Aspectos Psicossociais do Câncer
Como lidar com paciente e familiares?
Psicóloga Clínica – Leyce Cristina 14.05.16
O Câncer na Visão da Oncologia Oncologia: ciência que estuda o câncer e como ele se forma, instala e progride, e as possibilidades de tratamento. Câncer: doença que se origina nos genes de uma única célula, tornando – se capaz de se proliferar até o ponto de formar uma massa tumoral no local e a distância. Várias mutações tem que ocorrer na célula para que ela adquira este fenótipo de malignidade. Teoricamente, qualquer célula do corpo pode se transformar e originar um tumor maligno.
A Psicologia e o Câncer No passado, após o diagnóstico de câncer, quantos sobreviveriam com os tratamentos disponíveis? Hoje: interface Psicologia/Oncologia- preocupação mais ampla: Qualidade de vida da pessoa com câncer, A Psicologia destaca: o papel de aspectos psicossociais, tanto na etiologia quanto no desenvolvimento da doença, A identificação de fatores de natureza psicossocial envolvidos na sua prevenção e reabilitação, Incentiva a sistematização de conhecimentos que dê assistência integral ao paciente oncológico, sua família, e à formação de profissionais de saúde envolvidos com seu tratamento.
A Psicologia na Saúde Início da Psicologia na área da saúde se dá por volta do século xx, com o trabalho de Sigmund Freud a respeito da histeria de conversão, Esse trabalho chamou a atenção de médicos e pesquisadores para o estudo da interação entre processos emocionais e processo corporal, A partir de então, começa a emergir o reconhecimento de que características peculiares a cada paciente (sua história, suas relações sociais, seu estilo de vida, seus processos mentais, sua personalidade) e processos biológicos precisam ser incluídos para se atingir uma conceitualização precisa de saúde e doença.
A Psiconcologia Surge como área sistematizada de conhecimento quando a comunidade científica passa a reconhecer que tanto o aparecimento, a manutenção e a remissão do câncer são intermediados por uma série de fatores cuja a natureza extrapola condições apenas de natureza biomédica, Com o aumento do número de sobreviventes e do tempo de sobrevida dos pacientes oncológicos, a partir dos avanços das áreas médicas e farmacológica, torna – se imprescindível o acompanhamento psicológico do paciente e da família em todas as fases do tratamento, Torna – se importante a intervenção psicológica que ajude o paciente a lidar com os aspectos envolvidos com o diagnóstico de uma doença que está associada à idéia de morte, sofrimento, dor e solidão.
Avanços na área medica e farmacológica
Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, Introdução da Radioterapia, Utilização da Quimioterapia,
Médicos americanos preocupados com psicológicos dos pacientes, requisitando à psiquiatria do hospital,
aspectos área de
Tratamentos que possibilitam a cura, são também tão ou mais assustadores que o próprio diagnóstico.
Desenvolvimento da Psiconcologia A psiconcologia acompanhou o progresso da clínica cirúrgica, da radioterapia e da quimioterapia, que aumentaram o tempo de sobrevida e a quantidade de sobreviventes após o diagnóstico de câncer.
Desenvolvimento da Psiconcologia Reconhecimento de que a etiologia e o desenvolvimento do câncer estão associados a fatores psicológicos, comportamentais e sociais, A importância da adesão aos diversos tratamentos prescritos estar sendo amplamente reconhecida pela área da Saúde, A adesão às diversas modalidades de tratamento estar associada a fatores de ordem psicológica e social,
Desenvolvimento da Psiconcologia Os tratamentos oncológicos passam a ter como alvo de consideração a qualidade de vida do paciente, Trata – se de auxiliar este paciente e sua família a lidar com os efeitos colaterais dos tratamentos e seus impactos no dia a dia.
O Paciente oncologico e o psicólogo O fato de um paciente ser informado que tem câncer já o conscientiza da sua possível morte. Para muitos é uma doença fatal, mesmo com o número crescente de remissões significativas.
O Paciente oncologico e o psicólogo O homem tende a não encarar abertamente seu fim de vida na terra, só eventualmente e com certo temor é que lançará um olhar sobre a possibilidade da própria morte, O paciente oncológico, angustiado pelo medo da morte, fica voltado para si mesmo ou utiliza de mecanismos de defesa psicológicos,
O Paciente oncologico e o psicólogo O diagnóstico de câncer é frequentemente acompanhado de depressão, Temores: células cancerosas se desenvolvendo e mutilação, dor, apreensão, perda do vigor físico, perda dos objetivos de vida, dos papéis sociais e medo de causar sofrimento à família, É o caso de psicoterapias breves, de objetivos definidos, e tempo limitado, praticáveis em hospitais e que podem ser desenvolvidas com diferentes pressupostos e adaptações técnicas,
O Paciente oncologico e o psicólogo Ênfase ao trabalho multiprofissional, propiciar a ele o direito de receber explicações, participando ativamente das condutas preconizadas, e tomando decisões consciente no que diz respeito ao seu tratamento, Os pacientes ficam mais confiantes na honestidade e habilidade dos profissionais, tendo respeitadas as suas deliberações.
Personalidade e C창ncer
Perfil do paciente com Câncer LeShan afirma que frequentemente os pacientes com câncer tiveram a juventude marcada por sentimento de isolamento, desespero e negligência, Relações interpessoais com características difíceis,
Perfil do paciente com Câncer Geralmente na vida adulta conseguiram estabelecer um relacionamento significativo com alguém ou encontraram grande satisfação no trabalho, de forma que uma pessoa ou um trabalho passaram a ser o centro de sua vida, Relacionamento rompido, ou o trabalho perdido por qualquer razão, havia como consequência uma reação de desespero, como se a ferida da infância tivesse sido reaberta.
Pesquisas
Pesquisas Dra Caroline Thomas (1979) – acompanhou o estado de saúde de mais de 1300 estudantes de medicina da John Hopkins Medical School estava interessada em doenças cardíacas e coronarianas, aplicando teste de Roscharch, Percebeu que médicos que haviam dado respostas mórbidas para o teste, mais adiante cometeram suicídio ou desenvolveram câncer,
Pesquisas Aplicou questionários de atitudes familiares dos pais com os filhos e destes com os pais, Os questionários revelaram que as relações destes indivíduos com seus pais eram precárias e distantes, Os pais eram apresentados como pessoas ambiciosas, rigorosas, distantes, imprevisíveis, duras e de comportamento turbulento.
Aspectos da personalidade de pacientes com cancer
Aspectos da personalidade de pacientes com cancer Dra Lydia Temoshok (1992) – estudou pacientes portadores de melanoma, Os pacientes não apresentavam crises de raiva, pareciam perfeitamente relaxados, não eram competitivos,
Aspectos da personalidade de pacientes com cancer A ausência de raiva não se apoiava em uma paz interior. Havia uma grande dificuldade de auto–afirmação. Sob essa fachada havia raiva não expressa, ansiedade reprimida e um profundo sentimento de desesperança. Este tipo de comportamento é uma frágil adaptação ao mundo,
Aspectos da personalidade de pacientes com cancer Há muitas vezes a diminuição da concentração de animas biogênicas no hipotálamo, deficiência de regulação homeostática com consequente diminuição das funções celulares, entre elas as dos macrófagos. Há aumento da divisão das células cancerosas e também diminuição da capacidade reparatória do DNA,
Aspectos da personalidade de pacientes com cancer Tem sido também assinaladas diminuição das imunoglobulinas (IgA) em mulheres com câncer de mama, supressão de raiva e diminuição de células Natural Killer (NK), entre outras alterações relacionadas à competência do sistema imunológico.
Aspectos da visรฃo psicossomรกtica
Aspectos da visão psicossomática Marty – psicossomatista frances – diz que é importante considerar os movimentos psíquicos e somáticos, Pacientes psicossomáticos apresentam uma construção incompleta, ou um funcionamento atípico do aparelho psíquico. Perturbação do processo de mentalização – representação palavra, idéia,
Aspectos da visão psicossomática Muitos pacientes de câncer tem dificuldade de expressar suas emoções sobretudo aquelas agressivas e hostis, grande parte desses pacientes chegam a desconhecer suas emoções. Não tem acesso ao seu mundo interno, não identificam sentimentos e emoções e também não conseguem nomeá – los , A esse fenômeno, psicossomatistas de Boston deram o nome de alexitimia, expressão advinda do grego (a= sem; lexis= palavra; thymos= afetividade.
Pensamento Operat贸rio
Pensamento Operatório Pensamento pré operatório–preponderância das características sensório–motoras, não permite a exteriorização da agressividade, empobrecimento na organização do Ego, Tensões pulsionais não integradas e elaboradas, importante desorganização somática.
Representação Palavra
Representação Palavra Não se desenvolve a ponto de ampliar o seu valor simbólico. Mantém – se uma pobreza de significado e da capacidade associativa. Caracterizam – se pela ação, dada a limitação da capacidade de pensar, Impedem o escoamento adequado das excitações instintivas e pulsionais, esta deficiência de escoamento é responsável pelas somatizações, A maneira como o indivíduo lida com as perdas pode ter um efeito destruidor.
C창ncer Infantil
Câncer Infantil O atendimento psicológico da criança com câncer revela o seu mundo emocional através do brincar, falar por meio de desenhos, Por meio do brincar, do desenhar, do criar a criança nos conta a sua história com estórias do seu imaginário, com monstros, príncipes, cinderelas, lobos – maus, A partir dessa linguagem simbólica vamos falando de suas emoções, seus sentimentos de culpa, suas idéias e pontos para a compreensão da realidade vivida,
Câncer Infantil A criança se sente frágil, insegura e ameaçada, assume uma posição regredida, restabelece um vínculo simbiótico com a mãe, Intensificam seus medos e a angústia de morte, O medo de ser destruído por forças catastróficas que o conduziriam a morte.
A Dor e o C창ncer
A Dor e o Câncer Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tissular real ou potencial, O sofrimento causado pode ser minorado ou aumentado por fatores psicológicos, sociológicos, culturais e espirituais; fatores perceptivos, cognitivos, emocionais e de comportamento podem alterar a sensação de dor,
A Dor e o Câncer No sentir dor há sempre um componente psicológico. Ressentimento, depressão, ansiedade, desesperança, carência de afeto, hipocondria, são por exemplo, características frequentes em pacientes com dor crônica, Engel (1959) numa pesquisa sobre a dor concluiu que os pacientes que sentiam dor sem apresentar problemas físicos definidos tinham do ponto de vista psicológico fortes sentimentos de culpa. A dor serviria como punição e, portanto, alívio da culpa, mecanismo este que reforçava a continuidade da dor,
A Dor e o Câncer Hoje fica claro que o trabalho psicológico com a dor não pode ter em mira apenas o alívio da dor, mas sim o alívio e o entendimento do sofrimento que envolve o sentir dor. A dor é uma experiência humana complexa e lidar com ela ainda é um desafio.
Abordagens psicol贸gicas no tratamento da dor no c芒ncer
Abordagens psicológicas no tratamento da dor no câncer A experiência clínica sugere que a dor no câncer ocorre em função de uma lesão orgânica, além dos aspectos psicológicos sempre presentes, por meio dos significados dados a ela por cada pessoa, O sentimento da dor, o medo da dor, o medo da morte, a depressão, a desesperança, a ansiedade, o desespero são variáveis psicológicas que contribuem para o sofrimento da dor no câncer,
Abordagens psicológicas no tratamento da dor no câncer A dor é sentida como enervante e desmoralizante, produzindo profundas modificações afetivas e comportamentais, o que aumenta o sofrimento do paciente com câncer e da família, Nos estágios inicias da doença, quando a dor ocorre o tratamento deve propiciar ao paciente um funcionamento o mais normal possível no seu cotidiano. Nos pacientes terminais o conforto passa a ser o objetivo principal,
Abordagens psicológicas no tratamento da dor no câncer Muitas vezes o tratamento medicamentoso traz um alívio dos sintomas psicológicos, enquanto em outras vezes o tratamento psicológico traz alívio para a dor física, Pacientes com dor aguda pode ser devido ao próprio câncer ou à terapia anticâncer. Pode ser o primeiro sintoma da doença ou da recidiva,
Abordagens psicológicas no tratamento da dor no câncer No caso de pacientes à morte com dor o tratamento deve prover o alívio suficiente para manutenção do conforto. A dor deve ser minorada e se possível suprimida para não aumentar o sofrimento do paciente e da família, É importante uma grande sensibilidade aos desejos, às preocupações e aos medos do paciente nestes momentos, bem como uma terapêutica analgésica que permita, se possível, o morrer sem dor.
Técnicas
Técnicas Abordagens cognitivas: hipnose, treino de relaxamento, biofeedback, distração, visualização e redefinição de sensações, Estas técnicas devem oferecer apoio, conhecimento e habilidade ao paciente e ser de duração breve, É importante o conhecimento da história de vida do paciente para uma melhor compreensão da sua dor,
Foco: tirar a atenção da dor. Mostrar ao paciente que a capacidade de diminuir a dor é dele, ele a leva consigo e utiliza quando e onde quiser
Biofeedback
Musicoterapia
Hipnoterapia
Relaxamento
Técnicas O paciente exerce controle consciente de uma função fisiológica, eletrodos são colocados na pele, a máquina produz sinais sonoros, apontando que interferências suas (emoções, posturas, atitudes) mudam a função fisiológica escolhida. O paciente pode controlar voluntariamente estados físicos, normalmente estando sob controle do sistema nervoso autônomo. Biofeedback
Musicoterapia
Hipnoterapia
Biofeedback Relaxamento
Técnicas Uso de meditação levando a uma resposta de relaxamento.
Biofeedback
Musicoterapia
Hipnoterapia
Relaxamento Relaxamento
Técnicas Auxilia a expressão de sentimentos, liberação de processos reprimidos, lúdico, catártico e criativo. Distração da percepção da dor
Biofeedback
Musicoterapia
Hipnoterapia
Musicoterapia Relaxamento
Técnicas Permite uma imersão completa em si mesmo. A analgesia acontece independente da ação da endorfina. Pode modificar a percepção da dor, o estado hipnótico pode aliviar a sensação de dor
Biofeedback
Musicoterapia
Hipnoterapia
Hipnoterapia Relaxamento
Vivenciando o c창ncer .
Vivenciando o câncer O câncer não significa só perdas e morte; pode significar também a abertura de novos caminhos e possibilidades, A história da vida emocional desempenha muitas vezes papel importante na determinação do câncer e na sua evolução, não como único fator, mas como um dos fatores presentes,
Vivenciando o câncer Não só o paciente, mas toda a família envolvida no processo e mesmo os profissionais acabam vivenciando esses momentos, cada um dentro dos seus limites e possibilidades, Ao saber do diagnóstico de uma doença grave a família passa pelos mesmos estágios que o paciente, e a forma de enfrentamento vai depender da estrutura de cada um e da relação entre eles. É frequente surgir perda em vida, luto antecipado, ambivalência de sentimentos, impotência e culpa.
O Olhar de Simonton
O Olhar de Simonton Simonton diz que a doença não é só física, Diz respeito não só ao corpo, mas também às emoções e à mente, e que o estado emocional é fortemente relacionado à doença, incluindo o câncer, e influi também na sua recuperação, Acredita que o câncer surja como indicação de problemas em outras áreas da vida da pessoa, eventualmente agravados por estresses que surjam de seis a dezoito meses antes do aparecimento da doença,
O Olhar de Simonton O paciente reagiria ao estresse com desesperança e desistência, e essas reações disparariam um conjunto de reações fisiológicas, suprimindo as defesas naturais do organismo e tornando – se mais suscetível à produção de células anormais, Para Simonton o câncer começa com uma célula com informações genéticas incorretas não sendo capaz de cumprir as funções para as quais foram designadas, Pode ter recebido informações incorretas por fatores físicos,
O Olhar de Simonton Quando instalada e estruturada a neoplasia comporta – se como organismo autônomo dentro do indivíduo – as estruturas normais são invadidas, destruídas, subvertidas, e as células tumorais assumem o controle metabólico do indivíduo, Estresse, desamparo, traços de personalidade e estilo de vida estariam levando a uma queda do sistema imunológico, fazendo com que este não consiga evitar o crescimento desordenado do câncer,
O Olhar de Simonton Os recursos que o indivíduo tem para lidar com o estresse são de grande importância para a adequação às diversas situações da vida, Acredita – se que o suporte social mitiga os efeitos danosos que situações de estresse podem causar, Muitos estudos mostram a correlação entre o tipo de personalidade e a disposição a desenvolver câncer, mas os dados encontrados são muitas vezes contraditórios,
O Olhar de Simonton Greer e outros (1979) verificaram que o otimismo e o espírito de luta em pacientes de câncer estavam associados à ausência de recorrência cinco anos depois, O câncer pode não estar associado a nenhum desses fatores emocionais, porém o emocional terá grande influência no desenvolvimento e no prognóstico da doença.
Programa Simonton no Brasil A observação de que pacientes com um mesmo diagnóstico e prognóstico médicos tinham emoções diferentes, uns vivendo mais que outros, levou o radioterapueta americano Carl Simonton(1987) a se perguntar sobre tal fato, Percebeu que aqueles pacientes que evoluíam melhor tinham em comum o desejo de não querer morrer por ter, por exemplo, um projeto inacabado em andamento e que os prendia à vida, Pacientes que se mostravam deprimidos, com profunda apatia e com atitude de desistência diante da vida evoluíam pior,
Programa Simonton no Brasil Os pacientes que evoluíam melhor ao tratamento de câncer, tinham como característica achar que de alguma forma podiam influenciar o curso de sua doença. Adotavam uma atitude muito mais ativa em relação às suas vidas e também em relação à doença e aos tratamentos médicos, Pessoas mais participativas, que diferentemente da grande maioria dos pacientes não viam o processo de cura como algo a que o indivíduo se submetesse passivamente, mas como algo de que podia participar ativamente,
Programa Simonton no Brasil Como mobilizar essa possibilidade em outros pacientes de maneira a influir na sua vontade de viver? A partir de seus estudos, Siminton desenvolveu um programa de abordagem psicológica ao paciente oncológico baseado em técnicas de relaxamento e visualização, programa este descrito em seu livro “Com a Vida de Novo” Em SP – programa introduzido por Maria Margarida de Carvalho, quando fundou o Centro Alfa Programa aplicado pelo CORA (Centro Oncológico de Recuperação e Apoio)
Programa Simonton no Brasil São trabalhados grupos temáticos ao longo de nove sessões uma vez por semana. Estas sessões tem duração aproximada de seis horas cada uma O grupo é composto por no máximo 12 pessoas, devendo cada paciente estar acompanhado de um familiar A equipe de trabalho é formada por um coordenador de grupo, um subcoordenador e monitores Quando possível o subcoordenador deverá ser um profissional da área de saúde mental que seja ex paciente de câncer
Relaxamento e visualização
Relaxamento e visualização Para o paciente de câncer é importante poder contar com formas de diminuir a tensão, resultado de situações de estresse, O relaxamento físico geralmente leva também a uma diminuição das tensões emocionais e prepara o paciente para o trabalho de visualização, e é esta última que será usada para estabelecer mudanças de atitudes que poderão favorecer a ação do sistema imunológico, Muitos pacientes de câncer tem uma relação empobrecida com seu corpo. Tem pouco contato com ele e pouco entendem sua linguagem,
Relaxamento e visualização O corpo pode ser sentido como um elemento que os traiu, Os exercícios de relaxamento podem também ajudá – los a estabelecer uma relação de prazer com este corpo, O relaxamento pode ainda ser usado para quebrar o ciclo de tensão e medo, e o medo é um sentimento sempre presente uma vez diagnosticado o câncer: medo de dor, medo de recidiva, medo da morte, Perceber que podem lidar com emoções como o medo ajuda – os a desenvolver autoconfiança maior, já que os pacientes percebem um aumento de sua capacidade de lidar consigo diante das situações de vida,
Relaxamento e visualização O desenvolvimento da auto estima a partir da autoconfiança é o resultado. Quebra – se assim o ciclo depressão emocional e desesperança. Por outro lado a visualização permite que, uma vez em contato com o mundo interno, revelem – se ao paciente aspectos de si que antes eram desconhecidos, A técnica propõe que se visualize o resultado desejado. Visualizar o resultado e vivenciar as sensações que podem decorrer de se ver atingindo o resultado querido pode ser suficiente para uma mudança emocional que seja favorável para o rompimento do ciclo da depressão/desesperança.
As nove sess천es
Resultados e conclus達o
Resultados e conclusão Um estudo desenvolvido por Spiegel (1989), ao longo de dez anos na Universidade de Stanford, com muitas mulheres portadoras de câncer de mama submetidas a psicoterapia de grupo, conclui que estas tiveram uma sobrevida duas vezes maior do que aquelas que receberam apenas os cuidados clínicos habituais, O trabalho psicoterápico ajudou–as a superar a depressão, o que resultou em melhor qualidade de vida e melhores condições de saúde física,
Resultados e conclusão A depressão e a desesperança com as quais chegaram ao final do trabalho deram lugar a um sentimento de entusiasmo pela vida, Os pacientes passam a identificar razões pelas quais vale a pena estar vivo e passam a ter uma relação mais ativa e confiante com a vida, Mesmo aqueles que morreram, vivem melhor o tempo que lhes é dado viver.
Visualização e câncer
Visualização e câncer Na definição de Achterberg (1985), a imagem é o processo de pensamento que evoca o uso dos sentidos – visão, audição, olfato e paladar, o sentido do movimento, posição e toque. É o mecanismo não – verbal e não – lógico de comunicação, entre a percepção, a emoção e a mudança corporal. A visualização ou as imagens mentais são o conteúdo da imaginação, Uma pessoa imaginando uma situação aterradora pode se autoprovocar uma agitação cardíaca, baixa na temperatura, desorganização dos processos fisiológicos, transtornos bioquímicos, podendo chegar até a morte,
Visualização e câncer Inversamente, as imagens mentais de saúde podem levar à ativação de processos de autocura e controle de sintomas, Alguns trabalhos clínicos tem defendido o uso da visualização como meio de controlar o crescimento do tumor e combater o cancer. Simonton (1987); Siegel (1986); LeShan (1992) são expoentes dessa forma de pensar, A popularidade das técnicas e os relatos de cura levaram a American Cancer Society a efetuar uma avaliação desses programas,
Visualização e câncer Concluíram que essas terapias podem reduzir substancialmente as perturbações dos pacientes durante o tratamento, mas não existem evidências para o apoio do seu uso como terapias alternativas e sim como coadjuvantes.
Trabalho corporal e o cancer
Trabalho corporal e o cancer É possível ajudar um paciente de câncer deprimido, em pânico, ansioso reerguendo o nível de sua energia por meio do trabalho corporal, Aumentando seu fluxo de energia, fazendo com que consiga respirar de maneira plena e mais profunda, A respiração mais profunda propicia a abertura da garganta, recarrega o corpo e ativa as emoções reprimidas, resultando em um sentimento que flui para fora,
Trabalho corporal e o cancer Geralmente os pacientes de câncer estão impregnados de raiva violenta e são extremamente contidos, O trabalho corporal faz a pessoa expressar as emoções por intermédio do corpo, proporcionando grande alívio e profundo sentimento de paz, Muitas vezes nada disso acontece porque o paciente poderá estar com muito medo e não permitir o fluxo de seus sentimentos.
A famĂlia e o cancer
A família e o cancer Reit e lederberg (1990), afirmam que o surgimento do câncer em qualquer família é sempre uma catástrofe, Bem orientada essa família poderá extrair alguns benefícios da experiência, no sentido de um crescimento como grupo, durante a doença e especialmente na fase terminal, Se uma família permanece unida e ao lado do doente até o momento de sua morte, expressando suas emoções e seus sentimentos, sejam eles de que natureza for, a elaboração da perda da pessoa querida, bem como a vivência da situação de luto, pode propiciar mudanças importantes nos padrões de relacionamento familiar e na própria maneira de enfrentar a vida.
A famĂlia do paciente terminal
A família do paciente terminal A importância das relações afetivas tem sido amplamente comprovada como um fator relevante para o bem estar de qualquer ser humano, No caso do câncer no seio de uma família, essa importância assume proporções mais graves, uma vez que já está constatada uma profunda e enorme dor que atinge o grupo todo se um dos membros recebeu este diagnóstico,
A família do paciente terminal A família é um agente importante nos cuidados necessários ao paciente, alguns autores como Reit e Lederberg dizem que a família é uma paciente também, que deve ser assistida cuidadosamente pela equipe de saúde, denominando – a paciente do segundo escalão, Os mesmos autores referem–se a estudos em psiconocologia que definem a família como um organismo dinâmico, onde um membro doente irá alterar todo o funcionamento da mesma.
A famĂlia do paciente terminal
A família do paciente terminal Choque emocional causado pelo diagnóstico e pelas reações individuais, Nesta fase é de grande ajuda para dar suporte emocional aos elementos mais próximos do paciente, A proposta da terapia de apoio à família nesta fase é fazer com que o comportamento das pessoas passem de uma atuação afetiva para uma atuação efetiva, que irá ajudar mais o paciente.
Fase Aguda Fase Aguda
Fase Crônica
Fase de Resolução
A família do paciente terminal Fase onde os comportamentos vão se consolidando e ficando mais estáveis. A família se adapta às necessidades do paciente e às necessidades entre si, Nessa fase cada membro manifesta de formas diversas suas emoções até então contidas, tais como ciúme, insegurança, competitividade, chegando a criar situações difíceis para a família como grupo.
Fase Crônica Fase Aguda
Fase Crônica
Fase de Resolução
A família do paciente terminal É nessa fase que a família tende a permanecer muito isolada, uma vez que vira um sistema, se não fechado, no mínimo difícil para ser partilhado por pessoas estranhas, Em geral é uma fase longa, onde os movimentos são imprevisíveis, como se cada membro decidisse viver o dia a dia sem pensar no futuro e sem querer tomar as decisões necessárias para o procedimento a seguir no tratamento.
Fase Crônica Fase Aguda
Fase Crônica
Fase de Resolução
A família do paciente terminal Ou o paciente vem a falecer ou passa a ser um sobrevivente, melhorando até ser considerado fora de perigo, Se a dor e as emoções puderem ser vivenciadas ao longo do processo da doença, o grupo familiar terá mais condições de lidar com o luto, evoluindo para uma qualidade de relacionamento algumas vezes mais afetiva e adequada do que aquele que existia antes da doença.
Fase de Resolução
Fase Aguda
Fase Crônica
Fase de Resolução
Terapeuta: Primeiro Contato da FamĂlia
Terapeuta: Primeiro Contato da Família
O primeiro elemento de uma família que faz o contato com o terapeuta é aquele que tem algum tipo de esperança. A esperança pode ser em amenizar o que todos estão vivendo, O importante é que o contato que se faz com o doente seja bem claro e aborde tópicos como: sigilo, o que o paciente quer que o terapeuta comunique à família, o que não quer, local de atendimento, entre outros,
Terapeuta: Primeiro Contato da Família
O contrato de trabalho nesses casos assume característica próprias, ao contrário de uma piscoterapia convencional, a situação de atendimento vai alterar – se de acordo com a evolução da doença.
Mecanismos de defesa da famĂlia
Mecanismos de defesa da família Não querem ver a gravidade do quadro da doença ou não querem entrar em contato com a tristeza que todos sentem. Isso é nocivo ao paciente, pois dificulta a própria aceitação da doença, É muito difícil convencer os elementos do grupo familiar de que o paciente tem o direito de decidir sobre os rumos que seu tratamento deve tomar, pelo menos enquanto ele estiver na posse de suas atividades físicas e psíquicas, Quando ocorrem situações como essas, o trabalho a ser feito é levar o grupo a expressar seus sentimentos, medos e emoções, para finalmente conseguir assumir a tomada de decisão necessária.
A família da criança com câncer
A família da criança com câncer O tratamento da criança com câncer representa para a família períodos de maior otimismo e esperança permeados por outros de maior desestruturação e ameaça de perda. Nas remissões prolongadas a família se tranquiliza, pensa em cura ou erro de diagnóstico. Entretanto nas recorrências da doença, as hospitalizações sucessivas constituem–se em experiências traumáticas para a criança e para a família, que tende a ter as mesmas reações do diagnóstico inicial, A cura do câncer significa estar livre da doença, na dimensão médica. Entretanto há ainda a dimensão pessoal – ser curado para si mesmo e a dimensão social – ser curado para os outros,
A família da criança com câncer Trata – se de restaurar progressivamente a identidade abalada, buscando uma nova qualidade de vida (Alby, 1986ª), Quando o tratamento termina não é simples retomar o mundo anterior com as banalidades do cotidiano. Abandonar o papel de doente não é simples, Algumas famílias passam a se perceber mais fortalecidas do que antes, julgando – se vitoriosas por terem vencido a luta contra o câncer. Outras ficam frágeis, sentem ameaças pairando frequentemente sobre si, constituindo um grupo de risco,
A família da criança com câncer Muitas crianças adquirem aos olhos de seus pais um sentido de valor, de coragem, maturidade e responsabilidade, No inicio do tratamento, analisar a situação psicológica e familiar da criança; realizar intervenções psicossociais para restabelecer condições propícias durante todo o período de tratamento e depois dele, por meio de uma equipe interprofissional integrada e preparada, Evitar tanto quanto possível, intervenções agressivas, o isolamento emocional, a falta de informação ou informações incoerentes.
A morte da crianรงa com cancer
A morte da criança com cancer Um filho significa o prolongamento da vida dos pais, suporte de todos os seus projetos, alegria. A sua perda representa fracasso na sua função de pais que se sentem roubados em seu papel protetor e de ser necessário a algo ou alguém, A morte de seu filho agride–os e a todos que o rodeiam, posto que lhes revela sua impotência e a inversão das leis da natureza; eles deveriam morrer antes dos filhos. Assim sentem–se traídos pela vida, pela própria criança que os abandona, deixando um vazio,
A morte da criança com cancer Os pais, num modo de revelação de um amor maior, aceitam perdê–lo à custa de seu próprio sofrimento, A morte de uma criança cronicamente doente é mais suportada quando os pais podem fazer um trabalho de luto progressivo, após ter cuidado dela e dado a ela o melhor de si.
FamĂlias enlutadas
Famílias enlutadas Duas mudanças psicológicas devem ser operaras durante o processo de elaboração do luto, sejam elas por meios naturais ou com a ajuda psicológica, A primeira é reconhecer e aceitar a verdade: a morte ocorreu e a relação agora esta acabada, A segunda é experimentar e lidar com as emoções e os problemas que a perda cria para o enlutado restabelecer sua vida de acordo com a nova realidade, Essas mudanças se mesclam e levam tempo.
Avaliando a necessidade de Cuidados
Avaliando a necessidade de Cuidados Os objetivos da terapia com a família enlutada envolvem sempre o reconhecimento da perda e a adaptação da nova realidade, As técnicas, mesmo que difiram entre si, são notadamente ativas, provocando mesmo a revivência de emoções que vinham sendo evitadas.
Morrer com Dignidade
Morrer com Dignidade Como pensar em uma morte digna para aqueles pacientes que não tem possibilidade de cura, O câncer ainda é percebido como uma doença que leva inexoravelmente à morte e acompanhada de dor e sofrimento intoleráveis, É incurável, traiçoeira e sem controle, tratamentos lembram armas de guerra,
onde
os
Morrer com Dignidade Hoje já não se discute mais se o paciente deve ou não ser informado. Ele precisa de confirmação do que já sabe ou das respostas as perguntas que faz, A verdade e o respeito ao ser humano são essenciais quando de fala em dignidade, A verdade pode ser transmitida com o vagar e no ritmo necessários, oferecendo acolhida à pessoa que entra em contato com uma noticia muito difícil,
Morrer com Dignidade O pior não é o conteúdo da noticia e sim a expectativa do que vai acontecer depois, principalmente do abandono e da solidão que o paciente gravemente enfermo é submetido frequentemente, Neste momento a voz do terapeuta é muito mais importante que o conteúdo do que diz, O trabalho psicológico com o paciente pode continuar enquanto houver vida e desejo,
Morrer com Dignidade A doença não elimina obrigatoriamente as metas e a vontade do paciente, que pode aproveitar esse período para fazer uma revisão de vida e um balanço de prioridades criando novos significados.
Conclusão: O Câncer como ponto de mutação Para alguns, a vida é prolongada, não de maneira arbitrária, mas com vistas a uma maior vivencia do eu, maior autoconhecimento e realização de sonhos, E há a devota dedicação e empenho que transformam o câncer em um ponto de mutação e não em um aviso de morte, Quanto mais se conhece o biológico e o emocional, mais aprendemos a melhorar a qualidade e a essência da vida.
Dúvidas, Críticas, Sugestões,...,
Muito Obrigado!!!