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ANO I Julho – 2014 N.º 03

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COMO AS ESCOLAS / AGENCIADORAS DE QUADRINISTAS PARA O EXTERIOR PODERIAM INCENTIVAR UM HIPOTÉTICO MERCADO NACIONAL DE QUADRINHOS? por FRANK DELMINDO (frankdelmindo@hotmail.com) Mohandas Karamchand Gandhi, ou apenas Gandhi, foi um influente ativista e pensador indiano. Valia-se da Satyagraha, forma de protesto nãoviolento usado para combater a opressão de invasores estrangeiros queépoca. dominavam geiros que dominavam seu país na Dentre seu país na época. muitas frases e postulados filosóficos, Gandhi Dentre muitas frases e apregoava o dito "seja a diferença que você quer filosóficos,a ver no mundo". Não postulados está entendendo Gandhi apregoava o correlação entre um pensador indiano e os dito "senta seja aque diferença Quadrinhos no Brasil? Então, lá vem história...

que você quer ver no mundo". Não está

pois tais produtos editoriais já chegam prontos, do exterior, e sua venda junto ao leitor consumidor é dita como certa; b) o leitor médio brasileiro também busca

o material estrangeiro republicado em nosso país, pois este vem figurando os conhecidos personagens já trabalhados em seu costume de consumidor, através de desenhos televisivos, cinema, videogame, etc.;

para completar, existem vários perseguidores do quadrinho nacional, que difamam e atacam obras e quadrinistas, movidos, dentre muitos motivos, pelo exigir dos amadores e não-treinados nacionais o mesmo nível de qualidade presente nas hq´s estrangeiras, sempre bem remuneradas e, portanto, mais bem feitas. c)

entendendo a Quando se vê o empenho de sites como correlação um o NHQ, HQNADO, Conexão Nanquim, entre Up Mangá, os Nebulosa, Blue Comics pensador e tantosindiano outrose em Quadrinhos no Brasil? divulgar Quadrinhos, por vezes limitados no Então, senta que lá quesito qualidade, pode-se perceber o quanto vem história... estes batalhadores quadrinistas e diletantes se esforçam. Pois, ao colocar a mão na consciência, vemos o panorama brasileiro extremamente adverso para estes quadrinistas. Senão, vejamos:

Diante de tal cenário, multiplica-se muito mais a audácia e intrepidez de quadrinistas, atuantes no meio, quer seja nas webcomics, presentes na Internet, quer seja por fanzines ou álbuns autorais. Afinal das contas, por que um quadrinista iria se abalar em divulgar suas hq´s, se pouco mais ou nada de resultado se obtém de tal situação contrária? Pois é aqui que entra o sentido da frase de Gandhi.

a) as editoras brasileiras só querem apoiar

ASSUMINDO A RESPONSABILIDADE Convenhamos, o brasileiro adora culpar os outros pelos ocorridos - e mantidos - em nosso país. Dos políticos aos empresários. Das escolas às igrejas.

as hq´s do Batman ou X-Men, ou quem da moda, pois tais produtos editoriais já chegam prontos, do exterior, e sua venda junto ao leitor consumidor é


pelos ocorridos - e mantidos - em nosso país. Dos políticos aos empresários. Das escolas às igrejas. Dos ricos aos pobres. Dos trabalhadores aos vagabundos. Seja a qual classe social, faixa etária ou postura pessoal você pertencer, sempre existe alguém para te apontar o dedo. E cada um de nós mesmos sempre está pronto para acusar quem quer que seja. Todavia, falar mal dos outros, apesar de prazeroso para alguns, não produz absolutamente NADA DE BOM, resultando apenas em confusões e inimizades diversas, por vezes, dentre aqueles que, via de regra, deveriam ser unidos, a saber, os quadrinistas brasileiros. A grande questão da frase de Gandhi, de sermos a diferença desejada em nosso mundo, implica no fato de tal mudança só ser possível através de um agente. E é este agente, munido da vontade e empenho necessários e suficientes, que realizará a tão almejada transformação. Percebe-se ser, então, de fundamental importância a existência deste tal agente da mudança. E agora? Quem poderia nos defender, e ser este tal agente da mudança? As editoras? Bem, a menos que o autor quadrinista e sua obra sejam suficientemente conhecidos, editora nenhuma vai querer arriscar algumas dezenas de milhares de reais num desconhecido. Quem sabe os leitores? A majestade do mercado editorial apenas ressoa, atribuindo valor e mantendo estas ou aquelas hq´s, ou desqualificando aqueles que não a entreterem. Divirta o leitor e este lhe dará tudo. Enrole-o com hq´s mal feitas e ganhará o ostracismo como

retribuição. Não. Só existe um único capaz de levar a cabo tal tarefa. É. Estou falando de você, caro quadrinista. Seja você amador ou profissional, tenha já trabalhado para grandes editoras no exterior ou sendo apenas um diletante. E, como vivemos em um estado de direito, onde - ao menos na teoria ninguém pode ser forçado a fazer o que não quer, você também, caro quadrinista, pode optar por não se envolver nessas de "ser a tão desejada diferença". Não se sente em condições? A anatomia de seus desenhos ainda deixa a desejar? Seus roteiros ainda têm aquele ranço de meia-boca? Tudo bem. Ninguém está te cobrando nada. Contudo, praticar e evoluir, não apenas no quesito anatomia, pular de cabeça nos livros, textos e tutoriais sobre roteiros e de como melhor produzi-los, e isso aqui mesmo na Internet, pode ser feito e alcançado. Assim, para ser o agente da mudança no mercado editorial de quadrinhos, tem-se apenas um requisito indispensável: a VONTADE, o QUERER SER... Por tudo isso, iniciativas como as do NHQ, HQNADO, Conexão Nanquim, Up Mangá, Nebulosa, Blue Comics e tantos outros sites de webcomics são FUNDAMENTAIS para o futuro do quadrinho brasileiro. Pouco a pouco, séries, personagens e talentos artísticos são refinados, evoluem, são divulgados. Aqueles que deixarem as patéticas doutrinas do "paumolismo", "bundamolismo" e "apenasfalarmalenadafazerismo" de lado, arregaçarem as mangas e lutarem, poderão, um dia, colher os frutos de tanto esforço. Ω


HISTÓRIAS VOLTADAS PARA UM PÚBLICO COMUM Nada contra histórias de fantasia, aventura e outras, mas acho que o problema aqui é fazer histórias que qualquer um entenda e possa gostar. Já é mais que comprovado que super-heróis não estão no gosto comum, assim como aventuras muito fantasiosas.

ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO Isso é meio ligado com o item 1. É preciso que a história tenha alguns elementos comuns atrelados a ela, algo que seja familiar para as pessoas, ainda que o conteúdo da história possa ser fantasioso.

DIVULGAÇÃO Vejo muita gente divulgando suas histórias em grupos de quadrinhos, porque, teoricamente, fãs de quadrinhos estariam supostamente interessados. Devo questionar se isso realmente funciona. A meu ver, a divulgação deveria ser principalmente para quem não está acostumado a ler quadrinhos.

PREÇO Algo acessível para o público-alvo, um preço justo, mas que permita uma margem de lucro para o autor.


DISTRIBUIÇÃO No mínimo um site onde se possa comprar on-line o produto em si. Existem formas de fazer com que o custo de frete seja menor e mesmo nulo para o leitor. Não tem sentido cobrar caro do leitor por algo que ele mesmo deve se interessar. Evitar a todo custo bancas de jornal, pois o custo para distribuir em bancas é alto demais e onera a publicação. Distribuidoras alternativas, bazares, livrarias, mesmo supermercados deveriam ser considerados como alternativa a bancas.

PRODUTOS RELACIONADOS Nos atuais ditames é muito complicado viver de quadrinhos. Então que se pense em livros, edições especiais de quadrinhos, capas de caderno, chaveiros e mesmo produtos de confecção mais complicada, como brinquedos e videogames. Os personagens devem ser lembrados de alguma maneira. Os produtos relacionados podem direcionar o consumidor para os quadrinhos ou não.

FORMATO Uma certeza: formato de publicação baseado nos comics dos EUA ou nos mangás definitivamente não funcionam. Se não funcionam, não tem sentido continuar insistindo neles, não é? Um formato interessante e acho pouco explorado: álbuns com pelo menos 84 páginas, formato grande, histórias fechadas, que não precisem de uma seqüência de números para ser entendidas. Só que esses álbuns seriam com os mesmos personagens. Dando oportunidade dos leitores gostarem deles. Um problema recorrente no quadrinho nacional é que não temos tempo de gostar dos personagens, gerar antipatia ou simpatia por eles. Tudo acaba muito rápido, seja por causa de cancelamento ou porque a história era realmente curta.

LONGEVIDADE DA SÉRIE Isso é fato, não dá pra sustentar uma publicação por um longo tempo, as pessoas hoje em dia são ansiosas, querem novidades quase o tempo todo. Então é razoável pensar qual deveria ser o tamanho de uma série de álbuns.

PROMOÇÕES E AFINS Partindo do princípio que o leitor deve ser agradado, entram aqui as promoções. Prêmios relacionados ou não com a história em si são uma forma simples de manter o público fiel ao título e com um pouco de sorte, atrair gente nova. Promoções devem ser as mais simples possíveis; concursos que premiam desenhos ou textos limitam a participação e tendem a criar vencedores recorrentes, caso que normalmente irrita outras pessoas.

O PLANO B Se tudo mais der errado e a publicação falhar, pense em alternativas. Webcomics, livros, sites falando do assunto ajudam o público a não dispersar e manter eles próximos. Muitas histórias simplesmente morrem porque seus autores não se sentem compelidos a tentar de novo, isso reflete em muitos casos uma tendência ao egocentrismo, onde só a opinião do autor vale e a do leitor pouco ou nada importa. Fazer histórias em quadrinhos é uma troca. É preciso leitores e autores para fazer a coisa funcionar. Quando o autor não se importa com os leitores e não faz questão de tentar agradar aos mesmos, de tornar as coisas mais simples para os mesmos, não tem sentido ou mesmo razão fazer quadrinhos.


BLUE COMICS

SOB NOVA DIREÇÃO

RAFAEL ASSIS

ALEP: Você é autor ou desenhista? Trabalha com produção de textos ou ilustrações? Faz ou pretende fazer Curso Superior? RAFAEL ASSIS: Sou um projeto de escritor. Participei de uma coletânea de contos e escrevo a MEGA na Blue. Já trabalhei em curtas metragens e coberturas em vídeo, inclusive no oficial do FIQ. Fiz Cinema, mas tranquei o curso, tenho pensado em transferir para Letras. ALEP: Qual sua relação com o fundador do Blue Comics, o João Guilherme? São amigos de longa data ou ele te contatou exclusivamente para este trabalho junto ao Blue Comics? RAFAEL ASSIS: Não somos amigos de longa data, mas o considero um amigo. Entrei na Blue em 2012 como roteirista através de um teste pra escrever a MEGA. A amizade com ele, assim como com outros membros veio depois. ALEP: Qual a sua visão dos ex-Blues, antigos membros que saíram do Coletivo e incrementaram debates e conversas em sites, fóruns e redes sociais, a respeito de suas participações ditas negativas no Blue Comics? RAFAEL ASSIS: Não tenho opinião sobre eles. Muitos saíram antes que eu os pudesse conhecer. Procuro ouvir tudo o que falam para aprender. ALEP: Pelo que pude perceber nas alegações dos ex-Blues, o principal motivo de atrito seria a figura excessivamente centralizadora e de liderança vertical do João Guilherme. Atualmente, existe espaço no Blue Comics para a Cultura da Inovação, a promoção de um ambiente favorável à Criatividade, experimentação de novas idéias capazes de gerar um diferencial competitivo para o Coletivo? Se “sim”, como você comprovaria – ou espera comprovar - isso


para o Coletivo? Se “sim”, como você comprovaria – ou espera comprovar - isso publicamente?

longe. As idéias e sugestões têm sido ouvidas, tanto nas mudanças estruturais quanto nas publicações.

RAFAEL ASSIS: Em parte. Quanto ás publicações, ainda estamos presos ao que foi anunciado e ao que estava sendo produzido, mas teremos novidades em agosto e setembro. Quanto à gestão, montamos uma diretoria para descentralizar as decisões e tem funcionado. Ainda é cedo, mas espero que estejamos no caminho certo.

ALEP: Sua presença e atuação seria um fator de Aprendizado Organizacional do Blue Comics? Teriam “aprendido com os erros do passado” e estariam realmente buscando acertar e progredir as atividades do Coletivo?

ALEP: A exemplo da Cultura da Inovação, existe atualmente no Blue Comics a prática da Liderança com constância de propósitos? Idéias e sugestões encaminhadas são discutidas ou ao menos sua nãoaceitação é justificada? RAFAEL ASSIS: Não tenho a intenção de pensar em longo prazo. Nossos cronogramas estão focados nos projetos de no máximo um ano. Acho mais importante limpar a casa e organizar a infraestrutura pra depois prometer ir mais longe. As ideias e sugestões têm sido ouvidas, tanto nas Na foto da página aoquanto lado: Rafael Assis tem demonstrado mudanças estruturais nas publicações. equilíbrio e seriedade à frente do Blue Comics; Abaixo: Logo do Blue Comics, coletivo marcado por muita “aprendido com os erros docom passado” e estariam polêmica, aparenta ter aprendido o passado.

realmente buscando acertar e progredir as atividades do Coletivo? constância de

RAFAEL ASSIS: Reconhecer os nossos erros foi um passo importante, e isso já vinha da gestão do João Guilherme Lopes. Acho que houve mal-entendidos e muitas promessas que não deveriam ter sido feitas. Agora, nosso foco é entender o público e ir de encontro a ele sem perder a individualidade do nosso grupo. ALEP: Você já conseguiu reconquistar algum ex-Blue para as fileiras do Coletivo? Percebeu cordialidades, animosidades ou simples indiferença da parte de alguns deles? RAFAEL ASSIS: Uma reconquista foi importante. Deve ser anunciado em breve, talvez em agosto. Sobre a reação ao fato de eu assumir, fiquei feliz. Sou amigo de muitos, então a cordialidade já era comum. Tenho aqueles que saíram e que também tem ressalvas comigo. Faz parte. A ALEP MVP agradece a participação e interesse de Rafael Assis. Fique à vontade para falar dos projetos do Blue Comics, dar seus recados, etc.: Vamos em frente! RAFAEL ASSIS: Eu que agradeço. Não tenho recados, só curtam a page e adicionem ela como lista de interesses, qualquer projeto da Blue anunciamos lá. E se algum exblue quiser prosear pode me procurar por lá também que passo meu email e outros contatos. E obrigado outra vez pela oportunidade. Ω


dúzia e, posteriormente, muitos outros, formando um... coletivo de amadores quadrinheiros. Tendo por facilitador o uso disseminado das redes sociais, os Coletivos de Amadores Autorais têm surgido com cada vez mais freqüência. Demonstram a existência de pessoas interessadas na produção autoral, notadamente nos Quadrinhos, mas evidencia o baixo, quando não baixíssimo nível de comportamento profissional, exibindo, entretanto, um ou outro grande talento autoral. “Ajude o Quadrinho nacional” ou “vamos lutar pela produção nacional de quadrinhos” são dizeres repetidos por quase todos, buscando em um nacionalismo exacerbado o que lhes falta em autocrítica e comprometimento real com os objetivos alegados. Credito tal repetição de comportamentos ao mero reflexo da inexistência de quem se proponha a orientar estes amadores autorais, devido à também inexistência de mercado para os autores locais, ou pela orientação para os mercados exteriores, praticada pelas reduzidas agências de captação de mão-de-obra artística nacional. Um mesmo modus operandi repete-se à exaustão nestes Coletivos de amadores, e espero poder mitigar esta triste realidade, presumindo, claro, que este texto chegue aos olhos dos membros do Núcleo Principal de cada grupo.

A PALAVRA É... BOOTSTRAPPING – Não, não se trata de outra alcunha em língua estrangeira para os difamadores internéticos, já nomeados de trolls, haters ou stalkers. Oriunda da peripécia do personagem Barão de Mundchaussem, que salvouse de um pântano onde tinha caído, puxando a si mesmo pelas alças de suas botas, o Bootstrapping ganhou usos e conotações mais próprias e abrangentes, atualmente tendo o sentido de prática ou pessoa que se ergue por meio de esforços próprios, quase sem a ajuda de outros, ou ao menos ajuda financeira ostensiva. “Ah, os Coletivos de amadores autorais fazem isso, se erguem por meios próprios”, poderia alguém sugerir. Ah, antes fosse, leitor(a). Quem dera... Coletivos de quadrinheiros amadores não são um grupo coeso focado no Empreendedorismo por meio de suas obras autorais ou na oferta de seus talentos para possíveis contratantes. Uma pena, mas realmente ostentam em suas portas as placas de “ambiente de socialização”, feita por meio da produção artística sem foco ou objetivos. Digo, sem foco ou objetivos práticos, sendo a famigerada divulgação de seus trabalhos o único colete salvavidas a impedi-los de submergir na inutilidade plena. Concursos de desenho, disputas de likes em suas artes e mesmo o bullying praticado contra participantes questionadores ou que possam “amea-çar


ameaçar o predomínio ilusório dos fundadores e administradores de grupos e pages são o cotidiano de tais coletivos. O resultado? Membros questionadores são expulsos destes coletivos, fundando seus próprios grupos ou engrossando o coro dos trolls, haters e stalkers, a atacar seus ex-grupos. Eis prova inconteste de que, mesmo na superficial e pueril atividade de socialização, tais associações costumam fracassar. Ainda assim... salta aos olhos a grande possibilidade de crescimento e profissionalização existente nos coletivos de amadores autorais. Então, o que falta? Se tais coletivos se propusessem a sair do amadorismo e falso estrelismo, enveredando pelo caminho da postura profissional, teríamos um cenário promissor. Quando conjugado com Finanças, o Bootstrapping refere-se aos meios, em geral bastante criativos, de se obter ou utilizar recursos. Olhando pelo prisma dos Coletivos de amadores, destacam-se as muitas capacidades utilizáveis dos membros, em especial a maior: NETWORKING – Ou trabalho em rede, é uma das grandes capacidades dos Coletivos de amadores autorais. Trata-se do resultante de toda a atividade dos membros do grupo, em qualquer sentido ou finalidade. Conselhos e opiniões acerca das obras apresentadas, da atividade do grupo ou outro assunto útil ou importante favorecem a coletividade por inteiro. Entretanto, o Networking pode ser tornado ineficiente, quando confrontado por uma forma excessivamente centralizadora ou verticalizadora, onde

onde opiniões próprias impossibilitariam as mudanças e alterações propostas pela participação conjunta fornecida pelo Networking. Você, leitor(a) deste texto, conhece ou conheceu uma liderança deste tipo, que poda a participação alheia e mata as contribuições oriundas de um ambiente de diálogo sadio e participativo? Isto acontece freqüentemente, demonstrando muita imaturidade ou egoísmo dos ditos líderes. Lamentável. Se tiverem mais visão e comprometimento, os membros do Coletivo podem alastrar seu networking, atuando e participando de outros grupos, fóruns, etc., em sites de terceiros que tenham relação com a produção autoral de seus Coletivos. Tornando-se verdadeiras pontes de networking, seriam ainda mais valiosos e eficientes e favorecendo seu grupo com maior divulgação, afiliações de novos membros e um crescimento produtivo exponencial. Novos membros também significam novas possibilidades de clientes, fornecedores ou parceiros-chave, incrementando os fundamentos da atividade empresarial. Tal coletividade geraria uma confirmação de identidade grupal forte, algo difícil de ser copiado ou comprado, talvez apenas a custa de grandes somas monetárias e feita nos participantes menos engajados. Os comprometidos com o Coletivo desfrutariam do conhecimento e cooperação conjuntas entre os membros, resultando em processos e ambiente interno fortalecidos. Bastaria apenas direcionar estas verdadeiras vantagens competitivas para seus produtos ou serviços, e este muito hipotético Coletivo de autores teria um valioso e rentável futuro pela frente. Tudo tão bom e desejável, quando no campo das hipóteses idealizadas, não?

gratuita em sites; b) a menos que estejam contratando serviços prestados, consomem grandes quantidades de tempo, e portanto de dinheiro – seu ou de outrem – na produção e atualização de sites, blogs, flogs, pages, perfis e grupos, tudo no afã de divulgar suas obras; e c) chegam ao ponto de participar de campanhas de crowdfunding, em sites nacionais ou mesmo do exterior, para viabilizar as versões impressas de seus livros ou quadrinhos. Autores de qualidade profissional incontestável também podem alimentar o coro dos nãoatendidos, ao exibirem talentos exuberantes de texto ou traço, mas com temáticas alienadas do gosto de seu cliente final, o leitor. Sim, livros e


das hipóteses idealizadas, não? Uma empresa capitalizada convencional opera seus canais de atividade em mercados formais por meio dos recursos financeiros dos quais dispõe. Um Coletivo de autores faria o mesmo, apenas valendo-se do Networking como meio para alcançar efeitos iguais. SURGIMENTO E USO DE NOVAS IDÉIAS – Especialmente no Brasil, onde os empreendedores o são, em sua grande maioria, por necessidade e não pela identificação de oportunidades, ter acesso ao caldeirão de idéias e interminável brainstorming fornecido pela atividade conjunta de um Coletivo pode não apenas ter seu próprio valor, mas também suprir a falta de estrutura, planejamento e outras características de um empreendimento formal.

Os grupos, comunidades e fóruns espalhados pela Internet, a rede mundial de computadores, possibilitam o campo ideal para a prática do Networking, pelos membros de um Coletivo de autores. Vencidas as barreiras geográficas, pois une pessoas de localidades distantes e mesmo remotas aos seus pares dos grandes centros urbanos, também o fator Tempo pode ser subvertido, pois quem participa o faz em seu próprio horário disponível. Aguarda-se apenas a seqüência das participações individuais e os resultados oriundos destas interações. Os membros do Coletivo passam, então, a buscar cada vez mais quem os ajude, sejam com idéias, opiniões, etc. Lamentavelmente, um dos recursos mais valiosos – o outro são as idéias – termina por perder-se em meio aos comportamentos imaturos de muitos: a Crítica. Desde que não se trate de ofensas pessoais, puras e simples, qualquer crítica, por mais ácida que seja, pode ser suportada, ouvida e avaliada. E, mesmo que não seja plausível ou aplicável, seu resultado – a auto-avaliação do indivíduo criticado – é uma poderosíssima ferramenta de análise e transformação. Mesmo o mais feroz troll, hater ou stalker pode cuspir várias verdades acerca das atividades, dos resultados ou do funcionamento de um grupo de amadores autorais. Imaturidade e pedantismos dos criticados costumam colaborar para que questionadores sinceros – ainda que ferinos e desqualificantes – descambem para brigas e disputas de egos, desperdiçando e tornando inócuas as

disputas de egos, desperdiçando e tornando inócuas as boas idéias ou resultados destes debates, quase sempre, inteligentes. DE AMIGOS A SABOTADORES – De acordo com o chamado Efeito de Pigmaleão, as expectativas das pessoas influenciam de maneira decisiva seus comportamentos. Membros-fundadores ou administradores dos Coletivos logo notam o óbvio de que existem níveis de comprometimento variados com os objetivos e metas do grupo. Poucos se dedicam de fato e de verdade a alcançá-los, e tal dedicação e empenho costumam diminuir gradativamente, quanto mais se desce ao longo da hierarquia do Coletivo e... er, não sabia que existem níveis nos grupos de amadores autorais? Pois é. Entretanto, as idéias e sugestões oriundas do Networking não devem ser aceitas impensadamente, como quem nota uma cédula de cem reais na sarjeta e de imediato arroja-se em um curto vôo, mãos estendidas para fisgar o dindin antes que outro o faça. Do ruído de fundo recebido, deve-se analisar e garimpar o bom e utilizável do que é incoerente ou superficial. Lembra do Pigmaleão e seu efeito, citado algumas linhas acima? Pois bem: se as pessoas reagem a instintos, os membros de qualquer Coletivo devem ter sempre em mente – e deixar tal questão claríssima perante os demais participantes – de como todos podem se beneficiar do Networking do grupo. Sem compensações monetárias, a opção é dispor de um sistema de troca – a ser determinado e proposto pelos administradores ou responsáveis – onde quem efetivamente participa e produz também recebe participação e produtividade equivalente. Quem se utiliza do Bootstrapping, o Empreendedorismo Alça-de-bota, pode enfrentar mudanças radicais de seus colaboradores, antes apoiadores e engajados no projeto, agora sabotadores e mesmo difamadores em público. E isto nem é tão difícil assim. Pelo visto em históricos de muitos coletivos de amadores autorais, ex-membros costumam tornarem-se arquiinimigos dos grupos que antes integravam. Quem não quiser ter dor de cabeça futuramente, trate de ser claro e correto no trato com todo mundo. Nós, da Associação ALEP, pregamos o Coworking: a troca equivalente de nossa mais valiosa moeda – a produtividade – onde cada membro colabora com as obras dos demais e recebe montante igual em colaboração para suas obras pessoais. O amador autor membro da Associação ALEP lucra com: a) a possibilidade de dobrar sua produção literária ou de quadrinhos; b) Receber abordagens antes impensadas de seus personagens ou séries, pelas mãos de colegas membros; c) dobrar a divulgação de seu personagem ou série; e d) manter por completo os direitos autorais de seus personagens, e ainda ganhando participação dos direitos conexos das obras em que vier a colaborar. Ω



O(A) AUTOR(A) E O MERCADO CONSUMIDOR(*)

(*) Texto extraído do livro GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS.

O consumidor é o próprio mercado a que se destina um produto, no caso, os livros ou quadrinhos de sua autoria. E a meta do Empreendedor Quadrinista deve ser servir a este mercado, da forma mais barata possível e do modo mais rápido do que seus concorrentes. Deve-se buscar a produção de hq’s capazes de ultrapassar as expectativas dos futuros leitores, disponíveis antes de esperados e passíveis de venda a preços considerados pelos clientes como um bom negócio.

este não seja somente mais um custo agregado. Contudo, isto influirá em aumento em preços, devido à necessidade de aumento nas margens e lucros;

Toledo (2012) alerta para o fato de, “quando uma empresa não consegue desenvolver diferenciais, ela é facilmente replicada e pode rapidamente perder espaço no mercado (...) Para isso não acontecer, é necessário unir habilidades e recursos superiores aos concorrentes, que consequentemente se transformará em valor”. Este autor, acerca das “vantagens competitivas de uma empresa”, afirma existirem “três formas básicas” de se diferenciar: Custo - liderança em custos significa entregar o mesmo produto ou serviço a um custo inferior ao praticado pelos concorrentes;

Slak, Chambers e Johnston (2002) consideram que, uma vez escolhidas idéias do Empreendedor e possíveis sócios ou colaboradores, deve-se “iniciar uma avaliação prévia para mensurar a viabilidade econômico-financeira-técnica e de operacionalizar a produção de cada uma delas (...) trata-se do Perfil do Projeto. O Empreendedor Quadrinista deve propor respostas para o questionário abaixo e à medida que os textos aumentarem de volume, extrair as perguntas e ir mudando os textos conforme as atividades evoluem...

Foco - Quando o empreendimento destina-se exclusivamente a atender um determinado segmento de clientes, em especial quando tais clientes não estão sendo atendidos pelas grandes empresas do mercado.

Descubra quais as perguntas deste questionário no livro GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS, à venda nos sites:

Diferenciação - Oferecer um valor superior em serviços ou produtos do que os concorrentes e que serviços ou produtos do que os concorrentes e que *este CLUBE AUTORES: nãoDEseja somente mais um custo agregado. https://clubedeautores.com.br/book/156811-Contudo, isto influirá em aumento em preços, GUIA_PRATICO_DO_EMPREENDEDOR_DOS_QUADRINHOS#.UrcobNJDuZM devido à necessidade de aumento nas margens e lucros; * PERSE:

http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1387371057615 Foco - Quando o empreendimento destina-se exclusivamente a no atender um determinado * Dylan Moraes Perfil SKOOB: http://www.skoob.com.br/autor/10333 segmento de clientes, em especial quando tais


Um rel贸gio quebrado marca a hora certa duas vezes por dia. O autor ou autora pode ser igual a este rel贸gio parado e aguardar que o Universo mova-se e se alinhe consigo. Ou pode tornar-se funcional e pleno, acompanhando o movimento do Universo, encontrando o seu lugar nele. Dylan Moraes ... em breve...



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