Jornalsemnome 57 abril de 2020

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NĂšMERO

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abril de 2020

Carta do diretor Dia Mundial da Leitura em voz alta O mar dĂĄ bom clima Poesia A ciĂŞncia tem limites? Parlamento dos jovens


Carta do diretor

À Comunidade educativa e aos alunos em particular Vivemos uma fase complexa e difícil: a escola está vazia e sem alunos. Sente-se a falta da agitação de um dia normal de aulas, dos corredores cheios e barulhentos. Muitos se questionam que tempo é este, em que a proximidade é condenada e o afastamento “social” largamente aconselhado? Em que a rotina passou, assim de repente, a ser desejada e a ter uma conotação totalmente diferente e surpreendentemente reconfortante. Contudo, e apesar disso, esta fase está cheia de desafios e oportunidades. A Escola teve de se reinventar num curto espaço de tempo: Os professores tiveram de mudar drasticamente as suas práticas pedagógicas; Os alunos perderam a companhia dos seus colegas, a presença dos seus professores e viram, ainda, a sua sala de aula mudar de configuração. A escola adotou uma outra forma de comunicação mais tecnológica, muito familiar e apreciada pelos nossos alunos; Os pais viram-se confrontados com a escola a entrar casa adentro e, por vezes, invadidos pelos trabalhos e pelos professores dos filhos. Tiveram mais consciência do trabalho que os filhos realizam durante um dia. Certamente que nem tudo correu bem e há muitos aspetos a melhorar. O ajuste a esta nova situação não é fácil e requer de todos um grande trabalho de envolvimento e compreensão. Por isso, é também um período de grande aprendizagem para todos e, provavelmente, depois da pandemia, a escola não voltará a ser a mesma. Será, desejamos nós, uma escola melhor e renovada. A escola está neste momento mobilizada para que o terceiro período corra da melhor forma possível e estamos a estudar formas de poder chegar aos alunos com o mínimo de transtorno para as famílias, garantindo, ao mesmo tempo, que as matérias sejam lecionadas e que os alunos aprendam. Estamos, assim, a construir um plano que vá de encontro às características da comunidade escolar que servimos, sempre atenta e exigente. Finalmente, gostaria de deixar aos alunos uma mensagem de esperança e de que tudo regressará à normalidade, esperamos nós, no mais curto espaço de tempo. Até lá mantenham-se ativos, estudem, leiam e contactem os vossos professores. Um grande abraço e muita saúde para todos! Pedro Tildes Gomes Este número do Jornalsemnome apresenta colaborações várias, de entre as quais gostaria de salientar um artigo da autoria de Inês Antunes Malta, jornalista do Setubalense que cobriu uma atividade em que a Escola participou e teve a gentileza de connosco partilhar o seu texto e as suas fotos. Aliás, o Jornal Setubalense tem vindo a colaborar connosco, tendo-nos permitido a pesquisa no seu arquivo relacionada com eventos da vida da escola. Nesta fase em que tudo se modificou, lembro que comemoramos, a 30 de abril e ainda em resguardo, os 70 anos da inauguração do nosso edifício, agora praticamente vazio. Lembro que estamos a coligir contributos para a edição de um livro sobre a escola. Que tal professores, alunos e encarregados de educação relatarem, para a posteridade, as novas experiências por que estamos a passar? Nunca uma realidade destas existiu! Fico à espera dos vossos textos: jornalsemnome@gmail.com As imagens que apresentamos são, na sua maior parte, fotografias de exposições que estiveram patentes ao longo do 2º período, das nossas turmas de artes, claro! Alexandra Lemos Cabral

Colaboradores Equipa responsÁvel Alexandra Cabral Ana Paula Rosa Paula Barros

Coordenação Alexandra Cabral

Logotipos André e Joana

Alexandra Lemos Cabral André Fonseca André Pires Andreia Pasadas Beatriz Borrego Beatriz Duarte Beatriz Varela Beatriz Ferreira Bernardo Gonçalves Camila Cruz Carlos Bico Danilo Tachy David Mesquita Dinis Fernandes Francisco Quintas Gustavo Sousa

jornalsemnome@gmail.com 2

Inês Antunes Malta Inês Ferreira Isilda Silva João Souza Juliana Solders Laura Grosso Lourenço Silveira Lucas Souza Maria Celeste Gomes Maria Silva Mariana Santos Marília Bação Nazaré Oliveira Pedro Tildes Gomes Teresa Geada Turmas de 9º ano Turmas de Artes


Leitura em voz alta

Dia mundial da leitura em voz alta

Fotografia cedida por Inês Antunes Malta

SETÚBAL No sábado de manhã, o Charlot encheu-se para assistir a “Evidente Mente”

Cidade comemora Dia Mundial da Leitura em Voz Alta O espetáculo foi realizado pela Andante - Associação Artística, com a participação dos alunos da Escola Secundária du Bocage por Inês Antunes Malta No dia 1 de fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta no Auditório Charlot - Cinema Municipal. A sala encheu-se na manhã de sábado para ouvir treze jovens alunos da Escola Secundária du Bocage ler em voz alta, numa iniciativa realizada pela Andante - Associação Artística, “mostrando como a leitura pode ser mais do que um passatempo, como a literatura aprofunda questões fundamentais dos dias que correm e nos leva a compreender o mundo”. “Evidente Mente” foi assim o espetáculo comemorativo do Dia Mundial da Leitura em Voz Alta deste ano. Vivido em Setúbal, com guião e direcão de Cristina Paiva e Fernando Ladeira, e leituras dos jovens da Escola Secundária du Bocage, do 7º ao 12º ano, Andreia Pasadas, Artur Silva, Carolina Tavares, Carolina Unas, Catarina Pardal, Cauã Castro, Clara Santos, Cristina Paiva, Joana Fernandes, João Brás, Lara Anceriz, Maria Leonor Viegas, Matilde Lourenço, Miguel Rodrigues, Nuno Calado, a sua exibição cativou a plateia que atentamente ouviu e desejou guardar todas as palavras e parou até para ouvir os silêncios.

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Leitura em voz alta

No evento, que contou com a presença da Secretária de Estado Susana Amador como representante do Ministério da Educação, do vereador Ricardo Oliveira, responsável pelo pelouro da Educação do Município de Setúbal, do director da Escola Secundária du Bocage, Pedro Tildes Gomes, e da Comissária do Plano Nacional de Leitura 2027, Teresa Calçada, ao poema “As implosões da mentira”, de Affonso Romano de Sant’Anna, juntaram-se ainda as palavras de Alexandre O’Neill, Chimo, Daniel Pennac, José Saramago, Léon Filipe, Nazim Hikmet, Ruy Belo, Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros.

As palavras ecoaram e ganharam vida em cada um dos presentes no Charlot “Aquilo a que nos propusemos desde o início não é tarefa fácil, pôr em cena as razões por que lemos em conjunto, revelar o prazer da leitura, descobrir nas palavras dos livros algo que nos ajude a compreender melhor a nossa vida e a de quem nos rodeia. Fizemos isto com 18 pessoas, com apenas 6 ensaios. É ‘obra’ e está feita”, começou por dizer Cristina Paiva, representante da Andante - Associação Artística, na manhã de sábado, agradecendo ao PNL “por confiarem no nosso trabalho ao ponto de nos entregarem a tarefa desta comemoração nacional” e aos demais intervenientes. Aos jovens alunos, em particular, agradeceu a entrega de cada um no trabalho desenvolvido e dedicou-lhes por fim um poema de Alexandre O’Neill. “Evidentemente é muito bonito e muito comovente estar aqui”. Assim começou por dizer Teresa Calçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, para depois acrescentar: “aquilo que eu mais amo na vida são as palavras, para o bem e para o mal, é isso que constitui a essência do meu viver em coletivo”, sem esquecer o gosto por ler em voz alta. A representar a Escola Secundária du Bocage esteve Pedro Tildes Gomes, o seu diretor, que começou por agradecer a sala cheia a um sábado de manhã. “Para quem trabalha na Escola Secundária du Bocage, o melhor elogio que pode ser feito é quando os seus alunos são elogiados desta maneira e quando os vemos fazer coisas assim absolutamente incríveis”, disse, aproveitando o momento para frisar a importância que teve, para si, desde a infância, ler em voz alta para que tudo fosse mais claro, mais fácil de entender. Para Ricardo Oliveira, vereador da Educação da Câmara Municipal de Setúbal, foi “um grande prazer, até emocionante, termos presente a ideia de que, nesta cidade que é educadora, a escola é um espaço de liberdade”. Valorizando o ato de lembrar a importância da voz, da leitura, do desenvolvimento de todos os sentidos, o vereador do município sadino terminou o discurso dizendo que “fizemos esta manhã de sábado mais bonita na nossa cidade”.

Secretária de Estado da Educação marca presença: “Ainda há muito para fazer no nosso PNL A encerrar o ciclo de intervenções, a Secretária de Estado da Educação, Susana Amador, elogiou a iniciativa, definindo-a como “um momento impactante onde as palavras tiveram asas”, e agradeceu a manhã “onde as palavras ganharam cor, onde os livros e os textos tiveram vida” a quem organizou e realizou o espetáculo. “Obrigada à Andante por mais uma vez nos inspirar e colocar quanto é em tudo o que faz. Obrigada por diariamente nos inspirarem com esta força, a força das palavras”, referiu. O agradecimento estendeu-se ainda ao Plano Nacional de Leitura e a Teresa Calçada, a sua comissária, “que todos os dias de forma incessante começa sempre com uma página em branco”. Nas palavras de Susana Amador, “através da leitura conseguimos melhorar as aprendizagens, o sucesso dos nossos alunos, e por isso é transversal e fulcral aprofundar o nosso PNL e fazer com que diariamente mais pessoas possam ler”. Também ao estabelecimento de ensino setubalense integrante na iniciativa a Secretária de Estado dirigiu as suas palavras de agradecimento e valorização pelo trabalho realizado: “A escola deve ser vista como um espaço de aprendizagem e de liberdade. E o facto de estes jovens estarem aqui significa que têm essa versão certa do que deve ser a nossa escola pública. Ainda há muito para fazer no nosso Plano Nacional de Leitura, nas aprendizagens, no sucesso escolar, na inclusão. Para todos e com todos mas contem com o Ministério da Educação”. Depois de partilhadas as suas palavras, Susana Amador fez voar palavras de Vergílio Ferreira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Tolentino Mendonça e Saravá até à plateia: “Como diz o Pedro Abrunhosa, o tempo tem asas. As palavras também, tornam-nos mais livres”. No final da manhã, todos os presentes na plateia foram convidados a participar no espectáculo lendo também em voz alta excertos de livros anunciados pelos alunos em palco, sendo exemplo disto “A Odisseia”, “D.Quixote”, “Jerusálem”, “O Senhor dos Anéis”, “Anna Karenina”, “Uma Escuridão Bonita”, “Auto da Índia”, “Princesa de Gelo”, “O ódio que semeias”, um poema de Fernando Pessoa, denominado “Não sei quantas almas tenho”, “Robinson Crusoé”, “Rosinha, minha canoa” e “A Sombra do Vento”.

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O mar dá bom clima

“Guardiã do mar” dá aula na nossa escola.

No dia 13 de janeiro, no âmbito do projeto: “O mar dá bom clima”, os alunos do 8º C receberam a visita da equipa da Ocean Alive – bióloga marinha Sílvia Tavares e pescadora e “Guardiã do Mar” Sandra Lázaro. As “Guardiãs do Mar” são mulheres da comunidade piscatória do Sado que colaboram com a Ocean Alive na proteção das pradarias marinhas. No tempo destinado à aula de Ciências Naturais, os alunos participaram numa sessão-debate com as nossas convidadas. Foram abordadas algumas questões, como por exemplo, as diferenças entre sapal e pradaria marinha. Os sapais são ocupados por formações vegetais que se instalam nas zonas baixas do estuário, abrigadas da agitação marítima e que possuem grande tolerância à salinidade, encharcamento, variações de temperatura e falta de água doce. As espécies existentes no sapal baixo, que todos os dias é inundado pela maré, no sapal alto, que só é inundado pela maré alta e, ainda, em zonas em que só há inundação durante as marés vivas, são diferentes, tendo desenvolvido características específicas de adaptação a estas condições. Nas pradarias marinhas do Sado existem três das quatro espécies presentes na Europa: Zostera marina, Zostera noltei e Cymodocea nodosa, que contribuem, através da fotossíntese, para a grande produtividade primária do estuário. Removem ainda sedimentos da água tornando-a mais limpa, reciclam nutrientes e oxigénio e, por último, estabilizam os fundos, devido aos sistemas radiculares ramificados. Em seguida, analisou-se a relação destas pradarias com a pesca no Estuário do Sado, bem como o trabalho de articulação entre biólogos e pescadores. Os alunos trabalharam em grupo e identificaram, com recurso a mapas fornecidos, os ecossistemas referidos. Perceberam que as pradarias de ervas marinhas do estuário se localizam em zonas pouco profundas (dos 0 aos 7 metros), limitadas pela transparência da água que condiciona a chegada da luz às suas folhas, em áreas costeiras e bancos de areia e/ ou vasa. Existem cerca de 30 ha (=30 campos de futebol) de pradarias marinhas no Estuário do Sado. Estas são o habitat berçário das presas da população residente de roazes, e do peixe e marisco da comunidade piscatória. Da proteção deste habitat depende a saúde dos golfinhos e o rendimento e modo de vida dos pescadores tradicionais do Sado. O choco desova nas ervas marinhas, e faz delas a sua maternidade. As pradarias proporcionam maternidade e abrigo a esta espécie tão emblemática na região, do ponto de

vista económico e cultural. Posteriormente, foi feita uma análise da preocupação e intervenção dos biólogos no equilíbrio dos ecossistemas e, em particular, no Estuário do Sado, através do trabalho desenvolvido pela Ocean Alive. Neste âmbito, foram apresentados alguns aspetos mais específicos sobre os processos de reprodução das ervas marinhas, a adaptação destas plantas a condições específicas de salinidade. A bióloga Sílvia Tavares referiu algumas das dificuldades encontradas na recuperação deste habitat na costa da Arrábida, detetadas nas tentativas de replantação de ervas marinhas nesta costa (Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha) evidenciadas durante o projeto Biomares. As dificuldades encontradas foram: o facto de serem comidas por salemas (peixe herbívoro), ou serem arrancadas por tempestades fortes de sul (ex. 2010), em que a agitação marítima não permitiu a sua fixação, de forma duradoura, ao fundo. Esta tempestade muito forte provocou também o desaparecimento das ervas marinhas do Estuário do Sado que se localizam na Ponta do Adoxe (Tróia, na área adjacente à marina), que hoje estão recuperadas, de forma natural. Tempestades como esta tendem a ser cada vez mais fortes e frequentes com as alterações climáticas. No tempo destinado à aula de Geografia do professor Pedro Henriques, a turma foi dividida em pares e cada par colocou duas questões à pescadora. As espécies capturadas no Sado, as artes de pesca utilizadas, os horários da faina, a vida dos pescadores, foram algumas que surgiram, entre muitas outras. A sessão terminou com um conjunto de afirmações proferidas pela “guardiã do mar”, que deixou os alunos em silêncio e muito pensativos. Estas afirmações resultaram de uma das questões colocadas: “É pescadora, é “guardiã do mar”, é funcionária de uma empresa de limpeza. Qual destas atividades nunca deixaria?” “A pesca! Somos pescadores, pois amamos o mar e esta atividade. Se algum dia não vou ao mar, devido ao mau tempo, as minhas colegas já sabem o que me falta, pois fico mal-humorada. Afinal… costumo dizer que durmo quatro ou cinco horas por noite, de ténis e fato de treino.” Acabou assim com “chave de ouro” mais uma atividade resultante da parceria estabelecida com a organização Ocean Alive. O Coordenado do projeto “O mar dá bom clima” na Escola Secundária de Bocage, Carlos Bico

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O mar dá bom clima

Exposição: “A preservação da Ria Formosa O que estamos a fazer no Estuário do Sado para o preservar?”

Esteve patente, de 6 a 17 de janeiro, na nossa escola, no âmbito do projeto: “O mar dá bom clima”, uma exposição que teve como objetivo sensibilizar a comunidade educativa para a necessidade de preservação dos recursos naturais e, em particular, dos ecossistemas costeiros. No átrio, estiveram disponíveis cinco Roll Ups com o trabalho desenvolvido pela Universidade do Algarve e o Centro de Ciências do MAR (CCMAR) na Ria Formosa, e um painel em que se mostrou uma pequena parte do trabalho desenvolvido pela organização Ocean Alive. No que diz respeito ao domínio científico, a ilustração de Nuno Farinha permitiu observar a localização das pradarias marinhas no nosso estuário. Estes dados geográficos foram recolhidos pelas “Guardiãs do Mar” em 2019, que são parte deste projeto, com o apoio de uma bolsa da National Geographic. As “Guardiãs do Mar” são mulheres da comunidade piscatória do Sado que colaboram com a Ocean Alive na proteção das pradarias marinhas. No mapa exposto puderam ser observados os limites da Reserva Natural do Estuário do Sado e as linhas que assinalam a profundidade do estuário e costa adjacente (batimétricas). No que diz respeito à componente pedagógica, esteve em evidência algum do trabalho desenvolvido na nossa escola com a turma C do 8º ano, na sequência da parceria entre esta organização e a nossa escola. Nesse sentido, esteve disponível uma “caixa pedagógica” que continha alguns exemplares, devidamente identificados, que tinham sido observados pelos alunos na saída de campo realizada, no dia 28 de novembro, às pradarias marinhas de Troia. Afinal, o projeto “O mar dá bom clima” é um projeto de sensibilização, capacitação e empoderamento de professores e alunos para a importância do oceano no combate às alterações climáticas, promovendo a ação da comunidade educativa com o envolvimento de agentes locais. O Coordenado do projeto: “O mar dá bom clima” na Escola Secundária de Bocage, Carlos Bico

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Poesia

Sonhos

Destino

Existem sonhos bons Nada de mau acontece. Podes voar no céu Até que anoitece.

Acreditar em destino é forte Prefiro acreditar que sou eu que o decido. E se tiver um pouco de sorte Pode ser mesmo o que tinha escolhido.

Também há sonhos maus Onde pior aparece. Podes ser um passarinho Que apesar de feliz logo falece.

Laura Grosso

Acreditar Acreditar não é ver. Sonhar acordado é acreditar. Ter o poder de querer, Mesmo que não seja ao luar.

Há sonhos bizarros Para mim são os melhores. O cão começa a falar Não consegue se calar. Laura Grosso

Depois existem estes Apesar de parecerem não existir. Os sonhos esquecidos Desses é tão fácil fugir.

Desejar Desejar não é só pedir, Desejar é sentir. Pode ser que o que sempre quiseste, Esteja mesmo ao pé de ti.

Os sonhos são como pessoas, Umas são boas, Outras são más, Algumas na minha mente ficaram para trás.

Laura Grosso

Laura Grosso

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Os limites da ciência

Há limites para a ciência? Foi a esta pergunta que os alunos do 11º A tiveram de responder, num trabalho cooperativo realizado ao longo do primeiro período. Esta investigação processou-se no contexto das disciplinas de Biologia e Geologia e Português, em colaboração com a biblioteca da escola. A dinamizadora deste projeto foi a professora Celeste Gomes. Os alunos , ao longo das aulas de Biologia e Geologia, num espaço de tempo a isso dedicado, investigaram temas diversos, relacionados com a ciência e os seus limites, tendo apresentado as suas conclusões através de uma apresentação oral para a qual a disciplina de Português contribuiu. A avaliação dos resultados foi efetuada na duas disciplinas. Esta experiência continuou, tendo-se efetuado posteriormente um debate, no início do 2º período, sobre o mesmo tema — os limites da ciência. Apresentamos, aqui, uma súmula dos temas estudados. Fica o convite—quem quer pronunciar-se sobre os limites da ciência? Alexandra Lemos Cabral

Alimentos Transgénicos Os alimentos transgénicos são organismos geneticamente modificados (OGM) por meio de técnicas artificiais realizadas pela engenharia genética. Derivam de um processo extremamente rigoroso, passando por seis grandes etapas: identificação e Isolamento; transformação; seleção; regeneração; teste de biossegurança; aprovação; Os OGM têm dois principais objetivos, a erradicação da fome no mundo e o melhoramento da vida humana e do ambiente, em geral. Após a observação de dados e de gráficos, observamos que os três países com maior produção de transgénicos são EUA, Brasil e Argentina. Por outro lado, existem grandes potências mundiais, como a Alemanha e Japão, que não permitem nem a produção nem a venda de OGM. As culturas de transgénicos mais produzidas são milho, soja e algodão. Relativamente a Portugal, o milho é o único transgénico cujo cultivo é permitido, sendo o Alentejo a região de maior produção. Para se venderem transgénicos, são necessários requisitos, como a rotulagem e a notificação das entidades responsáveis antes de serem lançados no mercado. Os alimentos apresentam inúmeras vantagens tais como o aumento da produção de alimentos, o desenvolvimento de organismos para fins terapêuticos e a possibilidade de uma alimentação mais saudável. Contudo, estes apresentam igualmente algumas desvantagens: empobrecimento da biodiversidade e um possível aumento de reações alérgicas.

João Conde, Lucas Souza e Lourenço Silveira

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Os limites da ciência

Enzimas e Bioluminescência O trabalho de pesquisa que apresentamos à turma no 1º período abordou o tema “Enzimas e bioluminescência” e os seus impactos na atualidade. A bioluminescência é a produção de luz por organismos vivos, um processo que ocorre com frequência em vertebrados e invertebrados marinhos, mas também em fungos e insetos. Esta pode ter origem bacteriológica (simbiose) ou ser produzida pelo próprio animal de forma extra ou intracelular. Camuflagem, predação, atracão de parceiros, distração, repulsão, comunicação e iluminação são algumas das funções biológicas deste fenómeno. Esta luz é emitida quando um ácido orgânico, a luciferina, reage com ATP, produzindo-se um composto intermediário (Adenilato de luciferil). A enzima luciferase catalisa uma reação entre este composto e o oxigénio, libertando oxiluciferina, Co2, AMP, e energia luminosa. A oxiluciferina é, então, reduzida a luciferina, reiniciandose o ciclo. Impactos positivos e usos da bioluminescência: Indústria de alimentos: A Lick’n Light é uma companhia que produz gomas que contêm a proteína luciferase e o substrato luciferina. Quando consumido, o produto emite luz por meio da reação bioquímica da bioluminescência. Imagens in vivo: pesquisadores injetam células marcadas com a luciferase em organismos modelos e obtêm imagens em tempo real, analisando, assim, como as células tumorais agem e como determinadas doenças são combatidas pelo sistema imunológico. Iluminação de ambientes: Novas fontes sustentáveis para a iluminação dos espaços públicos são necessárias, pois 15% da energia elétrica consumida mundialmente tem este propósito, que implicaria a liberação de 1,7 bilhões de toneladas de C02 que anualmente poluem a atmosfera. Empresas já procuram este tipo de iluminação alternativa através de bactérias bioluminescentes. Plantas bioluminescentes Contaminação e poluição: Os micróbios de Van der Meer foram concebidos para emitir luz quando tivessem contacto com componentes tóxicos presentes na água. As bactérias emitem luz, como indicação das concentrações tóxicas na água. As bactérias ainda podem ser usadas em superficies planas (limpeza). Vantagens e desvantagens: Na nossa opinião não há impactos negativos na utilização destes organismos; logo, não há limites ao uso dos mesmos, pois nao ocorre formação de substâncias toxicas no ciclo da luciferina que possam afetar ou mesmo destruir ecossistemas. Os microrganismos utilizados são geneticamente modificados para emitirem luz de forma eficiente e estável; logo, este pode ser um problema ético grave, pois estamos a alterar o genoma de uma espécie para nosso proveito. Concluindo, a bioluminescência é um fenómeno único e de extrema importância no mundo selvagem, e pode ser um base de iluminação sustentável no futuro. André Pires, David Mesquita, Dinis Fernandes 9


Os limites da ciência

ALERGIAS As alergias são uma resposta exagerada do nosso sistema imunitário perante uma substância desconhecida. Esta doença afeta cerca de 15% da população mundial. A gravidade das alergias varia de pessoa para pessoa, sendo que existem variadíssimos tipos de alergias, tais como alergias alimentares, dermatológicas, respiratórias, entre outras. Podendo causar desde uma irritação menor até à anafilaxia – emergência potencialmente fatal. Os sintomas causados pelas alergias podem ser de variados tipos, como, por exemplo, espirros, comichão, olhos vermelhos e inchados, entre outros. As alergias estão relacionadas não só com os fatores hereditários (onde maior parte dos casos incidem) mas também com as alterações climáticas, o tipo de alimentação, o sedentarismo e outros fatores, tais como a asma, que contribuem para uma maior diversidade de alergias. Embora a maioria das alergias não possa ser curada, há tratamentos que ajudam no alívio dos seus sintomas (anti-inflamatórios, anti-histamínicos e vacinas antialérgicas). Para prevenção de alergias devemos ter uma vida bastante ativa (também no exterior), alimentarmo-nos de uma forma variada e evitar o consumo de tabaco. Na nossa opinião, o estudo das alergias é de extrema importância para toda a sociedade. Com isto, queremos dizer que apoiamos totalmente o estudo para conhecimento e tratamento das alergias, visto que existe unicamente tratamentos para o alívio dos sintomas. No que toca a esta parte, queremos também mencionar a experimentação animal, pois existem hoje em dia softwares que, sem a utilização de seres vivos, conseguem demonstrar os efeitos que as alergias têm e assim proporcionar uma cura sem que seja necessário testar inúmeras vezes diferentes seres vivos. André Fonseca, Bernardo Gonçalves , Francisco Quintas

As alergias são respostas do nosso sistema imunitário ao contacto com elementos do meio aos quais o nosso organismo é hipersensível, designados por alergénios. Acredita-se que as alergias estão relacionadas com fatores hereditários, mas, por outro lado, o grande aumento da quantidade de doentes alérgicos nas últimas décadas leva-nos a concluir que os fatores ambientais e comportamentais podem levar à manifestação de alergias em indivíduos que possuam risco genético. Fatores como a poluição, o tabagismo e o consumo de medicamentos podem levar ao surgimento de alergias. Hoje em dia, já existem vários medicamentos que permitem atenuar o impacto das alergias no organismo, como os anti-histamínicos, os anti-inflamatórios e as vacinas antialérgicas. Para além disso, um estudo recente mostrou que o microbioma intestinal pode ter um papel na prevenção e reversão de alergias alimentares. As doenças alérgicas são um verdadeiro inconveniente, sendo responsáveis por diminuir a qualidade de vida daqueles que por elas são afetados. Ainda não foi descoberta uma cura específica para as mesmas, mas todos os avanços proporcionados pela sua investigação permitiram melhorar a qualidade de vida muitas pessoas. Não existem muitos estudos sobre as implicações éticas deste tipo de investigação, havendo, por isso, muito por descobrir. Na nossa opinião, o estudo das alergias é de grande relevância para a nossa sociedade e, relativamente ao mesmo, podemos destacar a questão dos tratamentos experimentais, que não oferecem a certeza de uma cura ou de qualquer melhoria nos sintomas e que podem até trazer efeitos adversos. Deste modo, consideramos que a sua aplicação deve ser decidida pelo paciente em conjunto com o profissional de saúde que o acompanha. Podemos, também, referir a questão da experimentação animal, uma prática que apoiamos, desde que realizada de modo sensato e justificado, tendo em conta o facto de ser a favor do bem-estar de milhões de pessoas.

Beatriz Varela, Beatriz Ferreira, Camila Cruz

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Os limites da ciência

DGPI- Diagnóstico genético préimplantacional Hoje em dia já é possível recorrer a técnicas de laboratório para se fazer alterações em genes para que estes possam ser utilizados em nosso proveito. Um destes exemplos é a técnica in vitro. É precisamente esta técnica que será, maioritariamente, utilizada neste processo. O DGPI é uma técnica de procriação medicamente assistida na qual é utilizado um procedimento de fertilização in vitro, em que as células que foram fecundadas são tratadas através de técnicas especificas para se poderem fazer alterações em determinados genes, como é o caso de genes que possuem doenças hereditárias. Quando este processo está concluído, introduz-se o embrião na barriga da mãe para que este se possa desenvolver de uma forma saudável. O DGPI pode ser utilizado, por exemplo, em casais que possuam doenças hereditárias ou que tenham um historial de aborto recorrente, que já tenham, através de inseminação artificial, tentado ter diversas vezes filhos, mas sem sucesso, ou no caso de as futuras mamãs terem uma idade avançada. No que toca ao procedimento, este é um pouco mais complexo. O procedimento divide-se em quatro etapas: 1º etapa - denomina-se “fase prévia”. Nesta fase realizam-se testes aos pais para caracterização genética das doenças a diagnosticar. 2º etapa – denomina-se “obtenção pré-embriões”. Estes embriões são produzidos in vitro através de técnicas de reprodução assistida. 3º etapa- – biopsia pré-embrionária. Esta realiza-se ao terceiro dia após a fertilização e consiste em extrair uma célula do pré-embrião. Depois da biopsia, colocam-se novamente os pré-embriões na incubadora. 4º etapa – divide-se em duas partes: o diagnóstico genético e a transferência pré-embrionária. No diagnóstico genético, a biopsia obtida, isto é a célula retirada do pré-embrião, é analisada e submetida a um estudo genético. Na transferência pré-embrionária, o resultado da análise genética é visto pela equipa médica e esta escolhe os embriões mais saudáveis e transfere-os para o útero da mãe, para que estes se possam desenvolver e formar bebés saudáveis. Inês Ferreira, Juliana Smolders, Teresa Geada

Carne cultivada em laboratório Com este trabalho propomo-nos a apresentar o tema “carne cultivada em laboratório”. Este tema relaciona-se com um dos maiores problemas do mundo atual: a sustentabilidade ambiental. A carne cultivada tem a mesma composição celular que a carne obtida através de métodos convencionais; no entanto, é fabricada em laboratório. Este tipo de carne obtém-se a partir de células provenientes do animal, por exemplo, da pena de uma galinha. Estas células são posteriormente colocadas em meios com os nutrientes necessários à sua multiplicação. Os nutrientes catalisadores desta reação provêm de um soro feito a partir de uma espécie de feijão. Depois de ocorrerem múltiplas divisões celulares, as células são diferenciadas em musculares e de gordura. Atualmente, já existem várias empresas que pretendem fazer chegar carne e outros produtos derivados da pecuária, cultivados em laboratório, a supermercados. Vantagens: A produção da carne cultivada em laboratório apenas requer 55% da energia atualmente despendida nos métodos convencionais; os gases emitidos que favorecem o efeito de estufa baixariam para apenas 5%; seria utilizado apenas 2% do terreno, o que diminuiria a desflorestação; o consumo de água baixaria para 5%, deixaria de ser necessária a produção de animais em cativeiro para a obtenção de alimento. Para as pessoas, esta carne, ao contrário da carne convencional, não apresenta risco de contrair doenças. Para além disto, este método de fabrico resolveria o problema da fome no mundo, pois pode fornecer alimento ilimitado de uma forma acessível. Desvantagens: Atualmente, o fabrico desta carne é bastante caro; no entanto, está previsto que daqui a 3 anos entre no mercado apenas em restaurantes na Europa e que apenas quando o preço for mais acessível seja comercializada nos supermercados; Para além disso, a cultura de carne requere uma técnica especializada, equipamento sofisticado e pessoal qualificado. O sabor também é um fator a considerar, visto que em laboratório ainda não se conseguiu chegar a um sabor igual ao da carne convencional. Estes processos utilizam um soro feito a partir de sangue de fetos de vaca, desta forma, ainda é necessário extrair o sangue para além das células, apesar de se verificar um aumento na procura de um soro substituto com nutrientes provenientes de plantas. Gustavo Sousa, Maria Silva, Mariana Santos

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Os limites da ciência

Utilização de animais e humanos em ensaios clínicos O tema que abordamos no primeiro período foi a utilização de animais e humanos em ensaios clínicos e a sua influência na atualidade. Os ensaios clínicos são estudos realizados e comandados pelo homem que se destinam a verificar os efeitos e a eficácia dos medicamentos experimentais. Estes últimos, por sua vez, são medicamentos produzidos numa tentativa de encontrar cura para inúmeras doenças. No entanto, os ensaios clínicos não podem ser realizados ao acaso nem em qualquer situação, pois requerem uma autorização para poderem ser efetuados. A organização responsável por esta autorização é o INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde). Assim, o IINFARMED faz a inspeção e supervisão dos ensaios clínicos realizados em Portugal e em outros países da União Europeia. A participação em ensaios clínicos é totalmente voluntaria. Os possíveis participantes só têm que se candidatar e serão posteriormente selecionados, caso cumpram os requisitos necessários. Assim, contribuem para o desenvolvimento da medicina e podem ter acesso a novos tratamentos. Os ensaios clínicos são normalmente testados em humanos e animais. Nos humanos, existem muitas vezes voluntários a servir de cobaias com diferentes objetivos: para benefício económico, para contribuir para a evolução da ciência e para tentar arranjar uma cura para uma determinada doença. Antes de serem testados em humanos, os medicamentos experimentais são normalmente testados em animais (ratos, sapos, cães). Para evitar que alguns seres vivos sejam sacrificados, existem algumas alternativas, como as técnicas in vitro e as simulações e interações moleculares, recorrendo à tecnologia (usando computadores e softwares). Os ensaios clínicos trazem muitos benefícios, pois proporcionam um acompanhamento médico regular por uma equipa médica qualificada para exercer a atividade de investigação e também dão acesso a novos medicamentos antes de estes estarem disponíveis. No entanto, ao participar num ensaio clínico, é importante perceber que os participantes podem estar sujeitos a eventuais riscos. Poderão ocorrer efeitos secundários desagradáveis (alergias, indisposição, por exemplo) e o novo tratamento poderá revelar-se menos eficaz do que o tratamento já existente ou até mesmo não funcionar. Durante a nossa pesquisa, encontramos alguns casos de sucesso e insucesso, uma vez que se trata de um processo bastante complexo. Um caso de sucesso está relacionado com um determinado tipo de cegueira e outro com a doença de Alzheimer. Apesar de a maior parte dos ensaios clínicos ser bem sucedida, existem alguns que não são, como é o caso dos ensaios que envolveram o teste dos medicamentos Aspirina e Talidomida. Este é um problema ético que levanta grande discussão, pois o uso de animais e humanos de modo a verificar a eficácia de possíveis medicamentos traz grandes riscos. Na nossa opinião, o potencial sacrifício de alguns seres não é moralmente correto. No entanto, se pensarmos bem, não é possível testar a 100% a eficácia de um medicamento sem colocar algum ser num possível risco, uma vez que alguém vai ter que ser o primeiro a experimentá-lo, mesmo que este já tenha sido previamente testado nos meios alternativos. Beatriz Borrego, Beatriz Duarte, Danilo Tachy

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Parlamento dos jovens

O PARLAMENTO DOS JOVENS NA NOSSA ESCOLA

O projeto PARLAMENTO DOS JOVENS 2019.2020 foi apresentado às nossas turmas do secundário em Outubro de 2019, contando desde então com a inscrição de quase cinquenta jovens vindos dos 10ºs, 11ºs e 12ºs anos. Fortemente motivados, quer pelo projeto em si quer pela temática deste ano, participaram e empenharam-se em todas as atividades planeadas e concretizadas, caso das quatro conferências-debate que organizámos, e nas quais intervieram responsável e entusiasticamente, bem como, nas seis reuniões informativas distribuídas de Outubro a Dezembro, sempre em horário extraescolar, sem contar com as comunicações efetuadas via email e com as sessões de esclarecimento pontuais. A campanha eleitoral de 16 a 22 de janeiro, quer na escola, nas diferentes turmas do secundário, quer nas redes sociais, mostrou bem toda essa dinâmica e empenhamento dos alunos, particularmente, a sua capacidade de mobilização, a sua criatividade, a sua vontade em saber e o seu saber partilhar. E com que nível o fizeram! Somos, efetivamente, uma escola dinâmica voltada para o sucesso mas, também, para os valores democráticos, para a inclusão, para a cidadania ativa. Atingimos o limite permitido de listas de candidatos a deputados – cinco -, cada uma com dez alunos de várias turmas e de vários anos do secundário, totalizando cinquenta jovens formidáveis envolvidos na pesquisa, organização e discussão do tema proposto para este ano - Violência doméstica e no namoro. Como garantir o respeito e a igualdade – mas também na preparação séria e rigorosa das três recomendações/medidas que correspondem à sua tomada de posição em relação ao mesmo.

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Parlamento dos jovens

O PARLAMENTO DOS JOVENS NA NOSSA ESCOLA Que orgulho ver e ouvir estes jovens na Sessão Escolar realizada dia 24 de janeiro, na qual se apuraram os deputados que representarão a nossa escola na Sessão Distrital, a realizar dia 3 de março, e respetivas recomendações! Que debate de ideias! Que exemplo de maturidade cívica! Aguardamos com muita expetativa o desempenho dos nossos deputados eleitos para esta sessão: Rita Moura (12ºE), Maria Leonor Viegas (12ºB) e Diogo Folião (11ºD), desejando que a presidência da mesma, à imagem do que aconteceu no ano anterior, venha também a ser feita por um aluno da nossa escola, desta vez, a Rafaela Nunes do 12ºG. Dia 25 e 26 de maio espera-os, assim o desejamos, a Sessão Nacional na Assembleia da República, fase final deste magnífico projeto. Grande exemplo de participação e envolvimento cívico nos dão estes jovens! Grande orgulho trabalhar com eles!

Nazaré Oliveira

Na Sessão Distrital, durante a apresentação do nosso Projeto de Recomendação.

As nossas deputadas e o nosso deputado na Sessão Distrital

Leonor Viegas, Nazaré Oliveira, Rita Moura e Diogo Folião, Andreia Pasadas e Rafaela Nunes.

PARLAMENTO DOS JOVENS A nossa escola, novamente, a representar Setúbal!

O Parlamento dos Jovens é um projeto desenvolvido pela Assembleia da República Portuguesa com o objetivo de promover e incentivar o trabalho democrático aos alunos do Ensino Básico e Secundário, simulando o processo das Eleições Legislativas de Portugal. No presente ano letivo de 2019/2020, e à semelhança de anos anteriores, foi proposta esta mesma iniciativa 14


Parlamento dos jovens

às escolas do nosso país, sendo o tema para o secundário (ao qual concorremos) A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E NO NAMORO. COMO GARANTIR O RESPEITO E A IGUALDADE. No distrito de Setúbal, e além da nossa escola, participaram mais dezassete escolas secundárias. A Sessão Distrital deste projeto realizou-se no passado dia 3 de março, durante todo o dia, no auditório da Escola Secundária Sebastião da Gama, onde todos os deputados apurados de cada escola secundária concorrente apresentaram e defenderam os seus projetos de recomendação sobre o tema deste ano. A equipa da nossa escola foi constituída pelos nossos deputados (a Rita Moura, a Maria Leonor Viegas e o Diogo Folião), a vice-presidente eleita para a mesa desta Sessão (a Rafaela Nunes), a jornalista nomeada (Andreia Pasadas) e a coordenadora do projeto (Professora Nazaré Oliveira). No debate decorrido entre as dezoito escolas do distrito foram votadas e selecionadas as quatro melhores medidas para representar o mesmo, procedendo-se também à eleição de três escolas que representarão o distrito de Setúbal nessa Sessão Nacional (na Assembleia da República). Essas escolas foram a Secundária António Gedeão, a Secundária Emídio Navarro e a nossa, a Secundária du Bocage. Desta forma, mais uma vez, a nossa escola foi apurada para a etapa final e mais importante deste projeto, este ano, com a presença, dinamismo e saber das nossas deputadas acima referidas e com as seguintes medidas: “Realização de ações de formação sobre a violência doméstica e no namoro, tanto em ambiente empresarial como em contexto escolar, para a consciencialização geral e exploração da temática”; “Garantir a reintegração das vítimas colaterais menores e dos agressores na sociedade”; “Criação de uma rede de apoio psicológico mais eficaz, através do reforço do acesso à saúde mental no SNS, fortalecido por parcerias público-privadas, de forma a restaurar a estabilidade mental e emocional das vítimas”; e, por último, “Aposta na regulamentação dos temas a abordar na disciplina de Cidadania e formação especializada de professores sobre os mesmos, sendo um dos temas a abordar a violência doméstica”.

Andreia Pasadas

LE FRANÇAIS À L’HEURE ÉCOLO. En classe de français et en collaboration avec les élèves du CEA de l'école, les élèves de la 9ème année ont recyclé des vieux emballages et les ont transformés en petites poubelles pour le papier, le plastique et les bouchons. Ces poubelles ont été distribuées dans les salles de l'école. Une activité différente qui a comme objectif promouvoir une attitude de citoyenneté active au sein de l'école.

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Parlamento europeu dos jovens

Parlamento Europeu dos Jovens Decorreu em 28 e 29 de fevereiro e 1 de março, em Portalegre, uma das três sessões de Seleção Regional do Parlamento Europeu dos Jovens. Participaram pela Escola Secundária du Bocage as alunas Alice Ferreira, Joana Vaz, Matilde Paquete, Rafaela Nunes, Rita Moura e o aluno Francisco Moura. Em cada uma destas sessões, jovens do ensino secundário e de diversos países da Europa juntaram-se para viver uma experiência educacional sem precedentes, preenchida com todos os elementos fundamentais das sessões do Parlamento Europeu dos Jovens, assim como outras atividades complementares, num evento que promoveu a educação não-formal e a consciencialização e cidadania europeias dos jovens participantes. Dos delegados participantes na sessão, os melhores foram selecionados pelo Júri para passarem à fase nacional, a realizar no Porto. Devido à excelente participação dos nossos alunos, todos passaram à fase nacional. O evento proporcionou aos participantes a oportunidade única de contribuir para a posição da juventude na discussão das medidas concretas a implementar nos mais variados temas da atualidade europeia e mundial: Energia Nuclear; Desemprego Jovem; Discurso de Ódio; Agricultura Sustentável; Política Externa (Defesa e Segurança); Resistência a Antibióticos. Ao longo dos três dias, os participantes foram convidados a desfrutar de um programa repleto de atividades de debate e espaço para uma constante troca de ideias, bem como de momentos de partilha e intercâmbio culturais. No final, terão melhorado a sua capacidade de trabalhar sob pressão e gerir prazos, mediar conflitos e atingir ob-jetivos enquanto membros de equipas multiculturais, desenvolver raciocínios lógicos e defendê-los com eloquência. Foram realizados vários exercícios de grupo destinados a ajudar os participantes a definir as suas regras de trabalho, adaptadas às suas personalida-des, e estabelecendo as bases para um Trabalho de Comissão com sucesso. Aprenderam a ultrapassar preconceitos numa atmosfera saudável de auto e heterocrítica e de salutar discussão de ideias, ao mesmo tempo que fortaleceram o seu espírito de equipa e de entreajuda. Cada uma das Comissões enfrentou o desafio de escrever uma moção de resolução sobre um dos vários temas em debate. Baseando-se no conhecimento adquirido durante o período de preparação que antecedeu o evento, os jovens trabalharam para encontrar soluções inovadoras e adequadas. A Assembleia Geral realizou-se ao longo do último dia, onde se reuniram todos os participantes do evento, para discutir os resultados do Trabalho de Comissão. Du-rante os debates, cada Moção foi apresentada, debatida e, por fim, votada em plenário. As Resoluções adotadas serão compiladas para posterior divulgação junto de atores da sociedade civil e decisores políticos regionais, nacionais e internacionais. Isilda Silva

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