Jornalsemnome 61

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NÚMERO

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DEZEMBRO DE 2020


editorial

Quando se iniciou este período letivo, havia muitas dúvidas sobre o seu término. Não foram poucos os que consideraram, logo de início, que quinze dias depois estaríamos todos em casa a ensinar e a aprender a distância. E aqui estamos nós, três meses depois, com alguns isolamentos profiláticos, um ou outro caso de COVID 19, mas todos muito satisfeitos porque vamos à escola diariamente. Parece que já ninguém tem vontade de faltar, de chegar atrasado, de fazer gazeta. É um pouco esta história que aqui contamos. Este número do Jornalsemnome apresenta testemunhos de alunos sobre a pandemia, os efeitos da pandemia, os procedimentos a ter, apreciações sobre a organização do ano letivo… De facto, temos agora uma história a contar. Incluímos algumas fotografias de salas de aula, nas quais os alunos estão de máscara, portanto não são passíveis de identificação para ilustrar o nosso quotidiano. Não é fácil para ninguém e suspiramos pela hora em que todos estejamos vacinados. No entanto, este período teve um aspeto positivo—todos refletimos sobre a escola, todos fizemos o nosso melhor para que tudo corresse bem. Todos aprendemos muito e melhoramos as nossas competências digitais. Durante o confinamento, não houve outro remédio. E agora, como será a escola pós-covid? Aqui fica o desafio para reflexões futuras. Feliz Natal e muito feliz ano de 2021!

Colaboradores Alice Galrito Ana Carlos Ana Paula Rosa Ana Ramos Beatriz Duarte Beatriz Pereira Beatriz Sobralinho Beatriz Varela Bernardo Valente Cristina Sardinha Daniel Tavares David Rodrigues Diogo Folião Diogo Esteves Francisca Morais José Diogo Pessanha José Pedro José Romba Juliana Smolders Lara Ramalho Leonor Martins Lourenço Silveira Lúcia Diógenes e Nogueira Luíza Muniz Faorlin Maria de Fátima Diogo Mariana Otero Mariana Santos Miguel Boullosa Paula Barros Pedro Silva Ricardo Carvalho Rita Carvalho Tiago Dias Turmas de Artes 10ºE

Lara Ramalho

Equipa responsável Alexandra Cabral Ana Paula Rosa

Coordenação Alexandra Cabral

Logotipos

Mariana Otero

jornalsemnome@gmail.com

André e Joana

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O ano letivo de 2020/21

E

ste ano tem-se revelado inédito e confuso, pelo que se previa que a organização da educação portuguesa não fosse muito diferente. Contra as minhas expectativas, deparo-me com a escola repleta de sinais, regras, e de pessoas a seguilas. Tal demonstra uma adequada conduta de segurança, demonstrando uma boa organização do ano letivo. O único ponto negativo que encontro reside no horário, na medida em que o da manhã se inicia muito cedo e o da tarde termina tardiamente. Contudo, considero a carga horária do 12º ano adequada. Beatriz Sobralinho

A

tualmente, devido à situação de pandemia em que nos encontramos, tornou-se necessária a implementação de medidas que visem controlar a propagação do vírus e, deste modo, procurar aumentar a segurança da população. Com o início do ano letivo, houve uma procura de soluções e, a nível escolar, considero que houve uma preparação aceitável, dentro do possível, como uma tentativa de separação dos alunos, com horários distintos e salas específicas para cada turma, devidamente higienizadas antes e após a sua ocupação. No entanto, devido à falta de condições do estabelecimento, os alunos muitas vezes não usufruem do distanciamento social pretendido. Acrescento, contudo, que, ao serem impostas diversas regras restritivas, estamos perante uma segurança relativamente alta, dependendo a sua eficácia dos comportamentos individuais dentro e fora do espaço escolar. Concluo, deste modo, que, de um modo geral, a organização do ano letivo foi aceitável, embora não ideal. No entanto, considerando as condições escolares igualmente não ideais para a situação atual, foram dadas respostas que correspondem ao necessário. Contudo, estas medidas revelam-se eficazes apenas se não houver uma consciencialização relativamente aos comportamentos individuais a adotar diariamente.

Ana Ramos

A

situação de pandemia em que nos encontramos atualmente obrigou a uma reorganização do mundo escolar, de modo a conter a proliferação de um vírus que em tanto nos tem afetado. Na minha opinião, a organização deste ano letivo deve ser prezada pelo sentido que tomou, apesar de ter alguns pontos pouco positivos. Em primeiro lugar, a escola priorizou notoriamente a saúde e a segurança de todos aqueles que intervêm no recinto escolar, tomando medidas como, por exemplo, a distribuição de máscaras reutilizáveis, a criação de percursos de modo a evitar ajuntamentos e até alterações nos modelos típicos dos horários escolares. Tudo isto foi planeado em poucos meses e exigiu decerto um grande esforço por parte de todos os docentes. Para além disso, o ano letivo iniciou-se já com planos de ação caso o ensino a distância volte a ser uma realidade, o que demonstra uma boa preparação para qualquer que seja a nossa situação futura. Por outro lado, a escola não possui todos os recursos para tornar a organização deste ano letivo ótima perante a situação em que nos encontramos, e, por isso, um aspeto negativo que acho importante destacar é o facto de as turmas continuarem com, aproximadamente, o mesmo número de alunos, não sendo possível, portanto, o distanciamento social ideal. Ainda assim, reconheço que não há uma boa solução para este problema. Posto isto, considero que a organização deste ano letivo foi executada o melhor possível, tendo em conta os recursos disponíveis.

Beatriz Varela

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Ano letivo de 2020/21

Vivemos atualmente uma situação de pandemia devido a um vírus que se es-

palhou pelo mundo estas férias, que por isso foram causa de um grande sacrifício para os responsáveis pela organização do ano letivo. Assim, pretendo argumentar a pertinência de algumas das ideias postas em prática. Em primeiro lugar, não acho correto as autoridades responsáveis aproveitarem para afirmar que a situação não é grave ou para se poder retomar as aulas normalmente. Como, por exemplo, terem dito, por volta da época de exames, que o contágio nas escolas é muito baixo, pois numa pequena percentagem de escolas é que ocorreram infeções, quando na verdade poucas escolas abriram, e nas que abriram poucos alunos presenciaram frequentaram as aulas na escola. Outra situação que contesto é o facto de as regras serem geralmente vagas e subjetivas e até contraditórias, o que leva a população a contestá-las, Por exemplo, o número de pessoas que se podem reunir em diferentes locais varia muito. Também não concordo com o facto de terem reduzido o horário durante o qual os estabelecimentos comerciais podem estar abertos. Em conclusão, esta situação de distanciamento social é nova para todos, e devemos mostrar um pouco de esforço e boa vontade para lidar com a nova realidade. Contudo, penso que quem faz as regras devia ser mais claro e objetivo.

Daniel Tavares

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ste ano, devido à pandemia, será muito diferente dos outros anos. Sem dúvida que concordo com algumas medidas e discordo de outras, mas acho que a organização da escola podia ter sido melhor. Em primeiro lugar, aquilo com que menos concordo são os horários letivos. Apesar de os alunos do secundário terem melhores capacidades de aprendizagem e conseguirem estar mais tempo concentrados, não acredito que algum aluno consiga estar atento até às 19:30. Os alunos precisam de descansar mais tempo entre aulas e não estar a tarde inteira numa sala, de máscara, a ouvir os professores. Admito que não encontro soluções aplicáveis, muito menos que agradem a todos. Outro aspeto que acho menos positivo é o facto de haver alunos sentados de lado na sala, o que, na minha opinião não deve dar muito jeito para escrever e deve causar dores no final do dia. As salas deveriam ter menos alunos, apesar de saber que isso não é aplicável, uma vez que seria necessário o dobro dos professores, ou metade do horário. Contudo, a escola preparou-se, e muito, para este ano e algumas decisões são do meu agrado. Os alunos terem uma sala própria e sentarem-se no mesmo lugar são algumas das medidas que achei mais apropriadas para evitar o contágio, diminuindo o consumo de desinfetante. Os alunos entrarem e saírem desfasados e por portas diferentes é outra boa ideia. Concluindo, apesar de não concordar com todas as medidas, a escola fez um esforço enorme, e acho que vai correr tudo de maneira a evitar a propagação do vírus.

David Rodrigues

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Ano letivo de 2020/21

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tendendo à peculiar situação em que nos encontramos e ao curto período de resposta que as escolas tiveram, considero que a gestão do corrente ano letivo merece ser aplaudida. Desde a criação de trajetos específicos à higienização das mãos e atribuição de um conjunto de máscaras para uso individual, a maneira como a escola Secundária du Bocage mostra prepararse, cumprindo as orientações da Direção Geral da Saúde.. Contudo, revelando a minha inicial preocupação, confesso que nem sempre senti grande conforto em partilhar a sala de aula José Pedro com quase trinta pessoas, uma vez que o estabelecido pela Direção Geral da Saúde são grupos de até dez indivíduos. A minha perspetiva, com a diferente disposição das mesas e cadeiras, com o uso obrigatório de máscara e com a atribuição de uma só sala a cada turma, isto é, com as melhores medidas que podem ser adotadas dentro do possível, veio a mudar. Por estes motivos e sendo um início de aulas perfeito praticamente impossível, considero muito positiva a capacidade de mudança e adaptação que a escola tem vindo a demonstrar.

Diogo Folião

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ste ano letivo é diferente. Foram-nos impostas várias regras, de forma a tentar conter a pandemia enquanto levamos adiante a nossa vida quotidiana de aulas e estudos. As regras de prevenção em vigor, comuns a todas as escolas portuguesas, são corretas e rigorosas. Usaria aqui ponto e vírgula no entanto, pois várias de entre estas, uma das quais a nossa, não possuem capacidade para pô-las todas em prática. A nossa escola tem um elevado número de alunos, o que não permite a criação de turmas mais pequenas. O elevado número de turmas dificulta a divisão em turnos, o que força as aulas a ocorrerem num espaço reduzido, com aproximadamente 30 pessoas. Com o crescente número de casos da doença em Portugal, não são permitidos ajuntamentos com mais de 10 pessoas e eu estou, neste momento, num de quase 30. Embora eu possua esta visão relativamente a este aspeto, sinto a necessidade de aplaudir a forma como esta escola é capaz de trabalhar neste ambiente. Termos aulas sempre na mesma sala, sentados sempre no mesmo lugar, o que constitui uma condição que, no caso da existência de algum infetado, nos permite identificar alunos possivelmente contagiados. Se eu fosse diagnosticado com a doença, saberíamos que o meu colega do lado é um possível portador da mesma. Em suma, naquilo que esta escola é capaz de realizar, as medidas de prevenção são muito bem executadas, mas existem algumas que não estão, infelizmente, ao nosso alcance. Diogo Esteves

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situação pandémica em que nos encontramos atualmente forçou a mudança da organização do novo ano letivo. Apesar de promover o ensino presencial, em tempos totalmente atípicos, esta organização apresenta algumas falhas. Em tempos de pandemia, aquilo que devemos privilegiar é a nossa saúde. Apesar do plano de organização deste novo ano letivo exigir que as escolas respeitem as regras recomendadas pela DGS, nem todas as conseguem cumprir. Por exemplo, em muitos estabelecimentos de ensino não foi possível desdobrar as turmas com um grande número de alunos, por não existirem condições físicas para tal. Por esse motivo, o distanciamento social é praticamente impossível de ser cumprido dentro da sala de aula, aumentando assim o risco de contágio. Por outro lado, ocorreram mudanças nos horários, com o principal objetivo de evitar o encontro entre alunos de diferentes turmas. Por exemplo, uma das mudanças mais significativas foi o tempo dos intervalos. Embora esta mudança promova a redução do risco de contágio, promove também o desgaste dos alunos, diminuindo a sua concentração, durante as aulas, prejudicando assim a aprendizagem das matérias lecionadas. Em suma, as medidas acionadas para este novo ano letivo não conseguem conciliar as necessidades letivas específicas dos alunos com as necessidades da preservação da saúde.

José Romba

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Ano letivo de 2020/21

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stamos num ano completamente diferente do normal, o Covid-19 invadiu o mundo e tudo à nossa volta está mudado. Temos de usar máscaras, colocar desinfetante e fazer de tudo para nos protegermos a nós e aos outros. O novo ano letivo começou e teve que se organizar de acordo com esta nossa nova realidade. A meu ver, a escola tem-se organizado de uma forma bastante positiva e o facto de ter optado por um ensino presencial em vez do online foi uma escolha bastante benéfica para os alunos, porque não só existe maior interação professor-alunos, que é muito importante para se conseguir aprender, como também o facto de ter uma rotina definida faz com que os alunos não se ‘percam’ no seu dia. Por outro lado, existem aspetos que podiam ser melhorados, como é o caso da disposição dos alunos na sala de aula, onde uns se encontram de lado, o que lhes dificulta a visão, e da distância de segurança, que não estar a ser devidamente cumprida. Considero que seria uma melhor opção, nesta altura de pandemia, a opção por turmas mais pequenas ou mesas individuais para cada aluno. Por fim, temos que ter em atenção que, apesar de nem tudo estar perfeito, a escola está a organizar-se de forma a que todos estejamos bem, e isso é o mais importante.

Juliana Smolders

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evido à evolução da pandemia, este ano letivo sofreu vários ajustes, tendo, por isso, uma organização diferente, que poderá gerar várias críticas, nomeadamente sobre a gestão dos métodos de trabalho dos alunos, o contacto físico entre professor e alunos, entre outros aspetos. Enquanto aluno, confesso que nem todas as ideias são do meu agrado, achando até que, em certos casos, não são, de todo, passíveis de terem sucesso. A razão pela qual eu sinto que o Ensino Presencial se destaca na eficácia da consolidação das aprendizagens, comparativamente com os restantes modelos de ensino, deve-se muito ao facto da existência do contacto físico entre professor e alunos. Neste ano, é-nos aconselhado o distanciamento entre pessoas, o que dificulta (e muito) esse mesmo contacto. Um exemplo prático desta situação acontece em disciplinas como Matemática, Educação Física, Desenho (Disciplinas Práticas), em que muitas das vezes os alunos necessitam da ajuda pessoal do professor, isto é, que o professor esteja em contacto direto com o aluno, para que este prossiga, com sucesso, as suas atividades. Com o distanciamento social, o contacto será praticamente nulo. Outro aspeto da qual discordo um pouco nesta nova organização provém das novas regras sobre o trabalho entre alunos, em sala de aula. A maioria dos alunos e, talvez muitos dos professores, reconhecem as vantagens dos trabalhos de grupo, porque os mesmos visam, principalmente, o trabalho em equipa e o respeito interpessoal. Pelo mesmo motivo que expliquei no parágrafo anterior, o trabalho de grupo dificilmente acontecerá, em sala de aula, uma vez que temos de cumprir o distanciamento social. Posto isto, por saber que este ano é completamente atípico e pelo facto da organização deste ano escolar não depender de nós (alunos), resta-nos cumprir com o que nos é solicitado, procurando a segurança de todos, para que voltem os tempos ditos “normais”, para que voltemos a ter um ano escolar como o habitual. Lourenço Silveira

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Ano letivo de 2020/21

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o ano 2020, face à pandemia covid-19 e aos perigos a ela associados, o governo português decidiu que o ano letivo 2020-2021 se desenrolasse puramente através de aulas presenciais. Nestas aulas, turmas completas de quase 30 alunos e um professor são colocados numa sala sob a condição da obediência às regras de higiene e segurança pública. Na minha opinião, este modelo de ensino é o melhor ao nosso alcance e a decisão do governo português resultará na situação mais eficiente possível. Em primeiro lugar, as aulas presenciais são muito mais proveitosas que as aulas a distância, nas quais os alunos tinham muito pouca interação com o professor e podiam ser distraídos com qualquer coisa nas suas casas, desde os seus telemóveis à poluição sonora que os rodeia, se estes estiverem numa cidade. Isto dificulta imenso a criação do ambiente necessário para que se possam concentrar e aprender. Além disso, desde que todos os alunos e os professores respeitem as regras de segurança, como o uso de máscara e o uso regular de desinfetante, as hipóteses contágio são muito reduzidas. Em suma, as aulas presenciais constituem um modelo de ensino que leva a um grande aproveitamento das aulas, desde que todos os envolvidos sigam as regras de segurança.

Ricardo Carvalho

Neste momento vivemos numa pandemia mundial que

Mariana Otero

interrompeu os nossos quotidianos e nos fez adaptar às suas condições. Com o início do ano letivo, surgiram muitas dúvidas na tentativa de encontrar a posição mais adequada para prevenir esta pandemia. Penso que a minha escola tomou as melhores decisões quanto à organização deste ano letivo, como, por exemplo, todas as medidas anti aglomerações e toda a desinfeção que é feita pelos funcionários da escola. Porém, considero que, mesmo com todas as regras impostas, o aumento dos casos associados aos alunos vai ser inevitável, porque a maioria destes estão juntos fora dos recintos escolares, como todos os dias presencio. Em suma, as escolas fizeram o que puderam e tomaram as melhores medidas de segurança, mas não são suficientes, pois perante uma doença tão contagiosa como é o covid-19 todo o cuidado é pouco. Não encontrei uma solução melhor que esta das aulas presenciais e espero não voltar a ter aulas pelo Teams; logo, só nos resta esperar e ver o que o futuro nos aguarda. Tiago Dias

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2020/21—a pandemia

A

organização do presente ano letivo, como é de conhecimento geral, obedeceu a critérios e procedimentos de grande exigência , tanto para professores como para alunos. Se, por um lado, já estava habituado ao cumprimento do horário e regras de funcionamento dentro e fora da sala de aula, este ano essa exigência acentuou-se de tal modo que ultrapassou o razoável. Veja-se por exemplo o funcionamento dos intervalos: em aulas de dois tempos, pode não haver intervalo técnico. Os alunos permanecem na sala e só saem durante as aulas pedindo ao professor. Só lhes é permitido sair da sala quando as aulas terminam ou quando são blocos de tempos da mesma disciplina. O uso obrigatório de máscara, aliado à impossibilidade de saída da sala, a meu ver, cria um ambiente sufocante. É de assinalar, ainda, a possibilidade de os alunos virem a ter aulas em regime misto em caso de haver alunos com o vírus, o que sobrecarrega o trabalho dos professores. Na minha opinião, a relação professor/aluno é diferente. Deixa de haver a aproximação física (devido ao distanciamento obrigatório) e o professor tem agora uma relação mais impessoal, o que é pena. Concluindo, a bem da saúde pública, a relação social mudou totalmente e com ela perderam-se algumas características das escolas, tais como a espontaneidade e talvez a alegria.

Tomás Piteira

As vantagens de adotar comportamentos responsáveis em tempos de pandemia

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ano de 2020 ficará marcado para a história, assim como outros anos vividos pelos nossos pais ou avós em que epidemias e pandemias tomaram conta da tranquilidade de uma vida segura e até então normal. Sabe-se que continuar com a cabeça erguida em meio à esta crise não está sendo nada fácil, visto que a saúde não é afetada somente pelo vírus mas pela incerteza do que virá pela frente. Felizmente, somos seres que se adaptam muito bem às mudanças, mesmo que isso demore para vir a acontecer. Temos de nos agarrar com força à nossa única esperança, o otimismo, isto é, por mais que a situação esteja difícil, devemos tentar refletir sobre os seus pontos positivos. O hábito de usar máscaras e desinfetantes, por exemplo, causará um impacto crucial não só agora mas depois da pandemia, porque a necessidade de higienizar as mãos, os rostos e os objetos à nossa volta fará parte da nossa rotina daqui para a frente e isso fará com que o combate às doenças comece muito antes da sua proliferação em massa. A segunda vantagem de adotar o uso de máscaras e passar a fazer chamadas por vídeo passa pela valorização que daremos ao toque, ao olhar rosto à rosto e à relação interpessoal com quem está à nossa volta. É quase que impossível sentirmos a vibração de uma pessoa que não está ao nosso lado, mas sim no ecrã do telemóvel. Concluo que tudo o que custa nos ensina e por isso sairemos desta pandemia não mais fortes do que nunca mas mais fortes do que éramos antes. Muito provavelmente daremos valor às saídas com amigos, aos almoços em família e principalmente à nossa saúde, física e mental. A vida é feita de fases e cada uma delas ensina-nos o que precisamos para seguir em frente com determinação e amor à vida como ela é.

Luiza Muniz Faorlin

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A pandemia

A

tualmente, o mundo encontra-se perante um cenário nunca antes imaginado: o coronavírus alastrou-se e originou uma pandemia. São tempos bastante complicados e, para que possamos viver o mais normalmente possível, é crucial adotarmos comportamentos responsáveis. Optar pela adoção de medidas responsáveis no nosso dia-a-dia é algo necessário e extremamente vantajoso. A prática de comportamentos conscientes por parte de todos, certamente ajudará a ultrapassar esta situação o mais rapidamente possível. Se todos respeitarmos as regras impostas, como a simples higienização das mãos, a utilização constante de máscara e as restrições aos convívios, será possível evitar o contágio de mais pessoas e controlar melhor este vírus para que este não afete a vida de ninguém. A meu ver, esta nova realidade em que estamos a viver e a prática de todos estes hábitos traz também vantagens a nível do caráter pessoal, isto é, acredito que cada indivíduo, ou pelo menos a maioria, mudou ou irá mudar a sua forma de encarar a vida e de viver em sociedade. Considero, assim, que cada um de nós, ao aderir a estes comportamentos conscientes, terá uma melhor perceção em relação à entreajuda e de como cada indivíduo pode fazer a diferença nesta luta pela saúde e bem-estar mundiais. Além disso, o contributo para estabilizar a propagação do vírus através das devidas medidas, tornar-nos-á seres mais responsáveis e conscientes para agir em prol de uma situação idêntica no futuro. Por último, gostaria apenas de reforçar que é de extrema importância o cumprimento destas normas, não só pelas razões anteriormente mencionadas, mas também por respeito a todos os envolvidos na procura de uma solução. Concluindo, é essencial sermos responsáveis para que possamos voltar à normalidade o quanto antes e termos consciência de que tudo pode mudar em segundos. Para o bem geral, temos de agir conscientemente e lutar pela segurança de todos. Beatriz Duarte

Mariana Otero

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2020/21—a pandemia

Cristina Sardinha

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m finais de 2019 surgiu um vírus de origem chinesa, o chamado Covid-19, ou corona vírus, que é altamente contagioso e prejudicial para a saúde humana e se vem propagando pelo mundo de forma assustadora, sendo a principal preocupação atualmente. O corona vírus pode ser evitado se forem cumpridas as normas básicas e adotados comportamentos responsáveis. O uso da máscara em qualquer espaço público é a principal e mais básica norma a cumprir, mas não agrada a toda a gente; por essa mesma razão, infelizmente, ainda há muitas pessoas que não usam máscara na rua ou em cafés, mesmo sendo obrigatório. Se este comportamento fosse adotado com responsabilidade por todos seria mais fácil combater a pandemia. Atos como a desinfeção das mãos, evitar ajuntamentos e saídas de casa quando não há um motivo importante, são básicos e ajudam-nos a proteger a nossa família e amigos. Muitas vezes, na minha rua, vejo pessoas sem máscara na esplanada e na rua. Considero este um comportamento desrespeitoso que deve ser corrigido. Na minha opinião, deveríamos permanecer em casa o maior tempo possível e só sair em caso de trabalho, estudos ou para compras de maior necessidade. É assim que protegemos quem mais gostamos e também a nós mesmos. Em conclusão, acho que devemos respeitar mais o Covid-19, vírus este que já matou milhares de pessoas e atinge dezenas de portugueses todos os dias. Hoje em dia, em que há uma solução para tudo sem termos que sair de casa, só complicamos mais a situação se não formos sensatos e responsáveis. Se queremos jantar fora, podemos mandar vir comida para casa, se queremos ir às compras podemos fazê-lo sem sair, pela internet. Enfim, tudo será mais fácil se toda a gente se ajudar, apresentando um comportamento exemplar. Bernardo Valente

Mariana Otero

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Violência no namoro

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os dias de hoje, o tema ‘’violência no namoro’’ tem sido bastante discutido, devido à importância que alertar sobre esse tipo de situações tem. Esta pode acontecer tanto com adolescentes, como com pessoas em idades mais avançadas, podendo ser violência física ou verbal. Ambos os tipos têm um grande efeito na vítima. Na minha opinião, qualquer forma de violência é errada e deve ser punida, pois nenhum ser humano tem o direito de infligir esse tipo de dor noutro. Porém, mesmo quando os casos vão à justiça e têm alguma visibilidade (como no caso das figuras públicas), não lhes é dada a devida importância. Paralelamente, a violência deixa marcas para a vida, especialmente nos adolescentes. Muitos ficam fragilizados e perdem a capacidade de se relacionar com o sexo oposto, vivendo com medo que se repitam as situações de terror anteriormente vividas. A meu ver, quem ama não agride a sua suposta cara metade. Contudo, ouve-se, várias vezes, falar de homens que ‘’por amarem demais’’ maltratam e até chegam a matar as suas companheiras. Estes comportamentos não podem ser normalizados! É ainda muito comum a vítima sofrer em silêncio, o que não trava o agressor, mas faz com que a situação persista. Na minha opinião, a pandemia veio ainda piorar este fenómeno, pois, por muitas terem ficado isoladas com o seu agressor, deixaram de socializar e perderam a oportunidade de verbalizar a sua dor com alguém que lhe é querido. Em suma, a violência no namoro é um assunto importante a ser discutido com os mais novos, de forma a evitá-la, pois marca uma pessoa permanentemente. Leonor Martins

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os dias que correm, especialmente em tempos pandémicos, a violência doméstica ou no namoro tem vindo a aumentar, assim como as queixas sobre a mesma. Numa relação onde exista registos de violência doméstica existe também um abusador e um abusado. É comum atribuir-se o primeiro papel ao sexo masculino e o segundo ao feminino, mas existem também exceções a essa regra. Situando este tema num panorama mais atual, a pandemia, podemos calcular que uma relação abusiva, sujeita a um confinamento, é uma receita para o aumento deste crime. As tensões e receios a que todos ficamos submetidos podem certamente despontar estes impulsos e injustificáveis, mas como evitar isso? Penso que a principal solução deste problema passa pela denúncia do crime assim que é registada a primeira vez. Está provado que um abusador é perfeitamente capaz de repetir o ato e que as segundas oportunidades costumam resultar em desastre. É necessário denunciar este crime. Outro aspeto que vale a pena salientar é que não é necessariamente preciso haver violência física para haver abuso numa relação. A dor mental consegue ser pior que a física e há que sensibilizar o público em geral para a existência da violência doméstica. Se, na relação, existe um membro que assombra constantemente o outro, isso é violência psicológica. Se é comum o uso de comentários desagradáveis e uma constante humilhação para com o parceiro, isso também é violência doméstica. Gostaria de explicitar que ambos os níveis de violência doméstica, psicológica e física, são crimes puníveis com anos de prisão. As pessoas não se devem deixar cair nessa espiral perigosa que são ambos os namoros abusivos, denunciar e lutar pelo seu bem-estar será sempre o fundamental.

Pedro Silva

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A leitura

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propósito do projeto da turma do 10ºA “Ler por prazer”- desenvolvido com a participação das disciplinas de inglês, português e filosofia - os alunos escreveram, na aula de português, textos subordinados ao tema “ A importância da leitura em todas as idades “. Seguem-se textos escritos pelos alunos: Mariana, Lúcia, Rita e José Diogo. Paula Barros

LER É ESSENCIAL, MAS QUAL A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DAS PESSOAS?

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er é algo que aprendemos desde pequenos e que, no meu ponto de vista, nos é útil até ao fim da nossa vida. Exemplificando, ao lermos enriquecemos o nosso vocabulário e tornamo-nos mais cultos, quer seja através de livros históricos, científicos ou mesmo fábulas, com as quais aprendemos lições morais e de vida. Muitas pessoas consideram a leitura uma forma de relaxamento. Na minha opinião, ler desvia-nos temporariamente do stresse diário que, muitas vezes, vivemos, ocupando-nos a cabeça, para além de que serve como um meio de comunicação. O escritor comunica com o leitor transmitindo-lhe os seus sentimentos e a sua forma de pensar, fazendo-o sentir também compreendido. Isto serve como método de autoconhecimento, independentemente da idade, em que o leitor se coloca na posição do escritor e sente tudo aquilo que lhe é transmitido através das suas palavras. Concluindo, a leitura é importante nas nossas vidas pois desvia-nos, por momentos, de um mundo no qual reina o stresse, serve como forma de comunicação e torna-nos mais cultos independentemente da nossa idade.

Rita Carvalho

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NAS NOSSAS VIDAS

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er é uma atividade praticada há vários séculos pelo ser humano, quer seja para aprendizagem, prazer, ou simplesmente para passar o tempo. Mas qual será o seu efeito em pessoas de diferentes idades? Para começar, tem-se verificado, atualmente, uma descida substancial nos hábitos de leitura dos mais novos. Esta queda é explicada, sem grandes dificuldades, pela constante e rápida evolução de meios tecnológicos, como telemóveis ou consolas, que atraem a atenção dos jovens (e até de muitos adultos) com relativa facilidade. Embora esta evolução abra novas oportunidades nas nossas vidas, também afeta bastante as rotinas dos jovens, levando-os a afastarem-se do caminho da leitura e, consequentemente, a uma diminuição nas suas capacidades cognitivas. Está comprovado que crianças e jovens aprendem e crescem como pessoas mais facilmente, ao manterem desde muito cedo bons hábitos de leitura, e por isso mesmo é importante não esquecer as inúmeras lições de vida que o mais simples dos livros nos pode proporcionar. Por outro lado, a maior parte dos adultos e idosos parece não ter esquecido a leitura, algo que pode ajudar a população mais nova a recuperar o amor pelas folhas de papel juntas dentro de uma capa. Ler é fundamental para todos nós, e já que a vida moderna nos “consome” com tudo o que tem para oferecer, é importante que nós, os jovens, aceitemos o auxílio dos mais velhos para nos reconectarmos a esta atividade que perdura há gerações. Concluindo, a leitura é algo que faz parte de nós, sempre fez e sempre fará, desde que todos façamos a nossa parte para a manter viva nos nossos corações.

José Diogo Pessanha

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A leitura

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er por prazer é uma atividade a que se dedicam os jovens e pessoas de todas as idades. Esta atividade é, de facto, cada vez mais incentivada na escola, televisão e redes sociais. Mas qual é a importância da leitura na vida das pessoas de todas as idades? Ora, a leitura “ensina-nos” a comunicar de forma mais clara e objetiva. Isto acontece porque ao lermos, aprendemos novo vocabulário. Assim, conseguimos enriquecer os nossos textos e até mesmo a nossa forma de falar e de apresentar ideias, o que é bastante importante em todas as idades. Além disso, a leitura pode-nos ajudar a melhorar a nossa capacidade de processar informação. Ao lermos textos de diferentes autores, o nosso cérebro tem de se adaptar aos vários estilos de escrita. Assim, tornamo-nos mais perspicazes. Tudo isto é fundamental na vida de pessoas de todas as idades. Em suma, ler é crucial para uma vida rica, já que nos “ensina” a comunicar melhor e a melhorar a nossa capacidade de processar informação. Lúcia Diógenes e Nogueira

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er é uma atividade que nos acompanha permanentemente ao longo do nosso percurso na Terra, desempenhando um papel importantíssimo na nossa vida. A meu ver, ler proporciona-nos inúmeros benefícios, designadamente o enriquecimento das capacidades de interpretação de texto e de argumentação, a diversificação do vocabulário, a fundamentação da visão crítica e a obtenção de diversificados conhecimentos e visões do mundo. Desta forma, a leitura é extremamente importante e positiva para qualquer indivíduo, pois aprimora competências essências a qualquer aprendizagem de qualidade e contribui para a formação de cidadãos qualificados e cultos. No meu ponto de vista, a leitura consiste igualmente numa relevante forma de lazer, aliviando as preocupações que nos consomem diariamente. Por outro lado, o hábito de ler pode ter um impacto muito benéfico na nossa saúde, pois ao ler estimulamos o nosso intelecto, exercitando os neurónios e mantendo o nosso cérebro ativo e são, especialmente nas idades mais avançadas, resultando em inúmeros benefícios, nomeadamente a prevenção de doenças degenerativas como o Alzheimer. Em suma, considero que a leitura apresenta um caráter fulcral, na vida de qualquer pessoa, uma vez que é um precioso complemento nossa educação, entretém-nos, e também beneficia profundamente a nossa saúde.

Mariana Santos

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Challenge in the english class

Challenge in the English class: an unexpected story…

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ast year, I and my friends went on a boat trip. Everything was going great, until the sun disappeared and we started to hear thunders. We realized that a storm was coming in, the sea became very agitated and the boat started to flood, the waves were huge and we were all very scared. The last thing I remember was us being thrown to the sea. I woke up with a huge headache and I didn’t know where I was, I started looking for my friends and realized that I was in some kind of island in the middle of the ocean. After a few moments trying to find my friends, I finally found them and we were all reunited again. I started to panic, thinking that we were all going to die in that island. We were freaking out, but then my friend Peter calmed us down and said that we needed to find some food and water, therefore we started looking for what we needed. We were walking and trying to find some food, when suddenly we heard a noise, it seemed to be people talking. We were hopeful, thinking that we weren’t the only people there, so we started following the noise. After a few minutes of chasing the voices, we found a group of people sitting around a fire, talking. First we were really shocked and then relieved to see them. They took a few moments to realize that we were there, but when they saw us, they looked very surprised. After a few moments of silence, they asked us why we were there, and we said that we had a boat accident and ended up on that island. They explained they were a tribe who lived there, and that they could help us get out of there, and come back home. We were really happy and relieved. Francisca Morais e Beatriz Pereira

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Texto coletivo

Apreciação crítica do cartoon de Kaveh Adel, assinalando a comemoração do dia da Declaração

dos Direitos Humanos

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o âmbito das comemorações do dia da Declaração dos Direitos Humanos, Kaveh Adel publicou um cartoon bastante simbólico. Este é constituído por uma tira com duas vinhetas, predominantemente a preto e branco, remetendo para os dias 10 e 11 de dezembro. No primeiro momento, surge em destaque uma figura masculina a protestar contra o encarceramento de uma ave. Esta encontra-se numa gaiola e, apesar da ausência de cor, destaca-se uma faixa vermelha à sua volta, transmitindo a ideia de duplo aprisionamento e, consequentemente, de sofrimento. O homem levanta um cartaz e, de punho cerrado, parece gritar ferverosamente. Por outro lado, no dia seguinte, a gaiola está coberta e o homem passa, de forma descontraída, tomando uma bebida. Isto sugere que não acredita, de facto, na causa da liberdade, só se manifestando devido à data e, possivelmente, à atenção mediática que a comemoração dessa atrai. Tendo tudo isto em conta, o autor parece querer criticar todos aqueles que revelam interesse apenas pelas aparências, sendo seres hipócritas e, em última análise, desonestos. Deve defender-se aquilo em que se acredita, independentemente da data, pois as injustiças continuam a ser praticadas depois do desligar das câmaras. 10º E — texto coletivo

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desenho

HISTÓRIA DO GATO E DA GAIVOTA QUE O ENSINOU A VOAR

Aqui está uma homenagem a Luís Sepúlveda, escritor chileno, que morreu este ano devido ao COVID-19. Neste desenho está ilustrada uma passagem da sua obra "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar” Desenho de Mariana Otero.

AUTORRETRATO

Aqui está um autorretrato de Mariana Otero, durante o confinamento. Sabe bem não sair de casa, passar o dia todo de pijama e não trabalhar, não é?

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