ANO I I Julho – 2015 N.º 11
OPINIÃO
O PROTAGONISTA E O TERCEIRIZADO por Frank Delmindo (frankdelmindo@hotmail.com) Quando o assunto é Meritocracia, tipo de ideologia governativa fundamentada no mérito dos indivíduos geridos, sempre me vem à mente o nome deste empreendedor, self-made man criador de escola de idiomas e atualmente dono de time de futebol. Impossível deixar de traçar um paralelo entre um texto de sua autoria e a situação vigente e até histórica de quem tenta produzir ou viver de quadrinhos no burajirujin. O título do texto clama aos interessados que assumam a responsabilidade, mesmo sem ter culpa direta pelo problema ocorrido e mantido. A produção e comercialização de quadrinhos, por autores locais e nativos permanece um enguiço, como diria Cazuza, uma “droga que já vem malhada muito antes” do quadrinheiro nacional “nascer”. Sua hq impressa não vende tão bem quanto pensou que venderia? Sua webcomic não está tendo acessos o suficiente para celebrizar e vingar em uma campanha de crowdfunding? Editora grande quer o teu mangá de graça, sem pagar nada para concorrer em “concursos”, enquanto paga caras licenças de impressão por obras estrangeiras? O autor deste texto aconselha a, se os seus planos não estão vingando, identificar seus erros cometidos e ser ligeiro em corrigi-los. Lamentar-se ou apontar os culpados por você, autor(a) ou quadrinheiro(a) não estar sendo bem-sucedido com suas obras será apenas perda de tempo. No texto do hoje milionário e empreendedor, o indivíduo que empreende pode não ser o culpado, contudo, sempre poderá ser o responsável por sua própria vida e os resultados desta. A esta postura de “assumir a responsa e agir”, o autor chama de Protagonismo. Sob pena de ser excomungado pelos adeptos do Empreendedorismo, verdadeira religião instaurada em nosso país, blasfemarei: a Meritocracia, pura e simples, não funciona para o aspirante a quadrinista brasileiro. Tá, antes de vir me xingar, você também, leia meu ponto de vista. PROTAGONISMO AUTORAL, MERITOCRACIA VIÁVEL – Após anos e anos de estudo, preparação e muita, muita prática, você tornou-se um(a) autor(a) profissional de hq. Digo “profissional” devido à qualidade autoral evidente,
Digo “profissional” devido à qualidade autoral evidente, presente em seus roteiros, desenhos, arte-final, letreiramento, etc. Ainda assim, poderá não encontrar onde exercer a profissão de quadrinista. Indo pessoalmente ou enviando portfólio por e-mail ou via correios, o(a) autor(a) que contatar editores locais, querendo publicar quadrinhos, será: a) direcionado para o crowdfunding (chupeta encardida da moda, a consolar novas e velhas gerações de amadores); b) postar suas obras na internet, transformando-as em webcomics; e c) pagar para se “publicado” – leia-se impresso – nas POD´s ou vanity press da vida; d) apenas e tão somente... ignorado(a). O(a) autor(a) nacional de quadrinhos não possui caminhos, meio de exercer uma meritocracia plausível. Parando bem na beira deste abismo, de direito e de fato, a separá-lo do restante final de sua carreira autoral, o(a) autor(a) deve materializar uma ponte, conectando o lado daqui ao lado de lá. Uma ponte chamada Meritocracia Viável. Ainda assim, postura comum é o quadrinheiro brazuka assumir o papel de vítima, colocando a culpa de seu insucesso autoral em tudo e todos, no que o autor do dissecado texto chamou de “terceirizar sua responsabilidade”, de igual modo, “terceirizando seu protagonismo”, logo tornando-se uma vítima. O(a) Autor(a) Empreendedor(a), esta figura oportuna cuja existência nós, da Associação ALEP propomos e estimulamos, usa sua face empreendedora para erguer uma ponte sobre este abismo, criando a Meritocracia Viável, possibilitando sua outra face, a autoral, chegar e atuar no sonhado ramo dos Quadrinhos. “Reaja, supere as injustiças” (do meio) e assume “o leme de sua vida” são exortações do autor, enfatizando o fato de não haver atalhos rumo ao sucesso, apenas a dura e árdua trilha do estudo, da auto capacitação e do trabalho, constante e diário. Ω
GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS Cod:N1387371057615
Autor(es) DYLAN MORAES
R$33,29 E-book Não Disponível Sinopse “Ah, se, quando comecei nesta carreira lá atrás, eu soubesse de tudo o que eu sei hoje, tantos e tantos anos depois”. Tal frase já percorreu os pensamentos de muitos autores, das mais diversas mídias, como o Cinema, Música, Teatro, etc., chegando até a escapar-lhes pelos lábios. Um pensamento utilitarista a seguir seria “alguém poderia escrever um livro, mostrando o ponto de partida e opções para quem gosta e quer trabalhar como autor”. Pois GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS é este livro.
Infomações e descrição da obra Categoria(s): Administração e Negócios Idioma: Português Edição/Ano: 2013 Número de páginas: 218 Peso: 288 Tipo de Capa: Capa cartão Acabamento: Brochura sem orelha Papel: Offset 75g Formato: 14 x 21 cm Miolo: Preto e branco
ACESSE E COMPRE EM http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1387371057615
O AUTOR EMPREENDEDOR
HUMILDADE, MEDO, ROTINA E PRAZER (*) por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com) Desenho
A Humildade, oriunda da palavra em latim humilitas, é “a virtude de conhecer suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com esta consciência”. O Autor Empreendedor precisa “calçar as sandálias da humildade” e reconhecer suas limitações tão bem quanto reconhece suas qualidades, enquanto autor. Mesmo profissionais de qualidade autoral incontestável podem ter um ou outro ponto de menos talento em suas obras, e a maioria esmagadora deverá empenhar-se para seguir uma carreira bem-sucedida, ou ao menos que lhes permitam viver dignamente, sem apertos financeiros ou privações.
patientia, virtude de manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma ao longo do tempo, e de suportar algo ou alguém ou ainda injúrias e ofensas, sem enervar-se, é outra característica do autor de sucesso. O reconhecimento de público e crítica não vem “da noite para o dia”. Certas carreiras autorais começam a dar resultados apenas ao término de anos de atividade incessante.
Sob o lema "seja o novo", a coletânea de mangás nacionais AÇÃO MAGAZINE surgiu, anos atrás, como um alento
Egos inflados e posturas prepotentes costumam ser um guia para o desastre, pois muitos autores buscam apenas notoriedade na quantidade possível, não se importando em cultivar um lado empreendedor legítimo. Disto resultam os grupos ou coletivos de amadores, do site com desenhistas ao grupo de produtores audiovisuais, das bandas musicais sem foco nem coesão estética em sua discografia aos escritores auto publicados por pura vaidade, a famosa vanity press. Uma postura humilde, de constante e eterno aprendiz de sua amada forma de arte fará o Autor Empreendedor notar a relação profunda com suas obras, e destas com as pessoas que vier a alcançar. Produzindo não apenas para estar “sob os holofotes”, os verdadeiros autores poderão servir a sociedade, contar boas histórias, executar boas músicas, fazer bons filmes, dar e receber conteúdos de seu público.
Humildade e paciência são duas qualidades essenciais, pois o Autor Empreendedor deve estar atento para o fato de suas estratégias de administração da própria carreira autoral podem estar equivocadas, e não estar sendo eficiente para alcançar clientes e parceiros-chave. Para completar, questões de estilo e estética utilizadas pelo Autor Empreendedor em suas obras, podem afastar grandes parcelas dos consumidores potenciais, os quais não se agradam deste estilo musical, ou daquele gênero de cinema, ou gênero literário, ou escola artística abordada. Como autor, você deve decidir se foca em nichos de público-cativo ou se modifica sua própria obra, em busca de nichos diferentes ou de uma parcela maior dos consumidores para seu produto autoral.
O local geográfico também exerce considerável resultado em sua atividade de empreender com produtos autorais. O Brasil costuma ser definido como país onde os habitantes leem pouco, o que pode significar dificuldades extras para escritores(as), poetas(tisas) e profissões correlatas. Nosso país Paciência, outro termo originado do latim, também é tido como voltado para música, o que, ao patientia, virtude de manter o controle emocional menos em teoria, facilitaria as atividades de músicos, (*) Trecho extraído do livro O AUTOR EMPREENDEDOR, autoria de Dylan Moraes, disponível em equilibrado, sem perder a calma ao longo do tempo, e instrumentistas e correlatos. Contudo,para nadavenda o impede https://www.clubedeautores.com.br/book/183296--O_AUTOR_EMPREENDEDOR#.VRoYM-25djo de suportar algo ou alguém ou ainda injúrias e ofensas, de lutar por sua tão amada arte, e empenhar-se, de sem enervar-se, é outra característica do autor de maneira constante e inteligente, sejam quais e quantas
menos em teoria, facilitaria as atividades de músicos, instrumentistas e correlatos. Contudo, nada o impede de lutar por sua tão amada arte, e empenhar-se, de maneira constante e inteligente, sejam quais e quantas forem as adversidades e percalços do caminho. As leis da Probabilidade afirmam que, por maior que sejam as negativas e fracassos em um determinado padrão de comportamento, cedo ou tarde, o sucesso pode ser alcançado e conquistado. Partindo deste pressuposto, basta apenas buscar sem parar e permanecer firme em seus objetivos, que um autor poderá alcançar uma carreira bemsucedida. Medo, termo vindo do latim metus, sentimento de perturbação ou angústia experimentado perante um perigo ou risco, seja real ou apenas imaginado, não pode ser uma constante na vida do Autor Empreendedor, ainda que possa surgir. Não buscar a carreira autoral por medo de fracassar, não ter contato com outros autores, amadores ou profissionais, ou mesmo com o público por medo de ser criticado e alvo de difamações e calúnias. Músicos e atores ou atrizes costumam ter uma figura pública bastante perseguida por certos setores da imprensa e do jornalismo, e ter isto em mente fará a diferença na hora do Autor Empreendedor lançar-se na busca pelo estrelato.
Por ser algo interno e acionado apenas pelo próprio praticante, praticar e treinar sua forma de arte termina por depender bem mais do Autor Empreendedor do que de outros fatores externos. Discussões à parte, existe unanimidade no fato de, quanto maior e mais constante for a rotina de treinos e prática de alguém, maior será a evolução nos talentos e habilidades deste praticante. Cantores cantam, escritores escrevem, pintores pintam, cineastas cuidam das diversas interdisciplinas de sua obra cinematográfica, escultores esculpem e apenas desta forma seus talentos serão lapidados e ganharão maior qualidade. Para quem depende de outros participantes em seus produtos autorais, como cineastas e teatrólogos, por exemplo, boa parte da qualidade da obra pode ser dividida com outros autores, cujos treinos constantes também proverão evolução autoral. O Autor Empreendedor busca atuar com aquilo que lhe dá prazer, a saber sua arte amada. Contudo, mesmo motivado de início por esta busca de prazer e de sua paixão, os autores enfrentarão desânimos, períodos atribulados em suas vidas pessoal e profissional e outros empecilhos ao agir movido apenas e somente pelo prazer advindo da arte.
Outras profissões são menos expostas publicamente, como escritores ou cineastas ou escultores, mas, ao divulgar sua arte, ser alvo das práticas relativas ao seu ramo artístico será possível e mesmo bastante provável. O temor de não ser um autor bom o bastante pode ser solucionado pela prática rotineira de sua arte.
Cultivar compromisso, outra palavra oriunda do latim, do termo compromissum, nada mais do que o assumir uma obrigação ou objetivo com algo ou com alguém, ou ainda em honrar uma palavra empenhada com determinada questão ou meta, é o que fará o Autor Empreendedor perseverar e honrar a busca de seus sonhos de viver daquilo que gosta ou ama fazer.
Rotina, tida como “a prática constante de algo ou a repetição das mesmas atividades”, diferencia os mais empenhados e determinados daqueles que apenas sonham ou almejam alcançar carreira profissional.
Assumir e buscar uma carreira profissional, treinando rotineiramente e uma postura de seriedade e perseverança perante as adversidades pode fazer toda a diferença entre os desistentes e os vencedores. Ω
Por ser algo interno e acionado apenas pelo próprio praticante, praticar e treinar sua forma de arte termina por depender bem mais do Autor Empreendedor do que de outros fatores externos. Discussões à parte, existe unanimidade no fato de, quanto maior e mais constante for a rotina ão, os autores enfrentarão desânimos, períodos atribulados em suas vidas pessoal e profissional e outros empecilhos ao agir movido apenas e somente pelo prazer advindo da arte. Cultivar compromisso, outra palavra oriunda do latim, do termo compromissum, nada mais do que o assumir uma obrigação ou objetivo com algo ou com alguém, ou ainda em honrar uma palavra empenhada com determinada questão ou meta, é o que fará o Autor Empreendedor perseverar e honrar a busca de seus sonhos de viver daquilo que gosta ou ama fazer. Assumir e buscar uma carreira profissional, treinando rotineiramente e uma
MATÉRIA DE CAPA
BANGUE-BANGUE LITERÁRIO por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com)
Instalou-se grande polêmica em página de rede social de uma certa iniciativa literária. Enquanto focou apenas em apresentar incipientes impressos, contendo somente textos, colaborativos por natureza e sem monetização, nada de mais caótico ocorreu. Bastou proporem a inclusão de desenhos, a ilustrar os referidos textos literários e ...catapimba!
barbearia, os clientes têm cabelos cortados e barbas feitas, e os barbeiros são remunerados. Em um posto de gasolina, clientes têm seus automóveis abastecidos e os frentistas são remunerados. Nesta iniciativa editorial, leitores compram os impressos produzidos junto à Gráfica, e os autores são... hã, er, os autores não ganham nada.
Uma compacta horda de trolls desabou sobre a referida página de rede social, desferindo seus haterismos contra o coletivo de autores amadores e sua proposta colaborativa. Não sei se encabeçando a turba ou vindo em seu encalço, o troll máster logo emergiu, brandindo seu teclado ferino contra os amadores, estes autodefendidos como “iniciativa editorial, nascida da vontade de apoiar autores nacionais, novatos ou veteranos”, todos não-publicados.
Há uma clara cadeia de valor aqui. A Gráfica ganha, produzindo os impressos. O leitor também ganha, pois adquire o impresso. Quem recebe o dinheiro da venda do impresso para o leitor também ganha, pois recebe um valor acrescido de margem de lucro, seja lá quem for o(a) vendedor(a). Os autores dos textos literários – e agora também os ilustradores selecionados – estão sumariamente excluídos desta atividade econômico-financeira. Não dá nem para chamar isto de prostituição autoral. Prostitutas costuma ser pagas por suas peripécias sexuais com seus clientes...
Nas próximas e vorazes linhas, não pretendo apoiar nenhum dos dois lados da celeuma – nem a iniciativa colaborativa, nem a horda de trolls a lhes assolar a página de rede social. Meu compromisso é apenas com você, autor(a) amador(a), a fim de clarear este campo minado que é a realidade autoral brasileira. Utilizarei a própria nota de esclarecimento da iniciativa colaborativa, como contraponto do escrutínio. DISCURSO E PRÁTICA NÃO COMBINAM – Incoerências e divergências entre discurso e prática pululam nas idéias e posturas defendidas, na nota de esclarecimento do coletivo de autores. Citar “método de trabalho”, “nossos objetivos”, buscar “barateamento no custo do produto final” e “maior qualidade no nosso produto tão amado” só aponta em uma única direção: a iniciativa editorial enxerga, e muito, os livros e a própria Literatura como algo de caráter empresarial. Num açougue, os clientes compram cortes de carne e os açougueiros são remunerados. Numa barbearia, os clientes têm cabelos cortados e barbas
Proposta – Garantir que os exemplares possam ser vendidos apenas e tão somente pelos autores e ilustradores, participantes daquela edição específica. Esta simples medida incluiria os autores e ilustradores na cadeia de valor. “Ah, mas o custo de envio dos exemplares para os autores vai encarecer o preço final de venda”. Pois é, sejam bem-vindos ao mundo real, onde uma página de rede social não é um empreendimento, e trabalhadores são, sim, dignos de receber seus merecidos pagamentos. Desconsidero aqui eventuais autores indolentes, desinteressados em vender exemplares da própria coletânea cujo conteúdo integram. Quanta preguiça, hein! REVISTA IMPRESSA – Resultado da atividade econômico-financeira-editorial do referido coletivo, afirma-se ser colaborativa e sem retorno financeiro para os autores participantes, prometendo “literatura
para os autores participantes, prometendo “literatura de qualidade”, “apuro gráfico” e “preço justo”. Mais linguagem empresarial, de novo fechando os olhos para o trabalho autoral semiescravo, ainda que este seja disfarçado de prerrogativa dos autores e ilustradores. Porém, a mais marcante confirmação do aspecto comercial desta iniciativa editorial foi a afirmação, na nota de esclarecimento, de como vossa “única limitação foi a questão financeira”. Pel’amor’de’deus, basta eliminar a revista impressa, e pronto! Sem impressos, tá todo mundo nivelado e em pé de igualdade, e o projeto tornar-se-ia, de fato, colaborativo e de divulgação. Mas, não. Não! A gráfica tem que embolsar o dela, quem vende exemplares com margem de lucro embutida também ganha, ganha o leitor – merecidamente e correto, pois vai consumir um produto literário comprado – e o(a) autor(a)... bem, este continua levando tudão na tarraqueta anal. Lamentável. Proposta – Eliminem o impresso. Assim, não haverá produto a comercializar e o projeto poderá ser, de fato, colaborativo e sem fins lucrativos para todos os envolvidos. Para divulgar, faça assim: a) criem uma versão em pdf ou webreader gratuito – nosso parça ISSUU está aí pr’a isso mesmo – bolem alguma concurso cultural e visitem escolas, divulgando-o; b) solicitem e-mails e números de celulares dos alunos, para os quais vocês enviarão esta versão virtual da revista; c) autores colaborando, logo terão uma imensa base de dados para contato, formada pelos e-mails e cels dos estudantes. Ah, querem – porque querem – ganhar dinheiro com este projeto “colaborativo”? pois bem; d) Regularizem-se juridicamente, e não mandem apenas uma revista para este recém-formado canal de vendas, mas sim vários produtos literários, tais como light novels, compêndios, coletâneas temáticas, etc., onde todo mundo vai ganhar, inclusive os autores.
AMADORES NACIONAIS E A INDUÇÃO AO ERRO – O(a) autor(a) nacional assemelha-se muito a figura do elefantinho, filhote ainda, que foi amarrado a um toco de árvore e, após algum tempo tentando fugir dali,
de árvore e, após algum tempo tentando fugir dali, conforma-se com a impossibilidade (momentânea) de fuga e aceita a prisão. Anos depois, adulto e formado, o paquiderme poderá ainda estar preso ao toco de árvore, que não lhe resistirá a um único puxão de força plena. O(a) autor(a) nacional está preso ao toco do insucesso e da inanição por diversas cordas, tais como a de que “autor nacional não vende tão bem quanto os estrangeiros”, “o brasileiro não lê”, etc. Por não dispor de formas de acesso ao mercado editorial, o(a) autor(a) nativo(a) dá ouvidos à falácia reinante no meio, de que “é necessário construir um nome”, “ter seu trabalho divulgado” ou “não se vive da venda de livros no Brasil”. Tais pessoas são induzidas ao erro pelo cenário cronicamente inviável contemplado. O outro lado desta moeda é a ostentação de diversos estereótipos e preconceitos, sempre contra o profissionalismo, a meritocracia viável e o protagonismo autoral, materializado em posturas como “autores iniciantes não podem visar o lucro imediato”, “começa-se na simplicidade, no humilde, na divulgação junto aos parceiros (em especial quando tais parças obtém lucro financeiro, ao passo que os autores ocupam as senzalas do colaborativo)”. Na cabeça destes, o profissionalismo autoral e a busca de viver da arte tão amada são, errônea e desgraçadamente, encarados como “ganância”, “visar ao lucro” e “capitalismo ridículo”. Não por coincidência, neste mesmo caldo de ignorância e preconceitos viceja a vanity press, a impressão por vaidade onde o(a) autor(a), desconhecedor(a) de seu próprio potencial empreendedor, comete o mais impensado dos atos: paga para ter seu livro “publicado” – quando muito, apenas impresso – transformando-se em um autor travestido de leitor. Para não pagar de hater ou troll, proponho a seguir várias práticas de um(a) autor(a) empreendedor(a), algumas utilizadas por mim e outras tantas por amigos e colegas, todos autores empreendedores. Proposta – Teste estas dicas e confirme por si mesmo sua relevância: a) não opere na ilegalidade, formalize-se no MEI – Micro Empreendedor Individual – coloque diversas atividades permitidas em seu CNPJ-MEI, tais como editor de revistas, livreiro, vendedor porta-aporta e alguma outra que julgar adequada, dentre as 15 permitidas para cada inscrito; b) capacite-se em
porta e alguma outra que julgar adequada, dentre as 15 permitidas para cada inscrito; b) capacite-se em Empreendedorismo, existem diversos cursos na Internet, muitos gratuitos e os certificados obtidos ao final destes são aceitos como horas por departamentos de estágio de muitas universidades brasileiras, caso você seja ainda um estudante universitário; c) capacita-se em outras áreas, não precisa ser uma faculdade inteira. Faça cursos técnicos de Contabilidade, de Administração. Leia livros com dicas práticas de Marketing, Economia, Finanças, etc.; d) seja sua própria Editora, trabalhe e junte d’aquele salariozinho mirrado, busque empréstimo, fiado por seus avós, pais ou familiar interessado em seu sucesso como autor(a). Compre sua própria off-set, pague para aquele funcionário de Gráfica te ensinar a operá-la, pesquise preço de papel, suprimentos, Comece com uma Multilith da vida, não se preocupe em começar logo naquelas industriais, caríssimas. Imprima suas capas na plotter, isto mantém a qualidade gráfica e de preço mais acessível no momento; e) pesquise e aprenda a aplicar as ferramentas Lain Startup e Lain Thinking, descobrindo como operar a custos baixíssimos, porém mantendo a lucratividade de seu empreendimento autoral; e f) explore uma linha de produtos, não seja burro
de prender todo seu capital de giro em pilhas e mais pilhas daquele seu romance maravilhoso, cujo período de retorno das vendas pode quebrar seu empreendimento, se for demasiado lento. Invista em vários produtos literários, em light novels, livros infantis, pocket books e, sim, em alguns exemplares do seu tal romance literário maravilhoso. Ainda inseguro neste negócio de empreendedor dos Quadrinhos? Pois conheça e analise os exemplos da Família Falcote, o mangaká mago do crowdfunding Max Andrade, as mangakás do Futago Studio, os empreendedores do NHQ, Eduardo Esteves e Adriano Gon, o quadrinista de rua Frank Delmindo e o folclórico Lacarmélio, o Celton. Ah, não é a tua praia este negócio de Autor Empreendedor, Mercado Editorial, Startups, etc.? Teu lance é mais desafio dos desenheiros, livestreams temáticas, site de webcomics da moda? Tá tudo bem, entonces. Nós, da Associação ALEP, acreditamos na figura do Autor Empreendedor, sejam escritores, quadrinistas, cordelistas, o que for, capazes de operar em baixa escala, a exemplo de um cabeleireiro, padeiro ou açougueiro, tendo por produtos seus livros, quadrinhos, revistas. Por definição, tal pessoa teria de ser profissional em ambas as funções – Autor(a) e Empreendedor(a) – coisa sabidamente difícil, destinada a poucos, bem poucos indivíduos. Ω
EMPREENDEDORISMO PARA AUTORES
QUADRINHOS PODEM INCENTIVAR O GOSTO PELA LEITURA NAS CRIANÇAS? por Luiza H Brain
Em Rising a Reader, publicação do CBLDF – Comicbook Legal Defense Found – uma organização norteamericana sem fins lucrativos cujo objetivo é promover a cultura dos quadrinhos em solo estadunidense, e apoiada por autores famosos, como Neil Gaiman, Jeff Smith, Frank Miller, Jim Lee e Paul Levitz, a autora Meryl Jaffe apresenta as qualidades que a mídia Quadrinhos traz para as crianças, e como ser relevante recurso para torná-las em leitores interessados. Segundo Jaffe, vários são as vantagens que os quadrinhos podem oferecer aos pequenos leitores, vejamos: 1) Visitar um maravilhoso mundo visual – Imagine um livro de ilustrações coloridas vibrantes, ou até em preto e branco, cujos textos te farão sentir sendo escoltado rumo a obra, a uma vida, a um mundo, onde a conjugação de texto e sequências de quadrinhos contendo desenhos o leva a considerar aquilo “real” (ou divertidamente aceitável). Esta é a experiência de ler bons Quadrinhos à espera de você e de suas crianças. Convidativo, excitante e sempre envolvente; 2) Quadrinhos são leitura divertida para todas as idades – Com suas doses certeiras de texto – oferecidas sempre em fontes de letras divertidas – e imagens vívidas, os Quadrinhos são acessíveis a leitores de todas as idades e níveis de alfabetização; 3) Para leitores de todos os níveis de alfabetização - as falas concisas e os desenhos e ilustrações detalhadas dos Quadrinhos auxiliam na decodificação e compreensão do texto apresentado. Por causa do texto mais enxuto, Quadrinhos são um meio mais eficiente de se comunicar obras, tramas e conceitos com menos texto;
4) Inserem leitores dentro de suas obras com naturalidade – Leitores de quadrinhos efetivamente constroem a obra, ao percorrê-la de um lado a outro e do topo até o fim da página, quadrinho por quadrinho, processando texto e imagem. Para completar, as ilustrações e desenhos levam os leitores, fazendo-os sentir-se como se estivessem em meio à ação. Este processo criativo e interativo é mais envolvente e divertido para o leitor; 5) Quantidade, qualidade e diversidade – Com o advento das telecomunicações e dos programas de computador, softwares de artes gráficas, os tipos de arte, formatos e estruturas narrativas das hq’s, de tão diversificados, possuem apelo para todos os tipos de leitores. Crianças de todas as idades, adolescentes e até adultos podem encontrar, dentre um arraial de opções, obras dos gêneros fantasia, ficção científica, romance, ficção, biográfico e clássicos. Entretanto, é no extremamente promissor ramo dos Quadrinhos Temáticos que estão impressionantes recursos de aprendizagem, tratando de Ciência, Personalidades históricas, Geografia e de coisas e eventos de dentro e de fora da sala de aula. A mídia Quadrinhos oferece um banquete para os olhos e mente e está pronta para ser descoberta. O texto de Meryl Jaffe conclui listando locais e pontos comerciais, físicos e on line, onde Quadrinhos, Livros Quadrinizados e hq’s encadernadas podem ser adquiridas. Resta aos autores nacionais, os quadrinheiros brasileiros, notarem e se movimentarem para alcançar sucesso comercial por meio desta maravilhosa forma de arte chamada Nona Arte. Ω
O AUTOR EMPREENDEDOR Produza, divulgue e comercialize obras variadas e seja um(a) autor(a) de sucesso por Dylan Moraes Sinopse Apertados pelas pessoas e suas expectativas a nosso respeito, pelas condições ou necessidades apresentadas pela vida, e principalmente por posturas pessoais, sejam aceitas por nós mesmos ou impostas pelo ambiente, a incentivar ou limitar a busca por nossos sonhos ou profissões almejadas, terminamos por “deixar a vida nos levar”. Aceitamos o que nos é imposto. Não lutamos. Conformamo-nos. Quando o indivíduo possui um dom, algo de destaque em seu ser, tal conformismo pode chegar a ser prejudicial. Comum é o sentir-se como a ave presa na gaiola, o peixe fora d´água, uma criatura separada daquilo que a define. Tal condição de não adequar-se à vida independe de sua situação financeira, classe social, nível de escolaridade, sexo ou idade. Nas sociedades de consumo, o indivíduo costuma ser medido pelo montante de valores que produz. Contudo, ao atuar naquilo que ama, qualquer autor (a) realiza sua dimensão autoral e, se for mesmo este o seu sonho e maior objetivo, a auto realização pessoal e felicidade será automática. Se não for assim, então aquela forma de arte, prática esportiva ou profissão específica não era tão valiosa assim para esta pessoa. O conteúdo aqui presente busca formar o Autor Empreendedor, uma figura consciente das demandas presentes na profissão ou atividade autoral escolhida, focada no estabelecimento de metas e realização de objetivos, e sempre buscando aprender o necessário para atingir o sucesso. Leia um trecho Versão impressa
por
R$ 27,90
Categorias: Comercial, Artista Individual, Artes Gráficas, Educação, Artes, Administração Palavras-chave: autor, cinema, empreendedor, empreendedorismo, escultura, literatura, mangás, quadrinhos
Características Número de páginas: 152 Edição: 1(2015) Formato: A5 148x210 Coloração: Preto e branco Acabamento: Brochura c/ orelha Tipo de papel: Offset 75g Acesse e compre: https://www.clubedeautores.com.br/book/183296--O_AUTOR_EMPREENDEDOR#.VRoYM-25djo