NÚMERO
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junho de 2019
Campeonato de Jogos matemáticos Articulação curricular Astronomia
Bora lá ler! Partilha de leituras
editorial
Já nos momentos finais do ano escolar de 2018/2019, não quisemos deixar de partilhar alguns dos momentos especiais do nosso quotidiano escolar. Assim, apresentamos aqui algumas atividades realizadas em conjunto por diferentes disciplinas, vulgo interdisciplinares, no âmbito do Português, da Biologia e Geologia, da Psicologia . Algumas delas inserem -se ainda no contexto da biblioteca escolar. Vão elas desde a elaboração de cartazes científicos à partilha de leituras . Realçamos, também, o campeonato de jogos matemáticos que, este ano, teve lugar nas instalações da nossa escola. Por fim, e na linha das ciências, é tempo de falar em eclipses, pelo que se recomenda a leitura da contribuição do clube de astronomia.
Colaboradores : Ana Maria Sequeira Gonçalves Ana Rita Nunes Andreia Peixoto Andreia Rosa Beatriz Cordeiro Daniel Chetvergov Diogo Arruda Filomena Rodrigues Francisco Moura Gonçalo Carrega Gonçalo Oliveira Inês Coelho Inês Santos Inês Silvino Isabel Aniceto Isilda Silva Joana Carvalho João Gomes José Oliveira José Romba Margarida M. Santos Maria da Maia B. M. Pinto Mariana Ribeiro Mariana Santos Mariana Marques Matilde Pereira Miguel Ferreira Miguel Teixeira Mónica Romão Nichita Zamisnii Raquel Peixoto Rodrigo Batista Rosa Duarte Raul Brandão Sara Chipenda Sofia António Sophie Lénaerts Teresa Hieu
Equipa responsável Alexandra Cabral Ana Paula Rosa Paula Barros
Coordenação Alexandra Cabral
Logotipos André e Joana
jornalsemnome@gmail.com 2
Monte Fuji
POSTER CIENTÍFICO Articulação curricular das disciplinas de Biologia – Geologia e Português
Este trabalho surgiu numa aula de Biologia e Geologia acerca do domínio: estrutura e dinâmica da geosfera e contou depois com a colaboração da disciplina de Português. Pretendeu-se com esta atividade potenciar o desenvolvimento de competências essenciais por parte dos alunos, de modo a alcançar o “perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória” e a proporcionar um ensino e aprendizagem que se pauta por métodos ativos, pelo ensino experimental e pela organização do trabalho cooperativo em torno de projetos que promovam a reflexão em ação. Nas aulas de Biologia e Geologia os alunos procederam (em grupo) à pesquisa e criação de posters científicos, tendo a elaboração textual do mesmo (poster científico) sido aperfeiçoada e revista posteriormente num trabalho de articulação com a disciplina de Português.
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Kracatoa
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Monte Kilimanjaro
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Monte Santa Helena
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VulcĂŁo pinatubo
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Vesúvio
VESÚVIO
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VulcĂŁo dos capelinhos
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Kilauea
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etna
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Bora lá ler
Bora lá ler! Partilha de leituras Articulação curricular das disciplinas de Português, Psicologia B e Biologia Bora Lá Ler! Leituras partilhadas A leitura é a pedra basilar de acesso ao saber, de construção do conhecimento, de desenvolvimento de competências transversais ao currículo, de consolidação de hábitos e do prazer de ler ao longo da vida. Privilegiamos uma formação dos alunos integrada e integradora de abordagens científicas e literárias fundamentadas nas leituras de diferentes autores. Ler, comunicar e escrever foram competências desenvolvidas ao longo do ano, com os alunos da turma do12.º B, com a flexibilização do currículo na disciplina de biologia e em articulação curricular das disciplinas de português, biologia, psicologia b e a biblioteca escolar. “Leituras partilhadas sobre a genética e cérebro” foi um projeto de leitura e de escrita, planeado no conselho de turma e desenvolvido ao longo do primeiro e segundo períodos. Numa sessão na biblioteca, partindo de uma roda de leitura de livros da coleção da biblioteca, os alunos foram convidados e escolher os livros, organizando-se em pequeno grupo ou trabalhando individualmente, de acordo com a afinidade de interesses. A escolha não foi pacífica, os alunos foram às estantes e trouxeram novos livros, que propuseram às docentes. Feita a escolha, e partindo de guião fornecido pelas docentes de biologia e psicologia b, os alunos iniciaram as leituras, elaboraram os trabalhos e comunicaram-nos à turma, nas aulas de biologia e psicologia b. E, porque a partilha é importante entre pares, alunos voluntários apresentaram as suas leituras nas Semanas das Ciências, da Psicologia e da Leitura. Numa fase seguinte, e com a colaboração do docente de português, desafiámos os alunos a escreverem um artigo para publicação no jornal da escola e na plataforma do projeto “Bora Lá Ler!” do Plano Nacional de Leitura. Neste número do jornalsemnome, num propósito da biblioteca escolar de promoção da leitura e da escrita, divulgamos as leituras dos nossos alunos, esperando que os seus textos contagiem os colegas para a curiosidade de descobrir estes livros e muitos outros, que integram a coleção da biblioteca. A leitura é uma fonte inesgotável saber, um refúgio, um mundo por onde viajamos, um espaço de encontro com personagens que conhecemos, com quem partilhamos segredos, alegrias, tristezas, um prazer pessoal e que gostamos de partilhar com os que nos rodeiam. Generosamente os nossos alunos partilham os seus textos com os leitores, acreditando com Jorge Luís Borges que “ o livro é uma extensão da memória e da imaginação” e ainda que “ uma forma de felicidade é a leitura”. Boas Leituras! Isilda Silva e Rosa Duarte
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Bora lá ler
O LIVRO DA CONSCIÊNCIA
A leitura do livro vai permitir-nos descobrir mais sobre nós mesmos, vamos perceber o que acontece no nosso cérebro quando tomamos as decisões mais simples do nosso dia a dia, sem ter noção de quão complexa é a operação que ocorre no cérebro naquele instante.
O Livro da Consciência, cujo título remete para Fernando Pessoa e para o sofrimento que o consciente lhe causa, abrange várias áreas como filosofia, biologia e psicologia. O autor pretende transmitir o que acontece no órgão mais complexo do corpo, até hoje ainda não totalmente estudado: o cérebro. Apesar de Fernando Pessoa querer ser feliz ficando inconsciente e parando de pensar, Damásio vai destacar a importância de sermos conscientes. No início do livro, confrontamo-nos com uma explicação sobre o que é o consciente. Embora pareça uma pergunta fácil, na realidade é desenvolvida em centenas de páginas. Nestas, o autor responde a inúmeras questões, de que destaco: “Como surgiu o consciente? Que condições foram necessárias para que o consciente surgisse? Como difere o nosso consciente do consciente dos nossos primórdios?”. Nos capítulos seguintes, o autor introduz a vertente biológica do tema, isto é, o funcionamento do cérebro, a sua evolução biológica, a constituição, a variação e a função que cada área desempenha. O neurocirurgião tem a noção de que as neurociências mudaram muito no último século, evoluindo consoante o avanço científico. A leitura aconselha a fazer paragens para reflexão sobre os tópicos lidos, interiorizando os novos conceitos e as teorias, de modo a perceber melhor a sequência. Uma vez que os temas abordados na introdução serão desenvolvidos ao longo da obra, recomenda-se que o leitor retome os mesmos tópicos, considerando o seu desenvolvimento ao longo do livro. Nos capítulos seguintes, o leitor confronta-se com temáticas como as semelhanças que os seres humanos têm com as plantas, o que difere entre nós e, em simultâneo, o motivo por que somos tão parecidos.
Será ainda introduzido o tópico das sensações, relatando a sua evolução, o tipo de sensações que possuímos e em que ocasiões particulares podem surgir ao longo da vida. O mais interessante começa nos capítulos em que são desenvolvidos assuntos como imagens cerebrais e mapeamento cerebral, explicados com elegância e rigor: “Os padrões mapeados constituem aquilo que nós, criaturas conscientes, aprendemos como sons, texturas, cheiros, sabores, dores e prazeres – ou seja, imagens.” O autor confronta-nos com a realidade de que não somos apenas seres com uma dimensão física, mas também psicológica. Isto é, aquilo que o nosso cérebro pode interpretar como uma mesa poderá ser entendido como um computador, se a imagem for lida por outro cérebro. Uma parte marcante está no capítulo sobre o desenvolvimento da Anencefalia: uma malformação do cérebro no feto que, por norma, é originada com traumas que causam a reabsorção do córtex. Este fenómeno extraordinário e assombroso é uma das maiores provas da evolução do desenvolvimento do cérebro, já que, apesar destes indivíduos não possuírem córtex, têm capacidade cognitiva, embora esta esteja num nível muito primário. É uma obra que se recomenda aos leitores mais curiosos acerca da origem do consciente e da essência do seu ser. Descobre-o na biblioteca! Damásio. A (2010) O Livro da Consciência. Lisboa: Temas e Debates Nichita Zamisnii
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O Cérebro, de David Eagleman O livro leva-nos numa viagem pela densa quantidade de neurónios e conexões que compõem o cérebro, tornando-o num dispositivo com capacidade de se configurar a si próprio face às experiências vividas e aos estímulos externos. O autor explica a capacidade do cérebro de recuperar funções danificadas e revela como podemos “hackear o nosso próprio sistema”, compreendendo quem somos e tornando-nos, consequentemente, em pessoas melhores.
O Cérebro tenta responder à pergunta “quem somos?”, falando sobre o comportamento, como percecionamos a realidade e como tomamos decisões. Os neurónios são células nervosas que conduzem o impulso nervoso pelo corpo. Este é transmitido pela libertação de neurotransmissores, na fenda sináptica. Uma rede neuronal consiste num sistema de neurónios interligados. Ao longo da infância, o cérebro vai reduzindo o número de ligações, adaptando-se às particularidades do ambiente em que vivemos. O desenvolvimento do cérebro é mais ativo nos dois primeiros anos de vida, sofrendo modificações ao longo da vida. Estudos mostram que somos sensíveis ao meio, sendo um ambiente estimulante fundamental ao desenvolvimento cerebral. Sem cuidados emocionais nem estimulação cognitiva, o cérebro da criança tem dificuldades de desenvolvimento. Há alguns anos, admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade regenerativa e que o cérebro possuía um programa genético fixo. O aumento do conhecimento sobre o cérebro mostrou que este é muito mais maleável do que até então se imaginava. A relação que o ser humano estabelece com o meio produz grandes modificações no cérebro, permitindo uma constante adaptação e aprendizagem ao longo de toda a vida. O mecanismo de suplência do cérebro ou função vicariante é a capacidade de recuperar total ou parcialmente as capacidades perdidas devido a uma lesão cerebral. A memória é a função mental que permite reter a informação, ou seja, aprender. Cientistas sustentam que o cérebro humano é capaz de
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armazenar memórias por volta dos três anos de idade. As primeiras recordações são baseadas em “fragmentos de experiências”, ou seja, em situações, interações ou informações que a mente junta, constituindo-se como base de conhecimento da nossa infância. As falsas memórias ocorrem quando as pessoas se lembram de coisas que não aconteceram ou quando a lembrança contém detalhes que não correspondem à realidade. Na nossa memória estão recordações de coisas que nunca aconteceram, porque percebemos mal, fomos influenciados ou simplesmente já lhes acedemos tantas vezes que alterámos essas lembranças com o uso. Assim, cada cérebro é único e em desenvolvimento, porque “cada um de nós tem o seu próprio trajeto – determinado pelos genes e pela experiência (...). Os cérebros são tão únicos como flocos de neve.(…) Não temos um caráter fixo. Desde o berço até à morte, somos projetos em curso.” Um livro recente e a descobrir na biblioteca! Eagleman, D. (2015). O Cérebro. Alfragide: Lua de Papel Margarida M. Santos, Maria da Maia B. M. Pinto, Sophie Lénaerts
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Gene, Célula, Ciência, Homem O grande tema deste livro é a relação genéticaambiente, com o levantamento de questões que esta díade suscita. Qual será o fator que mais nos influencia? Em que medida e como podemos “controlar” os nossos genes? É a este tipo de perguntas que o autor tenta responder, deixando lugar ra a reflexão do leitor. A conclusão é que estes dois fatores se influenciam, agindo, não individualmente, mas sim em interação. O método adotado pelo autor para explicar as investigações enfatiza a apresentação de exemplos do quotidiano, contrariando as visões de senso comum (reducionistas) que temos sobre a genética e os comportamentos. Um dos exemplos é a iliteracia científica portuguesa. O mau desempenho dos portugueses nesta área é muitas vezes associado aos genes e ao facto de haver algo de errado com eles. No entanto, o autor contrapõe esta teoria afirmando que “Os problemas com que nos defrontamos na literacia, na matemática, nas ciências (e na vida em geral) não têm a ver com os genes e sim com o “ambiente” no seu sentido mais lato[…]”. Quando fala acerca dos progressos no ramo da genética, o autor expressa que as próximas décadas serão mais entusiasmantes do ponto de vista da epigenética, ou seja, nos estudos das alterações nas funções genéticas transmissíveis que não provocam trocas nas sequências do DNA, e da ecogenética, que estuda características genéticas influenciadas pelo ambiente. Relata também algumas das evoluções que prevê, entre elas, a atuação no domínio da prevenção em “doenças de etiopatogenia multifatorial”, resultantes da interação genéticoambiente, tornando o cancro uma doença crónica, com a qual é possível seguir uma vida relativamen-
te normal, e ainda a possibilidade da utilização do genoma de cada paciente para desenhar personalizadamente um tratamento único, dado que cada indivíduo possui o seu perfil genético. Afirma ainda que os avanços da genética permitirão também descobrir a existência de genes que controlam negativamente a proliferação das células e o funcionamento de outros genes. É neste equilíbro entre a proliferação e a apoptose celular (autodestruição das células) que se poderá encontrar a chave para a avaliação e tratamento das doenças do próximo milénio. O cancro é uma doença que todos temem. E em que consiste? Esta doença define-se como uma proliferação anormal de células no nosso organismo, devido à resistência das mesmas à apoptose, o que as impede de realizar corretamente o seu ciclo de vida. Forma-se, assim, um tumor com as células existentes. Este pode ser benigno ou maligno. Se for benigno, raramente põe a vida em risco. Geralmente, pode ser removido e, muitas vezes, regride. Neste caso, as células constituintes não se "espalham", não ocorre a metastização. Se o tumor for maligno pode pôr a vida do paciente em risco. As suas células podem invadir e danificar os tecidos envolventes, dando origem a tumores secundários. Procura o livro na tua biblioteca! Beatriz Cordeiro, Diogo Arruda, Mariana Ribeiro Fonte bibliográfica: Simões, Manuel (2010). Gene, Célula, Ciência, Homem. Lisboa: Verbo
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Uma Visita Politicamente Incorreta ao Cérebro Humano
São várias as questões que esta leitura nos coloca, mas as mais pertinentes são: quem sou eu?; o que é o cérebro e quais as suas funções? O livro põe-nos a pensar sobre nós mesmos e permite relacionar pensamentos e ações com a fisiologia do corpo humano, ou seja, perceber que atitudes e comportamentos são assumidos pelo cérebro, enquanto suporte fisiológico.
O livro pretende explicar quem somos e alguns dos nossos comportamentos. Fazendo referência a fatores biológicos, o livro desmistifica o fascinante sistema que nos torna únicos. Pela leitura, desvendamos alguns dos mistérios do cérebro, essencial no autoconhecimento físico e psicológico. Este artigo procura divulgar alguns aspetos da obra que a tornam interessante, de forma a aliciar todo o tipo de leitores. O cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano e estabelece inúmeras ligações fundamentais com o organismo. Esta máquina, em constante evolução e aprendizagem, é o órgão que mais energia consome e o único que pode pensar sobre si mesmo. No entanto, a falta de apenas uma destas ligações pode desencadear problemas a vários níveis. As questões surgidas ao longo do livro obtiveram resposta. Realçamos a escrita acessível do autor na divulgação de alguns conceitos científicos, sem se perder informação relevante, o que tornou a leitura aliciante e enriquecedora. O que esperávamos antes de abrir este livro era algo maçador e excessivamente informativo. No entanto, revelou-se uma obra adequada para jovens estudantes e para adultos. Além de fonte de novos conhecimentos, o livro ajudou-nos a relembrar conceitos sobre a organização e funcionamento cerebral. Referimo-nos, por exemplo, à constituição e comunicação entre neurónios: “Uma das diferenças importantes […] entre o cérebro dos humanos e o das outras espécies […] reside nas terminações nervosas e sinapses […]”.Percebemos também que há um conjunto de processos biológicos a acontecer dentro de nós e de que somos dependentes. Eles controlam muitos comportamentos, como a respiração e a circulação, como se fôssemos marionetas. Aprendemos ainda sobre alguns transtornos comportamentais: o TOC (Transtorno Obsessivo-
Compulsivo), a Doença Bipolar e a Prosopagnosia, e respetivas explicações neurofisiológicas. Descobrimos a importância da comunicação entre os hemisférios cerebrais: “ Cada metade do cérebro pode ter uma solução diferente”. Veja-se o caso de um diabético sem corpo caloso (a estrutura que liga os dois lados do cérebro): perante uma maçã e uma fatia de bolo, visto que cada lado do corpo age de forma independente, (não há comunicação entre os dois hemisférios), resulta um conflito, pois a mão esquerda (controlada pelo hemisfério direito) quer o bolo, e a direita (controlada pelo hemisfério esquerdo) quer a maçã. No entanto, “ É importante saber que quando não há lesões cerebrais existe uma comunicação constante entre os dois hemisférios cerebrais e as decisões são tomadas tendo em consideração todas as variáveis”. O livro é um tesouro para quem quer descobrir o que acontece dentro de si e à sua volta. Descobre-o na biblioteca! Caldas, A. C. (2013). Uma visita politicamente incorrecta ao cérebro humano. Lisboa: Guerra & Paz. Inês F. Ferreira dos Santos, Sara B. Ferreira Chipenda e Sofia I. S. Lopes António
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A Vida do Cérebro Este livro aborda as fases da vida do nosso cérebro desde o nascimento até à morte. Responde a várias questões, tais como: o nosso cérebro funciona sempre da mesma forma?; como é que o nosso cérebro se adapta às várias fases da nossa vida?
O livro A vida do cérebro, escrito por Alexandre Castro Caldas, trata as várias fases de desenvolvimento do cérebro ao longo da vida, expondo ao leitor as várias transformações que ocorrem neste órgão nas diferentes etapas da vida do indivíduo. Em primeiro lugar, ainda no desenvolvimento fetal, o autor correlaciona a concentração da hormona sexual testosterona no líquido amniótico com o desenvolvimento das competências visualconstrutivas, decorrentes da lateralidade direita do cérebro: “Os resultados, baseados em séries relativamente pequenas, sugerem que os níveis mais elevados de testosterona favorecem, em ambos os sexos, uma lateralidade direita mais marcada.”. De seguida, o autor avança para a fase infantil e faz uma analogia (“Se uma alimentação desequilibrada pode trazer problemas, devemos ponderar o que pode acontecer com a informação”) entre a alimentação e a aquisição de informação, defendendo que, da mesma forma que se deve ter cuidado com os alimentos que ingerimos, também se deve ter em atenção a informação que o cérebro da criança recebe, visto que, numa fase tão precoce da vida, este não está preparado para processar certos tipos de informação. Esta ideia relaciona-se também com os três tipos de memória que o ser humano possui: Primitiva, Semântica e Episódica. A primeira refere-se às capacidades inatas do ser humano, como comunicar e locomover-se. A memória semântica é adquirida a seguir, conferindo a capacidade de reconhecer objetos e pessoas. Por último, a memória episódica, mais complexa, inclui a capacidade de organizar episódios no tempo e constitui a base da memória au-
tobiográfica. Em relação à adolescência, o autor desmistifica as crenças de que existe um aumento da massa cinzenta e de que o desenvolvimento do cérebro termina nessa altura. Ao invés disso, existe um aumento da massa branca e o cérebro desenvolve-se ao longo de toda a vida. Por último, na idade mais avançada, o autor expõe que, a partir dos 40 anos, o nosso desempenho cognitivo e motor diminuem e o cérebro começa a “atrofiar”, com modificações no córtex pré-frontal e no hipocampo. Concluindo, o autor desmistifica várias crenças, como por exemplo “Outra ideia […] é a de que aquilo que aumenta mais no cérebro ao longo da vida não é a substância cinzenta, mas sim a substância branca”, comprovando a tese segundo a qual o cérebro não funciona de igual maneira ao longo da vida do indivíduo. No entanto, sabemos que, mesmo em idade mais avançada, é fundamental a estimulação contínua do cérebro, permitindo ao indivíduo envelhecer com qualidade de vida. Achamos que este livro é uma leitura enriquecedora, com um vocabulário bastante acessível a qualquer curioso sobre o funcionamento do órgão mais complexo do nosso corpo. O livro está disponível na biblioteca. Inês Silvino e João Gomes
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Jogos matemáticos
12º Campeonato de Jogos Matemáticos do concelho de Setúbal na Escola Secundária du Bocage
No dia 17 de maio, realizou-se o 12º Campeonato de Jogos Matemáticos do concelho de Setúbal, na Escola Secundária du Bocage. Participaram alunos oriundos das escolas Secundária du Bocage, Básica Barbosa du Bocage, Agrupamento Ordem de Sant´Iago, Dom Manuel Martins, Básica 2/3 de Aranguez, Secundária de Palmela, Básica Hermenegildo Capelo (Palmela) e Colégio St. Peter´s School. No evento participaram 80 alunos, que jogaram os jogos Gatos e Cães, Rastros, Avanço e Produto. Os alunos do Conservatório Regional de Setúbal fizeram a abertura do campeonato com um excelente musical que deixou a todos maravilhados. O Sr. Vereador da Câmara de Setúbal, Ricardo Oliveira, entregou os prémios aos alunos vencedores. Este evento teve os patrocínios da Câmara Municipal de Setúbal, e de várias editoras (Porto Editora, Raiz Editora, Leya, Livraria e Papelaria Arpa, Copiarrábida e APM). Foi uma tarde divertida, que possibilitou momentos agradáveis de confraternização aos alunos do concelho de Setúbal que participaram no evento, ao mesmo tempo que mostravam as suas habilidades de raciocínio matemático, permitindo, assim, que apreciassem o lado lúdico da Matemática, Com efeito, segundo Galileu Galilei, “A Matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo”.
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Jogos matemรกticos
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Astronomia
O eclipse solar total da relatividade geral
No dia 29 de maio, assinalámos os 100 anos do eclipse solar total, em que se confirmou a teoria da relatividade geral de Einstein, com a observação do Sol na nossa escola.
Das 10h às 11h e 30 min, as alunas Giulia Gois, Joana Tavares, Rita Pereira e Safira Elias orientaram a observação do Sol, no espaço junto ao Refeitório, tendo utilizado filtros de soldador e um telescópio equipado com filtro objetivo solar.
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