Nutrição e Câncer Thaís Manfrinato Miola
Alimentação
Prevenção OU
Aumento do risco de câncer
Desnutrição no Câncer
Desnutrição no Câncer O desequilíbrio na ingestão alimentar e necessidades pode ser devido à vários fatores como:
Efeitos locais do Odinofagia, disfagia, obstrução intestinal, tumor saciedade precoce, má absorção, alterações metabólicas Fatores psicosociais
Depressão, ansiedade, aversão alimentar, anorexia
Cirurgia
Alterações na mastigação, deglutição e absorção de nutrientes e complicações póscirúgicas
Radioterapia
Disfagia, odinofagia, xerostomia, disgeusia, mucosite, náusea e vômito e diarréia
Quimioterapia
Odinofagia, xerostomia, disgeusia, mucosite, náusea e vômito, diarréia e constipação
Desnutrição no Câncer von Meyenfeldt 2005
Bozzetti et al, 2012: Localização do Tumor
Desnutrição (%)
Esôfago
62,5
Pâncreas
54
Estômago
44
Cavidade Oral
28,5
Pulmão
28
Colorretal
24
Desnutrição no Câncer Com a desnutrição, o estado nutricional do paciente fica comprometido, levando à consequências como: ↑ RISCO TOXICIDADE DO TRATAMENTO ↑ MORBIMORTALIDADE ↑ HOSPITALIZAÇÃO ↑ CUSTOS ↓ RESPOSTA AO TRATAMENTO ↓ QUALIDADE DE VIDA
Etiologia da Caquexia
Gar贸folo e Petrili 2006
Alterações Metabólicas
Nutriente
Alterações
Carboidrato
Intolerância à glicose Diminuição da secreção de insulina Resistência periférica à insulina Aumento na síntese de glicose Aumento do turn over de glicose Maior atividade do Ciclo de Cori
Proteínas
Aumento do turn over de proteínas Aumento na síntese hepática de proteínas Aumento no catabolismo protéico muscular Diminuição da concentração de aminoácidos
Lipídeos
Depleção dos depósitos de gorduras Aumento da lipólise Aumento do turn over de glicerol e ácidos graxos livres Diminuição da lipogênese Hiperlipidemia
Avaliação nutricional
Triagem Nutricional
Triagem Nutricional
ADA, 1994 ASPEN, 1995 ESPEN, 2003
Triagem Nutricional
ASPEN, 2011
Triagem Nutricional
Avaliação Nutricional Subjetiva
Avaliação Subjetiva Global-PPP
Ottery, 1996 IBNO, 2013
Avaliação Subjetiva Global-PPP
Avaliação Subjetiva Global-PPP
Avaliação Subjetiva Global-PPP
Métodos de avaliação nutricional
Perda Ponderal 30-80% dos pacientes oncológicos apresentam perda de peso significativa Indicador de desnutrição Indicador de prognóstico negativo em pacientes hospitalizados
Perda de peso (%)
Tempo
>2
1 semana
>5
1 mês
>7,5
3 meses
>10
6 meses
% Perda Ponderal = Peso Usual – Peso Atual x 100 Peso Usual
Arends et al, 2006 IBNO, 2013
Avaliação Bioquímica Proteínas
Meia-vida
Uso clínico
Limitações
Albumina
18 - 20 dias
Índice prognóstico de gravidade
Hidratação, distúrbio renal, hepático
Transferrina
8 - 9 dias
Índice prognóstico e monitorização
Alteração do metabolismo do ferro
Pré-albumina
2 dias
Monitorização e depleção aguda
Distúrbio renal, hepático e inflamação
Proteína transportadora Do retinol
12 horas
Índice prognóstico de gravidade
Distúrbio hepático, inflamação, diminuição de vitamina A e zinco
PCR
8 - 12hs
Indicador de infecção Reagente de fase bacteriana e resposta aguda, serve de inflamatória contra-prova para as outros proteínas plasmáticas
Avaliação Nutricional
Necessidades Nutricionais
Necessidades Calóricas
SITUAÇÃO
KCAL/KG/DIA
REALIMENTAÇÃO
20
OBESO
21-25
MANUTENÇÃO DO PESO
25-30
GANHO DE PESO
30-35
REPLEÇÃO
35-45
Necessidades Protéicas
Quimioterapia Quimioterapia (QT) é um tratamento sistêmico com objetivo de destruir multiplicação de células tumorais Utiliza compostos químicos no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos
O regime de QT varia de acordo com o tipo e estágio da doença, finalidade do tratamento e condições clínicas do paciente
A QT é utilizada na para reduzir o volume tumoral para a cirurgia, para reduzir o risco de recorrência local da doença, com finalidade curativa ou então paliativa 29
Perda Ponderal
Náusea e Vômito Mucosite Disgeusia Xerostomia Obstipação Diarréia
Inapetência
PERDA PONDERAL
30
Inapetência
•
COMER PEQUENAS PORÇÕES EM INTERVALOS CURTOS •
COMER DEVAGAR E MASTIGAR BEM OS ALIMENTOS •
•
EVITAR FRITURAS E ALIMENTOS GORDUROSOS
AUMENTAR O VALOR CALÓRICO DAS PREPARAÇÕES COM AZEITE, QUEIJO, FARINHA LÁCTEA, LEITE CONDENSADO, CREME DE LEITE ETC
Disgeusia 15-100% dos pacientes com cテ「ncer 36-75% dos pacientes em QT - Sabor metテ。lico, sensibilidade ou insensibilidade ao doce, intolerテ「ncia ao amargo
AVERSテグ ALIMENTAR
33
Carboplatina, Cisplatina, Ciclofosfamida, Doxorubicina, 5-FU, Metotrexate
Recomendação Nutricional
- Temperos naturais - Alimentos ácidos - Balas azedas ou mentoladas - Alteração do talher 34
Náusea e Vômito •Interrupção do tratamento e pior qualidade de vida •70 – 80%
Fases Aguda Tardia Precoce Tipo Avançada
8% a 20% 35
Recomendação Nutricional
• Evitar frituras • Fracionamento das refeições • Permanecer longe do preparo das refeições • Gengibre e limão 36
Gengibre
Zingiber officinale Atividades anti-eméticas Gravidez, cirurgia Gingerol e Shogaol Cápsula gengibre: 3 dias antes do 1° dia dos ciclos, continuando por + 6 dias menor índice de náuseas em 0,5g/dia e 1g/dia
37
ASCO, 2009
Ryan et al, 2012
Mucosite Oral
38
Mucosite Oral •Primeiros sinais 3-4 dias após infusão •Pico 7-14 dias •Resolução 5-10 dias
• Principais quimioterápicos: • 5-FU, Metotrexate, mercaptopurina, fludarabina • Etoposido, Ciclofosfamida, Doxo, Daunorrubicina, Taxanos 39
40
Não recomenda uso de glutamina como prevenção ou tratamento de mucosite 41
42
PREVENÇÃO (NÍVEL DE EVIDÊNCIA 2) -CUIDADOS HIGIENE ORAL -BENZIDAMINA EM CCP -30 MIN CRIOTERAPIA PARA 5-FU EM BOLUS E CONDICIONAMENTO -GRANULOKINE EM CONDICIONAMENTO E TBI -LASERTERAPIA EM CONDICIONAMENTO COM OU SEM TBI
Recomendação Nutricional
- Aumento da hidratação - Evitar:
- Ácidos - Extremos de T° - Condimentos fortes - Modificar consistência - TN 44
Diarreia
50% a 80% 2 formas: – Mucosite intestinal – Efeito colinérgico
Fator de Risco = Idade, Ressecção intestinal, Infecção intestinal e RT
Irinotecano, fluorouracil, capecitabina
45
Diarreia
46
Recomendação Nutricional
Isenta de resíduos Baixo teor de alimentos gordurosos Aumento hidratação Probióticos Glutamina
47
Glutamina x Diarreia
Necessita de mais estudos para comprovar uso de glutamina na prevenção ou tratamento da diarreia induzida por quimioterapia
12 estudos nĂŁo mostraram resultados positivos com glutamina
48
Probióticos x Diarreia
150 pacientes com CA CCR em QT Adjuvante 5-FU e Leucovorin 24 semanas Suplementação com probiótico Resultado: grupo suplementado teve menos desconforto abdominal e menor incidência de diarréia graus 3 e 4
Probi贸ticos x Diarreia
Constipação
Ocorre em 1/3 dos pctes Entre 3 e 10 dias após início QT
Opióides e Antieméticos
Alcalóides da Vinca Recomendação Nutricional • Aumento: – – – –
Hidratação Consumo de verduras e legumes Frutas laxativas Integrais
Probióticos Módulo de Fibras
Neutropenia Contagem baixa de neutrófilos com febre
NEUTROPENIA FEBRIL
DIETA NEUTROPÊNICA •INDICADA PARA PACIENTES COM NEUTROPENIA INFECÇÃO •OBJETIVO: REDUZIR RISCO DE CONTAMINAÇÃO ATRAVÉS DE ALIMENTOS CRUS
•Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Aspergillus
•RESTRIÇÕES????
DIETA NEUTROPÊNICA RESTRIÇÕES ISENTA DE FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES CRUS LÁCTEOS APENAS PASTEURIZADOS CARNES EM GERAL E OVOS APENAS BEM COZIDOS CONSUMO DE ALIMENTOS FORA DE CASA
INDICADA PARA PACIENTES COM NEUTROPENIA (NEUTRÓFILOS <1.000-1.500)
PACIENTES COM NEUTROPENIA DURANTE QUIMIOTERAPIA PACIENTES SEM NEUTROPENIA DURANTE QUIMIOTERAPIA PACIENTES SUBMETIDOS A TCTH
19 PACIENTES PEDIÁTRICOS GRUPO 1 – RECOMENDAÇÕES DO FDA GRUPO 2 – DIETA NEUTROPÊNICA SEM DIFERENÇAS NO GRAU E DURAÇÃO DA NEUTROPENIA (P=0,27) ADESÃO À DIETA: • FDA – 99,9% • DIETA – 94% 2,9% DOS PACIENTES CONSUMIRAM FRUTAS CRUAS CONCLUSÃO: O ESTUDO SUGERE QUE DIETA NEUTROPÊNICA NÃO É TÃO
Dietary recommendations for immunosuppressed patients of 17 hematopoietic stem cell transplantation centers in Brazil Vicenski et al, 2012 Rev Bras Hematol Hemoter
94% - realizam dieta neutropĂŞnica 59% - restringe iogurtes 71% - restringe leites fermentados 47% - restringe presunto 53% - restringe salsicha
Revisão Estudos mostram que não há diferenças significativas de infecção e febre em pctes com dieta neutropênica comparados com pctes com dieta normal
Omega-3 Funções: Ação antiinflamatório Ação anticatabólica Diminui citonas pró-inflamatórias Inibe PIF Regula função imune
• Read et al, 2007 – SO enriquecido com 2,18g EPA e 0,92g DHA – Todos os dias, durante 9 semanas – Resultados: • Aumento de peso • Diminuição da fadiga • Diminuição diarréia
- 13 pctes em QT 1,6g de EPA 12 semanas Resultados: Aumento de peso significativo (5 kg x 1,9 kg) Não houve diferenças significativas na qualidade de vida
• • •
CA pulmão em QT 16 2,2g EPA vs 24 controle Avaliação do peso, massa muscular e tecido adiposo
•
Resultados: – Perda de Peso: grupo controle 2,3 kg vs grupo EPA 0,5 kg – Massa muscular: grupo controle 29% mantiveram e média de perda de 1 kg vs grupo EPA 69% mantiveram – Tecido adiposo: sem diferenças
60
Antioxidantes Vantagem ou Desvantagem ?
13% a 87% utilizam AOX
Objetivo: - diminuir toxicidade qt - melhorar eficรกcia da qt - reduzir dose
61
Métodos Alternativos Mais de 80% dos pacientes com câncer nos EUA utilizam métodos alternativos para alivio dos sintomas
ALOE VERA GRAVIOLA AVELÓS PEQUI CHÁ VERDE COGUMELO DO SOL
AFINAL, QUAL É A RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL ??
Radioterapia
Os efeitos colaterais que comprometem o estado nutricional do paciente durante a radioterapia, dependem de 4 fatores:
LOCAL IRRADIADO
DOSE DA RADIAÇÃO TÉCNICA UTILIZADA
CONCOMITANTE
À QT
Região Torácica • Esôfago, pulmão e mama • Disfagia, odinofagia e esofagite
Cabeça e Pescoço
Efeitos Agudos Mucosite Xerostomia Disgeusia Disfagia Odinofagia Infecções Náuseas e vômitos
PERDA PONDERAL = >50%
Efeitos Tardios Cáries actínicas Osteorradionecrose
Rolim et al, 2011 Paiva et al, 2010
Mucosite Oral •85-100% •25% a 45% grau 4 •Dor, ↑ risco de infecção, ↓ aceitação alimentar
Prevenção e Tratamento da Mucosite Oral – Bicarbonato de Sódio
- Hidróxido de Magnésio
– Gel umidificante (Oral Balance®) – Protetor Labial FPS 30 – Laser de Baixa Potência –
A partir de mucosite grau 2
- Fluor gel
Recomendações Nutricionais
-
Aumento da hidratação
-
Evitar: - Ácidos - Extremos de T° - Condimentos fortes
-
Modificar consistência
-
Glutamina
117 pctes 30g/dia VO Grupo 1 GLN adm antes RT Grupo 2 GLN após inicio de sintomas Grupo 3 controle Perda Peso (%)
Peso Mínimo
IMC Mínimo
Perda Peso Necessidade >5% NE
Sem GLN
13,1%
59,9
22
87,5%
19,2%
GLN precoce
6,6%
69,9
25,4
51,6%
0,0%
GLN tardia
9,2%
64,4
25,1
60,3%
3,4%
• • • • • •
Crioterapia Laser de baixa potência Glutamina Vitamina E Palifermina Clorexidina
• Conclusão: Não há consenso na prevenção e tratamento
Xerostomia •
80% dos pctes
•
Fluxo salivar ↓ 50% a 90%
Prevenção e Tratamento da Xerostomia
Higiene oral
Sialogogo
Saliva artificial
Pilocarpina
Recomendações Nutricionais
Ingerir mais líquidos
Acrescentar caldos e molhos
-
Balas azedas ou mentoladas
Disgeusia
Cerca de 70%
Papilas gustativas são radiossenssíveis
Recuperação = 60 a 120 dias
Recomendações Nutricionais -
Enxaguar a boca antes das refeições
-
Temperos naturais
-
Alimentos ácidos
-
Alteração do talher
Disfagia Na RT: Toxicidade esofágica Estenose Atrofia músculo faringe
Deficiência funcional pósRT mais prevalente: 50-60%
GTM 4-26%
Intervenção Nutricional
Perda Ponderal = >50%
60-100% necessitam de TNE
Wiggenraad et al, 2007 Nguyen et al, 2006 Riera et al, 2002 Mekhail et al, 2001 Nguyen et al, 2006
Profilaxia TNE = perda de peso, interrupções do tratamento e hospitalização, melhora qualidade vida PEG = + indicada p/ CP em RT
~13% dos pctes ficam dependentes até 2 anos após término RT Machtay et al, 2008
E a dependência da PEG ???
Não há consenso na indicação de TNE profilática Paleri, Patterson, 2010 Moor et al, 2010 Nugent et al, 2010
QUANDO INDICAR TNE PROFILÁTICA ??? SNE OU GTM ???
N = 474 Disfagia e odinofagia pré tto ~30%
70 PEG profilática 50 sem PEG profilática
Perda de Peso
Grau ≥3 Disfagia
Dependência PEG
>10% Sem PEG = 74% PEG = 27%
Após 3 meses Sem PEG = 27% PEG = 46%
Após 3 meses Sem PEG prof = 14% PEG = 60%
>20% Sem PEG = 26% PEG = 7%
Após 6 meses Sem PEG = 5% PEG = 34%
Após 6 meses Sem PEG prof = 8% PEG = 41%
CONCLUSテグ:
DECISテグ INDIVIDUAL !!!
Koyfman, Adelstein, 2012
Região Pélvica -
TU ginecológico, urológico, colorretal e próstata
-
Efeitos colaterais: - Náuseas e Vômitos - Inapetência - DIARRÉIA 80% -
Inflamações agudas 50-75% Até 25% podem desenvolver enterite
-
↑ morbidade e mortalidade
-
Aguda Crônica
Enterite Actínica -
Aguda
-
- Isquemia - Fibrose ulcerações
- Processo inflamatório e
degenerativo afeta todas as partes do TGI inferior
-
Sintomas -
Náuseas e vômitos Dor abominal Diarréia Tenesmo Hematoquezia
Crônica
necrose, perfuração, abcessos e fístulas
-
Sintomas -
Perda de peso Dor abdominal Diarréia Má absorção
↑ MORTALIDADE
Tratamento da Enterite Actínica
Loperamida ou Atropina
Complicações ATB
Suplementação de K, Mg, Se e Zn
Cirurgia fistulas e perfurações
Nutrição Parenteral Total
Objetivo: manter EN e respouso intestinal
Estudos: melhora sobrevida global
Tratamento da Enterite Actínica
Dieta baixo resíduos
SO
Restrição de lactose
Dieta hipogordurosa
Dieta
Isenta de Resíduos Objetivos: evitar retenção de fezes no trato digestivo estenosado, reduzir frequência de evacuações e consequentemente dor, sangramento e irritação local durante RT
Nテグ RECOMENDAM GLUTAMINA !!!
Urbanesek, 2001 Delia, 2002 Benchimol, 2004 Delia, 2007 Osterlund, 2007 Giralt, 2008 Abd El-Atti, 2009 Chitapanarux, 2010
Estudos mostraram benefテュcios de probiテウticos na RT pテゥlvica
CIRURGIA
Terapia Nutricional Pr茅-Operat贸ria
Jejum Pr茅-Operat贸rio
TEMPO ??? 8 horas maior parte dos estudos
Jejum Prolongado está relacionado à maior hospitalização
REALIDADE: 14-20 horas
Vários estudos já mostraram que a ingestão de líquidos com carboidratos não aumenta o risco da morbidade associada à anestesia
Essa recomendação NÃO é preconizada para pacientes com obesidade mórbida, gastroparesia, mau esvaziamento gástrico, suboclusão intestinal e doença do refluxo gastroesofágico moderada à grave
Nas cirurgias eletivas, a recomendação é de 6 horas de jejum para sólidos e 2 horas de jejum para líquidos claros com carboidratos
ESPEN, 2006 ERAS, 2012
Câncer de Cabeça e Pescoço A dieta VO (via oral) pode ser reiniciada dependendo do tipo de cirurgia, da cicatrização do paciente e de sua evolução clínica Caso a alimentação VO seja recomendada, o paciente deve realizar acompanhamento com fonoaudiólogo que determinará exercícios e consistências de alimentos mais seguros para a reintrodução alimentar Conforme o paciente vai aumentando sua capacidade de ingestão alimentar VO e, consequentemente, ingerindo maior volume de alimentos VO, a dieta enteral deve ser diminuída, conforme a necessidade nutricional de cada paciente
Caso o paciente não consiga atingir suas necessidades calóricoprotéicas, o uso de suplementos nutricionais deve ser indicado
FÓRMULA IMUNOMODULADORA
FÓRMULAS ENTERAIS IMUNOMODULADORAS SÃO RECOMENDADAS PARA PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE GRANDE PORTE, INCLUINDO CCP GRAU DE RECOMENDAÇÃO A ASPEN, 2009
TERAPIA NUTRICIONAL EM CIRURGIA ABDOMINAL
Câncer de Esôfago
Após Esofagograma/Deglutograma ~6 dias
LÍQUIDA BAIXO RESÍDUOS RESTRITA PASTOSA HIPOFERMENTATIVA LEVE HIPOFERMENTATIVA BRANDA HIPOFERMENTATIVA HIPOFERMENTATIVA GERAL
Câncer Gástrico
LÍQUIDA BAIXO RESÍDUOS RESTRITA PASTOSA HIPOFERMENTATIVA LEVE HIPOFERMENTATIVA BRANDA HIPOFERMENTATIVA HIPOFERMENTATIVA GERAL
Câncer de Esôfago e Gástrico
- FRACIONAMENTO DAS REFEIÇÕES - MASTIGAÇÃO ADEQUADA - NÃO INGERIR LÍQUIDOS DURANTE AS REFEIÇÕES - EVITAR EXCESSO DE AÇÚCAR
-Saciedade precoce -Perda de peso -Má absorção -Deficiências nutricionais, principalmente de vitamina B12, cálcio e ferro -Epigastralgia -Diarréia -Síndrome de Dumping
Deficiência de Vitamina B12 Retirada do antro depleção de gastrina
Atrofia das células parietais
Má absorção de Vitamina B12
GT adm via parenteral
Deficiência de Cálcio
Absorção ocorre no duodeno
Nos casos de esteatorréia, ocorre diminuição de vitamina D
Deficiência de Ferro
Perdas sanguíneas pós operatória
Diminuição de HCl
Síndrome de Dumping
Sintomas: fraqueza, palpitação, sudorese, palidez, dor abdominal, taquicardia, diarréia Precoce: 10-30 minutos após refeições Tardio: 2-3 horas após refeições Rápido esvaziamento gástrico libera hormônios intestinais de forma inapropriada estes aumentam motilidade intestinal
Câncer de Pâncreas
LÍQUIDA BAIXO RESÍDUOS RESTRITA
PASTOSA HIPOFERMENTATIVA HIPOGORDUROSA
LEVE HIPOFERMENTATIVA HIPOGORDUROSA
BRANDA HIPOFERMENTATIVA HIPOGORDUROSA
HIPOFERMENTATIVA HIPOGORDUROSA
GERAL
Câncer de Pâncreas
Melhora da QV
Esteatorréia, perda de peso, flatulência TCM
Câncer Colorretal
NA COLECTOMIA TOTAL, A EVOLUÇÃO SERÁ A MESMA, PORÉM SEM RESÍDUOS
Colostomia e Ileostomia Estoma
Perdas nutricionais
Eliminações
Complicações
Colostomia de cólon ascendente
Água, Na, K, desativação de enzimas digestivas
Fezes semilíquidas e abundantes Enzimas digestivas
Diarréia, flatulência, vômitos, fadiga, dores musculares
Colostomia de cólon transverso
Água, Vit K
Fezes semilíquidas formação intermitente
Diarréia, odor fétido, flatulência
Colostomia de cólon descendente
Pouca – nenhuma interferência
Fezes formadas com intervalos regulares
Obstipação, odor fétido, flatulência
Colostomia de cólon sigmóide
Pouca – nenhuma interferência
Fezes formadas com intervalos regulares
Obstipação, odor fétido, diarréia, flatulência
Ileostomia
Ca, Mg, água, Fe, Vit A, B12, D, E, K, sais biliares, gordura, proteína, ác. fólico
Fezes líquidas abundantes e pastosa (tardio)
Diarréia, flatulência, anemia, esteatorréia, anorexia, perda de peso, fraqueza
Reintrodução da Dieta no PO
Retorno precoce da dieta no pós-operatório é seguro e diminui o tempo de hospitalização e morbidade no pós-operatório
Possibilidade da não alimentação por mais de 7 dias OU
QUANDO ??? 12-24h após cirurgia
Quando não atingir 60% de suas necessidades por 710 dias.
CUIDADOS PALIATIVOS
FASE TERMINAL
Nutrição em Cuidados Paliativos
OFERECER CONFORTO EMOCIONAL PRAZER AUXILIAR NA DIMINUIÇÃO DA ANSIEDADE E NO AUMENTO DA AUTOESTIMA E DA INDEPENDÊNCIA PERMITIR MAIOR INTEGRIDADE MELHORAR A COMUNICAÇÃO COM FAMILIARES
Ômega-3
ASPEN 2009 GRAU DE EVIDÊNCIA B SUPLEMENTAÇÃO COM ÔMEGA-3 COMO POSSÍVEL AUXÍLIO NA ESTABILIZAÇÃO DO PESO EM PACIENTES COM CÂNCER COM REDUÇÃO DO PESO INVOLUNTÁRIA E PROGRESSIVA RECEBENDO DIETA ORAL, SUGERINDO DOSE ALVO DE 2G DE EPA DIARIAMENTE
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
ESPEN 8 PASSOS PARA A DECISÃO: CONDIÇÃO CLÍNICA SINTOMAS EXPECTATIVA DE VIDA ESTADO NUTRICIONAL CONDIÇÃO E ACEITAÇÃO DA VO ESTADO PSICOLÓGICO INTEGRIDADE TGI NECESSIDADE DE SERVIÇOS ESPECIAIS PARA OFERECIMENTO DA DIETA
Referências Bibliográficas Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011. 118 p. Fortes RC, Novaes MRCG. Efeitos da suplementação dietética com cogumelos Agaricales e outros fungos medicinais na terapia contra o câncer. Rev Bras Cancerol. 2006;52(4):363-71. Garcia PP, Parejo J, Pereira JL. Causas e impacto clinico de la desnutrición y caquexia em el paciente oncologico. Nutr Hosp. 2006;21(suppl.3):S10-6. Silva MPN. Síndrome anorexia-caquexia em portadores de câncer. Rev Bras Cancerol. 2006;52(1):59-77. Rivadeneira DE, Evoy D, Fahey TJ, Lieberman MD, Daly JM. Nutritional supportof the cancer patient. CA Cancer J Clin. 1998;48:69-80. Arends J, Bodoky G, Bozzetti, et al. ESPEN Guidelines on enteral nutrition: non-surgical oncology. Clin Nutr. 2006;25:245-59.
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