Diário Oficial - Alerj Notícias (10/05/18)

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2 ESTA PARTE É EDITADA ELETRONICAMENTE DESDE 1º DE JULHO DE 2005

PARTE II PODER LEGISLATIVO

ANO XLIV - Nº 084 QUINTA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2018

EDUCAÇÃO» Após atraso, secretaria promete repasse em dia para transporte escolar

HEMORIO » Campanha em parceria com a Alerj estimula doação de sangue

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Preço de seguros de carros é questionado na Alerj Comissão de Transporte promoveu encontro para debater aumento Rafael Wallace

Seguradoras destacam que o aumento dos índices de violência no Rio de Janeiro foram decisivos para a elevação do preço das apólices de veículos profissionais e de passeio

ELISA CALMON

IMPRESSO

E

m cinco anos, Rodrigo Gonçalves, morador da Abolição, na Zona Norte da capital fluminense, viu o seguro da sua motocicleta triplicar. Entre 2012 e 2017, o preço passou de R$ 2.500 para R$ 7.550. O depoimento do professor foi um dos relatos apresentados durante audiência pública da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) promovida na última terça-feira (08/05). O objetivo do encontro foi questionar o crescimento exponencial dos seguros de automóveis para cidadãos fluminenses nos últimos anos. “Não tiro minha moto da garagem desde dezembro de 2017, quando fui renovar minha apólice. O valor está muito acima do que

posso pagar. Então, prefiro não correr o risco”, conta Rodrigo, que teme pela segurança do veículo, que custou mais de R$ 30 mil. DISCRIMINAÇÃO O alto valor do seguro do professor está diretamente ligado ao fato dele morar no subúrbio, segundo o deputado Dionísio Lins (PP), vice-presidente da comissão e responsável por conduzir a audiência. Para o parlamentar, os moradores de áreas consideradas mais perigosas sofrem discriminação ao pagar um valor muito maior do que o de regiões mais nobres da cidade. “Os motoristas do subúrbio são penalizados duplamente pela falta de segurança pública. Além de terem que enfrentar a violência diária, sofrem esse constrangimento imposto pela gestão das seguradoras”, afirmou o parlamentar.

CUSTO BENEFÍCIO O diretor-executivo do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, Ronaldo Vilela, explica que o cálculo das apólices leva em consideração os índices de violência da área em que os automóveis circulam com mais frequência e não apenas o CEP do segurado. Por isso, muitas vezes, o risco eleva o seguro a ponto dele se tornar inviável para o dono do veículo e também para a empresa. Entretanto, destaca que esse cenário também é prejudicial para as seguradoras. “Para nós, não é interessante recusar clientes. Quanto mais segurados, melhor para a empresa porque o risco cai drasticamente, diluindo prejuízo e tornando nossos preços mais competitivos. O nosso mercado é baseado em custo-benefício”, explicou o representante do sindicato.

Ronaldo destaca, ainda, que, apesar do roubo ser um importante fator de risco para o cálculo, outros aspectos influenciam no valor, como: marca, custo e modelo do veículo, perfil do condutor, ter ou não garagem e a utilização do veículo (comercial ou pessoal). FRAUDES No Estado do Rio, cooperativas têm surgido como uma alternativa mais barata aos motoristas que buscam um seguro. Entretanto, essas iniciativas não são legalizadas, porque não possuem autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão público ligado ao Banco Central, responsável pela fiscalização desse tipo de empreendimento. “Essa prática funciona de forma pirata e lesa o consumidor que, ao ter o carro roubado ou acidentado, não tem

a garantia do ressarcimento”, disse Dionísio Lins. As fraudes no seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) também prejudicam os motoristas e os cofres públicos, de acordo com Celso Meyer, gerente de arrecadação da Líder, consórcio de 76 seguradoras, responsável pela administração do benefício. Para exemplificar, Meyer aponta que, só em 2017, 17 mil tentativas de fraude foram impedidas pela empresa, representando uma economia de R$ 222 milhões. Ele explica, ainda, quais são os critérios para a indenização. “O DPVAT é um direito de todos aqueles que, com o pagamento ‘da tarifa em dia, sofrem algum tipo de acidente automotivo, independente da culpa, risco ou local”, afirmou.


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