Jornalsemnome 51

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NĂšMERO 51

abril de 2019

Os nossos artistas


editorial

Decidimos, neste número do Jornalsemnome, divulgar uma atividade realizada com a turma A do 10º ano, no âmbito do estudo da “Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente. Dado que esta peça deveria ser estudada na aula de Português, e considerando que o texto dramático é passível de múltiplas encenações, que tem a particularidade de se destinar à representação e só assim ganha de facto significado, foi proposta aos alunos a encenação de alguns excertos da peça, os que cada grupo considerasse mais significativo.. Com a preciosa ajuda do professor Fernando Afonso do Clube de Teatro du Bocage, os alunos, após uma primeira interpretação da peça em sala de aula, foram.se juntado em pequenos grupos e selecionando os excertos a encenar. À representação, realizada dia 24 de janeiro de 2019, assistiram, para além do professor Fernando Afonso, a diretora de turma, as professoras Daniela Nunes, Luísa Abreu, Carla Ramalho e Ana Paula Rosa. A avaliação da representação foi efetuada colaborativamente pelas professoras de Português presentes, bem como pelo professor Fernando Afonso, considerando ainda a opinião da professora Luísa Abreu. Os textos aqui publicados, produzidos em grupo, a pares ou individualmente, dão conta de todo o processo: a preparação e as decisões em termos de encenação, o modo como cada “ator” encarnou a personagem que representou, bem como a forma como os alunos apreciaram criticamente não apenas as suas encenações, mas também o desempenho dos colegas. Num tempo em que se valoriza o trabalho em conjunto e a colaboração, será esta uma forma de aprofundar competências de comunicação, de entreajuda, de espírito crítico, numa perspetiva de desenvolvimento curricular, neste caso no âmbito da oralidade e da Educação Literária. Como ilustrações, já que não dispomos de fotografias do evento, apresentamos trabalhos produzidos pelos alunos de Artes, disponibilizados pelo professor Miguel Boullosa. Alexandra Lemos Cabral

Colaboradores

Logotipos

Ana Beatriz Adérito Neto Alexandra Cabral André Fonseca André Pires Beatriz Borrego Beatriz Duarte Beatriz Ferreira Beatriz Varela Bernardo Gonçalves Camila Cruz Danilo Tachy David Mesquita David Rodrigues Dinis Fernandes Gustavo Sousa Inês Ferreira João Conde João Gaspar Juliana Smolders Lourenço Silveira Lucas Souza Maria Inês Mariana Santos Miguel Boullosa Oficina de Artes Osvaldo Andrade Ricardo Carvalho Ryan Soares Teresa Geada

André e Joana

Equipa responsável Alexandra Cabral Ana Paula Rosa Paula Barros

Coordenação Alexandra Cabral

jornalsemnome@gmail.com

Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Escola Secundária du Bocage http://apesbocage.blogspot.pt/ https://sites.google.com/site/apesbocage/ Novo email da associação 2


Encenação 1

Beatriz Varela, Camila Cruz, Mariana Campino, Ryan Soares O nosso grupo dramatizou o excerto inicial, no qual intervêm Inês Pereira, a sua mãe e Lianor Vaz.

Inês Pereira é uma jovem da época medieval que passa os dias em casa a lavrar, como manda sua mãe, que não a deixa sequer sair à rua. A ambição de Inês é encontrar um marido discreto e respeitador para que possa finalmente sair de casa. A jovem encontra-se insatisfeita, para além de ser resmungona, preguiçosa, presunçosa e exigente para com os seus pretendentes. A mãe é uma personagem conservadora que, acima de tudo, se preocupa com o futuro da sua filha. É motivada pela busca de um bom pretendente para Inês, do qual ela possa depender para se sustentar. Tendo isto em conta, é uma mãe preocupada e protetora. Lianor Vaz é uma alcoviteira cuja principal intenção é encontrar um marido para Inês Pereira. É uma mulher extravagante, histérica e com uma conduta algo duvidosa: afirma ter sido assediada por um clérigo, sendo incerto que o tenha tentado travar. Preocupa-se com a sua reputação e com a opinião alheia, quando lhe convém. Relativamente ao cenário, delimitámos o espaço de modo a recriar o da peça. Começámos por colocar Inês numa cadeira a coser, virada para a janela. Este é o início da cena em que Inês se queixa da sua situação. Há uma mudança de cena com o surgimento da mãe, que assusta Inês e reclama com ela por não estar a fazer o trabalho que lhe deixou. Mais tarde, com a entrada de Lianor Vaz, há uma nova mudança de cena. A mesma apresenta-se exaltada e interage fisicamente com a mãe, que lhe inspeciona a cara e os braços para verificar se esta se carpiu após ser assediada. Tenta ainda acalmá-la, mas Lianor procede encenando o seu encontro com o clérigo de forma dramática. Ao acabar o seu relato, Lianor muda de atitude, mostrando-se demasiado entusiasmada com o pretendente que traz a Inês. A partir daqui a mãe limita-se a ouvir o diálogo entre a Lianor e a sua filha. Durante toda a encenação Inês permanece sentada, a mãe e Lianor Vaz encontram-se sempre de pé, lado a lado, apesar de trocarem de posição quando a alcoviteira se dirige a Inês. Quanto aos adereços, foram usados uma carta, representativa da trazida por Lianor Vaz, e canetas, que simbolizaram as agulhas que Inês usava para lavrar. Viemos, ainda, vestidas com xailes que remetem para o vestuário da época. Durante a encenação, podíamos ter demonstrado menos nervosismo. Houve momentos em que nos esquecemos das falas, mas fomos capazes de continuar sem problemas. Por vezes, a entoação não foi a melhor. Por outro lado, fomos expressivas e capazes de entrar no espírito das personagens. A nossa dicção também foi boa e representámos bem os sentimentos das personagens. Beatriz Varela, Ryan Soares, Camila Cruz

Opinião

A meu ver, a dramatização feita por este grupo correu extremamente bem.

As alunas deram o seu melhor, demonstrando muito interesse e empenho em palco. A encenação estava bastante bem, com grande expressividade e o tom de voz estava bom. Acho, no entanto, que há pequenos aspetos a melhorar, como a utilização de mais vestuário, pois daria à encenação um caráter mais realista, e o à vontade de algumas personagens em palco. Por fim, quero destacar que este foi o grupo que mostrou uma maior evolução, o que revela grande empenho, e permitiu a representação da peça com sucesso!

Beatriz Duarte

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Personagens/ crítica 1

As personagens na 1ª pessoa 1º grupo

Eu, Lianor Vaz, sou uma célebre alcoviteira, ou, como eu própria me chamo, casamenteira. Tenho cabelos claros, olhos reluzentes e ando sempre bem vestida. Uso as melhores peças de vestuário, quanto o meu ofício permite, tudo para impressionar os meus clientes. Todavia, sou uma mulher solteira. Ainda não achei um cavalheiro ideal para mim, mas já encontrei milhares para outras donzelas. Assim vai a minha vida continuar, pois é a minha profissão que me faz verdadeiramente feliz: não há nada melhor que um casamento! Há pessoas que me acham extravagante e algo histérica. Não vou mentir, às vezes, podia ser mais ajuizada, mas há situações tão revoltantes que não mo permitem, como no outro dia, quando um frade me assediou. Admito que até gostei, mas o que diriam os outros se soubessem? Quando cheguei à casa de Inês Pereira para lhe anunciar o seu novo pretendente, fiz um escândalo. E resultou, Inês e sua mãe acreditaram que eu estava mesmo revoltada. Falando em Inês Pereira, é uma donzela muito especial e um dos meus casos de sucesso. Sua mãe é minha velha amiga e encarregou-me de arranjar um cavalheiro para a filha. Eu, como excelente amiga e casamenteira, passei séculos à procura, demorei mesmo uma eternidade. No entanto, após passar a vila a pente fino, encontrei um saloio perfeito para a cachopa. No mesmo dia em que esse incidente do frade aconteceu, levei-lhe uma carta para que ela pudesse conhecê-lo um pouco. A rapariga não se convenceu ao início, teimosa, igual à mãe. Acabou por casar, mais tarde, com um escudeiro qualquer. Para ser honesta, nunca gostei dele e quando chegou a notícia de que Brás de Mata tinha morrido... Saltei de felicidade. Consegui, então, juntá-la com o tal saloio e, até agora, ainda estão juntos. Na altura, eu disse-lhe: “Em nome do Anjo Bento, eu vos trago um casamento!”; e não menti. O Anjo Bento esteve sempre de Inês e do pobre rapaz e, claro, do meu! Beatriz Varela

A opinião dos colegas—apreciação crítica Este texto crítico é sobre o grupo 1, que é constituído pelas alunas Beatriz Varela, que desempenhou Lianor Vaz, Camila, que desempenhou a Mãe de Inês, e Mariana Campino, que fez o papel da Inês Pereira. Este grupo representou a primeira parte da “Farsa de Inês Pereira”. Inicialmente, Inês estava a fingir que estava a lavrar e a falar sozinha; quando entrou a mãe e começou a criticar a filha por ser preguiçosa. Em seguida, iniciou-se a participação de Lianor Vaz, que é casamenteira e alcoviteira. Lianor Vaz queria arranjar um bom marido, mas a Inês preferia um marido avisado e que fosse discreto a falar. A colega que representou a mãe de Inês Pereira, estava nervosa, tímida. Devido a isso, falou rapidamente, o que prejudicou a coerência e a expressividade. Devia ter treinado um pouco mais, porque, devido à sua falta de treino, não sabia bem, nem as suas falas todas de cor, nem o texto todo, o que veio a prejudicar o grupo, pois não sabia quando falar e também não estava dentro da personagem. Pontos positivos: notou-se uma grande evolução ao longo do treino. A Mariana Campino desempenhava Inês Pereira e ao princípio estava um pouco nervosa, por isso falou rapidamente demais, falou baixo e não conseguia projetar a voz. Ao longo do tempo, veio a melhorar. Faltou–lhe um bocado de coerência, mas encarnou bem a personagem e representou bem: verificou-se uma boa linguagem gestual da parte dela e manteve uma postura correta ao longo da atuação. A Beatriz Varela, que fez a Lianor Vaz, foi a que mais se destacou, graças à sua expressividade, coerência na dramatização e boa representação. Tinha também uma boa entrada nas falas e muita linguagem gestual. Manteve uma boa postura na peça e conseguiu estar “dentro” da personagem. O único ponto negativo foram os adereços. Adérito Neto e Bernardo Gonçalves

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Crítica 1

Nesta dramatização da " Farsa de Inês Pereira “, em que a Beatriz Varela, representava Lianor Vaz, a Camila, a mãe de Inês e a Mariana Campino, Inês, na primeira cena estudada em aula, as atrizes tiveram um bom desempenho, no geral. Esta dramatização começou com uma representação bem conseguida de Inês; porém esta, no início, falou um pouco baixo. Tinha um bom conhecimento das suas falas e mostrou como Inês renegava do seu lavrar e como reclamava da sua vida morta, aborrecida e se comparava com objetos com defeitos, sem utilidade. Em seguida entra a mãe de Inês, ralhando com ela por ser preguiçosa, pois assim ninguém iria querer casar com ela. Nesta parte, representada pela mãe de Inês, houve uma falta de entoação na fala, pois à audiência pareceu que certas falas foram ditas de seguida, isto é, sem intervalos entre as frases. Após a discussão entre Inês e a mãe, entra Lianor Vaz. Esta conta o seu episódio ao redor da vinha em que foi assediada por um clérigo que dizia que a "assolveria" dos seus pecados, mas a mãe de Inês comenta que ela não está "arranhada“ de se carpir nas queixadas, insinuando que gostou do sucedido. Em seguida, Lianor mostra uma carta de um possível marido para Inês, acabando assim a cena com Inês a ler a carta. Na nossa opinião, Lianor Vaz representou muito bem, teve uma boa dicção, interiorizou a personagem, sabia as suas falas, executou bem os seus movimentos e tinha um guarda roupa adequado às vestimentas da época. A mãe de Inês teve ligeiras falhas, como a falta de entoação em algumas falas, e a falta de interiorização da personagem em certas partes (às vezes não mantinha a sua postura e começava-se a rir); porém sabia bem as suas falas e gestos, mas trazia um guarda roupa, não muito elaborado. Inês sabia as suas frases, mantinha o contacto visual com o público e os seus gestos encaixavam na sua personagem, mas no início da peça não projetou muito bem a sua vez. No geral, esta cena foi bem encenada; no entanto, podiam ter tido mais atenção ao cenário, ao guarda-roupa e aos adereços utilizados (pois Inês estava a lavrar com duas canetas), pois todos estes foram um pouco fracos. Porém, estiveram bastante sincronizadas no que toca ao diálogo, movimentos e interiorização destas personagens David Mesquita e Dinis Fernandes

O grupo da Mariana Campino, da Camila Cruz e da Beatriz Varela representou o primeiro ato da peça "Farsa de Inês Pereira". A Mariana atuou como Inês Pereira, a Camila como mãe e a Beatriz como Lianor Vaz. Nesta breve encenação, Inês Pereira demonstrava o quanto pretendia casar o mais rapidamente possível. Por outro lado, a mãe aconselhava-a a não se apressar e a escolher cautelosamente o seu parceiro. Durante a conversa entre ambas, chegou Lianor Vaz, inquieta por ter sido alvo de assédio. Lianor não hesitou em contar-lhes o que sucedera, mas rapidamente deixou o assunto para trás e entregou a carta de um pretendente a Inês. Mariana, Camila e Beatriz desempenharam muito bem a representação das personagens. Estas mostraramnos as caraterísticas psicológicas e os estados de espírito de cada personagem no momento da ação. O desempenho foi bastante emotivo e cativante. Os adereços utilizados no vestuário, os lenços, ajudaram-nos a viajar para o tempo da ação. Na minha opinião a peça foi muito bem sucedida e o mérito é inteiramente das atrizes, que puseram alma e empenho neste ato. Mariana Santos

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Encenação /personagens 2

Beatriz Duarte, Inês Ferreira, Juliana Smolders, Teresa Geada

No passado dia 24 de janeiro, dramatizámos em sala de aula duas cenas da peça A farsa de Inês Pereira.

Começámos por representar a cena em que a mãe, ao chegar a casa vinda da missa, um hábito comum na altura, depara-se com o facto de Inês não estar a lavrar, tarefa que a tinha mandado fazer. Inês, uma jovem alta, bonita e inteligente, via no casamento uma maneira de fugir às suas responsabilidades, que tanto renegava. A mãe, uma senhora conservadora e sempre preocupada com o futuro da filha, acha que Inês não se deve apressar a arranjar marido. Na segunda cena dramatizada, Inês, desesperada, recebe a ajuda de uns judeus casamenteiros que se ofereceram para lhe encontrarem um marido que correspondesse a todos os seus requisitos. Os judeus apresentavam uma linguagem popular, eram alegres, falsos, e tinham um caráter gozão. Em ambas as cenas tentámos recriar a casa de Inês, utilizando a porta e as cadeiras como adereços. Inês, sentada na cadeira junto à janela, utilizava um longo vestido e um penteado típico da altura, e a mãe vestes simples e um lenço na cabeça. Os judeus, por sua vez, vestiam roupas longas e largas, típicas do seu povo. Um dos momentos que mais se destacou na nossa dramatização foi a entrada original e divertida dos judeus, pois estes mostraram apenas as suas caras uma em cima da outra. Uma das melhores características da nossa representação foi o vestuário e os bigodes que utilizámos para recriar as personagens. No entanto, há aspetos a melhorar, como o tom de voz: devíamos falar um pouco mais alto e mais devagar, e poderíamos ter demonstrado mais à vontade em palco.

Beatriz Duarte, Inês Ferreira, Juliana Smolders e Teresa Geada

opinião Admito que este grupo foi, para mim, o grupo "revelação", devido ao facto de achar que, das quatro alunas que o constituem, três são pessoas um poucos tímidas, que por vezes podem não se adaptar a este tipo de "desafios". Todo o grupo demonstrou grande empenho e dedicação na representação das duas cenas que encenou, que, do meu ponto de vista, não eram propriamente fáceis, pois tinham muitas falas encadeadas, o que, se alguém se enganasse (o que não foi o caso) podia gerar uma grande confusão. Gostei bastante da caracterização das personagens, em especial da dos Judeus Casamenteiros, com as barbicha e os bigodes, o que tornou a peça mais realista e, acima de tudo, mais cómica e cativante. Concluindo, gostei imenso da encenação deste grupo e queria felicitar a Beatriz, a Inês, a Juliana e a Teresa, pelo excelente trabalho que fizeram!

Lourenço Silveira

As personagens na 1ª pessoa — 2º grupo Eu, Inês Pereira, sou uma rapariga simples, mas gosto de fazer as coisas à minha maneira e odeio especialmente cumprir o que me mandam, como aquele tédio daquele lavrar. Sou uma rapariga alta, bonita, com os meus maduros 15 anos, e, como tal, não esperava arranjar se não um “homem avisado/ Ainda que pobre e pelado, / seja discreto em falar “, e de preferência o mais rapidamente possível. Já todos me ajudam: ora é a Leanor Vaz, sempre com os seus problemas, que só me consegue arranjar um tolo de um marido, ou então os Judeus, aqueles gozões e aldrabões, que nunca se sabe se são de confiar. Ao menos esses conseguiram-me arranjar um escudeiro que se dizia valente, mas, mal saiu para a guerra, deixoume aqui sozinha. Também, da forma como ele me tratava, mais valia o tolo da Leanor Vaz! Esse sempre me dá ouvidos e alguma atenção. Ai, que vida cansativa, até a minha mãezinha, que eu tanto adoro, se está sempre a meter em todos os meus assuntos. Ela ainda deve pensar que eu sou aquela “Inesinha” pequenina e imatura! Mas garanto-vos que já não sou mais assim. Bem, agora que casada estou, e que o meu marido de nada se apercebe, vou a caminho da ermida, ter com o meu amigo Ermitão. Inês Ferreira

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As personagens/ crítica 2

Eu, a mãe de Inês, tenho cerca de 30 anos, cabelo e olhos castanhos, costumo utilizar um lenço na cabeça e roupas características dos meus tempos. Queria muito ajudar a minha Inês a encontrar um marido, mas esta não liga a nada do que eu lhe digo: a Inês afirma querer um homem "discreto" enquanto eu acho que ele devia ter posses. Enfim, Inês pediu ajuda a Lianor Vaz para lhe encontrar um marido e esta arranjou Pero Marques, mas minha filha não ficou muito convencida. Então, pediu ajuda a uns tais judeus casamenteiros que lhe arranjaram um escudeiro, e, para ser sincera, não existe maior aldrabão que este! Mas a minha Inês está feliz, portanto há casamento. A meu ver Inês, está a ser muito exigente no que toca a arranjar um marido; além disso, mostra-se muito apressada no que diz respeito a este assunto. Ela deve ter calma, paciência e baixar o seu nível de exigência. Concluindo, normalmente sou muito preocupada e conservadora, pois quero que a minha Inês tenha um bom futuro, e tome opções que contribuam para o seu bem.

Teresa Geada

Eu Vidal, sou um judeu casamenteiro.

Tenho cabelo castanho, barba, e apresento uma estatura média. Utilizo vestuário simples, roupas longas e largas, típicas do meu povo. Sou muito divertido e trapalhão, por isso normalmente as pessoas riem-se de mim. Ando sempre acompanhado pelo meu amigo Latão, outro judeu casamenteiro. Somos como um só, complementamos o discurso um do outro, apesar de às vezes discutirmos. O meu objetivo é arranjar um marido para a Inês com todos os requisitos desejados, para assim conseguir ganhar algum dinheiro. Sou ganancioso e falso, pois demonstro muito interesse e empenho em ajudar Inês de livre vontade, quando, na verdade, só quero ganhar dinheiro com isso.

Beatriz Duarte

Eu, o Latão, um dos melhores judeus casamenteiros do séc.XVI, sou bastante bonito, com a minha grande barriga e a minha enorme barba. Eu e o meu grande companheiro Vidal adoramos arranjar casamentos, mas gostamos principalmente do fim, quando recebemos o nosso dinheirinho. Esforçámo-nos tanto, mas tanto, para arranjar um bom marido para a nossa Inês ( “Polo lama e polo pó,/que era pera haver dó,/com chuiva Sol e Nordeste./Foi a coisa de maneira,/tal friura e tal canseira (...)/que me saltou caganeira!”), que eu acho que merecíamos ter recebido mais. Adoro o meu amigo Vidal, apesar de querer ser sempre eu a dizer tudo, e por isso às vezes não pareceremos apenas amigos, mas somos quase almas gémeas. Tenho a grande ambição de ser rico, muito rico, e poder aproveitar a vida numa enorme casa com o Vidal. A Inês foi a menina a quem foi mais difícil de arranjar um marido, pois é muito exigente. No entanto, se paga bem, lá estou eu! O Vidal e eu ainda iremos arranjar muitos casamentos, porque somos tão românticos que quantos mais, melhor. Bem, sou o rei de todos os casamentos que já fiz e que irei fazer, sempre com o meu ótimo humor.

Juliana Smolders

A opinião dos Colegas Foi-nos indicado fazer a apreciação crítica do grupo 2, constituído pela Beatriz Duarte, Inês Ferreira, Juliana Smolders e Teresa Geada, que representaram duas cenas distintas da "Farsa de Inês Pereira": o primeiro diálogo entre Inês e sua mãe, que chega da missa, durante o qual começam por ter uma pequena discussão sobre o facto de Inês querer casar e a mãe não concordar com esta decisão, por achar que a sua filha deveria refletir melhor. A segunda cena é o momento em que chegam os dois Judeus casamenteiros ao encontro da Mãe e de Inês, recomendando à jovem um escudeiro, de acordo com os ideais pretendidos por Inês. Na primeira cena, quanto ao guarda-roupa e aos adereços, achamos que tanto a Inês (que representa Inês Pereira) como a Teresa (a Mãe), estavam bem caracterizadas, visto que estavam vestidas de acordo com a época. Quanto à dicção, achamos que demonstraram dedicação ao terem decorado todas as falas, mas que poderiam ter melhorado a gesticulação e a velocidade das falas, isto é, podiam ter falado um pouco mais devagar, especialmente a Teresa. Quanto ao cenário, nenhum grupo teve grandes hipótese, pois estávamos limitados ao espaço de sala de aula. A segunda cena contou com todas as personagens

do grupo, com a entrada do Latão (Juliana) e do Vidal (Beatriz Duarte), que representaram os Judeus casamenteiros. Quanto ao guarda-roupa e caracterização das personagens, achamos que estavam muito bem caracterizadas, visto que estavam todas vestidas com as roupas que idealizámos, tendo em conta a época. Os Judeus (Juliana e Beatriz) tiveram a graça de desenhar uma pequena barba, o que tornou a peça mais realista e cómica. Quanto às falas e dicção, as quatro personagens demonstraram empenho pelo facto de todas terem decorado as suas falas, não se terem enganado nem se terem esquecido das mesmas. Valorizamos o facto de ambos os Judeus (Juliana e Beatriz), ao falarem, terem utilizado o sotaque próprio dos Judeus na altura. Por fim, em relação ao cenário, temos a mesma opinião que em relação à outra cena que representaram. De uma forma geral, a peça foi bastante interessante, cativante, cómica e muito bem conseguida por parte do grupo, pelo facto de nos terem surpreendido bastante pelo empenho, dedicação e esforço que tiveram ao terem representado estas duas cenas tão bem quanto o fizeram.

André Fonseca e Lourenço Silveira

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Encenação/ personagens3

Ana Beatriz Costa, André Fonseca, Lourenço Silveira, Lucas Souza Foi proposto à nossa turma (10ºA) dramatizar cenas referentes à "Farsa de Inês Pereira" e o nosso grupo dispôs-se a encenar 6 cenas: Inês Pereira lê a carta enviada por Pero Marques, na primeira cena; na segunda cena, ocorre um diálogo entre Lianor Vaz, Inês Pereira e sua mãe sobre Pero Marques; chegada de Pero Marques à casa de Inês na terceira cena, seguida da apresentação do mesmo a Inês e à mãe; na quarta cena sucedeu a saída da mãe e uma conversa entre Inês Pereira e Pero Marques e, na última cena, decorreu a saída de Pero Marques, o regresso da mãe e uma pequena discussão entre a mesma e a filha sobre Pero. Inês Pereira, personagem principal do auto, é uma jovem bonita e formosa, porém com uma personalidade bastante desafiante, por ser uma rapariga teimosa, trocista e arrogante, que deseja casar-se o mais cedo possível, com o intuito de se ver livre do aprisionamento que sofre, causado por sua mãe. A mãe aparenta ser uma pessoa coerente e protetora, que tem como objetivo alertar Inês para as possíveis consequências da decisão que esta quer tomar. Por vontade da filha, a mãe chama Lianor Vaz, uma alcoviteira extravagante, que lhe recomenda Pero Marques como seu futuro marido. Contrariamente ao desejado por Inês, Pero Marques é caracterizado como um homem do campo, al-

cançado de inteligência, ingénuo e pouco discreto, mas que tinha como grande motivação casar com Inês. Quanto à nossa encenação, por estarmos restringidos ao espaço de sala de aula, não tivemos grandes opções no que toca à elaboração do cenário. Quanto à movimentação e gestos das personagens, tentámos ser bastante rigorosos em relação à entrada e saída de personagens, durante o decorrer das cenas e nalgumas falas específicas, visto que tentámos encarnar o melhor possível as personagens. Quanto ao guardaroupa e adereços, também fomos rigorosos, destacando-se a caracterização da mãe e da Inês e o uso de adereços específicos, tais como: a carta, o saco de Pero Marques e os utensílios de beleza, de formar a tornar a encenação mais cativante e realista. De uma forma geral, o grupo concorda com o facto de a encenação ter tido algumas falhas, como por exemplo, ter existido uma pequena confusão nas falas. No entanto, consideramos que existiram essas mesmas falhas devido ao nosso nervosismo. O grupo concorda também que, apesar desses pontos menos conseguidos, trabalhou muito, demonstrou imenso esforço e empenho. Por isso, apesar dos pontos fracos, achamos que foi uma boa encenação, que, acima de tudo, contribuiu para a nossa aprendizagem sobre este auto. Ana Beatriz Costa, André Fonseca, Lourenço Silveira, Lucas Souza

As personagens na 1ª pessoa—3º grupo Eu, Lianor Vaz, sou uma mulher nova, bonita, de meia estatura e atraente.

Sou uma alcoviteira que recruta meninas para esta “vida” e também arranjo marido ou mulher para quem precisar. Sou amiga da mãe de Inês Pereira e acabo de conhecer a sua filha. Tenho grande confiança em Pero Marques, mesmo que Inês não o tenha aprovado. Estou sempre um passo à frente, pois, tendo solução para tudo, o meu objetivo principal neste momento é conseguir que Inês case com Pero Marques e assim sair também a lucrar com este casamento. Sou uma grande amiga da mãe, conhecida de Inês e adjuvante de Pero. Neste contexto, quero que Inês se convença a casar rapidamente com ele. A mãe e a Inês não estão de acordo no que toca ao casamento, mas eu sou apenas intermediária. Em conclusão, tenho a dizer que estou muito contente por, no fim de contas, Inês ter ficado com Pêro Marques.

André Fonseca

Olá, eu sou a mãe de Inês Pereira, uma das persona- aceitar e fiz os possíveis para que ficasse elegante pe-

gens da "Farsa de Inês Pereira", auto que foi encenado pela turma do 10ºA, no dia 24 de janeiro de 2019. Embora seja um pouco indelicado perguntar a idade a uma senhora, sou uma mulher entre os trinta e os quarenta anos, ou seja, já não sou propriamente nova. Julgo ser uma pessoa coerente e astuta, dada a minha experiência de vida enquanto mãe e adulta. Sou bastante protetora e preocupada pois, como todas as mães, procuro sempre o melhor para aminha querida filha, embora seja às vezes considerada um pouco autoritária e rígida pela Inês. O problema é que ela decidiu casar para "sair da minha alçada". Isto porque acha que sou muito pouco benevolente para com ela. Com certeza que não concordei com a sua decisão de casar, por achar que a tomou de uma forma um pouco precoce, não pensou no facto de o casamento ser um compromisso para a vida e, por isso, bastante sério. Como Inês tomou a decisão de casar, não tive outro remédio senão

rante o pretendente, como disse nesta fala: "Touca-te bem se vier, / Pois pera casar anda." No geral, penso que tenho uma boa relação com Inês, embora possa existir um pouco de "atrito" entre abas, pois reconheço que sou bastante protetora e, sendo Inês uma jovem, não entende a minha posição. Também conheço já há algum tempo Lianor Vaz, embora ache que é um pouco vaidosa e extravagante demais, para aquilo que considero normal. Por último, por aquilo que conheci de Pero Marques, julgo que é um homem bastante humilde e de bom fundo, embora seja "alcançado de inteligência" e, por isso, Inês não o aprove. Concluindo, Inês foi demasiado exigente e trocista com Pero Marques, por isso penso que ainda se vai arrepender da decisão que tomou. No entanto, como mãe, estarei sempre pronta a aconselhar a minha filha da melhor maneira possível. Lourenço Silveira

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Crítica 3/ encenação 4

A opinião dos colegas—apreciação crítica No passado dia 24 deste mês foram realizadas diversas representações teatrais de excertos da "Farsa de Inês Pereira". Relativamente à encenação do grupo 3, constituído pelas personagens: Inês Pereira (Ana Beatriz Costa), Pero Marques (Lucas Souza), Mãe de Inês (Lourenço) e Lianor Vaz (André Fonseca), podemos apresentar alguns juízos de valor. Num nível geral, os participantes souberam representar razoavelmente bem o excerto que escolheram: Lianor Vaz apresenta a Inês um bom marido, Pero Marques, que esta rapidamente rejeita, por não corresponder ao perfil de homem que deseja. Verificámos uma grande discrepância na interpretação das personagens pelos nossos colegas. Inês Pereira e Pero Marques, apesar de não terem conseguido transmitir a expressividade desejada às suas personagens, foram muito bem sucedidos na projeção e entoação da voz ao longo da cena. Por outro lado, a mãe de Inês e Lianor Vaz souberam encarnar muito bem as personagens, através da utilização de gestos e acessórios que davam grande credibilidade à encenação. Após esta breve reflexão, podemos concluir que o grupo esteve, em geral, muito bem. No entanto, existem vários aspetos que deveriam ser melhorados, começando pela necessidade de decorar melhor as falas de cada um e de dar mais expressividade às personagens.

Maria Inês, Beatriz Borrego

Beatriz Borrego, Gustavo Sousa, André Pires, João Gaspar, Ricardo Carvalho, Osvaldo Andrade Inês: Jovem rapariga solteira, membro do povo, anseia desesperadamente casar com um homem discreto, que saiba cantar e tocar viola. Caracteriza-se por ser presunçosa, preguiçosa, adúltera, soberba (achava-se superior a todos), impaciente, e procurava ser livre, emancipar-se por meio do casamento. O escudeiro era um membro da baixa nobreza que se fazia passar por um homem de grande estatuto e que se preocupava bastante com a sua imagem a nível social. Pretendia casar com Inês por motivos financeiros (precisava desesperadamente de dinheiro). Mostra- se falsamente simpático e adulador, para casar com Inês, escondendo o seu lado agressivo e autoritário. O moço era membro do povo e acompanhava o escudeiro para todo o lado, de forma obediente, uma vez que este era o seu único sustento. No entanto, o escudeiro não lhe dava grande recompensa pelo seu serviço e tratava-o muito mal, o que originou diversos comentários sarcásticos por parte do moço, que funcionam como críticas ao escudeiro, traduzindo-se em momentos cómicos. Os judeus Vidal e Latão, casamenteiros que trabalhavam muito, mas de forma pouco rigorosa, eram gananciosos e enganadores. Têm um efeito muito cómico, através dos seus gestos, do seu carácter e da sua linguagem. Estes completam-se um ao outro. A mãe era membro do povo, bastante preocupada com a sua filha Inês, e encontrava-se desconfiada em relação às intenções do escudeiro e dos judeus. No caso do escudeiro, duvidava da sua autenticidade. No caso dos Judeus, ironizava os seus métodos e criticava-os. No cenário, usámos duas cadeiras, que foram colocadas no centro e utilizadas pela mãe e por Inês Pereira, que é a personagem principal. Os Judeus encontravam-se lado a lado à esquerda das duas personagens anteriormente referidas. Do outro lado, estavam o Escudeiro e o Moço, sempre muito próximos um do outro, para permitir uma fácil mobilidade, evitando que as personagens estivessem de costas para o público. Quanto aos gestos, as personagens que mais se destacaram foram os Judeus, que interagiram de forma ativa entre eles e com as outras personagens. Para além dis-

so, também o Moço e o Escudeiro interagiram de forma agressiva, trocando até ameaças. Inês, mostrava-se maravilhada, transparecendo isso através de alguns gestos e expressões faciais, quando o Escudeiro a estava a elogiar. Os Judeus foram vestidos de forma idêntica, com um casaco, que tinha a finalidade de servir como uma capa e com óculos a condizer. A mãe foi interpretada por um rapaz e, por isso, este utilizou uma peruca, uma saia e uma camisa, de forma a encarnar melhor a personagem. A Inês, de forma a representar melhor o estilo adotado na época, estava com uma saia, um lenço e utilizou como adereço um anel, de forma a simular melhor o casamento, assim como o Escudeiro. O moço, estava com roupas rasgadas, de forma a representar a sua baixa categoria social. Foi ainda usado um violino, que representava a viola que o Escudeiro utilizou para simular que sabia tocar. A nosso ver, todas as personagens foram muito bem encarnadas, e a representação utilizou acessórios que contribuíram para uma melhor encenação. A peça caracterizou-se por ser muito original, criativa e cómica. Alguns aspetos que podem ser melhorados são a posição e movimentação das personagens durante a peça e as falas, que deveriam ter sido ditas de uma forma mais natural Beatriz Borrego, Gustavo Sousa, André Pires, João Gaspar, Ricardo Carvalho, Osvaldo Andrade

OPINIÂO Dramatização muito bem conseguida, com grande esforço e empenho. Conseguiram fazer com que uma canção escrita no século XVI se adequasse aos dias de hoje, destacando-se e fazendo, com grande sucesso, divertir o público. No entanto, poderiam ter-se movimentado mais em palco e usado um tom de voz mais alto! Finalizo por dar os parabéns, porque, apesar de não serem atores, conseguiram interpretar cada papel como se o fossem e contribuíram para um melhor entendimento desta peça por parte do público! Juliana Smolders

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Personagens 4

As personagens na 1ª pessoa—4º grupo Encenei uma peça em que atuei como a “Mãe”. Sou uma senhora formosa de cabelos loiros, e a minha filha é Inês Pereira. Sou uma pessoa irónica e com um bom sentido de humor, mas principalmente protetora, pois não quero que a minha filha case com alguém que não é boa pessoa. Durante o que aconteceu na peça, eu apenas me dirigi à minha cria e, por uma vez, falei com os judeus, pois, devido a ser uma pessoa observadora e cautelosa, meço bem as minhas palavras e a quem as dirijo. No entanto, ao contrário da minha filha, penso que o casamento não veio numa altura adequada, tendo sido apressado e com um homem que não é o melhor.

Osvaldo Andrade

Na nossa encenação desta farsa, eu encarnei o Moço. O Moço é o ajudante do Escudeiro. Para onde este fosse, eu iria atrás para o servir. Mas, continuando, o nosso grupo encenou a peça do verso 559 ao 737. A equipa era constituída pela Inês, pela mãe de Inês, pelos Judeus Casamenteiros, pelo Escudeiro, e por mim, o Moço. Na nossa cena, eu acompanho o Escudeiro até casa de Inês, já que ele tinha a finalidade de casar com ela. Nesta cena, eu tinha um ar pobre, pouco arranjado, maltratado, pois o meu “amo” não me dava muita atenção, e eu a ele, também não (“logo vou”). Enquanto o escudeiro procurava o seu amor, eu andava a pensar na boa vida, portanto andava distraído. Mas eu tinha um objetivo, ao tratar o melhor possível o escudeiro: talvez viesse a ter hipótese de ser mais valorizado, (“ei-la aqui bem temperada, não tendes que temperar”). A minha relação com o escudeiro não era má, eu tinha-o a ele, ele tinha-me a mim; já com Inês e a mãe, não tinha grande relação. No entanto, o envolvimento com Inês aumentou na cena a seguir, quando o seu marido, meu amo, foi para a guerra e tive de guardá-la dentro de casa. Relativamente aos Judeus Casamenteiros, senti um ar de gozo por parte deles, mas tenho de realçar que eram bastante engraçados. Em suma, na minha relação com as personagens, sentia-me isolado e excluído do grupo, como já referi, pois o Escudeiro não me dava importância. Em conclusão, era uma personagem algo escondida de tudo, tendo, por vezes, uma interação com um dos elementos da Farsa.

André Pires

Eu, Inês Pereira, sou uma preguiçosa jovem, do povo, de cabelos castanhos e olhos verdes, e passava os meus dias presa em casa, a lavrar. Como tal, sentia me enclausurada e ansiava a libertação através do casamento. No entanto, prometi a mim mesma que não me havia de casar senão com um homem avisado, que seja "discreto a falar", saiba cantar e tocar viola. Após grande procura, finalmente casei-me com o homem que pensava ser o dos meus sonhos, o Escudeiro. Porém, a nossa relação não era de grande proximidade, uma vez que este revelou ter uma dupla personalidade. Antes do casamento, mostrou-se simpático e encantador, mas, após casarmos, revelou-se maldoso, intolerante e repressor, visto que apenas usou o nosso casamento para enriquecer. Vendo agora, devia ter dado ouvidos à minha mãe, que sempre me alertou para os problemas que iriam surgir quando me casasse com o Escudeiro. Sempre foi muito minha amiga e conselheira, pois a nossa relação é de grande proximidade. Tendo em conta estes acontecimentos, experienciei diferentes sentimentos, encarando as situações com que me fui deparando de diferentes formas. Por exemplo, ao contrário da minha mãe, não consegui logo perceber as más intenções do Escudeiro, deixando-me levar por ele. Concluindo, penso que em alguns momentos fui enganada, como quando me casei com o Escudeiro, mas que aprendi muito com tudo o que me aconteceu. Beatriz Borrego

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Personagens 4

Eu interpretei a personagem Escudeiro, chamada Brás da Mata, na “Farsa de Inês Pereira”, na cena em que conheço e caso com a personagem Inês, entre os versos 559 e 737. Em termos de estatura, não sou propriamente alto, mas considero-me acima de todos os outros, com uma postura direita; superior, olho para os outros de cima e vistome de tradicionalmente como um membro da baixa nobreza, com capa e espada. Preocupo-me bastante com as tradições (“Se ela fosse donzela/tudo essoutro passaria” versos 513 e 514) e aspiro ascender socialmente. Além disso, sei tocar viola, cantar e compor canções amorosas. No entanto, aceito casar com Inês, um membro do povo muito abaixo de mim, pois tenho problemas financeiros (“Çapatos me daria ele/se me vós désseis dinheiro (…)/ Eu o haverei agora” versos 551 a 553). Para convencê-la a casar comigo, escondo o meu lado agressivo durante o nosso primeiro encontro (“Ante que mais diga agora, / Deus vos salve, fresca rosa,” versos 559 e 560), até nos casarmos. Eu tenho sempre comigo o Moço, que maltrato e a quem faço falsas promessas de dinheiro (“Eu o haverei agora. / E mais calças te prometo” versos 555 e 556), apesar de lhe pagar muito pouco pela sua servidão. Vejo a Mãe de Inês como um pequeno obstáculo a casar com a sua filha; no entanto, não chego a dirigir-lhe a palavra. Quanto aos Judeus, considero-os apenas meios para encontrar uma esposa. Para mim, tudo o que interessa é enganar Inês para que esta case comigo e manter o Moço ao meu serviço. Além disso, ignoro os comentários da Mãe e dos Judeus, pelo

que falo apenas com Inês e o Moço. Em suma, sou uma personagem bastante hipócrita, pois, apesar de agir como superior em frente de Inês, sou na verdade um covarde que morri a fugir de mouros.

Ricardo Carvalho

Eu, Vidal, sou um dos judeus casamenteiros que fez com que Inês Pereira conhecesse e se casasse com o escudeiro Brás da Mata. Em relação à minha pessoa, mais propriamente à minha aparência, apresento-me com um traje de judeu do meu tempo. Como disse no início, sou um judeu casamenteiro, mas mais interessado em receber dinheiro pelo meu serviço do que em juntar pessoas, ou seja, pouco me importa que fiquem com o parceiro ideal porque, no final, apenas quero o meu dinheiro. Sou então interesseiro e dissimulado, já que disse a Inês Pereira, juntamente com o meu companheiro Latão, apenas “coisas” boas sobre o escudeiro para que esta se apaixonasse por ele, coisas estas que eu sabia que não correspondiam à realidade. Apesar de tudo isto, sou trabalhador porque ando por todos os lados a juntar pessoas (“Corremos a iramá.”). Ao falar sobre a minha relação com as outras pessoas, posso começar por mencionar o meu parceiro, Latão. Somos muito desentendidos porque nunca sabemos quando falo eu ou ele (“Cala-te!”), mas completamos as falas um do outro na maioria das vezes. No caso do escudeiro e do moço, sei que o escudeiro não tem as características que disse que tinha a Inês e o moço é-me indiferente. No caso da mãe de Inês, não gosto do modo como ela me chama a mim e ao meu parceiro de incompetentes (“Nunca vi judeus ferreiros / aturar tão bem a frágoa.”), pelo que não gosto dela, mas quero receber a recompensa por ter juntado a sua filha com o escudeiro. Desde o momento em que Inês e Brás da Mata se veem e se conhecem pela primeira vez até ao seu casamento, pude perceber que Inês ficou radiante e muito feliz ao ver o escudeiro e ao ouvi-lo falar, mas a sua mãe não se sentia tão bem em relação àquele casamento. O moço pareceu-me assustado e julgo que tinha medo de falar e de dizer algo de que o escudeiro não gostasse. Por outro lado, o escudeiro parecia-me confiante enquanto falava com Inês, como se soubesse o que dizer para a conquistar facilmente. Eu e o Latão sentimo-nos felizes, no final, por mais um trabalho bem feito. Concluindo, sou um judeu casamenteiro interessado. Ando com o meu companheiro Latão para todo o lado e sinto-me bem por cumprir o meu trabalho, como fiz com Inês e Brás da Mata. Gustavo Sousa

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Crítica 4

A opinião dos colegas—apreciação crítica Os membros do grupo 4 eram a Beatriz Borrego, o Osvaldo, o André Pires, o Gustavo, o João Gaspar e o Ricardo. Este grupo ficou encarregado da encenação das cenas em que os judeus apresentam a sua proposta de marido a Inês, um escudeiro. O início dá-se com a chegada do mesmo que, acompanhado por um moço, tenta agradar a Inês para poder casar com ela e melhorar a sua situação financeira. Ao longo da ação, os judeus ajudam-no com a tarefa, tentando forçar o casamento, pois no final serão remunerados. Enquanto isto, a mãe demonstra o seu descontentamento, que acaba por ser em vão, pois no final Inês casa com o escudeiro. O desempenho de André Pires, na representação do moço, foi, no geral, bom. No entanto, durante as suas intervenções, poderia ter feito uma melhor projeção da voz. Já o Ricardo, que desempenhou o papel de escudeiro, para além da projeção de voz, poderia melhorar a sua expressividade, tendo em conta a forte personalidade da sua personagem. Por outro lado, esteve muito bem, a nível de gestos e movimentação em palco. Os seus adereços contribuíram para uma melhor recriação da peça. O Gustavo e o João Gaspar, ambos judeus, acrescentaram vários momentos cómicos à peça e conseguiram bem o seu papel, apesar de, por vezes, os seus gestos terem sido algo exagerados e demasiado atuais para a época em que a ação decorre. A Inês, desempenhada por Beatriz Borrego, como personagem principal da peça, poderia ter usado mais expressividade. Contudo, a personagem foi bem interpretada. O Osvaldo recriou a mãe e fê-lo com brio. A sua personagem é mais contida e ele desempenhou-a bem. Destacamos a sua criatividade no campo do guarda-roupa. Concluindo, todos conseguiram bem os seus papéis, apesar de terem alguns pontos as melhorar. Foi uma ótima encenação, com vários pontos positivos e, no geral, estão todos de parabéns!

Beatriz Varela e Camila Cruz

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Encenação 5

Bernardo Gonçalves, David Mesquita, Dinis Fernandes Inês Pereira era uma jovem esperta que se aborrecia com o trabalho doméstico. Desejava ter liberdade e divertir-se. Era uma moça bonita e, no momento, casada. O Escudeiro (Brás da Mata) era marido de Inês e interesseiro. Era um nobre empobrecido que não perdera o orgulho e pretendia aproveitar-se economicamente de Inês. Em casa mostra-se superior, poderoso e convencido, enquanto que na guerra era covarde e fraco. O Moço, criado do escudeiro, era um pobre coitado, explorado pelo seu amo infame. Humilde, deixa-se explorar e acredita ingenuamente nas promessas do escudeiro. Cumpre a sua obrigação sem ver recompensa, mas às vezes, nas suas queixas, mostra a sua revolta com o patrão. A ação desta cena inicia-se com o sermão do escudeiro a Inês Pereira; posteriormente o escudeiro vai para a guerra, saindo assim de cena e deixando Inês aos cuidados do moço. Entretanto chega uma carta do Irmão de Inês vinda de Além (Marrocos, Norte de África), trazendo a nova de que Inês havia ficado viúva e o moço desempregado. Inês fica feliz e aliviada, pela morte do marido, pois não gostava deste, porque não era "amigo da vida dela", enquanto que o moço fica bastante destroçado, pois a sua baixa fonte de rendimento vinha do seu patrão, o escudeiro, ficando agora totalmente na miséria. Relativamente ao cenário, infelizmente, por estarmos constrangidos ao espaço da aula, não tivemos muitas escolhas no que se refere à elaboração deste. Quanto ao guarda-roupa e adereços, fomos rigorosos, visto que tentámos representar as personagens no contexto do que nós achámos ser a melhor maneira. Para representar Inês Pereira foram usados um lenço (como cabelo), usámos um soutien e folhas de papel para representar os seus seios e um novelo e agulhas, como adereços, para mostrar que esta se encontrava a "lavrar". Para representar o escudeiro utilizámos uma capa, que tapava o corpo todo, e uma espada (para mostrar como este era nobre). E para representar o moço, conseguimos pormenorizar o seu guarda roupa, usando uns ténis furados (para representar a sua pobreza), uma rolha de cortiça queimada (que ao esfregar na cara dá um aspeto sujo) e uma camisola simples metida para dentro das calças para dar um ar de pobre coitado. Sobre a movimentação das personagens, Inês passa o tempo todo sentada na cadeira ou a "lavrar" ou a ouvir o sermão do marido e no final da cena a ler a carta. O escudeiro, em cena, fica sempre no degrau mais alto para mostrar a sua superioridade em relação ao moço, usa sempre um tom de voz alto e poderoso e é muito convencido e agressivo, quer com Inês, quer com o moço. O moço quando está em cena com o escudeiro, está no degrau inferior em relação ao escudeiro, para mostrar a sua inferioridade; quando tenta discutir com o escudeiro, tenta levantar a sua voz e gesticular mais, mas no geral mostra-se distraído e humilde para com o escudeiro. Na nossa opinião, todos interiorizámos e representámos bem as personagens, através da boa preparação e dos bons adereços utilizados. Também executámos uma boa dramatização, através do nosso empenho e dos gestos e expressões faciais; tínhamos conhecimento das nossas falas e mostrámos eloquência. Achamos que a discussão, bastante acesa entre o escudeiro e o moço foi cativante, dando, assim, ainda mais interesse à cena. Alguns aspetos que poderiam ter sido facilmente melhorados consistiam em termos mantido mais contacto visual com o público e uma maior precisão no tempo das falas. Bernardo Gonçalves, David Mesquita, Dinis Fernandes

Opinião Acredito que a cena foi interpretada muito bem pelos atores, sem nenhum problema estrutural e de forma muito dinâmica. No entanto, podiam ter melhorado certos aspetos, como o tom de voz de Inês (interpretada por Bernardo Gonçalves), que não muda apesar de esta ter recebido notícias da morte do marido (vale a pena sublinhar que a sua voz estava a ser feita em falsete e consequentemente era muito difícil demonstrar tais emoções de forma clara). Além disso, durante a discussão entre o Escudeiro (Dinis Fernandes) e o Moço (David Mesquita), o Moço chegou até a responder de cabeça erguida ao seu mestre, apesar de haver uma grande diferença social entre eles. Em suma, a interpretação não foi totalmente perfeita, mas, no geral, foi muito boa, , pois era uma cena consideravelmente grande para apenas 3 personagens e os atores claramente trabalharam imenso para estarem à altura.

Ricardo Carvalho

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Personagens 5

Eu, na dramatização da farsa de Inês Pereira, interpretei a personagem do moço, o criado do seu senhor, Brás da Mata, escudeiro. Sou alto, magro, de cabelo e olhos castanhos, sou um pobre coitado, pois tenho que fazer tudo o que o meu amo manda, porque esse é o meu dever. O meu amo é um mentiroso, está-me sempre a prometer coisas, como sapatos novos, que me vai pagar o dinheiro que falta... Mas, enfim, ele nunca cumpre as suas promessas. Às vezes, sinto-me bastante revoltado com este bastardo mentiroso e ainda por cima interesseiro, pois só se casou com Inês para se aproveitar do dinheiro dela. E mais, ele vai à guerra e não me deixa nada, nem dinheiro, nem comida: "Com o que me vós leixais/ não comerei eu galinhas" - reclamei eu, e ele ainda teve a lata de me dizer para ir roubar uvas das vindimas. "Pesar hora de São Pisco/ convidarei minha." - com tanta comida até dava para convidar a minha prima para almoçar não é? Enfim, passando à frente, a donzela Inês, embora não tenha tido uma relação muito profunda com ela, pareceu-me uma boa moça e trabalhadora, pois sempre que eu abria a porta do quarto dela, após a partida do meu amo, ela estava a lavrar! No entanto, suspeito que ela apenas fingisse que estava a trabalhar! Não tenho a certeza de nada, ela é bonita, mas não creio que fosse muito inteligente, para se casar com alguém como o meu senhor! Os meus objetivos de vida eram conseguir ter uma boa vida, ter uns sapatos novos, ter dinheiro, (incluindo o que o meu senhor me devia). Basicamente, queria deixar de ser pobre... Mas agora que o meu amo morreu na batalha, não sei o que fazer... Estou desesperado... Em conclusão, a minha vida já era má, mas agora, com a morte do escudeiro, ainda está pior, estou com a vida arruinada... David Mesquita

A “Farsa de Inês Pereira”, obra escrita por Gil Vicente, foi dramatizada em aula por vários grupos, tendo eu interpretado o escudeiro, Brás da Mata, marido de Inês nas cenas representadas. Considero o escudeiro representado por mim em palco como um homem alto, forte, de olhos e cabelo curto castanhos, de orelhas e nariz grandes, com uma excelente postura, voz grave e acentuada que transmite medo e respeito. Eu estava vestido com uma grande e comprida capa preta que me cobria o corpo todo e usava ainda uma espada como símbolo de guerreiro. O escudeiro pensa ser galante, um homem sabido e discreto, mas na verdade é só um mentiroso, pois maltratava o moço e casou-se com Inês apenas por motivos económicos, o que faz dele um homem interesseiro e falso. A minha pessoa em palco tem uma grande mistura de sentimentos: em casa, sinto-me irritado com a minha mulher, pois esta desobedece-me, e ralho com o moço por fazer troça de mim. Saindo do ambiente de minha casa, sinto-me muito superior ao povo por ser nobre; na guerra, sou um cobarde medroso, que fugiu da batalha e ainda assim foi morto. Os meus objetivos no que respeita ao casamento eram aproveitar-me economicamente da minha mulher, pois tinha dívidas em excesso. Apenas estabeleço duas relações em cena, com a minha mulher e o meu empregado (o moço). O meu casamento é muito tóxico, pois damo-nos mal e as discussões acabam sempre no cativeiro que eu proporciono a minha noiva. A minha relação com o moço também não é a melhor, discutimos e fazemos troça um do outro, mas, por vezes, ajudamo-nos mutuamente. Consigo perceber que a minha mulher, que obrigo a ficar fechada em casa, não goste de mim, mas tenho de castiga-la para que não desobedeça. O moço odeia o seu trabalho e creio que preferia o seu antigo senhor; ainda assim, trabalha para mim, pois sou a sua única fonte de rendimento. Em suma, considero-me um homem poderoso que não gosta do ambiente quotidiano de casa. A meu ver os meus colegas realizaram uma ótima dramatização, tornando esta ideia de representar esta farsa um sucesso.

Dinis Fernandes

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Crítica 5

A opinião dos colegas—apreciação crítica Nós vamos fazer a apreciação crítica do grupo 5, que era constituído pelo Bernardo (Inês), o David Mesquita (moço), e pelo Dinis (escudeiro). Aconteceram duas cenas nesta atuação. A primeira consistia numa conversa entre a Inês e o escudeiro, na qual este mostrava o seu descontentamento por Inês pensar que ela poderia fazer aquilo que bem lhe apetecesse. Já na segunda cena, o Moço aparece trazendo uma carta do irmão de Inês, que diz que o escudeiro estava morto. Inês mostra-se contente com esta notícia, pois assim poderia voltar a ser livre. Por outro lado, o moço fica bastante triste, pois sente que vai ficar mais do que já era. Na nossa opinião, esta representação contou com inúmeros pontos fortes, entre os quais se destacou a expressividade e a emoção com que os atores encarnaram as suas personagens, utilizando adereços próprios das mesmas, como a espada que o escudeiro possuía e o ar sujo e deslavado do Moço. Estes pequenos pormenores trouxeram uma maior verosimilhança à peça. Por outro lado, um ponto um pouco menos positivo, mas que com o passar da peça melhorou bastante, foi a dicção da Inês, pois, no início, não se conseguia perceber muito bem o que dizia. Concluindo, esta foi uma atuação muito bem conseguida, com um grande carisma, com a utilização de muitos gestos caracterizadores da situação e, no geral, foi uma brilhante encenação.

David Rodrigues e João Conde

Nesta apreciação crítica vamos avaliar o grupo dos nossos colegas Bernardo, David Mesquita e Dinis.

Na representação deste grupo Inês já é casada com o escudeiro, que a maltrata, grita com ela e com o moço e depois parte para a guerra e deixa o moço a tomar conta de Inês. Na cena seguinte, o moço regressa com uma carta do irmão de Inês Pereira, que anunciava a morte do escudeiro. Inês mostra-se satisfeita e feliz, mas o moço rege tristemente e chora. Depois disso, os dois despedem-se e cada um segue o seu caminho. O grupo trouxe adereços adequados. Por exemplo, Inês Pereira (representada por Bernardo) tinha agulhas de tricô e rendas e também fez uma voz feminina, mas havia alguma falta de emoção no seu tom. O escudeiro (Dinis) encarnou muito bem a sua personagem, desde o tom de voz até às emoções. Trouxe uma espada, uma capa e chaves de casa como adereços. No entanto, poderia ter falado mais devagar e de forma mais clara. O moço (David Mesquita) também representou bem a personagem: tinha boa presença, boa entoação e a cara “suja”; porém, esteve de costas para o público em alguns momentos. Em geral, o grupo teve um bom desempenho. Estavam bem organizados, encarnaram muito bem as personagens e trouxeram adereços que tornaram a apresentação ainda mais interessante. Tem poucos pontos a melhorar, sendo um deles o cenário e os pontos mencionados no parágrafo anterior. Concluindo, a representação foi cativante, divertida e atraía a atenção do público. Beatriz Ferreira e Yasmin Swerak

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Encenação/Personagens 6

David Rodrigues, João Conde, Maria Inês,

Mariana Santos

Inês Pereira encontra-se na sala sentada numa cadeira. Inês cantarolava sozinha, sentindo-se bastante alegre, satisfeita com a sua vida e completamente livre do falecido marido, que a mantivera presa numa vida solitária e constantemente censurada. A primeira personagem que entra em cena é Lianor Vaz. Esta pretende consolar Inês Pereira, que demonstra estar triste e desolada pela morte do marido, e pretende também convencer Inês a casar com Pero Marques. Inês levanta-se da cadeira para receber a amiga e ajuda-a a sentarse com ela; nesse momento, finge estar a chorar, mas ao longo do diálogo entre ambas a sua postura desolada vai sendo gradualmente substituída por uma atitude mais despreocupada, que é própria desta personagem. Após conseguir o consentimento de Inês quanto ao casamento com Pero Marques, Lianor Vaz trata de providenciar todas as condições necessárias para que tal aconteça. A personagem sai de cena e retorna ao palco, segundos depois, acompanhada por Pero Marques, que se mostra despreocupado e tem uma atitude bastante grotesca e rude perante toda aquela situação. Os dois declaram-se marido e mulher por palavras de presente, e Lianor Vaz termina a sua prestação na peça. Pero Marques mantém a simplicidade. Ingénuo e tonto, acede cumprir todos os desejos da esposa, incluindo deixá-la sair à sua vontade. Surge em cena um último interprete, o Ermitão, que demonstra uma grande angústia e desalento quando encara Inês e Pero, sentido pena de si próprio e da sua aparente vida miserável. Ele apela à boa vontade do casal e Inês reage com intuitos menos puros. Inês dá esmola ao ermitão e quando Pero Marques se afasta deles o falso religioso declara a sua grande coita amorosa para com a protagonista. Inês reconhece o ermitão como um amigo da sua infância, mostrando, indiretamente, desrespeito pelo matrimónio. A personagem feminina "toma as rédeas" da relação conjugal e aproveita-se da ingenuidade do marido para satisfazer todas as suas vontades. Este transporta às costas a mulher e duas lousas, na cena final, ao encontro da ermida, sendo que Inês torna-se adúltera, sob o olhar tolo do marido, que não se apercebe da situação. A cena termina assim com Inês às costas do marido, a cantarolar enquanto vai ao encontro o objeto de adultério de Inês. Em relação à atuação, achamos que realizámos um bom trabalho, com muitos pontos fortes, entre os quais a expressividade com que encarámos as nossas personagens, utilizando até adereços adequados às mesmas, com o intuito de dar um carácter mais verídico à encenação, mas ao mesmo tempo sabemos também que a nossa dicção não foi a melhor. No final, vimos isto como, um desafio às nossas capacidades, muito bem sucedido. David Rodrigues; João Conde; Maria Inês; Mariana Santos

Eu representei Pero Marquês no último ato da "Farsa de Inês Pereira" encenada no dia 24 de janeiro.

Tenho uma média estatura e um ar descontraído. Sou rico, penso que tenho o direito de ser rude com as pessoas, penso que gostaria de não ter um ar tão torto de trabalhador do campo. Sinto-me bastante feliz, pois finalmente a mulher dos meus sonhos aceitou casar comigo. O que eu gostava mesmo era de usar a Inês para ter um filho, ou seja, tenciono por Inês Pereira grávida, mas também a quero ver feliz, por isso tenciono fazer o que ela me pede, mesmo sendo isso ir a uma igreja para ela me trair. A minha relação com Inês Pereira é divinal, uma vez que nos casamos e que iremos ter um filho; por isso não entendo as indiretas que ela diz quando se encontra às minhas costas. Lianor Vaz não passa de alguém me levou até Inês, por isso vejo-a apenas como uma casamenteira. Relativamente ao Ermitão, por outro lado, não tenho contacto com ele na peça, mas percebo que ocorreu algo entre ele e a minha mulher. Percebo que a Inês, se calhar, traiu-me, mas eu não quero acreditar, pois vamos a ver e ela é a minha esposa, por isso não me deve ter traído. Eu, o grande e rico Pero Marques, quero acabar dizendo que adoro a minha esposa e que ela me faz muito feliz

David Rodrigues

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Personagens/crítica 6

Nesta encenação, realizada no dia 24 de janeiro deste ano de 2019, eu interpretei a personagem do Ermitão na “Farsa de Inês Pereira”, obra da autoria de Gil Vicente. Participei na quarta cena do último episódio, juntamente com três colegas. Eu, Ermitão, sou uma pessoa baixa, mas com ar elegante. No início sentia-me desolado e rejeitado por Inês, mulher que eu amava, mas que estava casada com Pero Marques, um homem com mais posses do que eu, mas que era um burro autêntico. O meu objetivo sempre esteve bem delineado na minha cabeça, e era conquistar Inês, a minha amada. A minha relação com as outras personagens, Pero Marques e Lianor Vaz, era praticamente inexistente, pois apenas conhecia Inês, com a qual já mantinha uma relação de longa data. Tratava-se principalmente de uma relação de grande lealdade e amizade. A minha entrada foi planeada, pois eu sabia que a Inês ia casar-se naquele dia. Então, fingi ser um mendigo para entrar na ação e tentar alcançar algo de Inês. No final, a minha tentativa foi bem sucedida e consegui envolverme com o meu grande amor, tornando-me o objeto de adultério por parte da mesma. Concluindo, acho que tanto eu como os meus colegas realizámos uma bela atuação, cheia de emoção e expressividade. João Conde

Na peça eu representei a personagem Lianor Vaz. Neste ato apresento-me como uma mulher de estatura média, com um corpo bastante desenvolvido e cabelos castanhos ondulados. Vejo me como uma pessoa atrevida, interesseira, aberta, sem intenções genuínas, preocupada com a minha aparência. Por outro lado, relaciono-me facilmente com as pessoas e falo abertamente com elas. O meu objetivo é arranjar um marido para Inês. Não considero que tenha sido um trabalho difícil, porque sou desenrascada e persuasiva, visto que convenci Inês a casar com Pero Marques por este herdar uma fazenda de mil cruzados. Eu, Lianor Vaz, fiquei feliz, no final do ato, porque consegui realizar mais uma vez o meu trabalho com sucesso.

Mariana Santos

A opinião dos colegas—apreciação crítica A peça «A Farsa de Inês Pereira» foi dramatizada em sala de aula e cada grupo interpretou um excerto. O grupo composto pelo David Rodrigues, Maria Inês, Mariana Santos e João Conde interpretou as personagens Pero Marques, Inês Pereira, Lianor Vaz e Ermitão, respetivamente. Nestas cenas, Inês Pereira e Pero Marques casam-se com a ajuda de Lianor Vaz. Durante um passeio, Inês e Pero Marques encontram um ermitão que lhes pede esmola. Este, em conversa com a Inês, afirma que se tinha apaixonado por ela anteriormente, mas que ela não lhe tinha dado importância. Assim, a única forma de falar com ela era disfarçar-se de ermitão. No geral, todas as personagens estiveram bem. No entanto, há pontos a melhorar. A Mariana devia ter falado um pouco mais alto, mas em termos de expressividade, estava bem. A Maria Inês podia ter adotado uma postura mais séria em algumas partes da cena mas, de resto, esteve bem. Em relação ao David, encarnou muito bem a personagem. Por fim, o João, ao longo do discurso podia ter encarado mais vezes o público. No entanto esteve bastante bem, tendo em conta a dificuldade da personagem. Em conclusão, podiam ter utilizado mais adereços, mas interpretaram bastante bem todas as personagens.

Beatriz Duarte e Teresa Geada

Neste texto de apreciação iremos falar sobre o desempenho do grupo 6, constituído por João Conde (Ermitão), Maria Inês (Inês Pereira), David Rodrigues (Pero Marques) e Mariana Santos (Lianor Vaz), que representou as últimas cinco cenas da “Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente. Na primeira cena representada está Inês, que finge chorar pela morte do seu marido, enquanto fala com Lianor Vaz, que a aconselha a casar de novo, desta vez com Pero Marques. Na cena seguinte, que se inicia com a partida de Lianor Vaz em busca de Pero Marques, Inês tem um pequeno monólogo em que considera o casamento com Pero Marques. A cena seguinte começa com a chegada de Lianor e Pero. Este casa com Inês e têm um pequeno diálogo. Decidem, entretanto, ir passear. Na quarta cena, Pero e Inês são visitados por um ermitão que lhes pede por esmola. Este revela ter uma paixão por Inês, que fica chocada por se lembrar dele. 17

Inês promete ir visitar o ermitão e fica subentendido que tiveram um caso. Na quinta e última cena, Inês e Pero passeiam, enquanto ela ironicamente o insulta, enquanto cantam, e assim acaba a peça. Em relação ao João Conde, este encarnou bem a sua personagem e tinha um bom castelhano. Foi o que, na nossa opinião, esteve melhor. No caso da Maria Inês e do David Rodrigues, sentiuse que não representaram tão naturalmente como o João, mas notou-se que sabiam bem as suas falas e movimentações. No caso da Mariana Santos, esta soube desenrascarse, apesar da sua condição física. No geral, a representação por parte deste grupo foi boa e entreteve-nos.

Gustavo Sousa Nª16; João Gaspar


Encenação 7

Adérito Neto, Beatriz Ferreira, Danilo Tachy, Yasmin Swerak Nós encenamos as últimas 7 cenas da “Farsa de Inês Pereira”. Nesta parte da peça, após a morte do escudeiro, Inês Pereira (que é uma jovem de classe média, que tem como objetivo casar com um homem que alcance as suas expetativas; é egoísta, egocêntrica, preguiçosa e infiel) finamente aceita casar com Pero Marques (que é um homem do povo que recebeu uma herança e vive numa quinta, é pouco inteligente e ingénuo e tem como grande objetivo casar com Inês Pereira) depois de conversar com Lianor Vaz (que é uma casamenteira excêntrica que quer casar Inês Pereira para finalmente ser paga pelos seus serviços). Logo após o casamento, aparece um ermitão (que fingia ser ermitão para chegar perto de Inês, pois era apaixonado por ela - o seu amor pela jovem é a sua motivação) a pedir esmola. Inês e o ermitão vão para o jardim, onde ele declara o seu amor, e ela reconhece-o como alguém do seu passado. Cometem adultério e marcam outro encontro. Inês regressa para ao pé do seu marido e pede-lhe para irem à romaria. No caminho, deparam-se com um rio, e Inês pede para ser carregada. Pero Marques segue caminho com ela às suas costas, a cantarolar. Para a encenação da peça, o grupo utilizou poucos adereços, mas estes poucos adereços ajudaram a caracterizar os personagens. Lianor Vaz não utilizou nenhum adereço, o que seria um ponto a melhorar. Inês Pereira arranjou o cabelo de acordo com a época e trouxe moedas para usar como esmola. Também haviam lousas, que neste caso eram luvas. Pero Marques prendeu o cabelo e o ermitão usou um capuz. Em geral, a encenação correu bem e toda a gente conseguiu representar e encarnar bem as suas personagens, através do uso de gestos e entoação de voz para aumentar a expressividade. Para a próxima, temos de arranjar um cenário e adereços mais elaborados. Adérito Neto, Beatriz Ferreira, Danilo Tachy, Yasmin Swerak

Opinião Em geral acho que a representação correu muito bem! Os alunos deram sempre o seu melhor, dentro das limitações de não serem atores, e esse esforço refletiu-se na sua apresentação. O único e pequeno aspeto que eu tenho a apontar é que deviam ter falado um bocadinho mais alto e tentar demonstrar um bocadinho menos os nervos, mas eu percebo-os perfeitamente. De resto, estava tudo muito bem e os alunos em questão aceitaram muito bem o desafio que lhes foi proposto, abraçando-o e dando o seu melhor.

Inês Ferreira

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Personagens 7

Eu sou o Ermitão, que é uma das personagens da “Farsa de Inês Pereira”.

Eu sou uma pessoa muito apaixonada, uso a língua castelhana, sou muito aproveitador, isto é, aproveitei o escudeiro ter morrido e Inês ter-se casado com um campónio para a visitar, pois por causa dela tive um grande desgosto amoroso. Uso um manto grande e castanho que me cobre o corpo todo: “me hizieron vestir tal paño”. Não tenho grandes posses financeiros, por isso sou um mendigo. O meu objetivo é reconquistar a Inês Pereira, que para mim é doce, amorosa, bonita, amigável e bondosa: “eu tenho por devação dar esmola ao um Ermitão”. Aproveitei esta situação, porque o Ex-marido de Inês faleceu, sendo ele escudeiro e Inês está agora com um campónio. Tentei fazer “coisas” com a Inês, mas ela marcou para outro dia. Concluo que a minha tentativa de a reconquistar foi um sucesso. Adérito Neto

A personagem que encarnei na peça foi Inês Pereira, que é a personagem principal da “Farsa de Inês Pereira”. Sou uma jovem de classe média, uso vestido e um véu. Minha mãe insiste em que eu me case com um homem rico. Eu, porém, tinha outras exigências: ele tem que saber tocar viola, falar bem, ser discreto... Lianor Vaz é uma casamenteira que a princípio me oferece um homem parvo, Pero Marques, ridículo!!! Eu, obviamente, mandei-o embora, não ia aceitar casar com um homem daqueles (nem sentar-se numa cadeira ele sabia!). Dois judeus casamenteiros apresentaram-me o escudeiro, que parecia ser o homem perfeito para mim. Logo após o casamento, porém, ele mostrou-se uma pessoa horrível, controladora, que não me deixava nem sair de casa. O escudeiro foi para a guerra e, após receber uma carta de meu querido irmão, descobri que ele foi morto ao tentar fugir do campo de batalha, que covarde! Não vou mentir, adorei a notícia. Nessa altura, Lianor Vaz sugeriu novamente que eu me casasse com Pero Marques. Achava que ela estava louca, considerando a péssima experiência que tive, não queria casar-me de novo de maneira alguma. Mas, ao pensar melhor, Pero é um homem muito ingénuo e parvo, e ama-me. Ao casar-me com ele, eu teria toda a liberdade que queria, poderia fazer o que quisesse, ir onde eu quisesse, e ele aceitaria. Aceito casar-me. Logo que terminou a pequena cerimónia, um ermitão apareceu à porta e, após conversar um pouco com ele, descobri que era alguém do meu passado, que sempre me mandara presentes. Entretanto, na altura eu era ainda muito jovem e não lhe dava atenção. Cometi adultério com o ermitão, mas Pero é tão parvo que provavelmente nem percebeu. Quando voltei para casa e fui ter com meu marido, ele, de facto, nem desconfiou, tão tolo é! Fomos juntos à romaria e fi-lo tomar várias lousas. Logo depois, cantamos uma música em que eu o chamava de “cervo” e ele nem notou. Concluindo, fui enganada no meu primeiro casamento por aqueles casamenteiros malditos, e aquele marido covarde e grosseiro. Depois casei-me com pero Marques, um homem ingénuo e parvo. Desta vez sou eu quem irá enganar! Traio meu marido com o ermitão, uma pessoa de meu passado, e Pero nem percebe. Neste casamento com Pero consigo persuadi-lo e enganá-lo facilmente. Preocupo-me muito comigo mesma e não me importo em enganar outras pessoas se for para atingir meus objetivos (me casar com alguém que me ame e ter libertade). Yasmin Swerak

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Crítica 7

O grupo 7 foi constituído pelo Adérito (Ermitão), Beatriz Ferreira (Pêro Marques), Yasmin (Inês Pereira) e Danilo (Lianor Vaz). Depois da morte do Escudeiro, Inês finge estar destroçada perante Lianor Vaz. Esta convence-a a casar de novo, desta vez com Pero Marques. Lianor traz Pero, que, depois de falar com Inês, casa com ela. Adiante, vem um Ermitão bater à porta pedir esmola. Este revela a Inês que eram amigos de infância e que ela lhe partiu o coração. Inês dá-lhe esmola sozinha e acaba por ficar a conversar com o Ermitão, não sendo claro se esta traiu o marido ou não, apesar de haver suspeita. Inês em seguida volta para Pero e convence-o a carregá-la até à ermida. A cena acaba com ambos a cantar uma música que troça de Pero. A nível individual, há vários aspetos que deviam ter sido melhor trabalhados, como, por exemplo: o espanhol do ermitão, que mostrou muito pouca fluência e foi muito difícil de perceber. Além disso, teve dificuldade em entrar na personagem do ponto de vista da expressividade e da postura. A Beatriz Ferreira fez um bom trabalho; no entanto, não demonstrou muito bem a mentalidade do Pero. A Yasmin encarnou muito bem a Inês, a nível sentimental e teve um discurso muito fluente e percetível. Lianor Vaz tinha dificuldade em perceber quando devia falar, em mostrar reações à ação e falou de forma muito inexpressiva. Se nós pudéssemos mudar algum aspeto, trocaríamos os papeis do Danilo e da Beatriz, que foram do sexo oposto ao dos atores. Em suma, a interpretação desta cena apresentou algumas falhas nas personagens e no posicionamento; no entanto, foi uma cena bastante difícil e extensa, o que exige um grande esforço por parte dos atores. André Pires e Ricardo Carvalho

A peça teatral «Farsa de Inês Pereira» representada pela companhia de teatro do 10ºA, foi realizada no dia 24 de janeiro numa sala de aula da Escola Secundária du Bocage. Uma das cenas que mais nos agradou foi representada pelos atores Adérito Neto, o Ermitão, Beatriz Ferreira, Pero Marques, Yasmin Swerak, Inês Pereira, e, por fim, Danilo Tachy como Lianor Vaz. As cenas que eles representaram relatam o final da história, quando Lianor Vaz volta a propor a Inês Pero Marques como seu futuro marido. Desta vez, ela aceita alegremente. Posteriormente, aparece um conhecido de Inês mascarado de ermitão, pedindo esmola, e é recebido por ela. Inês, com os seus pensamentos impróprios, pede a Pero Marques para ir visitar o Ermitão à ermita e este, ingénuo, aceita. Ao longo do caminho, para além de tiranizar o marido, vai dizendo indiretamente que o anda a trair. De uma maneira geral, todos os atores conseguiram encarnar bem a sua personagem, apesar de demonstrarem pouco à vontade em palco, pois falavam baixo e com pouca expressividade. A personagem que mais se destacou foi Inês Pereira, porque mostrou uma maior confiança em relação às suas falas, soltando-se um pouco mais relativamente às outras personagens. Este grupo apresentou uma grande evolução ao longo de todo o percurso até ao dia do espetáculo. Finalmente, podemos afirmar que valeu muito a pena o trabalho destes atores, pois empenharam-se todos no seu papel, de modo a darem a conhecer o enredo da história e a divertirem o público.

Inês Ferreira; Juliana Smolders.

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