dubocage 5 - caderno de poesia

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Os nossos colaboradores deste número de dubocage, alunos, na sua maioria de 8º e 10º ano, produziram, orientados pelas suas professoras de Português, Ana Paula Rosa, Manuela Carvalho, Manuela Sieberger e Susana Pereira, poemas e outros textos que, pela sua índole e musicalidade, se aproximam da poesia.

Alguns destes trabalhos foram elaborados em sala de aula, utilizando-se os novos kits informáticos disponibilizados pelo Ministério da Educação. Juntamos algumas fotos que o documentam.

Os temas desenvolvidos nos textos são díspares. Revelam, no entanto, já alguma mestria na escrita. Nalguns casos, adivinha-se um futuro de plena criatividade e harmonia Decidimos, por tudo isto e porque a qualidade e quantidade dos trabalhos assim o requeria, publicar este número especial do dubocage, que designamos “Caderno de Poesia”.

A todos desejamos um bom e santo Natal. Que em 2023 surjam ainda muito mais poetas e artistas.

Coordenação

Alexandra Cabral

Grafismo

Miguel Boullosa

Logotipo

Bernardo Botelho

Colaboradores

Ana Paula Rosa André Salgueiro Anónimo Anónimo 2 Anónimo 3 Catalina Suruceanu Catarina Coelho Clara Carvalho Clarisse Panarra Diana Firmino Duarte Lima Eva Gomes Gonçalo Zacariias Heitor Matos Manuela Carvalho Manuela Sieberger Maria Fernandes Maria Francisca Varela Maria Leonor Belchior Maria Rolo Mariana Dias Mariana Pais Marta Góis Miguel Boullosa Oksana Kravets Pedro Machado Raquel Seabra Rita Ratinho Rodrigo Sousa Santiago Condeço Sebastião Ferro Sofia Fernandez Sofia Neto Sophie Susana Pereira Tiago Lopes Tiago Narciso Tomás 10º G Tomás Sousa

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Para grandes males, grandes obras

Boa tarde! Eu gostaria que me recomendasse um livro sobre a felicidade:

Vivo num mundo confuso em que, à medida que cresço, me lembro cada vez mais daquilo que perco e pouco daquilo que ganho. Sim, sim… A adolescência, eu sei…

Quando era mais novo, chorava porque tinha fome ou sede, ou até cansaço, no entanto, os momentos de felicidade pareciam ser eternos. Sorria, gritava, brincava e corria mais. Era genuinamente feliz, afirmação esta que hesito em declarar no presente.

Preocupo-me, agora, com questões da vida que jamais havia imaginado antes e, acima de tudo, questiono o porquê de não conseguir ser feliz apenas por estar cá, portanto, por existir.

Para grandes males, grandes obras

Boa tarde! Eu gostaria que me recomendasse um livro que me fizesse esquecer por um momento todos os meus problemas: escola, amigos, família, stress

Gostava de um livro em que eu fechasse as portas à realidade e aos limites e em que simplesmente me perdesse na fantasia e aventuras das personagens. Algo que me desse asas grandes para voar e explorar o mundo irreal e mágico. É isso que eu quero.

Quero magia, aventura, impossibilidades e irrealidades. Quero escapar aos nãos: “Não vais conseguir.”, “Não vai dar.”. Não, não e não.

Diga-me, que livro me recomenda? Que livro é que escolho? Por favor, em vez desta vida de «não», dê-me um mundo de «sim»!

O medo

Passam os dias em que decido voar, mas algo me prende bem assente ao chão.

Fico imóvel. Braços e pernas desistem com o cansaço de tentar largar-se da força que os puxa. Sinto-me vazio, incapaz, porque não consigo enxergar as raízes destas correntes invisíveis. Não sou capaz de ver absolutamente nada para além de mim, da minha futilidade, impotência e de uma imensa escuridão.

O tempo passa e eu continuo rente ao chão. Não tenho asas para voar, nem mãos para agarrar, nem pernas para correr. Não tenho o ímpeto que me larga desta gravidade. Não tenho a coragem de sair do escuro que me envolve, que me domina. Não tenho o poder de pensar corajosamente. E, se tivesse tudo isso, não teria a agilidade para correr ou voar a tempo. Não sou capaz. Não seria possível depois de tanto me enrolar nas minhas incapacidades, depois de tanto errar, de estragar, de me enterrar, de tapar os únicos resquícios de luz observáveis. Resta o desespero.

Porém, oiço vozes. Vozes que dizem o meu nome, que o chamam. Dizem que não estou só. Não compreendo. Como não estaria eu envolto na escuridão se é tudo o que vejo? As vozes pedem-me que confie. Confiar. Havia confiado tudo em mim, e de que me valeu? Como poderia eu confiar nos outros se nem em mim sou capaz? As vozes dizem-me que tente, mas eu tentei, inúmeras vezes e em todas apenas criei mais nós que me restringiram. Como poderia tentar se não sabia onde dar o próximo passo? As vozes dizem-me que abra os olhos. Mas eu abri... Quando foi a última vez em que abri os olhos? Ver. Eu não via nada.

Abri os olhos e vi aquilo que apenas estava presente em memórias antigas. Vi pessoas como eu, pessoas diferentes, que partilhavam o facto de saberem o que era estar preso. Vi um mar de futuros infinito, mas nenhuma onda em que quisesse embarcar.

Tiago Narciso

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NATAL

Natal é o sentimento Que vive no peito O acordar de um pensamento Na lonjura do tempo. Será a família Que vive em harmonia No acalentar da vida. Natal É qualquer ser Que na sua bondade No silêncio de alguém Que sofre sem ajuda Lhe entrega a felicidade. Natal poderá ser todos os dias Envolto em alegrias Com amor e fraternidade No aconchego de qualquer lar Onde se possa confortar. Natal é o nascer do amor Seja por quem for. É a dedicação De carinho e afeição De um pleno coração. Natal... É o símbolo da família No amanhecer de um dia E no anoitecer da vida. Na entrega fraterna É viver os momentos ... de aflição Em completa união. Natal... É ser irmão Num sentimento profundo O mais belo do mundo É o amor que se dá .... de coração. Seja qual for a Nação Será Natal... Em completa união Num abraço de Gratidão. Santiago Condeço

História do Pai Natal

O Pai Natal, como dizem as lendas vem do Polo Norte cheio de prendas.

Nas suas renas montado, traz felicidade às crianças e aos jovens da grande cidade.

É estranho imaginar o grande Pai Natal as lareiras escalar sem chegar ao hospital.

No dia vinte e cinco o Pai Natal amado é em casa de todos com ânsia esperado.

Após os presentes dar e sorrisos espalhar, promete-nos a todos para o ano voltar.

O sonho do Pai Natal

Uma noite, enquanto o Pai Natal dormia, teve um sonho lindo. Sonhou que era véspera de Natal e todos estavam felizes! Ninguém estava sozinho, todos tinham uma família e uma casa com uma mesa pronta para a ceia de Natal, onde não faltava comida deliciosa. Não havia pobreza, nem ódio, nem guerras. Todos eram amigos e não havia confusões, palavrões ou maus modos... apenas amor, compreensão e carinho entre todos.

As pessoas, nas ruas, a caminho de casa, cantarolavam alegremente canções de Natal, carregando os últimos presentes para poder colocar debaixo do pinheiro. E o Pai Natal não poderia deixar de sorrir de tanta felicidade, ao ver o mundo cheio de paz, amor e harmonia!

No entanto, quando acordou e viu que era tudo um sonho, ficou muito triste. Afinal, poucas pessoas no mundo eram felizes e estavam em condições de celebrar o Natal com alegria e paz com os seus próprios familiares e amigos, de ter um lar, comida, roupas e amor. Perante a situação, o Pai Natal declarou em voz alta: “Terei de continuar a ajudar as crianças e os adultos a terem um Natal muito feliz! Vou preparar a rena e o meu trenó, para enchê-lo de presentes e distribuí-los esta noite, para que pelo menos uma vez por ano, haja alegria no coração de todos nós!”.

Assim, ao ver os sorrisos de crianças e adultos perante seus presentes, o Pai Natal decidiu manter esta tradição que acontece atualmente. Ele continua, desta forma, ano após ano, a cumprir a sua tarefa, até um dia poder ver o seu belo sonho realizado.

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Poema inspirado na música “Back to Black” de Amy Whinehouse

Tu voltaste para ela Como se eu não fosse alguém Ao menos estás feliz Enquanto eu volto para o meu além

Tu voltaste para ela E eu fechei a minha janela Voltei para a escuridão Perto da minha sofridão

Tu voltaste para ela Mas ainda te amo Apenas o meu coração partiste Como um simples ramo

Voltei para a escuridão Onde voltei a recair Já não estavas lá para mim Mas conseguiste retrair

Voltei para a escuridão Onde me perdi do meu coração Deixaste-me sozinha E tive de me levantar como sabia

Voltei para a escuridão Sem sequer um adeus Às vezes penso se pensas "Será que da mereceu?"

Tu voltaste para ela E eu voltei para a escuridão Seguimos separados Cada um com a sua tentação.

Que ficaríamos juntos para sempre Foi essa a nossa promessa E agora que já não te tenho sinto-me vazio

Tudo o que sei É que estou perdido Sempre que vais Tudo o que sei É que te adoro tanto Tanto que até magoa

Gravei o teu nome em mim E agora não sei o que fazer Como é difícil apagar uma tatuagem É o meu amor por ti difícil de esquecer

Tudo o que sei É que te adoro tanto Tanto que até magoa

Ink- Coldplay

Vento

Vento, vento, sopro dos arredores, dá-me notícias do meu amigo! Onde andas?

Vento, vento, sopra forte, sabes algo do meu amigo? Onde andas?

Dá-me notícias do meu amigo, Ai que aflição. Onde andas?

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Clara Carvalho Catarina Coelho Oksana Kravets

A nossa Escola

A escola temos de respeitar Pois já esta velhinha Por isso não deveremos sujar A nossa escolinha

O nosso segundo lar Precisa de ajuda Não deitando papéis para o ar Alguém o acuda

Não só a escola devemos respeitar Mas os professores e auxiliares vamos ajudar Cumprir o que dizem para aproveitar O que todos têm para dar

Então, por favor respeitem a nossa escola e o nosso ambiente que está em perigo Sofia Neto

Tristeza de verão

“Summer time sadness” Lana Del Rey

Amor perdido, vida abalada Tantas saudades tuas Que não acaba.

Tento esquecer, tento perdoar Mas aquela noite, não paro de recordar.

Porque entramos naquele carro? Se não tivesse acontecido Continuavas aqui comigo.

Antes de ires embora de vez Queria ter-te beijado outra vez.

Poema inspirado na música

Video Games

de Lana del Rey

”,

Tudo o que eu faço Faço por ti E para ti sempre será Enquanto estiveres aqui

Tudo o que eu faço Faço por ti Só vale a pena viver Se tu estiveres aqui

Visto o vestido E uso o teu perfume favorito E chamas-me Para ir ter contigo

És tu Tudo por ti Diz-me todas as coisas que queres fazer Pois dizem que o mundo foi feito para dois

És tu Agora já sabes Que estarei sempre aqui para ti Pelo menos até partir

Ela tirar-me-ia o mundo dos ombros Se estivesse a ser difícil me mexer Sinto um pesar nos meus ombros Mas ela ajuda-me a erguer.

Ela torna a chuva num arco-íris Ela é perfeita Sim, no meu arco-íris Mas o meu amor rejeita-a.

Quando olho nos olhos dela Vejo-te a ti Na minha mente encontras-te bela A tua beleza eu vesti.

Eu tento apaixonar-me por ela Mas isso será impossível Porque só te vejo a ti na minha tela Espero que a isso não seja sensível.

Eu disse que ia seguir em frente Mas isso será impossível Porque o teu olhar está sempre na minha mente Espero que a isso não seja sensível.

Música “Glimpse of us” - Goji

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Anónimo

Poema ao Homem do Leme

Sozinho no escuro, Caminhando ao luar, Guiando-me pelas estrelas, Tento chegar a algum lugar.

Estando aqui sem querer estar, Com um sentimento profundo, Se não conseguir caminhar, Não perderei um segundo.

Tentaram-me parar, Ou mesmo me segurar, Mas com muita vontade e muita ansiedade, Vai quem já nada teme, vai o homem do leme.

Pelo mundo eu segui, Tentando-me encontrar, Fugi de tudo, Pois não é aqui que quero estar.

Gonçalo Zacarias

O galego-português é difícil de entender Ainda mais o amor de uma donzela Que é posta a cantar Se consegui ler e compreender Mãe, amigas e Natureza eram boas a escutar

De um amigo falavam e a medo confessavam Um amor velado e escondido Muitas vezes ausente, outras talvez perdido Por ele chamavam, clamavam e choravam Eram assim as cantigas ditas de amigo.

Se o meu desejo não tem fim Porque é que tem de ser assim Nem mil altifalantes Vão poder falar por mim

Estou ansiosa para te ver chegar E espero para te ter nas mãos Para o sentimento voltar E parar a saudade do meu coração

Volta meu amado Eu quero-te a todo o instante Vem ter comigo Eu quero que sejas constante

Mariana Dias

Karma Police Song by Radiohead

Polícia do Carma Prende este homem Ele fala em matemática Ele vibra como um frigorifico Ele é como um rádio desafinado

Polícia do Carma Prende esta rapariga Seu penteado é do Hitler Está-me a fazer sentir E invadimos a festa dela

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Rodrigo

Com cada cicatriz de corda de guitarra na minha mão

Eu aceito por esta força magnética de homem pra seres meu amigo O meu coração já foi emprestado, e o teu já ficou triste mas tudo está bem quando termina bem se o final for contigo

Posso ir onde vais?

Podemos ser próximos assim para sempre? leva-me pra sair, e leva-me pra casa tu és o meu amado

Eu amei-te três verões, mas eu quero mais que isso por isso deixa-me ficar aqui Não sei se te conheço há vinte anos ou vinte segundos mas há uma aura deslumbrante em ti

Posso ir onde vais?

Podemos ser próximos assim para sempre? leva-me pra sair, e leva-me pra casa tu és o meu amado

Poema a partir de Borboletas - Gama

Ver-te comigo é uma ilusão mas ver-te ir parte-me o coração pensar em ti faz-me viver e acreditar que nunca vou morrer

o amor não se procura, simplesmente aparece mas se for só uma paixão, rapidamente se esquece se for genuíno vai prevalecer e assim vai-nos ajudar a crescer tenho a certeza de que te amo por isso vou guardar os nossos momentos e recordar os sentimentos para me lembrar no fim do ano

e por mais que o tempo vá passar prometo que o meu coração é só teu tínhamos ainda tanto para dar que de um momento para o outro morreu

Mirrorball — Taylor Swift

Tal como uma bola de espelhos, lá estou eu no topo a espelhar. A tentar ser quem nunca conheci, a tentar juntar o que restou de ti.

Tal como uma bola de espelhos, lá estou eu no chão, quebrada em pedaços. Mas quem sou eu, se não uma manta de retalhos.

Quem sou eu, se não a lembrança de amores passados.

Tal como uma bola de espelhos lá estou eu no centro a brilhar. Talvez um dia, quando a luz se afastar, alguém me consiga verdadeiramente amar.

Poema inspirado na música

“Nós os dois” da Bárbara

Bandeira

Eu sei Que recusei Mas lembrei O quanto te queria

Andas-me a ignorar E não queres falar E então Fazes da culpa a tua razão

Não sei se há solução Mas vou tentar A ti te conquistar

Fica só, só mais um pouco Para que não fique mais nada por dizer Entre nós, nós os dois

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Duarte Lima

Na escola da vida

Na escola da vida Aprendi a dizer não, Aprendi que um sorriso Vale mais que um milhão.

Saber não é tudo, Nem tudo é preciso saber. Saber viver é uma coisa rara Que nem todos sabem fazer

A vida ensina Na calma ou na tristeza, Ou se abre ou se fecha, Ou se fala ou se cala.

A razão e a emoção São as bases da pirâmide. Há que ter um equilíbrio, Para evitar uma confusão.

E eu digo que te amo, mas nem te conheço, continuei a cumprir tudo o que se prometeu É suposto acreditar em Quem já mentiu.

Mas passado tanto tempo Só me destruiu. O amor não se procura, Ele só aparece. Causa feridas que não Curam nem com o tempo.

E se for só uma paixão Voa com o vento. Ainda sinto borboletas a mexer cá dentro Ficam presas num casulo por muito tempo. Prometo que o meu coração era só teu Mas mesmo assim acabou num só ADEUS.

Poema inspirado na música

onde vais”, de Bárbara Bandeira

Onde estás Há tanto que te procuro Eras o único que me trazia paz Sem ti, o mundo é um lugar escuro

Quero que saibas o quanto custou Teres fugido para outro lugar A mágoa que dentro de mim ficou Eras o único que eu queria amar

Tinha tanto amor para te dar Juraste ficar aqui por mim Mas este não era o teu lugar Dei-te o melhor de mim

Não sei se um dia te vou encontrar Mas sei que ainda espero por ti Tenho tanto para te contar Pelo nosso amor nunca desisti

Os problemas

Fazem-nos lamentar E prometem que do país vão cuidar Eles dizem “É só ligar”

O homem bate na mulher O povo morre a trabalhar Meio país a arder E o senhor estado a lucrar

As mentiras são a fonte de comunicação Dizem que são independentes Mas deixam que os políticos os tenham na mão

Não têm ambições Só querem dinheiro e ostentações Ninguém está disposto a correr Porque os problemas ninguém quer resolver

Música: 760 – Men On The Couch

Tomás Sousa

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Maria Leonor Belchior Maria

Duma amiga para outra Os segredos falaram, Enquanto o Amado com opinião neutra Estava a pensar o aguardaram.

Da ex-namorada quebrada Para a nova iludida, Falou de todos os males praticados E dos corações brutalmente desmantelados.

Realizando a verdadeira intenção, Lá foi para a casa do mal-intencionado Para começar a intervenção Que ele se verá apavorado.

Inspirado na música: Dona Maria, de Thiago Brava

Dona Maria Desculpe aparecer assim Com a roupa desajeitada E provavelmente em má altura

Passo noites sem dormir Sempre a pensar na sua filha Chego até a deprimir Mas hoje não saio daqui sem um sim

Dona Maria Posso namorar com a sua filha? Ela é uma maravilha

Música – I know what you did ast summer (Shawn Mendes & Camila Cabello)

Será que ele sabe que as mãos de outro me tocaram?

Eu não lhe vou dizer onde estive Ele sabe, ele sabe, ele sabe.

Está-me a destroçar, Ela está-me a escapar. Só me estou a agarrar às palavras que ela dizia?

As fotos no telefone dela, ela não vem para casa.

Eu sei o que fizeste o verão passado, Mentiras tipo “não há outro”, Eu sei o que fizeste no verão passado, Diz-me onde estiveste.

Eu sei o que fizeste o verão passado, Olha-me nos olhos, “meu amor”, Eu sei o que fizeste no verão passado, Diz-me onde estiveste.

Call Out My Name The Weekend

Sophie.

Nós encontramo-nos, Eu ajudei-te a sair de um lugar destruído Deste-me conforto. Mas apaixonar-me por ti foi um erro Eu coloquei-te no topo Eu assumi-te tão orgulhosamente e abertamente.

E quando as coisas ficaram difíceis Eu certifiquei-me que estivesses perto de mim, Então chama pelo meu nome.

Chama o meu nome quando eu beijar-te tão gentilmente

Eu quero que tu fiques, Eu quero que tu fiques mesmo que não queiras. Amor, porque não podes esperar? Amor, porque não podes esperar ate eu desapegar-me, Não vais chamar por o meu nome?

Amor, chama por o meu nome e eu estarei a caminho

Eu disse que não sentia nada, mas menti Eu quase cortei um pedaço de mim para a tua vida.

Ele sabe todos os meus segredos, Será que ele sabe que isso me mata? Ele sabe, ele sabe, ele sabe.

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Poema inspirado em “right where you left me” de Taylor Swift

Eu onde tu me deixaste

Novos livros escritos, Velhas séries terminadas, Corações partidos Por conversas terminadas

Costumes mudados, Amigos trocados, e eu onde tu me deixaste

Palavras contidas, Frases não terminadas, Quadros sem cores e noites mal passadas

Cartas mandadas dores superadas e eu onde tu me deixaste

Eu onde tu me deixaste Sem escolha, mas ficar para sempre com as cicatrizes das feridas que abriste na minha mente Vidros partidos debaixo dos meus pés

e pó acumulado nos garfos e colheres

Ainda no restaurante, quando eu ainda era quem querias e quando não sabia Das tuas profundas mentiras

Lágrimas secas nos olhos mas não nos teus Um anel de diamante nos dedos mas não nos meus

Mas se alguma vez Achares que erraste Aqui estarei eu Para sempre onde me deixaste

I Know It's OverThe Smiths

Eu sei que acabou Não sei para onde ir O oceano quer-me levar A faca quer-me cortar Achas que me podes ajudar?

Eu sei que acabou E nem chegou a começar Mas no meu coração Foi real

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Tomás 10º G

Rapazes, trabalhar em vão, É essa maneira de enfrentar o calor de arder? Eu penso só sobre meu amor, meu coração, Estou tão cheia dela, que quase não conseguia comer.

Mais doce que meu amor, nada há de haver, Eu nunca queria provar da árvore de cereja Porque meu amor é tão doce quanto se pode ser, Ela dá-me dores de dentes quando me beija.

Quando vier o meu tempo de finalização, Deitem-me gentilmente no duro e frio chão. Não há campa que segure meu coração, E rastejarei até casa, até ela.

Rapazes, quando ela me encontrou na cova, Estava há três dias bêbado num pecado Acordei com as paredes dela em minha volta, Nada na sala, mas um berço vazado.

E estava destruído por uma febre, Não queria saber de quanto tinha para viver, Mas juro, pensei sonhar o que ela dissesse Ela nunca perguntou o mal que eu poderia fazer.

E quando vier o meu tempo de finalização, Deitem-me gentilmente no duro e frio chão. Não há campa que segure meu coração, E rastejarei até casa, até ela.

O meu amor nunca se sabe irritar, Com o que as minhas mãos e corpo tinham feito

Se o Meu Senhor não me perdoar, Ainda vou ter Meu Amor, e ela ter-me até ao leito.

E quando estava a beijar meu amor, Ela deu-me o seu, doce e suave. Na luz pouca da lâmpada, fui admirador Céu e inferno não eram já nada de grave.

Só quando vier o meu tempo de finalização, Deitem-me gentilmente no duro e frio chão. Não há campa que segure meu coração, E rastejarei até casa, até ela.

James Arthur Falling like the stars

Eu juro por deus, Quando eu voltar a casa Vou-te confortar nos meus braços

Eu juro por deus, Quando voltar a casa Nunca te largarei

Como um rio eu flutuo Para um oceano que eu conheça Tu embraças-me e guias-me para casa

E eu preciso que saibas que Estamos a cair demasiado rápido Estamos a cair como as estrelas A cair um pelo outro

I swear to god, when i come home I´m gonna hold you so close i swear to god, when i come home i´ll never let go

like a river i flow to the ocean i know you pull me close guiding me home

and i need you to know that were falling so fast we´re falling like the stars falling in love

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2
Anónimo
Anónimo 3

Via-sacra

Quase vivo, quase solto, Uma turba de diabos contentes. Quase sinto, quase morto, Quase tristes esperanças latentes.

Neste suspiro, acre e doce, Revejo-me em simples mortais, Em páginas de feitos ocres E caricaturas divinais.

Eis o portal de aço, Onde se abrem as flores E se fecham os prantos.

Eis o portal de aço, Moldado pelos sonhos, Que faço e desfaço.

Poema escrito numa madrugada dos meus 22 anos, quando me encontrei pela primeira vez em frente à minha própria morte… Heitor Matos

Números

Fazer número é subtrair, Arrancar a vida pela raiz, Morrer, do erro de repetir, Anular-se no negro do giz.

Desprezam-se os primos, Ficam ideias sem família, E infinitos que não vimos Tendem a ser velha mobília.

Ser plano concretizável, Sem ponto de irracional, Sem o acaso do fastio.

Ser letrado, ser notável, Viver cada sonho real, Contemplando o vazio. Heitor Matos

Máscaras

A que sai, A que fica, A que cai, A que estica. A que mente, A que chora, A contente, A que cora. A que lembre Quem oprime, A que sempre Se distingue. A que tece Nós de ideias, Que emudece Vãs colcheias. Que se impõe, Usando o pé, Que se expõe, Num ato de fé. Onde não vires, É um amigo. Quando sorrires, Estará contigo.

Hoje

Hoje nunca foi tão presente. Tão surpresa a felicidade, Suspensa no amor ausente.

Hoje, tudo é mais claro. A luz da maré recorrente, A cor intensa dum dia raro.

Hoje, nada é mais denso. Nas linhas do calendário O peso das luas é imenso

Hoje, tanto e tão pouco. A ordem serena das coisas E o caos errante dum louco.

Hoje e depois é mais certo. Sempre será um bom dia De seres sol descoberto.

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Fronteira

A costa das ondas claras, Onde nasci em noite escura, Leva na espuma os excessos, Os restos de água pura.

O horizonte é mar e areia, Abraçados na rebentação, O Tempo é escravo da Lua, A vida é contemplação.

O sonho é a contagem Das formas de erosão, É um nascer de passagem, É um morrer de ilusão.

Forma

Dois objetos matemáticos Possuem a mesma forma Quando mostram, sistemáticos, O padrão que os enforma.

Mas quando existe um padrão Que conforma entes concretos, Perdem-se na multidão As palavras e os afetos.

Que forma nos associa, Que raiz nos alimenta? Caneca, esfera, bacia? Cada ovo que se inventa?

No meio da neblina A forma é indistinta. Na prisão, que se sublima, Na ilusão, que nos finta.

Erros

Somem-se nas valetas Das ruas do meu peito, Escondidos em maletas De peças com defeito.

Acordam nas manhãs Das conchas por abrir, Como ruídos abafados Que não deixam dormir.

Abruptos ferros, queimam, Estridências, calam a voz, Ogres, que nos chamam, Em suspiros, que são nós.

Conjunto Vazio

Conjunto de nenhuns, Chavetas encostadas Ocaso de outros e uns.

Nasce de condições dadas Cujas soluções comuns São absolutamente nadas.

Gera tão vasta solidão Que é utopia pensar No pulsar do coração.

Grito, sem se propagar, Amor, cerrado na mão, À espera do teu olhar.

Quantificador

Universal, quando adstrito ao total De um conjunto de elementos, Que verifica uma condição geral.

Existencial, quando da longa fileira Pelo menos um objeto confirma Que a proposição é verdadeira.

Quantos são os grãos de areia, Que podem encher o mundo, Ou escapar pelos hiatos da teia?

Quantas vezes temos de podar Para, na seiva de tom profundo, Nos podermos contemplar?

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Heitor Matos

Gosto do cheiro dos hospitais, de abraçar quem gosto, de comida, doces, de conviver, de rir até me doer a barriga, de correr, de ouvir música, de brincar com os meus cães até levar uma patada na cara, de, às vezes, muito de vez em quando, fazer umas traquinices, de desabafar quando é preciso, de fazer os outros rir e de estar quentinha nas noites de inverno.

Até gostava de ser organizada, mas não sou!

Gosto de dar um mergulho no mar, quando o sol no corpo me bate, gosto de história, gosto de falar e de ouvir, de sentir o refrescante cheiro das coisas que a vida dá, de ir a sítios novos, viajar, do som da chuva, de pensar, de partilhar... Já disse que gosto de comer? Gosto. Gosto de ser eu mesma!

Amigos

Uns têm muitos Outros poucos têm Mas mais importante que os números São as pessoas que nos rodeiam

Eu prefiro ter poucos Mas que me encham o coração Do que muitos Que apenas me dão saturação

Prefiro ter um Em quem possa confiar Do que muitos Com quem nunca posso contar

Sou contra aqueles Que apenas gostam de desprezar E a favor Dos que ao meu lado sempre vão estar

As amizades são como fazer um bolo Ou tens os ingredientes certos a teu lado Ou desastroso será o resultado

Conto de natal

Na Venezuela vivia um menino chamado Joel. A sua família era muito rica, o que era incomum naquele país. Apesar do seu património, a família era bastante unida e solidária; contudo, o menino era cobiçoso e não se interessava pelo bem-estar dos outros e tudo o que queria e mais lhe interessava era que satisfizessem os seus pedidos e lhe dessem todos os presentes que desejava.

Infelizmente, no último ano, a família tinha sofrido alguns problemas financeiros, a empresa quase tinha falido, e pela primeira vez, encontravam-se preocupados para tentar sobreviver. Por isso, decidiram em conjunto que, naquele ano, no Natal, iriam apenas ter um pequeno jantar de família em vez de se presentearem com coisas fúteis, como até então tinham feito. Claro que o Joel não ficou nada contente quando soube desse acordo.

Ao longo das semanas seguintes, o menino não fazia mais nada a não ser pedinchar presentes, e cada vez que o fazia os pais tentavam explicar a sua situação económica, mas ele só ligava aos seus próprios desejos.

Até que, uma semana antes do Natal, Isabel, a mãe de Joel, foi hospitalizada de urgência devido a um AVC repentino. Encontrava-se em estado grave. Apesar do seu egocentrismo, o menino amava a sua mãe e não queria que esta partisse, por isso dirigiu-se ao pátio do hospital, onde se encontrava uma enorme árvore de natal, à qual Joel pediu por tudo que a sua mãe sobrevivesse, prometendo que se a magia do Natal a salvasse, ele deixaria de pensar só em si.

Na manhã do dia seguinte, a família recebeu a notícia de que a sua mãe, apesar da saúde frágil, iria sobreviver ao incidente. O menino sentiu uma alegria que nunca antes tinha sentido, mesmo quando estava rodeado de todos os seus presentes fúteis.

Sendo assim, Joel cumpriu a sua promessa e tornou-se um menino compreensivo e solidário.

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Sinto o tempo passar…

Sinto o tempo passar quando olho pela janela e vejo uma paisagem em movimento, com pessoas em movimento, árvores que crescem, folhas que dançam com o canto do vento. Quando abro a janela, sinto uma brisa no rosto, o coração palpita, os pulmões enchem-se e eu penso nestas pequenas belas coisas da vida. Sinto o tempo passar ao ouvir os pássaros palrar, a levar as suas cores para pintar o céu azul. Observo a liberdade da natureza verde que irradia os raios de luz e me diz que estar cá vale, com certeza, a pena.

Sinto o tempo passar quando relembro as memórias que não voltarão, os momentos que não voltarão, as pessoas que passaram por mim e que deixaram partes de si, tudo o que ficou registado na imensidão do livro da minha vida, em que consta uma maior imensidão de páginas brancas. Escreverei nessas páginas tudo aquilo que ao meu tempo pertencer, o tempo que corre. Sinto o tempo passar quando estou em família, com estas pessoas que, mesmo por vezes controladas por humores, me amam com o quente profundo da maior conexão que pode existir, a familiar. Sinto o quente da casa e o conforto das pessoas que me acolhem, recolhem e me emprestam lágrimas, sangue e suor, estas pessoas que valem ouro e fazem parte do meu coração, das pequenas belas coisas da vida. Sinto o tempo passar quando falo com palavras ternas e doces, enérgicas e cintilantes com amigos, amigos de quem gosto, que gostam de mim, amigos do coração. Passo tempo com eles porque me fazem perceber que não estou sozinho, que viver aconchegado nos outros também vale a pena ocasionalmente. Guardo com carinho este tempo, num compartimento trancado dos pés à cabeça, pois é precioso.

Sinto o tempo passar enquanto corro esta maratona a que chamam vida, cujo fim se me apresenta ainda invisível. Por vezes tropeço, ou por ir demasiado rápido, ou por trocar a direita com a esquerda, ou por me encantar com a beleza da paisagem. Aproveito este tempo para aprender a não cair, a não me deixar cair, e, quando caio, para aprender a levantar-me. Este tempo ensiname um pouco sobre estas pequenas belas coisas da vida.

Sinto o tempo passar quando olho para Ela, para o seu cabelo domado e brilhante, para os seus olhos radiantes, para o seu sorriso formidável, para a sua alma humana, e penso como é bom existir. Este tempo é o mais confortável. Passa rapidamente, mas aprendo sobre o sentir, que não é alcançado pelos braços do pensamento. Sinto o tempo passar ao caminhar pelas texturas da minha imaginação. É neste tempo que me en-

contro acompanhado pelos meus pensamentos. Na minha cabeça faz muito Sol. Por vezes chove e ocasionalmente troveja. Este tempo caminha vagarosamente em ruas vulgares nas quais passam memórias, pessoas, momentos, sentimentos, locais, a minha alma humana e frágil. Estes momentos, o tempo levará, mas ficará dentro de mim tudo o que me esculpiu como ser humano. Sinto o tempo passar, em qualquer lugar, segundo a segundo, investigo, procuro, sorrio, observo, sinto, vivo todos os momentos com orgulho de quem sou e ainda posso ser no tempo futuro que espera por mim. Viver este tempo reduz-se à procura por saber aproveitá-lo. Por vezes sinto pena de ter deixado algo passar, alguém passar, sem dar conta, sem dar a importância que merecia. Nas outras vezes sinto parte da totalidade das pequenas belas coisas da vida numa cantiga harmoniosa, que ao longo do tempo, preenche todos os cantos da minha essência

.... O meu Natal....

Chegou o momento de acender a lareira. De sentir o calor nas noites frias. Estar no aconchego do lar. E ver chegar o Natal. Quero um Natal diferente. Quero um Natal só meu. Sem pressas ou correrias. Quero o sossego do meu espírito. Quero sentir a ternura de antigamente Não quero prendas mas sim saúde, amizade e amor nesta quadra tão especial. Quero ser a criança sem preocupação. Quero sentir a ternura no coração… Sentir neste dia o valor humano em todos os seres.

Sem promessas e sem loucuras. Natal .... Simplesmente..... Natal... Pois o Natal... é mais um dia ... no calendário da vida. Cheio de encanto e magia.

É o sonho de um renascer entre o sonho e a fantasia. É a alegria de sermos irmãos num mundo de solidariedade no amor e na igualdade.

É acreditar e ter um mundo melhor.

Natal é nascimento no espírito de todos nós. É o convívio em família na união e fraternidade. E respeito e sentimento através dos tempos. Natal é o símbolo do AMOR do CARINHO e de VIDA.

SERIA BOM QUE O NATAL FOSSE TODOS OS DIAS, SEM GUERRAS E SEM ÓDIO.

NATAL É A ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR .

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