ANO I I
A LEP
Fevereiro – 2015 N.º 06
mvp
ENTREVISTA
KAIO ED
por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com)
Participante de uma das maiores promessas do mangá nacional dos últimos tempos, o Coletivo Conexão Nanquim, Kaio ED atendeu ao pedido da ALEP MVP e concedeu esta interessante entrevista. Vamos ao embate! ALEP MVP: Qual sua ligação com os mangás ou quadrinhos? Você escreve, desenha? KAIO ED: Vontade de ser autor sempre tive desde pirralho mas não tive ambição e empenho suficiente quando era mais novo até por que na época não existiam tantas facilidades de estudo, criação e divulgação de trabalhos como hoje em dia. Meu envolvimento com quadrinhos tendo pretensões profissionais, em especial no estilo mangá, data do final de 2011 e início de 2012, época em que a Ação Magazine estava sendo lançada. Nessa época surgiu a Revista Digital Nanquim, predecessora da Conexão Nanquim, que era uma coletânea de webcomics em estilo mangá na sua grande maioria. Participei dessa coletânea primeiramente como autor e alguns meses depois entrei para a equipe como editor. Quanto a minha carreira como autor, já vai fazer algum tempo que escrevo e já venho treinando desenho a alguns anos e creio estar muito próximo, a poucos anos de distância, de um nível de maturidade técnica para conseguir ser auto suficiente tanto em roteiro quanto desenho. ALEP MVP: Você tem séries ou oneshots de sua autoria? Tem personagens criados, solo ou em parceria? KAIO ED: No momento só tenho uma série de webcomic criada em parceria com Raphael Hardt, chamada Meu Personal Assassin Bodyguard (MPAB), disponível para leitura online e que terá um reboot em breve por consequência do tempo que ficamos inativos com o projeto. Já criei alguns one-shots em outras parcerias, apenas como roteirista, mas como foram para participar de concursos nunca os tornei públicos. Personagem criado que mereça algum destaque é a Jack de MPAB que é resultado de um brainstorm que tive com o Raphael e que de alguma
destaque é a Jack de MPAB que é resultado de um brainstorm que tive com o Raphael e que de alguma forma as ideias acabaram combinando perfeitamente. De qualquer forma, logo pretendo divulgar alguns projetos novos em que estou trabalhando. ALEP MVP: Quais suas atividades no Coletivo Conexão Nanquim? Participava assiduamente ou de maneira eventual? KAIO ED: Na maior parte do tempo que trabalhei no projeto, cuidei de questões organizacionais e edição. Eu mantinha contato com quase todos os autores e demais editores para manter um bom nível de sintonia nas tarefas a serem executadas para que o trabalho pudesse se manter constante. Eventualmente avaliava trabalhos de autores interessados em participar do projeto que enviavam material para análise. Já como administrador do projeto, junto com outros administradores, fazíamos reuniões de planejamentos quanto ao rumo do projeto e mantínhamos contato e conversas quase que diariamente. Eu costumava ficar ativo diariamente para poder cuidar de todas as etapas da organização já que muitos dos autores e editores tinham disponibilidade de tempo em horários completamente diferentes. ALEP MVP: Você poderia listar as 3 razões principais da interrupção das atividades da Conequim? Acredita que o grupo ainda pode retornar mais experiente e adequadamente preparado? KAIO ED: Resumidamente poderíamos separar os motivos da seguinte forma: Motivo 1: Falta de Recursos Embora o projeto fosse grátis, online e colaborativo, não ter uma fonte de renda constante acabou prejudicando o projeto. Trabalho colaborativo, por amor a camisa, funciona até um certo ponto mas
prejudicando o projeto. Trabalho colaborativo, por amor à camisa, funciona até um certo ponto mas acaba sendo um calcanhar de Aquiles quando “a vida chama” os colaboradores. Sem o capital para segurar um colaborador, seja editor ou autor, garantindo que as tarefas sejam executadas, o projeto acaba ficando a deriva de contratempos e imprevistos de todo tipo. Razão número 2: Desinteresse Coletivo O projeto surgiu como uma iniciativa interessante e inovadora, cheia de expectativa e que animou muita gente que participava e lia a revista. Mas a expectativa esfriou e o que sobrou não foi o suficiente para manter o povo animado o suficiente para continuar investindo tempo e empenho no projeto. O que nos levou a tentar dar um passo maior que a perna para tentar de algum forma animar as coisas. O “passo” foi o projeto do Catarse. Alguns dizem que o momento de colocar o projeto no Catarse não foi uma boa escolha mas naquele momento se não reanimássemos o projeto de alguma forma, muito provavelmente entraria em hiato só que de uma forma mais amigável do que o que aconteceu no final da história. Foi o preço por arriscarmos. Razão número 3: Atrasos O atraso da entrega dos pacotes do projeto financiado pelo Catarse que gerou um efeito bola de neve nas entregas das edições vendidas no site que
neve nas entregas das edições vendidas no site que foram prematuramente iniciadas no início do ano. Como isso gerou muita insatisfação tanto em autores quanto leitores, manchando a imagem do projeto e como nossas possibilidades de remediar eram quase nulas, encerrar o projeto para pensarmos numa solução e reestruturação acabou sendo a melhor saída. Mesmo com todos os imprevistos, é possível reiniciar o projeto após alguma espécie de retribuição ser oferecida aos leitores lesados por todos os problemas causados pelos atrasos dos envios dos impressos. Para reativar o projeto uma total reestruturação iria ser necessária com metas mais condizentes com as ambições dos atuais autores amadores que cada vez mais estão rumando ao profissionalismo. ALEP MVP: Quase todos os coletivos de autores amadores, surgidos desde os tempos da Ação Magazine, aparentam ter encerrado suas atividades. Ainda existiria espaço ou oportunidade para este tipo de reunião de autores? Ou estariam os amadores e novatos obrigados a produzir e divulgar suas obras, outra vez, sozinhos? KAIO ED: O formato que surgiu na “época Ação Magazine” e que foi seguido por algum tempo pela Conexão Nanquim, inicialmente como Revista Digital
Conexão Nanquim, inicialmente como Revista Digital Nanquim, foi um bom começo mas não é o formato ideal para publicação online. Creio que a Conexão Nanquim durou mais tempo que a maioria das outras iniciativas justamente por não ter se engessado em um único formato.
maiores problemas na aplicabilidade seja encontrar autores que também apresentem perfil de empreendedor e que disponham do tempo e empenho necessários para conseguir ser um artista e uma “empresa” ao mesmo tempo. Talvez em grupos organizados de autores seja mais fácil suprir todas as necessidades técnicas que envolveriam um empreendimento em quadrinhos deixando mais tempo livre para cada autor poder exercer a parte principal do projeto que é “criar quadrinhos”. O grande mistério está em como o mercado reagiria a proposta, como fazer a proposta de quadrinho funcionar pois já tivemos inúmeras iniciativas de todos os tipos até hoje mas nada, ou pouquíssimas propostas tiveram resultados expressivos. ALEP MVP: Vê algo de positivo na atividade dos haters, stalkers e trolls da cena independente de mangás e hq´s em geral? Ou continuam apenas causando inimizades e discórdias Internet afora? KAIO ED: Olha, a positividade das atividades desse povo reside nas cabeças de quem os escuta. Qualquer crítica, seja branda ou agressiva, feita de forma consistente tem muita utilidade. O que o povo hater e troll faz geralmente é inconsistente e cheio de contradições então perde completamente a validade. Para cada tópico relevante de um hater, eles falam 10 bobagens. Então...
Ao longo do tempo de atividade testamos muita coisa diferente e colhemos muitos dados para tentar potencializar cada aspecto da publicação online. Ainda acredito que grupos de autores são a melhor opção, mas com uma organização diferente de uma publicação coletiva num formato revista. Nos últimos meses de atividade da Conexão Nanquim, estávamos estudando uma forma de lançar um site de webcomics onde cada autor publicaria individualmente com uma conta de usuário, onde o site em si seria o “coletivo”. Esse formato segue alguns padrões já usados por sites estrangeiros e nacionais de webcomics mas infelizmente exigiriam um nível maior de investimento e recursos. ALEP MVP: O que acha da proposta do Autorempreendedor, defendida por nós, da Associação ALEP? Pode funcionar ou acha algo meio utópico ou fantasioso? KAIO ED: A proposta é boa e funcional. Talvez um dos maiores problemas na aplicabilidade seja encontrar
ALEP MVP: Está produzindo mangás ou hq’s de outras estéticas? Pode falar como pretende divulgar e lançar suas obras, ou seria segredo no momento? KAIO ED: Tirando MPAB, meu projeto em parceria com Raphael, estou desenvolvendo outros projetos solo, dentro da área de quadrinhos, que vão de oneshots para concursos até uma série nova de comédia e possíveis outras séries que o futuro permitir, provavelmente tudo no estilo mangá. Para lançar e divulgar as obras não tenho muito segredo e vou iniciar seguindo o padrão que muitos artistas seguem na net ganhando a vida com comissions e eventualmente criando uma boa fanbase e contatos profissionais (networking) facilitando a publicação, divulgação e suporte de projetos posteriores. Se bobear, quando eu começar a colher resultados, monto um manual prático tirando dúvidas pra quem for querer seguir esse caminho. ALEP MVP: Acredita nos concursos nacionais de mangás, ainda que os participantes não sejam remunerados? O que pode surgir de bom ou positivo destes concursos para os autores amadores?
KAIO ED: Depende completamente do ponto de vista. Para um amador pode ser ótimo ganhar um concurso mas do ponto de vista de um profissional, dependendo das premiações, talvez nem tanto. Para um profissional, tempo é dinheiro. Ele depende do que ganha de sua produção artística para sobreviver e não ousaria gastar tempo e recursos produzindo algo que não vá lhe dar um retorno mais sólido e imediato. Alguns poderiam dizer que a projeção que grandes concursos gerariam poderiam alavancar as vendas para tais artistas mas num cenário de mercado quase inexistente para produção nacional como o nosso, mesmo com essa publicidade extra não seria garantia de aumento real da expectativa de ganho de alguém que já é profissional na área. Embora alguns autores profissionais ainda possam se sentir atraídos pelo simples fato de conquistar alguns leitores a mais. Para um amador, como ele ainda estaria na etapa inicial de carreira e precisa mais de leitores do que outras coisas, um bom concurso poderia ser uma boa porta de entrada para o profissionalismo. Para os concursos, já podemos especular que quanto maior o prêmio, melhores profissionais irão ser atraídos pelo concurso e consequentemente gerarão um melhor material com maior potencial comercial lá no final da linha de produção.
informações pois estão em fase de análise e produção ainda. O projeto mais próximo que arrisco citar com mais detalhes é o reboot de MPAB que deverá ter início de publicação online no primeiro semestre de 2015. Ainda em 2015 pretendo iniciar uma nova série como projeto solo de webcomic.
ALEP MVP: A ALEP MVP agradece a participação de Kaio ED. Fique à vontade para falar de seus projetos ou futuros trabalhos e formas de contatá-lo. Vamos em frente!
De forma geral, quem se interessar poderá acompanhar as atualizações e anúncios dos projetos nos endereços aí embaixo. Por enquanto é isso, manolachos. Até... ,( º-º) /
KAIO ED: Por hora estou preparando alguns projetos mas não arrisco dar datas ainda ou muitas outras informações pois estão em fase de análise e produção a Na página anterior: Capa do impresso com mangás do coletivo Conexão Nanquim, marcado por dificuldades de entrega de exemplares vendidos.
https://www.facebook.com/kaio.ed https://www.facebook.com/personalassassin
Acima: Meu Personal Assassin Bodyguard, trabalho de Kaio ED em parceria com Raphael Hardt. Ao lado: Símbolo do Coletivo Conexão Nanquim, com barra de carregamento em progresso. Indicação de um possível retorno?
MINHA OPINIÃO
AÇÃO MAGAZINE
por Frank Delmindo (frankdelmindo@hotmail.com)
Sob o lema "seja o novo", a coletânea de mangás nacionais AÇÃO MAGAZINE surgiu, anos atrás, como um alento Participante de uma das maiores promessas do mangá nacional dos últimos tempos, o Coletivo Conexão Nanquim, e chance de mudança para o sempre desértico e historicamente dominado mercado nacional de quadrinhos. Prometia dar vez e voz a toda uma nova geração de autores locais, empenhados na produção do mangá, o renomado quadrinho japonês. A publicação reproduzi(ri)a o sistema das coletâneas japonesas, onde as séries participantes são votadas pelos leitores, permanecendo as de maior aceitação, saindo as menos votadas, abrindo espaço e vaga para novas séries. Havia uma forte correlação com a poderosa Shonen Jump, maior dos almanaques japoneses de mangás e revista de maior tiragem do mundo, na casa do milhão de exemplares vendidos. Até o logo de capa da Ação Magazine remetia ao da Jump, num híbrido curioso entre os ideogramas nipônicos e o alfabeto ocidental. Certeza de agradar aos apreciadores de grafitagem urbana... Participantes talentosos, séries interessantes, grandes tiragens distribuídas em bancas de todo o país e um burburinho editorial gerado ao redor do projeto. Ou seja, tudo para dar certo, er... certo?! UM SONHO POSSÍVEL - Imagine o potencial de tal projeto. O porto editorial seguro para a atual e vindouras gerações de autores. A verdadeira revolução editorial que representaria. Imaginou? Agora, pare de flutuar, retorne seus pés ao contato com o chão e lembre-se dessa coisona aí do lado de fora, chamada Realidade, cuja existência costuma reduzir sonhos a pó. Esperar sucesso de um mangá, sem que este seja atrelado ou derivado de um produto já existente e com alguma medida de sucesso (Mônica Jovem, Luluzinha Teen, versão mangá de Helena)? Não ter uma divulgação forte e eficaz de suas séries, nesta época em que as Editoras exigem obras munidas de uma base de leitores (A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr; Delegado Tobias, do Ricardo Lisias)? Isaac Newton definiu sua teoria da evolução das espécies na simples sobrevivência do mais apto, do melhor adaptado segundo condições comuns a todos. O modelo japonês de publicação dos mangás em coletânea funciona no nihon, e ao ser proposta para a realidade editorial brasileira se viu atacado e carcomido pelas mazelas locais.
reduzir sonhos a pó. Esperar sucesso de um mangá, sem que este seja atrelado ou derivado de um produto já existente e com alguma medida de sucesso (Mônica Jovem, Luluzinha Teen, versão mangá de Helena)? Não ter uma divulgação forte e eficaz de suas séries, nesta época em que as Editoras exigem obras munidas de uma base de leitores (A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr; Delegado Tobias, do Ricardo Lisias)? Para não falarem que evitei citar as qualidades do projeto, a proposta da Ação de importar o modelo de produtividade e mobilidade editorial da Jump aparentou ter despertado o interesse dos leitores brasileiros, e supõe-se ter sido um dos motivos das ditas vendagens na casa dos 5 dígitos. E se você acha isso pouca coisa, observe o nível do (des)interesse rotineiro dos leitores brasileiros de quadrinhos, criados a “leite com” comics e “ovo maltino” de mangás, aqui republicados, sendo sempre o público preferencial das estratégias de marketing de produtos unificados (se há revista do Naruto ou Hômi-ranha nas bancas, pode observar como tem desenho animado na tv, blockbuster chegando aos Cinemas, mais games para algum console, etc.). Dentre as séries apresentadas, Madenka e Assombrado eram bem escritas e tinham boa arte, qualidades acima da média nos quase sempre pífios e mal executados quadrinhos nacionais. Séries com alguma qualidade autoral, grandes tiragens, interesse dos leitores e grande vendagem – a qual, se confirmada, indica sucesso junto ao monopólio que controla, com mão-de-ferro, a distribuição em bancas do Burajirujin – não foram fatores diferenciais para fazer a iniciativa Ação Magazine vingar.
Isaac Newton definiu sua teoria da evolução das espécies na simples sobrevivência do mais apto, do melhor adaptado segundo condições comuns a todos. O modelo japonês de publicação dos mangás em coletânea funciona no Nihon, e ao ser proposta para a realidade editorial brasileira se viu atacado e carcomido pelas mazelas locais. Retorno de venda lento, investimento financeiro insuficiente, produção autoral irregular na qualidade e quantidade. E não vou nem
Séries com alguma qualidade autoral, grandes tiragens, interesse dos leitores e grande vendagem – a qual, se confirmada, indica sucesso junto ao monopólio que controla, com mão-de-ferro, a distribuição em bancas do Burajirujin – não foram fatores diferenciais para fazer a iniciativa Ação Magazine vingar. Charles Darwin definiu sua teoria da evolução das espécies na simples sobrevivência do mais apto, do melhor adaptado segundo condições comuns a todos. O modelo japonês de publicação dos mangás em coletânea funciona no Nihon, e ao ser proposta para a realidade editorial brasileira se viu atacado e carcomido pelas mazelas locais. Retorno de vendas lento, investimento financeiro talvez insuficiente, produção autoral irregular na qualidade e quantidade. E não vou nem citar a briga interna de participantes da publicação, editor e coeditor/autor, com desligamento forçado do projeto de um lado e boletim de ocorrência em delegacia do outro. Em somente 3 edições, a Ação Magazine foi um meteoro fulgurante, indo da promessa de um mercado forte e inclusivo para os autores nacionais, até o abrupto fim, como o de uma tartaruga a querer levantar vôo, claramente sem a capacidade de fazê-lo, algo impossível de acontecer. Tornando ainda mais vazio o "novo" que a publicação tentou ser. Ω
Na página ao lado: Logo da hoje folclórica Ação Magazine, evidente influência da Shonen Jump; Acima: Capas das 03 edições lançadas. Apesar dos indícios de sucesso, a revista não vingou.
MATÉRIA DE CAPA
7 COISAS QUE QUEBRAM AS EDITORAS LOCAIS... por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com) Este texto não trata das editoras republicadoras de obras estrangeiras, cuja existência remete mais ao funcionamento de verdadeiros escritórios de representação comercial local, para conglomerados globais de comunicação e conteúdo, resultando em casas (re)publicadoras, abastadas de capital de giro e valiosos catálogos de obras, mundialmente consagradas. comunicação e conteúdo, resultando em casas filmes de terror? Os processos trabalhistas são o (re)publicadoras, abastadas de capital de giro e equivalente para as empresas, no mundo do valiosos catálogos de obras, mundialmente Empreendedorismo. Mesmo conseguindo equilibrarconsagradas. se na corda bamba da gestão e progredindo, o Empreendedor pode ver sua empresa fechar as As diminutas iniciativas editoriais, geralmente portas ao ter de pagar indenização e direitos devidos levadas a cabo por autores ou entusiastas literários desconheço se formados de maneira adequada e aos ex-funcionários. Não estou aqui pondo em dúvida suficiente para gerir tais empreendimentos - são o a importância e valor histórico das leis trabalhistas e alvo das dicas aqui constantes. São conselhos e demais dispositivos, mas é inegável a existência de possíveis soluções, ligadas aos aspectos variados da uma parcela de descompromissados, disfarçados de atividade de produzir, lançar e buscar retorno funcionários, aguardando apenas o transcorrer do financeiro com obras literárias ou de quadrinhos. tempo mínimo regulamentar de formação do vínculo Tudo na prática, revelado por quem trabalha, semeia empregatício, para começar a planejar a data de saída e nem sempre colhe nos áridos campos editoriais da empresa e ida na Vara Trabalhista mais próxima. nacionais: Seja pagando perante o juiz ou tendo máquinas e 1- RETORNO DE VENDAS LENTO E SEM RECEITAS equipamentos de sua empresa apreendidos pela ADICIONAIS - O maior carrasco de editoras e Justiça do Trabalho, o Empreendedor pode ver seu iniciativas similares, o retorno de vendas lento entre capital de giro e até o patrimônio físico da Editora ser a impressão/envio de exemplar e a apuração do dilapidado pelos processos trabalhistas. Por gentileza, resultado das vendas. Neste meio tempo, a Editora não fiquem traumatizados(as) com mais este vilão do precisa desembolsar dinheiro para os Custos Fixos mundo real, futuros(as) empreendedores(as). A vida gastos permanentes que ocorrem, independente se a empresa produz ou não um único exemplar - o que adulta tem destas coisas. vai exaurindo o caixa, minando a saúde financeira do negócio e empurrando-o rumo ao abismo do Mitigação: Dois passos são fundamentais aqui. O encerramento das atividades. primeiríssimo é definir a situação dos colaboradores junto à empresa, por meio das documentações Mitigação: Ser uma Editora de uma única revista necessárias, todas assinadas e devidamente é fracasso e futuro pedido de falência certeira. Causareconhecidas em cartório ou nos órgãos competenme profundo pavor as "editoras" fundadas com o tes. Lembrando apenas que muitos néscios e sem objetivo de publicar uma única revista, ainda mais se noção, mesmo tendo assinado a papelada de um for coletânea de quadrinhos ou mangás. Aterrorizante. Para mitigar o risco mortal do vilanesco estagiário, aprendiz, voluntário ou cooperado, contiretorno de vendas lento, desviando-se dele com nuam indo nas Varas Trabalhistas e instaurando maestria similar a de um Neo em bullet time processos contra seus ex-amigos empreendedores, matrixiano, a Editora deve dispor de um catálogo de os quais precisam estar respaldados na hora de publicações, uma linha de produtos editoriais dotados encarar o juiz. de ciclos de venda diferenciados, capazes de gerar receitas quinzenal, semanal e até diariamente. O segundo passo é importante, porém não 2-VULNERABILIDADE A PROCESSOS TRABALHISTAS DE (EX) COLABORADORES - Sabe aquele último susto que assassinos a lá Sexta-feira 13 ou Pânico costumam pregar nos mocinhos ou mocinhas, dos filmes de terror? Os processos trabalhistas são o equivalente para as empresas, no mundo do
aplicável a todos os tipos de empreendimentos. No caso específico de Editoras, seja de livros, obras literárias ou paradidáticas, ou de quadrinhos, a produção autoral pode ser separada do negócio editorial em si. Enquadrando a produção dos autores
editorial em si. Enquadrando a produção dos autores em uma cooperativa ou OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - as conhecidas ONG´s, busca-se blindar o aspecto produtivo das obras, desonerando a Editora das questões trabalhistas relacionadas, aumentando a robustez e capacidade empresarial. Estou apregoando uma artimanha insidiosa, indigna da ética e moral presente no mundo empresarial brazuka? Não. Se você, leitor(a) deste texto, não quiser um dia ser ownado(a) por algum eventual Capitão Nascimento do Empreendedorismo, aos gritos de "tira essa farda, tira essa farda'que você não é empreendedor, você é moleque", logo após o encerramento de sua empresa, comece a compreender a variedade de recursos e ferramentas à sua disposição. Desde que não incorra em condutas criminosas nem atentatórias à boa fé pública, use e abuse das ferramentas, atual ou vindouro(a) empreendedor(a). 3 - DEPENDÊNCIA DE POUCOS CANAIS DE VENDAS - Como funciona a distribuição de revistas para banca no Brasil? Para uma publicação dar resultados é necessário uma grande tiragem, pois apenas assim as revistas estarão em exposição, em quantidade também grande de pontos de venda, e poderá escoar exemplares adequadamente. Sem as grandes tiragens, a publicação não alcança esta escala operacional elevada, pelo simples fato de que todos os exemplares em exposição funcionam como forma de divulgação extensiva. Revista exposta na banca significa divulgação e vendas, e quanto menor for a tiragem, menor será a escala alcançada. Se existe monopólio a impedir a entrada de novas e modestas editoras no mercado editorial nacional? Cito em resposta, uma informação presente em cartilha de um importante órgão brasileiro, voltado para o Empreendedorismo, onde os jornaleiros e pessoal de bancas expressa o temor de ficarem "queimados" junto às Distribuidoras já estabelecidas, se aceitarem expor publicações de editoras novatas. Tirem suas próprias conclusões... Mitigação: Ora, se a tiragem de sua publicação permitir - for grande o bastante - e você estiver disposto a encarar o monopólio do mercado, faça uso da distribuição convencional em bancas. Desde que os donos do jogo não decidam boicotá-lo e sepultar (mais esta) iniciativa editorial nativa, quando o encalhe dos exemplares não vendidos retornar, direcione-o para os canais de vendas secundários, como sites, vendas diretas em escolas, vendas diretas no transporte coletivo público, sistema de assinaturas, fã-clubismo, distribuidoras nanicas, etc. E, num mercado onde se pode baixar e instalar, em celulares ou dispositivos móveis, programas de vendas, nada impede a formação de grupos de vendedores porta-a-porta, sejam empregados da própria Editora ou participantes vindos de cooperativa ou ONG.
cooperativa ou ONG. 4 - TIPO INADEQUADO DE IMPRESSÃO - Há os espertos, que alugam copiadoras heliográficas para imprimir o miolo de seus livros, e desconfio que tenham encontrado um poço de tonner, já pronto da natureza a jorrar direto para os cartuchos. Existem os poéticos, que imprimem seus livros e revistas usando serigrafia, todos com os braços de musculatura igual aos do marinheiro Popeye, de tiragem irrisória e - espero - preços exorbitantes. E há os de maior probabilidade de sucesso comercial, que usam impressoras off set. Um traço em comum partilhados pelos impressores heliográficos, serigráficos e de off set é a terceirização das capas de seus livros, revistas, bem como de todo o material impresso colorido. Assumir a impressão colorida costuma ser dispendiosa e tão ou mais cara que todo o restante do empreendimento, sendo preferível terceirizá-la. Mitigação: Não se iluda, empreendedor(a) com foco em material impresso, tendo por objetivo o lucro e intenção de permanecer atuante no mercado. Só é possível persistir e progredir usando a impressão off set. Alinhar o máximo possível de fotolitos em uma mesma impressão, usando papel vegetal ou filme serigráfico - quando possível e não comprometer a qualidade dos impressos - no lugar do fotolito, controlar a velocidade da impressora com o tempo para impressão disponível - buscando a melhor conjugação tempo/impressão, são apenas alguns dos macetes usados por operadores gráficos experientes no uso de off sets. Tornar-se dependente de uma única impressora off set pode ser perigoso, e tão mais tornar-se-á se a manutenção e as peças de reposição forem caras ou de difícil obtenção. Devese criar e implementar um plano de manutenção da impressora, contendo vida útil estimada das peças e partes de conserto/reposição mais frequente, etc. 5 - POUCO OU MESMO AUSÊNCIA DE MARKETING NA GESTÃO - Na operação convencional para bancas, o uso de grandes tiragens faz-se obrigatório, pois todo o encalhe de exemplares não vendidos funciona na prática como marketing expositivo nos pontos de venda. Quanto mais exemplares expostos na maior quantidade possível de pontos de venda, mais destes exemplares serão vendidos, como já citado aqui. Por não possuir este poder expositivo, publicações de pequenas tiragens não costumam interessar aos grandes distribuidores nacionais. Resta o trabalho de formiga dos canais alternativos, e seus montantes modestos de venda. O Marketing e suas vertentes variadas, o Marketing de Guerrilha, Relacional, Marketing Direto, etc., adequam-se com curiosa facilidade a atividade de escoar obras ou publicações em pequenas tiragens. Restando apenas aos gestores fazer uso destes recursos, algo talvez trabalhoso para editores acostumados com a distribuição convencional em bancas.
6 - POBREZA TEMÁTICA DAS OBRAS PRODUZIDAS - Os leitores brasileiros, interessados em uma boa diversão, costumam ver nos quadrinhos nacionais: a) cópias inferiores das obras estrangeiras; b) obras "cabeça", indie, cujo apuro e diferenciação exigem um tipo de leitor, digamos, mais formado e "capacitado"; e c) uma ou outra honrosa exceção, artisticamente bem-feita e de linguagem acessível a todos os tipos de leitores. Born Cartolla, de Levi Tonin, e Menor Que Um Terço, de Iuri Kroth, são bons exemplos de mangás nacionais interessantes e de linguagens acessíveis, e que apenas Deus sabe o porquê não estão nas bancas de todo o burajirujin. Mitigação: Oras, não seria ótimo um quadrinho de temática bíblica, em um país de predominância cristã? Ou um de futebol, no tão conhecido país do futebol? A música, o cinema e até as telenovelas não fazem sucesso com temas conhecidos do grande público brasileiro? Não poderiam as hq´s nacionais seguir o mesmo rumo? Espaço para experimentação temática existe, faltando apenas apuro técnico, interesse e realização de obras, à guiça de atingir em cheio o(s) gosto(s) dos leitores.
7 - PRODUTIVIDADE AUTORAL POUCO OU QUASE INEXISTENTE - Esteja em plenas condições operacionais, suficientemente capitalizada e com um parque gráfico de belas impressoras off set em prontidão para imprimir, uma Editora pode não encontrar obras financiadas para publicar, apenas pelo fato destas tais não existirem. Surpreende, beirando o absurdo, que um país de dimensões continentais de tão grande população como o nosso varonil, possa ressentir-se de falta de obras a publicar. Existem tais obras? Sim, claro.
encontrar obras finalizadas para publicar, apenas pelo fato destas tais não existirem. Surpreende, beirando o absurdo, que um país de dimensões continentais de tão grande população como o nosso varonil, possa ressentir-se de falta de obras de qualidade a publicar. Existem tais obras? Sim, claro. Contudo, seus autores não costumam vê-las em bancas, publicadas periodicamente, travando contato com o mercado editorial, os leitores e gerando algum retorno financeiro para tais criadores. Por que tal coisa acontece? Desconheço as razões, apesar das hipóteses levantadas por meus entrevistados. Estrelismo indevido dos autores, retorno monetário pequeno para os autores, editores que não honram contratos firmados, o antes citado monopólio editorial que derruba quem não lhe apetece. Mitigação: Seria possível desenvolver um trabalho de formação de base, assemelhado ao dos clubes de futebol, garimpando talentos desde a mais tenra idade, acompanhando sua formação até a entrada no mercado editorial profissional? Sem algum tipo de formação básica, fica difícil encontrar autores profissionais num mar de amadorismo, mais ou menos como têm feito os concursos de mangás e quadrinhos nos últimos anos. Finalizando, todos os entrevistados concordam na possibilidade da existência de editoras locais fortes e lucrativas, tanto para si quanto para seus autores. Todos os males a afligir as casas publicadoras podem ser resolvidos, bastando interesse e vontade a quem de direito ou dever. Então, se trata-se de algo possível e realizável, por que ainda não foi feito e solucionado? Pois é ... aquele tipo de coisa que só acontece no Burajirujin... Ω
EMPREENDEDORISMO PARA AUTORES
COMO PRODUZIR QUADRINHOS PARA QUEM NÃO LÊ QUADRINHOS por Frank Delmindo (frankdelmindo@gmail.com) Este texto não trata das editoras republicadoras de obras estrangeiras, cuja existência remete mais ao funcionamento de verdadeiros escritórios de representação comercial local, para conglomerados globais de comunicação e conteúdo, resultando em casas (re)publicadoras, abastadas de capital de giro e valiosos catálogos de obras, mundialmente consagradas. vida adulta, e das necessidades e responsabilidades Deselegante seria expor aqui nomes de autores advindas com esta, vai ter de encontrar um emprego renomados de livros sobre Marketing, Gestão ou mesmo profissão nada a ver com sua tão amada Contemporânea e temas sobre desenvolvimento de arte sequencial. E, mais do que possível, quase produtos. Copiar trechos destas obras, mostrando impossível de se escapar, terá de ser alguém a como o desenvolvimento de um produto – algo que abandonar seus sonhos de quadrinista. alguém vai produzir – deve ser submetido ao crivo e opiniões de quem vai, efetivamente, consumi-lo – no caso, como somos autores de Quadrinhos - os leitores de hq´s. Com o surgimento da Internet como vitrine para autores de Quadrinhos, tornou-se fácil obter opiniões e avaliações de hq´s. Se você, leitor(a) deste texto, quiser postar nas diversas coletâneas virtuais, fica fácil e cômodo buscar o abrigo de uma Conexão Nanquim, Zinext ou afins. Porém, se olhar para fora do recinto onde está – a menos que esteja tomando sol em alguma praia paradisíaca, claro – verá um cenário chamado Mundo Real. É, esse negócio grandão aí do lado de fora, habitado por, sei lá, mais de 6 Bilhões de outros seres humanos. Para piorar, você estaria em um país chamado Brasil, onde se lê pouco, e por isso os livros são caros, o que dificulta e onera toda a cadeira produtiva nacional voltada para Literatura e congêneres, os Quadrinhos inclusos. E é difícil encontrar emprego de quadrinista, para poder viver desenhando e produzindo hq´s, consequentemente podendo viver daquilo que se gosta. Daí, você, quando não puder mais escapulir da vida adulta, e das necessidades e responsabilidades
E isto, de abandonar seus sonhos, nós aqui não estamos a fim, er... correto?! Voltando ao tema, ao mundaréu de pessoas lá fora, percebe-se que, além da pouca quantidade de leitores existentes no Brasil, ainda menor são os leitores que se interessam pela mídia Quadrinhos. Poucos mesmo. Para completar, os carinhas (e as minazinhas) ainda se atocham nos tais nichos editoriais – comics super-heroístico, mangá, europeus, etc. – reduzindo drasticamente a quantidade de pessoas para comprar hq´s. Se for levado em conta o predomínio de material estrangeiro em bancas, e a rejeição natural dos leitores de nichos a quaisquer produtos nacionais, excetuando-se a indefectível Turma da Mônica, o cenário só piora. O lance pros autores de quadrinhos nacionais está adverso, não? Pois é... Mas... e os outros tais Bilhões de pessoas (em nosso país, ainda na casa das dezenas de milhares de pessoas)? Por quê não, apenas e tão somente, assim... TRANSFORMAR estas pessoas em LEITORES
assim... transformar estas pessoas em leitores de Quadrinhos, também? Aqui entra o propósito deste texto: como desenvolver seu Quadrinho, seja one shot ou série, para o gosto de quem não costuma ler. Ou, facilitando um pouco, para quem é leitor, mas não um leitor costumeiro de hq´s. E aqui também faço a inserção-mestra deste texto. Você deve desenvolver seu produto Quadrinhos, tendo como fator de avaliação/mudança/aprimoramento os gostos e interesses intrínsecos dos potenciais – e, por objetivo final, futuros leitores – das suas hq´s. Vai um fluxograma facinho ali, em cima deste texto, para quem quiser iniciar este desenvolvimento de produto quadrinístico com foco em não-leitores de Quadrinhos. E lembre-se: para ser um públicoalvo adequado, as pessoas a opinar acerca de suas hq's não devem ser parentes nem amigos do(s) autor(es). Pelo simples fato de ser fundamental a isenção nas opiniões emitidas. Parentes e amigos costumam ser condescendentes, “pegar leve” com aquela sua hq horrendamente roteirizada e pavorosamente ilustrada, porcamente arte-finalizada e tristemente reticulada. Ironia das ironias para qualquer autor. Aquela pessoa que te diz estar péssima sua hq – se, de fato,
pessoa que te diz estar péssima sua hq – se, de fato, estiver péssima – está fazendo mais por você, enquanto autor, do que quem te elogia falsamente e por demagogia. Vai aprendendo. Apenas o primeiro de inúmeros pedregulhos no caminho do autor nacional de Quadrinhos... “Ah, mas se eu fizer isso – e tiver a atitude de um profissional empreendedor da mídia Quadrinhos – eu vou estar sendo um autor prostituído, submetendo minha pobre e virginal arte à violência da Administração, Gestão e Marketing modernos”, pode dizer algum desavisado. Trataremos disto no futuro, caros amigos. Alguns meses atrás, o Dylan Moraes me enviou um exemplar de A Startup Enxuta, do escritor Eric Ries. Fiquei meio surpreso com esta generosidade do Dylan, até ler o livro, e devorá-lo em poucos dias. Em linhas gerais, Ries aborda o ato de puxar o conhecimento de determinado produto, diretamente de seu mercado consumidor, real ou apenas potencial, numa obra de curiosas semelhanças com estas poucas linhas redigidas por mim. Mundo pequeno, não? Abraços e sucesso.
GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS Cod:N1387371057615
Autor(es) DYLAN MORAES
R$33,29 E-book Não Disponível Sinopse “Ah, se, quando comecei nesta carreira lá atrás, eu soubesse de tudo o que eu sei hoje, tantos e tantos anos depois”. Tal frase já percorreu os pensamentos de muitos autores, das mais diversas mídias, como o Cinema, Música, Teatro, etc., chegando até a escapar-lhes pelos lábios. Um pensamento utilitarista a seguir seria “alguém poderia escrever um livro, mostrando o ponto de partida e opções para quem gosta e quer trabalhar como autor”. Pois GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS é este livro.
Infomações e descrição da obra Categoria(s): Administração e Negócios Idioma: Português Edição/Ano: 2013 Número de páginas: 218 Peso: 288
Tipo de Capa: Capa cartão Acabamento: Brochura sem orelha Papel: Offset 75g Formato: 14 x 21 cm Miolo: Preto e branco
ACESSE E COMPRE EM http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1387371057615