ANO I I Março – 2015 N.º 07
mvp
ENTREVISTA
ADRIANO GON
por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com)
Um dos mais antigos atuantes da cena autoral da nona arte, fundador e mantenedor do NHQ, site de webcomics brasileiras, ADRIANO GON concedeu esta entrevista à ALEP MVP. Vamos ao embate! ALEP: Alguma atividade autoral no momento, Adriano? Escrevendo? Desenhando, fazendo algum mangá? ADRIANO GON: No momento, começando a editar a edição especial da One Shot, que irá apresentar os selecionados do Concurso de Mangá Nacional que terá lançamento agora em Abril/Maio de 2015. ALEP: Conte-nos sobre o NHQ, Núcleo Quadrinhos. Como era, do que tratava? Motivos do encerramento das atividades? ADRIANO GON: A NHQ não encerrou suas atividades, deu apenas um tempo para reestruturação, porém, é algo praticamente impossível de se fazer sozinho. Fundada em outubro de 2008, teve por três anos grande força no meio independente, publicando mais de 100 títulos para download grátis. Chegamos a ter mais de 600 visitas diárias e foram mais de cinco mil downloads. Na época, a NHQ tomava muito do meu tempo e muito do meu dinheiro que bancava tudo sozinho, até que alguns autores começaram a me cobrar para pagar pelas páginas que eles fariam. Porém, nunca tive um lucro sequer com a NHQ nessa época. Tivemos, pela NHQ, quatro títulos lançados, porém, nenhum deles saíram da edição um: Crânio (Francinildo Sena), Thunderman (Adriano Gon – Eu!), Pastor da Noite (Haeckel Almeida) e Mortos (Ed Pontes/Leo Rocha). Hoje, somos em dois e deixamos o tema super-heróis de lado para atuar mais forte no meio mangá nacional. ALEP: Um de nossos alepianos, o Frank, conta que um dos destaques do site era a área de comentários dos posts, e os debates acalorados dos autores com o lendário BK, o Zé Roberto Pereira, à época considerado o rei dos trolls da Internet. Como era isso? ADRIANO GON: Por incrível que pareça, eu e o BK sempre nos demos bem e fomos bons amigos nos últimos anos de sua vida. Ele tinha uma visão do mercado editorial correta. Cada coisa que ele, na época, “profetizava” realmente aconteceu e muitos autores, sem perceber e outros não querendo admitir, fizeram o que ele falou. Não o via como troll ou hater
admitir, fizeram o que ele falou. Não o via como troll ou hater – como é a modinha hoje, mas alguém inteligente, com faro editorial, porém, cansado de ver as burrices acometidas pelos autores nacionais e que havia cansado de ter papas na língua. Não o conheci antes, quando era parceiro do Sergio Peixoto na Animax, mas creio que ele sempre foi o boca-aberta que conhecemos. Ele sempre foi contra a HQ nacional distribuída gratuitamente na internet, e sempre queria que os autores vissem suas obras como algo para se ganhar dinheiro. Ele odiava Mauricio de Sousa, mas sempre o usava como exemplo por hoje ser bem sucedido e ter muitos produtos licenciados com seus personagens. ALEP: Que experiências, positivas ou negativas, você vivenciou no NHQ? ADRIANO GON: Como já disse, as experiências positivas até hoje colho, que são os amigos que consegui graças a esse projeto. Hoje, sou conhecido e amigo até mesmo de grandes editores (Sidney Gusman é um deles). O negativo, foi ver quanto material ruim existe nacionalmente. Ver que pessoas querem criar seus super-heróis, porém, não querem dar a eles super-vilões. Querem que seus personagens capazes de destruir planetas enfrentem ladrões de banco. Que acham que contam histórias antológicas com apenas três ou quatro páginas. E como qualquer um acha ser profissional e não admite ter seu trabalho editado por mim para melhor aceitação do público em geral. Muitos amadores que querem ser tratados como profissionais “superstars” e receber como um Mike Deodato recebe nos EUA. ALEP: Fale de sua nova empreitada: está promovendo um concurso de mangás? Quais objetivos pretende alcançar? ADRIANO GON: Sempre quis ser quadrinista. Porém, em 2009, tive uma fratura na mão que me deixou um ano longe da prancheta. Eu, que produzia três ou quatro ilustrações completas por dia, fiquei 365 dias sem fazer uma ilustração. Perdi a mão e então passei a trabalhar sério como editor da NHQ, levando o site a se tornar o que havia se tornado no fim daquele formato. Hoje, continuo querendo fazer quadrinhos, porém, agora de forma diferente e a que também me
porém, agora de forma diferente e a que também me identifico: editor de quadrinhos. Com isso, me uni a dois amigos que me deram força e apoio para começarmos o Concurso de Mangá Nacional, CMN. Uma semana antes de divulgarmos o selecionados, um deles teve que sair, não somente por motivos pessoais com relação ao projeto, como também motivos pessoais familiares. Porém, como o trem não pode parar, eu e o meu outro “sócio” resolvemos continuar e lançar a publicação, porém, com uma HQ a menos, pois o dinheiro vem de nossos próprios bolsos. A intenção é tornar essa “antologia” em uma HQ trimestral, remunerando os autores e fazendo assim, abrir as portas para novos títulos e a concretização do projeto de tornar a NHQ referência como editora. ALEP: Até o momento, tem encontrado quais dificuldades na realização do concurso?
ADRIANO GON: Por incrível que pareça, não somente a saída de um dos “sócios” abalou a NHQ, mas o quão amadores ainda sãos os autores dos quadrinhos. Recebemos muita coisa boa, mas também recebemos muito mais coisa ruim. Outro fator também que pegou, foi o anúncio do BMA (Brazil Mangá Awards da JBC) na última semana do período de recebimento dos materiais. Muitos autores que sabíamos que estavam produzindo material para o CMN deixaram de enviar, outros deram desculpa de não conseguir enviar, provavelmente guardando suas histórias para concorrerem a uma das cinco vagas para a antologia da JBC. ALEP: Seu concurso de mangás propõe premiações em dinheiro, enquanto concursos de Editoras ditas grandes não dão nem um centavo para os seus vencedores. Como se explica esta diferença? ADRIANO GON: Falta de valorizar o autor nacional. Por mais que sejam amadores, ali houve tempo gasto e materiais usados para produção das páginas. Valorizo
e materiais usados para produção das páginas. Valorizo o autor nacional, porém, também quero material de qualidade para publicar, pois além nome do autor, é o nome da NHQ que está em jogo. ALEP: Pode falar dos mangás participantes recebidos? Como está a qualidade das obras? Quais defeitos ou erros mais frequentes? ADRIANO GON: Posso sim. 30% do que realmente recebemos tem potencial real para ser publicado por nós ou por uma outra editora. A grande maioria apostou em comédias com clichês dos mangás japoneses com pitadas de ação. Já temos os selecionados para essa edição de estreia especial. E ambos tiveram competência em traços, originalidade em estilo, souberam trabalhar a narrativa a favor das 24 páginas que tinham para contar suas histórias. Tivemos ainda mais três HQs que realmente mereceram menções honrosas por nossa parte e que, caso o projeto realmente vingue (leia-se: venda) já estão na fila dos possíveis futuros publicados. Os maiores vilões de todas as obras é o costume de digitar palavras como se estivesse digitando em chat do
palavras como se estivesse digitando em chat do Facebook ou outros meios virtuais, onde utiliza-se muito “vc”, “eh”, “poiseh”, e erros de português feios. Todas as HQs selecionadas serão revisadas para que o mínimo possível de erro passe. Queremos ser 100% no português e na diagramação da OneShot (nome da publicação). ALEP: A ALEP MVP agradece a participação de Adriano Gon. Aproveite o espaço e dê seus recados, sites, etc. Vamos em frente! ADRIANO GON: Eu que agradeço a oportunidade de mais um veículo de comunicação me dar a oportunidade de falar sobre quadrinhos, meus projetos e tudo graças a NHQ. Você pode nos visitar em nosso site que em breve estará no ar (se já não estiver quando você estiver lendo essa entrevista) pelo endereço www.nhq.com.br, pode curtir nossa página no Facebook, nos seguir no Twitter e até mesmo no Instagram. Desde já forte abraço e não desistam de seus sonhos e botem pra queimar esses grafites!
GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS Cod:N1387371057615
Autor(es) DYLAN MORAES
R$33,29 E-book Não Disponível Sinopse “Ah, se, quando comecei nesta carreira lá atrás, eu soubesse de tudo o que eu sei hoje, tantos e tantos anos depois”. Tal frase já percorreu os pensamentos de muitos autores, das mais diversas mídias, como o Cinema, Música, Teatro, etc., chegando até a escapar-lhes pelos lábios. Um pensamento utilitarista a seguir seria “alguém poderia escrever um livro, mostrando o ponto de partida e opções para quem gosta e quer trabalhar como autor”. Pois GUIA PRÁTICO DO EMPREENDEDOR DOS QUADRINHOS é este livro.
Infomações e descrição da obra Categoria(s): Administração e Negócios Idioma: Português Edição/Ano: 2013 Número de páginas: 218 Peso: 288
Tipo de Capa: Capa cartão Acabamento: Brochura sem orelha Papel: Offset 75g Formato: 14 x 21 cm Miolo: Preto e branco
ACESSE E COMPRE EM http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1387371057615
MINHA OPINIÃO Na página anterior: Capa do impresso com mangás do coletivo Conexão Nanquim, marcado por dificuldades de entrega de exemplares vendidos.
A (FALTA DE UMA) GRANDE INDÚSTRIA DE QUADRINHOS NACIONAIS Acima: Meu Personal Assassin Bodyguard, trabalho de Kaio ED em parceria com Raphael Hardt.
Ao lado: Símbolo do Coletivo Conexão Nanquim, com barra de carregamento em progresso. Indicação de um possível retorno?
por Lucas Cotrim (lucascotrim@yahoo.com.br) Dês do século XIX já havia quadrinhos feitos por brasileiros, nos anos 20 podia-se ver revistas infantis publicando
quadrinhos e já em 1950 o Pato Donald se tornou o primeiro personagem a ter a sua própria revista. Os Sob o lema "seja o novo", a coletânea de mangás nacionais AÇÃO MAGAZINE surgiu, anos atrás, como um alento quadrinhos brasileiros e odos últimos mercado o sustenta Participante de uma das maiores promessas do mangá nacional tempos, o Coletivoque Conexão Nanquim, surgiu na mesma época que os quadrinhos americanos e japoneses, porem a produção sempre brasileira foi deficitária com raras exceções. Porque isso acontece? Neste mundo globalizado quase todo grande pais tem ao menos uma obra ou artista que seja conhecido no exterior porém Japão e EUA são as únicas nações que tem editoras de quadrinhos que se tornaram marcas internacionais, porque isso acontece? Porque quase ninguém conhece a editora original de Asterix ou Tintin? No caso dos EUA existe uma explicação simplista que é aceita pela maioria das pessoas. Simplesmente os americanos sãos os maiores do mundo, eles não só tem a maior indústria de quadrinhos como também a maior indústria musical e a maior indústria cinematográfica, Além disso os EUA foram os primeiros a criar quadrinhos de super-heróis diante disso surpresa seria se os americanos não estivessem em primeiro lugar.
O que as editoras fizeram para que o Japão tivesse uma das maiores indústrias de quadrinhos do mundo? Basicamente eles criaram um novo modelo de gestão que garantiu mais segurança ao seus investidores e ao mesmo tempo permitiu um nível de inovação que não existia nem mesmo na indústria americana. Qualquer Otaku bem informado sabe como são administradas as publicações da Shonen Jump e outras editoras japonesas, basicamente existe uma publicação principal que é vendida a um baixo custo e que possui uma média de 300 a 800 páginas, nela são publicadas quase todas as histórias da editora. As histórias mais bem avaliadas pelos leitores ganham revistas próprias já as que possuem as piores notas são canceladas ou tem seus finais adiantados. A primeira vista esse tipo de publicação é “perfeito”, a revista principal vende simplesmente porque é grande e barata além de ter historias mais atualizadas já os mangas individuais também vendem porque já conquistaram um bom número de leitores fieis que já estavam acompanhado a história enquanto ela estava sendo publicada na revista principal.
Sob o lema "seja o novo", a coletânea de mangás nacionais AÇÃO
Mas como explicar o sucesso japonês? Como todos aprenderam nas aulas de história o Japão perdeu a segunda guerra e ainda foi atingido por duas bombas nucleares. A primeira vista este pais não seria o melhor lugar para o nascimento de uma grande indústria cultural com alcance internacional. E de fato com exceção dos quadrinhos a indústria cultural japonesa é um fenômeno local, é claro que existe exceções como Studio Ghibli mas neste texto especifico não irei falar delas.
Parece que os japoneses tinham achado a formula do sucesso e não iria demorar para o brasileiros tentarem copia-la. Os dois casos mais conhecidos são a Ação Magazine e a Conexão Nanquim. Cada uma das duas teve falhas graves mas não irei falar disso neste texto. A questão é: E se a própria maneira nipônica de se fazer quadrinhos estiver em decadência?
Na época que a Shonen Jump e outras editoras surgiram e cresceram a pirataria de histórias em quadrinhos não fazia sentido afinal porque falsificar algo que era tão barato? Tudo isso mudou com a chegada da internet que trouxe vários sites de Mangas gratuitos e o surgimento dos “Manga café” que são basicamente lanchonetes ou bares que permitem a leitura de diversos Mangas mediante o pagamento de uma taxa. Estas novidades fizeram as editoras terem prejuízos milionários e os mais pessimistas disseram que isso poderia ser o fim do Manga o que é uma grande bobagem, é um fato que o quadrinho japonês saiu de sua era de ouro o que não quer dizer que um dia ira acabar cedo ou tarde a indústria vai se reinventar e adapta-se a nova realidade do mercado.
E se fosso possível lucrar distribuindo quadrinhos gratuitas? Parece utopia porem a décadas tanto a televisão quanto o rádio oferecem entretenimento gratuito para milhões de pessoas. Isso só é possível graças a publicidade. A publicidade não financiam só a televisão e o rádio mas também grandes empresas ligadas a internet como o Google se não fosse por isso sites como o Youtube seriam pagos.
Voltando ao Brasil, aqui os Manga Café são praticamente inexistentes porem a “cultura” de ler mangas de forma gratuita em sites de internet é dominante. Como competir com um concorrente que distribui o seu produto de graça? E eu nem vou analisar a qualidade da maior parte dos quadrinhos brasileiras em comparação com as produções estrangeiras. A internet é uma faca de duas laminas por um lado ela permite que sua obra seja divulgada gratuitamente para pessoas de todo o mundo por outro lado cria um tipo de concorrência que a primeira vista parece injusta e invencível para quem quer criar uma indústria de quadrinhos baseada em um modelo de produção do século passado. E se fosso possível lucrar distribuindo quadrinhos gratuitas? Parece utopia porem a décadas tanto a televisão quanto o radio oferecem entretenimento gratuito para milhões de pessoas. Isso só é possível graças a publicidade.
Mas como conseguir anunciantes para bancarem a produção de um Manga? Felizmente existem diversas empresas que servem de intermediarias entre o dono do site e o anunciante de fato. Na maioria do casos só é necessário fazer um cadastro. Antes de terminar quero deixar claro que não estou dando nenhum mapa para uma mina de ouro. A remuneração costuma ser bem baixa para sites que não tenham muitas visualizações e relatos de atrasos costumam ser frequentes ainda sim a publicidade começando. A indústria brasileira de quadrinhos não teve o “pioneirismo” dos americanos nem a boa gestão dos japoneses agora que o mercado está se tornando cada vez mais virtual será que ela será inovadora o suficiente para se adaptar a esta nova realidade? Ω Acima: Manga Café, onde leitores saboreiam seus mangás; Ao lado: Primeira equipe da Shueisha em 1926, editora que mais tarde criaria a Shonen Jump.
EMPREENDEDORISMO PARA AUTORES
9 COISAS QUE VOCÊ, AUTOR(A), PODE FAZER EM FAVOR DE SUA TÃO AMADA ARTE
por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com)
Em seu livro Poke The Box (publicado no Brasil sob o título Quebre as Regras e Reinvente), o autor Seth Godin instiga leitores e leitoras com a pergunta “o que você poderia construir”? Considerando como “tantmundialmente consagradas. “tantas portas estão abertas, tanta capacidade está disponível (...) se pudesse construir algo – e você pode – o que seria”? Transpondo esta instigação de Godin – um dos maiores marqueteiros do mundo – para a realidade nacional do(a) autor(a) de Literatura, Cinema ou Mangás, visualizamos a lista de objetivos que estes mesmos esforçados criadores poderiam alcançar, beneficiando assim suas tão amadas formas de arte: 1) Uma Instituição – Sabe a escola ou Faculdade onde você estuda? A empresa onde estagia ou trabalha? Sua família, sua igreja, seu sindicato, etc. Todos estes exemplos são, na verdade, instituições e, a menos que você seja um eremita entocado no mato, já faz parte de alguma delas. Se as editoras não estão interessadas no seu livro, no seu mangá ou graphic novel (álbum em quadrinhos de luxo) ou aquele seu projeto audiovisual está a anos-luz do mais hipotético apoio da Lei Rouanet, saiba, ó querido neófito, que você pode integrar ou até mesmo fundar uma instituição. Uma cooperativa, um sindicato ou ONG são instituições capazes de lutar em favor de uma classe de trabalhadores ou categoria de autores – claro, desde que liderada por cabeças pensantes e atuantes, e não por néscios apaniguados de outros.
2) Uma Mudança Importante – Você escreve e já notou que as editoras têm preferência por obras de autores estrangeiros? Faz mangá ou quadrinhos de outras estéticas e as bancas de revistas abarrotadas de hq’s estrangeiras já dão o sinal do (des)interesse das editoras no quadrin(h)ista nacional? Faz filmes ou animação e sua
no quadrin(h)ista nacional? Faz filmes ou animação e sua obra não tem nenhum ator de telenovela ou produtor famosão para “intermediar“ com a Lei Rouanet? Pois saiba que nós, da Associação ALEP, defendemos a figura do Autor Empreendedor, o qual a exemplo de uma cabeleireira e seu salão de beleza, de um mecânico e sua oficina ou de uma cooperativa de autores, empreende e luta para atuar em seu segmento de mercado pretendido. Óbvio, guardadas as peculiaridades de cada ramo de atividade. Poder trabalhar e empreender com o que se gosta, independente do predomínio de obras estrangeiras e da falta de acesso aos recursos (ditos) públicos para financiamento de projetos é possível, quando levado a cabo por empreendedores qualificados em sua atividadefim escolhida, capacitados e capitalizados, sendo uma mudança importante a ser buscada e alcançada.
3) Um Conjunto de Práticas – Para comercializar seus livros, ou quadrinhos, ou filmes, ou obras de arte, o Autor Empreendedor deve desenvolver suas duas facetas: a de autor e a de empreendedor. Para tanto, terá de aprender e criar práticas autorais e empresariais, misto de estudiosos e aplicador dos conhecimentos obtidos.
4) Idéias Que Se Espalham – Se não for egoísta ou individualista, poderá chegar ao ponto de ensinar estes conjuntos de práticas a outros autores, amadores ou profissionais, permitindo o surgimento ou fortalecimento de todo um mercado de atuação. Muitos
mercados
locais
permanecem
Muitos mercados locais permanecem historicamente fechados para os autores nativos, seja por culpa do despreparo e antiprofissionalismo destes, ou pelo individualismo excludente dos poucos bemsucedidos. Conhecimento prático, testado e de eficácia comprovada seriam como idéias que se espalham, criando novos empreendedores à medida que ficassem mais e mais conhecidos, fortalecendo as classes e firmando os mercados consumidores.
maior valor, estas, sim, as responsáveis pelo sucesso alcançado junto ao seu público.
5) Legado – Por quais obras você quer ser lembrado? Isso mesmo. Quando digitarem teu nome no Google ou no próximo site de busca dominante, o que as pessoas verão no futuro? Fanzines amadores, desenhos escrotos? A milionésima cópia daquele desenho lindo, feita por você na mesa digitalizadora? Não estou dizendo, com isso, que você necessita ser um dos grandes autores ou cineastas da História. Nem que não possa ter uma vida feliz, vivendo de um emprego ou atividade dita normal. Porém, se estiver disposto e interessado em lutar para viver de sua arte, pense sempre no resultado desta luta.
Excetos aqueles intelectualmente castrados por religiões lobotomizantes ou pelas doutrinas esquerdistas vigentes, qualquer ser humano dotado dos proverbiais dois neurônios “tico e teco” escolherá uma vida com recursos financeiros, e assim desfrutar de conforto e – de novo ela – qualidade de vida.
Empreender com uma forma de arte muito amada também não significa abandonar um emprego formal e lançar-se louca e desvairadamente. Pelo contrário. Todos nós, da ALEP, temos empregos ao mesmo tempo em que empreendemos – pouca e em baixa escala, admitimos - individualmente ou por meio deste mvp, a Alep Webmag. Vigie o resultado de sua produção autoral e se não se faria um enorme bem enveredar pelo caminho do Empreendedorismo Autoral, sendo o empresário de si mesmo.
6) Relacionamentos – Não prevejo hordas de marias-chuteira a te assediar, a exemplo de jogadores de futebol famosos. Diferente dos relacionamentos afetivo-emocionais, um autor “fala” e se comunica com a sua audiência, por meio de sua obra. Segunda maior coluna de sustentação dos atuais autores independentes de nicho – a maior seria ser bem-quistos pelo grande latifúndio editorial brazuka – cultivar relacionamentos estreitos com seus leitores, expectadores ou público-alvo tornou-se indispensável para alcançar a fanbase, grupo inicial de consumidores de suas obras autorais. As doutrinas do Empreendedorismo Startup preconizam ainda mais este relacionamento estreito, desde que os autores encarem seus produtos, as obras de sua autoria, como um verdadeiro experimento, por meio do qual serão aprendidas as características de maior valor, estas, sim, as responsáveis pelo sucesso
7) Dinheiro – Não se assustem. O termo “dinheiro” está sendo usado aqui no sentido de auto sustento. Nada de se indignar, se você, leitor(a) deste texto, for adepto do arquétipo de exaltação da humildade (leia-se mediocridade) e demonização da riqueza (leia-se bom padrão de qualidade de vida).
Autores amadores contentam-se em manter suas tão amadas formas de arte sob os nomes de hobby ou passatempo. Autores empreendedores vão além, objetivando tornar-se empresários, atuando nas artes que tanto lhes apetece.
8) Geração de Emprego e Renda – Apesar do intertítulo brega de propaganda governamental, um Autor Empreendedor geraria renda e empregos, sim, em sua cidade, Estado e, portanto, país. Aumentaria e, em alguns casos, criaria toda uma cadeia produtiva, acionando fornecedores de matérias-primas ou produtos semiacabados já existentes, emprego para todo o pessoal de criação e administrativo, chegando nas linhas de produção. Tal feito seria notável, capacitador de vôos mais elevados, como o editar em mercados estrangeiros ou até investir em outras mídias mais rentáveis, no mercado de games, televisivo ou cinema.
9) Formas Variadas de Arte – Deixei o melhor para o final. Sabe, manter uma forma de arte – seja literatura, cinema, esculturas, quadrinhos, etc. – no campo do amadorismo ou hobby não diminui nem desmerece o(a) autor(a), de maneira alguma. Este texto foi parido para aqueles cujo sonho é de viver, de ter o seu sustento por meio da arte. Um autor empreendedor pode ser este almejado artista autossustentado. O empreendedor nato tem muito disto, a garra e a vontade de vencer, principais combustíveis motivacionais a impulsioná-lo. Então, quão valioso seria um indivíduo a possuir ou alcançar e trazer em si as chamas combinadas do(a) Autor(a) e do(a) Empreendedor(a)? Ω
O AUTOR EMPREENDEDOR Produza, divulgue e comercialize obras variadas e seja um(a) autor(a) de sucesso por Dylan Moraes Sinopse Apertados pelas pessoas e suas expectativas a nosso respeito, pelas condições ou necessidades apresentadas pela vida, e principalmente por posturas pessoais, sejam aceitas por nós mesmos ou impostas pelo ambiente, a incentivar ou limitar a busca por nossos sonhos ou profissões almejadas, terminamos por “deixar a vida nos levar”. Aceitamos o que nos é imposto. Não lutamos. Conformamo-nos. Quando o indivíduo possui um dom, algo de destaque em seu ser, tal conformismo pode chegar a ser prejudicial. Comum é o sentir-se como a ave presa na gaiola, o peixe fora d´água, uma criatura separada daquilo que a define. Tal condição de não adequar-se à vida independe de sua situação financeira, classe social, nível de escolaridade, sexo ou idade. Nas sociedades de consumo, o indivíduo costuma ser medido pelo montante de valores que produz. Contudo, ao atuar naquilo que ama, qualquer autor (a) realiza sua dimensão autoral e, se for mesmo este o seu sonho e maior objetivo, a auto realização pessoal e felicidade será automática. Se não for assim, então aquela forma de arte, prática esportiva ou profissão específica não era tão valiosa assim para esta pessoa. O conteúdo aqui presente busca formar o Autor Empreendedor, uma figura consciente das demandas presentes na profissão ou atividade autoral escolhida, focada no estabelecimento de metas e realização de objetivos, e sempre buscando aprender o necessário para atingir o sucesso. Leia um trecho Versão impressa
por
R$ 27,90
Categorias: Comercial, Artista Individual, Artes Gráficas, Educação, Artes, Administração Palavras-chave: autor, cinema, empreendedor, empreendedorismo, escultura, literatura, mangás, quadrinhos
Características Número de páginas: 152 Edição: 1(2015) Formato: A5 148x210 Coloração: Preto e branco Acabamento: Brochura c/ orelha Tipo de papel: Offset 75g Acesse e compre: https://www.clubedeautores.com.br/book/183296--O_AUTOR_EMPREENDEDOR#.VRoYM-25djo
MATÉRIA DE CAPA
COMO O CONCURSO DA NHQ PODE MUDAR A HISTÓRIA DOS QUADRINHOS NO BRASIL por Dylan Moraes (dylanmoraes@gmail.com) Este texto não trata das editoras republicadoras de obras estrangeiras, cuja existência remete mais ao funcionamento de verdadeiros escritórios de representação comercial local, para conglomerados globais de comunicação e conteúdo, resultando em casas (re)publicadoras, abastadas de capital de giro e valiosos catálogos de obras, mundialmente consagradas. concurso, as duas boas vias para estabelecer-se e, assim, dar Engenhoso o proposto Concurso de Mangá Nacional, da NHQ, iniciativa editorial de Adriano Gon e Eduardo Esteves. Após o rebuliço causado pela última edição do concurso mundial da poderosa Shonen Jump e da rebarba nacional BMA – Brazil Manga Awards – da Editora JBC (este último, diga-se de passagem, sem prêmio em dinheiro algum para os vencedores) surgiu o Concurso da NHQ, onde os organizadores Gon e Esteves oferecem prêmios em dinheiro para os vencedores.
a oportunidade de surgirem autores regulares e de qualidade. Por ser mais conhecido e, portanto, de maior visibilidade, o BMA da Editora JBC leva vantagem sobre o Concurso da NHQ apenas por ter se revelado o primeiro degrau de uma escada que leva direto ao financiamento de tiragens impressas em sites de crowdfunding, a exemplo do Catarse.
Vejamos as boas sacadas do Concurso da NHQ: Ajuste Adequado à Realidade Autoral Amadora – A produção de mangás e hq’s em geral é lenta e solitária? Toma 03 meses (90 dias) de prazo para produzir no ritmo padrão dos amadores brasileiros. Arte e roteiro ainda não estão 100% profissionais? Bem, é um concurso, basta não ser péssimo e a chance de vencer existe. Medo da editora grande roubar tua criação? Difícil de acontecer isto no concurso da modesta NHQ. Monetização da Atividade de Mangaká/ quadrinista – O Concurso da NHQ resolve, ainda que de maneira simplória e paliativa – o grande entrave à produção nacional de quadrinhos: retorno financeiro para quem produz hq’s no Brasil. Claro, tudo pode ser melhorado, e apenas o tempo – e uma boa medida de sucesso e continuidade – poderão melhorar o sustento digno do(a) autor(a). Produção Autoral Continuada – Segundo maior empecilho ao sucesso das hq’s locais brasileiras – logo após a primeirona “falta de monetização da atividade autoral” e antes da aterradora “Distribuição de exemplares” – a produção contínua de Quadrinhos encontra no prazo longo e no “vai que dá” descompromissado, típico de um concurso, as duas boas vias para estabelecer-se e, assim,
Tal diferença única pode facilmente ser eliminada, conforme novas e bem-finalizadas edições do Concurso da NHQ ganharem mais e mais credibilidade e participantes, afinal, alguns dos mais bem-sucedidos autores, useiros e vezeiros do Catarse, vieram de outros concursos e iniciativas, a exemplo do concurso da extinta Ação Magazine e de sites coletivos de webcomics, como Petisco, Conexão Nanquim, Libre, etc. Tendo investido capital na premiação dos vencedores e na tiragem inicial, basta aos empreendedores Adriano Gon e Eduardo Esteves escoar os exemplares impressos, colhendo e apurando o retorno em vendas e reinvestir o montante apurado, formando o giro do empreendimento. Se (e torço imensamente por isto) as vendas aumentarem, ainda que pouco a pouco, permitindo tiragens cada vez maiores, o que dará robustez crescente da, então, Editora NHQ & Associados, esta iniciativa será um marco na história dos quadrinhos brazuka. Contudo, cuidado! O sucesso logo é copiado. Prevejo para breve intensas disputas e verdadeiras guerras entre os concursos da nona arte. Porém, o da NHQ terá sido o pioneiro.
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