Suplementos coadjuvantes no tratamento do excesso de peso
Mariana Del Bosco Nutricionista Especialista em Fisiologia pela UNIFESP Mestre em ciências pela Faculdade de Medicina da USP
Aumento crescente na população Multifatorial Tratamento complexo
Obesidade
Equipe interdisciplinar
NUTRICIONISTA: Estraté Estratégia convencional de tratamento da obesidade
ADEQUAR: Qualidade Quantidade Fracionamento
/ Horários Recomendação de energia Proporção dos macronutrientes Consumo de micronutrientes O que poderia poderia modular a suscetibilidade para o acúmulo de energia?
O que fazer?
Saúde Não generalizar Adesão Comprometimento longo prazo Incorporação de hábitos
Reeducação alimentar
Manutenção do peso
A alimentação, o dia a dia precisa a continuar a ser trivial, simples, com toques diferenciados que vao trazer beneficios pro paciente.
TÉCNICAS plano alimentar (guia) Planejamento: compras, organização da despensa, organização da cozinha
Reeducação alimentar
Receitas Suplementos
Histórico familiar Historia clínica doenças/alergias/intolerâncias/cirurgia s
Exames recentes Experiências pregressas com suplementação Uso de medicamentos Consumo de alcool Anamnese: o que investigar para uma suplementação assertiva?
Poder aquisitivo Resistência
SUPLEMENTAÇ SUPLEMENTAÇÃO: A OBESIDADE É UMA PATOLOGIA CAUSADA PELO DESEQUILÍ DESEQUILÍBRIO NUTRICIONAL
ALIMENTAÇ ALIMENTAÇÃO X SUPLEMENTAÇ SUPLEMENTAÇÃO
Estimular o consumo de frutas, vegetais, grãos e cereais integrais é uma estratégia primária para a promoção da saúde. Esses alimentos contêm, além de fibras, vitaminas, minerais e outros componentes importantes para a manutenção da saúde.
CARBOIDRATOS / FIBRAS As fibras são polímeros de carboidratos que resistem à digestão e à absorção e que trazem comprovados efeitos benéficos para a saúde, incluindo laxação, atenuação do colesterol, atenuação da glicemia e promoção da saciedade 1-2 Alimentação pobre em fibras e rica em carboidratos refinados, promovem uma flora intestinal desequilibrada que pode, um maior ou menor grau, contribuir para a obesidade e suas comorbidades.
Psyllium FOS Inulina Lactulose
Howlett J.J., et al. The definition of dietary .Food Nutr. Res. 2010 Codex Alimentarius 2010.
Psyllium (plantago ovata) Balanço energético: Fibra de alta capacidade de ligaçao que agrega dissacarídeos e lipídeos em emulsão, eliminando-os nas fezes10.
Saciedade: (picos de glicemia e de insulinemia) Fibra hidrofílica que aumenta o bolo alimentar e diminui a velocidade do esvaziamento gástrico.. Fibra viscosa que atrapalha ação de enzimas no intestino
Halpern, ZSC.; Rodrigues, MDB; Costa, RF. Determinantes fisiológicos do controle do peso e apetite. Rev. psiquiatr. clín. 2004, Rigaud D, et al. Effect of psyllium on gastric emptying, hunger feeling and food intake : a doubleblind study. Eur J Clin Nutr. 1998;.
BIFIDOBACTÉ BIFIDOBACTÉRIAS
O TGI possui grande número de bactérias que são importantes para função normal do intestino (digestão e barreira de defesa).
Magros e obesos tem diferentes floras intestinais (genética , alimentação e outros fatores ambientais.)
Probióticos e Prebióticos devem ter um futuro promissor no tratamento da obesidade
Roedor Magro: + bacteroidetes - firmicutes
Roedor Obeso: - bacteroidetes + firmicutes
1. Flora com maior extração de calorias da dieta 2. Flora com maior potencial de inflamação (aumento do tecido adiposo, gordura no fígado, resistência insulinica) 3. Flora que estimula a produção de substância que inibe a quebra de gordura
Prebioticos (FOS, Inulina, Lactulose)
Carboidratos não digeridos que promovem fermentação e estimulam seletivamente o crescimento e/ou a atividade de bactérias benéficas.
Melhoram a composição da microbiota intestinal Melhoram a função intestinal Modulam a produção de peptideos intestinais que regulam o apetite Regulação da função imune Melhora ação da barreira intestinal Reduz risco de doenças crônicas Reduz risco de câncer de colon
Roberfroid M et al. Prebiotic effects: metabolic and health benefits. Br J Nutr. 2010
FOS e Inulina
Fibras soluveis, altamente fermentáveis, diminuem o pH intestinal, aumentam bifidobacterias produoras de AGCC (fonte de energia para cel epitelial, inibem a produção hepática de colesterol e melhoram a sensibilidade da insulina).
ROEDORES: (i) mudam a expressão gênica do tecido adiposo fazendo que haja mais lipolise, menos adipogenese e maior resposta a hormônios como a leptina. (ii) aumentou glp-1 e NYY e diminuiu grelina (saciedade). (?) (iii) aumentaram diferenciação de celulas L
HUMANOS: apesar das limitações, estudos apontam que a microbiota pode interferir na regulação do peso. Outros componentes da dieta parecem ter ação semelhante. Mais estudos são necessários para entender a interação com a Delzene MN et al.. Gut microbiota and metabolic disorders: how prebiotic can work? Br.J.Nutr. 2012 e mecanismo de ação. Sanzdieta Y et al. Understending the role of gut microbes and probiotics in obese. How far we are? Pharm.Res,. 2013
Prebioticos FOS Prescrição para obesidade:
Muito promissor.
O efeito do prebiotico para mudança da flora é comprovado. Sua ação na obesidade é real.
Atualmente, não há evidencias para suportar prescrição na obesidade. As respostas são variáveis entre individuos. Pode causar desconforto.
Fontes naturais (chicória, trigo, cebola, banana, alho, alcachofra de jerusalem)
Probióticos
São suplementos alimentares compostos por bactérias (bifidobactérias, lactobacilos) que modificam a flora intestinal do hospedeiro.
Magros e obesos têm diferentes microbiotas A modulação dessas bactérias parecem impactar no controle do peso.
Estudos geralmente não tem como principal objetivo avaliação ponderal ou de composição corporal
Sanz Y et al. Understending the role of gut microbes and probiotics in obese. How far we are? Pharm.Res,. 2013
Probioticos ensaios em animais Lactobacilos
casei: ação antidiabética, ação antinflamatória Lactobacilos plantarum: ação perda de peso Lactobacilo fermentum: ação ganho de peso Lactobacilos grasseri: ação perda de peso
Probioticos L. grasseri 87 mulhers com IMC: entre 24.2–30.7 kg/m2
Grupo leite fermentado com L grasseri Grupo leite fermentado controle
Resultados em 12 dias: Gordura abdominal visceral : 4,6% Gordura abdominal subcutanea: 3.3% Peso corporal:, 1.4% IMC: 1.5% CC: 1.8% No grupo controle não houve diferença significativa nos parâmetros avaliados Kadooka Y et al. Regulation of abdominal adiposity by probiotics (Lactobacillus gasseri SBT2055) in adults with obese tendencies in a randomized controlled trial. EJCN 2010
Probióticos Prescrição para obesidade:
Evidências clínicas, apesar das limitações, apontam que a microbiota atua no na regulação do peso, independente da dieta (mas com interferência dela!)
Na pratica clinica: variabilidade nas respostas
A prescrição é valida quando há outras comorbidades associadas e assertiva quando há queixas com relação ao hábito intestinal.
Muito promissor. Há uma intedependência entre probióticos e componentes da dieta. Estudos precisam ser mais específicos com relação ás outras bactérias que compõe a flora e todas as interelações para entendimento das respostas.
OMEGA 3
Revisão: ômega 3 com ação intinflamatória, é interessante para disfunção endotelial, diabetes, hipertensão, além de diminuir a síntese de TG (Edtkhari et al. Adv Biomed Res. 2014; Flachs P. et al. Physiolol Res. 2014)
Polêmica: ômega 3 não impacta no risco de morte (Rizos E et al. JAMA. 2012)
Ômega 3 FDA permite a alegação de que o ômega diminui TG Órgãos eropeus mantem alegação de diminuição do risco cardovascular
Os benefícios comprovados suportam a manutenção da prescrição do ômega para as comorbidades relacionadas à obesidade. (por conta das citocinas inflamatórias produzidas pelo tecido adiposo)
Ômega 3 Prescrição Não há evidências que a suplementação com ômega 3 possa impactar na perda de peso, embora a dieta do mediterrâneo seja comprovadamente benéfica. Suplementação de ômega 3 (de 1 a 3g) pode ser indicada para os tratamentos das comorbidades: 1- Hipertrigliceridemia 2- Hipertensão 3- Resistencia insulínica, disfunção endotelial (?)
Wong et al. J Endocrinol. Metab. 2013 ; Eftekhare NH et al. Adv Biomed Res., 2014; Miller P. Am J Hypert, 2014
PROTEINAS/LEITE/WHEY PROTEIN O leite tem compostos bioativos. Estudos epedemiológicos apontam que o seu consumo é associado a menor risco de obesidade, de hipertensão e de diabetes. Cálcio está associado a eliminação de gordura nas fezes, aumento da lipolise, diminuição da lipogênese, melhora da sensibilidade da insulina O whey protein estimula a saciedade, aumenta a termogênese parece ter uma ação anti-adipogênica e músculo-protetora (bcaa). Melhora a sensibilidade da insulina (digestão e secreção de GLP-1) e diminui a produção hepática de colesterol (Inibe HMG-coa que atua na sintese ) Estimula CCK e PYY que estimulam a saciedade Lorente-Cebrian S. Role of omega-3 fatty acids in obesity, metabolic syndrome, and cardiovascular diseases: a review of the evidence. Jphysiol Biochem. 2010 Jakuboviks. J Nutr. Biochem, 2013
Whey Protein Prescrição A
proteína tem uma ação na termogênese, na saciedade, na melhora da sensibilidade da insulina e na preservação da massa magra. O whey protein pode ser uma alternativa para pacientes obesos, diabéticos, hipertrigliceridêmicos, praticantes de atividade física 50g por dia Pal S. Obes Rev.. 2012
VITAMINA D
Lipps P. Vitamin D physiology. Progress in biophysics and molecular biology. 2006. 92:4-8. Holick MF. Vitamin D deficiency in obesity and health consequences. Curr Opin Endocrinol Diabetes. 2006; 13:412-8.
Vitamina D Funções
Palomer et al. 2008
Vitamina D pode diminuir adipogênese Diferenciação e proliferação adipócitária (inativa PPaRγ)
PPARs(receptores ativados por proliferadores de peroxissoma) são fatores de transcrição fundamentais na adipogênese;
Vitamina D Necessidades Diárias/Síntese/Fontes/Consumo Recomendação para ingestão de vitamina D das DRIs é de 200 UI UL: 2000 UI Fontes de vitamina D: (escassas) peixes gordos (200), ovo (25), fígado (50), leite (10) e alimentos fortificados
Será suficiente para todas as faixas etárias, condições demográficas e níveis de exposição solar? Snijder MB, et al. Adiposity in relation to vitamin D Status and Parathyroid hormone levels: a population-based study in older men and women. J Clin Endocrinol Metab. 2006: 90:4119-23. Florez H, et al. Outdoor exercise reduces the risk of hipovitaminosis D in the obese. J Steroid Biochem Mol Biol. 2007; 103: 679-681.
Vitamina D Suplementação População
é deficiente Obeso mais risco deficiência Atua na diminuição da adipogênese Atua no controle de hipertensão e diabetes Dosar
e suplementar Se não dosar, profilaxia de 200 UI
PLANTAS COMPOSTOS BIOATIVOS
OMS e MS: 400g de verduras e legumes/dia PLANTAS e obesidade: mais de 50 espécies Camellia senesis: ativa termogenese, inibe adipogênese, inibe apetite Citrus aurantium: ação lipolítica em adipócitos humanos Centella asiática: inibe diferenciação do adipócito Melissa officinalis e Artemisia capilaris: inibiram aumento dos TG, do colesterol e a agregação de gordura em ratos submetidos a dietas HF. Capsaicína: aumenta termogênese Phaseolus vulgaris: inibe apetite via CCK e GLP-1
Obrigada! marianadelbosco@usp.br