Controle de Qualidade em Processos Agrícolas Mecanizados

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CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS APLICADOS A SEMEADORAS Rafaela Paula Melo Rodrigo Leme de Paulo Daniel Albiero

1 Introdução Neste capítulo abordaremos o tema Controle Estatístico de Processos (CEP) aplicados em Semeadoras. Por ser uma área de pesquisa muito ampla, que possui diversas publicações e estudos, intentaremos apresentar este assunto em termos claros e objetivos, dentro de um recorte específico, com enfoque na literatura básica e aplicações concretas. Ao se pesquisar as palavras-chave conjugadas ‘controle estatístico de processos’ e ‘semeadoras’ foram encontrados 30 mil documentos no Google; e se forem utilizados os termos “statistical control process” e “seeders”, temos 662 mil documentos (desconsiderando a qualidade desse material). Neste mesmo finder, portanto, obviamente, é impossível abarcar tudo o que está sendo gerado e construído no mundo sobre controle estatístico de processos aplicados à semeadura. Assim a tentativa aqui será em fornecer ao leitor os fundamentos e, principalmente, uma visão real das enormes potencialidades em se usar estas ferramentas (CEP) no contexto de máquinas que semeiam.

2 Aplicações de CEP em Semeadoras A semeadora é um dos equipamentos agrícolas mais utilizados na agricultura, possuindo papel de destaque no sistema de produção agrícola, o sucesso no estabelecimento de uma cultura depende da mesma. Durante o processo produtivo existem vários fatores que podem interferir no desempenho das operações agrícolas, principalmente no processo de semeadura onde falhas afetam o plantio, como: velocidade, mecanismo dosador, mão de obra, mecanismo de distribuição, patinagem da roda de acionamento, profundidade de deposição de sementes e adubos, tubo condutor de sementes. Portanto, a operação requer a tomada de certos cuidados como a manutenção, conservação do implemento, regulagem correta para que a semeadora possa realizar o estabelecimento rápido e uniforme da cultura (COPETTI, 2004). Desta forma, para que a densidade de plantas desejada seja obtida é necessário minimizar as causas que acabam comprometendo o estabelecimento da cultura, no entanto é complicado eliminar todos os elementos que podem influenciar na implantação do estande final. Sendo assim, a cada dia, ferramentas estatísticas veem sendo implementadas nas operações agrícolas a fim de diminuir ou eliminar as falhas ocorridas durante as operações no campo. Para que uma semeadora apresente bom desempenho é importante que ela realize a distribuição longitudinal de forma eficiente, no entanto é comum a ocorrência de falhas na deposição de sementes, o que acaba comprometendo o estabelecimento nas áreas cultivadas e contribuindo para o decréscimo da produtividade. A qualidade de semeadura é um fator que está totalmente associado com a produtividade, essa operação agrícola deve ser realizada com bastante precisão e com controle de qualidade adequado, sendo necessário que ela tenha um apurado controle do espaçamento entre sementes, dentro das fileiras e profundidade de semeadura correta (CARPES et al., 2018). O controle de qualidade nas operações agrícolas permite que haja o aumento da produtividade e redução dos custos por meio de ações que melhorem a eficácia da produção. Esse sistema está sendo muito utilizado na agricultura, com o intuito de trazer vantagens para os processos produtivos por meio do uso eficiente de ferramentas que possibilitam o total controle do processo que estar sendo realizado em campo. O setor industrial há tempos utiliza ferramentas que visam melhorar a qualidade operacional, na agricultura não é diferente, pois busca-se realizar o monitoramento das operações de campo a fim de obter o controle de qualidade nas diferentes etapas do processo de produção agrícola (PECHE FILHO, 2007). 181


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