 200 g de açúcar mascavo.

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fotos: divulgação

clássico Nacional


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conversa

EF

Essencialmente

feminina Mãe, mulher, estilista, despojada, alegre: Emannuelle Junqueira pode ser todas essas mulheres de uma vez só, e reflete em suas criações um pouco de sua personalidade. A estilista começou criando vestidos de noivas e hoje faz de seu nome uma marca de sucesso, levando graça, beleza e feminilidade à moda A casa simpática nos Jardins onde está localizada a loja de Emannuelle Junqueira é um espelho da jovem estilista. As roupas delicadas combinam com o frescor e a leveza do ambiente, reflexo da personalidade dessa carioca de 36 anos, que faz sucesso com seus vestidos de noiva. Emannuelle, no entanto, vai além: ela ainda imprime feminilidade e elegância a roupas de festa, lingeries e peças prêt-à-porter. Em uma pequena sala, encontro a estilista desenhando, e nossa conversa começa enquanto ela finaliza mais um trabalho. Cercada por tecidos, ela fala de sua carreira, os planos para o futuro e revela para a Quartier quem é a mulher por trás dos croquis famosos que se transformam em criações fabulosas nas mãos dessa fada. 12 Revista Quartier

fotos: divulgação

Por Janaina Pereira


Você morou na França quando era criança e começou a costurar aos 14 anos. Como foi isso? Na verdade, eu morei na Itália e na França durante minha infância. Meu pai era da Embraer, então fui para lá com 7 anos e voltei com 10, para morar em São José dos Campos. Foi muito bom esse período para aperfeiçoar meu olhar em relação à arte, e não em relação à moda, isso veio depois. Com 14 anos, comecei a costurar, aqui no Brasil. Eu queria fazer alguma coisa acontecer, queria algo que não tinha. Fiz curso de corte e costura, que era para senhoras que tinham tempo livre... E assim fui me apaixonando pela moda. Passei a fazer algumas calças, que eu vendia na escola. Eram daquelas com elástico na cintura, estampadas, bem simples de costurar... Depois, é claro, fui me aperfeiçoando, fiz faculdade de moda, a Santa Marcelina. Isso foi muito bom para mim, para eu desenvolver esse lado de designer. E os vestidos de noiva, quando surgiram? Quando eu me casei, logo após me formar na faculdade. Para variar, eu queria algo diferente. Sempre procurei estar à frente, é natural para mim, isso é um pouco meu mesmo. Eu pensava: “Vou me casar, mas, com esses vestidos, isso não sou eu!”. Foi assim que fiz meu vestido de noiva, e as pessoas começaram a me procurar... Eu trabalhava em paralelo, era uma loucura. Um dia, eu vi que não dava mais para conciliar os dois e investi na minha marca. Então, eu faço vestidos de noiva há 13 anos, mas a minha marca existe há dez.


divulgação

conversa

E por que escolheu os Jardins? Pela naturalidade que o bairro tem, ele não quer ostentar. Lógico, tem a Oscar Freire, mas essa parte do bairro onde estamos é discreta e, ao mesmo tempo, tem o seu charme. Você tem ideia de quantos vestidos de noiva já fez? Quase mil. 14 Revista Quartier

E tanto para os vestidos de noiva, quanto para as outras peças que faz, o que você considera característica sua, um estilo particular? Acho mais fácil falar o que as pessoas falam de mim, e elas falam da renda. Mas se eu for falar de mim, o mais importante é trabalhar com texturas. Gosto de vestidos leves e texturizados, essa mistura de tramas, de desenhos, isso faz parte da minha essência. E é delicado, acho que quando a mulher veste essa roupa ela se sente mais mulher. É ultrafeminina, sem ser boba e sem graça. De onde vem a sua inspiração? Toda coleção, eu tenho como ícone algo anos 1920, anos 1930, até antes disso. Procuro sempre resgatar, mas é um resgate com um olhar contemporâneo. No decorrer dos anos, você percebeu mudanças na mulher que deseja ter um vestido seu? Eu não acredito na mudança das mulheres, mas na proliferação da autenticidade delas. Desde que eu comecei a fazer vestido de noiva, e até porque o meu foi uma “quebra”do que existia na época em

foto: renata xavier

Então você montou sua loja a partir do sucesso dos vestidos de noiva... Eu montei meu ateliê em um prédio comercial nos Jardins e as coisas foram crescendo. Estamos aqui nesta casa há seis anos. As pessoas falam “a Emannuelle faz vestidos de noiva”. Eu gosto de fazer vestido de noiva, é “o” vestido, mas eu acredito muito na marca como um todo. Creio num estilo mais do que na moda. A moda tem aquela história que se repete, tem as tendências e você cumpre um calendário, e essa não é minha essência. A minha essência é criar sempre, sem parar. Gosto de explorar coisas que talvez até existam, mas não foram exploradas. Eu enxergo a roupa como arte. E isso é mais que um carimbo ou um rótulo “vestido de festa”, “vestido de noiva”.

que me casei, essas mulheres me procuravam querendo algo novo, que tivesse mais a ver com elas. O que eu vejo é que, se antes algumas queriam isso, hoje todas querem. Elas se casam onde querem casar, tem mais liberdade para oficializar o relacionamento do jeito que elas acreditam, porém, com o resgate de um ritual que elas também acreditam. Tem as religiões, as crenças, e eu já fiz noiva para casamento indiano, judaico, católico, cerimônia ecumênica... Hoje, as mulheres têm essa força, elas não têm de


se prender a um modelo. Um tomara-que-caia, um decote em vê, tudo tem infinitas formas de trabalhar. Eu me preocupo com tudo, cabelo, maquiagem, sapatos, porque você tem de passar o que você é.

fotos: domitilia & d’alessandro

O que seria um excesso para uma noiva, o que ela não deve usar? Tem uma palavrinha que resume tudo: naturalidade. Tudo que quebra essa naturalidade é um excesso. Se a noiva coloca um véu mais pesado que o pescoço dela pode suportar, então perdeu a naturalidade e quebrou a elegância. As mulheres têm de ser elas mesmas. Você faz roupas que são usadas por muitas mulheres famosas, e fez vários vestidos de noiva para celebridades, como a cantora Sandy. É diferente fazer um vestido para uma famosa? E a cobrança da mídia, como é? A responsabilidade é maior ainda, porque vai se tornar público, mas eu procuro não pensar nisso. Eu tenho de passar a minha essência para aquele vestido. E no final das contas é tudo muito natural. Eu me forço a não ouvir as notícias nem a ler as revistas, eu não quero saber o que a mídia diz. É natural, para mim, fazer algo diferente. Eu procuro deixar sempre a noiva muito à vontade, e isso é uma coisa minha. É algo sensível que eu tenho. Eu já sei quando ela não gosta ou quando está amando. A Sandy, por exemplo, indicou o tipo de decote de que ela gosta, e eu falei: “Vamos lá!”. E isso é a identidade dela, e é o mais legal, porque a pessoa e o vestido são uma só. E quando foi que você começou a criar outras peças, além dos vestidos de noiva? Logo depois de fazer os primeiros vestidos de noiva. Eu conhecia as fábricas, as tecelagens, e as pessoas pediam outros tipos de roupa. E eu também queria mais do que os vestidos de noiva. Eu queria que as mulheres usassem minhas roupas em outras ocasiões. Então comecei a fazer vestidos de

festa, depois veio a coleção casual, e as coisas foram caminhando. Hoje, eu tenho a linha Mariage, que é a de casamento, dividida em Off-White, que é para a mulher prática, que já encontra os vestidos de noiva prontos; a Emannuele Junqueira, que é a noiva com exclusividade completa; e a Sob Medida, com 30 modelos prontos que podemos personalizar para cada noiva. E tenho a linha festa, mas eu ainda vou descobrir um nome mais legal [risos]. É onde tem os vestidos longos, roupas para momentos especiais. E ainda tenho a parceria com a Jogê, em uma coleção de lingerie para noivas. Além disso, quero conversar com outros mercados que não sejam apenas moda. Os catálogos de suas coleções e o seu site são compostos de fotos em preto e branco e têm um cenário meio “noiva em fuga”. De onde veio essa ideia? Desde o começo, eu sempre me preocupei em desconstruir a noiva. E acho que isso é o que encanta as mulheres, não é a noiva montada. As pessoas se identificam. Então, em todas as campanhas, usamos essas imagens de noivas desconstruídas. E o que você gosta de fazer quando não está trabalhando? Gosto de ler. Estou lendo a biografia do Tim Burton. Ele sempre quis fugir do óbvio, é um barato, porque é mais ou menos como eu vejo as coisas. E eu adoro café, gosto de ir às cafeterias. E com seus filhos, qual é a programação? Não adianta eu levá-los num programa em que não vou ter paciência, então os levo a exposições e fazemos coisas que agradem a todos. Quais são as perspectivas para o trabalho? Vou abrir uma loja no Rio, num shopping. Para mim, é algo diferente, porque vou levar esse conceito da casa, aqui dos Jardins, para um shopping. Deixei essa pergunta para o final porque você, sendo uma estilista, poderá definir melhor: o que é cafona? [risos] Isso abre um leque de possibilidades! Mas acho que o luxo como tem sido visto ultimamente é cafona. De modo geral, para mim, qualquer coisa que fuja da essência é cafona. Revista Quartier

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& Ac e s s ó r i o s / / C a s a & D e c o r aç ão / / B e m -v i v e r

Style

Pocket

Usadas há gerações, as carteiras são parte do uniforme masculino. Os modelos são muitos, então opte pelas mais compactas, que fazem menos volume nos bolsos, e também por aquelas que têm alguma bossa, para fugir da sobriedade

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Manual

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ElE Camisa de tricoline, Lacoste, R$ 329 Cardigan, Penguin, R$ 299 Calรงa de tricoline, Gant, R$ 489 Sapato de couro, Triton, R$ 395 Ela Colar de cristais, Estela Geromini, R$ 985 Camisa de seda, Forum, R$ 651 Hot Pant, Giovana Parizzi, R$ 397 Sandรกlia, Studio Tmls, R$ 485



Manual

ensaio

Camisa de musseline, Weill para Acaju do Brasil, R$ 1.664 Calรงa, Carina Duek, R$ 820 Brinco, Flavia Caldeira, R$ 150 Anel, Hector Albertazzi, R$ 318


Ela Brincos, Diane Von Furstenberg by H.Stern, R$ 15.500 Sutiรฃ, Wolford, R$ 250 Saia, Weill, R$ 1.139 Anel, Hector Albertazzi, R$ 279 Gargantilha com crucifiXo de diamantes (o maior), Patricia Centurion, R$ 3.480 Gargantilha com crucifixo de diamantes (o menor), Patricia Centurion, R$ 1.610 ElE Camisa, VR Menswear, R$ 219 Relรณgio, John Isaac, R$ 24 mil


Manual

ensaio

Ela Cardigan, Kate Spade New York, R$ 998 Saia, TalieNk, R$ 820 Pulseira com elos de ouro amarelo, Diane Von Furstenberg para H.Stern, R$ 17.400 ElE Óculos de acetato, Gucci Sáfilo, R$ 1.120 Pulôver, Armani Exchange, R$ 419 Calça, Crawford, R$ 1.099 (o costume)


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Manual

ensaio

ela vestido, carina duek, r$ 7.600 casaco de pelo sintÊtico, armani exchange, r$ 1.119 pulseira com elos de ouro amarelo, diane von furstenberg para h.stern, r$ 17.400 pulseira de ouro e diamantes, sara, r$ 5.500 anel com esmeralda e diamantes, r$ 35.350 anel com diamantes, r$ 7.560, ambos sara ele blazer, ricardo almeida, r$ 1.622 camisa, hrc, r$ 149 calça, ricardo almeida, r$ 578 cinto de couro, democrata, r$ 90


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Produção de Moda Oraide Oliveira e Daylane Cerqueira Modelos Stefanie Medeiros (Ten) e Antonio Bevilacqua (Way) Assistente de fotografia Bruno Geraldi make/hair Cátia Marques agradecimento hotel renaissance



Diversão

➥ Ex posições

/ / C a s a s N o t u r n a s / / Te a t r o s / / S h o w s / / E v en t o s

Pintura

por trás da obra Virgem com o Menino e São João Batista Criança, de Botticelli, é um dos destaques da exposição Deuses e Madonas – A Arte do Sagrado, no Masp

Concebida pelo curador Teixeira Coelho, a partir de 40 obras-primas do acervo do Masp, a maioria delas do século 14 ao 19, a exposição Deuses e Madonas – A Arte do Sagrado tem entre seus destaques o quadro Virgem com o Menino e São João Batista Criança, de Sandro Botticelli, célebre pintor italiano da escola florentina do Renascimento. A obra, que foi pintada entre 1490 e 1500, retrata Maria e o Menino Jesus acompanhados de São João Batista, primo de Jesus, ainda criança. Veja outros detalhes da pintura:

A Virgem Maria aparece como a Madona (mãe com o Menino Jesus), uma das representações mais comuns da história da arte. Ela é uma mulher muito jovem e abraça o filho com todo carinho. É a representação do amor maternal, que supera a adoração a um Deus menino.

Uma mãe e um filho demonstrando afeto um ao outro é o significado abrangente do quadro, especialmente quando percebemos que a criança retribui a esse amor, ou seja, mesmo sendo o filho de Deus, ele não demonstra superioridade sobre a mãe.

São João Batista aparece ao lado da Madona e seu filho, com suas mãos em posição de oração. É a bênção à relação maternal, o que dá um aspecto mais emocional à obra.

Ao lado de Maria há um livro do Magnificat, que é um cântico recitado frequentemente na liturgia cristã. Numa cultura na qual as mulheres não tinham acesso às letras, Maria mostra-se uma mulher especial; ela é a representação da mulher na obra de Deus.

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Diversão

Exposição

Joias do deserto

A exposição Joias do Deserto conta com uma seleção em torno de 2 mil adornos corporais da historiadora e colecionadora Thereza Collor. O acervo traz brincos, colares, braceletes, vestes, tornozeleiras e adornos peitorais e de cabeça do século 19 e início do 20, além de fotos de alguns dos principais desertos do mundo e de seus habitantes, reunidos e retratados por Thereza em suas viagens. A coleção apresenta peças confeccionadas com diversos materiais — tecido, couro, pedra e metal, de prata e ouro —, comuns aos locais de origem desses artefatos, de povos habitantes de cinco regiões desérticas: o Deserto do Saara, o da Arábia, o de Thar e o do Himalaia. O projeto curatorial da mostra sugere um mergulho na cultura desses povos. Entre as joias, destaque para os braceletes em forma de serpente, do Afeganistão, com desenho que remete aos modelos usados na Antiguidade. Também serão vistos artigos curiosos, com funções muito diferentes das de nossa realidade cultural, como as tornozeleiras de prata, chamadas de todo ou kalla, do Deserto de Thar, cujo objetivo é sinalizar a presença de mulheres nos ambientes da casa, e as pulseiras de prata com formas pontiagudas, que podem servir de objetos de defesa pessoal para mulheres da Índia. / Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso | Av. Paulista, 1313 (metrô Trianon-

-Masp) | Tels.: (11) 3146-7405/06 | Segunda, das 11h às 20h, Terça a Sábado, das 10h às 20h, e Domingo, das 10h às 19h. A galeria aceita a entrada de visitantes até 20 minutos antes do seu fechamento. Grátis. Até 10 de junho.

Barulhinho bom

foto: Ulisses barbosa

/DJ Club Bar | Al. Franca, 241 | Tel. (11) 3541-1955

Fantástica fábrica de pães

A Galeria dos Pães abre suas portas para receber alunos do ensino fundamental de São Paulo para aprender, de maneira descontraída e ao lado de profissionais, a história do pão, desde o preparo da massa até a saída do forno. A ação faz parte de um programa de educação em parceria com escolas públicas e particulares, que tem proporcionado aos estudantes a experiência de conhecer como funciona todo o processo de produção de um pão francês e outras iguarias produzidas na padaria. Ao término da visita, os visitantes recebem o livro ilustrado Do Trigo ao Pão sem Complicação, de Nilmara Perissini, com ilustrações de Umberto Jorge. / Galeria dos Pães | R. Estados Unidos, 1645 | Tel. (11) 3064-5900 | As visitas guiadas podem ser agendadas somente por professores pelo telefone (11) 3064-5900

fotos: divulgação

Referência na noite underground, do nosso Quartier, o DJ Club ferve com som anos 80, rock, pop e rock alternativo. Às quintas-feiras, porém, o pequeno clube cede espaço para a black music. Nesse dia, o comando dos pick-ups fica com KL Jay, dos Racionais MCs. O DJ Club é dividido entre lounges, pista e uma área ao ar livre, onde é possível comer e beber com os amigos. No lounge, aos sábados, os DJs residentes Paula Micchi e Zafa Pimentel recebem convidados especiais dentro do projeto “DJ por um dia”, em que frequentadores são selecionados para realizar o sonho de discotecar o próprio playlist.


DVDs

Telona revisitada

Com as continuações de MIB – Homens de Preto, Homem Aranha e Batman programadas para os cinemas, é hora de (re)ver os filmes dessas franquias blockbusters.

fotos: aline arruda

MIB - Homens de Preto Dez anos após o segundo filme, MIB - Homens de Preto (Men in Black) está de volta. Com estreia mundial nos cinemas prevista para 25 de maio, MIB – Homens de Preto III deve dar novo fôlego à franquia. Você pode conferir os dois primeiros longas em DVD, para relembrar as aventuras de Will Smith e Tommy Lee Jones antes de o novo filme – que traz Josh Broslin no lugar de Jones – chegar aos cinemas. / A partir de R$ 19,90

Telona

NOVAS SALAS O Espaço Itaú de Cinema no Shopping Frei Caneca tem novo layout e lugares numerados

O Unibanco Arteplex, do Shopping Frei Caneca, reabriu com novo nome: o complexo agora se chama Espaço Itaú de Cinema. E as novidades não param por aí: as nove salas agora contam com equipamentos de projeção de última geração, som dolby digital, bilheteria informatizada e uma programação diferenciada que reúne no mesmo local filmes comerciais e independentes. As poltronas do cinema são de couro ecológico e possuem assento basculante e encosto fixo. A área de convivência foi pensada para funcionar como um ponto de encontro cultural, com mesa comunitária, acesso à internet, bombonière e cafeteria com mesas e cadeiras. /Espaço Itaú de Cinema

Homem Aranha Foram três filmes de sucesso com Tobey Maguire como Peter Parker/ Homem Aranha. Confira as aventuras do herói dos quadrinhos em DVD antes de O Incrível Homem Aranha (The Amazing Spider-Man) estrear nos cinemas, trazendo Andrew Garfield no papel principal e contando uma história que se passou antes dos outros filmes da franquia. / A partir de R$ 19,90 Batman Uma das estreias cinematográficas mais aguardadas do ano, The Dark Knight Rises marca o fim da trilogia de Batman dirigida por Christopher Nolan, com Christian Bale como o homem-morcego – os anteriores são Batman Begins e Batman the Dark Night. / A partir de R$ 19,90 / Fnac | Av. Paulista, 901 | Tel. (11) 2123-0000

- Shopping Frei Caneca | R. Frei Caneca, 569 - 3º piso | Tel. (11) 3472-2365

Revista Quartier

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espetáculos

s o d a r e a sicais mu

J

á faz algum tempo que a cidade de São Paulo entrou na rota dos grandes espetáculos musicais. Adaptações de peças consagradas da Broadway, em Nova York, como O Fantasma da Ópera, Cats e A Noviça Rebelde, já passaram pelo nosso Quartier ou estiveram em algum canto de Sampa e, aos poucos, esse gênero foi conquistando um lugar no coração dos paulistanos. Enquanto Hair e Cabaret deixaram recentemente os nossos palcos, a peça genuinamente brasileira Tim Maia - Vale Tudo, o Musical, o clássico da Broadway O Violinista no Telhado e as adaptações de sucessos do cinema A Família Addams e Priscilla, a Rainha do Deserto continuam atraindo multidões. A partir dos anos 1990, a Broadway começou a exportar seus espetáculos. Foi assim que vários países – incluindo o Brasil – começaram a ter acesso à febre dos musicais. Com a grande procura dos espectadores por esse tipo

30 Revista Quartier

divulgação

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Revista Quartier

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espetáculos

de gênero, os patrocinadores perceberam um novo nicho de mercado, investindo alto nas superproduções. No caso de uma montagem como Cats, por exemplo, o orçamento foi de R$ 14 milhões. Para conseguir retorno do investimento, um musical como Os Miseráveis – orçado em US$ 4 milhões - ficou dez meses em cartaz. Alguns nomes se destacam nesse cenário: os produtores mais reconhecidos são a dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho (Hair, O Despertar da Primavera e Gipsy) e Miguel Falabella (Os Produtores, Hairspray e A Gaiola das Loucas). Nas próximas páginas, a Quartier traz um panorama de alguns desses espetáculos que estão em cartaz na região dos Jardins e nos principais teatros de São Paulo, com os bastidores de Tim Maia - Vale Tudo, o Musical, dicas do que ver e um bate-papo com três nomes importantes do gênero: os atores Tiago Abravanel, Saulo Vasconcelos e Kiara Sasso.

AS ESTRELAS DA BROADWAY PAULISTANA

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Até junho, nosso Quartier aplaude Tim Maia – Vale Tudo, o Musical, que se tornou o grande fenômeno da temporada teatral carioca em 2011. Com direção de João Fonseca, texto de Nelson Motta - baseado na biografia de Tim - e elenco encabeçado pelo jovem Tiago Abravanel, o musical está em cartaz no Teatro Procópio Ferreira com lotação esgotada. O diretor João Fonseca optou por estruturar a narrativa em blocos temáticos, que são ilustrados por clássicos de Tim que remetem a cada passagem de sua vida. Do livro para o palco, o processo de transposição do texto foi uma parceria de Nelson Motta com o diretor: “Fui amigo do cantor a vida inteira, então foi fácil e muito prazeroso escrever, porque o João me ajudou muito com a sua cênica de espetáculo. Ele me estimulou a criar cenas livremente”, revela Motta. Fiel à construção narrativa concebida por Nelson Motta e João Fonseca, o cenógrafo Nello Marrese projetou a área cênica como um palco de show com paredes e objetos de estúdio, os dois lugares onde Tim Maia se sentia mais à vontade. E o que se ouve no espetáculo, durante três horas, é o Tim Maia da black music em grandes sucessos como Vale Tudo, Do Leme ao Pontal, Azul da Cor do Mar, Primavera e Você. / Tim Maia – Vale Tudo, O Musical Teatro Procópio Ferreira

| R. Augusta, 2.823 | Tel. (11) 3083- 4475 | Horários: quintas e sábados, às 21h; sextas, às 21h30; e domingos, às 18h.

Kiara Sasso A carioca Kiara Sasso é uma das mais importantes atrizes brasileiras de musicais e ela conta que a paixão pelo gênero começou ao assistir O Fantasma da Ópera aos 11 anos de idade. “Foi o que me levou a fazer aulas de canto, mas jamais por achar que algum dia eu faria aquilo”, diz. A atriz cursou teatro musical na Faculdade Santa Monica, nos Estados Unidos, fez alguns trabalhos na TV, mas foi no teatro musical que

conquistou a admiração do público e da crítica. Protagonista de O Fantasma da Ópera, Miss Saigon, A Bela e a Fera, A Noviça Rebelde entre outros, ela revela que Mamma Mia! e Hair estão entre os favoritos e que a fizeram buscar novas sensações. Sobre o mercado dos musicais, Kiara faz um alerta: “Temos de ficar atentos para distinguir quem faz isso porque ama e respeita o teatro musical de quem só entrou nessa pelo dinheiro. Faz muita diferença no resultado final.”

Fotos: divulgação

Pelos bastidores de Tim


Foto: carol soares

O “Síndico” no nosso Quartier A simplicidade e o inegável carisma transformaram Tiago Abravanel no novo astro do teatro musical. Neto do apresentador de TV Silvio Santos, ele é o protagonista de Tim Maia - Vale Tudo, o Musical, seu oitavo trabalho no gênero. “Tenho muito orgulho do personagem e acho que vou levar para o resto da minha vida”, diz Tiago em entrevista exclusiva à Quartier. A paixão por musicais começou quando Tiago ainda era pequeno. “Gosto principalmente por causa dos desenhos da Disney. Quando eu era criança, tive a oportunidade de ir aos parques da Flórida e via aquelas performances, que contam as histórias em 20 minutos. Aquilo me encantava”, revela, acrescentando que nunca pensou em ser cantor. Para o ator, em relação à técnica e ao preparo, hoje os brasileiros estão mais bem preparados para fazer musicais. “Estamos numa fase valorizada, e o mercado publicitário vê com bons olhos os musicais, sabem que é um produto bom para investir, que as pessoas vão consumir. Mas não temos estrutura física, de teatros. Ainda há bons musicais que ficam pouco tempo em cartaz porque não conseguem manter a estrutura.” Sobre a plateia paulistana, ele confessa que cada espetáculo tem sido uma agradável surpresa. “Nós, os paulistanos, somos mais clínicos. A gente tem um olhar de ‘vamos ver o que é isso aí’. Como o Tim é carioca, achei que o espetáculo pudesse ser bairrista, mas a aceitação aqui está sendo muito bacana.” Tiago revela que Azul da Cor do Mar é a música de Tim Maia que ele mais gosta. E, declamando como poesia, diz o porquê: “A gente tem a oportunidade, no teatro, de ter essas músicas ditas como texto, e aí a música toma outra proporção. Azul da Cor do Mar me toca por ser uma melodia e uma letra simples, que é quase uma inspiração de vida. E isso é o legal do teatro musical, porque pela música a gente pode ter lições de vida também”.

Saulo Vasconcelos Maior referência do nosso teatro musical, o brasiliense Saulo Vasconcelos iniciou sua carreira na ópera, em 1998, protagonizando O Barbeiro de Sevilha, mas foi num teste para atuar em O Fantasma da Ópera, no México, que o ator encontrou seu nicho. “O sucesso no México fez com que eu recebesse um convite para atuar em Os Miseráveis, no Brasil”, conta Saulo em entrevista exclusiva à Quartier.

A Família Addams à brasileira

A família bizarra mais querida de todos os tempos está em cartaz no Teatro Abril. A Família Addams traz os apaixonados Mortícia e Gomez em interpretações de Marisa Orth e Daniel Boaventura. Essa é a primeira adaptação do musical fora dos Estados Unidos, e o texto foi modificado para se encaixar no contexto do país. Entre as mudanças estão as adaptações das sátiras e piadas aos conteúdos nacionais. . / A Família Addams |

Teatro Abril | Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 | Horários: quintas e sextas, às 21h; sábados, às 17h e 21h; e domingos, às 16h e 20h.

Desde Os Miseráveis, que marcou a estreia de grandes produções da Broadway em São Paulo, Saulo esteve presente também em A Bela e a Fera, Mamma Mia! e Cats, e, atualmente, está em cartaz em Priscilla, a Rainha do Deserto. O ator acredita que a grande diferença dos musicais de hoje para os da época em que começou é a técnica. “Temos mais tecnologia e produções de alto nível, o que também é bom para o público.”

Fora de cena, o ator gosta de correr para diminuir a ansiedade e mantém uma relação especial com o público: “Eu troco ideias com os fãs no teatro, no Facebook, no Twitter. Já fui visto por 4 milhões de pessoas, mas, se você comparar com a TV, que tem um público de 40 milhões, a diferença é grande. Mas o público do teatro musical é muito fiel. As pessoas vão mesmo assistir você, acompanham a carreira, isso é bem legal.”

Revista Quartier

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Foto: guga melgar

espetáculos

MUSICAIS EM NÚMEROS 25 mil

empregos gerados pelos musicais no Brasil até 2010 divulgação

3é o5 bilhões valor que movimenta os musicais no Brasil ,

Por Sampa

12 milhões é a média de orçamento de um musical

Dois musicais estão perto de nosso Quartier - Priscilla, a Rainha do Deserto e Um Violonista no Telhado - e seguem conquistando o público com seus estilos diferentes

no Brasil adaptado da Broadway

600 mil pessoas viram A Bela e a Fera

Priscilla, a Rainha do Deserto está em cartaz no Teatro Bradesco, na Pompeia. Com 27 atores no elenco, entre eles o consagrado Saulo Vasconcelos, Priscilla conta a história de três drag queens que vão de Sydney até uma cidade no remoto deserto australiano dentro de um velho ônibus de excursão, carinhosamente apelidado de Priscilla. Para uma delas, a viagem tem um significado especial: ela vai conhecer seu filho. Baseado no premiado filme de 1994, a peça é uma superprodução: são mais de 500 figurinos, 200 perucas, 23 toneladas de cenário e o incrível ônibus de 8 toneladas que possui 30 mil pontos de LED. Já o espetáculo Um Violinista no Telhado, em cartaz no Teatro Alfa, em Santo Amaro, é a mais nova produção de Charles Möeller e Claudio Botelho. O musical conta a história do rústico Tevye ( José Mayer), leiteiro de um vilarejo judeu na Rússia czarista. Sempre em conflito para sobreviver e honrar as tradições religiosas, ele enfrenta problemas com as cinco filhas, que se rebelam contra os casamentos arranjados em uma época em que ataques russos (chamados pogroms) expulsariam milhões de judeus da região. Um Violinista no Telhado estreou na Broadway em 1964 e tornou-se um clássico desde então. / Priscilla, A Rainha do Deserto | Teatro Bradesco -

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3º maior

mercado do mundo, o Brasil hoje perde apenas para as produções da Broadway, em Nova York, e as do West End, em Londres

divulgação

Bourbon Shopping São Paulo | R. Turiassu, 2.100 - 3º piso | Horários: quintas e sextas, às 21h; sábados às 17h e 21h; e domingos, às 16h e 20h / Um Violinista no Telhado | Teatro Alfa | R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 | Horários: quintas, às 21h; sextas, às 21h30; sábados, às 17h e 21h; e domingos, às 17h.

no Teatro Abril em 2003


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