Água Viva #95

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2017 #95 3o trimestre

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ANO DO TURISMO

SUSTENTÁVEL Bacias PCJ possuem potencial para o Ecoturismo atrelando visitas técnicas às boas práticas de gestão de recursos hídricos   PGS 05 A 07

DIA DA ÁRVORE

Plantios simbólicos lembram a data e o Fórum Mundial da Água PG 03

RIO JAGUARI

Ajinomoto promove limpeza da calha do rio PG 08

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ENTREVISTA

João Freire destaca a importância da água na mídia PG 09

1 Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT


DIVULGAÇÃO

Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2017 | #95

A importância da água para a integração dos povos

EDITORIAL BENJAMIM BILL VIEIRA DE SOUZA

Presidente do Consórcio PCJ e Prefeito de Nova Odessa

Nunca foi tão evidente como o hoje o fator fundamental da água para o desenvolvimento econômico e social. Não que antes ela não fosse importante, mas a crise hídrica de 2014/2015 escancarou o caos que nossa sociedade pode vir a vivenciar com a escassez de água, comprometendo, inclusive, o desenvolvimento para as futuras gerações. Com a crise hídrica, toda a comunidade se viu buscando soluções e alternativas para a falta de água em todas as esferas, privada, pública e social. O Consórcio PCJ, desde a sua fundação em 1989, alerta sobre a criticidade da região que vivemos, tendo como meta evitar o comprometimento da sustentabilidade hídrica futura. Tendo esse objetivo como central em seu planejamento e quase 30 anos de experiência em gestão de recursos hídricos, a entidade desde a crise hídrica passou a olhar para as suas experiências de sucesso e replicou-as com muito êxito não somente nas Bacias PCJ, como também em outros estados da região sul, sudeste e norte do Brasil. Exemplo disso, foi o Programa Construindo Sustentabilidade, com orientações de contingenciamento para a escassez hídrica, que permitiu a redução do consumo de água na ordem de 20% na região sudeste, ocasionando a economia com obras estruturais, como a construção de reservatórios que consumiria possivelmente bilhões de reais. Portanto, as medidas não estruturais, com foco em parcerias entre os setores público e privado, com o envolvimento da comunidade, sempre foram o sucesso da sensibilização do Consórcio PCJ, desde a sua fundação. E, em momentos como esse em que estamos numa crise econômica em cur-

PREFEITURAS ASSOCIADAS

so e numa crise hídrica ainda não resolvida, é necessário “ressignificar” nossos valores e ações já praticadas, procurando ampliar os resultados. Isso é o que estamos fortemente compromissados em realizar com o Projeto Espaços Eco Hídricos, pelo qual o Consórcio PCJ pretende enaltecer a gastronomia, o turismo, a cultura, o meio ambiente e todos os valores que uma comunidade possui. Os Espaços Eco Hídricos pretendem aglutinar as diversas iniciativas preservacionistas e desenvolvimentistas, que hoje possam estar dispersas, sob uma única coordenação, com foco no discurso do “nós Fizemos”. O Consórcio PCJ ambiciona construir uma ação coletiva de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade hídrica e econômica futura. Nessa edição do Informativo Água Viva, queremos exatamente isso, mostrar o poder da ressignificação e disseminar boas práticas de turismo ecológico, como forma de promover renda e desenvolvimento, ao mesmo tempo que preservamos o meio ambiente. Nada disso é novo, bons exemplos existem mundo a fora, como apresentaremos na matéria de capa que trata também sobre o bom exemplo da Nova Zelândia. A realização do 8º Fórum Mundial da Água está se aproximando e o evento promove exatamente a valorização das boas práticas, dos bons comportamentos, das políticas públicas eficientes e, acima de tudo, o despertar para a possibilidade de que cada um de nós podermos contribuir com algo maior que é o respeito ao planeta e ao ser-humano, integrando todos em torno do comprometimento com a água, portanto, com a vida.

EMPRESAS ASSOCIADAS

Usina Costa Pinto Usina Costa Pinto

Usina Santa Helena Usina Santa Helena

UsinaUsina CostaCosta Pinto Pinto Usina Costa Pinto

Usina Costa Pinto

Usina Costa Pinto

Usina Costa Pinto Usina Santa Helena Usina Costa Pinto Usina Santa Helena

Usina Santa Helena Usina Costa Pinto

Usina Santa Helena

Usina Costa Pinto

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Usina Costa Pinto

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Usina Santa Helena

Usina Costa Pinto Usina Santa Helena Usina Costa Pinto Usina Santa Helena Usina Costa SantaSanta Helena UsinaPinto Costa Pinto Usina Usina Helena

Usina Santa Helena

Usina Santa Helena

Usina Costa Pinto Usina Costa Pinto Usina Costa Pinto Usina Costa Pinto

Usina Santa Helena Usina Santa Helena Usina Santa Usina Santa Helena

Usina Santa Helena Usina Santa Helena Usina Santa Helena Usina Santa Helena

EXPEDIENTE CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ CNPJ nº 56.983.505/0001-78 Entidade de Utilidade Pública (Lei Estadual nº 11.943/05 e Municipal nº 4.202/05)

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CONSELHO EDITORIAL: Francisco Carlos Castro Lahóz

SECRETÁRIO EXECUTIVO DO CONSÓRCIO PCJ;

Jussara Cordeiro Santos

SUBSECRETÁRIA EXECUTIVA DO CONSÓRCIO PCJ; Andréa Borges GERENTE TÉCNICA; Murilo Ferreira de Sant’Anna JORNALISTA RESPONSÁVEL (MTB 56896)

Porífera Design Criativo DIAGRAMAÇÃO; Mayara Dias e Gabriela Cunha APOIO TEXTOS

Usina Santa Usina Helena Santa Usina Santa Hele

Usina Costa Pinto Usina Costa Pinto

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DIA DA ÁRVORE

Consórcio PCJ promove plantios para lembrar a data e o Fórum Mundial da Água NOVA ODESSA

SUMARÉ

NOVA ODESSA

VALINHOS

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Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, contou com diversas comemorações. O Consórcio PCJ lançou uma campanha para celebrar essa data, intitulada “Dia da Árvore – Um Fórum a ser lembrado”, que propôs aos associados e parceiros da entidade, a realização de plantios de mudas de árvores nativas e de Pau-Brasil, árvore símbolo nacional, atentando para a realização do 8º Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Brasília, em 2018. Vários municípios associados promoveram ações de sensibilização. A cidade de Valinhos, através do DAEV, fez o plantio de 10 mil mudas de espécies nativas. Sumaré também fez sua parte, realizando o plantio no horto da cidade. Em Vi-

VINHEDO nhedo, a ação foi no entorno do reservatório municipal, e em Americana, foram plantados Ipês Brancos no bairro Parque das Nações. O Consórcio PCJ realizou evento para marcar o Dia da Árvore no município de Nova Odessa (SP), onde foram plantadas 70 mudas nativas em praça na região central, com a presença do Presidente da entidade e prefeito da cidade, Benjamim Bill Vieira de Souza. Bill atentou ainda a necessidade de proteger nascentes, rios e ribeirões para a ampliação da oferta hídrica. “Nossa maior preocupação é manter nossas nascentes e rios despoluídos, tendo como lema exatamente isso: ter disponibilidade de água em quantidade e reserva-la, essa que é uma orientação do Consórcio PCJ aos municípios”, disse.

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SEMINÁRIO I

SEMINÁRIO II

Seminário de Resíduos Sólidos Ampliar proteção mostra a importância da participação de cooperativas florestal nas Bacias PCJ de reciclagem e catadores é destaque

Presidente Bill destacou o valor dos resíduos durante palestra

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o final do mês de agosto, o Consórcio PCJ, juntamente com o Grupo Gaia Social, realizou o terceiro Seminário de Resíduos Sólidos, no Instituto de Zootecnia (IZ), em Nova Odessa. O evento discutiu os cenários e tendências na área, além de destacar a importância das cooperativas de reciclagem e a participação dos catadores na consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O evento teve como palestrantes: Dra. Alexandra Facciolli, promotora do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA) de Piracicaba; Valdemir Ravagnani, o Mimo, superintendente do Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos (Consimares); Maíra Pereira, consultora técnica do Grupo Gaia Social; Antônio Januzzi, representante da Estre Ambeintal, e Carlos Alberto Lisi, vice-presidente do Programa de Resíduos Sólidos do Consórcio PCJ e prefeito de Saltinho. Dra. Alexandra, destacou que a política nacional possui grandes desafios pa-

ra a sua consolidação como a extinção dos lixões, o reconhecimento do valor dos resíduos, falta de estrutura no processo, concorrência com a informalidade, e a necessidade de ampliar a atuação das cooperativas. O superintendente do Consimares falou sobre a sensibilização da comunidade quanto à coleta seletiva e a importância de parcerias com o setor privado. Januzi falou a respeito da operação de aterros sanitários pela Estre Ambiental, além de abordar ações na área de educação ambiental. O evento contou com a presença do Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Nova Odessa (SP), Benjamim Bill Vieira de Souza, que destacou o valor dos resíduos. Hoje apenas 30% do lixo é rejeito, os outros 70% é reciclável, portanto, é ouro”. O vice-presidente do Programa de Resíduos Sólidos do Consórcio PCJ e prefeito de Saltinho (SP), Carlos Alberto Lisi, também esteve presente ao evento, como também o Presidente do Conselho Fiscal da entidade e vereador de Rio Claro, Júlio Lopes.

O Consórcio PCJ, por meio do Programa de Proteção aos Mananciais, promoveu no dia 20 de setembro, na Câmara Municipal de Campinas, o Seminário “Instrumentos de Gestão Florestal voltados à proteção dos Mananciais”, que debateu ações de preservação e recuperação de matas ciliares nas Bacias PCJ, além de discutir como ampliar projetos de Pagamento por Serviços Ambientais, pelo qual produtores rurais recebem valores financeiros por preservarem áreas de proteção em suas propriedades. O Seminário abordou também sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), o Programa de Regularização Ambiental, o Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica e o Mecanismo e Instrumentos do Programa Nascentes, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O evento contou ainda com apresentações da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN Campinas) e do Centro de Restauração Ecológica da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

PSA

O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) é uma forma de incentivo à preservação do Meio Ambiente


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MATÉRIA DE CAPA

Naga Cable Park Jaguariúna: espaço para atividades esportivas e turísticas

2017

Ano do Turismo Sustentável

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Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável, a fim de reconhecer o grande potencial da indústria do turismo, que responde por cerca de 10% da atividade econômica mundial. A diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, em sua declaração para o Ano Internacional do Turismo Sustentável, ressaltou sobre a importância de uma boa administração turística em todo o mundo. “Monumentos antigos podem ser danificados pela pressão do turismo em massa, e o patrimônio imaterial corre grandes riscos se não for devidamente salvaguardado. Os sítios da UNESCO, como os sítios do Patrimônio Mundial, as Reservas da Biosfera e os Geoparques representam oportunidades incríveis para o turismo e, por isso, devemos assegurar que eles sejam administrados de forma responsável e sustentável”. O ecoturismo surgiu como movimento ambiental global no final de 1970, em resposta às preocupações com o desenvolvimento econômico, à degradação do meio ambiente e as questões sociais provocadas pelo turismo em massa. No Brasil, o conceito foi introduzido pelo Instituto Brasileiro do Turismo (EMBRATUR) que iniciou em 1985 o Projeto Turismo Ecológico. Em 1994, com a publicação das Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, o turismo ecológico passou a ser conceituado e denominado como Ecoturismo. Hoje, rico em Biodiversidade, reserva de água doce, litoral extenso e florestas preservadas, o Brasil é o país mais competitivo do mundo em Recursos Naturais, entre os 136 países que foram analisados pelo Fórum Econômico Mundial - WEF 2017. No ano de 2016 o Brasil alcançou a marca recorde de 6,5 milhões de turistas internacionais visitando o país. Desse montante, de acordo com o Estudo da Demanda Turística Internacional do Ministério do Turismo (MTur), mais da metade (56,8%) teve como objetivo principal o lazer, sendo que desse

AS BACIAS PCJ É UMA DAS MAIS DESENVOLVIDAS DO BRASIL E REFERENCIA INTERNACIONAL NA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS. total de turistas que vieram para se divertir, 16,6% preferiram o turismo de natureza, ecoturismo ou aventura. Em 2015, esse dado foi de 15,7% e em 2014, 12,8%. O Ministério do Turismo divulga anualmente a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (PACET) e de acordo com o estudo, as 80 maiores empresas do setor de turismo do Brasil registraram faturamento total de R$ 64,8 bilhões no ano de 2016. O montante representa 3,7% de participação do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A pesquisa ainda apontou que no ano passado cerca de 60 milhões de brasileiros viajaram dentro do Brasil e 206 milhões de viagens foram realizadas por brasileiros, o que faz o setor ainda ser responsável por gerar 7,3 milhões de empregos diretos e indiretos no país. Ao se aprofundar nessa matéria é possível identificar um enorme potencial nas Bacias PCJ em se tornar local indispensável para a realização do turismo ecológico, especialmente pelas suas belezas naturais, como o circuito das flores e frutas, de águas termais, turismo de aventura na região de cabeceira, como em Extrema (MG), e a montante, como Brotas na Bacia do Corumbataí, com potencial até para a implantação de um futuro Geoparque da UNESCO. Além dos atributos na naturais, as Bacias PCJ possuem grande potencial para turismo de negócios e também de visitas técnicas, pois, a região é uma das bacias mais desenvolvidas do Brasil e referência internacional na gestão de recursos hídricos.

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MATÉRIA DE CAPA

Bacias PCJ: uma potência ecoturística do Brasil Com paisagens encantadoras, cachoeiras, nacional. O ecoturismo e o turismo de montanhas e reservatórios onde podem negócios e eventos têm potencial para ser exercitados esportes náuticos, soma- se transformar numa importante renda do a festas populares com temas como para os municípios e também auxiliar na flores e frutas, e ainda juntando com as preservação e ações ambientais na reações ambientais que causaram desen- gião”, ressalta o secretário executivo do volvimento ambiental invejável, as Ba- Consórcio PCJ, Francisco Lahóz. cias dos Rios Piracicaba, Capivari e JunA região é privilegiada por possuir o diaí (PCJ) possui um grande potencial pa- terceiro maior centro industrial do Brasil, ra se tornar também referência no turis- que é a Região Metropolitana de Cammo ecológico e de aventura no país. pinas – RMC, e um dos aeroportos mais “Temos de intensificar as visitas em movimentados do país: o Aeroporto Innossa bacia, tanto nacional como inter- ternacional de Viracopos, localizado no

Espaços Ecohídricos

ATIBAIA CAMPINAS

EXTREMA

HOLAMBRA

JAGUARIÚNA

PIRACICABA

INDAIATUBA 6

centro da Bacia, na cidade de Campinas. “Hoje, o aeroporto campineiro recebe uma média diária de 140 voos que atendem a 54 localidades. Nenhum outro aeroporto brasileiro oferece tantos voos de uma única companhia aérea e para tantos destinos nacionais”, afirma o diretor de distribuição, alianças e da Azul Viagens, Marcelo Bento Ribeiro. Entre os tantos municípios das Bacias PCJ, há sete cidades associadas ao Consórcio PCJ com alto potencial turístico, principalmente o ecológico.

Com todo esse potencial turístico, o Consórcio PCJ deu início à implantação do projeto “Espaços Eco Hídricos”, que tem o objetivo de auxiliar os municípios na preservação dos mananciais da região e ao mesmo tempo atrelar valor turístico e de sensibilização ambiental, além de gerar recursos financeiros e movimentar a economia das cidades. O projeto busca também incorporar e reafirmar valores de estruturas e potenciais já existentes nos municípios, tais como: museus, parques, lagos, sítios arqueológicos, usinas hidrelétricas, Estações de Tratamento de Água e Esgoto, projetos de educação ambiental com tradição e estrutura física, áreas de reflorestamento, entre outros. Para receber a chancela do Consórcio PCJ, os municípios precisam cumprir determinadas contrapartidas previstas no termo de adesão e passar por auditoria dos técnicos da entidade que verificarão se as exigências estão sendo atendidas. As cidades de Piracicaba, Indaiatuba e Extrema já aderiram ao projeto do Consórcio PCJ.


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Implantação de Geoparque na Bacia do Corumbataí ampliará potencial turístico das Bacias PCJ O Consórcio PCJ em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vem trabalhando no projeto de implantação do Geoparque na Bacia do Rio Corumbataí, que caso seja concluído, será o primeiro do Estado de São Paulo e o segundo Geoparque do Brasil. Os Geoparques são áreas chanceladas pela Unesco que buscam combinar conservação de sítios paleontológicos, geológicos, culturais e históricos, com desenvolvimento sustentável e envolvimento da população local. Um levantamento preliminar, feito por pesquisadores da Unesp, concluiu que a região da Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí possui onze geossítios com alto valor científico, amplo uso potencial (científico, educacional, econômico e turístico), além de quatro deles apresentarem valores que permitem serem incorporados aos inventários dos patrimônios geológicos nacional e inter-

Desde 2015 é realizada no país a pesquisa “Mood of the Nation”, na tradução “Humor da Nação”. O estudo é organizado pelo Turismo da Nova Zelândia e a Indústria do Turismo Aotearoa, e levanta informações como, por exemplo, como estão se sentindo os Kiwis – como também são conhecidos os novos zelandeses - em relação ao turismo no país. O resultado tem ajudado o governo e a indústria sobre onde as ações são necessárias no país. O turismo na Nova Zelândia também é uma importante fonte de emprego que presta cerca de um em cada oito empregos, direta ou indiretamente. Segundo a pesquisa, 188 mil pessoas foram diretamente empregadas pela indústria do turismo na Nova Zelândia, no ano de 2016.

nacional, o que faz da região um potencial à criação de um Geoparque. Em 2016, o Consórcio PCJ concluiu um documento preliminar sobre o potencial da região em sediar o Geoparque e em junho de 2017, ao lado dos parceiros na iniciativa, a entidade preencheu um dossiê de intenção de implantar o Geoparque Corumbataí e o enviou ao setor responsável na Unesco em âmbito mundial sobre o Programa de Geoparques, sediado em Paris, na França, sob a coordenação do Sr. Patrcik McKeever. Um mês depois, McKeever sinalizou positivamente sobre a candidatura e enviou algumas sugestões para enriquecer ainda mais a proposta do Geoparque Corumbataí. Em agosto deste ano ficou definido a criação de um grupo técnico entre Consórcio PCJ, Unesp e Unicamp, para que seja elaborado um plano de trabalho e, com o apoio dos municípios da Bacia do Corumbataí, a consolidação do projeto e implantação do Geoparque.

O EXEMPLO DA NOVA ZELÂNDIA Quando se fala em turismo e ecoturismo, a Nova Zelândia é um dos países pioneiros nesse setor, pelas paisagens naturais incríveis, os diversos esportes que podem ser praticados, e claro pelo investimento que é feito para receber e praticar o turismo no país. Contribuição por ano

US$ 34,7 BI

equivalente a

US$ 3.000

por habitante

OS DESTINOS MAIS VISITADOS PELOS TURISTAS NA NOVA ZELÂNDIA

AORAKI MOUNT COOK

LAKE TEKAPO

MATAMATA

MILFORD SOUND

Turistas internacionais somam

NZ$ 14,5 BI

à economia por ano

Turismo interno movimenta

US$ 20,2 BI

por ano, com viagens de férias, negócios ou visitas familiares.

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COMPROMISSO COM NOSSAS ÁGUAS

Ajinomoto promove limpeza da calha do Rio Jaguari

Barqueiros moradores do entorno disponibilizaram seus barcos para auxiliar no percurso

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empresa associada ao Consórcio PCJ, Ajinomoto, promoveu no dia 23 de setembro a tradicional limpeza da calha do Rio Jaguari, que passa ao lado da sua planta, na cidade de Limeira. 40 pessoas se reuniram, entre funcionários, parceiros e moradores vizinhos à fábrica. A ação contou ainda com o plantio de 100 mudas nativas, doadas pelo Consórcio PCJ, às margens do rio, no fundo da planta da empresa. O Consórcio ainda disponibilizou materiais de educação ambiental para distribuição. Também participaram alguns barqueiros, moradores do entorno da fábrica no bairro Jaguari, em Limeira, que disponibilizaram seus barcos para auxiliar no percurso que recolheu 180kg de resíduos, sobretudo plásticos e descartáveis. A ação é realizada todos os anos, no período de estiagem, o que facilita a coleta dos materiais, além de propiciar o estreitamento com a comunidade local e sensibilização sobre a importância da preservação. O evento foi coordenado pelo se-

tor de Meio Ambiente da empresa, chefiado por Camila Siviero Pagani e Rogério Santa Rosa, com o apoio de Helber Henrique O. Lorenzete, e contou com a participação de colaboradores da empresa. Representando o Consórcio PCJ, estiveram a subsecretária executiva, Jussara Cordeiro Santos e o gerente de comunicação, Murilo F. de Sant’Anna. “Acreditamos que este tipo de ação envolvendo a comunidade demonstra a importância de todos na preservação do meio ambiente e fortalece o vínculo entre população e empresas”, comenta Camila. O descarte de plásticos em rios é um problema sério, tanto na questão de qualidade da água como para vida aquática. Isso porque os rios têm trajeto em direção ao mar, e os detritos chegam aos oceanos, causando problemas à fauna marinha. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou no mês de julho desse ano campanha para conter o descarte de lixo plástico nos mares e rios brasileiros, intitulado “Mares Limpos”.

OBSERVANDO OS RIOS

Ypê está engajada com a qualidade da água dos rios brasileiros A empresa associada ao Consórcio PCJ, Ypê, se uniu à SOS Mata Atlântica desde novembro de 2015 no projeto “Observando os Rios”, que reúne comunidades e as mobiliza em torno da temática da qualidade da água das localidades onde vivem. É monitorada a qualidade da água de rios em bacias hidrográficas de 17 Estados. Nas regiões contempladas pelo projeto, estão localizados os mananciais que abastecem 70% da população brasileira (3.400 municípios). Em Amparo (SP) e Salto (SP), onde estão localizadas duas das cinco Unidades da Ypê, existem 06 grupos de monitoramento estabelecidos desde 2016 e conta com 52 voluntários. O monitoramento é realizado através de um kit desenvolvido pela SOS Mata Atlântica. Os grupos fazem a medição da qualidade da água mensalmente e enviam os resultados para o banco de dados do Programa. Esse kit avalia os rios a partir de parâmetros, e classifica a qualidade das águas em níveis de pontuação. Os resultados compõe o relatório “Retrato da Qualidade da Água no Brasil”. “Esta iniciativa da YPÊ visa estimular o voluntariado, capacitar as pessoas e desenvolver a criticidade do olhar sobre a qualidade da água, além de reforçar e consolidar o posicionamento da Ypê frente a utilização racional do uso da água”, reforça Cinthia De Vecchi Hax – Gerente de Energia e Sustentabilidade da YPÊ.

O monitoramento da qualidade da água é feito por voluntários


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ENTREVISTA JOÃO FREIRE

Cenários, tendências e atuação da mídia no 8º Fórum Mundial da Água

João Freire, com experiências em vários veículos, hoje cuida da comunicação do Fórum Mundial da Água

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importância do debate sobre a água nos veículos de comunicação é um dos temas abordados na entrevista com João Freire, jornalista, publicitário e radialista, que conversou com o Água Viva nesta edição. João é especialista em Gestão de Novas Tecnologias e em Gestão de Comunicação nas Organizações. Já trabalhou por 20 anos em TV e produção Audiovisual, e hoje é responsável pela comunicação do 8º Fórum Mundial da Água. Ele conta que a sociedade ainda não se deu conta de que o debate sobre a água não pode mais ser adiado, e afirma que a missão do Fórum é promover a conscientização, além de promover ações de sensibilização ambiental, sobretudo em relação à utilização dos recursos hídricos.

ÁGUA VIVA  O tema água é abordado nas redações da grande mídia sempre de forma dicotômica: quando há seca ou chuvas demais, com impactos à comunidade, sem abordar questões mais amplas. A realização do 8º Fórum Mundial da Água no Brasil poderá mudar essa visão na imprensa nacional? JOÃO FREIRE  Acredito que sim. O Fórum desperta o interesse da sociedade pela temática da água, gerando engajamento e a busca por mais informações. Não é um assun-

PRECISAMOS DE MAIS INSTITUIÇÕES E DE MAIS PESSOAS FALANDO SOBRE ÁGUA”

to que se esgota no encerramento do even- JOÃO FREIRE Precisamos falar com as to. Nossa intenção é que a mídia acompa- pessoas, envolvê-las com o assunto, afinhe esse processo, também se engaje nes- nal todos dependem de água para visa causa e abasteça o público com matérias ver. Na comunicação do Fórum, estamos mais amplas e mais qualificadas sobre água. sempre buscando novas parcerias para compartilhar conteúdo, ampliando o alAV  A sensibilização dos brasileiros sobre cance das mensagens. É aí que entram água e saneamento é extremamente preocu- as áreas de comunicação das instituipante, cerca de 61% não se preocupam com ções que trabalham com água, recursos a poluição das fontes de água. Como mobili- hídricos, meio ambiente, universidades zar o envolvimento da comunidade em parti- etc. Precisamos de mais instituições e de mais pessoas falando sobre água. cipar de forma engajada no Fórum? JOÃO FREIRE  A crise hídrica que vivemos é uma boa oportunidade para sensibilizar AV  Representantes de movimentos soa sociedade sobre a importância da água ciais, sindicais e ambientais vão organie estimular as pessoas a refletir sobre a zar o Fórum Alternativo Mundial da Água forma como usam esse recurso natural li- (Fama), em paralelo ao evento oficial. Na mitado. De acordo com a ONU, até 2030, sua visão, é possível conciliar a agenda o planeta enfrentará um déficit de água de ambos com o objetivo de ampliar a de 40 por cento, a menos que a gestão se- sensibilização da comunidade? ja melhorada dramaticamente. O modelo JOÃO FREIRE Há muitos pontos em coatual de consumo é insustentável e todos mum na agenda dos dois eventos. Por são responsáveis por mudar essa cultura exemplo, a promoção de um debate democrático global sobre água e a sensie promover o uso sustentável. bilização da sociedade sobre as quesAV  Como você avalia a participação das as- tões da água e do saneamento. Os dois sessorias de comunicação dos entes que for- eventos estão comprometidos com a mam o Sistema de Gerenciamento de Recur- mobilização de cada vez mais pessoas sos Hídricos na divulgação de temas relacio- para debater soluções para a água no mundo. Isso é o mais importante. nados à gestão da água?

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8º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA

Planejamento futuro é destacado em evento preparatório para o 8º Fórum Mundial da Água

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Consórcio PCJ realizou em julho, o Encontro Internacional com o objetivo de apresentar os preparativos para a realização do 8º Fórum Mundial da Água, e promover o intercâmbio de experiências com a cultura israelense de trato com água. O evento aconteceu dentro do Fórum Brasil de Gestão Ambiental, em Campinas (SP). O encontro contou com apresentações de Taciana Lemos, representante da Agência Nacional de Águas e membro da organização do 8º Fórum Mundial da Água, que fez uma apresentação sobre a organização do evento, e as formas de participação da comunidade. Em seguida, foi realizada uma rodada de troca de experiências com a apresentação de cases, com as presenças do Consul de Israel para assuntos econômicos, Boaz Albaranes, do gerente da empresa de abastecimento israelense Meko-

Troca de experiências a respeito do trato com a Água rot, Alon Lev, do diretor da BRK Ambiental, Rogério Tadeu Ramos Sarro, tendo como mediadora a superintendente do Saae de Atibaia, Fabiane Santiago. O Consul israelense destacou que o segredo da sustentabilidade hídrica de Israel é o planejamento que vem sendo feito há mais de 70 anos ao passo que a água é tratada como assunto de segurança nacional. Já o Sr. Lev pontuou as ações estru-

turais e os valores tarifários cobrados por Mekorot, destacando que a sociedade israelense tem consciência do valor da água. Esse evento foi patrocinado pelos Colaboradores Ambientais de 2017: ARES PCJ, SANASA Campinas e Ajinomoto; assim como os Seminários de Resíduos Sólidos e de Proteção dos Mananciais, que fazem parte do Projeto “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018”.

CONHECENDO AS BACIAS PCJ

Gerente da empresa israelense de abastecimento conhece projetos e ações da região

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O gerente da Mekorot, Alon Lev, realizou visitas técnicas e turísticas pelas Bacias PCJ no mês de julho. Acompanhado da equipe da entidade, ele conheceu a Casa Modelo, na sede do Consórcio PCJ, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Nova Odessa, o Museu da Água e a Estação de Tratamento de Água (ETA I) e o Centro de Controle Operacional do Saae Indaiatuba. Lev se encontrou com o Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill

Vieira de Souza, e eles discutiram ações de gestão de recursos hídricos. No Museu da Água, em Indaiatuba, ele foi recebido pelo Superintendente do Saae de Indaiatuba, eng. Sandro de Almeida Lopes Coral e realizou visita monitorada pelo local. A visita de Alon faz parte das ações do Consórcio PCJ em divulgar o 8º Fórum Mundial da Água, e é parte da estratégia de promover as Bacias PCJ como destino internacional para visitas técnicas e turísticas.

Alon Lev realizou visitas técnicas e turísticas pela Bacia PCJ


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Bill participou da WATEC, maior feira de água do mundo

Ele também visitou a usina de dessalinização, além da maior estação de tratamento de efluentes de Israel

Bill encontrou com gerente da Mekorot para a unidade de produção da Galileia, Alon Lev

ISRAEL

Presidente do Consórcio PCJ visita Israel para buscar novas experiências em gestão da Água

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o período do dia 10 ao dia 15 de setembro, o Presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza, esteve em Israel, buscando novas experiências em relação à gestão dos recursos hídricos, e participando da WATEC, maior feira sobre água do mundo. No primeiro dia da visita, Bill conheceu a maior estação de tratamento de efluentes de Israel, a Shafdan, onde o esgoto é tratado e distribuído por meio de uma rede específica e independente para reuso na agricultura. Após essa visita, Bill conheceu a maior usina de dessalinização de Israel, a Sorek, que trata 150 milhões de metros cúbicos de água salina por ano. Finalizando o primeiro dia, Bill conheceu a empresa Atlantium, que pos-

sui tecnologia na desinfecção por UV (luz ultravioleta), através de um sistema hidráulico e de fibras ópticas. Essa tecnologia eleva a segurança da água, proporcionando às indústrias e aos municípios uma opção sustentável. As visitações continuaram nos dias seguintes, com a ida ao reservatório de Eshcol, no norte do país. Lá, Bill se reencontrou com o gerente da Mekorot para a unidade de produção da Galileia, Alon Lev, que visitou o Consórcio PCJ em julho desse ano, onde conheceu o sistema de captação e distribuição de água do mar da Galileia para Israel e para o país vizinho, a Jordânia. O presidente do consórcio PCJ ainda visitou a empresa GES, produtora de tecnologias para tratamento de água, e

participou da abertura oficial da WATEC (Water Technology and Environmental Control Exhibition & Conference), feira que apresenta as últimas novidades em tecnologias e equipamentos voltados á gestão de água. Na WATEC, Bill participou de encontro ao lado de outras autoridades com o ministro da Economia e Indústria de Israel, Eli Cohen, e com o embaixador do país no Brasil, o Sr. Yossi Avraham Shelley. No Pavilhão de exposições, Bill teve contato com tecnologias de reservação e tratamento de água e gestão de resíduos. “As experiências que estão sendo expostas aqui têm de chegar ao Brasil, pois quem ganhará com isso é a sociedade que terá água de mais qualidade e em quantidade chegando às suas casas”, assinalou.

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2017 | #95

GRUPO DAS EMPRESAS

Encontro do Grupo das Empresas discutiu uso racional de água e troca de experiências

N

O encontro reuniu empresas para troca de experiências sobre a gestão da água

o final do mês de agosto, foi realizado o 1º encontro do Grupo das Empresas de 2017, na sede da Coca-Cola FEMSA, em Jundiaí (SP). O encontro reuniu as empresas associadas do Consórcio PCJ, que trocaram experiências em relação à gestão dos recursos hídricos. O evento contou com as apresentações de André Wongtschowski, da Fundação Avina, que palestrou sobre o Programa Água + Acesso, e de Rodrigo Simonato, gerente de relações institucionais da Coca-Cola FEMSA Brasil, que expli-

cou sobre as ações de sustentabilidade realizadas na empresa. Ao final do encontro, os participantes realizaram visita técnica às dependências da fábrica para conhecer as ações de uso racional da empresa no processo produtivo. O Grupo das Empresas Associadas é formado por grandes corporações nacionais e internacionais e tem forte representatividade junto à diretoria do Consórcio PCJ. A utilização de água das empresas associadas representa 80% do total do uso industrial das Bacias PCJ, garantindo grande respeitabilidade ao grupo.

CONSÓRCIO PCJ

NA MÍDIA

G1 CAMPINAS Matéria no G1 de Campinas destaca a importância das chuvas que ocorreram na região, no mês de agosto, e o quanto elas colaboraram para evitar pedido de ajuda extra ao Sistema Cantareira.

CORREIO POPULAR O Coordenador de Projetos do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, cedeu uma entrevista ao Jornal Correio Popular, a respeito da estiagem atual, e o risco da falta d’água.

JORNAL DE NOVA ODESSA

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O Jornal de Nova Odessa destacou a busca do Presidente do Consórcio PCJ, Benjamim Bill Vieira de Souza, por novas experiências para gestão de recursos hídricos, em sua viagem para Israel, em setembro.

BAND CAMPINAS O assessor técnico do Consórcio PCJ, Flávio Forti Stenico, cedeu entrevista para a Band Campinas, a respeito do plano de bacia para a bacia do PCJ.

JORNAL O LIBERAL O Jornal O Liberal de Americana, publicou uma matéria a respeito do Projeto de Recuperação do Ribeirão Quilombo, que prevê a união de prefeituras e empresas.


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